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SAÚDE AMBIENTAL 3 MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Brasília - DF 2025 MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL SAÚDE AMBIENTAL 3 Brasília - DF 2025 Tiragem: 2ª edição –2025 – versão eletrônica 2025 Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Departamento de Gestão da Educação na Saúde Coordenação-Geral de Ações Estratégicas de Educação na Saúde Esplanada dos Ministérios, Bloco O, 9º andar CEP: 70052-900 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-2596 E-mail: sgtes@saude.gov.br Secretaria de Atenção Primária à Saúde Departamento de Saúde da Família Esplanada dos Ministérios, Bloco G, 7º andar CEP: 70058-90 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-9044/9096 E-mail: aps@saude.gov.br Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D, Edifício PO 700, 7º andar CEP: 70719-040 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-3874 E-mail: svsa@saude.gov.br CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE - CONASEMS Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B, Sala 144 Zona Cívico-Administrativa CEP: 70058-900 – Brasília/DF Tel.: (61) 3022-8900 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Av. Paulo Gama, 110 - Bairro Farroupilha CEP: 90040-060 – Porto Alegre/RS Tel.: (51) 3308-6000 Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Colaboração: Ágata Cristina Lima Dias - SVSA/MS Daniela Riva Knauth - UFRGS Darwin Renne Florencio Cardoso-SVSA/MS Diego Gnatta - UFRGS Eliane Ignotti - SVSA/MS Gabriela Pôrto Marques - SVSA/MS Jessica Milena Moura Neves - SVSA/MS Julia Placido Moore - SVSA/MS Kauara Brito Campos - SVSA/MS Lanusa Gomes Ferreira - SGTES/MS Lindsy Ximenes Fonseca - SVSA/MS Lucas Carvalho Sanglard - SVSA/MS Marília Lavocat Nunes - SVSA/MS Rafaella Albuquerque e Silva - SVSA/MS Rejane Teles Bastos – SGTES/MS Rosângela Treichel S. Surita - CONASEMS Assessoria executiva: Conexões Consultoria em Saúde Ltda Coordenação de desenvolvimento gráfico: Cristina Perrone – CONASEMS Diagramação e projeto gráfico: Aidan Bruno - CONASEMS Alexandre Itabayana - CONASEMS Caroline Boaventura - CONASEMS Icaro Duarte - CONASEMS Lucas Mendonça - CONASEMS Ygor Baeta Lourenço – CONASEMS Wellington Tadeu Aparecido Silva – CONASEMS Revisão linguística: Lorrany Silva – CONASEMS Fotografias e ilustrações: Biblioteca do Banco de Imagens do CONASEMS Imagens: Freepik Normalização: Luciana Cerqueira Brito – Editora MS/CGDI Valéria Gameleira da Mota – Editora MS/CGDI Coordenação-geral: Cristiane Martins Pantaleão – CONASEMS Érika Rodrigues de Almeida - SGTES/MS Fabiano Ribeiro dos Santos - SGTES/MS Felipe Proenço de Oliveira - SGTES/MS Hisham Mohamad Hamida – CONASEMS Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS Organização: Núcleo Pedagógico do CONASEMS Coordenação técnica e pedagógica: Andréa Fachel Leal - UFRGS Carmen Lucia Mottin Duro - UFRGS Diego Gnatta - UFRGS Diogo Pilger - UFRGS Fabiana Schneider Pires - UFRGS Kelly Cristina Santana - CONASEMS Marilise de Oliveira Mesquita - UFRGS Marta de Sousa Lima - CONASEMS Patricia da Silva Campos - CONASEMS Valdívia França Marçal - CONASEMS Elaboração de conteúdo -1ª edição: Renata Valéria Nóbrega Revisão de conteúdo - 2ª edição: Susy Ricardo Lemes Pontes Revisão técnica: Andréa Fachel Leal – UFRGS Diogo Pilger – UFRGS Luis Carlos Nunes Vieira de Vieira - SGTES/MS Michelle Leite da Silva – SAPS/MS Patricia da Silva Campos – CONASEMS Ranieri Flávio Viana de Sousa – SVSA/MS Designer educacional: Alexandra da Silva Gusmão – CONASEMS Gustavo Henrique Faria Barra – CONASEMS Lidiane Cristina Porfirio - CONASEMS A coleção institucional do Programa Mais Saúde com Agente pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br Ficha Catalográfica Brasil. Ministério da Saúde. Saúde ambiental [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. – Brasília: Ministério da Saúde, 2025. xxxx p. : il. - (Programa Mais Saúde com Agente; E-book 25.3). Modo de acesso: World Wide Web: Incluir link ISBN xxxxxxxxxxxx 1. Sistema Único de Saúde - SUS. 2. PNAB e Redes de Atenção. 3. Política Nacional de Vigilância em Saúde. I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título. Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS xxxxxxxxx Título para indexação: Healthcare agent workers' Fundamentals CDU xxx 4 QR CODE Sempre que surgir um QR Code, aponte a câmera de seu celular para acessar o conteúdo. Você também pode clicar sobre ele com o botão direito do mouse para abrir em uma nova aba ou navegador. COMO NAVEGAR NESTE E-BOOK Antes de iniciar a leitura do material, veja, aqui, algumas dicas para aproveitar ao máximo os recursos disponíveis. SUMÁRIO: uma forma rápida e fácil de acessar os capítulos. Quer retornar à lista do sumário? Basta clicar no ícone no canto superior da página. OLÁ, AGENTE! Este é o seu e-book da disciplina Saúde ambiental 3. Nele, apresentaremos como temática central os aspectos sobre poluição, tipos e medidas de controle. Nesta temática abordaremos o impacto ambiental da poluição, com destaque para os danos causados pelo homem, e as mudanças climáticas. Aqui, iremos descrever também os tipos de poluição ambiental e suas influências nas alterações do clima, com exemplos de situações reais em diferentes regiões do Brasil, bem como ações com as quais o Agente de Combate às Endemias (ACE) pode contribuir a partir da sua atuação profissional. Neste material, destacamos os principais cuidados para o consumo da água e medidas de proteção que podem ser adotadas em caso de poluição sonora e vibrações. Estude este material com atenção buscando relacionar as informações apresentadas com sua prática profissional. Lembre-se de acompanhar também as informações da aula interativa, de assistir as teleaulas referentes e de realizar as atividades propostas para verificar o que conseguiu assimilar das informações apresentadas. Bons estudos! ACE | Agente de Combate às Endemias AVC | Acidentes Vasculares Cerebrais IQAr | Índice de Qualidade do Ar MP | Material Particulado MMA | Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima OMS | Organização Mundial da Saúde ONU | Organização das Nações Unidas PNA | Plano Nacional de Adaptação à Mudança Climática PNMC | Política Nacional sobre Mudança do Clima LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS FUMAÇA NO MUNICÍPIO DE CORUMBÁ - MS ESTATÍSTICAS ACERCA DOS AGRAVOS À SAÚDE E ÓBITOS RELACIONADOS COM A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA FIGURA 03 COMO FUNCIONA O EFEITO ESTUFA? FIGURA 04 20 INCÊNDIO NA REGIÃO DA SERRA DO AMOLAR, PANTANAL FIGURA 01 12 FIGURA 02 13 17 FIGURA 05 RIO POLUÍDO (A IMPORTÂNCIA DO RIO TIETÊ E SUA HISTÓRIA) 23 LISTA DE FIGURAS ILHA DE LIXO (O SÉTIMO CONTINENTE) BAÍA POLUÍDA (O SÉTIMO CONTINENTE) FIGURA 06 29 FIGURA 07 41 FIGURA 08 IMPACTOS DA POLUIÇÃO NA SAÚDE HUMANA E NOS ECOSSISTEMAS FIGURA 09 TIPOS DE DESASTRES MAIS COMUNS NO BRASIL EM 2023 FIGURA 10 BALANÇO DE ALERTAS DE DESASTRES RECEBIDOS PELO CAMADEN EM 2024 LISTA DE FIGURAS 43 57 58 MEDIDAS DE PROTEÇÃO QUE PODEM SER ADOTADAS EM CASO DE POLUIÇÃO SONORA E VIBRAÇÕES QUADRO 02 SÍNTESE DAS ETAPAS E ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA CRIAÇÃO DE PLANOS DE CONTINGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL QUADRO 03 RESUMO DOS PRINCIPAIS CUIDADOS A SEREM ADOTADOS QUANTO AO CONSUMO DE ÁGUA QUADROo risco de desastres naturais? Pense nos exemplos de eventos recentes no Brasil. Que tipo de doenças podem surgir após desastres ambientais relacionados ao clima e como elas estão ligadas à qualidade ambiental? Quais ações preventivas podem ser realizadas pelos ACEs e outros setores governamentais para reduzir os impactos na saúde pública? Como a mudança nos padrões climáticos influencia os eventos de chuvas intensas no Brasil e quais são os impactos diretos na saúde pública? No Brasil, o Guia para Elaboração de Planos de Contingência do Ministério da Saúde (2024) fornece orientações objetivas práticas para que planos de contingência sejam criados, a fim de preparar e coordenar a resposta a emergências em saúde pública, diante de desastres, epidemias ou mesmo outros eventos que ameacem a saúde da população. No Quadro 3, estão sintetizadas as diretrizes deste guia. 67 Quadro 3: Síntese das etapas e elementos necessários para criação de Planos de Contingência em Saúde Pública no Brasil Etapa Descrição Orientações e Ações Identificação e Avaliação de Riscos Análise de ameaças potenciais e vulnerabilidades para a saúde pública. - Utilizar matriz de risco para categorizar eventos conforme probabilidade e impacto. - Avaliar cenários e vulnerabilidades com base em dados epidemiológicos, históricos e consultas a especialistas. - Identificar fatores críticos para priorizar ações. Resposta Coordenada às Emergências Definição clara de papéis e responsabilidades nos níveis federal, estadual e municipal. - Estruturar comando e controle por meio do COE. - Coordenar esforços intersetoriais para resposta eficiente. - Promover comunicação entre diferentes atores e níveis do SUS (Ministério da Saúde, secretarias estaduais e municipais). Definição de Estágios Operacionais Estágios para escalar ações conforme gravidade da emergência. - Normalidade (Verde): Monitoramento de eventos em saúde pública. - Mobilização (Amarelo): Ações para mitigar riscos detectados. - Alerta (Laranja): Preparação intensiva para emergências potenciais. - Emergência (Vermelho): Implementação total de respostas. - Crise (Roxo): Resposta máxima com mobilização de recursos excepcionais. 68 Introdução Contextualização inicial do plano e seus objetivos. - Definir o escopo e propósito do plano. - Descrever o contexto epidemiológico, a abrangência e os atores envolvidos. - Indicar objetivos estratégicos, como proteger a saúde pública e garantir resposta rápida e coordenada. Situação Epidemiológica do Território Análise detalhada da saúde e riscos do território. - Apresentar características demográficas e indicadores de saúde (doenças endêmicas e emergentes). - Avaliar riscos relacionados a desastres naturais, surtos e vulnerabilidades sociais. - Mapear a capacidade do sistema de saúde local. Estratégia do Plano de Contingência Planejamento de ações específicas para cada estágio operacional. - Definir estágios operacionais com base em critérios claros (indicadores, setores e ações). - Planejar medidas de mitigação, contenção e resposta. - Integrar esforços intersetoriais para logística, comunicação e assistência médica. Instruções para Ativação do COE Orientações para ativar, operar e desativar o Centro de Operações de Emergências. - Estabelecer rotinas de coordenação (briefings, planejamentos e avaliações contínuas). - Designar equipes interdisciplinares para gestão do evento. - Garantir comunicação clara e logística eficiente entre os setores envolvidos. 03 RETROSPECTIVA 70 A disciplina buscou trazer ao ACE uma compreensão mais ampla sobre a relação da poluição ambiental com a saúde pública, com destaque para a relevância de sua atuação para mitigar os impactos que esse tipo de poluição gera à saúde humana. O material também trouxe informações atualizadas acerca dos agentes poluidores de maior acometimento no Brasil, como incêndios e sua consequente poluição atmosférica, enchentes e outros eventos climáticos extremos que têm atingido diversas regiões brasileiras. Além disso, foram disponibilizadas informações gerais sobre a Elaboração de Planos de Contingência e a resposta a emergências em saúde pública. A partir dos seus estudos, esperamos que você reflita de modo crítico sobre sua responsabilidade para com o meio ambiente, promovendo a conscientização sobre o desenvolvimento sustentável, a importância do monitoramento e educação da população sobre práticas sustentáveis. Agora, participe das atividades propostas; exercite o seu protagonismo. Lembre-se! Você deve, sempre, buscar informações sobre essa temática para recordar, refletir e ampliar seus conhecimentos. Até a próxima disciplina! 71 REFERÊNCIAS 04 ABREU, N. L. et al. Land use change and greenhouse gas emissions: an explanation about the main emission drivers. Ciência Animal Brasileira, v. 25, p. 77646E, 2024. AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS – ANA. Água no mundo. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/ana/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/c ooperacao-internacional/agua-no-mundo. 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Acesso em: 20 ago. 2025. https://customervoice.microsoft.com/Pages/ResponsePage.aspx?id=00pVmiu1Ykijb4TYkeXHBcuyUSjBpEtCq8T0cY9k8jBUN0NRS0FYWVhDWjBKT1FUUUM5OFRLOVNPMS4u https://wedocs.unep.org/bitstream/handle/20.500.11822/21800/UNEA_towardspollution_long%20version_Web.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://wedocs.unep.org/bitstream/handle/20.500.11822/21800/UNEA_towardspollution_long%20version_Web.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://bit.ly/39F9rT3 http://whqlibdoc.who.int/publications/9241545194.pdf Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde bvsms.saude.gov.br Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde bvsms.saude.gov.br01 26 67 46 LISTA DE QUADROS SU M ÁR IO ASPECTOS SOBRE POLUIÇÃO, TIPOS E MEDIDAS DE CONTROLE 01 11 MUDANÇAS CLIMÁTICAS 02 48 RETROSPECTIVA 03 69 REFERÊNCIAS 04 72 01 ASPECTOS SOBRE POLUIÇÃO, TIPOS E MEDIDAS DE CONTROLE 12 Apesar da possibilidade da poluição ambiental ser ocasionada por fontes biogênicas, tendo origem assim na própria natureza, como nas erupções vulcânicas e nos incêndios florestais provocados por raios, a poluição ambiental majoritariamente é ocasionada por fontes antropogênicas, ou seja, provocada por ações humanas ou decorrente de suas atividades. Em 2020 o Pantanal brasileiro registrou índices alarmantes de focos de incêndio, sendo esse considerado o ano mais devastador para o bioma (Fiocruz, 2020). A utilização do fogo para a ampliação das áreas de cultivo de grãos e para a criação de gado, bem como para a renovação de pastagens, tem sido apontada como a principal causa do aumento do número de queimadas na região. Figura 1: Incêndio na região da Serra do Amolar, Pantanal Antes de começarmos a leitura, é importante lembrar que a poluição ambiental representa uma ameaça direta à saúde humana, provocando danos diversos aos demais seres vivos e ao ambiente. Fonte: Reinaldo Nogales, Ecoa, 2021. 13 No segundo semestre de 2024, cerca de 60% do território brasileiro (~5 milhões Km2) passou a ser coberto por uma camada de fumaça, oriunda de queimadas de diferentes regiões, como Amazônia, Sudeste e Pantanal. Tal onda de incêndios representou números recordes nos últimos 26 anos em toda a América do Sul. Essa situação colocou capitais como São Paulo, Rio Branco e Porto Velho como detentoras da pior qualidade do ar em todo o Brasil. Não obstante, São Paulo chegou a ter a maior concentração de poluentes do ar em todo o mundo. Fonte: https://midiamax.uol.com.br/cotidiano/2024/com-12-mil-focos-de-incendios-moradores-de-c orumba-convivem-ha-13-dias-com-fumaca-intensa/. Acesso em: 20 ago. 2025. Figura 2: Fumaça no município de Corumbá – MS https://midiamax.uol.com.br/cotidiano/2024/com-12-mil-focos-de-incendios-moradores-de-corumba-convivem-ha-13-dias-com-fumaca-intensa/ https://midiamax.uol.com.br/cotidiano/2024/com-12-mil-focos-de-incendios-moradores-de-corumba-convivem-ha-13-dias-com-fumaca-intensa/ 14 Na Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, foi dito que: O homem deve fazer constante avaliação de sua experiência e continuar descobrindo, inventando, criando e progredindo. Hoje em dia, a capacidade do homem de transformar tudo o que o cerca, utilizada com discernimento, pode levar a todos os povos os benefícios do desenvolvimento e oferecer-lhes a oportunidade de enobrecer sua existência. Aplicada errônea e imprudentemente, a mesma capacidade pode causar danos incalculáveis ao ser humano e ao meio ambiente ao nosso redor, vemos multiplicar-se as provas do dano causado pelo homem em muitas regiões da Terra: níveis perigosos de poluição da água, do ar, da terra e dos seres vivos; grandes transtornos de equilíbrio ecológico da biosfera; destruição e esgotamento de recursos insubstituíveis e graves deficiências, nocivas para a saúde física, mental e social do homem, no meio ambiente por ele criado, especialmente naquele em que vive e trabalha (ONU, 1972, p. 1). A Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em 1972 em Estocolmo, na Suécia, foi um marco histórico na abordagem do desenvolvimento sustentável, ao tratar da necessidade de preservação e melhoria do ambiente humano. A declaração tornou-se um manifesto ambiental, permanecendo válida mesmo passados 50 anos, ainda inspirando e guiando a defesa do meio ambiente na atualidade. 15 Várias formas de poluição são encontradas no ar que respiramos, na água que bebemos e na terra em que vivemos. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente elenca seis principais tipos de poluição: Tipos de Poluição No dia a dia no território, diante de qualquer cenário de poluição, o Agente de Combate às Endemias (ACE) deve buscar identificar qual é o agente poluidor, quais os danos decorrentes ou que vão decorrer daquele fato e quais as ações que necessitam ser implementadas para redução dos impactos e resolução do caso. Ao identificar cenários de poluição, a atuação do ACE é fundamental para a Vigilância Sanitária, a Vigilância Ambiental e até mesmo para outros setores como a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, entre outros, para implementação de ações coordenadas e eficazes. Poluição por área afetada: 1. poluição atmosférica; 2. poluição da água doce; 3. poluição marinha e costeira; 4. poluição do solo. Poluição transversal: 5. poluição química; 6. poluição por resíduos. 16 A poluição atmosférica, popularmente conhecida como poluição do ar, ocorre quando as concentrações de substâncias que alteram as características naturais da atmosfera atingem níveis que afetam, ou podem afetar, a saúde das pessoas, o meio ambiente e os demais seres vivos. Entre os principais poluentes atmosféricos prejudiciais à saúde estão as partículas inaláveis ou material particulado (MP), o ozônio (O3), o dióxido de nitrogênio (NO2) e o dióxido de enxofre (SO2) (OPAS, 2021). Poluição atmosférica De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição de curto e longo prazo a poluentes do ar, como material particulado e gases tóxicos, intensifica o risco e desenvolvimento de condições como infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVC), bronquite crônica e asma, especialmente em populações mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com comorbidades (OPAS, 2021). A poluição atmosférica é um dos principais riscos ambientais à saúde global, sendo responsável especialmente pelo aumento da morbimortalidade hospitalar por doenças cardiorrespiratórias. 17 Figura 3: Estatísticas acerca dos agravos à saúde e óbitos relacionados com a poluição atmosférica Fonte: OPAS, 2019. O Brasil enfrenta um cenário preocupante em relação à qualidade do ar, caracterizado por emissões atmosféricas, provenientes de diversas fontes, como queimadas florestais, indústrias e veículos, as quais aumentam os riscos à saúde da população brasileira. Entre os principais poluentes atmosféricos prejudiciais à saúde estão as partículas inaláveis ou material particulado (MP), o ozônio (O3), o dióxido de nitrogênio (NO2) e o dióxido de enxofre (SO2) (OPAS, 2021). As partículas suspensas no ar com diâmetro igual ou inferior a 10 μm (PM10) possuem o potencial de entrar no organismo, afetando os pulmões. Especialmente as partículas com diâmetro de 2,5 μm (PM2,5), que são capazes de entrar na corrente sanguínea, afetando o sistema cardiovascular e cerebral. 18 O monitoramento da qualidade do ar é realizado continuamente por alguns estados e municípios, que divulgam os dados na plataforma “Monitorar” do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). A plataforma divulga o Índice de Qualidade do Ar (IQAr), que é de fácil interpretação, muitas vezes codificado por cores, alertando sobre níveis perigosos de poluição atmosférica. Você pode acessar essa plataforma clicando aqui ou apontando a câmera do seu celular para o QR Code. As consequências da poluição do ar para a saúde humana são diversas, indo desde irritação nos olhos, nariz ou garganta a problemas respiratórios, doenças cardiovasculares, efeitos sobre o sistema reprodutivo e câncer de pulmão em casos de exposição prolongada a determinados poluentes. Estima-se que a carga das doenças atribuíveis à poluição do ar já seja comparável à de outros importantes riscos globais à saúde, como alimentação não saudável e tabagismo. https://monitorar.mma.gov.br/onboarding https://www.youtube.com/watch?v=Wb3fEq_J1O0 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/lei/l14572.htm https://monitorar.mma.gov.br/onboardingDe acordo com a OMS, 99% da população mundial está exposta a níveis de poluição que excedem os níveis recomendados por eles (WHO, 2016). Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE para saber mais. 19 Entre as atividades desenvolvidas pelo homem, os processos industriais e de geração de energia, os veículos automotores e as queimadas são as maiores causas da introdução de substâncias poluentes na atmosfera. Muito além de prejuízos pontuais, a poluição atmosférica vem provocando, entre outros fenômenos, o chamado efeito estufa, o qual, por sua vez, ocasiona o aquecimento global, provocando consequências catastróficas em um futuro não tão distante, colocando em risco o equilíbrio do planeta. O “Painel VIGIAR: Poluição Atmosférica e Saúde Humana” elaborado pelo Ministério da Saúde expõe que cerca de 320 mil mortes entre 2019 e 2021 foram ocasionadas pela poluição atmosférica. Leia o conteúdo completo clicando aqui ou apontando a câmera do seu celular para o QR Code. https://www.who.int/health-topics/air-pollution#tab=tab_1 https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/saude-ambiental/vigiar https://www.who.int/health-topics/air-pollution#tab=tab_1 https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/saude-ambiental/vigiar 20 Figura 4: Como funciona o efeito estufa? Fonte: Caderno temático do Programa Saúde na Escola, 2022. Nos últimos 60 anos, os cientistas têm apontado o aumento gradual da temperatura da Terra, afirmando que a emissão de gases de efeito estufa foi responsável por mais da metade da elevação da temperatura do planeta no período. Em 2024, foi lançada a Política Nacional de Qualidade do Ar (Lei n.° 14.850, de 2 de maio de 2024). Um marco inédito que dispõe sobre as diretrizes relativas à gestão da qualidade do ar no território brasileiro. 21 Tendo por base as recomendações da Organização Mundial da Saúde, está em vigor no Brasil a Resolução n.º 506, de 5 de julho de 2019, que dispõe sobre padrões de qualidade do ar no país e estabelece prazo para o atendimento dos padrões intermediários. Para ler essa normativa na íntegra basta clicar aqui ou apontar a câmera do seu celular para o QR Code. Você pode consultar o painel do Ministério da Saúde com os dados mais atualizados sobre Poluição Atmosférica e Saúde Humana clicando aqui ou apontando a câmera do seu celular para o QR Code. Em 2024, foi lançada a Política Nacional de Qualidade do Ar (Lei n° 14.850, de 2 de maio de 2024). Um marco inédito que dispõe sobre as diretrizes relativas à gestão da qualidade do ar no território brasileiro. https://conama.mma.gov.br/index.php?option=com_sisconama&view=atonormativo&id=756 https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNmRhODQwNzItNThlOS00ZmQ4LWJjZmItZDYxOTNhOTRmYmFhIiwidCI6IjlhNTU0YWQzLWI1MmItNDg2Mi1hMzZmLTg0ZDg5MWU1YzcwNSJ9 https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNmRhODQwNzItNThlOS00ZmQ4LWJjZmItZDYxOTNhOTRmYmFhIiwidCI6IjlhNTU0YWQzLWI1MmItNDg2Mi1hMzZmLTg0ZDg5MWU1YzcwNSJ9 https://conama.mma.gov.br/index.php?option=com_sisconama&view=atonormativo&id=756 22 De toda água existente no mundo, estima-se que 97,5% situa-se nos mares e oceanos, e por ser salgada não pode ser prontamente consumida por humanos, como também não pode ser utilizada na irrigação das culturas agrícolas. Grande parte dos 2,5% de água doce do planeta é de difícil acesso, sendo que 69% desta água se concentra na forma de geleiras, e 30% são águas subterrâneas. Desse modo, apenas 1% da água doce encontra-se disponível nos rios e lagos (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2024). De acordo com os dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 80% do esgoto é lançado no meio ambiente sem tratamento. Juntamente com o esgoto, diversos poluentes são despejados diariamente nos lagos, rios, mares e oceanos, como fertilizantes, pesticidas, metais pesados, substâncias químicas provenientes das atividades industriais, entre tantos outros (UNEP, 2017). A água doce é imprescindível para a vida humana, para a sobrevivência dos demais seres vivos e para manutenção do equilíbrio do meio ambiente. Especificamente em relação à poluição marinha e costeira, apesar da imensidão dos mares e oceanos, é cada vez mais perceptível que esta vasta extensão de água vem sendo utilizada em larga escala como depósito de lixo e esgoto. Devido aos crescentes níveis de poluição da água doce e marinha, o mundo vem enfrentando concomitantemente ameaças à segurança alimentar, à pesca, e, por conseguinte, à subsistência humana. Poluição hídrica 23 No Brasil, dados do Panorama de Resíduos Sólidos de 2023 apontam que no ano de 2022 cerca de 7% de todos os resíduos sólidos urbanos produzidos no país não foram coletados de forma adequada. Esse percentual é equivalente a mais de 5 milhões de toneladas e evidencia que tais resíduos tiveram uma destinação incorreta, gerando potenciais riscos para o meio ambiente e também para a saúde pública. Fonte: https://ddireciclagem.wordpress.com/2011/05/13/a-importancia-do-rio-tiete-e-sua-historia/. Acesso em: 20 ago. 2025. Além disso, no que tange à destinação correta desses resíduos, as regiões Norte e Nordeste do país possuem o menor desempenho, enviando apenas 37% de seus resíduos coletados para um destino final ambientalmente correto (ABREMA, 2023). Figura 5: Rio poluído (A importância do Rio Tietê e sua história) https://ddireciclagem.wordpress.com/2011/05/13/a-importancia-do-rio-tiete-e-sua-historia/ 24 A Figura 5 ilustra uma paisagem emblemática da região metropolitana de São Paulo, destacando o despejo de esgoto no Rio Tietê, um dos rios mais importantes do estado. Apesar de sua relevância histórica, cultural e econômica, o Rio Tietê é amplamente reconhecido pelos alarmantes níveis de poluição, que retratam a complexidade dos desafios ambientais e urbanos enfrentados na região. A poluição do Rio Tietê compromete não apenas a biodiversidade e a qualidade de vida em suas proximidades, mas também traz importantes agravos à saúde pública em proporções significativas. Isso se dá em virtude da deterioração da qualidade da água, agravada pela poluição, ter implicações diretas na saúde. Entre os problemas mais preocupantes estão as doenças diarreicas, as quais representam uma das principais causas de mortalidade infantil no Brasil. Tais doenças possuem relação direta com o consumo de água contaminada e a precariedade do saneamento básico. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 15 mil pessoas morrem anualmente e outras 350 mil são hospitalizadas no país devido a condições sanitárias inadequadas. 25 Em 2018, o Brasil registrou 3.700 mortes por doenças diarreicas agudas (BRASIL, 2022). Apesar dos problemas de abastecimento de água potável em diversas localidades em nosso país, é necessário deixar claro que o trabalho educativo realizado pelo Agente de Combate às Endemias (ACE), orientando a população sobre os cuidados que devemos ter antes do consumo da água e sobre os cuidados com o seu armazenamento, é imprescindível para prevenção das doenças e agravos de transmissão hídrica, incluindo as doenças diarreicas, hepatite A, giardíase, amebíase, febre tifoide, cólera, leptospirose, entre outras. Acompanhe uma ação desenvolvida por uma ACE, a agente Sofia, em Manaus. A agente Sofia trabalha na cidade de Manaus, e sabe que no seu território, apesar da grande maioria das residências disporem de abastecimento de água potável através da concessionária de águas do município, muitas vezes os moradores utilizam in natura a água do Rio Negro para consumo, sem qualquer tipo de tratamento intradomiciliar, como fervura e filtração. Muito envolvida em ações de proteção à saúde da comunidade, Sofia resolveu realizar uma ação educativa para conscientizar as pessoas sobre os cuidados necessários com a água antes desta ser consumida. Desse modo, como ponto departida para iniciar as suas orientações com cada família, elaborou uma pequena cartilha para distribuir casa a casa. 26 No quadro a seguir você encontrará as informações que constam na cartilha que Sofia distribuiu. FIQUE ATENTO! Principais cuidados para o consumo da água: Toda água que não passou por tratamento deve ser filtrada e tratada com solução de hipoclorito de sódio a 2,5% (2 gotas da solução de hipoclorito para cada 1 litro de água e aguardar 30 minutos), ou filtrada e fervida (por 5 minutos após o início da fervura) antes de ser consumida. O recomendado é que a água tratada com hipoclorito seja consumida no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte. A solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, que é distribuída pela Secretaria Municipal de Saúde, somente deve ser usada para fins de tratamento da água para consumo humano. Os filtros de água para consumo e os utensílios utilizados para armazenamento de água (baldes, potes, barris) devem passar por limpezas e manutenções periódicas. Devem ser materiais novos, utilizados apenas para esse fim (não podem ter sido utilizados previamente para armazenamento de produtos químicos). A água utilizada na preparação dos alimentos deve seguir os mesmos padrões de tratamento da água utilizada para beber. Quadro 1: Resumo dos principais cuidados a serem adotados quanto ao consumo de água 27 A caixa d’água deve ser limpa a cada seis meses, ou quando houver contaminação da água que chega ao domicílio, quando houver entrada de sujeira, objetos, animais ou pessoas no reservatório, ou quando houver mudança nos aspectos da água, como cor, odor, ou sabor. Após a lavagem, encher a caixa d’água adicionando 1 litro de água sanitária (2% a 2,5%) para cada 1.000 litros de água e deixar escoar um pouco da água para que as tubulações sejam preenchidas. Aguardar por 2 horas para desinfecção do reservatório e da tubulação. Logo depois, esvaziar totalmente a caixa d’água. Lembre-se de fechá-la bem, o que diminui o risco de contaminação, além de evitar a proliferação de vetores de doenças. A cisterna deve ser limpa uma vez ao ano, bem como a calha e os canos, antes do período de chuvas começar. A limpeza também deve ser feita nos casos de suspeita ou confirmação de que a água da cisterna esteja imprópria para o consumo humano, quando houver sujeira ou entrada de animais, pessoas, objetos, ou mesmo reparos na cisterna. Não colete as primeiras chuvas em cisternas. Se a chuva for forte espere 2 horas para começar a coleta, e se a chuva for fina, espere 2 dias. Após a lavagem, preparar, em um balde limpo, a solução desinfetante: 2 litros de água sanitária (2% a 2,5%) para cada 10 litros de água limpa. Com um pano limpo, espalhar a mistura da solução desinfetante no fundo e nas paredes internas da cisterna. Esperar meia hora para que a desinfecção faça efeito. A água sanitária utilizada para desinfecção da caixa d’água, dos reservatórios e das cisternas deve conter apenas hipoclorito de sódio (NaClO) e água (H2O), e deve ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não utilize produtos que contêm fragrâncias e/ou corantes. Na observação de alguma alteração na água que é fornecida (como odor e/ou coloração diferente da habitual), é necessário entrar em contato com a empresa responsável pela distribuição da água e/ou com a Secretaria de Saúde local. 28 Para dar apoio aos profissionais de Saúde na orientação das famílias quanto aos cuidados com a água para consumo humano, em 2018 o Ministério da Saúde lançou a cartilha para promoção e proteção da saúde – qualidade da água para consumo humano. Clique aqui para ler o documento na íntegra ou aponte a câmera do seu celular para o QR Code. Acompanhe o passo a passo da limpeza e desinfecção de caixa d’água e reservatórios de água pós-enchente explicado em uma cartilha do Ministério da Saúde. Clique aqui ou aponte a câmera do seu celular para o QR Code. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/qualidade_agua_consumo_humano_cartilha_promocao.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/enchentes/folder-limpeza-de-caixa-dagua.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/enchentes/folder-limpeza-de-caixa-dagua.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/qualidade_agua_consumo_humano_cartilha_promocao.pdf 29 Fonte: https://autossustentavel.com/2015/11/o-setimo-continente.html. Acesso em: 20 ago. 2025. Reconhece o cartão-postal da Figura 6? A Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, virou um imenso depósito de lixo. As diversas ecobarreiras no Rio de Janeiro não suportam a quantidade diária de plásticos acumulados, e todo o excesso corre direto para o mar. Figura 6: Baía poluída (O sétimo continente). A poluição já é responsável por pelo menos 500 zonas mortas em áreas costeiras em todo o mundo. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 3,5 bilhões de pessoas dependem dos oceanos para obter seus alimentos, estando dessa maneira sua subsistência sob forte ameaça. https://autossustentavel.com/2015/11/o-setimo-continente.html 30 O solo é uma coleção de corpos naturais, constituído por partes sólidas, líquidas e gasosas; é tridimensional, dinâmico, formado por materiais minerais e orgânicos, abriga uma vasta biodiversidade e, diferente do que pensamos, não é inerte e tampouco sustenta apenas as relações humanas. No estrato superficial do solo, adjuntas à vegetação, habitam inúmeras espécies de macro e microrganismos essenciais para manutenção do equilíbrio biológico no planeta, como bactérias, fungos, nematoides, artrópodes, anelídeos, moluscos, entre outros. Poluição do solo A poluição do solo pode ocorrer de diversas formas, cada uma com impactos distintos ao ambiente e à saúde (humana e animal), como pelo uso inadequado de produtos químicos e tóxicos utilizados nas práticas agropecuárias, bem como pelo mau gerenciamento dos resíduos provenientes das atividades domésticas, industriais, nucleares e extrativas. Dependendo da magnitude, os impactos da poluição no solo podem causar alterações irreversíveis e, além de muitas vezes tornarem o solo infértil, podem contaminar a flora local, comprometendo toda a cadeia alimentar envolvida no consumo dessa vegetação. 31 As principais medidas para reduzir este tipo de poluição incluem: diminuir o desmatamento e promover o reflorestamento; promover práticas agrícolas sustentáveis; recuperar solos contaminados; reduzir o uso de agrotóxicos e fertilizantes; dar destinação adequada aos resíduos poluentes. VOCÊ SABIA? Os poluentes mais danosos ao solo são os metais pesados, os agrotóxicos e outros poluentes orgânicos persistentes e as substâncias provenientes da indústria farmacêutica, como os antibióticos e demais produtos usados na criação de animais para o abate. Além de desenvolver habitualmente atividades para o consumo adequado da água, Sofia sabe que parte da população de seu território obtém sua renda através da exploração de terras circunvizinhas, principalmente cultivando hortaliças. De modo simples, quais seriam as orientações que Sofia poderia desenvolver na sua área para conscientizar os moradores sobre os cuidados que devemos ter para preservar o solo? Confira a seguir! 32 1. Conservação da vegetação nativa A vegetação natural de um ambiente possui características físicas, químicas e biológicas que conservam o solo e o mantém saudável. 2. Reflorestamento Além de restaurar e devolver a vegetação nativa local, a presença de área reflorestada forma barreiras que ajudam a prevenir os processos de erosão e deslizamentos de solos. 3. Rotação de cultura Na rotação de cultura a área é dividida em partes, de maneira que uma delas sempre ficará descansando e outras partes recebem o plantio de culturas diferentes; isso evita o uso excessivo da terra e, consequentemente, oesgotamento e a infertilidade do solo. 4. Atenção com os resíduos sólidos Redução, reuso e reciclagem máxima dos resíduos sólidos produzidos, dando o destino adequado para o que for descartado. 5. Atenção com os agrotóxicos Abolir ou reduzir a utilização de agrotóxicos para níveis mínimos, consolidando a prática da devolução das embalagens. 33 Embora os produtos químicos tragam benefícios para a sociedade humana, eles também podem ter impactos prejudiciais significativos. Os impactos de produtos químicos em pessoas e outros organismos vivos variam de mutagênese celular a danos neurológicos, danos à reprodução e desenvolvimento, efeitos metabólicos, imunotoxicidade, inflamação pulmonar e surgimento de bactérias resistentes a antibióticos. Poluição química Os efeitos à saúde variam de intoxicações agudas (imediatas) a efeitos crônicos (a longo prazo), como: câncer, alterações endócrinas, malformação e transtornos mentais, comportamentais e neurológicos. Com tantos novos produtos químicos e materiais sendo continuamente projetados e lançados no mercado, é importante gerenciar adequadamente os produtos químicos durante todo o seu ciclo de vida - desde a extração, a produção, a formulação e o uso até o descarte final. A completa extensão dos impactos de cada produto químico muitas vezes é difícil de ser especificada, entretanto, a exposição a longo prazo a certas categorias de substâncias, como a exposição aos desreguladores endócrinos e a exposição aos pesticidas neurotóxicos, é sabidamente prejudicial à saúde humana e ambiental. A exposição humana a contaminantes químicos pode ocorrer por meio da ingestão, da inalação e do contato com a pele, mucosas, ou por via intravenosa, ou durante a gestação, pela placenta, para o feto. 34 No dia 5 de novembro de 2015, em Minas Gerais, a Barragem de Fundão rompeu-se às 15h, provocando um tsunami de lama. A barragem possuía 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração de ferro (resíduo classificado como não perigoso e não inerte para ferro e manganês, conforme a Norma Brasileira de Resíduos Sólidos), de forma que 32 milhões de metros cúbicos foram derramados no meio ambiente, percorrendo mais de 600 km em direção ao litoral do estado do Espírito Santo, amplificando extraordinariamente a área afetada. Apesar da mineradora Samarco garantir que a lama da barragem era composta de rejeitos de minério de ferro e manganês, misturados basicamente com água e areia, afirmando que o material era inerte e que não causaria danos ao ambiente ou à saúde, no levantamento ambiental da Marinha do Brasil ficou constatada a presença de metais pesados na foz do Rio Doce (arsênio, manganês, chumbo e selênio), com prejuízos incalculáveis ao meio ambiente. Quer saber mais sobre o desastre ambiental em Mariana? Leia a reportagem na íntegra clicando aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR Code. https://www.ecodebate.com.br/2018/09/14/desastre-de-mariana-cientistas-analisam-os-impactos-ambientais-entre-os-quais-os-resultantes-da-devastacao-de-ecossistemas/ https://www.ecodebate.com.br/2018/09/14/desastre-de-mariana-cientistas-analisam-os-impactos-ambientais-entre-os-quais-os-resultantes-da-devastacao-de-ecossistemas/ 35 Em situações detectadas como de risco à saúde decorrente de contaminações ambientais por substâncias químicas, faz-se necessário avaliar suas relações com a vigilância epidemiológica quanto à incidência e prevalência das doenças, e quanto ao impacto das modificações que podem surgir no meio ambiente. Atualmente são cinco as substâncias prioritárias para a atuação da Vigilância em Saúde Ambiental: benzeno, mercúrio, chumbo, amianto e agrotóxicos. O benzeno tem origem na cadeia de extração/refino do petróleo, nas atividades das indústrias siderúrgicas, na queima de combustíveis fósseis e florestas, nas emissões de gases das indústrias, na evaporação de gasolina, na fumaça de cigarro, entre outras fontes. O benzeno tem alto efeito tóxico nas plantas terrestres, podendo causar também efeitos agudos e de longo prazo no ser humano, como câncer e anemia aplástica. O mercúrio e o chumbo, assim como outros metais pesados, são altamente nocivos ao organismo humano. O chumbo, por exemplo, tem sua absorção por ingestão e inalação, podendo acumular-se no sangue e tecido ósseo. Uma vez no organismo, o chumbo pode causar uma série de distúrbios, como problemas cerebrais, cardiovasculares, renais e hipertensão (OMS, 2021). O mercúrio, por sua vez, pode ser encontrado em diferentes formas, sendo a mais comum o mercúrio metálico, que pode ser inalado como vapor, e o metilmercúrio, que é acumulado em organismos aquáticos e posteriormente consumido pela alimentação, principalmente por meio de peixes contaminados. 36 Já o mercúrio inorgânico, formado pela combinação do mercúrio com outros elementos, pode também causar sintomas gástricos e renais graves e até morte, e sua exposição prolongada pode gerar efeitos semelhantes aos do mercúrio metálico. Nos ambientes aquáticos, ele pode se transformar em metilmercúrio, que é altamente tóxico (BRASIL, 2021). O mercúrio metálico, quando inalado, é facilmente absorvido pelos pulmões e pode atravessar a barreira hematoencefálica e a placenta, acumulando-se nos rins. Seus efeitos incluem danos ao sistema nervoso, gastrointestinal, respiratório, ocular e renal, além de poder causar morte. As exposições prolongadas podem levar a distúrbios psíquicos, neuropatias e lesões na pele. A absorção dérmica (através da pele) é lenta, mas pode causar dermatite, e a ingestão tem efeitos gastrointestinais limitados. O mercúrio também tem potencial teratogênico e mutagênico. O amianto é na verdade um grupo de fibras minerais compostas por silicatos de magnésio, ferro, sódio ou cálcio, largamente utilizado para fabricação de telhas, caixas d'água, pastilhas e lonas para freios de automóveis. Todas as formas de amianto são cancerígenas, e atualmente a sua produção é proibida em mais de 60 países (BRASIL, 2022). De acordo com a literatura, globalmente a exposição ao amianto provoca 100 mil mortes por ano (UNEP, 2017). 37 Quanto aos agrotóxicos, seu uso crescente está diretamente relacionado à pressão para produzir alimentos em escalas cada vez maiores. Seu uso contínuo, indiscriminado ou inadequado é considerado um relevante problema ambiental e de saúde pública, de maneira que a intoxicação por agrotóxicos pode causar desde problemas leves como náuseas e vômitos a problemas graves que podem levar à morte. Vale sempre ressaltar a necessidade de fomentar a produção de alimentos orgânicos, isentos de contaminação por substâncias químicas. Em caso de intoxicação por substâncias químicas, busque auxílio dos profissionais de saúde através da telemedicina ligando para o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) de sua região. Para obter informações sobre os CIATox você pode clicar aqui ou apontar a câmera do seu celular para escanear o QR Code. https://abracit.org.br/centros/ https://abracit.org.br/centros/ 38 Nós, ACEs, podemos orientar os moradores sobre a importância de cada pessoa fazer a sua parte, reforçando que pequenas atitudes no dia a dia podem contribuir significativamente para a prevenção e o controle das endemias. Claro que você deve ter notado que tratar do tema “Poluição Química” pode ser por vezes complexo! Como ACE, de que forma você abordaria esse tema durante uma visita? 39 Nossos resíduos sólidos domésticos podem conter muitas substâncias químicas que podem ser muito prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, e assim alguns produtos tóxicos necessitam de descarte adequado, não podendo ir para o descarte comum, como: 1. Pilhas e baterias As pilhas e baterias possuem metais pesadosem sua composição e, quando entram em contato direto com o solo, podem contaminar a terra e os lençois freáticos. 2. Óleo de cozinha/Óleo de motor Quando despejados na torneira ou vaso sanitário, por exemplo, eles acabam por contaminar a água e o solo. 3. Lâmpadas fluorescentes Assim como as pilhas e baterias, elas possuem mercúrio e metais poluentes em sua composição. 4. Celulares, computadores e lixos eletrônicos Celulares, computadores e até mesmo aparelhos de televisão fazem parte da categoria “resíduo sólido eletrônico”, e também possuem uma grande quantidade de metais pesados em sua estrutura, que são poluentes para o ambiente. 5. Termômetros Alguns tipos de termômetro possuem mercúrio na composição, de modo que podem contaminar as águas, intoxicar os peixes, animais e o meio ambiente de forma geral. 6. Medicamentos e outros derivados da indústria farmacêutica Os medicamentos fazem parte da categoria resíduos sólidos de saúde e possuem, muitas vezes, substâncias químicas poluentes que podem contaminar a água e o solo. 40 Embora possamos categorizar o termo “poluição por resíduos” de diferentes formas, como os resíduos urbanos, resíduos oriundos da construção civil, resíduos industriais, entre tantos outros, devido à magnitude do problema, o termo se refere sobretudo aos resíduos sólidos oriundos das atividades domésticas urbanas e dos serviços de limpeza urbana. O lixo é um problema global e, se não for tratado adequadamente, representa uma grave ameaça à saúde pública e ao meio ambiente. A cada ano que passa, o ser humano vem gerando exponencialmente mais e mais resíduos por pessoa, um problema complexo, que envolve diretamente a voracidade com que a sociedade produz e consome bens e serviços. Poluição por resíduos Existe uma grande mancha de resíduos sólidos no oceano Pacífico, também conhecida como o 7º continente, formada por diversas ilhas que se conectam por uma “sopa” de microplástico. A ideia de “mancha de lixo no oceano” evoca imagens de uma ilha de resíduos sólidos flutuantes, entretanto, na verdade essas manchas são quase inteiramente feitas de pequenos pedaços de plástico, chamados microplásticos. Os resíduos plásticos não são biodegradáveis, e portanto não se decompõem integralmente no oceano; simplesmente o sol suscita a decomposição dos produtos derivados do plástico em pedaços cada vez menores, um processo conhecido como fotodegradação. VOCÊ SABIA? 41 Figura 7: Ilha de lixo (O sétimo continente) Fonte: https://autossustentavel.com/2015/11/o-setimo-continente.html. Acesso em: 20 ago. 2025. Também conhecida como “O sétimo continente”, a “Grande Mancha de Lixo do Pacífico” não é a única grande ilha de resíduos sólidos marinhos. Os oceanos Atlântico e Índico também possuem ilhas de resíduos sólidos descartados inadequadamente, e até mesmo extensões de água menores já possuem essas ilhas. Até 12,7 milhões de toneladas de resíduos plásticos chegam ao oceano todos os anos, o equivalente aproximado a um caminhão de lixo cheio a cada minuto. Nesse ritmo, estima-se que o peso do plástico superará os peixes no oceano até 2050. Atualmente, três bilhões de pessoas não têm acesso a instalações adequadas para o descarte correto dos resíduos sólidos domésticos, e os cinquenta maiores lixões do mundo colocam em risco 64 milhões de pessoas. https://autossustentavel.com/2015/11/o-setimo-continente.html 42 A gestão de resíduos é uma questão transversal que afeta muitos aspectos da sociedade e da economia, e que tem fortes ligações com uma série de outros desafios globais, como saúde, mudança climática, redução da pobreza, segurança alimentar e de recursos, produção e consumo sustentáveis. Quer saber mais? O tema “poluição por resíduos” é abordado com detalhamento mais adiante, na seção: Política Nacional de Resíduos Sólidos e seus desdobramentos. Com a aplicação de tecnologias modernas, utilizando as melhores técnicas disponíveis e as melhores práticas ambientais, é possível viabilizar o conceito da circularidade, modificando o modelo de negócio das empresas, desenvolvendo produtos e embalagens sustentáveis e adotando mecanismos que permitam o retorno dos materiais ao ciclo produtivo, mantendo-os em uso pelo maior tempo possível. 43 Figura 8: Impactos da poluição na saúde humana e nos ecossistemas Fonte: https://www.neoenergia.com/w/combate-a-poluicao-praticas-para-minimizar- os-impactos-ao-meio-ambiente. Acesso em: 20 ago. 2025. Tendo em vista o trabalho realizado pelo Agente de Combate às Endemias (ACE) no território, e considerando que a poluição sonora e as vibrações podem causar sérios danos à saúde das pessoas, cabe acrescentarmos neste capítulo algumas informações importantes sobre o assunto. Levando em consideração os dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, vamos resumir os impactos da poluição na saúde humana e nos ecossistemas? https://www.neoenergia.com/w/combate-a-poluicao-praticas-para-minimizar-os-impactos-ao-meio-ambiente https://www.neoenergia.com/w/combate-a-poluicao-praticas-para-minimizar-os-impactos-ao-meio-ambiente 44 Por afetar diretamente a qualidade de vida, o ruído e as vibrações urbanas e ocupacionais tornaram-se grande preocupação nos últimos anos. A poluição sonora refere-se ao excesso de ruídos em um ambiente, e as vibrações são movimentos oscilatórios que podem acontecer em qualquer corpo dotado de massa e elasticidade, ou seja, tanto máquinas e equipamentos quanto pessoas podem sofrer vibrações. Obras, buzinas, barulho dos automóveis e carros de publicidade podem ser responsáveis por desencadear poluição sonora, fato que ocorre comumente nos grandes centros urbanos. Poluição sonora e vibrações Sem o uso de proteção auditiva, o conforto acústico nos ambientes de trabalho é obtido ao se manter o ruído em um valor limite de até 85 decibéis (dB), com exposição a 8 horas de trabalho. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído superiores a 115 dB, sem proteção adequada, oferecem risco grave e iminente (MTE, 1978, p. 1 apud CATTO, 2021, p. 4). O excesso de ruídos e vibrações pode desencadear problemas como estresse, dificuldade para dormir, problemas de concentração, cansaço, dores de cabeça e até mesmo problemas auditivos. Além da poluição sonora difusa, que está presente no meio ambiente urbano, principalmente nas grandes cidades, estamos diariamente expostos aos maus hábitos domésticos, como assistir televisão em alto volume, e por muitas vezes também sofremos exposições ao ruído nos ambientes de trabalho, sendo este um dos mais prevalentes fatores de risco ocupacional. 45 Durante uma visita de rotina, Júlio conversava com o Sr. Floriano, o qual trabalha na linha de produção de peças automotivas de uma grande indústria na cidade de Belo Horizonte e raramente se encontrava no seu domicílio devido à rotina árdua de trabalho. Naquele dia, o Sr. Floriano havia se afastado do trabalho por problemas de saúde – por irritação e estresse exacerbado. Ele disse até que estava pensando em sair do emprego, pois havia sido instalado um novo maquinário no seu setor, e ele não estava suportando barulho. O agente Júlio deve aprofundar seus questionamentos, e realizar orientações em âmbito individual para o Sr. Floriano e coletivo. De acordo com Catto (2021), no que diz respeito à saúde auditiva ocupacional, como ações preventivas e de controle aos agentes de risco deve-se adotar as medidas descritas no Quadro 2. Frente ao problema relatado pelo Sr. Floriano, considero importante verificar se ele faz uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), incluindo o protetor auditivo. 46 Quadro 2: Medidas de proteção que podem ser adotadas em caso de poluição sonora e vibraçõesMedidas de proteção coletiva (compreendem soluções técnicas e de engenharia) Instalação de barreiras acústicas (paredes e tetos); Enclausuramento das fontes de ruído; Projeto de ambientes que separem o trabalhador da fonte emissora; Uso de equipamentos de proteção coletiva (EPC). Medidas administrativas e de organização do trabalho Limitação do tempo de exposição do trabalhador ao ruído; Realização de campanhas de educação e conscientização sobre os riscos; Realização de exames audiométricos periódicos; Programação de revezamento de trabalhadores em local ruidoso. Fornecer EPIs adequados (aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho - SST) Protetor auditivo circum-auricular (abafador tipo concha); Protetor auditivo de inserção (tipo plug); Protetor auditivo semiauricular (tipo capa) para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho, NR-15. O Quadro 2 descreve o que deve ser orientado pelo Agente de Combate às Endemias durante as visitas a imóveis, sempre buscando conscientizar e instruir a população sobre os riscos das vibrações e da poluição sonora no ambiente doméstico, no ambiente urbano e nos ambientes de trabalho. Prevenir é cuidar! 47 Apesar de ser fundamental a criação de políticas públicas que garantam a proteção do meio ambiente, todos nós podemos fazer nossa parte para mitigar a poluição ambiental, reduzindo, por exemplo, o nosso consumo e garantindo o descarte adequado do lixo. É muito importante a conscientização a respeito dos problemas causados pela poluição. Quando enxergamos como a poluição nos afeta, fica mais fácil compreendermos a necessidade de medidas urgentes para frear esse problema. Você deve estar se perguntando… O que podemos fazer para reduzir a poluição ambiental? Que tal começarmos fazendo nossa parte em casa? E se tivéssemos um profissional que realizasse diariamente no território o trabalho de conscientizar a população sobre Saúde Ambiental? Mas é importante lembrarmos! Atitudes simples do dia a dia impactam drasticamente na redução da poluição, e assim é imprescindível que o Agente de Combate às Endemias propague cotidianamente o seu conhecimento, engajando pessoas, famílias e comunidade, tornando-os sujeitos capazes de transformar suas realidades, conscientes da necessidade de implementar as devidas medidas de saúde para preservação do planeta e de todos os seres vivos que moram nele. 02 MUDANÇAS CLIMÁTICAS 49 Nas últimas décadas, climatologistas de todo o mundo têm observado mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global, com elevação nas temperaturas oceânicas e atmosféricas, sendo a atividade humana a principal responsável. O uso de combustíveis fósseis intensificou o efeito estufa ao aumentar as emissões de gases que contribuem para o aquecimento da troposfera, tais como o metano (CH4), óxido de nitrogênio (NOx) e dióxido de carbono – CO2. As mudanças climáticas são caracterizadas por mudanças que ocorrem com o decorrer dos anos nos padrões da temperatura e clima do planeta, podendo ser de origem natural e principalmente decorrentes de ações humanas, como a queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) (TILIO NETO, 2010). As mudanças climáticas têm provocado uma série de problemas de saúde, afetando diretamente a qualidade de vida das populações. Eventos extremos, como inundações, secas e tempestades, contribuem para o aumento de transtornos mentais, incluindo ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, especialmente em pessoas que enfrentam perdas econômicas, deslocamento forçado ou dificuldades sociais. Além disso, essas condições podem agravar problemas psicossociais, como abuso de álcool, drogas e até aumento nas taxas de suicídio, afetando comunidades inteiras (BRASIL, 2024). Sem ações que visem minimizar essa realidade, o cenário futuro se torna preocupante (SOLOMON et al., 2016). 50 Em se tratando dos gases de efeito estufa, cabe salientar que estes têm o potencial de fazer a retenção do calor na atmosfera, o que intensifica o aquecimento global. O dióxido de carbono é o gás mais abundante na atmosfera com origem da queima de combustíveis fósseis e também do desmatamento, podendo permanecer por centenas de anos na atmosfera. FIQUE ATENTO! A qualidade do ar comprometida pela poluição e temperaturas extremas intensificam doenças respiratórias e cardiovasculares. As exposições prolongadas ao calor extremo geram impactos significativos na saúde, incluindo danos neurológicos, desidratação severa e problemas renais. Também são comuns os distúrbios gastrointestinais associados a eventos climáticos extremos, que afetam a capacidade de adaptação dos sistemas de saúde e colocam uma pressão crescente nos serviços médicos (BRASIL, 2024). É importante para o ACE compreender que grupos vulneráveis, como crianças, idosos, gestantes e pessoas com condições de saúde preexistentes, sofrem impactos desproporcionais, tanto físicos quanto mentais. Esses indivíduos enfrentam maior risco de complicações graves devido à incapacidade de se adaptar às mudanças climáticas. 51 O gás metano (oriundo da pecuária e da decomposição de resíduos orgânicos) e especialmente o óxido de nitrogênio (liberado através do uso de fertilizantes agrícolas, processos industriais e combustão de fósseis) possuem um impacto aproximadamente 25 e 298 vezes maior no efeito estufa em comparação com o dióxido de carbono. O Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF apontou recentemente que quase meio bilhão de menores de idade têm enfrentado pelo menos o dobro de dias quentes anualmente, em comparação aos de seus avós. A exposição prolongada a altas temperaturas intensifica o risco de desnutrição infantil, contribui para o surgimento de doenças não transmissíveis relacionadas ao calor e aumenta a vulnerabilidade das crianças a enfermidades infecciosas que se propagam em climas quentes, como a malária e a chikungunya. A taxa de mortalidade entre pessoas com mais de 65 anos devido ao calor teve um aumento de 167% em relação à década de 1990. Essa vulnerabilidade do público idoso com as mudanças climáticas envolve não apenas aspectos genéticos e fisiológicos, mas também está diretamente ligada às condições socioeconômicas e à qualidade da habitação. Também é importante destacar outros gases, como os hidrofluorcarbonos (HFCs), amplamente utilizados nos sistemas de refrigeração, os quais têm o potencial de aquecimento milhares de vezes maior em comparação ao dióxido de carbono (ABREU et al., 2024). VOCÊ SABIA? 52 Os gases de efeito estufa, uma vez que são atuantes nas mudanças climáticas, contribuem para o aumento de doenças infecciosas transmitidas por vetores, como malária e dengue, além de problemas relacionados à insegurança alimentar. As alterações nos padrões climáticos, como chuvas intensas ou secas prolongadas, promovem condições propícias para surtos de doenças. Um exemplo importante são as enchentes ocorridas em áreas vulneráveis, as quais podem contaminar fontes de água, levando ao surgimento de casos de cólera. Por sua vez, as temperaturas elevadas podem resultar na proliferação de mosquitos vetores da dengue e zika, por exemplo (KASEYA et al., 2024). Cabe salientar que o aquecimento global torna mais agravante fenômenos climáticos como o El Niño, que afeta ventos, temperaturas do mar e chuvas. O ENSO (El Niño/Oscilação Sul) tem impacto global e, intensificado pelo aquecimento, gera crises humanitárias e sanitárias. 53 Dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam a possibilidade de que o aquecimento global atinja 1,5 °C entre 2030 e 2052, caso continue a aumentar no ritmo atual. Emvirtude de tais alterações no clima, pesquisadores em todo o mundo têm trazido importantes alertas acerca da intensificação dos desastres climáticos, os quais envolvem furacões, chuvas, enchentes e secas mais severas. Uma recente revisão de escopo realizada pela OMS, em parceria com a Reaching the Last Mile, analisou mais de 42 mil estudos e revelou que existe atualmente uma falta de compreensão sobre os impactos das mudanças climáticas sobre as Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs), tais como a malária. Segundo a revisão, o aquecimento global e as mudanças nos padrões climáticos estão ampliando a distribuição de mosquitos vetores, aumentando o risco de disseminação de doenças para áreas vulneráveis e despreparadas. As mudanças climáticas também prejudicam a saúde pública, afetando a qualidade do ar, a água e os alimentos, aumentando os riscos à saúde, principalmente para os mais vulneráveis. Isso mesmo, Júlio! A elevação de eventos climáticos extremos, somada à migração e à redução da produção agrícola, poderá levar a desnutrição e instabilidade social para grande parte da população mundial (GHAZALI et al., 2018). 54 O Programa Nacional de Vigilância em Saúde dos Riscos Associados aos Desastres (Vigidesastres) define que os desastres são eventos que geram impactos negativos na vida humana, na saúde, no ambiente e na economia, podendo ocorrer por fenômenos naturais ou tecnológicos/industriais. A malária, por exemplo, pode migrar para altitudes mais elevadas e regiões próximas aos polos, enquanto os vetores da dengue e chikungunya podem expandir sua presença geográfica. Não obstante, apesar da gravidade do cenário, apenas 34% dos estudos revisados abordam estratégias de mitigação, e 5% tratam de adaptação, destacando a urgência de mais pesquisas para desenvolver intervenções eficazes (KLEPAC et al., 2024). Os desastres tecnológicos, por sua vez, são decorrentes de falhas industriais, manejo inadequado de materiais perigosos ou acidentes químicos, radiológicos, biológicos e nucleares, comumente relacionados com a ausência de regulamentação e infraestrutura seguras. Ambos demandam ações integradas e preventivas para mitigar seus impactos (BRASIL, 2022). Os desastres podem ser naturais e tecnológicos, sendo que os naturais incluem fenômenos geológicos (deslizamentos, terremotos), hidrológicos (enchentes), meteorológicos (ciclones), climatológicos (secas) e biológicos (epidemias), sendo ainda agravados pelas mudanças climáticas, pela urbanização descontrolada e pela redução da biodiversidade. 55 Segundo o Relatório Global de Redução de Riscos de Desastres da ONU (2024), o risco de desastres tem aumentado em virtude da maior intensidade dos eventos climáticos extremos em todo o mundo, tais como secas prolongadas, ciclones, incêndios florestais, ondas de calor, entre outros. Esses eventos têm se tornado mais graves à medida que a temperatura global se eleva. Com o despreparo de várias regiões para lidar com desastres, bem como com a rápida urbanização, aliada à destruição ambiental e às desigualdades sociais, as populações se tornam bastante suscetíveis aos desastres. Além disso, as ações antrópicas, em especial a queima de combustíveis fósseis, têm intensificado os fenômenos naturais, como os ciclos do El Niño, agravando os efeitos das mudanças climáticas. O impacto de um desastre é influenciado por três aspectos principais: o próprio perigo (seja um evento extremo de origem natural ou humana), a vulnerabilidade da população afetada e a capacidade ou as ações possíveis para mitigar ou enfrentar as consequências negativas. Esse cenário exige a aplicação urgente de estratégias de resiliência, conforme disposições da OMS, que possam reduzir a vulnerabilidade das populações e melhorar a adaptação às condições climáticas em constante mudança. Nos sistemas de saúde resilientes, por exemplo, é possível manter a operação durante episódios de crise ambiental, de modo a garantir o acesso aos cuidados fundamentais dos indivíduos, evitando a disseminação de enfermidades e acelerando a recuperação das comunidades impactadas. 56 Em vez de apenas reagir após um desastre, é fundamental a adoção de uma abordagem proativa, a fim de evitar o aumento dos riscos nas novas ocorrências. Sendo assim, quais ações podem ser adotadas? Para isso, as decisões cotidianas, como um adequado planejamento urbano, o manejo adequado dos recursos naturais e a redução da pobreza, necessitam incorporar a resiliência como um princípio central para a construção de um futuro mais seguro. Nesse ínterim, as soluções baseadas na preservação ambiental, como de áreas úmidas e florestas costeiras, são essenciais para reduzir os impactos dos desastres naturais, e ainda fortalecem os ecossistemas locais. Ademais, é crucial considerar o saber local e as vivências das comunidades impactadas na elaboração de políticas de mitigação de desastres. Isso envolve o uso de uma perspectiva sistêmica para entender as causas fundamentais dos desastres e assegurar que as medidas adotadas possam ser ajustadas a futuras alterações climáticas. 57 Frequentemente sobrecarregada ou mal planejada, a infraestrutura urbana precisa ser reconsiderada com foco na resiliência, aproveitando a chance de criar comunidades mais preparadas, sustentáveis e adaptáveis às ameaças de um clima em constante mudança. A construção de resiliência não apenas traz benefícios para as gerações presentes, mas também garante a segurança e o bem-estar das futuras gerações. No Brasil, mais recentemente em 2024, a série de temporais que acometeu 95% do estado do Rio Grande do Sul entrou para a história como um dos maiores desastres ambientais do Brasil ocorrido no século 21. Não obstante, segundo dados da Defesa Civil brasileira, através do Atlas de Desastres no Brasil, em 2023 mais de 80 mil brasileiros ficaram desabrigados devido a desastres naturais e mais de 23 milhões de indivíduos foram afetados no país por tais eventos. As chuvas intensas e estiagens prolongadas representam os principais desastres vivenciados no Brasil (Figura 9). Figura 9: Tipos de desastres mais comuns no Brasil em 2023 Fonte: https://atlasdigital.mdr.gov.br/paginas/graficos.xhtml#. Acesso em: 20 ago. 2025. https://atlasdigital.mdr.gov.br/paginas/graficos.xhtml 58 No ano de 2024, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) emitiu um total de 3.620 alertas de desastres, sendo o maior número observado desde o início do monitoramento, em 2011. O número de eventos registrados foi de 1.690, o terceiro maior da série histórica. Mais da metade (53%) dos alertas em 2024 se referiram a riscos geológicos, como deslizamentos de terra, enquanto os 47% restantes foram relacionados a riscos hidrológicos, incluindo enxurradas e transbordamentos de rios e córregos (Figura 10). Figura 10: Balanço de alertas de desastres recebidos pelo Cemaden em 2024 Fonte: https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202501/cemaden-registra-recorde-de-alertas-e-mai s-de-1-6-mil-ocorrencias-de-desastre-no-brasil-em-2024. Acesso em: 20 ago. 2025. https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202501/cemaden-registra-recorde-de-alertas-e-mais-de-1-6-mil-ocorrencias-de-desastre-no-brasil-em-2024 https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202501/cemaden-registra-recorde-de-alertas-e-mais-de-1-6-mil-ocorrencias-de-desastre-no-brasil-em-2024 59 No Brasil, o Plano Nacional de Adaptação à Mudança Climática (PNA) define táticas para diminuir a vulnerabilidades e fomentar a resiliência das comunidades, especialmente nas áreas mais impactadas por eventos climáticos severos. O plano direciona esforços em setores como infraestrutura, agricultura, saúde e administração de recursos hídricos, visando reduzir os prejuízos e reforçar a capacidade de reaçãodo país a tais acontecimentos. A implementação da política conta com o suporte de ferramentas como o Plano Nacional de Mudança Climática, o Fundo Nacional de Mudança Climática e a Comunicação do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, além de promover práticas e tecnologias de baixo carbono e padrões sustentáveis de produção e consumo (BRASIL, 2009). A Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), estabelecida no Brasil em 2009, ratifica o compromisso do país em diminuir as emissões de gases de efeito estufa. Seu objetivo é diminuir entre 36,1% e 38,9% das emissões previstas até 2020. Para atingir esses objetivos, a PNMC direciona a elaboração de planos setoriais de mitigação e adaptação, levando em conta áreas como energia, transporte, indústria e agricultura, conciliando a diminuição das emissões com o desenvolvimento sustentável, a eliminação da pobreza e a diminuição das disparidades sociais. 60 As mudanças climáticas têm intensificado a frequência e a gravidade de desastres naturais, como enchentes, deslizamentos de terra e secas. Esses eventos afetam diretamente a saúde das populações, particularmente as mais vulneráveis, ao comprometer a segurança alimentar, a qualidade da água e o acesso aos serviços de saúde. Vamos explorar alguns desses eventos e entender os fatores envolvidos! Enchentes: são resultado da concentração excessiva de água da chuva que não é absorvida pelo solo. Seus efeitos resultam não apenas na destruição de moradias, como também na contaminação de fontes de água potável e disseminação de doenças com potencial transmissão pela água, tais como a diarreia. Em geral, a ocupação desordenada de regiões costeiras e margens de rios, bem como poluição e drenagem inadequada da água da chuva, é um fator importante que contribui para a ocorrência de enchentes. 61 As secas promovem uma redução significativa de recursos hídricos, comprometendo a segurança alimentar, e consequente aumento de casos de desnutrição e escassez de água para consumo e atividades essenciais. As secas prolongadas também possuem importante relação com problemas de saúde, em especial aos problemas respiratórios, devido à poeira e às queimadas que são intensificadas nos períodos de estiagem. Ondas de calor: são eventos do clima que se caracterizam por temperaturas bastante altas. Essas ondas tendem a ocorrer por eventos naturais como El Niño e La Niña, mas podem ser agravadas pelo aquecimento global e urbanização desordenada. Em geral, seus impactos podem ocorrer na saúde humana, através do agravamento de doenças cardiovasculares e respiratórias, em especial entre idosos, crianças e trabalhadores expostos a altas temperaturas. Secas prolongadas: causadas pela insuficiência de precipitação pluviométrica, devido ao desmatamento e gases do efeito estufa, também são consideradas como uma estiagem prolongada. 62 Eles resultam na poluição atmosférica e redução da quantidade e qualidade de recursos hídricos, além do deslocamento de comunidades e destruição de ecossistemas. Um importante agravo à saúde relacionado aos incêndios florestais é o aumento da incidência de doenças respiratórias. Aprenda mais sobre mudanças climáticas com o Guia de Bolso para profissionais de saúde. Você pode ler o guia completo clicando aqui ou apontando a câmera do seu celular para o QR Code. Incêndios florestais: são caracterizados pelo fogo desordenado em qualquer vegetação. Os incêndios em florestas podem ocorrer de forma natural (raios) ou provocada por ação antrópica, bem como por secas prolongadas. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-e-manuais/2024/guia-mudancas-climaticas-para-profissionais-da-saude.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-e-manuais/2024/guia-mudancas-climaticas-para-profissionais-da-saude.pdf 63 Veja um exemplo de desastre ambiental ocorrido no Rio Grande do Sul relacionado ao clima no Brasil em 2024. Você pode clicar aqui para ler a matéria ou apontar a câmera do seu celular para o QR Code. Vamos à prática sobre pontos do meio ambiente que interferem na saúde humana! Certamente vocês já ouviram falar ou leram informações sobre desastres naturais. Nosso convite, nesta leitura, é para que conheçam os maiores desastres naturais do século 21 ocorridos no Brasil e no mundo. E, após a leitura, fique atento(a) aos fatores que você, Agente de Combate às Endemias, consegue identificar e às ações que podem ser desenvolvidas em articulação com as demais áreas da saúde… https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2024/05/29/um-mes-de-enchentes-no-rs-veja-cronologia-do-desastre.ghtml https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2024/05/29/um-mes-de-enchentes-no-rs-veja-cronologia-do-desastre.ghtml 64 No século 21, uma série de catástrofes naturais abalou o Brasil e o mundo, deixando um rastro de destruição e centenas de mortos. No Brasil, merecem menção as inundações no Rio Grande do Sul em 2024, que impactaram 340 municípios do estado, resultando em mais de 180 óbitos e mais de 600 mil desabrigados; os deslizamentos em Petrópolis em 2022, que causaram 241 óbitos, além de deixar mais de 4 mil desabrigados; e a severa seca no Nordeste em 1877, que vitimou cerca de meio milhão de pessoas, intensificando a pobreza e provocando crises de saúde. Eventos como o tsunami no Oceano Índico em 2004, que resultou em aproximadamente 225 mil mortes em 14 nações; o terremoto no Haiti em 2010, que resultou em mais de 200 mil mortos e 1,5 milhão de pessoas desabrigadas; e os furacões Katrina em 2005, que arrasaram Nova Orleans, resultando em 1.392 mortes e prejuízos de US$ 125 bilhões, evidenciam a importância de medidas preventivas e de atenuação dos efeitos das alterações climáticas. Como advento dos desastres naturais, também surgem diferentes agravos à saúde da população exposta a tais catástrofes. No Brasil, por exemplo, entre os impactos mais significativos à saúde pública se destacam as doenças transmitidas por vetores. Entre aquelas de maior preocupação em casos de enchentes estão a leptospirose e a hepatite A, as quais possuem associação com a água contaminada. Não obstante, os desastres naturais ocorridos no Brasil também contribuem na proliferação do Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya, devido ao acúmulo de água parada. Nos abrigos improvisados para acolhimento da população desabrigada, também surge o risco de doenças respiratórias, como influenza e Covid-19. 65 Em todo evento de desastre, a Secretaria de Saúde local é acionada para participar do gabinete de crise junto com Defesa Civil, Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária, Transporte, entre outros. Você sabe quais são os principais fatores ambientais e sociais que tornam certas áreas mais vulneráveis a desastres ambientais no Brasil? Confira: 1. política habitacional que permite moradia em lugares de elevado risco de desabamento e consequente risco iminente de morte; 2. problemas nos sistemas de drenagem que ocasionam as inundações nas cidades; 3. sistemas ineficientes de coleta de resíduos sólidos domésticos (lixo) ocasionam o entupimento dos bueiros e consequentemente retenção da água e elevação do nível dos rios. De quais ações você, Agente de Combate às Endemias, pode participar para o enfrentamento das situações de enchentes? Diagnóstico situacional para identificar a origem do desastre (tecnológica, acidentes envolvendo produtos químicos, ou natural, como secas e inundações). Mapeamento das áreas e populações expostas e os impactos humanos, danos materiais e principais setores afetados (incluindo o setor saúde, que pode ter seus serviços comprometidos). 66 Perguntas que podem auxiliar as estratégias de enfrentamento: Como as mudanças climáticas agravam