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INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE NILTON LINS ALUNO: ADAN SOUZA LOPES DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA PROFESSORA: LENA MARINA MOREIRA PUGA TÍTULO: ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO E O ESTADO DEMOCRÁTICO DATA: MANAUS- AM, 24 DE MAIO DE 2025 MANAUS 2025 ADAN SOUZA LOPES ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO E O ESTADI DEMOCRÁTICO DE DIREITO Trabalho da disciplina de Ciência Política, no Curso de Graduação em Direito da Universidade Nilton Lins, como requisito parcial de nota ao componente curricular aplicado pela Professora Lena Marina Moreira Puga. MANAUS/AM 2025 INTRODUÇÃO O Estado é uma organização político-jurídica soberana formada por três elementos fundamentais: povo, território e soberania. Esses componentes são indispensáveis para que um Estado exista de fato e de direito. No contexto brasileiro, a Constituição Federal de 1988 consagra a forma de Estado Democrático de Direito, baseada na legalidade, na cidadania, na participação popular e no respeito aos direitos fundamentais. Compreender cada um dos elementos constitutivos do Estado, bem como os princípios que regem o Estado Democrático de Direito, é essencial para o entendimento das estruturas do poder e do funcionamento da democracia brasileira. Este trabalho visa apresentar esses conceitos de forma clara e didática, destacando sua relevância jurídica e social. A) Povo Definição O povo é o conjunto de pessoas que mantêm um vínculo jurídico-político permanente com o Estado, normalmente por meio da nacionalidade. São os titulares da soberania popular, pois é por meio deles que o poder estatal é legitimado e exercido, conforme previsto no artigo 1º, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”. Diferença entre Povo, População e Nação Apesar de muitas vezes usados como sinônimos no senso comum, povo, população e nação têm significados distintos no âmbito jurídico e político: • Povo: conceito jurídico e político. Refere-se aos nacionais de um Estado, com direitos e deveres civis e políticos, como o direito ao voto e à cidadania plena. • População: conceito demográfico. Abrange todas as pessoas que habitam um território, sejam nacionais, estrangeiros ou apátridas. • Nação: conceito histórico-cultural. Refere-se a um grupo que compartilha identidade cultural, língua, religião, história e tradições comuns, mesmo que não habite o mesmo território ou não esteja vinculado a um mesmo Estado. A Importância do Povo na Formação do Estado O povo é elemento essencial para a existência do Estado. É por meio da sua vontade que se legitima a autoridade e se estabelece o governo. Sem povo, não há titularidade de poder, não há soberania popular e, consequentemente, não há Estado constituído. Além disso, a participação política do povo, garantida em regimes democráticos, é o que dá legitimidade às instituições e permite o exercício pleno da cidadania. O povo, portanto, não é apenas um elemento formal do Estado, mas o fundamento de sua existência e funcionamento. B) Soberania Conceito e Características da Soberania Soberania é o poder supremo e independente do Estado, que o torna capaz de se autogovernar e exercer autoridade sobre seu povo e território, sem se submeter a nenhuma outra autoridade. Trata-se de uma das principais marcas da independência estatal. Entre suas principais características estão: • Supremacia: está acima de qualquer outra autoridade dentro do território; • Indivisibilidade: não pode ser fragmentada sem comprometer a unidade do Estado; • Permanência: subsiste enquanto o Estado existir, mesmo com mudanças de governo; • Inalienabilidade: não pode ser transferida ou cedida a outro Estado. Soberania Interna e Externa A soberania pode ser analisada sob duas dimensões complementares: • Soberania interna: diz respeito ao poder do Estado de impor normas e fazer cumprir as leis dentro de seu território. É a autoridade sobre seu povo e instituições, garantindo ordem, segurança e legalidade. • Soberania externa: refere-se à independência do Estado nas relações internacionais, ou seja, sua capacidade de atuar de forma autônoma frente a outros Estados, assinar tratados e representar-se diplomaticamente. Soberania Popular na Constituição Federal de 1988 A Constituição Federal de 1988 adota o princípio da soberania popular, conforme previsto no artigo 1º, parágrafo único: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Esse princípio se manifesta através de mecanismos de democracia representativa e participativa, como o voto direto, plebiscitos, referendos e a iniciativa popular de leis. Dessa forma, o povo é reconhecido como o verdadeiro titular do poder estatal. C) Território Conceito de Território e Sua Delimitação O território é o espaço físico onde o Estado exerce seu poder soberano. Compreende o solo, subsolo, águas interiores, mar territorial e espaço aéreo correspondente. A delimitação do território é definida por fronteiras, estabelecidas por acordos internacionais e leis internas. No Brasil, ele é dividido em Estados, Municípios e Distrito Federal, além de incluir os bens da União. A Função do Território na Consolidação da Autoridade Estatal O território é a base física da soberania estatal. É nele que o Estado implementa políticas públicas, garante a segurança e aplica o direito. A autoridade do Estado não pode se efetivar sem um espaço territorial definido, pois é a partir dele que se estrutura o funcionamento da administração pública, das instituições de justiça e da proteção dos direitos individuais e coletivos. Relevância para a Soberania Nacional A soberania nacional depende diretamente da integridade e do controle sobre o território. A perda, ocupação ou invasão do território por agentes estrangeiros compromete a autonomia do Estado. Por isso, a defesa da integridade territorial é uma questão de segurança nacional. Além disso, o território delimita a jurisdição e os limites do poder estatal, sendo indispensável para a consolidação da identidade nacional. D) Estado Democrático de Direito Conceito e Fundamentos O Estado Democrático de Direito é aquele em que o poder estatal se submete às leis (Estado de Direito), mas também assegura a participação popular e a efetivação dos direitos fundamentais (Democrático). No Brasil, esse modelo é expressamente adotado pela Constituição Federal de 1988, no artigo 1º, que afirma: “A República Federativa do Brasil [...] constitui-se em Estado Democrático de Direito”. Seus fundamentos são: • Soberania; • Cidadania; • Dignidade da pessoa humana; • Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; • Pluralismo político. Diferença entre Estado de Direito e Estado Democrático de Direito • O Estado de Direito é caracterizado pelo império da lei, ou seja, ninguém está acima da lei, nem mesmo os governantes. O poder estatal é limitado por normas jurídicas. • O Estado Democrático de Direito amplia esse conceito ao incorporar a participação popular e a proteção dos direitos fundamentais. Nele, a legalidade serve à democracia, à justiça social e à inclusão dos cidadãos na vida política. Assim, enquanto o Estado de Direito assegura a legalidade, o Estado Democrático de Direito garante também legitimidade, justiça e participação. Aplicações no Contexto Brasileiro Atual No Brasil, o Estado Democrático de Direito se manifesta por meio de eleições livres, separação dos poderes, controlede constitucionalidade, garantias individuais e instrumentos de participação popular. Contudo, ainda existem obstáculos como a desigualdade social, corrupção, violência e crises institucionais. Tais desafios não negam o modelo constitucional adotado, mas reforçam a necessidade de fortalecimento das instituições e da cidadania ativa para a sua efetivação plena. Conclusão A formação do Estado está intrinsecamente ligada à presença de elementos constitutivos indispensáveis: povo, soberania e território. Esses elementos garantem a estrutura básica sobre a qual se ergue o Estado moderno, permitindo-lhe existir juridicamente, atuar politicamente e exercer autoridade sobre sua população. O povo, enquanto titular da soberania, é mais do que um componente numérico ou demográfico — é o fundamento da legitimidade do poder estatal, pois é por meio dele que se manifesta a vontade política em um Estado democrático. A soberania, por sua vez, confere autonomia e independência ao Estado, tanto internamente quanto no cenário internacional, sendo essencial para a autodeterminação dos povos e a garantia da ordem jurídica. Já o território representa o espaço físico onde esse poder se concretiza e onde os direitos e deveres se materializam. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 consagrou o modelo do Estado Democrático de Direito, que não apenas garante a obediência às leis, mas também assegura a promoção da cidadania, da dignidade da pessoa humana e da justiça social. A soberania popular, os direitos fundamentais e a participação política são pilares desse sistema. No entanto, sua efetivação plena ainda depende do fortalecimento das instituições, da redução das desigualdades e da consolidação de uma cultura democrática. Compreender os elementos constitutivos do Estado e os fundamentos do Estado Democrático de Direito é essencial para a formação de uma consciência cidadã crítica, comprometida com a defesa das instituições democráticas e com a construção de uma sociedade mais justa, livre e solidária. Referências BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: maio de 2025. BOBBIO, Norberto. A Teoria das Formas de Governo. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. https://www.planalto.gov.br/ Definição Diferença entre Povo, População e Nação A Importância do Povo na Formação do Estado Conceito e Características da Soberania Soberania Interna e Externa Soberania Popular na Constituição Federal de 1988 C) Território Conceito de Território e Sua Delimitação A Função do Território na Consolidação da Autoridade Estatal Relevância para a Soberania Nacional Conceito e Fundamentos Diferença entre Estado de Direito e Estado Democrático de Direito Aplicações no Contexto Brasileiro Atual Conclusão Referências