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Curso Preparatório ao Concurso MAPA Inspeção Industrial e Sanitária de POA: Aves, Ovos e Mel Apostila Única Iracema Maria Carvalho da Hora 2009 HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 1 DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 2 HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS Prof. Iracema Maria de Carvalho Abril, 2009 HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................... 4 2. PARQUE INDUSTRIAL AVÍCOLA ........................................ 7 3. POTENCIAL DO BRASIL NO SETOR.................................. 10 4. A CARNE COMO ALIMENTO .............................................. 10 5. PROGRAMA DE REDUÇÃO DE PATÓGENOS................... 16 6. HIGIENE E INSPEÇÃO SANITÁRIA DE AVES.................... 44 ANEXO I (PORTARIA 210/98) ............................................. 48 ANEXO I .............................................................................. 50 ANEXO III ............................................................................ 64 ANEXO IV ............................................................................ 70 ANEXO V ............................................................................. 72 ANEXO VI ........................................................................... 74 ANEXO VII ........................................................................... 79 HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 4 1. INTRODUÇÃO Nas últimas décadas foi possível observar mudanças no macro-ambiente mundial como a abertura e a globalização dos mercados. O mercado de carnes no Brasil e no mundo está cada vez mais competitivo e complexo. Diferentes mudanças no comércio global de aves durante os últimos trinta anos têm colocado o Brasil entre os mais importantes produtores e fornecedores de produtos industrializados de aves em todo o mundo (SANTOS et al, 2004). Atualmente o Brasil embarca seus produtos avícolas para mais de 150 destinos, sendo responsável por um terço do total da carne de frango comercializada no mercado internacional (SHIMOKOMAKI,2004). Dentro de um contexto competitivo e altamente exigente com relação à garantia da qualidade, aumenta a necessidade de pesquisas técnico-científicas com relação ao potencial genético das aves de corte e sua relação com características como rendimento industrial e qualidade sensorial da carne. A abertura de novos mercados obrigou o Brasil a se adequar aos desafios da comercialização da carne de aves para outros países.A cadeia produtiva da carne de aves é um exemplo de sucesso no complexo agroindustrial brasileiro. Nos últimos anos, a indústria avícola se estruturou em todos os elos da cadeia produtiva: dos insumos agrícolas e pecuários, passando pelo desenvolvimento do abate , do processamento de produtos com valor agregado até a logística de transporte e distribuição. As projeções internacionais são otimistas. O Departamento de Agricultura Americano (USDA) prevê para 2009, um aumento no preço da carne de frango, de U$1,76 para U$1,83 no mercado norte americano. De acordo com a União Brasileira dos Avicultores(UBA,2009);existe uma previsão de redução das exportações, que devem ficar abaixo da marca das 135 mil toneladas por mês. O estado do Paraná é o maior produtor e exportador de carne de aves, com embarque mensal de quase 80 mil toneladas, registradas no final de 2008 (IBGE,2009). O estado tinha em 2008, 488 milhões de aves alojadas; esse número foi reduzido para 432 milhões no início de 2009. Essa redução teve como objetivo minimizar os impactos da crise econômica internacional. Houve um acordo com os produtores de aves no Brasil, que anunciaram uma redução de até 15% na produção de frangos de corte para equilibrar a oferta e a demanda nos mercados externo e doméstico (UBA,2009). HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 5 Normalmente em um cenário de crise econômica internacional, o setor de alimentos é o último a entrar e o primeiro a sair da crise. De acordo com Gil (2006), novas normas de monitoramento de patógenos em carnes de frangos e perus no país apenas oficializam o que já é realizado na prática pelos exportadores. As mudanças objetivam atender exigências internacionais de segurança. Na verdade, elas não alteram significativamente o controle atual de patógenos, conhecido como Programa de Redução de Patógenos (PRP), que garante o acesso a mais de 150 países. O frigorífico ( unidade industrial ou abatedouro), é o quinto elo da cadeia produtiva, onde se origina o produto final- o frango inteiro resfriado, congelado e em cortes. Tais produtos são considerados commodities e passam por diferentes etapas no processo produtivo: recepção; insensibilização ou atordoamento; escaldagem e depenagem; evisceração; pré-resfriamento; classificação; embalagem; frigorificação e expedição. Antes do início do abate, na recepção do matadouro-frigorífico, ocorre o recebimento das aves e a conferência da Guia de Trânsito Animal(GTA) e do Boletim Sanitário-documento que informa o histórico do lote- pelo médico veterinário, para verificar a adequação do estado sanitário dos animais. Normalmente nessas unidades industriais o estoque é reduzido, o que comprova a eficiência no gerenciamento nesse tipo de indústria. Todas as exigências legais para a industrialização de frangos no Brasil são regulamentadas através da Portaria nº 210, de 10 de novembro de 1998- Regulamento Técnico da Inspeção Tecnológica e Higiênico-Sanitária da Carne de Aves. Todas as disposições constantes da Portaria nº 210 estão em consonância com o Código Internacional de Práticas de Higiene para a Elaboração de Carne de Aves(CAC/RCP 14-1976), conhecido internacionalmente como Codex Alimentarius. O Codex Alimentarius inclui nas suas diretrizes o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle(APPCC/HACCP), que passou a ser obrigatório no Brasil a partir da edição da Portaria nº 46, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(MAPA) (Brasil,1998). A estratégia global do setor avícola tem se mostrado eficaz. As empresas avícolas passaram a adotar os Programas de Auto Controle. A Gestão da Qualidade passou a ser o eixo central da maioria das empresas como a abordagem adotada e o conjunto de práticas utilizadas nas diversas áreas funcionais da empresa para obter-se, de forma eficiente e eficaz, a qualidade pretendida do produto. A premissa dos Programas de Auto Controle, fundamenta- se na responsabilidade dos estabelecimentos exportadores de garantir a qualidade higiênico-sanitária e tecnológica de seus produtos, através de um Sistema de Controle de Qualidade capaz de se antecipar à materialização dos perigos à Saúde Pública e de outros atributos de qualidade, gerando registros e HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 6 informações, de forma que o Sistema possa sofrer, continuamente, a verificação do Serviço Oficial de Inspeção de Produtos deOrigem Animal. No módulo I da apostila, será abordada a tecnologia do abate de aves e as normas gerais de inspeção adotadas pelo Brasil, de acordo com a regulamentação da Portaria nº 210 (BRASIL,1998). No módulo I também serão descritas algumas das principais ferramentas de gerenciamento da qualidade em matadouros-frigoríficos de aves e coelhos (MAC), principalmente aquelas adotadas pelos estabelecimentos exportadores. HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 7 2 PARQUE INDUSTRIAL AVÍCOLA Com relação às carnes de frango, dados finais da FUNDAÇÃO APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, relativos a 2008 mostram que a produção,ficou em 9,348 milhões de toneladas, volume 11,18% superior ao estimado pela APINCO para 2007 (APINCO,2008). Registre-se que, embora elevado, esse não foi o maior índice de expansão registrado pelo setor nos últimos cinco anos: em 2005, a produção brasileira de carne de frango registrou variação de 13,43% em relação a 2004. (APINCO,2006). As Tabelas 1, 2 e 3 , respectivamente, apresentam dados relativos a produção , exportação e disponibilidade interna de carne de frango nos anos de 2002, 2003, 2004 , 2005 e 2006(dados parciais) , que mostram a importância que exerce a carne de frango seja como produto para a exportação ou mesmo no consumo interno. (APINCO, 2008). Tabela 1 - Dados da produção de carne de frango no Brasil Produção de Carne de Frango em mil ton 2004 2005 2006 2007 2008 JAN 593,8 646,9 674,1 742,8 856,8 FEV 529,8 577,5 631,0 667,8 755,4 MAR 619,9 646,9 691,1 750,6 814,9 ABR 610,4 624,4 686,4 739,5 708,7 MAI 629,5 659,9 700,8 763,7 707,1 JUN 623,6 621,1 676,5 755,3 727,2 HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 8 JUL 645,1 649,1 720,1 797,4 802,2 AGO 640,6 623,6 695,6 803,9 764,4 SET 601,1 601,6 694,5 786,3 OUT 625,3 650,5 729,1 830,1 NOV 651,7 645,9 720,5 827,1 DEZ 677,6 697,7 788,7 883,6 Total 7.449,0 7.645,1 8.408,5 9.348,2 6.136,7 Fonte: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas-Apinco 2009). Tabela 2 - Volume anual de carne de frango exportada pelo Brasil Exportação de Carne de Frango em mil ton 2004 2005 2006 2007 2008 JAN 98,1 146,5 157,0 182,8 206,5 FEV 108,7 173,4 184,5 210,7 190,3 MAR 115,5 164,0 184,5 225,4 213,3 ABR 102,8 143,3 139,7 227,0 202,7 MAI 94,3 130,0 206,4 233,0 186,9 JUN 94,1 155,4 238,2 237,4 185,1 JUL 139,6 135,5 205,9 254,8 178,2 AGO 140,4 193,7 252,6 255,7 285,7 HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 9 SET 245,1 189,5 210,1 247,7 OUT 185,9 157,3 219,3 250,1 NOV 143,8 190,5 198,6 200,1 DEZ 131,3 142,7 227,4 237,0 Total 1.599,9 1.922,0 2.424,5 2.761,9 1.649,0 Fonte: ABEF - Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frangos. Tabela 3-Volume de carne de frango disponível no mercado interno - Brasil Disponibilidade Interna de Carne de Frango em mil ton 2004 2005 2006 2007 2008 JAN 495,7 500,3 517,0 559,9 650,2 FEV 421,0 404,1 446,4 457,1 565,1 MAR 504,4 482,9 506,4 525,2 601,6 ABR 507,6 481,1 546,7 512,5 506,0 MAI 535,2 529,9 494,4 530,7 520,1 JUN 529,5 465,6 438,2 517,9 542,0 JUL 505,5 513,5 514,1 542,6 623,9 AGO 500,2 429,8 443,0 548,2 478,7 SET 356,0 412,1 484,4 538,6 OUT 439,4 493,2 509,8 579,5 NOV 507,9 455,4 521,9 627,0 HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 10 DEZ 546,3 555,0 561,3 646,6 Total 5.849,1 5.723,1 5.984,0 6.586,3 4.487,7 Fonte:Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas- Apinco (2009) 3 POTENCIALIDADE DO BRASIL NO SETOR Estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) de 1979 a 2030, revelam que houve e continuará havendo um significativo e progressivo aumento do consumo de carnes no mundo ao longo das próximas décadas. FAO,(2006). Baseado em dados recentes e nas perspectivas futuras do comercio mundial de carne para o Brasil, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento estima significativo incremento nas exportações brasileiras de carnes bovina, de aves e suína. 4 A CARNE COMO ALIMENTO A maioria dos dicionários define carne como “o tecido muscular do homem e dos animais, referindo-se principalmente à parte vermelha dos músculos. No estudo dos fundamentos da higiene e da Inspeção de carnes, aos propósito do autor e em última análise desse trabalho, a melhor definição para carne seria particularmente “o tecido de animais terrestres, mamíferos e aves, que serve de alimento para o homem”.( PRATA, L. F.; FUKUDA,R. T., 2001, P. 27). A carne é definida como a musculatura dos animais usada como alimento (LAWRIE,2005, 19).A carne é ainda comumente definida, como constituída pelos tecidos animais – via de regra o tecido muscular – utilizados como alimento.(PARDI,2001, p.18 ). Em nosso meio, para conceito assim mais amplo, é freqüentemente empregado o termo no plural, carnes, envolvendo ainda as vísceras. São HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 11 incluídos nesta definição não apenas os produtos em natureza, como também estes mesmos itens processados. Em termos gerais, as carnes podem ser subdivididas em carnes “vermelhas” e carnes “brancas”. Dentre as primeiras, são mais consumidas no País as de bovinos, suínos, ovinos e caprinos. O búfalo, dada a sua adaptação à Região Norte e por força de sua produtividade em outras regiões, vem ganhando terreno no consumo nacional Já a carne de coelhos vai, aos poucos, se incorporando aos hábitos da população brasileira. (PARDI, 2001, p.18 ). A carne se caracteriza pela natureza das proteínas que a compõem, não somente do ponto de vista quantitativo como qualitativo. Além de sua riqueza em aminoácidos essenciais, ela contém água, gordura, vitaminas, glicídios e sais minerais como elementos nutritivos complementares. O músculo magro das diferentes espécies tem uma composição relativamente constante no que diz respeito a sua composição em termos de proteína, gordura, sais minerais e conteúdo aquoso.As proteínas são essenciais para a formação de músculos, enzimas, células como anticorpos e leucócitos, hormônios, e ajudam no processo de cicatrização dos tecidos, estando envolvidas com todo o funcionamento do organismo. (PARDI, 2001, p. 49). Em termos gerais, a composição da carne pode ser aproximadamente 75% de água, 19% de proteína, 3,5% de substancias não- proteicas, solúveis e 2,5% de gordura, mas a compreensão da natureza e do comportamento da carne , sua variabilidade, não pode ser embasada em tais simplificações.Ao contrario, deve ser reconhecido que a carne é o resultado post mortem de um tecido biológico complexo, a saber, o músculo, e que reflete, mais tarde, características especiais que a função de contração requer, ambos do senso geral e na relação para o tipo de ação que cada músculo foi elaborado para desempenhar no corpo.(LAWRIE, 2005, p. 79). Do ponto de vista nutricional, a carne é uma fonte muito boa de aminoácidos essenciais e, em menor extensão,de alguns minerais. Embora as vitaminas e os ácidos graxos essenciais estejam também presentes, a carne não HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 12 é usualmente contada em relação a estes componentes em dietas bem- balanceadas. Entretanto uma víscera como o fígado é fonte valiosa de vitaminas A, B1 e acido nicotínico.Mesmo em relação ao seu papel nutricional aceito, entretanto, pouco se sabe sobre as possíveis diferenças do valor das carnes de espécie diferentes, raças e músculos . Embora o papel do tecido muscular seja o mesmo onde quer que ele se encontre, e consista predominantemente de proteínas contrateis, a composição em aminoácidos sobre a qual se diz não variar muito entre as espécies , os acessórios do processo contrátil certamente não são idênticos, mesmo entre os músculos de uma determinada espécie. Existem diferenças no conteúdo de proteínas auxiliares, de aminoácidos livres, de ácidos graxos e de varias outras substâncias em suas características. Essas podem ser presumidas no seu significado nutricional, embora sutis.(LAWRIE,2005, p. 299). Os componentes minerais de varias carnes são mostrados na tabela a seguir, onde se verifica que o potássio e quantitativamente o mais importante , seguido do fósforo, exceto na carne curada na qual o sódio , do sal adicionado predomina LAWRIE(2005). HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 13 Tabela 4-Conteúdo de minerais da carne e em produtos cárneos. Carne Minerais (mg/100g) Na K Ca Mg Fé P Cu Zn Bife bovino(cru) Bife bovino(grelhado) Costeleta ovina(crua) Costeleta ovina(grelhada) Carne suína (crua) Costeleta suína(grelhada) Bacon(cru) Bacon dorsal(frito) 69 67 75 102 45 59 975 2790 334 368 246 305 400 258 268 517 5,4 9,2 12,6 17,8 4,3 8,3 13,5 11,5 24,5 25,2 18,7 22,8 26,1 14,9 12,3 25,7 2,3 3,9 1,0 2,4 1,4 2,4 0,9 2,8 276 303 173 206 223 178 94 229 0,1 0,2 0,1 0,2 0,1 0,2 0,1 0,1 4,3 5,9 2,1 4,1 2,4 3,5 2,5 3,6 Fonte: R.A. Lawrie. Ciência de la Carne (2005). O conteúdo de vitaminas de várias carnes é mostrado na tabela 6: . Tabela 5-Conteúdo de vitaminas de varias carnes cruas. Vitamina (unidades/100g de carne crua) Bovina Vitelo Suína Bacon Ovina HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 14 A(U.I.) B1(tiamina)(mg) B2(riboflavina) (mg) Acido nicotínico(mg) Acido pantotenico(mg) Biotina (µg) Acido fólico(µg) B6(mg) B12(mg) C(acido ascórbico) (mg) D(U.I.) Traços 0,07 0,20 5 0,4 3 10 0,3 2 0 traços traços 0,10 0,25 7 0,6 5 5 0.3 0 0 traços Traços 1,0 0,20 5 0,6 4 3 0,5 2 0 traços Traços 0,40 0,15 1,5 0,3 7 0 0,3 0 0 traços Traços 0,15 0,25 5 0,5 3 3 0,4 2 0 traços Fonte: R.A. Lawrie – Ciência de la carne – sexta edição(2005),pág. 302 Os ácidos graxos insaturados, linoléico (C 18:2), linolênico (C18:3) e aracdonico (C20:4) parecem ser essenciais. Eles são constituintes necessários das paredes celulares, das mitocôndrias e de outros sítios metabólicos intensamente ativos.Enquanto o corpo pode produzir o acido oléico , de precursores saturados, ele não pode produzir, prontamente, qualquer um dos ácidos acima , a menos que um deles esteja disponível na dieta.Os ácidos oléico,linoleico, e linolenico pertencem ,cada um, a uma família diferente de compostos nos quais a instauração ocorre nos átomos de carbono n-9, no n-6 e n-9 e no n-3,no n-6 e n-9, respectivamente, na cadeia de hidrocarboneto, numerada a partir do carbono metila (n).Eles são,assim,referidos nas series n-9,n-6 e n-3. O acido linoleico é abundante nos óleos vegetais (como nos óleos de soja e milho) e sua concentração na carne é de, aproximadamente 20 vezes mais. (LAWRIE, 2005). A carne de aves apresenta composição química e pH diferenciados, de acordo com o tipo de fibra muscular- carne clara e carne escura. As propriedades HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 15 funcionais também dependem do tipo de musculatura. Esses dados são importantes para se avaliar a melhor matéria prima a ser utilizada no processamento tecnológico de produtos avícolas. As tabelas 7 e 8 apresentam a composição química da carne de aves e suas respectivas propriedades funcionais, de acordo com a porção muscular analisada. Tabela 7- Composição química da carne de aves CONCENTRAÇÃO % CARNE CLARA CARNE ESCURA UMIDADE 75,1 74,8 GORDURA 1,4 5,1 PROTEÍNA BRUTA 22,4 19,1 CINZAS 1,1 1,0 pH 5,9 6,35 Fonte: Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), 2002 Tabela 8- Propriedades funcionais da carne de aves CARNE CLARA CARNE ESCURA CAPACIDADE DE EMULSIFICAÇÃO (Ml de óleo/2,5g de amostra) 102,4 105,9 CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA (CRA) % 85,7 76,7 Fonte: Instituto de Tecnologia de Alimentos(ITAL),2002 _ 5 O REG legis REG Reg higiê Siste Figur detec 1998 uma bovi com trans __________ O PROGR 5.1 - O GISTER-FS As imp slação da GISTER”,V ulations “, ênico-sanit emas de a ra 3 – Taxa ctadas pela R .Os resultad C.jejuni a grande v nos, suíno um em su smissão de _________ RAMA DE R O PROGR SIS-USDA portantes inspeção Volume 61 , páginas tárias dos nálise de r (por 100.00 Rede de Vigi os de 1998 s i e C.coli s variedade os, gatos, c ínos. Os a estes pató HIGIEN __________ REDUÇÃO RAMA OR . alterações de carnes , numero 38806 a s produtos riscos e co 00 pessoas) ilância Ativa são prelimina são micror de anima cães, roed animais rep genos.( FR NE E INSPE _________ O DE PATÓ RIGINALM s que mo s e de av 144, de 38.989 qu s aqui re ontrole de p de infecções de doenças ares.Morbidi ganismos ais domés dores, e, p presentam RANCO & ÇÃO DE AV _________ ÓGENOS. ENTE PU odificaram ves foram 25 de j ue trata d eferidos :R pontos crít s de patógen de origem a ty and Morta comensais sticos e s rincipalme , portanto, LANDGRA VES, OVOS, __________ UBLICADO m de form publicada julho de do das se Redução icos . nos, confirm alimentar (FO ality Weekly R s do trato silvestres. ente, de ma a fonte m AF,2003, p MEL E DER _________ O NO FE ma expres as no “FE 1996/”Rule guintes qu de Patóg madas por lab OODNET),EU Report 48:19 gastrintes São isola amíferos. mais import p. 61). RIVADOS _______ 16 DERAL ssiva a DERAL es and uestões genos ; boratório, UA,1996- 90,1999. stinal de ados de C.coli e ante de HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MELE DERIVADOS __________________________________________________________________ 17 Muitas espécies de Campylobacter são comensais no trato intestinal de animais de sangue quente.Campylobacter jejuni e lari(anteriormente C. laridis )coloniza os intetinos das aves, o que pode acarretar contaminação fecal em cursos dágua e em alimentos armazenados.Varias espécies de Campylobacter são excretadas nas fezes de suínos.Campylobacter fetus subsp. Venerealis parece estar adaptado principalmente à mucosa prepucial bovina.(QUINN,2005, p.172). Além da transmissão através do contato direto com animais contaminados, C.jejuni e C.coli podem ser transmitidos por portadores com infecções ativas. A transmissão pode ser indireta através da ingestão de água e alimento contaminados. A maioria dos surtos já descritos foi associada ao consumo de leite cru, proveniente tanto de bovinos quanto de outros animais. Carnes de aves e de outros animais, inadequadamente preparadas, tem sido incriminadas também. Inúmeros trabalhos tem sido conduzidos com o propósito de se observar a concorrência de Campylobacter em alimentos, em varias partes do mundo. Esses microrganismos são isolados frequentemente de carne de frango recém-abatidos. A freqüência, nesse caso, e mais baixa quando as carnes são refrigeradas ou congeladas. Campylobacter pode ser facilmente isolado de miúdos de frango, como fígado, moela, etc. O isolamento a partir de leite cru e difícil, apesar de este alimento ser o veiculo mais comum em casos de surtos. A carne bovina e suína, bem como seus derivados também representam uma fonte importante. (FRANCO & LANDGRAF, 2003, p. 61-62). O Campylobacter pode facilmente causar contaminação cruzada em alimentos processados. Um pedaço de carne crua contaminada pode deixar 10 mil células de Campylobacter por cm2 em uma superfície de trabalho.Como a dose infectiva é de apenas 1000 cels , a carga microbiana residual deve ser reduzida a < 2 UFC/cm2. ( FORSYTHE,2002, p.161). HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 18 São rapidamente destruídos pelo calor, não sobrevivendo aos processos de tratamento térmico utilizados em alimentos. Não sobrevivem ao processo de pasteurização (D55o.C = 0,7 a 1 min), nem ao aquecimento a 60ºC por 10 minutos. São inativados mais rapidamente em alimentos conservados em geladeira (4ºC) do que naqueles conservadores em temperatura ambiente. A 25ºC a eliminação e mais rápida que a 30ºC. Campylobacter são altamente sensíveis ao congelamento de alimentos, no entanto, após a redução brusca que ocorre no inicio do congelamento, as células sobreviventes podem permanecer viáveis durantes muitas semanas. (FRANCO & LANDGRAF,2003,p. 62) Segundo JAY(2005, p.598 ), a campylobacteriose pode ser evitada ao não consumir alimentos de origem animal mal cozidos ou mal pasteurizados , especialmente leite.Devido a sua alta sensibilidade aos processos corriqueiros de tratamento dos alimentos, acredita-se que sua presença em alimentos prontos para o consumo seja conseqüência de contaminação cruzada com alimentos crus, principalmente carnes e aves. (FRANCO & LANDGRAF,2003,p.62) 5.2 Escherichia coli Patogênica Escherichia coli é a espécie predominante entre os diversos microrganismos anaeróbios facultativos que fazem parte da flora intestinal de animais de sangue quente. Esse microrganismo pertence à família Enterobacteriaceae e entre suas principais características destacam-se : bacilos Gram-negativos, não-esporulados, capazes de fermentar glicose com produção de ácido e gás. A maioria fermenta também lactose, com produção de ácidos e de gás, embora alguns sejam anaerogênicos. Apresentam antígenos somáticos O, relacionados com polissacarídeos da membrana externa; antígenos flagelares H, relacionados com proteína dos flagelos, e ainda, antígenos 0, 56 H e 100 K diferentes.O significado da presença de E. coli em um alimento deve ser avaliado HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 19 sob dois ângulos. Inicialmente, E. coli, por ser uma enterobacteria, uma vez detectada no alimento, indica que esse alimento tem uma contaminação microbiana de origem fecal e, portanto está em condições higiênicas insatisfatórias.. O outro aspecto a ser considerado é que diversas linhagens de E. coli são comprovadamente consideradas patogênicas para o homem e para os animais .Com base nos fatores de virulência , manifestações clinicas e epidemiologia , as linhagens de E.coli consideradas patogênicas são atualmente segundo (FRANCO & LANDGRAF,2003 p. 50). , agrupadas em cinco classes: 1) EPEC (E. coli enteropatogênica clássica) 2) EIEC (E. coli enteroinvasora) 3) ETEC (E. coli enterotoxigênica) 4) EHEC (E. coli entero-hemorrágica) 5) EaggEC (E. coli enteroagregativa) Segundo ainda esses autores ,alguns livros importantes de Microbiologia de Alimentos também uma outra linhagem denominada FEEC (E. coli facultativamente patogênica), aparentemente associada a surtos esporádicos de diarréia. A existência desses patógenos, no entanto, não foi ainda provada. Tabela 12– Linhagens patogênicas de E. coli – adaptada de Post.. Grupo Sorotipos Características de adesão e invasão Toxinas Sintomas das doenças HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 20 Enterotoxigenica (ETEC) O6, O8, O15, O27, O63, O78, O80, O85, O115, O128, O139, O148, O153, O159, O167 Aderem uniformemente, mas não invadem Termoinstáv eis (LT) Termoestáve is (ST) diarréia do tipo colérica, mas geralmente menos grave Enteropatogênica (EPEC) O18, O44, O55, O86, O111, O112, O114, O119, O125, O126, O127, O128, O142 Aderem em grupos invadem células hospedeiras, ligam e desaparecem Não- aparentes Diarréia Infantil, vômitos Enteroinvasiva (EPEC) O124,O143, O152 Invadem células do cólon. Propagam-se lateralmente as células adjacentes Nenhuma toxina semelhante a Shigatoxina foi detectada Propagação célula- célula e doenças similares à disenteria HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 21 Entero- Hemorrágica (EHEC) O6, O26, O46, O48 O91, O98, O111,O112, O146, O157, O165 Aderem fortemente Ligam e invadem Verotóxinas. Do tipo shigatoxinas Diarréia com sangue Colite hemorrágic a pode progredir para síndrome urêmica hemolítica (HUS) e para púrpura trombocitop ênica Enteroagregativa (EAggEC) Grande quantidade de sorotipos, surtos recentes, O62, O73, O134 Aderem em grupos, mas não invadem Toxinas semelhantes à toxina ST Hemolisinas. Verotoxinas relatadas em algumas linhagens Diarréia Algumas linhagens têm sido relacionada s à síndrome urêmica hemolítica (HUS) Fonte:Microbiologia da segurança alimentar – FORSYTHE(2002, p. 102) EPEC (ESCHERICHIA COLI ENTEROPATOGÊNICA CLÁSSICA) EPEC é conhecido há muitas décadas como um importante microrganismo causador de gastrenterite em crianças.São consideradas EPEC asHIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 22 cepas de E. coli pertencentes a um número restrito do sorotipos. Os sorogrupos que incluem sorotipos de EPEC são: O26, O55. O86, O111, O114, O119, O125, O126, O127, O128ab, O142 e 0158. Os sorogrupos 018 e 0025, mencionados em alguns textos mais antigos não são mais considerados EPEC. (FRANCO & LANDGRAF,2003 p. 51 ). Atualmente, em alguns paises desenvolvidos, EPEC é isolada em surtos esporádicos e com freqüência muito baixa em casos de diarréia endêmica. Entretanto, em paises menos desenvolvidos, principalmente naqueles localizados em zona tropica, EPEC está entre os principais agentes enteropatogênico, em especial na diarréia do lactente, com índice de mortalidade bastante altos. No Brasil, EPEC é responsável por cerca de 30% dos casos de diarréia aguda em crianças pobres com idade inferior a seis meses, com predominância dos sorotipos 0111:[H-], 0111:[H2], 0119:H6 e 055:H6. Entretanto, crianças com idade superior a um ano raramente são afetadas. Estudos recentes têm demonstrado que infecções por EPEC podem estar associadas com diarréia crônica. (FRANCO & LANDGRAF,2003 p. 51). Os recém-nascidos e os lactentes jovens são os mais susceptíveis à infecção por EPEC. A diarréia provocada por EPEC é, clinicamente, mais grave do que aquelas provocadas por outros patôgenos. A diarréia é, geralmente, acompanhada de dores abdominais, vômitos e febre. A duração da doença varia de seis horas a três dias (media de 24 horas), com período de incubação variando entre 17 e 72 horas (média de 36 horas). (FRANCO & LANDGRAF,2003, p. 51). HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 23 Figura 4 - Infecção das células da mucosa intestinal por EPEC.(FORSYTHE, 2002, p. 104). As E.coli enteropatogênicas não produzem nenhuma enterotoxina ou cototoxinas. As células invadem, ligam-se e desaparecem. Essa bactéria induz uma lesão característica (A/E), (figura 4), nas células epiteliais, nas quais as microvilosidades perdem sua forma, e as células da membrana que estão por baixo aumentam em quantidade, formando uma base que se estende ao exterior por mais de 10 µm. Esse fenômeno e o resultado de um rearranjo extensivo da actina da célula hospedeira, na região de aderência da bactéria, resultando na formação de uma estrutura de base cilíndrica sob o microrganismo. Os genes para a virulência estão no lócus de desaparecimento dos enterocitos (LEE), ou seja, em uma ilha de patogenicidade O contato com as células epiteliais resulta na secreção de diversas proteínas, incluindo EspA (25 kDa) e EspB (37 kDa), disparando uma série de respostas na célula hospedeira. Essas respostas incluem a ativação de um sinal de rotas de transdução, a despolarização da célula e a ligação da proteína intimina da membrana externa (94 kDa). (FORSYTHE 2002, p. 103). A intimina e codificada pelo gene eae. Ela provavelmente se liga ao Tir (receptor da intimina transportada), uma proteína bacteriana (78 kDa) que e HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 24 secretada pela EPEC e ligada a célula hospedeira. A diarréia característica das infecções por EPEC deve-se, possivelmente, a um fluxo induzido de íons de cloro resultantes da ativação da pro teína C. A perda das microvilosidades contribui com a redução da capacidade de absorção. (FORSYTHE ,2002, p. 104). As linhagens de E.coli entero-hemorragicas (EHEC) ligam-se fortemente as células dos mamíferos e produzem o mesmo fenômeno de ligação ou desaparecimento que as linhagens de EPEC (Figura 5). Apesar de as linhagens de EHEC causarem desinterias similares àquelas causadas pelas espécies de Shigella, provavelmente não invadem as células da mucosa como as linhagens de Shigella. A linhagem mais estudada e a E.coli O157:H7.( FORSYTHE 2002, p. 104). Figura 5 - Infecção das células da mucosa intestinal por EHEC.(FORSYTHE, 2002, p. 104). EIEC (ESCHERICHIA COLI ENTEROINVASORA) As cepas de EIEC são capazes de penetrar em células epiteliais e causar manifestações semelhantes às infecções causadas por Shigella. _ bioq bast inca da la limita O15 prov cólic com hora infec indis linha later prop Shig sínd Figur __________ A maio uímicas qu tante seme pacidade d actose e a ado de so 2, O164, O A vocada por cas abdom as fezes. as). Estudo cção é alta As linha stinguível d agens EIE ralmente p pagação c gella. No e rome urêm ra 6 - Infecçã _________ oria das ue as torna elhantes à de descar a ausência orogrupos, O167 e O1 A gastrente r Shigella. minais, febr O período os realiza a (106 a 10 agens ente dos sintom EC invade para as cé élula-célul entanto, as mica hemo ão das célula HIGIEN __________ cepas d am diferen à Shigella. boxilar a l a de flagelo a saber: 73.( FRAN erite provo Os sintom re e mal- e o de incub ados com 08 células) eroinvasiva mas da des em ativam élulas adja a parecem s EIEC nã lítica. (FOR as da mucos NE E INSPE _________ de EIEC tes das de Entre ess isina, anão os.As cepa O21, O28 NCO & LAN ocada por mas carac estar gera bação varia voluntário . (FRANCO as de E.co sinteria cau mente as acentes (F m ser virtu ão produze RSYTHE 2 sa intestinal p ÇÃO DE AV _________ apresenta emais cepa sas caract o fermenta as de EIE ac, 029, O NDGRAF,2 EIEC é b cterísticos l, com elim a entre oit os adultos O & LAND oli (EIEC), usada pela células igura 6). ualmente em shigato 2002, p. 10 por EIEC.(FO VES, OVOS, __________ a diversa as de E. co terísticas e ação ou fe C pertenc O112c, O1 2003, p. 52 astante se da doença minação de to e 24 ho s indicam GRAF,200 causam u as espécie do colon As etapas identificas oxinas e, 05). ORSYTHE, 2 MEL E DER _________ s caracte oli, mas as especiais e ermentação em a um 24, O143 2). emelhante a são: des e sangue oras (média que a d 03, p. 52). m distúrbio es de Shig e propa s da invas s as espéc por isso, c 2002, p. 105) RIVADOS _______ 25 erísticas tornam estão a o tardia número , O144, àquela sinteria, e muco a de 11 ose de o que e gella. As agam-se são e a cies de causam ). HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 26 EIEC acomete mais comumente crianças maiores e adultos, mas o seu isolamento de pacientes com diarréia não é freqüente. Alguns estudos têm apontado surtos relacionados com a ingestão de água e/ou alimentos contaminados com EIEC, envolvendo principalmente o sorogrupo 0124. Entretanto, acredita-se que a via de transmissão mais comum seja o contacto interpessoal. (FRANCO & LANDGRAF,2003, p.52 ). ETEC (ESCHERICHIA COLI ENTEROTOXIGÊNICA). A esse grupo de E. coli pertencem aquelas cepas que são capazes de produzir enterotoxinas. Normalmente um número limitado de sorotipos de E.coli é associado com regularidade a casos de diarréia porETEC. Esporadicamente, outros sorotipos podem estar envolvidos também. (FRANCO & LANDGRA, 2003, p. 52). A doença provocada por ETEC caracteriza-se pela diarréia aquosa, normalmente acompanhada de febre baixa, dores abdominais e náuseas. Em sua forma mais severa, essa doença assemelha-se bastante a cólera: febre aquosa (“água de arroz”) que levam a desidratação. O período de incubação varia de oito a 44 horas (media 26h). A dose de infecção também é alta (106 a 108 células). Em indivíduos desnutridos, a gastrenterite pode durar varias semanas, levando a um quadro de desidratação grave. Entretanto, em casos de “diarréia do viajante”, a doença pode ser leve, e normalmente e autolimitada, não sendo necessária nenhuma intervenção medica. (FRANCO & LANDGRAF,2003, p.53 ). Cepas de ETEC são capazes de aderir a mucosa do intestino delgado e produzir toxinas, cujos efeitos resultam no desenvolvimento de diarréia aquosa. A _ ades (fimb célu já f colo diarr ETE chol diarr da m Figur sem diarr p.10 __________ são e colo brias), den las bacteri foram des nização e réia no ho EC patogên As linh lerae no f réia sem in mucosa ,(fig ra 7 - Infecçã As linh elhante a réica, cha 03). . _________ onização d nominadas ianas, e co scritos e em ETEC omem, enq nica para s agens de fato de ad nvadir a m gura 7 ). ão das célula hagens do do cólera mada de HIGIEN __________ a mucosa s fatores odificadas parecem humana s quanto qu suínos. (FR E. coli E derirem-se mucosa, po as da mucos o ETEC p a, denomin toxina ter NE E INSPE _________ intestinal de coloniz por plasm ser espé só são en e fatores RANCO & L Enterotoxig a mucos orem produ sa intestinal p produzem nada toxin rmoestáve ÇÃO DE AV _________ são medid zação, pre mideos. Vá écie-espec ncontrados de ETEC LANDGRA gênica (ET sa do inte uzindo tox por ETEC.(F dois tipo na termoin el.(ST, Fig VES, OVOS, __________ das por es esentes n ários fatore cificos. As s em ETE de suíno AF,2003, p TEC) se p estino delg xinas que a ORSYTHE, os de en stavel (LT ura 8).(FO MEL E DER _________ struturas p na superfíc es de colo ssim, fato EC causad s só exist . 53). parecem c gado e ca agem nas 2002, p. 101 terotoxinas T), e uma ORSYTHE RIVADOS _______ 27 poéticas cie das nização ores de dora de tem em com V. ausarem células 1). s: uma do tipo , 2002, _ Figur após toxin amin cata hosp não toxin baix 2002 quai meta cAM cGM célu inclu codif __________ ra 8- Efeitos A toxina s processa nas LT: LT noácidos d lisa a ribos pedeira, da e excretad na vaza pa as concen 2, p.103). A ST e s podem s anol (STb) MP) no citop MP, bem co las eucari uindo as a ficadas po _________ das toxinas a termoest amento tér T-I e LT-II da toxina silação do a mesma f da (como ara fora do ntrações de uma famíli ser dividida ). As toxina plasma da omo o cAM óticas e a atividades or plasmíde HIGIEN __________ LT e STa na tável e de mico de 10 . LT-I pos colérica e ADP do g forma de a a toxina c o microrga e íons (co ia de pequ as em doi as STa ca a célula hos MP< e uma alterações das bomb eos. (FORS NE E INSPE _________ as células do efinida com 00ºC, dura ssui simila e possui u g, a qual a ção da tox colérica e), anismo qua omo ocorre enas toxin s grupos: ausam um spedeira, c a important no cGMP bas de ío SYTHE, 20 ÇÃO DE AV _________ o intestino. (F mo aquela ante 30 min ridade de uma estrut umenta os xina coléric , e sim e l ando expo e no intest nas (com a as solúvei aumento n conduzindo te molécul P afetam v ns. Tanto 002, p.103 VES, OVOS, __________ FORSYTHE, que mant nutos. Exis 75% com tura AB5. s níveis de ca (GM1). ocalizada osta aos á ino delgad aproximada is (STa) e nos níveis o a uma pe a sinalizad vários pro a LT-I qu ). MEL E DER _________ 2002 p. 101 tém sua at stem dois t m a seqüê A subunid e campa da Entretanto no peripla cidos bilia do). (FORS amente 2 k as insolúv de cGMP erda de flu dora prese cessos ce uanto a S RIVADOS _______ 28 1). tividade tipos de ncia de dade A a célula o, a LT-I asma. A ares e a SYTHE, kDa), as veis em P (e não uidos. O ente nas elulares, STa são HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 29 As bactérias pertencentes a esse grupo são importantes causas de diarréia em paises subdesenvolvidos. Nas regiões endêmicas, onde as condições de saneamento são precárias, principalmente nos trópicos, a doença atinge pessoas de todas as faixas etárias. Alem disso, ETEC e considerada um dos principais agentes etiológicos da chamada “diarréia do viajante”, acometendo indivíduos que se locomovem de áreas desenvolvidas para regiões com problemas com saneamento básico. Nos EUA e na Europa, ETEC, raramente e isolada em casos de diarréia esporádica, embora ocasionalmente surtos tenham sido registrados. Esses surtos ocorreram devido ao consumo de água ou de alimentos contaminados com ETEC. (FRANCO & LANDGRA, 2003, p. 53). EHEC (ESCHERICHIA COLI ENTERO-HEMORRÁGICA). A designação de EHEC foi inicialmente empregada para cepas de E.coli pertences ao sorotipo O157:H7, implicadas como agentes etiológicos da colite hemorrágica. Mais recentemente, foi proposta a inclusão do sorotipo O26:H11. E importante ressaltar que as cepas de EHEC tem algumas propriedades que as diferenciam das demais cepas de Escherechia coli : não são capazes de utilizar sorbitol, são B-glucuronidade negativas e tem dificuldades de se multiplicar ou não se multiplicam nas temperaturas normalmente empregadas para pesquisa de E.coli em alimentos (44,5ºC/45,5ºC).(FRANCO & LANDGRAF,2003, p.54). A colite hemorrágica e caracterizada clinicamente por dores abdominais severas e diarréia aguda seguida de diarréia sanguinolenta, diferindo das manifestações clinicas causadas por outros agentes invasores, pela grande quantidade de sangue nas fezes e ausência de febre. O período de incubação varia três a nove dias, com media de quatro dias. A duração da doença varia de dois a nove dias. A enterocolite pode evoluir para uma doença grave chamada síndrome urêmica hemolítica (HUS). (FRANCO & LANDGRAF,2003, p. 54). HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 30 O mecanismo de patogenicidade esta relacionado com a produção de citotoxinas. Essas citotoxinas são denominadas verotoxinas (VTs), uma vez que sua atividade biológica pode ser observadas em culturas de células Vero, originarias de rim de macaco. As citotoxinas são também denominadas toxinas Shiga-like (SLTs), já que são semelhantes a toxina produzida pelo bacilo de Shiga (Shigella dysenteriae tipo 1),a causador da desinteria bacilar. São proteínas de alto pesomolecular, sendo conhecidas as variantes VT-I (ou SLT-I) e VT-II (ou SLT-II). A produção das verotoxinas VT-I e VT-II e determinada por dois fagos lisogenicos distintos. Recentemente foi descrita a VT-III. As citotoxinas são formadas por duas subunidades, sendo uma delas responsável pela ligação com a fração 60S dos denominado eae, responsável pelas alterações do citoesqueleto das células epiteliais da mucosa intestinal, com destruição das microvilosidades e acumulo de actina no local da adesão. Verifica-se ação nos vasos sanguíneos das microvilosidades, com eliminação de sangue nas fezes.Embora a E.coli do sorotipo O157:H7 seja mais estudada, cepas de E.coli pertencentes s diversos outros sorotipos já foram descritas como produtoras de citotoxinas. (FRANCO & LANDGRAF2003, p. 54). Figura 9 - Infecção das células da mucosa intestinal por EHEC. FORSYTHE (2002), p. 104. O gado e um reservatório natural de EHEC, razão pela qual os alimentos de origem animal, principalmente a carne bovina, parecem ser o principal veiculo desse patógenos. Diversos surtos de colite hemorrágica ocorridos nos Estados HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 31 Unidos, Canadá e Japão foram claramente associadas com consumo de hambúrgueres. Por isso, a síndrome provocada por EHEC tem recebido a denominação de “doença do hambúrguer”. FRANCO & LANDGRAF, 2003, p. 54). EAggEC (ESCHERICHIA COLI ENTEROAGREGATIVA). Escherichia coli enteroagregativa e uma linhagem patogênica recentemente descrita, sendo poucos os dados disponíveis a respeito desses microrganismos. A patogenicidade parece estar relacionada com adesão a mucosa intestinal, sendo que o modelo de adesão e diferente daquele apresentado por EHEC, EPEC ou EIEC. A adesão ocorre principalmente no colon, não sendo observada no íleo ou no duodeno, e manose resistente. A adesão e mediada por fimbrias que são, na verdade, conjunto de microfibrilas de adesão. Alguns relatos indicam que cepas de EAggEC são capazes de produzir toxinas, genericamente chamadas de LT e ST de acordo com sua resistência térmica, mas que são genética e imunologicamente diferentes das enterotoxinas produzidas por ETEC. Sabe-se também que EAGGEC interfere no metabolismo celular do enterocito, com ação na absorção de sais e eletrólitos. As cepas de EAggEC parecem estar associadas com casos crônicos de diarréia (diarréia protraída). Sua ocorrência em alimentos ou em casos de surtos de origem alimentar ainda não foi relatada. (FRANCO & LANDGRAF, 2003. p.55 ). As E. coli enteroagregativas (EAggEc) são similares as linhagens ETEC quanto ao fato de poderem ligar-se as células do intestino delgado, de não serem invasivas e de não causarem alteração histológica obvia nas células intestinais a que se aderem (Figura 3.15). Elas diferem as linhagens de ETEC principalmente no fato de não se aderirem uniformemente a superfície da mucosa intestinal; ao invés disso, elas tendem a aglomerar-se em pequenos grupos. As linhagens EAggEC produzem uma toxina do tipo ST (EAST) e uma toxina do tipo hemolisina _ (com uma Figur de d adqu hum orige com das bem 517) micr Poré na d (FRA cora com muit os g __________ m tamanho a toxina do ra 10-Infecçã 5.3 List O surgim doença de uiridas (S manas que em alimen o patôgen listeria m m documen ). Listeria robiologista ém, tornou década de ANCO & LA As liste am pela co o “Listere tos aspecto gêneros sã _________ o de 120 k tipo shiga ão da mucos teria mono mento rep e origem a IDA) e a surgiram tar, os age os human monocytoge ntados em monocyto as desde u-se um do e 80, devi ANDGRAF erias são oloração d lla”. O no os as liste ão catalase HIGIEN __________ kDa). Algum toxina (ver sa intestinal p ocytogenes entino da alimentar fo legionelo repentina entes etiol os e demo enes ser f varias es ogenes é u há muito os mais im do a eclo F, 2003, p. bastonete do acido r me genér rias se ass e-positivos NE E INSPE _________ mas linha rotoxina). ( por E. coli en s Listeria mo oi inigualá ose são e amente, m lógicos de onstravam facilmente spécies an um microor tempo, n mportantes osão de di . 46). es Gram-p rápido; ela ico foi mo semelham s e tendem ÇÃO DE AV _________ agens são ( FORSYT nteroagregat onocytoge ável. A sín exemplos mas, difere ssas síndr dificuldad cultivada, nimais e e rganismo p a área de s patógeno iversos su positivos, as foram p odificado p ao grupo m a estar a VES, OVOS, __________ conhecida HE , 2002 tiva.( FORSY enes como drome da de duas entemente romes era des em ser casos de m humano patogênico e Microbio os veiculad urtos de lis não-espor primeirame para Lister gênero Br associados MEL E DER _________ as por prod , p. 103). YTHE, 2002, agente et imunodef outras d da listeri m descon r cultivado e listeriose os.(JAY, 2 o conhecid ologia Vete dos por ali steriose h rulados, q ente class ria em 19 rochothrix. s um ao o RIVADOS _______ 32 duzirem p. 101). iológico ficiência doenças ose de hecidos s. Alem e foram 2005, p. do pelos erinária. imentos umana. ue não ificadas 40. Em Ambos outro na HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 33 natureza, assim como com o Lactobacillus. Todos os três gêneros produzem acido láctico a partir da glicose e de outros açúcares fermentados, mas, diferentemente da Listeria e do Brochothrix, os lactobacilos são catalase- negativos. Em certo momento, acreditou-se que as Listerias estivessem relacionadas a bactérias corineformes e, de fato, elas foram colocadas na família Corinebacteriacea. Contudo, atualmente, esta claro que elas estão mais relacionadas a Bacillus, Lactobacillus e Streptococcus. A partir da seqüência do RNA ribossomal (rRNA) 16S, a listeria esta classificada próximo a Brochothrix, e estes dois gêneros, juntamente com Staphylococcus e Kurthia, ocupam uma posição entre o grupo dos Bacillus e dos Lactobacillus/ Streptococcus dentro da ramificação dos Clostridium-Lactobacillus-Bacillus, onde a% de G + C de todos esses membros e inferior a 50%.(JAY, 2005, p. 517). Apesar de na nona edição do Bergey´s Manual of Systematic Bacteriology oito espécies estarem relacionadas ao gênero Listeria – L. monocytogenes, L.ivanovii, L. innocua, L. welshimeri, L. seeligeri, L. denitrificans, L. murrayi e L. . grayi – o mesmo tem sofrido constantes alterações taxonômicas. A espécie L. grayi e L. denitrificans foi reclassificada como Jonesia denitrificans e, recentemente, as espécies L. ivanovii, por sua vez, foi subdividida em duas subespécies: L. ivanovii subsp. Ivanovii e L. ivanovii subsp. Londoniensis. (FRANCO & LANDGRAF, 2003, p.46). Segundo JAY (2005, p. 518), seis espécies de Listeria são reconhecidas; com algumas características de diferenciação, elas estão listadas na Tabela 25.1. As espécies L. murrayi e L. gravi emergiram juntas. Essas duas espécies ocupam uma posição separada das outras. L. ivanovii esta representada por duas subespécies – L. ivanovii subsp. Ivanoviie L. ivanovii subsp. Londoniensis. Elas podem ser distinguidas porque a primeira tem a capacidade de fermentar ribose e incapaz de fermentar N-acetil-D-manosamina. HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 34 Avaliando a relação genética por meio de técnicas de tipificação pela polimerase (PCR), foi encontrado um alto grau de correlação entre L.innocua e L. welshimeri; observou-se também que a L. grayi e homogênea e esta claramente relacionada com as outras cinco espécies. (JÁY,2005, p. 518). Ácidos teicóicos tipo - poli (ribitolfosfato) são predominantes ou somente acessórios nos polímeros da parede celular de Listeria spp. O ácido lipoteicóico de L. grayi e do tipo modificado, separando esta das demais espécies. Também o acido lioteicóico modificado pode estar relacionado com a intensidade com que os bacteriófagos lisam as outras espécies. (JAY,2005, p. 518). As seis espécies de Listeria são caracterizadas pelos seus antígenos, que determinam 17 sorovares. A principal espécie patogênica, L. monocytogenes, e representada por 13 sorovares, alguns dos quais são compartilhados com L.innocua e L. seeligeri. Embora L. innocua seja representada por apenas três sorovares, ela e muitas vezes considerada uma variante não-patogenica de L. monocytogenes. A grande heterogeneidade antigênica do envelope externo das espécies citadas pode estar relacionada ao amplo número de animais hospedeiros nos quais elas podem proliferar-se. (JAY2005, p. 518). Os sorovares mais frequentemente isolados são dos tipos 1 e 4. Antes dos anos de 1960, parecia que o tipo 1 existia predominantemente na Europa e África, e o tipo 4, na América do Norte, mas esse padrão parece ter mudado. Gray e Killinger observaram, em 1966, que os sorovares de listerias não estão relacionados ao hospedeiro, ao processo da doença ou a origem geográfica. Tais informações foram confirmadas pelos isolados de alimentos (ver a seguir), embora os sorovares 1/2 a e 4b apresentem algumas diferenças geográficas. Nos EUA e no Canadá, o sorovar 4b tem sido encontrado em 65 a 80% de todas as linhagens. (JAY2005, p. 518). HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 35 O surto de 1998-1999, nos EUA, foi causado por uma linhagem rara do sorovar 4b. Entre 1º. De janeiro e 30 de julho de 1966, 60% dos 2.232 isolados de casos humanos no Reino Unido foram 4b, com 17%, 11% e 4% causados por linhagens 4b são mais frequentemente associadas com surtos, enquanto linhagens ½ são mais relacionadas com produtos alimentícios. No leste europeu, ocidente africano, Alemanha central, Finlândia e Suécia, o sorovar ½ a e mais frequentemente relatado; já os sorovares ½ a e 4b são os mais relatados na Franca e na Holanda em proporções iguais. (JAY,2005, p. 518). Além da sorotipificação, muitos outros métodos tem sido aplicados para caracterização de espécies e subespécies de L. monocytogenes. Entre os vários métodos, estão a tipificação por bacteriófagos, a tipificação por eletroforese com enzimas multilocus (MEE, do inglês multilocus enzyme electrophoresis), a analise por enzimas de restrição (REA, do inglês restriction enzymes analysis), a eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE, do inglês pulsed-field gel electrophoresis), fragmentos de restrição de tamanhos polimorficos de DNA (RFLP, do inglês restriction fragment length polymorphisms) e a tipificação ribossomal. (JAY2005, p. 520). Está bem esclarecido que qualquer alimento fresco de origem animal ou vegetal pode apresentar números variados de L. monocytogenes. Em geral, o microrganismo tem sido encontrado em leite cru, queijo mole, carnes frescas ou congeladas, frango, frutos do mar, frutas e produtos vegetais. A prevalência em leite e lacticínios tem recebido maior atenção devido aos primeiros surtos. Na escócia, durante mais de um ano, os tanques contendo leite cru de 260 fazendas foram examinados, e 25 das 160 amostras foram positivas. Dentre elas, sete foram positivas três ou mais vezes, usualmente contaminados com <1 UFC/ ml ate 35 UFC/ mL. Entre os 5.779 alimentos examinados na Holanda, em 1998, 3,0% foram positivos para microrganismos em quantidades de > 10/g. A menor HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 36 prevalência foi em sorvetes, nos quais somente 0,2% das 649 amostras foram positivas, e a maior contaminação foi em carne fresca, com 75% das 416 amostras sendo positivas. (JAY2005, p. 524).. Embora células de L. monocytogenes não tenham sido isoladas nos surtos de listeriose humana em Massachusetts, em 1983, no qual o leite pasteurizado foi criminado, a adequação dos protocolos - padrão de pasteurização do leite para destruir esse microrganismo foi colocada em questão. Desde 1985, um grande número de trabalhos foi realizado visando a destruição térmica desse microrganismo em produtos lácteos. O valor D foi determinado para muitas das linhagens de L. monocytogenes em leite integral, leite com gordura reduzida, cremes, sorvetes e vários produtos carneos. Com esse microrganismo e um patógenos intracelular, vários estudos foram empregados para determinar a resistência térmica relativa dentro e fora dos fagócitos. De modo geral, os protocolos - padrão da pasteurização do leite são adequados para a destruição de L. monocytogenes em níveis de 105 a 106 / mL, tanto em estado livre quanto no estado intracelular. (JAY,2005, p.526). O CDC(Centers for Disease Control) tem estabelecido ligação epidemiológica entre o consume de cachorro quente ou frango inadequadamente cozido em aproximadamente 20% dos casos esporádicos sob estudo prospectivo.(PRATA1999, p. 34). Embora o número de L. monocytogenes em alimentos seja frequentemente tão baixo ao ponto de os métodos de contagem não apresentarem >103 / g. Alguns dos números mais altos relatados em produtos alimentares estão resumidos na Tabela 21. ( JAY,2005, p. 526). HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 37 Tabela 13 – Contagens Elevadas de L. monocytogenes por Grama ou Mililitro relatadas para vários Produtos Alimentícios. Leite achocolatado (EUA, 1994) ~109 Queijo macio de leite de cabra (Inglaterra, 1989) >107 Surto com queijo (Suíça, 1983 – 1987) 104 - 106 Queijo ricota com abuso de temperatura 3,6 x 106 Mexilhões defumados (Tasmânia, 1991) >106 Galinha em rolos (EUA, 1990) 1,9 x 105 Pate (Reino Unido, 1990) 103 - 106 Pele de porco crua (EUA, 1991) 4,3 x 104 Carne de gado grelhada (EUA, 1991) 3,6 x 104 Carne de gado salgada embalada a vácuo, 1992 3,3 x 104 Patê (Austrália, 1990), número médio 8,8 x 103 Repolho (EUA, 1991) 1,4 x 103 Fonte:. Microbiologia de Alimentos – (JAY2005, p. 526). Das espécies de listeria, a L monocytogenes e o patógenos de importância para os humanos. Embora a L. ivanovii possa multiplicar-se em ratos, o grau de crescimento de 106 células não causa infecção. L. innocua, L. welshimeri e L. seeligeri não são patogênicas, embora a última produza hemólise. O fator de virulência mais significativo associado com L. monocytogenes e a listeriosilina O. (JAY, 2005, p. 529). Embora a L. monocytogenes tenha sido descrita pela primeira vez em 1911 por Hulphers, sua melhor descrição foi feita por Murray e colaboradores em 1923. Desde então, ela temsido apresentada como um patôgenos de mais de 50 HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 38 mamíferos, incluindo humanos, e de aves silvestres, peixes e crustáceos. O primeiro caso de listeriose humana foi relatado em 1929 e, a partir daí, a doença tem ocorrido esporadicamente pelo mundo. A L.monocytogenes e o agente etiológico de aproximadamente 98% dos casos humanos e 85% dos casos animais. Pelo menos três casos em humanos foram causados pela L. ivanovii e um pela L. seeligeri. Em 1981, ocorreram aproximadamente 60 casos da doença em humanos no Reino Unido e, em 1985, cerca de 140; um aumento similar foi observado nos casos em animais. Entre 1986 e 1988, a listeriose humana aumentou 150% na Inglaterra e no País de Gales, e houve um aumento de 100% nos casos de salmonelose em humanos. A taxa mortalidade geral para os 558 casos humanos no Reino Unido foi de 46%; destes, 51% ocorreram em crianças em estágio pré-natal e 44% em adultos. No período de 1983 a 1987, 775 casos foram relatados na Grã-Bretanha, com 219 (28%) mortes, não incluindo abortos. (JAY, 2005, p. 532). A listeriose em humanos não e caracterizada por um único grupo de sintomas porque o curso da doença depende do estado do hospedeiro. Indivíduos saudáveis, fora da gestação e que não são imunossupridos são altamente resistentes a infecção por L. monocytogenes, e existem poucas evidencias de que tais indivíduos tenham contraído listeriose adulta e por propiciar alta taxa de mortalidade: neoplasma AIDS, alcoolismo, diabetes (tipo 1 em particular), doenças cardiovasculares, transplantes renais e terapia com corticoides. Quando adultos susceptíveis contraem a doença, meningite e septicemia são os sintomas mais comuns. Dos 641 casos humanos, 73% das vitimas tiveram meningite, meningoencefalite ou encefalite. Linfadenopatia cervical e generalizada estão associadas com a síndrome adulta e, desta maneira, a doença lembra a mononucleose infecciosa. O fluido cerebrospinal inicialmente contem granulocitos, mas no estado tardio os monócitos predominam. Mulheres grávidas que contraem a doença (sendo os fetos, com freqüência, infectados de forma congênita) podem não apresentar sintomas, mas, quando eles aparecem, são brandos e se assemelham as gripes. Abortos, nascimentos prematuros ou com o feto morto são HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 39 conseqüências freqüentes da listeriose são os da meningite e começam 1 a 4 semanas após o nascimento, embora já tenham aparecido no quarto dia após o parto. O tempo de incubação usual em adultos vai de uma a variam semanas. Entre os 20 pacientes estudados de um grupo de casos ocorridos em um episodio em Boston, 18 tiveram bacteremia, oito desenvolveram meningite e 13 apresentaram vômitos e dores abdominais. A diarréia apareceu 72 horas antes dos sintomas. (JAY, 2005, p. 534). A Listeria monocytogenes é um patôgenos dos animais e seres humanos, que muitas vezes não apresentam sintomas da doença. É encontrada no intestino de animais saudáveis e animais com infecções subclínicas. Nos ruminantes, em especial, o contágio é associado com silagens que não sofreram a fermentação adequada, sendo os pássaros os responsáveis pela introdução da L .monocytogenes na silagem, embora a própria vegetação possa ser a fonte de contaminação com o referido microrganismo.VARNAM(1991). A Listeria monocytogenes liga-se a mucosa intestinal (possivelmente resíduos da α-D-galactose,na superfície bacteriana, ligam-se aos receptores da α- D-galactose das células intestinais) e então invade as células da mucosa .A bactéria é absorvida por meio de fagocitose induzida , na qual o microrganismos é engolfado por pseudópodos das células epiteliais, resultando na formação de vesículas. A L. monocytogenes é envolvida em uma membrana vesicular, que é destruída utilizando a listeriolisina O do microrganismo (responsável pela zona β hemólise em torno dos isolados em placas de ágar sangue). O microrganismo também produz catalase e superoxido desmutase que o protege de danos oxidativos dentro do fagócito.A L. monocytogenes produz ainda duas enzimas fosfolipases C , as quais destroem as membranas da célula do hospedeiro por meio da hidrolise de lipídeos tais como o fosfatidilinositol e a fosfatidicolina.No citoplasma da ce3lula hospedeira a bactéria se multiplica rapidamente (possivelmente dobrando de numero a cada 50 minutos).O _ micr meio moti bact vacú Figur cont cere próp VAR amb de c carn sanif HEN cont mon __________ rorganismo o da polim lidade cap téria penet úolo e se m ra 11 - Infec Ao elim taminam o eais como prios alim RNAM(199 A Liste bientes úm carnes, câm nes e gord ficação i NNING(200 Segund taminação nocytogene _________ o se move merização pacita a ba tra no citop multiplica.( cção da muc minar a L. o solo e a milho e so mentos, m 1). eria mono midos, com maras de dura retid nadequad 01). o HENNIN com L. es apresen HIGIEN __________ através do da actin actéria a m plasma da FORSYTH cosa intestina monocyto a vegetaçã oja. A L. m material d ocytogenes o os enco resfriamen dos nos eq a, facilita NG(2001) monocy ntam as se NE E INSPE _________ o citoplasm a, forman movimenta as células HE, 2002, al por Listeri ogenes jun ão e, dess onocytoge de embal s pode c ontrados e nto ou pis quipament ando o ,os produ ytogenes guintes ca ÇÃO DE AV _________ ma para inv ndo cauda ar-se a cer adjacentes p. 106) ia monocytog ntamente sa forma, enes prese agem e crescer em m alguma so da sala tos de pro o desenv utos que .ou seja, aracterística VES, OVOS, __________ vadir a cél as longas. rca de 1,5 s, repete o genes. com as fe o microrg ente na poe veículos m ambien as áreas d de abate; ocesso, em volvimento não são , à mult as: MEL E DER _________ lula adjace Essa for 5 µm /segu o ciclo de f ezes, os a ganismo c eira contam de tran ntes refrig e process em resíd m decorrê o de bio suscet tiplicação RIVADOS _______ 40 ente por rma de undo. A fuga do animais chega a mina os nsporte. erados; samento duos de ncia de ofilmes. tíveis à da L. HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 41 Atividade de água (Aa) menor do que 0,92; pH menor do que 4,39 quando medido a 24ºC; A Atividade de água de 0,85 e pH de 4,6 usados na caracterização de produtos estáveis não representam barreiras para limitar o crescimento de Listeria monocytogenes, assim como a presença de altas concentrações de NaCl (10%) e nitrito; Em seu programa de ação para controle de Listeria monocytogenes o Food Safety and Inspection Service – FSIS(1999) , Agencia pertencente ao Departamento Norte- americano de Agricultura , responsável pela garantia da segurança , salubridade e rotulagem de carnes , produtos avícolas e ovos, ressalta ainda os seguintes pontos: Nos produtos prontos para o consumo, a identificação da necessidade de controle dos riscos de contaminação por L. monocytogenes deveconsiderar o tipo de embalagem do produto. Produtos submetidos à esterilização comercial, em embalagens herméticas, estão livres de Listeria monocytogenes. Também os resultados de provas microbiológicas devem ser analisados. A análise de todos os aspectos anteriores relacionados com a possível presença do microrganismo no ambiente industrial, o estudo do diagrama de fluxo do processo e as características do produto, se for o caso, permitem identificar os pontos críticos e traçar a estratégia de controle da L. monocytogenes no ambiente industrial. HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 42 A identificação dos prováveis locais de contaminação dos produtos é fundamental para se estabelecer os procedimentos preventivos de controle. Para isso, inicialmente, deve-se avaliar o fluxo de produção, visando a identificação dos eventuais focos de contaminação. Além das superfícies de contato direto com os produtos, há outras fontes relacionadas com o ambiente de trabalho. Algumas práticas operacionais podem facilitar a transferência do microrganismo para as superfícies de contato. Exemplo dessas operações são os esguichos de água decorrentes de procedimentos inadequados de limpeza, que podem transferir o microrganismo do piso e/ou drenos para as mesas de trabalho, equipamentos e paredes. A L. monocytogenes está presente no ciclo das águas, especialmente nas águas de rios. A literatura menciona a possibilidade da contaminação das águas superficiais através das águas residuais provenientes dos estabelecimentos de abate e estabelecimentos de processamento de carnes vermelhas e de carnes de aves. Sob certas condições, a L. monocytogenes sobrevive ao tratamento de águas residuais, podendo ser encontrada em seus efluentes. A L. monocytogenes apresenta alta capacidade para colonizar o ambiente de processamento de alimentos, particularmente os equipamentos, instrumentos, utensílios de processo e as próprias instalações. Assim, no ambiente industrial, a fonte primária de contaminação são os pisos e drenos, águas estagnadas e resíduos de alimentos aderidos aos equipamentos. Particularmente com relação aos produtos prontos para o consumo, as respostas às seguintes questões auxiliam na identificação da necessidade de controle: a) A etapa do processo responsável pela destruição do microrganismo é válida? HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 43 b) Se o produto é exposto a um ambiente desconhecido, com relação à presença de L. monocytogenes, que etapas pós-processamento podem evitar a contaminação pelo ambiente? c) O que informam os testes no produto final com relação à contaminação com L. monocytogenes? d) O produto permite o crescimento de L. monocytogenes? Para se estabelecer os procedimentos de controle da L. monocytogenes, deve-se levar em consideração os seguintes aspectos: Estimar-se uma alta prevalência do microrganismo na matéria-prima (carnes). A limpeza e sanificação das instalações e equipamentos é um procedimento essencial ao controle da L. monocytogenes em produtos prontos para o consumo e também para reduzir a contaminação em produtos frescais. Atividades paralelas de manutenção das instalações, que geram poeiras, realizadas no mesmo ambiente, já foram associadas com contaminação por Listeria spp., tanto do produto como do ambiente. Portanto, poeira proveniente de construções e/ou outras atividades pode contaminar o produto ou o ambiente, dificultando a identificação da fonte de contaminação e o respectivo controle. HENNING(2001). Reentrâncias ou concavidades em cilindros, lâminas de moedores, varetas de metal, canos, dilacerações de borrachas, estrutura de equipamentos, vedações de portas, rachaduras em paredes, forros de difícil limpeza, tubulação aérea, trilhagem aérea, bombas de ar ou vácuo, filtro de ar, linhas de produção de gelo facilitam a colonização da Listeria monocytogenes e podem se constituir em fontes de contaminação HENNING(2001). HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 44 Também se deve atentar para outras fontes, como instrumentos de manutenção de equipamentos (chave inglesa, chave de fenda), instrumentos utilizados na limpeza (esponjas e escovas), “pallets” de madeira e garfos de empilhadeiras. HENNING(2001). 6 HIGIENE E INSPEÇÃO SANITÁRIA DE AVES O processamento tecnológico de aves apresenta diferentes etapas. Algumas dessas etapas são descritas abaixo, seguindo o modelo de uma empresa processadora de aves com volume diário de 170 carcaças/dia. Pesagem e descanso As aves após a pesagem, aguardam a entrada na recepção de aves, na área de descanso recebendo aspersão de água e ventilação forçada. O descanso tem como objetivo a reposição do glicogênio perdido durante o trânsito, evitar a morte por alcalose térmica e acalmar as aves para a pendura. Recepção de aves Os engradados são descarregados em esteira automatizada e pendurados pelas patas em gancho preso à nórea com a parte posterior voltada para o funcionário. Insensibilização e sangria As aves são insensibilizadas através de eletronarcose sob a imersão em água, a descarga elétrica com voltagem de 150V e freqüência de 60 Hz. A sangria é realizada por um disco que secciona a veia jugular e artéria carótida. O tempo de sangria é de 3’14’. Escaldagem e Depenagem Escaldagem é realizada por imersão em tanque visando reduzir a carga microbiana e amolecendo o bulbo da pena para remoção nas depenadeiras. A temperatura do tanque deve permanecer em 59°C, o tempo de imersão é de 1’54” para uma velocidade de 150 frangos/minuto. HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS __________________________________________________________________ 45 A depenagem é efetuada por discos de borracha, cada uma destas depenam áreas determinadas do corpo da ave. Os pés também passam pelas depenadeiras a fim de removerem a cutícula, sendo posteriormente retirados da nórea e depelados em água quente. Inspeção visual As aves que apresentem qualquer anormalidade ou patologias devem ser retiradas da linha as seguintes : dermatite, ascite, raquitismo, canibalismo, má sangria e caquexia. Extração de cloaca /Corte abdominal e Exposição de vísceras Processo semi-automatizado com etapas realizadas por equipamentos regulados para a faixa de peso das aves. As vísceras são separados manualmente e separadas por calhas. Extração de papo traquéia, retirada do pescoço e extração de pulmões A carcaça segue para a extração de papo e traquéia, pescoço e extração do pulmões por vácuo, devido a sua localização próximo as vértebras torácicas. Lavagem da carcaça A carcaça é lavada internamente e externamente com água hiperclorada com uma faixa de concentração de 10 a 25 ppm de cloro residual, a vazão é de 1.5 L/carcaça. “Toillete” Antes da entrada no pré resfriamento há uma toillete , onde o funcionários revisam se as carcaças passaram por uma eficiente evisceração, tendo todas as vísceras comestíveis e não comestíveis removidas, bem como a retirada de pescoço. Pré- chiller/ Chiller HIGIENE E INSPEÇÃO DE AVES, OVOS, MEL E DERIVADOS
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