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Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - Parte 2

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IUS RESUMOS 
 
 
 
 
Lei de introdução às 
normas do direito brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 Organizado por: Samille Lima Alves 
 
 
IUS RESUMOS 
 
 
 
I. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE II ........................ 3 
1. Aplicação e interpretação das normas jurídicas ...................................................................... 3 
2. Integração das normas jurídicas .................................................................................................... 5 
2.1 Analogia ........................................................................................................................................... 6 
2.2 Costumes ......................................................................................................................................... 7 
2.3 Princípios gerais do direito ....................................................................................................... 7 
2.4 Equidade .......................................................................................................................................... 8 
3. Eficácia da lei no tempo e o conflito das leis ............................................................................ 8 
3.1 Da antinomia .................................................................................................................................. 9 
3.2 Conflito das leis no tempo ........................................................................................................ 9 
4. Eficácia da lei no espaço ................................................................................................................ 12 
4.1 A aplicação da lei estrangeira e o princípio da territorialidade mitigada ............ 12 
4.2 A aplicação da sentença e laudo arbitral estrangeiro e do cumprimento de carta 
rogatória - o exequatur do Superior Tribunal de Justiça ................................................... 14 
4.3 Da aplicação das regras de Direito de Família no espaço .......................................... 15 
5. Referências .......................................................................................................................................... 17 
 
SUMÁRIO 
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE II 
 
[3] 
 
 
Na segunda parte do resumo sobre a Lei de introdução às normas do direito 
brasileiro (LINDB), tratada no Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, 
estudaremos as formas de aplicação da norma jurídica, assim como os métodos de 
interpretação e de integração, sobre a eficácia da lei no tempo e no espaço e os 
conflitos que podem ocorrer entre as normas. 
Esses institutos aplicam-se a todos os ramos do direito, com algumas 
ressalvas, logo, é imprescindível que sejam conhecidos por todo aquele que estuda o 
Direito. 
Espero que sua leitura seja proveitosa! 
Samille Lima Alves 
Equipe Ius Resumos 
--- ♠ --- 
 
I. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE II 
1. Aplicação e interpretação das normas jurídicas 
Segundo afirma Carlos Roberto Gonçalves1, as normas jurídicas são genéricas 
e impessoais e contém um comando abstrato, e, diante de um caso concreto, o 
operador do direito verificará qual a norma que melhor se aplica, se será necessário 
integrar ou interpretar. 
A interpretação surge em virtude de eventuais imperfeições da norma, seja 
por ambiguidade ou imprecisão de seus termos, mas, ainda que fique evidente sua 
adequação a determinado caso concreto, haverá atividade interpretativa2. 
Sobre esses conceitos trataremos a seguir: 
A aplicação das normas jurídicas
Subsunção
Há a subsunção quando o fato individual se enquadra no 
conceito abstrato contido na norma
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – 
PARTE II 
 
IUS RESUMOS 
 
Quando, ao julgar o caso concreto, o juiz não encontra 
norma que a este seja aplicável, poderá integrar a lacuna, 
mediante a analogia, os costumes ou os princípios gerais do 
direito
Interpretação
Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma 
jurídica
Integração 
 Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald: 
A necessidade e a importância da interpretação são incontroversas. 
Não há, efetivamente, aplicação da norma jurídica que não seja 
precedida de atividade interpretativa, hermenêutica
Atenção 
 
Quanto ao critério metodológico a ser utilizado pelo aplicador do direito, 
três teorias apresentam seus métodos3: 
Teoria Subjetiva
Busca a vontade do legislador expressa 
na lei (voluntas legislatoris)
Estuda a vontade 
histórica do legislador
As teorias objetiva e da livre pesquisa são as mais aceitas atualmente. Enquanto a 
teoria subjetiva não é mais utilizada, visto que a vontade do legislador foi expressa 
em momento histórico diferente do momento em que a norma é aplicada
Teoria Objetiva
Busca a vontade da lei, o 
sentido da norma jurídica 
(voluntas legis)
Uma vez promulgada, a lei alcança 
existência objetiva, desligando-se 
do seu elaborador
A norma deve ser interpretada em 
função das concepções jurídicas 
morais e sociais de cada época
O magistrado deve exercer 
uma função criadora na 
aplicação da norma
Teoria da Livre 
Pesquisa
 
A ciência que estuda a interpretação das leis é chamada de hermenêutica 
jurídica, e esses são seus métodos4: 
Quanto às fontes ou origem
Autêntica ou literal
Métodos de hermenêutica das normas jurídicas
O legislador interpreta 
uma lei através de outro 
ato normativo
Jurisprudencial Doutrinário
Interpretação feita 
pela jurisprudência 
dos Tribunais
Interpretação dos 
doutrinadores, estudiosos e 
comentaristas do direito
1
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE II 
 
[5] 
Quanto aos meios
Declarativa Extensiva
Amplia o sentido do 
texto, para abranger 
hipóteses semelhantes
Quanto à extensão ou os resultados
Proclama que o texto 
legal corresponde ao 
pensamento do legislador
2
Gramatical
Baseia-se nas regras da 
linguística e da gramática, 
busca o sentido filológico 
da norma
Sistemático
Promove a 
harmonização do texto 
em exame com outras 
leis do sistema jurídico
Histórico
Estuda o momento 
em que a lei foi 
editada, buscando a 
ratio legis
Sociológico ou Teleológico
Adapta o sentido ou a finalidade 
da norma às novas exigências 
sociais
Lógico ou Racional
Busca reconstruir o pensamento do legislador 
por meio de um raciocínio lógico, avaliando 
motivações históricas, políticas e ideológicas
3
Restritiva
O intérprete procura conter 
o texto, limitando-se o 
campo de aplicação da lei
 
As diferentes técnicas de interpretação não se excluem, logo, a 
interpretação pode ser feita pela combinação de diferentes 
critérios
Impor
tante!
 
2. Integração das normas jurídicas 
Por integração das normas jurídicas entende-se5: 
Integração das normas jurídicas
A integração é utilizada 
quando existem situações 
concretas que não foram 
previstas em lei
Da obrigatoriedade de apreciação do fato pelo juiz
O juiz não se exime de 
julgar alegando 
omissão da lei
O juiz deve utilizar-se de 
mecanismos que supram as 
lacunas da lei - art. 126, CPC
Aplicação da integração
 
IUS RESUMOS 
 
Previstos no art. 
4º da LINDB, em 
ordem 
preferencial e 
taxativa
Mecanismos 
de integração 
das normas
Analogia Costumes
Princípios 
gerais do 
direito
 
2.1 Analogia 
Analogia
Requisitos para a utilização da 
analogia
Aplica-se à hipótese não 
prevista em lei um dispositivo 
legal relativo a caso semelhante
Semelhança entre a açãonão 
contemplada e a outra 
regulada na lei
Inexistência de dispositivo legal 
prevendo e disciplinando a 
hipótese do caso concreto
Identidade de fundamentos 
lógicos e jurídicos no ponto 
comum às duas situações
Tipos de analogia
Analogia legal ou legis
Consiste na aplicação de 
uma norma existente, 
destinada a reger caso 
semelhante ao previsto
Tem como 
fonte a norma 
jurídica 
isolada
Analogia jurídica ou iuris
Baseia-se em um conjunto de normas, para 
obter elementos que permitam a aplicação ao 
caso sub judice não previsto, mas que é similar
Busca a solução numa pluralidade de normas, 
institutos ou acervos legais, transpondo o 
pensamento para o caso
1
2
 
A analogia não é admitida no direito penal nem no direito 
tributário, salvo em bona partem (em benefício da parte)Atenção
 
A analogia e interpretação extensiva não se confundem, pois: Enquanto na analogia se aplica à hipótese não prevista em lei uma 
norma jurídica legal relativa a caso semelhante, a interpretação 
consiste na extensão do âmbito de aplicação da mesma norma a 
situações não expressamente previstas, mas compreendidas pelo 
seu espírito, mediante uma interpretação menos literal
Analogia 
x 
Interpretação 
extensiva
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE II 
 
[7] 
 
2.2 Costumes 
Os costumes caracterizam-se, compõem-se e dividem-se em: 
Costumes
Conceito
É a prática uniforme, constante, pública e 
geral de determinado ato, com a convicção de 
sua necessidade
Trata-se de uma fonte do direito, com objetividade 
evidentemente menor, uma vez que sua formulação exige um 
procedimento difuso, que não se reduz a um procedimento 
formal, como se verifica na elaboração das leis
Deve ser geral, cultivado por 
uma sociedade ou observado 
por boa parte desta
Só pode ser utilizado quando 
esgotadas as possibilidades de 
suprir a lacuna através da 
analogia
Características
Espécies de 
costume
Secundum legem
Está expressamente 
referido na lei
Praeter legem
Destinado a suprir a 
lei, nos casos omissos
Contra legem
Aquele que se 
opõe à lei
Carlos Roberto 
Gonçalves:
Pablo Stolze e 
Rodolfo 
Pamplona:
Composição do costume
Elemento 
externo, objetivo 
ou material
Elemento 
interno, subjetivo 
ou psicológico
O uso ou a prática 
reiterada de um 
comportamento no tempo
A convicção da 
obrigatoriedade da prática 
como necessidade social
 
2.3 Princípios gerais do direito 
Os princípios gerais do direito consistem em: 
Princípios gerais do direito
Postulados universalmente aceitos que procuram fundamentar 
todo o sistema jurídico, não estando necessariamente escritos
Diretrizes básicas e gerais que orientam o intérprete ao aplicar o 
direito no caso de omissão do texto legal
Conceito
 
IUS RESUMOS 
 
Influenciam na formulação de determinadas 
decisões, além de impedir decisões contrárias 
a seus postulados fundamentais
Ex: vedação ao enriquecimento sem causa 
(art. 876, CC), causar dano a outrem (art. 
186), não se pode valer da própria torpeza, a 
boa-fé é presumida, entre outros 
Utilizados quando 
não se pode 
preencher a lacuna 
através dos outros 
dois mecanismos
Funções
Utilizados somente quando reconhecidos 
como direito aplicável, dotado de juridicidade
Não se confundem com as 
máximas jurídicas
A maioria desses princípios está 
implícita no sistema jurídico civil
 
2.4 Equidade 
A equidade não é meio supletivo de lacuna da lei, mas um recurso auxiliar da 
aplicação desta, e é caracterizada da seguinte maneira6: 
Equidade
Utilizada 
somente 
quando a lei 
expressamente 
permite
Geralmente ocorre em casos 
de conceitos vagos ou quando 
a lei formula várias 
alternativas e deixa a escolha 
a critério do juiz
Prevista 
no art. 5º 
da LINDB
O legislador recomenda ao juiz que atenda, ao aplicar a lei, aos 
fins sociais a que ela se destina, adequando-a às exigências 
oriundas das mutações sociais e às exigências do bem comum
Ex: arts. 20, § 4º e 127 do CPC/73, art. 413, CC/02, arts. 7º e 51 do CDC, art. 8º da 
CLT, art. 15 da Lei nº 5.478/68 e art. 11, II da Lei 9.307/96
O julgamento fundado na 
equidade concerne aos 
valores mais elevados, atentos 
às fraquezas e necessidades 
imperativas humanas
 
3. Eficácia da lei no tempo e o conflito das leis 
Quando uma nova lei é publicada algumas questões surgem em relação à lei 
anterior. Primeiro, se toda a lei ou parte dela foi revogada. Segundo, como se 
modulam os efeitos da norma nova? Serão aplicados aos fatos ocorridos na vigência 
da lei antiga, mas que ainda se mantém após a validade da nova lei ou não? A seguir 
trataremos sobre a eficácia da lei no tempo e dos conflitos entre leis, pontuando 
inicialmente sobre direito intertemporal e o princípio constitucional da proibição ao 
retrocesso7. 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE II 
 
[9] 
Direito intertemporal ou direito 
transitório
Regulamenta os efeitos e consequências 
dos fatos praticados anteriormente à lei 
nova e que se prolongam no tempo
Princípio constitucional da proibição de 
retrocesso
Não é possível uma nova norma jurídica 
retroagir a proteção dos direitos e às 
garantias fundamentais e sociais 
constitucionais
 
3.1 Da antinomia 
A antinomia pode ser definida, classificada e solucionada da seguinte 
maneira8: 
É a presença de duas 
normas conflitantes 
válidas, emanadas por 
autoridade competente, 
sem que se possa definir 
qual delas será aplicada 
ao caso concreto
Cronológico
Hierárquico
A lei posterior prevalece sobre a lei
A lei hierarquicamente superior 
revoga as normas inferiores
Critérios para solução de antinomias
Especialidade
A lei que estabelece disposições 
específicas sobre determinadas 
matérias prevalece sobre a lei geral
Antinomia
Classificação das antinomias
Quanto ao número de critérios 
envolvidos
Antinomia de 1º 
grau
Quando envolve 
dois critérios
Quando envolve 
apenas um dos 
critérios
Antinomia de 2º 
grau
Quanto à solução da antinomia
Antinomia Aparente
Não pode ser 
resolvida por nenhum 
dos critérios
Pode ser resolvida 
por quaisquer dos 
critérios de solução
Antinomia Real
Conceito
 
3.2 Conflito das leis no tempo 
Quando surge um conflito entre normas jurídicas, alguns critérios são 
utilizados para resolver a questão. Vejamos9: 
IUS RESUMOS 
 
Conflito da lei no tempo
Critérios para solução
Disposições 
transitórias
Elaboradas pelo legislador, no próprio texto normativo, sua 
vigência é temporária, e o objetivo é resolver e evitar os conflitos 
ou lesões que emergem da nova lei em confronto com a antiga
Irretroatividade 
da lei
O conflito das leis no tempo surge quando a lei nova vem modificar ou regular, de 
forma diferente, a matéria versada pela norma anterior
Irretroativa é a lei que não se aplica a qualquer situação jurídica 
constituída anteriormente
Efeito imediato 
da lei
A nova lei incide a todas as situações 
concretizadas sob sua égide
Art. 6º, LINDB: a lei nova é 
aplicável aos casos 
pendentes e futuros
 
Quanto à irretroatividade, é importante pontuar que: 
Ato jurídico perfeito
É o já consumado 
segundo a lei vigente ao 
tempo em que se 
efetuou
Direito adquirido
É o que já se incorporou 
definitivamente ao 
patrimônio e à personalidade 
de seu titular
Coisa julgada
É a imutabilidade dos 
efeitos da sentença, 
não mais sujeita a 
recursos
Irretroatividade da lei
A irretroatividade é a regra
A lei retroagirá 
quando...
A lei expressamente 
determinar a aplicaçãoa 
casos pretéritos
Não poderá ofender o ato 
jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada
+
Objetiva assegurar a certeza, a segurança e a 
estabilidade do ordenamento jurídico-positivo, 
preservando as situações consolidadas em que o 
interesse individual prevalece
Há casos em que o interesse 
social, o progresso ou a 
equidade justificam a retroação
 
Quanto ao alcance, a retroatividade poderá ser de 3 (três) tipos: 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE II 
 
[11] 
Máxima
Atinge o direito 
adquirido e afeta os 
negócios jurídicos 
perfeitos
Média
Alcança os fatos pendentes, 
os direitos já existentes, 
mas ainda não integrados 
no patrimônio do titular
Mínima
Afeta apenas os atos 
anteriores, mas 
produzidos após a data 
em que ela entrou em 
vigor
Quanto ao alcance, a retroatividade poderá ser
 
Segundo Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald, “a Suprema Corte também 
vem entendendo que nem mesmo os efeitos futuros dos fatos ocorridos ainda sob 
vigência da lei antiga poderão ser atingidos pela lei nova, sob pena de violação à 
garantia constitucional da irretroatividade normativa”. Porém, reconhecem a 
aplicação imediata da lei nova às relações jurídicas continuativas, que significam: 
Relações jurídicas 
continuativas ou 
de trato sucessivo
Relações jurídicas iniciadas na vigência da lei anterior e que se 
protraem no tempo, mantendo-se após o advento da lei nova
A existência e a validade ficam 
submetidas à norma vigente ao 
tempo de seu início
A eficácia estará submetida 
à nova norma jurídica
Desde que respeitado o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada
 
Quanto ao direito adquirido, é necessário destacar o seguinte: 
Ex: art. 17, 44, §§ 1 e 3º do ato das 
disposições constitucionais transitórias
Não existe direito adquirido em face do poder 
constituinte originário
Entendimento não aplicado ao poder 
constituinte derivado
Súmula Vinculante nº 1 - 
STF
 
A jurisprudência superior vem admitindo uma relativização da garantia de 
coisa julgada e do direito adquirido nos casos em que há conflito com direitos 
fundamentais, pois: 
IUS RESUMOS 
 
Admite-se a possibilidade de aplicação das leis penal e tributária 
novas aos fatos pretéritos, desde que mais benéficas ao réu ou ao 
contribuinte – art. 5º, XL, CF/88
Retroatividade 
benigna
A relativização se justifica em razão da 
proteção a direitos fundamentais se sobrepor à 
segurança jurídica advindos do direito 
adquirido e da coisa julgadaAtenção
 
4. Eficácia da lei no espaço 
4.1 A aplicação da lei estrangeira e o princípio da territorialidade mitigada 
A norma jurídica deve ser aplicada nos limites das fronteiras geográficas do 
seu respectivo órgão político - locus regit actum. Porém, em decorrência da 
intensificação das relações entre Estados, surgiu a necessidade de aplicação de 
normas estrangeiras para solução de determinados casos, situação que não fere a 
soberania brasileira. 
A eficácia trata da produção de efeitos pela lei, e, no ordenamento jurídico 
brasileiro se dá seguindo alguns princípios e regras10: 
Eficácia da lei no espaço
Princípio da 
territorialidade 
A norma jurídica se aplica apenas no 
território do Estado que a promulgou
Previsto nos 
arts. 8 e 9 da 
LINB
Princípio da 
extraterritorialidade 
Os Estados permitem que em seu 
território se apliquem, em certas 
hipóteses, normas estrangeiras segundo 
os princípios e convenções internacionais
Aplica-se no Brasil a doutrina da 
territorialidade moderada ou mitigada
Previsto nos 
arts. 7, 10, 12 e 
17 da LINB
Observam-se os princípios da 
territorialidade e da extraterritorialidade
A lei estrangeira não será aplicada no Brasil se ofender a soberania nacional, a 
ordem pública e os bons costumes (art. 17 da LINDB)
 
Aos estrangeiros, a lei poderá ser aplicada segundo o estatuto pessoal ou 
não. 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE II 
 
[13] 
Da aplicação da lei brasileira a estrangeiros
Se o estrangeiro residir no Brasil 
será regido pela lei brasileira, caso 
contrário cumprir-se-á a lei de seu 
país de domicílio
Denomina-se estatuto pessoal a situação 
jurídica que rege o estrangeiro pelas leis de 
seu país de origem e baseia-se na lei da 
nacionalidade ou na lei do domicílio
O estatuto pessoal como tornou-se regra de conexão da lei de outros países no 
território brasileiro
 
Aplica-se a norma legal do domicílio do estrangeiro para: 
Aplica-se o estatuto pessoal do estrangeiro quando...
Reger as relações jurídicas atinentes ao começo e ao fim da personalidade, ao 
nome, à capacidade e aos direitos de família
A lei do domicílio 
da pessoa
Bens móveis que o 
proprietário tiver consigo ou 
se destinarem ao transporte 
para outros lugares (art. 8º, § 
1º, LINDB)
Penhor (art. 8º, § 2º, LINDB)
Capacidade para suceder 
(art. 10, § 2º, LINDB)
As pessoas jurídicas devem 
obedecer a lei do Estado em que se 
constituíram (art. 11, LINDB)
Aplica-se a lei brasileira para caso de filiais, 
sucursais, agências ou estabelecimentos 
em território brasileiro (art. 11, § 1º, LINDB)
 
Em determinados casos, previstos em lei, não será aplicado o estatuto 
pessoal, que são: 
Não será aplicado o estatuto pessoal do estrangeiro nos seguintes casos...
A lei do lugar da coisa para regular as relações de posse e de propriedade sobre 
bens imóveis - lex rei sitae (art. 8º, caput, LINDB)
A regra legal do lugar em que foi 
constituída as relações obrigacionais - 
locus regit actum (art. 9º, § 2º, LINDB)
Lei do domicílio do falecido ou do 
ausente na sucessão por morte ou 
ausência (art. 10, § 1º, LINDB)
 
IUS RESUMOS 
 
Se o morto possuir bens no Brasil, incidirá a lei mais favorável, seja brasileira ou 
estrangeira, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente e aos filhos brasileiros - 
princípio da proteção da família brasileira (art. 5º, XXXI, CF/88)
Nesse caso, a decisão será prolatada por juiz brasileiro, que poderá aplicar tanto a 
norma brasileira como a estrangeira, e deterá a competência para processar e 
julgar o inventário dos bens situados em solo nacional (é caso excepcional)
 
Quanto aos meios de prova de fatos que não ocorreram no Brasil, o art. 13 
da LINDB determina que: 
Fatos ocorridos 
no estrangeiro
A prova pela lei que vigorar 
no respectivo país, quanto ao 
ônus e aos meios
É vedada a utilização de 
provas que a lei brasileira 
não admita
A prova será produzida conforme as regras da lei do local 
onde está sendo realizada
 
4.2 A aplicação da sentença e laudo arbitral estrangeiro e do cumprimento 
de carta rogatória - o exequatur do Superior Tribunal de Justiça 
Sobre aplicação de sentença, laudo arbitral estrangeiro e carta rogatória, 
tem-se que: 
No Brasil, a sentença estrangeira será cumprida desde que 
homologada pelo STJ, que exarará o cumpra-se - exequatur
Art. 105, 1, I, CF/88 
Os Estados não são obrigados a reconhecer 
decisões de órgãos judiciais estrangeiros, mas o 
fazem, seguindo determinados preceitos
O STJ verifica a regularidade formal e material da 
decisão, seguindo preceitos determinados em lei
A decisão estrangeira deverá 
ser compatibilizada com a 
ordem jurídica interna
Arts. 960 a 965 do CPC/2015 e 
Resolução nº 9/2005 do STJ
Admite-se a 
homologação parcial 
da decisão
Em relação às decisões de países integrantes do 
MERCOSUL, o processo será mais célere, de acordo com 
o Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional 
O cumprimento de sentença estrangeira no Brasil
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO– PARTE II 
 
[15] 
Exige-se o exequatur para o cumprimento de cartas rogatórias com 
diligências deprecadas por autoridade estrangeira (art. 12, § 2º, LINDB) e para o 
cumprimento de sentença e laudo arbitral estrangeiro no Brasil (art. 34 e seguintes 
da lei de arbitragem). Ademais, é importante destacar: 
Títulos executivos extrajudiciais não estão submetidos à 
homologação
Após homologação pelo STJ, as sentenças judiciais, cartas rogatórias 
e laudos arbitrais estrangeiros poderão ser executados pelos juízes 
federais de primeira instância (art. 109, X, CF/88)Atenção
 
4.3 Da aplicação das regras de Direito de Família no espaço 
Da aplicação das regras de Direito de Família no espaço
Aplica-se a lei do 
domicílio nas questões 
de família - art. 7º, LINDB
Lei brasileira submete os 
que estão domiciliados 
no país, nacionais e 
estrangeiros
O brasileiro residente em 
outro país será regido 
pelas leis do lugar do 
domicílio
 
Quanto ao casamento, aplicam-se as seguintes regras: 
O casamento realizado no Brasil será regido 
pelas leis daqui, quanto aos impedimentos 
dirimentes e às formalidades da celebração
Para ter validade no Brasil, o casamento de brasileiro celebrado 
em território estrangeiro por autoridade estrangeira deverá ser 
registrado no pais - art. 32, § 1º, LRP e 1.544, CC/02
Casamento
Exceção: quando o casamento for 
realizado perante autoridades 
diplomáticas ou consulares do 
mesmo país dos nubentes
Se um dos nubentes é divorciado, e o divórcio foi decretado no exterior, há a 
necessidade de prévia homologação da sentença, pelo STJ, como pressuposto da 
habilitação para o casamento
Critério da 
nacionalidade
 
IUS RESUMOS 
 
Se os domicílios dos nubentes forem diversos, aplicar-
se-á a lei do primeiro domicílio no Brasil
Casamento consular
Celebrado perante a autoridade diplomática ou consular 
do país de ambos os noivos (da mesma nacionalidade) e 
produzirá efeitos regulares em nosso país
Hipóteses previstas nos artigos 7º, § 2º e 
18 da LINDB
Dispensa-se o registro em cartório, mas exige-se que os 
documentos estrangeiros sejam válidos - art. 129, § 6º, LRP
Casamento entre 
nubentes brasileiros, 
que estejam no 
exterior, perante 
autoridades 
consulares brasileiras
Estrangeiros Brasileiro
Do regime de bens
 
Quanto à dissolução do casamento, tem-se que: 
Dissolução do casamento
Compete à Justiça brasileira 
processar e julgar a ação de divórcio
Casamento celebrado no exterior e 
registrado no Brasil com casal 
domiciliado no país 
Divórcio realizado 
no exterior e a 
partilha dos bens 
situados no Brasil
O divórcio precisa ser homologado pelo STJ
A partilha de bens situados no país é de competência 
EXCLUSIVA do judiciário brasileiro – art. 23, III, CPC/2015
Não é mais exigido prazo para a homologação do divórcio, 
por força da EC 66/2010
Competência das 
autoridades 
consulares 
brasileiras no 
exterior
Art. 18, §§ 1 º e 
2° da LINDB
Podem celebrar escritura pública de 
separação e de divórcio consensuais, 
desde que presentes alguns requisitos
Dissolução 
consensual do 
casamento
Não houver 
interesse de 
incapaz
Partes assistidas 
por advogado
 
E, por fim, quanto à sucesso, importante destacar o que se segue: 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE II 
 
[17] 
Da sucessão
Em caso de sucessão por morte ou ausência, é a lei do 
domicílio do de cujus que regerá as condições de validade do 
testamento deixado – art. 10. LINDB
A sucessão de bens de estrangeiros no Brasil será regulada pela 
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, 
ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais 
favorável a lei pessoal do de cujus – art. 10, § 1º, LINDB
Critério do 
domicílio
Princípio da 
proteção da 
família 
brasileira
Capacidade 
para suceder
A capacidade para ser herdeiro ou legatário é regida pela lei do 
domicílio dos mesmos – art. 10, § 2º, LINDB
 
Até o próximo IUS RESUMO de Direito Civil! 
 
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5. Referências 
BRASIL. Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às 
normas do Direito Brasileiro. DOU de 9.9.1942, retificado em 8.10.1942 e retificado 
em 17.6.1943. 
FARIAS, Cristiano chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: 
parte geral e LINDB. 13. ed. rev. ampl e atual. vol. 1. São Paulo: Atlas S.A, 2015. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: parte geral. 11. ed. vol 1. 
São Paulo: Saraiva, 2013. 
TARTUCE, FLÁVIO. Direito Civil: Lei de introdução e parte geral. vol 1. 11. ed. 
rev., atual. e ampl. São Paulo: Método, 2015. 
IUS RESUMOS 
 
 
NOTAS: 
 
1 Gonçalves (2013). 
2 Farias e Rosenvald (2015, p. 84). 
3 Gonçalves (2013), Tartuce (2015, p. 22). 
4 Gonçalves (2013), Farias e Rosenvald (2015, p. 85-86), Tartuce (2015, p. 23-25). 
5 Gonçalves (2013). 
6 Gonçalves (2013), Farias e Rosenvald (2015, p. 93). 
7 Farias e Rosenvald (2015, p. 105) 
8 Gonçalves (2013) e Tarturce (2015, p. 37). 
9 Gonçalves (2013), Farias e Rosenvald (2015, p. 106). 
10 Gonçalves (2013).

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