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Habilitação em
Sutura para
Enfermeiros
Art. 1º – Autorizar ao Enfermeiro a realização de sutura simples, em pequenas 
lesões em ferimentos superficiais de pele, anexos e mucosas e a aplicação de 
anestésico local injetável, recomendando que seja estabelecido rotina ou protocolo 
aprovado na instituição de saúde.
§1º Entende-se por sutura simples aquelas realizadas para a união da pele em 
feridas corto contusas acidentais e superficiais de pele e/ou estabilização externa 
de dispositivos sob a pele com utilização de fio e agulha.
Os ferimentos superficiais são considerados aqueles ferimentos corto contusos 
abertos e limpos que atingem camadas da pele até a hipoderme.
RESOLUÇÃO COFEN 731/2023
Este curso é uma criação exclusiva do Grupo Nobre e está protegido por direitos autorais.
Conceitos 
Históricos 
das Suturas
• Há 2,5 milhões de anos os nossos 
ancestrais descobriram as lascas.
• Australopitecos fizeram 
ferramentas de pedra.
• Homo sapiens tinham utensílios de 
pedra e ossos: as agulhas de fita.
• Primeiros relatos de fechamento de 
feridas: Egito há 4000 anos.
• Na Índia há relatos do uso dos ferrões 
de formigas negras.
• Na Grécia, Celsus defendia a 
necessidade de limpar as feridas 
antes de suturar.
• Na idade média, Albucasis (930-1013), 
foi o primeiro a utilizar fios nas 
suturas de intestino de vaca e 
cordeiro.
• Ambroise Paré (1510-1590) substituiu a 
cauterização pela sutura com fios (não estéril).
• Joseph Lister (1827-1912) usou o ácido carbólico 
para desinfecção de fios.
• Teoria de Lister sobre antissepsia: fervura e do 
uso da autoclave.
• Esterilização levou ao desenvolvimento de 
aventais, lençois, instrumentos e suturas 
estéreis.
• 1940 os serviços de saúde usavam a 
esterilização e materiais estéreis.
Anatomia e Fisiologia da Pele
A pele é o maior órgão do corpo humano. Ela é formada por um epitélio estratificado de origem 
ectodérmica em contato com uma derme de tecido conjuntivo de origem mesenquimal. As suas 
principais funções são:
• Proteção: rigidez (espessura) e melanina (UV);
• Termorregulação: eliminação do suor e refrigeração;
• Resposta imune: primeira linha de defesa;
• Impermeabilidade: barreira à perda de água e substâncias;
• Sensação: tato;
• Excreção: glândulas écrinas (suor) excretam H2O, eletrólitos, HCO3, ureia, entre outros;
• Endocrinometabólica: produção de vitamina D, testosterona, estronas, diidrotestosterona.
A pele possui três camadas que são: epiderme, derme e hipoderme.
Epiderme
Epiderme: é a camada mais superficial da pele, constituída de 
epitélio pavimentoso estratificado queratinizado (queratinócitos). e a 
suas principais funções são proteção mecânica e contra irradiação 
ultravioleta e renovação da pele.
A epiderme possui 5 camadas:
• Camada basal
• Camada espinhosa
• Camada granulosa
• Camada lúcida
• Camada córnea
As 5 Camadas da Epiderme
CAMADA BASAL - mais interna próxima ao tecido conjuntivo da derme. Possui uma alta 
atividade mitótica que garante a renovação celular da pele. Além disso, a quantidade de 
queratina aumenta à medida em que os queranócitos migram para a superfície celular.
CAMADA ESPINHOSA: possui algumas camadas de 
células bem coesas, unidas através dos desmossomos, 
que a conferem uma aparência de espinhos. A 
constituição desta camada permite que a epiderme 
seja resistente a atritos.
CAMADA GRANULOSA: possui cerca de 5 fileiras de 
células achatadas que auxiliam na impermeabilização 
da epiderme através da formação de uma barreira.
As 5 Camadas da Epiderme
CAMADA LÚCIDA: última camada constituída de 
queratinócitos pavimentosos com núcleo 
citoqueratinizado e está presente nas regiões em que a 
pele é mais espessa (plantas e palmas) e nos lábios.
CAMADA CÓRNEA: camada de células achatadas 
anucleadas, rica em queratina citoplasmática. Ela se 
descama continuamente, e os queratinócitos, ao 
chegarem nesta camada, se especializam (perdem 
núcleos e se achatam, uma barreira impermeável.
Células da Epiderme
Além dos queratinócitos, a epiderme apresenta outros três tipos de células:
MELANÓCITOS: responsáveis pela síntese de grânulos (melanossomas) ricos em 
melanina.
CÉLULAS DE LANGERHANS: originárias da medula óssea, possuem citoplasma claro, 
contendo os grânulos de Birbeck. São células dendríticas responsáveis pelo 
reconhecimento e apresentação de antígenos para linfócitos T.
CÉLULAS DE MERKEL: encontram-se grânulos osmiófilos, contendo 
neurotransmissores liberados mediante pressão sobre a pele, atribuindo a esta 
célula a característica de receptor mecânico.
Derme
É a camada de tecido conjuntivo, abaixo da epiderme, no qual estão imersos os 
anexos cutâneos, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. A derme possui as 
chamadas papilas dérmicas, que são projeções da derme para a epiderme. É 
constituída de duas camadas: papilar e reticular.
JUNÇÃO DERMOEPIDÉRMICA: É a zona de transição dermoepidérmica, produzida 
pelos queratinócitos basais e fibroblastos dérmicos. Essa região possui aspecto 
linear e eosinofílico e é composta por glicoproteínas, colágeno e fibras elásticas.
CAMADA PAPILAR: Constituída de tecido conjuntivo frouxo, é a 
camada dérmica mais superficial, em contato com a membrana 
basal, formada por fibras colágenas mais finas e dispostas 
verticalmente.
CAMADA RETICULAR: É a camada mais profunda, constituída por 
tecido conjuntivo denso, com feixes mais grossos de colágeno, 
ondulados e dispostos horizontalmente.
Hipoderme
É a camada mais profunda da pele, formada por lóbulos de 
adipócitos, o que a faz ser conhecida como panículo 
adiposo. 
A hipoderme confere à pele:
• proteção mecânica (amortecedor de traumas)
• termogênese (isolante térmico)
• armazenamento de energia (depósito de calorias)
• função endócrina (conversão periférica de hormônios 
sexuais).
Estão presentes nesta camada, além de adipócitos, vasos 
sanguíneos, vasos linfáticos e nervos.
Anexos Cutâneos
GLÂNDULAS SEBÁCEAS: estruturas alveolares que desembocam no folículo piloso, ausentes em palmas e região plantar. 
Essas glândulas produzem o sebo, constituído de material lipídico
GLÂNDULAS SUDORÍPARAS: São glândulas encontradas em menor quantidade por toda a pele, com exceção de 
algumas regiões, como os lábios. Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: écrinas e apócrinas.
• Glândulas sudoríparas ÉCRINAS: Estas glândulas são tubulares enoveladas e estão por toda a superfície corpórea, 
exceto lábios, leito ungueal, pequenos lábios, glande e face interna do prepúcio. Elas secretam o suor, conferindo-a 
uma função termorreguladora.
• Glândulas sudoríparas APÓCRINAS: São glândulas tubulares localizadas nas axilas, aréola e regiões pubiana ano 
genital. Sua secreção é mais viscosa e pode adquirir odor desagradável devido à ação de bactérias.
FOLÍCULOS PILOSOS: São invaginações da epiderme que, em fase de crescimento, apresentam-se com uma dilatação 
terminal denominada bulbo piloso. A raiz do pelo é formada por células que revestem a papila dérmica. O folículo piloso 
constitui, juntamente com o músculo eretor do pelo e a glândula sebácea.
PARECER Nº 15/2014/COFEN/CTLN.
LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL DEFINIÇÃO DA 
PRÁTICA ANESTÉSICA. O parecer conclui que 
mediante a existência do Protocolo Institucional, 
capacidade profissional e prescrição médica, o 
enfermeiro habilitado à inserção do PICC poderá 
realizar o procedimento de anestesia local.
Anestesia
Local
Anestésicos Locais
• A anestesia local promove bloqueio da sensibilidade em determinada região do corpo por meio do 
uso de medicações chamadas de anestésico local. Seu uso pode ser tópico (gel, spray ou pomadas) 
ou por infiltração (injeção da medicação na pele e subcutâneo).
• A anestesia local não priva a consciência do indivíduo.
• O procedimento é realizado com a aplicação de lidocaína na pele ou tecidos subcutâneos, servindo 
como bloqueio da dor em diferentes técnicas, como suturas, punções de veias profundas, punções da 
lombar, biópsia,punção de líquido ascítico, entre outros.
• Além disso, a anestesia local pode ser feita por meio de gel ou spray, como em endoscopias, onde o 
anestésico é aplicado na faringe, diminuindo o incômodo pela passagem do endoscópio.
• Tecidos com inflamação e infecção impedem a ação efetiva da medicação por alterar o pH do local, 
portanto, a anestesia local pode não bloquear adequadamente a região.
Anestésicos Locais
Há um limite da quantidade de anestésico local que pode ser 
ministrado, ou seja, quando a dose segura é atingida, não se 
deve continuar o seu uso devido a toxicidade sistêmica da 
medicação.
A dose máxima de lidocaína a 2% recomendada para o 
adulto é de 4,5 mg/kg, sem ultrapassar 300mg, criança é de 
4,0 mg/kg, sem ultrapassar 150mg.
RISCOS DA ANESTESIA LOCAL: 
Processos alérgicos ao anestésico 
local são extremamente raros.
BENEFÍCIOS DA ANESTESIA LOCAL
O principal benefício, quando não 
associado a outras técnicas 
anestésicas, é que os pacientes não 
necessitam de jejum e podem 
retomar as suas atividades em 
seguida ao seu uso.
Técnica Anestésica
na Sutura
BLOQUEIO DO NERVO: é realizado uma injeção na proximidade 
do tronco principal do nervo responsável pela área que deseja 
anestesiar.
BLOQUEIO DO CAMPO: é feito uma injeção na área que faz 
fronteira com o campo a anestesiar.
TÓPICO: é realizada a aplicação de anestésico local em spray, 
solução ou creme para a pele ou mucosa.
INFILTRAÇÃO LOCAL: é feita uma 
injeção direta ou em leque na 
área em que deseja anestesiar.
Técnica Anestésica na Sutura
UTILIZAR:
• Seringas de 3ml, 5 ml ou 10 ml, dependerá a superfície a ser anestesiada;
• Agulhas 18G ou 20G para aspirar o anestésico local do frasco;
• Agulha subcutânea de 25G, 27G ou 30G, para aplicar o anestésico.
• Aplique lentamente na pele e gradualmente, avance a agulha de forma gentil, mantendo uma pressão constante no 
êmbolo. Mantenha-se sempre alerta para a possibilidade de punção e injeção intravascular inadvertida.
• A infiltração de anestésico deve ser suave para evitar dor.
• Os anestésicos locais podem ser injetados por via intradérmica ou subcutânea.
• A administração intradérmica produz uma elevação visível na pele, e o início de ação do anestésico é quase imediato.
• Recomenda-se ministrar inicialmente o anestésico local em uma localização subcutânea (menos dolorosa) e depois 
tracionar a ponta da agulha para a injeção intradérmica. A administração subcutânea inicial reduz o desconforto da 
injeção intradérmica.
Cuidados na Aplicação 
do Anestésico
Realizar antissepsia da pele com álcool a 70%, clorexidina ou conforme normas 
institucionais;
Inserir a agulha num ângulo de 15 ou 30 graus em um dos bordos do ferimento, e 
não na pele intacta, porque causa menos desconforto;
Fazer uma pequena pausa após a entrada da agulha na pele, mantendo o 
estiramento da pele;
Puxar o êmbolo da seringa para verificar se a ponta da agulha não está em 
localização intravascular;
Aplicar o anestésico lentamente;
A injeção intradérmica produz uma nodulação (botão anestésico) na pele ao 
ministrar o anestésico local, logo abaixo do centro da lesão.
DEFINIÇÃO: Um ponto de sutura e/ou conjunto deles aplicado no tecido com 
o objetivo de aproximação, fixação, sustentação e/ou hemostasia 
auxiliando o processo de cicatrização. 
Sutura
FINALIDADE: Sutura é o ato de unir ou costurar os tecidos de uma ferida ou 
incisão cirúrgica por meio de fios ou outros materiais específicos. Esse 
processo é realizado para promover a cicatrização adequada, fechando a 
ferida e mantendo os tecidos no lugar durante o processo de cicatrização. 
Os objetivos básicos de uma sutura são:
• Evitar infecção da ferida
• Restaurar a integridade dos tecidos
• Promover a hemostasia
• Diminuir o tempo de cicatrização
• Favorecer um resultado estético
Sutura
Sutura
Fases da cicatrização
O processo de cicatrização corresponde a uma 
cascata de eventos que culminam com a reconstituição 
tecidual. Pode ser dividido em três fases: 
• Inflamatória
• Regenerativa (proliferativa) 
• Maturação (ou de remodelamento).
Sutura
Fase Inflamatória
É a primeira fase da cicatrização das feridas e acontece imediatamente 
após o surgimento da ferida e dura cerca de 3 dias. Nessa fase acontece 
uma vasoconstrição e a formação de coágulos, com a finalidade de 
impedir a perda de sangue. Esse processo realizado pelo corpo tem a 
finalidade de promover hemostasia.
Características da fase inflamatória:
• Vasoconstrição
• Hemostasia
• Vasodilatação
• Sinais de inflamação com edema, eritema, calor e dor.
Sutura
Fase Proliferativa
Ocorre após o fim da fase inflamatória sendo caracterizada pela migração 
de células epiteliais que estão na margem da feria para o centro da lesão, 
com objetivo de formar novos tecidos.
Características da fase proliferativa:
• Neoangiogênese (formação de novos vasos sanguíneos);
• Fibroplasia (formação de colágeno pelos fibroblastos);
• Epitelização (migram e de replicam via mitose, atravessa a ferida);
• Contração (redução de parte ou de toda área da ferida aberta)
Sutura
Fase de Maturação
Terceira fase da cicatrização e ocorre logo após o término 
da fase proliferativa, pode durar meses e até anos.
É caracterizada pela deposição gradual e organizada de 
colágeno no novo tecido formado.
Características da fase de maturação:
• Reorganização das fibras de colágeno;
• Maturação da cicatriz.
SUTURA
Sutura Ideal
• Ausência de infecção;
• Bordas regulares;
• Boa hemostasia;
• Ausência de tecido necrótico e espaços vazios 
da ferida que facilitam acumulo de secreção e 
maior reação inflamatória e/ou processo 
infeccioso;
• Tecnica de execução perfeita;
• Cicatrização adequada.
“Na prática é um desafio 
a realização da sutura 
ideal porque, mesmo 
utilizando a melhor 
técnica, sempre haverá 
algo a ser melhorado”.
Técnica Perfeita
• Transfixar a mesma quantidade de tecido em ambas as bordas da ferida
• Manter a tensão dos fios em todos os pontos com intensidade adequada de 
forma que garanta a correta aproximação das bordas da ferida
• Não deixar o nó sobre a incisão
• Observar as indicações precisas de posicionamento das bordas de acordo 
com o tecido que está sendo suturado
• Suturar por planos anatômicos, por exemplo, derme com derme, hipoderme 
com hipoderme
Sutura
A melhor opção para restaurar a continuidade anatômica e funcional 
de um tecido é através da sutura. No entanto, existem situações especificas 
em que as suturas estão indicadas e contraindicadas.
Sutura
Indicações (ZOGBI et al, 2021):
• Lesão profunda com exposição do 
tecido subcutâneo
• Lesão com afastamento 
significativo de suas bordas
• Ausência de tensão para o 
fechamento
• Lesão em local de movimentação 
intensa
Sutura
• Lesão com sangramento controlado 
(hemostasia)
• Feridas agudas sem contaminação grosseira 
ou infecção
• Lesão ocorrida em:
- até 6 a 8 horas (maior parte das feridas)
- até 12 horas em regiões de maior vascularização
Contraindicações
• Infecção instalada ou 
contaminação grosseira da ferida;
• Retenção de corpo estranho;
• Escoriação simples;
• Mordedura por mamíferos (avaliar –
aproximação, pontos com 
distanciamento pelo menos 4 cm);
Sutura
• Perda grande de tecidos, havendo tensão 
para o fechamento;
• Tempo prolongado entre o trauma e a 
avaliação:
- Maior que 6 a 8 horas;
- Maior que 10 a 12 horas em região de maior 
vascularização.
• É possível suturar?
• Como a lesão foi causada?
• Qual é o tamanho da lesão?
• Gravidade da lesão
• Estruturas acometidas
• Risco de infecção?
• Alto ou baixo?
• Quanto tempo?
Sutura
Antes de realizar a sutura:
• Limpeza: realizar a limpeza da lesão com solução salina pressurizada
• Assepsia adequada: clorexidina aquosa ou alcoólica ao redor da lesão
• Usar material estéril: luvas, campo fenestrado e instrumental
• Anestesia local
• Emprego de agulhas e fios adequados
• Executar a técnicacorretamente
• Prevenir a ocorrência de isquemia e a presença de corpos estranhos
Sutura
IMPORTANTE: Clientes que sofreram mordidas ou lesões causadas por objetos de metal 
devem receber orientações sobre a importância da profilaxia contra a raiva e tétano, ou 
seja, tomar vacina.
Para realizar a sutura é necessário:
• Fio e agulhas adequados
• Tração adequada
• Sem tensão
• Evitar nós sob a ferida
• Simetria
Sutura
SUTURA
Instrumentais para 
realizar a sutura
Pinças usadas na confecção de pontos 
na pele do paciente:
• Pinça atraumática = anatômica 
• Pinça traumática = dente de rato 
(também é usadas para testar a 
anestesia antes de iniciar a sutura)
SUTURA
Instrumentais para 
realizar a sutura
Porta agulha Mathieu ou Hegar: é 
usado para a condução da agulha 
curva, instrumental protagonistas no 
procedimento e fundamental para a 
manipulação adequada do fio 
agulhado.
SUTURA
Instrumentais para 
realizar a sutura
Tesoura cirúrgica: a tesoura cirúrgica 
Mayo reta romba-romba pode ser usada 
para desbridar e cortar tecidos mais 
densos, como fáscia e músculos. 
Utilizadas também para cortar fios 
cirúrgicos ou fios de sutura.
Quanto a 
natureza:
• Biológica
• Sintética 
Quanto a 
absorção:
• Absorvíveis
• Inabsorvíveis
Fios Cirúrgicos
Quanto a estrutura:
• Monofilamentar
• Multifilamentar
- Trançado
- Torcido
Quanto a reação tecidual: O 
tecido responde 
desencadeando uma 
inflamação que dura de 2 a 7 
dias
Fios Cirúrgicos
O calibre dos fios pode variar de nº 0 até nº 12.0. Quanto menor o número de zeros, maior é 
o calibre do fio, portanto, um fio 2.0 é mais calibroso que o fio 4.0. É importante deixar isso 
claro, porque cada calibre do fio exerce uma tensão na sutura, sendo necessária a 
escolha do calibre adequado.
É importante destacar que para cada calibre do fio, temos a sua aplicação, que são:
• Oftalmologia e microcirurgia (7.0 a 12.0);
• Face e vasos (6.0);
• Face, pescoço e vasos (5.0);
• Mucosa, tendão e pele- abdome e tronco (4.0);
• Pele- extremidades e intestino (3.0);
• Pele- extremidades, fáscia e vísceras 
(2.0);
• Parede abdominal, fáscia e 
ortopedia (0 a 3).
Fios Cirúrgicos
Quanto ao tamanho
Menor calibre Maior calibre
SUTURA
Fios Cirúrgicos
Quanto a força de tensão:
• força exigida para romper uma sutura;
• varia de acordo com a espessura da 
sutura.
Quanto a manuseabilidade:
• Memória
• Flexibilidade (elasticidade)
• Resistência dos nós
Fios Cirúrgicos
Estrutura Física
Monofilamentar:
• Filamento único
• Menos elasticidade
Ex: Nylon, PDS
Multifilamentar:
• Reação tecidual maior
• Mais fácil de manusear e flexível
• Filamentos trançados ou torcidos
• Mais propensos a infecção
Ex: Catgut, vycril, algodão
Fios Cirúrgicos
ABSORVÍVEIS TEMPO NÃO ABSORÍVEIS
Catgut simples 7-10 dias Algodão
Catgut cromado 15-20 dias Nylon
Vicryl® (Poliglactina 910) 2-3 meses Prolene (Polipropileno)
Monocryl® (Poliglecaprone) 2-3 meses Aço inoxidável
PDS® (Polidioxanona) 6 meses Seda
Catgut simples
• Biológico – filamentos processados de colágeno 
da submucosa do intestino de carneiro ou gado
• Multifilamentos
• Reação tecidual
• Absorvível - Digeridos por enzimas
orgânicas(3 a 5 dias)
Fios Cirúrgicos
Catgut cromado
• Tratados por uma solução 
salina de cromo
• Absorvível - Digeridos por 
enzimas orgânicas (7 a 10 dias)
Poligliconato (Maxon)
• Sintético – constituído por monômeros de 
gliconato
• Pouca reação tecidual
• Monofilamento – acumulo menor de bactérias
• Absorvível - por hidrólise lenta (180 a 210 dias)
• Alto custo
Fios Cirúrgicos
Polidioxanona (PDS)
• Sintético
• Pouca reação tecidual
• Monofilamento
• Boa resistência
• Absorvível - por hidrólise lenta (180 dias)
• Difícil manuseio
Fios Cirúrgicos
Ácido Poliglicólico (PGA)
• Sintético – polimerização do ácido glicólico
• Reação tecidual – mínima/inerte
• Multifilamento
• Boa resistência tração
• Absorção lenta
• Penetra nos tecidos sem grande fricção
Fios Cirúrgicos
Poliglactina 910 (Vicryl)
• Sintético – polímeros de ácido glicólico (90%) e 
ácido láctico (10%)
• Revestido por poliglactina e tricosan
• Pouca reação tecidual – tricosan efetivo contra S. 
aureos 
• Mono ou Multifilamentado
• Boa resistência tração
• Absorção lenta por hidrolise – 56 a 70 dias
Fios Cirúrgicos
Algodão
• Biológico – filamentos de algodão 
torcido ou trançado
• Polycot – poliéster 70% e algodão 30%
• Multifilamentar
• Perda da tração – 6 meses
• Reação tecidual significativa
• Não absorvível
Fios Cirúrgicos
Seda
• Biológico – filamentos de seda torcido 
ou trançado
• Segurança do nó
• Boa elasticidade
• Multifilamentar
• Reação tecidual significativa
• Acumulo de bactérias
• Não absorvível
Fios Cirúrgicos
Polipropileno (Prolene)
• Sintético 
• Monofilamentar
• Reação tecidual baixa
• Alta resistência
• Boa elasticidade
• Menor proliferação de bactérias
• Não absorvível
Fios Cirúrgicos
Poliamida (Nylon)
• Sintético – derivado de poliamidas
• Monofilamentar – mononylon
• Multifilamentar - nurolon
• Boa elasticidade e resistência
• Pouca reação tecidual
• O nó se desfaz facilmente
• Não absorvível
Fios Cirúrgicos
Poliester
• Sintético
• Monofilamentar ou multifilamentar
• Cobertos por teflon (tevdek) ou 
polibitilato (ethibond)
• Boa elasticidade e resistência
• Vários nós para uma boa fixação
• Não absorvível
Fios Cirúrgicos
Agulhas
Forma e comprimento
TIPO DE FIO CARACTERÍSTICAS INDICAÇÃO
Fio de sutura 
catgut simples
Fio absorvível de origem animal preparado 
normalmente com uma parte do intestino de bovinos, 
caprinos, suínos ou ovinos. 
Indicado para procedimentos cirúrgicos em geral
Fio de sutura 
catgut cromado
Modelo absorvível, é tratado com cromo para fornecer 
maior resistência à absorção;
Cirurgias oftalmológicas, ortopédicas, ginecológicas e 
gastrointestinais.
Fio de sutura de 
nylon
O fio cirúrgico de nylon não absorvível pode ser 
monofilamentado ou polifilamentado. É um dos tipos 
mais usados. Com grande elasticidade e resistência à 
água.
Indicado para suturas dérmicas, ajudando na cicatrização de 
ferimentos leves.
Fio de sutura de 
algodão Não é absorvido. De origem vegetal. Fechamento de incisões cirúrgicas e fechamento de pele, 
não sendo indicado para feridas com infecção;
Fio de sutura de 
seda
Não é absorvido. Com fácil manuseio e fixação, oferece 
boa resistência tênsil.
indicado para realizar suturas em cirurgias cardiovasculares 
e odontológicas. O fio cirúrgico de seda não deve ser usado 
em ferimentos infectados;
Fio de sutura 
vicryl ou ácido 
poligalático
Fio sintético absorvível
indicado para ligação de tecidos moles em geral, podendo 
ser usado em procedimentos oftalmológicos. Seu uso, porém, 
não é indicado para tecidos cardiovasculares e neurológicos;
TIPO DE FIO CARACTERÍSTICAS INDICAÇÃO
Fio de sutura de 
polipropileno origem sintética e não absorvível indicado para ser usado em incisões cirúrgicas em geral
Fio de Sutura 
Polidioxanona
(PDS)
Absorvível indicado para anastomose intestinal e urológica. Modelo monofilamento e rígido, 
ele pode ser usado em feridas infectadas
Fio de sutura de 
poliéster não absorvível
indicado para uso em aproximação de tecidos, fechamento externo, cirurgias 
cardiovasculares, ortopédicas e neurológicas
Fio de sutura 
poliglactina Absorvível tecidos moles, inclusive em procedimentos oftálmicos
Fio de sutura 
poliglicólico Sintético e absorvível
aproximação de tecidos moles em geral, exceto em cirurgias oftalmológicas, 
cardiovasculares e neurológicas
Fio de sutura 
poliglecaprone Absorvido para coaptação ou laqueação de tecidos moles em geral
TIPOS DE SUTURA – QUAL ESCOLHER?
A sutura podem ser contínua ou descontínua
Tipos de sutura: qual escolher?
SUTURA DESCONTÍNUA
Os fios são fixados separadamente, podendo variar a tensão de acordo com a 
necessidade em cada ponto. É considerada mais segura, já que o rompimento de 
umponto não inviabiliza toda a sutura.
A sutura descontínua é menos isquemiante, confere maior permeabilidade à 
ferida e consegue força tensil maior e de modo mais rápido.
Como desvantagens, possui uma elaboração mais lenta e trabalhosa do 
profissional de saúde.
Tipos de sutura: qual escolher?
SUTURA CONTÍNUA
O fio é passado do início ao fim sem nenhuma interrupção. É uma sutura de 
execução mais rápida que a descontínua, sendo mais hemostática, tendo a 
mesma tensão em todo percurso da sutura.
Para a sutura contínua, temos como desvantagens, ser estenosante, impermeável 
e o rompimento de um ponto pode comprometer toda a sutura feita no paciente. 
Além disso, a sutura contínua tem uma tendência a reduzir a microcirculação das 
bordas da ferida, prolongando a fase destrutiva da cicatrização e aumentando 
formação de edema local.
Geralmente, é escolhido fios absorvíveis nas suturas contínuas.
Tipos de sutura: ponto descontínuo
(Ponto simples - ponto simples invertido - donatti ou u vertical - ponto em u horizontal ou colchoeiro - ponto em x)
Ponto simples
A técnica do ponto simples é relativamente simples e envolve passar a agulha através de uma borda 
da pele, depois através da outra borda, formando uma espécie de laço que é puxado suavemente 
para aproximar as bordas da ferida. Em seguida, o fio é amarrado para manter as bordas unidas. Esse 
processo é repetido até o fechamento de toda a ferida.
Atenção para confecção dos nós:
• Seguir sempre – 3, 2, 1;
• Seguir sempre – por cima, por baixo, por cima;
• Evitar deixar os nós sobre a incisão - evita necrose tecidual;
• Realizar os pontos com distanciamento de 1 cm do outro, avaliar lesão.
PONTO SIMPLES INTERROMPIDO (SEPARADO)
• Pontos independentes
• Se um ponto se romper, os demais 
permanecerão intactos
• Pouco isquemiante
• Permite o crescimento do tecido
• Requer tempo para a confecção dos pontos
• A retirada deve ser feita ponto a ponto
Sutura
Tipos de sutura: ponto descontínuo
(Ponto simples - ponto simples invertido - donatti ou u vertical - ponto em u horizontal ou colchoeiro - ponto em x)
Ponto simples invertido
Variação do ponto simples, nesse ponto, o nó fica dentro do tecido. É um ponto de 
sustentação permanente que tem a finalidade de reduzir a tensão na linha da sutura.
Tipos de sutura: ponto descontínuo
(Ponto simples - ponto simples invertido - donatti ou u vertical - ponto em u horizontal ou colchoeiro - ponto em x)
Ponto Donatti ou U vertical
Mais versátil de todas as suturas, tanto pela praticidade quanto pela segurança. É a associação de 
dois pontos simples. Cada lado da borda é perfurado duas vezes.
A primeira transfixação ocorre até 10 mm da borda e inclui pele e camada superior do subcutâneo. A 
segunda perfuração é trans-epidérmica, há cerca de 2 mm da borda. É também conhecido como 
longe-longe, perto-perto.
Promove boa hemostasia, sendo mais utilizado quando há hemorragia subdermica e dérmica. Reduz 
a tensão e promove boa coaptação das bordas, evitando sua invaginação, entretanto, o resultado 
estético é inferior.
Donatti – hemostasia, resultado estético 
é inferior, pele, músculos, fígado e baço 
Ponto em X - hemostasia ou 
aproximação, usado para sutura de 
músculos, fígado, baço, aponeuroses 
Sutura: outros tipos de pontos
Pontos interrompidos (separados)
Chuleio - boa hemostasia, 
utilizada em peritônio, músculos 
aponeurose e tela subcutânea
Chuleio ancorado (continuo ancorado) 
- mais hemostática e menos elástica, 
usado em ferimentos traumáticos e 
áreas com alto índice de sangramento, 
por ex.: útero
Sutura: outros tipos de pontos
Pontos contínuos
CHULEIO SIMPLES
É iniciado como um ponto simples na 
extremidade da incisão, mas o primeiro 
ponto é amarrado, para que não se perca a 
tensão do fio com o decorrer da sutura. São 
realizados pontos em U simples, sem que o 
fio seja cortado, ou seja, um único fio é 
suficiente para todo o procedimento.
Sutura com pontos contínuos
Intradérmica - tem um ótimo 
resultado estético, muito utilizado 
pela cirurgia plástica
Sutura: outros tipos de pontos
Pontos contínuos
Orientações 
pós sutura
As orientações devem ser descritas no prontuário do 
paciente, realizadas verbalmente e por escrito.
• Curativos: deve permanecer somente por 24 a 48 
horas, não obrigatório após esse prazo;
• Limpeza da região suturada com agua e sabão neutro;
• Vacina antitetânica em casos de trauma, 
contaminação e validade vencida;
• Atentar para complicações, por exemplo: infecção local, seroma, 
deiscência da sutura, sangramento, hematoma, prejuízo funcional, dor 
persistente.
• Orientar retorno ao serviço de saúde em caso de dúvidas ou 
complicações;
• Cuidados com a cicatrização, incluindo proteção contra a radiação solar;
• Atenção com a dieta;
• Utilizar laser terapia de baixa intensidade para auxiliar na cicatrização;
• Agendar data e local para retirada de pontos.
Orientações 
pós sutura:
Retirada de pontos
A remoção da sutura pode ser total ou parcial 
(alternadamente), cujas finalidades são:
• Realizar limpeza da ferida cirúrgica;
• Favorecer a drenagem de exsudato da ferida;
• Favorecer a cicatrização da ferida prevenindo a 
infecção do sitio cirúrgico.
• Prevenir complicações como infecção e reações ao 
fio de sutura;
• Em geral, a remoção pode ser feita após 7 a 10 dias da 
sutura. Em suturas de face, podem ser retiradas 
precocemente e em suturas de membros inferiores, 
especialmente na região plantar, podem ser retirados 
tardiamente;
• Observar cicatrização nos diabéticos. 
Instrumentais 
para realizar 
a sutura
• Porta agulha –
Hegar ou Mathieu
• Pinça anatômica 
ou de Adson
• Tesoura
Retirada do Ponto
Optimal time for suture removal
Location Nº days
Face 3-5
Scalp 7
Chest and extremities 8-10
High tension (joints, hands) 10-14
Back 10-14
Adapted from Management of lacerations in the emergency department. O. Capellan and J. Hollander
Emergency Medicine Clinics of North America. Volume 21, Number 1, February 2023
Prática comum realizada pela equipe de enfermagem
Materiais utilizados para a retirada dos pontos cirúrgicos:
Retirada do Ponto
• Bandeja não estéril
• Mesa auxiliar
• Ampola de SF 0,9%
• Gaze estéril
• Luvas de procedimento
• Micropore
• 1 pinça de dissecção anatômica
• 1 tesoura cirúrgica Spencer
• Luva estéril
• 1 lâmina de bisturi número
21, 22, 23 ou 24
• Equipamentos de proteção 
individual
O curso de Habilitação em 
sutura para enfermeiros
MÉTODO DE ENSINO E CARGA HORÁRIA
Composto por vídeos, discussões de casos clínicos, material de apoio, sendo 12 
aulas divididas por 6 módulos. Todos os conteúdos digitais são liberados em até 
48 horas após efetivação da inscrição.
10 horas de aulas on-line
Grupo Nobre Educação
SOBRE NÓS
Promover o desenvolvimento do ser 
humano por meio da educação.
Missão
Ser uma organização de referência na 
área da educação, com ações que 
promovam a melhoria da qualidade de 
vida do ser humano.
Visão
Reconhecimento: colocamos as pessoas 
em primeiro lugar, porque elas são a 
força da nossa organização;
Valores
Nossas ações e relações são baseadas 
na verdade, integridade, honestidade, 
transparência, justiça e bem comum;
Ética
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