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SUMÁRIO 
ORIGEM E EVOLUÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL Pág. 03 
SEGURIDADE SOCIAL Pág. 04 
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Pág. 06 
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL Pág. 10 
SAÚDE Pág. 11 
PREVIDÊNCIA SOCIAL (BREVES COMENTÁRIOS) Pág. 13 
ASSISTÊNCIA SOCIAL (BREVES COMENTÁRIOS) Pág. 15 
PREVIDÊNCIA SOCIAL (COMPLETO) Pág. 16 
SEGURADOS DO RGPS Pág. 18 
MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO Pág. 23 
DEPENDENTES DOS SEGURADOS Pág. 24 
CONSELHO NACIONAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Pág. 25 
CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL Pág. 25 
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO Pág. 33 
FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO Pág. 34 
BENEFÍCIOS E SERVIÇOS PREVIDENCIÁRIOS Pág. 36 
REGIME PREVIDENCIÁRIO DO SERVIDOR Pág. 47 
CONGTAGEM RECÍPROCA DO TEMPO DE 
CONTRIBUIÇÃO 
Pág. 51 
RECURSO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS Pág. 53 
CRIMES PREVIDENCIÁRIOS Pág. 55 
LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL Pág. 57 
BENEFÍCIOS DECORRENTES DE LEGISLAÇÕES 
ESPECIAIS 
Pág. 63 
LEI COMPLEMENTAR Nº 142/13 Pág. 71 
O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE DE 
DESENVOLVIMENTO SOCIAL 
Pág. 72 
SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO SERVIÇO 
PÚBLICO 
Pág. 73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL NO 
MUNDO E NO BRASIL 
A proteção social é a garantia de inclusão a todos os cidadãos 
que se encontram em situação de vulnerabilidade ou em 
situação de risco. Essa proteção se exterioriza por mecanismos 
criados pela sociedade, ao longo do tempo, para atender aos 
infortúnios da vida, como doença, idade avançada, acidente, 
reclusão, maternidade, entre outros, que impeçam a pessoa de 
obter seu sustento. 
Os montepios foram as manifestações mais antigas de 
previdência social no mundo. Eram institutos que, mediante 
pagamento por seus membros, garantiam pensões para a pessoa 
de sua escolha. Foi precursor da pensão por morte. No Brasil, o 
primeiro surgiu em 1835, que era o montepio geral dos 
servidores do estado (Mongeral); um grupo de pessoas 
contribuía e formava um fundo para posterior cobertura de 
infortúnios. 
A revolução industrial impulsionou que o Estado passasse a 
proteger os contribuintes, que foi evoluindo de forma lenta e 
gradual. 
Na história mundial, destacamos os seguintes fatos marcantes 
da proteção social: 
1543: criação da Santa Casa de Misericórdia no Brasil (prestavam 
serviços de saúde). 
1601 – poor relief act (lei dos pobres): primeira manifestação 
estatal quanto à proteção social. Era um mecanismo de proteção 
social às pessoas carentes e necessitadas. Não era mecanismo 
previdenciário, mas um mecanismo assistencial. Foi o marco da 
assistência social no mundo. 
1824: criação das casas de socorro público no Brasil. 
1883 – Lei de Bismark: é o surgimento da previdência social no 
mundo. O chanceler Bismark instituiu para seu povo uma norma 
na qual rezava que seria instituído um seguro doença em favor 
dos trabalhadores industriais. Esse seguro seria patrocinado pelo 
próprio trabalhador e por seu empregador, que deveriam 
contribuir para o Estado. 
1917 – Constituição do México: foi a 1ª constituição do mundo 
a adotar a expressão previdência social. 
1919 – Constituição de Weimar: a constituição da Alemanha 
previu a previdência social. 
1919 – seguro de acidente do trabalho (SAT): criado no Brasil. 
Benefício privado, pago pelo empregador ao trabalhador 
acidentado, sem participação do Estado. 
1923 – lei Eloy Chaves: é o marco inicial da previdência social no 
Brasil. A pedido dos trabalhadores ferroviários, o deputado 
redigiu o decreto que criava a caixa de aposentadoria e pensão 
(CAP). A lei Eloy Chaves previa que cada empresa de estradas de 
ferro no Brasil deveria criar e custear parcialmente a sua própria 
CAP em favor de seus trabalhadores, prevendo quais benefícios 
seriam concedidos e quais seriam as contribuições da empresa e 
dos trabalhadores para a respectiva CAP (empregados e 
empregadores contribuíam para a CAP – natureza privada, sem 
a participação do Estado). 
1930 – Era Vargas: o governo unificou as CAP em institutos de 
aposentadoria e pensão (IAP), que não seriam organizadas por 
empresas, mas sim pela categoria profissional. Os IAP tinham 
natureza de autarquia e eram subordinados ao ministério do 
trabalho. O primeiro IAP foi o dos marítimos, e o último foi o IAP 
dos ferroviários (empregados, empregadores e o Estado 
contribuíam para a IAP – natureza pública, com participação do 
Estado). 
1934 – CF no Brasil: pela primeira vez uma carta magna trouxe 
que o custeio da previdência ocorreria de forma tríplice, com 
contribuição dos empregadores, dos trabalhadores e do Estado. 
Apesar da participação do Estado no custeio, essa CF adotou o 
termo “previdência” sem o adjetivo “social”. 
1935 – social security act: institui nos EUA o sistema 
previdenciário nacional, com uma grande margem de atuação. É 
uma evolução do sistema elaborado por Bismark. 
1937 – CF no Brasil: não traz nenhuma novidade, mas adota o 
termo “seguro social” como sinônimo de “previdência social”, 
que sob a égide da CF é um erro. 
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1942 – Plano Beveridge: foi a reformulação completa do sistema 
previdenciário britânico. Como se falava na época, os britânicos 
estariam protegidos do berço ao túmulo. 
1946 – CF no Brasil: foi a primeira CF a adotar o termo 
“previdência social” de forma expressa em substituição a 
expressão “seguridade social”. 
1960: unificação das leis individuais dos IAP na lei orgânica da 
previdência social (LOPS). 
1965: inclusão de um artigo na CF/46 no qual se proibia a 
prestação de benefício sem a correspondente fonte de custeio. 
1966: unificação dos IAP em instituto nacional de previdência 
social (INPS), órgão público de natureza autárquica. 
1967: o governo integrou o seguro de acidente do trabalho (SAT) 
à previdência social e, finalmente, esse benefício deixou de ser 
uma prestação privada para se tornar um benefício público. 
1977: o governo criou o sistema nacional de previdência e 
assistência social (SINPAS), surgindo com ele duas novas 
autarquias: INAMPS e IAPAS. Houve, portanto, a unificação 
dessas duas novas entidades às outras cinco já existentes, ou 
seja, o SINPAS passou a agregar sete entidades: INPS (instituto 
nacional de previdência social), INAMPS (instituto nacional de 
assistência médica da previdência social), LBA (lei brasileira de 
assistência), FUNABEM (fundação nacional de bem estar do 
menor), DATAPREV (empresa brasileira de processamentos de 
dados da previdência social), IAPAS (instituto de administração 
financeira da previdência social) e CEME (central de 
medicamentos). 
1988: a CF trouxe a definição de seguridade social: a seguridade 
social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
1990: extinção do SINPAS, INAMPS, LBA, FUNABEM e CEME e 
criação do instituto nacional do seguro social (INSS), através da 
fusão do INPS com o IAPAS. Com a extinção do INAMPS foi criado 
o SUS. 
 
SEGURIDADE SOCIAL 
Art. 194 CF: a seguridade social compreende um conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da 
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, 
à previdência e à assistência social. 
• Aspecto subjetivo da seguridade social: poder público + 
sociedade 
• Aspecto objetivo da seguridade social: Previdência social + 
Assistência social + Saúde (PAS) 
Seguridade social não é direito social (não está 
previsto no art. 6º da CF), mas sim ações integradas. 
 
1. PRINCÍPIOS/OBJETIVOS DA SEGURIDADE SOCIAL 
Universalidade da cobertura e do atendimento:não emancipado, de qualquer condição 
• Filho menor de 21 anos 
• Filho inválido 
• Filho que tenha deficiência intelectual ou mental 
• Filho com deficiência grave 
2º classe: os pais (avós não são abarcados na condição de 
dependentes) 
3ª classe: 
• Irmão não emancipado, de qualquer condição 
• Irmão menor de 21 anos 
• Irmão inválido 
• Irmão que tenha deficiência intelectual ou mental 
• Irmão com deficiência grave 
A dependência econômica da 1ª classe é presumida, enquanto a 
dependência das 2ª e 3ª classes precisa ser provada. 
Mediante declaração escrita do segurado e comprovada a 
dependência econômica, equiparam-se aos filhos, o enteado e o 
menor que esteja sob a tutela e desde que não possua bens 
suficientes para o próprio sustento e educação. 
Homossexuais que vivem em união estável têm os mesmos 
direitos dos heterossexuais em condições análogas. 
Os dependentes da mesma classe concorrem em igualdade de 
condições (o valor do benefício será repartido igualmente entre 
o número de pessoas da classe que receber). E, se todas as 
pessoas da classe perderem o benefício, ele será extinto, e não 
repassado para a classe seguinte. 
Em caso de vínculos conjugais múltiplos, o amante, em regra, 
não tem os mesmos direitos previdenciários do cônjuge. Esse 
tem sido o entendimento do STJ. Entretanto, o próprio STJ 
reconhece o direito à companheira (amante) de homem casado, 
mas separado de fato ou de direito, divorciado ou viúvo, de 
participação nos benefícios previdenciários e patrimoniais 
decorrentes do seu falecimento, concorrendo com a esposa, ou 
até mesmo excluindo-a da participação. 
 
1. A PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE 
A perda da qualidade de dependente ocorre: 
• Para o cônjuge: pela separação judicial ou divórcio, 
enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, 
pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença 
judicial transitada em julgado 
• Para a companheira ou companheiro: pela cessação da 
união estável com o segurado ou segurada, enquanto não 
lhe for garantida a prestação de alimentos 
• Para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao 
completarem 21 anos de idade, salvo se inválidos, desde 
que a invalidez tenha ocorrido antes: 
o De completarem 21 anos 
o Do casamento 
o Do início do exercício de emprego público efetivo 
o Da constituição de estabelecimento civil ou comercial 
ou da existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com 16 anos completos 
tenha economia própria 
o Da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um 
deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação 
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o 
menor tiver 16 anos completos 
• Para os dependentes em geral: pela cessação da invalidez 
ou pelo falecimento 
 
 
 
 
 
 
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CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA (CNP) 
O CNP é órgão superior de deliberação colegiada, tem como 
principal objetivo estabelecer o caráter democrático e 
descentralizado da administração. 
O CNP é democrático e conta com a participação das 4 classes: 
trabalhadores, empregadores, aposentados e governo, que 
debatem e deliberam sobre os rumos da previdência social. 
Composição: 
• 6 representantes do governo federal – governo escolhe 
• 9 representantes da sociedade civil: 
o 3 representantes dos aposentados e pensionistas 
o 3 representantes dos trabalhadores em atividade 
o 3 representantes dos empregadores 
Os 15 membros e seus suplentes (que têm estabilidade 
provisória da data da nomeação até 1 ano após o término do 
mandato) são nomeados pelo PR, e os representantes da 
sociedade civil têm mandato de 2 anos, com apenas uma 
recondução consecutiva por igual período. O CNP é presidido 
pelo ministro de estado da fazenda. 
As reuniões ocorrerão uma vez por mês, por convocação do seu 
presidente, podendo ser adiada em no máximo 15 dias, se 
houver requerimento da maioria dos conselheiros (8 membros). 
Já as reuniões extraordinárias poderão ser convocadas pelo 
presidente ou por requerimento de 1/3 dos conselheiros (5 
membros), conforme disposições específicas do regimento 
interno. As reuniões serão iniciadas com a presença da maioria 
absoluta (8 membros), sendo exigida a deliberação pela maioria 
simples. 
 
 
 
 
 
 
CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL 
A seguridade social é financiada por toda sociedade, de forma 
direta (contribuições sociais) e indireta, mediante recursos 
provenientes dos orçamentos da U/E/DF/M e de contribuições 
sociais. 
O orçamento da seguridade social é financiado basicamente 
pelas receitas da União e pelas receitas das contribuições sociais, 
que são: 
• As das empresas, incidentes sobre a remuneração paga, 
devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas 
a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício 
• As dos empregadores domésticos, incidentes sobre o 
salário de contribuição dos empregados domésticos a seu 
serviço 
• As dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário de 
contribuição 
• As das associações desportivas que mantêm equipe de 
futebol profissional, incidentes sobre a receita bruta 
decorrente dos espetáculos desportivos de que participem 
em todo território nacional em qualquer modalidade 
desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer 
forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e 
símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de 
espetáculos desportivos 
• As incidentes sobre a receita bruta proveniente da 
comercialização da produção rural 
• As das empresas, incidentes sobre a receita ou faturamento 
e o lucro 
• As incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos 
• As incidentes sobre bens ou serviços importados (atenção: 
não são os exportados!!) do exterior a cargo do importador 
ou de quem a lei a lei equiparar 
 
1. AS RECEITAS DA UNIÃO 
A contribuição da União é constituída de recursos adicionais do 
orçamento fiscal, fixados obrigatoriamente na lei orçamentária 
anual (LOA). 
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Se as receitas da União e das contribuições sociais não forem 
suficientes para financiar de forma plena a seguridade social, a 
União será responsável pela cobertura de eventuais 
insuficiências financeiras da seguridade social, quando 
decorrentes do pagamento de benefícios de prestação 
continuada da previdência social (e não assistência social), na 
forma da LOA. 
Benefício de prestação continuada (BPC) são pagamentos 
mensais contínuos, até que alguma causa provoque sua 
cessação (como aposentadorias, pensões por morte, auxílios, 
salários família, salários maternidade etc). 
 
2. AS RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
2.1. DO EMPREGADO, DO EMPREGADO DOMÉSTICO E DO 
TRABALHADOR AVULSO 
A contribuição do segurado empregado, inclusive o doméstico, 
e do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da 
correspondente alíquota, de forma não cumulativa, sobre o seu 
salário de contribuição mensal, de acordo com o seguinte: 
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO % 
Até R$1.212,00 7,5 
De R$ 1.212,01 até R$2.427,35 9 
De R$2.427,36 até R$3.641,03 12 
De R$3.641,04 até R$7.087,22 14 
(Cuidado: essa tabela foi atualizada pelo art. 28 da EC 103/19, que alterou o 
ADCT) 
A contribuição do segurado trabalhador rural contratado por 
produtor rural pessoa física por pequeno prazo (não superior a 
2 meses dentro de 1 ano) é de 8% sobre o respectivo salário de 
contribuição. 
 
2.2. DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E DO SEGURADO 
FACULTATIVO 
Regra: a alíquota de contribuição dos segurados contribuinte 
individual e facultativo será de 20% sobre o respectivo salário de 
contribuição (remuneração auferida durante o mês). 
 
Exceções: 
• Se o contribuinte individual trabalhar para uma empresa, irá 
descontar 11% do pagamento dos serviços por ele prestado 
para a contribuição 
• Regime simplificado:no caso de opção pela exclusão do 
direito ao benefício de aposentadoria por tempo de 
contribuição, a alíquota de contribuição incidente sobre o 
limite mínimo mensal do salário de contribuição será: 
o 11%, no caso do segurado contribuinte individual que 
trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho 
com empresa ou equiparado e do segurado 
facultativo 
o 5% no caso do MEI ou do segurado facultativo sem 
renda própria que se dedique exclusivamente ao 
trabalho doméstico no âmbito da sua residência, 
desde que pertencente à família de baixa renda 
(inscrita no CadÚnico e com renda de até 2 salários 
mínimos) 
Se um trabalhador de baixa renda se arrependa de aderir ao 
regime simplificado (11% ou 5%), ele poderá complementar as 
contribuições mensais já pagas mediante recolhimento 
suplementar sobre o valor correspondente ao limite mensal do 
salário de contribuição (salário mínimo) em vigor na 
competência a ser complementada: diferença entre o 
percentual que foi pago (5% ou 11%) e o de 20%, acrescido dos 
juros moratórios. Essa contribuição complementar pode ser 
exigida a qualquer tempo, sob pena de indeferimento do 
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. 
 
2.3. DO PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA E DO SEGURADO 
ESPECIAL 
A contribuição do produtor rural PF e a do segurado especial, 
incidente sobre a receita bruta da comercialização da produção 
rural é de: 
• 1,2% para a seguridade social 
• 0,1% para o financiamento dos benefícios concedidos em 
razão do grau de incidência de incapacidade laborativa 
decorrente dos riscos ambientais do trabalho (RAT) 
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A contribuição da empresa RAT, destinada ao 
financiamento da aposentadoria especial, e dos 
benefícios concedidos em razão do grau de 
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos 
riscos ambientais do trabalho corresponde à 
aplicação dos seguintes percentuais, incidentes 
sobre o total da remuneração paga, decida ou 
creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao 
segurado empregado e trabalhador avulso: 1% para 
a empresa em cuja atividade preponderante o risco 
de acidente de trabalho seja considerado leve; 2% 
para a empresa em cuja atividade preponderante o 
risco de acidente de trabalho seja considerado 
médio; e 3% para a empresa em cuja atividade 
preponderante o risco de acidente de trabalho seja 
considerado grave. 
As alíquotas referentes ao RAT serão acrescidas de 
12, 9 ou 6 pontos percentuais, respectivamente, se a 
atividade exercida pelo segurado a serviço da 
empresa ensejar a concessão de aposentadoria 
especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. Esse 
acréscimo incide exclusivamente sobre a 
remuneração do segurado sujeito às condições 
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade 
física. 
Ou seja, a contribuição será de 1,3% sobre a receita bruta de 
comercialização da produção rural, e será recolhida: 
• Pela empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou 
a cooperativa, que ficam sub-rogadas no cumprimento das 
obrigações do produtor rural PF e do segurado especial, 
independentemente das operações de venda ou 
consignação terem sido realizadas diretamente com estes 
ou com intermediário PF 
• Pela PF não produtor rural, que fica sub-rogada no 
cumprimento das obrigações do produtor rural PF e do 
segurado especial, quando adquire produção para venda no 
varejo a consumidor PF 
• Pelo produtor rural PF e pelo segurado especial, caso 
comercializem sua produção com adquirente domiciliado 
no exterior ou, diretamente no varejo a consumidor PF ou, 
a outro produtor rural PF ou segurado especial 
O segurado especial, além da contribuição obrigatória de 1,3%, 
poderá contribuir facultativamente, nas mesmas condições do 
contribuinte individual (20% do salário de contribuição por ele 
declarado). 
No período de entressafra (período que não há 
comercialização rural), o recolhimento será: 
• Produtor rural: 20% sobre o salário de contribuição 
• Segurado especial: só recolhe 20% sobre o salário 
de contribuição se quiser (faculdade do segurado) 
 
2.4. PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA 
A contribuição devida pelo empregador pessoa jurídica que se 
dedique à produção rural é de: 
• 1,7% da receita bruta proveniente da comercialização da 
sua produção 
• 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização de 
sua produção para o financiamento da complementação 
das prestações por acidente de trabalho (RAT) 
Se for agroindústria, que é o produtor rural pessoa jurídica cuja 
atividade econômica seja a industrialização de produção própria 
ou de produção própria e adquirida de terceiros (ou seja, é um 
produtor rural + indústria), a contribuição será de: 
• 2,5% para a Seguridade Social 
• 0,1% para o financiamento da aposentadoria especial e dos 
benefícios concedidos em razão do grau de incidência de 
incapacidade para o trabalho decorrente dos riscos 
ambientais da atividade (RAT) 
 
2.5. DA EMPRESA EM GERAL 
As contribuições das empresas serão as seguintes: 
• 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou 
creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos 
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segurados empregado e ao trabalhador avulso, além da 
RAT, adicional RAT e contribuição sobre o faturamento e o 
lucro 
• 20% sobre o total das remunerações ou retribuições pagas 
ou creditadas no decorrer do mês ao segurado contribuinte 
individual 
• 2,5% sobre o total da receita bruta proveniente da 
comercialização da produção rural, em substituição às 
contribuições da cota patronal da empresa sobre folha de 
salários e da RAT, quando se tratar de PJ que tenha como 
fim apenas a atividade de produção rural (produtor rural PJ) 
• As contribuições a cargo da empresa, provenientes do 
faturamento (PIS/COFINS) e do lucro (CSLL), destinadas à 
seguridade social são, em regra: 
o Sobre o faturamento bruto/COFINS: 3% 
o Sobre o lucro líquido/CSLL: 8% (bancos recolhem 
20%) 
 
2.6. DO CLUBE DE FUTEBOL PROFISSIONAL 
Os clubes de futebol têm duas contribuições sociais distintas: 
• 5% sobre a receita de espetáculos desportivos: cabe à 
entidade promotora do espetáculo a responsabilidade por 
efetuar o desconto dessa contribuição e o respectivo 
recolhimento à Receita Federal, no prazo de até 2 dias úteis 
após o evento 
• 5% sobre o patrocínio e propaganda: cabe à empresa que 
repassa recurso à associação desportiva a responsabilidade 
de reter e recolher até o dia 20 do mês seguinte, sem 
qualquer dedução 
 
2.7. DO EMPREGADOR DOMÉSTICO 
A contribuição do empregador doméstico incidente sobre o 
salário de contribuição do empregado a seu serviço é de: 
• 8% da cota patronal 
• 0,8% do financiamento do seguro contra acidentes de 
trabalho 
 
2.8. DO CONCURSO DE PROGNÓSTICOS 
Consideram-se concurso de prognósticos todo e qualquer 
concurso de sorteio de números ou quaisquer outros símbolos, 
loterias e apostas de qualquer natureza no âmbito federal, 
estadual, do DF ou municipal, promovidos por órgãos do poder 
público ou poder sociedades comerciais ou civis. 
• 5% sobre o movimento global de postas em prazo de 
corridas 
• 5% sobre o movimento global de sorteio de números ou de 
quaisquer modalidades de símbolos 
 
2.9. OUTRAS FONTES 
Constituem outras receitas da seguridade social: 
• Multas (0,33% ao dia, limitado a 20%), atualização 
monetária (1% ao mês) e juros moratórios (atualização pela 
taxa SELIC) 
• Remuneração recebida pela prestação de serviços de 
arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros 
• Receitas provenientes de prestação de outros serviços e de 
fornecimento ou arrendamento de bens 
• Demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras 
• Doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais 
• 50% da receita obtida pela apreensão em decorrência do 
tráfico ilícito de entorpecentes e daexploração do trabalho 
escravo, repassados pelo INSS aos órgãos responsáveis 
pelas ações de proteção à saúde e a ser aplicada no 
tratamento e recuperação de viciados em entorpecentes e 
drogas afins 
• 40% do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela 
Receita Federal 
• Outras receitas previstas em legislação específica 
 
 
 
 
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Num resumo: 
Empregado, empregado doméstico e trabalhador 
avulso: 7,5%, 9%, 12% ou 14%, a depender do SC. 
Contribuinte individual: 20% (autônomo ou 
empregado) ou 11% (empresa). 
Contribuinte individual condutor autônomo ou seu 
auxiliar: 20% sobre 20% do valor do serviço de 
transporte. 
Contribuinte individual que abre mão do direito à 
aposentadoria por tempo de contribuição: 11% do 
salário mínimo. 
Segurado facultativo: 20%. 
Contribuinte individual MEI ou segurado facultativo 
(sem renda, de âmbito residencial, com trabalho 
doméstico e de família de baixa renda) que abre mão 
do direito à aposentadoria por tempo de 
contribuição: 5% do salário mínimo. 
Empresa: 20% da remuneração do empregado, do 
trabalhador avulso e do contribuinte individual (sem 
teto do RGPS). 
Empresa instituição financeira: 20% + 2,5% da 
remuneração do empregado, do trabalhador avulso 
e do contribuinte individual (sem o teto do RGPS). 
Empresa ME ou EPP: alíquota única prevista em lei 
complementar. 
Empregador doméstico: 8% + 0,8% do RAT da 
remuneração (com observância do teto do RGPS). 
Produtor rural pessoa física, consórcio simplificado 
de produtores rurais e segurado especial: 2% + 0,1% 
do RAT. 
Produtor rural pessoa jurídica: 1,7% + 0,1% do RAT. 
Agroindústria: 2,5% + 0,1% do RAT. 
Clube de futebol profissional: 5% da receita dos 
jogos, dos patrocínios e das propagandas. 
Concursos de prognósticos: 5% dos prados de corrida 
e 5% dos sorteios de números. 
 
3. CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (SC) 
SC é a base de cálculo tributável das contribuições sociais 
devidas pelo segurado à seguridade social, observados os limites 
mínimo (1 salário mínimo) e máximo (R$7.087,22): 
• Empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida 
em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade 
dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer 
título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, 
qualquer que seja sua forma, inclusive as gorjetas, o valor 
da compensação pecuniária a ser paga no programa seguro 
emprego, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e 
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial 
• Empregado doméstico: a remuneração registrada na CTPS 
• Contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou 
mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta 
própria, durante o mês 
• Segurado facultativo: o valor por ele declarado 
O salário de contribuição poderá ser inferior a 1 
salário mínimo se: (1) houver jornada de trabalho 
inferior a 8h por dia (o SC será proporcional); ou (2) 
no caso de admissão e dispensa (o SC será 
proporcional aos dias trabalhados). 
O segurado especial, em regra, não tem salário de contribuição, 
uma vez que essa espécie de segurado contribui com uma 
alíquota reduzida aplicada sobre a receita bruta de 
comercialização. 
A legislação previdenciária prevê que na admissão, dispensa, 
afastamento ou falta do empregado ou do empregado 
doméstico durante o curso do mês, o contribuinte terá SC 
proporcional ao número de dias efetivamente trabalhados. 
Dessa forma, podemos concluir que a contribuição 
previdenciária pode incidir sobre SC inferior ao SM. 
Ainda terão o SC proporcional, os empregados, empregados 
domésticos e trabalhadores avulsos que prestam serviço por 
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Última atualização em 06/10/2022. 
hora, dia ou semana (terão o SC proporcional à quantidade de 
horas, dias ou semanas trabalhadas no mês). 
 
3.1. AS PARCELAS INTEGRANTES 
Integram o SC: 
• Salário base 
• Horas extras 
• Comissões e percentagens 
• Adicional de insalubridade e de periculosidade 
• Adicional noturno 
• Adicional de tempo de serviço 
• Ajuda de custo paga mensalmente 
• Férias gozadas, usufruídas 
• Adicional de 1/3 sobre as férias gozadas 
A jurisprudência do STF e STJ é no sentido de não 
incidir contribuição previdenciária sobre 1/3 
constitucional de férias gozadas. STJ decidiu que as 
férias usufruídas são parcelas remuneratórias e 
sofrem incidência de contribuição previdenciária. 
• 13º salário 
• 13º salário proporcional pago na rescisão 
• 13º salário referente a 1/12 do aviso prévio indenizado 
• Aviso prévio trabalhado 
• Aviso prévio indenizado 
O STJ entende que o aviso prévio indenizado tem 
natureza indenizatória e não sofre incidência de 
contribuição previdenciária. 
• Ajuda alimentação paga em dinheiro 
• Pró labore dos sócios 
• Compensação pecuniária paga pelo programa de proteção 
ao emprego 
• Adicional de quebra de caixa 
 
 
 
3.2. AS PARCELAS NÃO INTEGRANTES 
Não integram o SC: 
• Adicional de transferência pago uma única vez 
• Abono de férias 
• Férias indenizadas 
• Adicional de 1/3 sobre férias indenizadas 
• Diárias para viagem 
• Participação nos lucros ou resultados 
Se a distribuição dos lucros não estiver de acordo 
com a legislação específica, haverá incidência de 
contribuição previdenciária. Se o pagamento de PLR 
for feito em periodicidade inferior a um trimestre 
civil ou mais de duas vezes no mesmo ano, os valores 
serão considerados parcelas integrantes do salário de 
contribuição. 
• Distribuição dos lucros e dividendos 
• Aposentadorias e pensões pagas pelo RGPS 
Atenção: há imunidade tributária. 
• Outros benefícios pagos pelo RGPS (inclusive o salário 
maternidade) 
• Vale transporte 
De acordo com o STF e a súmula 60 da AGU, o vale 
transporte, mesmo pago em dinheiro, não terá 
incidência de contribuição previdenciária. 
• Vale alimentação ou cesta básica 
• Auxílio creche ou auxílio babá 
• Previdência privada complementar: valor das contribuições 
pago pela pessoa jurídica, desde que disponível à totalidade 
dos empregados e dirigentes 
• O valor relativo à assistência prestada por serviço médico 
ou odontológico, próprio da empresa ou por ela 
conveniado, inclusive o reembolso de despesas com 
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, 
órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares 
• Complemento de auxílio por incapacidade temporária, 
desde que extensivo à totalidade dos empregados da 
empresa 
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• Plano de educação 
• Bolsa de estágio 
• Bolsa de estudos 
• Pagamento de 40% do FGTS nas despedidas 
• Ajuda de custo para mudança paga em única parcela 
• Seguro de vida em grupo 
• Abono do PIS 
• Programa de demissão voluntária 
• Direitos autorais 
• Valores despedidos com ministros de confissão religiosa 
• Vale cultura 
 
4. ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO DA EMPRESA 
4.1. PRAZOS PARA RECOLHIMENTO 
Prazos para o recolhimento das contribuições previdenciárias: 
• Até o dia 20 do mês seguinte ao da competência, até o dia 
útil imediatamente anterior se não houver expediente 
bancário no dia 20: 
o Contribuições a cargo da empresa incidentes sobre a 
remuneração do segurado empregado, trabalhador 
avulso e contribuinte individual 
o Retenções de 11% sobre o valor dos serviços contidos 
em nota fiscal prestados mediante cessão de mão de 
obra ou empreitada 
o Contribuições incidentes sobre a comercialização da 
produção rural adquirida pelo produtor rural PF ou 
segurado especial 
o Contribuição de 5% incidente sobre o patrocínio, 
licenciamento de uso de marcas e símbolos, 
publicidade e propaganda e transmissão de 
espetáculos descontadas pelas empresas das 
associações desportivas que mantêm equipe 
profissional de futebol 
o Contribuições descontadas dos segurados 
empregados e trabalhadores avulsos e contribuintesindividuais 
o Contribuições descontadas do contribuinte individual 
pela empresa 
o Contribuição do MEI como segurado e como 
empregado 
• Até 2 dias úteis após a realização do evento: contribuição 
de 5% incidente sobre a receita bruta de espetáculo 
desportivos, a ser recolhida pelo promotor do espetáculo 
relativa à associação desportiva que mantém equipe 
profissional de futebol 
• Dia 15 do mês seguinte ao da competência, prorrogando-se 
para o dia útil imediatamente posterior quando não houver 
expediente bancário no dia 15: 
o Contribuições do contribuinte individual, quando 
recolhidas pelo próprio segurado 
o Contribuições do segurado facultativo 
• Até o dia 20 do mês de dezembro, antecipando-se para o 
dia útil imediatamente anterior quando não houver 
expediente bancário no dia 20: contribuição incidente sobre 
o valor do 13º salário a ser paga pelas empresas (no caso de 
rescisão do contrato de trabalho, as contribuições devidas 
serão recolhidas no dia 20 do mês seguinte ao da rescisão, 
computando-se em separado a parcela referente ao 13º 
salário) 
• Até o dia 20 do mês subsequente ao do vencimento: 
o Contribuição do produtor rural PF, cota patronal e de 
seus empregados 
o Contribuição do segurado especial e a de seus 
empregados, caso tenha (nesse caso, está-se 
aguardo regulamentação por ato conjunto dos 
ministros da fazenda e do trabalho) 
• Até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, ou no 
dia útil imediatamente anterior quando não houver 
expediente bancário no dia 20: o segurado especial, quando 
tiver a obrigação de recolher a sua própria contribuição. 
Esse mesmo prazo deve ser observado no que diz respeito 
às contribuições retidas das pessoas que lhes prestaram 
serviços durante o mês 
• Até o dia 20 do mês seguinte ao da competência, 
antecipando-se para o dia útil imediatamente anterior se 
não houver expediente bancário no dia 20: contribuição do 
empregador doméstico e de seu empregado 
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Última atualização em 06/10/2022. 
As contribuições que não forem pagas dentro do prazo 
acarretam, para os responsáveis, imposição de multa e juros de 
mora, incidentes sobre o valor principal devido: 
Multa de mora: 
• Alíquota: 0,33% ao dia 
• Base para incidência: valor da contribuição 
• Termo inicial: 1º dia subsequente ao do vencimento do 
prazo previsto para pagamento 
• Termo final: dia em que ocorrer o seu pagamento 
• Limite máximo: 20% 
Juros de mora: juros de SELIC (a contar do 1º dia do mês 
subsequente ao dia do vencimento) + 1% (mês do pagamento) 
Há, ainda, a multa de ofício, que ocorre quando for constatado 
que há contribuições previdenciárias devidas e não declaradas, 
cabendo à Receita Federal efetuar o lançamento de ofício, pela 
lavratura do auto de infração ou notificação de lançamento. 
Nesse caso, a multa passa a ser de 75% calculada sobre a 
contribuição devida e não recolhida, podendo dobrar de valor 
(totalizando 150%) nos seguintes casos: 
• Compensação indevida, quando se comprova falsidade da 
declaração apresentada pelo sujeito passivo 
• Casos de evidente intuito de fraude 
Essa multa de ofício pode, ainda, ser agravada na metade 
(passando a ser de 112,5% e 225%, nos casos de 75% e 150%, 
respectivamente), nos seguintes casos: 
• Não atendimento pelo sujeito passivo de intimação para 
prestar esclarecimentos no prazo determinado 
• Não atendimento pelo sujeito passivo de intimação para 
apresentar arquivos digitais, quando usuário de sistema de 
processamento eletrônico de dados, bem como a 
documentação técnica completa e atualizada do sistema, 
suficiente para possibilitar a sua auditoria, facultada a 
manutenção em meio magnético, sem prejuízo de sua 
emissão gráfica, quando solicitada 
 
 
4.2. ISENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
São isentas (imunes) de contribuição para a seguridade social as 
entidades beneficentes de assistência social que atendam às 
exigências estabelecidas em lei. 
Requisitos: 
• Não percebam, seus dirigentes estatutários, conselheiros, 
sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração, 
vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por 
qualquer forma ou título, em razão das competências, 
funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos 
respectivos atos constitutivos 
• Aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit 
integralmente no território nacional, na manutenção e 
desenvolvimento dos seus objetivos institucionais 
• Apresente certidão negativa ou certidão positiva com 
efeitos de negativa de débitos relativos aos tributos 
administrados pela Receita Federal e certificado de 
regularidade do FGTS 
• Mantenha escrituração contábil regular que registre as 
receitas e despesas, bem como a aplicação em gratuidade 
de forma segregada, em consonância com as normas 
emanadas do conselho federal de contabilidade 
• Não distribua resultados, dividendos, bonificações, 
participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer 
forma ou pretexto 
• Conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 anos, contado da 
data da emissão, os documentos que comprovem a origem 
e a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou 
operações realizados que impliquem modificação da 
situação patrimonial 
• Cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na 
legislação tributária 
• Apresente as demonstrações contábeis e financeiras 
devidamente auditadas por auditor independente 
legalmente habilitado nos conselhos regionais de 
contabilidade quando a receita bruta anual auferida for 
superior ao limite 
 
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Última atualização em 06/10/2022. 
4.3. O PARCELAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES 
PREVIDENCIÁRIAS 
Os débitos de qualquer natureza com a fazenda nacional 
poderão ser parcelados em até 60x mensais, a critério exclusivo 
da autoridade fazendária. 
O parcelamento terá sua formalização condicionada ao prévio 
pagamento da 1ª prestação, conforme o montante do débito e 
o prazo solicitado, sendo que o valor mínimo de cada prestação 
será fixado em ato conjunto do secretário da Receita Federal e o 
procurador geral da fazenda nacional. 
Se o débito já for inscrito em dívida ativa, a concessão do 
parcelamento fica condicionada à apresentação de garantia do 
valor real pelo devedor, inclusive por meio de fiança bancária, 
idônea e suficiente para pagamento do débito. 
O pedido de parcelamento deferido constitui confissão de dívida 
e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito 
tributário, podendo a exatidão dos valores parcelados ser objeto 
de verificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES 
SOCIAIS 
1. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO PARA O SEGURADO OU 
BENEFICIÁRIO 
Os beneficiários do RGPS têm o prazo decadencial de 10 anos 
para requerer a revisão do ato de concessão do benefício. 
A regra geral é que o prazo se conta a partir do 1º dia do mês 
seguinte ao do recebimento da 1ª prestação. 
Caso o requerimento do benefício tenha sido indeferido pela 
autoridade administrativa, o prazo decadencial se conta do dia 
em que o interessado tomar conhecimento da decisão definitiva. 
STJ não se opera a decadência se a questão não foi apreciada 
pela decisão administrativa. Isso porque, como o prazo 
decadencial limita a possibilidade de controle de legalidade do 
ato administrativo, não pode atingir aquilo que não foi objeto e 
apreciação pela administração. O posicionamento do STJ é que, 
quando não se tiver negado o próprio direito do reclamado, não 
há o que se falar em decadência. 
Súmula 81 TNU: não incide o prazo decadencial previsto no art. 
103, caput, da lei nº 8213/91, nos casos de indeferimento e 
cessação de benefícios, bem como em relação às questões não 
apreciadas pela administração no ato de concessão. (essa 
súmula deverá ser revisada, em razão da edição da lei 13.486/19) 
Lei 13.486/19: passou a prever aplicação de decadência para 
concessão, indeferimento,cessação, cancelamento e 
indeferimento de pedido de revisão e valor recebido na revisão. 
O prazo para o ajuizamento da ação para haver prestações 
vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela 
previdência é de 5 anos. O prazo é contado da data em que as 
verbas deveriam ter sido pagas. 
Num resumo: 
• Decadência: 10 anos 
• Prescrição: 5 anos 
Súmula 85 STJ: nas relações de trato sucessivo em que a FP figure 
como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito 
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Última atualização em 06/10/2022. 
do reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas 
antes do quinquênio anterior à propositura da ação. 
A prescrição não corre contra menores, incapazes e ausentes. 
Súmula 74 TNU: o prazo de prescrição fica suspenso pela 
formulação de requerimento administrativo e volta correr pelo 
saldo remanescente após a ciência da decisão administrativa 
final. 
 
2. Decadência para o INSS 
A lei 10.839/2004 incluiu na lei 8.213/91 o prazo de 10 anos para 
a previdência social anular os atos administrativos que decorram 
efeitos favoráveis para seus beneficiários, contando-se o prazo 
da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
Antes de 2004 não havia disposição específica sobre o prazo de 
decadência para o INSS. Aplicava-se, então, a lei 9.784/99, que 
previa o prazo de 5 anos para a administração anular seus atos. 
Porém, o STJ decidiu que o prazo decadencial de 1 anos previsto 
na lei 10.839/2004 também se aplica a fatos anteriores à sua 
vigência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO 
1. FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO 
A filiação decorre automaticamente do início da atividade 
laboral remunerada para os trabalhadores em geral, ou seja, 
para os segurados obrigatórios do RGPS (contribuinte individual, 
trabalhador avulso, empregado doméstico, empregado e 
segurado especial). Para esses segurados, a filiação não depende 
de um ato formal praticado entre o segurado e o INSS. Assim, a 
inscrição ocorre em momento posterior à filiação. O segurado 
obrigatório pode efetuar o pagamento retroativo das suas 
contribuições sociais, desde que comprove ter exercido 
atividade laboral remunerada no período em questão. 
Já para o segurado facultativo, a filiação será em momento 
posterior à inscrição. A filiação do facultativo representa um ato 
de vontade do próprio cidadão em ingressar no RGPS. Não é 
automático. Os segurados facultativos devem formalizar a 
filiação ao RGPS praticando o ato formal, pelo qual ocorre a 
apresentação do interessado ao INSS (que é a inscrição). A 
filiação só gera efeitos a partir do 1º recolhimento sem atraso, 
não podendo retroagir e não permitindo o pagamento de 
contribuições relativas às competências anteriores ao início da 
opção pela qualidade de segurado facultativo. 
Filiação: é o vínculo que se estabelece entre pessoas que 
contribuem para a previdência social e esta, do qual decorrem 
direitos e obrigações. 
Inscrição: é o ato formal que identifica o segurado perante a 
previdência social, em suma, é o cadastro do segurado junto ao 
INSS. Considera-se inscrição, para efeitos na previdência social, 
o ato pelo qual a PF é cadastrada no cadastro nacional de 
informações sociais (CNIS), mediante informações prestadas dos 
seus dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis à 
sua caracterização. 
Para o segurado que exerce mais de uma atividade, esse será 
filiado obrigatoriamente à previdência social em relação a todas 
as atividades, observado o limite máximo do SC. Cada atividade 
remunerada exige uma filiação independente. Se tiver mais 
empregos que ultrapassem o teto do RGPS, deverá haver a 
filiação, mas não haverá a contribuição. 
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Última atualização em 06/10/2022. 
A idade mínima para ingresso no RGPS (segurado obrigatório ou 
facultativo) é de 16 anos, com a exceção do aprendiz, que 
poderá ser a partir dos 14. 
Procedimento de inscrição dos segurados obrigatórios (de forma 
automática) e dos facultativos (que dependerá de inscrição): 
• Contribuinte individual: comprovação da atividade 
profissional 
• Trabalhador avulso: cadastro/registro no sindicato ou 
OGMO 
• Empregado doméstico: documento que comprove o 
contrato 
• Empregado: contrato de trabalho 
• Segurado especial: comprovação da atividade rural 
• Segurado facultativo: declaração que não exerce atividade 
remunerada 
A inscrição do dependente será promovida quando do 
requerimento do benefício a que tiver direito. Não existe a 
possibilidade de se realizar a inscrição dos dependentes em 
outras situações que não essa. 
A inscrição será feita mediante a apresentação dos seguintes 
documentos: 
1ª classe: 
• Cônjuge e filhos: certidões de casamento e nascimento 
• Companheira ou companheiro: documento de identidade e 
certidão de casamento com averbação da separação judicial 
ou divórcio, quando um dos companheiros ou ambos já 
tiverem sido casados, ou de óbito, se for o caso 
• Equiparado a filho: certidão judicial de tutela e, em se 
tratando de enteado, certidão de casamento do segurado e 
de nascimento do dependente, com comprovação da 
dependência econômica 
2ª classe: certidão de nascimento do segurado e documentos de 
identidade dos pais 
3ª classe: certidão de nascimento 
 
 
2. PERÍODO DE CARÊNCIA 
Período de carência é composto pelas contribuições realizadas a 
contar do efetivo pagamento da 1ª contribuição sem atraso, não 
sendo consideradas as contribuições recolhidas em atraso 
referentes a competências anteriores. 
Período de carência é diferente de tempo de 
contribuição. Tempo de contribuição aceita o 
recolhimento de períodos atrasados. Tempo de 
contribuição é contado em anos e período de 
carência em contribuições mensais. 
Período de carência é o tempo correspondente ao número 
mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o 
beneficiário faça jus aos benefícios. É o tempo mínimo de 
contribuição que o trabalhador precisa comprovar para ter 
direito a um benefício previdenciário, sendo que esse tempo 
mínimo varia de acordo com o benefício solicitado. 
Benefícios que exigem carência mínima de contribuições 
mensais à previdência social: 
• Auxílio por incapacidade temporária: 12 
• Salário maternidade para as seguradas facultativas, 
contribuintes individuais e especiais: 10 
• Aposentadoria por incapacidade permanente: 12 
• Aposentadoria programada: 180 
• Aposentadoria especial: 180 
• Auxílio reclusão: 24 (alterado pela lei 13.486/19) 
Benefícios que não exigem carência mínima de contribuições 
mensais à previdência social: 
• Pensão por morte 
• Auxílio por incapacidade temporária (acidente de qualquer 
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho) 
• Aposentadoria por incapacidade permanente (acidente de 
qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do 
trabalho) 
• Salário maternidade para seguradas empregadas, 
domésticas e trabalhadoras avulsas 
• Serviço social e reabilitação profissional 
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Última atualização em 06/10/2022. 
No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de 
carência para a concessão dos benefícios de auxílio por 
incapacidade temporária, de aposentadoria por incapacidade 
permanente e de salário maternidade, o segurado deverá 
contar, a partir da nova filiação à previdência social, com a 
carência integral para os seguintes benefícios: 
• Auxílio por incapacidade temporária 
• Salário maternidade 
• Aposentadoria por incapacidade permanente 
• Auxílio reclusão 
Se o parto antecipar, o número mínimo de contribuições exigido 
será diminuído em número igual aos meses de antecipação do 
parto, comprovada por atestado médico. 
Resumo de alguns pontos importantes: 
• O exercício de atividade remunerada sujeita a filiação 
obrigatória ao RGPS 
• O exercício de atividades concomitantes sujeita a filiação 
obrigatóriaem cada uma dela (essa regra também se aplica 
ao servidor ou militar que venha a exercer, 
concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas 
pelo RGPS) 
• Se o aposentado exercer ou voltar a exercer atividade 
abrangida pelo RGPS, será segurado obrigatório em relação 
a essa atividade 
• Enquanto estiver no exercício do mandato eletivo, o 
dirigente sindical manterá o mesmo enquadramento no 
RGPS que tinha antes da investidura 
• Servidor civil ocupante de cargo efetivo ou militar da 
U/E/DF/M, bem como das respectivas autarquias e 
fundações são excluídos do RGPS, desde que amparados 
pelo RPPS 
 
 
 
 
 
BENEFÍCIOS E SERVIÇOS PREVIDENCIÁRIOS 
Atualmente, o RGPS tem os seguintes benefícios e serviços: 
Benefícios para os segurados: 
• Aposentadoria por incapacidade permanente 
• Aposentadoria programada (idade + tempo de 
contribuição) 
• Aposentadoria por idade do trabalhador rural 
• Aposentadoria especial 
• Auxílio por incapacidade temporária 
• Auxílio acidente 
• Salário família 
• Salário maternidade 
Benefícios para os dependes: 
• Pensão por morte 
• Auxílio reclusão 
Serviços para os segurados e dependentes: 
• Habilitação profissional 
• Reabilitação profissional 
• Serviço social 
O serviço social havia sido extinto pela MP 905/19, mas essa 
medida provisória foi revogada pela MP 955/20. Portanto, o 
serviço social voltou para o rol dos serviços do RGPS. 
Art. 124 lei 8213/91: salvo no caso de direito adquirido, não é 
permitido o recebimento dos seguintes benefícios da 
previdência social: 
I. Aposentadoria e auxílio por incapacidade temporária 
II. Mais de uma aposentadoria 
III. Aposentadoria e abono de permanência em serviço 
IV. Salário-maternidade e auxílio por incapacidade 
temporária 
V. Mais de um auxílio-acidente 
VI. Mais de uma pensão deixada por cônjuge ou 
companheiro, ressalvado o direito de opção pela mais 
vantajosa 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Art. 124, p.ú., lei 8.213/91: é vedado o recebimento conjunto do 
seguro-desemprego com qualquer benefício de prestação 
continuada da previdência social, exceto pensão por morte ou 
auxílio acidente. 
 
1. SALÁRIO BENEFÍCIO 
O SB não poderá ter valor inferior ao mínimo estabelecido pela 
previdência social (1 salário mínimo) e nem superior ao teto 
fixado por portaria do ministro da fazenda. No cálculo do valor 
da renda mensal do benefício, inclusive o decorrente de 
acidente do trabalho, serão computados: 
• Para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o 
trabalhador avulso, os salários de contribuição referentes 
aos meses de contribuições devidas, ainda que não 
recolhidas pela empresa ou pelo empregador doméstico, 
sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das 
penalidades cabíveis 
• Para o segurado empregado, inclusive o doméstico, o 
trabalhador avulso e o segurado especial, o valor mensal do 
auxílio acidente, considerado como salário de contribuição 
para fins de concessão de qualquer aposentadoria 
• Para os demais segurados, os salários de contribuição 
referentes aos meses de contribuições efetivamente 
recolhidas 
O salário de benefício será, de acordo com a EC 103/19, e para 
todos os benefícios, a média aritmética simples dos salários de 
contribuição e das remunerações adotados como base para 
contribuições ao RGPS e ao RPPS, ou como base para 
contribuições decorrentes das atividades militares, atualizados 
monetariamente, correspondentes a 100% do período 
contributivo desde a competência de julho de 1994, ou desde o 
início da contribuição, se posterior àquela competência. 
Antes da EC 103/19, havia a possibilidade de 
descartar os 20% menores salários (ou seja, só eram 
contabilizados os 80% maiores) para a aposentadoria 
por incapacidade permanente, especial, auxílio por 
incapacidade temporária e auxílio-acidente. Essa 
regra não existe mais! Agora é 100% de todo o 
período! 
 
2. RENDA MENSAL INICIAL 
Benefícios e renda mensal inicial: 
• Auxílio por incapacidade temporária: 91% do salário 
benefício, limitada à média dos 12 últimos salários de 
contribuição 
• Auxílio acidente: 50% do salário de benefício, podendo ser 
inferior a 1SM 
• Auxílio reclusão: 1 salário mínimo 
• Aposentadoria por incapacidade permanente: 60% da 
média aritmética de todas as remunerações/salários de 
contribuição + 2% para cada ano que ultrapassar 15 anos 
(se mulher) ou 20 anos (se homem). Se for acidente de 
trabalho, será de 100% 
• Aposentadoria programada: 60% da média aritmética de 
todas as remunerações/salários de contribuição + 2% para 
cada ano que ultrapassar 15 anos (se mulher) ou 20 anos 
(se homem) 
• Aposentadoria especial da pessoa com deficiência: 70% do 
salário de benefício + 1% para cada grupo de 12 
contribuições mensais, até o máximo de 30%, totalizando, 
no máximo, 100% do salário de benefício 
• Aposentadoria por agentes nocivos: 
o Para os homens com aposentadoria especial de 20 ou 
25 anos: 60% da média aritmética de 100% das 
remunerações/salários de contribuição + 2% para 
cada ano que ultrapassar 20 anos de contribuição 
o Para os homens com aposentadoria especial de 15 
anos e para todas as mulheres (com aposentadoria 
de 15, 20 ou 25 anos): 60% da média aritmética de 
100% das remunerações/salários de contribuição + 
2% para cada ano que ultrapassar 15 anos de 
contribuição 
• Aposentadoria do trabalhador rural: 70% do salário de 
benefício + 1% por grupo de 12 contribuições, até o limite 
de 100% do salário de benefício 
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• Salário família: R$51,27 por filho ou equiparado menor de 
14 anos ou inválido de qualquer idade 
• Salário maternidade: 
o Empregados: remuneração devida, no mês de seu 
afastamento, não sujeita ao limite máximo do salário 
contribuição 
o Avulso: última remuneração integral equivalente a 1 
mês de trabalho, não sujeito ao limite máximo do 
salário contribuição 
o Doméstico: o último salário de contribuição, sujeito 
ao limite máximo correspondente 
o Segurado especial: 1/12 do valor sobre o qual incidiu 
a sua última contribuição anual, garantido pelo 
menos 1 salário mínimo mensal 
o Contribuinte individual, segurado facultativo e 
segurado desempregado: 1/12 da soma dos 12 
últimos salários de contribuição, apurados em um 
período não superior a 15 meses 
• Pensão por morte: 50% do valor da aposentadoria recebida 
pelo segurado ou daquela a que teriam direito se fosse 
aposentado por incapacidade permanente na data do óbito 
+ cota de 10% por cada dependente, até o máximo de 100% 
 
3. REAJUSTAMENTO E REVISÃO DOS BENEFÍCIOS 
Os reajustamentos dos benefícios visam à garantia da 
manutenção do seu valor real, permitindo a preservação do 
poder aquisitivo, considerando os períodos de intenso processo 
inflacionário verificado no país. 
O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, 
anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, por 
rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último 
reajustamento, com base no índice nacional de preços ao 
consumidor (INPC), apurado pelo IBGE. 
Não restou assegurada a vinculação do valor ao benefício 
previdenciário ao número de salários mínimos. Foi dado ao 
legislador ordinário fixar os índices de reajustamento, somente. 
É possível a aplicação imediata de novo teto previdenciário 
fixado por emenda constitucional aos benefícios pagos com base 
em limitados anterior, considerados os salários de contribuição 
utilizados para os cálculos iniciais, pois não se trata de majoração 
do valor do benefício sem a correspondente fonte de custeio, 
mas apenas da declaração do direito do segurado ter a sua renda 
mensal de benefício calculada com base em limitador mais alto. 
STF: é possível a aplicação imediata do novo teto previdenciário 
trazido pela EC 20 e pela EC 41 aos benefícios pagos com base 
em limitadoranterior, considerados os salários de contribuição 
utilizados para os cálculos iniciais. 
 
4. BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS 
4.1. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA 
Atenção: o antigo “auxílio-doença” atualmente recebe o nome 
de auxílio por incapacidade temporária. 
Requisitos: incapacidade para o trabalho ou atividade habitual 
por mais de 15 dias consecutivos. 
Beneficiários: todos os segurados. 
Carência: 
• Regra: 12 contribuições mensais 
• Acidentes de qualquer natureza e doenças especificadas em 
lista elaborada pelo Ministério da Saúde e Previdência 
Social (atualizada de 3 em 3 anos): sem carência 
Renda mensal inicial: 91% do salário de benefício, limitada à 
média dos 12 últimos salários de contribuição. 
Início do pagamento: 
• Para empregados: 
o A partir do 16º dia de afastamento da atividade, se 
requerida até o 30º dia 
o A partir do requerimento, se requerida após o 30º dia 
• Demais segurados: 
o A partir da incapacidade, se requerida até o 30º dia 
o A partir do requerimento, se requerida após o 30º dia 
Suspensão do pagamento: quando o segurado não comparecer 
à perícia médica periódica ou à convocação do INSS. 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Cessação do pagamento: 
• Quando cessar a incapacidade 
• Pela transformação do auxílio por incapacidade temporária 
em auxílio acidente ou aposentadoria por incapacidade 
permanente 
• Quando o segurado retornar à atividade que gerou o 
benefício (não é qualquer atividade) 
 
4.2. AUXÍLIO ACIDENTE 
É um benefício previdenciário com natureza exclusivamente 
indenizatória, não se destinando a substituir a remuneração do 
segurado, e sim servir de acréscimo aos seus rendimentos, em 
decorrência de um infortúnio que reduziu a capacidade 
laborativa. 
Requisitos: acidente de qualquer natureza que cause redução da 
capacidade (não é incapacidade, mas apenas uma redução na 
capacidade) para o trabalho. 
Beneficiários: empregados, empregados domésticos, avulsos e 
segurados especiais. 
Carência: sem carência. 
Renda mensal inicial: 50% do salário de benefício (pode ser 
inferior a 1 salário mínimo). 
Início do pagamento: a partir do 1º dia da cessação do auxílio por 
incapacidade temporária originário. 
Suspensão do pagamento: em caso de retorno da mesma 
doença que o originou. 
Cessação do pagamento: 
• Quando o segurado se aposenta (não pode acumular com 
nenhuma aposentadoria) 
• Morte do segurado 
Veja as diferenças entre o auxílio acidente e o auxílio por 
incapacidade temporária: 
 
AUXÍLIO ACIDENTE AUX. POR INC. TEMPORÁRIA 
É indenizatório 
Substitui o salário de 
contribuição ou a 
remuneração do segurado 
É recebido junto com a 
remuneração pelo labor do 
segurado (não exige 
afastamento do trabalho) 
Exige incapacidade laboral 
para o trabalho habitual por 
mais de 15 dias seguidos 
(exige o afastamento do 
trabalho) 
50% do salário de benefício 91% do salário de benefício 
Pode ser inferior a 1 salário 
mínimo 
Não pode ser inferior a 1 
salário mínimo, salvo no 
caso de atividades 
concomitantes 
Sempre dispensa a carência 
Exige, em regra, 12 
contribuições mensais 
Empregado, empregado 
doméstico, avulso e 
segurado especial 
É devido a todos os 
segurados 
É um benefício permanente 
É precário pela própria 
natureza 
(Tabela retirada do livro “Direito Previdenciário” do Frederico Amado – 
coleção Sinopses para concursos – Editora Juspodivm) 
 
4.3. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE 
Atenção: a antiga “aposentadoria por invalidez” atualmente 
recebe o nome de aposentadoria por incapacidade permanente. 
Requisitos: incapacidade permanente para o trabalho ou para a 
atividade habitual, com pequena possibilidade de recuperação. 
Art. 42 lei nº 8.213/90: aposentadoria por incapacidade 
permanente (na lei consta “aposentadoria por invalidez”), uma 
vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida 
ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio por 
incapacidade temporária (na lei consta “auxílio doença”), for 
considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o 
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á 
paga enquanto permanecer essa condição. 
Súmula 53 TNU: não há direito a auxílio doença (auxílio por 
incapacidade temporária) ou a aposentadoria por invalidez 
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Última atualização em 06/10/2022. 
(aposentadoria por incapacidade permanente) quando a 
incapacidade para o trabalho é preexistente ao reingresso do 
segurado no RGPS. 
Beneficiários: todos os segurados. 
Carência: 
• Regra: 12 contribuições mensais 
• Acidentes de qualquer natureza, doença profissional, do 
trabalho ou moléstias graves listadas pelo Ministério da 
Saúde e Previdência Social: sem carência 
Renda mensal inicial: 
• Para os homens: 60% da média aritmética de 100% das 
remunerações/salários de contribuição + 2% para cada ano 
que ultrapassar 20 anos n de contribuição 
• Para as mulheres: 60% da média aritmética de 100% das 
remunerações/salários de contribuição + 2% para cada ano 
que ultrapassar 15 anos de contribuição 
• Para os casos decorrentes de acidente de trabalho, doença 
profissional ou doença do trabalho: 100% da média de 
todos os salários de contribuição, independentemente do 
tempo de contribuição. 
O valor da aposentadoria por incapacidade 
permanente do segurado que necessitar da 
assistência permanente de outra pessoa será 
acrescido de 25% (chamado de auxílio 
acompanhante), se assim comprovado em perícia 
médica. 
Início do pagamento: 
• Para empregados: 
o A partir do 16º dia de afastamento da atividade, se 
requerida até o 30º dia 
o A partir do requerimento, se requerida após o 30º dia 
• Demais segurados: 
o A partir da incapacidade, se requerida até o 30º dia 
o A partir do requerimento, se requerida após o 30º dia 
Suspensão do pagamento: quando o segurado não comparecer 
à perícia médica periódica ou à convocação do INSS. 
Cessação do pagamento: 
• Quando ocorrer a recuperação da capacidade para o 
trabalho 
• Morte do segurado 
• Quando o segurado retornar voluntariamente à atividade o 
benefício é cancelado desde a data do retorno ao trabalho 
 
4.4. APOSENTADORIA/APOSENTADORIA PROGRAMADA 
Com a EC 103/19, as aposentadorias por idade e por tempo de 
contribuição foram fundidas, gerando a “aposentadoria”, 
também chamada de “aposentadoria programada”. 
Art. 51 decreto nº 3.048/99: a aposentadoria programa, uma vez 
cumprido o período de carência exigido, será devida ao segurado 
que cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos: 
I. 62 anos de idade, se mulher, e 65 anos de idade, se 
homem; e 
II. 15 anos de tempo de contribuição, se mulher, e 20 
anos de tempo de contribuição, se homem 
Art. 54 decreto nº 3.048/99: para o professor que comprove, 
exclusivamente, tempo de efetivo exercício em função de 
magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no 
ensino médio, desde que cumprido o período de carência 
exigido, será concedida a aposentadoria de que trata esta 
Subseção (aposentadoria programada) quando cumprir, 
cumulativamente, os seguintes requisitos: 
I. 57 anos de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se 
homem; e 
II. 25 anos de contribuição, para ambos os sexos, em 
efetivo exercício na função a que se refere o caput 
Art. 56 decreto nº 3.048/99: a aposentadoria por idade do 
trabalhador rural, uma vez cumprido o período de carência 
exigido (...) quando completarem 55 anos de idade, se mulher, e 
60 anos de idade, se homem. 
 
 
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Requisitos: 
• Idade: 
o Regra: 65 anos para o homem e 62 anos para a 
mulher 
o Professor: 60 anos para o homem e 57 anos para a 
mulher 
o Trabalhador rural: 60 anos para o homem e 55 anos 
para a mulher 
• Tempo de contribuição: 
o Regra: 20 anos para o homem e 15 anos para a 
mulher 
o Professor: 25 anoso Para o rural não há a exigência do tempo de 
contribuição 
Beneficiários: todos os segurados. 
Carência: 180 contribuições mensais. 
Renda mensal inicial: 
• Para os homens: 60% da média aritmética de 100% das 
remunerações/salários de contribuição + 2% para cada ano 
que ultrapassar 20 anos de contribuição 
• Para as mulheres: 60% da média aritmética de 100% das 
remunerações/salários de contribuição + 2% para cada ano 
que ultrapassar 15 anos de contribuição 
• Para os rurais: 70% do salário de benefício + 1% por grupo 
de 12 contribuições, até o limite de 100% do salário de 
benefício 
Início do pagamento: 
• Para o empregado ou doméstico: 
o A partir do desligamento: se requerer em até 90 dias 
o A partir do requerimento: se requerer após 90 dias 
• Para os demais segurados: a partir do requerimento 
Suspensão do pagamento: cumpridos os requisitos, não há 
situação que gere a suspensão. 
Cessação do pagamento: com a morte do segurado. 
 
4.5. APOSENTADORIA DOS SEGURADOS COM DEFICIÊNCIA 
Primeiramente, é importante definir o conceito de pessoa com 
deficiência: aquela que tem impedimentos de longo prazo de 
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em 
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de 
condições com as demais pessoas. 
Requisitos: 
• Por idade: 60 anos para o homem e 55 anos para a mulher 
(cumpridas as 180 contribuições mensais) 
• Por tempo de contribuição: 
o Deficiência leve: 33 anos para o homem e 28 anos 
para a mulher 
o Deficiência média: 29 anos para o homem e 24 anos 
para a mulher 
o Deficiência grave: 25 anos para o homem e 20 anos 
para a mulher 
Beneficiários: todos os segurados. 
Carência: 180 contribuições mensais. 
Renda mensal inicial: 
• Por idade: 70% do salário de benefício + 1% por grupo de 12 
contribuições mensais, até o limite de 100% 
• Por tempo de contribuição: 100% do salário de benefício 
Início do pagamento: sem previsão na LC 142/13. 
Suspensão do pagamento: cumpridos os requisitos, não há 
hipótese que gere a suspensão do benefício. 
Cessação do pagamento: com a morte do segurado. 
 
4.6. APOSENTADORIA ESPECIAL POR EXPOSIÇÃO AOS 
AGENTES NOCIVOS 
Art. 19, §1º, I, Emenda Constitucional nº 103/19: até que lei 
complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou 
tempo de contribuição prevista nos §§1º e 8º do art. 201 da CF, 
será concedida a aposentadoria: aos segurados que comprovem 
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Última atualização em 06/10/2022. 
o exercício de atividades com efetiva exposição a agentes 
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação 
desses agentes, vedada a caracterização por categoria 
profissional ou ocupação, durante, no mínimo, 15, 20 ou 25 
anos, (...) quando cumpridos: 
a. 55 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 
15 anos de contribuição; 
b. 58 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 
20 anos de contribuição; ou 
c. 60 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 
25 anos de contribuição. 
Esquematizando: 
ESPÉCIE DE APOSENTADORIA 
ESPECIAL 
IDADE MÍNIMA 
15 anos 55 anos 
20 anos 58 anos 
25 anos 60 anos 
Requisitos: exercício de trabalho sujeito a exposição a agentes 
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde. 
Beneficiários: empregados, avulsos e cooperados (cuidado: não 
são todos os contribuintes individuais; somente os cooperados). 
Carência: 180 contribuições mensais. 
Renda mensal inicial: 
• Para os homens com aposentadoria especial de 20 ou 25 
anos: 60% da média aritmética de 100% das 
remunerações/salários de contribuição + 2% para cada ano 
que ultrapassar 20 anos de contribuição 
• Para os homens com aposentadoria especial de 15 anos e 
para todas as mulheres (com aposentadoria de 15, 20 ou 25 
anos): 60% da média aritmética de 100% das 
remunerações/salários de contribuição + 2% para cada ano 
que ultrapassar 15 anos de contribuição 
Início do pagamento: 
• Empregados: 
o A partir do desligamento, se requerer em até 90 dias 
o A partir do requerimento, se requerer após 90 dias 
• Demais segurados: a partir do requerimento 
Suspensão do pagamento: com o retorno ao trabalho que 
exponha o segurado a agentes nocivos. 
Cessação do pagamento: com a morte do segurado. 
 
4.7. SALÁRIO FAMÍLIA 
É um benefício previdenciário que não tem por objetivo 
substituir a remuneração dos segurados, mas apenas 
complementar as despesas domésticas com os filhos menores 
de 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade. 
Requisitos: 
• Ter filho (ou equiparado) menor de 14 anos ou inválido de 
qualquer idade 
• Ser segurado de baixa renda (renda bruta mensal até 
R$1.655,98) 
Beneficiários: empregado, empregado doméstico e avulso. 
Carência: sem carência. 
Renda mensal inicial: uma cota por filho no valor de R$56,47. 
É possível o recebimento de dois salários família pelo 
mesmo filho, desde que ambos os pais sejam 
responsáveis pelo infante e se caracterizem 
separadamente como baixa renda. 
 
Início do pagamento: 
• Para o doméstico: início com a apresentação da certidão de 
nascimento do filho 
• Para o empregado e avulso: 
o Filho de até 6 anos: início com a apresentação da 
certidão de nascimento e carteirinha de vacinação 
(validade anual) 
o Filho de 7 anos ou mais: início com a apresentação da 
certidão de nascimento e atestado de frequência 
escolar (validade semestral) 
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Suspensão do pagamento: na falta da entrega da renovação da 
documentação do filho. 
Cessação do pagamento: 
• Morte do filho ou equiparado 
• Quando o filho ou equiparado completar 14 anos, salvo se 
for inválido 
• Pela recuperação da capacidade do filho inválido 
• Pelo desemprego do segurado ou término do trabalho 
avulso 
• Pelo aumento do salário do segurado (quando ele deixar de 
ser baixa renda) 
 
4.8. SALÁRIO MATERNIDADE 
É um benefício devido a todas as seguradas que visa substituir a 
remuneração em razão do nascimento do filho ou adoção, pois 
nesse período é preciso que a mulher volte toda sua atenção ao 
filho, sendo presumida legalmente a sua incapacidade 
temporária de trabalhar. 
O salário maternidade era o único benefício 
previdenciário considerado como salário de 
contribuição, incidindo sobre ele a contribuição 
previdenciária da segurada e da empresa. 
Entretanto, o STF declarou a inconstitucionalidade 
dos dispositivos da lei nº 8.212/91 que instituíam a 
cobrança da contribuição previdenciária sobre o 
salário maternidade. 
Requisitos: 
• Parto 
• Aborto 
• Adoção (ou guarda judicial para fins de adoção) 
• Morte do segurado que teria direito ao benefício 
Beneficiários: todos os segurados (inclusive para os homens, no 
caso de adoção ou morte da mãe-cônjuge). 
 
 
Carência: 
• Empregados, empregados domésticos e avulsos: sem 
carência 
• Contribuintes individuais e facultativos: 10 contribuições 
mensais 
• Segurados especiais: comprovação do exercício de 
atividade rural nos últimos 10 meses imediatamente 
anteriores ao requerimento do benefício, mesmo que de 
forma descontínua 
Se houver antecipação do parto, haverá diminuição 
no número de contribuições. A carência será o 
número de meses do parto + 1 mês (exemplo: criança 
que nasce com 7 meses, a carência deverá ser de 8 
contribuições mensais). 
Renda mensal inicial: 
• Empregado: a remuneração devida, no mês de seu 
afastamento, não sujeito ao limite máximo do RGPS, mas 
sim ao teto dos ministros do STF 
• Trabalhador avulso: a última remuneração integral 
equivalente a 1 mês de trabalho, não sujeito ao limite 
máximo do salário de contribuição, mas sim ao teto dos 
ministros do STF 
• Empregado doméstico: o último salário de contribuição, 
sujeito ao limite máximo correspondente 
• Segurado especial: 1/12 do valor sobre o qual incidiu a sua 
última contribuiçãoanual, garantido, ao menos, 1 salário 
mínimo mensal 
• Contribuinte individual, segurado desempregado e 
segurado facultativo: 1/12 da soma dos 12 últimos salários 
de contribuição, apurados em um período não superior a 15 
meses 
No caso de empregos concomitantes, a segurada fará 
jus ao salário maternidade relativo a cada emprego. 
Início do pagamento: 
• 28 dias antes do parto ou a partir do dia do parto 
• A partir do requerimento, se for aborto não criminoso ou 
adoção 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Suspensão do pagamento: cumpridos os requisitos para o 
recebimento, não há situação que gere a suspensão. 
Cessação do pagamento: 
• Em caso de parto ou adoção: 120 dias depois do início 
• Em caso de abordo não criminoso: 2 semanas depois do 
início 
• Situação especial prevista na lei nº 13.301/16 para as 
crianças vítimas de microcefalia decorrente de doenças 
transmitidas pelo Aedes Aegypti: 180 dias depois do início 
 
4.9. PENSÃO POR MORTE 
É um benefício previdenciário devido aos dependentes em razão 
do falecimento do segurado. 
Súmula 336 STJ: a mulher que renunciou aos alimentos na 
separação judicial tem direito a pensão previdenciária por morte 
do ex-marido, comprovada a necessidade econômica 
superveniente. 
Requisitos: morte do segurado. 
Beneficiários: dependentes. 
Carência: sem carência. 
Renda mensal inicial: 50% do valor da aposentadoria recebida 
pelo segurado ou daquela a que teriam direito se fosse 
aposentado por incapacidade permanente na data do óbito + 
cota de 10% por cada dependente, até o máximo de 100% (ou 
seja, se só tiver 1 dependente, o valor será de 60%, se forem 2, 
será de 70%, e assim por diante). 
Atenção sobre a renda mensal inicial: no caso de morte por 
acidente de trabalho do empregado, avulso, doméstico e 
segurado especial, se o segurado falecido não estava 
aposentado, o salário de benefício deve ser 100% da média. 
Em regra, se o óbito ocorrer sem que o segurado 
tenha vertido 18 contribuições mensais ou se o 
casamento ou união estável tiverem sido iniciados 
em menos de 2 anos antes do óbito do segurado, a 
pensão por morte será paga por apenas 4 meses ao 
cônjuge, companheiro ou companheira, salvo se o 
óbito do segurado decorrer de acidente de qualquer 
natureza ou de doença profissional ou do trabalho. 
Início do pagamento: 
• A partir do óbito: 
o Se requerida por maior de 16 anos até 90 dias do 
falecimento 
o Se requerida por menor de 16 anos até 180 dias 
depois de completar essa idade 
• A partir do requerimento: 
o Se requerida por maior de 16 anos após 90 dias do 
falecimento 
o Se requerida por menor de 16 anos após 180 dias 
depois de completar essa idade 
• A partir da decisão judicial, se for morte presumida 
• A partir da data da ocorrência, se for catástrofe, acidente ou 
desastre 
Suspensão do pagamento: quando o dependente inválido não 
comparecer ao exame médico pericial. 
Cessação do pagamento: 
• Pela morte do pensionista 
• Para o filho, equiparado ou irmão: ao completar 21 anos de 
idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual ou 
grave 
• Para o filho ou irmão inválido: pela cessação da invalidez 
• Para o filho ou irmão que tenha deficiência intelectual ou 
mental ou grave: pelo afastamento da deficiência 
• Para o cônjuge/companheiro: pelo decurso do prazo de 
recebimento da pensão 
• Pela condenação criminal contra o segurado (homicídio ou 
tentativa dolosa contra o segurado) 
Súmula 37 TNU: a pensão por morte, devida ao filho até os 21 
anos de idade, não se prorroga pela pendência de curso 
universitário. 
 
 
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Última atualização em 06/10/2022. 
4.10. AUXÍLIO RECLUSÃO 
Requisitos: recolhimento do segurado à prisão em regime 
fechado (após a EC 103/19 não é mais admitido o regime 
semiaberto), que não receber remuneração da empresa nem 
estiver em gozo de auxílio por incapacidade temporária, pensão 
por morte, salário maternidade, aposentadoria ou abono de 
permanência em serviço, desde que a média dos salários de 
contribuição apurados no período de 12 meses anteriores ao 
mês do recolhimento à prisão seja igual ou inferior a R$1.655,98 
(ou seja, deve ser segurado de baixa renda). 
Beneficiários: dependentes. 
Carência: 24 contribuições mensais. 
Renda mensal inicial: 1 salário mínimo. 
Início do pagamento: 
• A partir do recolhimento à prisão: 
o Se requerida por maior de 16 anos até 90 dias do 
recolhimento 
o Se requerida por menor de 16 anos até 180 dias 
depois de completar essa idade 
• A partir do requerimento: 
o Se requeria por maior de 16 anos após 90 dias do 
recolhimento 
o Se requerida por menor de 16 anos após 180 dias 
depois de completar essa idade 
Suspensão do pagamento: 
• No caso de fuga 
• No caso de recebimento de auxílio por incapacidade 
temporária 
• Se o dependente deixar de apresentar atestado trimestral, 
firmado pela autoridade competente 
• Quando o segurado deixar a prisão por livramento 
condicional, por cumprimento da pena em regime aberto 
ou por prisão albergue ou em regime semiaberto 
Cessação do pagamento: 
• Pela perda da qualidade de dependente (extinção da última 
cota individual) 
• Se o segurado passar a receber aposentadoria 
• Pela morte do segurado (haverá a conversão em 
aposentadoria por morte)8 
• Na data da soltura 
• Pelo decurso do prazo de recebimento do benefício pelo 
cônjuge/companheiro 
 
5. O ABONO ANUAL 
É equivalente à gratificação natalina do segurado ou dependente 
em gozo de benefício previdenciário. Será devido abono anual 
ao segurado e ao dependente que, durante o no, recebeu: 
• Auxílio por incapacidade temporária 
• Auxílio acidente 
• Aposentadoria 
• Salário maternidade 
• Pensão por morte 
• Auxílio reclusão 
O único benefício que não faz jus ao abono anual é o salário 
família. 
O abono será calculado tendo por base o valor da renda mensal 
do benefício do mês de dezembro de cada ano (e não à média 
anual). 
Com relação ao abono do salário maternidade, será devido 4/12 
do salário maternidade no último mês do recebimento. 
 
6. SERVIÇOS PREVIDENCIÁRIOS 
6.1. SERVIÇO SOCIAL 
Art. 88 lei nº 8.213/91: compete ao serviço social esclarecer 
junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-
los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução 
dos problemas que emergirem da sua relação com a Previdência 
Social, tanto no âmbito interno da instituição como na dinâmica 
da sociedade. 
O serviço social é uma atividade auxiliar do seguro social, que 
tem como diretriz a participação do beneficiário na 
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implementação e no fortalecimento da política previdenciária, 
em articulação com as associações e entidades de classe, sendo 
dada prioridade aos segurados em benefício por incapacidade 
temporária e atenção especial aos aposentados e pensionistas. 
Art. 88, §2º, lei nº 8.213/91: para assegurar o efetivo 
atendimento dos usuários serão utilizadas intervenção técnica, 
assistência de natureza jurídica, ajuda material, recursos sociais, 
intercâmbio com empresas e pesquisa social, inclusive mediante 
celebração de convênios, acordos ou contratos. 
Por fim, a lei nº 8.213/91 assevera que, considerando a 
universalização da Previdência Social, o serviço social prestará 
assessoramento técnico aos Estados e Municípios na elaboração 
e implantação de suas propostas de trabalho. 
 
6.2. HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL 
Art. 89 lei nº 8.213/91: a habilitação e a reabilitação profissional 
e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado 
parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras 
de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação 
profissional e social indicados para participar do mercado de 
trabalho e do contexto em que vivem. 
Art. 416 Instrução Normativa PRES/INSS nº128/22: poderão ser 
encaminhados para o Programa de Reabilitação Profissional: 
I. O segurado em gozo de auxílio por incapacidade 
temporária, acidentário ou previdenciário 
II. O segurado sem carência para benefício por 
incapacidade temporária, incapaz para as 
atividades laborais habituais 
III. O segurado em gozo de aposentadoria por 
incapacidade permanente 
IV. O pensionista inválido 
V. O segurado em gozo de aposentadoria 
programada, especial ou por idade do trabalhador 
rural, que voltar a exercer atividade abrangida 
pelo RGPS, tenha reduzido a sua capacidade 
funcional em decorrência de doença ou acidente 
de qualquer natureza ou causa 
VI. O segurado em atividade laboral mas que 
necessite da concessão, reparo ou substituição de 
órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção 
VII. O dependente do segurado 
VIII. As pessoas com deficiência 
Em relação aos atendidos pela reabilitação profissional, atenção: 
• Beneficiários dos incisos I a V: é obrigatório o atendimento 
pela reabilitação profissional 
• Beneficiários dos incisos VI e VII: o atendimento fica 
condicionado às possibilidades administrativas, técnicas, 
financeiras e às características locais 
• Beneficiários do inciso VIII: o atendimento depende de 
celebração prévia de Acordos de Cooperação Técnica 
firmado entre o INSS e instituições e associações de 
assistência às pessoas com deficiência 
A reabilitação compreende: 
• O fornecimento de aparelho de prótese, órtese e 
instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou 
redução da capacidade funcional puder ser atenuada por 
seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e 
reabilitação social e profissional 
• A reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados 
no item anterior, desgastados pelo uso normal ou por 
ocorrência estranha à vontade do beneficiário 
• O transporte do acidentado do trabalho, quando necessário 
A habilitação e reabilitação, assim como o serviço social, é devido 
aos beneficiários e seus dependentes. Veja: 
Art. 90 lei nº 8.213/91: a prestação de que trata o artigo anterior 
é devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive 
aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da 
Previdência Social, aos seus dependentes. 
Conforme a professora Adriana Menezes, a execução dos 
serviços se dará, preferencialmente, mediante o trabalho de 
equipe multiprofissional especializada em medicina, serviço 
social, psicologia, sociologia, fisioterapia, terapia ocupacional e 
outras afins ao processo, sempre que possível na localidade do 
domicílio do beneficiário. Em situações excepcionais, o 
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beneficiário terá direito ao serviço de reabilitação profissional 
em local diverso da localidade de seu domicílio. 
Empresas com 100 ou mais empregados está obrigada a 
preencher seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas 
portadoras de deficiência, habilitadas, na proporção: 
Até 200 empregados 2% 
De 201 a 500 empregados 3% 
De 501 a 1000 empregados 4% 
Mais de 1001 empregados 5% 
. 
Art. 93, §1º, lei nº 8.213/91: a dispensa de pessoa com 
deficiência ou de beneficiário reabilitado da Previdência Social 
ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90 dias e 
a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado 
somente poderão ocorrer após a contratação de outro 
trabalhador com deficiência ou beneficiário reabilitado da 
Previdência Social. 
Art. 93, §3º, lei nº 8.213/91: para a reserva de cargos será 
considerada somente a contratação direta de pessoa com 
deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a 
CLT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGIME PREVIDENCIÁRIO DO SERVIDOR 
ESTATUTÁRIO/REGIME PRÓPRIO DA PREVIDÊNCIA 
1. INTRODUÇÃO 
O RPPS só é aplicável aos servidores do executivo federal que 
ingressaram até fevereiro de 2013. Depois disso foi criada a 
fundação de previdência complementar do servidor público 
federal do executivo (FUNPRESP-EXE). 
O RPPS também tem caráter contributivo e solidário, e são 
financiados pela contribuição dos servidores ativos, inativos e 
pensionistas. 
No RGPS somente os ativos financiam o sistema, 
enquanto no RPPS, os ativos e inativos têm o dever 
de contribuir. 
Art. 40 CF: o RPPS dos servidores titulares de cargos efetivos terá 
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do 
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados 
e de pensionistas, observados os critérios que preservem o 
equilíbrio financeiro e atuarial. 
Art. 40, §1º, CF: o servidor abrangido por RPPS será aposentado: 
I. Por incapacidade permanente para o trabalho, no 
cargo em que estiver investido, quando for 
insuscetível de readaptação, hipótese em que será 
obrigatória a realização de avaliações periódicas 
para verificação da continuidade das condições 
que ensejaram a concessão da aposentadoria, na 
forma de lei do respectivo ente federativo 
II. Compulsoriamente, com proventos proporcionais 
ao tempo de contribuição, aos 70 anos de idade, 
ou aos 75 anos de idade, na forma de lei 
complementar 
A LC 152/15 fixou em 75 anos de idade a 
aposentadoria compulsória. 
III. No âmbito da União, aos 62 anos de idade, se 
mulher, e aos 65 anos de idade, se homem, e, no 
âmbito dos E/DF/M, a idade mínima estabelecida 
mediante emenda às respectivas constituições e 
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Última atualização em 06/10/2022. 
leis orgânicas, observados o tempo de 
contribuição e os demais requisitos estabelecidos 
em lei complementar do respectivo ente 
federativo 
Esquematizando... o servidor efetivo poderá ser aposentado: 
• Por incapacidade permanente para o trabalho 
• Compulsoriamente aos 75 anos 
• Por idade para o servidor da União: 
o 62 anos, se mulher 
o 65 anos, se homem 
A aposentadoria no RPPS não pode seguir critérios 
diferenciadores, exceto para os servidores: 
• Deficientes 
• Agentes penitenciários 
• Agentes socioeducativos 
• Policiais 
• Quem exerce atividade de risco 
• Quem exerce atividade em condições especiais 
• Professores: art. 40, §5º, CF: os professores terão idade 
mínima reduzida em 5 anos em relação às idades 
decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do 
§1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício 
das funções de magistério da educação infantil e no 
ensino fundamental e médio, fixado em lei 
complementar do respectivo ente federativo (ou seja, 
o professor se aposenta com 60 anos e a professora 
com 57 anos) 
Art.40, §6º, CF: ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos 
cargos acumuláveis, é vedada a percepção de mais de uma 
aposentadoria à conta do RPPS, aplicando-se outras vedações, 
regras e condições para a acumulação de benefícios 
previdenciários estabelecidos no RGPS. 
Art. 40, §9º, CF: o tempo de contribuição federal, estadual, 
distrital ou municipal será contado para fins de aposentadoria, 
observado o disposto nos §§9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de 
serviço correspondente será contado para fins de 
disponibilidade. 
Ou seja: 
• Tempo de contribuição conta para a aposentadoria 
• Tempo de serviço conta para a disponibilidade 
 
2. DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE OS BENEFÍCIOS (LEI 8.112/90) 
A União manterá plano de seguridade social para o servidor e 
sua família, que vise dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos 
o servidor e sua família, e compreende um conjunto de 
benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades: 
• Garantir meios de subsistência nos eventos de doença, 
invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, 
falecimento e reclusão 
• Proteção à maternidade, adoção e paternidade 
• Assistência à saúde 
Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem 
remuneração a manutenção da vinculação ao RPPS mediante 
recolhimento mensal da contribuição no mesmo percentual dos 
servidores. 
Benefícios para o servidor: 
• Aposentadoria 
• Auxílio• Universalidade da cobertura (aspecto objetivo) significa que 
a seguridade tem como objetivo cobrir toda e qualquer 
necessidade/contingência sociais de proteção social da 
sociedade em geral 
• Universalidade do atendimento (aspecto subjetivo) 
demonstra que a seguridade tem como objetivo atender 
todas as pessoas, pelo menos em regra. 
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais: não deve haver diferença entre 
trabalhadores urbanos e rurais. A prestação do benefício ou do 
serviço deve ser o mesmo, independentemente de ser ele um 
trabalhador do campo ou da cidade. 
Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços: a prestação de benefícios e serviços não pode ser 
infinita, uma vez que não há orçamento suficiente. Seletividade 
nada mais é que fornecer benefícios e serviços em razão das 
condições de cada um, fazendo de certa forma uma seleção de 
quem será beneficiado. A distributividade é consequência da 
seletividade, pois, ao selecionar os mais necessitados, estará 
ocorrendo uma redistribuição de renda aos mais pobres (e isso 
é distributividade). A seletividade deverá lastrear a escolha feita 
pelo legislador dos benefícios e serviços integrantes da 
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Última atualização em 06/10/2022. 
seguridade social, bem como os requisitos para a sua concessão, 
conforme as necessidades sociais e a disponibilidade de recursos 
orçamentários, de acordo com o interesse público. 
Irredutibilidade do valor dos benefícios: atualmente, é garantida 
por meio de reajuste anual, geralmente em valor igual ou 
superior ao da inflação do mesmo período. Pode se apresentar 
sob duas vertentes: 
• Previdência social: irredutibilidade do valor real (o valor do 
benefício será reajustado, no mínimo, conforme a inflação, 
para garantir o poder de compra) 
• Seguridade social: irredutibilidade do valor nominal (o valor 
em números não pode diminuir. Exemplo: se um benefício 
em 2021 é de R$2 mil, em 2022 não poderá ser inferior) 
Além disso, a CF fala em “valor real” e o STF fala em “valor 
nominal”. 
Art. 201, §4º, CF: é assegurado o reajustamento dos benefícios 
previdenciários para preservar-lhes, em caráter permanente, o 
valor real, conforme critérios definidos em lei. 
STF: o art. 201, §4º, CF, assegura a revisão dos benefícios 
previdenciários conforme critérios definidos em lei, ou seja, 
compete ao legislador ordinário definir as diretrizes para a 
conservação do valor real do benefício. 
STJ: admite a possibilidade da aplicação de índices negativos de 
correção monetária (deflação) aos benefícios previdenciários, 
desde que preservado o valor nominal do montante principal. Os 
índices negativos de correção serão considerados no cálculo de 
atualização, com a ressalva de que, se no cálculo final a 
atualização implicar redução do principal, deve prevalecer o 
valor nominal. (Ou seja, veda a redução do valor nominal dos 
benefícios previdenciários em caso de deflação) 
Equidade na forma de participação no custeio: equidade quer 
dizer que pessoas com o mesmo potencial contributivo devem 
contribuir de forma semelhante, enquanto que pessoas com 
menor potencial contributivo devem contribuir com valores 
menores. Num resumo: quem pode mais, paga mais. 
Diversidade da base de financiamento: a diversidade é 
necessária para que, no caso de crise econômica em qualquer 
setor, essa não prejudique a arrecadação das contribuições. A 
própria CF admite a ampliação da base de financiamento: a lei 
poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social. 
Art. 194, VI, CF: diversidade da base de financiamento, 
identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada 
área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, 
previdência e assistência social, preservado o caráter 
contributivo da previdência social. 
A reforma da previdência alterou o art. 194, VI, CF, e, 
agora, quando o dinheiro é enviado à seguridade 
social, deve haver a indicação para qual “área” da 
seguridade o dinheiro será destinado (previdência, 
assistência ou saúde). 
Caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos 
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do 
governo nos órgãos colegiados: visa à participação da sociedade 
na gestão da seguridade. A gestão é democrática, 
descentralizada (União, Estados, DF e Municípios) e 
quadripartite, com participação obrigatória dos trabalhadores, 
empregadores, aposentados e governo. 
Princípio da solidariedade social: não consta de forma expressa 
na CF, mas é defendido por boa parte da doutrina. Esse princípio 
traz que toda a sociedade contribui para a seguridade social, 
independentemente de se beneficiar ou não dos serviços. Mas, 
apesar de todos contribuírem, nem todos usufruem. 
• Previdência social: só usufrui quem contribui. O trabalhador 
ativo contribui para financiar o trabalhador inativo 
• Assistência social: toda sociedade contribui, mas só recebe 
os que necessitam 
• Saúde: é direito de todos e dever do Estado 
 
 
 
 
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Última atualização em 06/10/2022. 
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
1. CONTEÚDO 
A legislação previdenciária é o conjunto de regramentos que 
abordam temas do sistema previdenciário, como: Constituição 
Federal, leis complementares, leis ordinárias, medidas 
provisórias, leis delegadas, decretos regulamentares, instruções 
normativas, portarias, regimentos, resoluções, entre outros. 
 
2. FONTES 
Conforme ensinamentos de Miguel Reale, o termo fonte do 
direito deve indicar os processos de produção da norma jurídica, 
vinculados a uma estrutura do poder, o qual, diante de fatos e 
valores, opta por dada solução normativa e pela garantia do seu 
cumprimento. 
Sendo assim, é um conjunto de normas que embasam o direito 
e que possam ajudar na sua aplicabilidade. 
As fontes do direito previdenciário são primárias ou secundárias: 
Fontes primárias/legais/diretas/imediatas: podem inovar no 
ordenamento jurídico. São os atos legislativos emanados do 
Legislativo ou os atos de natureza legislativa emanados do 
Executivo (como as medidas provisórias). Exemplos: 
• Constituição Federal 
• Emendas constitucionais 
• Leis complementares 
• Leis ordinárias 
• Leis delegadas 
• Medidas provisórias 
• Decreto legislativo 
• Resolução do Senado 
• Tratados internacionais 
• Súmulas vinculantes 
Fontes secundárias/infralegais/mediatas: não têm força para 
inovar no ordenamento jurídico, mas esclarecem a lei e servem 
para compreensão e aplicação do direito (de forma que não 
criem direitos ou obrigações de forma inaugural). Ou seja, as 
fontes secundárias apenas regulamentam e detalham a lei. 
Exemplos: 
• Decretos regulamentares 
• Portarias 
• Instruções normativas 
Há, ainda, a diferenciação entre fontes formais e materiais. Veja: 
Fontes formais: é aquela pela qual o direito se manifesta. 
Dividem-se em imediatas e mediadas: 
• Imediatas: são os fatos que, por si só, geram o direito, como 
as normas legais 
• Mediatas: são os princípios gerais do direito, a 
jurisprudência e a doutrina. São médios de expressão do 
direito, a forma pela qual a norma jurídica se exterioriza 
Atenção: para que seja considerada fonte formal, é necessário 
que a fonte possa inovar/criar o direito, ou seja, introduzir novas 
normas no ordenamento jurídico. Exemplos: 
• Constituição Federal 
• Leis nº 8.212/91 e 8.213/91 
• Regulamento da Previdência Social 
• Instruções normativas do INSS 
• Instruções normativas da Receita Federal 
• Lei Orgânica da Assistência Social 
• Decreto que regulamenta o Benefício de Prestação 
Continuada 
Fontes materiais: é o estudo filosófico ou sociológico dos 
motivos ou fatos que condicionam o aparecimento e as 
transformações das regras do direito. São os fatores sociais, 
históricos,natalidade 
• Salário-família 
• Licença para tratamento de saúde 
• Licença à gestante, adotante e licença paternidade 
• Licença por acidente em serviço 
• Assistência à saúde 
• Garantia de condições individuais e ambientais de 
trabalho satisfatórias 
Benefícios para os dependentes: 
• Pensão por morte 
• Auxílio funeral 
• Auxílio reclusão 
• Assistência à saúde 
A aposentadoria é permanente e irredutível, e será calculada e 
revista na mesma data e proporção, sempre que se modificar a 
remuneração dos servidores em atividade. 
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Última atualização em 06/10/2022. 
São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens 
posteriormente concedidas aos servidores em atividade, 
inclusive quando decorrentes de transformação ou 
reclassificação do cargo ou função em que se deu a 
aposentadoria. 
 
2.1. BENEFÍCIOS 
2.1.1. Aposentadoria 
APOSENTADORIA PROVENTOS IDADE 
Por incapacidade 
permanente para 
o trabalho 
Proporcionais - 
Compulsória Proporcionais 75 anos 
Voluntária (regra 
geral) 
Integrais 
65 anos – homem 
57 anos – mulher 
Voluntária 
(professores) 
Integrais 
60 anos – homem 
57 anos – mulher 
• Aposentadoria compulsória: automática e declarada 
por ato com vigência a partir do dia seguinte do 
aniversário de 75 anos do servidor 
• Aposentadoria voluntária: a partir da data da 
publicação do ato 
• Aposentadoria por incapacidade permanente: a partir 
da data da publicação do ato, respeitando a seguinte 
ordem: 
o Licença para tratamento de saúde por até 24 
meses 
o Servidor reassume o cargo 
o Readaptação em outro cargo 
o Aposentadoria por incapacidade permanente 
 
2.1.2. Auxílio natalidade 
Devido à servidora por motivo de nascimento de filho (inclusive 
natimorto), em quantia equivalente ao menor vencimento do 
serviço público. 
Se for parto múltiplo, haverá acréscimo de 50% por nascituro. 
Se a parturiente não for servidora, o auxílio será recebido pelo 
cônjuge ou companheiro. 
 
2.1.3. Salário-família 
Devido ao servidor ativo ou inativo, por dependente econômico: 
• Cônjuge/companheiro e os filhos/enteados até 21 
anos ou 24 anos se estudar. Se for inválido não tem 
limite de idade 
• Menor de 21 anos que, mediante autorização judicial, 
viver na companhia e às expensas do servidor ou do 
inativo 
• Pai/mãe/padrasto/madrasta sem economia própria 
O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá 
de base para qualquer contribuição. O afastamento do cargo 
efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão do salário-
família. 
 
2.1.4. Licença para tratamento de saúde 
Concedido a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, 
sem prejuízo da remuneração. 
A licença que exceder o prazo de 120 dias no período de 12 
meses será concedida mediante avaliação da junta médica oficial 
(além do perito oficial). E a licença inferior a 15 dias, dentro de 
um ano, poderá ser dispensada de perícia oficial. 
 
2.1.5. Licença à gestante, licença à adotante e licença 
paternidade 
A licença será de 120 dias, sem prejuízo da remuneração. 
Atualmente, o decreto 6.690 prorroga esse prazo por mais 60 
dias, totalizando 180 dias (se a servidora requerer até o final do 
primeiro mês após o parto). 
 
2.1.6. Licença por acidente em serviço 
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A licença terá remuneração integral. 
Acidente em serviço é dano físico ou mental sofrido pelo 
servidor, que se relacione mediata ou imediatamente com as 
atribuições do cargo exercido. 
 
2.1.7. Pensão 
Por morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses legais, 
fazem jus à pensão mensal a partir da data do óbito, no valor da 
totalidade da remuneração ou dos proventos, até o limite 
máximo estabelecido para os benefícios do RGPS + 70% da 
parcela excedente ao limite. 
Classes de beneficiários para pensão: 
1. Cônjuge 
2. Cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de 
fato, com percepção de pensão alimentícia 
estabelecida judicialmente 
3. Companheiro/companheira que comprove união 
estável como entidade familiar 
4. Filho de qualquer condição que atenda a um dos 
seguintes requisitos: 
o Seja menor de 21 anos 
o Seja inválido 
o Tenha deficiência grave 
o Tenha deficiência intelectual ou mental 
5. Pai/mãe que comprovem dependência econômica 
6. Irmão de qualquer condição que comprove 
dependência econômica e ate a um dos requisitos da 
classe 4 
Havendo habilitação de vários dependentes, o seu valor será 
distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados. 
A pensão pode ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo as 
prestações exigíveis há mais de 5 anos. 
Perde o direito à pensão por morte: 
• Após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado 
pela prática de crime de que tenha dolosamente 
resultado a morte do servidor 
• Cônjuge/companheiro se provada, a qualquer tempo, 
simulação ou fraude no casamento ou na união estável, 
ou a formalização desses com o fim exclusivo de 
constituir benefício previdenciário, apuradas em 
processo judicial no qual será assegurado o direito ao 
contraditório e ampla defesa 
Ocorrerá a perda da qualidade de beneficiário: 
• Com o seu falecimento 
• Com a anulação do casamento, quando a decisão 
ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge 
• Com a cessação da invalidez, em se tratando de 
beneficiário inválido, o afastamento da deficiência, em 
se tratando de beneficiário com deficiência, ou o 
levantamento da interdição, em se tratando de 
beneficiário com deficiência intelectual ou mental que 
o torne absoluta ou relativamente incapaz 
• Com o aniversário de 21 anos do filho/enteado/menor 
tutelado ou irmão 
• Com a acumulação de pensão 
• Com a renúncia expressa 
 
2.1.8. Auxílio funeral 
Devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado 
em valor equivalente a 1 mês de remuneração ou provento. Se 
houver acumulação de cargos, a família receberá somente a do 
cargo de maior valor. 
O auxílio será pago em até 48h, por meio de procedimento 
sumaríssimo, à pessoa da família ou terceiro que houver 
custeado o funeral. 
 
2.1.9. Auxílio reclusão 
Valores do auxílio pago à família: 
• 2/3 da remuneração: quando afastado por motivo de 
prisão em flagrante ou preventiva, determinada pela 
autoridade, enquanto durar a prisão 
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Última atualização em 06/10/2022. 
• 50% da remuneração: durante o afastamento, em 
virtude de condenação definitiva, se a pena não 
determinar a perda do cargo 
 
2.2. ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
Compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, 
psicológica e farmacêutica, e terá como diretriz básica o 
implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da 
saúde e será prestada pelo SUS, diretamente pelo órgão ou 
entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante 
convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante 
ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo 
ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas, com planos ou 
seguros privados de assistência à saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTAGEM RECÍPROCA DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 
A previdência é composta por dois regimes: regime geral (RGPS) 
e regime próprio (RPPS). Ao longo da vida, o trabalhador pode 
transitar por esses regimes (iniciativas privada e pública). Assim, 
foi criado o instituto da contagem recíproca do tempo de 
contribuição, no intuito de levar a contagem de tempo de um 
regime para o outro. 
Na contagem recíproca do tempo de contribuição é assegurado: 
• O cômputo do tempo de contribuição na administração 
pública para fins de concessão de benefícios previstos no 
RGPS, inclusive de aposentadoria em decorrência de 
tratado, convenção ou acordo internacional (iniciativa 
pública para a iniciativa privada) 
• Para fins de emissão de certidão de tempo de contribuição, 
pelo INSS, para utilizaçãono serviço público, o cômputo do 
tempo de contribuição na atividade privada, rural e urbana, 
observadas as disposições especiais previstas na legislação 
previdenciária (iniciativa privada para a iniciativa pública) 
Quanto à contagem do tempo de contribuição, a legislação 
previdenciária prevê as seguintes normas a serem seguidas: 
• Não será admitida a contagem em dobro ou em outras 
condições especiais 
• É vedada a contagem de tempo de contribuição no RPPS 
com o de contribuição no RGPS, quando concomitantes, 
ressalvados os casos de acumulação de cargos ou empregos 
públicos admitidos pela CF 
• Não será contado por um regime o tempo de contribuição 
utilizado para concessão de aposentadoria por outro 
regime 
• O tempo de contribuição anterior ou posterior à 
obrigatoriedade de filiação à previdência social somente 
será contado mediante observância, quanto ao período 
respectivo, do disposto no regulamento da previdência 
social 
• O tempo de contribuição do segurado trabalhador rural 
anterior à competência novembro/1991 será computado, 
desde que observado as peculiaridades da legislação 
previdenciária 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Na contagem recíproca de tempo de contribuição é vedada a: 
• Conversão do tempo de contribuição exercido em atividade 
sujeita a condições especiais 
• Conversão do tempo cumprido pelo segurado com 
deficiência, em tempo de contribuição comum 
• Contagem de qualquer tempo de serviço fictício 
• Contagem em dobro ou em outras condições especiais 
• Contagem de tempo de contribuição no serviço público com 
o de contribuição na atividade privada, quando 
concomitantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS 
1. PROCESSO RELATIVO AO CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO 
Art. 25 decreto nº 70.235/72: o julgamento do processo de 
exigência de tributos ou contribuições administrados pela 
Secretaria da Receita Federal compete: 
I. Em 1ª instância, às Delegacias da Receita Federal de 
Julgamento (DRJ), órgãos de deliberação interna e 
natureza colegiada da Secretaria da Receita Federal 
II. Em 2ª instância, ao Conselho Administrativo de 
Recursos Fiscais (CARF), órgão colegiado, paritário, 
integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, com 
atribuição de julgar recursos de ofício e voluntários de 
decisão de 1ª instância, bem como recursos de 
natureza especial 
O CARF será constituído por Seções e pela Câmara Superior de 
Recursos Fiscais > as Seções serão especializadas por matéria e 
constituídas por Câmaras, podendo ser divididas em Turmas > a 
Câmara Superior de Recursos fiscais será constituída por 
Turmas, compostas pelos presidentes e vice presidentes das 
Câmaras. 
Art. 14 decreto nº 70.235/72: a impugnação da exigência 
instaura a fase litigiosa do procedimento. 
A impugnação, que é a forma que o sujeito passivo utiliza para 
manifestar sua inconformidade com a exigência fiscal, deve ser 
formalizada por escrito e instruída com os documentos em que 
se fundamentar, sendo apresentada ao órgão preparador no 
prazo de 30 dias, contados da data em que for feita a intimação 
da exigência. Além disso, a impugnação deve mencionar: 
• A autoridade julgadora a quem é dirigida 
• A qualificação do impugnante 
• Os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os 
pontos de discordância e as razões e provas que possuir 
• As diligências, ou perícias que o impugnante pretenda 
sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, 
com a formulação dos quesitos referentes aos exames 
desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o 
endereço e a qualificação profissional do seu perito 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Considera-se não formulado o pedido de diligência 
que deixar de atender aos requisitos acima. 
• Se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, 
devendo ser juntada cópia da petição 
A prova documental deve ser apresentada na impugnação, sob 
pena de preclusão, salvo se: 
• Ficar demonstrada a impossibilidade de sua apresentação 
oportuna, por motivo de força maior 
• Referir-se a fato ou a direito superveniente 
• Destinar-se a contrapor fatos ou razões posteriormente 
trazidas aos autos 
Em um desses casos, a juntada posterior de documentos deve 
ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que 
se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma dessas 
condições. Se já tiver sido proferida a decisão, os documentos 
apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto 
recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de 2ª 
instância. 
Art. 17 decreto nº 70.235/72: considerar-se-á não impugnada a 
matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo 
impugnante. 
Art. 21 decreto nº 70.235/72: não sendo cumprida nem 
impugnada a exigência, a autoridade preparadora declarará a 
revelia, permanecendo o processo no órgão preparador, pelo 
prazo de 30 dias, para cobrança amigável. 
Esgotado o prazo de cobrança amigável sem que tenha sido 
pago, o órgão preparador declarará o sujeito passivo devedor 
remisso e encaminhará o processo à autoridade competente 
para promover a cobrança executiva. 
Da decisão de 1ª instância proferida pelo DRJ caberá recurso ao 
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), podendo 
ser: 
• Recurso voluntário: total ou parcial, com efeito suspensivo, 
no prazo de 30 dias seguintes à ciência da decisão 
• Recurso de ofício: interposto pela própria autoridade 
julgadora (DRJ), sempre que a decisão: 
o Exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo 
e encargos de multa de valor total (lançamento 
principal e decorrentes) a ser fixado em ato do 
Ministro de Estado da Fazenda (atualmente o valor é 
de R$2,5 milhões) 
o Deixar de aplicar pena de perda de mercadorias ou 
outros bens cominada à infração denunciada na 
formalização da exigência 
Da decisão de 1ª instância não cabe pedido de 
reconsideração. 
 
2. PROCESSO RELATIVO AOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS 
Art. 305 RPS: compete ao Conselho de Recursos da Previdência 
Social (CRPS) processar e julgar: 
I. Os recursos das decisões proferidas pelo INSS nos 
processos de interesse de seus beneficiários 
II. As contestações e os recursos relativos à atribuição, 
pelo Ministério da Economia, do Fator Acidentário de 
Prevenção (FAP) aos estabelecimentos das empresas 
III. Os recursos das decisões proferidas pelo INSS 
relacionados à comprovação de atividade rural de 
segurado especial de que trata o art. 19-D ou às 
demais informações relacionadas ao CNIS de que 
trata o art. 19 
IV. Os recursos das decisões relacionadas à 
compensação financeira de que trata a lei nº 
9.796/99 
V. Os recursos relacionados aos processos sobre 
irregularidades verificadas em procedimento de 
supervisão e de fiscalização nos RPPS e aos processos 
sobre apuração de responsabilidade por infração às 
disposições da lei nº 9.717/98 
O prazo para interpor contestações e recursos, bem como para 
oferecer contrarrazões, é de 30 dias, contados: 
• Contestações: da publicação no Diário Oficial da União das 
informações sobre a forma de consulta ao FAP 
• Recursos: da ciência da decisão 
• Contrarrazões: da interposição do recurso 
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O INSS, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho e, nas 
decisões relacionadas à compensação financeira, os entes 
federativos poderão reformar suas decisões e deixar de 
encaminhar, no caso de reforma favorável ao interessado, a 
contestação ou o recurso à instância competente ou de rever o 
ato para o não prosseguimento da contestação ou do recurso. 
O Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS): 
• Compreende os seguintes órgãos: 
o Juntas de recursos 
o Câmaras de julgamento 
o Conselho pleno 
• É presidido por representante do Governo: 
o Com notório conhecimento da legislaçãoprevidenciária 
o Nomeado pelo Ministro de Estado do Trabalho e 
Previdência 
o Compete-lhe dirigir os serviços administrativos do 
órgão 
• O mandato dos conselheiros é de 3 anos, permitida a 
recondução 
• Salvo quando decorrente de renúncia voluntária, o 
conselheiro afastado do CRPS não poderá ser novamente 
designado para o exercício dessa função antes do 
transcurso de 5 anos contados do efetivo afastamento 
As Juntas de recursos e as Câmaras de julgamento: 
• São presididas por um representante do Governo federal 
• São integradas por 4 conselheiros em cada turma 
• Os conselheiros são nomeados pelo Ministro de Estado do 
Trabalho e Previdência 
• A gratificação dos membros será definida em ato do 
Ministro de Estado do Trabalho e Previdência 
São competências das Juntas de recursos processar e julgar: 
• Os recursos das decisões proferidas pelo INSS nos processos 
de interesse de seus beneficiários 
• Os recursos das decisões proferidas pelo INSS relacionados 
à comprovação de atividade rural de segurado especial do 
art. 38-B da lei nº 8.213/91, ou às demais informações 
relacionadas ao CNIS de que trata o art. 29-A da mesma lei 
• Os recursos de decisões relacionadas à compensação 
financeira de que trata a lei nº 9.796/99 
• As contestações relativas à atribuição do FAP aos 
estabelecimentos da empresa 
• Os recursos relacionados aos processos sobre 
irregularidades verificadas em procedimento de supervisão 
e de fiscalização nos RPPS e aos processos sobre apuração 
de responsabilidade por infração às disposições da lei nº 
9.717/98 
São competências das Câmaras de julgamento processar e 
julgar: 
• Os recursos interpostos contra as decisões proferidas pelas 
Juntas de recursos 
São competências do Conselho pleno: 
• Uniformizar a jurisprudência previdenciária mediante 
enunciados 
• Outras competências definidas no regimento interno do 
CRPS) 
Por fim, os recursos interpostos tempestivamente contra 
decisões proferidas pelas Juntas de recursos e pelas Câmaras de 
julgamento possuem efeito: 
• Suspensivo: as decisões proferidas em 1ª instância não 
poderão ser executadas até o julgamento do recurso 
• Devolutivo: devolve toda matéria para reexame em 
instância superior, para que a decisão de 1ª instância seja 
anulada, reformada ou, se for o caso, mantida 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CRIMES PREVIDENCIÁRIOS 
1. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
Art. 168-A CP: deixar de repassar à previdência social as 
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma 
legal ou convencional. 
Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. 
Art. 168-A, §1º, CP: nas mesmas penas incorre quem deixar de: 
I. Recolher, no prazo legal, contribuição ou outra 
importância destinada à previdência social que tenha 
sido descontada de pagamento efetuado a segurados, 
a terceiros ou arrecadada do público 
II. Recolher contribuições devidas à previdência social 
que tenham integrado despesas contábeis ou custos 
relativos à venda de produtos ou à prestação de 
serviços 
III. Pagar benefício devido a segurado, quando as 
respectivas cotas ou valores já tiverem sido 
reembolsados à empresa pela previdência social. 
Art. 168-A, §2º, CP: é extinta a punibilidade se o agente, 
espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das 
contribuições, importâncias ou valores e presta as informações 
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou 
regulamento, antes do início da ação fiscal. 
Art. 168-A, §3º, CP: é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena 
ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons 
antecedentes, desde que: 
I. Tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes 
de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição 
social previdenciária, inclusive acessórios; ou 
II. O valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, 
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela 
previdência social, administrativamente, como sendo o 
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais 
Art. 168-A, §3º, CP: a faculdade prevista no §3º deste art. não se 
aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, 
inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, 
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento 
de suas execuções fiscais. 
 
2. SONEGAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
Art. 337-A CP: suprimir ou reduzir contribuição social 
previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes 
condutas: 
I. Omitir de folha de pagamento da empresa ou de 
documentos de informações previsto pela legislação 
previdenciária segurados empregado, empresário, 
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este 
equiparado que lhe prestem serviços 
II. Deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da 
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos 
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo 
tomados de serviços 
III. Omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros 
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais 
fatos geradores de contribuições sociais 
previdenciárias. 
Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. 
Art. 337-A, §1º, CP: é extinta a punibilidade se o agente, 
espontaneamente, declara e confessa as contribuições, 
importâncias ou valores e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, 
antes do início da ação fiscal. 
Art. 337-A, §2º, CP: é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena 
ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons 
antecedentes, desde que: 
II. O valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, 
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela 
previdência social, administrativamente, como sendo o 
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais 
Art. 337-A, §3º, CP: se o empregador não é pessoa jurídica e sua 
folha de pagamento mensal não ultrapassa R$1510,00, o juiz 
poderá reduzir a pena de 1/3 até metade ou aplicar apenas a de 
multa. 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Art. 337-A, §4º, CP: o valor a que se refere o parágrafo anterior 
será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do 
reajuste dos benefícios da previdência social. 
 
3. ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO 
Art. 171 CP: obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em 
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, 
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
Art. 171, §3º, CP: a pena aumenta-se de 1/3, se o crime é 
cometido em detrimento de entidade de direito público ou de 
instituto de economia popular, assistência social ou 
beneficência. 
 
4. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PREVIDENCIÁRIA 
Art. 297 CP: falsificar, no todo ou em parte, documento público, 
ou alterar documento público verdade. 
Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa. 
Art. 297, §3º, CP: nas mesmas penas incorre quem insere ou faz 
inserir: 
I. Na folha de pagamento ou em documento de 
informações que seja destinado a fazer prova perante 
a previdência social, pessoa que não possua a 
qualidade de segurado obrigatório 
II. Na CTPS do empregado ou em documento que deva 
produzir efeito perante a previdência social, 
declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido 
escrita 
III. Em documento contábil ou em qualquer outro 
documento relacionado com as obrigações da empresa 
perante a previdência social, declaração falsa ou 
diversa da que deveria ter constado 
Art. 297, §4º, CP: nas mesmas penas incorre quem omite, nos 
documentos mencionados no §3º, nome do segurado e seus 
dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de 
trabalho ou de prestação de serviços. 
5. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE 
INFORMAÇÕES 
Art. 313-A CP: inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a 
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados 
corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da 
administraçãopública com o fim de obter vantagem indevida 
para si ou para outrem ou para causar dano. 
Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. 
 
6. MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE 
SISTEMA DE INFORMAÇÕES 
Art. 313-B CP: modificar ou alterar, o funcionário, sistema de 
informações ou programa de informática sem autorização ou 
solicitação de autoridade competente: 
Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa. 
Atenção: esse crime é apenado com detenção, e não 
reclusão. 
Art. 313-B, p.ú., CP: as penas são aumentadas de 1/3 até a 
metade se da modificação ou alteração resulta dano para a 
administração pública ou para o administrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Art. 1º lei 8.742/93 (LOAS): a assistência social, direito do 
cidadão e dever do Estado, é política de seguridade social não 
contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de 
um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da 
sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. 
Art. 203 CF: a assistência social será prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade 
social, e tem por objetivos: 
I. A proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice 
II. O amparo às crianças e adolescentes carentes 
III. A promoção da integração ao mercado de trabalho 
IV. A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de 
deficiência e a promoção de sua integração à vida 
comunitária 
V. A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à 
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que 
comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, 
conforme dispuser a lei 
VI. A redução da vulnerabilidade socioeconômica de 
famílias em situação de pobreza ou de extrema 
pobreza 
Diferente da previdência, a assistência social não 
exige a contribuição direta do beneficiário. 
 
1. OBJETIVOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Conforme exposto no art. 2º da LOAS, são objetivos da 
assistência social: 
• A proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de 
danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: 
o A proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice 
o O amparo às crianças e aos adolescentes carentes 
o A promoção da integração ao mercado de trabalho 
o A habilitação e reabilitação das pessoas com 
deficiência e a promoção de sua integração à vida 
comunitária 
o A garantia de 1 salário mínimo de benefício mensal à 
pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem 
não possuir meios de prover a sua própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família 
(benefício conhecido como BPC-LOAS) 
• A vigilância socioassistencial, que visa a analisar 
territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela 
a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de 
vitimizações e danos 
• A defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos 
direitos no conjunto das provisões socioassistenciais 
 
2. PRINCÍPIOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Art. 4º LOAS: a assistência social rege-se pelos seguintes 
princípios: 
I. Supremacia do atendimento às necessidades sociais 
sobre as exigências de rentabilidade econômica 
II. Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o 
destinatário da ação assistencial alcançável pelas 
demais políticas públicas 
III. Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao 
seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem 
como à convivência familiar e comunitária, vedando-se 
qualquer comprovação vexatória de necessidade 
IV. Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem 
discriminação de qualquer natureza, garantindo-se 
equivalência às populações urbanas e rurais 
V. Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas 
e projetos assistenciais, bem como dos recursos 
oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua 
concessão 
 
 
 
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3. DIRETRIZES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Art. 5º LOAS: a organização da assistência social tem como base 
as seguintes diretrizes: 
I. Descentralização político-administrativa para os 
Estados, o DF e os Municípios, e comando único das 
ações em cada esfera de governo 
II. Participação da população, por meio de organizações 
representativas, na formulação das políticas e no 
controle das ações em todos os níveis 
III. Primazia da responsabilidade do Estado na condução 
da política de assistência social em cada esfera de 
governo 
 
4. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
A gestão das ações na área da assistência social fica organizada 
sob a forma de sistema descentralizado e participativo, 
denominado Sistema Único de Assistência Social (SUAS), com os 
seguintes objetivos: 
• Consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a 
cooperação técnica entre os entes federativos que, de 
modo articulado, operam a proteção social não contributiva 
• Integrar a rede pública e privada de serviços, programas, 
projetos e benefícios de assistência social 
• Estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na 
organização, regulação, manutenção e expansão das ações 
de assistência social 
• Definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades 
regionais e municipais 
• Implementar a gestão do trabalho e a educação 
permanente na assistência social 
• Estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios 
• Afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos 
As ações ofertadas no SUAS têm por objetivo a proteção à 
família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, e 
como base de organização, o território, sendo integrados por: 
• Entes federativos 
• Conselhos de assistência social dos entes federativos 
• Entidades e organizações de assistência social 
Além disso, a assistência social será organizada por dois tipos de 
proteção: básica e especial. Essas proteções serão ofertadas pela 
rede socioassistencial, de forma integrada, diretamente pelos 
entes públicos e/ou pelas entidades e organizações de 
assistência social vinculadas ao SUAS, respeitadas as 
especificidades de cada ação. 
Proteção social básica: é o conjunto de serviços, programas, 
projetos e benefícios da assistência social que visa a prevenir 
situações de vulnerabilidade e risco social por meio do 
desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do 
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. 
Proteção social especial: é o conjunto de serviços, programas e 
projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de 
vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o 
fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de 
famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de 
violação de direitos. 
Essas proteções sociais básica e especial serão ofertadas, 
principal e respectivamente, no Centro de Referência de 
Assistência Social (CRAS) e no Centro de Referência 
Especializado de Assistência Social (CREAS), e pelas entidades 
sem fins lucrativos de assistência social. 
Veja a diferença entre o CRAS e o CREAS: 
CRAS (proteção social básica): é a unidade pública municipal, de 
base territorial, localizada em áreas com maiores índices de 
vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos 
serviços socioassistenciais no seu território de abrangência e à 
prestação de serviços, programas e projetos socioassistenciais 
de proteção social básica às famílias. 
CREAS (proteção social especial): é a unidade pública de 
abrangência e gestão municipal, estadual ou regional, destinada 
à prestação de serviços a indivíduos e famílias que se encontram 
em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos 
ou contingência, que demandam intervenções especializadas da 
proteção social especial. 
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Observe que tanto o CRAS como o CREAS são unidades públicas 
estatais instituídas no âmbito do SUAS, que possuem interface 
com as demais políticas públicas e articulam, coordenam e 
ofertam os serviços, programas, projetos e benefícios da 
assistência social. 
Para acesso aos programas sociais do Governo 
Federal é obrigatória a inscrição no CadÚnico 
(Cadastro Único para Programas Sociais do Governo 
Federal), que é um registro público eletrônico com a 
finalidade de coletar, processar, sistematizar e 
disseminar informações georreferenciadas para a 
identificação e a caracterização socioeconômica das 
famílias de baixa renda. 
 
4.1. COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS 
União: 
• Responder pela concessão e manutenção dos benefícios de 
prestação continuada (BPC-LOAS) 
• Cofinanciar, por meio de transferência automática, o 
aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os 
projetos de assistência social em âmbito nacional 
• Atender, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, às ações assistenciais de caráter de 
emergência 
• Realizar o monitoramento e a avaliação da política de 
assistência social e assessorar Estados, Distrito Federal e 
Municípios para seu desenvolvimento 
Estados: 
• Destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de 
participação no custeio do pagamento dos benefícios 
eventuais, mediante critérios estabelecidos pelos 
Conselhos Estaduais de Assistência Social 
• Cofinanciar, por meio de transferência automática, o 
aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os 
projetos de assistência social em âmbito regional ou local 
• Atender, em conjunto com os Municípios, às ações 
assistenciais de caráter de emergência 
• Estimular e apoiar técnica e financeiramente as associações 
e consórcios municipais na prestação de serviços de 
assistência social 
• Prestar os servis assistenciais cujos custos ou ausência de 
demanda municipal justifiquem uma rede regional de 
serviços, desconcentrada, no âmbito do respectivo Estado 
• Realizar o monitoramento e a avaliação da política de 
assistência social e assessorar os Municípios para seu 
desenvolvimento 
Distrito Federal e Municípios: 
• Destinar recursos financeiros para custeio do pagamento 
dos benefícios eventuais, mediante critérios estabelecidos 
pelos Conselhos de Assistência Social do Distrito Federal 
• Efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral 
• Executar os projetos de enfrentamento da pobreza, 
incluindo a parceria com organizações da sociedade civil 
• Atender às ações assistenciais de caráter de emergência 
• Prestar os serviços assistenciais 
• Cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços, os 
programas e os projetos de assistência social em âmbito 
local 
• Realizar o monitoramento e a avaliação d apolítica de 
assistência social em seu âmbito 
 
4.2. CONSELHOS DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Art. 16 LOAS: as instâncias deliberativas do SUAS, de caráter 
permanente e composição paritária entre governo e sociedade 
civil, são: 
I. O Conselho Nacional de Assistência Social 
II. Os Conselhos Estaduais de Assistência Social 
III. O Conselho de Assistência Social do Distrito Federal 
IV. Os Conselhos Municipais de Assistência Social 
Esses conselhos estão vinculados ao órgão gestor de assistência 
social, que deve prover a infraestrutura necessária ao seu 
funcionamento, garantindo recursos materiais, humanos e 
financeiros, inclusive com despesas referentes a passagens e 
diárias de conselheiros representantes do governo ou da 
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sociedade civil, quando estiverem no exercício de suas 
atribuições. 
 
4.2.1. Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) 
É órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à estrutura 
do órgão da Administração Pública Federal responsável pela 
coordenação da Política Nacional de Assistência Social. 
Os membros do CNAS: 
• São nomeados pelo Presidente da República 
• Têm mandato de 2 anos, permitida uma única recondução 
por igual período 
• São 18 membros e seus respectivos suplentes 
• Os nomes dos membros são indicados ao órgão da 
Administração responsável pela coordenação da Política 
Nacional de Assistência Social, de acordo com os seguintes 
critérios: 
o 9 representantes governamentais, incluindo 1 
representante dos Estados e 1 dos Municípios 
o 9 representantes da sociedade civil, dentre 
representantes dos usuários ou de organizações de 
usuários, das entidades e organizações de assistência 
social e dos trabalhadores do setor, escolhidos em 
foro próprio sob fiscalização do Ministério Público 
Federal 
• Terá um presidente eleito por seus membros, para mandato 
de 1 ano, permitida uma única recondução por igual 
período 
São competências do CNAS: 
• Aprovar a Política Nacional de Assistência Social 
• Normatizar as ações e regular a prestação de serviços de 
natureza pública e privada no campo da assistência social 
• Acompanhar e fiscalizar o processo de certificação das 
entidades e organizações de assistência social no Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome 
• Apreciar relatório anual que conterá a relação de entidades 
e organizações de assistência social certificadas como 
beneficentes e encaminhá-lo para conhecimento dos 
Conselhos de Assistência Social dos Estados, Municípios e 
do Distrito Federal 
• Zelar pela efetivação do sistema descentralizado e 
participativo de assistência social 
• Convocar ordinariamente a cada 4 anos a Conferência 
Nacional de Assistência Social, que terá a atribuição de 
avaliar a situação da assistência social e propor diretrizes 
para o aperfeiçoamento do sistema 
• Apreciar e aprovar a proposta orçamentária da Assistência 
Social a ser encaminhada pelo órgão da Administração 
Pública Federal responsável pela coordenação da Política 
Nacional de Assistência Social 
• Aprovar critérios de transferência de recursos para os 
Estados, Municípios e Distrito Federal, considerando, para 
tanto, indicadores que informem sua regionalização mais 
equitativa, tais como: população, renda per capita, 
mortalidade infantil e concentração de renda, além de 
disciplinar os procedimentos de repasse de recursos para as 
entidades e organizações de assistência social, sem prejuízo 
das disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias 
• Acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem como os 
ganhos sociais e o desempenho dos programas e projetos 
aprovados 
• Estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os programas 
anuais e plurianuais do Fundo Nacional de Assistência Social 
• Indicar o representante do CNAS junto ao Conselho 
Nacional da Seguridade Social 
• Elaborar e aprovar seu regimento interno 
• Divulgar, no Diário Oficial da União, todas as suas decisões, 
bem como as contas do Fundo Nacional de Assistência 
Social e os respectivos pareceres emitidos 
 
4.2.2. Conselhos de Assistência Social Estaduais, do Distrito 
Federal e Municipais 
Esses conselhos devem ser instituídos mediante lei específica, 
tendo competência para acompanhar a execução da política de 
assistência social, apreciar e aprovar a proposta orçamentária, 
em consonância com as diretrizes das conferências nacionais, 
estaduais, distrital e municipais, de acordo com seu âmbito de 
atuação. 
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Última atualização em 06/10/2022. 
5. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA 
Art. 203, V, CF: a assistência social será prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade 
social, e tem por objetivos: a garantia de um salário mínimo de 
benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso 
que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme 
dispuser a lei. 
A lei que dispõe esse benefício de prestação continuada 
(chamaremos aqui apenas de BPC) é a LOAS.Veja: 
Art. 20 LOAS: o BPC é a garantia de um salário mínimo mensal à 
pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais que 
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção 
nem de tê-la provida por sua família. 
Por ser um benefício assistencial (e não previdenciário), não 
exige prévia contribuição do beneficiário, bastando a 
comprovação de que cumpre os requisitos previstos no art. 20 
da LOAS. 
São beneficiários do BPC: 
• Idoso com 65 anos ou mais 
• Pessoa com deficiência 
Ou seja, é preciso cumprir o binômio: idade ou deficiência + 
necessidade. 
Para fins da concessão do benefício, a LOAS define como: 
• Família: requerente, cônjuge ou companheiro, pais e, na 
ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, irmãos 
solteiros, filhos e enteados solteiros e os menores 
tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto 
• Pessoa com deficiência: aquela com impedimento de longo 
prazo (pelo menos 2 anos) de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou 
mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e 
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as 
demais pessoas 
Súmula 48 TNU: para fins de concessão do benefício assistencial 
de prestação continuada, o conceito de pessoa com deficiência, 
que não se confunde necessariamente com situação de 
incapacidade laborativa, exige a configuração de impedimento 
de longo prazo com duração mínima de 2 anos, a ser aferido no 
caso concreto, desde o início do impedimento até a data prevista 
para a sua cessação. 
Com exceção da assistência médica e da pensão especial de 
natureza indenizatória, o BPC não pode ser acumulado pelo 
beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social 
ou de outro regime. 
Como limite de renda mensal familiar, a LOAS prevê que, 
observados os demais critérios, terão direito ao BPC a pessoa 
com deficiência ou com 65 anos ou mais que possuam renda 
familiar mensal per capita igual ou inferior a 1/4 do salário 
mínimo. 
Entretanto, a lei nº 14.176/21 passou a prever a possibilidade de 
aumentar esse limite para 1/2 do salário mínimo, na forma de 
escalas graduais, definidas em regulamento, e considerando os 
seguintes aspectos: 
• O grau de deficiência (para a pessoa com deficiência) 
Esse grau de deficiência será aferido por meio de 
instrumento de avaliação biopsicossocial, observado 
o Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
• A dependência de terceiros para o desempenho de 
atividades básicas da vida diária (para o idoso) 
• O comprometimento do orçamento do núcleo familiar 
exclusivamente com gastos médicos, com tratamentos de 
saúde, com fraldas, com alimentos especiais e com 
medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência não 
disponibilizados gratuitamente pelo SUS, ou com serviços 
não prestados pelo SUAS, desde que comprovadamente 
necessários à preservação da saúde e da vida (para a pessoa 
com deficiência e para o idoso) 
Em relação ao cálculo da renda per capita familiar mensal, a 
LOAS prevê que não entram nesse cálculo: 
• Benefício previdenciário do idoso com 65 anos ou mais ou 
da pessoa com deficiência de até 1 salário mínimo 
Que comprovem não possuir 
meios de prover a própria 
manutenção nem de tê-la 
provida por sua família 
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Última atualização em 06/10/2022. 
• BPC do idoso com 65 anos ou mais ou da pessoa com 
deficiência 
• Remuneração do contrato de aprendizagem 
• Bolsa de estágio supervisionado 
• Benefícios e auxílios assistenciais de natureza eventual e 
temporária 
• Valores oriundos de programas sociais de transferência de 
renda 
• Pensão especial de natureza indenizatória e benefícios de 
assistência médica 
• Rendas de natureza eventual ou sazonal 
Art. 21 LOAS: o benefício de prestação continuada deve ser 
revisto a cada 2 anos para avaliação da continuidade das 
condições que lhe deram origem. 
Cessação do BPC quando: 
• Superadas as condições que deram origem ao benefício 
• Morte do beneficiário 
A cessação do BPC à pessoa com deficiência não 
impede nova concessão do benefício, desde que 
atendidos os requisitos definidos em regulamento. 
Cancelamento do BPC quando: 
• Se constatar irregularidade na concessão ou utilização 
Suspensão do BPC quando: 
• A pessoa com deficiência exercer atividade remunerada, 
inclusive na condição de microempreendedor individual 
Extinta a relação trabalhista ou a atividade 
empreendedora e, quando for o caso, encerrado o 
prazo de pagamento do seguro desemprego e não 
tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer 
benefício previdenciário, poderá ser requerida a 
continuidade do pagamento do BPC suspenso, sem 
necessidade de realização de perícia médica ou 
reavaliação da deficiência e do grau de incapacidade 
para esse fim, respeitado o período de revisão de 2 
anos. 
Não constituem motivo para suspensão ou cessação do BPC da 
pessoa com deficiência: o desenvolvimento das capacidades 
cognitivas, motoras ou educacionais e a realização de atividades 
não remuneradas de habilitação e reabilitação. 
 
5.1. AUXÍLIO INCLUSÃO 
A lei nº 14.176/21 regulamentou o auxílio inclusão (que já era 
tratado no Estatuto da Pessoa com Deficiência), que garante o 
valor de 50% do valor do BP à pessoa com deficiência moderada 
ou grave que, cumulativamente: 
• Receba o BPC e passe a exercer atividade que: 
o Tenha remuneração limitada a 2 salários mínimos 
o Se enquadre o beneficiário como segurado 
obrigatório do RGPS ou como filiado a RPPS da União, 
dos Estados, do DF ou dos Municípios 
• Tenha inscrição atualizada no CadÚnico no momento do 
requerimento do auxílio inclusão 
• Tenha inscrição regular no CPF 
• Atenda aos critérios de manutenção do BPC, incluídos os 
critérios relativos à renda familiar mensal per capita exigida 
para o acesso ao benefício 
O valor do auxílio inclusão percebido por um membro 
da família não será considerado no cálculo da renda 
familiar per capita, para fins de concessão e de 
manutenção de outro auxílio inclusão no âmbito do 
mesmo grupo familiar. 
O auxílio inclusão poderá ainda ser concedido, mediante 
requerimento e sem retroatividade no pagamento, ao 
beneficiário que tenha: 
• Recebido o BPC nos 5 anos imediatamente anteriores ao 
exercício da atividade remunerado 
• Tido o benefício suspenso quando a pessoa com deficiência 
deixar de exercer atividade remunerada, inclusiva na 
condição de MEI 
O pagamento do auxílio inclusão cessará na hipótese de o 
beneficiário deixar atender aos critérios de: 
• Manutenção do BPC 
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Última atualização em 06/10/2022. 
• Concessão do auxílio inclusão 
O pagamento do auxílio inclusão não pode ser acumulado com o 
pagamento de: 
• BPC 
• Prestações a título de aposentadoria, de pensões ou de 
benefícios por incapacidade pagos por qualquer regime de 
previdência social 
• Seguro desemprego 
Por fim, o auxílio inclusão não está sujeito a desconto de 
qualquer contribuição e não gera direito a pagamento de abono 
anual, competindo ao Ministério da Cidadania a gestão do auxílio 
e ao INSS a sua operacionalização e pagamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BENEFÍCIOS DECORRENTES DE LEGISLAÇÕES 
ESPECIAIS 
1. LEI Nº 7.070/82 
Essa lei dispõe sobre a pensão especial, mensal, vitalícia e 
intransferível, aos portadores da deficiência física conhecida 
como Síndrome da Talidomida, sendo devida a partir da entrada 
do pedido de pagamento no INSS e depende apenas da 
apresentação do atestado médico que comprove essa condição, 
passado por junta médica oficial para esse fim, constituída pelo 
INSS, sem qualquer ônus para os interessados. 
O valor dessa pensão é reajustável a cada ano após a data da 
concessão e será calculado em função dos pontos indicadores da 
natureza e do grau da dependência resultante da deformidade 
física. Cada ponto equivale a metade do salário mínimo. 
A pensão decorrentedessa lei: 
• Ressalvado o direito de opção, não é acumulável com 
rendimento ou indenização que, a qualquer título, venha a 
ser pago pela União a seus beneficiários, salvo a indenização 
por dano moral concedida por lei específica 
• Tem natureza indenizatória, não prejudicando eventuais 
benefícios previdenciários, não podendo ser reduzido pela 
aquisição de capacidade laborativa ou de redução de 
incapacidade para o trabalho ocorridas após a sua 
concessão 
• Isenta o beneficiário do imposto de renda 
Em relação ao beneficiário que precisa de assistência 
permanente de outra pessoa, a lei assevera que: 
Art. 3º, §2º, lei nº 7.070/82: o beneficiário desta pensão especial, 
maior de 35 anos, que necessite de assistência permanente de 
outra pessoa e que tenha recebido pontuação superior ou igual 
a 6, fará jus a um adicional de 25% sobre o valor deste benefício. 
Art. 3º, §3º, lei nº 7.070/82: sem prejuízo do adicional de que 
trata o §2º, o beneficiário desta pensão especial fará jus a mais 
um adicional de 35% sobre o valor do benefício, desde que 
comprove pelo menos: 
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Última atualização em 06/10/2022. 
I. 25 anos, se homem, e 20 anos, se mulher, de 
contribuição para a Previdência Social 
II. 55 anos de idade, se homem, ou 50 anos de idade, se 
mulher, e contar pelo menos 15 anos de contribuição 
para a Previdência Social 
 
2. LEI Nº 7.986/89 
Essa lei regula a concessão do benefício para os seringueiros, 
sendo transferível aos dependentes que comprovem o estado de 
carência. 
Art. 1º lei nº 7.986/89: é assegurado aos seringueiros 
recrutados, que tenham trabalhado durante a Segunda Guerra 
Mundial nos seringais da Região Amazônica, e que não possuam 
meios para a sua subsistência e da sua família, o pagamento de 
pensão mensal vitalícia correspondente ao valor de 2 salários 
mínimos vigentes no país. 
Art. 1º, p.ú., lei nº 7.986/89: o benefício a que se refere este 
artigo estende-se aos seringueiros que, atendendo ao 
chamamento do governo brasileiro, trabalharam na produção de 
borracha, na Região Amazônica, contribuindo para o esforço de 
guerra. 
A comprovação da efetiva prestação de serviços na guerra só 
produzirá efeitos quando baseada em início de prova material, 
não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, e será 
feita perante os órgãos do Ministério da Previdência e 
Assistência Social. 
Essa comprovação pode ser feita por justificação administrativa 
ou judicial, cabendo à Defensoria Pública, por solicitação do 
interessado, quando necessitado, promover a justificação 
judicial, ficando o solicitante isento de custas judiciais e demais 
despesas. 
Prazos importantes da lei: 
• Julgamento da justificação: 15 dias 
• Processo e julgamento dos pedidos de concessão do 
benefício ou de sua transferência: 45 dias, sob pena de 
responsabilidade 
• Pagamentos da pensão: até 30 dias após o reconhecimento 
do direito 
• Instruções necessárias para a execução dessa lei, feitas pelo 
Ministério da Previdência e Assistência Social: 60 dias 
 
3. LEI Nº 8.059/90 
Essa lei regulamenta a pensão especial devida aos ex- 
combatentes da Segunda Guerra Mundial e seus dependentes, 
que pode ser requerida a qualquer tempo e corresponde à 
pensão militar deixada por segundo-tenente das Forças 
Armadas. 
São conceitos importantes trazidos por essa lei: 
• Pensão especial: é o benefício pago mensalmente ao ex-
combatente ou, em caso de falecimento, a seus 
dependentes 
• Pensionista especial: é o ex-combatente ou dependentes 
que percebam pensão especial 
• Pensão-tronco: é a pensão especial integral 
• Cota-parte: é cada parcela resultante da participação da 
pensão-tronco entre dependentes 
• Viúva: é a mulher com quem o ex-combatente estava 
casado quando falecera, e que não voltou a casar-se 
• Ex-esposa: é a pessoa de quem o ex-combatente tenha-se 
divorciado, desquitado ou separado por sentença 
transitada em julgado 
• Companheira: é a que tenha filho comum com o ex-
combatente ou com ele viva no mínimo há 5 anos, em união 
estável 
• Concessão originária: é a relativa ao ex-combatente 
• Reversão: é a concessão da pensão especial aos 
dependentes do ex-combatente, por ocasião do seu óbito 
Art. 4º lei nº 8.059/90: a pensão é inacumulável com quaisquer 
rendimentos percebidos dos cofres públicos, exceto os 
benefícios previdenciários. 
Art. 4º, §1º, lei nº 8.059/90: o ex combatente, ou dependente 
legalmente habilitado, que passar a receber importância dos 
cofres públicos perderá o direito à pensão especial pelo tempo 
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em que permanecer nessa situação, não podendo a sua cota-
parte ser transferida a outros dependentes. 
Art. 4º, §2º, lei nº 8.059/90: fica assegurado ao interessado que 
perceber outros rendimentos pagos pelos cofres públicos o 
direito de optar pela pensão ou por esses rendimentos. 
São dependentes do ex-combatente: 
• A viúva 
• A companheira 
• O filho e a filha de qualquer condição, solteiros, menores de 
21 anos ou inválidos 
• O pai e a mãe inválidos (somente se comprovarem que 
viviam sob a dependência econômica do ex-combatente) 
• O irmão e a irmã, solteiros, menores de 21 anos ou inválidos 
(somente se comprovarem que viviam sob a dependência 
econômica do ex-combatente) 
A pensão especial só será transferida aos 
dependentes em caso de morte do ex-combatente. 
Nesse caso, a pensão será dividida entre o conjunto 
dos dependentes habilitáveis, em cotas-partes iguais. 
Comprovam a condição de dependente: 
• Por meio de certidões do registro civil 
• Por declaração expressa do ex-combatente, quando em 
vida 
• Por qualquer meio de prova idôneo, inclusive mediante 
justificação administrativa ou judicial 
Essa pensão especial não será deferida: 
• À ex-esposa que não tenha direito a alimentos 
• À viúva que voluntariamente abandonou o lar conjugal há 
mais de 5 anos ou que, mesmo por tempo inferior, 
abandonou-o e a ele recusou-se a voltar, desde que esta 
situação tenha sido reconhecida por sentença judicial 
transitada em julgado 
• À companheira, quando, antes da morte do ex-combatente, 
houver cessado a dependência, pela ruptura da relação 
concubinária 
• Ao dependente que tenha sido condenado por crime 
doloso, do qual resulte a morte do ex-combatente ou de 
outro dependente 
A cota-parte da pensão dos dependentes se extingue: 
• Pela morte do pensionista 
• Pelo casamento do pensionista 
• Para o filho, filha, irmão e irmã, quando, não sendo 
inválidos, completam 21 anos de idade 
• Para o pensionista inválido, pela cessação da invalidez 
A extinção da pensão nesses casos não acarreta a 
transferência da cota-parte para os demais 
dependentes. 
Art. 11 lei nº 8.059/90: o benefício será pago mediante 
requerimento, devidamente instruído, em qualquer organização 
militar do ministério competente, se na data do requerimento o 
ex-combatente, ou o dependente, preencher os requisitos desta 
lei. 
Art. 12 lei nº 8.059/90: é da competência do Ministério Militar 
ao qual esteve vinculado o ex-combatente durante a Segunda 
Guerra Mundial o processamento da pensão especial, desde a 
habilitação até o pagamento, inclusive nos casos de substituição 
a outra pensão ou reversão. 
Estando o processo devidamente instruído, a autoridade 
autorizará o pagamento da pensão especial em caráter 
temporário, até a apreciação da legalidade da concessão e 
registro pelo Tribunal de Contas da União. O pagamento 
definitivo só será feito após o registro pelo TCU. E, somente após 
esse registro definitivo é que poderá haver consignação nos 
benefícios dos pensionistas. 
O pagamento da pensão especial somente poderá ser feito em 
agências bancárias localizadas no país e, mediante requerimento 
do interessado, qualquer outra pensão já concedida ao ex-
combatente ou dependente que preencha os requisitos poderá 
ser substituída pelapensão especial, para todos os efeitos. 
Por fim, o valor do benefício da pensão especial será revisto, na 
mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificarem 
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os vencimentos dos servidores militares, tomando-se por base a 
pensão-tronco. 
 
4. LEI Nº 9.422/96 
Essa lei regula a pensão especial aos dependentes das vítimas 
fatais de hepatite tóxica, por contaminação em processo de 
hemodiálise no Instituto de Doenças Renais, com sede na cidade 
de Caruaru, Pernambuco, no período entre fevereiro e março de 
1996, mediante evidências clínico-epidemiológicas 
determinadas pela autoridade competente, no valor de 1 salário 
mínimo. 
São considerados como dependentes: 
• Cônjuge 
• Companheiro ou companheira 
• Descendente 
• Ascendente 
• Colaterais até o 2º grau 
Havendo mais de um pensionista habilitado ao recebimento da 
pensão, ela será rateada entre todos em partes iguais. 
O recebimento da pensão depende do atestado de óbito da 
vítima, indicando a causa mortis relacionada com o incidente, 
comprovados com o prontuário médico e justificada 
judicialmente, quando inexistir documento oficial que a declare. 
Essa pensão especial não se transmite ao sucessor, e se extingue 
com a morte do último beneficiário. Além disso, os efeitos da lei 
são sustados imediatamente no caso de a justiça sentenciar os 
proprietários do INSS com o pagamento de pensão ou 
indenização aos dependentes das vítimas. 
Art. 6º, lei nº 9.422/96: a despesa decorrente desta lei será 
atendida com recursos alocados ao orçamento do Instituto 
Nacional do Seguro Social, à conta da subatividade 
“aposentadorias e pensões especiais concedidas por legislação 
específica e de responsabilidade do Tesouro Nacional”. 
 
 
5. LEI Nº 9.425/96 
Essa lei regula a pensão especial, vitalícia, destinada às vítimas 
do acidente com a substância radioativa CÉSIO 137, ocorrido em 
Goiânia (Goiás), sendo personalíssima, intransmissível ao 
cônjuge sobrevivente ou aos herdeiros, em caso de morte do 
beneficiário. 
O valor mensal da pensão será o valor da UFIR (Unidades Fiscais 
de Referência) à época da publicação da lei, atualizado, a partir 
de então, na mesma época e índices concedidos aos servidores 
públicos. 
A comprovação de que o beneficiário foi vítima do acidente 
ocorrido com o CÉSIO 137 deve ser feita por meio de junta 
médica oficial, a cargo da Fundação Leide das Neves Ferreiras, 
com sede em Goiânia, e supervisão do Ministério Público 
Federal, devendo ser anotada o tipo de sequela que impede o 
desempenho profissional e/ou o aprendizado de maneira total 
ou parcial. 
Por fim, o pagamento dessa vantagem pecuniária será feito à 
conta de encargos previdenciários dos Recursos da União, sob a 
supervisão do Ministério da Fazenda, a partir do ano seguinte à 
publicação desta lei, com a despesa prevista no Orçamento da 
União. 
 
6. LEI Nº 10.559/02 
Essa lei regulamenta o regime do anistiado político, ou seja, 
quem recebeu perdão em razão de um crime político. 
Conforme o art. 1º da lei nº 10.559/02, o regime do anistiado 
político compreende os seguintes direitos: 
• Declaração da condição de anistiado político 
• Reparação econômica, de caráter indenizatório, em 
prestação única ou em prestação mensal, permanente e 
continuada, asseguradas a readmissão ou a promoção na 
inatividade 
Essa reparação econômica correrá à conta do 
Tesouro Nacional. A reparação em prestação única 
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não é acumulável com a reparação em prestação 
mensal, permanente e continuada. 
• Contagem, para todos os efeitos, do tempo em que o 
anistiado político esteve compelido ao afastamento de suas 
atividades profissionais, em virtude de punição ou de 
fundada ameaça de punição, por motivo exclusivamente 
político, vedada a exigência de recolhimento de quaisquer 
contribuições previdenciárias 
• Conclusão do curso, em escola pública, ou, na falta, com 
prioridade para bolsa de estudo, a partir do período letivo 
interrompido, para o punido na condição de estudante, em 
escola pública, ou registro do respectivo diploma para os 
que concluíram curso em instituições de ensino no exterior, 
mesmo que este não tenha correspondente no Brasil, 
exigindo-se para isso o diploma ou certificado de conclusão 
do curso em instituição de reconhecido prestígio 
internacional 
• Reintegração dos servidores públicos civis e dos 
empregados públicos punidos, por interrupção de atividade 
profissional em decorrência de decisão dos trabalhadores, 
por adesão à greve em serviço público e em atividades 
essenciais de interesse da segurança nacional por motivo 
político 
Além disso, a legislação esclarece que são declarados anistiados 
políticos aqueles que, entre 18 de setembro de 1946 e 5 de 
outubro de 1988, por motivação exclusivamente política, foram: 
• Atingidos por atos institucionais ou complementares, ou de 
exceção na plena abrangência do termo 
• Punidos com transferência para localidade diversa daquela 
onde exerciam suas atividades profissionais, impondo-se 
mudanças de local de residência 
• Punidos com perda de comissões já incorporadas ao 
contrato de trabalho ou inerentes às suas carreiras 
administrativas 
• Compelidos ao afastamento da atividade profissional 
remunerada, para acompanhar o cônjuge 
• Impedidos de exercer, na vida civil, atividade profissional 
específica em decorrência das Portarias Reservadas do 
Ministério da Aeronáutica 
• Punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das 
atividades remuneradas que exerciam, bem como 
impedidos de exercer atividades profissionais em virtude de 
pressões ostensivas ou expedientes oficiais sigilosos, sendo 
trabalhadores do setor privado ou dirigentes e 
representantes sindicais 
• Punidos com fundamento em atos de exceção, 
institucionais ou complementares, ou que sofreram 
punição disciplinar, sendo estudantes 
• Abrangidos pelo Decreto Legislativo nº 18/61 e pelo 
Decreto Lei nº 864/69 
• Demitidos, sendo servidores públicos civis e empregados 
em todos os níveis de governo ou em suas fundações 
públicas ou empresas mistas ou sob controle estatal, exceto 
nos Comandos militares no que se refere ao disposto no 
ADCT 
• Punidos com a cassação da aposentadoria ou 
disponibilidade 
• Desligados, licenciados, expulsos ou de qualquer forma 
compelidos ao afastamento de suas atividades 
remuneradas, ainda que com fundamento na legislação 
comum, ou decorrentes de expedientes oficiais sigilosos 
• Punidos com a transferência para a reserva remunerada, 
reformados, ou, já na condição de inativos, com perda de 
proventos, por atos de exceção, institucionais ou 
complementares, na plena abrangência do termo 
• Compelidos a exercer gratuitamente mandato eletivo de 
vereador, por força de atos institucionais 
Nesse caso, o período de mandato exercido 
gratuitamente conta-se apenas para efeito de 
aposentadoria ano serviço público e de previdência 
social. 
• Punidos com a cassação de seus mandatos eletivos nos 
Poderes Legislativo ou Executivo, em todos os níveis de 
governo 
• Na condição de servidores públicos civis ou empregados em 
todos os níveis de governo ou de suas fundações, empresas 
públicas ou de economia mista ou sob controle estatal, 
punidos ou demitidos por interrupção de atividades 
profissionais, em decorrência de decisão de trabalhadores 
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Última atualização em 06/10/2022. 
• Sendo servidores públicos, punidos com demissão ou 
afastamento, e que não requererem retorno ou reversão à 
atividade, no prazo que transcorreu de 28 de agosto a 26 de 
dezembro de 1979 a 26 de dezembro, ou tiveram seu 
pedido indeferido, arquivado ou não conhecido e tampouco 
foram considerados aposentados, transferidos para a 
reserva ou reformados 
• Impedidos de tomar posse ou de entrar em exercício de 
cargopúblico, nos Poderes Judiciário, Legislativo ou 
Executivo, em todos os níveis, tendo sido válido o concurso 
Em relação à reparação econômica, veja as diferenças entre as 
reparações em prestação única e a mensal, permanente e 
continuada: 
Única 
Mensal, permanente e 
continuada 
30 salários mínimos por ano 
de punição 
Valor estabelecido conforme 
os elementos de prova 
Devida aos anistiados 
políticos que não puderem 
comprovar vínculos com a 
atividade laboral 
Devida aos anistiados 
políticos que comprovarem 
vínculos com a atividade 
laboral, salvo se optar por 
receber em prestação única 
Valor máximo: R$100 mil 
reais 
Valor mínimo: salário mínimo 
Valor máximo: teto 
remuneratório dos servidores 
públicos 
 
Art. 9º lei nº 10.559/02: os valores pagos por anistia não poderão 
ser objeto de contribuição ao INSS, a caixas de assistência ou 
fundos de pensão ou previdência, nem objeto de ressarcimento 
por estes de suas responsabilidades estatutárias. 
No caso de falecimento do anistiado político, o direito à 
reparação econômica transfere-se aos seus dependentes, 
observados os critérios fixados nos regimes jurídicos dos 
servidores civis e militares da União. 
Em relação às competências administrativas, essa lei assevera 
que: 
• Caberá ao Ministro de Estado da Mulher, da Família e dos 
Direitos Humanos decidir sobre os requerimentos 
• Todos os processos de anistia política, deferidos ou não, 
inclusive os que estão arquivados, bem como os respectivos 
atos informatizados que se encontram em outros 
Ministérios ou em outros órgãos da Administração Pública 
direta ou indireta, serão transferidos para o Ministério da 
Justiça, no prazo de 90 dias da publicação dessa lei 
 
7. LEI Nº 10.779/03 E DECRETO Nº 8.424/15 
Essa lei e o decreto dispõem sobre a concessão do benefício de 
seguro desemprego, pago à conta do Fundo de Amparo ao 
Trabalhador (FAT), durante o período de defeso, que é a 
proibição temporária da pesca de uma espécie ou mais em uma 
região, em determinada época do ano, para garantir a 
preservação da espécie, ao pescador profissional que exerce a 
atividade pesqueira de forma artesanal. 
O pescador artesanal, desde que exerça sua atividade 
profissional ininterruptamente, de forma artesanal e 
individualmente ou em regime de economia familiar, fará jus ao 
benefício do seguro desemprego, no valor de 1 salário mínimo 
mensal, durante o período de defeso de atividade pesqueira 
para a preservação da espécie. 
Para os fins dessa lei, considera-se: 
• Profissão habitual ou principal meio de vida: a atividade 
exercida durante o período compreendido entre o defeso 
anterior e o em curso, ou nos 12 meses anteriores ao do 
defeso, o que for menor 
• Atividade ininterrupta: a atividade exercida durante o 
período compreendido entre o defeso anterior e o em 
curso, ou nos 12 meses anteriores ao do defeso em curso, 
o que for menor 
Somente terá direito ao seguro desemprego se o pescador 
artesanal não possuir outra fonte de renda diversa da atividade 
pesqueira. Além disso, ele não fará jus, no mesmo ano, a mais de 
um seguro desemprego decorrente de defesos de espécies 
distintas. 
O seguro desemprego não é extensível às atividades de apoio à 
pesca e nem aos familiares do pescador que não satisfaçam os 
requisitos e condições estabelecidos na lei nº 10.779/03, sendo 
pessoal e intransferível. 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Prazos de concessão do seguro desemprego: de 3 a 5 meses, de 
forma contínua ou alternada, cabendo ao INSS receber e 
processar os requerimentos e habilitar os beneficiários. 
Na habilitação, o INSS deverá verificar a condição de 
segurado pescador artesanal e o pagamento da 
contribuição previdenciária nos últimos 12 meses 
anteriores ao requerimento do benefício ou desde o 
último período de defeso até o requerimento do 
benefício, o que for menor. 
O INSS deverá, ainda, divulgar mensalmente lista com todos os 
beneficiários que estão em gozo do seguro desemprego no 
período de defeso, detalhados por localidade, nome, endereço 
e número e data de inscrição no Registro Geral da Atividade 
Pesqueira (RGP). 
Art. 2º, §1º, lei nº 10.779/03: para fazer jus ao benefício, o 
pescador não poderá estar em gozo de nenhum benefício 
decorrente de benefício previdenciário ou assistencial de 
natureza continuada, exceto pensão por morte e auxílio-
acidente. 
Conforme o decreto nº 8.424/05, o prazo para requerer o seguro 
desemprego se inicia 30 dias antes do início do período de 
defeso e termina no último dia desse período. E, desde que 
requerido dentro desse prazo, o pagamento do benefício será 
devido desde o início o período de defeso, independentemente 
da data do requerimento. 
Desde que cumpridos os requisitos estabelecidos na lei, o seguro 
desemprego será concedido ao pescador profissional artesanal 
cuja família seja beneficiária do Programa Auxílio Brasil e 
Programa Alimenta Brasil, e caberá ao órgão ou à entidade da 
administração pública federal responsável pela manutenção do 
programa a suspensão do pagamento dos benefícios financeiros 
(benefício primeira infância, benefício composição familiar, 
benefício de superação da extrema pobreza e benefício 
compensatório de transição) pelo mesmo período da percepção 
do benefício do seguro desemprego. 
Caso a suspensão não possa ser iniciada em até 6 meses após o 
início do pagamento do seguro defeso, por motivos 
excepcionais, o órgão ou a entidade da administração pública 
federal responsável pela manutenção do programa de 
transferência de renda com condicionalidades fica autorizado a 
efetuar o desconto de até 30% do valor pago mensalmente à 
família, até que seja integralmente ressarcido o valor pago 
indevidamente. 
Além das sanções civis e penais, que fornecer ou se beneficiar de 
atestado falso para obter o seguro desemprego em razão do 
período de defeso estará sujeito a: 
• Demissão do cargo que ocupa, se servidor público 
• Suspensão de sua atividade, com cancelamento do registro, 
por 2 anos, se pescador profissional 
O seguro desemprego será cancelado nas seguintes hipóteses: 
• Início de atividade remunerada 
• Início de percepção de outra renda 
• Morte do beneficiário 
• Desrespeito ao período de defeso 
• Comprovação de falsidade nas informações prestadas para 
obtenção do benefício 
 
8. LEI Nº 11.520/07 
Essa lei dispõe sobre a concessão de pensão especial às pessoas 
atingidas pela hanseníase que foram submetidas a isolamento e 
internação compulsórios em hospitais-colônia até 31 de 
dezembro de 1986, que a requererem a título de indenização 
especial. Essa pensão é mensal, vitalícia, intransferível aos 
dependentes e herdeiros, sendo devida a partir da entrada em 
vigor da lei e no valor de R$750, sendo reajustado anualmente 
segundo os índices concedidos aos benefícios de valor superior 
ao piso do RGPS. 
Cabe ao INSS o processamento, a manutenção e o pagamento 
da pensão, sendo concedida por meio de ato do Secretário 
Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, após 
parecer da Comissão Interministerial de Avaliação (essa 
comissão tem a atribuição de emitir parecer prévio sobre os 
requerimentos). 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Art. 2º, §2º, lei nº 11.520/07: para a comprovação da situação 
do requerente, será admitida a ampla produção de prova 
documental e testemunhal, e, caso necessário, prova pericial. 
Art. 2º, §3º, lei nº 11.520/07: na realização de suas atividades, a 
Comissão (Interministerial de Avaliação) poderá promover as 
diligências que julgar convenientes, inclusive solicitar apoio 
técnico, documentos, pareceres e informações de órgãos da 
administração pública, assim como colher depoimentos de 
terceiros. 
Art. 6º lei nº 11.520/07: as despesas decorrentes desta lei 
correrão à conta do Tesouro Nacional e constarão de 
programaçãoorçamentária específica no orçamento do 
Ministério da Previdência Social. 
Por fim, ressalvado o direito à opção, a pensão especial não é 
acumulável com indenizações que a União venha a pagar 
decorrentes de responsabilização civil sobre os mesmos fatos e 
não impede a fruição de qualquer benefício previdenciário. 
 
9. LEI Nº 13.985/20 
Essa lei institui a pensão especial, mensal, vitalícia, intransferível 
e com o valor de 1 salário mínimo, destinada a crianças com 
Síndrome Congênita do Zika Vírus, nascidas entre 1º de janeiro 
de 2015 até 31 de dezembro de 2019, beneficiárias do Benefício 
de Prestação Continuada (BPC) de que trata a Lei Orgânica da 
Assistência Social. 
Essa pensão especial: 
• Não poderá ser acumulada com indenizações pagas pela 
União em razão de decisão judicial sobre os mesmos fatos 
ou com o BPC-LOAS (devido à pessoa com deficiência ou ao 
idoso) 
O reconhecimento da pensão especial fica 
condicionado à desistência de ação judicial que tenha 
por objeto pedido idêntico sobre o qual versa o 
processo administrativo. 
• Não gerará direito a abono 
• Não gerará direito a pensão por morte 
• Tem seu requerimento feito no INSS 
Para constatar a relação entre a síndrome congênita adquirida e 
a contaminação pelo vírus da Zika será realizado exame pericial 
feito por perito médico federal. 
Em relação à licença e o salário maternidade das mães de 
crianças nascidas até 31 de dezembro de 2019 acometidas por 
sequelas neurológicas decorrentes do Zika Vírus, ambos serão de 
180 dias. 
Art. 4º lei nº 13.985/20: o INSS e a Empresa de Tecnologia e 
Informações da Previdência (Dataprev) adotarão as medidas 
necessárias para a operacionalização da pensão especial de que 
trata esta lei no prazo de 60 dias, contado da data de publicação 
desta lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LEI COMPLEMENTAR Nº 142/13 
Essa lei regulamenta o art. 201, §1º da Constituição Federal. 
Veja: 
Art. 201, §1º, I, CF: é vedada a adoção de requisitos ou critérios 
diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos 
termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de 
idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para 
concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos 
segurados: com deficiência, previamente submetidos a avaliação 
biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e 
interdisciplinar. 
Considera-se pessoa com deficiência: quem tem impedimento 
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou 
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem 
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em 
igualdade de condições com as demais pessoas. É importante 
ressaltar que a avaliação da deficiência será médica e funcional. 
Devem ser observadas as seguintes condições para a concessão 
da aposentadoria, pelo RGPS, ao segurado com deficiência: 
• Deficiência grave: 
o 25 anos de contribuição para o homem 
o 20 anos de contribuição para a mulher 
• Deficiência moderada: 
o 29 anos de contribuição para o homem 
o 24 anos de contribuição para a mulher 
• Deficiência leve: 
o 33 anos de contribuição para o homem 
o 28 anos de contribuição para a mulher 
• Independentemente do grau de deficiência, e desde que 
cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 anos e 
comprovada a existência de deficiência durante igual 
período: 
o 60 anos de idade para o homem 
o 55 anos de idade para a mulher 
Se o segurado, após a filiação ao RGPS, tornar-se 
pessoa com deficiência, ou tiver seu grau de 
deficiência alterado, esses parâmetros serão 
proporcionalmente ajustados, considerando-se o 
número de anos em que o segurado exerceu 
atividade laboral sem deficiência e com deficiência, 
observado o grau de deficiência correspondente. 
O grau de deficiência será atestado por perícia 
própria do INSS, por meio de instrumentos 
desenvolvidos para esse fim. 
Art. 6º, §2º, LC 142/13: a comprovação de tempo de 
contribuição na condição de segurado com deficiência em 
período anterior à entrada em vigor desta lei complementar não 
será admitida por meio de prova exclusivamente testemunhal. 
A renda mensal da aposentadoria devida ao segurado com 
deficiência será calculada aplicando-se sobre o salário de 
benefício o seguinte: 
• 100% no caso de aposentadoria por deficiência de grau 
leve, moderado e grave 
• 70% + 1% do salário de benefício por grupo de 12 
contribuições mensais até o máximo de 30%, no caso de 
aposentadoria por idade 
Art. 9º LC 143/13: aplicam-se à pessoa com deficiência de que 
trata esta lei complementar: 
I. O fator previdenciário nas aposentadorias, se 
resultar em renda mensal de valor mais elevado 
II. As regras de pagamento e de recolhimento das 
contribuições previdenciárias contidas na lei nº 
8.212/91 
III. As demais normas relativas aos benefícios do 
RGPS 
IV. A percepção de qualquer outra espécie de 
aposentadoria estabelecida na lei nº 8.213/91, 
que lhe seja mais vantajosa do que as opções 
apresentadas nesta lei complementar 
Art. 10 LC nº 143/13: a redução do tempo de contribuição 
prevista nesta lei complementar não poderá ser acumulada. No 
tocante ao mesmo período contributivo, com a redução 
assegurada aos casos de atividades exercidas sob condições 
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. 
 
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Última atualização em 06/10/2022. 
O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE DE 
DESENVOLVIMENTO SOCIAL 
Inicialmente, cumpre explicar que o desenvolvimento social 
considera a qualidade de vida da população em áreas como a 
educação, saúde, segurança, expectativa de vida, entre outros. 
Um dos índices utilizados para avaliar o desenvolvimento social 
é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que leva em 
consideração três indicadores principais para sua composição: 
educação, saúde/expectativa de vida e renda. Esses três 
aspectos são levados em consideração porque todos os cidadãos 
de qualquer sociedade, em alguma medida, são impactados ou 
alcançados por uma ou mais dessas três variáveis. 
Outro índice que também costuma ser utilizado para analisar o 
desenvolvimento social é o Coeficiente de Gini, que é um 
instrumento utilizado para avaliar o grau de concentração de 
renda em determinado grupo. Esse coeficiente aponta a 
diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais 
ricos. 
Conforme lições do professor Herbert Almeida, esses 
indicadores são apenas, como o próprio nome já diz, 
indicadores. É impossível, na vida real, estabelecer um único 
índice que possa medir, em qualquer tipo de população, qual o 
real nível de desenvolvimento social e qualidade de vida. Por 
isso, a existência desses indicadores, ainda que limitados, é 
fundamental, já que eles representam um meio de verificar se a 
população está evoluindo ou regredindo em alguns fatores 
sociais e econômicos. 
Considerando os principais indicadores do IDH, vimos que o 
servidor público tem papel fundamental no desenvolvimento 
social, uma vez que eles estão presentes na saúde e na 
educação. 
Em qualquer nível escolar, o servidor público está presenta. Seja 
nas creches, no ensino fundamental, médio ou superior. Há 
servidores públicos que são professores, auxiliares, diretores, 
coordenadores, etc, e todos contribuem para o 
desenvolvimento social da pessoa (além do desenvolvimento 
humano, como pessoa). 
Além disso, os servidores estão presentes na área da saúde. 
Profissionais da saúde de diversas áreas que contribuem para 
melhorar a qualidade de vida das pessoas e seu bem estar. 
Ainda, a CF/88 afirma que a saúde é direito de todos e dever do 
Estado. 
Art. 196 CF: a saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviçosreligiosos, econômicos, naturais, políticos e morais 
que interferem na produção das normas jurídicas. 
 
3. VIGÊNCIA DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS 
A vigência de uma norma é o período de tempo em que ela pode 
ser exigível, em que ela produz efeitos. 
 
 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Cuidado: não confundir: 
• Validade: significa que a norma está integrada ao 
ordenamento jurídico, pertencendo ao conjunto das 
normas jurídicas. 
• Vigência: significa que a norma está pronta para 
produzir seus efeitos. 
• Eficácia: diz respeito à possibilidade concreta de 
produção de efeitos. 
Temos, no campo da vigência, o instituto chamado de vacatio 
legis, que é o período compreendido entre a publicação da lei e 
a sua produção de efeitos. Uma norma pode entrar em vigor no 
momento da sua publicação ou ter um prazo de adaptação até 
que ela comece a vigorar (e esse prazo é a vacatio legis). 
Conforme a LINDB, se a lei for omissa e não prever 
expressamente um prazo para entrada em vigor, ela passará a 
vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada. 
Art. 1º LINDB: salvo disposição em contrário, a lei começa a 
vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada. 
 
4. HIERARQUIA DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS 
No campo previdenciário, assim como nos demais, existem 
normas superiores e normas inferiores. E, havendo conflitos de 
hierarquia, devemos utilizar regras de solução de antinomias: 
• A norma superior prevalece sobre a norma inferior 
• A norma posterior prevalece sobre a norma anterior 
• A norma especial prevalece sobre a geral 
Em regra, temos a seguinte ordem hierárquica: 
1. Normas constitucionais 
2. Normas supralegais 
3. Normas legais 
4. Normas infralegais 
Por normas constitucionais devemos entender: Constituição 
Federal, emendas constitucionais, tratados e convenções sobre 
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso, em 2 turnos, por 3/5 dos votos. 
Por normas supralegais devemos entender: os tratados 
internacionais de direitos humanos aprovados pelo 
procedimento ordinário (ou seja, não aprovados em cada Casa 
do Congresso, em 2 turnos, por 3/5 dos votos). 
Por normas legais devemos entender: leis complementares, leis 
ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos 
legislativos, resoluções da Câmara dos Deputados, resoluções do 
Senado Federal e os tratados internacionais que não versarem 
sobre direitos humanos. 
Esquematizando os tratados internacionais: 
• Sobre direitos humanos aprovados em 2 turnos, por 
3/5 dos votos: status de emenda constitucional 
• Sobre direitos humanos com aprovação ordinária: 
status supralegal (ou seja, estão abaixo das normas 
constitucionais, mas acima das normas legais) 
• Que não tratem sobre direitos humanos: status de 
lei ordinária 
Ainda: art. 85-A lei 8.212/91: os tratados, convenções 
e outros acordos internacionais de que o Estado 
estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil 
sejam partes, e que versem sobre matéria 
previdenciária, serão interpretados como lei especial. 
Assim, esses tratados, convenções e acordos 
prevalecem sobre as normas gerais. 
Por normas infralegais devemos entender: decretos, portarias, 
instruções normativas, ordens de serviço e outros atos 
administrativos. 
 
5. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS 
É o estudo dos métodos e processos lógicos que tem por 
objetivo definir o conteúdo, sentido e alcance das normas 
jurídicas. A interpretação é, portanto, a análise da norma para 
aplicação no caso concreto. 
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A interpretação pode ser quanto ao meio, à origem ou à 
finalidade. Vamos ver cada uma delas. 
 
5.1. INTERPRETAÇÃO QUANTO AO MEIO 
Interpretação gramatical ou literal: busca-se o sentido da lei pela 
análise do significa das palavras, levando em conta o sentido 
literal de cada palavra do texto, sem considerar outras 
interpretações. É uma forma muito restrita de interpretação e 
não deve ser utilizada de forma isolada. 
Interpretação finalista ou teleológica: busca-se o fim almejado 
pelo legislador. Busca saber o que o legislador pretendeu ao 
inserir a norma no ordenamento jurídico. 
Interpretação sistemática: busca-se analisar a norma como parte 
de todo sistema em que ela está inserida, e não uma norma de 
forma isolada, devendo ser interpretada em conjunto com 
outros diplomas legas e com os princípios do direito. 
Interpretação histórica: busca-se levar em consideração os 
antecedentes históricos, como os fatores políticos, sociais, 
econômicos e culturais presentes na época da edição da norma, 
analisando os interesses da época. 
Interpretação lógica: busca-se o sentido e alcance da norma 
levando em consideração a compatibilidade e concordância por 
meio de raciocínios e conclusões lógicos. 
 
5.2. INTERPRETAÇÃO QUANTO À ORIGEM/FONTE 
Interpretação legislativa ou autêntica: ocorre quando é realizada 
pela mesma autoridade que elaborou a norma. Pode ser: 
• No texto da própria norma, quando os conceitos e 
esclarecimentos interpretativos são definidos no corpo da 
norma 
• Elaborada nova norma para esclarecer dúvidas sobre a 
norma já existente 
Interpretação judicial: ocorre quando a norma é interpretada 
pelo Poder Judiciário, no exercício da jurisdição, ao analisar 
algum processo que lhe é submetido. 
Interpretação administrativa: ocorre quando a norma é 
interpretada pela administração pública, nas suas atribuições 
administrativas. 
Interpretação doutrinária: ocorre quando os estudiosos do 
direito analisam didaticamente as normas jurídicas. Não é de 
observância obrigatória, mas é uma importante ferramenta para 
os legisladores, juízes e autoridades administrativas. 
 
5.3. INTERPRETAÇÃO QUANTO À FINALIDADE/EFEITOS 
Interpretação declaratória: ocorre quando o intérprete conclui 
que há coincidência entre o que o legislador pretendia dizer e o 
que foi efetivamente exposto na norma, dispensando qualquer 
correção interpretativa. 
Interpretação extensiva ou ampla: ocorre quando o legislador diz 
menos do que deveria dizer, deixando de abranger situações que 
deveriam estar na norma. 
Interpretação restritiva ou limitativa: ocorre quando o legislador 
diz mais do que deveria dizer, atingindo situações não previstas 
e indesejadas. 
 
6. INTEGRAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS 
Diferente do que ocorre nos métodos de interpretação, na 
integração não existe, no ordenamento jurídico, uma norma 
abstrata que preveja a situação concreta. Ou seja, há uma lacuna 
que precisa de solução. 
Assim, o aplicador do direito deve utilizar técnicas de integração 
para garantir a aplicação do direito. 
Não confundir: 
• Interpretação: pressupõe a existência de uma 
norma expressa e específica para o caso. 
• Integração: é utilizada nos casos de ausência de 
norma expressa e específica para o caso. 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Art. 4º LINDB: quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de 
direito. 
Sendo assim, são métodos de integração conforme a LINDB: 
• Analogia 
• Costumes 
• Princípios gerais do direito 
Por outro lado, a doutrina previdenciária utiliza as seguintes 
técnicas de integração para a seguridade social: 
• Analogia 
• Princípios gerais da seguridade social 
• Princípios gerais do direito 
• Equidade 
Vamos ver cada uma dessas técnicas: 
Analogia: a lacuna deve ser preenchida buscando a solução em 
casos semelhantes para os quais exista uma norma. Assim, casos 
parecidos devem ser julgados de forma parecida. 
Art. 108, §1º, CTN: o emprego da analogia não poderá resultar 
na exigência de tributo (ou contribuição previdenciária) não 
previsto em lei. 
Princípios gerais da seguridade social: o aplicador do direito deve 
se socorrer dos princípios gerais da seguridade social (falamos 
detalhadamentepara sua promoção, 
proteção e recuperação. 
Além desses dois grandes setores, que têm relação direta com o 
IDH, o professor Herbert Almeida cita outras áreas de grande 
importância e que também tem relação com a qualidade de vida 
e desenvolvimento social em uma sociedade, como: servidores 
da segurança pública (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, 
Polícia Ferroviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de 
Bombeiros Militar), do Judiciário, da área tributária, do INSS e da 
previdência social e dos órgãos de controle. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Última atualização em 06/10/2022. 
SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO SERVIÇO PÚBLICO 
A qualidade de vida no trabalho é, além de uma questão de 
produtividade do trabalhador, uma questão de responsabilidade 
social. Investindo na qualidade de vida no serviço público, haverá 
uma melhoria na prestação do serviço. 
Ainda conforme o professor Herbert Almeida, os estudos mais 
recentes em qualidade de vida no trabalho demonstram a 
importância de alterar o paradigma do que é o trabalho para a 
pessoa. Normalmente, ligamos o trabalho a um “dever”, 
relacionado com o “dever de produzir”, “dever de sustentar a 
família”, “dever de pagar as contas”. 
Todavia, as instituições modernas estão buscando desenvolver 
um ambiente de trabalho voltado para a eficiência e o 
divertimento. As pessoas devem ter satisfação com o seu 
desempenho no trabalho; o sucesso deve ser visto como algo 
desejado, uma autorrealização. Nesse aspecto, o fator 
motivacional passa a contribuir na qualidade de vida no 
ambiente de trabalho. 
Ana Cristina Limongi-França: o trabalho deve ser produtivo, 
realizador, e não deve causar danos à saúde e qualidade de vida, 
considerando os sentidos biológicos, psicológico, social e 
cognitivo. 
Os esforços para melhorar a qualidade de vida no trabalho 
procuram tornar os cargos mais produtivos e satisfatórios, sendo 
essa qualidade afetada por muitos fatores, como: 
• Supervisão 
• Condições de trabalho 
• Pagamento/compensação adequada e justa 
• Benefícios 
• Projeto de cargo 
• Oportunidade para uso e desenvolvimento de capacidades 
• Oportunidade de crescimento 
• Integração social no serviço 
• Respeito aos direitos 
• Relevância social da vida no trabalho 
• Tipo de trabalho exercido 
• Falta de reconhecimento 
• Falta de perspectiva de desenvolvimento profissional 
• Carga excessiva de trabalho 
• Falta de aproveitamento do potencial dos trabalhadores 
• Demandas pessoais, como educação dos filhos, cuidado 
com a saúde, organização e execução da agenda diária, 
atenção à economia, entre outros 
Esses fatores têm impacto no nível de motivação e de 
autorrealização do servidor, e são fatores que afetam a sua 
saúde e qualidade de vida no serviço. 
Alguns autores criticam que determinadas características 
exclusivas do setor público prejudicam a gestão de pessoas no 
serviço, como a forma de ingresso, as políticas de 
desenvolvimento na instituição, a estabilidade, a falta de espírito 
empreendedor e até mesmo o ingresso por concurso público. 
Imagine uma pessoa que não tem perfil do cargo/instituição, 
mas que faz a prova e é aprovada no concurso. Ela pode tomar 
posse, mesmo “não levando jeito para o cargo”. Vamos pensar 
em uma pessoa que não tem perfil para ser policial militar, mas 
passa no concurso e toma posse. Possivelmente esse servidor 
não terá uma qualidade de vida no seu exercício. 
Para finalizar: a qualidade de vida no trabalho pressupõe mudar 
hábitos e rotinas, modificando a cultura organizacional e 
avançando nas políticas de desenvolvimento dos seres humanos. 
Assim, melhorar as condições de trabalho é o caminho para 
manter os trabalhadores (e servidores públicos) mais 
qualificados, melhorando a qualidade no serviço.sobre eles em um tópico específico). 
Princípios gerais do direito: não preenchida a lacuna pela 
analogia ou pelos princípios da seguridade social, o aplicador do 
direito deve buscar os princípios gerais do direito, que são ideias 
fundamentais do direito, que lhe dão apoio e coerência, 
fornecendo as diretrizes do ordenamento jurídico. 
Celso Antônio Bandeira de Mello: princípio é, por definição, 
mandamento de um sistema, verdadeiro alicerce dele, 
disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, 
compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata 
compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a 
racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica 
e lhe dá sentido harmônico. 
Equidade: a equidade é a busca pela solução mais justa, por meio 
da humanização da aplicação da norma. Assim, se o aplicador do 
direito não conseguir integrar a norma pela analogia, pelos 
princípios da seguridade social ou pelos princípios do direito, 
deverá “pensar como se fosse o legislador”. Ou seja, deverá 
imaginar como o legislador se comportaria naquela situação 
concreta e buscar a solução mais justa para o caso. 
Art. 108, §2º, CTN: o emprego da equidade não poderá resultar 
na dispensa do pagamento de tributo (ou contribuição 
previdenciária) devido. 
Costumes: o costume é a prática reiterada no tempo e que se 
subentende ser obrigatória. Além disso, o costume deve ser 
aceito como correto, ético. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Última atualização em 06/10/2022. 
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL 
Art. 195 CF: a seguridade social será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta (contribuições sociais) e indireta, nos 
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos 
da U/E/DF/M, e das contribuições sociais. 
• Financiamento direto: produto da arrecadação das 
contribuições sociais 
• Financiamento indireto: oriundo dos recursos dos 
orçamentos dos entes políticos 
Art. 195, §1º, CF: as receitas dos E/DF/M destinadas à seguridade 
social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o 
orçamento da União. 
Ou seja, no orçamento da União constará apenas receitas da 
União destinadas à seguridade social. Todo ente político deve 
contribuir com a seguridade, mas com orçamentos separados; 
não junta tudo na conta da União. 
Art. 195, §2º: a proposta de orçamento da seguridade social será 
elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela 
saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as 
metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes 
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus 
recursos. 
A seguridade será financiada pelas seguintes contribuições: 
• Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada 
na forma da lei, incidentes sobre: 
o A folha de salários e demais rendimentos do trabalho 
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física 
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício (alíquota de 20% sobre o total da folha 
de salários dos empregados ou pessoas que prestem 
serviços sem vínculo empregatício) 
o A receita ou o faturamento (PIS e CONFINS) 
o O lucro (CSLL) 
• Do trabalhador e dos demais segurados da previdência 
social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de 
acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo 
RGPS 
• Sobre a receita de concursos de prognósticos 
• Do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem 
a lei a ele equiparar 
Súmula 688 STF: é legítima a incidência da contribuição 
previdenciária sobre o 13º salário. 
Art. 195, §3º, CF: a PJ em débito com o sistema da seguridade 
social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o 
poder público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais 
ou creditícios. 
Art. 195, §4º, CF: a lei complementar poderá instituir outras 
fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da 
seguridade social. 
Essas novas fontes são denominadas contribuições sociais 
residuais, que têm como requisitos: 
• Criação por lei complementar 
• As contribuições deverão ser não cumulativas 
• O fato gerador ou a base de cálculo dessas novas 
contribuições deverão ser diferentes das contribuições 
sociais já existentes 
• O STF tem entendimento que as contribuições sociais 
residuais podem ter o mesmo fato gerador ou a mesma 
base de cálculo dos impostos já existentes 
Art. 195, §5º, CF: nenhum benefício ou serviço da seguridade 
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a 
correspondente fonte de custeio total. 
STF: o princípio da correspondente fonte de custeio total não se 
aplica às entidades de previdência complementar (previdência 
fechada), é aplicado somente à seguridade social financiada por 
toda a sociedade, qual seja, às ações promovidas pelo poder 
público. 
Art. 195, §6º, CF: as contribuições sociais para a seguridade 
social só poderão ser exigidas após decorridos 90 dias da data da 
publicação da lei que as houver instituído ou modificado. 
Súmula 669 STF e súmula vinculante 50: norma legal que altera 
o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita 
ao princípio da anterioridade. 
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Última atualização em 06/10/2022. 
Art. 195, §7º, CF: são isentas/imunes de contribuição para a 
seguridade social as entidades beneficentes de assistência social 
que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
Art. 195, §8º, CF: o produtor, o parceiro, o meeiro e o 
arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os 
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de 
economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão 
para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota 
sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos 
benefícios nos termos da lei. 
Art. 195, §9º, CF: as contribuições sociais previstas no inciso I 
(contribuição social do empregador) do caput poderão ter 
alíquotas diferenciadas, em razão da atividade econômica, da 
utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da 
condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também 
autorizada a doção de bases de cálculo diferenciadas apenas no 
caso das alíneas “b” (contribuição do empregador sobre a 
receita ou faturamento) e “c” (contribuição do empregador 
sobre o lucro) do inciso I do caput. 
Art. 195, §10, CF: a lei definirá os critérios de transferência de 
recursos para o SUS e ações de assistência social da União para 
os E/DF/M, e dos estados para os municípios, observada a 
respectiva contrapartida de recursos. 
Art. 195, §12, CF: a lei definirá os setores de atividade econômica 
para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, 
alínea “b” (contribuição do empregador sobre a receita ou 
faturamento), e IV (contribuição do importador), serão não 
cumulativas. 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE 
Art. 196 CF: a saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação. 
Assim, não é exigida nenhuma contribuição por parte do usuário. 
Art. 197 CF: são de relevância pública as ações e serviços de 
saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre 
sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua 
execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, 
também, por PF ou PJ de direito privado. 
A regulamentação, fiscalização e controle cabem ao Estado. Mas 
a execução de ações e serviços de saúde cabe ao Estado ou à 
iniciativa privada. 
Art. 198 CF: as ações e serviços públicos de saúde integram uma 
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema 
único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:I. Descentralização, com direção única em cada esfera de 
governo 
II. Atendimento integral, com prioridade para as 
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais 
III. Participação da comunidade 
Art. 198, §1º, CF: o SUS será financiado, nos termos do art. 195, 
com recursos do orçamento da seguridade social, da U/E/DF/M, 
além de outras fontes. 
Art. 198, §2º, CF: a U/E/DF/M aplicarão, anualmente, em ações 
e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da 
aplicação de percentuais. 
Art. 198, §2º, CF: lei complementar, que será reavaliada pelo 
menos a cada 5 anos, estabelecerá: 
I. Os percentuais de recursos mínimos dos E/DF/M 
II. Os critérios de rateio dos recursos da União vinculados 
à saúde destinados aos E/DF/M, e dos estados 
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destinados a seus respectivos municípios, objetivando 
a progressiva redução das disparidades regionais 
III. As normas de fiscalização, avaliação e controle das 
despesas com saúde, nas esferas federal, estadual, 
distrital e municipal 
A contratação de agentes comunitários de saúde se dará por 
meio de processo seletivo, que é um método bem mais célere 
que o concurso público, e seguem um estatuto próprio (lei 
11.350/06). 
Art. 199 CF: a assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
Art. 199, §1º, CF: as instituições privadas poderão participar de 
forma complementar do SUS, segundo as diretrizes deste, 
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo 
preferência às entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
Art. 199, §2º, CF: é vedada a destinação de recursos públicos 
para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
Art. 199, §3º, CF: é vedada a participação direta ou indireta de 
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, 
salvo nos casos previstos em lei. 
Art. 199, §4º, CF: a lei disporá sobre as condições e os requisitos 
que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias 
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem 
como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus 
derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. 
Art. 200, CF: ao SUS compete, além de outras atribuições, nos 
termos da lei: 
I. Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e 
substâncias de interesse para a saúde e participar da 
produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, homoderivados e outros insumos 
II. Executar as ações de vigilância sanitária e 
epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador 
III. Ordenar a formação de recursos humanos na área de 
saúde 
IV. Participar da formulação da política e da execução das 
ações de saneamento básico 
V. Incrementar em sua área de atuação o 
desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação 
VI. Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o 
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e 
águas para consumo humano 
VII. Participa do controle e fiscalização da produção, 
transporte, guarda e utilização de substâncias e 
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos 
VIII. Colaborar na proteção do meio ambiente, nele 
compreendido o do trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Art. 201 CF: a previdência social será organizada sob a forma de 
RGPS, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: 
I. Cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou 
permanente para o trabalho e idade avançada 
II. Proteção à maternidade, especialmente à gestante 
III. Proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário 
A proteção ao trabalhador desse inciso não é o 
seguro desemprego (que, apesar de ser concedido 
pelo ministério do trabalho, é beneficiário). A 
proteção a que se refere esse inciso é o período de 
graça, que é um prazo no qual o desempregado não 
contribui para a previdência social, mas mantém a 
sua qualidade de segurado, inclusive podendo gozar 
dos benefícios previdenciários. 
IV. Salário família e auxílio reclusão para os dependentes 
dos segurados de baixa renda 
V. Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao 
cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o 
disposto no §2º (benefício que substitui o rendimento 
do segurado terá como valor mensal mínimo o salário 
mínimo nacional) 
A previdência social é contributiva. Ao contrário da saúde, na 
previdência, para o cidadão gozar dos benefícios 
previdenciários, ele deve estar obrigatoriamente filiado e 
contribuindo regularmente para o RGPS. 
Art. 201, §1º, CF: é vedada a adoção de requisitos ou critérios 
diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos 
termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de 
idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para 
concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos 
segurados: 
I. Com deficiência, previamente submetidos a avaliação 
biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e 
interdisciplinar 
II. Cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição 
a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à 
saúde, ou associação desses agentes, vedada a 
caracterização por categoria profissional ou ocupação 
Art. 201, §2º, CF: nenhum benefício que substitua o salário de 
contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá 
valor mensal inferior ao salário mínimo. 
Salário de contribuição é a base de cálculo para as contribuições 
sociais. Os benefícios que não substituem o salário de 
contribuição do cidadão podem sim apresentar um valor inferior 
ao salário mínimo vigente, como é o caso do salário família. 
Art. 201, §3º, CF: todos os salários de contribuição considerados 
para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na 
forma da lei. 
Art. 201, §4º, CF: é vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de 
segurado facultativo, de pessoa participante de RPPS. 
O servidor público que também for empregado de empresa 
privada será segurado do RGPS como segurado obrigatório, mas 
não pode, em regra, ser segurado facultativo do RPPS e do RGPS 
ao mesmo tempo. Entretanto, se o servidor estiver afastado do 
RPPS, pode ingressar como segurado facultativo no RGPS. 
Art. 201, §6º, CF: a gratificação natalina dos aposentados e 
pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de 
dezembro de cada ano. 
Art. 201, §7º, CF: é assegurada aposentadoria no RGPS, nos 
termos da lei, obedecidas as seguintes condições: 
I. 65 anos de idade, se homem, e 62 anos de idade, se 
mulher, observado tempo mínimo de contribuição 
II. 60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se 
mulher, para os trabalhadores rurais e para os que 
exerçam suas atividades em regime de economia 
familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro 
e o pescador artesanal 
Art. 201, §8º, CF: os requisitos a que se refere o inciso I do §7º 
serão reduzidos em 5 anos, para o professor que comprove 
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de 
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Última atualização em 06/10/2022. 
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e 
médio. 
Essa redução de 5 anos não serve para o tempo de 
contribuição e nem para os professores 
universitários. 
Esquematizando: 
REGRA GERAL 
65 anos para o homem e 62 anos para a 
mulher, observado o tempo mínimo de 
contribuição 
TRABALHADORES 
RURAIS 
60 anos para o homem e 55 anos para a 
mulher 
PROFESSORES 
60 anos para o homem e 57 anos para a 
mulher, observado o tempo mínimo de 
contribuição 
Art. 201, §9º, CF: para fins de aposentadoria, será assegurada a 
contagem recíproca do tempo de contribuição entre o RGPS e os 
RPPS, e destes entre si, observada a compensação financeira, de 
acordo com os critériosestabelecidos em lei. 
Para o cálculo da aposentadoria, todo o tempo que a pessoa 
trabalhou e contribuiu deve ser levado em consideração, 
independentemente de ser na iniciativa privada ou na 
administração, na cidade ou não campo. 
Art. 201, §9º-A, CF: o tempo de serviço militar exercido nas 
atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de 
contribuição ao RGPS ou a RPPS terão contagem recíproca para 
fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação 
financeira será devida entre as receitas de contribuição 
referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais 
regimes. 
Art. 201, §10, CF: lei complementar poderá disciplinar a 
cobertura de benefícios não programados, inclusive os 
decorrentes de acidente de trabalho, a ser atendida 
concorrentemente pelo RGPS e pelo setor privado. 
Art. 201, §11, CF: os ganhos habituais do empregado, a qualquer 
título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição 
previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos 
casos e na forma da lei. 
Art. 201, §12, CF: lei instituirá sistema especial de inclusão 
previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender aos 
trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em 
situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se 
dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de 
sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa 
renda. 
Art. 201, §13, CF: a aposentadoria concedida ao segurado de que 
trata o §12 terá valor de 1 salário mínimo. 
Com a adoção de alíquotas e carências inferiores, a previdência 
começou a abarcar um número maior de segurados, pois, até 
então, esses trabalhadores de baixa renda não tinham condições 
de contribuir com o RGPS. A lei 12.470 implantou a alíquota de 
5% para o MEI e o segurado facultativo doméstico de baixa 
renda, concedendo uma aposentadoria no valor de 1 salário 
mínimo. 
Art. 201, §14, CF: é vedada a contagem de tempo de 
contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios 
previdenciários e de contagem recíproca. 
Art. 201, §15, CF: lei complementar estabelecerá vedações, 
regras e condições para a acumulação de benefícios 
previdenciários. 
Art. 202 CF: o regime de previdência privada, de caráter 
complementar e organizado de forma autônoma em relação ao 
RGPS, será facultativo, baseado na constituição de reservar que 
garantam o benefício contratado e regulado por lei 
complementar. 
Art. 202, §1º, CF: a lei complementar de que trata este art. 
assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades 
de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à 
gestão de seus respectivos planos. 
Art. 202, §2º, CF: as contribuições do empregador, os benefícios 
e as condições contratuais previstas nos estatutos, 
regulamentos e planos de benefícios das entidades de 
previdência privada não integram o contrato de trabalho dos 
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Última atualização em 06/10/2022. 
participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, 
não integram a remuneração dos participantes, nos termos da 
lei. 
Art. 202, §3º, CF: é vedado o aporte de recursos à entidade de 
previdência privada pela U/E/DF/M, suas autarquias, fundações, 
empresas públicas, sociedades de economia mista e outras 
entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação 
na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá 
exceder a do segurado. 
Art. 202, §4º, CF: lei complementar (108/2001) disciplinará a 
relação entre a U/E/DF/M, inclusive suas autarquias, fundações, 
sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou 
indiretamente, enquanto patrocinadoras de planos de 
benefícios previdenciários, e as entidades de previdência 
complementar. 
Art. 202, §5º, CF: a lei complementar de que trata o §4º aplicar-
se-á, no que couber, às empresas privadas permissionárias ou 
concessionárias de prestação de serviços públicos, quando 
patrocinadoras de entidades fechadas de previdência 
complementar. 
Art. 202, §6º, CF: lei complementar estabelecerá os requisitos 
para a designação dos membros das diretorias das entidades 
fechadas de previdência complementar instituídas pelos 
patrocinadores de que trata o §4º e disciplinará a inserção dos 
participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus 
interesses sejam objeto de discussão e deliberação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
A assistência é voltada somente aos necessitados, 
independentemente de contribuições à seguridade. É uma 
forma do governo tentar reduzir o sofrimento das camadas mais 
pobres da sociedade. 
Art. 203 CF: a assistência social será prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade 
social, e tem por objetivos: 
I. A proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice 
II. O amparo às crianças e adolescentes carentes 
III. A promoção da integração ao mercado de trabalho 
IV. A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de 
deficiência e a promoção de sua integração à vida 
comunitária 
V. A garantia de 1 salário mínimo de benefício mensal à 
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que 
comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção o de tê-la provida por sua família, 
conforme dispuser a lei 
A lei orgânica da assistência social (LOAS) traz critérios que 
definem quais portadores de deficiência e idosos terão direito 
ao benefício da assistência social: 
• Idoso: idade superior a 65 anos, cuja família tenha uma 
renda mensal de no máximo 25% do SM por pessoa 
• Pessoa portadora de deficiência: deverá comprovar que a 
deficiência obstrui a sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com as demais 
pessoas e, assim como os idosos, que sua família não receba 
renda mensal superior a 25% de SM por pessoa 
Art. 204 CF: as ações governamentais na área da assistência 
social serão realizadas com recursos do orçamento da 
seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e 
organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
I. Descentralização político-administrativa, cabendo a 
coordenação e as normas gerais à esfera federal e a 
coordenação e a execução dos respectivos programas 
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Última atualização em 06/10/2022. 
à esferas estadual e municipal, bem como a entidades 
beneficentes e de assistência social 
II. Participação da população, por meio de organizações 
representativas, na formulação das políticas e no 
controle das ações em todos os níveis 
Art. 204, p.ú., CF: é facultado aos estados e ao DF vincular a 
programa de apoio à inclusão e promoção social até 0,5% da sua 
receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no 
pagamento de: 
I. Despesas com pessoal e encargos sociais 
II. Serviço da dívida 
III. Qualquer outra despesa corrente não vinculada 
diretamente aos investimentos ou ações apoiados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVIDÊNCIA SOCIAL 
A previdência é um dos três ramos que compõe a seguridade 
social e deve ser tratada como um seguro que garante a renda 
do contribuinte e da sua família em casos de doença, acidente, 
gravidez, prisão, morte e velhice. Para ter essa contribuição é 
necessário que o seguro se inscreva e contribua constantemente 
para a previdência. 
A PS tem caráter contributivo, ou seja, só usufrui quem para ela 
contribui. 
 
1. PRINCÍPIOS LEGAIS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Universalidade de participação nos planos previdenciários: 
assegura que todos os cidadãos que exercem atividades 
abrangidas pelo RGPS têm como gestor o INSS e serão filiados 
obrigatórios da PS. 
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais: não deve haver diferença entre 
trabalhadores urbanos e rurais. A prestação do benefício ou 
serviço deve ser o mesmo, independentemente de ser umtrabalhador do campo ou da cidade. 
Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios: a 
prestação de benefícios e serviços não pode ser infinita. 
Seletividade é fornecer benefícios e serviços em razão das 
condições de cada um, fazendo uma seleção de quem será mais 
beneficiado. Distributividade acontece quando você seleciona os 
segurados e automaticamente há uma distribuição de renda aos 
mais pobres. 
Cálculo dos benefícios considerando-se os salários de 
contribuição corrigidos monetariamente: objetiva afastar a 
corrosão da inflação no momento da obtenção do benefício 
previdenciário. Assim, todos os salários de contribuição deverão 
ser corrigidos monetariamente, mês a mês, pelos índices oficiais, 
até a data do requerimento do benefício, garantindo o valor real 
e atualizado. 
Irredutibilidade do valor dos benefícios, de forma a preservar-
lhe o poder aquisitivo: é garantida por meio de reajuste anual, 
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Última atualização em 06/10/2022. 
geralmente em valor igual ou superior ao da inflação do mesmo 
período. Apresenta duas vertentes: 
• CF: irredutibilidade do valor real 
• STF: irredutibilidade do valor nominal 
Valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário de 
contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não 
inferior ao salário mínimo: o legislador garantiu ao trabalhador 
que todo benefício que venha a substituir o salário de 
contribuição ou a renda mensal do trabalhador, terá como 
menor valor o salário mínimo. Essa regra não abrange todos os 
benefícios, mas somente os que venham a substituir a renda 
mensal do trabalhador. 
Caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos 
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do 
governo nos órgãos colegiados: visa a participação em geral na 
gestão da PS. Essa gestão é democrática (participa quem tem 
interesse), descentralizada (pessoas de vários setores diferentes 
podem participar) e quadripartite. 
Por fim, para não confundir, segue quadro com diferenças dos 
princípios da PS e os da seguridade social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL 
Universalidade de 
participação nos planos 
previdenciários 
Universalidade da 
cobertura e do 
atendimento 
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais 
Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios 
Cálculo dos benefícios 
considerando-se os salários 
de contribuição corrigidos 
monetariamente 
Equidade na forma de 
participação no custeio 
Irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a 
preservar-lhe o poder aquisitivo 
Valor da renda mensal dos 
benefícios substitutos do 
salário de contribuição ou do 
rendimento do trabalho do 
segurado não inferior ao 
salário mínimo 
Diversidade da base de 
financiamento 
Caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos 
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do 
governo nos órgãos colegiados 
 
2. O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS) 
O RGPS adota o regime de repartição (pacto de gerações), em 
que as pessoas que estão na ativa contribuem para o sistema 
para custear os benefícios dos inativos. 
O contrário do regime de repartição é o regime de 
capitalização, em que seus participantes são 
responsáveis pela formação do saldo que no futuro 
será vertido em benefício, por meio de um fundo 
individual ou coletivo. Aqui entram as entidades de 
previdência complementar (abertas ou fechadas). 
A previdência social compreende: 
• Regime geral de previdência social 
• Regimes próprios de previdência social dos servidores 
públicos e dos militares 
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Última atualização em 06/10/2022. 
A previdência complementar não está mais incluída 
dentro da PS como antigamente. Agora a previdência 
complementar está fora da OS, que compreende o 
RGPS e o RPPS. 
O RGPS é a forma como a previdência social é organizada, que é 
de caráter contributivo e filiação obrigatória. A filiação é 
obrigatória pelo simples exercício de atividade remunerada. 
Quem exerce concomitantemente mais de uma atividade 
remunerada sujeita ao RGPS é obrigatoriamente filiado em 
relação a cada uma dessas atividades, observado o limite mínimo 
de 1 salário mínimo e o teto do RGPS. 
No caso de aposentado que voltar a exercer atividade abrangida 
pelo RGPS, deverá recolher as contribuições devidas em função 
da nova atividade (aposentadoria não gera contribuição). 
Cobertura do RGPS: 
• Eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada 
• Proteção à maternidade, especialmente à gestante 
• Proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário 
Apesar de o seguro desemprego ser benefício 
previdenciário, é administrado e concedido pelo 
ministério do trabalho, e não pelo INSS. 
• Salário família e auxílio reclusão para os dependentes dos 
segurados de baixa renda 
• Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, cônjuge 
ou companheiro e dependentes 
Os beneficiários do RGPS são divididos em segurados e 
dependentes: 
• Segurados: 
o Obrigatórios: contribuinte individual, trabalhador 
avulso, empregados doméstico, empregado e 
segurado especial 
o Facultativos 
• Dependentes 
 
 
SEGURADOS DO RGPS 
1. EMPREGADO 
São empregados: 
• Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a 
empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação 
(jurídica) e mediante remuneração, inclusive como diretor 
empregado 
• Diretor empregado, que é aquele que, participando ou não 
do risco econômico do empreendimento, seja contratado 
ou promovido para cargo de direção das sociedades 
anônimas, mantém as características inerentes à relação de 
emprego 
• Aquele que, contratado por empresa de trabalho 
temporário, por prazo não superior a 180 dias, consecutivo 
ou não, prorrogáveis por até 90 dias, presta serviço para 
atender à necessidade transitória de substituição de 
pessoal regular e permanente ou a acréscimo 
extraordinário de serviço de outras empresas, na forma da 
legislação própria 
• O brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no 
Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em 
sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis 
brasileiras e que tenha sede e administração no país 
• O brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no 
Brasil para trabalhar como empregado em empresa 
domiciliada no exterior com maioria do capital votante 
pertencente à empresa constituída sob as leis brasileiras, 
que tenha sede e administração no país e cujo controle 
efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade 
direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e 
residentes no país ou de entidade de direito público interno 
• Aquele que presta serviço no Brasil à missão diplomática ou 
a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a 
elas subordinados, ou a membros dessas missões e 
repartições, excluídos o não brasileiro sem residência 
permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela 
legislação previdenciária do país da respectiva missão 
diplomática ou repartição consular 
• O brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em 
organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja 
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membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, 
salvo se amparado por RPPS 
• O brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em 
repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e 
contratado, inclusive o auxiliar local, desde que, em razão 
da proibição legal, não possa filiar-se ao sistema 
previdenciário local 
• O bolsista e o estagiário que prestam serviços à empresa, 
em desacordo com a lei do estágio 
• O servidor da U/E/DF/M, incluídas suas autarquias e 
fundações, ocupante,exclusivamente, de cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração 
• O servidor do E/DF/M, bem como das respectivas 
autarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde 
que, nessa qualidade, não esteja amparado por RGPS 
• O servidor contratado pela U/E/DF/M, bem como pelas 
respectivas autarquias e fundações, por tempo 
determinado, para atender à necessidade temporária de 
excepcional interesse público 
• O servidor da U/E/DF/M, incluídas suas autarquias e 
fundações, ocupante de emprego público 
• O escrevente e o auxiliar, contratados por titular de serviços 
notariais e de registro, bem como aquele que optou pelo 
RGPS, em conformidade com a lei dos cartórios 
• O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou 
municipal, desde que não vinculado a RPPS 
• O empregado no organismo oficial internacional ou 
estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando 
coberto por RPPS 
• O trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa 
física, para o exercício de atividades de natureza temporária 
por prazo não superior a 2 meses dentro do período de 1 
ano 
• O aprendiz, maior de 14 anos e menor de 24, ressalvado o 
portador de deficiência, ao qual não se aplica o limite 
máximo de idade, sujeito à formação técnico-profissional 
metódica, sob a orientação de entidade qualificada, 
conforme disposto na CLT 
 
 
2. EMPREGADO DOMÉSTICO 
Doméstico é a PF (com no mínimo 18 anos) que presta serviço 
de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou 
família, no âmbito residencial desta, em atividade (por mais de 2 
dias por semana) sem fins lucrativos. 
 
3. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL 
O contribuinte individual tem como característica a prestação de 
serviço em caráter eventual a várias empresas, sem relação de 
emprego. Também é característica marcante o exercício de 
atividade econômica por conta própria. 
São contribuintes individuais: 
• Quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em 
caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de 
emprego 
• A PF que exerce, por conta própria, atividade econômica 
urbana, com fins lucrativos ou não 
• A PF, proprietária ou não, que explora atividade 
agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou 
temporário, em área contínua ou descontínua, superior a 4 
módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 
módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com 
auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos 
• A PF, proprietário ou não, que explora atividade de extração 
mineral (garimpo), em caráter permanente ou temporário, 
diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem 
o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda 
que de forma não contínua 
• O ministro de confissão religiosa e o membro de instituto 
de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa 
• O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo 
oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, 
ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando 
coberto por RPPS 
Brasileiro que trabalha no exterior para a União em 
organismo internacional que o Brasil seja membro: 
empregado; brasileiro que trabalha no exterior para 
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Última atualização em 06/10/2022. 
organismo internacional que o Brasil seja membro: 
contribuinte individual. 
• O titular de firma individual urbana ou rural 
• O diretor não empregado e o membro de conselho de 
administração na sociedade anônima 
• Todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e de 
capital e indústria 
• O sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração 
decorrente de seu trabalho e o administrador não 
empregado na sociedade por cotas de responsabilidade 
limitada, urbana ou rural 
• O associado eleito para cargo de direção em cooperativa, 
associado ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, 
bem como o síndico ou administrador eleito para exercer 
atividade de direção condominial, desde que recebam 
remuneração 
• O aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado 
magistrado classista temporário da JT, ou nomeado 
magistrado da justiça eleitoral, conforme previsão da CF 
• O cooperado de cooperativa de produção que, nesta 
condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante 
remuneração ajustada ao trabalho executado 
• O MEI do simples nacional que opte pelo recolhimento dos 
impostos e contribuições abrangidos pelo simples nacional 
em valores fixos mensais: 
o MEI que trabalha por conta própria: recolhe a 
contribuição de 5% sobre o SM, com possibilidade 
de complementação até 20% para fazer jus a 
aposentadoria por tempo de contribuição 
o MEI contratado por empresa: a empresa recolhe a 
cota patronal de 20% sobre a remuneração do MEI 
o MEI que contrata 1 empregado: o MEI recolhe a 
cota patronal de 3% sobre a remuneração do seu 
empregado 
• O condutor autônomo de veículo rodoviário, assim 
considerado aquele que exerce atividade profissional sem 
vínculo empregatício, quando proprietário, coproprietário 
ou promitente comprador de 1 veículo 
• Aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor 
autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em 
regime de colaboração 
• Aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, 
exerce pequena atividade comercial em via pública ou de 
porta em porta, como comerciante ambulante 
• O trabalhador associado à cooperativa que, nessa 
qualidade, presta serviços a terceiros 
• O membro de conselho fiscal de sociedade por ações 
• Aquele que presta serviço de natureza não contínua, por 
conta própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial 
desta, sem fins lucrativos 
Se o serviço for contínuo, o trabalhador será 
empregado doméstico; se não for contínuo, o 
trabalhador será um contribuinte individual. 
• O notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, 
titular de cartório, que detêm a delegação do exercício da 
atividade notarial e de registro, não remunerados pelos 
cofres públicos 
Detentor da delegação de exercício da atividade 
notarial e de registro: contribuinte individual; 
escrevente e auxiliar contratado pelo detentor da 
delegação: empregado. 
• Aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para 
revenda produtos hortifrutigranjeiros ou assemelhados 
• A PF que edifica obra de construção civil 
• O médico residente 
• O pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou 
arrendamento, em embarcação de médio ou grande porte 
• O incorporador que trata a lei do condomínio em 
edificações e incorporações imobiliárias 
• O bolsista da fundação habitacional do exército contratado 
conforme a lei 
• O árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com 
a lei Pelé 
• O membro do conselho tutelar de que trata o ECA, desde 
que remunerado 
• O interventor, o liquidante, o administrador especial e o 
diretor fiscal de instituição financeira 
 
 
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4. TRABALHADOR AVULSO 
É aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza 
urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, 
com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de 
obra (no caso de atividades portuárias) ou do sindicato da 
categoria (no caso de atividades não portuárias). 
 
5. SEGURADO ESPECIAL 
São segurados obrigatórios da previdência social classificados na 
qualidade de segurado especial, a PF residente no imóvel rural 
ou em aglomerado urbano ou rural próximo que, 
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que 
com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: 
• Produtor: seja ele proprietário, usufrutuário, possuidor, 
assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou 
arrendatários rurais, que explore atividade: 
o Agropecuária em área contínua ou não de até 4 
módulos fiscais 
o De seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e 
extração, de modosustentável, de recursos naturais 
renováveis, e faça dessas atividades o principal meio 
de vida 
• Pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da 
pesca profissão habitual ou principal meio de vida 
• Cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 anos 
de idade ou a este equiparado, do segurado que, 
comprovadamente, tenham participação ativa nas 
atividades rurais ou pesqueiras artesanais do grupo familiar 
Regime de economia familiar é a atividade em que o 
trabalho dos membros da família é indispensável à 
própria subsistência e ao desenvolvimento 
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em 
condições de mútua dependência e colaboração, 
sem a utilização de empregados permanentes. 
O segurado especial pode trabalhar com auxílio eventual de 
terceiros, que é o exercido ocasionalmente, em condições de 
mútua colaboração, não existindo subordinação nem 
remuneração. Entretanto, o grupo familiar poderá utilizar-se de 
empregados contratados com prazo determinado (inclusive 
trabalhador rural temporário) ou de contribuinte individual, à 
razão de no máximo 120 pessoas/dia no ano civil, em períodos 
corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em 
horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o período 
de afastamento em decorrência da percepção de auxílio por 
incapacidade temporária. 
 
5.1. SEGURADO ESPECIAL COM OUTRAS FONTES DE 
RENDIMENTO 
O membro do grupo familiar que possuir outra fonte de 
rendimentos não é enquadrado como segurado especial, mas 
sim como contribuinte individual. Essa é a regra. 
Entretanto, a lei traz hipóteses em que o segurado especial pode 
ter outras fontes de rendimento sem que perca essa qualidade: 
• Benefício de pensão por morte, auxílio acidente ou auxílio 
reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de 
prestação continuada da previdência social (ou seja, o valor 
máximo é 1 salário mínimo) 
• Benefício previdenciário pela participação em plano de 
previdência complementar instituído por entidade classista 
rural 
• Exercício de atividade remunerada em período não superior 
a 120 dias, corridos ou intercalados, no ano civil 
• Exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de 
organização da categoria de trabalhadores rurais 
• Exercício de mandato de vereador do município onde 
desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa 
rural constituída exclusivamente por segurados especiais 
• Parceria ou meação outorgada na forma e condições 
estabelecidas na legislação previdenciária 
• Atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima 
produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser 
utilizada matéria-prima de outra origem, desde que, nesse 
caso, a renda mensal obtida na atividade não exceda ao 
menor benefício de prestação continuada da previdência 
social 
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• Atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao 
menos benefício de prestação continuada da previdência 
social 
 
6. SEGURADO FACULTATIVO 
É a pessoa maior de 16 anos que não possui renda própria, mas 
deseja contribuir para o RGPS com o intuito de usufruir dos 
benefícios previdenciários. 
Não confundir o limite mínimo para ser segurado 
facultativo com o limite mínimo para ser segurado. O 
aprendiz com 14 anos será segurado obrigatório na 
condição de empregado. 
Rol exemplificativo dos segurados facultativos: 
• Dona de casa 
• Síndico de condomínio, quando não remunerado (isenção 
na taxa condominial é considerada remuneração) 
• Estudante 
• Brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no 
exterior 
• Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da 
previdência social 
• Membro do conselho tutelar, quando não esteja vinculado 
a qualquer regime de previdência 
• Bolsista e estagiário que prestam serviços à empresa de 
acordo com a lei do estágio 
• Bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso 
de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, 
no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a 
qualquer regime de previdência social 
• Presidiário que não exerce atividade remunerada nem 
esteja vinculado a qualquer regime de previdência social 
• Segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou 
semiaberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou 
fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou 
sem intermediação da organização carcerária ou entidade 
afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria 
• Brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se 
filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil 
mantenha acordo internacional 
É vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado 
facultativo, de pessoa participante de RPPS, salvo nas hipóteses 
de afastamento sem vencimento e desde que não permitida, 
nesta condição, contribuição ao respectivo regime próprio. 
 
7. A SITUAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO PERANTE O RGPS 
O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da 
U/E/DF/M, bem como o das respectivas autarquias e fundações, 
são excluídos do RGPS consubstanciado neste regulamento, 
desde que amparados por RPPS. 
Caso o servidor ou o militar venham a exercer, 
concomitantemente, uma ou mais atividades abrangia pelo 
RGPS, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas 
atividades. 
Art. 201, §5º, CF: é vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de 
segurado facultativo, de pessoa participante de RPPS. 
O servidor público aposentado também não pode 
contribuir facultativamente para conseguir um 
benefício junto ao RGPS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MANUTENÇÃO E A PERDA DA QUALIDADE DE 
SEGURADO DO RGPS (PERÍODO DE GRAÇA) 
Mantém a qualidade de segurado, independentemente de 
contribuições (período de graça): 
• Sem limite de prazo: quem está em gozo de benefício, 
exceto auxílio-acidente 
• Até 12 meses após a cessação do benefício por 
incapacidade ou após a cessação das contribuições: 
segurado que deixar de exercer atividade remunerada 
abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou 
licenciado sem remuneração 
O prazo de 12 meses poderá ser prorrogado para até 
24 meses se o segurado já tiver pagado mais de 120 
contribuições mensais à previdência social, sem 
interrupção que acarrete a perda da qualidade de 
segurado; e poderá ser prorrogado por mais 12 
meses se o segurado estiver desempregado 
involuntariamente, desde que comprovada essa 
situação no ministério do trabalho. 
• Até 12 meses após cessar a segregação: segurado 
acometido de doença de segregação compulsória 
• Até 12 meses após o livramento: segurado detido ou 
recluso 
• Até 3 meses após o licenciamento: segurado incorporado às 
forças armadas para prestar serviço militar 
• Até 6 meses após a cessação das contribuições: segurado 
facultativo 
A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à 
aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos 
todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em 
que estes requisitos foram atendidos. 
Não será concedida pensão por morte aos dependentes do 
segurado que falecer após a perda desta qualidade, salvo se 
preenchidos os requisitos para obtenção de aposentadoria, 
segundo a legislação vigor à época. 
Art. 15, §4, lei nº 8.213/1991: a perda da qualidade de segurado 
ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no plano 
de custeio da seguridade social para recolhimento da 
contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do 
final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos (prazos 
detalhados acima). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Última atualização em 06/10/2022. 
DEPENDENTES DOS SEGURADOS DO RGPS 
Existem três classes de dependentes do segurado: 
1ª classe: 
• Cônjuge, companheiro e companheira 
• Filho

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