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9-Tecnologias Sociais e Desenvolvimento - Cadernos CTS

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Cadernos CTS – Capítulo III 
 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
 
 
Por Guilherme Reis Pereira1 
1. Apresentação 
 
Neste capítulo vamos explicar o que são tecnologias sociais, para que servem, qual é seu 
público-alvo e como elas estão sendo desenvolvidas no Brasil. Para isso, é feita uma 
comparação entre as características das tecnologias sociais e das tecnologias capitalistas e suas 
funções, onde a primeira é apresentada como alternativa a segunda. Procuramos mostrar que 
a utilização das tecnologias sociais está associada a um modelo de desenvolvimento 
alternativo que promove a inclusão social. Vamos esclarecer que as pessoas envolvidas no 
desenvolvimento e difusão das tecnologias sociais são pesquisadores e lideranças de 
movimentos sociais e organizações não-governamentais. Para exemplificar são apresentados 
alguns casos dessas tecnologias que foram desenvolvidas em diferentes regiões do país. 
 
2. Objetivos 
a. Discutir o conceito de tecnologias sociais e que são os sujeitos envolvidos. 
b. Mostrar a possibilidade de um modelo de desenvolvimento alternativo baseado em 
tecnologias sociais. 
c. Apresentar o estágio de desenvolvimento destas tecnologias no Brasil. 
 
3.0 Conteúdo 
 
3.1 Introdução 
 
Quando se fala em Tecnologia, a noção mais corriqueira é o produto inovador que acaba de 
ser lançado nos Estados Unidos ou Japão. Muitos se esquecem que várias tecnologias fazem 
parte de nosso cotidiano como a luz elétrica, telefone, TV, internet, antibiótico, etc. Nesse 
mesmo raciocínio, o entendimento mais comum sobre desenvolvimento tecnológico se refere 
aos esforços relacionados às guerras e ao processo de industrialização do sistema capitalista 
nos países desenvolvidos. A literatura que trata da inovação tecnológica analisa a trajetória das 
 
1
 Sociólogo, doutor em Política Científica e Tecnológica pela UNICAMP. 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
2 
 
grandes empresas sediadas, em grande parte, nos países desenvolvidos. Isto não quer dizer 
que não tenha havido tentativas de buscar desenvolvimento tecnológico alternativo 
compatível com a realidade social e econômica de países subdesenvolvidos, pensando na 
satisfação das necessidades básicas da sociedade como água tratada, alimentação, energia, 
emprego e renda ou melhorar os processos produtivos de pequena escala. Desse modo, a 
finalidade deste capítulo é mostrar que há possibilidade de desenvolver tecnologias adequadas 
à realidade de países subdesenvolvidos, onde as necessidades básicas da maioria da população 
não foram atendidas, visando o desenvolvimento social. Da mesma forma que houve a política 
da Big Science com a orientação da pesquisa para fins militares, também pode haver política 
da “Small Science” voltada para as demandas sociais. 
 
Desde já colocamos algumas questões que precisam ser discutidas levando em conta as 
potencialidades da ciência e tecnologia. Cabe lembrar que a história nos mostra que esforços 
concentrados em pesquisa e desenvolvimento (P&D) resultaram em transformação do mundo 
em que vivemos, mesmo que estes esforços tenham atendido interesses econômicos e ou 
políticos de busca de hegemonia através do poder militar. Será que as profundas 
desigualdades entre as pessoas tendem a se cristalizar ou poderemos vislumbrar um cenário 
em que o abismo socioeconômico seja reduzido? É possível construir um modelo de 
desenvolvimento que procure reduzir a pobreza humana e ausência de cidadania se valendo 
do avanço do conhecimento e desenvolvimento de tecnologias? Para tentar responder estas 
questões trataremos de discutir o conceito de tecnologias sociais. 
 
Desenvolvimento desigual 
 
Existem países e regiões que não atraem o interesse das grandes corporações para realização 
de investimentos e promoção do desenvolvimento tecnológico, econômico e social. Estes 
enclaves que estão na periferia do sistema capitalista mundial têm processos produtivos que 
utilizam técnicas tradicionais, implicando em baixa eficiência e produtividade, degradação 
ambiental e, conseqüentemente, qualidade de vida precária. Nesse sentido, em lugares que 
não interessam ao capital há uma demanda por desenvolvimento tecnológico adequado às 
características econômicas, sociais e culturais do local. Neste caso, o Estado pode estabelecer 
políticas que promovam um desenvolvimento tecnológico alternativo para pequenos 
empreendimentos de regiões menos desenvolvidas como o Nordeste do Brasil. 
 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
3 
 
Para você entender melhor, vamos lembrar que ao longo do século XX no Brasil a intervenção 
do Estado foi no sentido de fortalecer os setores produtivos mais dinâmicos e promover a 
concentração industrial no Sudeste, o que fez aumentar a desigualdade regional. Como o 
Estado não conseguiu estimular o desenvolvimento de todas as regiões do país 
simultaneamente por meio de políticas federais, outros sujeitos ligados à sociedade civil 
começaram a se articular com universidades e centros de pesquisa para desenvolver 
tecnologias que visam a inclusão social e melhoria das condições de vida nas regiões 
subdesenvolvidas. Esta mobilização de instituições da sociedade civil em parceria com 
determinados segmentos de pesquisadores é um fenômeno recente que merece nossa 
atenção, uma vez que procuram orientar a ciência e tecnologia para o desenvolvimento social. 
Tais experiências apontam a possibilidade do fortalecimento de um modelo de 
desenvolvimento descentralizado baseado em pequenos empreendimentos familiares e 
solidários com uso de tecnologias de baixo custo adequadas às características 
socioeconômicas locais. 
 
Reforça essa ideia, a evidência da impossibilidade de universalizar o padrão de consumo dos 
países desenvolvidos devido à limitação dos recursos naturais existente no planeta Terra. 
Desde a década de 1970, autores como Celso Furtado (1974) no livro Mito do 
Desenvolvimento, e o Clube de Roma já afirmavam que não era viável estender o padrão de 
consumo dos países desenvolvidos para o restante do planeta e falavam da necessidade de 
crescimento zero por causa da insuficiência dos recursos naturais disponíveis. É cada vez mais 
urgente a necessidade de se pensar em novos modelos de desenvolvimento que procure 
conciliar a geração de riqueza (econômico) com a ampliação da melhoria das condições de vida 
para toda a população (social) de forma sustentável para garantir que as próximas gerações 
possam ter acesso aos recursos naturais (ambiental). Pensar em soluções para estes 
problemas envolve necessariamente a orientação do desenvolvimento científico e tecnológico 
de modo que possa responder aos desafios que estão postos no contexto atual. 
 
No caso do Brasil, a tentativa de copiar o elevado padrão de consumo de países como os 
Estados Unidos levou a um modelo de desenvolvimento que concentrou a renda e aumentou a 
desigualdade social e regional. Só para você ter uma noção desse modelo de desenvolvimento 
desigual, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste alguns indicadores sociais são 
comparáveis a países africanos. Menos de 20% da população nestas regiões tem acesso a 
saneamento básico e água tratada. No Nordeste cerca de 30% da população está abaixo da 
linha da pobreza. Em 2008, a taxa de analfabetismo na região Nordeste era de 17,7%, sendo 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
4 
 
que na Paraíba, Piauí e Alagoas fica entre 19 e 24%, enquanto que nas regiões Sul e Sudeste as 
taxas eram de 5% e 5,4%, respectivamente (IBGE/PNAD, 2009). 
 
O Estado do Rio Grande do Norte contava com uma população de 3.137.541, segundo o último 
censo do IBGE, sendo 45% de pessoas de 0 a 24 anos. Em 2008, a taxa de analfabetismo das 
pessoas de 15 anos ou mais de idade era de 20 %, dos quais 52,1 % são pessoas com mais de 
60 anos. 56% das famílias com crianças de 0 a 6 anos de idade,tem rendimento familiar per 
capita até 1/2 Salário Mínimo. Os domicílios que possuem microcomputador com acesso à 
Internet representam 13,56%. Apenas 17,68 % dos domicílios possuem serviços de rede 
coletora de esgoto e 30% fossa séptica (PNAD, 2008). Planejar soluções para estes problemas 
requer necessariamente a utilização da base científica e tecnológica de universidades como a 
UFRN e outras instituições de pesquisa. 
 
O capítulo está organizado da seguinte forma. Na primeira parte será feita uma breve 
discussão da trajetória das tecnologias alternativas em contraposição à tecnologia capitalista 
até chegar ao conceito de tecnologias sociais. Na segunda parte será associada a emergência 
das tecnologias sociais no Brasil à organização de entidades da sociedade civil. Na terceira, 
serão apresentados casos de tecnologias sociais que foram desenvolvidas por instituições de 
pesquisa, ONG, associações de trabalhadores em interação com as comunidades de diversas 
regiões do país. 
 
3.2 Trajetória da tecnologia alternativa 
 
Na Índia do final do século XIX houve a tentativa de lutar contra a injustiça social do sistema de 
castas e do domínio britânico através do desenvolvimento das tecnologias tradicionais. Gandhi 
procurou despertar a consciência da população hindu sobre a possibilidade de ser dona de seu 
destino (autodeterminação do povo) por meio da popularização da roca de fiar manual. A 
estratégia se baseava no desenvolvimento tecnológico a partir da base técnica existente e não 
através de importação de um padrão tecnológico europeu. A proposta de desenvolvimento de 
Gandhi era a popularização da máquina de fiar e o melhoramento das técnicas locais tendo 
como objetivo final a transformação da sociedade hindu. 
 
A ideia de tecnologia alternativa foi aplicada na República Popular da China e influenciou 
pesquisadores que estavam preocupados com o desenvolvimento econômico nos países 
periféricos e percebiam que as tecnologias convencionais das empresas capitalistas não eram 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
5 
 
adequadas a estes países por terem um custo elevado (intensiva em capital) e por gerar 
desemprego. Um economista alemão - Schumacher - cunhou a expressão “tecnologia 
intermediária” para designar uma tecnologia de baixo custo de capital, pequena escala, 
simplicidade e respeito ao meio ambiente. Para o autor, esta tecnologia, também conhecida 
como tecnologia apropriada, seria mais adequada aos países pobres (Dagnino, Brandão e 
Novaes, 2004: 20). 
 
Durante as décadas de 1970 e 1980, cresceu o número de partidários da tecnologia 
apropriada, pensando na redução da pobreza nos países periféricos e em fontes alternativas 
de energia para os países avançados. Os pesquisadores que procuravam pensar em 
alternativas de desenvolvimento tecnológico criticavam também o contexto socioeconômico e 
político no qual eram construídos os artefatos e processos. Passava-se a refletir nova relação 
entre ciência, tecnologia e sociedade (CTS), incorporando a questão da participação de 
diferentes grupos sociais no processo decisório de escolha tecnológica baseado em critérios de 
baixo custo dos produtos e do investimento, pequena ou média escala, facilidade de operação 
e, principalmente, geração de benefícios sociais para as comunidades envolvidas. Os 
pesquisadores preocupados com a temática do desenvolvimento tecnológico para inclusão 
social nos países periféricos questionavam o modelo linear de inovação segundo o qual o 
desenvolvimento social seria uma conseqüência do progresso técnico baseado na ciência 
básica. Este modelo ainda está arraigado entre os cientistas e burocratas. 
 
Nos anos 1990, o movimento intelectual que procurava refletir sobre um novo estilo de 
desenvolvimento baseado nas noções de tecnologia apropriada, também chamada de 
democrática, popular, libertária, limpa, etc, entrou em refluxo em função da hegemonia do 
pensamento neoliberal e do processo de globalização que provocou o aumento da 
competitividade das empresas, reorganização da produção em escala mundial e 
reestruturação industrial em países como o Brasil. A reestruturação produtiva na indústria 
brasileira combinada com a abertura comercial e baixa taxa de crescimento econômico 
aumentou o desemprego e enfraqueceu o movimento sindical que passou a ter uma postura 
mais defensiva de preservação de emprego. A adesão ao pensamento neoliberal resultou na 
renúncia a um projeto nacional baseado em uma trajetória própria mediante a busca de maior 
autonomia tecnológica. Os programas tecnológicos nas áreas estratégicas (espacial, defesa, 
aeronáutico) foram sucateados com a redução de recursos disponíveis. 
 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
6 
 
Na última década, a estabilização macroeconômica, crescimento e redução da dependência 
externa criaram as condições para investir mais em ciência e tecnologia com a expectativa de 
gerar impactos no desenvolvimento do país. Em função disso, o dispêndio em C&T triplicou 
nos últimos dez anos no Brasil, acompanhando uma tendência dos países desenvolvidos e os 
chamados emergentes. No entanto, a pobreza, a desigualdade regional e o uso predatório dos 
recursos naturais ainda não são tratados como problemas centrais da política de ciência, 
tecnologia e inovação. Em 2008, apenas 1% dos recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia 
foi destinado à rubrica desenvolvimento social. 
 
Obstáculos para uma política de CTI voltada ao desenvolvimento social 
 
Existem vários fatores que contribuem para que a política de CTI fique circunscrita ao mundo 
científico ou, como denominam os especialistas tecnocratas, ao sistema de ciência, tecnologia 
e inovação. Um dos principais fatores é a permanência da concepção de ciência autônoma e 
neutra associada aos interesses das elites do ambiente científico de preservação do prestígio 
social, do capital científico, em uma palavra do status quo. O ambiente científico é conservador 
e tem uma estrutura desigual. A agenda de pesquisa está mais condicionada à lógica interna 
do ambiente científico que procura estar na fronteira da ciência universal e, por isso, é pouco 
contextualizado. Na maioria das vezes, as prioridades para o desenvolvimento científico e 
tecnológico financiadas pelo Estado não respondem aos problemas reais de países periféricos 
como a pobreza e a baixa qualidade de vida. 
 
Outro fator que está relacionado à forma de organização autônoma do ambiente científico e o 
distanciamento das demandas sociais, é a limitada percepção pública da temática ciência e 
tecnologia e a dificuldade de levar à “academia” as demandas mais prementes da população 
para o processo decisório. Existem fóruns e conferências na área de C&T que, em tese, deveria 
debater os problemas e estabelecer diretrizes para alocação de recursos, mas mantém espaço 
privilegiado para os cientistas. Contudo, paulatinamente, tem havido um avanço na 
participação de organizações da sociedade civil e movimentos sociais na proposição de 
prioridades visando a inclusão social e os problemas mais imediatos da sociedade. Esta 
mobilização de novos atores da sociedade civil na criação de fóruns e conferências possibilitou 
a inclusão de propostas relacionadas ao incentivo e financiamento do desenvolvimento de 
tecnologias sociais na política de CTI expressa no Livro Azul, divulgado em 2010. Este 
documento sinaliza para o aumento de aporte de recursos para ações e estratégicas que 
procurem orientar a geração de conhecimento científico e tecnológico para o desenvolvimento 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
7 
 
social. No contexto desta mobilização de entidades da sociedade civil, tem sido elaborado o 
marco analítico-conceitual da tecnologia social como uma alternativa mais eficaz na solução de 
problemas sociais, que procura estabelecer uma nova relação entre ciência, tecnologia e 
sociedade. Até poucotempo, as políticas de combate à pobreza tinham um caráter 
assistencialista que não promovia a emancipação. Outra característica das instituições que 
trabalham com o conceito de tecnologias sociais é a forma de organização em rede, visando 
reutilizar soluções tecnológicas em diferentes locais que tenham a mesma necessidade. 
 
 
Tecnologias sociais entendidas como processo de construção social 
 
Quando falamos em tecnologia como processo de construção social, queremos dizer que as 
características de um determinado artefato tecnológico é fruto de negociação de diferentes 
grupos sociais que têm preferências e interesses. Desse modo, o tipo de tecnologia está 
relacionado aos interesses políticos, econômicos ou sociais. Para alguns autores (Pinch e Bijker, 
1990; Feenberg, 1999) a decisão sobre o desenho da tecnologia passa pelo crivo da escolha 
social, reflete as práticas sociais e culturais de um determinado período e local. Esta concepção 
pode ser verificada no conceito de tecnologias sociais. Os próprios atores da sociedade civil 
concebem as tecnologias sociais “como aquelas que compreendem produtos, técnicas e 
metodologias desenvolvidas na interação dos saberes científico e popular e que representam 
efetivas soluções de transformação da sociedade” (RTS, 2010). A perspectiva destes atores 
parte da premissa de que a sociedade também tem um conhecimento baseado na experiência 
de vida e que, em interação com pesquisadores que detém um conhecimento científico, 
produzem soluções para os seus problemas relacionados ao processo produtivo ou para o 
atendimento de necessidades básicas como acesso a água, tratamento de doenças, 
alimentação, etc. Desse modo, tal perspectiva é diferente da visão de que o único detentor de 
conhecimento é o cientista ou engenheiro. Ao contrário, o conceito de tecnologias sociais 
parte do entendimento de que o conhecimento é produzido em diferentes lugares como 
resultado de interação social e a tecnologia é o resultado de uma construção coletiva que leva 
em conta os recursos materiais e humanos disponíveis. O conceito de tecnologias sociais tem 
uma proximidade com estudiosos da tecnologia chamados de construtivistas. 
 
É possível identificar uma convergência entre estudiosos da tecnologia da corrente 
construtivista, de autores do campo de Ciência, Tecnologia e Sociedade e as lideranças das 
instituições da sociedade civil que trabalham com o conceito de tecnologias sociais. Os pontos 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
8 
 
em comum entre estes três segmentos são: o conhecimento é produzido em diferentes 
lugares como empresas, hospitais, ONGs, não sendo exclusividade da universidade; o processo 
de construção de tecnologia é um processo participativo que envolve diferentes grupos 
sociais, inclusive aqueles que detêm o saber popular. Esta visão estabelece forte vínculo entre 
democratização e desenvolvimento tecnológico, na medida em que o desenho da tecnologia 
se dá num processo de interação do conhecimento científico e popular, o que requer formas 
de organização mais democráticas. 
 
A visão de tecnologias construídas a partir das demandas sociais se aproxima da teoria crítica 
da tecnologia de Andrew Feenberg (1999). Segundo o autor, a concepção de neutralidade da 
tecnologia desconsidera que está enraizada nela valores anti-democráticos comum à lógica 
capitalista que visa o controle dos trabalhadores e recursos para aumento de eficiência e 
lucros. Para Feenberg, o poder tecnocrático está presente nas decisões sobre o desenho da 
tecnologia, em função da necessidade de controle do processo produtivo. Nesse sentido, 
existe uma dimensão política na construção dos artefatos e processos tecnológicos. O conceito 
de tecnologias sociais considera esta dimensão e se caracteriza por ter relação estreita com a 
prática democrática de envolver as comunidades no desenvolvimento da tecnologia levando 
em conta o saber popular para atender suas necessidades. 
 
Para você entender as principais diferenças entre as tecnologias empregadas nas grandes 
empresas e as tecnologias sociais é feita uma comparação no quadro 01. No contexto do 
sistema capitalista mundial, as tecnologias convencionais visam a maximização do lucro, o que 
não significa bem estar social. Como exemplo, podemos destacar o caso do Fordismo, como 
uma tecnologia de processo que maximizou o volume de produção e do lucro, desqualificou a 
mão-de-obra com a subdivisão do trabalho e reduziu o trabalho humano a movimentos 
repetitivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
9 
 
Quadro 01 – Características das tecnologias 
Tecnologias Capitalistas Tecnologias Sociais 
Utilizada na propriedade privada. Utilizada na propriedade coletiva, 
cooperativas e associações. 
Voltada para produção em grande escala. Os empreendimentos são pequenas 
unidades produtivas 
Poupadora de mão-de-obra. Geradora de ocupação e renda. 
Controle coercitivo do trabalho. Autonomia no trabalho e estrutura 
ocupacional homogênea. 
Segmentada para evitar o controle do produtor 
no processo de trabalho. 
Controle social (produtor) do processo 
produtivo. 
Visa o lucro em detrimento do social e meio 
ambiente. 
Atende necessidades básicas. 
Fonte: Adaptado de Dagnino, Brandão e Novaes, 2004 
 
O desenvolvimento tecnológico das multinacionais está orientado para o atendimento do 
mercado formado por pessoas de alta renda. O destino preferencial dos produtos de alta 
tecnologia são os países desenvolvidos e as classes mais abastadas dos países periféricos. Vale 
lembrar que a industrialização no Brasil esteve associada a um processo de concentração de 
renda para que uma camada privilegiada da sociedade formasse o mercado interno (Furtado, 
2003). 
 
Somos induzidos a pensar que existe apenas um único caminho de desenvolvimento 
tecnológico, que é a trajetória dos países desenvolvidos e suas multinacionais, e países como 
Brasil precisam dar saltos (catting-up) para alcançar este estágio tecnológico. Em outras 
palavras, segundo a visão dominante, para países como o Brasil ser desenvolvido é preciso 
dominar as tecnologias dos países avançados, isto é, seguir o padrão tecnológico. 
 
A ideia da possibilidade de desenhar alternativas tecnológicas para novos estilos de 
desenvolvimento fica restrita a poucos pesquisadores e militantes das causas sociais. Perdeu-
se a capacidade de criar, imaginar e projetar desvinculado da visão dominante. A ideia da 
trajetória única dos países desenvolvidos está tão arraigada na mente das pessoas, inclusive na 
comunidade de pesquisa que procura seguir as tendências dos centros mundiais. O 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
10 
 
determinismo tecnológico não modifica a relação de dependência entre países centrais e 
periféricos. 
 
3.3 Organização da Sociedade Civil2 e Tecnologias Sociais 
 
Para Dagnino, Brandão e Novais (2004) o marco analítico-conceitual das Tecnologias Sociais 
trata a tecnologia como processo e não como produto. Isto quer dizer que consideram o 
processo de produção da tecnologia. No caso do conceito de tecnologias sociais, há uma 
ênfase no processo de produção da tecnologia que considera a interação entre pesquisadores 
que detêm o conhecimento técnico-científico e a comunidade que participará do 
desenvolvimento das tecnologias para melhorar sua condição de vida. Este caráter de rede 
atribuído às tecnologias sociais, que articula diferentes grupos sociais e diversas instituições 
estabelece um novo padrão de governança no qual o Estado deixa de ter o papel protagonista 
na consecução de políticas de C&T voltadas para os problemas sociais. A rede é uma forma de 
organização aberta e descentralizada e não hierarquizada. 
 
Concomitantemente à evolução do entendimento sobre a produção de tecnologia orientada 
para o desenvolvimento social em países periféricos, foram sendo criadas algumasinstituições 
na sociedade civil para promover o desenvolvimento e a difusão de tecnologias sociais a partir 
dos anos 2000. 
 
Uma das primeiras instituições a atuar na área de tecnologia social foi a Fundação Banco do 
Brasil (FBB). Dada a ausência de programas, projetos e publicações sobre tecnologias sociais, a 
Fundação Banco do Brasil resolveu lançar em 2001 o Prêmio Fundação Banco do Brasil de 
Tecnologia Social e o Banco de Tecnologias Sociais. O Banco de Tecnologias Sociais serve para 
armazenar soluções, desenvolvidas em um determinado local, para atender as necessidades 
de geração de energia, acesso a água, educação, habitação, agricultura, renda, e estimular o 
desenvolvimento de projetos semelhantes em outras regiões que enfrentam os mesmos 
problemas. 
 
 
2
 Neste trabalho a sociedade civil é entendida como um espaço onde se manifesta os interesses e 
necessidades de diversos setores da sociedade, incluindo das camadas mais carentes, e ocorre um 
esforço de geração de consenso e definição de uma direção política no sentido de promover um 
desenvolvimento qualitativamente distinto do existente. Um projeto político de desenvolvimento que 
sintetize as necessidades sociais, a vontade coletiva e a garantia da preservação dos recursos naturais 
para as gerações futuras. 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
11 
 
A partir das iniciativas da FBB surgem outras organizações, como a criação, em 2002, do 
Instituto de Tecnologia Social; da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, do 
Ministério de Ciência e Tecnologia, em 2003; do Centro Brasileiro de Referência em Tecnologia 
Social, em 2004; e do Centro Avançado de Tecnologias Sociais Ayrton Senna. Tais instituições 
passaram a se articular e participar de fóruns e conferências que discutem a formulação de 
política de CTI voltada para o desenvolvimento social. 
 
Entre 2000 e 2002, nos preparativos da 2ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, Irma 
Passoni, uma das fundadoras do Instituto de Tecnologias Sociais, foi convidada pelo ministro 
Ronaldo Sardenberg para auxiliar na organização do evento e mobilização de parlamentares e 
movimentos sociais.3 A partir da 2ª Conferência um conjunto de instituições da sociedade civil 
vem se articulando para contribuir na elaboração da Política de CTI voltada para a inclusão 
social. Em 2005, as ONGs formularam diretrizes e propostas para a III Conferência. Na ocasião 
decidiu-se criar um Fórum Nacional das ONGs que atuam com Tecnologia Social para 
consolidar e aprofundar a participação das ONGs no processo de construção de CTI, no Brasil, 
em articulação com o poder público, universidades, instituições de pesquisa, agências de 
fomento de CTI e empresas. Entre as propostas apresentadas no “Manifesto do Fórum 
Nacional de CTI para a III Conferência Nacional”, destacam-se: o fortalecimento da Secretaria 
de C&T para Inclusão Social (SECIS) como órgão de articulação interministerial e entre governo 
e sociedade civil para execução das ações de C&T visando a inclusão social; criação de espaços 
de participação de representantes da sociedade civil em órgãos colegiados como o Conselho 
Nacional de Ciência e Tecnologia, Conselho Deliberativo do CNPq, Comitês Assessores do CNPq 
e Comitês Gestores dos Fundos Setoriais.4 A questão da necessidade de fortalecimento 
institucional da SECIS com aumento do aporte de recursos foi levantada novamente na 
Conferência Regional do Nordeste em 2010. Telles at alli (2010) afirmam que a maior parte dos 
recursos da SECIS tem como fonte as emendas parlamentares e sugerem a criação e 
manutenção de um fluxo de recursos orçamentários de forma regular. Desse modo, apesar de 
haver abertura por parte do governo federal para participação das instituições da sociedade 
civil no Eixo IV - C&T para o Desenvolvimento Social das Conferências, a mobilização de 
instituições da sociedade civil e participação nas discussões não implicam na implementação 
de políticas que orientam a produção e aplicação do conhecimento para gerar 
desenvolvimento inclusivo e beneficiar os segmentos mais carentes da sociedade. Na 4ª 
 
3
 Entrevista da gerente executiva do Instituto de Tecnologia Social concedida a Rede de Tecnologias 
Sociais. 
4
 Manifesto do Fórum Nacional de CT&I para a III CNCTI, 2005. 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
12 
 
Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, foi apresentada proposta de criação 
de um Programa Nacional de Tecnologias Sociais pelo Fórum Brasileiro de Tecnologia Social e 
Inovação com recursos da Finep para financiar atividades de pesquisa e desenvolvimento de 
tecnologias sociais. As propostas do movimento da TS foram atendidas na Política Nacional de 
CTI. 
 
3.4 Casos de Tecnologias Sociais 
 
Nesta seção faremos uma descrição de alguns exemplos de tecnologias sociais que foram 
finalistas do concurso realizado pela Fundação Banco do Brasil com o objetivo de esclarecer a 
você, através de casos, o que são tecnologias sociais. Você pode perceber que as tecnologias 
sociais são desenvolvidas para aperfeiçoar processos produtivos de pequenos 
empreendimentos, aumentar a renda dos produtores e melhorar as condições de vida das 
comunidades. 
 
Podemos citar como exemplo o projeto da Mini-fábrica de Castanha de Caju - Módulo 
Agroindustrial Múltiplo de Processamento e Comercialização de Amêndoa de Castanha de Caju 
realizado no interior do Ceará. A tecnologia visa organizar mini-fábricas para reduzir a quebra 
de 40% a 45% através da adoção do processo e linha de equipamentos desenvolvidos pela 
Embrapa em parceria com a iniciativa privada; da formação de um conjunto de mini-fábricas e 
a implantação de uma unidade central responsável pelo fornecimento da castanha 
previamente classificada. Com isso, houve o aumento em 50% de amêndoas inteiras. 
 
 
Em 2003, foi premiada a Solução Compacta e de Baixo Custo para Tratamento de Esgotos 
Domésticos desenvolvida pelo Núcleo de Bioengenharia Aplicada em Saneamento da UFES 
desde 1995 em Vitória - Espírito Santo. Uma estação de tratamento baseada em tecnologias 
limpas para aplicação na urbanização de zonas de baixa renda que utiliza um reator anaeróbio 
no início do tratamento biológico, 70% da matéria orgânica presente no esgoto é removida 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
13 
 
sem consumo de energia. O resultado foi a redução significativa do nível de contaminação dos 
corpos d’água; eliminação do contato direto da população com o esgoto; redução dos gastos 
com tratamento médico–hospitalar. 
 
A Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da ilha das Cinzas em parceria com a FASE 
(ONG) e a prefeitura do município de Gupurá – PA implantou um sistema de produção para 
melhorar a qualidade do Camarão a partir da adaptação das armadilhas introdução de viveiros 
para estocagem in natura, capacitação das famílias em produção, gestão ambiental e gestão 
de organizações associativas. Os resultados alcançados foram aumento no tamanho dos 
camarões comercializados (de 4,5 para 9,2 cm); aumento do preço recebido pelos produtores 
(de R$ 0,80 para R$ 2,5) e da renda familiar mensal oriunda do camarão (de 1/2 para 1,2 
salário mínimo); estabilização da produção e, conseqüentemente, da renda anual proveniente 
do camarão; garantia de mercado para o produto com preço justo, mesmo em época de pico 
de produção. 
 
O Centro de Estudos e Projetos de Energias Renováveis de Recife – PE desenvolveu dispositivo 
de geração de energia solar para bombeamento de água dos poços em pequenas áreas de 
irrigação, visando a produção de culturas alimentares consorciadas com frutíferas, melhorando 
a alimentação e a renda na agricultura familiar de comunidades rurais do semi-árido. A adoção 
desta tecnologia permitiu o aumento da produtividade nas áreasirrigadas e aumento da renda 
familiar. Estes são alguns exemplos de tecnologias sociais que foram desenvolvidas com 
poucos recursos para atender demandas socioeconômicas de comunidades de baixa renda. 
 
Conclusão 
 
Ainda que a mobilização de diversas instituições para estabelecer uma estratégia alternativa 
de desenvolvido seja um fenômeno recente, é possível identificar avanços tanto na discussão 
sobre o conceito das tecnologias sociais quanto nas ações empreendidas de desenvolvimento 
de tecnologias em interação com as comunidades de diversas regiões. Embora tenha havido 
uma abertura do governo federal para aproximar a ciência e tecnologia das questões sociais, 
os dispêndios têm sido muito reduzidos. Iniciativas de gerar tecnologias para inclusão social 
não têm o peso compatível com as necessidades da população. 
 
Numa perspectiva de longo prazo, vislumbra-se a multiplicação de ações de C&T para o 
desenvolvimento social na medida em que fortaleça as articulações entre as instituições da 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
14 
 
sociedade civil e organizações de pesquisa e avance o processo de democratização do país. De 
todo modo, está cada vez mais evidente que é preciso investir em trajetórias tecnológicas para 
pequenos empreendimentos alternativas ao avanço tecnológico das multinacionais para 
estimular o desenvolvimento de regiões menos desenvolvidas que estão na periferia do 
sistema capitalista mundial. 
 
Atividades 
1. Pesquise alguns exemplos de tecnologias sociais que são utilizadas no estado do Rio 
Grande do Norte. 
2. Identifique no seu cotidiano que necessidades poderiam ser atendidas por meio do 
desenvolvimento de tecnologias sociais. 
 
 
5.0 Resumo 
Nesta aula, você aprendeu que existem tecnologias que são desenvolvidas para solucionar 
problemas sociais, aumentar a eficiência de processos produtivos de pequena escala como as 
mini-fábricas de castanha de caju e melhorar as condições de vida das comunidades de baixa 
renda. Você aprendeu também que as tecnologias sociais são fruto da interação do 
conhecimento popular e científico e os novos atores envolvidos nesse processo são originários 
de movimentos sociais e ONGs. Estes atores se organizam em rede, isto é, de forma não-
hierárquica. Entre as diferenças descritas no texto, as tecnologias sociais possibilitam ao 
trabalhador o controle dos meios de produção, enquanto as tecnologias capitalistas utilizadas 
pelas grandes empresas procuram manter o controle sobre os trabalhadores e o processo 
produtivo para obtenção de lucros. 
 
 
6.0 Autoavaliação 
Pesquisa na internet alguns exemplos de tecnologias sociais que estão sendo desenvolvidas no 
seu estado. 
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Tomando com referência a cidade onde você mora, aponte que demandas poderiam ser 
atendidas pelas tecnologias sociais. 
Tecnologias Sociais e Desenvolvimento 
 
15 
 
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Referências 
DAGNINO, R.; BRANDÃO, F. C.; NOVAES, H. T. Sobre o marco analítico-conceitual da tecnologia 
social. In: Tecnologia social: uma estratégia para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundação 
Banco do Brasil, 2004. 
FEENBERG, A. Alternative modernity. Califórnia: University of California Press, 1999. 
FURTADO, C. O Mito do Desenvolvimento Econômico. RJ, Paz e Terra, 1974. 
PINCH, T.; BIJKER, W.E. The social construction of facts and artifacts: or how the sociology of 
science and the sociology of technology might benefit each other. In: BIJKER, W.E. et. Al. The 
social construction of technological systems. Cambrigde: The MIT Press, 1990. 
RODRIGUES, I.; BARBIERI, J. C. A emergência da tecnologia social: revisitando o movimento da 
tecnologia apropriada como estratégia de desenvolvimento sustentável. Revista de 
Administração Pública. Rio de Janeiro 42(6):1069-94, nov./dez. 2008 
SOUZA, J. Tecnologias Sociais e Políticas Públicas in REDE DE TECNOLOGIA SOCIAL. Tecnologia 
Social e Desenvolvimento Sustentável: Contribuições da RTS para a formulação de uma Política 
de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação – Brasília/DF, 2010. 
TELLES, M.; FRANÇA, M.; SARTOR, C.; FONSECA, R. - Contribuição para as discussões do Eixo IV- 
Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social na “IV Conferência Nacional de Ciência 
Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento sustentável. FINEP/MCT, 2010. Disponível em 
cncti4.cgee.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc 
 
Outras Fontes: 
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2009/pnad_s
intese_2009.pdf

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