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GPT ACADÊMICO: PROMPTS PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS COM IA Professora Esp. Bruna de Lima Ramos 2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto DIREÇÃO FINANCEIRA PRESENCIAL Eduardo Luiz Campano Santini DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel DIREÇÃO DE INOVAÇÃO Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal NÚCLEO DE APOIO PSICOLÓGICO E PSICOPEDAGÓGICO Bruna Tavares Fernandes BIBLIOTECÁRIA Tatiane Viturino Oliveira PESQUISADOR INSTITUCIONAL Tiago Pereira da Silva COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO (CONPEx) – MODALIDADE PRESENCIAL Profa. Ma. Luciana Moraes COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO (CONPEx) – MODALIDADE EaD Me. Bruno Eckert Bertuol COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Eduardo Alves de Oliveira Gleice Emanoela Nunes Ferreira Isabelly Oliveira Fernandes de Souza Jéssica Eugênio Azevedo Louise Ribeiro Marcelino Fernando Rodrigues Santos Stephanie Vieira Maria Clara da Silva Costa Vinicius Rovedo Bratfisch PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos Carlos Firmino de Oliveira Lucas Patrick Rodrigues Ferreira Estevão Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos Felipe Souza Oliveira Leandro Tenório Maria Beatriz Paula da Silva Pedro Vinícius de Lima Machado Thassiane da Silva Jacinto As imagens utilizadas neste material didático são oriundas do banco de imagens Shutterstock Autora Professora Esp. Bruna de Lima Ramos Acesse meu Currículo Lattes clicando aqui! • Bacharel em Arquitetura e Urbanismo; • Mestranda em Engenharia Urbana; • Pós-graduada em Topografia; Arquiteta e Urbanista, especializada em Topografia e Sensoriamento Remoto, com vasta experiência em projetos urbanísticos e topográficos, atendendo grandes empresas como Agroceres PIC Suínos, PRAT’S, Construtora Monte Cristo e CunhaMais Terraplenagem e Transporte. http://lattes.cnpq.br/5338072314748904 4 Apresentação Bem-vindo à sua jornada pelo universo da Inteligência Artificial aplicada à pesquisa acadêmica! Nesta apostila, você explorará como a IA Generativa está redefinindo a ciência. Na Unidade 1, faremos uma introdução ao impacto transformador da IA na atividade científica, entendendo a arquitetura por trás dos modelos de linguagem, como os Transformers, e seus desafios, como as “alucinações”. A Unidade 2 é um guia prático sobre as mais inovadoras ferramentas de IA que podem otimizar sua pesquisa, como Consensus, Elicit e Research Rabbit. Além disso, você aprenderá a arte e a ciência da “engenharia de prompt”, uma habilidade crucial para extrair os melhores resultados dos modelos de IA. Na Unidade 3, mergulharemos nas aplicações práticas da IA em cada etapa da sua pesquisa: desde o brainstorming do tema e a formulação de hipóteses até o desenvolvimento de cada seção do seu artigo, além de conhecer ferramentas para gerenciar suas referências bibliográficas. Finalmente, a Unidade 4 o capacitará a fazer uma análise crítica e aprimorar textos gerados por IA, garantindo a veracidade, coerência e originalidade. Abordaremos as considerações éticas indispensáveis, como autoria, responsabilidade e plágio, para que você utilize essa tecnologia de forma íntegra e inovadora. Prepare-se para transformar a maneira como você pesquisa e escreve. 5 Unidades de Estudo: • Unidade 1: Inteligência Artificial e a Pesquisa; • Unidade 2: Ferramentas de IA para Pesquisa Acadêmica; • Unidade 3: Auxílio da Inteligência Artificial na Pesquisa; • Unidade 4: Análise Crítica e Aprimoramento de Textos Acadêmicos Gerados por IA. 6 Sumário Inteligência Artificial e a Pesquisa Ferramentas de IA para Pesquisa Acadêmica Auxílio da Inteligência Artificial na Pesquisa Análise Crítica e Aprimoramento de Textos Acadêmicos Gerados por IA Unidade 1 Inteligência Artificial e a Pesquisa 8UNIDADE 1 Inteligência Artificial e a Pesquisa A inteligência artificial (IA) refere-se a sistemas computacionais capazes de realizar tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana, como aprendizado, raciocínio e tomada de decisões. Nos últimos anos, avanços em poder computacional e disponibilidade de dados permitiram que a IA se expandisse rapidamente, impactando áreas como ciência, indústria, saúde, segurança cibernética e até setores criativos, como arte e música (Xu et al., 2021; Anantrasirichai; Bull, 2020). Os modelos generativos são os que se baseiam em redes neurais profundas, conseguindo criar textos, imagens e códigos originais a partir de comandos simples, ampliando o potencial criativo das máquinas, mas também trazendo desafios éticos e de confiabilidade (Banh; Strobel, 2023). Esse modelo se tornou muito popular a partir do final de 2022, com a criação de ChatGPT da OpenA, desencadeando uma transformação gradual, porém profunda, na atividade científica. O impacto desses modelos é tamanho que alguns o comparam à criação do primeiro periódico científico em 1665, sinalizando uma potencial redefinição da autonomia dos cientistas e instituições na produção e legitimação do conhecimento (Vasconcelos; Marušić, 2025). Já em 2021, a discussão sobre o impacto do GPT-3, um predecessor do ChatGPT, na escrita acadêmica evidenciava sua capacidade de produzir textos com notável semelhança à escrita humana, levantando questões sobre autoria e criatividade (Boa Sorte et al., 2021), sistemas inteligentes adaptam conteúdos às necessidades individuais, oferecem feedback personalizado e ajudam na identificação de dificuldades de aprendizagem, promovendo experiências educacionais mais inclusivas e eficazes (Anantrasirichai; Bull, 2020). A IA Generativa é vista como uma tecnologia de “uso dual”, com potencial para reconfigurar tanto os meios, como a pesquisa é conduzida e os artigos são escritos, quanto os fins da ciência, quais questões são investigadas e como o conhecimento é validado (Vasconcelos; Marušić, 2025). Uma característica distintiva dessa nova onda de IA é sua acessibilidade. Diferentemente de sistemas de IA preditiva mais antigos, que frequentemente exigiam conhecimento técnico especializado, os modelos de IA Gen atuais, como GPT-4o, Llama 3, entre outros, possuem interfaces de linguagem natural e são pré-treinados em vastos conjuntos de dados. O que reduz significativamente as barreiras de uso, permitindo que indivíduos sem formação em ciência da computação ou programação interajam e utilizem esses sistemas complexos com relativa facilidade. (Vasconcelos; Marušić, 2025). 9UNIDADE 1 Inteligência Artificial e a Pesquisa O surgimento de modelos de linguagem sofisticados abriu um leque de possibilidades para a aplicação da IA tanto no ensino superior quanto na produção científica. Isso, pois a IA tem o potencial de transformar fundamentalmente as dinâmicas de ensino, aprendizagem e pesquisa nas universidades (Henning, et al., 2023). A Inteligência Artificial pode desempenhar um papel significativo como ferramenta de apoio em diversas etapas da elaboração de um artigo acadêmico e pesquisas, desde a concepção inicial do tema até o desenvolvimento das seções que compõem o trabalho. Sua capacidade de analisargrandes volumes de dados é particularmente promissora em diversas áreas, com o processamento de linguagem natural para análise de textos e discursos (Vasconcelos; Marušić, 2025). Para a área acadêmica, isso significa uma otimização do tempo e uma expansão dos recursos disponíveis, permitindo focar em aspectos mais analíticos e criativos do trabalho científico (Boa Sorte et al., 2021). Pervin et al. (2024) em seu estudo investigam como a inteligência artificial generativa é percebida e utilizada por professores e estudantes de diferentes países, abordando que 81,79% dos participantes conhecem e/ou utilizam ferramentas de GenIA, e que os usos predominantes são para buscar informações (44,3%) e parafraseamento (39,4%). Mas também é utilizado para aprendizagem autônoma (28,5%) e redação de textos (27,2%). Ferramentas específicas, como o Research Rabbit, auxiliam na busca e visualização de redes de artigos, e o Consensus, extrai e destila descobertas diretamente de pesquisas científicas, exemplificam como a IA pode agilizar a revisão de literatura e a síntese de conhecimento (Rivero, 2022). 1.1. Modelos de Linguagem Para compreender o salto qualitativo da IA na geração de texto, é fundamental entender a arquitetura que sustenta muitos dos modelos mais avançados: os Transformers, modelo proposto originalmente por Vaswani e colaboradores em 2017, essa arquitetura revolucionou o Processamento de Linguagem Natural (PLN) ao superar limitações de modelos anteriores, como as Redes Neurais Recorrentes (RNNs) e as Redes Neurais Convolucionais (CNNs), que processavam o texto de forma predominantemente sequencial, dificultando a captura de relações de longo alcance entre as palavras. 10UNIDADE 1 Inteligência Artificial e a Pesquisa Os pilares da arquitetura Transformer incluem: • Autoatenção (Self-Attention): que permite que o modelo avalie a importância de todas as palavras em uma sequência de entrada simultaneamente, ao invés de processá-las uma a uma. Ao gerar uma representação para uma palavra específica, o modelo pode “prestar atenção” a outras palavras na frase, mesmo que distantes, ponderando sua relevância para o contexto. Isso resulta em uma compreensão mais rica das dependências globais no texto. • Paralelização: ao contrário das RNNs, que processam palavras sequencialmente, os Transformers podem processar todos os elementos de uma sequência em paralelo. Essa capacidade não apenas acelera o processamento durante a geração de texto, mas também torna o treinamento desses modelos em grandes volumes de dados muito mais eficiente e rápido. • Atenção Multi-Cabeças (Multi-Head Attention): em vez de aplicar a autoatenção uma única vez, os Transformers utilizam múltiplas “cabeças” de atenção que operam em paralelo. Cada cabeça pode aprender a focar em diferentes aspectos das relações entre as palavras, por exemplo, uma cabeça pode focar em relações sintáticas, outra em relações semânticas. As saídas dessas múltiplas cabeças são então combinadas, permitindo que o modelo capture um espectro mais amplo de informações contextuais e construa representações mais ricas e detalhadas da sequência de entrada. Outros componentes importantes da arquitetura Transformer incluem a codificação posicional, que injeta informação sobre a ordem das palavras na sequência, já que o mecanismo de autoatenção por si só não considera a posição, e as estruturas de codificador (encoder) e decodificador (decoder), que trabalham em conjunto para processar a entrada e gerar a saída, respectivamente. A combinação desses elementos resultou em modelos com uma capacidade sem precedentes de entender nuances da linguagem e gerar textos fluidos e coerentes. No entanto, apesar de suas capacidades impressionantes, há um desafio persistente e significativo que limita a confiabilidade e a implementação segura dos LLMs, a tendência de “alucinar” (Towhidul et al., 2024). Este fenômeno refere-se à geração de conteúdo que, embora possa parecer convincente e contextualmente coerente, é factualmente incorreto, sem sentido ou inteiramente fabricado e não fundamentado na realidade ou no contexto de entrada fornecido (Özer, 2024). 11UNIDADE 1 Inteligência Artificial e a Pesquisa A alucinação não é um erro aleatório, mas um problema que surge de interações complexas nos dados de treinamento, no design do modelo e na interpretação dos prompts (Nexla, 2024). É uma falha intrínseca onde os sistemas de IA produzem informações que são plausíveis, mas factualmente imprecisas ou totalmente fabricadas (Shenfield; Lee, 2025). Uma característica particularmente perigosa é a capacidade do modelo de apresentar essas informações errôneas com um tom de certeza e confiança, dificultando a distinção para os usuários. A sua ocorrência levanta preocupações significativas, pois pode levar à disseminação de informações falsas ou enganosas, comprometendo a confiança do usuário e a credibilidade das aplicações baseadas em IA. As alucinações em LLMs manifestam-se de diversas formas, como: • Imprecisões Factuais: o modelo gera informações incorretas sobre fatos históricos, científicos ou biográficos. Um exemplo notório é o Google Bard alegando incorretamente que o Telescópio Espacial James Webb capturou as primeiras imagens de um exoplaneta, quando a NASA confirmou que as primeiras imagens de exoplanetas foram obtidas muito antes do lançamento do Webb (Nexla, 2024). • Informações Fabricadas/Citações Inexistentes: criação de artigos, autores, periódicos, casos jurídicos ou citações inteiramente fictícios, que, embora pareçam convincentes, não têm base factual. Um caso amplamente divulgado envolveu um escritório de advocacia que foi multado por submeter uma pesquisa jurídica gerada pelo ChatGPT que incluía citações falsas e casos judiciais inexistentes (Shenfield; Lee, 2025). • Contradições: a saída do modelo não se alinha com a entrada fornecida ou contradiz informações geradas anteriormente no mesmo texto, ou em interações diferentes (Nexla, 2024). • Confabulações Temporais: o modelo embaralha a linha do tempo, relatando eventos como se tivessem ocorrido em um período diferente do real. • Código ou Funções Imaginárias: geração de funções ou bibliotecas de código inexistentes que não seriam executadas quando testadas. • Respostas Sem Sentido: produção de texto que não faz sentido factual ou lógico (Nexla, 2024). • Informações Prejudiciais: fabricação de conteúdo difamatório ou prejudicial à reputação de indivíduos, ou empresas. Exemplos incluem o ChatGPT alucinando que um professor universitário havia feito comentários sexuais inadequados ou que um prefeito foi preso por suborno, sem qualquer base na realidade. 12UNIDADE 1 Inteligência Artificial e a Pesquisa Por isso, apesar do entusiasmo com as inovações, uma série de desafios significativos precisam ser enfrentados. O principal deles é o Desafio Ético, que exige a garantia do uso responsável da IA, incluindo a prevenção do plágio e da disseminação de desinformação, a manutenção da integridade científica em todas as etapas da pesquisa e o enfrentamento dos vieses algorítmicos que podem perpetuar desigualdades ou distorcer resultados (Vasconcelos; Marušić, 2025). Outro desafio é a Qualidade da Informação Gerada, pois a precisão das respostas e do conteúdo gerado pela IA está intrinsecamente ligada à qualidade e à abrangência dos dados com os quais foi treinada e, ainda hoje, persiste-se o risco de geração de informações e referências falsas, desatualizadas ou enganosas (Costa et al., 2025). Por isso, a inteligência artificial deve ser utilizada como ferramenta e não deve ficar à frente de uma pesquisa, de uma contribuição científica, deve apenas, auxiliar e o acadêmico deve validar todos os dados apresentados. Unidade 2 Ferramentas de IA para Pesquisa Acadêmica 14UNIDADE 2 Ferramentas de IA para Pesquisa Acadêmica Com o avanço das tecnologias baseadas em inteligência artificial,surgiram ferramentas que otimizam significativamente o processo de busca e análise de informações científicas. Nesse contexto, os mecanismos de busca acadêmica inteligente tornam-se aliados indispensáveis para pesquisadores e estudantes, facilitando o acesso a conteúdos confiáveis e relevantes de forma rápida e precisa. O Consensus é um motor de busca acadêmico que permite fazer perguntas e obter respostas baseadas no consenso da comunidade acadêmica, pesquisando mais de 200 milhões de artigos científicos. Ele fornece um resumo dos principais artigos, citações e informações precisas. O Elicit utiliza IA para encontrar trabalhos acadêmicos relevantes, pesquisando em bancos de dados e extraindo informações importantes. Ajuda a descobrir novas fontes para revisões de literatura, resumir artigos e sintetizar resultados. Atua como um assistente de revisão bibliográfica, respondendo a perguntas com base em artigos científicos e auxiliando na estruturação de pesquisas. O Scite.ai é uma ferramenta de IA que analisa citações para avaliar a confiabilidade das referências em um contexto específico. Fornece visualizações e métricas para compreender o cenário de citações, indicando se um estudo foi citado de forma positiva, negativa ou neutra. O Perplexity é um mecanismo de busca avançado que não apenas responde a perguntas, mas também cita as fontes, oferecendo respostas completas e concisas. As ferramentas de mapeamento de literatura e conexões também são essenciais. O Research Rabbit, conhecido como o “Spotify da pesquisa”, permite aos usuários criar coleções de trabalhos acadêmicos. A IA aprende os interesses do usuário e recomenda notícias e artigos de pesquisa relevantes. É uma ferramenta inovadora de “mapeamento de literatura baseada em citações” que otimiza o tempo de busca por referências. Começa com “artigos semente” e encontra trabalhos relacionados, permitindo visualizar conexões entre artigos (linha do tempo, rede), filtrar por citações ou ordem alfabética, e exibir resumos. 15UNIDADE 2 Ferramentas de IA para Pesquisa Acadêmica O Litmaps encontra e sugere literatura visualmente, mostrando como a literatura se conecta. Ajuda a identificar artigos relevantes, garantir que papers importantes não sejam perdidos e manter-se atualizado. É crucial para revisões de literatura, pois identifica lacunas e fornece uma base para novas pesquisas. Permite buscar em um catálogo de mais de 270 milhões de artigos, encontrando os mais relevantes com base em conexões de citações e referências. Oferece visualizações interativas e a capacidade de anotar artigos. Ferramentas como a Jenni AI atuam como assistentes de escrita projetados especificamente para a redação acadêmica. Elas podem auxiliar em revisões de literatura, seções de metodologia e até mesmo artigos de pesquisa inteiros, com foco na integridade acadêmica e fornecimento de citações para o conteúdo gerado. A Jenni AI ajuda a superar o bloqueio criativo com sugestões e ideias geradas por IA que se alinham ao tópico de pesquisa, além de assistência com formatos de citação adequados. Além disso, modelos de IA generativa de propósito geral, como ChatGPT e Claude AI, são valiosos para a organização e síntese de informações na escrita acadêmica. Outra ferramenta que auxilia na escrita acadêmica seria o Google Gemini, principalmente com a funcionalidade de deep research (pesquisa aprofundada), pois possui capacidade de ir além de uma busca superficial na internet. Em vez de apenas apresentar os resultados mais populares ou com melhor ranqueamento em mecanismos de busca convencionais, essa funcionalidade foi projetada para mergulhar em camadas mais profundas da web, acessando bancos de dados acadêmicos, repositórios institucionais, publicações científicas e outras fontes de alta credibilidade. Ao utilizar o deep research para a pesquisa acadêmica, o usuário pode instruir a inteligência artificial a focar especificamente na busca por artigos científicos, teses, dissertações e publicações de periódicos renomados. Isso significa que, ao solicitar informações sobre um determinado tema, o Gemini pode ser direcionado a priorizar e citar fontes que passaram por revisão por pares (peer review), um pilar fundamental para a validação do conhecimento científico. 16UNIDADE 2 Ferramentas de IA para Pesquisa Acadêmica Assim, o deep research facilita a pesquisa acadêmica utilizando: • Acesso a Fontes Confiáveis: a ferramenta é capaz de distinguir entre fontes de informação com diferentes níveis de credibilidade. Ao solicitar uma pesquisa aprofundada sobre, por exemplo, “o impacto das mudanças climáticas na biodiversidade da Amazônia”, o Gemini pode ser instruído a buscar exclusivamente em portais como SciELO, Google Scholar, PubMed, entre outros, garantindo a fundamentação do trabalho em fontes fidedignas. • Agilidade na Revisão Bibliográfica: a etapa de revisão de literatura, essencial para qualquer pesquisa, é significativamente agilizada. O deep research pode compilar um resumo das principais correntes de pensamento sobre um tema, identificar os autores mais influentes e apresentar uma lista de artigos relevantes, poupando horas preciosas que seriam gastas em buscas manuais. • Identificação de Lacunas na Pesquisa: ao analisar um grande volume de publicações, a ferramenta pode auxiliar na identificação de áreas menos exploradas dentro de um campo de estudo, sugerindo possíveis lacunas que podem se tornar o foco de uma nova pesquisa original. • Obtenção de Citações e Referências: o Gemini pode não apenas encontrar os artigos, mas também extrair as informações de citação em diversos formatos (como ABNT, APA, MLA), facilitando a organização das referências bibliográficas e evitando o plágio acidental. Assim, pode-se observar que o Gemini transcende a um simples buscador. Trata-se de um assistente de pesquisa inteligente, capaz de navegar pelo complexo ecossistema da informação científica e entregar ao pesquisador um material pré-selecionado de alta qualidade. Ao citar e priorizar artigos e fontes confiáveis, o Gemini se torna um aliado estratégico para a construção de trabalhos acadêmicos mais robustos, bem fundamentados e alinhados com o rigor científico exigido. 2.1. O Que São Prompts e Por Que São Cruciais? A interação com modelos de Inteligência Artificial Generativa (IA Gen) ocorre predominantemente através de “prompts”, o qual é a instrução dada a um programa de inteligência artificial que afeta ou determina como aquilo que se especificou é gerado automaticamente. Um “prompt” é, essencialmente, o comando, a instrução ou a pergunta que um usuário fornece a um modelo de IA generativa para que ele produza um determinado tipo de conteúdo, seja texto, imagem, código, entre outros formatos (Salesforce Brasil, 2023). 17UNIDADE 2 Ferramentas de IA para Pesquisa Acadêmica A qualidade e a precisão da resposta gerada pela IA estão intrinsecamente ligadas à qualidade do prompt fornecido, em outras palavras, um prompt bem elaborado tende a gerar resultados mais relevantes, detalhados e úteis (Salesforce Brasil, 2023). É fundamental entender que, apesar de sua sofisticação, os modelos de IA generativa atuais não leem pensamentos, muito menos possuem uma compreensão intuitiva das intenções do usuário. Eles processam a linguagem de entrada e geram uma resposta com base nos padrões aprendidos durante seu treinamento massivo. Portanto, a IA só fornecerá o que o usuário deseja se for instruída de maneira clara e específica. Nesse contexto, surge a “engenharia de prompt” (prompt engineering), que pode ser definida como a arte e a ciência de desenhar, refinar e otimizar os prompts para obter os melhores resultados possíveis dos modelos de IA (Salesforce Brasil, 2023). Trata-se de uma habilidade cada vez mais valorizada, pois permite ao usuário guiar a IA de forma mais precisa, evitando ambiguidades e maximizando a relevânciada saída. A construção de prompts eficazes envolve a aplicação de alguns princípios-chave, que ajudam a comunicar as intenções do usuário de forma clara para o modelo de IA: • Clareza e Especificidade: os prompts devem ser objetivos e concisos, utilizando linguagem descritiva e frases completas. É importante evitar jargões excessivos ou ambiguidades que a IA possa interpretar de maneira equivocada. Quanto mais detalhes relevantes forem fornecidos, melhor a IA poderá atender à solicitação. • Contextualização: fornecer contexto é essencial. Isso inclui explicar o objetivo da solicitação, o público-alvo do texto a ser gerado, o formato desejado, o tom e o estilo de escrita esperado. • Perguntas Abertas e Específicas: em vez de perguntas que podem ser respondidas com um simples “sim” ou “não”, deve-se optar por perguntas abertas que incentivem a IA a fornecer respostas mais detalhadas e informativas. Ao mesmo tempo, essas perguntas devem ser específicas o suficiente para direcionar a IA. • Definição de Persona/Papel: uma técnica poderosa é instruir a IA a “atuar” como um determinado especialista ou a adotar uma persona específica. Por exemplo, pode-se pedir à IA que responda como um “pesquisador sênior em biologia molecular”, um “revisor crítico de artigos científicos” ou um “defensor de uma teoria sociológica particular”. • Iteração e Refinamento (Prompt Chaining): raramente o primeiro prompt gera o resultado perfeito. É comum e recomendável interagir com a IA. Se a resposta inicial não for satisfatória, pode-se dar seguimento com novos prompts, solicitando ajustes, aprofundamentos ou correções. Essa técnica, conhecida como prompt chaining, envolve dividir tarefas complexas em uma sequência de prompts menores e mais gerenciáveis, refinando progressivamente a saída da IA. 18UNIDADE 2 Ferramentas de IA para Pesquisa Acadêmica • Técnicas Avançadas de Prompt: além dos princípios básicos, existem técnicas mais estruturadas para a elaboração de prompts, como: • Zero-shot prompting: consiste em dar um comando direto e objetivo à IA, sem fornecer exemplos prévios do resultado esperado. É eficaz para tarefas simples e diretas. • Few-shot prompting: envolve fornecer à IA alguns exemplos (geralmente de um a cinco) do tipo de resposta desejada. Isso ajuda a IA a entender melhor o padrão e o formato esperados, sendo ideal para tarefas mais complexas ou específicas. • Chain-of-Thought prompting (CoT): particularmente útil para tarefas que exigem raciocínio lógico ou resolução de problemas em etapas. Consiste em instruir a IA a “pensar passo a passo” ou a descrever o processo de raciocínio por trás da construção de sua resposta, o que muitas vezes leva a resultados mais precisos. • Least-to-most prompting: focado em problemas complexos e extensos, essa técnica envolve fazer a IA dividir uma instrução maior em etapas menores e progressivas, detalhando o que precisa ser feito para concluir cada etapa e atingir o objetivo final. • Self-consistency: neste método, o usuário pede à IA que gere várias soluções ou respostas para um mesmo problema e, em seguida, seleciona a mais consistente ou a que melhor atende aos critérios. Isso pode aumentar a robustez da resposta final. A capacidade de traduzir uma necessidade de informação complexa em uma instrução clara e eficaz para a IA é o que determina, em grande medida, a utilidade e a precisão do resultado gerado pelo modelo. Portanto, a engenharia de prompt não é apenas uma curiosidade técnica, mas está se consolidando como uma habilidade essencial para a pesquisa e a escrita acadêmica na era da IA. Se a IA é uma ferramenta, o prompt é a interface de operação da mesma, por isso, é necessária a proficiência nessa operação para seu uso produtivo. 2.3. Exemplos Práticos de Prompts para Diferentes Tipos de Artigos Científicos Seguem alguns exemplos de como os prompts podem ser aplicados em diferentes estágios e para diferentes tipos de produção acadêmica: 19UNIDADE 2 Ferramentas de IA para Pesquisa Acadêmica Revisão de Literatura: • Identificar lacunas: “Aja como um pesquisador experiente em ____________. Analise os seguintes resumos de artigos. Identifique as principais lacunas na pesquisa atual sobre o _________________ e sugira três direções promissoras para investigações futuras. Apresente os resultados em formato de tópicos, com breve justificativa para cada sugestão.” • Resumir e comparar teorias: “Explique a Teoria da _____________ e a Teoria da __________________. Em seguida, compare seus principais pressupostos, mecanismos explicativos e domínios de aplicação. Forneça um exemplo ___________________ que poderia ser interpretado de forma diferente por cada teoria.” Artigos Empíricos: • Refinar questão de pesquisa para Metodologia: “minha questão de pesquisa é: ‘_____________________________’. Pretendo realizar um estudo _______________________. Sugira uma estrutura detalhada para a seção de metodologia, incluindo subseções sobre delineamento da pesquisa, seleção de participantes, instrumento de coleta de dados, procedimentos de coleta e plano de análise temática. Adote um tom formal e objetivo, seguindo as diretrizes da APA 7ª edição.” • Interpretar dados (com cautela e para discussão inicial): “apresento os seguintes resultados de uma pesquisa [descrever brevemente os principais achados quantitativos ou qualitativos]. Considerando a literatura existente sobre, quais são as possíveis implicações desses resultados? Sugira três pontos para iniciar a seção de discussão do meu artigo.” (Lembrete: a interpretação final e a análise profunda devem ser do pesquisador). Artigos Teóricos: • Desenvolver argumento: “quero desenvolver um argumento teórico sobre a relação entre _________________. Ajude-me a estruturar este argumento, identificando premissas-chave, possíveis contra-argumentos e evidências (teóricas ou empíricas hipotéticas) que poderiam sustentar cada ponto. O objetivo é construir uma linha de raciocínio clara e persuasiva.” Outras Seções (Introdução, Conclusão): • Gerar rascunho de Introdução: “preciso escrever a introdução de um artigo sobre _______________________________. O artigo se destina a uma revista de _____________. Gere um rascunho de introdução que inclua: 1) um ‘gancho’ para atrair o leitor, 2) a contextualização do problema, 3) uma breve apresentação da ____________________l, 4) a lacuna na literatura que o estudo pretende preencher, e 5) o objetivo do artigo. O tom deve ser acadêmico e convincente.” 20UNIDADE 2 Ferramentas de IA para Pesquisa Acadêmica • Sintetizar para Conclusão: “com base nos seguintes pontos principais do meu artigo [listar os principais achados e argumentos], redija um parágrafo de conclusão que recapitule as contribuições mais significativas do estudo, reconheça brevemente suas limitações e sugira uma implicação prática ou uma direção para pesquisa futura.” 2.4. Personalização de Prompts para Diferentes Áreas do Conhecimento A eficácia dos prompts pode ser significativamente aumentada pela sua personalização de acordo com as especificidades de cada área do conhecimento. Isso envolve: • Incorporar Terminologia Específica: utilizar o vocabulário técnico e os conceitos-chave da disciplina no prompt ajuda a direcionar a IA para o universo semântico correto. • Referenciar Teóricos, Metodologias ou Paradigmas: mencionar autores, teorias ou abordagens metodológicas consagradas na área pode ajudar a IA a gerar respostas mais alinhadas com as convenções e expectativas do campo. • Ajustar o Nível de Detalhe e Complexidade: as diferentes áreas do conhecimento possuem expectativas distintas quanto à profundidade da análise e à complexidade da argumentação. O prompt deve refletir essas nuances, solicitando um nível de detalhe apropriado. Unidade 3 Auxílio da inteligência Artificial na Pesquisa 22UNIDADE 3 Auxílio da Inteligência Artificial na Pesquisa 3.1 Definição de Tema e Escopo de Pesquisa com Auxílioda IA A escolha de um tema de pesquisa relevante e a delimitação de um escopo factível são passos iniciais em qualquer pesquisa acadêmica. Ferramentas de IA podem ser utilizadas para realizar brainstorming de tópicos de pesquisa com base em interesses gerais ou áreas amplas fornecidas, por exemplo, o prompt a seguir pode gerar boas ideias iniciais para sua pesquisa: “Sugira 5 tópicos de pesquisa inovadores na interseção de ‘neurociência cognitiva’ e ‘processos de aprendizagem em ambientes virtuais’ que sejam relevantes em 2024 e adequados para um trabalho de conclusão de curso em Psicologia”. Além disso, algumas ferramentas de IA são capazes de analisar publicações recentes e identificar tendências em campos específicos, ajudando o pesquisador a se situar na fronteira do conhecimento. Uma vez que um tema mais amplo é identificado, a IA pode auxiliar no seu refinamento, ajudando a delimitar o escopo para torná-lo gerenciável dentro das restrições de tempo e recursos de um projeto de pesquisa, especialmente ao nível de graduação (Sampaio et al., 2024). Por exemplo, a IA pode analisar a quantidade de literatura existente sobre diferentes subtemas, ajudando a identificar um nicho específico que seja, ao mesmo tempo, interessante e viável para investigação. 3.2. Construção de Hipóteses e Objetivos com Auxílio da IA Após a definição do tema e do escopo, a formulação de hipóteses claras ou de perguntas de pesquisa bem definidas, juntamente com objetivos precisos, orienta todo o processo investigativo. A IA pode atuar como uma ferramenta de apoio na revisão da literatura relevante, ajudando a identificar questões ainda não respondidas ou lacunas no conhecimento que podem inspirar a formulação de hipóteses originais. Com base em um conjunto de informações fornecidas, como um problema de pesquisa e alguns artigos-chave, a IA pode ser solicitada a gerar rascunhos de hipóteses ou perguntas de pesquisa. Lembrando que a validação e o refinamento final dessas formulações DEVEM ser de responsabilidade do pesquisador. O auxílio da IA pode, apenas, acelerar o processo e oferecer novas perspectivas. 23UNIDADE 3 Auxílio da Inteligência Artificial na Pesquisa Um exemplo mais avançado, que ilustra o potencial futuro, é o conceito de “IA orientada por hipóteses”, nesse modelo, o conhecimento científico existente sobre um assunto é incorporado diretamente no algoritmo de IA, permitindo que a própria IA ajude a formular e testar novas hipóteses (Madson, 2024). Para o contexto da graduação, a aplicação pode ser mais simples, como instruir a IA: “Dado o problema da evasão escolar no ensino médio e a literatura que aponta fatores socioeconômicos e pedagógicos, quais hipóteses poderiam ser testadas para entender a influência específica do clima escolar nesse fenômeno?”. A IA também pode ser útil no refinamento dos objetivos de pesquisa, tanto gerais quanto específicos, auxiliando o estudante a garantir que sejam claros, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporalmente definidos (critérios SMART), e que estejam em perfeito alinhamento com o tema e a questão central da pesquisa. 3.3. Desenvolvimento das Seções do Artigo com IA A IA pode ser uma aliada na redação de rascunhos iniciais e no desenvolvimento de cada uma das seções tradicionais de um artigo científico. Mas, reforçando um tópico dito em todo esse material, o papel da IA é de assistência e todo o conteúdo deve ser rigorosamente revisado, criticado e adaptado pelo autor humano. Introdução: a IA pode ajudar a gerar rascunhos iniciais para a introdução, contextualizando o problema de pesquisa e justificando sua relevância. Pode-se solicitar à IA que identifique “ganchos” (estatísticas impactantes, citações relevantes, ou anedotas breves) para capturar o interesse do leitor desde o início. Um prompt que pode ser aplicado para refinar um rascunho de introdução ou outra seção, seria: “Analise este trecho e sugira melhorias para torná-lo mais [descritivo, objetivo, envolvente, formal, etc.]. Mantenha a essência do conteúdo, mas ajuste o ritmo, a escolha de palavras e a estrutura das frases”. Revisão de Literatura: esta é uma área onde a IA tem demonstrado grande potencial. Ferramentas especializadas como Elicit.org são projetadas para auxiliar na busca de artigos, extrair dados-chave de múltiplos estudos e até resumir informações relevantes. 24UNIDADE 3 Auxílio da Inteligência Artificial na Pesquisa A IA também pode ser instruída a organizar os achados da literatura em temas ou categorias, facilitando a estruturação desta seção. Com supervisão humana rigorosa, a IA pode até mesmo gerar parágrafos que sintetizam as contribuições de vários estudos sobre um ponto específico, embora a verificação da precisão e da correta atribuição seja indispensável. Metodologia: para a seção de metodologia, a IA pode sugerir estruturas com base no tipo de estudo, quantitativo, qualitativo, misto, revisão sistemática, entre outros. Se informações claras sobre o delineamento da pesquisa, participantes, instrumentos e procedimentos de coleta e análise de dados forem fornecidos no prompt, a IA pode auxiliar na descrição detalhada desses componentes. Um prompt que pode ser aplicado seria: “Para um estudo qualitativo sobre ________________, utilizando entrevistas semiestruturadas como principal método de coleta de dados, detalhe os passos e subseções para a seção de metodologia. A análise de dados será feita por meio de análise de conteúdo. A revista alvo é ‘_____________________________________’.” Resultados: a utilização da IA na redação da seção de resultados deve ser feita com extrema cautela. Para dados quantitativos simples, a IA pode, em alguns casos, ajudar a descrever os resultados numéricos de forma textual. Para dados qualitativos, se transcrições de entrevistas ou notas de campo forem fornecidas, a IA pode, teoricamente, ajudar a identificar padrões ou temas emergentes, mas isso requer um software especializado e, mais importante, a análise primária e a interpretação devem ser conduzidas pelo pesquisador. A IA pode, no máximo, gerar rascunhos de apresentação de resultados, que devem ser minuciosamente verificados quanto à precisão e fidelidade aos dados originais. Discussão: na seção de discussão, a IA pode ser útil para ajudar a conectar os resultados obtidos com a literatura revisada anteriormente, apontando para estudos que corroboram ou contradizem os achados. Pode também sugerir possíveis interpretações dos resultados, que devem ser avaliadas criticamente pelo pesquisador à luz do referencial teórico e do contexto da pesquisa. Além disso, a IA pode auxiliar na identificação das limitações do estudo e na formulação de sugestões para pesquisas futuras, com base nas lacunas que o próprio estudo não conseguiu preencher. 25UNIDADE 3 Auxílio da Inteligência Artificial na Pesquisa Conclusão e Resumo/Abstract: para a conclusão, a IA pode ajudar a gerar sínteses dos principais pontos abordados no artigo, recapitulando os achados e sua importância. Da mesma forma, para o resumo (ou abstract), um prompt eficaz seria: “Resuma este texto [colar o corpo principal do artigo] mantendo suas principais ideias e argumentos. O resumo deve ter entre 200 e 250 palavras e preservar a clareza e coerência do conteúdo, destacando objetivo, metodologia, resultados principais e conclusão”. O uso da IA na estruturação de artigos e, de forma ainda mais incipiente, na formulação de hipóteses, sugere uma potencial transformação no processo de criação e análise científica. Tradicionalmente, a definição do tema, a formulação de hipóteses e a estruturação do texto são processos cognitivos predominantemente individuais, mediados talvez pelo diálogo com orientadores ou pares. A introdução de ferramentas de IA como “colaboradoras” nesse processo pode deslocar essa dinâmica de um esforço puramente linear e introspectivo para um modelo mais interativoe exploratório, onde o pesquisador dialoga com a IA para testar, refinar e expandir suas ideias. A “IA orientada por hipóteses” é um exemplo de como a IA pode não apenas organizar informações existentes, mas também participar ativamente da geração de novas linhas de investigação, transformando a fase inicial da pesquisa de uma busca solitária para uma exploração assistida. Contudo, essa colaboração também embute um risco. Se um grande número de pesquisadores começar a utilizar ferramentas de IA para estruturar seus trabalhos, e essas ferramentas operarem com base nos mesmos modelos e dados de treinamento massivos, pode surgir uma tendência à homogeneização de ideias, abordagens metodológicas e até mesmo estilos de escrita. A criatividade, o pensamento divergente e a capacidade de realizar conexões inusitadas, características que são eminentemente humanas, tornam- se, paradoxalmente, ainda mais necessárias para garantir a originalidade e o avanço genuíno do conhecimento. As IAs são treinadas em vastos volumes de texto existente. Se elas ajudam a estruturar artigos e sugerir caminhos com base nesses padrões, há um risco inerente de que as sugestões convirjam para abordagens comuns ou “seguras”, já exploradas na literatura. 26UNIDADE 3 Auxílio da Inteligência Artificial na Pesquisa Questões sobre o impacto na criatividade já eram levantadas com modelos como o GPT-3.3 Para evitar a estagnação ou a produção de trabalhos excessivamente “formulaicos”, o pesquisador precisa utilizar a IA como um ponto de partida ou um interlocutor crítico, mas sempre aplicando seu próprio julgamento, sua bagagem teórica e sua capacidade criativa para ir além do que a IA sugere, buscando ângulos e contribuições verdadeiramente novos para seu campo de estudo. 3.4. Ferramentas de IA para Busca e Gestão de Referências Bibliográficas O cenário de ferramentas para pesquisa e gestão bibliográfica está sendo progressivamente enriquecido com funcionalidades baseadas em IA. Podemos distinguir entre os gerenciadores de referência tradicionais que estão incorporando IA e novas ferramentas de pesquisa assistida por IA. Alguns gerenciadores de Referência Tradicionais que possuem interação com a inteligência artificial são: • Mendeley: este gerenciador tem incorporado funcionalidades de IA, como o recurso “Related Papers”. Essa função utiliza IA para analisar o histórico de leitura do usuário e os metadados de sua biblioteca, sugerindo artigos relevantes que poderiam ter passado despercebidos. O Mendeley também oferece ferramentas de anotação inteligente em PDFs, que podem melhorar o fluxo de trabalho de revisão. No entanto, é importante notar que, atualmente, a IA no Mendeley foca mais na assistência à organização e descoberta do que em análises profundas ou geração autônoma de insights de pesquisa. • Zotero com Plugins de IA: sendo um software de código aberto, o Zotero beneficia-se de uma comunidade ativa de desenvolvedores que criam plugins para estender suas funcionalidades. Recentemente, surgiu uma vasta gama de plugins que conectam o Zotero a diversos Modelos de Linguagem Grandes (LLMs) como ChatGPT, Claude, Gemini, entre outros. Esses plugins permitem, por exemplo, realizar buscas semânticas dentro da biblioteca pessoal, resumir PDFs, fazer perguntas e obter respostas sobre o conteúdo de textos selecionados, e até mesmo gerar rascunhos de anotações. Exemplos notáveis de plugins incluem ARIA (AI Research Assistant), Zotero-GPT (que permite usar GPT-3.5 ou GPT- 4 para interagir com a biblioteca), PapersGPT (para análise conversacional de PDFs), AskYourPDF (para fazer perguntas específicas a documentos), ZotAI (que acessa localmente a base de dados do Zotero para análises mais profundas) e Scite for Zotero (que integra as funcionalidades do Scite.ai diretamente na interface do Zotero). 27UNIDADE 3 Auxílio da Inteligência Artificial na Pesquisa Os gerenciadores de referência são ferramentas indispensáveis para aplicar automaticamente os diversos estilos de citação exigidos por periódicos e instituições acadêmicas (como a ABNT). Eles permitem que o usuário mude o estilo de todas as citações e da lista de referências de um documento com poucos cliques. O potencial da IA nessa área vai além da formatação das referências. Futuramente, ferramentas de IA poderão ser capazes de verificar a conformidade de todo o manuscrito com guias de estilo específicos, analisando a formatação de títulos, subtítulos, tabelas, figuras, espaçamento, margens, etc. No entanto, mesmo com o avanço dessas tecnologias, a responsabilidade final pela correção e adequação da formatação do trabalho acadêmico permanece integralmente com o autor. Unidade 4 Análise Crítica e Aprimoramento de Textos Acadêmicos Gerados por IA 29UNIDADE 4 Análise Crítica e Aprimoramento de Textos Acadêmicos Gerados por IA A utilização da Inteligência Artificial na redação acadêmica, embora promissora, exige uma postura de vigilância crítica e um compromisso ético por parte do pesquisador. Textos gerados por IA não são e não devem ser utilizados como produtos finais e infalíveis, muito pelo contrário, eles requerem uma avaliação cuidadosa e, frequentemente, correções substanciais. A avaliação de um texto gerado por IA deve ser multifacetada, cobrindo desde a veracidade das informações até a adequação estilística. Um dos maiores riscos associados aos LLMs é a sua capacidade de “alucinar”, ou seja, gerar informações que parecem factuais e coerentes, mas que são, na verdade, incorretas ou completamente fabricadas (Spinak, 2023). Isso é particularmente perigoso no contexto acadêmico, onde o rigor e a veracidade são fundamentais. Portanto, toda afirmação, dado, estatística e, principalmente, toda referência bibliográfica gerada pela IA deve ser checada de forma independente e rigorosa em fontes confiáveis. A IA, como apontado, não se preocupa intrinsecamente com a verdade da informação, mas sim com sua plausibilidade dentro do contexto aprendido (Spinak, 2023). Assim, é preciso questionar se o texto gerado realmente atende aos objetivos especificados no prompt e se aborda o tema com a profundidade necessária para um trabalho acadêmico. Muitas vezes, as respostas da IA podem ser genéricas ou superficiais, exigindo que o pesquisador adicione substância, análise crítica e nuances. Além disso, embora os LLMs modernos sejam proficientes em gerar texto fluído, é necessário verificar a lógica interna do argumento, a progressão das ideias entre frases e parágrafos, e a conexão adequada entre as diferentes partes do texto. Curiosamente, uma coerência estrutural excessivamente uniforme ao longo de um documento pode ser um indicador de geração por IA, já que textos humanos tendem a apresentar mais flutuações estilísticas dependendo do contexto ou mesmo do estado de ânimo do autor. Mesmo que um texto gerado por IA não seja uma cópia direta de uma única fonte, ele é, por natureza, uma recombinação de padrões e informações presentes em seus dados de treinamento. Isso significa que ele pode ser uma paráfrase muito próxima de múltiplas fontes não explicitadas ou combinar ideias de uma forma que, embora nova em sua combinação específica, carece de originalidade conceitual. 30UNIDADE 4 Análise Crítica e Aprimoramento de Textos Acadêmicos Gerados por IA 4.1. Uso de IA para Revisar e Aprimorar a Clareza, Coesão e Coerência Paradoxalmente, a mesma tecnologia que gera o texto pode ser utilizada para aprimorá- lo. Com prompts específicos, a IA generativa pode atuar como uma ferramenta de revisão sofisticada. • Pode-se solicitar a IA que identifique frases prolixas, ambiguidades, repetições desnecessárias, problemas de concordância ou outros erros gramaticais em um rascunho, seja ele originalmente humano ou gerado por IA e depois editado. • Prompts como “Analise o estilo e a coerência deste texto. Identifique trechos que podem ser melhorados em termosde fluidez, redundância e escolha de palavras. Sugira ajustes para tornar a leitura mais envolvente e natural” podem ser muito úteis para um diagnóstico estilístico. • A IA pode também sugerir alternativas de palavras para enriquecer o vocabulário, ou propor reestruturações de frases complexas para melhorar a clareza e a fluidez da leitura. No entanto, é imperativo que o autor humano mantenha o controle editorial final. A IA deve ser vista como um “segundo par de olhos” ou um assistente de revisão avançado, cujas sugestões devem ser avaliadas criticamente e aceitas, modificadas ou rejeitadas pelo autor com base em seu próprio julgamento e conhecimento. 4.2. Considerações Éticas e Plágio em Textos Gerados com IA O uso de IA na escrita acadêmica levanta questões éticas complexas, sendo as mais prementes as relacionadas à autoria, responsabilidade e plágio. Organismos internacionais de ética em publicação, como o COPE (Committee on Publication Ethics), têm se posicionado firmemente sobre esta questão. A diretriz é clara: ferramentas de Inteligência Artificial, como ChatGPT ou outros LLMs, não podem ser listadas como autoras de um artigo científico. A justificativa é que as IAs não podem atender aos requisitos fundamentais de autoria, como assumir responsabilidade pelo trabalho submetido, declarar conflitos de interesse ou gerenciar acordos de direitos autorais e licenciamento, por não serem entidades legais (Cope Council, 2024). 31UNIDADE 4 Análise Crítica e Aprimoramento de Textos Acadêmicos Gerados por IA Consequentemente, os autores humanos são totalmente responsáveis por todo o conteúdo de seus manuscritos, incluindo quaisquer partes que tenham sido produzidas ou auxiliadas por uma ferramenta de IA. Isso significa que os autores são legal e eticamente responsáveis por qualquer violação da ética de publicação, como plágio, fabricação de dados ou imprecisões (Cope Council, 2024). A transparência é outro pilar ético, autores que utilizam ferramentas de IA na concepção da pesquisa, coleta ou análise de dados, ou na redação do manuscrito, devem divulgar claramente como a ferramenta foi utilizada e qual ferramenta específica foi empregada. Essa divulgação geralmente é feita na seção de Materiais e Métodos ou em uma seção similar do artigo. Existe também o risco de “plágio acidental”, caso as fontes originais das informações processadas e apresentadas pela IA não sejam devidamente rastreadas e citadas pelo autor humano. As ferramentas de detecção de texto gerado por IA, como GPTZero, existem, mas sua eficácia é limitada e controversa. Além disso, já surgem ferramentas projetadas para “humanizar” o texto de IA e contornar esses detectores, tornando a identificação ainda mais complexa. Atualmente, nenhum software de detecção pode garantir 100% de precisão (Spinak, 2023). A integração da IA Generativa desafia as noções tradicionais de integridade científica (Vasconcelos; Marušić, 2025). Um ponto sensível é o alinhamento dos LLMs com valores humanos e o risco inerente de que eles reproduzam ou amplifiquem vieses culturais, sociais ou de gênero presentes nos dados com os quais foram treinados (Vasconcelos; Marušić, 2025). Isso pode afetar a objetividade e a equidade da pesquisa. Assim, hoje, o pesquisador é responsável não apenas pelo que escreve diretamente, mas também pela curadoria, verificação crítica, validação e integração ética do conteúdo que pode ter sido sugerido ou rascunhado por um “colaborador” não humano. 32UNIDADE 4 Análise Crítica e Aprimoramento de Textos Acadêmicos Gerados por IA A ascensão da Inteligência Artificial Generativa (IA Gen) no meio acadêmico tem provocado uma verdadeira revolução nos modos de pesquisar, escrever e divulgar o conhecimento. No entanto, mais do que apenas celebrar os ganhos em eficiência, é essencial refletir criticamente sobre o lugar da criatividade humana em um cenário cada vez mais assistido por máquinas. Você sabia que um dos maiores riscos apontados por pesquisadores é a homogeneização do pensamento científico? Isso ocorre porque os modelos de IA, treinados em grandes volumes de textos já existentes, tendem a sugerir respostas ou caminhos que reforçam o que já foi produzido. O risco, portanto, é que passemos a ver mais do mesmo — artigos com estruturas, argumentos e conclusões similares, baseadas em tendências já consolidadas. Esse fenômeno é chamado por alguns autores de “convergência algorítmica”. Ele ameaça a diversidade epistêmica e o pensamento divergente — características que sempre estiveram na base das grandes descobertas científicas. Afinal, foi justamente quando rompeu com os modelos aceitos de sua época que Einstein formulou a teoria da relatividade, ou quando Darwin propôs a seleção natural. Além disso, vale lembrar que a criatividade não é apenas uma questão de estilo ou inovação estética, mas sim um motor essencial para a delimitação de problemas relevantes, a formulação de hipóteses originais e a proposição de metodologias ousadas. Tais capacidades ainda são intransferíveis à IA, pois envolvem não apenas lógica, mas também intuição, valores, experiências e percepções subjetivas — elementos intrinsecamente humanos. Assim, ao mesmo tempo que a IA nos oferece ferramentas poderosas, ela nos lembra da importância de cultivarmos o pensamento crítico, a originalidade e a responsabilidade intelectual. A IA pode ser um mapa preciso, mas o destino da pesquisa ainda depende das escolhas do condutor. “Não basta produzir mais rápido. É preciso produzir com sentido.” Fonte: Vasconcelos; Marušić (2025.) 33UNIDADE 4 Análise Crítica e Aprimoramento de Textos Acadêmicos Gerados por IA A ascensão da Inteligência Artificial Generativa nos convida a uma reflexão profunda sobre o futuro da pesquisa. Se por um lado temos em mãos uma ferramenta poderosa, capaz de acelerar descobertas e otimizar processos, por outro, enfrentamos desafios éticos e práticos sem precedentes. Confiança vs. Cautela: como podemos confiar em uma tecnologia que, por sua natureza, pode “alucinar” e apresentar informações fabricadas com a mesma convicção de fatos verídicos? A validação rigorosa de cada dado e referência gerada por IA deixa de ser uma opção e se torna uma obrigação do pesquisador. Originalidade vs. Homogeneização: a IA é treinada com base em um vasto volume de conhecimento existente. Ao utilizá-la para estruturar nossos artigos e gerar ideias, corremos o risco de convergir para abordagens comuns, criando uma ciência “formulaica” e sufocando a criatividade e o pensamento divergente que levam a avanços genuínos. Ferramenta vs. Autor: a linha que separa o auxílio da autoria está cada vez mais tênue. A responsabilidade final sobre a integridade, a precisão e a ética de um trabalho é e sempre será do autor humano. A IA é uma colaboradora, mas não pode assumir a responsabilidade pelas implicações do conhecimento produzido. A verdadeira habilidade na era da IA não será apenas saber usar a ferramenta, mas saber quando e como questioná-la, garantindo que a tecnologia sirva à ciência, e não o contrário. Fonte: a autora (2025). 34 Conclusão geral Ao longo desta apostila, exploramos as múltiplas facetas da Inteligência Artificial e sua crescente aplicação na escrita acadêmica e na pesquisa científica. Desde os fundamentos históricos e o funcionamento dos modelos de linguagem, passando pelas estratégias de interação eficaz através de prompts, até a utilização da IA na estruturação de artigos, na análise crítica de textos e na gestão de referências, buscamos oferecer um panorama abrangente e atualizado. As unidades demonstraram que a IA, especialmente em suas formas generativas mais recentes, apresenta-se como uma ferramenta de imenso potencial. Ela pode otimizar processos, auxiliar na descoberta de informações, facilitar a superação de barreiras linguísticas e até mesmo contribuir para a formulação de novas hipóteses de pesquisa. A capacidadede personalizar o aprendizado e de oferecer suporte individualizado também desponta como uma grande promessa para a educação superior. Contudo, a par dessas potencialidades, emergiram também desafios significativos e considerações éticas incontornáveis. A precisão da informação gerada, o risco de vieses algorítmicos, as questões de autoria e responsabilidade, a ameaça do plágio e a necessidade de preservar a integridade científica e a agência humana foram temas recorrentes. Ficou claro que a IA não é uma solução mágica nem um substituto para o intelecto e o rigor do pesquisador. Pelo contrário, seu uso eficaz e ético exige um nível ainda maior de criticidade, discernimento e responsabilidade por parte do usuário. 35 Reforçamos, portanto, a visão da Inteligência Artificial como uma aliada poderosa, mas que demanda um uso informado, crítico e, acima de tudo, ético. A capacidade de formular bons prompts, de avaliar criticamente os resultados gerados pela IA, de integrar suas contribuições de forma transparente e de assumir plena responsabilidade pelo produto final são habilidades que se tornam cada vez mais essenciais no repertório do estudante e do pesquisador contemporâneo. Encorajamos os estudantes a explorarem com curiosidade e prudência o potencial transformador da IA, mas sem nunca abdicarem do rigor científico, da originalidade do pensamento e da autoria responsável que caracterizam a verdadeira produção de conhecimento. A jornada da IA está apenas começando, e sua evolução será contínua. Manter-se atualizado, aprender ao longo da vida e participar ativamente das discussões sobre o papel da tecnologia na academia são, portanto, imperativos para todos que desejam contribuir para um futuro onde a ciência e a tecnologia caminhem juntas em benefício da sociedade. 36 Referências BOA SORTE, Paulo; et al. Inteligência artificial e escrita acadêmica: o que nos reserva o algoritmo GPT-3? Revista EntreLínguas, Araraquara, v. 7, n. esp., e021035, 2021. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/entrelinguas/article/view/15352. Acesso em: 25 jun. 2025. COPE COUNCIL. COPE position – Authorship and AI – English. Committee on Publication Ethics, 2024. 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