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Escola Técnica Alvorada 
 
Curso Técnico em Edificações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETOS DE ESTRUTURAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imperatriz 
2024 
 
 
 
 
 
 
Docente: 
Greicy Ladislau, professora, Técnica em Edificações, Engenheira Civil, Pós-graduada em 
Avaliações e Pericias em obras. 
 
 
 
 
Projetos Estruturais I-1 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I 
 
ASPECTOS GERAIS SOBRE O PROJETO ESTRUTURAL 
 
 
 
1.1 - INTRODUÇÃO 
 
Com o objetivo de enfatizar os princípios básicos para a realização de um projeto 
em concreto armado. Procura-se apresentar as diversas fases do projeto na ordem que 
elas ocorrem, de modo que à medida que se desenvolve o projeto e as dúvidas forem 
surgindo, tem-se o apoio técnico, sempre necessário para o seu desenvolvimento. 
 
O projeto estrutural é o detalhamento completo de toda a estrutura da edificação em 
questão. É o projeto estrutural que vai determinar a quantidade de pilares, vigas, 
fundações, lajes e escadas, bem como a espessura, quantidade, comprimento e 
espaçamento das ferragens que vão compor os elementos estruturais. 
 
O projeto estrutural deve resultar num conjunto de dados e elementos que, a partir 
da definição da obra, permita a execução de sua estrutura portante, capaz de submeter- 
se à utilização a que a edificação se destina. 
Neste trabalho aborda-se cada elemento estrutural no momento em que aparece. 
Assim, ao se abordarem carregamentos, serão discutidas as cargas em lajes, vigas e 
pilares. Ao se abordarem esforços, serão trabalhados esforços também em lajes, vigas e 
pilares e assim sucessivamente. 
Um projeto bem detalhado propicia a execução da obra sem maiores paralisações, 
incidentes e demolições e, portanto, com maior economia e racionalidade. Para tanto, a 
NBR-7191 descreve como deve ser a execução de desenhos para obras de concreto 
armado; a sua observação é de fundamental importância, principalmente para a obtenção 
de maior clareza nos projetos. 
O projeto de estruturas compõe-se das seguintes fases principais: 
 
 
a) Estudo do projeto: leitura do projeto arquitetônico e concepção da estrutura; 
Projetos Estruturais I-2 
 
 
b) Cálculo de esforços solicitantes: trata-se do cálculo mais completo possível de 
todos os esforços que irão interferir no dimensionamento das peças, devendo se 
considerar as cargas complementares, tais como as de elevadores, a ação do 
vento e muro de arrimo, traçando diagramas ou compondo tabelas, conforme a 
necessidade do projeto; 
c) Locação dos pilares e cargas na fundação: somam-se todas as cargas até o 
nível da fundação, pré-dimensionam-se os pilares e os posicionam corretamente 
na arquitetura e, conseqüentemente, no terreno onde será implantada a obra; 
d) Formas: as plantas de forma apresentam as dimensões externas de todas as 
lajes, vigas e pilares, bem como suas cotas no pavimento, onde se deve observar 
que o desenho é desenvolvido, considerando-se a projeção dos elementos 
estruturais sobre um plano imaginário situado imediatamente abaixo do que se 
quer representar. As arestas visíveis são aquelas voltadas para o plano de 
projeção; 
e) Detalhamento dos pilares: deve ser realizado, observando-se os esforços 
atuantes e principalmente as normas que definem os parâmetros mínimos para a 
sua execução; 
f) Detalhamento de vigas: consiste na determinação das armaduras de todas as 
vigas, bem como de todos os comprimentos, dobras, ganchos e emendas das 
barras de armação; 
g) Detalhamento de lajes: consiste na determinação das armaduras negativas, 
positivas e complementares, assim como também de todos comprimentos, 
espaçamentos, cortes, dobras e quantidades para a unidade ou conjunto 
representado; 
h) Complementares: compreendem os projetos complementares, as escadas, caixas 
d’água superior e inferior, muros de arrimo e elementos decorativos, se houver. 
 
Deve-se destacar que para as fases de projeto que envolvem a análise e o 
dimensionamento, é fundamental a observação dos parâmetros definidos por normas, tais 
como dimensões e armaduras mínimas. No caso específico de edificações, a NBR-6118 
define estes parâmetros de projeto. 
 
 
Projetos Estruturais I-2 
 
 
DESENHO E LEITURA DE PROJETOS DE ESTRUTURA 
 
 
Todo projeto de estrutura de um edifício é composto de três tipos de desenhos: 
• A planta de cargas; 
• A planta de fôrmas; 
• o desenho de armaduras. 
O primeiro projeto a ser desenvolvido é sempre a planta de fôrmas, visto que é preciso estimar as 
cargas do edifício para transferir à planta de cargas. 
 
 
TERMINOLOGIA NOS DESENHOS 
Os elementos estruturais são normalmente designados por uma letra e número, seguindo uma 
determinada lógica. 
 
 
NUMERAÇÃO: 
 
Lajes: a numeração é feita da esquerda para a direita e de cima para baixo, nesta ordem. 
Vigas: a numeração se inicia com as vigas dispostas horizontalmente (em planta), de cima para 
baixo, e depois segue-se com as vigas dispostas verticalmente, da esquerda para direita. 
Pilares: segue a mesma lógica da numeração das lajes, é feita da esquerda para a direita e de cima 
para baixo. 
 
 
PLANTA DE FÔRMAS 
 
O desenho para execução de formas de um edifício é composto por uma planta que contenha a 
geometria do conjunto de pilares, vigas e lajes. Neste desenho, os detalhes informados devem 
definir claramente os elementos estruturais (suas dimensões, sua localização em relação aos eixos 
e sua identificação). Comumente, elaborado para cada pavimento, em escala 1:50, pode ter 
detalhes em outras escalas. 
 
Pilares: Os pilares são representados na planta de fôrmas em corte, ou seja, representa-se a seção 
transversal do pilar com suas dimensões. Veja o exemplo abaixo: 
https://www.concretoarmado.org/plans-pricing?appSectionParams=%7B%22navigateToSectionProps%22%3A%22eyJzZWN0aW9uSWQiOiJwb3N0IiwiYXBwRGVmaW5pdGlvbklkIjoiMTRiY2RlZDctMDA2Ni03YzM1LTE0ZDctNDY2Y2IzZjA5MTAzIiwic3RhdGUiOiJyZWNlaXRhLWRhLW1hc3NhIiwic2hvdWxkUmVmcmVzaElmcmFtZSI6dHJ1ZX0%3D%22%2C%22planIds%22%3A%22baafcd4a-94ba-4a5c-b8f9-1db9053d5fb5%22%2C%22verticalStatusContent%22%3A%22eyJ0aXRsZVRleHQiOiJPYnJpZ2FkbyBwZWxhIHN1YSBhc3NpbmF0dXJhIiwiY29udGVudFRleHQiOiJWb2PqIHJlY2ViZXLhIHVtIGVtYWlsIGRlIGNvbmZpcm1h5%2BNvLlxuQWdvcmEgdm9j6iBwb2RlIHZvbHRhciBhbyBzZXUgcG9zdC4iLCJidXR0b25UZXh0IjoiQ29udGludWFyIExlbmRvIn0%3D%22%2C%22biOptions%22%3A%22eyJyZWZlcnJhbEluZm8iOiJibG9nLXBvc3QtcGF5d2FsbCIsInJlZmVycmFsSWQiOiI1ZmY0N2MxYjA5YjYwZTAwMThlYTQ3MDkifQ%3D%3D%22%7D
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Projetos Estruturais I-2 
 
 
 
Neste tipo de desenho, deve-se indicar por meio de legenda como os pilares se inter-relacionam 
entre os pavimentos. 
 
Vigas: Na planta de fôrmas, as vigas são representadas em planta, com cortes inseridos no 
desenho, contendo as informações tais como as dimensões da seção transversal (largura e a 
altura) e o comprimento. 
Projetos Estruturais I-2 
 
 
 
Lajes: As lajes numa planta de fôrmas ficam praticamente definidas com a representação das vigas 
e pilares. Deve-se cuidar, contudo, da representação de rebaixos, elevações e aberturas nas lajes. 
 
 
Projetos Estruturais I-2 
 
 
Planta de fôrmas do nível das lajes e das fundações 
 
Nas plantas de fôrmas, os detalhes informados devem definir perfeitamente os elementosestruturais, incluindo suas medidas, conforme os modelos a seguir: 
 
 
PLANTA DE FÔRMAS DO NÍVEL DE LAJE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projetos Estruturais I-2 
 
 
PLANTA DE FÔRMAS DA FUNDAÇÃO: 
 
 
Escadas 
A escada não é representada na planta de fôrmas de algum pavimento. Neste caso, é elaborado um 
desenho à parte da escada, em folha à parte e em escala maior. 
 
 
Planta de cargas 
A planta de cargas e de locação de pilares é um desenho elaborado para, em conjunto, com as 
sondagens do terreno, permitirem a avaliação e análise para escolha do tipo de fundação. 
Projetos Estruturais I-2 
 
 
 
Trata-se de um desenho relativamente simples, contendo as seções dos pilares locados, com os 
eixos de referência, e com as cargas que serão transmitidas ao solo pela estrutura. 
 
 
Cortes nas plantas de fôrmas 
É comum apresentar dois cortes na fôrma, um transversal e outro longitudinal. Os cortes feitos na 
planta de fôrmas são necessários para mostrar detalhes que não conseguem ser visualizados em 
planta. 
 
 
DESENHOS PRELIMINARES DE FÔRMAS 
 
Depois se ter feito o lançamento da estrutura e o seu pré-dimensionamento, ou seja, estando 
finalizado todo o arranjo dos elementos estruturais, devem ser elaborados os desenhos 
preliminares de fôrmas de todos os pavimentos, inclusive do nível do baldrame, com as dimensões 
baseadas no esquema de lançamento estrutural feito sobre o projeto arquitetônico, obedecidos os 
critérios do pré-dimensionamento dos elementos estruturais. Esses desenhos preliminares de 
fôrmas obedecem a simbologia e as técnicas apresentadas, assim como os desenhos finais. 
As larguras das vigas são adotadas para atender condições de arquitetura ou construtivas. Sempre 
que possível, devem estar embutidas na alvenaria e permitir a passagem de tubulações. 
Projetos Estruturais I-2 
 
 
O ideal é que todas as vigas tenham a mesma altura, para simplificar o cimbramento, mas pode-se 
adotar até três medidas diferentes para a altura. Em edificações residenciais de pequeno porte, é 
conveniente que as alturas das vigas não ultrapassem 50 cm, para não interferir nos vãos de portas 
e janelas. 
Devem ser colocadas as cotas parciais e totais em cada direção, posicionadas fora do contorno do 
desenho, para facilitar a visualização. 
 
 
 
TÉCNICAS DE ARMAR ESTRUTURAS DE CONCRETO 
 
 
As armaduras nas estruturas de concreto para cumprirem bem sua função de vencer os esforços 
que o concreto é deficiente, precisam estar nas posições corretas. Apresentamos de modo muito 
breve as principais armaduras dos elementos usuais de concreto. 
 
 
LAJES 
Nas lajes maciças, as armaduras se dividem em: 
• ARMADURAS POSITIVAS: são dispostas nas duas direções (x,y) do plano da laje, na 
face inferior. 
• ARMADURAS NEGATIVAS: são armaduras dispostas junto à face superior da laje, na 
ligação entre dois painéis (bordas internas) e no seu perímetro externo (bordas 
externas). 
 
Detalhes das armaduras nas bordas: 
 
VIGAS 
As barras longitudinais das vigas resistem aos esforços de tração decorrentes dos momentos 
fletores. Os estribos constituem-se na armadura transversal resistente aos esforços de tração 
decorrentes das forças cortantes. 
https://doi.org/10.5281/zenodo.7872401
https://doi.org/10.5281/zenodo.7872401
Projetos Estruturais I-2 
 
 
 
 
 
As barras na parte superior podem funcionar como armaduras de compressão (armadura dupla) 
ou como armadura de distribuição (secundária), para montagem da peça. 
 
 
PILARES 
Nos pilares, temos no mínimo 4 barras (nos vértices) como armadura principal. Trata-se de 
armaduras de equilíbrio geral, que complementam o esforço normal resistente. Além disso, assim, 
como as vigas, temos os estribos, contudo, nos pilares, os estribos cumprem uma função diferente: 
vencer o efeito indesejado da flambagem. 
 
 
 
Projetos Estruturais I-2 
 
 
 
MODELOS DE DESENHOS DE ARMADURAS 
 
 
LAJES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projetos Estruturais I-2 
 
 
 
 
VIGAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projetos Estruturais I-2 
 
 
PILARES 
 
 
 
Projetos Estruturais I-3 
 
 
1.2 - FUNCIONAMENTO DA ESTRUTURA 
 
O funcionamento real de distribuição das cargas nas estruturas, em geral, não 
possui um caminho perfeitamente definido, como é de costume admitir, uma vez que, 
após a concretagem dos elementos que constituem a estrutura, estes passam a compor 
um único elemento monolítico, trabalhando em conjunto e, portanto, deformando em 
conjunto. Desta forma, o fluxo de cargas é alterado para caminhos de difícil determinação 
por meios comuns. Diante desta dificuldade, a norma brasileira de projetos e execução de 
obras em concreto armado, NBR-6118, admite uma série de simplificações no modelo 
real, tornando-o mais simples e de fácil manipulação por meios mais comuns. 
 
A mecânica do funcionamento teórico da distribuição de cargas é muito simples, ou 
seja, as lajes suportam as cargas verticais e as transmitem para as vigas que, por sua vez 
as transmitem aos pilares que as descarregam nas fundações. Para melhor 
compreensão, observe as figuras 1.1 e 1.2, em que estão apresentados os esquemas de 
trabalho da estrutura no modelo real (onde a estrutura se deforma em conjunto) e no 
modelo teórico (onde se pode desconsiderar a deformação em conjunto de lajes, vigas e 
pilares). 
 
 
 
 
Figura 1.1 - Modelo real de deformações e distribuição de cargas. 
Projetos Estruturais I-4 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.2 - Modelo teórico admitido para o cálculo das lajes, desconsiderando trabalho 
em conjunto das lajes e vigas e pilares. 
 
1.3 - CONCEPÇÃO DA ESTRUTURA 
 
Trata-se da definição dos pontos na arquitetura em que serão posicionados as 
lajes, vigas e pilares. Uma boa concepção (lançamento) proporciona uma estrutura mais 
estável, leve e racional e, portanto, mais econômica. Para tal, o projetista deve trabalhar 
com o bom senso e obedecer a algumas regras básicas, tais como: 
• Análise minuciosa da arquitetura para que se mantenha a sua forma e o conjunto; 
• Posição de todos os pilares nas garagens, nos apartamentos e na cobertura; 
• Funcionamento da estrutura (contraventamento, distribuição de cargas, processos 
executivos, etc.). 
 
1.3.1 - Análise do projeto de arquitetura 
 
Antes do lançamento da estrutura o projetista deve observar atentamente todas as 
peculiaridades do projeto de arquitetura. Importa iniciar o estudo, preferencialmente, pelo 
pavimento tipo, com as seguintes observações: 
• Analise todas as plantas baixas; 
• Analise todos os cortes; 
• Verifique possíveis diferenças de níveis nos diversos pavimentos; 
• Verifique todas as fachadas; 
• Dê atenção especial às peculiaridades do pavimento térreo, pois este sempre 
merece maior atenção. 
Projetos Estruturais II-1 
 
 
Somente após ter conhecido todo o projeto de arquitetura e ter discutido as 
possíveis dúvidas com o projetista de arquitetura, dê prosseguimento ao lançamento da 
estrutura. 
 
 
 
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES 
 
 
As ações a considerar classificam-se, de acordo com a ABNT NBR 8681, em 
permanentes, variáveis e excepcionais. 
Para cada tipo de construção, as ações a considerar devem respeitar suas 
peculiaridades e as normas a ela aplicáveis, ou seja, ao caderno de especificações do 
empreendimento, considerações sobre o processo construtivo com indicativo de materiais 
e equipamentos que serão utilizados durante e ou após a construção do edifício. 
 
 
 
2.2 - AÇÕES PERMANENTES 
 
2.2.1 - Generalidades 
 
Ações permanentes são as que ocorrem com valores praticamente constantes 
durante toda a vida da construção. Também são consideradas como permanentes as 
ações que crescem no tempo, tendendo a um valor limite constante. 
As ações permanentes devem ser consideradas com seus valores representativos 
mais desfavoráveis para a segurança. 
Projetos Estruturais II-2 
 
 
2.2.2 - Ações permanentes diretas 
 
As ações permanentes diretassão constituídas pelo peso próprio da estrutura e 
pelos pesos dos elementos construtivos fixos e das instalações permanentes. Considera- 
se neste caso o peso próprio, os revestimentos e paredes. 
 
a) Peso Próprio 
 
Nas construções correntes admite-se que o peso próprio da estrutura seja avaliado 
adotando-se o concreto armado com peso específico médio de 25 kN/m3. Quando se 
trabalha com concretos especiais densos ou leves o peso específico a ser considerado 
para o concreto armado deve ser tomado como sendo o peso específico avaliado para o 
concreto simples acrescido de 1 kN/m3. 
 
b) Peso dos elementos construtivos fixos e de instalações permanentes 
 
As massas específicas dos materiais de construção correntes podem ser avaliadas 
com base nos valores indicados na NBR 6120. A consideração dos revestimentos na 
estrutura deve contemplar a diversidade de materiais que podem ser utilizadas bem como 
caracterizar o processo construtivo. 
 
c) Empuxos permanentes 
 
Consideram-se como permanentes os empuxos de terra e outros materiais 
granulosos quando forem admitidos não removíveis. 
 
2.2.3 - Ações permanentes indiretas 
 
As ações permanentes indiretas são constituídas pelas deformações impostas por 
retração e fluência do concreto, deslocamentos de apoio e imperfeições geométricas. 
 
2.3.3.1 - Retração do concreto 
 
A retração é a diminuição de volume devido à evaporação da água não consumida 
na reação química de pega do concreto. A deformação específica de retração do concreto 
pode ser calculada conforme indica o anexo A da NBR-6118. 
Projetos Estruturais II-5 
 
 
 
 
2.3 - AÇÕES VARIÁVEIS 
 
2.3.1 - Ações variáveis diretas 
 
As ações variáveis diretas são constituídas pelas cargas acidentais previstas para 
o uso da construção, pela ação do vento e da água, devendo-se respeitar as prescrições 
feitas por Normas Brasileiras específicas. 
 
 
a) Cargas acidentais previstas para o uso da construção 
 
As cargas acidentais correspondem normalmente a: 
 
• cargas verticais de uso da construção; 
• cargas móveis, considerando o impacto vertical; 
• impacto lateral; 
• força longitudinal de frenação ou aceleração; 
• força centrífuga. 
 
 
 
Essas cargas devem ser dispostas nas posições mais desfavoráveis para o 
elemento estudado, ressalvadas as simplificações permitidas por Normas Brasileiras 
específicas. No caso dos edifícios, as cargas acidentais estão prescritas na NBR-6120 
com a qualificação dos ambientes. Também a consideração da redução destas cargas 
para a somatória de cargas nos pilares 
Projetos Estruturais II-6 
 
 
b) Ação do vento 
 
Os esforços devidos à ação do vento devem ser considerados e recomenda-se que 
sejam determinados de acordo com o prescrito pela ABNT NBR 6123. Deve ser 
considerado que a ação de vento nas estruturas de concreto armado tem características 
especiais. 
 
c) Ação da água 
 
O nível d'água adotado para cálculo de reservatórios, tanques, decantadores e 
outros deve ser igual ao máximo possível compatível com o sistema de extravasão. Nas 
estruturas em que a água de chuva possa ficar retida deve ser considerada a presença de 
uma lâmina de água correspondente ao nível da drenagem efetivamente garantida pela 
construção. 
 
d) Ações variáveis durante a construção 
 
As estruturas em que todas as fases construtivas não tenham sua segurança 
garantida pela verificação da obra pronta devem ter, incluídas no projeto, as verificações 
das fases construtivas mais significativas e sua influência na fase final. 
A verificação de cada uma dessas fases deve ser feita considerando a parte da 
estrutura já executada e as estruturas provisórias auxiliares com os respectivos pesos 
próprios. Além disso, devem ser consideradas as cargas acidentais de execução. 
 
2.3.2 - Ações variáveis indiretas 
 
a) Variações uniformes de temperatura 
 
Conforme a NBR 6118, no item 11.4.2.1, a variação da temperatura da estrutura, 
causada globalmente pela variação da temperatura da atmosfera e pela insolação direta, 
é considerada uniforme. Ela depende do local de implantação da construção e das 
dimensões dos elementos estruturais que a compõem. 
De maneira genérica podem ser adotados os seguintes valores: 
 
 
• para elementos estruturais cuja menor dimensão não seja superior a 50 cm, deve 
ser considerada uma oscilação de temperatura em torno da média de 10ºC a 15ºC; 
Projetos Estruturais III-18 
 
 
• para elementos estruturais maciços ou ocos com os espaços vazios inteiramente 
fechados, cuja menor dimensão seja superior a 70 cm, admite-se que essa 
oscilação seja reduzida respectivamente para 5ºC a 10ºC; 
• para elementos estruturais cuja menor dimensão esteja entre 50 cm e 70 cm 
admite-se que seja feita uma interpolação linear entre os valores acima indicados. 
 
A escolha de um valor entre esses dois limites pode ser feita considerando 50% da 
diferença entre as temperaturas médias de verão e inverno, no local da obra. 
Para estruturas de edifícios de grande extensão recomenda-se que sejam criadas 
juntas de dilatação na estrutura para que haja ajuste das deformações geradas na 
estrutura com as dilatações dos materiais complementares (paredes, esquadrias, pisos, 
etc). A extensão recomendada é da ordem de 30 metros. 
 
b) Variações não uniformes de temperatura 
 
Nos elementos estruturais em que a temperatura possa ter distribuição 
significativamente diferente da uniforme, devem ser considerados os efeitos dessa 
distribuição. Na falta de dados mais precisos pode ser admitida uma variação linear entre 
os valores de temperatura adotados, desde que a variação de temperatura considerada 
entre uma face e outra da estrutura não seja inferior a 5ºC. É o caso, por exemplo, de 
fachadas com grande insolação e o ambiente interno com refrigeração permanente. 
 
c) Ações dinâmicas 
 
Quando a estrutura, pelas suas condições de uso, está sujeita a choques ou 
vibrações, os respectivos efeitos devem ser considerados na determinação das 
solicitações e a possibilidade de fadiga deve ser considerada no dimensionamento dos 
elementos estruturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projetos Estruturais III-18 
 
 
CONCRETO ARMADO: GENERALIDADES 
 
 
É a associação do concreto simples com uma armadura, constituída por barras de aço. Os 
dois materiais devem resistir solidariamente aos esforços solicitantes. Essa solidariedade é 
garantida pela aderência. 
 
 
 
 
 
VANTAGENS DO CONCRETO ARMADO 
 
Como material estrutural, o concreto apresenta várias vantagens em relação a outros 
materiais. Suas grandes vantagens são: 
 
• é moldável, permitindo grande variabilidade de formas e de concepções 
arquitetônicas; 
• apresenta boa resistência à maioria dos tipos de solicitação, desde que sejam 
feitos um correto dimensionamento e um adequado detalhamento das 
armaduras; 
• a estrutura é monolítica, fazendo com que todo o conjunto trabalhe quando a 
peça é solicitada; 
• baixo custo dos materiais; 
• baixo custo de mão-de-obra; 
• processos construtivos conhecidos e bem difundidos em quase todo o país; 
https://www.researchgate.net/publication/371227416_Aproveitamento_de_aguas_residuarias_e_pluviais_em_servicos_de_lavagem_automotiva
https://www.researchgate.net/publication/371227416_Aproveitamento_de_aguas_residuarias_e_pluviais_em_servicos_de_lavagem_automotiva
Projetos Estruturais III-18 
 
 
• o concreto é durável e protege a armação contra a corrosão; 
• os gastos de manutenção são reduzidos, desde que a estrutura seja bem 
projetada e adequadamente construída; 
• o concreto é pouco permeável à água, quando executado em boas condições de 
plasticidade, adensamento e cura; 
• é material seguro contra fogo, desde que a armadura seja convenientemente 
protegida pelo cobrimento; 
• é resistente a choques e vibrações, efeitos térmicos, atmosféricos e a desgastes 
mecânicos. 
• 
RESTRIÇÕES DO CONCRETO E ALTERNATIVAS 
 
O concreto apresenta algumas restrições.As principais são: 
 
• baixa resistência à tração; 
• fragilidade; 
• fissuração; 
• peso próprio elevado; 
• custo de formas para moldagem; 
• corrosão das armaduras. 
As alternativas ou providências que podem ser tomadas para suprir as deficiências (restrições) 
que o concreto apresenta são várias. 
Por exemplo, a baixa resistência à tração, a fragilidade e fissuração pode ser contornada com 
o uso correto de armadura de aço, com barras de aço adequadas e limitação do diâmetro das 
barras e da tensão na armadura. O uso de concretos com maior resistência à compressão é 
uma das maneiras de se conseguir peças de menores dimensões, aliviando o peso próprio 
das estruturas. 
A corrosão da armadura é prevenida com controle da fissuração e com o uso de adequado de 
cobrimento, cujo valor depende do grau de agressividade do ambiente em que a estrutura for 
construída. 
 
DEFINIÇÕES 
 
ESTRUTURA: É o conjunto dos elementos interligados de uma construção, que é estável para 
determinada carga, composto com a finalidade de receber e transmitir esforços. 
PEÇAS ESTRUTURAIS: em edifícios, os elementos estruturais principais são lajes, vigas, 
pilares e fundação. 
LAJES: são placas que, além das cargas permanentes, recebem as ações de uso e as 
transmitem para as vigas. Também tem a importante função de travar as vigas e pilares de um 
pavimento. 
VIGAS: são barras horizontais que delimitam as lajes, suportam paredes e recebem ações 
das lajes ou de outras vigas e as transmitem aos pilares. 
PILARES: são barras verticais que recebem as ações das vigas e dos andares superiores e 
transmitem para os elementos inferiores ou para a fundação. 
Projetos Estruturais III-18 
 
 
FUNDAÇÃO: são elementos que recebem os esforços da estrutura e as transferem para o 
solo. 
 
OBJETO DE ESTUDO 
Serão considerados edificações de pequeno porte aqueles com estruturas regulares 
muito simples, que apresentem: 
• até três pavimentos; 
• ausência de protensão; 
• cargas acidentais nunca superiores a 3kN/m²; 
• altura de pilares até 3m e distância entre pilares de 3 a 5m; 
• largura do lado menor de lajes (lx) de até 4m; 
• largura de balanços de até 1m; 
• sem consideração do efeito de vento sobre a estrutura. 
• 
CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO 
Este tópico tem por finalidade destacar as principais características e propriedades do material 
concreto, incluindo aspectos relacionados ao projeto estrutural. 
Classes de resistência 
O projeto de estrutura objetivo do nosso estudo, trabalhará com os concretos compreendidos 
nas classes de resistência do grupo I: 
 
 
Peso específico 
Para efeito de cálculo, pode-se adotar para o concreto simples o valor de 24 kN/m³ e para o 
concreto armado o valor de 25 kN/m³. Quando, em razão de traço especial, for determinado 
outro peso específico para o concreto simples, pode-se acrescentar 1 a 1,5 kN/m³, para se 
chegar ao peso específico do concreto armado. 
 
Resistência à compressão 
A resistência à compressão do concreto é a característica mecânica mais importante. A 
referência à resistência a compressão é designada por: 
• o fck = resistência característica, equivalente a fcj28. 
• o fcj = resistência a idade “j” dias. 
• o fcd = resistência de cálculo ou projeto, aplicado coeficiente de segurança. 
Projetos Estruturais III-18 
 
 
CARACTERÍSTICAS DOS AÇOS ESTRUTURAIS 
 
As armaduras usadas no concreto armado apresentam-se em forma de barras e fios. De 
acordo com as normas, as barras são produtos obtidos por laminação a quente e os fios são 
produtos obtidos por trefilação ou processo equivalente, p.ex., estiramento. 
 
 
 
 
 
 
Aspecto geométrico 
 
O aspecto geométrico das barras e dos fios é o de peças cilíndricas de seção circular. 
O valor arredondado, em milímetros, do diâmetro da seção transversal nominal das barras e 
dos fios, é denominado bitola (ф). 
 
As primeiras barras empregadas tinham a superfície lisa. São chamadas barras lisas. Quando 
se pensou em obterem-se aços de maior resistência com o intuito de diminuir-se o consumo 
de armadura, dois problemas tiveram que ser enfrentados: a limitação da fissuração do 
concreto e a melhoria das condições de aderência entre o aço e concreto. Surgiram, então, as 
barras com mossas ou saliências transversais também denominadas de barras de alta 
aderência. 
Projetos Estruturais III-18 
 
 
 
 
 
Fornecimento 
 
a) Comprimentos: o comprimento normal de fabricação das barras e dos fios é de 12 metros. 
A tolerância de fabricação nesse comprimento é de +/- 1%. É possível conseguirem-se 
comprimentos maiores (ou especiais), mas, para isso, deverá ser feita encomenda especial. 
 
b) Bitolas comerciais: as barras apresentam-se no mercado com as seguintes bitolas ф: 
 
Os fios apresentam-se no mercado com as seguintes bitolas ф: 
 
Projetos Estruturais III-18 
 
 
 
Tabela-padrão 
O quadro de valores na tabela abaixo é muito importante para o detalhamento das peças de 
concreto armado. Para elaboração dessa tabela foram utilizados os valores nominais, a saber: 
áreas das seções transversais, massas lineares (kg/m) e diâmetro das seções transversais. 
 
Para o cálculo das massas lineares, foi utilizado para a massa específica do aço o valor de 
7,85 kg/dm³. 
 
Classificação 
a) pela resistência característica (fyk): de acordo com o valor da resistência característica, os 
aços classificam-se em 3 categorias: CA-25, CA-50, CA-60. 
A sigla CA significa “concreto armado” e o número em seguida a ela é o valor da resistência 
característica de cada expresso em kgf/mm² ou kN/cm². 
 
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b) pelo processo de fabricação (fyk): de acordo com o processo de fabricação, os aços para o 
concreto estrutural classificam-se: 
• o CLASSE A (barras): CA-25, CA-50, fabricados por laminação a quente; 
• o CLASSE B (fios): CA-60, fabricados por trefilação, deformação a frio ou 
processo a frio. 
As barras de aço (classe A) são aquelas obtidas por laminação a quente, sem necessidade 
de posterior deformação a frio. Este tipo de aço possui escoamento definido caracterizado por 
patamar no diagrama tensão × deformação respectivo. Assim: 
 
Portanto, nos aços classe A, o limite de elasticidade (f0) e limite de escoamento real (fyk) 
coincidem (ponto A, da figura acima). 
Os fios de aço (classe B) são aqueles obtidos por deformação a frio (torção, compressão 
transversal, estiramento, trefilação, relaminação a frio). Este tipo de aço não possui 
escoamento definido no diagrama tensão × deformação. Possui, portanto, um limite de 
escoamento convencional definido por uma deformação específica permanente de 2‰. Assim: 
 
Portanto, nos aços classe B, o limite de elasticidade (f0, ponto A) não coincide com o limite de 
escoamento convencional (fyk, ponto B). 
 
 
RESUMO: 
Projetos Estruturais III-18

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