Buscar

Análise RPPS x RGPS 2013

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Assunto: Comparando o Regime Próprio de Previdência Social com o INSS. 
 
 
ANÁLISE 
 
A Previdência Social no Brasil é um direito previsto pela Constituição 
Federal e se organiza por três regimes previdenciários independentes, sendo: Regime 
Geral de Previdência Social – RGPS, Regime Próprio de Previdência Social – RPPS 
e Regime de Previdência Complementar – RPC. 
O RGPS é administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS 
e abrange os trabalhadores da iniciativa privada, os servidores públicos celetistas, 
comissionados, temporários e os agentes políticos. Nos municípios onde não há 
regime próprio de previdência os servidores efetivos também são segurados do 
INSS. 
O RPPS é um regime previsto pela CF/88 especialmente para os 
servidores efetivos estatutários. Sua criação se dá por lei do ente federativo que 
deverá prever uma entidade jurídica para administrá-lo, podendo ser um órgão, 
autarquia, fundação etc. 
O RPC é facultativo, organizado de forma autônoma e paralela aos 
outros regimes, tem caráter privado e seu objetivo é proporcionar benefícios 
complementares para incremento de renda. 
Aprofundando a análise sobre o RPPS verifica-se que as regras trazidas 
no art. 40 da CF são direito do servidor efetivo, visto que a Carta Magna diz que “é 
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário [...] e o 
disposto neste artigo.” 
Em complemento ao raciocínio supra, observa-se o art. 149 da CF, que 
em seu §1° diz que os entes federativos “[...] instituirão contribuição, cobrada de 
seus servidores, para custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de 
que trata o art. 40 [...].” 
A questão que emerge instantaneamente é: havendo direito do servidor 
efetivo as regras do RPPS, sua instituição pelos entes federativos é facultativa ou 
obrigatória? 
 
 
Sob nossa ótica os dois comandos constitucionais são imperativos, 
expressam ordem, não havendo lugar para se interpretar que a instituição de RPPS 
seja facultativa. 
Essa interpretação coaduna com o posicionamento da maioria dos 
doutrinadores do direito previdenciário pátrio e, principalmente, com as mais 
recentes decisões emanadas pelo Poder Judiciário, que certifica o caráter impositivo 
dos textos constitucionais supracitados. 
Na mesma linha têm entendido os Tribunais de Contas de São Paulo, 
Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esses tribunais têm notificado os 
municípios que ainda estão vinculados ao INSS a complementarem os valores das 
aposentadorias dos servidores efetivos ao valor a que teriam direito se aplicadas as 
regras do art. 40 da CF. 
Assim, a obrigatoriedade da implantação de RPPS é tese que tem se 
firmado e difundido cada vez mais. 
Outra questão que emerge então é se o RPPS é mais vantajoso que o 
INSS. Nesse sentido é possível elencar várias vantagens para os servidores e para os 
municípios. 
Inicialmente cabe observar que a União, todos os Estados Membros, o 
Distrito Federal e mais de 2.000 municípios brasileiros, incluídas todas as Capitais, 
já instituíram seus RPPS. 
 
VANTAGENS PARA O SERVIDOR 
 
INSS RPPS 
Não aplica as regras especiais previstas 
para o servidor titular de cargo efetivo 
no art. 40 da CF e sim as regras gerais 
do art. 201 da CF e Lei Federal 
8.213/91. 
Aplica as regras previstas no art. 40 da 
CF e nas emendas constitucionais n° 
20/98, 41/03, 47/05 e 70/12. 
Exige carência de 15 anos para as 
aposentadorias por tempo de 
contribuição, por idade e especial. 
Não exige carência. Mas exige 10 anos 
de serviço público, sendo que destes os 5 
últimos devem ser no cargo em que se 
dará a aposentadoria. 
Exige carência de 1 ano para a 
aposentadoria por invalidez. 
Não exige carência. Não exige tempo 
mínimo de serviço público e cargo. 
 
 
O reajuste dos benefícios segue a regra 
da preservação do valor real. 
A regra geral é a preservação do valor 
real, mas há algumas regras de transição 
que preveem a paridade absoluta com as 
remunerações pagas aos servidores em 
atividade. 
Há teto de contribuição e de benefício, 
sendo que em 2013 está estipulado em 
R$ 4.159,00. 
Não há teto de contribuição, nem de 
benefício previsto em valor determinado. 
O único teto previsto é a última 
remuneração do servidor no cargo 
efetivo em que se der a aposentadoria. 
O cálculo dos proventos leva em 
consideração o “fator previdenciário”, 
sendo que há uma perca de 30% (em 
média) em relação ao valor que o 
servidor ganha em atividade. 
Não se aplica o fator previdenciário. A 
regra geral prevê o cálculo de uma 
média aritmética de 80% das maiores 
remunerações do servidor considerando 
o período desde julho de 1994 até a data 
da aposentadoria. Algumas regras de 
transição dão direito a última 
remuneração do servidor no cargo 
efetivo. 
Exige carência de 1 ano para o auxílio-
doença. 
Não exige carência. 
Exige carência de 10 meses para o 
salário-maternidade. 
Não exige carência. 
Nem todos os municípios tem agência do 
INSS, sendo que os servidores precisam 
se deslocar a outro município para 
requerer e acompanhar os pedidos de 
benefícios. 
O RPPS sempre tem sede no próprio 
município, gerido e fiscalizado pelos 
próprios servidores. 
O INSS atende a todos os trabalhadores, 
sendo que atualmente é controlado por 
senha. Mas as filas virtuais que surgiram 
duram até dois ou três meses de espera. 
No RPPS o atendimento é exclusivo 
para os servidores estatutários, havendo 
agilidade no atendimento e menor 
burocracia. 
 
VANTAGENS PARA O MUNICÍPIO (PREFEITURA) 
- economia com alíquotas: as alíquotas de contribuição patronais no INSS são fixas 
de 22% sobre a folha de pagamentos. No RPPS as alíquotas podem variar entre 11% 
no mínimo e 22% no máximo, de acordo com avaliação atuarial realizada 
 
 
anualmente. Isso significa uma economia possível de até 50% com os encargos 
previdenciários. 
- economia com base de cálculo: no INSS a base de cálculo patronal incide sobre 
todas as verbas da folha de pagamento. No RPPS a base de cálculo patronal incide 
somente sobre as verbas permanentes e incorporáveis. Essa diferença na base de 
cálculo pode representar uma economia expressiva e passar de 20%. 
Assim, os dois itens anteriores juntos podem chegar a uma economia de até 80% 
com encargos previdenciários patronais. 
- recursos financeiros: no INSS os recursos das contribuições previdenciárias vão 
para o Governo Federal. No RPPS as contribuições são controladas pela própria 
unidade gestora do RPPS e investidas no mercado financeiro através das agências 
bancárias do próprio município. Muitas prefeituras conseguem atrair novos bancos 
para abrir agências em seus municípios por conta dos recursos que seus RPPS tem 
para investir e movimentar. Isso favorece a geração de empregos e a economia local. 
- controle administrativo: no INSS os benefícios são concedidos a revelia da 
administração municipal, que normalmente é a última a saber que seu funcionário 
foi aposentado. No RPPS a administração tem controle total da concessão dos 
benefícios e pode se programar para substituir o servidor que adquire direito a 
aposentadoria. 
- limite de gasto com pessoal (LRF): os encargos previdenciários integram o 
cálculo do limite de gasto com pessoal previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Implantando o RPPS o município tem uma queda considerável com seus encargos e 
melhora seu índice com o gasto de pessoal. 
- compensação financeira: implantando o RPPS o município passa a ser credor do 
INSS, podendo realizar a compensação financeira previdenciária, buscando recursos 
no INSS e capitalizandocada vez mais seu RPPS. 
- regime jurídico celetista: os municípios que ainda tem o regime celetista como 
regime jurídico único para os servidores titulares de cargo efetivo são obrigados a 
arcar com uma despesa adicional de 8% referente ao FGTS e são filiados 
obrigatoriamente ao INSS. Antes de implantar seu RPPS, esses municípios devem 
alterar o regime jurídico desses servidores, passando-os para o regime estatutário. 
Isso representará uma economia imediata de 8%, tendo em vista que o servidor 
estatutário não tem direito ao FGTS. 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de uma Aposentadoria pelo INSS e outra pelo RPPS: 
 No INSS – Com Fator Previdenciário 
- Salário de R$ 1.000,00 – média apurada (regra) 
-Servidor Homem não professor 
. Idade: 60 anos 
. Anos de Contribuição: 35 
. Benefício: R$ 1.000,00 x 0,874 = R$ 874,00 
 No RPPS – Não há Fator Previdenciário 
- Salário de R$ 1.000,00 
- Servidor Homem não professor 
. Idade: 60 anos ou 57,5 (EC 41 e 47) 
. Anos de Contribuição: 35 ou 37,5 
. Benefício: R$ 1.000,00 (EC 20, 41 e 47) e Regra 
Geral R$ 1.000,00 
 
Em suma, os servidores públicos segurados do Regime Próprio de 
Previdência Social poderão se aposentar por regras de aposentadoria mais benéficas, 
que por vezes antecipam a aposentação sem limite máximo para os benefícios 
previdenciários, recebendo atendimento fácil e rápido no próprio município, sem 
contar na proximidade entres os segurados e a administração do Instituto de 
Previdência Municipal. 
A economia realizada com a implantação do RPPS pode chegar a 80% 
dos valores despendidos com encargos patronais no INSS, trazendo fôlego e 
possibilitando investimentos no próprio funcionalismo. 
Por fim, vislumbramos que o RPPS é o futuro da previdência e do 
servidor público, sendo que sua implantação está sendo cada vez mais incentivada 
pelo Ministério da Previdência Social – MPS. 
Goiânia, outubro de 2013. 
 
 
Mauro André Branquinho Ferreira1 
OAB/GO 26.853 
 
1
 Advogado e Consultor Jurídico de regimes próprios de previdência social; Pós-
graduado: Especialização em Gestão Previdenciária e Regimes Próprios de Previdência; Pós-
graduando: Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad del Museo Social 
Argentino – UMSA – Buenos Aires/ Argentina; Membro do Instituto Goiano de Direito 
Previdenciário – IGDP; Membro da Comissão de Direito Previdenciário e Securitário da Ordem 
dos Advogados do Brasil – OAB/GO; Professor de pós-graduação – MBA em Gestão 
Estratégica Financeira, Empresarial, Bancária e Pessoal na Faculdade Cambury.

Outros materiais