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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECONCÂVO DA BAHIA Centro de Ciências Agrárias, biológicas e Ambientais NÚCLEO DE ENGENHARIA DE ÁGUA E SOLO DISCIPLINA: CCA-035 Meteorologia e Climatologia Agrícola Orientador: Aureo Silva de Oliveira Cruz das Almas – Bahia, 08 de Dezembro de 2015 Temperatura de Superfícies Naturais e Fluxo de Calor João Guilherme Araújo Lima Engenheiro Agrônomo – UFC Mestre em Irrigação e Drenagem – UFERSA Doutorando em Engenharia Agrícola – UFRB 1 Objetivos 2 2. Relacionar a temperatura e fluxo de calor no solo com o balanço de radiação à superfície; 3. Caracterizar as propriedades térmicas do solo; 1. Destacar a importância da relação temperatura e fluxo de calor no solo vs. produção vegetal; 4. Estimar o fluxo de calor no solo; 5. Apresentar instrumentos para medição da temperatura e fluxo de calor no solo. No Exame de Qualificação o índice foi dividido em memorial, projeto de tese e relatório de andamento do projeto de tese. 2 Desenvolvimento 3 2. Temperatura e calor no solo vs. Produção vegetal 3. Balanço de radiação e Temperatura do solo 1. Generalidades; 4. Propriedades térmicas do solo 5. Estimativa da temperatura e fluxo de calor no solo 6. Instrumentos e medição de temperatura 7. Conclusões 8. Bibliografia recomendada No Exame de Qualificação o índice foi dividido em memorial, projeto de tese e relatório de andamento do projeto de tese. 3 A temperatura (T) é um indicador da disponibilidade de energia num meio material! Solo = fração sólida (areia, silte, argila, matéria orgânica) + fração água (solução do solo) + fração gasosa meio heterogêneo variabilidade temporal e espacial Solo (litosfera) sumidouro (sink) de energia durante o período diurno e fonte (source) para a superfície durante o período noturno. Armazena calor na primavera e verão e libera no outono e inverno. Fluxo de calor no solo, FCS (entrada e saída através da superfície) ocorre por condução transferência de energia molécula a molécula, sem deslocamento de massa. 1. Generalidades Importância ecológica e agronômica da T e FCS a atividade microbiana (fauna e flora) do solo e da água; a atividade e metabolismo de pequenos animais que vivem no solo e na água (peixes, crustáceos, etc.); a decomposição e mineralização da matéria orgânica; a biodegradação de pesticidas e compostos orgânicos; a germinação de sementes; o crescimento e desenvolvimento radicular; a absorção de água e nutrientes do solo pelas plantas; a movimentação de água e compostos diluídos no solo e do solo para as raízes; o efeito sobre a composição gasosa do solo; e a cobertura do solo (mulching). A T e o FCS relacionam-se com: 3. Balanço de radiação e temperatura do solo 6 ROC - ROL = RL = QE + QH + QG Saldo de radiação de ondas curtas Saldo de radiação de ondas longas Radiação líquida Fluxo de calor por condução e convecção para aquecimento/resfriamento do ar Fluxo de calor por convecção para evaporação da água Fluxo de calor por condução para aquecimento / resfriamento do solo 7 3. Balanço de radiação e temperatura do solo 7 8 3. Balanço de radiação e temperatura do solo Componente do balanço de energia Solo seco e nu Área vegetada QH/ RL 0,45 0,30 QE/ RL ≈ 0 0,70 QG/ RL 0,55 ≈ 0 Valores representativos no período diurno dos componentes do balanço de energia para uma área de solo seco e nu e para uma área de cultura sem deficiência de água e em fase de máximo desenvolvimento vegetativo (JURY et al., 1991). 8 9 3. Balanço de radiação e temperatura do solo Radiação (Wm2) Tempo (h) Saldo de radiação de ondas curtas, ROC Saldo de radiação de ondas longas, ROL RL < 0 RL > 0 ROC = ROL A B 9 10 3. Balanço de radiação e temperatura do solo Temperatura do solo Tempo (h) + – 0 superfície 5 cm A B Saldo de radiação, RL 10 11 3. Balanço de radiação e temperatura do solo Temperatura (oC) Tempo (horas) Variação da temperatura do solo no intervalo de 24 horas, a diferentes profundidades no perfil. 11 12 3. Balanço de radiação e temperatura do solo Perfil da temperatura do solo em diferentes instantes do dia. 12 13 3. Balanço de radiação e temperatura do solo Variação anual da temperatura do solo em região de clima temperado 13 14 4. Propriedades térmicas do solo Capacidade Calórica → Determina a relação entre a quantidade de calor fornecida a um corpo e a variação de temperatura observada neste. CC na base de peso → Calor específico gravimétrico (Cg) → J/kg oC CC na base de volume → Calor específico volumétrico (Cv) → J/dm3 oC Densidade = massa/volume (kg/dm3) Para qual substância a relação Cv = Cg é válida? Cg = Cv = 4,19 ∙ 103 14 Material mineral (areia, silte, argila) Material orgânico (húmus) Água Ar - Constituição (tipo) e proporção dos constituintes afetam o calor específico do solo. - Manejo do solo afeta o calor específico do solo → compactação, etc. Aumenta a capacidade calórica do solo Diminui a capacidade calórica do solo 4. Propriedades térmicas do solo Capacidade calórica do solo Umidade do solo O calor específico do solo é afetado principalmente pela umidade do solo. Adicionando-se água (substância com alto Cv) ao solo, na mesma proporção, um volume de ar (mistura com baixo Cv) é expulso do solo. O resultado é uma redução na sensibilidade térmica do solo (OKE, 1995). Cv(ar)=0,0012 MJ/m3oC Cv(agua)=4,19 MJ/m3oC 4. Propriedades térmicas do solo Determinando a capacidade calórica do solo (Cvs): m = constituinte mineral do solo o = constituinte orgânico do solo a = constituinte hídrico do solo f = fração C = calor específico volumétrico V = volume do constituinte na amostra Vt = volume total da amostra Cm = capacidade calórica do constituinte mineral do solo (1,93 MJ m-3 oC) Co = capacidade calórica do constituinte orgânico do solo (2,51 MJ m-3 oC) Ca = capacidade calórica do constituinte hídrico do solo (4,19 MJ m-3 oC) 4. Propriedades térmicas do solo Exemplo Prático 1) Determine a capacidade calórica de um solo hipotético, que possui o volume de poros igual a 49% do volume total, a matéria seca total com 97% em peso de matéria mineral (dm = 2,65 kg dm3) e 3% em peso de matéria orgânica (dmo = 1,3 kg dm3). A porcentagem de água (dag = 1,00 kg dm-3) contida no solo é de 15% em relação ao peso seco. 4. Propriedades térmicas do solo Condutividade térmica do solo (KS) medida da habilidade de um material ou meio em conduzir calor. Expressa a quantidade de calor (J) que flui através de uma área unitária (m2) do material/meio na unidade de tempo (s), se perpendicular a esta área existe um gradiente de 1 grau de temperatura. T+1 (K) Q (J) Δt=1 s T (K) 1 m2 1 m Portanto, Q é a condutividade térmica em unidades de: 4. Propriedades térmicas do solo 4. Propriedades térmicas do solo Condutividade térmica de materiais Fatores que afetam a condutividade térmica do solo: Solo de textura grossa (+ areia) Solo de textura média Solo de textura fina (+ argila) A condutividade térmica do solo diminui com o aumento da porosidade total! ? Aumento na proporção de macroporos. Solo arenoso (40% de poros): KS = 0,30 W/m K (seco) e 2,20 W/m K (saturado) Solo argiloso (40% de poros): KS = 0,25 W/m K (seco) e 1,58 W/m K (saturado) Solo orgânico (80% de poros): KS = 0,06 W/m K (seco) e 0,50 W/m K (saturado) 4. Propriedades térmicas do solo Condutividade térmica (W/m∙K) Teor de umidade (% base de peso) Textura grossa Textura média Textura fina Relação condutividade térmica e textura do solo, em diferentes teores de umidade no solo. 4. Propriedades térmicas do solo O fluxo de calor no solo por condução ocorre por diferença de temperatura (ΔT) e depende também da habilidade do meio em conduzir calor, ou seja, depende da condutividade térmica do solo. Z1 Z2 T1 T2 Atmosfera Solo QG O fluxo de calor no solo por condução ocorre no sentido oposto ao do gradiente de temperatura. 5. Estimativa da temperatura e fluxo de calor no solo Estimativa da temperatura e fluxo de calor no solo 23 Exemplo Prático 2) Considere o perfil de solo do “slide” anterior, no qual T1=38oC e T2=22oC, estando os pontos (1) e (2) a 40 e 65 cm de profundidade, respectivamente. O solo tem condutividade térmica igual a 0,45 J/s m K. Determine o módulo do fluxo de calor no solo e o sentido do fluxo. 5. Estimativa da temperatura e fluxo de calor no solo Esquema de um termômetro de solo (acima) de um termômetro de imersão (abaixo). 5. Estimativa da temperatura e fluxo de calor no solo 5. Estimativa da temperatura e fluxo de calor no solo 5. Estimativa da temperatura e fluxo de calor no solo Instrumentos e medição da temperatura do solo 28 Δz Z1 Z2 T1 T2 [ks] Se T1 > T2 então G de ① para ② Se T1 < T2 então G de ② para ① G ① ② Datalogger (processador e armazenador de dados) ks = condutividade térmica do solo Termopares Download dos dados para posterior análise Instrumentos e medição da temperatura do solo (www.ictinternational.com.au/middleton.htm) (www.hukseflux.com/thermalScience/heatFlux.html) Placas de fluxo de calor no solo: Fornecem o valor de QG OBRIGADO E ATÉ A NOSSA PRÓXIMA AULA! JOAOPIBE@GMAIL.COM
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