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Fisiologia da gestação 
Fecundação, desenvolvimento embrionário e reconhecimento 
materno da gestação 
 
Considerações Sobre a Fisiologia da Gestação 
 
• Gestação : Intervalo entre fecundação do oócito até a completa expulsão do(s) feto(s) 
e suas membranas. 
o Período de adaptação progressiva do organismo materno! 
• Etapas: 
o Fecundação: União dos gametas; 
o Desenvolvimento embrionário; 
o Reconhecimento materno da gestação; 
o Implantação ou nidação; 
o Placentação; 
o Manutenção da gestação; 
o Parto; 
o Expulsão das membranas fetais . 
• Def inições: 
o Morte embrionária : Interrupção da gestação antes do processo de 
diferenciação embrionária. 
o Aborto : Expulsão do feto antes do período normal da gestação, porém sem 
condições de sobreviver. 
o Prematuro : Expulsão do feto antes do período normal da gestação, porém com 
condições de sobreviver. 
o Natimorto: Expulsão de um feto morto ao f inal do período normal da gestação 
(ou que tenha morrido nas primeiras 24 horas). 
• Duração da gestação: 
 
 
 
 
 
 
 
Fertilização 
 
• A fertilização acontece na ampola da tuba uterina ( junção istmo -ampola); 
• Geralmente os espermatozoides ‘esperam’ o oócito. 
o Oócitos tem viabilidade (‘tempo de vida útil, vivos, viáveis para fecundação’) 
menor que os espermatozoides. 
 
 
 
 
 
 
 
• Penetração somente da cabeça do espermatozoide no oócito. 
• O pró-núcleo feminino tende a ser maior que o pró-núcleo masculino. 
 
 
 
 
 
 
 
Períodos da Gestação 
 
• Ovo ou Zigoto : Acontece após a fecundação, até o 12° dia da gestação, quando inicia 
a formação das membranas embrionárias: 
o Transporte: Contrações peristálticas e cílios; 
▪ Se encontra na tuba uterina, mas deve se implantar no útero . 
o Chegada ao útero: 
▪ Zigoto em fase de mórula (16-32 células): Zigoto com 16 a 32 células ; 
▪ Duração do transporte: 3 dias (suínos), 4-5 dias (ruminantes e equinos), 
6-7 dia (cadela e gata); 
o Zigotos defeituosos morrem e são 
absorvidos antes mesmo de serem 
implantados no útero ; 
▪ Não tem um atraso no cio, pode 
acontecer e nunca descobrir. 
o Ovário (s): Formação do corpo lúteo com 
produção de P4 (progesterona) 
crescente, a qual prepara o endométrio 
para receber o zigoto. 
• Um embrião se forma com a união dos 
gametas, seguido de mitose, para aumentar a 
quantidade de células, até se transformar em 
mórula, a qual vai chegar no útero. Depois a 
mórula vira um blastocisto (recomendado nas 
transferências de embrião utilizar um blastocisto). 
 
Embrião ou Organogênese 
 
• O zigoto passa a ser embrião no 12° dia; 
• Organogênese : É a formação dos órgãos. 
o 34º dia (ovelha e cadela); 
o 45º dia (vaca); 
o 55-60º (égua). 
• O embrião passa a ser chamado de feto depois que os órgãos terminam de se formar. 
• Eventos : 
o Fase de reconhecimento materno da gestação: 
▪ O embrião precisa sinalizar para a mãe que ele está ali para que não 
ocorra a produção de prostaglandina (lise de corpo lúteo); 
▪ Progesterona precisa existir para manter a gestação; 
o Trofoblasto se alonga (exceto: égua, cadela e gata) ; 
o Formação de todos os tecidos órgãos e sistemas; 
▪ O primeiro sistema que se forma é o nervoso, mas o primeiro que é 
funcional é o circulatório (por volta de 22 dias); 
▪ 22º dia coração primitivo já funciona (ultrassom). 
o Final desta fase: Identif ica-se a espécie; 
o Fase em que se desenvolve as alterações teratológicas; 
o Égua → Corpos lúteos acessórios (estro); 
▪ Hormônio EcG. Placentário. 
o Morte e maceração → Pode passar despercebido. 
 
Fase de reconhecimento materno da gestação 
 
• Processo através do qual o concepto sinaliza à sua mãe, sua presença, antes do início 
da luteolíse, prevenindo a sua ocorrência. 
o Sinais originados do trofoderma (células que estão ao redor do embrião); 
o Sinais que atuam diretamente sobre o endométrio e/ou ovário. 
• Antiluteolítico : Previne ou bloqueia a luteolíse; 
• Luteotróf ico : Estimula o corpo lúteo a continuar sua função, mesmo na presença da 
PGF2α . 
 
 
 
 
 
 
 
• Princípio : Evitar LUTEÓLISE, evitar a produção de prostaglandinas ; 
• Mudanças endócrinas : Manutenção do corpo lúteo; 
o O animal sof re por mudanças endócrinas, ela para de ciclar, mantem o corpo 
lúteo e a produção de progesterona se torna constante. 
• Mudanças imunológicas; 
• Favorece crescimento e implantação embrionária; 
• Égua: Precocemente (embrião produz PGE2). 
 
Fase de Reconhecimento Materno da Gestação em Ruminantes 
 
• Luteolíse dos ruminantes : Quando não há gestação ou não há o reconhecimento da 
gestação: 
o Dia 12 após a ovulação: Receptores de estrógeno baixos e receptores de 
progesterona altos; 
o Dia 15 após a ovulação: Aumento nos receptores de estrógeno e receptores de 
progesterona baixos. 
▪ Quando os receptores de estrógeno se ligam ao estrógeno eles 
aumentam os receptores de ocitocina (chave para a produção de 
prostaglandina) que vão se ligar as ocitocinas, fazendo acontecer a 
conversão de ácido araquidônico em prostaglandinas (PGF2). 
o Direcionamento da PGF2α em bovinos : 
▪ A prostaglandina é responsável pela luteolíse é produzida pelo 
endométrio, nos ruminantes a prostaglandina não ganha corrente 
sanguínea, pois ela é metabolizada diretamente no pulmão. 
▪ bTP (Proteína trofoblastica bovina); 
▪ IFN-t: Age em conjunto com a bTP, fazendo a mesma função que é 
impedir a produção de prostaglandina; 
▪ PGE2: Tem efeito luteoprotetor; 
▪ EPSI: Inibidor sinetasse da PGF2 . 
▪ Nos ruminantes a fase de reconhecimento materno ocorre entre o 12º e o 
26º dia quando ocorre a secreção da proteína interferon-tau (INF-T), com 
pico entre os dias 15 e 16 . Como resposta, o INF-T inibe a transcrição de 
receptores de estrógenos e ocitocina no endométrio inibindo a luteólise. 
Nesta fase há o alongamento do embrião, que coincide com a máxima 
produção de IFN-T, a sua principal função é evitar o retorno à ciclicidade, 
preservando o funcionamento do corpo lúteo durante a gestação 
produzido pelo concepto tem um efeito parácrino no útero, inibindo a 
expressão dos receptores de estrógeno e de ocitocina no epitélio luminal 
do endométrio, evitando assim a liberação de PGF2α , hormônio 
responsável pela luteolíse. 
• Ovelhas: 
o Próximo a 12 dias até o 21° dia o embrião vai produzir o oTP1 (proteína 
trofoblastica ovina) que vai estabilizar os receptores de progesterona e 
consequentemente os receptores de estrógeno vão continuar baixos. Não 
permitindo a produção de prostaglandinas. 
o PGE: Prostaglandina. É a prostaglandina que tem efeito luteol ítico protetor, 
ajuda a proteger o corpo lúteo. 
• Suínos 
o As prostaglandinas ganham corrente sanguínea e depois voltam para o ovário; 
o Na porca gestante, o blastocisto produz uma substância chamada de sulfato de 
estrona, que dá um novo caminho para a prostaglandina, impedindo que ela 
caia na circulação, ela faz com que ela se direcione para a luz do útero para ser 
eliminada. Se ela é eliminada ela não chega no ovário ; 
o Para que haja uma quantidade de sulfato de estrona suf iciente para fazer 
efeito a porca deve ter pelo menos 2 conceptos, se não a gestação não é 
reconhecida. 
• Égua: 
o Direcionamento da PSF2 : 
▪ Dias: 12-14; 
▪ Produção de PGE2 pelo concepto durante a locomoção do embrião (não 
é comprovado). 
 
• Cadela e gatas : Não se sabe. 
• Primatas : hCG e mCG (1-2 dias pós-implantação). 
 
Implantação ou Nidação Embrionária 
 
• Deve acontecer no endométrio, a camada mais 
interna do útero; 
• Eclosão blastocisto : Primeira coisa que deve 
acontecer para que haja a implantação do zigoto, 
que até então era envolto por uma zona 
pelúcida que protegeu o zigoto até sua chega no 
útero (ela impede que o zigoto seja implantado 
em outro local que não seja no útero). 
• Adesão do embrião ao endométrio : O conteúdoque estava dentro da zona pelúcida 
ainda é chamado de trofoblasto, que é dividido em duas partes o embrioblasto e o 
trofoblasto. 
o Depois da adesão do embrião vai ocorrer uma invasão do embrião no 
endométrio (fusão endometrial). 
• Blastocisto eclodido : 
o Zona pelúcida no oviduto: Impede a adesão do embrião na parede do oviduto • 
no útero precisa eclodir para aderir na parede uterina (endométrio). 
o Lise da zona pelúcida : 
▪ Aumento da pressão interna de líquidos e multiplicação celular, fazendo 
o espaço ser insuf iciente, causando uma alta pressão e posterior 
ruptura; 
▪ Proteases (enzima tripsina) localizadas na membrana das células do 
trofoblasto digerem e degradam a zona pelúcida, permitindo a adesão 
do embrião ao endométrio. 
o Bovinos e suínos: Alongamento do 
embrião (antes era esférico), nos 
equinos permanece esférico; 
o Colagenase, estromalisina e 
ativador de plasminogênio: 
Digerem tecido uterino para 
auxiliar a implantação. 
 
• Mais correto dizer adesão placentária quando se fala de carnívoros; 
• A implantação dos animais de produção é superf icial e não invasiva (não invade todo 
o endométrio, só uma parte) , diferente dos carnívoros que é profunda (invade o 
endométrio por inteiro); 
• Envolve justaposição e adesão de células epiteliais uterinas com o trofoblasto; 
• Regulada pelo tempo que o endométrio f ica exposto à ação da progesterona; 
o Expressão de genes relacionados a adesão – janela de implantação; 
o MUC-1, PLAC-8... 
• Suínos: Embrião completamente aderido entre os dias 18 e 24; 
• Equinos: Aderência placentária e implantação embrionária ocorre por volta dos dias 
24 e 40; 
• Ruminantes: Envolve áreas caruncular e intercaruncular do endométrio, entre o dia 17 
e 24; 
• Cadela e gata: Completa com 15 a 18 dias após as ovulações. 
 
Considerações sobre Fisiologia da Gestação 
 
• Três fases do ponto de vista do desenvolvimento: 
o Fase de Zigoto: Desde a fecundação até o 12° dia; 
▪ Fertilização a eclosão blastocisto; 
▪ Desenvolvimento inicial ; 
▪ Média: 12 dias. 
o Fase embrionária: 12° dia até.. . depende da espécie. 
▪ Organogênese; 
▪ Duração variável de acordo com a espécie ; 
▪ Reconhecimento materno. 
o Fase Fetal : Acontece após a fase embrionária até o parto. 
▪ Crescimento órgãos e tecidos 
▪ Finaliza com o parto. 
▪ Duração: 
• 34º dia até o f inal da gestação (ovelha e cadela); 
• 45º dia até o f inal da gestação (vaca); 
• 60º dia até o f inal da gestação (égua). 
▪ Eventos: 
• Diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas ; 
• Crescimento acelerado do feto ao f inal da gestação (“secar a 
vaca”); 
o Parar de tirar o leite da vaca, importante para renovação 
celular das glândulas mamárias e formação do colostro. 
o Evitar competição leite X feto; 
o 60 dias antes do parto. 
 
 
• Vacas: “Cio do encabelamento”: 
o 5° mês de gestação; 
o É o animal gestante que manifesta cio, isso acontece, pois, a 
placenta começa a produzir progesterona também, o que 
desencadeia uma queda da produção de progesterona pelo 
corpo lúteo (ele entende que não precisa produzir muita 
progesterona pois chegou uma ajuda) e o animal apresenta 
cio. 
 
Placentação 
 
• Placenta → Órgão transitório formado por tecidos maternos e fetais, com a função de 
transportar substâncias nutritivas do organismo materno para o feto, bem como 
promover “trocas metabólicas” (nutrientes, gases...) e desempenhar funções 
endócrinas quanto à produção de hormônios na manutenção da gestação. 
↓ 
Crescimento externo do mesoderma embrionário a partir do trofoblasto . 
 
• Membranas fetais: Formadas no processo de placentação 
o Saco vitelino: Função de nutrição inicial do embrião, que logo regride e se 
torna vestigial; 
▪ Vestigial: Mamíferos; 
▪ Mais importante em aves. 
o Âmnio: Contato direto com o embrião. 
▪ Envolve o feto em camada cheia de líquido. 
o Alantóide: 
▪ Drena os dejetos fetais; 
▪ Funde-se com o córion: Placenta córionalantóide que vai se aderir ao 
endométrio. 
o Córion: Camada mais externa. 
▪ Envolve o embrião e outras membranas ; 
▪ Associado à delimitação interna do útero para formar a placenta , o 
córion que está em contato com o endométrio. 
 
 
 
 
 
Membranas fetais da placenta 
 
• Membrana Amniótica: 
o Contato direto com o embrião; 
o Formação: 13° ao 16° dia; 
o Funções: 
▪ Proteção do embrião, tem líquido amniótico dentro, que ajuda na 
proteção e na movimentação do embrião; 
▪ Movimentação; 
▪ Distensão uterina: A quantidade de líquido aumenta conforme a 
progressão gestacional, distendendo o útero; 
▪ Impedir desidratação do embrião; 
▪ Nutrição. 
• Membrana alantóidea: 
o Formação: 2° a 3° semana; 
o Receptáculo de urina e feto; 
o Primeira ‘bolsa d’água’ ; 
o Se funde com o córion depois da 3° semana, formando a membrana coriônica. 
• Membrana coriônica: 
o Forma a placenta; 
o Responsável pelas trocas nutricionais. Vilosidades coriônica (onde acontece a 
troca mãe e feto) estabelecem relação entre a placenta fetal e o endométrio, 
possibilitando as trocas - Classif icação de acordo com a comunicação materno 
fetal. 
 
Classif icação morfológica da placenta 
 
• Placenta difusa: 
o Porca e égua; 
o Várias vilosidades coriônicas distribuídas por toda a placenta . 
• Placenta cotiledonária: 
o O útero da vaca tem as carúnculas uterinas no endométrio e a placenta dos 
ruminantes tem os cotilédones, que vão se ligar as carúnculas formando os 
placentomas, onde vai ocorrer a troca entre feto e mãe. 
• Placenta zonal ou circular: 
o Vilosidades coriônicas fazem uma faixa que envolve a placenta. 
• Placenta discoidal: 
o Vilosidades coriônicas em forma de disco. 
 
Classif icação Histológica da Placenta 
Número e tipo de camadas histológicas que separam a circulação materna e fetal . As 
camadas por parte do feto nunca mudam, só as barreiras da mãe. Quanto mais barreiras 
mais dif íceis serão as trocas entre mãe e feto, quanto menos barreiras mais ef icientes. 
 
• Placenta epitélio-corial (difusa): 
o Equino e suíno: Equinos abortam com 
facilidade; 
o Córion do feto está em contato com o 
epitélio do endométrio, 6 barreiras 
entre o sangue da mãe e o sangue do 
feto; 
o 6 camadas, 3 camadas da mãe 
(Endotélio capilar, tecido conjuntivo e epitélio endometrial ) 3 camadas do feto 
(endotélio capilar, tecido conjuntivo da membrana coriônica e epitélio da 
membrana coriônica). 
 
• Placenta sindesmo-corial (cotiledonária): 
o Ruminantes; 
o 5 camadas que separam o sangue da 
mãe e o sangue do feto; 
o O córion está em contato direto com o 
tecido conjuntivo do endométrio; 
o Cotilédone é o córion; 
o Placentoma: Unidade funcional da 
placenta dos ruminantes. 
 
• Placenta endotélio-corial (zonal ou circular): 
o Carnívoros; 
o 4 barreiras entre o sangue da mãe e o 
sangue do feto; 
o O endotélio capilar está em contato com 
o córion. 
 
• Placenta hemo-corial (discoidal): 
o 3 barreiras entre o sangue da mãe e o 
sangue do feto. Presente em primatas; 
o O sangue da mãe está em contato direto 
com o córion; 
o Máximo de ef iciência a transferência 
entre mãe e feto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Funções da placenta 
• Metabólicas : 
o Aa, peptídeos, ptnas de baixo PM; 
o Glicemia fetal; 
o Minerais: Mais evidente no f inal da gestação, quando há o desenvolvimento 
dos ossos; 
o Órgão de reserva; 
o Resíduos do metabolismo fetal (presença do úraco) ; 
o Troca gasosa. 
• Protetora : 
o Protege da passagem de microrganismos; 
• Endócrina : 
o eCG: Equinos; 
o hCG: Humanos; 
o Relaxina (gata, cadela, égua): Produzida pelos ovários, mas a placenta passa a 
produzir, passa a ser mais importante para o parto a produção placentária. 
o E2: Estradiol; 
o P4: Progesterona; 
▪ Corpo lúteo dependentes (vaca, porca, primatas) : Até o f inal da gestação 
o corpo lúteo está ativo produzindoprogesterona, por mais que a 
placenta passe a produzir também, não é suf iciente para manter a 
gestação. 
▪ Corpo lúteo independentes (gata – 45 dias, ovelha – 50 dias; égua 70 
dias): Depois que a placenta passa a produzir progesterona, o corpo 
lúteo para de produzir progesterona e regride. 
• Respiração do feto: transferência de O2 ↔ CO2 materno fetal por difusão; 
 
• Alimentação do feto: 
o Água: Passa a barreira placentária nos dois sentidos, por difusão; 
o Metabólitos (glicose, ácidos graxos livres, aminoácidos e lactose); 
• Imunoproteção: A passagem transplacentária de imunoglobulinas , depende do tipo 
de placenta: 
o Ruminantes, suínos e equinos: 
▪ Placenta impermeável às imunoglobulinas : Não acontece a passagem 
de imunoglobulinas, o feto nasce sem imunidade alguma, não há 
imunidade passiva; 
▪ É vital a ingestão de colostro nas primeiras horas de vida . 
o Carnívoros: 
▪ Permite a passagem de algumas imunoglobulinas, o animal já nasce 
com um pouco de imunidade; 
▪ Imunidade relativa ao nascer; 
▪ Transmissão passiva de imunoglobulinas durante a gestação. 
 
Função geral dos líquidos fetais 
 
• Proteção contra traumatismos, desidratação e variações de temperatura; 
• Permitir o crescimento do feto e seus movimentos sem prejudicar o útero ; 
• Promover a dilatação da cérvix, vagina e vulva durante o parto ; 
• Aumentar a lubrif icação da vagina após o rompimento das bolsas, facilitando a 
passagem do feto; 
• Inibir o crescimento bacteriano por sua ação mecânica de limpeza e prevenir 
aderências. 
 
Endocrinologia da Gestação 
 
Hormônios da Gestação 
• Estrógeno : Proliferação do epitélio, crescimento dos ductos das glândulas 
endometriais, preparação para a ação da progesterona. 
o Quando o folículo dominante produz estrógeno e le está preparando o 
endométrio para receber o embrião. 
 
 
 
• Progesterona : Ramif icação das glândulas endometriais, indução da secreção de leite 
uterino (endométrio que produz uma secreção inicial responsável pela nutrição do 
embrião até a formação da placenta), manutenção da f ixação da placenta, ação 
imunossupressora (queda da imunidade na gestação → auxilia no mecanismo de 
reconhecimento de gestação pela fêmea e para que a mãe não reconheça o embrião 
como alvo), leva a utilização mais ef iciente dos nutrientes, efeitos psíquicos (bem-
vistos em cadelas – por que a cadela mantém o corpo lúteo por 60 dias, 
independente de ter gestação, o que resulta em uma gestação psicológica). 
• Prolactina : Efeito luteotrópico, aumenta colesterol livre na célula e receptores de LH 
e reduz a degradação da P4 (progesterona). 
• Relaxina : Principal hormônio do parto. Relaxamento da cérvix, sínf ise púbica, tecidos 
e ligamentos pélvicos, permitindo a passagem do feto. 
 
Estrógenos 
• Fonte: Ovário, placenta e gônada fetal (estrógeno fetal, muito relacionado ao parto) ; 
• Multiplicação de células epiteliais uterinas; 
• Hipertrof ia musculatura lisa do útero: Torna o útero propicio para que a progesterona 
atue, mantendo a gestação; 
o A musculatura tem que hipertrof iar para que o útero consiga segurar o peso 
da gestação, aumentar de tamanho junto ao feto e contrair no momento do 
parto. 
• Deposição de glicogênio em musculatura lisa: Fonte de energia para as células 
durante as contrações. 
• Síntese de colágeno: Fortalecimento do órgão para a gestação; 
• Síntese proteica; 
• Pré-requisito para ação da progesterona (P4): 
o P4 no endométrio; 
o P4 e Prolactina na glândula mamária; 
o Relaxina na sínf ise púbica; 
o Ocitocina no endométrio: Os receptores da ocitocina e do estrógeno estão 
interligados, então o aumento de um leva o aumento de outro , bem como a 
diminuição. 
 
Progesterona 
• Fonte: 
o Corpo lúteo e placenta; 
o Ação de hiperplasia na glândula mamária: Aumenta as células da glândula 
mamaria para a produção de leite; 
o Desenvolvimento das glândulas endometriais (nutrição do embrião): Para 
produzir o leite uterino; 
o Relaxamento e quiescência miometrial (exceto na égua): Relaxamento da 
musculatura do útero; 
o Alteração imunológica local: Reconhecimento materno da gestação, evita o 
corpo da mãe reconhecer o feto como ameaça/corpo estranho. 
 
Relaxina 
• Fonte: Corpo lúteo, placenta e endométrio; 
• Atua principalmente no momento do parto; 
• Flexibilidade uterina – acomodação: Permite melhor acomodação do feto no útero, 
age juntamente a progesterona; 
o Relaxamento do miométrio. 
• Maleabilidade do ligamento f ibro-cartilaginoso da sínf ise púbica: A parte pélvica da 
fêmea se prepara para o momento do parto; 
• Flexibilização e distensão da cérvix (parto). 
 
Hipóf ise Materna 
• FSH: 
o Desenvolvimento folicular na égua: Corpo lúteo acessório; 
o Independente da concentração de progesterona vai haver um certo 
desenvolvimento de folículo, mesmo que eles não se tornem folículos 
ovulatórios. 
• LH: Luteotróf ico (início gestação); 
o Responsável pela ovulação e transformação de células em células luteais, que 
vão formar o corpo lúteo que irá produzir a progesterona. 
• Prolactina: Luteotróf ico (f inal); 
• Ocitocina: 
o Contrações uterinas e alvéolos mamários; 
o Ação luteolítica: A ocitocina alta é quem faz a conversão de ácido araquidônico 
em prostaglandinas. 
▪ Por que se aplica a ocitocina em vacas prenhas para descida do leite e a 
vaca não aborta? 
 
 
 
 
Placenta 
• Estrógeno e Progesterona; 
• hCG: Ação luteotróf ica, ajuda a formar o corpo lúteo gravídico; 
• eCG: Luteinização de folículos acessórios (40º dia de gestação) ; 
o Vai fazer com que haja a ovulação dos folículos mesmo durante a gestação, 
para que se formem corpos lúteos acessórios e consequente produção de 
progesterona. 
• Ação do lactogênio placentário (ruminantes): 
o Luteotróf ica; 
o Somatotróf ica (crescimento fetal): Direcionamento da glicose da mãe para o 
feto, estimulando o crescimento fetal ; 
o Mamogênica: Produção de leite da mãe. 
 
Controle hormonal 
• Vaca : 
o Espécie corpo-lúteo dependente; 
o Progesterona se mantem alta durante toda a gestação; 
o Estrógeno baixo durante toda a gestação com um pico no f inal da gestação no 
momento do parto (estrógeno fetal) . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Égua : 
o Espécie corpo-lúteo não dependente; 
o A concentração de progesterona não se mantem contante como na vaca, 
primeiramente produzida pelo corpo lúteo, depois é produzida pelos corpos 
lúteos acessórios (apresenta um pico) e em seguida pela placenta (120-160 
dias); 
o Particularidade da égua: Estrógeno, o feto inicia a produção de estrógeno 
cedo, próximo ao terço médio da gestação, é chamado de estrógeno fetal. 
Diminui próximo ao parto. 
 
 
• Cálices endometriais: 
o São placas distintas, irregulares, pálidas, com  2 cm, que formam um anel 
descontínuo na parte caudal de um dos cornos. 
o São colônias de células do trofoblasto derivadas da cinta coriônica. 
▪ Invadem o endométrio, induzem reação inflamatória e produzem eCG 
(35 d) . 
o Persistem por um período variável ; 
o Desaparecem por volta do 130°dia (componente imunológico); 
o Apenas na égua. 
• eCG: 
o 1ª detecção  35 – 42 dias; 
o Aumento rápido com pico: 55 – 65 dias; 
o Níveis baixos ou nãodetectáveis: 120 – 150 dias; 
▪ Os cálices endometriais regridem. 
o Produção de novos corpos lúteos acessórios; 
o Ecg → Corpos lúteos suplementares → Através da: 
▪ Luteinização de folículos 40° - 150° dia; 
▪ Ovulação de folículos de corpos lúteos 40° - 70° dia para formação de 
corpos lúteos acessórios. 
 
• Ovelha e cabra : 
o Próximo ao momento do 
parto tem um pico de 
estrógeno fetal, que 
desencadeia o mecanismo 
do parto; 
o Progesterona inicialmente 
do corpo lúteo e 
posteriormente da 
placenta. 
• Cadela : 
o Fase luteínica prolongada (70 a 80 dias não gestante) : Maior que o corpo lúteo 
gravídico (60 dias); 
oConcentração de P4 semelhante no animal gestante e não gestante, portanto, 
não bom parâmetro; 
o Corpo lúteo essencial para a manutenção; 
o Progesterona se mantem durante a gestação e no f inal cai um pouco. 
 
Progesterona 
• Início da gestação: Sempre produzida pelo corpo lúteo 
o Papel do corpo lúteo na manutenção da prenhez varia entre as espécies . 
 
Alterações Fisiológicas da Gestação 
 
Alimentação 
• ↑ Apetite e sede; 
• ↑ Requerimentos nutricionais : Além de se manter tem que gerar e enviar os 
nutrientes ao feto. 
o (20% volume alimentar); 
• ↓ Motilidade estomacal e esvaziamento gástrico : Maior saciedade. Bom para melhor 
absorção dos nutrientes. 
 
Balanço Hídrico Eletrolítico 
• Expansão do volume intravascular (10 a 40%) : Mais sangue circulando; 
o Anemia gestacional (terço inicial) : Muito comum, primeiro terço da gestação, o 
requerimento de ferro pelo feto é maior ; 
o Segurança no parto. 
• Expansão líquidos corpóreos; 
• Retenção minerais (Na, Ca, K) para passar para o feto; 
• Estímulo produção de renina, angiotensina e aldosterona: Absorção de líquido para 
controle da pressão arterial . 
o Animais gestantes tendem a ter uma pressão mais baixa. 
 
Alterações Hemodinâmicas 
• ↑ Aumenta o débito cardíaco (volume e feto) ; 
o Taquicardia relativa: Só no momento da gestação, devido ao aumento do 
volume do sangue circulante. 
o Fisiológica no período gestacional. 
• ↑ Fluxo sanguíneo para o útero e redirecionamento (Placentoneo – 83%); 
• ↑ Fibrinogênio e fatores coagulação: Para prevenir uma possível hemorragia no 
momento do parto. 
 
Alterações Metabólicas 
• Maior consumo de energia e oxigênio; 
o Finalidade: Estoque para período neonatal ou para restrição durante a 
lactação; 
o Suprir: Fornecer alimentos alta digestibilidade e energicamente densos . 
• Balanço energético negativo: BEN; 
• Maior necessidade de proteína (40 a 70%) e Ca e P (1,1:1 a 1,5:1) ; 
o Pois a mãe vai passar para o feto, pode ter algum déf icit. 
• Resistência à insulina (reduz o consumo de lipídeos e glicose para diminuir a chance 
de resistência).

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