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Direito Tributário - Prof. Roberto Wagner Lima Nogueira

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Prof. Roberto Wagner Lima Nogueira
05/08/14
Fundamentos do Direito Tributário
Direito Financeiro e Justiça Tributária
O PODER DE TRIBUTAR
Antes do século XVIII (Estado Patrimonial), o tributo era fracionado em realiza, senhorio e igreja. Só esses três podiam tributar (tripartido).
Com a passagem do Estado Patrimonial para o Estado Fiscal, vamos para uma era em que sai o rei, o senhorio e a igreja do poder de tributar e quem fica com esse poder é o próprio Estado.
“O tributo nasce no espaço aberto pela liberdade”.
O preço da liberdade no Estado Fiscal é tributo.
O Estado não se autodelimita na Constituição, quem limita o Estado somos nós da sociedade. Se o Estado é criado pela nossa liberdade, logo, ele é limitado por ela (= direitos humanos ou direitos fundamentais).
Os direitos fundamentais são pré-existentes ao Estado.
As necessidades do Estado estão dispostas na CF.
Obs.: imunidades = limites ao poder de triutar.
Os exercentes da chamada competência tributária são os entes federados – União, Estados, Distrito Federal e Municípios (poder tributário partilhado).
Arts. de Direito Tributário na CF: 145 a 169.
O poder de tributar é um aspecto da soberania estatal. O Estado pode tributar porque detêm uma soberania.
Essa relação que se estabelece no poder de tributar não é uma relação de poder, porque é uma relação jurídica. Logo, é uma relação limitada pela ordem constitucional (direitos fundamentais).
pagar tributo – obrigação de dar.
preencher documentos – obrigação de fazer.
permitir fiscalização da receita federal – obrigação de não fazer.
08/08/14
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Segurança Jurídica X Justiça
TRIBUTO
Nos primórdios, uma sociedade conquistava a outra e, ao capturar seu povo, os escravizava.
O tributo é a evolução da sociedade. É o preço da liberdade.
O conceito de tributo não se encontra na CF, e sim no art. 3º do CTN.
Art. 145 da CF e art. 5º, CTN. Classificação tripartite dos tributos. Entende que todo o resto é imposto.
Na doutrina dominante, a classificação que vigora é a pentapartite, pois entende-se que a própria CF classifica mais dois tributos além dos previstos no art. 145: empréstimo compulsório e contribuições sociais.
Características:
Prestação pecuniária;
Compulsório (obrigatório);
Em moeda ou cujo valor nela possa exprimir;
Não constitua sanção ilícita;
Atividade administrativa plenamente vinculada.
O fato gerador do tributo é sempre um fato gerador lícito, ou seja, um fato econômico submerso à tributação.
Ex.: bem utilizado para uso do tráfico paga imposto, pois o fato gerador é lícito, o fim que é ilícito.
NON OLET a expressão quer dizer que o dinheiro não tem cheiro. Significa que embora o tributo só decora de atividade lícita, não quer dizer que a atividade tida por ilícita não possa ser tributada.
Ex.: traficante que pratica atividade ilícita e com ela aufere renda. Logo, está obrigado por lei a declarar a renda e pagar Imposto de Renda.
Ocorre que auferir renda não é ilícito e sim a forma como ela é auferida. Portanto, quem auferir renda deverá pagar Imposto de Renda, tornando-se irrelevante para o surgimento da obrigação tributária a forma como tal renda foi auferida.
Espécies tributárias
Imposto – art. 16, CTN.
O imposto é sempre um fato do contribuinte. Esse fato é chamado de gerador e sempre expressa um valor econômico. Ele sempre independe de atividade estatal.
Geralmente, é sempre revelado a partir de um verbo seguido de um complemento.
	Ex.:
	ter renda = Imposto de Renda
	
	ter propriedade de veículo automotor = IPVA
valor econômico = valor de riqueza
O tributo sempre pressupõe uma riqueza.
	Prestar serviço = ISS
	Importar mercadoria = Imposto de Importação
	Exportar mercadora = Imposto de Exportação
	Fazer circular mercadoria = ICMS
Taxa – art. 77, CTN.
O fato gerador da taxa é sempre igual a um fato do Estado. Ou o Estado está ofertando um serviço oi está exercendo uma atividade de polícia administrativa.
Características:
Sempre fato gerador do Estado.
Pode ser poder de polícia.
Pode ser serviço público.
Divisível
Específico
Não pode ser um serviço UTI UNIVERSE (de caráter geral), ou seja, tem que ser remunerado com impostos e não com taxas.
Ex.: fiscalização e manutenção de estradas (pedágio) = tributo.
Os serviços UTI SINGULI são por natureza serviços que podem ser remunerados por taxa. Podem ser compulsórios ou facultativos.
	
	
	Tudo taxa, pois foi concedido.
	
	
	
	Ex.: (facultativo)
	Telefonia, luz, água.
Para ser remunerado como taxa, o serviço tem que ser UTI SINGULI compulsório.
12/08/14
	TAXA
	
	polícia administrativa
	
	
	
	específico
	(arts. 77 a
80 do CTN)
	
	serviços
	
	
	
	
	
	
	
	
	UTI SINGULI
	
	divisível
	
	
	
	
	UTI UNIVERSE
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Serviços UTI UNIVERSE devem ser remunerados necessariamente com valores dos impostos.
A taxa, para ser taxa, tem que ser um serviço UTI SINGULI, ou seja, específico e divisível. A taxa é sempre um fato do Estado.
TIP (taxa de iluminação pública): declarada inconstitucional, pois não é possível calcular a sua especificidade e divisibilidade.
O serviço UTI SINGULI pode ser também compulsório ou administrativo.
Ex.: (administrativo) – alvará, taxa sanitária, taxa para passaporte – art. 78, CTN.
Obs.: o fato gerador do imposto é sempre um fato do contribuinte – art. 16, CTN.
Art. 3º, CTN. Compulsoriedade é característica do tributo.
O serviço cuja cobrança é facultativa, tem natureza contratual. Logo, não é taxa. Ex.: água, telefonia, luz.
Art. 77, CTN.
Não há aplicação dos princípios tributários nas relações de tarifa.
Art. 175, CF.
	TAXA
	PREÇO PÚBLICO
OU
TARIFA
	
Regime jurídico de direito público.
	Regime jurídico de direito privado.
	
Natureza tributária.
	Natureza contratual.
	Obrigação ex legis.
	
Obrigação ex contrato ou ex voluntate.
	Independe de vontade.
	
Depende de manifestação de vontade.
	Em virtude de utilização efetiva ou potencial.
	
Somente quando da utilização efetiva.
	Princípios tributários aplicáveis.
	
Princípios de direito privado, não se subsumi aos princípios tributários.
Quando o regime é de concessão, atrai-se o art. 176 da CF e cai em uma questão tarifada. Quando o regime e prestado por força de lei, caímos no regime tributário.
Os delegatários de serviço público são remunerados por tarifa, apesar de possuírem o monopólio (...). São imunes a impostos.
Pedágio não é tributo, é preço público ou tarifa. Segue o regime contratual.
Contribuição de Melhoria – art. 81, CTN.
É um tributo cujo fato gerador depende de uma atuação estatal, ou seja, é sempre resultado de um fato do Estado, qual seja: obra que resulte valorização mobiliária.
Art. 82, CTN.
O governo precisa provar que o imóvel, antes da obra pública, valia menos sobre a diferença que acrescer, cobra-se o tributo.
	Ex.:
	100
	
	Antes
	
	120
	
	Depois
	
	20
	
	contribuição de melhoria
A planta de valores que reajusta o IPTU é sempre feita por lei.
Empréstimo Compulsório – art. 148, CF.
Empréstimo compulsório não tem fato gerador próprio, ou seja, a CF não diz qual é o seu fato gerador.
O empréstimo compulsório é qualificado por sua devolução obrigatória.
O empréstimo compulsório será sempre um “adicional de imposto”, pois não tem fato gerador.
Ele terá sempre como fato gerador um fato gerador de imposto.
Finalístico. Tributo afetado, ou seja, aquele recurso só pode ser utilizado para o fim criado do empréstimo criado (art. 148, CF).
Contribuições Sociais – art. 149, CF.
A CF não prevê repartição tributária.
É um tributo de natureza constitucional – art. 149.
Ex.: contribuição para OAB.
É um tributo finalístico. Todos os recursos são sempre afetados, carimbados.
Fato gerador normalmente são os fatos do contribuinte, independe de atuação estatal.
	CLASSIFICAÇÃO DO STF
	
	
	
	
	
	
	
	seguridade social
	
	
	
	ContribuiçõesSociais
	
	outras contribuições sociais (art. 195, § 4º, CF)
	
	
	contribuições sociais gerais
	
	SENAC, SENAI, SESI, SESC, SET, SENAT
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE – art. 177, § 4º c/c art. 149, CF)
	
	
	
	Contribuições Específicas
	
	contribuições corporativas. Ex.: OAB, CRM, CRECI, CREA.
	
	
	
	
	
	OSIP (art. 149-A, CF)
	
	
	
	
	
	contribuição sindical obrigatória (arts. 578 e 579, CLT) – art. 149, CF.
	
	
	
	
	
	
	
	≠ art. 8º, IV, CF.
Contribuição Social = tributo sui genere.
15/08/14
TAXA
Art. 145, § 2º, CF. As taxas não poderão ter base de cálculo de imposto, pois configurará bis in idem ou bitributação. A taxa tem que eleger como base de cálculo sempre uma mensuração do fato gerador.
Ex.: ter renda renda imposto de renda.
	A base de cálculo de qualquer tributo é sempre uma expressão econômica do fato gerador.
presta serviço – art. 77, CTN.
Taxa
fato gerador do Estado
polícia administrativa – art. 78, CTN.
Bis in idem: mesmo ente tributa mais de uma vez o mesmo fato gerador.
Bitributação: dois entes tributam o mesmo fato gerador.
Por que a base de cálculo da taxa é sempre uma mensuração econômica do fato gerador?
Ela é sempre um recorte do fato. É a segurança do contribuinte.
	As contribuições sociais podem ter superposição de fato gerador sem caracterizar bis in idem ou bitributação.
Súmula Vinculante nº 29. Taxa de coleta de lixo. A base de cálculo não pode ser toda calculada em impostos, mas parte dela pode.
Contribuições Sociais (continuando)
A CF permite a superposição tributária nas contribuições sociais. O empréstimo compulsório também é um tributo em superposição, pois é uma tributação sobre imposto da União, Estado e Município.
	“O que são?”
	Fato Gerador
	
	Imposto/Taxa
	“Para que servem?”
	Finalidade
	
	Contribuição Social
Art. 195, II, CF. Incidência sobre o inativo independentemente de ser bis in idem (contribuições).
	Contribuições
Sociais
para
Seguridade
Social
	Contribuição do importador – art. 195, IV, CF. (PIS – impostação; COFINS – exportação)
	
	Receita de loterias – art. 195, III, CF.
	
	Trabalhador – art. 195, II, CF.
	
	Folha de pagamentos – art. 195, I, a, CF.
	
	PIS/PASEP – art. 195, I, b, CF.
	
	CSLL (Contribuições Sociais Sobre Lucro Líquido) – art. 195, I, c, CF.
	
	COFINS (receita ou faturamento) – art. 195, I, b, CF.
PODER E COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
É o poder monopolizado na soberania estatal.
Ao poder tributário delimitado, dá-se o nome de competência tributária.
No Brasil, todos os entes federados podem tributar. A delimitação da competência é uma característica da federação, com isso existe a autonomia dos entes federados.
Segundo Roque Carrazza, a CF tem o poder de criar tributo “in abstracto”.
Na verdade, o tributo “concretamente” é criado por lei ordinária.
Mais concretamente que a lei ordinária, o tributo nasce de fato quando o fato gerador é realizado.
A competência é sempre uma realização legislativa e administrativa.
Criar tributo é legislar. Arrecadar tributo é administrar.
EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Art. 6º, CTN. Repartição da receita tributária.
Art. 7º, CTN. A competência é indelegável, mas é possível delegar o exercício dela à outra pessoa.
Ex.: OAB é sujeito ativo da contribuição corporativa. O sujeito passivo são os estagiários e advogados – art. 149, CF.
Esse exercício recebe o nome de capacidade tributativa.
A competência tributária se esgota na criação da lei.
26/08/14
Uma vez realizado o exercício da competência tributária, esta consiste em distribuir a competência entre os entes tributários.
A CF prevê a criação do tributo por cada ente federado. A CF não cria tributo, apenas distribui competência tributária. Quem cria tributo é a lei do ente federado.
Uma vez criada a lei do tributo, nasce uma relação jurídica tributária. De um lado temos o sujeito ativo, do outro o passivo, em torno de um comportamento de dar, fazer ou não fazer.
Ex.: pagar tributo – dar. Sujeito ativo – ente público (não necessariamente o ente federado). Sujeito passivo – pessoa física ou jurídica.
A competência tributária de criar tributo é indelegável.
A sujeição ativa (capacidade ativa – cobrar tributo) pode ser delegada. 
Ex.: OAB não cria a contribuição corporativa, porém exige essa contribuição = capacidade tributária ativa, mas não tem competência tributária.
Quem cria o tributo pode mais.
Art. 6º, CTN.
Art. 7º, CTN. Competência e capacidade.
Características da Competência Tributária
Indelegável: só o ente que tem competência para tributar, mais ninguém. Salvo as funções de arrecadar e fiscalizar o tributo que são considerados delegação de capacidade tributária ativa – art. 7º, CTN. A competência tributária não é um poder do ente federado e sim do Estado Brasileiro.
Inducabilidade: é incaducável, ou seja, não é passível de decadência. O ente federado não perde a competência se não exercitá-la. Art. 153, VII, CF. Desde 1988 previsto e até hoje não foi criada a lei.
Inalterabilidade: é inalterável, faz parte do pacto federativo brasileiro e é cláusula pétrea. Só pode ser alterado por EC e não pode ser abolido.
Irrenunciável: um ente não pode renunciar sua competência em favor de outro.
Facultativa: sofre restrição com a LRF, pois exige a arrecadação dos tributos – art. 11, LC 101/00. Este artigo fere este conceito de Roque Carrazza. Logo, o texto jurídico prevalece.
BREVE CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DOS TRIBUTOS
	COMPETÊNCIA
TRIBUTÁRIA
	
	PRIVATIVA
	
	UNIÃO II, IE, IR, IPI, IPR, IOF, IGF (art. 153, CF), empréstimo compulsório (art. 148, I e II, CF).
	
	
	
	
	ESTADOS ITCMD, ICMS, IPVA, RPPS – CS (art. 155, CF).
	
	
	
	
	MUNICÍPIOS IPTU, ITBI, ISS, RPPS – CS, COSIP (arts. 149-A e 156, CF).
	
	
	
	
	DF Arts. 147 e 155, CF.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	EXTRAODRINÁRIA UNIÃO Impostos extraordinários de guerra (art. 154, III, CF). Obs.: não tem fato gerador.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ESPECIAL UNIÃO Contribuições sociais, salvo COSIP e PPS.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	RESIDUAL Art. 154, I, CF.
	
	Lei Complementar.
Novos fatos geradores.
Base de cálculo (não admite superposição).
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	COMUM Taxas
	
	União
Estados
Distrito Federal
Municípios
Classificação:
Quanto à finalidade
Fiscais: o tributo que é arrecadado puramente com o fim de fazer entrar dinheiro nos cofres públicos. Ex.: IR, IPVA, IPTU.
Extrafiscais: função de política econômica de controle de balança comercial. Ex.: II, IE, IPI.
Parafiscais: INSS é o parafisco = algo que está ao lado do fisco.
Quanto à hipótese de incidência
Vinculados: a uma atuação estatal. Ex.: contribuição de melhoria.
Não vinculados: Não tem a ver com o fato estatal. Ex.: imposto, pois o fato gerador é o fato do contribuinte. 
Quanto ao destino da arrecadação
Impostos diretos: quem paga o tributo é quem de fato sofreu incidência. Ex.: IPVA, IR (escola, médico, tudo descontado).
Impostos indiretos: não leva em consideração condições pessoais do sujeito. Ex.: ICMS (dono do mercado recolhe do cliente no ato da compra).
Impostos reais ou pessoais
Reais: as condições levadas em conta são aquelas ligadas ao bem e não a pessoa. Ex.: transmissão, IPVA
Pessoais: imposto tradicionalmente de repercussão direta. Ex.: IR
Art. 4º, CTN.
Quanto às bases econômicas
Imposto sobre comércio exterior
Importação
Exportação
Imposto sobre patrimônio e renda
Imposto sobre produção e circulação de bens
IPI
ICMS
IOS
ISS
Qual é a diferença entre a competência residual e extraordinária da União prevista no art. 154 da CF?
	
RESIDUAL
	EXTRAORDINÁRIO
	
Pode ser criado a qualquer tempo.
	Só pode ser criado em caso de guerra.
	
Lei Complementar
	Lei Ordinária
	
Imposto permanece no tempo.
Observa a cumulatividade.Observa a temporariedade.
Respeita as demais competências impositivas, não pode haver superposição – art. 154, I e II, CF.
	Limitação temporal.
Não observa cumulatividade.
Não observa anterioridade anual e nonagesimal.
Permite a superposição de fatos geradores.
DISTRIBUIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Repartição Constitucional das Receitas Tributárias
Existe para equilibrar a Federação, onde os entes autônomos se ajudam.
29/08/14
Por que a CF prevê a repartição constitucional das receitas tributárias?
Porque se não houvesse a repartição, as federações não teriam como se sustentar.
	
TRANFERÊNCIAS DIRETAS
	
União
	Estados/DF
	Municípios
	
IRRF
(arts. 157, I e 158, I, CF)
	100%
	100%
	
IOF sobre ouro
(art. 153, § 3º, CF)
	30%
	70%
	
Residual
(art. 157, II, CF)
	20%
	-
	CIDE combustíveis
(art. 159, III, CF)
	
	
29%
(CIDE repartida – art. 159, § 4º, CF)
	
	25%
(art. 159, § 4º, CF)
	ITR
(art. 158, II, CF)
	-
	
50% / 100%
capacidade tributária
	IPI
(art. 159, II, CF)
	
29%
(IPI repartido – art. 159, § 3º, CF)
	
	25%
	
	
IPVA
(art. 158, III, CF)
	50%
	
	
ICMS
(art. 158, IV, PU, CF)
	25%
Obs.: CIDE – Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico.
	
TRANFERÊNCIAS INDIRETAS
	
União
	Estados/DF
	Municípios
	
IR e IPI
(art. 159, I, a e d, CF)
	FPE
21,5%
	FPM
22,5% + 1%
(art. 159, I, d¸ CF)
	
IR e IPI
(art. 159, III, § 2º, CF)
	FPEX
20%
	
	25%
(art. 159, § 3º, CF)
	IR e IPI
(art. 159, I, c, CF)
	
Fundos Regionais
FCO, FNO e FNE
3%
	
O dinheiro não vai para o ente federado e sim para fundos que a União criar.
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
Características
Normas de otimização – vários graus
Convivência entre elas – conflitual
Coexistem
Permitem a ponderação – suscitam problemas de validade, peso e legitimidade.
REGRAS
Características
Prescrevem uma exigência deôntica – proibido/permitido/obrigatório
Pode ser antinômicas (crise existencial entre as regras)
Aplicada no sentido de tudo ou nada – pode ou não pode
Não valem simultaneamente
02/09/14
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
Direito público é o campo da legalidade. É no direito público que a lei ganha a dimensão absoluta, pois só é permitido agir de acordo com a lei.
No Direito Tributário, falamos em reserva legal absoluta, que implica em lei formal.
Uma lei para ser formal, precisa necessariamente passar pelo crivo do Legislativo. Toda lei formal parte do Executivo, vai ao Legislativo para votar e retorna ao Executivo para sancionar, promulgar e publicar. Deverá conter os requisitos de generalidade, abstração e impessoalidade (GAI).
Reserva legal absoluta porque no Direito Tributário nada pode escapar da reserva de lei, a não ser aquilo que a lei permita.
Art. 97, CTN.
II – tributos que tem natureza extrafiscal – Ex.: II e IE.
Excluir – art. 180, CTN.
Suspender – art. 151, CTN.
Extinguir – art. 156, CTN.
Art. 62, § 2º, CF - a ideia de reserva legal absoluta é mitigada por conta da medida provisória, que pode criar ou majorar impostos. Medida provisória tem força de lei.
Essa reserva absoluta também é chamada de tipicidade fechada. É o engessamento no agir do servidor público de tal maneira que ele utiliza o artigo ou não utiliza, não havendo discricionariedade na sua aplicação.
Art. 150, I, CF. Legalidade tributária.
Exceções:
Art. 153, § 1º, CF. II, IE, IPI e IOF – natureza extrafiscal. Podem ter as alíquotas alteradas por decreto do Executivo/ convênio.
Art. 177, § 4º, I, b, CF. CIDE combustível.
Art. 155, § 4º, IV, CF. ICM monofásico. Através de convênio.
	
MEDIDA PROVISÓRIA
	LEI
	
Regula certos assuntos.
	Normal.
	
Precária, curta.
	Prazo indeterminado.
	
Pode ser infirmada (não confirmada) pelo Congresso.
	Não pode ser infirmada
	
Não conversão em lei da MP gera eficácia ex tunc.
	Lei revogada é ex nunc.
	
Urgência e relevância.
	Não precisa comprovar relevância.
	
Tem força de lei e pode ser derrubada pelo Congresso.
	
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA - Art. 150, III, b, CF.
É um princípio exclusivo do Direito Tributário e faz com que a sua eficácia fique diferida ou suspensa. A norma entra em vigor, mas só produz efeito no ano seguinte.
Todos os tributos, em regra, estão sujeitos à anterioridade anual + anterioridade de 90 dias (cumulativo)
Isso é uma garantia constitucional dos contribuintes.
Um tributo que é criado em um ano, só pode ser exigido no ano seguinte.
Exceções: II, IE, IPI, IOF, IEG, empréstimo compulsório guerra, CIDE combustíveis, ICMS combustíveis e contribuições sociais (arts. 150, § 1º e 195, § 8º da CF).
Anterioridade nonagesimal – Art. 150, III, c, CF.
90 dias.
Exceções: II, IE, IR, IOF, IEG, empréstimo compulsório calamidade/guerra, alteração base de cálculo de IPTU e IPVA (arts. 153, I, II, III, IV e 154, II da CF).
	TRIBUTO
	ANTERIORIDADE
ANUAL
	ANTERIORIDADE
DE 90 DIAS
	
Imposto de Importação
(art. 153, I, CF)
	Não se aplica. (art. 150, § 1º, CF)
	Não se aplica. (art. 150, § 1º, CF)
	
IOF
(art. 153, V, CF)
	Não se aplica (art. 150, § 1º, CF)
	Não se aplica (art. 150, § 1º, CF)
	
Importo Extraordinário em caso de Guerra ou sua iminência
(art. 154, II, CF)
	Não se aplica (art. 150, § 1º, CF)
	Não se aplica (art. 150, § 1º, CF)
	
IR
(art. 153, III, CF)
	Aplica-se (art. 150, § 1º, CF)
por exclusão
	Não se aplica (art. 150, § 1º, CF)
	
IPVA
(art. 155, III, CF)
	Aplica-se (art. 150, § 1º, CF)
por exclusão
	Não se aplica em parte (art. 150, § 1º, CF) fixação da base de cálculo
	
IPTU
(art. 156, I, CF)
	Aplica-se (art. 150, § 1º, CF)
por exclusão
	Não se aplica em parte (art. 150, § 1º, CF) fixação da base de cálculo
	
ICMS monofásico
(art. 155, § 2º, XII, h, CF)
	Não se aplica (art. 150, § 4º, IV, c, CF)
	Aplica-se (art. 150, § 1º, CF)
por exclusão
	
Contribuições Sociais para Seguridade Social
	Não se aplica (art. 195, § 6º, CF)
	Aplica-se (art. 195, § 6º, CF)
	
CIDE importação
(art. 177, § 4º, CF)
	Não se aplica (art. 177, § 4º, I, b, CF)
	Aplica-se (art. 150, § 1º, CF)
por exclusão
Anterioridade especial das contribuições sociais – Art. 195, § 6º, CF.
90 dias.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA
Em regra, uma lei não deve retroagir. A lei deve olhar para o futuro.
Art. 150, III, a, CF. “Nulo tributo sem prévia lei” – primeiro a lei, depois o tributo.
Exceções: art. 106, CTN. 
I – a Administração Pública, diante de uma interpretação confusa da lei, pode fixar uma interpretação. Não pode retroagir para criar penalidade.
II – lei tributária benéfica.
	2002
	2003
	2004
	2005
	Lei A
Multa 40%
	Fato gerador
	Lei B
Multa 10%
	Auto de infração
Qual multa deverá ser aplicada com base no art. 106, CTN?
Art. 106, II, c, CTN. Multa de 10%.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA
Art. 150, II, CF.
A lei não pode tratar diferente pessoas em iguais condições, mas a lei deve tratar as pessoas que são diferentes.
O legislador só pode eleger diferença nas hipóteses em que contemplar igualdade.
 A isonomia tem que estar na lei e em sua aplicação.
	
PROPORCIONALIDADE
	PROGRESSIVIDADE
	
Base de cálculo
	Alíquota
	Base de cálculo
	Alíquota
	
10
	10%
	10
	10%
	
100
	10%
	100
	25%
Na progressividade, à medida que aumenta o patrimônio, aumenta também a alíquota. Ex.: taxa de coleta de lixo.
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO
Art. 150, IV, CF.
A função do tributo é regular economia. Logo, não se aplica aos tributos de natureza extrafiscal. Ex.: IR, IE, IPI, IOF.
Não pode haver confisco via multa, de maneira que a vedação ao confisco se estende às multas por decisão do STF.
PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO
Art. 150, V, CF.
Não pode haver tributo que impeça a locomoção das pessoas dentro do país, ressalvada a cobrança de pedágio.
Obs.: ICMS tem como fato gerador a circulação econômica.
Tráfego = transposição≠ circulação econômica.
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA
Art. 151, I, CF.
05/09/14
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
O STF entende que a anterioridade tributária, muito embora, não esteja incluída nos direitos e garantias individuais, ela é uma extensão não podendo ser retirada do sistema jurídico, pois é cláusula pétrea.
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
Art. 145, § 1º, CF.
O ideal de todo tributo é observar a capacidade contributiva. É mais fácil observar nos impostos pessoais.
09/09/14
PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE
Arts. 155, § 2º, I; 153, § 3º, II e 154, I, todos da CF.
Aplicado ao ICMS (art. 155, § 2º, CF) e ao IPI (art. 153, § 3º, II, CF).
A não cumulatividade é preceito constitucional.
Imposto residual (art. 154, I, CF) é não cumulativo por natureza.
Cumulatividade:
	Produto
	
	Custo – R$ 100
	
	
	Valor agregado – R$ 50
	
	
	Alíquota (incidência) – 10%
CUMULATIVIDADE TRIBUTÁRIA
	
	
1ª ETAPA
	2ª ETAPA
	3ª ETAPA
	VALOR FINAL
	
VALOR
	100
	
(100 + 50 + 10%)
	160
	
(160 + 50 + 16%)
	226
	
(226 + 50 + 22,6%)
(10% + 16% + 22,6%)
	248,60
	
IMPOSTO
	10%
	
	16%
	
	22,6%
	
	48,60%
NÃO CUMULATIVIDADE
	
	
1ª ETAPA
	2ª ETAPA
	3ª ETAPA
	
VALOR FINAL
	
CUSTO
	100
	
	150
	
	200
	
	220
	
IMPOSTO
INCIDENTE
(DÉBITO)
	10%
	
	15%
	
	20%
	
	
	
CRÉDITO DO
IMPOSTO DA
OPERAÇÃO
ANTERIOR
	
	
	10%
	
	5%
	
	
	
IMPOSTO A
RECOLHER
	
	
	5%
	
	15%
	
	20%
	
	
	
	
	Diferença do crédito pelo débito.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Incide sobre a circulação de mercadorias e bens.
Quem paga de fato é o consumidor, quem paga de direito é o vendedor.
PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE
Art. 153, § 3º, CF.
Aplica-se ao ICMS, IPI e IPVA.
	Produto inessencial
Ex.: cigarro, bebida, relógio...
	
	
	Tributação
	
Produto essencial
Ex.: cesta básica, remédios...
	
	
	
PRINCÍPIO DA NÃO DIFERENCIAÇÃO TRIBUTÁRIA EM RAZÃO DA PROCEDÊNCIA OU DESTINO
Art. 152, CF.
Serve para evitar conflito federativo se houver discrepância na tributação.
IMUNIDADES
Regra geral: generalidade da tributação.
Estado patrimonial = nobres e a igreja.
Estado fiscal = liberdade respeito do tributo como seu preço.
Estado de direito = tributo é o preço da liberdade.
O STF entende que a imunidade é uma incidência qualificada concretizadora de valores constitucionais.
16/09/14
IMUNIDADE RECÍPROCA DOS ENTES FEDERAIS
Art. 150, VI, a, CF.
A doutrina chama esse rol de imunidade genérica (patrimônio, renda ou serviços).
Obs.: esse rol é taxativo.
Art. 150, VI, a, § 2º, CF. A Constituição insere como longa manus do ente federado as autarquias e as fundações, desde que elas atendam suas finalidades essenciais.
§ 3º Exploração de atividade econômica. A imunidade não comunica com o comprador (particular não é imune). Autarquias e fundações que, muito embora, possam estar atendendo as atividades essenciais ou não, explorem atividade econômica recebendo para tanto preço ou tarifa não estão isentas dos tributos.
Essa exploração tem intuito de lucro.
Ex.: CONCER – explora serviço público sob a natureza de atividade econômica. CEF – explora atividade econômica em regime privado.
Art. 1º, IV, CF. Lucro domesticado com valores sociais.
Exceções:
ECT - Art. 37, XIX, CF. Somente podem ser criadas por lei, que também dirão qual é a sua finalidade essencial. Art. 175, CF. A Constituição permite que o Estado conceda ou delegue o serviço público.
Estão sujeitos às imunidades os delegatários, pois o Supremo entende que estes são o próprio ente federado. Art. 21, X, CF. Caso ECT e automóveis no RJ. Monopólio do Estado, logo a ECT é uma delegatária do serviço público. Art. 173, § 1º, CF. O STF disse que esse artigo não se aplica à ECT, pois esta é uma delegatária de serviço público. Art. 37, § 6º, CF. A ECT é uma delegatária de serviço público (nomenclatura construída pelo STF, não existe na CF).
CAERD (Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia) – sociedade de economia mista (empresa estatal – art. 37, XIX, CF). O Supremo entende que a CAERD não desempenha atividade econômica própria das empresas privas, cumprindo atividade de saneamento público que é atividade fim do Estado, logo, é uma delegatária do serviço público. Obs.: Águas do Imperador é uma concessionária, logo, não é imune aos tributos.
INFRAERO – art. 21, XII, c, CF. (ISS) O Supremo entendeu que a INFRAERO exerce serviço monopolizado pelo Estado. O Ministro entendeu que sua atividade fim a classifica como delegatária de serviço público e não como exploradora de atividade econômica.
CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo) – (IPTU) sociedade de economia mista. Art. 21, XII, f, CF. O Ministro entendeu que sua atividade fim a classifica como delegatária de serviço público e não como exploradora de atividade econômica.
Entidades hospitalares no RS – 4 hospitais, sociedades de economia mista, entraram na justiça alegando que saúde é um direito fundamental (art. 6º e 196 CF) e alega também que é um serviço de natureza pública (art. 197, CF). O Supremo entendeu que as entidades eram imunes, pois não tinham objetivo de lucro e que seu capital era majoritariamente estatal e o serviço de saúde era uma atividade fim do Estado.
Casa da Moeda – (art. 21, VII, CF). (ISS – Rio de Janeiro) Empresa pública federal que exerce serviço de monopólio estatal. O Ministro entendeu que a Casa da Moeda é uma delegatária.
CASAL (Companhia de Saneamento de Alagoas) – arguiu imunidade sobre IPTU. O Supremo entendeu que esta presta um serviço essencial ao Estado, água e esgoto, que é uma atividade fim do Estado, portanto, fora da livre concorrência.
Impostos alcançados pela imunidade
Impostos diretos que atingem diretamente o patrimônio: IPTU, IPVA, 
Impostos diretos sobre a renda: IR
Impostos diretos sobre os serviços
ICMS incide nas compras realizadas pelos entes federados, logo há o pagamento do tributo.
Art. 150, VI, c, CF. entidade filantrópica.
O ICMS que incide sobre energia elétrica consumida pelos prédios dos entes públicos e suas delegatárias, não tem isenção, pois a União paga o preço do serviço, e não o prelo do tributo.
As aquisições de bens importados pelos entes federados estão imunes do imposto de importação e ICMS. Nesse caso não que se falar em contribuinte de fato, pois a União é a própria importadora, nnao existe a figura do contribuinte de direito.
A imunidade recíproca não se aplica às contribuições sociais.
Ex.: Município que contrata servidor que tem cargo em comissão terá que recolher a porcentagem da contribuição do INSS.
O serviço de cartório ou notarial de serviço é uma atividade estatal delegada, porém é exercida em caráter privado. Logo, deverá recolher ISS ao Município correspondente. O Supremo entende que esse serviço é prestado na modalidade privada com intuito de lucro, nesse sentido os tabeliães têm que recolher sobre o seu faturamento também o ISS.
IMUNIDADES DOS TEMPLOS
Art. 150, VI, b, CF.
Essa imunidade remonta ao pacto estatal. Antigamente a igreja não era tributada, contudo, tinha o poder de tributar. O templo herdou essa imunidade na nossa Constituição.
IPTU – com relação ao prédio onde se realiza o culto. Cemitério da igreja, lugar da liturgia, convento, casa do padre e carro.
Obs.: o Supremo está discutindo se o cemitério particular está imune. 
IR – tudo o que os templos arrecadam. O dinheiro é voltado para atividade fim do templo.
ISS – serviços religiosos, independentes de ser gratuito ou não. Assistência aos pobres.
19/09/2014
Venda de mercadorias pelos templos (objetos sacros)
Art. 150, § 4º, CF. O STF tem entendido que o ICMS incide quando essas lojas compram mercadoria para seu estoque, pois, nesse caso, não são contribuinte de direito e sim contribuintes de fato.
Quando vendem e revertem o dinheiro para finalidade social (alíneas b e c), não pagam ICMS, pois são contribuintes de direito.
Obs.: maçonaria não é considerado templo peloSupremo, pois este entende que templo tem a ver com culto religioso e a maçonaria não produz culto.
IMUNIDADES DOS PARTIDOS POLÍTICOS, INCLUSIVE SUAS FUNDAÇÕES
Art. 150, VI, c, CF.
Não há candidatura parlamentar avulsa. Logo, os partidos são imunizados.
Ex.: Fundação Pedroso Horta – PMDB.
Partido político que compra produto para dar para os eleitores paga ICMS, pois agem como contribuintes de fato. Não está pagando tributo e sim preço.
O ICMS não incide na venda, pois o partido político, nesse caso, é contribuinte de direito, desde que o lucro seja revertido para finalidade essencial (art. 14, CTN).
IMUNIDADE DAS ENTIDADES SINDICAIS DOS TRABALHADORES
Art. 150, VI, c, CF.
É uma maneira de proteção à parte hipossuficiente (trabalhadores).
Eduardo Sabbag diz que o conceito de sindicato envolve federação, confederação e centrais sindicais.
Incide ICMS na compra (preço) pelas entidades sindicais. Entretanto, não incide na venda (tributo).
IMUNIDADES DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 150, VI, c, CF.
Regina Helena diz que estes institutos estão exercendo aquilo que é dever do Estado.
Art. 205, CF. Educação.
Art. 203, CF. Assistência social.
Para se beneficiar da imunidade, essas instituições precisam atingir suas finalidades essenciais. O lucro tem que ser revertido para as finalidades essenciais (§ 4º).
Incide ICMS na compra (preço). Entretanto, não incide na venda (tributo).
Assistência Social – também são imunes às contribuições sociais – art. 195, § 7º, CF.
Todo o Sistema S (serviços sociais autônomos) tem direito à imunidade, pois estas instituições promovem a integração ao mercado de trabalho – art. 203, III, CF.
Sesc paga IPVA de seus veículos?
Não, alínea c do art. 150, VI da CF (patrimônio).
IMUNIDADES DE LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E PAPEL DESTINADO À SUA IMPRESSÃO
Art. 150, VI, d, CF.
Visa promover a educação, garantir a liberdade de manifestação de pensamento.
É chamada também de imunidade de imprensa, ou seja, não é uma imunidade que vá direto a uma Pessoa Jurídica, ela foca determinados bens.
Editora e jornal pagam IR sobre suas vendas. Os bens não são imunizados, conforme alínea d do art. 150, VI da CF.
ICMS, IPI, II e IE que incidem sobre esses bens são imunes. O que está imune é o conteúdo.
Ex.: CD, DVD (mídia), para gravar minissérie não estão imunes.
O STF entende que manuais técnicos e apostilas também são imunes, pois têm conteúdo informativo.
Álbum de figurinha também, pois está dentro do conceito de livros e vinculam informação cultural.
Até 2010, estes produtos não estavam imunes:
Tintas especiais utilizadas para impressão dos jornais;
Tiras plásticas para amarração dos jornais;
Serviço de composição gráfica que envolva jornais e revistas;
Distribuição, transporte e entrega de jornal.
Em 2011, o STF mudou seu entendimento, dizendo que a imunidade abrange não só o papel, mas qualquer insumo empregado em sua produção, inclusive máquinas e chapas.
O Ministro Marco Aurélio entende que peças para curso à distância de informática também estão inclusas, pois são partes integrantes dos fascículos.
23/09/14
IMUNIDADE MUSICAL
Art. 150, VI, e, CF.
Imunidades de CD, DVD e Blu-ray. Tem o objetivo de reduzir a pirataria.
Tributos imunizados: impostos – ICMS, ISS, IOF.
Imunidade objetiva – incide sobre os bens. Essa imunidade não beneficia a pessoa do artista, nem a pessoa jurídica da gravadora..
CD e DVD virgem não têm imunidade. É chamada de réplica industrial – momento anterior a inserção das músicas às bases físicas.
IMUNIDADES ESPECÍFICAS
	
BASE CONSTITUCIONAL
	OBJETO/PESSOAS IMUNIZADAS
	TRIBUTOS IMUNIZADOS
	Art. 5º, XXXIV, CF.
	
Obtenção de certidão para defesa de direitos.
	Taxas em gera.
	Art. 5º, LXXIII, CF.
	Ação Popular.
	
Custas judiciais ou emolumentos (consideradas taxas pelo STF).
	Art. 5º, LXXVI, CF.
	Registro civil e certidão de óbito.
	
Custas judiciais ou emolumentos (consideradas taxas pelo STF).
	Art. 5º, LXXVII, CF.
	Habeas corpus e habeas data.
	
Custas judiciais ou emolumentos (consideradas taxas pelo STF).
	Art. 149, § 1º, I, CF.
	Receitas decorrentes de exportação.
	
Contribuições sociais e de intervenção do domínio econômico.
	Art. 153, § 3º, III, CF.
	Exportação de produtos industrializados.
	
IPI
	Art. 153, § 4º, II, CF.
	Pequenas glebas rurais.
	
ITR
	Art. 153, § 5º c/c art. 74, § 2º, ADCT.
	
Ouro definido em lei como ativo financeiro.
	Todos, com exceção do IOF.
	Art. 155, § 2º, X, da CF.
	
Exportações de mercadorias ou serviços; operações destinadas a outros estados – petróleo, inclusive lubrificante.
	ICMS
	Art. 155, § 3º, CF.
	
Energia elétrica, serviços, telecomunicações e derivados de petróleo.
	Todos, exceto II, IE e ICMS.
	Ar. 156, § 2º, I, CF.
	(artigo)
	
ITBI.
	Art. 195, II, CF.
	Aposentados RPPS
	
Contribuição previdenciária.
	Art. 226, § 1º, CF.
	Casamento civil.
	
Taxas em geral.
A imunidade é supressora da competência tributária. Logo, a competência tributária nasce limitada pela imunidade tributária.
A isenção suprime parte da incidência de uma norma tributária em matéria infraconstitucional.
Ex.: IPVA. Veículo automotor oficial do Município de Petrópolis – aplica-se a imunidade (art. 150, VI, a, CF). Veículo automotor de pessoa portadora de deficiência – aplica-se a isenção (não é imunidade, pois não consta na Constituição). Bicicleta – fato social não juridicizado, ou seja, fato atípico para o direito tributário.
IMPOSTOS DA UNIÃO
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO – art. 19 e ss., CTN.
Art. 19, CTN.
Art. 20, I, CTN. Alíquota específica: alíquota fixa.
Ex.: tantos reais por cada metro quadrado de madeira impostada. A unidade de medida aqui é o metro quadrado.
Art. 21, CTN c/c art. 153, § 1º, CF.
Art. 22, CTN.
30/09/14
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO – art. 153, II, CF e art. 23 e ss., CTN.
Fato gerador: saída de produtos nacionais ou nacionalizados para o exterior.
Natureza extrafiscal: art. 26, CTN.
Art. 24, CTN.
Alíquota específica: quantidade de produto em relação a reais.
Alíquota ad valorem: é a alíquota tradicional (um percentual que incide sobre a base de cálculo).
Art. 25, CTN.
Art. 26, CTN. Duas finalidades extrafiscais: política cambial e comércio exterior.
Art. 153, § 1º, CF.
Art. 156, § 3º, II, CF. ISS não incide.
Art. 155, § 2º, X, CF. ICMS não incide.
Art. 153, § 3º, III, CF. IPI não incide.
IMPOSTO DE RENDA – art. 153, III, CF e art. 43 e ss., CTN.
Art. 153, § 2º, I, CF. Princípios:
Generalidade: sujeição de todos aos tributos. Todos devem pagar, independentemente de cargo ou função.
Universalidade: a totalidade da renda deve ser tributada, não importando que nome se dá a ela.
Progressividade: onera de forma mais gravosa à medida que a renda vai crescendo. Também aplica-se ao IPTU e ITR.
Art. 43, CTN. Fatos geradores: renda (I) e proventos de qualquer natureza (II).
O que não é renda é provento. Não há renda nem provento sem que haja acréscimo de patrimônio.
Art. 43, I, CTN. Renda de trabalho, salários, honorários, pró-labore recebido da empresa, comissões.
Art. 43, II, CTN. Aquilo que não está incluído no inciso I: aposentadoria, pensões, ganhos em loterias, doações.
Aquisição de disponibilidade econômica é a faculdade de usar, gozar e dispor do dinheiro.
Disponibilidade jurídica é a obtenção de direitos de crédito representados por títulos ou documentos que contenham liquidez e certeza.
Ex.: comerciante vende produto no último dia do ano para receber somente no ano vindouro. Ele será tributado em dezembro, pois já tem a disponibilidade jurídica (título de crédito).*** Prova!
Normalmente a renda é tributada no país em que se aufere, salvo se houver residência fixa em outro país.
O IR da pessoa física incide basicamente nos vencimentos, salários, honorários (produto do trabalho); o da pessoa jurídica incide no lucro da empresa (lucro real e presumido.
PESSOA FÍSICA
	
FAIXA DE IR
	ALÍQUOTA
	
até R$ 1.499,15Zero
	
de R$ 1.499,15 até R$ 2.246,75
	7,5%
	
de R$ 2.246,75 até R$ 2.995,79
	15%
	
de R$ 2.995,79 até R$ 3.743,19
	22,5%
	
acima de R$ 3.743,19
	27,5%
Lucros e dividendos dos empresários e acionistas que forem divididos entre os sócios não terá cobrado o IR, pois os empresários alegam que já são tributados na pessoa jurídica e se tributasse de novo na pessoa física restaria caracterizada a bitributação ou bis in idem.
IMPOSTO SOBRE PRODUTO INDUSTRIALIZADO (IPI) –art. 153, IV, CF e art. 46 e ss., CTN.
Art. 153, § 3º, CF. Seletivo em razão da essencialidade do produto = quanto mais essencial, menor será a tributação; quanto menos essencial, maior será a tributação. Ex.: remédios e cigarro.
I - IPI ≠ de ICMS no que tange à seletividade.
No IPI é obrigatória – art. 153, § 3º, I, CF = será.
No ICMS é facultativa – art. 155, § 2º, III = poderá.
II – não cumulativo.
III –
IV – bem de capital são bens que uma vez imobilizados na empresa, produzem para esta.
Art. 46, CTN.
PU. Definição de industrializado.
Produto: qualquer bem produzido pela natureza ou pelo homem, independentemente de sua distinção.
Mercadoria: bens destinados à comercialização.
IPI é a tributação de um bem industrializado.
Decreto 4.544/02. Regulamento do IPI.
Ex.: industrialização = compro blocos de granito e transformo em peças de granito. Compro o material completo e faço um estofado.
Se a Toyota comprar pneu, poltrona e vidros e montar uma Hilux, essa montagem é considerada industrialização.
Quando vai para venda, se submete ao conceito de mercadoria (ICMS), deixando de ser produto.
Em última análise, quem suporta o encargo do IPI e do ICMS é o contribuinte.
A alíquota do IPI chega a 365% (bebidas, cigarro – produto inessencial).
Art. 153, § 1º, CF. alteração de alíquota do IPI.
OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES IMOBILIÁRIOS (IOF) – art. 153, V, CF e art. 63, CTN.
É um imposto de natureza eminentemente extrafiscal. Visa o controle de política monetária.
Obs.: natureza extrafiscal – II, IE, IPI, IOF. Natureza fiscal – IR.
O IOF não incide no saque da poupança. Segundo o STF, a poupança não pode ser compreendida a título de crédito e não tem natureza circulatória. ***Prova!
Art. 153, § 1º, CF. Alteração de alíquota.
Previdência provada paga IOF? Professor nãos abe, vai pesquisar.
IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL – art. 153, VI, CF e art. 29 e ss., CTN
Imposto dividido entre União e Município – 50%. Entretanto, se o Município ajudar a arrecadar, poderá ficar com até 100%.
Características: progressivo, não incidência sobre pequenas glebas(imunidade), Município fica com 100% se arrecadar.
O que se deseja com o ITR é que as terras rurais sejam produtivas. O fim fiscal está em segundo plano.
O ITR incide no imóvel por natureza e não por ascensão física. O que interessa é a terra e não o imóvel.
Art. 29, CTN.
Imóvel por natureza: art. 109, CTN – utiliza-se do Direito Civil (solo com sua superfície, acessórios e adjacências naturais compreendendo...).
Base de cálculo: valor fundiário = valor que vale o imóvel no mercado.
Rural ou não rural = o que prevalece é o critério de destinação econômica.
Ex.: dúvida se chácara está situada na zona rural ou urbana do Município. O STF decidiu que não é a localização que faz incidir o imposto e sim sua destinação. Se a chácara produzir leite, queijo minas ou reproduzir animal para comércio, será rural.
03/10/14
IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS (IGF) – art. 153, VII, CF
É a prova de que Constituição não cria tributo. Lei ordinária ainda não criou este tributo.
Art. 11, LC 101/00. O Tribunal de Contas faz com que o Município anualmente informe o cumprimento deste artigo. Contudo, a União não cumpre porque não cria o IGF.
IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO (ITCMD) – art. 155, I, CF e art. 35, CTN.
Obs.: O CTN é de 1965 e mistura impostos que não são apenas dos Estados, mas também dos Municípios.
Fato gerador: 1) doação não onerosa; 2) causa mortis.
Só se requer que a transmissão seja causa mortis porque se for entre vivos será ITBI.
Se no inventário os herdeiros negociarem os bens entre si, além do ITCMD, deverão pagar também o ITDMI, porque eles estão vivos.
Quem recebe a herança ou a doação é que paga o imposto.
A alíquota, normalmente, é sobre o valor venal do bem.
Transmissão: se dá com o ato da morte e a passagem do bem para outros.
Doação: ato de liberalidade. O momento gerador é o da transcrição.
Art. 155, § 1º, CF.
IV – para evitar conflito de competência.
***Prova – José faleceu no RJ. Seu inventário foi feito em MG. Possui um apartamento em SP e um automóvel no RS.
Art. 155, § 1º, I e II, CF. Imóvel – SP (local do imóvel); Móvel – MG (inventário).
Geralmente a alíquota é de 4%.
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO (ICMS) – art. 155, II, CF e LC 87/96.
Incidências do ICMS:
Circulação de mercadorias;
Prestação de serviços de transporte interestadual;
Prestação de serviços de transporte intermunicipal;
Prestação de serviços de comunicação.
Obs.: transporte intramunicipal paga ISS.
Para que haja a incidência do ICMS, deverá haver um negócio jurídico por trás, ou seja, um prestador e um tomador de serviço.
Art. 12, I, LC 87/96. Contradiz o que está escrito acima. Mero movimento físico de mercadoria entre estabelecimentos do mesmo dono (matriz – filial).
O artigo está para ser julgado inconstitucional pelo STF, pois seu conteúdo não coaduna com a jurisprudência do Supremo.
Para a CF, circulação é a mudança jurídica de titularidade e não mera movimentação física.
MERCADORIA = PRODUTO + INTUITO DE MERCÂNCIA
Ou seja, coisa com aptidão ao comércio.
Excluem-se do conceito de mercadoria tudo o que o empresário adquire para consumo próprio da empresa. Isso é ativo físico.
Ex.: empresa de sorvete compra barraca de praia e freezer, coloca o logotipo da empresa e depois cede em comodato para a loja que irá comercializar o produto. O Estado autua a empresa dizendo que é circulação de mercadoria. O empresário alega que é comodato, ou seja, movimento de seu patrimônio sem circulação de mercadoria.
Nesse caso, a justiça reconhece o comodato com o fundamento de que o fim não é econômico.
Energia elétrica entra no conceito de mercadoria.
A prestação de transporte tem que ser onerosa.
Obs.: a Constituição veda a cobrança de tributo em que não haja negócio jurídico, exceto pedágio – art. 150, V, CF.
Obs.: tráfego de pessoas.
***Prova – Empresa com sede no ES contrata do RJ transporte para o CE e PI. Onde é devido o imposto:
Na origem, RJ. Onde se iniciou o transporte.
*** Prova – Serviço de transporte intermunicipal e interestadual, porém transporte aéreo, incide ICMS?
Sim – art. 2º, II, LC 87/96.
Obs.: ver cumulatividade e não cumulatividade.
Regressividade
	
COMPARATIVO
	CIDADÃO A
	CIDADÃO B
	
Renda mensal
	R$ 10.000,00
	R$ 500,00
	
Gastos com alimentação
	R$ 2.000,00
	R$ 300,00
	
ICMS (17%)
	R$ 340,00
	R$ 51,00
	
Imposto pago proporcional à renda
	3,4%
	10,2%
Imposto regressivo: B paga mais, pois seu comprometimento com a renda alimentar é maior em relação à sua renda.
Substituição tributária
É uma criação na facilitação de recebimento de tributos, principalmente naquelas situações em que os contribuintes se espalham. A União concentra a cobrança desse imposto no fabricante.
Ex.: vendedor de cigarro na birosca da favela.
O governo cobra da indústria todo o ICMS da cadeia contributiva. O distribuidor e o consumidor final já compraram com o imposto embutido no preço. Isso se chama substituição tributária para frente.
A substituição tributária para trás é chamada também de regressiva.
Ex.: Seu José tira leite de sua vaquinha e vende para uma cooperativa. Seu José não tem registro. O produtor rural, ao levar o leite para a cooperativa,não paga nada. O governo, nesse caso, cobra da cooperativa, pois o preço está incluído no que pagou ao produtor rural.
Contribuinte de direito: empresa de laticínio. Chamado de diferimento.
O fato gerador ocorreu quando seu José tirou o leite da vaquinha.
Corolário ao art. 150, § 2º, CF.
07/10/14
Art. 155, II, CF.
§ 2º
I – não cumulatividade.
II – isenção de não incidência.
a e b) Como o ICMS é um imposto não cumulativo, se tivermos uma alíquota de 10% e eu comprar o produto por R$ 100, terei um crédito de R$ 10. Se eu vender a mercadoria por R$150, 10% do ICMS resultaria em R$ 15. Diminuindo R$ 10 de crédito anterior eu pago apenas R$ 5.
O inciso diz que se eu for isento nesta operação, perco o crédito de R$ 10.
	
ALÍQUOTA – 10%
	COMPRA
	
VENDA
	R$ 100,00
	
R$ 150,00
	10%
	
10%
	10
	
15
	
	
(15 – 10 =) 5
Imunidades
Ex.: empresa fabricante de jornal que compra diversos insumos como matéria prima para a fabricação o jornal. Na hora da venda o jornal é imune, ou seja, não paga imposto.
O Supremo entendeu que na imunização não perde o crédito, pois senão iria prejudicar aquele imunizado.
III – Seletividade facultativa. No imposto seletivo a receita é importante, mas não é a motivação primeira.
SELETIVIDADE ≠ ESSENCIALIDADE
Um produto é seletivo em função de sua essencialidade.
IV – o Senado fixará as alíquotas através de resolução.
	
ALÍQUOTA – art. 155, § 2º, V, a e b
	ALÍQUOTAS INTERNAS
	
ALÍQUOTAS EXTERNAS
	“livremente” estipuladas pelos Estados, respeitado o art. 155, § 2º, VI da CF.
	
7% para as operações que destinem mercadorias ou serviços a contribuintes das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e o estado Espírito Santo.
	Alíquota mínima = a alíquota interna não pode ser inferior a alíquota interestadual.
	
12% para operações interestaduais que destinem mercadorias ou serviços a contribuintes dos estados das regiões Sul e Sudeste.
	17% a 18%
	
17% ou 18% para operações e importação, recolhido no estado destinatário da mercadoria, ainda que haja ingressado no território nacional por estado diverso – art. 155, § 2º, IX, a, CF.
O sistema de ICMS no Brasil é misto, com tendências para origem. Misto porque tira a alíquota da origem e passa para o destino, tentando compensar.
VII – interna do destinatário.
a) Ex.: atacadista de SP está vendendo para comprador de PE um lote de aparelho de ar-condicionado destinado ao uso, consumo e integração ao ativo permanente ou que não esteja vinculado a uma saída subsequente (colocar na sua firma). O ar-condicionado custa R$100. Nesse caso a alíquota de SP é de 17%. A alíquota interestadual de SP vendendo para PE é de 7%. A diferença de 10% (17% - 10%) fica em PE e SP fica com 7%.
Compra na internet é “consumidor final”. Fica tudo na origem.
b) Ex.: atacadista de SP vende lote de aparelho eletrônico para contribuinte pessoa física na BA com alíquota de 18%. BA não leva nada, fica tudo em SP.
X – imunidades específicas do ICMS (não incidirá = imunidade).
XI – IPI na base de cálculo do ICMS.
Regra: IPI sempre faz parte da base de cálculo do ICMS além da mercadoria.
10/10/14
Guerra fiscal tem a ver com o ICMS.
Em regra, o ICMS fica na origem, ou seja, no Estado produtor (art. 144, § 2º, VII, b). Como a maior produção se dá nas regiões sul e sudeste, eles são mais beneficiados com o ICMS.
VI - os Estados, mesmo quando querem oferecer incentivos, estão limitados por este inciso. Isso dificulta atrair novas investidoras via incentivo fiscal.
Benefício fiscal só pode ser cedido quando todos os Estados se convergem para isso (via CONFAZ).
Os Estados, como não podem mexer na alíquota (estipular menor que a interestadual), ofertam o crédito presumido (por lei), ou seja, permitem que aquelas empresas que lá se instalam tenham um crédito presumido, o que faz com que o débito de ICMS seja mais baixo. Com isso há uma desoneração interna daquela empresa.
XII - i) A base de cálculo do ICMS integra o próprio ICMS.
	
ICMS POR DENTRO
	
VALOR DE VENDA
	ALÍQUOTA
	VALOR TOTAL DO IMPOSTO
	
R$ 100,00
	18%
	R$ 18,00
	
R$ 100,00 + R$ 18,00
	18%
	R$ 21,25
A alíquota real praticada nessa operação mercantil é de 21,25%.
IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULO AUTOMOTOR (IPVA) - art. 155, III, CF
Fato gerador - propriedade do veículo automotor.
Contribuinte - proprietário do veículo.
Base de cálculo - valor do veículo.
Art. 158, III, CF. 50% pertence aos Municípios.
O IPVA não está previsto no CTN.
O imposto é devido sempre em 1º de janeiro.
O IPVA incide sobre a propriedade e não sobre a posse e detenção.
Enquanto está na concessionária, não paga IPVA sobre o automóvel.
Veículo automotor é qualquer veículo que serve ao transporte viário de pessoas e coisas dotador de força motriz própria.
O STF tem interpretações de que aviações e embarcações não pagam IPVA.
	
VEÍCULO AUTOMOTOR
	AERONAVE
	
Não é manobrável em voo.
	É manobrável em voo.
	
Não é sustentável.
	É sustentável.
	
Não circula no espaço aéreo.
	Circula no espaço aéreo.
	
Licenciado pelo Município.
	Licenciado pela União (CBA).
	
Propriedade decorre do registro no Detran.
	Propriedade decorre do registro na aeronáutica brasileira (órgão federal)
A alteração da base de cálculo do IPVA pode ser feita em 90 dias, devendo respeitar somente a anterioridade nonagesimal - art. 150, § 1º, CF.
Art. 155, § 6º, CF.
Os Estados isentam IPVA normalmente com algum fim-socioeconômico.
O IPVA deverá ser recolhido no Município onde o carro é registrado.
*** Prova! - Em São Paulo um empresário pediu em juízo o direito de recolher o imposto de duas caminhonetes em MG, porque lá mantém uma propriedade rural visitável. Ele mora e trabalha em SP. Como resolver a questão?
Art. 127, I, CTN. Trata-se de um planejamento tributário lícito. Elisão fiscal. O contribuinte tem dois domicílios comprováveis. Logo, pode eleger o mais em conta.
*** Prova! - Uma empresa com sede em MG comprou e registrou um veículo em Goiás. Pode ou não pode? 
Art. 120, CTB. O registro do veículo deve ser feito sob órgão de trânsito no domicílio do proprietário. O CTB é lei ordinária.
IMPOSTOS MUNICIPAIS
Art. 156, CF.
IMPOSTO TERRITORIAL E PREDIAL URBANO (IPTU) - art. 156, I, CF.
Fato gerador - 1) predial e 2) territorial. Percentual sobre terreno e percentual sobre a casa construída no perímetro urbano.
§ 1º A alíquota pode ser progressiva.
Progressividade no tempo - art. 182, § 4º, CF.
II - depende de onde mora. “Planta de valores”.
Quem deve? O proprietário pleno ou na condição de coproprietário.
Usufrutuário paga IPTU porque ele tem o animus domini sobre a casa.
Locatário não paga IPTU porque é mero detentor.
Art. 32, § 1º, CTN. Zona urbana.
Imóvel por natureza - definição no CC.
Ascenção física - tudo o que o homem incorpora permanentemente ao solo.
Art. 33, CTN. Base de cálculo ≠ valor venal do imóvel, valor de mercado.
Sítio de recreio = exemplo da chácara. A finalidade econômica que caracteriza zona urbana ou rural.
14/10/14
IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO DE BENS INTER VIVOS (ITBI) - 156, II da CF
Diferença do ITBI para o ITCMD?
Um é inter vivos e o outro é causa mortis. O ITBI é oneroso, o ITCMD não é oneroso.
Base de cálculo - sempre o valor venal.
O devedor do ITBI é o adquirente (aquele que compra o imóvel)
O fato gerador é a transcrição da propriedade no registro de imóveis. Normalmente os Municípios exigem ITBI nas promessas de compra e venda também, e permite compensar quando fizer a transcrição. Isso contraria o conceito de transcrição em propriedade.
Art. 1.245, CC. Transmissão (transcrição??)
Usucapião e desapropriação não pagam ITBI porque são modos de aquisição originária da propriedade. Logo, não há transferência da propriedade.
O ITBI também incide na partilha quando há excesso de meação (diferença patrimonial entre os herdeiros - esposa - 50%; filho 15%; filha 35%). Somente no excesso. Se a parte excedente for relativa à doação,será cobrado ITCMD.
Art. 109, CTN. Pode valer-se dos conceitos do CC.
Imóvel por ascensão física - tudo o que o homem incorporar à terra.
Incide sobre enfiteuse, servidão, usufruto.
A cessão de direitos só deve ITBI quando for de fato instrumento de transcrição de propriedade, de maneira que a promessa de cessão de direito não incide ITBI - art. 156, II, parte final, CF.
§ 2º Não incide se está incorporando capital na empresa. Ex.: doou imóvel para que a empresa inicie seus trabalhos.
*** Prova! Empresa A, sediada em Brasília, fabrica azulejos, incorpora empresa B, de arrendamento mercantil, com sede no RJ, havendo a transmissão de todos os direitos mercantil para a empresa A, incluído um imóvel localizado em Recife. Incide ITBI?
Não, pois a atividade preponderante da fabricante não é ... art. 156, § 2º, I, parte final, CF.
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ISS) - art. 156, III, CF.
Fato gerador - serviços.
Serviço de telecomunicação e transporte interestadual está incluído no ICMS - art. 155, II, CF.
LC 116/03. ICMS. Contém normas gerais de direito tributário.
O DF pode instituir ISS?
Sim, o DF pode exigir toda a competência do Estado e também dos Municípios - art. 147, CF. 
Onde é devido o ISS, no município do estabelecimento do tomador, do prestador ou onde se concretiza o fato gerador?
Art. 3º, caput, LC 116/03. Município do estabelecimento do prestador, na falta dele no município do domicílio prestador. O próprio artigo estabelece 20 exceções onde se aplica o município do local da prestação.
Sujeito passivo - prestador de serviço - art. 5º, LC 116/03.
Não é fato gerador do ICMS - art. 2º, LC 116/03.
A ideia de serviço tem sempre um conceito de uma obrigação de fazer. O ICMS é uma obrigação de dar.
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Art. 96, CTN. O que o CTN entende por legislação tributária.
FONTES LEGISLATIVAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Constituição Federal - é a fonte principal do Direito Tributário.
Emendas Constitucionais - não pode tender a abolir direitos e garantias individuais - art. 60, § 4º, IV, CF. Regra: lei ordinária cria tributo. Exceção: IPMF criado por EC.
Lei Complementar - art. 146 e 146-A, CF. Não tem a rigidez da norma constitucional, mas complementa a CF. está, em tese, fora do sabor das maiorias. O quórum mais rígido exige que haja um acordo social em sua criação. Art. 69, CF.
Obs.: discussão sobre LO e LC. COFINS isentou as sociedades civis do seu pagamento. (LC 70/91). Em 1996, a Lei 9.430, o governo revogou a isenção da COFINS.
Pode uma LO revogar a isenção concedida por uma LO?
O STJ, em pleno, decidiu que LO não pode revogar LC. Contudo, a AGU levou o processo ao Supremo que no art. 71 da LC 70/91 ao tratar da isenção não era uma LC e sim uma LO, logo LO pode revogar LO (art. 146, III, a e b, CF).
Michel Temer diz a LO e LC buscam fundamento de validade no texto constitucional. Logo, não há hierarquia entre elas, pois são da mesma fonte. O que há é âmbito material de atuação de cada uma.
Lei federal ≠ lei nacional na questão destinatário da norma.
Funções da lei complementar - art. 146, I, II e III, CF. CTN, apesar de ser LO, foi recepcionado pela CF como LC, por conta das características do art. 146 da CF. Muito embora o CTN trate de isenção, esta não está no art. 146, CF, logo, esta parte é LO.
Lei Ordinária - é a lei por excelência do Direito Tributário. Características: generalidade, abstração e impessoalidade.
17/10/14
Lei Delegada - art. 68, CF. Normas gerais de Direito Tributário não podem ser matéria de lei delegada. O Poder Executivo utiliza-se da medida provisória.
Medida Provisória - art. 62, CF. Michel Temer diz que MP não precisa de sanção, pois ela já nasce enformada, ou seja, já nasce pronta do Executivo. Vai direto do Legislativo para a publicação.
O STF já disse que Estado e Municípios podem adotar MP, desde que conste na Constituição dos Estados ou nas Leis Orgânicas Municipais.
MP não pode legislar sobre matéria de competência de Lei Complementar - art. 62, § 1º, III, CF.
Art. 62, § 2º, CF. Sobre o que MP pode legislar. Obs.: impostos ***Prova!
As proteções do art. 150 da CF (90 dias e 1 ano) não se aplicam a esses impostos, por isso tem vigor imediato.
Decreto Legislativo - art. 59, CF. Regula os efeitos provenientes da MP.
Art. 62, § 3º, CF.
§ 11.
O DL também faz a recepção dos tratados no direito brasileiro - art. 49, I, CF (competência exclusiva). É o DL que internaliza o tratado de Direito Tributário no Brasil.
Resoluções - art. 59, VII, CF. Resolve ou trata de matéria de competência do Congresso Nacional. É de matéria exclusiva do CN.
Art. 155, § 2º, IV, CF. alíquota (resolução do Senado e da Câmara).
Tratados Internacionais em Matéria Tributária - art. 98, CTN. O STF, no campo tributário, vem entendendo que há uma paridade administrativa entre tratado e LO. Um tratado revoga uma LO e uma LO posterior também revoga um tratado.
Art. 151, III, CF. A CF veda que a União crie isenção dos tributos dos Estados, DF e Municípios. Quando a União subscreve um tratado que possua isenção de tributo estadual, ela não está como ente federado e sim como a República Federativa do Brasil. Logo, esse tratado é válido. A União não pode legislar isentando tributos dos Estados, DF e Municípios. Ao assinar um tratado, quem está celebrando o contrato é o Brasil e não o ente federado União.
Ex.: GAT - Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio. Disciplina as regras e procedimentos do comércio internacional.
ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS DO PODER EXECUTIVO (função administrativa)
Decreto - art. 99, CTN. O Decreto não pode extrapolar o limite da lei por causa do princípio da hierarquia das normas.
Art. 84, IV, CF. A CF reconhece a existência do decreto e do regulamento.
O Regulamento tem posição abstrata mais ampla que o Decreto.
Ex.: regulamento do IPI, regulamento do IR.
O Decreto é mais concreto, mais restrito.
Decreto regulamentar - com regulamento.
Decreto inominado - sem regulamento
Ambos os Decretos são limitados pela lei. Decreto que inova é inconstitucional.
Art. 100, CTN. Estabelece hierarquia legislativa no plano tributário infraconstitucional.
Obs.: decreto legislativo.
Qualquer ato da Receita Federal que extrapolar a lei é inconstitucional.
Entre Decreto e Portaria, tecnicamente não há hierarquia.
O Supremo diz que só há hierarquia quando a fonte de validade for diferente. Decreto e Portaria derivam da lei, da mesma fonte.
III - Jurisprudência administrativa (decisões reiteradas dos tribunais) e consulta administrativa.
IV - Convênio de mútua ajuda.
Ex.: Município e Estado trocando informação.
Sobretudo no campo das obrigações acessórias.
Se Decreto não pode inovar, não pode haver convênio dispondo sobre obrigação tributária principal.
Art. 199, CTN.
PU. A União pode celebrar convênio de mútua informação.
VIGÊNCIA DA NORMA TRIBUTÁRIA
Art. 101, CTN. Havendo conflito entre normas jurídicas de direito tributário, utilizamos o art. 2º da LICCB.
Critérios de superação de conflitos de norma:
Hierarquia;
Cronológico;
Especialidade: norma especial derroga norma geral. A norma especial tem tudo o que a norma geral tem e + 1 que a torna especial.
Art. 102, CTN. Princípio da territorialidade das leis tributárias.
Ex.: lei petropolitana não pode viger em Duque de Caxias.
Ex.: ITR e IPTU - União quer tributar ITR, mas o Município já tributa IPTU.
No que tange à obrigação acessória = fazer ou não fazer.
No que tange à obrigação principal = dar - dar dinheiro.
Convênio não pode dispor sobre a obrigação de dar, somente aquele convênio que consta na CF.
	
VIGÊNCIA
	EFICÁCIA JURÍDICA
	Envolve a inserção da norma tributária no sistema jurídico mediante a publicação, mas a vigência pode coincidir com a data da publicação ou não (vacatio legis).
	
Aptidão para produzir efeitos na ordem jurídica. Norma publicada e vigente pode ter a sua eficácia diferida por força de princípio constitucionais, tais como: anterioridade anual e anterioridade nonagesimal.
No períododa vacatio legis a norma tem eficácia?
Não.
Isenção - é uma forma de suspensão da eficácia porque a norma isentante colide com a norma onerante suprimindo parte dela.
Ex.: portador e deficiência física.
Eficácia prorrogada de sobrevida da norma jurídica - art. 144, CTN - norma não mais vigente.
A ocorrência do fato gerador tem eficácia prorrogada.
O que prevalece na hora do fiscal aplicar a multa é a lei que vigorava no momento que foi praticado o ato e não no momento que é aplicada a multa.
§ 1º Exceção.
Art. 106, I, CTN. Retroeficácia (retroativa com eficácia declaratória).
Lei interpretativa é aquela que explica o conteúdo de outra lei. É uma lei declaratória de sentido no direito tributário. Ela não inova.
II - Ato definitivamente não julgado = não transitou em julgado.
Retroeficácia de norma tributária benigna.
28/10/14
Art. 103, CTN.
	
NORMA COMPELENTAR DO DIREITO TRIBUTÁRIO
	INÍCIO DA VIGÊNCIA
	
Ato administrativo - art. 100, I, CTN.
	Na data da sua publicação.
	
Decisões administrativas - art. 100, II, CTN.
	30 dias após a data de sua publicação.
	
Convenções - art. 100, IV, CTN.
	Na data nele prevista.
Art. 104, CTN. Este artigo ficou prejudicado com a entrada em vigor da CF. Trata da anterioridade tributária.
A anterioridade tributária só era aplicada aos impostos previstos neste artigo. Hoje, ela se aplica a todos os tributos, com exceção ao patrimônio e renda - art. 104.
Há 2 teorias sobre a isenção:
Isenção como favor fiscal: na isenção o tributo existe, nasce a obrigação tributária, mas apenas o pagamento fica dispensado por força da norma isentiva.
Isenção como exceção à hipótese de incidência: a norma isentiva impede o nascimento da obrigação tributária.
Art. 175, CTN. Para o CTN a isenção é uma hipótese de exclusão de crédito.
Hipótese de incidência fato gerador obrigação tributária credito tributário (isenção) extingue (art. 156) dívida ativa execução fiscal.
Na isenção como favor fiscal, pode ter aumento, pois o crédito já existia, estava apenas suspenso. Não se aplica o art. 104, III do CTN. Pode exigir no mesmo ano.
A isenção como exceção à hipótese de incidência diz que a obrigação tributária não nasce, impedindo a obrigação de pagar. Logo, deverá observar a anterioridade. A doutrina majoritária segue essa orientação: exclui crédito tributário e obrigação tributária.
Isenção condicionada: tem que comprovar alguns requisitos.
Ex.: vítima de enchente.
Isenção incondicionada: não tem que comprovar nada.
Ar. 105, CTN. Fato gerador pendente não existe, pois não se realizou. IR tem apuração anual. O FG só se realiza no fim do ano ao apurar o IR.
Para o legislador, entretanto, no decorrer do ano pode surgir uma lei que altere a apuração do FG no fim do ano.
Art. 116, CTN. Condições.
Ex.: faço uma doação e a condiciono a implementação de uma ação. Doo um bem se meu filho se formar na UCP com CR 9,5.
Art. 106, CTN. Lei interpretativa é sempre uma lei declaratória. Não pode criar penalidade.
II - Enquanto não incidir a coisa julgada, pode haver lei retroativa desde que para beneficiar o contribuinte, sobretudo sobre a infração - Lei Penal Tributária Benigna. O limite é a coisa julgada.
	ANO 2002
	ANO 2003
	ANO 2004
	ANO 2005
	Lei “A”
	Ocorreu o FG da multa.
	Lei “B”
	Auto de infração
	Multa 40%
	-
	Multa 10%
	FG 2003
Se não é infração, deve pagar 40%. A lei tributária para o tributo não retroage, a não ser que a lei expressamente diga.
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA
Art. 107, CTN.
Interpretar é sacar a norma dentro do possível sentido da lei.
Integrar está fora do texto da norma.
Art. 108, CTN. Analogia.
§ 1º Limite ao fisco. Não pode usar da lacuna para criar um tributo novo por analogia. Proibição de analogia gravosa.
§ 4º Equidade é um justo que extrapola o justo legal. Sentido de justiça maior que a lei. Não pode usar a equidade para não pagar o tributo.
Ex.: se ele não paga, eu também não vou pagar.
Proibição de igualdade.
Art. 109, CTN. Direito tributário é um direito de “superposição”, ou seja, os conceitos de direito privado precisam ser entendidos para serem aplicados ao direito tributário, mas o direito tributário pode aplicar efeitos distintos aos efeitos civis.
Ex.: compra de imóvel - paga tributo.
Ex.: contrato de aluguel paga IR. Ao invés de alugar, o proprietário faz contrato de comodato. O legislador pode desqualificar para aluguel demonstrando, fundamentadamente, que o proprietário está utilizando um negócio jurídico indireto.
Obs.: distribuição de lucros e dividendos não é tributo.
Art. 123, CTN. Convenções particulares não são oponíveis ao fisco.
Art. 110, CTN. Todo e qualquer conceito constitucionalizado há de ser um conceito definido pelo direito privado. O direito tributário não pode mudar esse conceito.
Ex.: IPVA - o que é veículo automotor?
Art. 111, CTN. Equidade.
Ex.: viúva isenta. Não se estende ao viúvo, pois p crédito tributário é indisponível.
Art. 112, CTN. Complementa o art. 106.
31/10/14
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Art. 113, CTN
A relação tributária não é uma relação eminentemente de poder, é uma relação de natureza obrigacional. Obrigação com comportamento de dar, fazer ou não fazer.
Obrigação principal - dar.
Obrigação acessória - fazer ou não fazer.
Indisponível: a obrigação tributária contém o crédito tributário, que é indisponível. A autoridade tributária está limitada pela indisponibilidade do crédito.
Obrigação tributária: 1) Relação jurídica: credor e devedor. 2) Conteúdo: crédito tributário.
Involuntária: a vontade é dispensável para o nascimento da obrigação tributária. Independe da vontade do sujeito passivo. O tributo nasce por força da lei e não por força da vontade.
Pontes de Miranda diz que todo efeito jurídico é efeito de norma de fato. Não só da norma, nem só do fato, mas da norma e do fato.
Incidência tributária:
Dar - art. 113, caput, CTN. Tributo e multa.
Fazer - art. 113, § 2º, CTN. Preencher formulários na internet, entregar declarações.
Não fazer - não rasurar receita fiscal, não receber mercadorias sem nota.
Se a obrigação acessória (fazer ou não fazer) for descumprida, ela poderá ser convertida em obrigação principal (dar - pagar indenização).
A obrigação tributária vai liquidar a obrigação, torna-se líquida e certa pelo crédito.
A obrigação tributária nasce ilíquida, torna-se líquida pelo lançamento que constitui o crédito e torna-se exequível com a inscrição em dívida ativa se não for paga.
Art. 156, CTN. Ao extinguir o crédito, extingue a obrigação. De acordo com o art. 139 tem a mesma natureza.
Art. 114, CTN. Não precisa necessariamente ser um ato ou fato. Fato gerador é aquilo que a lei define necessário para a ocorrência do nascimento da obrigação.
A base de cálculo é a medida do fato gerador, está dentro do fato, é extraída do fato. O fato gerador está atrelado à base de cálculo.
A base de cálculo possui 3 funções:
Função mensuradora: é a base de cálculo que vai mediar as propulsões econômicas do fato gerador. Ex.: base de cálculo - valor venal do imóvel; fato gerador - ter propriedade de imóvel urbano.
Função objetiva: consiste na articulação da base de cálculo na alíquota para fazer nascer o valor exato da dívida.
Função comparativa: confirmar ou infirmar a natureza do fato gerador. Vai dar o elemento para ver se é tributo ou não. Vai trazer a característica para distinguir se é bis in idem ou não.
Art. 115, CTN. Define a obrigação acessória.
Art. 116, CTN. Fato gerador enquanto situação de fato.
Ex.: saída de mercadoria do estabelecimento no caso do ICMS; entrada no território nacional no caso de imposto de importação; entrega do serviço no caso do ISS.
Fato gerador enquanto situação jurídica.
Ex.: atos ou negócios jurídicos - propriedade, posse.
A LC 87/96, diz que o fato gerador do ICMS é a saída de mercadoria do estabelecimento a qualquer título. O STF diz que não, só é fato gerador do ICMS a saída econômica da mercadoria, troca entre comprador e fornecedor.PU. Norma ou medida legal antielisiva. A autoridade administrativa pode afastar o negócio jurídico que ela entende dissimulado para tributar o negócio jurídico que ela entende ser a sua essência. Visa evitar a evasão fiscal.
Evasão = ilícito.
Elisão = lícito.
Ex.: sujeito quer fazer uma doação, mas realiza uma compra e venda com valor irrisório para pagar menos imposto. Vai desqualificar a compra e venda e tributar em doação.
Art. 117, CTN.
I - condição suspensiva: se meu filho passar no vestibular da USP, vou doar a ele um carro. O ITCMD incide somente quando da efetivação da doação.
II - condição resolutória: doei uma casa a minha filha. Se ela se separar, a doação está revogada. O ITCMD será devido no ato da doação. Se eles se separarem o imóvel retorna ao pai e este terá que pagar mais um ITCMD.
Art. 118, CTN. A obrigação tributária subsiste independentemente da vontade ou da validade dos negócios jurídicos. Não importa sequer para o direito tributário se o dinheiro do fato gerador é lícito ou ilícito. Pecunia non olet. A validade ou invalidade do negócio jurídico é irrelevante para o nascimento do fato gerador.
Art. 119, CTN. Sujeito ativo da obrigação tributária é quem detém a competência tributária. Normalmente quem tem a competência é o ente federado. A capacidade ativa tributária pode ser delegada a um ente de direito público.
Ex.: anuidade da OAB - a União cria a taxa e quem tem a capacidade ativa é a OAB, que é uma autarquia federal.
Art. 120, CTN. Vai ser aplicada a legislação tributária do território desmembrado até que aquele que se desmembrou tenha a sua própria legislação.
Art. 121, CTN. O contribuinte realiza o fato gerador. Ele tem que ter relação direta com o fato gerador.
Contribuinte de direito - realiza o fato gerador. Tem a obrigação legal de pagar o tributo.
Ex.: é a loja quem está inscrita no cadastro fiscal, logo é ela quem vai recolher o tributo.
Contribuinte de fato - é quem suporta o ônus econômico do tributo.
Ex.: o cliente que vai à loja e compra uma mercadoria.
Art. 166, CTN. Ilegitimidade ativa do contribuinte de fato para pedir a restituição.
Súmula 546, STF. Só quando o tributo não foi repassado para o preço do produto é que não haverá restituição.
04/11/14
CLASSIFICAÇÃO DO FATO GERADOR:
Instantâneo: fato gerador que acontece através de um único ato. Ele repete-se quantas vezes aquela situação de fato se repetir, mas sempre se dá de forma instantânea. 
Ex.: ITBI e ITCMD.
Periódico: é o fato gerador que ocorre durante um longo período de tempo, ou seja, os fatos vão se somando no decorrer do ano até que no fim do ano se consubstancia o fato gerador.
Ex.: IR
Continuado: é o fato durável que se dá ao longo do tempo repetidamente. Não só durante um longo período, mas repetidamente no tempo. A matéria tributária tem que permanecer a mesma ao longo do tempo.
Ex.: IPTU, IPVA.
CONTRIBUINTE ≠ RESPONSÁVEL
O contribuinte tem o débito e tem também a responsabilidade, porque seu patrimônio suporta dívida. O responsável tem a responsabilidade pelo pagamento sem ter o débito, porque o débito é do contribuinte.
O nascimento do dever obrigacional do contribuinte ocorre com a situação necessária e suficiente (art. 114) que se chama fato gerador do tributo. A responsabilidade nasce com o pressuposto previsto em lei que é chamado de fato gerador da responsabilidade. A lei que vai dizer qual é o pressuposto legal que será o fato gerador da responsabilidade.
No que tange ao ICMS, o contribuinte de direito é aquele que realiza o fato gerador (fazer circular mercadoria - empresa).
Art. 4º, LC 87/96. Fixa regra geral do contribuinte de direito.
Art. 155, IX, a, CF. Coloca na importação um elemento estranho a do art. 4º, qual seja: não exige a habitualidade. Uma única compra no exterior e já é devedor.
Continuando...
Art. 122, CTN.
Art. 123, CTN. Qualquer contrato particular, ou mesmo público, é inoponível ao fisco.
Art. 124, CTN.
I - solidariedade natural. Há um interesse comum entre essas pessoas.
Ex.: dois amigos comercializam automóveis, não estão inscritos regularmente no ICMS. Se der problema a dívida será solidária, pois eles têm interesse comum no resultado do negócio.
II - solidariedade legal. É a lei que fixa essa responsabilidade. Independe da vontade das pessoas envolvidas.
Ex.: os pais, pelos tributos devidos pelos filhos menores - art. 194, I, CTN.
PU. Não tem benefício de ordem.
Art. 125, CF. Efeitos da solidariedade.
Art. 126, CTN. Interditado, índio, menor, firma falsa, advogado suspenso etc. Ele pode ser sujeito passivo da obrigação tributária. Serão nomeados responsáveis para responder por eles. Para o direito tributário o que importa é o fato e não o ato (vontade).
Art. 127, CTN. Domicílio tributário.
Regra geral: art. 127, caput, CTN. O contribuinte pode eleger o seu domicílio tributário.
Exceção: na falta de eleição pelo sujeito passivo, aplica-se os incisos I, II e III.
§ 1º Se as regras acima não forem suficientes, prevalece o lugar da situação dos bens ou o lugar do fato gerador.
§ 2º Se recusar a eleição, aplica o lugar da situação dos bens ou fato gerador.
Art. 128, CTN. Responsabilidade tributária.
O terceiro, responsável, terá sempre algum vínculo com o fato gerador.
	
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA - SUJEITO PASSIVO INDIRETO
	
Por substituição - art. 128. Antes do FG.
Substituto legal no polo passivo
	“para frente” - art. 150, § 7º, CF.
	Por transferência. Ocorre após o FG.
	
Solidariedade - arts. 124 e 125, CTN.
Sucessão - arts. 130 a 133, CTN.
Terceiros - art. 134, CTN.
Art. 129, CTN. Responsabilidade dos sucessores. O que importa para a obrigação tributária é a data do fato gerador.
Art. 130, CTN. Sub-rogação de créditos tributários na sucessão imobiliária (compra de imóveis).
Regra geral: a sub-rogação ocorre na pessoa do adquirente.
Ex.: IPTU, ITR, taxa, contribuições de melhorias. Quem compra o imóvel é que deve o tributo.
Exceção: não se sub-rogam se constar do título a prova da quitação e se for arrematado em hasta pública.
Ex.: vou a um leilão de imóveis e o imóvel é leiloado por R$ 100, mas a dívida tributária é R$ 120. Na arrematação em hasta pública, a sub-rogação é no preço, de modo que o imóvel é meu por R$100 e os R$ 20 que faltaram continuam no ônus do alienante (quem vendeu) - PU.
Art. 131, CTN.
I - Esse artigo diz respeito a bens móveis, porque o ar. 130 se refere a bens imóveis. (remir - resgatar dívida)
	
TRIBUTOS
	CONTRIBUINTE
	RESPONSÁVEL
	TIPO
	CTN
	
Devidos até a morte (abertura da sucessão).
	De cujus.
	Espólio.
	Pessoal
	Art. 131, III, CTN.
	
Devidos após a abertura da sucessão (não pagos até a partilha) vincendo durante o inventário.
	Espólio.
	Sucessores e o cônjuge meeiro.
	Pessoal
	Art. 131, II, CTN.
	
Devidos após a partilha ou adjudicação (extingue-se o espólio).
	Sucessores e o cônjuge do meeiro.
	Fato gerador passado e não pagos pelo espólio (herança na medida do que foi transferido).
	Pessoal
	Art. 131, II, CTN.
07/11/14
Art. 132, CTN. Reorganização societária no Direito Tributário ou sucessão tributária de pessoas jurídicas de direito privado.
Fusão: quando se unem 2 ou mais sociedades para formar 1 sociedade nova.
Transformação: quando há uma mudança de forma societária sem dissolução e liquidação.
Incorporação: quando 1 ou mais sociedades são absorvidas por outra que lhe sucede em todos os direitos e obrigações.
Cisão: quando a sociedade transfere parcela de seu patrimônio para 1 ou mais sociedades. Extingue-se a sociedade cindida se houver união e todo o patrimônio. Se for parcial, responde solidariamente.
As pessoas que resultarem de alguma dessas transformações são responsáveis pelos tributos até a data do ato em que foi feita a incorporação, cisão, transformação ou fusão.
Art. 133, CTN. Sucessão no estabelecimento comercial.
Art. 1.142, CC. Conceito de estabelecimento comercial.
	Art. 133, CTN.
	
O adquirente não prossegue na mesma atividade.
Ex.: hortifrúti oficina

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