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09 - Contratos Empresariais.Falência

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�LFG – EMPRESARIAL – Aula 09 – Prof. Alexandre Gialluca – Intensivo II – 26/11/2009
Contratos Empresariais
2.	CONTRATO DE LEASING OU ARRENDAMENTO MERCANTIL
	Diferente do que ocorre na alienação fiduciária, que tem um decreto-lei dispondo a respeito, o leasing não tem legislação específica. O que temos é uma resolução do BACEN: Resolução 2309/96. É essa resolução que trata do leasing ou arrendamento mercantil.
	Leasing é um contrato de locação com opção de compra no fim do contrato.
	No leasing há a figura do arrendador, que é a empresa de leasing. A empresa de leasing, de acordo com a resolução tem que ser uma pessoa jurídica e mais, tem que ser uma sociedade anônima. A empresa de leasing, necessariamente, será uma sociedade anônima. Não poderá ser uma sociedade limitada, por exemplo. Já o arrendatário, que é o que será beneficiário do contrato de leasing, tanto faz. Pode ser pessoa física ou jurídica. Qualquer um pode ser arrendatário de um contrato de leasing. 
	Além disso, o leasing serve tanto para bem móvel, quanto para bem imóvel. 
	O arrendatário fez a locação de um bem móvel. As empresas, ao invés de comprar maquinário, equipamentos, caminhões, empilhadeiras, aeronaves (todas as aeronaves são leasing), navios, fazem leasing. Fazem um contrato de locação e, no final do contrato, o arrendatário tem três opções possíveis:
1ª Opção – Devolução - Vamos supor que ele tenha feito o leasing de uma aeronave, mas não tenha interesse em continuar com o bem. Ele faz, então, a sua devolução.
2ª Opção – Renovação - Quer continuar usufruindo, dispondo daquele bem, mas não quer ficar com o bem. Então, ele faz a renovação do contrato quando chegar ao final.
3ª Opção – Compra - Opção de compra. A compra é uma opção. 
	Caiu na magistratura/MS: o examinador perguntou quais eram as opções do arrendatário no final do contrato.
	Vamos imaginar que o arrendatário faça a opção de compra. Se ele fizer isso, ele terá que pagar VRG – Valor Residual Garantido. Somente paga VRG quem faz a opção de compra. Só que tem um detalhe: há um momento para pagar o VRG, que é o final do contrato. Só que, na prática, não é isso o que acontece. Quem faz o arrendamento mercantil, acaba cobrando de forma antecipada o VRG. Ou vem diluído na prestação ou vem em dois carnês, um para o leasing e o outro para o VRG no mesmo número de parcelas. 
	É possível a cobrança antecipada do VRG? Então, vamos acompanhar a evolução do posicionamento do STJ: Inicialmente ele diz que a opção de compra no contrato de leasing só se faz no final do contrato e, portanto, o VRG tem que ser pago no final do contrato. Se eu pagar o VRG desde o início do contrato, estou dizendo, desde o momento inicial que eu não quero alugar, mas que quero comprar. Então, esse contrato não é de aluguel, não é de locação. Será um contrato de compra e venda com financiamento. Esse foi o posicionamento inicial do STJ, razão pela qual editou a Súmula 263, que não é mais o posicionamento atual, mas é importante que você acompanhe:
	STJ Súmula nº 263 - DJ 20.05.2002 - Cancelada - RESPs 443.143-GO e 470.632-SP - 27/08/2003 - A cobrança antecipada do valor residual (VRG) descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil, transformando-o em compra e venda a prestação.
	Porém, julgando alguns recursos especiais, o STJ muda o seu posicionamento e cancelou a Súmula 263. E depois disso, o STJ edita uma outra súmula, que é a 293, que é o posicionamento atual:
	STJ Súmula nº 293 - DJ 13.05.2004 - A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.
	E qual foi o princípio adotado pelo STJ para editar a nova súmula? O princípio da liberdade de escolha e da livre convenção das partes. Se as partes convencionaram no início, para ficar mais leve a prestação, não tem problema algum.
	Modalidades de leasing
	São três as modalidades (e caiu em diversos concursos para magistratura):
1ª Modalidade – Leasing Financeiro
2ª Modalidade – Leasing Operacional
3ª Modalidade – Lease-back ou Leasing de Retorno
	a)	Leasing Financeiro
	É o leasing que estamos acostumados a ver e que existem três intervenientes:
Arrendador
Arrendatário
Fornecedor
	O exemplo mais típico: você vai a uma concessionária de veículo e escolhe um carro. Você, arrendatário, indica o carro para o arrendador que vai até a concessionária e faz a compra daquele bem. O bem é adquirido pela empresa de leasing. Depois, ela faz o leasing para você, faz um contrato de arrendamento mercantil com você, arrendatário. É possível que tudo já seja feito lá na concessionária, mas se isso ocorre, será feito por três pessoas jurídicas distintas. Você foi na concessionária Fiat e lá fez o leasing do carro, mas quem assinou o contrato com você não foi a concessionária, mas o “Banco Fiat”, por exemplo. A concessionária é uma pessoa jurídica. A outra pessoa jurídica é o Banco Fiat, que é uma sociedade de arrendamento mercantil. Então, são três pessoas distintas. 
	De acordo com a resolução do BACEN, o valor total das prestações do leasing, o valor total das parcelas terá que ser igual ao valor do bem acrescido de um lucro para o arrendador. 
	b)	Leasing Operacional 
	No leasing operacional haverá apenas dois intervenientes: 
Arrendador
Arrendatário
	A mesma pessoa que é arrendadora também é fornecedora. Exemplo típico de leasing operacional é a máquina de Xerox. A mesma empresa que fabricou o equipamento faz o arrendamento mercantil para você. 
	Cuidado com o que diz a resolução do BACEN sobre o leasing operacional. É que a Resolução que você obtém no site do BACEN não está com as alterações que ela sofreu. E ela sofreu uma alteração importantíssima, que é a seguinte: o valor total das prestações no leasing operacional não pode ser superior a 90% do valor total do bem. Se você vai lá no site, verá que fala em 75% e alguns doutrinadores ainda falam em 75%. Mas é 90%. 
	Qual é a vantagem do leasing se nem o valor total do bem a pessoa recupera? A vantagem é a assistência técnica. Toda vez que se fala em leasing operacional, você tem que relacionar a assistência técnica a essa modalidade de leasing. É na assistência técnica que a empresa de leasing vai ganhar dinheiro. A máquina quebrou, você vai ter que chamar o técnico e pagar por isso. Precisou trocar uma peça? Terá que comprar diretamente da empresa que fabricou o produto. Não poderá comprar no mercado negro. Acabou o tonner, você só pode comprar da fábrica que fez o equipamento. Na verdade, a lucratividade reside na assistência técnica. Por isso é chamado de operacional. É na operacionalização do contrato que o lucro aparece.
	c)	Lease-Back ou Leasing de Retorno
	Para o lease-back ou leasing de retorno o arrendatário tem que ser, necessariamente, pessoa jurídica. Pessoa física não pode assinar leasing de retorno. 
	Qual é a finalidade do lease-back? É ter capital de giro. 
	Uma empresa está em crise. Não consegue pagar empregados, impostos e tudo o mais. Faz empréstimos bancários e só faz aumentar a crise. Mas ela tem um maquinário avaliado em 2 milhões de reais. Ela vende o maquinário para a sociedade de arrendamento mercantil. O maquinário saiu da sua propriedade e foi para a sociedade de arrendamento mercantil. O lease-back cabe em duas operações, em dois casos:
Compra e venda
Dação em pagamento
	Fez uma compra e venda, fez uma dação em pagamento, o bem sai da esfera de propriedade da empresa e passa para a empresa de leasing. Esse bem saiu da minha esfera de propriedade ou por meio de um contrato de compra e venda ou por meio de uma dação em pagamento. Por que essa operação é boa? Com o dinheiro que eu obtive com a venda (1 milhão e 850 mil reais), vou colocar as contas em dia. Depois eu assino com a empresa que comprou o equipamento um contrato de leasing. Por isso, é chamado de leasing de retorno. O bem sai por meio do contrato de compra e venda ou dação em pagamento e retorna por meio de um contrato de leasing. E agora eu vou pagar as parcelas do leasingde 10 mil por mês. Nesse caso, não há obrigatoriedade quanto à opção. A compra é opção e não obrigação. No final do contrato, eu tenho as mesmas três opções: ou devolvo, ou renovo ou faço a opção de compra e pago o chamado VRG.
	Na aula passada, quando falamos de alienação fiduciária, eu disse que quando o devedor deixa de pagar as prestações do contrato de alienação fiduciária, o credor tem a seu favor duas ações: a ação de execução e a ação de busca e apreensão. E no leasing? Se o devedor deixar de pagar? O credor vai ajuizar a ação de reintegração de posse. No caso de leasing, se o devedor não quitar as prestações, o credor vai poder ajuizar a reintegração de posse. Com um detalhe: para ele ajuizar essa ação, é importante que o devedor esteja constituído em mora. Para que o devedor esteja constituído em mora, é necessária uma notificação. E temos uma súmula super-recente do STJ a respeito desse tema, que é a Súmula 369:
	STJ Súmula nº 369 - DJe 25/02/2009 - No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora.
	Então, é necessária a notificação para constituir o devedor em mora. Cuidado que isso pode cair na prova.
3.	CONTRATO DE FRANQUIA – LEI 8.955/94
	Os três contratos mais importantes para concurso são: arrendamento mercantil, propriedade fiduciária e o contrato de franquia. São os mais exigidos. Vamos ver ainda o contrato de factoring e de representação comercial.
	O contrato de franquia tem previsão legal na Lei 8.955/94. Sugiro a leitura dessa lei porque ela tem poucos artigos. São dez artigos que caem na prova.
Lei 8.955, de 15 de dezembro de 1994
Dispõe sobre o Contrato de Franquia Empresarial (Franchising) e dá outras providências.
 
Art. 1º - Os contratos de franquia empresarial são disciplinados por esta Lei.
 
Art. 2º - Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.
 
Art. 3º - Sempre que o franqueador tiver interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma Circular de Oferta de Franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo obrigatoriamente as seguintes informações:
I - histórico resumido, forma societária e nome completo ou razão social do franqueador e de todas as empresas a que esteja diretamente ligado, bem como os respectivos nomes de fantasia e endereços;
II - balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora relativos aos dois últimos exercícios;
III - indicação precisa de todas as pendências judiciais em que estejam envolvidos o franqueador, as empresas controladoras e titulares de marcas, patentes e direitos autorais relativos à operação, e seus subfranqueadores, questionando especificamente o sistema da franquia ou que possam diretamente vir a impossibilitar o funcionamento da franquia;
IV - descrição detalhada da franquia, descrição geral do negócio e das atividades que serão desempenhadas pelo franqueado;
V - perfil do "franqueado ideal" no que se refere a experiência anterior, nível de escolaridade e outras características que deve ter, obrigatória ou preferencialmente;
VI - requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueado na operação e na administração do negócio;
VII - especificações quanto ao:
a) total estimado do investimento inicial necessário à aquisição, implantação e entrada em operação da franquia;
b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de franquia e de caução; e
c) valor estimado das instalações, equipamentos e do estoque inicial e suas condições de pagamento;
VIII - informações claras quanto a taxas periódicas e outros valores a serem pagos pelo franqueado ao franqueador ou a terceiros por este indicados, detalhando as respectivas bases de cálculo e o que as mesmas remuneram ou o fim a que se destinam, indicando, especificamente, o seguinte:
a) remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca ou em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado ("royalties");
b) aluguel de equipamentos ou ponto comercial;
c) taxa de publicidade ou semelhante;
d) seguro mínimo; e
e) outros valores devidos ao franqueador ou a terceiros que a ele sejam ligados;
IX - relação completa de todos os franqueados, subfranqueados e subfranqueadores da rede, bem como dos que se desligaram nos últimos doze meses, com nome, endereço e telefone;
X - em relação ao território, deve ser especificado o seguinte:
a) se é garantida ao franqueado exclusividade ou preferência sobre determinado território de atuação e, caso positivo, em que condições o faz; e
b) possibilidade de o franqueado realizar vendas ou prestar serviços fora de seu território ou realizar exportações;
XI - informações claras e detalhadas quanto à obrigação do franqueado de adquirir quaisquer bens, serviços ou insumos necessários à implantação, operação ou administração de sua franquia, apenas de fornecedores indicados e aprovados pelo franqueador, oferecendo ao franqueado relação completa desses fornecedores.
XII - indicação do que é efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a:
a) supervisão de rede;
b) serviços de orientação e outros prestados ao franqueado;
c) treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo e custos;
d) treinamento dos funcionários do franqueado;
e) manuais de franquia;
f) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia; e
g) "layout" e padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado;
XIII - situação perante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI das marcas ou patentes cujo uso estará sendo autorizado pelo franqueador;
XIV - situação do franqueado, após a expiração do contrato de franquia, em relação a:
a) "know how" ou segredo de indústria a que venha a ter acesso em função da franquia; e
b) implantação de atividade concorrente da atividade do franqueador;
XV - modelo do contrato-padrão e, se for o caso, também do pré-contrato-padrão de franquia adotado pelo franqueador, com texto completo, inclusive dos respectivos anexos e prazo de validade.
Art. 4º - A Circular Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este.
Parágrafo único. Na hipótese do não cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, o franqueado poderá argüir a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa de filiação e "royalties", devidamente corrigidas, pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos.
 
Art. 5º - (Vetado)
 
Art. 6º - O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público.
 
Art. 7º - A sanção prevista no parágrafo único do Art. 4º desta Lei aplica-se, também, ao franqueador que veicular informações falsas na sua Circular de Oferta de Franquia, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
 
Art. 8º - O disposto nesta Lei aplica-se aos sistemas de franquia instalados e operados no território nacional.
 
Art. 9º - Para os fins desta Lei, o termo franqueador, quando utilizado em qualquer de seus dispositivos, serve também para designar o subfranqueador, da mesma forma que as disposições que se refiram ao franqueado aplicam-se ao subfranqueado.Art. 10 - Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após sua publicação.
 
Art. 11 - Revogam-se as disposições em contrário.
DOU 16-12-1994
	O que precisamos fazer sobre o contrato de franquia? Que temos as seguintes figuras:
Franqueador ou Franqueadora – É o titular da franquia que será um empresário individual ou uma sociedade empresária.
Franqueado – Também será um empresário individual ou uma sociedade empresária.
	Vamos imaginar o seguinte: eu estou interessado em iniciar uma atividade empresarial e não tenho experiência. Quero, por exemplo, ter uma lanchonete. Preciso saber a melhor localização para a atividade. O ponto comercial é muito importante. E, nem sempre você sabe qual é o melhor público para você. É importante que você saiba o tipo de produto que você vai oferecer. Às vezes o melhor é o tratamento que você dá ao cliente. Tratamento diferenciado, personalizado, faz diferença na atividade empresarial. Muitas vezes você não tem conhecimento técnico sobre contas a pagar. Nem sempre o comércio permite aventureiros. Então, é bom que você consiga uma marca forte para te dar esse suporte. Daí a franquia. O conhecimento que tem o franqueador é transferido para você. 
	A franquia é uma organização empresarial (isso já foi objeto de prova da DPU). Se você procura um franqueador, você também tem uma atividade empresarial. O franqueado também vai ser ou um empresário individual ou uma sociedade empresária. Entre franqueador e franqueado haverá uma relação de contrato empresarial. Não é uma relação de contrato de trabalho. O franqueado não é empregado do franqueador. Não há vínculo empregatício. É um contrato empresarial.
	O que é o contrato de franquia? O art. 2.º, da lei responde:
	Art. 2º - Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.
	Quando você celebra um contrato de franquia você está celebrando a licença de uso de marca ou patente. Vai usar a marca ou uma determinada patente. Além disso, há, no contrato de franquia, a distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços. E também teremos a transferência de know-how (conhecimento técnico).
	Vamos imaginar uma rede de fast-food. Você vai poder usar a marca no letreiro, haverá os sinais relacionados à marca, publicidade, jornal, tudo o mais. Você tem licença para usar a marca. Você terá distribuição exclusiva de produtos. Só nas lojas franqueadas daquela marca famosa você vai encontrar os produtos. E também vai ter transferência de conhecimento técnico que o franqueador adquiriu ao longo do tempo. É o franqueador que vai aprovar o ponto comercial, por exemplo. Às vezes a franqueadora compra o imóvel e celebra um contrato de locação com o franqueado. Ela ensina como administrar o negócio empresarial, contas a pagar e receber. Vai dar treinamento para os funcionários do franqueado, como faz o produto, como dar atendimento ao consumidor, etc. Então, o titular transfere isso para o franqueado.
	A franquia é tudo isso, mas a doutrina chama muitas vezes de “organização empresarial.” Na prova da DPU: “Toda franquia é licença de uso de marca ou patente associada à transferência da organização empresarial.”
	Tem um documento muito importante na franquia que é chamado de COF (Circular de Oferta de Franquia). Esse documento é tão importante que está previsto expressamente na Lei de Franquia. Esse documento vai conter todas as informações essenciais da franquia. Vai constar o número do registro da marca, o número da patente e da invenção, a titularidade daquela marca. Você tem que saber também o perfil ideal o franqueado. É possível que o franqueado precise de um conhecimento prévio, anterior. Se você não tem esse conhecimento, não poderá ser franqueado. Há valor exigido como investimento inicial. Você tem que ver o seu perfil ideal. E você terá um prazo para refletir sobre essas informações constantes do COF. O prazo é de 10 dias. Só é possível assinar o contrato de franquia dez dias depois de ter recebido a Circular de Oferta de Franquia. Essa questão caiu na magistratura/SP, RS. MG. Caiu na prova da magistratura/SP essa questão do prazo e, no concurso seguinte, perguntou-se: o que acontece se esse prazo não foi observado. A resposta está no art. 4º, § único, que diz que o franqueado pode invocar a anulabilidade do contrato com a devolução de todas as parcelas até então pagas. O que já pagou a título de taxa de franquia, parcela de franquia. Terá direito a restituição. É só o franqueado que pode pedir a anulação. O franqueador não tem essa opção. Detalhe: sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
	Tem um detalhe do contrato de franquia que é pegadinha. Vamos ler o art. 6º:
	Art. 6º - O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público.
	
	Isso é pegadinha. Tem que ser contrato escrito e na presença de duas testemunhas. Só que o contrato de franquia é plenamente válido entre as partes e, para isso, ele não precisa do registro. Para as partes, não precisa de registro. Mas para produzir efeitos perante terceiros, a história é outra. Nós temos que aplicar, então, a regra do art. 211, da Lei 9.279/96, que trata da propriedade imaterial.
	Art. 211. O INPI fará o registro dos contratos que impliquem transferência de tecnologia, contratos de franquia e similares para produzirem efeitos em relação a terceiros.
	Parágrafo único. A decisão relativa aos pedidos de registro de contratos de que trata este artigo será proferida no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data do pedido de registro.
	Então, para que o contrato de franquia produza efeitos perante terceiros, ele tem que ser registrado no INPI. Não precisa de registro entre as partes. Ele e plenamente válido entre as partes. Mas para produzir efeitos perante terceiros, precisa do registro no INPI. Cuidado porque essa questão tem caído em prova e muita gente tem errado.
	
4.	CONTRATO DE FACTORING OU FOMENTO MERCANTIL
	Detalhe: o contrato de factoring não tem previsão legal. Não há uma lei tratando desse contrato. Por isso, para o contrato de factoring vamos aplicar as regras de cessão de crédito, dos arts. 286 e seguintes do Código Civil. Isso cai na prova.
	O que temos é o conceito de factoring dado por uma lei complementar: LC 123/06, art. 17:
	“Contrato de factoring é aquele que explora atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços, assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e receber, gerenciamento de ativos, contas de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços.”
	Esse é o contrato de factoring. Vamos entendê-lo. Há no factoring as figuras:
Factorizador – É a empresa de leasing que é uma pessoa jurídica que não é uma instituição financeira e não precisa de autorização do Banco Central para funcionamento porque não é uma instituição financeira.
Factorizado
	Muita gente tem a falsa impressão de que factoring é uma agiotagem legalizada. Não tem nada a ver com isso. O que a empresa de factoring faz? O termo vem de faturamento. Você vende o seu faturamento para uma empresa de factoring. Eu tenho uma empresa e recebo cheques, notas promissórias, etc. Eu vendo esse faturamento para uma empresa de factoring. A factoring compra títulos, compra direitos creditórios. Ela não empresta dinheiro! Então, vamos imaginar que eu tenha 100 mil reais em títulos. É o valor do meu faturamento naquele mês. Eu procuro uma factoring e vendo esse faturamento. Ela aplica sobre o valor o chamado fator de compraque é um deságio. Normalmente 5, 6 a 8%. A factoring paga 95 mil reais sobre aquele crédito. Então tudo aquilo que eu ia demorar para receber, a factoring paga à vista. Eu recebo de forma antecipada. A factoring aplica o fator de compra, que é o deságio e me paga antecipadamente 95 mil reais.
	O problema e o que cai na prova é o seguinte: quando eu vendo o faturamento, estou fazendo uma cessão de crédito. E na cessão de crédito, temos o art. 296:
	Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
	Isso significa que se eu transfiro o crédito para a factoring e o cheque volta por falta de fundos, a empresa de factoring não vai poder comprar de mim os valores porque eu não respondo pela solvência. Ele vai ter que cobrar do emitente do cheque. Essa é a grande característica do contrato de factoring. Por conta desse risco maior, é que o contrato de factoring é um contrato de seleção e risco. A factoring não compra qualquer título. Ela vai selecionar os títulos que vai adquirir. Ou seja, vai escolher aqueles que possuem grande chance de receber. Importante que você entenda o mecanismo. 
	Se eu tenho uma loja eu vou precisar do serviço de factoring não só uma vez. Todo mês eu recebo cheques para 30, 60 e 90 dias. Daí falar-se em prestação cumulativa e contínua. Tem que ter continuidade, tem que ter habitualidade naquela atividade. Não é um contrato esporádico. Eu assino um contrato com a factoring para que ela me preste serviço, por exemplo, por um ano.
	E qual é a grande sacada da factoring? Se você tem uma empresa de factoring, você ganha dinheiro quando comprar uma maior quantidade de títulos e receber. A maior parte de títulos bons que você comprar, mais rentabilidade você vai ter. A grande sacada é a seguinte: você saber receber os títulos. Você em que fazer uma análise do título para não ficar com título podre. Mas a factoring não vai querer comprar título podre. Então, ela dá uma assessoria de crédito para a empresa que vende os títulos. Ela tem que abastecer a empresa que está vendendo com informações acerca do título, aconselhando sobre a necessidade de aval, entre outras dicas e técnicas que a empresa de factoring transfere para o factorizado. Ela ensina como administrar contas a pagar e receber porque quanto mais títulos bons, mais todo mundo vai continuar ganhando e é um contrato continuo, não é um contrato para hoje só. As empresas de factoring hoje ensinam como superar crise. Então, não tem nada a ver com empréstimo. É compra de direito creditório com assessoria creditícia.
	Mas, muito se fala a respeito de desconto bancário. E qual é a diferença entre desconto bancário e contrato de factoring? Isso já caiu na PFN.
	FACTORING
	DESCONTO BANCÁRIO
	A empresa de factoring não é instituição financeira.
	O desconto bancário será realizado por instituição financeira.
	Quem transfere o título não responde pela solvência deste.
	Quem transfere o título responde pelo pagamento.
	Desconto bancário – A operação é basicamente a mesma. Você pega uma duplicata, leva para o banco e faz o desconto da duplicata. O banco paga pela duplicata. Mas se a duplicata não for paga, se o cheque não for compensado, o banco pode cobrar de você.
	(Intervalo – 01:22:30)
	Modalidades de contrato de factoring
Factoring tradicional 
Factoring de vencimento
	A diferença é a seguinte: no factoring tradicional, o pagamento é antecipado. É aquilo que estamos acostumados a ver. Já no factoring de vencimento, o pagamento ocorrerá no vencimento. Mas qual é a vantagem de eu vender meu faturamento e só receber na data do vencimento? Vou dar um exemplo para você entender: Páginas Amarelas é uma empresa que tem mais de 20 mil assinantes que se comprometeram a pagar 20 reais por mês, todo dia 10, durante 1 ano. Isso é um faturamento. Se as Páginas Amarelas quiserem receber o seu próprio faturamento, terão que ter funcionário para controlar o recebimento, se ocorrer a inadimplência, além dos riscos da inadimplência, vou ter que ter um departamento de cobrança ou jurídico. Todos os gastos, ela vai ter para receber o faturamento. Uma alternativa é transferir o faturamento para a empresa de factoring. Feita essa cessão de crédito, eu não sou mais o titular do crédito, mas a empresa de factoring. Portanto, quem vai emitir o boleto, fazer a cobrança do boleto e todo o controle é a empresa de factoring. Eu não tenho mais que me preocupar com isso. No dia 10, que é o dia do vencimento, o assinante, pagando ou não pagando, a factoring se comprometeu a me pagar 18,50 por assinante, tendo o assinante pagou ou não. Em que pese não receber antecipadamente, eu não corro o risco da inadimplência. Eu recebo menos, mas não gasto com esse tipo de despesa e não preciso me preocupar com a inadimplência. Daí a factoring tradicional e a factoring de vencimento.
5.	CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL – Lei 4.886/65
	A representação comercial não tem tanta frequência nas provas, exceto magistratura do trabalho, MP trabalho e algumas magistraturas. Nos demais concursos, não costuma cair. Alguns autores, como Maria Helena Diniz afirmam que o contrato de representação é a mesma coisa que o contrato de agência. E se você entender que são a mesma coisa, então, sobre esse contrato nós vamos aplicar o Código Civil, nos seus arts. 710 e seguintes. Mas, a posição majoritária é a de que o contrato de representação comercial é diferente do contrato de agência e a gente vai entender a razão. Vamos ler o art. 1º, da Lei 4.886/65:
	Art. 1º - Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
	Pode ser representante a pessoa física ou a jurídica. 
	Não há relação de emprego, há habitualidade. Imaginem a seguinte situação: há uma empresa chamada Equipesca que fabrica produtos de pesca. Eu frequento pesques-pagues em Minas e vejo que lá ninguém conhece essa empresa. Eu, Alexandre vou até a Equipesca e digo a ela que verifiquei que a sua marca não chegou ao Triângulo Mineiro. “Eu posso representar seus produtos naquela região, ampliando os seus negócios?” Pode, mas para isso, terá que ter um contrato cujas partes serão:
Representada
Representante – Que pode ser tanto a pessoa física quanto a pessoa jurídica que tenha como atividade a representação comercial.
	Detalhe: o representado vai ser sempre um empresário individual ou uma sociedade empresária. E o representante também. Ou será um empresário individual ou será uma sociedade empresária.
	Esse é um contrato empresarial. O representante comercial não tem vínculo empregatício com o representando. Eu não sou empregado da Equipesca. Se eu quiser acordar às 12:00 eu posso porque não há subordinação hierárquica. Eu não sou empregado. Não tenho que dar satisfação para gerente, cumprir metas. .nada disso. Eu sou empresário ou sociedade empresária que tem uma atividade empresária de representação comercial.
	Que tipo de atividade eu, representante, vou fazer? A mediação de negócios mercantis. Por meio desse contrato de representação, eu farei a mediação de negócios mercantis. Vou procurar algumas lojas (Lojas 01, 02, 03, 04) e vou dizer o seguinte: “eu tenho um produto novo que quero apresentar, com todas as especificações. Vocês não gostariam de adquirir?” o representante agencia os pedidos para transmitir aos representados. Eu tiro os pedidos (50 do produto tal, 60 do produto tal), agencio os pedidos e encaminho para a Equipesca que é quem vai fazer a entrega do produto naquela nova. Eu fiz apenas a mediação. Apresentei a empresa que não era conhecida na região entre os lojistas aproximei aquela empresa e fiz a mediação de negócios mercantis, compra e venda mercantil de produtos. A atividade do representante comercial é essa: mediaçãode negócios mercantis.
	Diferente do agente. No contrato de agência a regra é diferente. Olha o que dispõe o art. 710, do Código Civil. A impressão que dá é que é igual, mas é diferente,:
	Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.
	Aqui fala em “certos negócios” e não em negócios mercantis. O agente, então, também agencia pedidos. Mas a atividade dele é realizar “certos negócios”. Exemplo: você está em casa, toca a campainha. Era o representante de um clube recreativo vendendo o título do clube. Esse camarada é um representante comercial? Não. Essa pessoa que está comprando o título é um empresário? Não. O clube é uma associação, não é uma sociedade empresária. E não há relação empresarial neste caso. Então, o que há é a aproximação de um negócio, não de um negócio empresarial, mercantil. Outro exemplo: agência de modelos. Por que tem esse nome? Porque o nome é esse “contrato de agência”. Um profissional liberal empresta sua imagem para uma campanha publicitária. O profissional liberal chamado “modelo” faz um contrato para ceder a sua imagem, mas este não é um contrato empresarial porque o modelo não é empresário, mas um profissional liberal que presta esse tipo de serviço. Outro exemplo: jogador de futebol. O empresário do jogador tem por nome técnico “agente FIFA”. O agente pega o atleta de futebol e aproxima do clube. Mas essa é uma relação de emprego, de trabalho. Tanto que se o clube quiser mandar embora, vale uma reclamação trabalhista. Aqui não há negócio empresarial. 
	Para o agente aplica-se o Código Civil. Para o representante comercial, aplica-se a Lei de Representação Comercial (Lei 4.886/65). Foi isso que caiu na magistratura/SP no último concurso.
	Diferença entre contrato de agência e contrato de distribuição – é simples. O agente não tem a disponibilidade da coisa, ele não tem a posse da coisa que vai ser negociada. Ao passo que o distribuidor tem a posse da coisa. Olha o que diz a parte final do art. 710: “caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.” aqui estamos falando de distribuição e não mais de agência.
	Há um assunto que também cai com muita frequência nas provas, que é exclusividade.
	Exclusividade
	A exclusividade possui duas conotações. Ela pode ser:
Exclusividade de zona geográfica
Exclusividade de representação
	
	Zona Geográfica – Eu poso ser representante do Estado de Goiás, posso ser representante só de uma determinada cidade ou de um determinado bairro ou zona dentro de uma mesma cidade. É a chamada zona geográfica. Quem define sobre se haverá exclusividade ou não naquela zona é o contrato de representação comercial. Mas não é isso que cai na prova. O examinador pergunta sobre a omissão do contrato quanto à exclusividade. Essa exclusividade é presumida? Vamos ler o art. 31, da Lei de Representação.
	Art. 31 - Prevendo o contrato de representação e exclusividade de zona ou zonas, ou quando este for omisso, fará jus o representante à comissão pelos negócios aí realizados, ainda que diretamente pelo representado ou por intermédio de terceiros. (Alterado pela L-008.420-1992)
	A lei está dizendo que se o contrato for omisso, haverá a presunção de exclusividade, sim porque se outra pessoa realizar negócio dentro da área geográfica dele, é ele que vai receber a comissão. A exclusividade na zona geográfica é presumida.
	Representação – Eu sou representante da Equipesca. Posso representar outras empresas naquela mesma região? Vamos supor que sou representante comercial da Samello (sapatos) ou posso ser representante de outras marcas? Quem define isso também é o contrato. É comum que o contrato defina exclusividade de representação. Mas e se o contrato for omisso (é isso que cai): tem presunção de exclusividade de representação? O § único do art. 31 da lei responde:
	Parágrafo único. A exclusividade de representação não se presume na ausência de ajustes expressos. (Alterado pela L-008.420-1992)
	Regra que pode cair: vamos ler o art. 711, do código Civil, que trata da agência:
	Art. 711. Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência; nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de outros proponentes.
	Na agência, haverá presunção de exclusividade, tanto para a zona geográfica, quanto para o gerenciamento. Na omissão do contrato, sempre haverá exclusividade, tanto da zona geográfica, quanto do agenciamento.
	O que mais cai na prova sobre representação comercial? É o seguinte assunto: 
	Indenização
	Se o representante comercial dá causa à rescisão imotivada de um contrato de representação comercial, qual é a indenização para essa rescisão? Vai depender! Se o prazo do contrato é determinado ou se o contrato é por prazo indeterminado. Se o prazo for determinado, a lei diz que terá que ser feita a média mensal e multiplicar pela metade dos meses que faltam para o fim do contrato. Por exemplo, o contrato é de 15 meses. Você já cumpriu 7 meses de contrato. Ficam faltando 8 meses para encerrar o contrato. Pega a média mensal, multiplica por quatro (metade do tempo em meses para o término do contrato) e esse vai ser o valor da indenização. É isso que cai em prova? Não. O que cai é o contrato por prazo determinado que será 1/12 sobre o valor total do pedido. Então, se a representação comercial tem 20, 30 anos, tudo o que ele recebeu, durante 30 anos será calculado e dali extraído 1/12. Por isso que algumas rescisões de contratos de representação comercial são milionárias. São 1/12 sobre TUDO o que ele recebeu a título de representação.
	O contrato de agência não trata da indenização. Tem que aplicar a regra do art. 721, do CC, segundo o qual, na omissão do contrato de agência, tem que aplicar a especial, que é a Lei de Representação Comercial.
	Não é um contrato que cai com muita frequência, mas quando cai, cai o que está no seu caderno.
	
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FALÊNCIA e RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
Lei 11.101/05
	A nova Lei de Falência trouxe três institutos:
Falência
Recuperação Judicial
Recuperação Extrajudicial
	Como vamos começar o nosso tema? Pelas disposições gerais.
1.	DISPOSIÇÕES GERAIS
	São as regras da nova Lei de Falência que se aplicam para os três institutos: para a falência, para a recuperação judicial e para a recuperação judicial.
	A primeira disposição geral está no art. 1.º da Lei 11.101/05: a nova Lei de Falência só se aplica para o empresário individual ou sociedade empresária. Significa, por exemplo, que a sociedade simples, que é aquela que não é empresária, não pode ter recuperação judicial, não pode ter falência decretada. A sociedade simples passa por uma insolvência civil. Não pode passar por falência, que é só para sociedade empresária. Sociedade simples não pode pedir recuperação judicial porque não é sociedade empresária.
	Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
	1.1.	Os excluídos da Lei de Falência
	No entanto, é importante que você saiba o seguinte: nesse universo que temos de empresário individual e de sociedade empresária, há alguns empresários e algumas sociedades empresárias que são excluídos da incidência da nova lei de falência. Sobre eles não recairá a Lei 11.101/05, ainda que se trate de empresário individual, ainda que se trate de sociedade empresária porque a lei expressamente os exclui. Estão todos no art. 2.º, da nova lei. Só que vamos tomar cuidado porque o art. 2.º está subdividido em dois incisos: no inciso I e no inciso II. De acordo com o professor Fábio Ulhôa, essa subdivisão é proposital porque oscasos do inciso I serão chamados de totalmente excluídos e os casos do inciso II serão os chamados parcialmente excluídos.
	Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
	I - empresa pública e sociedade de economia mista;
	II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Inciso I – Totalmente Excluídos: Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista – Significa que tanto a empresa pública, quanto a sociedade de economia mista não podem, em hipótese alguma sofrer falência.
Inciso II – Parcialmente Excluídos – Instituição financeira pública ou privada; consórcio, cooperativa de crédito, operadora de plano de saúde, entidade de previdência complementar, seguradora, sociedade de capitalização. O art. 2º fala ainda em “outras entidades legalmente equiparadas a estas”. Um exemplo: empresa de leasing é equiparada. De igual forma, a administradora de cartão de crédito. Súmula 283, STJ:
	STJ Súmula nº 283 - J 13.05.2004 - As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de Usura.
	A súmula fala, pois que empresas de cartão de crédito são instituições financeiras e, portanto, estão no rol do inciso II.
	E por que se diz que são parcialmente excluídos? Porque, a princípio, nenhum dos casos do inciso II pode sofrer pedido de falência. Mas todos os casos do inciso II podem passar por liquidação extrajudicial. Na liquidação extrajudicial vai ser nomeado um liquidante e o liquidante, por sua vez, é que poderá pedir a falência dos casos do inciso II. Mas quem nomeia o liquidante? Depende! Na instituição financeira é o Banco Central. Na empresa de plano de saúde é a ANS. Cada caso é um caso. O que interessa é que se tem liquidação, será nomeado um liquidante e é esse que pedirá a falência. Por isso, o Banco Santos, que é uma instituição financeira teve a falência decretada. Primeiro passou por uma liquidação extrajudicial e, depois, o liquidante pediu a falência. Por isso, parcialmente excluídos.
	1.2.	Juízo Competente 
	Daqui para frente, vamos analisar que a falência é uma ação, que a recuperação judicial é uma ação de recuperação judicial, que a recuperação extrajudicial não é ação, mas eu posso pedir para o juiz homologar o plano, etc. Então, temos que saber qual é o juízo competente para a falência, qual é o juiz competente para a homologação judicial, onde você pede a aprovação do plano de recuperação, etc...
	O juízo competente é o juízo da justiça comum estadual. Por que não é federal? Se quem vai ajuizar uma ação de falência for uma empresa pública federal, por exemplo, ou for uma autarquia federal ajuizando o pedido de falência. Quem julga? É o juiz federal? Vamos ver o art. 109,d a CF:
	Art. 109 - Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
	Ação não é de competência de juiz federal, mas de juiz estadual. Mas qual juiz estadual?
	“O juízo competente é o do local do principal estabelecimento, e se a sede for fora do Brasil, é no local da filial.”
	Acabamos de ver as disposições gerais. A partir de agora, vamos analisar só o instituto da falência.
2.	FALÊNCIA
		
	O que temos que saber? Você está enfrentando uma falência e não sabe a resposta. Ao invés de chutar, pensa da seguinte forma: a falência é uma execução coletiva. A doutrina fala que a falência é uma execução coletiva, também chamada execução concursal. 
	Vamos imaginar que você é o credor. Uma sociedade empresária está te devendo 30 mil reais e a empresa não te paga. O que você faz? Ajuíza um pedido de falência contra a empresa devedora. Se o juiz decretar a falência, o que ele faz com o devedor? O devedor não vai mais poder exercer a atividade empresarial. Terá que encerrar suas atividades, todos o seus bens serão arrecadados. E serão arrecadados para ser vendidos. Vendidos os bens, arrecadou-se dinheiro. Com esse dinheiro, faz-se o pagamento. Pago só esse credor que ajuizou a ação? Não. Todos os credores serão pagos. Por isso, é execução coletiva e não individual. Se fosse individual, haveria pagamento só daquele que ajuizou a ação. Aqui, não. Haverá o pagamento de todos os credores daquele devedor, de acordo com uma ordem de classificação. Por isso, haverá concurso de credores. Eles vão concorrer a uma posição melhor naquela lista de credores para que quem esteja mais próximo do topo tenha mais chance de receber. Então, é uma execução coletiva também chamada de execução concursal. Haverá o pagamento de todos os credores daquele devedor falido. Então, não sabe a questão? Lembra do processo de execução, que você acaba acertando a questão.
	Eu quero tratar da falência no aspecto principalmente processual porque o que cai na prova são os aspectos processuais. Tanto que o que estudamos aqui no Intensivo II não é suficiente para tratar de tudo. No intensivo III teremos duas aulas que vão aprofundar o aspecto processual da falência, de tão complexo que é esse assunto.
	2.1.	Legitimidade ativa
	Quem pode ser autor de uma ação de falência?
	Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
	I - o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
	II - o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
	III - o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
	IV - qualquer credor.
	a)	O próprio devedor - Autofalência
	É possível que o próprio empresário individual, que a própria sociedade empresária peça a sua própria falência. Isso tem um nome que a doutrina chama de autofalência. Ocorre quando o próprio empresário pede a sua própria falência. Ela está disciplinada no art. 105, da Lei de Falência. 
	Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
	I - demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
	a) balanço patrimonial;
	b) demonstração de resultados acumulados;
	c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
	d) relatório do fluxo de caixa;
	II - relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos;
	III - relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;
	IV - prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;
	V - os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei;
	VI - relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária.
	E aqui, vamos ficar atentos para um detalhe: cabe a autofalência quando o empresário está em crise econômico-financeira. Isso não é novidade para ninguém. Mas só isso não é suficiente. Quem vai pedir a falência tem que também julgar não atender aos requisitos da recuperação judicial. E por quê? Porque a finalidade da nova lei de falência é a teoria da preservação da empresa. Em primeiro lugar, temos que preservar a empresa. Falência, só em último caso, só se não couber recuperação judicial. Só se não couberrecuperação judicial é que teremos a autofalência.
	Mas vamos imaginar o seguinte: se você está lá respondendo a questão e na sua prova cai assim: aquele que está em crise econômico-financeira e que, de plano não atender ao plano de recuperação judicial: a) deverá pedir a autofalência; b) poderá pedir a autofalência. Qual seria a resposta? Poderá ou deverá? 90% colocariam “poderá” (pede se quiser). A lei, no caput do art. 105, fala em “deverá” e não em “poderá”. Na verdade, o que a lei preserva aqui é o crédito público. Sim, porque se a empresa em crise que não consegue pagar ninguém e que não cabe recuperação continuar operando, só vai aumentar a dívida. Quanto maior a dívida, maior o número de inadimplência com relação aos credores. Isso compromete o crédito público. Mas apesar de ser uma obrigação, tem sanção para quem não cumpre com ela? A lei não trata. Não há penalidade para os que desrespeitam o art. 105.
	
	Aqui surge uma questão interessante. Além da questão da autofalência, temos também outras três situações:
	b)	Sócio ou acionista da sociedade – também pode pedir falência.
	c)	Qualquer credor 
	Qualquer credor também pode pedir a falência (pessoa física, pessoa jurídica, empresário, não-empresário, etc.) Mas aqui, a lei faz duas ressalvas: art. 97, § 1º: se o credor for um credor empresário,ele tem que estar em atividade regular. Ele só vai poder ajuizar a ação se estiver regular. Isso na prática significa, principalmente, se ele está registrado na Junta Comercial. Se ele não tem registro na junta, é porque está irregular e, se é assim, não pode figurar no pólo ativo de uma ação de falência.
	§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades.
	d)	Situação da sociedade em comum 
	Uma sociedade em comum pode figurar no pólo ativo de um pedido de falência? O que é uma sociedade em comum? É a do art. 986, do Código Civil, aquela que não foi levada à registro. É a sociedade irregular. E o fato é que ela não pode pedir falência de terceiro. Só que, na prova da defensoria pública/RJ o examinador perguntou se a sociedade em comum pode pedir a autofalência. E a resposta é: autofalência pode. O que não pode é pedir falência de terceiro. E isso com fundamento na regra do art. 105, IV, da nova Lei de Falência. Quando você vai fazer um pedido de falência, tem que apresentar alguns documentos. Entre eles, o inciso IV diz assim:
	IV - prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;
	Se não tem contrato e se não tem estatuto é porque também não tem registro porque o que entra na Junta é o ato constitutivo. Sem ao tem contrato e não tem estatuto é porque não tem registro. E se é assim, é preciso fazer a indicação de todos os sócios, endereços e relação de seus bens pessoais. Por isso, com base nessa regra do art. 105, IV, é que podemos afirmar que a sociedade que não tem registro pode pedir a sua própria autofalência.
	e)	Pedido feito pelo credor que não tem domicílio no País 
	Do credor que não tem domicílio no País, trata o art. 97, §2º:
	§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
	Geralmente é o caso do estrangeiro. Imagina o questionamento: um argentino pode ajuizar pedido de falência contra brasileiro? O que você responderia? Sim, pode. Mas tem uma regra específica. A lei exige para ele uma espécie de caução. Credor que não tem domicílio no país tem que prestar caução. E por que isso? Pelo seguinte motivo: imagine comarca pequena. Se você ajuíza um pedido de falência numa segunda-feira ás 13h, no dia seguinte, até o final do dia toda a cidade vai estar fazendo que o camarada recebeu um pedido de falência. A fama é que a empresa quebrou. Isso macula a imagem do empresário. A imagem dele fica manchada. O problema é que isso não é raro. Quem ajuíza a ação sabe que não é caso de falência, mas faz isso para manchar a imagem do empresário e quem faz isso é o concorrente. O juiz vai julgar a ação improcedente. Mas se verificar que o autor da ação agiu com dolo, na própria sentença de improcedência, não haverá necessidade de ação autônoma, o juiz condena o autor da ação a pagar perdas e danos em favor do réu. É o art. 101, da lei:
	Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença.
	Então, na mesma sentença de improcedência o juiz já determina o autor a pagar perdas e danos em favor do réu. Vamos supor que o autor seja o argentino. O juiz o condena em perdas e danos e o argentino não paga. A decisão será executada. O argentino mora no exterior. Aí vai precisar de rogatória, custa caro, demora. Eu quero que você anote a seguinte pergunta:
	“Quais são os princípios informadores do processo falimentar?” Art. 75, § único da Lei de Falência:
	Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual.
	O processo de falência tem que ser célere e ter economia processual. O que é mais rápido? Fazer rogatória, localização de bens no exterior ou já pedir um depósito prévio na conta judicial? É por isso que há caução para essa situação.
	f) Cônjuge sobrevivente, herdeiro, inventariante
	Essa hipótese só se aplica ao empresário individual. Não se aplica à sociedade empresária. É só às situações envolvendo o empresário individual. Imaginem uma catástrofe completa. O camarada é empresário individual está em crise e morre. É possível pedir a falência do espólio do empresário individual. Mas a pergunta é: quem pode ajuizar esse pedido? 
Cônjuge sobrevivente
Herdeiro
Inventariante.
	Só podem pedir falência do espólio do empresário, essas três pessoas.
	E qual é o prazo para isso? Um ano, contado da morte. Esse é o prazo para o pedido de falência do espólio do empresário individual.
	2.2.	Legitimidade passiva
	Quem pode ser réu numa ação de falência? Só podem figurar no polo passivo:
Empresário individual
Sociedade empresária.
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