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que na estratégia deve se forcar em ter uma identidade visual forte. Dentro dessa estratégia, para fixar a nova identidade visual nos clientes, o que deve ser feito? B. No caso dessa empresa, ela oferta um produto, e sabemos da importância do marketing sensorial nessa estratégia de se alterar a identidade visual da empresa. Como isso pode ser feito? Apresente seus argumentos. 19 FINALIZANDO As nossas atitudes determinam nosso comportamento e este determina as consequências dos fatos, pois interagimos de tal forma com o meio no qual estamos inseridos, que somos capazes de alterar a percepção de realidade ou a ocorrência da vida. É a utilização das emoções, que nos tomam conta, que faz com que tenhamos maior ou menor intensidade de respostas para com os estímulos que recebemos, como alguém buzinando para você, ouvir o “muito obrigado” ou “por que você fez isso?”. Inevitavelmente nosso comportamento será sempre baseado, em sua maioria, em diversos fatores que não controlamos de forma racional, tais como a influência de nosso humor no que fazemos, nossa disposição de concretizar algo e o fato de decidirmos por uma opção neste momento e posteriormente mudarmos de opinião, seja por influência de outras pessoas ou por causa do novo momento no qual vivemos. O resultado de nossa convivência no dia é reflexo de toda nossa experiência anterior, pois é a composição de decisões tomadas com base nas experiências e memórias, que nos mantém sobrevivendo todos os dias. E esse comportamento de sobrevivência reflete a interação com o meio ambiente, no qual replicamos comportamento e escolhas com objetivos como reprodução, convívio social e posição de status ou poder, ou seja, o poder da memética. 20 REFERÊNCIAS APARECIDO, J. As quatro leis da Genética Comportamental. Revide, 2015. Disponível em . Acesso em: 11 dez. 2020. BRUNA, M. H. V. Memória. Dráuzio Varella, [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. DAWKINS, R. O gene egoísta. Belo Horizonte: Itatiaia, 2001. FERREIRA, I. S. Markeging de nostalgia. Inovação Digital, 2019. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. GENEZE, P. 6 Dicas para criar uma conexão emocional com o cliente. NeoAssist, 2018. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. LEAL-TOLEDO, G. Em busca de uma fundamentação para a memética. Trans/Form/Ação, Marília, v. 36, n. 1, p. 187-210, jan./abr., 2013. LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2011. MATHIAS, L. A influência dos tipos de comportamento na tomada de decisão do consumidor. MindMiners, 2018. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. MIGUEL, F. K. Psicologia das emoções: uma proposta integrativa para compreender a expressão emocional. Psychology/Psicologia Reflexão e Crítica, v. 28, n. 4, 780-788, 2015. MOURÃO JUNIOR, C. A.; FARIA, N. C. Memória. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 20, n. 1, p. 153-162, jan./abr. 2015. PAULILLO, G. Marketing emocional: conheça as 6 emoções que levam o cliente à compra. Agendor, [s.d.]. Disponível em: 21 . Acesso em: 11 dez. 2020. PERUZZO, M. I. Brain model canvas. Tese (Doutorado) – Florida Christian University, Flórida, USA, 2014. TEIXEIRA, J. O DNA das ideias. Superinteressante, 2016. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. TARGET MAIS. Não caia no esquecimento: 4 formas de marcar presença na memória do consumidor. Target Mais, 2019. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. 22 GABARITO A. Espera-se que os itens a seguir constem na resposta. É o caso de apostar corretamente nas cores do empreendimento, empregando a psicologia, além de investir em elementos gráficos que traduzam a mensagem do negócio. Todos esses fatores devem ser facilmente fixados na memória do consumidor, de forma a garantir que você não caia no esquecimento. B. Gerar boas sensações é uma forma efetiva de criar lembranças muito mais duradouras. Uma loja de perfumes precisa ter um ambiente com aroma agradável e marcante. Enquanto isso, uma loja refinada se beneficia de iluminação e som ambiente adaptados. Esses são apenas alguns exemplos de como fazer um marketing sensorial, que tem tudo a ver com criar cenários e experiências. Garantir que o consumidor se sinta bem comprando e, principalmente, que tenha impressões que só a sua marca proporciona, é uma forma de ser sempre lembrado. NEUROMARKETING AULA 3 Prof. Elizeu Barroso Alves CONVERSA INICIAL Neurovendas Vamos falar de neurovendas, de pesquisa de mercado, das possibilidades de uso do neuromarketing nas estratégias de vendas. Tudo se inicia conhecendo o mercado, para se conhecer os nossos clientes, suas necessidades, expectativas, motivos para compra etc. para que assim possamos melhor atendê-lo, ou seja, entregar a solução de que ele precisa, no momento que ele precisa e pelo valor que ele espera. As neurovendas passam pela necessidade de uma ação de um vendedor de sonho, ou seja, aquele que consegue trazer elementos emocionais a compras racionais e assim obter sucesso na venda. Nesta aula vamos estudar exatamente essa temática. Esta aula está dividida em cinco temas principais, os quais são: 1. Pesquisa de mercado. 2. Vendas e neurociência. 3. Vendedor de sonhos. 4. Comprador de razão. 5. Método de neuroconexão. Vamos embarcar nessa aula e entender mais sobre as amplas possibilidades do neuromarketing. #Partiu CONTEXTUALIZANDO Muitas vezes não damos conta, mais, usamos de papéis em um processo de compra, ora podemos ser os iniciadores, ora podemos ser apenas usuários. E, as empresas nos conhecem por meio das pesquisas que realizam e assim, conseguem utilizar palavras-chaves em sua comunicação que podem servir como gatilho emocional em nossas compras racionais. Por exemplo, elas podem usar de gatilhos de autoridade quando do ato da compra. Nesse caso, esse o papel que será impactado é o de: a. Iniciador. b. Influenciador. 3 c. Decisor. d. Comprador. e. Usuário. Comentário: a alternativa que apresenta a resposta correta é a (d), pois como já estamos no ato da compra, esse é o papel exercido pelo comprador. TEMA 1 – PESQUISA DE MERCADO Chegamos a um tema muito importante para traçarmos nossas estratégias mercadológicas: a pesquisa de mercado! Ou seja, para algumas estratégias de marketing é necessário conhecer a fundo os clientes, e pesquisá- los é uma ferramenta valiosa. Precisamos fazer perguntas para nossos clientes e compreender o seu comportamento. Kotler e Keller (2006, p. 98) afirmam que “bons profissionais de marketing cercam-se de informações para interpretar o desempenho passado e planejar atividades futuras”. Pesquisa de mercado são análises de mercado que consiste na coleta e interpretação de dados e informações. Com a pesquisa, você poderá ter maior conhecimento sobre o seu nicho e público-alvo. Com isso, seu negócio poderá ter insights e tomar decisões de negócio mais assertivas. (Codeglia, 2019, n. p.) Os mercados estão cada vez mais heterogêneos, por isso conhecer as necessidades dos clientes é um grande diferencial competitivo. Para ancorar nesses mercados, temos a pesquisa de mercado como uma ferramenta valiosa de extração de informações. A pesquisa de marketing é de fundamental importância para osprofissionais da área, uma vez que pode compreender e antecipar as necessidades dos consumidores. Codeglia (2019, n. p.) apresenta alguns motivos para a realização das pesquisas de mercado: • Poder contar com mais documentação ao tomar decisões que favoreçam o crescimento e o desenvolvimento de um negócio ou empresa. • Ter informações reais que ajudam a resolver problemas. • Conhecer o tamanho do mercado que você deseja cobrir, no caso de vender ou lançar um novo produto. • Conhecer as necessidades reais dos consumidores e detalhes como gostos, preferências, hábitos de compra, nível de receita etc. • Saber como mudam os hábitos de compra do cliente para que, assim, os empreendedores possam responder e se adaptar a eles. • Ter informação valiosa que pode ser usada para manter ou ocupar um lugar importante no mercado. • Detectar novos nichos ou micronichos em seu mercado. https://blog.hotmart.com/pt-br/como-criar-persona-negocio/ https://blog.hotmart.com/pt-br/o-que-sao-micro-nichos/ 4 Mady (2014, p. 23) afirma que “independentemente do tamanho ou do tipo de produtos e serviços oferecidos, todas as empresas necessitam de informações que as auxiliem na tomada de decisões, e, para obtê-las, realizam as pesquisas de mercado”. Vejamos, a seguir, a lógica da pesquisa de mercado. Figura 1 – Lógica da pesquisa de mercado Fonte: elaborado com base em Malhotra, 2011, p. 44. Assim, é possível realizar pesquisas para buscar informações sobre os mais diversos fatores que cercam a organização, assim como sobre seu ambiente interno. Essa técnica vai dar um direcionamento e será uma base valiosa para a tomada de decisões. E, para que a pesquisa seja eficaz, se faz necessário entender o processo da pesquisa. Vejamos a seguir. 5 Figura 2 – Processo da pesquisa de mercado Fonte: elaborado com base em Kotler e Keller, 2006, p. 100. Note que o objetivo é o pontapé inicial da pesquisa, e é por meio desse objetivo que a pesquisa ocorrerá de forma quantitativa ou qualitativa, em que a primeira busca índices/números e a segunda busca a profundidade, como os sentimentos, os comportamentos etc. Se a pesquisa for quantitativa, a sua pergunta geraria em torno de conhecer quantas pessoas usam o WhatsApp no Brasil. Esse tipo de pesquisa é realizado por meio de questionários com perguntas fechadas, os quais chamamos de estruturados. Se a pesquisa for qualitativa, a sua pergunta gerará em torno de compreender o que leva as pessoas a utilizarem o WhatsApp no Brasil. Pela sua forma de coleta, trabalha-se com pesquisa em profundidade com pequenos grupos. Não existe questionário e sim um roteiro de perguntas. Saiba mais Leia essas páginas do livro: MADY, E. B. Pesquisa de Mercado. Curitiba: Intersaberes, 2014. Capítulo 1. TEMA 2 – VENDAS E NEUROCIÊNCIA De um modo bem simples, vendas consistiriam em intermediar uma relação entre um produtor e um consumidor. E esse passo é de extrema importância para as organizações; por exemplo, para a área de marketing é o processo crucial das estratégias. 6 Vale ressaltar que a venda é um clico que vai desde a identificação dos potenciais clientes até o acompanhamento pós-venda. E, em todas as etapas do ciclo, o neuromarketing pode ser utilizado. Vejamos agora o ciclo. Figura 3 – Ciclo de venda Fonte: iZettle, 2018. Crédito: M.Style/Shutterstock. Note que quando eu vislumbro uma venda, para traçar a sua estratégia, eu necessito conhecer o funcionamento do ciclo. Primeiro, eu devo prospectar, ou seja, olhar ao mercado para identificar os potenciais clientes para a solução que a minha empresa vende. Ainda nessa análise eu identifico as oportunidades e as necessidades desse mercado, para depois apresentar a minha solução e fechar a venda. Detalhe, muita gente pensa que ao efetivar a venda o ciclo está completo. Isso é um erro, pois se faz necessário acompanhar o consumidor no pós-venda. O ciclo de vendas é a duração de todo o processo que vai transformar um lead em cliente. Ou, seja, a partir do momento em que um vendedor entrou em contato com uma oportunidade de negócio e agendou uma reunião, o ciclo se inicia. A duração varia de acordo com o tamanho da 7 venda – o investimento necessário para adquirir o produto ou serviço, o mercado em que está inserido, o tipo de persona, e qualquer outra variável que interfira no processo de decisão. (Turcato, 2019, n. p.) E, eu posso – e devo – trazer o conhecimento dos estudos do neuromarketing, e o nome que damos para isso é neurovendas, que segundo Sneider (2016, n. p.): um fascinante estudo que faz uso de técnicas e tecnologias aplicadas que ajudam a desvendar os pensamentos, sentimentos e desejos subconscientes que lideram as decisões de compra dos nossos clientes e ajudam a melhorar os resultados das vendas. Nesse caso, utilizamos as estratégias do neuromarketing para a eficácia da venda, como, por exemplo, criar gatilhos cerebrais que visam aumentar a disposição do cliente a consumir determinado produto. Uma vez que podemos compreender a divisão do cérebro nas partes racionais, emocionais e instintivas, a ideia aqui é ativar essas áreas durante o ciclo de vida. Por exemplo, posso entregar o fôlder de algum restaurante, perto dele, no horário do almoço. Com isso, os vendedores passam a ser capacitados na lógica das neurovendas passa a aumentar o seu portfólio e argumento de vendas. Em outras palavras, o vendedor passa a persuadir os clientes com argumentos que vão desde o instinto, passando pela emoção, e focando a decisão de compra, que é a parte racional. Sneider (2016, n. p.) lista algumas dicas para serem usadas nas neurovendas: Ao prospectar, apresente ao seu cliente as vantagens e situações da diferença se ele adquirir seu produto ou serviço. Utilize palavras simples e familiares ao prospectar com novos clientes. Não complique o seu discurso. Quando prospectar, procure impactar seus clientes logo no início. Os três primeiros minutos são fundamentas para fazer uma boa impressão. Reforce sua oferta ou proposta com os seus benefícios no final também. Estimule seus clientes com imagens dos seus produtos. Faça ele olhar e sentir os seus detalhes. Isso fará grande diferença no seu processo de tomada de decisão. O cliente sempre irá memorizar melhor algo quando houver ingredientes de emoção. (Sneider, 2016, n. p.) Apesar de o processo de vendas ser um dos itens mais trabalhados em treinamentos, a neurovendas volta-se aos comportamentos biológicos e instintivos do vendedor e do comprador, buscando entender neurologicamente quais são as ações que podem ativar determinadas áreas do cérebro e motivar ou auxiliar a tomada de decisão e a efetivação da aquisição do produto ou 8 serviço. Entender onde está o “botão de compra” cerebral e como acioná-lo é a busca incessante dessa área. E isso também se aplica às vendas digitais, quando a empresa cria seu site de forma responsiva e que crie uma excelente experiência de acessibilidade. TEMA 3 – O VENDEDOR DE SONHOS Com certeza você já deve ter ouvido a frase: “Ele é tão vendedor, que vende gelo para esquimó”. Bem, podemos dizer que ele é um vendedor que conhece bem o seu negócio, o que está vendendo, e principalmente os seus clientes. O vendedor de sonhos é aquele que vende emoções. Por exemplo, algumas palavras como: novo, nostalgia, só hoje são gatilhos mentais que despertam a necessidade de consumir. Por exemplo, nostalgia nos traz a saudade de uma época, de um acontecimento. Imagine que em uma embalagem de bolo tenha a frase: – Com o gostinho do bolinho da mamãe! Possivelmente ele chamará mais atenção ao consumo do que um produto que não tenha nenhuma frase na embalagem. O mesmo ocorre com o “Só hoje”, causa uma necessidade de compra, como se não houvesse o amanhã, em outras palavras, é a valorização domomento imediato em detrimento de uma mera simulação ou expectativa futura. [...] para o cérebro, o futuro só pode ser uma sombra pálida do agora. O poder do agora explica por que as pessoas tomam decisões que, no momento, parecem boas, mas têm consequências ruins no futuro: quem toma uma bebida ou uma droga mesmo que saiba que não devia; atletas que fazem uso de esteroides anabolizantes, embora estes possam subtrair anos de suas vidas. (Eagleman, 2017, p. 142) Assim, o vendedor de sonhos consegue por meio das estratégias mercadológicas criar um sistema de vendas que foca as percepções sensoriais, emocionais, psíquicas e de estímulos cerebrais de ordem. Esse vendedor deve manter seu cliente cheio de emoção, e inspirado para a compra. Por exemplo, na venda de um carro, fazer com que o cliente faça um teste-drive. Veja a imagem a seguir, ela sintetiza o momento de uma venda de sonho, como, por exemplo, a compra de um carro. 9 Figura 4 – Venda de um carro Crédito: G-Stock Studio/Shutterstock. O vendedor dos sonhos também é o vendedor de soluções, aquele que transpassa ao cliente ter o produto ou serviço certo para atender as suas necessidades, visto que segundo Paulillo (2020, n. p.) “um vendedor de verdade, um profissional capaz de ajudar o cliente a resolver um problema e diminuir sua dor, não pode vender para um cliente algo que ele não quer, nem ao menos que precisa”. Em outras palavras, o vendedor de sonhos é aquele que o cliente sabe que ele está lá para auxiliá-lo. E se você está se perguntando: “Okay, e nas vendas por e-commerce?”. O mesmo pode ser adaptado, principalmente com os “robozinhos”, os chatbot que simulam uma conversa e tiram as dúvidas dos clientes no período de compra. Esse vendedor de sonho deve ter paixão pelo que faz, ser proativo, saber contar boas histórias, ter foco nos resultados, ser positivos e ter um grande conhecimento do mercado, do produto e do cliente. TEMA 4 – O COMPRADOR DE RAZÃO Se de um lado temos um vendedor de sonhos, do outro temos um comprado racional. Não se iluda: mesmo as compras por impulso passam por 10 um processo de decisão racional, por mais que a razão ou justificativa da compra ter sido emocional, ainda há a razão. Quando compramos algo, nós refletimos porque queremos aquele produto/serviço, se estamos dispostos a pagar o seu preço, o que faremos após a compra etc. E, um detalhe importante: nem sempre o comprador é o consumidor. Por exemplo, um pai que compra para o filho um pacote de fralda, é um comprador. O filho é o usuário. Nesse caso, a marca deve trabalhar para ser a opção de compra. Aliás, quando eu penso em processo de compra, eu também penso nos papéis de compra. Vejamos: • Iniciador: quem inicia a necessidade da compra. Pode ser uma lei, um casamento, o nascimento de um novo filho etc. • Influenciador: quem influência a compra. Pode ser um amigo, uma propaganda, um vendedor etc. • Decisor: quem decide a compra. • Comprador: quem efetua a compra. • Usuário: quem vai utilizar o produto. Note que para comprar uma simples caneta ou um carro, existe o mesmo processo de compra, os mesmos papéis. O que muda é a complexidade da compra que vai ampliar ou reduzir a atuação dos papéis e do processo. Vejamos um exemplo a seguir. 11 Figura 5 – Os papéis de compra Fonte: elaborado com base em Paulillo, [s.d.], n. p. Créditos: Alex Oakenman/Shutterstock; Tartila/Shutterstock; VectorMine/Shutterstock. 12 Note que, para cada papel, podemos trabalhar para despertar emoções, memórias, sentimentos, lembranças etc. Porém, o momento da compra é o racional, visto que quando nos deparamos com momentos de decisão, nossas percepções e nosso inconsciente agem rapidamente para permitir que nosso cérebro racional possa tomar a melhor decisão com base nos dados fornecidos pelos cérebros límbico e reptiliano. Porém, temos que pela neurociência cognitiva, nossas decisões, incluindo decisões de compras, são baseadas em nossas experiências passadas, nossas expectativas futuras e nossas criações inconscientes de realidades paralelas (imaginação). Sempre viveremos na compra o momento: comprar ou não comprar, que pode ser o produto propriamente dito ou a escolha entre marcas. Nesse caso, as estratégias de neuromarketing devem objetivar criar bons motivos (racionais ou não) para que haja a venda, seja uma propaganda focada no influenciador, seja no decisor, e mesmo no usuário. TEMA 5 – MÉTODO NEUROCONEXÃO No que se refere à neuroconexão, estamos falando sobre as conexões neurais no processo de compra, em que objetivamos, por exemplo, apresentar o produto para que o cliente possa compará-lo com outro, ou mesmo estimulando a emoção ao cliente. Nesse caso se perpassa a decisão racional versus a emocional, os tipos de produtos/serviços e a conexão dos clientes com eles, o contexto da compra, relacionamento com o cliente etc. É a partir dessas características que o vendedor amplia seu repertório de venda. Vejamos os principais tipos de compra: • Comparada: o cliente faz uma comparação entre as marcas. Exemplo: compra de tênis. • Conveniência: o cliente compra sempre. Exemplo: compra de produtos alimentícios. • Especialidade: o cliente compra com menor frequência e requer maior pesquisa. Exemplo: compra de um carro. • Não procurados: o cliente raramente procura. Exemplo: seguro de vida, seguro funerário. 13 Note que para cada tipo de compra há um envolvimento com o cliente e a forma de criar uma conexão. Nesse caso, quando pensamos em neuroconexões, os vendedores devem tencionar, por exemplo, em tangibilizar seus argumentos para que os clientes possam, em uma forma racional, comparar os produtos, as marcas e decidir pela compra do que mais ele se interessou. No olhar emocional, as estratégias de vendas devem trazer frases que possam ser capazes da estimulação das emoções e desencadeiam reações emocionais. Quanto ao instinto, a estratégia vai objetivar trazer frases de comando direto ao cérebro. Lembra do: “Só Hoje! Só Amanhã! Enquanto durarem os estoques!”. Então, são os gatilhos perfeitos para criarem as neuroconexões. Para Lacerda (2020, n. p.) os “gatilhos mentais são estímulos recebidos pelo nosso cérebro que influenciam diretamente a nossa tomada de decisão. Saber estimular esses gatilhos é uma poderosa arma de persuasão e geração de resultados para marketing e vendas”. Com isso, as estratégias de neurovendas devem trazer frases e situações em que seja possível criar a neuroconexão, por exemplo, o cliente sentir que o que você está falando é diretamente com eles. E, novamente, reforço o uso dos gatilhos, como o da ideia de “escassez” que desperta o sentimento de perder para dar valor, nesse caso, quando a ideia de ser o último produto. O gatilho da urgência que você já conhece, é o It's now or never. Gatilhos mentais são as decisões que o nosso cérebro toma “no piloto automático” para evitar o nosso esgotamento diante de tantas escolhas. É como se ele filtrasse quais decisões realmente precisam de uma atenção especial e, com as demais, ele simplesmente realizasse aquilo que já foi “educado” a fazer. Observe, por exemplo, quando você está muito cansado mentalmente. Algumas ações passam a acontecer de maneira automática e você sequer estava dando atenção a elas, ou mesmo percebeu do que se tratava. Ou ainda quando decide caminhar. É como se o primeiro passo fosse dado de maneira consciente e os demais apenas estivessem acontecendo sem que você precise sequer pensar a respeito. Ou seja: os gatilhos mentais são os facilitadores do nosso cérebro na hora da tomada de decisões ou atitudes. (Lacerda, 2020, n. p.) Por exemplo, no gatilho da autoridade, podemos ver os dentistas nas propagandas de pasta de dente. Na questão da prova social é o pertencimento ao grupo, por exemplo, comprarcomo nos movimentamos. Tudo isso a criança imita, seja logo em seguida ou talvez só mais tarde, mas desenvolve dentro de si as tendências a imitar e as impregna, mediante as forças orgânico- anímicas, em seu organismo físico. (Steiner, 2008, p. 124) Um ponto interessante a chamar a sua atenção é a importância que as crianças passam a ter em nossos tempos, aqui na modernidade. Assim como as mulheres conquistaram – devidamente! – o seu espaço em sociedade patriarcal, as crianças também. Antigamente, em um mundo feudal as crianças só passavam a ter importância quando conseguiam trabalhar. No século 18 e início do século 19, tínhamos uma infância bem mais curta, e discussões sobre o trabalho infantil começaram a surgir. Um menino ou menina com 5 ou 6 anos já trabalhava e era tratado como adulto no período da Revolução Industrial, sujeitando-se a condições muito duras e demasiado difíceis para a sua idade. Depois, o século 20 surge e culmina em três décadas atípicas, dos anos 1970 aos 2000, em que a criança começou a ser vista como isso mesmo, uma criança. Era tratada e mimada como tal. O “mimo” continuou, de uma maneira diferente, com os pais comprando o tempo e satisfazendo-a com objetos. (Abreu, [s.d.], n. p.) 4 Assim, as crianças passam a ter um lugar de destaque no âmbito da família, sendo que muito se faz tendo ela como o centro, por exemplo, quando a família planeja uma viagem, com certeza o lugar deverá privilegiar a criança. E, sabendo disso e de como as crianças se comportam, que as empresas que possuem seu público-alvo nas crianças lançam de inúmeras estratégias para atingi-la. Com acesso a informações recebidas, principalmente através da internet e televisão, as crianças não são mais vistas como sujeitos passivos nesse processo, mas como sujeitos ativos e curiosos, sempre atentos às novidades. O objetivo deste artigo é apresentar algumas reflexões sobre resultados de estudos realizados no Brasil sobre o poder de influência das crianças (com idade de 3 a 10 anos) na decisão de compra dos pais. (Leitte, 2012, n. p.) Com isso, temos um consumidor infantil – mais pra frente veremos que os adultos podem se comportar assim – que é o alvo das estratégias mercadológicas das empresas. Por exemplo, você sabia que o carrinho do supermercado é pensado para as crianças, e são diversos modelos, os que a criança vai em cima, o que as crianças vai embaixo e até os carrinhos em miniatura. Figura 1 – Criança comprando Crédito: Mshipphoto/Shutterstock. 5 Dessa forma, o olhar para público infantil se tornou uma forma de segmentar o mercado, em que as crianças passam a frequentemente influenciar as compras, e não apenas “as suas compras”, como as compras de toda a família. Desde alimentação até o lazer. E, detalhe, muito desse comportamento da criança como consumidor está ligado com quem elas convivem. O ser humano não nasce consumidor. Mas, à medida que cresce e que observa o comportamento de consumo de seus pais e das pessoas que participam do meio em que vive, vai tomando consciência de que suas necessidades poderão ser atendidas por produtos. E vai também incorporando a percepção de que seus desejos poderão ser satisfeitos por “aquele” determinado produto anunciado em propagandas e divulgado pelo trabalho de marketing das empresas. (Leitte, 2012, n. p.) As estratégias para criar gatilhos de compra nas crianças vão pelo uso de personagens – lembre-se agora de um personagem que você gostava na infância e pergunte para uma criança qual o dela –, em que as crianças se espelham, gostam, fantasiam estar junto, bem como as marcas que se fincam na cabeça dos pequenos. Apesar de os responsáveis decidir pela compra, as crianças têm alto poder influenciador. Diante disso, as empresas que focam suas estratégias nas crianças devem, sempre, agir de forma ética e responsável, visto que os gatilhos que podem ser utilizados nesse público podem causar uma imensa frustação, pois as crianças ainda não estão tão desenvolvidas para entender a lógica do trabalho, do obter renda para o consumo. Saiba mais Leia essas páginas do livro: KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Education, 2015. Capítulo 5. TEMA 2 – EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO: FASE JUVENIL Chegamos àquela fase da vida, repleta de dúvidas... Não somos mais crianças, e ainda não somos adultos. Em um olhar mercadológico já conseguimos comprar algumas coisas pela renda que ganhamos dos nossos pais, avós, tios e mesmo pelo nosso trabalho, como menor aprendiz. Uma coisa é certa: nessa fase ainda conseguimos influenciar o consumo da família. Terra (2007, n. p.) já nos alertava que “assim como sua característica é mudar de opinião facilmente, o mercado adolescente faz com que empresas 6 desenvolvam novas estratégias de marketing a cada dia”. Assim, essa é uma época interessante para os esforços de marketing. O público adolescente é visto pelo mercado com muito cuidado. Assim como sua característica é mudar de opinião facilmente, esses consumidores fazem com que empresas desenvolvam novas estratégias de marketing para atingi-los sem causar a antipatia nesses jovens. Diversas empresas estão se adaptando a esse modelo de consumidor e muitas já têm setores direcionados aos adolescentes. O que poucas sabem, no entanto, é que nesse mercado as marcas pouco apitam nas decisões deles e a busca é sempre por novidades. Por isso, é fundamental estudar o comportamento, as tendências, os hábitos e os valores com relação a bens e práticas de consumo. (Terra, 2007, n. p.) Nos gatilhos de consumo dos jovens, temos que aqui se reforça a importância da marca – a sociabilização aqui se acentua – e muda-se dos personagens para os ídolos. Figura 2 – Consumo jovem Crédito: Just Dance/Shutterstock. Os jovens já possuem uma ideia mais próxima do que é e o seu papel na sociedade, bem como seu papel na família, no grupo de amigos, e isso vai pautar o seu consumo. Por exemplo, se o grupo de amigos consome a marca “X” ou é 7 fã da celebridade “Y” com certeza o jovem vai ir nessa mesma linha para o seu consumo. É nessa fase da vida que temos o foco no desenvolvimento de nossa identidade e socialização. Nos dias atuais temos que a tecnologia, as redes sociais e os games virtuais são os novos espaços de interação. Não é se estranhar que hoje esses lugares se tornaram as “lanchonetes” do passado, em que íamos com e para fazer amigos. Com isso, temos jovens cada vez mais conectados e interagindo entre si virtualmente, então os gatinhos para o consumo são que apresentam como solução a aceitação no grupo. São vários os tipos de adolescentes – os extrovertidos, os reservados, os sociáveis, os tímidos, os preguiçosos, os agressivos, os rebeldes, os responsáveis, os geeks, os solitários... –; todos têm em comum que estão em uma fase de transição entre a sua infância e seu futuro próximo de adulto. No olhar do desenvolvimento cognitivo é fato que nessa fase da vida há um salto nas operações mentais, no processamento das informações e na consciência. Também é a fase das mudanças hormonais, e na afetividade amorosa. As empresas que direcionam sua comunicação a esse tipo de público devem se apresentar como amigas, que está junto para o que der e vier. TEMA 3 – EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO: FASE ADULTA (ATÉ 28 ANOS) De uma forma bem-humorada de se falar, essa é a fase em que dormirmos no sofá e acordamos no sofá – quando pequenos, nossos pais nos levam até a cama – ou então é quando chega os boletos. Nessa fase muito provavelmente já começamos a trabalhar, cursar uma faculdade, constituir família ou relacionamentos duradouros, já estamos socialmente estabelecidos, e daí por diante. Já somos verbalmente fluentes, adaptáveis a diversas situações, e também podemos ser autominizador, ou seja, nos minimizar, bem comosermos compulsivos. Nosso cérebro já tem muita bagagem de informação, e nós já temos muitas memórias, e a parte boa: já podemos ser 100% responsáveis pelo nosso comportamento de compra, decidir por nossas compras etc. Na fase do ciclo vital que corresponde à passagem da adolescência para a idade adulta, ocorrem transições traduzidas no 8 desenvolvimento, realização e consolidação da identidade pessoal e social do sujeito, que culminarão com a aquisição do estatuto social de adulto. Este último é sustentado pelo alcance de uma posição social decorrente do desempenho de papéis profissionais e familiares, que simultaneamente assinalam o final da juventude e caracterizam a idade adulta. (Andrade, 2010, p. 255) Nessa seara, os esforços das estratégias de neuromarketing vão focar a jornada da vitória, com mensagens positivas voltados para que haja o companheirismo da marca para com seus clientes. Um ponto interessante no posicionamento individual dessa fase é emoldurado por grande variação nas emoções, bem como o amadurecimento psíquico e o nosso aperfeiçoamento das habilidades técnicas. Figura 3 – Jovens Interagindo Crédito: Monkey Business Images/Shutterstock. Com isso, as empresas que trabalham com o público adulto trazem uma comunicação mais sóbria, como os elementos que reforcem a identidade do cliente, e que ele se sinta representado pela marca. Esse é um ponto importante, visto que o adulto já é mais consciente sobre sua atuação na sociedade. As marcas estão focam seus esforços para trazer o seu auxílio aos clientes, se mantendo presentes na mente e no coração dos clientes, sendo aquela empresa que apresenta a solução ideal. Por exemplo, os bancos se colocam à disposição dos clientes para adquirir seu veículo, sendo que essa aquisição muitas vezes é a realização do sonho. 9 TEMA 4 – EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO: FASE ADULTA (ATÉ 49 ANOS) Segundo uma reportagem publicada na Revista Veja em 19 de março de 2019, o título trouxe uma novidade para muitos: “As pessoas só se tornam adultas aos 30 anos, apontam cientistas”. Vejamos: Se você tem mais de 25 anos e de vez em quando ainda se comporta como um adolescente, isso pode ter uma explicação científica. Segundo os cientistas, as pessoas só se tornam completamente adultas aos 30 anos de idade. Os especialistas afirmam que, apesar de nos tornamos legalmente adultos aos 18 anos, o desenvolvimento cerebral ocorre, em média, ao longo de três décadas. (Revista Veja, 2019, n. p.) Nessa idade, após os 28 anos, o comportamento já está mais voltado para a consolidação do plano profissional que fora iniciado anos antes, em muitos casos aqui que pode significar a compra do imóvel, a consolidação da vida afetiva, o nascimento ou adoção de filhos, pets etc. Também é uma importante transformação para o corpo, com a evolução intelectual e declínio biológico, visto que estamos nos encaminhando para a velhice. Isso porque o corpo segue uma evolução do nosso nascimento ao falecimento. Esta fase da vida começa com considerável turbulência. Biologicamente, ela pressagia o início do declínio da força vital. Para as mulheres é claramente marcada com o fim da fase fisicamente criadora. Para os homens é uma fase de necessidades sexuais intensificadas, as quais geralmente são mal interpretadas por suas esposas. Psicologicamente, estes anos significam um período de dúvida, desorientação e tendências para soluções ilusórias, com breves períodos de felicidade. Espiritualmente, estes anos significam lutar com o vazio, com a sensação de ter perdido todo o antigo terreno e ainda não ter encontrado nenhum novo. (Lievegoed, 1997, p. 63) Isso significa que é nessa fase que nos indagamos sobre os rumos de nossa vida, com questionamentos como: • Quais meus objetivos de vida? • Há algo de errado comigo? • Eu me conheço? • Eu sei os meus limites? • Será que aquilo que acredito espiritualmente realmente é verdadeiro ou existe? 10 Note que é uma fase mais reflexiva, em que nos indagamos sobre o rumo de nossas vidas, e a analisando os nossos passos futuros e passos passados. A estratégia de marketing aqui vai agir no progresso, mostrando que os clientes estão indo bem em suas batalhas, podendo não vencer todas, mas aprendendo muito com a jornada. Estamos também mais ligados aos nossos pais, ou com os responsáveis por nossa criação, visto que nesse momento a empatia aflora – ainda mais se já tivermos filhos – pois nos colocamos na pele de quem nos criou. Isso vale também para quem tem pets visto que esses são considerados como parte da família, e nos sentimos responsáveis por sua criação. Figura 4 – Adulto e o seu pai Crédito: Halfpoint/Shutterstock. Neurologicamente nos voltamos mais a nós mesmos, buscando o sentido da vida, visto que em breve já teremos vivido a metade de um século, ou seja, temos mais de 50 anos de história para contar, e isso com certeza vai mudar novamente a nossa forma de comportamento. Por exemplo, é mais fácil achar uma pessoa com 49 anos sendo cliente de uma empresa de seguro de vida do que um jovem de 15 anos. 11 TEMA 5 – EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO: FASE ADULTA (ACIMA DE 49 ANOS) Chegamos aos novos 20! Brincadeiras à parte, é nessa fase que chegamos ao ápice de nossa vida, de nossa história, estamos indo ao fim de uma história que estamos a escrevendo desde que nascemos. Até por isso essa é a fase que mostra um grande avanço intelectual. Nessa fase, nós buscamos sossego. Muitos chamam essa fase de terceira idade, visto que já passamos da primeira idade que é a infância e a segunda fase que é a vida adulta. Nessa fase já temos a redução de nossas atividades biológicas, em muitos casos já desenvolvemos algumas doenças, e para quem teve ou adotou filhos, possivelmente esses já são independentes. Um ponto importante para as estratégias de marketing é não esquecer que ser idoso não significa ser velho. Vamos aqui colocar que idoso tem a ver com nossa idade biológica e velho tem mais a ver ao espírito. Possivelmente você lembre de sua avó como uma “senhorinha” sentada em uma cadeira de balanço e tricotando. Aí eu lhe pergunto se esse é tipo de idoso que você será? Com certeza a resposta é não! Vejamos a seguir o artigo vencedor do Primeiro Concurso Literário para a Terceira Idade, promovido pela UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina, Fundação Viva Vida e Conselho Nacional do Idoso, e publicado no livro Poesias contos crônicas, realizado em 1996: O idoso é aquela pessoa que tem tido a felicidade de viver uma longa vida produtiva, de ter adquirido uma grande experiência; ele é uma ponte entre o passado e o presente, como o jovem é uma ponte entre o presente e o futuro e é no presente que os dois se encontram. O velho é aquele que tem carregado o peso dos anos; que em vez de transmitir experiência às gerações vindouras, transmite pessimismo e desilusão. Para ele, não existe ponte entre o passado e o presente, existe um fosso que o separa do presente pelo apego ao passado. (Ricardo, 1996, n. p.) Eu trouxe esse trecho do poema do Jocardo porque ele ilustra o que deve pautar as estratégias de neuromarketing. O idoso não quer ser tratado como o “coitadinho”, pelo contrário, ele espera um tratamento por igual, e que ele sinta que a comunicação da marca é direcionada diretamente a ele. Alguns pontos a serem considerados nessa comunicação: • Comunique-se com a persona certa. 12 • Seja direto e claro. • Tenha paciência. • Tenha um ótimo time de atendimento e vendas. • Tenha atenção na linguagem correta. • Escolha bem o canal para disponibilizar o produto ou se comunicar com os clientes. • Preparar bem o time de atendimento. Nesse caso, as estratégias do neuromarketing deve focar já as conquistas desse público, mostrando que ele estava e está certo em sua jornada, e queos produtos/serviços oferecidos pela marca servem para facilitar a sua vida, solucionar os seus problemas. Figura 5 – Idosos se divertindo Crédito: 4 PM Production/Shutterstock. Por fim, as empresas que optam por ter esse público como alvo, deve conhecer bem o que é o seu produto/serviço e o que os clientes esperam dele. Lembre-se que a velhice está na forma de encarar a vida, assim, as marcas devem acalentar os corações de seu cliente. 13 TROCANDO IDEIAS Agora troque uma ideia com seus amigos no fórum. Descreva como você abordaria a comunicação para a venda de uma viagem de cruzeiro para o público acima dos 49 anos. NA PRÁTICA Para esta aula você deverá analisar um estudo de caso proposto, de acordo com critérios preestabelecidos. Num primeiro momento será apresentado a você como a Indústrias de Brinquedos Brinkds elaborou a sua estratégia mercadológica para o lançamento de um novo produto. Orientações: 1. Leia o estudo de caso atentamente. 2. Identifique no texto desta aula onde estão os conceitos-chave que você vai utilizar, tenho material em mãos para realizar as tarefas. Bons estudos e bom trabalho. Brinquedos Brinkds: a nova onda da diversão Gerônimo é o diretor de marketing da empresa Brinquedos Brinkds e está apresentando para a diretoria a estratégia para o lançamento do novo brinquedo: o Capitão Lobo do Mar, que é um pirata aventureiro e já conheceu os setes mares. Com certeza será um personagem cativante, pois pode expandir toda a linha de brinquedos, desde navios, piratas, marujos, ou seja, todos os brinquedos que são alinhados à temática da vida no mar. Junto será lançado um jogo para smartphone desse pirata, no qual o garoto propaganda será o youtuber Arthur Ferreira, que é visto como um ídolo para um público mais maduro. Análise do estudo de caso proposto A. Tomando como base o texto, podemos ver que a estratégia voltada a criação de um personagem está diretamente voltada a um público- alvo. Identifique esse público. 14 B. Tomando como base o texto, podemos identificar também uma estratégia para o público jovem. Nesse caso, identifique o argumento que comprove essa afirmação. FINALIZANDO Por que é importante olhar os consumidores por geração? Simples, para melhor entendê-los como consumidores. Ao entendê-los de forma biológica e neurológica, podemos conceber produtos e estratégias de marketing que sejam eficazes. Ao longo de nossas vidas nós passamos por diversas transformações, desde que a nossa idade vai evoluindo. Dessa forma, nossas necessidades vão se modificando ao longo do tempo. Por exemplo, quando um jovem abandona um brinquedo de infância, marca o início de uma fase, da mesma forma que ele como adulto vai querer recuperar esse brinquedo, marca também o início de outra fase. Assim, com o neuromarketing conseguimos criar gatilhos para despertar a necessidade de consumo, por nossos produtos/serviços, apresentando sempre que estes existem para solucionar suas necessidades. Por fim, ao conhecemos nossos clientes conseguimos, por meio de suas fases de vida, ter mais êxito nas nossas estratégias mercadológicas. 15 REFERÊNCIAS ANDRADE, C. Transição para a idade adulta: Das condições sociais às implicações psicológicas. Análise Psicológica, v. 2, n. XXVIII, p. 255-267, 2010. ABREU, F. de. O paradigma mudou e, no Brasil, a cultura influenciou uma mudança do comportamento humano em suas fases da vida. Eu sem fronteiras, [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 14 dez. 2020. LEITTE, S. Marketing focado em crianças. Mundo do Marketing, 2012. Disponível em: . Acesso em: 14 dez. 2020. LIEVEGOED, B. C. J. Fase da vida: crises e desenvolvimento da individualidade. Antroposófica. 4. ed. São Paulo, 1997. REVISTA VEJA. As pessoas só se tornam adultas aos 30 anos, apontam cientistas. Revista Veja, 2019. Disponível em: . Acesso em: 14 dez. 2020. RICARDO, J. J. de J. Ser um idoso ou ser um velho. Portal do envelhecimento, 1996. Disponível em: . Acesso em: 14 dez. 2020. STEINER, R. O Desenvolvimento saudável do ser humano. São Paulo: Federação das Escolas Waldorf no Brasil, 2008. TERRA, T. Adolescentes querem experiência com a marca. Mundo do Marketing, 2007. Disponível em . Acesso em: 14 dez. 2020. 16 GABARITO A. Espera-se que os itens a seguir constem na resposta. Nesse caso é o público infantil, visto que esses são influenciados por personagens. B. Espera-se que os itens a seguir constem na resposta. Nesse caso é com o lançamento do jogo para smartphone usando um youtuber que é um dos seus ídolos. NEUROMARKETING AULA 5 Prof. Elizeu Barroso Alves CONVERSA INICIAL Possibilidades do neuromarketing As distinções comportamentais podem ser identificadas nas mais variadas formas e meios de comunicação. Cada área profissional possui suas especificidades, porém a igualdade entre elas está na utilização do ser humano como fonte principal de interação comportamental. Quais os impactos em nosso cérebro quando estamos olhando um outdoor, ou na frente da televisão, ou ouvindo a propaganda no rádio? Talvez esses sejam os principais questionamentos das empresas e das agências de comunicação que investem intensivamente em mídia. Sempre que é possível parar para observar uma marca ou uma campanha publicitária, seja ela on-line ou off-line, nos deparamos com aspectos que nos identificam àquela marca, pessoa, produto, palavras ou o conjunto de palavras (frases). Esta vinculação é ativada de maneira inconsciente e determina grande parte de nossa relação com o meio no qual estamos inseridos. Nessa aula vamos estudar exatamente essa temática. Esta aula está dividida em cinco temas principais, os quais são: 1. Diferenças comportamentais entre homem e mulher. 2. Neuromarketing aplicado a design, comunicação, propaganda e publicidade. 3. Neuromarketing aplicado ao branding. 4. Neuromarketing aplicado ao mundo digital. 5. Redes sociais e as influências comportamentais. Vejamos agora como é mutável os nossos comportamentos de acordo com a nossa fase de vida. # Começamos CONTEXTUALIZANDO As redes sociais já ditam algumas regras de consumo há algum tempo. As interações positivas e negativas nas mais diversas redes sociais impactam, positiva ou negativamente, marcas, vendas de produtos e fidelização de clientes. Algumas empresas em suas comunicações trabalham com muitas frases e 3 imagens que visam aguçar um neurônio específico que visa o consumo por imitação. Esse neurônio é o a. Viral. b. Social. c. Espelho. d. Evolutivo. e. Comportamental. Comentário: a alternativa que apresenta a resposta correta é a (c), o neurônio-espelho trabalha com a questão da imitação. TEMA 1 – DIFERENÇAS COMPORTAMENTAIS ENTRE HOMEM E MULHER Antes de mais nadam, reforçamos que esse tema não se trata de avaliações de gênero ou orientação sexual, okay? Vamos nos ater aos estudos científicos que apresentam as diferenças de consumir de cada público-alvo. Um grande fator neurológico que vai impactar no consumo sem dúvidas são os hormônios, que “são essenciais para o funcionamentodo corpo humano e atuam regulando a função de outras células” (Santos, [s.d.], n. p.). A máxima de que as mulheres são mais consumistas do que os homens tende a cair por terra com a aplicação do uso do neuromarketing. Essa ciência, capaz de explicar os fatores emocionais e orgânicos que influenciam a decisão de compra, mostra que as pessoas, independente do sexo, são guiadas consideravelmente por hormônios. Seja a testosterona ou o estrógeno, as substâncias aparecem como agentes de impulso que podem fazer qualquer indivíduo perder o pragmatismo de vista e se render às ofertas. (Medeiros, 2014, n. p.) Note que os hormônios podem pautar o nosso comportamento de modo geral, e assim sendo, também o nosso comportamento para consumir. Vejamos a seguir alguns tipos de hormônios. Quadro 1 – Tipos de hormônios Hipófise Dentre a vasta quantidade de hormônios produzidos pela hipófise, podemos citar o adrenocorticotrófico, tireoideotrófico, prolactina, folículo estimulante, luteinizante, somatotropina. Tireoide Tiroxina, triiodotironina e calcitonina. Paratireoide Paratormônio. Glândula suprarrenal: Glicocorticoides e mineralocorticoides. Testículo Andrógenos. Ovário Estrógenos e progesterona. Medula da suprarrenal Adrenalina e noradrenalina. Fonte: Santos, [s.d.], n. p. 4 Depois, pesquise cada um deles e você verá que eles vão agir em diversas situações de nosso corpo, e a sua falta ou excesso pode ser prejudicial à saúde. O fato é que os hormônios têm tudo a ver com o nosso tipo de consumo. “Os picos e quedas dos níveis de estrogênio e testosterona realmente influenciam na tendência para a tomada de decisões, mas essa não é uma exclusividade feminina” (Medeiros, 2014, n. p.) E, não é só isso temos outras evidências das atividades cerebrais nessa diferença de consumo entre esses públicos-alvo. Por exemplo: […] atividade cerebral dos homens é substancialmente reduzida a partir do momento em que estes tomam uma decisão de compra. Ao contrário das mulheres, que demonstram uma atividade cerebral contínua em três áreas distintas: uma, que concentra a recompensa, outra que tem a ver com o planeamento e a organização, e uma última área onde se calcula e monitoriza as desordens obsessivo- compulsivas. (Castro, 2010, n. p.) Quadro 2 – Exemplo da diferença entre os públicos-alvo Para melhor compreender o que acabo de afirmar, imaginemos que um homem vai a uma festa, encosta-se ao balcão e olha o foco. A mulher repara em tudo, em todos os detalhes do espaço, em todas as pessoas, avalia o espírito da festa, etc. Se passados alguns dias voltarmos ao assunto, por norma, ele limitar-se-á a dizer: a festa foi boa ou má. Ela passará as próximas horas falando sobre como a foi festa, vivenciando todos os pormenores, trocando informação: atualizando-se! Ao nível da excitação cerebral isso significará que a mulher não “se apaga” com tanta facilidade quanto o homem após o momento de consumo. Há de se realçar que nenhum desses processos é intencional. Fonte: Castro, 2020, n. p. Nesse caso, temos uma boa explicação de como há essa diferença, em que, segundo aponta Wonders (2019, n. p.), “enquanto um homem entra em uma loja sabendo aquilo que vai adquirir e raramente desviando desse comportamento, mulheres ingressam em uma descoberta e podem ajustar seus objetivos conforme detectam oportunidades”. Assim, com um olhar para os comportamentos baseados na diferença entre as atividades cerebrais, temos que o público-alvo homem tem mais foco, e o público-alvo mulher tem mais atenção aos detalhes, uma visão holística. Isso não significa que os homens não podem ter esse tipo de visão, significa que, por questão neurológica, isso está mais ligado às mulheres. Com o uso do neuromarketing, conseguimos eliminar alguns chavões como “a mulher é mais consumista do que o homem”, pois não é nada disso. Segundo as pesquisas, os homens, por conta da testosterona, são mais consumistas e muito eficientes em se convencer de suas decisões de compra. 5 O hormônio masculino em alta pode levar até mesmo o mais planejado dos homens a tomar decisões precipitadas por se sentir confiante. “Um bom exemplo são os agentes que trabalham na bolsa de valores. A tendência é pensar neles como extremamente racionais e aptos a fazer o melhor investimento. Uma pesquisa, no entanto, mostra que, quando os níveis de testosterona estão elevados, a tendência é fazer investimentos mais arriscados”, diz Pedro Camargo, CEO Founder da Educorp, em entrevista à TV Mundo do Marketing. Os hormônios impulsionam todo mundo. Não é à toa que a origem da palavra significa fazer agir. A testosterona torna os indivíduos do sexo masculino mais decididos, o que os leva às compras. A diferença se dá na hora que a pessoa traz a aquisição para o campo da razão. “O homem é ainda mais impulsivo e individualista do que a mulher, mas ele justifica melhor as suas decisões com discursos como: o carro grande e caro que eu comprei é para a família”, explica o executivo. (Medeiros, 2014, n. p.) Uma vez que têm esse conhecimento, os profissionais do marketing podem criar gatilhos perfeitos como: “você merece”, “este é para você”, “pegue aqui a sua recompensa” etc. Por isso são realizadas tantas pesquisas de neuromarketing que visam mapear as atividades cerebrais (falaremos sobre isso mais a fundo na próxima aula, okay?), por meio de técnicas como ressonância magnética, eye tracking e eletroencefalograma (Medeiros, 2014). Dica: vá até uma grande loja de departamentos e veja como está a disposição dos produtos para cada público. Dessa forma, com o neuromarketing conseguimos desvendar um pouco mais sobre o comportamento humano e assim planejar ações eficazes mercadologicamente. E isso com certeza passa por criar experiências positivas para os clientes. Saiba mais Leia estas páginas do livro: KOTLER, P.; KELLER, K. Administração de Marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018. Capítulo 6. TEMA 2 – NEUROMARKETING APLICADO AO DESIGN, COMUNICAÇÃO, PROPAGANDA E PUBLICIDADE Nunca houve uma época como a nossa, em que a “experiência do cliente” está em evidência. Nada mal para quem lá no século passado tinha como “comunicação”: você pode ter qualquer carro, desde que seja o modelo Ford T preto! Brincadeiras à parte, o marketing tem evoluído muito, e nosso foco hoje está centrado nos clientes, nas relações e na construção de uma sociedade mais justa. 6 Assim, o neuromarketing passa a ser parte da estratégia das empresas para criarem os ambientes propícios para que os clientes sintam-se à vontade para se relacionar com a marca. Isso se inicia com o design, que não é apenas “a beleza” das coisas, e sim a sua usabilidade, e uma forma de criar engajamento. Um exemplo: uma das marcas mais famosas por design no mundo se chama “maçã” (Apple), e trouxe gigantescas inovações de uso aos equipamentos tecnológicos, simplificando a vida de muita gente. Lembra que antes os celulares possuíam teclados? E hoje a tela é “um todo de teclado”. Nesse quesito, do design alinhado ao neuromarketing, Buczynski (2018a) argumenta que as marcas devem em seu design chamar a atenção, isso nas gôndolas, nas embalagens, nos websites, nos anúncios etc. Outro ponto diz respeito às imagens compartilháveis, nas quais a empresa foca a sua comunicação para que os clientes a usem como exemplo, e suas redes sociais, gerando assim uma imagem positiva da marca, causando, dessa maneira, boas impressões. Então, o design não é só a forma do produto, é o seu projeto! É toda a sua concepção, e podemos usar de técnicas de neuromarketing para aprimorar nossos produtos e serviços. E, aqui chamo a sua atenção: do que adianta um produto com um design maravilhoso se eu não o comunico, se eu não digo que o tenho? Vejamos como a Apple fez isso no século passado, e pasme! Está superatualizado o slogan “pense diferente”.Figura 1 – Apple – Think different Crédito: Anton_Ivanov/Shutterstock. 7 Antes de continuar, vamos separar o que é propaganda do que é publicidade? De modo geral, a propaganda é um tipo de comunicação paga, um anúncio feito em revistas, rádio, redes sociais etc. E a publicidade é a uma forma de divulgação gratuita, quando, por exemplo, em uma reportagem ou postagem – para dar exemplo de uso de produtos/serviços – é usado o nome da empresa sem ela ter de pagar por isso. Nesse caso, com o eye tracking, que é uma técnica de neuromarketing que objetiva o rastreamento ocular para apreciação do padrão de visualização dos clientes, podemos produzir um anúncio colocando nele todos os elementos que sirvam de gatilho para a compra, desde a frase de ação, o slogan, as cores, as imagens, as tipologias de letras etc. Da mesma forma, podemos ter produtos/serviços tão em destaque, que todos vão querer falar sobre ele, gerando assim uma mídia gratuita. A ideia é entender o que mais é valorizado neurologicamente por seu público-alvo e investir nisso. Em uma época em que conseguir alguns segundos da atenção do seu público-alvo pode determinar o sucesso de sua estratégia de comunicação, desenvolver ferramentas capazes de quantificar a atenção capturada por um determinado anúncio é uma ótima medida de efetividade. Basicamente, quanto mais as pessoas prestam atenção em uma determinada campanha, melhor será a percepção da mensagem veiculada e maior será a chance dessa mensagem influenciar o comportamento das pessoas. (Tellini, 2016b, n. p.) Lembra do “Yes we can” do ex-presidente norte-americano Barack Obama? Então, ele foi um exemplo de engajamento, em que diversas pessoas se associavam a ele, bem como a campanha do candidato investia em propagandas que mexessem com as pessoas. Figura 2 – Barack Obama e o Yes we can Crédito: Joseph Sohm/Shutterstock. 8 Por fim, é muito importante que a empresa conheça o comportamento do seu consumidor, pois com isso conseguirá ser mais proativa em sua comunicação. Hoje a relação cliente-empresa mudou muito, é uma relação de parceria; assim, o cliente sabe o que ele espera da empresa e esta deve entregar o que ele espera. TEMA 3 – NEUROMARKETING APLICADO AO BRANDING De qual a marca que você mais gosta? Qual a marca do seu coração? Qual a marca que você defende dos ataques dos haters nas redes sociais? Vivemos um mercado que está repleto de opções de produtos/serviços sob as mais diversas marcas. Já conversamos sobre o share of mind, que é um indicador de lembrança de marca; agora veremos o share of heart, que é a métrica que usamos para medir a preferência a marca. Vamos para um exemplo: Se eu te pergunto: – Quando eu digo pasta de dente, qual a marca vem à sua cabeça? Você responde: – Close Up. Então pergunto: – Qual a marca de pasta de dente que você usa? Você responde: – Sorriso. Isso significa que a marca Close Up está na sua cabeça, mas não no seu coração, visto que você consome outra marca. Nesse caso, a empresa deve identificar os fatores que na hora da compra faz você comprar a Sorriso do que ela. Entendeu? A marca é um elemento importante para a empresa e para nós mesmos, pois elas mexem com nossos sentimentos, nossas memórias. Por exemplo, o primeiro Walk Man – bisavô dos tocadores de MP3 – que eu ganhei da minha mãe era da marca Sony. Não o tenho mais há décadas, mas lembro do carinho de minha mamãezinha ao me presentear com ele. Seja comprar um produto para nós mesmos, comprar para presentear alguém, ou receber presentes significa que estamos em um emaranhando de sentimentos, de emoções, de memórias, experiências, e daí em diante. Assim, as marcas devem ter em si os gatilhos para envolver os clientes e estimular o consumo. 9 Lembra que as marcas podem ser: • Nominais/nominativas: apenas o nome, a palavra por escrito. • Logo/figurativa: apenas o símbolo, o desenho, a figura. • Logotipo/mistas: associação de palavras e símbolos. As marcas então servem como gatilhos para o consumo. Schermann (2019, n. p., grifo nosso) apresenta que “o neuromarketing estuda a união entre o nosso cérebro e o marketing”. O objetivo do neuromarketing é entender como os estímulos cerebrais provocados por marcas, produtos e anúncios influenciam o comportamento do consumidor. Com isso eu volto a perguntar: qual a marca do seu coração? E agora incluo: qual é a marca de que você não gosta? Buczynski (2018b, n. p.) nos lembra que “investir num maior vínculo emocional entre o consumidor e a marca é fundamental para manter um negócio funcionando. Isso porque diversos estudos de neurociência já comprovaram que a maioria das decisões tomadas pelo consumidor são guiadas pelo inconsciente e, como consequência, pela emoção”. Dessa forma, a marca deve se constituir de elementos que sejam memoráveis, de fácil pronúncia, de fácil lembrança, que possa ser adaptável a diversos meios de comunicação. Para que isso ocorra, a empresa deve conhecer bem o perfil de seu consumidor, ter claro o seu posicionamento, adequar seu portfólio. Candido e Moreira (2015), apresentam algumas dicas da especialista em treinamento para equipes de vendas e atendimento, Surama Jurdi, para fortalecer a marca das empresas, nos alertando que estas não ganham apenas clientes, ganham fãs. Quadro 3 – Dicas para fortalecer a marca das empresas Tenha uma história Segundo Surama, é necessário ter um bom propósito por trás da marca. “Os colaboradores têm que comprar essa história. É dessa forma que eles se sentirão orgulhosos de fazer parte da marca e conseguirão passar a mensagem dela adiante com amor”, afirma. Unifique a comunicação A especialista trabalha com quatro frentes: o cliente, o colaborador, o fornecedor e a comunidade. Para Surama, é necessário trabalhar com a mesma mensagem em todas elas. “Se a minha empresa existe para transformar a vida das pessoas, todas as áreas têm que estar integradas. É preciso ter uma boa conduta em todos os pilares, de forma a ter um serviço bem elaborado e uma empresa de valor”, diz. Crie uma experiência inesquecível Os clientes têm que ser fãs e divulgadores da marca. Logo, todas as etapas da experiência têm de ser positivas para a clientela. De acordo com a especialista, a mensagem é a chave para essa etapa. “Tem que 10 estar claro para o cliente qual é o expertise da marca, o que ela acrescentará na vida dele”, afirma Surama. Crie uma conexão emocional com as pessoas “O cliente tem que associar as propagandas e produtos à marca”, afirma Surama. Além disso, a especialista sugere que as empresas entendam qual é o público com o qual está lidando. Isso envolve saber o tipo de decoração e a localização das lojas, por exemplo. “O cliente tem que se sentir atraído. Precisa rolar uma identificação”, diz. Foco na liderança Surama sugere que os empreendedores prestem atenção na hora de contratar e treinar novos profissionais. “Tem que ter atitude e saber contratar. Não adianta pegar qualquer um e jogá-lo na empresa para depois cobrar resultados”, diz a especialista. “Você não pode colocar alguém despreparado para falar da sua empresa, que é a coisa mais importante da sua vida.” Fonte: Candido; Moreira, 2015. Nesse parâmetro, note que necessitamos conhecer bem nossa marca e nossos clientes, com isso temos a possibilidade de criar os gatilhos para motivar a lembrança e o consumo do marketing. As marcas mexem com a gente, e as técnicas de neuromarketing pode nos dizer muito sobre como isso ocorre. TEMA 4 – NEUROMARKETING APLICADO AO MUNDO DIGITAL Chegamos a um ponto muito importante, em que vamos unir o neuromarketing alinhado com o mundo digital. Sem dúvidas a digitalização do mundo tem alterado nossa vida como consumidores. Por exemplo, nós conseguimos comprar produtos no Instagram sem ao menos sair da página do aplicativo.É um novo mundo de possibilidades no que se refere a experiência de comprar online. Outrora, muitos tinham receio de efetuar suas compras online, isso lá nos primórdios das compras digitais, hoje, muitos consumidores se questionam: “Como vivi sem comprar online?”. “Compreender como seu cliente pensa e age é um desafio enorme, e é por isso que a sua empresa precisa levar em consideração o comportamento do consumidor em suas estratégias de marketing” (Meira, [s.d.], n. p.) O consumidor passa a ter um novo comportamento no mundo digital, pois este passa a ser empoderado, visto que há informações em abundância. Assim, começamos a busca pelo entendimento de como se comporta esse novo consumidor digital. O comportamento do consumidor digital está diretamente relacionado ao ambiente superinformativo e conectado no qual ele se insere. Em um mundo dinâmico, em que a inovação é rotineira e os clientes têm voz, o desafio das empresas é entregar o conteúdo adequado para as pessoas certas, da maneira mais humana possível. (Abreu, 2020, n. p.) 11 Agora os consumidores se comportam de forma diferenciada por possuir diversas informações sobre o produto, aliás, não só isso, temos também a facilidade de compra, que tende a ser bem menos burocrática e com menos esforços do que ir a uma lógica física. Também, pela característica do digital em apresentar diversas opções, os consumidores passam cada vez mais a comparar marcas e produtos. Isso ocorre porque o consumidor tem um infinito número de ofertas a apenas um toque do seu smartphone. Com isso as empresas devem compreender como se comporta o cliente dentro do seu site e propiciar-lhe uma boa experiência, claro, usando os gatilhos, como, por exemplo, colocar o número de produtos no estoque, quantas pessoas já visualizaram aquele produto, quantos já fizeram a compra daquele produto etc. Vamos relembrar que o comportamento do consumidor é influenciado por diversos fatores, como os culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Vejamos o que Meira ([s.d.], nos apresenta sobre esses fatores. Quadro 4 – Fatores que influenciam o comportamento Fatores culturais A cultura, por ser todo contexto e conjunto de valores, crenças, ideias, conhecimentos e símbolos que envolvem nosso crescimento e formação, se apresenta como o fator que mais molda e interfere no nosso comportamento. Basta pensar por um segundo como os valores passados por nosso pais, familiares, ambiente escolar, entre outros fatores podem ser percebidos nitidamente no que hoje somos. Esse são os primeiros contatos que tivemos na vida e, sendo assim, somos, em grande parte, moldados por eles. Fatores sociais Existem alguns grupos sociais que definem comportamentos e ditam estilos de vida. Assim como uma necessidade de preenchimento que sentimos que precisamos alcançar. São os chamados grupos de referências, sendo os grupos mais conhecidos: os familiares, amigos, grupos religiosos, profissionais, escolares etc. Fatores pessoais São características que dizem respeito mais precisamente à forma como a pessoa pensa e age, sendo suas opiniões individuais que podem ou não aparecer no grupo no qual ela está inserida. Seus hábitos únicos e individuais estão relacionados a questões como idade, sexo, ocupação, estilo de vida, personalidade etc. E que interferem diretamente na maneira como ela faz compras, assim como nos seus interesses únicos. Fatores psicológicos É por meio das motivações emocionais e sensoriais que criamos ou não vínculo com marcas. Além da nossa percepção individual de consumo, na maneira como interpretamos estímulos e situações à nossa volta. Se uma marca consegue entender bem esses pontos consegue ativar desejo e necessidade dos consumidores. Fonte: elaborado com base em Meira, [s.d.], n. p. 12 Por que devemos conhecer esses fatores? Porque eles dizem muito sobre como se comporta o nosso consumidor e, indo além, servem como ferramentas de gatilho para nossas comunicações. Por exemplo, você pode direcionar (segmentar) sua comunicação em uma propaganda no Facebook, com isso a chance da propaganda aparecer para o consumidor certo é muito grande. “Entender o comportamento do consumidor digital é essencial para compreendermos o impacto das mudanças culturais, econômicas e tecnológicas na vida de todos, seja na rotina das empresas, seja no dia a dia das pessoas” (Abreu, 2020, n. p.). Outro fator de relevância é a questão de conteúdo, da produção de conteúdo, pois já conversamos aqui que esse novo consumidor é superbem informado, e nada melhor que ele tenha acesso aos conteúdos produzidos por você, e não pelos seus concorrentes. Mas, afinal, como é esse novo consumidor? Abreu (2020) aponta que esse cliente é mais exigente, bem mais curioso, muito mais interativo, mais independente de vendedores. Vejamos as tendências do consumo para esse público que está a cada dia mais digital. Quadro 5 – Tendências no novo consumidor Experiência do cliente é o foco A propaganda ainda tem muito valor, mas a experiência é a nova alma do negócio. Em meio a um universo de conteúdos e ofertas, as pessoas naturalmente são atraídas pelas empresas que entregam a melhor experiência em todos os aspectos: produto, valores, comunicação, atendimento etc. A internet agora é mobile Os dispositivos móveis são a principal forma de acesso à internet no mundo – no Brasil, os smartphones ultrapassaram os desktops em 2017, segundo a CETIC.Br. Isso significa que se você não adaptar os seus canais de comunicação para essa forma de acesso, provavelmente, seu impacto será muito menor. O consumidor é omnichannel Ser omnichannel significa oferecer uma só experiência em diversos canais diferentes. As pessoas usam vários dispositivos ao longo do dia – laptops, celulares, tablets, smartTVs etc. – e é importante que as suas plataformas sejam capazes de integrar todos esses acessos de uma maneira eficiente. Em negócios que operam online e offline, como lojas que atendem localmente, e também em e-commerces, esse princípio deve ser adotado. Os clientes precisam ter a opção, por exemplo, de comprar no site e retirar na loja. O cliente tem poder O consumidor digital gosta de se sentir no controle das suas decisões. Isso significa que as empresas devem disponibilizar opções e ferramentas para que as pessoas gerenciem seus produtos ou sua tomada de decisão de maneira independente. Humanizar é preciso Linguagens demasiadamente formais e termos corporativos estão ficando para trás. Como a grande proposta é criar laços e gerar um relacionamento genuíno com a audiência, o ideal é apostar em uma conversa leve, mas, acima de tudo, humanizada. 13 Fonte: elaborado com base em Abreu, 2020, n. p. Com isso, temos que o comportamento do consumidor nesse mundo digital tende a ser cada vez mais dinâmico, e as empresas devem se planejar para melhor atender as expectativas desses consumidores. TEMA 5 – REDES SOCIAIS E AS INFLUÊNCIAS COMPORTAMENTAIS Vamos tratar agora de forma específica das redes sociais e a sua influência no comportamento das pessoas, e, em especial, no comportamento de consumo. Por exemplo, imagino que você já tenha ouvido falar que algumas pessoas possuem duas vidas, uma na rede social e um na vida real –; ou então que nas redes sociais ninguém é triste. Isso tudo faz muito sentido, pois revela como as empresas devem compreender os seus consumidores. Nem sempre quem diz que é seu consumidor verdadeiramente o é. Para as técnicas de neuromarketing, as redes sociais são um excelente campo de experimento e análise do comportamento do consumidor, pois nesses espaços os clientes externalizam seus sentimentos, suas emoções e suas experiências, e geram muito conteúdo sobre o seu dia a dia. E vale lembrar que como as principais redes sociais têm serviços de geolocalização, podemos saber exatamente onde e o que o consumidorestá fazendo. As empresas conseguem então compreender como agimos em nosso processo de compra e, com isso, conseguem identificar os fatores-chave – que você já sabe que são os gatilhos – que nos influenciam nessa decisão. Isso porque nós, usuários, encaramos as redes sociais como espaço de afetividade, de prazer, e nos soltamos mais do que se estivéssemos em apenas uma transação comercial. Plataformas como o Facebook representam uma possibilidade de prazer intenso, imediato e que precisa de um esforço muito pequeno para acontecer. Vale lembrar que o nosso cérebro sempre busca minimizar os perigos e maximizar as recompensas. Em nossa sociedade, que apresenta muito menos riscos reais que antigamente – eu, pelo menos, não vejo muitos leões perseguindo as pessoas por aí – nosso foco em atividades altamente recompensantes e que exigem pouco esforço é cada vez maior, afinal de contas, pouco esforço é sinal de menos energia gasta, logo, quanto maior o prazer e menor o esforço, maior será a sensação de recompensa. (Tellini, 2016a) Tellini (2016a, n. p.) ainda explana que é “através de redes sociais, conseguimos estimular o nosso cérebro intensamente e de forma simples, sem esforço, o que acaba contribuindo para o uso constante da plataforma”. E note 14 que temos diversas redes sociais: de relacionamento afetivo, de trânsito, de música etc. e, cada vez mais, com as mais diversas redes sociais, expomos nossos comportamentos e nossas preferências. Por exemplo, em uma rede social de música, por meio da playlist que você criou, nós podemos entender mais sobre você. Assim, o grande segredo para as marcas que estão nas redes sociais é a construção de seu relacionamento com os clientes, principalmente na produção de conteúdo para eles, em que “O marketing de conteúdo rouba os holofotes em todo o planeta, pois ele atua diretamente no fenômeno Google e é um dos caminhos mais eficazes da atualidade para aumentar o alcance e a autoridade das marcas” (Abreu, 2020, n. p.). Se o cliente gostar do que escuta da sua empresa, com certeza ele estará ao seu lado. E não é só isso! Vejamos outros aspectos apontados por Abreu (2020). Quadro 6 – Aspectos para estratégias digitais Invista em uma estratégia de conteúdo Ter uma presença digital forte é fundamental em uma sociedade que passa cada vez mais tempo no mundo online. Entretanto, esse esforço vai muito além de criar um site e um perfil nas redes sociais: é preciso adotar uma estratégia para se posicionar da maneira certa. Crie um relacionamento com a sua audiência Embora o consumidor digital use bloqueadores de anúncios e salte a maioria dos comerciais nos vídeos que consome, ele está mais aberto ao relacionamento com suas marcas favoritas. Existem várias maneiras de criar laços com o seu público, mas, observando o cenário atual, percebemos que as empresas mais bem- sucedidas nesse aspecto são aquelas que abraçam causas de grande relevância para o seu público e incorporam seus valores em um grande movimento. Atue ativamente nas redes sociais Dando continuidade às práticas de relacionamento, temos as redes sociais como um dos mais poderosos instrumentos dessa construção. As marcas devem interagir, conversar abertamente, iniciar e participar de discussões, enfim, se inserir, de fato, no universo da sua audiência. Otimize a experiência em seus canais, produtos e serviços A experiência é a grande exigência do consumidor moderno. As pessoas esperam que as empresas transbordem valor, ou seja, desejam que elas demonstrem que são muito mais do que meras fornecedoras de produtos ou prestadoras de serviços. Nesse cenário, Kotler cita o chamado “fator wow”, uma expressão usada para ilustrar a sensação desfrutada pelo cliente quando uma marca supera suas expectativas. Nesse sentido, entra o departamento de Customer Success, cujo objetivo principal é trabalhar toda a experiência que a sua empresa oferece, do primeiro contato ao pós-venda, focando a satisfação e o sucesso do seu cliente. Fonte: elaborado com base em Abreu, 2020, n. p. Christina (2015, n. p.) nos orienta que primeiramente, a empresa deve ter uma estratégia para as redes sociais, antes de sair por aí fazendo postagens. Segundo ela, deve-se entender “primeiro o que você quer que ele faça, pra então 15 utilizar imagens, frases, verbos cores para sinalizar ao usuário os passos que ele precisa executar. Através do neurônio-espelho ele se vê nas imagens, nos modelos mentais que ele já traz de toda bagagem de vivencias anteriores” (Christina, 2015, n. p.). Ficou curioso pata saber o que é neurônio-espelho? Eu iria deixar para a última aula, mas ele cabe aqui, pois muitas coisas que fazemos em nosso consumo virtual, em redes sociais, tem a ver com ele. Com certeza você já ouviu falar que uma pessoa boceja ao ver outra bocejar, então, esse neurônio é o responsável por isso, é nossa ação por imitação. Por isso nas propagandas de redes sociais vemos as pessoas fazendo uso dos produtos. Vejamos uma definição alinhada a neurociências e outra ao marketing. Um neurônio-espelho, uma das descobertas mais importantes da neurociência na última década, está ligado à visão e ao movimento. Permite o aprendizado por imitação, já que é acionado quando é necessário observar ou reproduzir o comportamento de outros seres da mesma espécie. Por essa razão, acredita-se, é a base das habilidades sociais dos primatas. “Um neurônio-espelho pode ser usado para analisar cenas ou intenções de outros indivíduos”. (Rehen, 2012, n. p.) E na visão mercadológica: Os neurônios-espelho são ativados quando se observa uma ação sendo realizada, sendo o motivo de imitarmos involuntariamente o comportamento de outras pessoas. Na prática, quando assistimos alguém fazendo algo, é como se nós mesmos estivéssemos realizando tal atividade. Ou somos influenciados, como, por exemplo, quando vemos alguém bocejar, bocejamos. Em suma, se observamos alguém fazendo algo (ou se lemos a respeito), acabamos fazendo a mesma coisa em nossa mente. (Mundim, 2019) Note que esse é um dos motivos de vermos tantas imagens e frases de efeito nas publicações das empresas em redes sociais; veja só: A descoberta dos neurônios espelho e de sua importância na forma como percebemos o mundo tem implicações práticas em diversas áreas do conhecimento, inclusive no marketing. Nosso cérebro utiliza a memória das experiências que vivenciamos para construir simulações, ou seja, nós podemos reviver experiências em diversos momentos, sem de fato estarmos passando por esta experiência. Por exemplo, quando você ouve ou lê a palavra “canela”, a região cerebral ativada é a mesma região que está associada ao reconhecimento visual e do cheiro da canela. Você entende a palavra e simula uma experiência real no seu inconsciente – assim como você está fazendo agora. Você está quase sentindo o cheiro da canela? Isso é a simulação. (Tellini, 2016c, n. p.) 16 O neurônio-espelho então se tornou um elemento de análise importante para o neuromarketing e suas técnicas, e com certeza na próxima aula vamos nos aprofundar nessa temática. TROCANDO IDEIAS Agora troque uma ideia com seus amigos no fórum. Descreva como você criaria uma propaganda que aguçasse o neurônio-espelho. NA PRÁTICA Para esta aula você deverá analisar um estudo de caso proposto, de acordo com critérios preestabelecidos. Num primeiro momento será apresentado a você como a Casa do Eletrônico São João Silva elaborou a sua estratégia mercadológica para o lançamento de um novo produto. Orientações: 1. Leia o estudo de caso atentamente. 2. Identifique no texto desta aula onde estão os conceitos-chave que você vai utilizar, tenho material em mãos para realizar as tarefas. Bons estudos e bom trabalho. Casa do Eletrônico São João Silva A empresa Casa do Eletrônico São João Silva, localizada na cidade de Olinda/PE, ésobre os principais tipos de pesquisas que são utilizadas no neuromarketing para entender o funcionamento neural dos clientes e os seus impactos no processo de decisão e no consumo. Como você já sabe, essa é uma área nova em comparação a outros estudos de marketing, sendo atualizada a cada instante. Aqui fica a dica para você sempre buscar por atualização. As pesquisas são muitas, e usam diversos equipamentos – que trataremos mais para frente – objetivando estudar os monitoramentos cerebrais e das variações fisiológicas humanas, como: • Eletroencefalograma. • Pupilometria. • Monitoramento de movimento ocular. • Ressonância magnética funcional (fMRI). • Magnetoencefalograma. Vejamos a seguir algumas aplicações. Quadro 1 – Tecnologias de neuroimagem Tecnologias de neuroimagem Acrônimo Medida física Medida aplicada Resolução temporária Resolução espacial Imagem por Ressonância Magnética RMI Mudança no estado de energia do hidrogênio Matéria cinzenta e branca Dias 1 cmb Outras técnicas psicofisiológica Acrônimo Medida física Medida aplicada Resolução temporária Resolução espacial Análise de pitch de voz VPA Vibração do cordão vocal Excitação Segundos fracionários N / D Resposta Galvânica da Pele GSR Resistência elétrica Excitação Segundos fracionários N / D Eyetracking Refletividade da córnea Atenção espacial Milissegundos N / D Fonte: Perrachione; Perrachione, 2008, p. 307, tradução nossa. Note que são diversas formas de se pesquisar neurologicamente um ser humano, e por meio dessas pesquisas elaborar procedimentos mercadológicos para utilizar nas estratégias, como, por exemplo, criar gatilhos que possam ser utilizados no processo de compra ou na comunicação. Por exemplo, usar alguma voz específica na comunicação para que possa aguçar a excitação no cliente. Já discutimos aqui sobre as pesquisas de mercado, e olhe, as pesquisas de neuromarketing são uma evolução de ferramentas para que se possa compreender o cliente, logo, ela vai além das pesquisas do mercado, pois aqui olhamos outros elementos como a alteração da voz, as atividades neurológicas etc. Por exemplo, em uma pesquisa qualitativa, com um focus group, ao mostrar uma imagem a um consumidor, podemos ver a alteração em sua reação física, com o uso de neuromarketing, conseguiremos ver suas alterações biológicas, neurais etc. [o neuromarketing] tenta remover a subjetividade de um depoimento e a inarticulada e às vezes enganosa atividade de responder a um questionário, entrevista ou opinião em um focus group. Ao invés de opinião do porquê o sujeito se comportou de certa maneira, esse tipo de estudo mede os níveis de atenção, o engajamento emocional e o armazenamento de memórias. (Camargo, 2013, p. 121) Note que estas tendem a ter o custo bem mais elevado do que as pesquisas de mercado, visto que utilizam de equipamentos médicos em seu procedimento. Muitos já sabem: o consumidor não é puramente racional e, por isso, sua volatilidade é cada vez mais levada em conta pelas marcas de diversos setores. Até 95% de toda informação processada no cérebro pertencem ao implícito, ao não verbal, ou seja, ao inconsciente. Nesse cenário, o desafio de desvendar os desejos dos consumidores ganhou complexidade. Algumas grandes empresas passaram, então, a recorrer ao neuromarketing nessa empreitada, num processo consideravelmente mais caro do que as pesquisas tradicionais e proibitivo para negócios menores. Com o desenvolvimento da tecnologia, entretanto, as médias já podem – e devem – ampliar suas análises para o campo emocional de seu público-alvo. (Leite, 2014, n. p.) 5 Podemos utilizar diversos equipamentos para conhecer as sensações dos clientes nas mais diversas áreas de marketing, como uso de cores, branding, frases, imagens, estilo de comunicação, uso de produtos, precificação, layout de sites, aprimoramento de estratégia de marketing, enfim, uma infinidade de situações mercadológicas pode ser pesquisada por meio dos equipamentos de neuromarketing. Mas não desanime sobre os custos para realizar esses tipos de pesquisa, pois com o avanço da tecnologia e maior difusão das técnicas, em breve, essas pesquisas estarão a alcance de todos. Saiba mais Leia essas páginas do livro: CAMARGO, P. Nova pesquisa de comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2013. Capítulos 12 e 13. TEMA 2 – EQUIPAMENTOS DE PESQUISAS EM NEUROMARKETING Já conversamos que os equipamentos são vitais para a pesquisa em neuromarketing, agora vamos conhecer os principais deles e ver como eles podem auxiliar as empresas na concepção de suas estratégias de marketing. A partir de agora, ao ouvir as palavras eletroencefalograma, ressonância magnética por imagem funcional, eyetracking e atividade eletrodérmica, você vai associá-los aos equipamentos desse tipo de pesquisa. Vamos iniciar com o que seja talvez o mais famoso: eletroencefalograma (EEG), que visa a identificação das correntes elétricas intracranianas. Segundo o Hospital Albert Einstein ([s.d.], n. p.): O EEG é um exame que analisa a atividade elétrica cerebral espontânea, captada através da utilização de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo. Como a atividade elétrica espontânea está presente desde o nascimento, o EEG pode ser útil em todas as idades, desde recém-nascidos até pacientes idosos. Vejamos como é feio o exame: O EEG é realizado através da colocação de eletrodos no couro cabeludo, com auxílio de uma pasta condutora que, além de fixá-los, permite a aquisição adequada dos sinais elétricos que constituem a atividade elétrica cerebral. Inicialmente é feito um registro espontâneo da atividade elétrica cerebral durante a vigília (paciente acordado). Se possível, essa atividade é registrada também durante a sonolência e o sono. O registro em todos esses estados aumenta a sensibilidade do método na detecção de diversas anormalidades. Após o registro espontâneo, são realizadas as provas de ativação: hiperpneia (o paciente realiza incursões respiratórias forçadas e 6 rápidas, por 3 a 4 minutos) e fotoestimulação intermitente (coloca-se, frente ao paciente, uma lâmpada que produz flashes com frequências que variam de 0,5 a 30 Hz). O objetivo deste método é aumentar a sensibilidade do exame, bem como detectar alterações específicas que podem ser provocadas pelas provas de ativação. Em crianças que apresentam comportamentos reativos à realização do exame, o mesmo só é possível após leve sedação feita com hidrato de cloral. Nesse caso, o registro é feito durante o sono induzido. No final do exame, a criança é despertada para realização do registro durante a vigília. Após a aquisição do traçado eletroencefalográfico, o registro é revisto pelo médico neurofisiologista clínico (eletroencefalografista), com especial atenção para eventos apresentados pelo paciente durante o exame. (Hospital Albert Einstein, [s.d.], n. p.) Vejamos agora o aparelho em ação. Figura 1 – Aparelho de eletroencefalograma (EEG) Crédito:vendas para 12 desenvolver uma espécie de funil trabalhado na subjetividade e personalização. (Ramos, 2019, n. p.) Vejamos a explicação de Solomon (2008) para o processo perceptivo. Figura 6 – Processo perceptivo Fonte: Solomon, 2008, p. 83. Dessa forma, são os aromas, os gostos, as imagens, os sons e as texturas que podem ser utilizadas para acionar os nossos sentidos, buscando o nosso envolvimento. E as empresas são bem eficientes nessas estratégias, com os jingles, as histórias, os sabores, as embalagens etc. Assim, cada um deles [os sentidos] contribui para criar a atmosfera perfeita de vendas e desenvolver uma espécie de funil focado na subjetividade. O olfato, paladar e a audição, por exemplo, não estarão ligados diretamente com o seu negócio: a ideia não é comprar um carro de som ou desenvolver um jingle para vender certo produto, mas sim despertar a necessidade em fazer a compra a partir de estímulos capazes de causar bem-estar, desejo e impulso (positivamente falando). Eles podem ser desenvolvidos em conjunto – trabalhando com todos os sentidos de maneira harmônica – ou separadamente, ao selecionar aqueles que fazem sentido dentro das possibilidades de um negócio. (Ramos, 2019, n. p.) Dessa forma, as empresas usam os gatilhos para despertar a atenção, o interesse, a vontade e o desejo dos clientes com base nos sentidos, a estratégia é sempre aguçar mais de um. Lembra do carro zero? Além do “cheiro” de carro zero, ele vem com os bancos cobertos com plásticos para que o cliente o retire, assim, já são dois os sentidos: olfato e o tato. E o que tem a ver as estratégias de marketing sensorial e de neuromarketing? Bem, uma é complementar à outra. Vejamos: O neuromarketing é uma vertente de pesquisa que se propõe a entender padrões e comportamentos de compra a partir de estudos neurológicos. Com esses padrões, é possível identificar as áreas do cérebro responsáveis pela tomada de decisão por parte do consumidor. 13 O marketing sensorial, por sua vez, busca colocar formas práticas de unir a compra propriamente dita aos gatilhos mentais que facilitam o processo. Enquanto o neuromarketing descobre que o poder de compra é potencializado no cérebro por uma categoria específica de cheiros e sons, o marketing sensorial busca aplicar o estudo na realidade de um ponto de venda. Vamos exemplificar: um estudo divulgado pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo afirma que a luminosidade pode ser um empecilho na hora de comprar roupas. Quando a luz é direta, o cliente começa a reparar em detalhes da própria estética, o que influencia negativamente a compra. A partir desse estudo, que tem como base as reações e comportamentos do cérebro, o marketing sensorial é responsável, então, por aplicar a melhor opção de luz e disposição do provador, tudo isso com o objetivo de favorecer o negócio. (Ramos, 2019, n. p.) Acesse o link a seguir, e veja alguns exemplos de uso do marketing sensorial: . Dessa forma, podemos usar dos estudos e pesquisas de neuromarketing para criar nossas estratégias mercadológicas, objetivando criar as condições necessárias ao consumo. Por exemplo, a decoração do interior das lojas, as embalagens, as formas de apresentar o produto etc. TEMA 5 – ÉTICA NO NEUROMARKETING Chegamos a um tema de muita importância quando falamos de marketing, e, no nosso caso, em específico, de neuromarketing. Note que a todo tempo falamos em conhecer o comportamento do consumidor, criar gatilhos para o consumo, compreender como funciona o cérebro humano e seu comportamento, e daí em diante. E agora trazemos o elemento mais importante: a ética. Ético significa tudo aquilo que está relacionado com o comportamento moral do ser humano e sua postura no meio social. Ético refere-se à Ética, uma parte da filosofia que estuda os princípios morais que orientam a conduta humana. Mediante uma escolha que possa afetar terceiros, a ética funciona como um juiz que irá avaliar a escolha feita por cada pessoa. Um dilema ético surge quando há necessidade de se fazer uma escolha difícil, desagradável e que implica um princípio moral. A forma de agir em sociedade determina o comportamento do indivíduo como ético ou antiético. Ser ético ou ter um comportamento ético refere-se a um modo exemplar de viver baseado em valores morais. É o comportamento definido socialmente como bom. Deve-se ter em conta que cada sociedade possui suas próprias regras morais resultantes da própria cultura. Um comportamento antiético resulta da falta de ética ou de uma transgressão das normas definidas em um código ético. (Significados, 2020, n. p.) 14 Nesse caso, queremos chamar a atenção sobre o uso das técnicas, das pesquisas e das ferramentas do neuromarketing: esse uso deve ser feito dentro da boa-fé, das leis e da moral. Uma empresa nunca deve usar de dados para manipular os clientes, manipular o consumo, agir de má-fé com os clientes. Por exemplo, promover um produto que seja inútil para as necessidades dos clientes. A empresa ética é a que age dentro dos bons costumes e das boas práticas de mercado. Sempre é bom lembrar o foco do neuromarketing para que não haja desvio de conduta. Ele “atua no entendimento do consumidor para descobrir novos produtos, para entender a preferência deles por certas marcas e até avaliar as campanhas de comunicação” (Camargo, 2013, p. 78). Note que em nenhum momento se fala em manipulação de comportamento. Assim, uma ação não ética do uso do neuromarketing são as mensagens subliminares, as persuasões manipuladoras, as propagandas enganosas, a indução ao erro, por exemplo. Lembrando que o “neuromarketing não se trata de implantar ideias no cérebro das pessoas, ou forçar os outros a comprar o que não querem; se trata de descobrir o que já está dentro de nossas cabeças” (Lindstrom, 2010, p. 16, tradução nossa). Em outras palavras, o neuromarketing é descoberta, e não indução. Nesse sentido, as empresas devem criar programas internos de combate às práticas antiéticas, pois os departamentos de marketing devem ser orientados a trabalhar de acordo com a lei, sem pegadinhas, e sem invadir a privacidade dos clientes. Tal assunto é de tanta relevância, que temos uma entidade a nível internacional para tratar a questão do neuromarketing, é a Neuromarketing Science & Business Association (NMSBA). TROCANDO IDEIAS Agora troque uma ideia com seus amigos no fórum. Você descobriu que um dos gerentes da empresa está manipulando as informações oriundas de uma pesquisa de neuromarketing. Descreva como você agiria nessa situação. 15 NA PRÁTICA Para esta aula você deverá analisar um estudo de caso proposto, de acordo com critérios preestabelecidos. Num primeiro momento será apresentado a você como a Perfumaria Zanlorensy elaborou a sua estratégia mercadológica para o lançamento de um novo produto. Orientações: 1. Leia o estudo de caso atentamente. 2. Identifique no texto desta aula onde estão os conceitos-chave que você vai utilizar, tenho o material em mãos para realizar as tarefas. Bons estudos e bom trabalho. Perfumaria Zanlorensy e o aroma do amor Ah, o amor! Está chegando o dia 12 de junho. E essa data no Brasil é uma data mais que especial, pois é o dia dos namorados. Para esse ano a Perfumaria Zanlorensy lançou novos produtos: dois perfumes, o D’ele e o D’ela, cuja ideia é que o casal se presenteie. Com a possibilidade de customização da fragrância, a ideia é que os clientes coloquem no perfume elementos que faça menção ao amado, como, por exemplo, uma essência especial. Como a empresa nunca fez esse tipo de produto e de comunicação, ela precisa realizar uma pesquisa de neuromarketing para compreender como vai se comportar o consumidor. O que está claro é queeles querem analisar as questões neurológicas, em especial, as correntes elétricas intracranianas, e visuais nessa pesquisa. Análise do estudo de caso proposto A. Tomando como base o texto, podemos ver que uma das possibilidades na pesquisa é a análise das correntes elétricas intracranianas. Apresente qual o melhor equipamento para essa pesquisa. B. Tomando como base o texto, podemos ver que uma das possibilidades na pesquisa é a análise visual. Apresente qual o melhor equipamento para essa pesquisa. 16 FINALIZANDO Chegamos ao fim de nossa jornada pelos caminhos estratégicos do neuromarketing! E conseguimos explorar ao máximo as possibilidades dessa área do marketing. Apesar de as pesquisas com neuromarketing ainda estarem no nível de grandes empresas, por conta do alto investimento, temos que logo isso mudará de figura, e esse tipo de pesquisa será mais acessível. O que tiramos com isso tudo é que precisamos entender mais e melhor os nossos clientes, pois assim conseguimos criar conexão com eles, entregando os valores que por eles são esperando. Com isso, o neuromarketing passa a ser essa ferramenta interessante que nos recorda que podemos aguçar os sentidos, os sentimentos e as memórias dos clientes, para que haja um vínculo maior entre empresa-cliente. Por fim, volto a repetir que essa é uma área do marketing que está em pleno desenvolvimento, assim, sempre pesquise as novidades e se atualize! 17 REFERÊNCIAS CÂMARA, B. Ressonância magnética e ressonância magnética funcional do cérebro. Biomedicina Padrão, 2012. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2020. CAMARGO, P. Neuromarketing: a nova pesquisa de comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2013. CLÍNICA MEDPREV. Diagnóstico por imagem. Medprev, [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2020. GOMES, A. Emoções na palma da mão: como entender os desejos dos consumidores. Forebrain, 2016. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2020. HOSPITAL ALBERT EINSTEIN. Eletroencefalograma (EEG). Einstein, [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2020. INSTITUTO BRASILEIRO DE COACHING. 4 exemplos que mostram porque usar o marketing sensorial no seu negócio. IBC Coaching, 2018. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2020. KAWANO, D. R.; BATISTA, L. L. A condutância da pele como indicador de ativação emocional em mensagens persuasivas: um estudo do trailer de divulgação do filme “50 tons de liberdade”. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville – SC – 2 a 8 set. 2018. LEITE, R. Neuromarketing: a ciência começa a ficar mais acessível ao mercado. Mundo do Marketing, 2014. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2020. 18 LINDSTROM, M. Buyology: Truth and Lies about Why We Buy. United States of America: Doubleday, 2010. LORENCINI, N. Principais tecnologias utilizadas pelo neuromarketing. Forebrain, 2018. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2020. MOURTHÉ, C. A atividade eletrodérmica em diferentes contextos de aprendizagem. Metodologias Ativas Online, 2018. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2020. PERRACHIONE, T. K.; PERRACHIONE, J. R. Brains and brands: Developing mutually informative research in neuroscience and marketing. Journal of Consumer Behaviour, v. 7, p. 303-318, 2008. RAMOS, A. J. Marketing Sensorial: saiba como usar os cinco sentidos para gerar vendas para o seu negócio! Rock Content, 2019. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2020. SIGNIFICADOS. Significado de Ético. Significados, 2020. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2020. SOLOMON, M. B. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo. Porto Alegre: Artmed, 2008. 19 GABARITO A. Espera-se que os itens a seguir constem na resposta. Nesse caso, recomenda-se o uso do Eletroencefalograma (EEG), pois este que visa a identificação das correntes elétricas intracranianas. B. Espera-se que os itens a seguir constem na resposta. Nesse caso, recomenda-se o uso do eyetracking que consegue monitorar diversos movimentos oculares por segundo, fornecendo respostas de sinais fisiológicos em razão aos estímulos recebidos. aula1 CONVERSA INICIAL CONTEXTUALIZANDO TEMA 1 – BREVE HISTÓRICO DA NEUROCIÊNCIA E DO MARKETING: O QUE É NEUROMARKETING? TEMA 2 – DIFERENÇA ENTRE MARKETING E NEUROMARKETING TEMA 3 – TEORIA DA DIVISÃO TRINA DO CÉREBRO TEMA 4 – TEORIA DOS SISTEMAS 1 E 2 TEMA 5 – SISTEMA NERVOSO: UM DECISOR DE MARKETING Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS Gabarito aula2 CONVERSA INICIAL CONTEXTUALIZANDO TEMA 1 – EMOÇÕES TEMA 2 – PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO TEMA 3 – MEMÓRIAS: CURTO E LONGO PRAZO TEMA 4 – GENÉTICA COMO FATOR DE COMPORTAMENTO TEMA 5 – A INFLUÊNCIA DA MEMÉTICA NO DIA A DIA Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS aula3 CONVERSA INICIAL CONTEXTUALIZANDO TEMA 1 – PESQUISA DE MERCADO TEMA 2 – VENDAS E NEUROCIÊNCIA TEMA 3 – O VENDEDOR DE SONHOS TEMA 4 – O COMPRADOR DE RAZÃO TEMA 5 – MÉTODO NEUROCONEXÃO Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS aula4 aula5 CONVERSA INICIAL CONTEXTUALIZANDO TEMA 1 – DIFERENÇAS COMPORTAMENTAIS ENTRE HOMEM E MULHER TEMA 2 – NEUROMARKETING APLICADO Ao DESIGN, COMUNICAÇÃO, PROPAGANDA E PUBLICIDADE TEMA 3 – NEUROMARKETING APLICADO AO BRANDING TEMA 4 – NEUROMARKETING APLICADO AO MUNDO DIGITAL TEMA 5 – REDES SOCIAIS E AS INFLUÊNCIAS COMPORTAMENTAIS Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS Gabarito aula6 CONVERSA INICIAL CONTEXTUALIZANDO TEMA 1 – PESQUISAS EM NEUROMARKETING TEMA 2 – EQUIPAMENTOS DE PESQUISAS EM NEUROMARKETING TEMA 3 – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA DE MARKETING TEMA 4 – MARKETING SENSORIAL TEMA 5 – ÉTICA NO NEUROMARKETING Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS Gabaritoeu lhe disse sobre o cheirinho de carro novo e de ouvir aquela música e lembrar de alguém ou alguma situação? Então, essa é a parte do cérebro responsável por isso. Lembre-se dos cinco sentidos: • Olfato (nariz). 12 • Tato (mão). • Audição (ouvido). • Visão (olhos). • Paladar (boca/língua). Então, eles entram em ação para aflorar as nossas emoções. Talvez seja a parte mais estudada dentro do cérebro para revelar a sua proeminência de ser rápido, automático, impulsivo, associativo, emocional e inconsciente, traduzido por decisões com bases dicotômicas. O sistema límbico é a parte do nosso cérebro encarregada de regular as respostas fisiológicas e emocionais do nosso corpo. As estruturas anatômicas do sistema límbico são as responsáveis por processar as nossas emoções e regular a nossa conduta, assim o sistema límbico do cérebro funciona como o centro das emoções. Essa parte do cérebro sempre despertou muita curiosidade dentro da comunidade científica e no mundo da psicologia já que é incrível investigar como uma parte concreta da nossa anatomia pode regular algo tão importante como as nossas emoções. (Gallardo, 2019, n. p.) Vejamos agora sua estrutura que se dividem em hipotálamo, hipocampo, amígdala e gânglios da base. 13 Figura 5 – Estrutura do sistema límbico Crédito: Joshya/Shutterstock. Vamos entender essa divisão com o quadro a seguir: Quadro 3 – Estrutura do sistema límbico Partes Explicação Hipocampo Esse elemento está relacionado com a transformação da memória recente pela memória de longo prazo e a memória autobiográfica. O encontramos na parte central do lóbulo temporal (1) e também tem uma importante função relacionada à orientação e à memória espacial. Amígdala ou amígdala cerebral A amígdala ou corpo amigdalino é uma massa de neurônios em forma de uma amêndoa localizada em um dos lóbulos temporais (2). Essa zona do sistema límbico está relacionada com a formação e o armazenamento de memória associada a feitos e acontecimentos que nos produziram fortes emoções. Se diz que a amígdala cerebral é a sede de todas as emoções. Além disso, estudos recentes também demonstram que esse elemento tem uma forte implicação na consolidação da memória. Tálamo e hipotálamo O tálamo é definido como a estrutura cerebral situada em cima do hipotálamo (3). Todos os estímulos sensoriais (menos o olfato) passam por essa região do nosso sistema límbico para depois se derivar a zonas mais específicas. Essa parte do nosso cérebro tem a função principal de se comportar como núcleo de conexão e associação de estímulos e informação de caráter emocional. Já o hipotálamo é um pequeno elemento de nosso sistema nervoso emocional (4), mas que possui muitas funções neuronais. A função do hipotálamo é a de gerir e 14 coordenar o equilíbrio do nosso corpo. Esse equilíbrio é conhecido como homeostase e é o processo mediante o qual nos regulamos e podemos nos manter estáveis. Recentemente descobriu-se que o hipotálamo também percebe os níveis de uma proteína chamada leptina quando comemos muito e, como resposta a outros níveis, diminui o nosso apetite. Ela também regula condutas tais quais os ciclos do sono e o mantimento da temperatura corporal. Gânglios da base Os gânglios da base participam de forma indireta no sistema nervoso emocional. esses se encarregam de gerir nossas respostas motoras (gestos ou expressões) relacionadas aos estados emocionais produzidos pelas outras partes do sistema límbico. Fonte: Gallardo, 2019, n. p. É importante conhecer esses aspectos do sistema límbico, porque é uma das partes que o marketing mais trabalha em suas estratégias. Principalmente para criar algum tipo de emoção que servirá como um gatilho para o consumo. Vamos fazer um teste? Veja a imagem abaixo às 12 horas, antes de almoçar, e depois reveja após fazer uma refeição completa. Possivelmente você terá sentimentos diferentes. Figura 6 – Macarronada e emoção Crédito: Valeria Aksakova/Shutterstock. Sem dúvida, quando o marketing quer atingir as emoções, essa parte do cérebro é para qual as estratégias são direcionadas, vamos ver agora algumas funções deste sistema. Confira as principais funções do sistema límbico, segundo Gallardo (2019, n. p.): 15 • Busca a autopreservação da espécie mediante a ativação dos sistemas de homeostase. • É encarregado de gerir a maioria dos mecanismos cerebrais relacionados à memória. • Os circuitos de prazer e vício passam pela amígdala, pelo hipocampo e por outros núcleos do sistema límbico. Por isso, os sentimentos agradáveis nascem í • Ativa o sistema nervoso autônomo. Ele é responsável por enviar sinais aos nervos para manter um estado de alerta (sistema nervoso simpático) ou para inibir esse estado (sistema nervoso parassimpático). • De acordo com pesquisas e estudos, o sistema límbico também pode ter possíveis implicações em algumas condutas sexuais. A divisão do cérebro segundo essa teoria é trina, certo? Se já temos a parte dos instintos, e a parte das emoções, a terceira parte é: a racionalidade. Ou seja, a parte racional. É a que veremos a seguir. 3.3 Neocórtex Chegamos à última parte da divisão trina da teoria do cérebro trino, e nesse caso, estamos falando do neocórtex que fala sobre nosso raciocínio, nossas decisões. Martinson (2019, n. p.), apresenta que: Essa é a região cerebral que distingue o homem dos outros animais. É no neocórtex que se localizam os lobos cerebrais, que juntos controlam nossas interações sociais e nos dão a capacidade de pensar de forma racional e abstrata. Essa estrutura também é a responsável por nos conferir criatividade. Com isso, temos que essa é a parte pensante do cérebro, visto que o cérebro límbico é a parte sensitiva e emotiva, e o tronco cerebral são nossos instintos. Com isso, eu devo olhar sempre as três partes, pois uma boa estratégia deve abarcar as três partes. Eu explico. Mesmo as compras por impulso (aquela que compramos sem a real necessidade) passa por um processo racional de decisão, mesmo que, para comprar algo desnecessário, você pense: “ah, eu mereço!”. Olhe só como se dá a divisão dessa parte do nosso cérebro. 16 Figura 7 – Áreas cerebrais Crédito: Shopplaywood/Shutterstock. Vejamos como Rez (2018, n. p.) nos apresenta a divisão do neocórtex. Quadro 4 – Divisão do neocórtex Partes Explicação Lobo frontal Responsável pela elaboração do pensamento, do planejamento, da programação de necessidades individuais e da emoção. Lobo parietal Responsável pela sensação de dor, tato, gustação, temperatura e pressão. Estimulação de certas regiões desse lobo em pacientes conscientes produzem sensações gustativas. Também está relacionado com a lógica matemática. Lobo temporal É relacionado primariamente com o sentido de audição, possibilitando o reconhecimento de tons específicos e intensidade do som. Tumor ou acidente afetando esta região provoca deficiência de audição ou surdez. Essa área também exibe um papel no processamento da memória e emoção. Lobo occipital Responsável pelo processamento da informação visual. Lobo límbico Está envolvido com aspectos do comportamento emocional e sexual e com o processamento da memória. Fonte: Rez, 2018, n. p. Assim, note que essa parte é a mais desenvolvidas em nós, seres humanos, sendo que é uma das formas que diferenciamos a raça humana dos primatas. E, em um olhar mercadológico, seria a parte que precisamos convencer para que a compra se concretize, pois em toda compra, apesar de ter os elementos irracionais, emotivos, temos também a parte racional. TEMA 4 – TEORIA DOS SISTEMAS 1 E 2 Como já mencionado, a teoria dos sistemas 1 e 2 foi desenvolvida Daniel Kahneman (2012), a qual sugere, após pesquisas, a possibilidade de 17 integrarmos diferentes sistemas cognitivos para o processamento das decisões, fazendo comque nosso cérebro trabalhe em duas subdivisões que permeiam nosso comportamento. A teoria dos sistemas 1 e 2 traduz a ideia de que o ser humano, por meio de seu processamento cognitivo e de tomada de decisões, possui dois diferentes sistemas que, embora distintos, são interligados. Ambos os sistemas interagem com todo o nosso processo biológico, porém existem distinções entre eles. Então, vamos entender cada um deles. O sistema 1 é dito como a área de processamento rápido da informação, ou seja, o local do sentido instintivo e impulsivo, pois é baseado nas interações emocionais e nas nossas habilidades de sobrevivência, em todos os seus aspectos, e reprodução. O processamento energético é menor, ou seja, utilizamos menos energia para processar a informação e tomar a decisão; assim, nossos atos tendem a ser mais inconscientes e rápidos. Já o sistema 2 é dito como de um processamento mais lento, sendo mais racional, analítico e deliberativo, tornando assim suas decisões com menos impulsividade. Normalmente, esse sistema é chamado de dependente ou escravo do sistema anterior, o sistema 1. A racionalidade necessita de tempo, energia e fatores de consciência; assim sendo, buscamos informações para a tomada de decisões, porém, quanto mais informações recebemos, maior é nosso gasto energético e maior é o tempo de processamento dessas informações. Segundo Kahneman (2012), tomamos cerca de 23 mil a 35 mil decisões diárias, o que nos permite determinar que nosso processamento cognitivo é demasiadamente acionado; porém, a maior parte das decisões se dão num plano inconsciente. Ou seja, os processos decisórios apresentam diferentes níveis de dificuldades e importância para nosso cérebro, permitindo que a maior parte das decisões sejam empreendidas de maneira automatizada, vislumbrando o menor gasto energético e a possibilidade de aumentar a probabilidade de sobrevivências biológica, emocional, sentimental, psicológica e física. Para que as decisões sejam prontamente executadas e permitam que tenhamos mais saúde, a fim de podermos viver melhor e por mais anos, o sistema 1 foca o processamento da ação muito mais rapidamente do que o sistema 2, propiciando que este seja protegido e evitando sobrecarga cognitiva sobre ele. A automação das decisões proporciona que uma espécie de piloto automático seja ativado em nosso cérebro, modificando as ações para que sejam 18 interpretadas como hábitos; assim, há priorização de gasto de energia naquilo que seja mais relevante, que realmente necessite de interações mais intensas e de alto processamento cognitivo. Podemos entender que, baseando-nos no fato de que somos animais como quaisquer outros, temos processamentos irracionais, ou seja, nossas vidas são feitas de preocupações que determinam buscas por atalhos cognitivos influenciados por heurísticas e vieses. TEMA 5 – SISTEMA NERVOSO: UM DECISOR DE MARKETING O sistema nervoso é um fortíssimo auxiliador no processo do corpo humano de perceber as variações dos ambientes interno e externo e, em conjunto com o sistema endócrino, estão vinculados ambos à coordenação e regulação das funções corporais. Todo o sistema possui dois tipos celulares, os quais são: os neurônios e as células da glia. Para entendermos melhor como todo esse sistema interfere no nosso dia a dia, é preciso compreender o que são os neurônios. Os neurônios são responsáveis pelo recebimento e pela transmissão de informações, por meio de estímulos do meio no qual estão, e contam com duas propriedades importantes, no que tange ao comportamento: o processo de excitabilidade, o qual é a propriedade que torna a célula responsável por responder aos estímulos recebidos; e a condutibilidade. Figura 8 – Neurônios Crédito: Gritsalak Karalak/Shutterstock. 19 Para a atuação dos neurônios e de suas respostas eletroquímicas temos dois sistemas dentro do sistema nervoso: o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). Para o neuromarketing, nos importa ainda entender que, dentro do SNP, possuímos o sistema nervoso autônomo (SNA), o qual é dividido em simpático (SNAS) e parassimpático (SNAP). O SNAP é responsável pela estimulação de ações orgânicas que coloquem um organismo em situação de repouso e calma, como a desaceleração dos batimentos cardíacos e a contração pupilar. Já o SNAS é responsável pela estimulação de ações orgânicas que permitam a um organismo responder adequadamente às situações de estresse, ou seja, coloca o organismo em situação de alerta, ora excitando determinados órgãos e vísceras, ora relaxando-os, conforme o caso; por exemplo, a aceleração dos batimentos cardíacos e a dilatação pupilar. Figura 9 – SNAS e SNAP Crédito: Medicalstocks/Shutterstock. Temos também o sistema entérico ou visceral, o qual é constituído de uma rede de neurônios que integram o sistema digestivo como um todo – trato gastrointestinal, pâncreas e vesícula biliar. Pode funcionar de forma independente, porém o SNAS e o SNAP podem afetá-lo mutuamente. Com essas informações, é possível efetivar diversas estratégias, em níveis 20 comportamentais, que permitam que clientes ou espectadores sejam impactados e tenham respostas fisiológicas que propiciem o consumo. TROCANDO IDEIAS Agora troque uma ideia com seus amigos no fórum. Descreva como você usaria do conhecimento sobre o cérebro trino para criar estratégias para o setor bancário. NA PRÁTICA Para esta aula você deverá analisar um estudo de caso proposto, de acordo com critérios preestabelecidos. Num primeiro momento será apresentado a você como a empresa Doces Deliciosos da Mimy concentrou suas estratégias para o dia dos namorados Orientações: 1. Leia o estudo de caso atentamente. 2. Identifique no texto desta aula em que estão os conceitos-chave que você vai utilizar, tenho material em mãos para realizar as tarefas. Bons estudos e bom trabalho! A música do coração Não adianta não se planejar, no Brasil todo dia 12 de junho é o dia dos namorados. Diversas empresas de diversos ramos se preparam para essa data e a empresa Doces Deliciosos da Mimy não foi diferente. A empresa Doces Deliciosos da Mimy está localizada na cidade de Osasco (SP), exatamente no calçadão da rua Antônio Agú. Aliás, esse foi o fundador da cidade. Sabendo da imensa concorrência em ruas de comércio como essa, a empresa se prepara para lançar sua estratégia de marketing para o dia dos namorados. O mote da campanha é: A música da nossa vida, no qual os clientes devem por meio de aplicativo de conversa enviar para a empresa qual é a música que os clientes consideram ser a trilha sonora do seu relacionamento. O próximo passo seria ir até a loja e como uma caça ao tesouro identificar onde está a mídia com essa música. Quem achar além de concorrer a uma cesta de chocolates espetacular ainda teria um atraente desconto nos produtos. 21 Análise do estudo de caso proposto A. Tomando como base o texto, podemos ver que a estratégia da empresa trabalha principalmente com dois elementos dos nossos cinco sentidos: audição e visão. Seu produto está mais alinhado ao paladar. Assim, temos uma visão multidisciplinar da sua abordagem estratégica. Quando olhamos para a teoria do cérebro Trino, podemos afirmar que o foco da estratégia é o sistema límbico? Apresente seus argumentos. B. Quando observamos o produto da empresa, temos que ele está mais associação às outras partes do cérebro que não ao tronco cerebral (a parte reptiliana). Por quê? Apresente seus argumentos. FINALIZANDO Chegamos ao fim deste nosso primeiro encontro, e conseguimos entender já de antemão que o neuromarketing é uma ferramenta valiosa do marketing para traçar estratégias assertiva na entrega de valor ao cliente. Em outras palavras, o neuromarketing nos possibilita conhecer melhor o comportamento dos nossosclientes, não apenas por aspectos comportamentais, aqui vamos além, podemos o entender por uma forma neurológica. Rez (2018, n. p.) nos fala dessas possibilidades: Entendendo como funcionam os sistemas tronco cerebral, límbico e neocórtex, os profissionais de marketing criam abordagens diferentes de acordo com o produto ou serviço oferecido, influenciando diferentes áreas do cérebro em busca da máxima eficiência de suas ofertas, aumentando a percepção de valor, criando sensações positivas ou utilizando técnicas de persuasão mais eficazes. Assim, o neuromarketing se apresenta como mais uma opção dentro do escopo de marketing para que as empresas possam fazer uso e assim obter sucesso em suas estratégias mercadológicas. 22 REFERÊNCIAS AMERICAN MARKETING ASSOCIATION. Definition of Marketing. American Marketing Association, 2017. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. ARO ELEVEN. Entenda o que é neuromarketing e como usar essa estratégia. Aro Eleven, [s. d.]. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. DAMAZIO, T. Diferença entre marketing 1.0 ao 4.0. Melhore seu negócio, 2017. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. GALLARDO, C. P. O que é sistema límbico: funções, anatomia e doenças associadas. Psicologia Online, 2019. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. GLOVER, M. Cérebro reptiliano: o que é, características e funções. Psicologia Online, 2019. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. GUILHERME NETO. Neuromarketing: entenda a ciência que estuda a mente do consumidor. Mundo do Marketing, 2008. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. KAHNEMAN, D. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. MARTINSON, J. Neuromarketing: entenda o que é e veja como ele funciona na prática. Resultados Digitais, 2019. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. 23 RAMA, M. Entenda o que é neuromarketing e por que aplicar na sua estratégia. DDWB, 2019. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. REZ, R. O cérebro trino: reptiliano, límbico e neocórtex. Nova Escola de Marketing, 2018. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. SANTOS, V. S. dos. Cérebro humano. Brasil Escola, [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. 24 GABARITO A. Espera-se que os itens a seguir constem na resposta. Sim, pois quando o marketing quer atingir as emoções, essa parte do cérebro é para qual as estratégias são direcionadas. Essa é uma das partes que o marketing mais trabalha em suas estratégias. Principalmente para criar algum tipo de emoção que servirá como um gatilho para o consumo. B. O consumo de chocolate tem muitos mais a ver com o desejo do que com a necessidade, visto que esse não é um consumo crucial para a manutenção da vida. Essa parte do cérebro trabalha exatamente nessa parte; aqui estão nossos instintos de sobrevivência. NEUROMARKETING AULA 2 Prof. Elizeu Barroso Alves CONVERSA INICIAL A decisão e a memória Sendo o neuromarketing a junção dos estudos da neurociência aos estudos de mercadologia podemos entender como funciona o processamento das informações no cérebro humano, e, com isso, conseguimos criar estratégias de marketing que sejam eficazes. Compreender o ser humano é um quesito importante para a elaboração das estratégias mercadológicas e estruturação do relacionamento social. Todos possuem os mesmos sentimentos e emoções e processam suas respectivas realidades a tal ponto que possam decidir sobre determinados posicionamentos ou ações que, em outro momento, podem variar de formato, intensidade e consequência. Quando pensamos nas emoções, temos que o marketing almeja despertá-las. Com certeza você já viu uma propaganda de café que sobre o seu aroma, o seu sabor. Isso ocorre, pois o ensejo do marketing é despertar as lembranças de sua memória para liberar as suas emoções, e com isso influenciar o seu processo de compra. Nessa aula vamos estudar exatamente essas condições, principalmente os impactos da comunicação nas memórias e o despertar das emoções. Esta aula está dividia em 5 temas principais: 1. Emoções. 2. Processo de tomada de decisão. 3. Memórias: curto e longo prazo. 4. Genética como fator de comportamento. 5. A influência da memética no dia a dia. Ah, a ideia de memética fala sobre os memes, que é uma forma de reprodução da cultura por gerações. #Vamoslá CONTEXTUALIZANDO As nossas emoções… Quem nunca riu, chorou, ficou com raiva, decepcionado que atire a primeira pedra! E quem nunca ganhou um presente e 3 ficou emocionado ou então comprou para si aquele produto que estava esperando há muito tempo? Veja a imagem a seguir. Figura 1 – Emoções Crédito: Eliane Ramos. Quando pensamos na emoção, temos que ela é despertada por algo, ou seja, por algum motivo nos emocionamos. Um desses motivos pode ser por nossas experiências. a. Falso. b. Verdadeiro. Comentário: a alternativa que apresenta a resposta correta é a (b), pois essa a emoção surge em experiências de caráter afetivo. TEMA 1 – EMOÇÕES Há uma música do cantor Roberto Carlos que diz: “Se chorei ou se sofri, o importante é que emoções eu vivi”. Ah, as emoções, como ganhar um presente, receber uma visita inesperada, se apaixonar, e, no fim, ter seu desejo atendido. Podemos dizer que as estratégias de marketing permeiam despertar emoções para as pessoas. Note que as propagandas trabalham nesse sentido, em aflorar as emoções em nosso sistema límbico e que sejamos capazes de argumentarmos 4 em nosso neocórtex para adquirir os produtos que fazem nossos corações bater mais forte. Mas o que são as emoções? Bem, Miguel (2015, p. 153) apresenta que “emoção poderia ser definida como uma condição complexa e momentânea que surge em experiências de caráter afetivo, provocando alterações em várias áreas do funcionamento psicológico e fisiológico, preparando o indivíduo para a ação”. Anote esta palavra: experiências. Vamos fazer um teste? Veja a imagem a seguir. Figura 2 – Filhote de leão Crédito: Thomas Retterath/Shutterstock. Agora escreva no quadro a seguir seus sentimentos ao ver essa imagem: 5 Com certeza, seus sentimentos estarão ligados às suas experiências de vida, por exemplo, se você assistiu ao filme O rei leão da Disney, você vai se lembrar da relação de Mufasa com o Simba. Se ainda não viu esse filme, corra e veja. Assim, nossas experiências vão moldar as nossas emoções, e o neuromarketing visa entender como isso acontece para propiciar boas experiências aos seus públicos-alvo. Despertar algo dentro dos clientes para aflorar as suas emoções. Com isso, ao presenciar algum tipo de comunicação expressamos algumas ou uma mistura das emoções a seguir: • Raiva. • Tristeza. • Medo.• Desprezo. • Nojo. • Felicidade. • Surpresa. Por exemplo, as embalagens nos maços de cigarro trazem mensagens para criar nojo, aversão a esse hábito, vejamos: Figura 3 – Maço de cigarro Crédito: Divulgação/Anvisa. 6 Já a propagando do dia dos pais, a intenção é despertar a emoção de felicidade, orgulho, satisfação. Vejamos. Figura 4 – Propaganda do Dia dos Pais Crédito: In The Light Photography/Shutterstock. Com isso, podemos dizer que as estratégias de marketing visam desvelar as emoções dos clientes por meio dos sentimentos. Para que isso ocorra, a empresa precisa deve conhecer muito bem seus produtos/serviços e seus clientes, pois assim é capaz de criar a comunicação assertiva que traga bons resultados para ela. Vejamos a seguir as dicas de Geneze (2018) para que as empresas consigam criar conexões emocionais com os clientes. Quadro 1 – Criando conexão com os clientes O que Como Tratar os funcionários como se fossem os primeiros clientes Um ótimo serviço de atendimento ao cliente começa com aqueles que o entregam: os colaboradores. Quando os colaboradores estão felizes, os clientes também ficarão. Para isso é preciso construir uma cultura que coloca a satisfação dos colaboradores em primeiro lugar. Isso motiva os colaboradores a se orgulharem do trabalho que fazem, o que geralmente leva a experiências duradouras e memoráveis. Ter foco em experiências que geram conexões memoráveis As experiências de clientes mais memoráveis são aquelas que criam conexões memoráveis. Então como é possível criar essas conexões? Ouvindo os clientes. O processo de ouvir em si mostra aos clientes que a empresa se importa e também é capaz de descobrir necessidades, desafios e pontos problemáticos. 7 Obtendo feedbacks rapidamente A melhor maneira de receber feedbacks dos clientes é logo após o atendimento. É possível fazer pesquisas logo após a interação por meio de ferramentas programadas, como o telefone e o e-mail. Ao receber um bom feedback, é fundamental que esse elogio seja destinado para a equipe que prestou um bom atendimento ao cliente. O reconhecimento das atribuições contribui para demonstrar a qualidade do serviço para outros colaboradores. Concentrando-se nas necessidades dos clientes Uma ótima estratégia de atendimento ao cliente sempre começa com a compreensão do que o cliente precisa. Para isso, basta perguntar a eles o que eles realmente querem. Essas perguntas envolvem questões como: • Nível de serviço. • Preços. • Qualidade do produto. • Promoções. • Publicidade. • O que mais for necessário. Com essas respostas é possível avaliar melhor as lideranças, aprimorar o planejamento estratégico da empresa e avaliar o que realmente está funcionando. Usando o autoatendimento à seu favor Ao utilizar canais que fornecem autoatendimento, os operadores que estavam dedicados a atender uma grande demanda de chamados ficam livres para se dedicar a problemas mais complexos. Operadores com mais tempo são mais felizes, ficam menos pressionados e conseguem tratar problemas complexos com mais paciência e motivação. Incentivando o engajamento O caminho mais rápido para uma melhor experiência do cliente é o engajamento. É preciso criar interações com os clientes que de fato despertem o interesse deles. Para incentivar o engajamento existem algumas opções como: • Fazer perguntas para iniciar conversas. • Criar enquetes rápidas. • Solicitar feedbacks. • Comentar bate-papos. • Interagir em fóruns. • Qualquer outra ação cabível. É possível também engajar por meio do compartilhamento do conteúdo produzido pelos clientes, como fotos ou vídeos dos produtos, por m eio de concursos ou outros incentivos. Responder rapidamente aos comentários dos clientes nas mídias sociais também é importante. Quando você responde rapidamente é mais provável que os clientes sintam que a empresa valoriza o que eles têm a dizer. Fonte: elaborado com base em Geneze, 2018, n. p. Por que é importante criar vínculos emocionais com os clientes? Porque esse é um aspecto que os clientes levam em seu processo de decisão, que veremos a seguir. Saiba mais Leia o texto: ALMEIDA, F.; ARRUDA, D. M. de O. O neuromarketing e a neurociência do comportamento do consumidor: o futuro por meio da convergência de conhecimentos, disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2020. TEMA 2 – PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO Tomar decisões, ou seja, fazer escolhas pode parecer simples, e algumas decisões até o são, porém, dependendo do que será decidido, as decisões tendem a ser mais complexas e, assim, devem ser tomadas com base em processos. Afinal, você acha que a decisão de compra de um carro é a mesma para a compra de arroz? O que há em comum em todo o processo de decisão é que ele está permeado de sentimentos. Vemos de fato o trabalho das três áreas do cérebro trino em funcionamento. No processo de vendas, quando estamos negociando, apresentando, acompanhando a decisão, ou prospectando, queremos que o nosso potencial cliente escolha fazer negócios com a nossa empresa, por sermos a melhor opção. Além disso, nós enchemos nossos clientes com informações que demonstram que nossa empresa é importante e tentando convencê-los que somos a melhor opção. (Paulillo, [s.d.], n. p.) Com isso, as empresas devem conhecer como funciona o processo decisório e como deve desenvolver suas estratégias em cada uma das etapas. No processo decisório simples, temos: • identificação de um problema/oportunidade; • diagnóstico da situação e busca das alternativas; • análise das alternativas; • decisão; • acompanhamento/monitoramento da decisão. Nesse caso, as estratégias de marketing estão conectadas a todas as fases do processo de decisão, desde o cliente ter a ciência de que precisa de algo, passando pela busca e pela análise das alternativas até o comportamento pós-compra. Vejamos como isso pode ocorrer no quadro a seguir, na compra de um carro. 9 Quadro 2 – Exemplo processo de compra de um carro Etapa O que é feito Como o neuromarketing pode agir Identificação de um problema/oportunidade Nascimento de um novo filho Apresentar que carros maiores dão conforto a toda a família Diagnóstico da situação e busca das alternativas Analisar os modelos e os valores dos carros Apresentar as características e condições de pagamento para o carro. Análise das alternativas Escolher qual é a marca/modelo será comprado Apresentar os custos- benefícios apontando os ganhos pela escolha da marca. Decisão Comprar o carro Apresentar que a escolha foi acertada; que o cliente entrou para um seleto grupo. Acompanhamento/monitoramento da decisão Refletir se fez a compra certa. Acompanhar o pós-compra, se apresentando sempre próximo aos clientes. Fonte: Alves, 2020. Dessa forma, ao entender como se comporta o cliente, a empresa pode, por exemplo, elaborar uma comunicação direcionada, aquela em que o cliente sabe que a empresa está falando com ele. Lembre-se: “mais do que atender o cliente, é preciso engajá-lo de uma forma que seja criada uma conexão emocional. A partir disso, os benefícios dessa relação entre empresa e consumidor só aumentarão” (Geneze, 2018, n. p.). Vejamos a seguir os comportamentos mais comuns de compra. Quadro 3 – Comportamentos mais comuns de compra Etapa O que é feito Comportamento complexo de compra Quando se trata de um produto caro, de alto envolvimento, de compra não habitual e com diferenças significativas entre as marcas, o comportamento de compra é complexo. É o caso típico da aquisição de um computador ou televisor de alta definição, por exemplo, que se faz com pouca frequência e envolve um alto risco se a decisãode compra for errada. Por isso, para tomar uma atitude em relação ao produto, o comprador passa a pesquisar sobre ele, considerando as diversas soluções disponíveis no mercado, até tomar a decisão de compra e fazer uma escolha refletida em diversos fatores, como: • experiência anterior; • preço; • custo-benefício; • reviews; • entre outros. Isso é o que chamamos de competitividade do produto. Comportamento de compra com Diferentemente do comportamento complexo, no comportamento de compra com baixa dissonância cognitiva, existe um alto envolvimento com o produto ou serviço. 10 dissonância cognitiva reduzida Mesmo a compra não sendo algo habitual e o preço sendo caro, o consumidor vê pouca diferença entre as marcas. Tomemos como exemplo o processo de decisão de compra de móveis para piscina ou de pisos cerâmicos, de faixas de preço semelhantes. Nesse caso, como o comprador vê pouca diferença entre as marcas, ele não tem crenças formadas sobre elas. A tomada de decisão do consumidor será mais rápida, baseada em questões como preço, entrega gratuita, design e outras facilidades de aquisição. Em vez de seguir a ordem habitual em sua tomada de decisão de compra (crenças, atitudes e decisão), ele primeiro toma a decisão rapidamente e, ao usar os produtos, desenvolve crenças e atitudes sobre eles. É nesse ponto que podem surgir as chamadas dissonâncias cognitivas, quando suas crenças começam a não corresponder com suas percepções sobre a marca. Comportamento de compra habitual Sal e açúcar são exemplos típicos de produtos que geram esse comportamento de compra. Existe pouco envolvimento emocional e poucas diferenças entre as marcas. Nesses casos, o processo de decisão do consumidor segue a sequência normal de crenças, atitude e decisão. E como não há um grande esforço nem pesquisa na hora da compra, cria-se um hábito. Novas marcas nesse tipo de mercado costumam usar promoções e degustações para estimular a mudança de hábito de compra do consumidor. Outro ponto importante é tentar gerar maior envolvimento do consumidor com a marca, criando fatores emocionais que se ligam ao produto (como no caso das conhecidas propagandas de margarina, em que o convívio com a família pela manhã é destacado) ou fortes benefícios, como marcas de pasta de dente que associam livrar-se do mau hálito ou proteger seus filhos das cáries. Voltando ao nosso exemplo, na compra de sal e açúcar, existem novos consumidores que procuram um caráter mais saudável, optando por marcas e variações do produto. Como a compra de açúcar de coco, orgânico, demerara, entre outros. Comportamento de compra em busca de variedade Neste caso, apesar do baixo preço e do pouco envolvimento, as marcas apresentam diferenças significativas entre si. O que ocorre é que a experimentação e a troca de marca pelo consumidor é constante, em busca de variedade. É o caso da compra de chocolates em barra. Mesmo tendo crenças sobre algumas marcas, o consumidor não hesita em buscar novidades sempre que aparecem novos sabores ou promoções de outras marcas. As marcas líderes devem fazer o possível para transformar o comportamento de compra de “busca de variedade” em um comportamento de “compra habitual”, com investimento em propaganda e presença dominante no ponto de venda. Para as marcas novas ou menores, restam as táticas promocionais ou uma comunicação que mostra bons motivos para experimentar sua marca. Além disso, ambos os perfis de empresas devem buscar a inovação constante da linha de produtos. Fonte: Mathias, 2018, n. p. Assim, é preciso que a empresa conheça seu cliente, seu comportamento e suas atitudes para que possa ofertar os produtos na medida certa para que torne assim o processo de decisão menos traumático aos consumidores. Que eles tenham na memória que a compra desse produto dessa empresa é sempre uma boa experiência. 11 TEMA 3 – MEMÓRIAS: CURTO E LONGO PRAZO Como nos lembramos das coisas? Como é o processo de ver algo e relembrar que alguma ocasião que vão ocasionar uma série de sentimentos e emoções. A resposta está em nossa memória, que segundo Bruna ([s.d.], n. p.), “é a forma como o cérebro adquire e armazena informações, uma das funções mais complexas do organismo humano”. Em outras palavras, é dentro do cérebro em que se reside o armazenamento de tudo que vivemos e sentimos. A memória é um dos mais importantes processos psicológicos, pois, além de ser responsável pela nossa identidade pessoal e por guiar em maior ou menor grau nosso dia a dia, está relacionada a outras funções corticais igualmente importantes, tais como a função executiva e o aprendizado. Ainda que sem perceber, estamos fazendo uso desse importante recurso cognitivo a todo momento. Se entramos no carro para ir para a faculdade, temos necessariamente que nos lembrar para onde estamos indo. Lembrar envolve diretamente a memória. Não fosse assim, estaríamos impossibilitados de chegar ao nosso destino. Não fosse a memória, sequer saberíamos que cursamos uma faculdade, não saberíamos nem mesmo nosso nome, e tampouco o nome de nossos pais, amigos etc. (Mourão Junior; Faria, 2015, p. 780- 781) A memória de divide naquela que armazena o momento atual, das informações atuais, em que muitas delas, quando o cérebro entender que não são mais úteis ele vai descartar. Por exemplo, o que você comeu no almoço no dia 21/08/2020? Essa é a memória de curto prazo. Em contrapartida, há aquelas informações que nosso cérebro acessa sempre, essa então fica alocada na memória de longo prazo, e passa fazer parte dos nossos conhecimentos. Se você dirige, você vai lembrar que no início era tudo complicado: trocar a marcha, pisar na embreagem, no acelerador, freio, olhar nos retrovisores. Hoje possivelmente você já faz tudo isso numa boa. Vejamos o quadro a seguir, que sintetiza essa diferença. Quadro 4 – Memória a curto prazo e memória a longo prazo Tipo O que é Memória de curto prazo A memória de curto prazo trabalha com dados por algumas horas até que sejam gravados de forma definitiva. Esse tipo de memória é particularmente importante nos dados de cunho declarativo. Em caso de algum tipo de agressão ao cérebro, enquanto as informações estão armazenadas neste estágio da memória, ocorrerá sua perda irreparável. Memória de longo prazo A memória de longo prazo é a que retém de forma definitiva a informação, permitindo sua recuperação ou evocação. Nela estão contidos todos os nossos dados autobiográficos e todo nosso conhecimento. Sua capacidade é praticamente ilimitada. Fonte: Bruna, [s.d.], n. p. 12 Note então que o marketing vai trabalhar nessas duas áreas de nossas memórias, sendo uma para um compra rápida, baseada em uma experiência a curto prazo e uma a longo prazo, aquela que visa despertar as memórias antigas. Por exemplo, despertando a nostalgia nas pessoas. A nostalgia pode despertar sentimentos e memórias positivas nos públicos que vivenciaram aquela época, e é claro que isso não passou despercebido pelo mercado. Produtos nostálgicos estabelecem um laço emocional com os consumidores, que se abrem para as possibilidades que possam trazer de volta um pouquinho dos good old days, independente de quais eles sejam. (Ferreira, 2019, n. p.) Assim não é estranho ver propagandas que trazem em sua comunicação os elementos que servem de gatilhos para despertar a nossa memória. Lembra que já falamos sobre sentir um perfume e lembrar de alguém? Então, é a nossa memória em ação. Sabia que temos até um indicador para saber o quanto as pessoas lembram de uma marca? Seu nome é share of mind, ou fatia da mente em tradução literal. Vamos testar? Diga uma marca de xampu! Então, essa marca que você disse está na sua mente (sendo você usuário ou não), assim, conseguimos calcular esse tipo de share da marca. O Portal Target Mais (2019) apresenta algumas dicas para aumentar a lembrança dasmarcas na mente dos consumidores. Quadro 5 – Dicas para aumentar a lembrança na memória Tenha uma identidade visual forte Começando pelo mais básico: é fundamental ter uma identidade visual que seja bastante consistente e de alto impacto. Algumas das maiores marcas existentes devem muito do seu sucesso a esse aspecto. É o caso de apostar corretamente nas cores do empreendimento, empregando a psicologia, além de investir em elementos gráficos que traduzam a mensagem do negócio. Todos esses fatores devem ser facilmente fixados na memória do consumidor, de forma a garantir que você não caia no esquecimento. Fortaleça a comunicação com quem compra A comunicação é um poderoso elemento para se fazer lembrado, já que os clientes vão se recordar bem de quem estabelece uma boa nutrição de relacionamentos. Isso significa, por exemplo, investir em ações de marketing digital. Como o cliente está mais do que nunca presente na internet, posicionar-se adequadamente no mundo on-line ajuda enormemente a marcar presença no mercado. Para tanto, vale a pena utilizar estratégias daquele tipo de marketing, como a atuação nas redes sociais, de modo a criar um canal de forte interação. É importante que a comunicação não seja apenas comercial. Em vez disso, procure agregar valor, como ao oferecer à clientela conteúdos relevantes e que a auxilie em suas dúvidas. 13 Use o marketing sensorial Gerar boas sensações é uma forma efetiva de criar lembranças muito mais duradouras. Uma loja de perfumes precisa ter um ambiente com aroma agradável e marcante. Enquanto isso, uma loja refinada se beneficia de iluminação e som ambiente adaptados. Esses são apenas alguns exemplos de como fazer um marketing sensorial, que tem tudo a ver com criar cenários e experiências. Garantir que o consumidor se sinta bem comprando e, principalmente, que tenha impressões que só a sua marca proporciona, é uma forma de ser sempre lembrado. Invista na fidelização do consumidor Nada melhor para ficar na memória do cliente do que fazer com que retorne outras vezes para comprar com você. Para chegar a tanto, é imprescindível garantir a fidelização, o que exige certos cuidados. Em primeiro lugar, é fundamental atender aos desejos principais de quem compra. Além disso, um atendimento personalizado e de máxima qualidade vai fazer toda a diferença para conseguir aquele resultado. Deve-se obter a alta satisfação de quem faz as compras e alimentar um relacionamento de valor. Ambas as iniciativas vão gerar confiança e mais interesse para a marca, fazendo com que a pessoa não apenas se lembre do seu negócio, mas retorne para o estabelecimento, várias outras vezes no futuro. Para se fixar à memória do consumidor, é válido investir em experiências, comunicação e atendimento. Os elementos visuais também são importantes, criando uma marca impossível de ser esquecida. Fonte: Target Mais, 2019, n. p. O marketing vai então pautar suas estratégias para aumentar a sua participação na mente dos consumidores, por meio de uma comunicação que desponte as melhores lembranças nos clientes e estimule o consumo. TEMA 4 – GENÉTICA COMO FATOR DE COMPORTAMENTO Você já parou para pensar o que define o seu comportamento de hoje em dia, e como era no passado? Será que nosso comportamento tem só questões psicológicas, ou também há questões de ordem sociológica, ambiental e mesmo genética? Não esqueça que você traz consigo material genético de todos os seus antecessores. Não é estranho ver que muitos de nós consumimos produtos que nossos antecessores consumiam, e os fazemos, pois isso nos foi passado nos nossos materiais genéticos. Uma forma de observar essa questão da genética como um fator comportamental é conhecer as quatro leis da genética comportamental. Vejamos o que Aparecido (2015) nos relata sobre essas leis. 14 Quadro 6 – As quatro leis da genética comportamental Leis Explicações Primeira De acordo com a primeira lei, todos os traços comportamentais humanos são herdáveis, isto é, afetados, em algum grau, pela variação genética. Isso significa que as diferenças entre indivíduos são significativamente herdáveis, sejam eles avaliados quantitativamente como uma dimensão, ou qualitativamente como um diagnóstico. Embora esse achado seja intensamente demonstrado, ele ainda não tem tido ampla aceitação, especialmente nas ciências comportamentais, devido ao fato de ele ressuscitar o debate criação versus ambiente, que permeou, por muitas décadas, as áreas da psicologia e da psiquiatria, ainda hoje existente em algumas áreas educacionais. É claro que, sem surpresa, qualquer traço comportamental sofre influência genética e talvez seja mais interessante achar um que não o sofra. Segunda A segunda lei afirma que o efeito de ser criado na mesma família é menor que os efeitos dos genes. De acordo com essa lei, o ambiente compartilhado, isto é, o ambiente que é igual para todas as crianças, explica apenas uma pequena proporção da variabilidade dos traços comportamentais. Assim, a conclusão mais apropriada, talvez, não seja discutir o quanto o ambiente familiar não importa para o desenvolvimento das crianças, mas, ao contrário, qual é o ambiente compartilhado pelos irmãos que não importa. Por que, então, são tão diferentes crianças de uma mesma família? Estudos propõem que isso se deve, potencialmente, aos eventos ambientais não compartilhados que, em vez das variáveis ambientais compartilhadas, são uma realidade. Um exemplo? O status socioeconômico, que constitui a base da psicologia evolutiva sociocultural. Terceira Pela terceira lei tem-se que nenhum traço é totalmente herdável. Todos os traços mostram substancial influência ambiental, haja vista que a herdabilidade não é total para aquele traço. A aceitação da importância tanto das influências genéticas quanto ambientais conduz ao interesse da interação entre gene e ambiente, tal como sua interação (moderação) e correlação (mediação) no desenvolvimento dos traços complexos. Quarta A quarta lei, por sua vez, tem emergido da pesquisa genética molecular que tenta, com dedicação, identificar os genes específicos responsáveis pela extensão ou grau de herdabilidade. A herdabilidade é causada por muitos genes que têm efeitos pequenos, o que significa, em outras palavras, que um dado traço pode ser afetado pelas inúmeras associações de genes de suas variantes, cada qual tendo pequenos efeitos. Não há estudos que demonstrem, até o momento, um gene que tenha grande efeito num traço comportamental complexo qualquer, como inteligência, ou mesmo habilidade para leitura, escrita etc. É certo que as influências genéticas são substanciais. Porém, nada se sabe sobre a especificidade de um gene em relação a determinado traço. Fonte: elaborado com base em Aparecido, 2015, n. p. Com isso, podemos identificar os perfis de comportamentos familiares para que assim possamos entender como se comporta no que se refere o seu consumo. Famílias que apresentam um ambiente mais feliz, ambientes mais tristes, isso tudo vai impactar a forma pelo qual nós consumimos. 15 Faça um teste simples agora. De tudo o que você consome, o que você julga ter herdado de seus antepassados? Esse é um tema de extrema importância e ainda muito novo, sendo um espaço amplo para os estudos. O processo de sobrevivência biológica, psicológica e social afeta diretamente nosso processo de tomada de decisões e também varia nossas atenuações comportamentais por consequência de nossas emoções, pois agora estamos felizes por esta aula, mas depois ficaremos na expectativa pela próxima aula e ao se concluir este tema ficaremos com a vontade de querer saber mais, e é neste momento que decidiremos que vamos aprofundar nosso conteúdo ou se ficarmos até onde nos foi fornecido, podendo criar uma frustração pela necessidade posterior de conhecimento; porém jamais saberemos o futuro, maspodemos mudar o presente buscando mais conteúdo. Essa simplificação dos fatos permite entender que somos influenciados diariamente tanto pelas nossas aptidões naturais e herdadas pela genética de nossos pais, que nos permite ter a probabilidade de determinados comportamentos, e até a questão de sofrermos as pressões de mudarmos opinião, pensamentos e decisões em detrimento de outra pessoa ou de uma determinada situação. É um aglomerado de resultados das decisões atuais que forem influenciadas pelas nossas memórias de curto e longo prazos. TEMA 5 – A INFLUÊNCIA DA MEMÉTICA NO DIA A DIA Quando você ouve a palavra meme, com certeza vem alguma imagem em sua cabeça, e isso tem sim a ver com os memes que você pensou. Quem iniciou o trabalho com esse conceito foi Richard Dawkins em 1976, em seu livro O gene egoísta (2001). O meme é algo para a memória, e temos vários tipos, como os de tecnologia, dos jingles, piadas, provérbios e aforismos, canção de ninar, os fenômenos da internet etc. Mas, afinal, o que é o meme? Podemos dizer que é a forma que a cultura sobrevive e se reproduz, ou seja, a cultura também se espalha como os genes, é a nossa transmissão cultural, e que no nosso caso se dá por meio da imitação. Precisamos de um nome para o novo replicador, um substantivo que transmita a ideia de uma unidade de transmissão cultural, ou uma unidade de imitação. “Mimeme” provém de uma raiz grega adequada, mas quero um monossílabo que soe um pouco como “gene”. Espero que meus amigos helenistas me perdoem se eu abreviar mimeme para meme. Se servir como consolo, pode-se, alternativamente, pensar que 16 a palavra está relacionada com “memória”, ou à palavra francesa même. (Dawkins, 2001, p. 214) Vejamos como Teixeira (2016, n. p.) nos apresenta a temática dos memes: O conceito de meme é bastante amplo, incluindo hábitos, superstições, crenças, doutrinas, teorias – em suma, qualquer representação mental que dependa dos limitados recursos do cérebro humano para sobreviver e se difundir. “É possível que existam centenas, milhares de memes em nossos cérebros, competindo o tempo todo para determinar aquilo que fazemos”, afirma Robert Aunger, antropólogo da Universidade de Cambridge. Tudo o que é ensinado ou transmitido socialmente pode ser um meme. A fórmula da relatividade (E=mc2) e o logotipo da Coca-Cola, os quartetos de Beethoven e a eguinha Pocotó, os sonetos de Camões e as piadas do Casseta & Planeta são todos memes. O curioso fascínio da nova teoria se deve em parte a essa capacidade de generalização quase ilimitada. Na visão dos memeticistas mais radicais, tudo o que não está codificado nos nossos genes deverá ser atribuído aos memes. Fome e desejo sexual são impulsos fisiológicos e, portanto, não se enquadram no campo de estudo da memética. (Teixeira, 2016, n. p.) Quando pensamos então nas estratégias de marketing, nada melhor do que criar uma comunicação que possa ser repetida um monte de vezes e perpassar as gerações, por exemplo, lembra do Jingle do Bic Mac? Vou começar e você termina: “Dois hambúrgueres, alface […] É Big Mac! Big Mac!”. Se você não souber como cantar esse jingle, e isso depende de sua idade, e de seu consumido do McDonald’s, o McDonald’s falhou em sua missão. Mas o Big Mac e a lingerie da Victoria’s Secret são, sim, exemplos de memes. Como ícones culturais, são passados de uma pessoa para outra – individualmente ou pelos meios de comunicação de massa – e competem com outros memes para determinar nosso comportamento. (Teixeira, 2016, n. p.) Eu acredito que nesse momento você já tenha associado a questão dos memes com a questão da memória, visto que “Um meme pode ser concebido como uma unidade de cultura, um comportamento ou uma ideia que pode ser passada de pessoa para pessoa” (Leal-Toledo, 2013, p. 192). A mutabilidade comportamental de determinados genes direciona o meme. Para Peruzzo (2014), “meme é qualquer informação que substitua, atualize ou insira um comportamento na mente humana”. Tal comportamento pode ser replicável dependendo do processo memética do indivíduo. Sobre isso, Luckesi relata: Muitas vezes compreendemos novos conceitos e discursamos sobre eles, mas nossa prática permanece atrelada a um modo comum, antigo e insatisfatório de agir, pois que, em grande parte de nossos dias de 17 vida, somos guiados pela atuação do nosso inconsciente. Mudar hábitos é uma das condutas mais difíceis em nossa vida, uma vez que estão vinculados a crenças incrustadas profundamente em nosso inconsciente como resultado de anos e anos de vida num contexto a elas favorável. (Luckesi, 2011, p. 220-221) Com isso, faz sentido as estratégias de marketing serem voltadas para que possa emergir os sentimentos e as lembranças nos consumidores, e isso ser passado de pai para filho, mãe para filho, avô para neto etc. Visto que os memes adentram em nossa mente. Pense em um meme que tenha visto na internet, e reflita sobre seus sentimentos após vê-lo. É isso que o meme busca, e por isso que são gerados tantos memes de tantas situações que ocorrem no dia a dia. Memes devem ser passados por imitação, para isso têm que se adaptar ao aparato cognitivo dos seres vivos capazes de imitação. Pode ser verdade que tais seres vivos sejam sujeitos livres e capazes de escolha, contudo, isso não faz fundamentalmente diferença nenhuma. Tais seres, mais especificamente os seres humanos, sempre terão uma maior probabilidade de imitar algum comportamento do que outro. O aparato cognitivo humano, seja ele capaz de escolha ou não, pode ser considerado só como parte do ambiente ao qual o meme deve se adaptar. Memes mais bem adaptados a tal ambiente se tornarão mais comuns. (Leal-Toledo, 2013, p. 195) Assim é uma ferramenta do neuromarketing para entender como funciona neurologicamente o comportamento do consumidor. Uma vez que a empresa o conhece, ela pode melhor atender seus clientes. Isso significa entregar o produto certo, para o cliente certo, no momento certo. E que isso cause boas impressões e lembranças para gerar a recompra. TROCANDO IDEIAS Agora troque uma ideia com seus amigos no fórum. Descreva como você usaria do conhecimento sobre a memória para criar estratégias para o setor bancário. NA PRÁTICA Para esta aula você deverá analisar um estudo de caso proposto, de acordo com critérios preestabelecidos. Num primeiro momento será apresentado a você como a empresa Calcanhar de Achiles Calçados ou CA Calçados concentrou suas estratégias para o dia dos namorados Orientações: 18 1. Leia o estudo de caso atentamente. 2. Identifique no texto desta aula em que estão os conceitos-chave que você vai utilizar, tenho material em mão para realizar as tarefas. Bons estudos e bom trabalho! Mudar ou não mudar a identidade da marca, eis a questão A fábrica Calcanhar de Achiles Calçados ou CA Calçados é uma empresa que está instalada na cidade de Ivaiporã (PR) e que tem forte atuação em todo o dstado. A marca existe desde 1962 e nunca mexeu até então em sua identidade visual. Com os dados de uma pesquisa de mercado, a empresa identificou que 20% se mantinham fiéis à marca e a maioria deixou de ter essa marca como referência, pois a considera velha, ultrapassada. A empresa sabe que se mudar a identidade visual poderá agregar mais clientes, porém, pode perder os fiéis, pois a marca ainda desperta emoções positivas neles. Depois de muito debate interno, a empresa definiu que sim, vai adotar uma nova identidade visual e para isso, usará das estratégias de neuromarketing que trata do despertar das emoções e memórias nos clientes. O mote será: Calçados CA sempre com você, mas agora de um jeito diferente. Análise do estudo de caso proposto A. Tomando como base o texto, podemos ver que a decisão da empresa foi pela alteração da identidade visual. Imagine que você é o gerente de marketing e sabeespecialista na venda de eletrônicos. A empresa já possui 40 anos, e há cinco anos passou a investir em sua presença digital e nas vendas online. Nessa semana eles lançaram uma nova possibilidade de negócio, que é a adoção do omnichannel como estratégia. Para aproveitar o aniversário de 40 anos, vão lançar a promoção de 40% de desconto em quatro dias. Para isso, foi desenvolvida uma página especial em seu site e geração de conteúdo em redes sociais. Análise do estudo de caso proposto A. Tomando como base o texto, podemos ver que vai se iniciar uma estratégia de omnichannel. Apresente como pode ocorrer essa estratégia. 17 B. Tomando como base o texto, temos que a empresa criou uma página especial no seu site e ação nas redes sociais. Nesse sentindo, como você orientaria para que a empresa possa atuar ativamente nas redes sociais? FINALIZANDO Nesta aula nós imergimos no comportamento do consumidor, e principalmente estudamos o efeito das ferramentas de neuromarketing na comunicação das empresas, seja em forma de propaganda, seja em forma de publicidade. O foco é que as técnicas de neuromarketing aplicadas à comunicação, ao branding e ao mundo digital acabam por criar bons laços entre a empresa e o cliente, visto que ela passa a melhor conhecer o comportamento do consumidor por meio de sua ação nas redes sociais. Conhecer os clientes é sempre a forma mais assertiva para se comunicar com ele, e com as técnicas de neuromarketing nós conseguimos mapear o seu comportamento em seu processo de decisão, criando gatilhos para que o cliente se sinta envolvido para a compra. Com o neurônio-espelho temos que eles são o foco de muitas propagandas quando apresentam uma comunicação que pode ser absorvida pelo cliente, e que este se veja na comunicação e, assim, consuma. 18 REFERÊNCIAS ABREU, L. Comportamento do consumidor digital: como é esse perfil e dicas para se comunicar melhor com ele. Rock Content, 2020. Disponível em: <https://rockcontent.com/br/blog/comportamento-do-consumidor-digital/>. Acesso em: 15 dez. 2020. BUCZYNSKI, M. 3 dicas de Neuromarketing para aprimorar o design. Forebrain, 2018a. Disponível em: <https://www.forebrain.com.br/noticias/3-dicas-de- neuromarketing-para-aprimorar-o-design/>. Acesso em: 15 dez. 2020. BUCZYNSKI, M. Enxergando além da marca – neuromarketing e branding. 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NEUROMARKETING AULA 6 Prof. Elizeu Barroso Alves 2 CONVERSA INICIAL Pesquisas, equipamentos e ética Nesta aula vamos falar sobre como são operadas as pesquisas de neuromarketing e os principais equipamentos que são utilizados para se fazer o estudo dessa área que une a neurologia e o marketing. Com esses equipamentos, nessas pesquisas, conseguimos apurar como uma pessoa se comporta fisiológica, química e neurologicamente quando apresentada a alguma comunicação mercadológica, por exemplo, se ela gosta, detesta, sente medo, enfim, conseguimos apurar como ela se sente. Igualmente, veremos que é possível alinhar as estratégias de neuromarketing às estratégias de marketing sensorial para conseguimos criar situações que sejam propícias para o consumo. Por fim, trazemos à tona a importância dos aspectos éticos na condução de pesquisas e estratégias de neuromarketing. Esta aula está dividida em cinco temas principais, os quais são: 1. Pesquisas em neuromarketing. 2. Equipamentos de pesquisas em neuromarketing . 3. Diagnóstico por imagem como instrumento de pesquisa de marketing. 4. Marketing sensorial. 5. Ética no neuromarketing. #Partiu CONTEXTUALIZANDO Sabemos que os cinco sentidos humanos são importantes para as estratégias de neuromarketing; assim, as empresas são capazes de elaborar campanhas que possam de fato criar conexões com os clientes, por exemplo, criando aromas distintos aos seus produtos. Nesse caso, o sentido impactado será: a. Visão. b. Tato. c. Olfato. d. Paladar. 3 e. Audição. Comentário: a alternativa que apresenta a resposta correta é a (c), pois como o aroma se trata de um cheiro, ela vai impactar o olfato. TEMA 1 – PESQUISAS EM NEUROMARKETING Vamos agora falarsobre os principais tipos de pesquisas que são utilizadas no neuromarketing para entender o funcionamento neural dos clientes e os seus impactos no processo de decisão e no consumo. Como você já sabe, essa é uma área nova em comparação a outros estudos de marketing, sendo atualizada a cada instante. Aqui fica a dica para você sempre buscar por atualização. As pesquisas são muitas, e usam diversos equipamentos – que trataremos mais para frente – objetivando estudar os monitoramentos cerebrais e das variações fisiológicas humanas, como: • Eletroencefalograma. • Pupilometria. • Monitoramento de movimento ocular. • Ressonância magnética funcional (fMRI). • Magnetoencefalograma. Vejamos a seguir algumas aplicações. Quadro 1 – Tecnologias de neuroimagem Tecnologias de neuroimagem Acrônimo Medida física Medida aplicada Resolução temporária Resolução espacial Imagem por Ressonância Magnética RMI Mudança no estado de energia do hidrogênio Matéria cinzenta e branca Dias <1–3 mm Imagem por Ressonância Magnética Funcional fMRI Nível de oxigenação do sangue Atividade metabólica Segundos 1 a 5 mm Imagem por tensor de difusão DTI Gradiente de difusão magnética de água Tratos da substância branca Dias 1 mm Tomografia por emissão de pósitrons PET Radioativo 2 – desoxiglicose Atividade metabólica Segundos 3 a 5 mm Espectroscopia de infravermelho próximo NIRS Nível de oxigenação do sangue Atividade metabólica Segundos 2 cm Tomografia computadorizada CT Absorção de raios-X Matéria cinzenta e branca N / D <1 mm Magnetoencephalography MEG Campos magnéticos Atividade neural da população Milissegundos Centímetros Eletroencefalografia Eletroencefalograma Campos elétricos Atividade neural da população Milissegundos Centímetros 4 Estimulação magnética transcraniana TMS N / D Precisão e tempo de reação Milissegundos > 1 cmb Outras técnicas psicofisiológica Acrônimo Medida física Medida aplicada Resolução temporária Resolução espacial Análise de pitch de voz VPA Vibração do cordão vocal Excitação Segundos fracionários N / D Resposta Galvânica da Pele GSR Resistência elétrica Excitação Segundos fracionários N / D Eyetracking Refletividade da córnea Atenção espacial Milissegundos N / D Fonte: Perrachione; Perrachione, 2008, p. 307, tradução nossa. Note que são diversas formas de se pesquisar neurologicamente um ser humano, e por meio dessas pesquisas elaborar procedimentos mercadológicos para utilizar nas estratégias, como, por exemplo, criar gatilhos que possam ser utilizados no processo de compra ou na comunicação. Por exemplo, usar alguma voz específica na comunicação para que possa aguçar a excitação no cliente. Já discutimos aqui sobre as pesquisas de mercado, e olhe, as pesquisas de neuromarketing são uma evolução de ferramentas para que se possa compreender o cliente, logo, ela vai além das pesquisas do mercado, pois aqui olhamos outros elementos como a alteração da voz, as atividades neurológicas etc. Por exemplo, em uma pesquisa qualitativa, com um focus group, ao mostrar uma imagem a um consumidor, podemos ver a alteração em sua reação física, com o uso de neuromarketing, conseguiremos ver suas alterações biológicas, neurais etc. [o neuromarketing] tenta remover a subjetividade de um depoimento e a inarticulada e às vezes enganosa atividade de responder a um questionário, entrevista ou opinião em um focus group. Ao invés de opinião do porquê o sujeito se comportou de certa maneira, esse tipo de estudo mede os níveis de atenção, o engajamento emocional e o armazenamento de memórias. (Camargo, 2013, p. 121) Note que estas tendem a ter o custo bem mais elevado do que as pesquisas de mercado, visto que utilizam de equipamentos médicos em seu procedimento. Muitos já sabem: o consumidor não é puramente racional e, por isso, sua volatilidade é cada vez mais levada em conta pelas marcas de diversos setores. Até 95% de toda informação processada no cérebro pertencem ao implícito, ao não verbal, ou seja, ao inconsciente. Nesse cenário, o desafio de desvendar os desejos dos consumidores ganhou complexidade. Algumas grandes empresas passaram, então, a recorrer ao neuromarketing nessa empreitada, num processo consideravelmente mais caro do que as pesquisas tradicionais e proibitivo para negócios menores. Com o desenvolvimento da tecnologia, entretanto, as médias já podem – e devem – ampliar suas análises para o campo emocional de seu público-alvo. (Leite, 2014, n. p.) 5 Podemos utilizar diversos equipamentos para conhecer as sensações dos clientes nas mais diversas áreas de marketing, como uso de cores, branding, frases, imagens, estilo de comunicação, uso de produtos, precificação, layout de sites, aprimoramento de estratégia de marketing, enfim, uma infinidade de situações mercadológicas pode ser pesquisada por meio dos equipamentos de neuromarketing. Mas não desanime sobre os custos para realizar esses tipos de pesquisa, pois com o avanço da tecnologia e maior difusão das técnicas, em breve, essas pesquisas estarão a alcance de todos. Saiba mais Leia essas páginas do livro: CAMARGO, P. Nova pesquisa de comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2013. Capítulos 12 e 13. TEMA 2 – EQUIPAMENTOS DE PESQUISAS EM NEUROMARKETING Já conversamos que os equipamentos são vitais para a pesquisa em neuromarketing, agora vamos conhecer os principais deles e ver como eles podem auxiliar as empresas na concepção de suas estratégias de marketing. A partir de agora, ao ouvir as palavras eletroencefalograma, ressonância magnética por imagem funcional, eyetracking e atividade eletrodérmica, você vai associá-los aos equipamentos desse tipo de pesquisa. Vamos iniciar com o que seja talvez o mais famoso: eletroencefalograma (EEG), que visa a identificação das correntes elétricas intracranianas. Segundo o Hospital Albert Einstein ([s.d.], n. p.): O EEG é um exame que analisa a atividade elétrica cerebral espontânea, captada através da utilização de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo. Como a atividade elétrica espontânea está presente desde o nascimento, o EEG pode ser útil em todas as idades, desde recém-nascidos até pacientes idosos. Vejamos como é feio o exame: O EEG é realizado através da colocação de eletrodos no couro cabeludo, com auxílio de uma pasta condutora que, além de fixá-los, permite a aquisição adequada dos sinais elétricos que constituem a atividade elétrica cerebral. Inicialmente é feito um registro espontâneo da atividade elétrica cerebral durante a vigília (paciente acordado). Se possível, essa atividade é registrada também durante a sonolência e o sono. O registro em todos esses estados aumenta a sensibilidade do método na detecção de diversas anormalidades. Após o registro espontâneo, são realizadas as provas de ativação: hiperpneia (o paciente realiza incursões respiratórias forçadas e 6 rápidas, por 3 a 4 minutos) e fotoestimulação intermitente (coloca-se, frente ao paciente, uma lâmpada que produz flashes com frequências que variam de 0,5 a 30 Hz). O objetivo deste método é aumentar a sensibilidade do exame, bem como detectar alterações específicas que podem ser provocadas pelas provas de ativação. Em crianças que apresentam comportamentos reativos à realização do exame, o mesmo só é possível após leve sedação feita com hidrato de cloral. Nesse caso, o registro é feito durante o sono induzido. No final do exame, a criança é despertada para realização do registro durante a vigília. Após a aquisição do traçado eletroencefalográfico, o registro é revisto pelo médico neurofisiologista clínico (eletroencefalografista), com especial atenção para eventos apresentados pelo paciente durante o exame. (Hospital Albert Einstein, [s.d.], n. p.) Vejamos agora o aparelho em ação. Figura 1 – Aparelho de eletroencefalograma (EEG) Crédito:Yakobchuk Viacheslav/Shutterstock. Passaremos agora a ressonância magnética por imagem funcional (fMRI) que mede as ativações das regiões cerebrais em conjunto utiliza do monitoramento do fluxo sanguíneo. A imagem por ressonância magnética (IRM) é o resultado da interação do forte campo magnético produzido pelo equipamento com os prótons de hidrogênio do tecido humano, criando uma condição para que possamos enviar um pulso de radiofrequência e, após, coletar a radiofrequência modificada, através de uma bobina ou antena receptora. Este sinal coletado é processado e convertido numa imagem ou informação. […] 7 A RM funcional permite detectar alterações da atividade neuronal local com a precisão de milímetros. O processamento de informações num determinado circuito cerebral traduz-se por uma intensificação da atividade neuronal, com consequente influxo de sangue oxigenado. O gradiente de oxihemoglobina / desoxihemoglobina das vênulas locais provoca uma distorção do campo magnético local. Demonstrou-se que essa distorção reflete diretamente a atividade neuronal local. (Câmara, 2012, n. p.) Vejamos como é o equipamento. Figura 2 – Equipamento de ressonância magnética por imagem funcional Crédito: Hakaba/Shutterstock. Outra técnica é a que faz o rastreamento do movimento ocular, o eyetracking, que consegue monitorar diversos movimentos oculares por segundo, fornecendo respostas de sinais fisiológicos em razão aos estímulos recebidos. O [eyetracking] é uma tecnologia que permite monitorar o movimento dos olhos e o padrão de fixação do olhar, além de outras funcionalidades, como medir a contração ou dilatação da pupila, por exemplo. Esse método é capaz de entregar resultados muito relevantes para o estudo do comportamento do consumidor, pois nossos olhos seguem automaticamente o que nos interessa e várias alterações no movimento dos olhos, como a velocidade do movimento, a duração de fixações e os padrões de busca, são relevantes para entender como uma pessoa está respondendo a um estímulo (como, por exemplo, a uma gôndola de produtos ou um comercial de televisão). Existem equipamentos cada vez mais sofisticados, com 8 softwares e hardwares de alta precisão, para realizar essa metodologia. Hoje em dia, com o avanço das webcams de alta resolução, esta técnica também pode ser aplicada, com algumas limitações, através de computadores e dispositivos móveis, o que pode diminuir o custo das pesquisas e permitir um maior alcance. (Lorencini, 2018, n. p.). Vejamos como funciona a lógica do eyetracking. Figura 3 – Lógica do eyetracking Crédito: Griboedov/Shutterstock. Por fim, vamos agora a atividade eletrodérmica ou EDA (electrodermal activity), que é um marcador útil na marcação de alteração de estados emocionais. As atividades eletrodérmicas, refletem a atividade dentro do eixo simpático do sistema nervoso autônomo e fornecem uma medida sensível e conveniente de avaliar alterações na excitação simpática associada à emoção, cognição e atenção. (Mourthé, 2018, n. p.) 9 Kawano e Batista (2018, p. 5), sobre o EDA, relatam que: Tendo em vista a utilização de medidas atreladas à condutância de pele nesse estudo, torna-se imperativo que se faça, ainda que brevemente, uma apresentação acerca da origem fisiológica da condutância da pele, bem como das estruturas anatômicas associadas a esse processo, no qual a pele ganha destaque, por abrigar as glândulas sudoríparas. Uma forma de aplicar o EDA é utilizando as mãos; vejamos: Nosso corpo possui cerca de três milhões de glândulas sudoríparas, as glândulas responsáveis pela produção de suor. A maioria delas está localizada na testa, nas bochechas, nas palmas e dedos das mãos e também na sola dos pés. E agora, você deve estar se perguntando, mas o que o suor tem a ver com a intensidade emocional ou com os meus consumidores? Calma, eu explico: A função primária do suor, que é de conhecimento geral, é resfriar o nosso corpo. Assim sendo, quando está muito calor ou o nosso corpo atinge uma determinada temperatura – quando praticamos algum esporte, por exemplo – começamos a suar. O que poucos sabem, é que algumas glândulas sudoríparas, localizadas na palma das mãos e na sola dos pés, não são controladas pela temperatura, mas, sim, pelo nosso sistema nervoso simpático, sendo ativadas quando somos emocionalmente estimulados, e de maneira proporcional à intensidade do que estamos sentindo. Isso mesmo, quanto mais emocionado você fica, maior é a quantidade de suor produzido na palma das suas mãos e na sola dos seus pés. (Gomes, 2016, n. p.) Figura 4 – Exemplo de uso do EDA Crédito: Gajus/Shutterstock. 10 Note que com esses equipamentos se torna possível analisar o comportamento do consumidor frente ao que lhe é apresentado, com a possibilidade de entender como este funciona biologicamente. Por exemplo, ao ver uma marca de xampu, quais as alterações químicas temos nos consumidores. TEMA 3 – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA DE MARKETING Aqui vamos focar os exames que são feitos por meio de aparelhos de diagnósticos por imagens, pois eles são de muita importância no que se refere às pesquisas de neuromarketing e o marketing propriamente dito. Vamos falar, por exemplo, da ressonância magnética por imagem funcional (fMRI). Mas o que é um diagnóstico por imagens? Vejamos o que diz a Clínica Medprev ([s.d.], n. p.): Diagnóstico por imagem é a especialidade da medicina que utiliza diversas tecnologias para obter imagens do interior do corpo, permitindo fazer a identificação de anomalias e o acompanhamento de condições e tratamentos sem a necessidade de cirurgias. Os diferentes tipos de exames de imagem empregam tecnologias como radiação, ondas sonoras e campos magnéticos para possibilitar a visualização das estruturas internas do paciente. Assim, como os exames de diagnóstico por imagem vêm revolucionando a medicina, o mesmo ocorre quando pensamos nas estratégias de marketing, visto que esses tipos de exame podem nos mostrar em tempo real o que está sentindo os consumidores quando exposto a qualquer coisa, como, por exemplo, uma propaganda. Acesse o link a seguir e veja um caso prático realizado pela empresa L’Oreal: <https://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/planejamento- estrategico/31819/neuromarketing-a-ciencia-comeca-a-ficar-mais-acessivel-ao- mercado.html>. O case não deixa claro qual foi o equipamento utilizado para observar os impulsos cerebrais, porém, podemos considerar que eles tenham utilizado um aparelho de diagnóstico por imagem. Usando esse equipamento, as empresas podem compreender como se comporta o cliente a ser submetido a alguma situação, e, com isso, ela é capaz de identificar gatilhos para as compras. Por exemplo, se ele identificou que 11 determinado público sente-se mais emotivo com a imagem de crianças, ela pode utilizar dessas imagens em suas estratégias de comunicação. Veja a imagem a seguir. Figura 5 – Bebê Crédito: Monkey Business Images/Shutterstock. Essa imagem pode facilmente ser utilizada em diversos tipos de campanha: dia dos pais, adoção de criança, cuidado com a criança, e por aí vai. Com os equipamentos de diagnóstico de imagens alinhados à pesquisa de mercado, é possível entendermos melhor os sentimentos dos clientes, suas memórias, sua atividade cerebral, seus batimentos cardíacos etc. TEMA 4 – MARKETING SENSORIAL Já conversamos aqui sobre os nossos cinco sentidos, lembra? Audição, visão, paladar, tato e olfato. Vamos voltar a eles, pois é por meio deles que as empresas criam os seus gatilhos neurais. A estratégia de marketing que visa ativar os sentidos é chamada de marketing sensorial. O marketing sensorial se baseia no estímulo dos diferentes sentidos para conquistar a atenção e o interesse dos seus clientes. Por meio dessa estratégia, cria-se a atmosfera perfeita devendas para 12 desenvolver uma espécie de funil trabalhado na subjetividade e personalização. (Ramos, 2019, n. p.) Vejamos a explicação de Solomon (2008) para o processo perceptivo. Figura 6 – Processo perceptivo Fonte: Solomon, 2008, p. 83. Dessa forma, são os aromas, os gostos, as imagens, os sons e as texturas que podem ser utilizadas para acionar os nossos sentidos, buscando o nosso envolvimento. E as empresas são bem eficientes nessas estratégias, com os jingles, as histórias, os sabores, as embalagens etc. Assim, cada um deles [os sentidos] contribui para criar a atmosfera perfeita de vendas e desenvolver uma espécie de funil focado na subjetividade. O olfato, paladar e a audição, por exemplo, não estarão ligados diretamente com o seu negócio: a ideia não é comprar um carro de som ou desenvolver um jingle para vender certo produto, mas sim despertar a necessidade em fazer a compra a partir de estímulos capazes de causar bem-estar, desejo e impulso (positivamente falando). Eles podem ser desenvolvidos em conjunto – trabalhando com todos os sentidos de maneira harmônica – ou separadamente, ao selecionar aqueles que fazem sentido dentro das possibilidades de um negócio. (Ramos, 2019, n. p.) Dessa forma, as empresas usam os gatilhos para despertar a atenção, o interesse, a vontade e o desejo dos clientes com base nos sentidos, a estratégia é sempre aguçar mais de um. Lembra do carro zero? Além do “cheiro” de carro zero, ele vem com os bancos cobertos com plásticos para que o cliente o retire, assim, já são dois os sentidos: olfato e o tato. E o que tem a ver as estratégias de marketing sensorial e de neuromarketing? Bem, uma é complementar à outra. Vejamos: O neuromarketing é uma vertente de pesquisa que se propõe a entender padrões e comportamentos de compra a partir de estudos neurológicos. Com esses padrões, é possível identificar as áreas do cérebro responsáveis pela tomada de decisão por parte do consumidor. 13 O marketing sensorial, por sua vez, busca colocar formas práticas de unir a compra propriamente dita aos gatilhos mentais que facilitam o processo. Enquanto o neuromarketing descobre que o poder de compra é potencializado no cérebro por uma categoria específica de cheiros e sons, o marketing sensorial busca aplicar o estudo na realidade de um ponto de venda. Vamos exemplificar: um estudo divulgado pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo afirma que a luminosidade pode ser um empecilho na hora de comprar roupas. Quando a luz é direta, o cliente começa a reparar em detalhes da própria estética, o que influencia negativamente a compra. A partir desse estudo, que tem como base as reações e comportamentos do cérebro, o marketing sensorial é responsável, então, por aplicar a melhor opção de luz e disposição do provador, tudo isso com o objetivo de favorecer o negócio. (Ramos, 2019, n. p.) Acesse o link a seguir, e veja alguns exemplos de uso do marketing sensorial: <https://www.ibccoaching.com.br/portal/3-exemplos-que-mostram- porque-usar-o-marketing-sensorial-no-seu-negocio/>. Dessa forma, podemos usar dos estudos e pesquisas de neuromarketing para criar nossas estratégias mercadológicas, objetivando criar as condições necessárias ao consumo. Por exemplo, a decoração do interior das lojas, as embalagens, as formas de apresentar o produto etc. TEMA 5 – ÉTICA NO NEUROMARKETING Chegamos a um tema de muita importância quando falamos de marketing, e, no nosso caso, em específico, de neuromarketing. Note que a todo tempo falamos em conhecer o comportamento do consumidor, criar gatilhos para o consumo, compreender como funciona o cérebro humano e seu comportamento, e daí em diante. E agora trazemos o elemento mais importante: a ética. Ético significa tudo aquilo que está relacionado com o comportamento moral do ser humano e sua postura no meio social. Ético refere-se à Ética, uma parte da filosofia que estuda os princípios morais que orientam a conduta humana. Mediante uma escolha que possa afetar terceiros, a ética funciona como um juiz que irá avaliar a escolha feita por cada pessoa. Um dilema ético surge quando há necessidade de se fazer uma escolha difícil, desagradável e que implica um princípio moral. A forma de agir em sociedade determina o comportamento do indivíduo como ético ou antiético. Ser ético ou ter um comportamento ético refere-se a um modo exemplar de viver baseado em valores morais. É o comportamento definido socialmente como bom. Deve-se ter em conta que cada sociedade possui suas próprias regras morais resultantes da própria cultura. Um comportamento antiético resulta da falta de ética ou de uma transgressão das normas definidas em um código ético. (Significados, 2020, n. p.) 14 Nesse caso, queremos chamar a atenção sobre o uso das técnicas, das pesquisas e das ferramentas do neuromarketing: esse uso deve ser feito dentro da boa-fé, das leis e da moral. Uma empresa nunca deve usar de dados para manipular os clientes, manipular o consumo, agir de má-fé com os clientes. Por exemplo, promover um produto que seja inútil para as necessidades dos clientes. A empresa ética é a que age dentro dos bons costumes e das boas práticas de mercado. Sempre é bom lembrar o foco do neuromarketing para que não haja desvio de conduta. Ele “atua no entendimento do consumidor para descobrir novos produtos, para entender a preferência deles por certas marcas e até avaliar as campanhas de comunicação” (Camargo, 2013, p. 78). Note que em nenhum momento se fala em manipulação de comportamento. Assim, uma ação não ética do uso do neuromarketing são as mensagens subliminares, as persuasões manipuladoras, as propagandas enganosas, a indução ao erro, por exemplo. Lembrando que o “neuromarketing não se trata de implantar ideias no cérebro das pessoas, ou forçar os outros a comprar o que não querem; se trata de descobrir o que já está dentro de nossas cabeças” (Lindstrom, 2010, p. 16, tradução nossa). Em outras palavras, o neuromarketing é descoberta, e não indução. Nesse sentido, as empresas devem criar programas internos de combate às práticas antiéticas, pois os departamentos de marketing devem ser orientados a trabalhar de acordo com a lei, sem pegadinhas, e sem invadir a privacidade dos clientes. Tal assunto é de tanta relevância, que temos uma entidade a nível internacional para tratar a questão do neuromarketing, é a Neuromarketing Science & Business Association (NMSBA). TROCANDO IDEIAS Agora troque uma ideia com seus amigos no fórum. Você descobriu que um dos gerentes da empresa está manipulando as informações oriundas de uma pesquisa de neuromarketing. Descreva como você agiria nessa situação. 15 NA PRÁTICA Para esta aula você deverá analisar um estudo de caso proposto, de acordo com critérios preestabelecidos. Num primeiro momento será apresentado a você como a Perfumaria Zanlorensy elaborou a sua estratégia mercadológica para o lançamento de um novo produto. Orientações: 1. Leia o estudo de caso atentamente. 2. Identifique no texto desta aula onde estão os conceitos-chave que você vai utilizar, tenho o material em mãos para realizar as tarefas. Bons estudos e bom trabalho. Perfumaria Zanlorensy e o aroma do amor Ah, o amor! Está chegando o dia 12 de junho. E essa data no Brasil é uma data mais que especial, pois é o dia dos namorados. Para esse ano a Perfumaria Zanlorensy lançou novos produtos: dois perfumes, o D’ele e o D’ela, cuja ideia é que o casal se presenteie. Com a possibilidade de customização da fragrância, a ideia é que os clientes coloquem no perfume elementos que faça menção ao amado, como, por exemplo, uma essência especial. Como a empresa nunca fez esse tipo de produto e de comunicação, ela precisa realizar uma pesquisa de neuromarketing para compreender como vai se comportar o consumidor. O que está claro é queeles querem analisar as questões neurológicas, em especial, as correntes elétricas intracranianas, e visuais nessa pesquisa. Análise do estudo de caso proposto A. Tomando como base o texto, podemos ver que uma das possibilidades na pesquisa é a análise das correntes elétricas intracranianas. Apresente qual o melhor equipamento para essa pesquisa. B. Tomando como base o texto, podemos ver que uma das possibilidades na pesquisa é a análise visual. Apresente qual o melhor equipamento para essa pesquisa. 16 FINALIZANDO Chegamos ao fim de nossa jornada pelos caminhos estratégicos do neuromarketing! E conseguimos explorar ao máximo as possibilidades dessa área do marketing. Apesar de as pesquisas com neuromarketing ainda estarem no nível de grandes empresas, por conta do alto investimento, temos que logo isso mudará de figura, e esse tipo de pesquisa será mais acessível. O que tiramos com isso tudo é que precisamos entender mais e melhor os nossos clientes, pois assim conseguimos criar conexão com eles, entregando os valores que por eles são esperando. Com isso, o neuromarketing passa a ser essa ferramenta interessante que nos recorda que podemos aguçar os sentidos, os sentimentos e as memórias dos clientes, para que haja um vínculo maior entre empresa-cliente. Por fim, volto a repetir que essa é uma área do marketing que está em pleno desenvolvimento, assim, sempre pesquise as novidades e se atualize! 17 REFERÊNCIAS CÂMARA, B. Ressonância magnética e ressonância magnética funcional do cérebro. Biomedicina Padrão, 2012. Disponível em: <https://www.biomedicinapadrao.com.br/2012/12/ressonancia-magnetica-e- ressonancia.html>. Acesso em: 15 dez. 2020. CAMARGO, P. Neuromarketing: a nova pesquisa de comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2013. CLÍNICA MEDPREV. Diagnóstico por imagem. Medprev, [s.d.]. Disponível em: <https://medprev.online/exames/diagnostico-por-imagem.html>. Acesso em: 15 dez. 2020. GOMES, A. Emoções na palma da mão: como entender os desejos dos consumidores. Forebrain, 2016. Disponível em: <https://www.forebrain.com.br/noticias/emocoes-na-palma-da-mao-como- entender-os-desejos-dos-consumidores/>. Acesso em: 15 dez. 2020. HOSPITAL ALBERT EINSTEIN. Eletroencefalograma (EEG). Einstein, [s.d.]. Disponível em: <https://www.einstein.br/especialidades/neurologia/exames- tratamentos/eletroencefalograma>. Acesso em: 15 dez. 2020. INSTITUTO BRASILEIRO DE COACHING. 4 exemplos que mostram porque usar o marketing sensorial no seu negócio. IBC Coaching, 2018. Disponível em: <https://www.ibccoaching.com.br/portal/3-exemplos-que-mostram-porque-usar- o-marketing-sensorial-no-seu-negocio/>. Acesso em: 15 dez. 2020. KAWANO, D. R.; BATISTA, L. L. A condutância da pele como indicador de ativação emocional em mensagens persuasivas: um estudo do trailer de divulgação do filme “50 tons de liberdade”. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville – SC – 2 a 8 set. 2018. LEITE, R. Neuromarketing: a ciência começa a ficar mais acessível ao mercado. Mundo do Marketing, 2014. Disponível em: <https://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/planejamento- estrategico/31819/neuromarketing-a-ciencia-comeca-a-ficar-mais-acessivel-ao- mercado.html>. Acesso em: 15 dez. 2020. 18 LINDSTROM, M. Buyology: Truth and Lies about Why We Buy. United States of America: Doubleday, 2010. LORENCINI, N. Principais tecnologias utilizadas pelo neuromarketing. Forebrain, 2018. Disponível em: <https://www.forebrain.com.br/noticias/principais-tecnologias-utilizadas-pelo- neuromarketing/>. Acesso em: 15 dez. 2020. MOURTHÉ, C. A atividade eletrodérmica em diferentes contextos de aprendizagem. Metodologias Ativas Online, 2018. Disponível em: <https://metodologiasativasonline.com.br/a-atividade-eletrodermica-em- diferentes-contextos-de-aprendizagem/>. Acesso em: 15 dez. 2020. PERRACHIONE, T. K.; PERRACHIONE, J. R. Brains and brands: Developing mutually informative research in neuroscience and marketing. Journal of Consumer Behaviour, v. 7, p. 303-318, 2008. RAMOS, A. J. Marketing Sensorial: saiba como usar os cinco sentidos para gerar vendas para o seu negócio! Rock Content, 2019. Disponível em: <https://rockcontent.com/br/blog/marketing-sensorial/>. Acesso em: 15 dez. 2020. SIGNIFICADOS. Significado de Ético. Significados, 2020. 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TEMA 2 – DIFERENÇA ENTRE MARKETING E NEUROMARKETING TEMA 3 – TEORIA DA DIVISÃO TRINA DO CÉREBRO TEMA 4 – TEORIA DOS SISTEMAS 1 E 2 TEMA 5 – SISTEMA NERVOSO: UM DECISOR DE MARKETING Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS Gabarito aula2 CONVERSA INICIAL CONTEXTUALIZANDO TEMA 1 – EMOÇÕES TEMA 2 – PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO TEMA 3 – MEMÓRIAS: CURTO E LONGO PRAZO TEMA 4 – GENÉTICA COMO FATOR DE COMPORTAMENTO TEMA 5 – A INFLUÊNCIA DA MEMÉTICA NO DIA A DIA Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS aula3 CONVERSA INICIAL CONTEXTUALIZANDO TEMA 1 – PESQUISA DE MERCADO TEMA 2 – VENDAS E NEUROCIÊNCIA TEMA 3 – O VENDEDOR DE SONHOS TEMA 4 – O COMPRADOR DE RAZÃO TEMA 5 – MÉTODO NEUROCONEXÃO Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS aula4 aula5 CONVERSA INICIAL CONTEXTUALIZANDO TEMA 1 – DIFERENÇAS COMPORTAMENTAIS ENTRE HOMEM E MULHER TEMA 2 – NEUROMARKETING APLICADO Ao DESIGN, COMUNICAÇÃO, PROPAGANDA E PUBLICIDADE TEMA 3 – NEUROMARKETING APLICADO AO BRANDING TEMA 4 – NEUROMARKETING APLICADO AO MUNDO DIGITAL TEMA 5 – REDES SOCIAIS E AS INFLUÊNCIAS COMPORTAMENTAIS Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS Gabarito aula6 CONVERSA INICIAL CONTEXTUALIZANDO TEMA 1 – PESQUISAS EM NEUROMARKETING TEMA 2 – EQUIPAMENTOS DE PESQUISAS EM NEUROMARKETING TEMA 3 – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA DE MARKETING TEMA 4 – MARKETING SENSORIAL TEMA 5 – ÉTICA NO NEUROMARKETING Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS Gabarito