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Habilitação em Sutura para Enfermeiros Art. 1º – Autorizar ao Enfermeiro a realização de sutura simples, em pequenas lesões em ferimentos superficiais de pele, anexos e mucosas e a aplicação de anestésico local injetável, recomendando que seja estabelecido rotina ou protocolo aprovado na instituição de saúde. §1º Entende-se por sutura simples aquelas realizadas para a união da pele em feridas corto contusas acidentais e superficiais de pele e/ou estabilização externa de dispositivos sob a pele com utilização de fio e agulha. Os ferimentos superficiais são considerados aqueles ferimentos corto contusos abertos e limpos que atingem camadas da pele até a hipoderme. RESOLUÇÃO COFEN 731/2023 Este curso é uma criação exclusiva do Grupo Nobre e está protegido por direitos autorais. Conceitos Históricos das Suturas • Há 2,5 milhões de anos os nossos ancestrais descobriram as lascas. • Australopitecos fizeram ferramentas de pedra. • Homo sapiens tinham utensílios de pedra e ossos: as agulhas de fita. • Primeiros relatos de fechamento de feridas: Egito há 4000 anos. • Na Índia há relatos do uso dos ferrões de formigas negras. • Na Grécia, Celsus defendia a necessidade de limpar as feridas antes de suturar. • Na idade média, Albucasis (930-1013), foi o primeiro a utilizar fios nas suturas de intestino de vaca e cordeiro. • Ambroise Paré (1510-1590) substituiu a cauterização pela sutura com fios (não estéril). • Joseph Lister (1827-1912) usou o ácido carbólico para desinfecção de fios. • Teoria de Lister sobre antissepsia: fervura e do uso da autoclave. • Esterilização levou ao desenvolvimento de aventais, lençois, instrumentos e suturas estéreis. • 1940 os serviços de saúde usavam a esterilização e materiais estéreis. Anatomia e Fisiologia da Pele A pele é o maior órgão do corpo humano. Ela é formada por um epitélio estratificado de origem ectodérmica em contato com uma derme de tecido conjuntivo de origem mesenquimal. As suas principais funções são: • Proteção: rigidez (espessura) e melanina (UV); • Termorregulação: eliminação do suor e refrigeração; • Resposta imune: primeira linha de defesa; • Impermeabilidade: barreira à perda de água e substâncias; • Sensação: tato; • Excreção: glândulas écrinas (suor) excretam H2O, eletrólitos, HCO3, ureia, entre outros; • Endocrinometabólica: produção de vitamina D, testosterona, estronas, diidrotestosterona. A pele possui três camadas que são: epiderme, derme e hipoderme. Epiderme Epiderme: é a camada mais superficial da pele, constituída de epitélio pavimentoso estratificado queratinizado (queratinócitos). e a suas principais funções são proteção mecânica e contra irradiação ultravioleta e renovação da pele. A epiderme possui 5 camadas: • Camada basal • Camada espinhosa • Camada granulosa • Camada lúcida • Camada córnea As 5 Camadas da Epiderme CAMADA BASAL - mais interna próxima ao tecido conjuntivo da derme. Possui uma alta atividade mitótica que garante a renovação celular da pele. Além disso, a quantidade de queratina aumenta à medida em que os queranócitos migram para a superfície celular. CAMADA ESPINHOSA: possui algumas camadas de células bem coesas, unidas através dos desmossomos, que a conferem uma aparência de espinhos. A constituição desta camada permite que a epiderme seja resistente a atritos. CAMADA GRANULOSA: possui cerca de 5 fileiras de células achatadas que auxiliam na impermeabilização da epiderme através da formação de uma barreira. As 5 Camadas da Epiderme CAMADA LÚCIDA: última camada constituída de queratinócitos pavimentosos com núcleo citoqueratinizado e está presente nas regiões em que a pele é mais espessa (plantas e palmas) e nos lábios. CAMADA CÓRNEA: camada de células achatadas anucleadas, rica em queratina citoplasmática. Ela se descama continuamente, e os queratinócitos, ao chegarem nesta camada, se especializam (perdem núcleos e se achatam, uma barreira impermeável. Células da Epiderme Além dos queratinócitos, a epiderme apresenta outros três tipos de células: MELANÓCITOS: responsáveis pela síntese de grânulos (melanossomas) ricos em melanina. CÉLULAS DE LANGERHANS: originárias da medula óssea, possuem citoplasma claro, contendo os grânulos de Birbeck. São células dendríticas responsáveis pelo reconhecimento e apresentação de antígenos para linfócitos T. CÉLULAS DE MERKEL: encontram-se grânulos osmiófilos, contendo neurotransmissores liberados mediante pressão sobre a pele, atribuindo a esta célula a característica de receptor mecânico. Derme É a camada de tecido conjuntivo, abaixo da epiderme, no qual estão imersos os anexos cutâneos, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. A derme possui as chamadas papilas dérmicas, que são projeções da derme para a epiderme. É constituída de duas camadas: papilar e reticular. JUNÇÃO DERMOEPIDÉRMICA: É a zona de transição dermoepidérmica, produzida pelos queratinócitos basais e fibroblastos dérmicos. Essa região possui aspecto linear e eosinofílico e é composta por glicoproteínas, colágeno e fibras elásticas. CAMADA PAPILAR: Constituída de tecido conjuntivo frouxo, é a camada dérmica mais superficial, em contato com a membrana basal, formada por fibras colágenas mais finas e dispostas verticalmente. CAMADA RETICULAR: É a camada mais profunda, constituída por tecido conjuntivo denso, com feixes mais grossos de colágeno, ondulados e dispostos horizontalmente. Hipoderme É a camada mais profunda da pele, formada por lóbulos de adipócitos, o que a faz ser conhecida como panículo adiposo. A hipoderme confere à pele: • proteção mecânica (amortecedor de traumas) • termogênese (isolante térmico) • armazenamento de energia (depósito de calorias) • função endócrina (conversão periférica de hormônios sexuais). Estão presentes nesta camada, além de adipócitos, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Anexos Cutâneos GLÂNDULAS SEBÁCEAS: estruturas alveolares que desembocam no folículo piloso, ausentes em palmas e região plantar. Essas glândulas produzem o sebo, constituído de material lipídico GLÂNDULAS SUDORÍPARAS: São glândulas encontradas em menor quantidade por toda a pele, com exceção de algumas regiões, como os lábios. Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: écrinas e apócrinas. • Glândulas sudoríparas ÉCRINAS: Estas glândulas são tubulares enoveladas e estão por toda a superfície corpórea, exceto lábios, leito ungueal, pequenos lábios, glande e face interna do prepúcio. Elas secretam o suor, conferindo-a uma função termorreguladora. • Glândulas sudoríparas APÓCRINAS: São glândulas tubulares localizadas nas axilas, aréola e regiões pubiana ano genital. Sua secreção é mais viscosa e pode adquirir odor desagradável devido à ação de bactérias. FOLÍCULOS PILOSOS: São invaginações da epiderme que, em fase de crescimento, apresentam-se com uma dilatação terminal denominada bulbo piloso. A raiz do pelo é formada por células que revestem a papila dérmica. O folículo piloso constitui, juntamente com o músculo eretor do pelo e a glândula sebácea. PARECER Nº 15/2014/COFEN/CTLN. LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL DEFINIÇÃO DA PRÁTICA ANESTÉSICA. O parecer conclui que mediante a existência do Protocolo Institucional, capacidade profissional e prescrição médica, o enfermeiro habilitado à inserção do PICC poderá realizar o procedimento de anestesia local. Anestesia Local Anestésicos Locais • A anestesia local promove bloqueio da sensibilidade em determinada região do corpo por meio do uso de medicações chamadas de anestésico local. Seu uso pode ser tópico (gel, spray ou pomadas) ou por infiltração (injeção da medicação na pele e subcutâneo). • A anestesia local não priva a consciência do indivíduo. • O procedimento é realizado com a aplicação de lidocaína na pele ou tecidos subcutâneos, servindo como bloqueio da dor em diferentes técnicas, como suturas, punções de veias profundas, punções da lombar, biópsia,punção de líquido ascítico, entre outros. • Além disso, a anestesia local pode ser feita por meio de gel ou spray, como em endoscopias, onde o anestésico é aplicado na faringe, diminuindo o incômodo pela passagem do endoscópio. • Tecidos com inflamação e infecção impedem a ação efetiva da medicação por alterar o pH do local, portanto, a anestesia local pode não bloquear adequadamente a região. Anestésicos Locais Há um limite da quantidade de anestésico local que pode ser ministrado, ou seja, quando a dose segura é atingida, não se deve continuar o seu uso devido a toxicidade sistêmica da medicação. A dose máxima de lidocaína a 2% recomendada para o adulto é de 4,5 mg/kg, sem ultrapassar 300mg, criança é de 4,0 mg/kg, sem ultrapassar 150mg. RISCOS DA ANESTESIA LOCAL: Processos alérgicos ao anestésico local são extremamente raros. BENEFÍCIOS DA ANESTESIA LOCAL O principal benefício, quando não associado a outras técnicas anestésicas, é que os pacientes não necessitam de jejum e podem retomar as suas atividades em seguida ao seu uso. Técnica Anestésica na Sutura BLOQUEIO DO NERVO: é realizado uma injeção na proximidade do tronco principal do nervo responsável pela área que deseja anestesiar. BLOQUEIO DO CAMPO: é feito uma injeção na área que faz fronteira com o campo a anestesiar. TÓPICO: é realizada a aplicação de anestésico local em spray, solução ou creme para a pele ou mucosa. INFILTRAÇÃO LOCAL: é feita uma injeção direta ou em leque na área em que deseja anestesiar. Técnica Anestésica na Sutura UTILIZAR: • Seringas de 3ml, 5 ml ou 10 ml, dependerá a superfície a ser anestesiada; • Agulhas 18G ou 20G para aspirar o anestésico local do frasco; • Agulha subcutânea de 25G, 27G ou 30G, para aplicar o anestésico. • Aplique lentamente na pele e gradualmente, avance a agulha de forma gentil, mantendo uma pressão constante no êmbolo. Mantenha-se sempre alerta para a possibilidade de punção e injeção intravascular inadvertida. • A infiltração de anestésico deve ser suave para evitar dor. • Os anestésicos locais podem ser injetados por via intradérmica ou subcutânea. • A administração intradérmica produz uma elevação visível na pele, e o início de ação do anestésico é quase imediato. • Recomenda-se ministrar inicialmente o anestésico local em uma localização subcutânea (menos dolorosa) e depois tracionar a ponta da agulha para a injeção intradérmica. A administração subcutânea inicial reduz o desconforto da injeção intradérmica. Cuidados na Aplicação do Anestésico Realizar antissepsia da pele com álcool a 70%, clorexidina ou conforme normas institucionais; Inserir a agulha num ângulo de 15 ou 30 graus em um dos bordos do ferimento, e não na pele intacta, porque causa menos desconforto; Fazer uma pequena pausa após a entrada da agulha na pele, mantendo o estiramento da pele; Puxar o êmbolo da seringa para verificar se a ponta da agulha não está em localização intravascular; Aplicar o anestésico lentamente; A injeção intradérmica produz uma nodulação (botão anestésico) na pele ao ministrar o anestésico local, logo abaixo do centro da lesão. DEFINIÇÃO: Um ponto de sutura e/ou conjunto deles aplicado no tecido com o objetivo de aproximação, fixação, sustentação e/ou hemostasia auxiliando o processo de cicatrização. Sutura FINALIDADE: Sutura é o ato de unir ou costurar os tecidos de uma ferida ou incisão cirúrgica por meio de fios ou outros materiais específicos. Esse processo é realizado para promover a cicatrização adequada, fechando a ferida e mantendo os tecidos no lugar durante o processo de cicatrização. Os objetivos básicos de uma sutura são: • Evitar infecção da ferida • Restaurar a integridade dos tecidos • Promover a hemostasia • Diminuir o tempo de cicatrização • Favorecer um resultado estético Sutura Sutura Fases da cicatrização O processo de cicatrização corresponde a uma cascata de eventos que culminam com a reconstituição tecidual. Pode ser dividido em três fases: • Inflamatória • Regenerativa (proliferativa) • Maturação (ou de remodelamento). Sutura Fase Inflamatória É a primeira fase da cicatrização das feridas e acontece imediatamente após o surgimento da ferida e dura cerca de 3 dias. Nessa fase acontece uma vasoconstrição e a formação de coágulos, com a finalidade de impedir a perda de sangue. Esse processo realizado pelo corpo tem a finalidade de promover hemostasia. Características da fase inflamatória: • Vasoconstrição • Hemostasia • Vasodilatação • Sinais de inflamação com edema, eritema, calor e dor. Sutura Fase Proliferativa Ocorre após o fim da fase inflamatória sendo caracterizada pela migração de células epiteliais que estão na margem da feria para o centro da lesão, com objetivo de formar novos tecidos. Características da fase proliferativa: • Neoangiogênese (formação de novos vasos sanguíneos); • Fibroplasia (formação de colágeno pelos fibroblastos); • Epitelização (migram e de replicam via mitose, atravessa a ferida); • Contração (redução de parte ou de toda área da ferida aberta) Sutura Fase de Maturação Terceira fase da cicatrização e ocorre logo após o término da fase proliferativa, pode durar meses e até anos. É caracterizada pela deposição gradual e organizada de colágeno no novo tecido formado. Características da fase de maturação: • Reorganização das fibras de colágeno; • Maturação da cicatriz. SUTURA Sutura Ideal • Ausência de infecção; • Bordas regulares; • Boa hemostasia; • Ausência de tecido necrótico e espaços vazios da ferida que facilitam acumulo de secreção e maior reação inflamatória e/ou processo infeccioso; • Tecnica de execução perfeita; • Cicatrização adequada. “Na prática é um desafio a realização da sutura ideal porque, mesmo utilizando a melhor técnica, sempre haverá algo a ser melhorado”. Técnica Perfeita • Transfixar a mesma quantidade de tecido em ambas as bordas da ferida • Manter a tensão dos fios em todos os pontos com intensidade adequada de forma que garanta a correta aproximação das bordas da ferida • Não deixar o nó sobre a incisão • Observar as indicações precisas de posicionamento das bordas de acordo com o tecido que está sendo suturado • Suturar por planos anatômicos, por exemplo, derme com derme, hipoderme com hipoderme Sutura A melhor opção para restaurar a continuidade anatômica e funcional de um tecido é através da sutura. No entanto, existem situações especificas em que as suturas estão indicadas e contraindicadas. Sutura Indicações (ZOGBI et al, 2021): • Lesão profunda com exposição do tecido subcutâneo • Lesão com afastamento significativo de suas bordas • Ausência de tensão para o fechamento • Lesão em local de movimentação intensa Sutura • Lesão com sangramento controlado (hemostasia) • Feridas agudas sem contaminação grosseira ou infecção • Lesão ocorrida em: - até 6 a 8 horas (maior parte das feridas) - até 12 horas em regiões de maior vascularização Contraindicações • Infecção instalada ou contaminação grosseira da ferida; • Retenção de corpo estranho; • Escoriação simples; • Mordedura por mamíferos (avaliar – aproximação, pontos com distanciamento pelo menos 4 cm); Sutura • Perda grande de tecidos, havendo tensão para o fechamento; • Tempo prolongado entre o trauma e a avaliação: - Maior que 6 a 8 horas; - Maior que 10 a 12 horas em região de maior vascularização. • É possível suturar? • Como a lesão foi causada? • Qual é o tamanho da lesão? • Gravidade da lesão • Estruturas acometidas • Risco de infecção? • Alto ou baixo? • Quanto tempo? Sutura Antes de realizar a sutura: • Limpeza: realizar a limpeza da lesão com solução salina pressurizada • Assepsia adequada: clorexidina aquosa ou alcoólica ao redor da lesão • Usar material estéril: luvas, campo fenestrado e instrumental • Anestesia local • Emprego de agulhas e fios adequados • Executar a técnicacorretamente • Prevenir a ocorrência de isquemia e a presença de corpos estranhos Sutura IMPORTANTE: Clientes que sofreram mordidas ou lesões causadas por objetos de metal devem receber orientações sobre a importância da profilaxia contra a raiva e tétano, ou seja, tomar vacina. Para realizar a sutura é necessário: • Fio e agulhas adequados • Tração adequada • Sem tensão • Evitar nós sob a ferida • Simetria Sutura SUTURA Instrumentais para realizar a sutura Pinças usadas na confecção de pontos na pele do paciente: • Pinça atraumática = anatômica • Pinça traumática = dente de rato (também é usadas para testar a anestesia antes de iniciar a sutura) SUTURA Instrumentais para realizar a sutura Porta agulha Mathieu ou Hegar: é usado para a condução da agulha curva, instrumental protagonistas no procedimento e fundamental para a manipulação adequada do fio agulhado. SUTURA Instrumentais para realizar a sutura Tesoura cirúrgica: a tesoura cirúrgica Mayo reta romba-romba pode ser usada para desbridar e cortar tecidos mais densos, como fáscia e músculos. Utilizadas também para cortar fios cirúrgicos ou fios de sutura. Quanto a natureza: • Biológica • Sintética Quanto a absorção: • Absorvíveis • Inabsorvíveis Fios Cirúrgicos Quanto a estrutura: • Monofilamentar • Multifilamentar - Trançado - Torcido Quanto a reação tecidual: O tecido responde desencadeando uma inflamação que dura de 2 a 7 dias Fios Cirúrgicos O calibre dos fios pode variar de nº 0 até nº 12.0. Quanto menor o número de zeros, maior é o calibre do fio, portanto, um fio 2.0 é mais calibroso que o fio 4.0. É importante deixar isso claro, porque cada calibre do fio exerce uma tensão na sutura, sendo necessária a escolha do calibre adequado. É importante destacar que para cada calibre do fio, temos a sua aplicação, que são: • Oftalmologia e microcirurgia (7.0 a 12.0); • Face e vasos (6.0); • Face, pescoço e vasos (5.0); • Mucosa, tendão e pele- abdome e tronco (4.0); • Pele- extremidades e intestino (3.0); • Pele- extremidades, fáscia e vísceras (2.0); • Parede abdominal, fáscia e ortopedia (0 a 3). Fios Cirúrgicos Quanto ao tamanho Menor calibre Maior calibre SUTURA Fios Cirúrgicos Quanto a força de tensão: • força exigida para romper uma sutura; • varia de acordo com a espessura da sutura. Quanto a manuseabilidade: • Memória • Flexibilidade (elasticidade) • Resistência dos nós Fios Cirúrgicos Estrutura Física Monofilamentar: • Filamento único • Menos elasticidade Ex: Nylon, PDS Multifilamentar: • Reação tecidual maior • Mais fácil de manusear e flexível • Filamentos trançados ou torcidos • Mais propensos a infecção Ex: Catgut, vycril, algodão Fios Cirúrgicos ABSORVÍVEIS TEMPO NÃO ABSORÍVEIS Catgut simples 7-10 dias Algodão Catgut cromado 15-20 dias Nylon Vicryl® (Poliglactina 910) 2-3 meses Prolene (Polipropileno) Monocryl® (Poliglecaprone) 2-3 meses Aço inoxidável PDS® (Polidioxanona) 6 meses Seda Catgut simples • Biológico – filamentos processados de colágeno da submucosa do intestino de carneiro ou gado • Multifilamentos • Reação tecidual • Absorvível - Digeridos por enzimas orgânicas(3 a 5 dias) Fios Cirúrgicos Catgut cromado • Tratados por uma solução salina de cromo • Absorvível - Digeridos por enzimas orgânicas (7 a 10 dias) Poligliconato (Maxon) • Sintético – constituído por monômeros de gliconato • Pouca reação tecidual • Monofilamento – acumulo menor de bactérias • Absorvível - por hidrólise lenta (180 a 210 dias) • Alto custo Fios Cirúrgicos Polidioxanona (PDS) • Sintético • Pouca reação tecidual • Monofilamento • Boa resistência • Absorvível - por hidrólise lenta (180 dias) • Difícil manuseio Fios Cirúrgicos Ácido Poliglicólico (PGA) • Sintético – polimerização do ácido glicólico • Reação tecidual – mínima/inerte • Multifilamento • Boa resistência tração • Absorção lenta • Penetra nos tecidos sem grande fricção Fios Cirúrgicos Poliglactina 910 (Vicryl) • Sintético – polímeros de ácido glicólico (90%) e ácido láctico (10%) • Revestido por poliglactina e tricosan • Pouca reação tecidual – tricosan efetivo contra S. aureos • Mono ou Multifilamentado • Boa resistência tração • Absorção lenta por hidrolise – 56 a 70 dias Fios Cirúrgicos Algodão • Biológico – filamentos de algodão torcido ou trançado • Polycot – poliéster 70% e algodão 30% • Multifilamentar • Perda da tração – 6 meses • Reação tecidual significativa • Não absorvível Fios Cirúrgicos Seda • Biológico – filamentos de seda torcido ou trançado • Segurança do nó • Boa elasticidade • Multifilamentar • Reação tecidual significativa • Acumulo de bactérias • Não absorvível Fios Cirúrgicos Polipropileno (Prolene) • Sintético • Monofilamentar • Reação tecidual baixa • Alta resistência • Boa elasticidade • Menor proliferação de bactérias • Não absorvível Fios Cirúrgicos Poliamida (Nylon) • Sintético – derivado de poliamidas • Monofilamentar – mononylon • Multifilamentar - nurolon • Boa elasticidade e resistência • Pouca reação tecidual • O nó se desfaz facilmente • Não absorvível Fios Cirúrgicos Poliester • Sintético • Monofilamentar ou multifilamentar • Cobertos por teflon (tevdek) ou polibitilato (ethibond) • Boa elasticidade e resistência • Vários nós para uma boa fixação • Não absorvível Fios Cirúrgicos Agulhas Forma e comprimento TIPO DE FIO CARACTERÍSTICAS INDICAÇÃO Fio de sutura catgut simples Fio absorvível de origem animal preparado normalmente com uma parte do intestino de bovinos, caprinos, suínos ou ovinos. Indicado para procedimentos cirúrgicos em geral Fio de sutura catgut cromado Modelo absorvível, é tratado com cromo para fornecer maior resistência à absorção; Cirurgias oftalmológicas, ortopédicas, ginecológicas e gastrointestinais. Fio de sutura de nylon O fio cirúrgico de nylon não absorvível pode ser monofilamentado ou polifilamentado. É um dos tipos mais usados. Com grande elasticidade e resistência à água. Indicado para suturas dérmicas, ajudando na cicatrização de ferimentos leves. Fio de sutura de algodão Não é absorvido. De origem vegetal. Fechamento de incisões cirúrgicas e fechamento de pele, não sendo indicado para feridas com infecção; Fio de sutura de seda Não é absorvido. Com fácil manuseio e fixação, oferece boa resistência tênsil. indicado para realizar suturas em cirurgias cardiovasculares e odontológicas. O fio cirúrgico de seda não deve ser usado em ferimentos infectados; Fio de sutura vicryl ou ácido poligalático Fio sintético absorvível indicado para ligação de tecidos moles em geral, podendo ser usado em procedimentos oftalmológicos. Seu uso, porém, não é indicado para tecidos cardiovasculares e neurológicos; TIPO DE FIO CARACTERÍSTICAS INDICAÇÃO Fio de sutura de polipropileno origem sintética e não absorvível indicado para ser usado em incisões cirúrgicas em geral Fio de Sutura Polidioxanona (PDS) Absorvível indicado para anastomose intestinal e urológica. Modelo monofilamento e rígido, ele pode ser usado em feridas infectadas Fio de sutura de poliéster não absorvível indicado para uso em aproximação de tecidos, fechamento externo, cirurgias cardiovasculares, ortopédicas e neurológicas Fio de sutura poliglactina Absorvível tecidos moles, inclusive em procedimentos oftálmicos Fio de sutura poliglicólico Sintético e absorvível aproximação de tecidos moles em geral, exceto em cirurgias oftalmológicas, cardiovasculares e neurológicas Fio de sutura poliglecaprone Absorvido para coaptação ou laqueação de tecidos moles em geral TIPOS DE SUTURA – QUAL ESCOLHER? A sutura podem ser contínua ou descontínua Tipos de sutura: qual escolher? SUTURA DESCONTÍNUA Os fios são fixados separadamente, podendo variar a tensão de acordo com a necessidade em cada ponto. É considerada mais segura, já que o rompimento de umponto não inviabiliza toda a sutura. A sutura descontínua é menos isquemiante, confere maior permeabilidade à ferida e consegue força tensil maior e de modo mais rápido. Como desvantagens, possui uma elaboração mais lenta e trabalhosa do profissional de saúde. Tipos de sutura: qual escolher? SUTURA CONTÍNUA O fio é passado do início ao fim sem nenhuma interrupção. É uma sutura de execução mais rápida que a descontínua, sendo mais hemostática, tendo a mesma tensão em todo percurso da sutura. Para a sutura contínua, temos como desvantagens, ser estenosante, impermeável e o rompimento de um ponto pode comprometer toda a sutura feita no paciente. Além disso, a sutura contínua tem uma tendência a reduzir a microcirculação das bordas da ferida, prolongando a fase destrutiva da cicatrização e aumentando formação de edema local. Geralmente, é escolhido fios absorvíveis nas suturas contínuas. Tipos de sutura: ponto descontínuo (Ponto simples - ponto simples invertido - donatti ou u vertical - ponto em u horizontal ou colchoeiro - ponto em x) Ponto simples A técnica do ponto simples é relativamente simples e envolve passar a agulha através de uma borda da pele, depois através da outra borda, formando uma espécie de laço que é puxado suavemente para aproximar as bordas da ferida. Em seguida, o fio é amarrado para manter as bordas unidas. Esse processo é repetido até o fechamento de toda a ferida. Atenção para confecção dos nós: • Seguir sempre – 3, 2, 1; • Seguir sempre – por cima, por baixo, por cima; • Evitar deixar os nós sobre a incisão - evita necrose tecidual; • Realizar os pontos com distanciamento de 1 cm do outro, avaliar lesão. PONTO SIMPLES INTERROMPIDO (SEPARADO) • Pontos independentes • Se um ponto se romper, os demais permanecerão intactos • Pouco isquemiante • Permite o crescimento do tecido • Requer tempo para a confecção dos pontos • A retirada deve ser feita ponto a ponto Sutura Tipos de sutura: ponto descontínuo (Ponto simples - ponto simples invertido - donatti ou u vertical - ponto em u horizontal ou colchoeiro - ponto em x) Ponto simples invertido Variação do ponto simples, nesse ponto, o nó fica dentro do tecido. É um ponto de sustentação permanente que tem a finalidade de reduzir a tensão na linha da sutura. Tipos de sutura: ponto descontínuo (Ponto simples - ponto simples invertido - donatti ou u vertical - ponto em u horizontal ou colchoeiro - ponto em x) Ponto Donatti ou U vertical Mais versátil de todas as suturas, tanto pela praticidade quanto pela segurança. É a associação de dois pontos simples. Cada lado da borda é perfurado duas vezes. A primeira transfixação ocorre até 10 mm da borda e inclui pele e camada superior do subcutâneo. A segunda perfuração é trans-epidérmica, há cerca de 2 mm da borda. É também conhecido como longe-longe, perto-perto. Promove boa hemostasia, sendo mais utilizado quando há hemorragia subdermica e dérmica. Reduz a tensão e promove boa coaptação das bordas, evitando sua invaginação, entretanto, o resultado estético é inferior. Donatti – hemostasia, resultado estético é inferior, pele, músculos, fígado e baço Ponto em X - hemostasia ou aproximação, usado para sutura de músculos, fígado, baço, aponeuroses Sutura: outros tipos de pontos Pontos interrompidos (separados) Chuleio - boa hemostasia, utilizada em peritônio, músculos aponeurose e tela subcutânea Chuleio ancorado (continuo ancorado) - mais hemostática e menos elástica, usado em ferimentos traumáticos e áreas com alto índice de sangramento, por ex.: útero Sutura: outros tipos de pontos Pontos contínuos CHULEIO SIMPLES É iniciado como um ponto simples na extremidade da incisão, mas o primeiro ponto é amarrado, para que não se perca a tensão do fio com o decorrer da sutura. São realizados pontos em U simples, sem que o fio seja cortado, ou seja, um único fio é suficiente para todo o procedimento. Sutura com pontos contínuos Intradérmica - tem um ótimo resultado estético, muito utilizado pela cirurgia plástica Sutura: outros tipos de pontos Pontos contínuos Orientações pós sutura As orientações devem ser descritas no prontuário do paciente, realizadas verbalmente e por escrito. • Curativos: deve permanecer somente por 24 a 48 horas, não obrigatório após esse prazo; • Limpeza da região suturada com agua e sabão neutro; • Vacina antitetânica em casos de trauma, contaminação e validade vencida; • Atentar para complicações, por exemplo: infecção local, seroma, deiscência da sutura, sangramento, hematoma, prejuízo funcional, dor persistente. • Orientar retorno ao serviço de saúde em caso de dúvidas ou complicações; • Cuidados com a cicatrização, incluindo proteção contra a radiação solar; • Atenção com a dieta; • Utilizar laser terapia de baixa intensidade para auxiliar na cicatrização; • Agendar data e local para retirada de pontos. Orientações pós sutura: Retirada de pontos A remoção da sutura pode ser total ou parcial (alternadamente), cujas finalidades são: • Realizar limpeza da ferida cirúrgica; • Favorecer a drenagem de exsudato da ferida; • Favorecer a cicatrização da ferida prevenindo a infecção do sitio cirúrgico. • Prevenir complicações como infecção e reações ao fio de sutura; • Em geral, a remoção pode ser feita após 7 a 10 dias da sutura. Em suturas de face, podem ser retiradas precocemente e em suturas de membros inferiores, especialmente na região plantar, podem ser retirados tardiamente; • Observar cicatrização nos diabéticos. Instrumentais para realizar a sutura • Porta agulha – Hegar ou Mathieu • Pinça anatômica ou de Adson • Tesoura Retirada do Ponto Optimal time for suture removal Location Nº days Face 3-5 Scalp 7 Chest and extremities 8-10 High tension (joints, hands) 10-14 Back 10-14 Adapted from Management of lacerations in the emergency department. O. Capellan and J. Hollander Emergency Medicine Clinics of North America. Volume 21, Number 1, February 2023 Prática comum realizada pela equipe de enfermagem Materiais utilizados para a retirada dos pontos cirúrgicos: Retirada do Ponto • Bandeja não estéril • Mesa auxiliar • Ampola de SF 0,9% • Gaze estéril • Luvas de procedimento • Micropore • 1 pinça de dissecção anatômica • 1 tesoura cirúrgica Spencer • Luva estéril • 1 lâmina de bisturi número 21, 22, 23 ou 24 • Equipamentos de proteção individual O curso de Habilitação em sutura para enfermeiros MÉTODO DE ENSINO E CARGA HORÁRIA Composto por vídeos, discussões de casos clínicos, material de apoio, sendo 12 aulas divididas por 6 módulos. Todos os conteúdos digitais são liberados em até 48 horas após efetivação da inscrição. 10 horas de aulas on-line Grupo Nobre Educação SOBRE NÓS Promover o desenvolvimento do ser humano por meio da educação. Missão Ser uma organização de referência na área da educação, com ações que promovam a melhoria da qualidade de vida do ser humano. Visão Reconhecimento: colocamos as pessoas em primeiro lugar, porque elas são a força da nossa organização; Valores Nossas ações e relações são baseadas na verdade, integridade, honestidade, transparência, justiça e bem comum; Ética Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74 Slide 75