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MÉTODO SIMPLIFICADO PARA ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA PELOTAS-RS Matheus Pereira Gomes Raimundi1, Filliph Gomes Palma 2, Gustavo Berger Schaeffer3, Helizani Couto Bazame4, Daniel Althoff 5, Vinicius Mendes Rodrigues de Oliveira 5, Robson Argolo dos Santo6, Rafael Gomes Martins7, Igor Lopes de Faria8, Santos Henrique Brant Dias9, Rafael Gomes Martins10, Catariny Cabral Aleman11 1Discente de graduação Engenharia Agrícola e Ambiental - UFV. e-mail: matheuspgr@gmail.com; 2 Discente de graduação Engenharia Agrícola e Ambiental - UFV. e-mail: filliph.palma@gmail.com; 3 Discente de graduação Engenharia Agrícola e Ambiental - UFV. e-mail: gustavo.schaeffer@ufv.br; 4 Discente pós-graduação Engenharia Agrícola-UFV. e-mail: helizanicouto@gmail.com; 5 Discente pós- graduação Engenharia Agrícola-UFV. e-mail: daniel_althoff@hotmail.com; 6 Discente pós-graduação Engenharia Agrícola-UFV. e- mail: viniciusmro91@gmail.com; 7 Discente pós-graduação Engenharia Agrícola-UFV. e-mail: argolo.agro@gmail.com; 8 Discente pós- graduação Engenharia Agrícola-UFV. e-mail: rgomesmartins1@gmail.com; 9 Discente de graduação Engenharia Agrícola e Ambiental - UFV. e-mail: igorbenks@gmail.com; 10 Discente pós-graduação Engenharia Agrícola-UFV. e-mail: santosdiasagro@gmail.com; 11 Docente Departamento de Engenharia Agrícola-UFV. E-mail: catariny@ufv.br; RESUMO: A evapotranspiração de referência representa a quantidade de água evaporada do solo e da vegetação para a atmosfera. Sua determinação de forma precisa é de grande importância para determinar a lâmina exata de água a ser aplicada na irrigação e, consequente, manejo adequado da irrigação. Desse modo, o objetivo desse trabalho foi determinar coeficientes de ajuste dos métodos propostos por Priestley-Taylor e Hargreaves-Samani para determinação de evapotranspiração de referência, visando maior precisão em relação ao método padrão da FAO. Os dados utilizados nesse trabalho foram disponibilizados pelo Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa, os cálculos para determinação da evapotranspiração foram realizados através do software Clima®, analisados por meio de métodos estatísticos que avaliam: a tendências de subestimar ou superestimar valores, a correlação entre os métodos, a medida da magnitude média do erro através da diferença quadrática entre os dados estimados e observados, valor médio dos erros absolutos e o poder preditivo do modelo. O método de Priestley-Taylor apresentou valores próximos ao proposto por Penman-Monteith após o ajuste, enquanto o método Hargreaves-Samani apresentou valores discrepantes em relação ao método padrão, que foram minimizados após o ajuste. Sendo o método Hargreaves-Samani recomendado quando não for possível utilizar os métodos de Penman-Monteith e Priestley-Taylor, já que necessita somente dados de temperaturas máximas e mínimas locais. Palavras-Chave: balanço hídrico, estações meteorológicas, manejo de irrigação, métodos estatísticos. INTRODUÇÃO Com a recente preocupação com os gastos excessivos de água, o uso agrícola é responsável por 53% do consumo de água outorgável (ANA, 2014), a determinação exata da quantidade de água a ser aplicada na cultura é essencial para um manejo adequado, contribuindo para evitar desperdício. Uma vez que o método indicado como padrão pela Food and Agriculture Organization (FAO) (Penman-Monteith FAO56) exige grande quantidade e variedade de parâmetros de entrada para estimar os valores de evapotranspiração de referência, ele é considerado mais preciso ao se comparar com outros métodos (JUNIOR et al., 2011). Assim, o objetivo desse trabalho é, para a cidade de Pelotas, definir coeficientes de ajuste para os métodos de estimativa de evapotranspiração propostos por Priestley-Taylor e Hargreaves-Samani, comparando-os com o método padrão Penman-Monteith FAO56. MATERIAL E MÉTODOS Os dados climáticos forma obtidos da estação meteorológica de Pelotas-RS S; O) disponibilizados pelo Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa (BDMEP). Foram calculadas as evapotranspirações de referência pelos métodos de Penman-Monteith, Priestley-Taylor e Hargreaves-Samani utilizando o software Clima® do IAPAR e, posteriormente, plotados em gráficos para encontrar a correlação linear entre eles. Os dados da estimativa obtidos pelas equações de Priestley-Taylor e Hargreaves- Samani foram então corrigidos e seus desempenhos avaliados. As avaliações estatísticas foram realizadas com base em diferentes índices estatísticos que 80 apresentam diferentes objetivos de avaliação. O coeficiente de determinação (r²) indica o poder preditivo da sua reta de regressão associada entre duas variáveis. A raiz do erro quadrático médio (RMSE) fornece uma medida da magnitude média do erro através da diferença quadrática entre os dados estimados e observados. O erro médio absoluto (MAE) fornece um valor médio dos erros absolutos. Tanto o RMSE quanto o MAE RMSE confere um peso alto aos maiores desvios, evidenciando a presença de outliers, útil para apontar erros que são particularmente indesejáveis (WILKS, 2011; WILLMOTT; MATSUURA, 2005). O erro médio dos desvios (MBE) é indicando para visualizar as tendências de subestimativas ou superestimativas. Já o coeficiente de Nash-Sutcliffe (NSE) é usado para avaliar o poder preditivo do modelo, variando entre - onde 1 corresponde o ajuste perfeito entre os dados estimados pelo modelo com os dados medidos (MORIASI et al., 2007; WILLMOTT, 1982). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1 observam-se os índices estatísticos obtidos entre a correlação dos métodos de Priestley- Taylor/Penman-Monteith e Hargreaves-Samani/ Penman-Monteith. Figura 1. Os índices estatísticos. a-RMSE, b-MAE, c-NSE, d- MBE. Após os ajustes nota-se melhorias nos valores da Figura 1c, NSE, onde os obtidos pelo método de Priestley-Taylor aproximaram-se de 1, o que corresponde ao ajuste perfeito entre os dados, sendo os valores 0,786 antes do ajuste e 0,843 após enquanto o método de Hargreaves-Samani obteve 0,302 antes do ajuste e 0,466 depois. As Figuras 1a e 1b mostram a diminuição do erro em ambos métodos após o ajuste. Na figura 6, uma diminuição entre a diferença quadrática entre o esperado (método de Penman-Monteith) e o observado (métodos de Priestley-Taylor e Hargreaves-Samani) e, na figura 7, uma diminuição do erro absoluto de 0,088 mm.dia-1 no método de Priestley-Taylor e 0,057 mm.dia-1 no método de Hargreaves-Samani. Na Figura 2 pode-se observar a regressão linear e os respectivos coeficientes de calibração para cada método. Figura 2. a-Regressão entre evapotranspiração de referência de Priestley-Taylor e Penman-Monteith. b-Regressão entre evapotranspiração de referência de Hargreaves-Samani e Penman-Monteith. Analisando a correlação entre os métodos, a equação Hargreaves-Samani apresentou desempenho não muito diferente do Priestley-Taylor, por outro lado, o modelo Hargreaves-Samani e o método padrão apresentaram correlação de 0,466, muito diferente do Priestley-Taylor que foi de 0,951. Nota-se também no gráfico (Figuras 2) que os valores de r2 não alteraram após o ajuste, isso se deve ao fato de que o ajuste altera somente a posição da reta, e o seu coeficiente angular. Pode-se notar na Figura 1d que após o ajuste, os valores continuam sendo subestimados pela equação de Priestley-Taylor diferente da equação de Hargreaves-Samani que passou a subestimar e chegou próximo de 0. O modelo padrão da FAO é reconhecidamente preciso, porém exige grande quantidade de dados, e 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 Priestley-Taylor Hargreaves-Samani 0,671 1,213 0,575 1,06 RMSE Antes Depois a 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 Priestley-Taylor Hargreaves-Samani0,786 0,302 0,843 0,466 NSE Antes Depois c 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 Priestley-Taylor Hargreaves-Samani 0,605 0,934 0,517 0,877 MAE Antes Depois b -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 Priestley-Taylor Hargreaves-Samani 0,57 -0,419 0,478 7,6E-05 MBE Antes Depois d y = 0,9052x - 0,2388 R² = 0,9511 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 2 4 6 8 10 ET0 por Priestley-Taylor y = 0,7053x + 1,1583 R² = 0,4665 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 2 4 6 8 10 ET0 por Hargreaves-Samani a b 81 consequentemente maior aporte financeiro e técnico, e, uma vez que ambos nem sempre estão à disposição, há a necessidade de se calibrar métodos alternativos menos exigentes, como o de Priestley- Taylor que utiliza somente dados de radiação líquida e um fator de correção dependente da temperatura (PEREIRA; VILLA NOVA; SEDIYAMA, 1997), e do coeficiente psicométrico, e o método Hargreaves- Samani, que apesar de ser menos preciso, requer apenas dados de temperatura mínima e máxima da região, sendo viável para pequenos produtores gerenciarem suas áreas irrigadas. Os métodos alternativos tornam-se mais precisos e econômicos após a calibração. CONCLUSÕES OS métodos de Hargreaves-Samani e Priestley- Taylor apresentaram maior precisão após a calibração, proporcionando viabilidade na estimativa de evapotranspiração de referência para o município de Pelotas-RS, sendo o método de Priestley-Taylor considerado melhor método devido a precisão. AGRADECIMENTOS Aos membros do GESAI que contribuíram para realização deste trabalho. Ao CNPq e CAPES pelas bolsas concedidas aos co-autores do trabalho. REFERÊNCIAS ANA. Política Nacional de Irrigação impulsiona emissão de outorgas. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2014/01/politica- nacional-de-irrigacao-impulsiona-emissao-de-outorgas>. Acesso em: 2 nov. 2017. JUNIOR, E. G. C. et al. Métodos de estimativa da evapotranspiração de referência para as condições do semi árido Nordestino. Semina: Ciências Agrárias, v. 32, n. Suplp, p. 1699 1708, 6 dez. 2011. MORIASI, D. N. et al. Model evaluation guidelines for systematic quantification of accuracy in watershed simulations. Transactions of the ASABE, v. 50, n. 3, p. 885 900, 2007. WILKS, D. S. Statistical methods in the atmospheric sciences. Oxford; Waltham, MA: Academic Press, 2011. WILLMOTT, C. J. Some comments on the evaluation of model performance. Bulletin American Meteorological Society, v. 30, p. 1309 1310, 1982. WILLMOTT, C.; MATSUURA, K. Advantages of the mean absolute error (MAE) over the root mean square error (RMSE) in assessing average model performance. Climate Research, v. 30, p. 79 82, 2005. - PEREIRA, A.R.; VILLA NOVA, N.A.; SEDIYAMA, G. Evapo(transpi)ração. Piracicaba: FEALQ, 1997. 183 p 82
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