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Teoria da Norma Jurídica

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Seminário 
Introdução ao estudo do Direito
“Da Teoria da Norma Jurídica”
Professor (a):Marconiseth Alencar
Turma Direito-Noite
Equipe: Alana
Anísio
Antônia Daiane
Douglas
Ramone
Sumário
 I- Conceito de Norma Jurídica
 II-Conceito de Instituto Jurídico 
 III-Estrutura lógica da Norma Jurídica
 IV-Características
 V-Classificação
 VI-Vigência, efetividade, eficácia e legitimidade 
I.Conceito de Norma Jurídica
Primeiramente como um a introdução a norma é preciso notar que o conceito da própria difere ,de certo modo, de acordo com o autor consultado ,mesmo que não hajam diferenças grandiosas entre as teorias ,as vezes haverão pequenas partes que se contradizem.
O que é importante assinalar é que a norma jurídica não pode ser entendida como simplesmente uma diretriz que se apresenta do nada para constituir a sociedade .A norma não constitui a sociedade ,ela dá balizas a relações e formas sociais já existentes, a norma jurídica esta estruturada num solo que é das formas sociais, também é preciso lembrar que no campo especifico da norma atuando na sociedade, a própria norma é atravessada por relações de poder e de autoridade. Essa relação pode ser encontrada em uma citação de Montesquieu: ‘’Antes de haver leis feitas, existiam relações de justiça possíveis Dizer que não há nada de justo, nem de injusto, senão o que as leis positivam ordenam ou proíbem, equivale a afirmar que antes de ser traçado o circulo os seus raios não eram iguais.’’ Ou como disse Paulo: ’’Não é da regra que promana o Direito, senão com base no Direito, existente por si mesmo, que a regra é elaborada.’’ 
O conceito da norma pode ser visto como a expressão formal do Direito, assim prevendo os modos de condutas interessantes ao convívio social. Dessa visão é possível deduzir que o Direito disciplina condutas, impondo-se como principio de vida social. O Direito leva as pessoas a se ligarem, comprometendo-se entre si ,obrigando-se mutuamente. Assim para todo forma de coexistência humana haverá uma norma, fazendo com que não exista relacionamento humano possível que não possa ser enquadrado pelo direito. A norma, disse o jurisconsulto Paulo, é elaborada com base no Direito, existente por si mesmo. Não é Direito mas contém Direito no sentido de enunciá-lo e de veiculá-lo .A norma prevê condutas segundo valores tidos por justos ,os quais se oferecem aos indivíduos, do ponto de vista de sua liberdade, como possíveis ,e á sociedade, do ponto de vista de sua preservação e desenvolvimento, como desejáveis. Além disso a norma ainda pode ser entendida como por Villoro Toranzo que diz que ela é uma formulação técnica de um esquema construído conforme uma valoração da justiça dada por um legislador a um problema histórico concreto. (ressalve-se, apenas ,a limitação ao legislador ,entendendo-se esse termo como com sentido abrangente das varias instâncias de criação normativa.)
A norma representa, portanto ,o resultado de uma valoração .A característica primordial do valor é a polaridade ,ou seja ,sua afirmação pelo confronto com o antivalor. Os valores são ainda polivalentes: além do verdadeiro e do falso ,configuram-se o possível ,o indeterminado etc.
O conceito de norma ainda pode ser entendido por sua forma mais simples e segundo Arnaldo Vasconcelos o de maior virtualidade, esse conceito é o que resulta do posicionamento da expressão sintética ‘’jurídica’’ ao lado da correspondente expressão analítica ‘’de Direito’’: norma jurídica é norma de Direito, isto é, norma de fazer Direito. A norma jurídica é regra de fim.
Mesmo com todos esses conceitos, pelo que se observa, a segurança da própria norma escrita é relativa ,porque, em verdade, o que se aplica é a interpretação normativa, e nunca a norma em seu presumível e problemático significado original. Ou melhor, suas reinterpretações ,sendo que interpretada ela já o foi ,quando de sua criação. Nesse sentido, deve entender-se a afirmativa de Kelsen, segundo a qual ‘’a norma funciona como esquema de interpretação ’’.Por exemplo: uma norma diz que todos são iguais perante a lei, e da determinadas diretrizes aquele que é o operador da norma, o operador observa esta norma de igualdade, mas o próprio foi constituído como sujeito num solo de relações sociais racistas ,o que faz com que ele interprete e maneje essa norma dentro de uma realidade de desigualdade, para ele esperam-se coisas distintas de pessoas distintas e isso não esta em uma norma e sim no tecido social. Assim sendo, o juízo em que se enuncia que um ato de conduta humana constitui um ato jurídico (ou antijurídico) ,é um resultado de interpretação especifica ,a saber, de uma interpretação normativa.
II. Instituto jurídico
Assim como o conceito de Norma Jurídica o conceito de Instituto Jurídico varia um pouco de acordo com o autor citado mas geralmente esse ‘’instituto ‘’ é entendido como um termo genérico que se usa em Direito para dizer que determinada situação, medida, condição ou fato é algo que é tão especial (no sentido de "consolidado pelo uso e pela tradição durante longos séculos") para a vida em sociedade, que deve ser tratado como um "instituto jurídico" que merece um tratamento diferenciado. Diferem, portanto, de normas e leis casuais (ou casuísticas) que servem apenas para uma determinada situação circunstancial, que atendem às necessidades de um momento peculiar de uma sociedade, como, por exemplo, as regras monetárias e financeiras, ou mesmo a política de quotas no acesso ao ensino superior público. 
 O conceito de Paulo Nader sobre Instituto Jurídico é: ‘’ a reunião de normas jurídicas afins, que rege um tipo de relação social ou interesse e que se identifica pelo fim que procura realizar. É uma parte da ordem jurídica e, como esta, deve apresentar algumas qualidades: harmonia, coerência lógica, unidade de fim. Enquanto a ordem jurídica dispõe sobre a generalidade das relações sociais, o instituto se fixa apenas em um tipo de relação ou de interesse: adoção, pátrio poder, naturalização, hipoteca etc. Considerando-os análogos aos seres vivos, pois nascem, duram e morrem, Ihering chamou-os de corpos jurídicos, para distingui-los de simples matéria jurídica. Diversos institutos afins formam um ramo, e o conjunto destes, a ordem jurídica.”
Já para Miguel Reale o Instituo é: “Esse é, por assim dizer, o instrumental lógico e linguístico básico da Ciência do Direito, que exige conceitos ou “categorias” fundamentais, tais como “competência” “tipicidade”, “culpabilidade” etc. A esses conceitos gerais subordinam-se gradativamente outros, cujo conhecimento vamos adquirindo dia a dia, à medida que progredimos no conhecimento jurídico, sem jamais podermos considerar finda a nossa tarefa cognoscitiva. Como já ponderamos anteriormente a ciência é, até certo ponto, a sua linguagem.
Já dissemos que as normas jurídicas se ordenam logicamente. Essa ordenação tem múltiplos centros de referência, em função dos campos de relações sociais que elas disciplinam, havendo uma ou mais ideias básicas que as integram em unidade. Desse modo, as normas da mesma natureza, em virtude de uma comunhão de fins, articulam-se em modelos que se denominam institutos, como por exemplo, os institutos do penhor, da hipoteca, da letra de câmbio, da falência, da apropriação indébita. Os institutos representam, por conseguinte, estruturas normativas complexas, mas homogêneas, formadas pela subordinação de uma pluralidade de normas ou modelos jurídicos menores a determinadas exigências comuns de ordem ou a certos princípios superiores, relativos a uma dada esfera da experiência jurídica.
Quando um instituto jurídico corresponde, de maneira mais acentuada, a uma estrutura social que não oferece apenas uma configuração jurídica, mas se põe também como realidade distinta, de natureza ética, biológica, econômica etc., tal como ocorre com a família, a propriedade, os sindicatos etc., costuma-se empregar a palavra instituição.A não ser por esse prisma de maior objetivação social, envolvendo uma “infraestrutura” associativa, não vemos como distinguir um instituto de uma instituição.”
Para Paulo Dourado de Gusmão: “34. INSTITUIÇÃO JURÍDICA - As regras de direito, quando unificadas, constituindo um todo orgânico destinado a reger uma matéria jurídica vasta, compreendendo várias relações jurídicas, formam uma instituição jurídica (§§ 22 e 199). A família, o Estado, etc. são instituições. Como entendê-la? Segundo Roubier (Théorie Générale Du Droit), é o “conjunto orgânico, que contém a regulamentação de um dado concreto e durável da vida social e que está constituído por um núcleo de regras jurídicas dirigidas para um fim comum”. Assim, tem, como nota Roubier, dois elementos principais: duração, manifestada na repetição de fatos que lhe servem de base, e caráter orgânico, decorrente do conjunto jurídico harmônico por ela criado. A duração é relativa, pois muitas instituições jurídicas do passado não mais existem, como, por exemplo, a escravidão e o feudalismo. Existe, diz Roubier, razoável durabilidade. A organicidade, isto é, a interligação das normas em função da finalidade que lhes é comum, como nota Roubier, é a forma ideal de integração das regras jurídicas. A maioria das instituições jurídicas tem sua origem na vida social, como, por exemplo, a família. Sendo a instituição jurídica conjunto orgânico, durável, de regras jurídicas, tem os seguintes caracteres da regra de direito: bilateralidade, coercibilidade, generalidade e sanção do poder público ou o consenso das nações (instituições internacionais). Mas a essas características se sobrepõe a finalidade comum em função da qual a instituição exerce o seu papel jurídico-social e em razão da qual devem ser interpretadas as normas que a constituem.”
III. Estrutura lógica da norma jurídica
 A norma jurídica é socialmente bilateral, ou seja, só se fala em normas éticas em situações sociais na qual estejam envolvidas duas pessoas ou mais, jamais em situações unilaterais. Isto recebe o nome de axiologia bilateral, quando os valores impostos pela norma á sociedade visam não só o bem individual, mas também o bem comum.
 Em relação à estrutura das normas elas possuem duas classificações: Autônomas (completas) e dependentes (incompletas). As normas autônomas por serem completas apresentam em seu texto a endorma e a perinorma, esta última podendo ser por meio de uma punição (sanção).
 A endorma prever como hipótese normativa (ato da vida social) e atribui a ela uma consequência que deve ser respeitada. Assim caso o ato se realize surgirá um novo comportamento que pode ser permitido, obrigado ou proibido, representa-se a endorma com a seguinte formula: Se A(hip), Deve ser B(cons).
 Já a perinorma reforça a consequência da endorma, como citado anteriormente ela pode ser por meio de uma sanção, esta ultima se classifica em negativa/penal ou positiva/premial. Na sanção penal a hipótese corresponde a conduta oposta a prevista na conseqüência da endorma e por isto deve ser aplicada uma punição (Se não B, Deve ser SPr). Na premial a hipótese corresponde a conduta similar à consequência da endorma e por isto deve ser aplicada um benefício (Se B, Deve ser SPr).
 As normas dependentes apresentam ou só a endorma ou só a perinorma, fazendo com que se torne indispensável a leitura de outro texto, em outro artigo ou outra lei, para que complete seu sentido. Existem normas que apresentam tanto uma quanto a outra, estas são as normas de conduta, nelas podem existir uma perinorma positiva e uma perinorma negativa ao mesmo tempo. Sua estrutura lógica revela um pensamento hipotético prevendo uma situação que pode ou não ocorre, sempre estabelecendo uma conseqençia, que deve ser o resultado da hipótese feita (Se A, Deve ser B).
IV. Características da norma jurídica
“Norma jurídica é a coluna vertebral do corpo social.”
 ( Del Vecchio, in Maria Helena Diniz) 
Generalidade – Se dirige a todos que se encontram na mesma situação jurídica (todos são iguais perante a lei). 
Conforme o caput do artigo 5º da Constituição Federal:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos seguintes termos:” (...)
Abstratividade – A norma jurídica é abstrata, por isso não visa casos singulares e concretos, procurando enquadrar o maior número de fatos e casos. Os enunciados das leis possuem esta característica de regular a sociedade, os indivíduos em sociedade, não se destinando, em geral, a casos ou pessoas específicas.
Bilateralidade – A norma jurídica é bilateral, enlaça o direito de uma pessoa com o dever de outra. As normas sempre vinculam duas ou mais pessoas, atribuindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Ex. O Estado tem o poder de exigir do contribuinte o imposto; O credor tem o poder de exigir do devedor o pagamento; O Estado tem o poder de exigir do cidadão uma conduta não criminosa, etc...
Imperatividade – A norma jurídica é imperativa, impõe ou proíbe um tipo de conduta. A norma não é um simples aconselhamento, mas imposição. 
Artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal.
“II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”
Coercitividade – Outra característica da norma jurídica, é a coercibilidade. Quando o destinatário da regra não a cumpre espontaneamente são acionadas a intimidação ou a força propriamente dita. Nas lições de Del Vecchio, coercibilidade é a "possibilidade de se colocar à disposição da autoridade pública ou da organização internacional a força material para o cumprimento da sanção proedominada" (GUSMÃO, 2006, p.84). 
V. Classificação das normas jurídicas
Diversos são os critérios e nomenclaturas propostos por diferentes autores para classificar as normas jurídicas. Por sua clareza e objetividade, será exposta a classificação proposta por Garcia Máynez.
Quanto ao sistema a que pertencem
Essa classificação diz respeito ao local de atuação da norma. Quando elas são obrigatórias no âmbito de atuação de apenas um Estado são chamadas de nacionais, se, a partir do Direito Internacional Privado, sua atuação vai além do estado que a criou configura-se norma jurídica estrangeira. Quando dois ou mais países por suas relações diplomáticas e mediante tratados resolvem adotar uma mesma legislação interna, denomina-se Direito Uniforme, exemplo disso é a Lei Uniforme Sobre Cheques, vigente no Brasil e oriunda da Convenção de Genebra de 1930. 
Quanto à fonte
São divididas nesse quesito de acordo com o sistema jurídico ao qual pertencem. Aquelas que emanam do Poder Legislativo são escritas e corporificadas nas leis, decretos e medidas provisórias, denominam-se legislativas. As demais emanam do Poder Executivo e são divididas em consuetudinárias, normas não escritas mas elaboradas espontaneamente pela sociedade. Para que seja caracterizada como costumeira precisa ser reiterada, constante, uniforme e presente na consciência popular como regra obrigatória. A prática é costume com valor jurídico. O costume ocupa o segundo lugar na escala hierárquica das fontes do Direito, mas sua importância varia de acordo com os sistemas jurídicos e vem sendo relegado a plano inferior ao qual só se apela em ultimo plano devido ao desenvolvimento acelerado do mundo atual que não permite que as normas de conduta se consolidem por prolongado período de tempo. Segundo o artigo 4º da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro de 2002: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.”. Chamam-se jurisprudenciais as normas criadas pelos tribunais, no sistema de tradição romano-germânica elas não devem ser consideradas como norma, diferentemente do Common Law, adotado nos Estados Unidose Inglaterra, em que os precedentes judiciais têm força normativa. 
Quanto aos diversos âmbitos de validez
No âmbito espacial de validez as normas são divididas em: gerais, que se aplicam ao território nacional (federais), e locais (estaduais e municipais), dedicadas apenas a uma fração do mesmo. No âmbito temporal a norma pode ter prazo de vigência determinado ou não, no material a norma pode ser de Direito Público, relação de subordinação para com o Estado que impõe o seu imperium , ou de Direito Privado, com relação de coordenação. No âmbito pessoal de validez elas se dividem em genéricas, onde os preceitos se dirigem a todos na mesma situação jurídica, e individualizadas, , aplicáveis apenas a um ou vários membros da mesma classe.
Quanto à hierarquia
As normas guardam entre si uma ordem de subordinação assim exposta:
Na escala mais alta estão as constitucionais – originais da Carta Magna ou de emendas- que condicionam a validade de todas as demais e têm o poder de revogá-las. Abaixo das constitucionais encontram-se as complementares, elas têm por missão complementar as omissões da Constituição e são aprovadas por maioria absoluta. Em seguidas estão as normas ordinárias, definidas em leis, medidas provisória e leis delegadas, seguida das regulamentares, contidas nos decretos e as individualizadas, que se relacionam com os negócios jurídicos como testamentos, sentenças judiciais e contratos.
Quanto à sanção
Perfeitas quando a sanção para o descumprimento da norma é a nulidade do ato, ou seja, age como se o ato nunca tivesse existido. Mais que perfeita: além de considerar nulo o ato na hipótese de descumprimento, a norma prevê sanção para aquele que violou a norma. Menos do que perfeita: quando o descumprimento da norma é combatido apenas com a sanção (penalidade). 
Imperfeita: quando não prevê nem a possibilidade de sanção ou nulidade do ato como consequência do descumprimento da norma.
Quanto à qualidade
Nesse aspecto as normas podem ser divididas em positivas (ou permissivas0 quando permitem a ação ou a omissão e negativas(ou proibitivas) quando proíbem a ação ou omissão.
Quanto às relações de Complementação
Denominam-se primárias aquelas cujo sentido é complementado por outras, que recebem o nome de secundárias. As secundárias podem ser de iniciação, duração ou extinção da vigência, declarativas ou explicativas, permissivas, interpretativas ou sancionadoras.
Quanto à vontade das partes
As normas taxativas ou cogentes resguardam os direitos fundamentais da sociedade e obrigam independentemente da vontade das partes. As dispositivas dizem respeito apenas aos interesses dos particulares e admitem a não adoção de seus preceitos por vontade expressa das partes.
Outros critérios de classificação não inclusos na classificação de Garcia Máynez.
Quanto à flexibilidade ou arbítrio do juiz
As normas jurídicas possuem diferentes graus de abstratividade pois do ponto do vista do sistema ora convém que sejam do tipo aberto, ora do tipo fechado. As do tipo aberto consistem em conceitos e amplos como boa fé objetiva e justa causa, quando caberá ao juiz decidir com equidade os casos concretos. O Código Civil de 2002 é repleto de normas do tipo aberto em que o juiz tem certo grau de liberdade para influenciar na distribuição da justiça. Essa liberdade, porém, deve guiar-se de acordo com o senso comum, regras de convivência e jurisprudência. As do tipo cerrado ou fechado, ao contrário, não deixam margem para a interpretação do juiz. Exemplo de lei fechada é que trata da maioridade penal, em que o juiz não pode determinar punição de acordo com o seu entendimento do nível de discernimento do menor. 
Quanto ao modo de presença no ordenamento: normas implícitas e explicitas
Existem as normas explicitas, que objetivamente definem a conduta, procedimento ou modelo de organização e as normas implícitas que complementam formulas adotadas diretamente pelo legislador, contribuem para elas a doutrina e a jurisprudência, além do natureza humana e ordem natural das coisas segundo a visão dos jusnaturalistas. Direito implícito é aquele que está por trás do Direito expresso, sustentando-o, quer no sentido de fundamentá-lo, quer no de fundamentar a abrangência de suas normas. Está antes e depois das normas explícitas: antes, como padrão que deve subordinar o legislador, depois, como modelo a cuja realização deve propor-se o intérprete.
Quanto à inteligibilidade
Refere-se ao grau de esforço intelectual necessário ao processo de compreensão. As normas de percepção imediata são facilmente assimiladas sem grandes esforços intelectuais, não se justifica a busca de compreensão com base no Direito Comparado. Nas normas de percepção reflexiva ou mediata, o interprete utiliza-se dos métodos dedutivo e indutivo. Já as de percepção complexa estão acessíveis apenas à classe dos juristas por exigirem maiores esforços intelectuais de interpretação e pesquisa, às vezes, dos princípios do Direito, fontes históricas e logica externa, para determinar seu sentido e alcance. 
VI. Vigência
Com a palavra “vigência” designamos a existência específica de uma norma. Quando descrevemos o sentido ou o significado de um ato normativo dizemos que, com o ato em questão, qualquer conduta humana é preceituada, ordenada, prescrita, exigida, proibida; ou então consentida, permitida ou facultada. Podemos exprimir a vigência (validade) de uma norma dizendo que certa coisa deve ou não deve ser, deve ou não ser feita.
Vigência é, portanto o termo utilizado para fixar o período de disponibilidade da norma jurídica, sua dimensão temporal. Situa-se como marco intermédio entre a existência, que se formaliza pela promulgação, e a eficácia, que decorre da sua observância social. Relacionada com a norma jurídica, significa a regra que, no momento presente, rege atributiva e a coativamente o comportamento dos indivíduos do grupo social que se destina. Como se nota, constitui conceito de aplicação restrita à lei. As outras espécies de normas jurídicas se subtraem a seu domínio, transferindo-se a indicação de sua validade formal para a instância de eficácia, como ocorre relativamente ao costume, à doutrina e à jurisprudência não simulada.
Dizer que uma norma vale significa sempre dizer que ela vale para um qualquer espaço ou para um qualquer período de tempo, isto é, que ela se refere a uma conduta que somente se pode verificar em um certo lugar ou em um certo momento (se bem que porventura não venha de fato a verificar-se). A referência da norma ao espaço e ao tempo é o domínio da vigência espacial e temporal da norma. Este domínio de vigência pode ser limitado, mas pode também ser ilimitado. A norma pode valer apenas para um determinado espaço e para um determinado tempo, fixados por ela mesma ou por outra norma superior; ou seja, regular apenas fatos que se desenrolam dentro de um determinado espaço e no decurso de um determinado período de tempo. Pode, porém, valer também - de harmonia com o seu sentido - em toda a parte e sempre, isto é, referir-se a determinados fatos em geral, onde quer que e quando quer que se possam verificar. E este o seu sentido quando ela não contém qualquer determinação espacial e temporal e nenhuma outra norma superior delimita o seu domínio espacial ou temporal.
A “existência” de uma norma positiva, a sua vigência, é diferente da existência do ato de vontade de que ela é o sentido objetivo. A norma pode valer (ser vigente) quando o ato de vontade de que ela constitui o sentido já não existe. Sim, ela só entra mesmo em vigor depois de o ato de vontade, cujo sentido ela constitui, ter deixado de existir. Dizer que uma norma vale (é vigente) traduz algo diferente do que se diz quando se afirma que ela é efetivamente aplicada e respeitada, se bem que entre vigência e eficácia possa existir uma certa conexão. Uma norma jurídica é considerada como objetivamente válida apenas quando a conduta humana que ela regula lhe corresponde efetivamente, pelo menos numa certa medida. 
Pode-se concluir, então, com as seguintesafirmativas: 1° - A vigência não tem aplicação ao Direito, mas à lei em sentido formal; 2° ¬- Como a lei não é todo o Direito, não pode ela defini-lo; 3° - Ao lado do Direito positivo vigente, legal, existe, com maior amplitude, um Direito positivo ao qual não se pode atribuir, aprioristicamente, vigência, formado pelas outras espécies de fontes positivas e por princípios do Direito Natural.
Eficácia
Essa é a instância de valor social. Da forma que é realmente observada pelo grupo comunitário, diz-se que tem eficácia. Isso significa afirmar que, de fato, a norma desempenha satisfatoriamente sua função social, qual seja manter a ordem e distribuir justiça.
Com a expressão eficácia alude-se à possibilidade de a regra de direito atingir concretamente os objetivos para as quais foi elaborada. A norma jurídica vigente, mas desprovida de eficácia, torna-se letra morta e, com o tempo, será derrogada, porém, não implica a perda da vigência, pois nada impede que a norma deixe de ser eficaz apenas temporariamente e que possa sê-lo plenamente, a partir do momento em que as condições sociais o permitam; entretanto, em nenhum momento deixou ela de ser vigente.
Convém assinalar o caráter sociológico da eficácia. Enquanto o conceito de vigência se esgota no âmbito da norma legal, o de eficácia tem sua projeção dirigida para o fato social, no qual se concretiza. Reponta a importância da valoração do fato, para que a norma seja eficaz, ou melhor, para que haja Direito. Não sem razão, sublinha Jellinek a força normativa do fato social -, que atua inclusive contra a lei, ultrapassando-a. Se o legislador não o distinguiu, desconhecendo sua influência, ele assim mesmo tem condições de insinuar-se no mundo do Direito.
Resta finalizar com a definição das seguintes posições: 1° - A validade social, ou eficácia, independe do poder institucionalizado do Estado; 2° - A norma jurídica que não se realiza como Direito não deixa, por isso, de compor o Direito positivo; 3° - Mediante a eficácia, impõe-se a força normativa do fático.
Legitimidade
 Há vários questionamos que envolvem o atributo legitimidade. Para um positivista, na abordagem da norma é suficiente o exame de seus aspectos vigentes . Para as correntes espiritualistas além da norma ter que atender todos os aspectos vigentes, elas necessitam de legitimidade, para essas normas serem consideradas legítimas ela deve ser originada do poder competente ou seja ser produzida, por quem conforme a lei possa fazer . A fonte de onde emana a norma é tida como ponto de referência na pesquisa da legitimidade, podendo assim entender que se esta fonte é legítima, a norma também será . No exercício da chamada democracia direta temos como fonte legítima aquela constituída pelos representantes escolhidos pelo povo.
Podemos observar a legitimidade do órgão em dois pontos de vistas diferentes, sendo eles a legitimidade subjetiva, no que diz respeito ao órgão em si e a legitimidade quanto à matéria sobre que a legislação versa. 
Se o Congresso ou a Assembleia não bastam para fazer uma lei, não é menos certo que sem eles não há lei propriamente dita. No regime constitucional vigente não é o Congresso só que faz a lei, mas nenhuma lei pode ser feita sem o Congresso. Se o Presidente da República editar,sozinho, uma lei, ela não terá vigência ou validade formal, por faltar-lhe a legitimidade do órgão de que foi emanada. Se, ao contrário, não se trata de uma lei, mas de mero decreto que regulamenta uma lei federal, então o Presidente da República é competente para editar esse ato normativo, desde que não inove na matéria, dispondo para menos ou para mais do que a lei estabelece (Constituição, art. 84, IV).
Podemos assim afirmar que para uma regra jurídica seja válida, é preciso existir um órgão competente e legítimo, sendo assim capaz de acolher os cidadãos de um país.
Efetividade
Este atributo consiste no fato de a norma jurídica ser observada tanto por seus destinatários quanto pelos aplicadores do Direito. No dizer de Luís Roberto Barroso, a efetividade “... simboliza a aproximação, tão íntima quanto possível, entre o dever ser normativo e o ser da realidade social”.17 Enquanto alguns autores empregam o termo efetividade como sinônimo de eficácia, a grande parte dos estudiosos simplesmente utiliza este último naquele mesmo sentido. Pelo desenvolvimento deste parágrafo observaremos a necessidade de se atribuírem dois nomes para situações que realmente são distintas: efetividade e eficácia.
É intuitivo que as normas são feitas para serem cumpridas, pois desempenham o papel de meio para a consecução de fins que a sociedade colima. As normas devem alcançar a máxima efetividade; todavia, em razão de fatores diversos, isto não ocorre, daí podermos falar em níveis de efetividade.
Há normas que não chegam a alcançar qualquer grau, enquanto outras perdem o atributo, isto é,durante algum tempo foram observadas e, posteriormente, esquecidas. Ambas as situações configuram a chamada desuetude. A indagação relevante que emerge se refere ao problema da validade das normas em desuso, matéria abordada no Cap. 16. Para o austríaco Hans Kelsen a validade da norma pressupõe a sua efetividade.
EFICÁCIA JURÍDICA E EFICÁCIA SOCIAL (EFETIVIDADE) DAS NORMAS DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
Deve-se distinguir da eficácia jurídica o que muitos autores denominam de eficácia social da norma, que se refere, como aponta Reale, ao cumprimento efetivo do Direito por parte de uma sociedade, ao "reconhecimento" do Direito pela comunidade ou, mais especificamente, aos efeitos que uma regra opera através do seu cumprimento[3]. Em tal acepção, eficácia social é a concretização do comando normativo, sua força realizadora no mundo dos fatos. Deliberadamente, ao estudar a capacidade de produzir efeitos, deixou-se de lado a cogitação de saber se estes efetivamente se produzem. A efetividade propugna não a eficácia jurídica como possibilidade da aplicação da norma, mas a eficácia social e os mecanismos para a sua real aplicação[4].
A efetividade significa, portanto, a realização do Direito, o desempenho concreto de sua função social. Ela traduz a materialização, no mundo dos fatos, dos preceitos legais e simboliza a aproximação, tão íntima quanto possível, entre o dever-ser normativo e o ser da realidade social. A efetividade das normas depende, em primeiro lugar, da sua eficácia jurídica, da aptidão formal para incidir e reger as situações da vida, operando os efeitos que lhe são inerentes. Não se trata apenas da vigência da regra, mas também, e, sobretudo, da "capacidade de o relato de uma norma dar-lhe condições de atuação"[5], isoladamente ou conjugada com outros normas. Se o efeito jurídico pretendido pela norma for irrealizável, não há efetividade possível.
Assim, é necessário que se estabeleça a diferença conceitual entre Eficácia Jurídica, Eficácia Social (Efetividade) e Aplicabilidade das Normas de Direitos Fundamentais para que seja possível uma melhor compreensão sobre o assunto. Porém, não vigora na doutrina um consenso no que concerne a vigência, validade e existência da norma.
Segundo o professor Ingo Wolfgang Sarlet[6], em certo aspecto constata-se um consenso, uma vez que não parecem existir dúvidas a respeito da distinção entre a vigência (existência e/ou validade) e a eficácia, seja qual for o sentido que a esta última se vá atribuir.
Nesse sentido, é preciso estabelecer a distinção entre o conceito de eficácia jurídica e eficácia social da norma. Enquanto a eficácia jurídica representa a qualidade da norma produzir, em maior ou menor grau, determinados efeitos jurídicos ou a aptidão para produzir efeitos, dizendo respeito à aplicabilidade, exigibilidade ou executoriedade da norma, a eficácia social da norma se confunde com a idéia de efetividade e designa a concreta aplicação dos efeitos da norma juridicamente eficaz. A eficácia social ou a efetividade está intimamente ligada à função social da norma e à realização do Direito.
Por outro lado, como bem destaca o professorIngo Wolfgang Sarlet [10]não há como dissociar a noção de eficácia jurídica da aplicabilidade das normas jurídicas, pois a eficácia jurídica representa justamente a possibilidade de aplicação da norma aos casos concretos, com a conseqüente geração dos efeitos jurídicos que lhe são inerentes. Na verdade, eficácia e aplicabilidade são fenômenos conexos, como bem definiu José Afonso da Silva, já que a eficácia jurídica seria uma potencialidade e a aplicabilidade representaria a praticidade, a aptidão de uma norma jurídica eficaz ser aplicada às situações as quais se destina.
Portanto, conclui-se que as noções de aplicabilidade e eficácia jurídica podem ser consideradas em dois aspectos, na medida em que uma norma somente será eficaz juridicamente por ser aplicável e na medida de sua aplicabilidade. Há que se considerar a posição doutrinária de Eros Roberto Grau, o qual propõe uma revisão e reformulação da noção de eficácia e efetividade à luz da Constituição de 1988, partindo da idéia de que a decisão pela aplicação do Direito no caso concreto constitui, na verdade, uma decisão pela sua execução, isto é, pela sua efetivação.[11] O autor difere dos posicionamentos doutrinários tradicionais ao defender o ponto de vista de que a eficácia social (ou efetividade) não se situa no plano da aplicação da norma, mas que se manifesta após o momento da aplicação, já que nada garante que as decisões tomadas pelo Judiciário sejam efetivamente cumpridas pelos seus destinatários, tampouco garantindo que sejam realizados os fins buscados por elas.[12]
Bibliografia
Hans Kelsen, Teoria Pura do Direito, pag 7 a 11;
Arnaldo Vasconcelos, Teoria da Norma Juridica, pag 236 a 247
Miguel Reale, Lições Preliminares de Direito, pag 105 a 115
Luiz Fernando Coelho, Aulas de Introdução ao Direito, pag163 a 179
Paulo Nader, Introdução ao estudo do Direito
Constituição de 1988
Características da Norma Jurídica <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe0GQAC/caracteristicas-norma-juridica>Acesso em 11/01/2015.
Características da Norma Jurídica <https://jus.com.br/artigos/14290/principios-constitucionais-como-normas-juridicas>Acesso em 11/01/2015.
Características da Norma Jurídica <https://www.passeidireto.com/arquivo/993461/caracteristicas-das-normas-juridicas>Acesso em 11/01/2015
(Publicado no Datadez nº 38, mai./jun. de 2007)
Gisele Mazzoni Welsch [1]
Advogada e Mestranda em Direito Processual Civil pela PUC/R
http://www.amdjus.com.br/doutrina/constitucional/3.htm

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