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Desafio - Metodologia Científica - 2025.2 Tópico 1 - Fundamentos da metodologia científica Ao definir ou se apropriar do método de pesquisa utilizado na ciência em que é afiliado, cabe ao pesquisador selecionar técnicas de coleta de dados que se alinhem com os objetivos que pretende analisar e com o problema que pretende responder com a elaboração da pesquisa. Desse modo, conforme Lakatos e Marconi (2003), a definição de um método implica diretamente uma pesquisa a partir de rotinas e procedimentos que vão corroborar hipóteses e alinhar resultados e objetivos em um tema de estudo. Nesse sentido, ao observar o impacto dessa dinâmica de escolha do método de pesquisa na perspectiva das ciências da religião, é possível perceber que essa área do conhecimento articula saberes das ciências humanas e das ciências sociais aplicadas, isto é, torna-se necessário compreender esses saberes como parte de um conjunto de relações e dinâmicas que ocorrem entre populações a partir da constituição de comunidades de fé, em que indivíduos realizam experiências e vivências que evocam a sua espiritualidade. Assim sendo, considere a situação a seguir: Diante dos dados apresentados nessa situação, seu desafio é elaborar uma sinopse, isto é, um resumo de um trabalho científico que pode ser desenvolvido como parte de suas contribuições ao grupo de pesquisa do laboratório em que trabalha. Para isso, você deve ressaltar uma hipótese para o trabalho a ser executado, escolhendo também uma metodologia científica e um conjunto de possíveis resultados para esse estudo. Padrão de resposta esperado A construção de uma pesquisa científica, como parte de um processo de reflexão para a elaboração de hipóteses e discussão de resultados, deve ser desenvolvida a partir da escolha de um método, e, para a situação-problema apresentada, o método estatístico e o método histórico são igualmente relevantes, e podem ser usados de forma complementar. À medida que se compreende a reconfiguração do campo religioso como parte de um processo de mobilidade institucional, em que crenças e igrejas têm sua composição e presença na sociedade alteradas pelos processos de trânsito religioso, entende-se que essa questão é histórica e demonstra a presença cada vez mais intensa das religiões pentecostais no Brasil e o declínio do número de fiéis católicos, apesar de essa religião ainda se consolidar como majoritária e ter o menor valor percentual entre as pessoas que realizaram algum tipo de mobilidade religiosa. Tópico 2 - A natureza do conhecimento O conhecimento filosófico, desde a Grécia Antiga, investiga os fundamentos da realidade, problematizando certezas e convidando‐nos a refletir criticamente sobre a experiência humana. Ao longo da história, essa atitude reflexiva foi decisiva para questionar estruturas sociais, políticas e culturais, abrindo espaço para transformações éticas e tecnológicas. Na virada do século XX para o século XXI, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (2001) cunhou a metáfora da "modernidade líquida" para descrever um período em que instituições, vínculos afetivos e referências identitárias se tornam cada vez mais voláteis. Nessa perspectiva, a liquidez expressa a dificuldade de manter estruturas estáveis em meio ao avanço acelerado das tecnologias, à globalização e às mudanças no mundo do trabalho. A partir dessas informações, considere-se parte da situação a seguir: Diante desse contexto: I. Explique o conceito de modernidade líquida e situe‐o no campo da filosofia. II. Relacione a liquidez contemporânea a, pelo menos, dois exemplos de transformações sociais ou organizacionais que afetam a vida cotidiana. III. Justifique, à luz de autores filosóficos ou sociológicos, por que a reflexão crítica é necessária para que indivíduos e organizações se adaptem sem perder sua responsabilidade ética. Padrão de resposta esperado A modernidade líquida, conceito elaborado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman (2001), descreve um estágio contemporâneo da vida social em que nada permanece estável por muito tempo. As estruturas antes sólidas, como o trabalho fixo, os laços familiares e os valores tradicionais, tornaram-se frágeis, voláteis e passageiras. Tal como os líquidos, as relações, identidades e instituições já não mantêm uma forma definida. Tudo está em constante transformação, o que exige dos indivíduos uma capacidade contínua de adaptação. Do ponto de vista filosófico, esse cenário se aproxima do papel da filosofia como campo do saber que busca questionar, refletir e interpretar os sentidos da existência. A filosofia não oferece respostas prontas, mas estimula a dúvida, a problematização e o pensamento crítico. Em um mundo líquido, essa atitude reflexiva é fundamental para compreender a complexidade das mudanças e agir com consciência diante delas. A liquidez contemporânea pode ser observada em diferentes esferas da vida. No mercado de trabalho, por exemplo, a ascensão de modelos como a gig economy, baseada em trabalhos temporários e sob demanda, como motoristas de aplicativo e freelancers, substitui os vínculos empregatícios de longo prazo. Essa nova lógica gera flexibilidade, mas também insegurança e falta de garantias trabalhistas. Outro exemplo é o consumo cultural: com a popularização do streaming e das redes sociais, tendências surgem e desaparecem rapidamente e, assim, moldam comportamentos e padrões estéticos em alta velocidade. Diante disso, é necessário cultivar uma postura filosófica e ética tanto no campo individual quanto organizacional. Segundo Gomes (2001), refletir criticamente sobre a realidade nos permite intervir nela com responsabilidade. No ambiente profissional, isso significa adotar decisões que vão além da eficiência imediata ao considerar impactos sociais, ambientais e humanos. Já, na esfera pessoal, implica assumir uma atitude autônoma diante das informações recebidas: filtrar o que, de fato, contribui para uma vida mais significativa. Além disso, a filosofia lembra que a instabilidade não precisa ser sinônimo de caos. Ela pode representar um convite à reinvenção, à criação de novas formas de convivência, de organização e de sentido. Em vez de buscar respostas definitivas, o conhecimento filosófico nos ensina a conviver com a incerteza de maneira crítica, criativa e ética. Tópico 3 - Técnicas de organização dos dados: fichamentos, resumos e resenhas Toda pesquisa implica o levantamento de dados, que podem ser de diversas fontes e obtidos de maneira direta ou indireta. Na pesquisa bibliográfica, é nítido o modo indireto, pois este se baseia em conteúdo já publicado em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Nesse sentido, Sousa, Oliveira e Alves (2021) argumentam que a pesquisa bibliográfica faz parte de um processo de investigação que tem como objetivo solucionar, responder ou aprofundar as indagações no estudo de um fenômeno. Assim, a sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto. Diante disso, analise a situação descrita a seguir: Nesse contexto, quais instrumentos você utilizaria para responder a cada uma de suas demandas? Justifique a escolha. Padrão de resposta esperado Para a organização dos dados bibliográficos, a técnica de fichamento é indicada, pois possibilita a sistematização das fontes bibliográficas pesquisadas, bem como sua estruturação por temática e a indicação de elementos centrais e citações que merecem destaque. Essa técnica permite fichar de forma breve as principais ideias das fontes pesquisadas, sendo muito útil em uma densa pesquisa bibliográfica. Para a descrição minuciosa do texto destacado, o instrumento mais adequado é a resenha. Ela permite organizar os dados do livro ou artigo pesquisado, relacionar as propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente os aspectos relevantes e descrever as circunstâncias que o envolvem. As resenhas podem ser descritivas ou críticas. A primeira apoia-se em apontar o que está no texto, desde o nome do autor até os pontos essenciais no que diz respeito aoplano geral; nesse caso, não há julgamento do pesquisador. Já a resenha crítica consiste no conceito de valor da obra; portanto, não representa apenas um texto indicativo, já que oferece uma análise interpretativa. Tópico 4 - Métodos científicos As pesquisas científicas devem seguir um método, porque é por meio dele que o pesquisador organiza seu pensamento lógico na construção da sua investigação. Existem diferentes métodos, e em cada um deles há procedimentos correspondentes. Acompanhe a seguinte situação: Os baixos índices de aprendizagem dos alunos da educação básica um ano após o fim da pandemia de covid-19 despertaram o interesse de Luiz Henrique, que decidiu fazer deste o tema de sua pesquisa. No entanto, ele ficou muito perdido quanto à forma de organização e elaboração da pesquisa. Inicialmente, pensou como problema a seguinte questão: “Quais foram os principais fatores que contribuíram para a defasagem de aprendizagem dos alunos na educação básica entre 2020 e 2022 durante a pandemia de covid-19?”. Entretanto, ele teve dúvida de como levantar hipóteses pertinentes. Então, o professor da disciplina de metodologia da pesquisa científica convidou você, um colega mais experiente, para ajudar Luiz Henrique a elaborar as primeiras hipóteses. Além disso, solicitou que ajude seu colega explicando as etapas do método científico relacionadas à proposta dele. Assim, seu desafio será: Formule com Luiz Henrique algumas hipóteses e oriente-o mostrando como deverá olhar para o método científico na hora de elaborar seu projeto de pesquisa. Padrão de resposta esperado Tendo como problema a questão “Quais foram os principais fatores que contribuíram para a defasagem de aprendizagem dos alunos na educação básica entre 2020 e 2022 durante a pandemia de covid-19?”, podem-se levantar várias hipóteses para serem testadas: Hipótese 1 – As crianças ficaram sem suporte para estudar em casa com os pais que estavam em trabalho remoto. Hipótese 2 – Muitos alunos não tinham acesso à internet para acompanhar as aulas remotas. Hipótese 3 – As crianças aprendem melhor com acompanhamento presencial. Hipótese 4 – A evasão escolar foi muito alta no período pandêmico. Hipótese 5 – Muitos professores não sabiam lidar com as tecnologias e, por isso, não conseguiram organizar bem as aulas. Estas e outras possíveis hipóteses podem ser elaboradas, pois são respostas que podem ser confirmadas por meio de pesquisa. Considerando a proposta de pesquisa de Luiz Henrique e o método científico, será preciso, após a definição das hipóteses, verificá-las, o que poderá ser feito a partir de diferentes formas. Ou seja, podem-se entrevistar os alunos, os pais ou os professores ou, ainda, analisar outros estudos já realizados e que tragam subsídios para a validação de suas hipóteses. É importante, ainda, definir quem será o sujeito da pesquisa — ou seja, o fenômeno será observado a partir dos alunos, dos professores ou de outro sujeito? A seguir, devem-se analisar os dados coletados. Portanto, se coletados dados a partir de entrevista, será preciso analisar o sentido do discurso para buscar compreender o que ocorreu no período de aulas remotas com os entrevistados. As hipóteses podem ser verificadas uma a uma por diferentes métodos. Após cuidar de cada uma dessas partes, Luiz Henrique deve ser orientado a redigir seu relatório final ou de resultados, no qual apresentará os resultados da pesquisa. No entanto, deverá apresentar o sujeito do estudo (ou o aluno, ou o professor, dependendo da opção) e trazer informações sobre o sujeito escolhido. Depois, irá descrever seu percurso de investigação, como coletou os dados e qual abordagem escolheu para analisá-los e, por fim, evidenciar os resultados finais. Essas orientações possibilitarão a Luiz Henrique organizar todas as etapas do método com o cuidado que um estudo científico requer. Tópico 5 - Gêneros discursivos acadêmicos e científicos No universo da pesquisa científica, a eficiência na comunicação é essencial para que descobertas, estudos e análises possam ser compartilhados para, posteriormente, construir bases para novas investigações. Nesse contexto, os resumos homotópicos surgem como uma ferramenta valiosa, pois oferecem, de maneira concisa, uma visão geral sobre o conteúdo e o propósito de determinado estudo. Assim, antes de adentrar nas profundezas de um artigo, o leitor tem a oportunidade de avaliar a relevância do tema para suas próprias investigações ou seus interesses. Além de facilitarem o acesso rápido à informação, os resumos homotópicos seguem convenções específicas quanto à linguagem, extensão e estrutura, e abordam geralmente os objetivos, a metodologia, os resultados e as conclusões do trabalho científico. Essa padronização contribui para a uniformização da comunicação acadêmica, o que permite que pesquisadores de diferentes áreas compreendam rapidamente o escopo e a importância do estudo apresentado. Por sua objetividade e clareza, os resumos também desempenham um papel estratégico na disseminação do conhecimento, especialmente em bases de dados e repositórios científicos, em que muitas vezes são o primeiro (e, por vezes, único) contato do leitor com a pesquisa. A partir dessas informações, considere-se parte da situação a seguir: Diante desse contexto, sua tarefa é a seguinte: – Descreva como orientaria o aluno para explicitar a originalidade e a relevância do resumo. – Indique perguntas, estratégias práticas e recursos que favoreçam a reformulação do texto dentro do prazo e dos critérios do congresso. Padrão de resposta esperado Como orientador, é preciso adotar uma postura estratégica e formativa. Primeiro, deve-se reconhecer os aspectos positivos do resumo, como a estrutura adequada e a linguagem científica apropriada, para manter a motivação do aluno. Em seguida, é preciso conduzir uma discussão crítica com ele, ao questionar: “Qual é, de fato, o diferencial da sua pesquisa?” ou “O que faz esse estudo ser relevante agora, neste contexto científico?”. Deve-se estimular o estudante a refletir sobre os impactos teóricos, metodológicos ou práticos do seu trabalho e orientá-lo a reformular os trechos do resumo para explicitar a originalidade e a pertinência da investigação. Também é necessário sugerir que ele leia resumos premiados do mesmo congresso (se disponíveis), para identificar como outros autores enfatizam suas contribuições. Com isso, ele será capaz de reconstruir seu resumo com mais densidade argumentativa, sem comprometer o rigor técnico e a objetividade exigida, mas fortalecendo a visibilidade da proposta científica apresentada. Tópico 6 - Metodologia: do conhecimento prévio à síntese Um projeto de pesquisa em Ciências pode ser organizado de diferentes formas, mas o objeto de pesquisa deve ser desafiador e atrair o interesse dos alunos. A partir dessa ideia, considere que a professora Rita, do 6º ano, precisa elaborar um projeto sobre Ecologia para trabalhar com seus alunos. Como ela poderia organizar este projeto? Elabore um esboço, traçando ações que valorizem a importância do conhecimento prévio dos alunos e que evidenciam as etapas do método científico. Não se esqueça de contemplar as linhas da ciência: entendimento conceitual, desenvolvimento de habilidades e de atitudes. Padrão de resposta esperado Seu esboço poderá ser feito da seguinte maneira: Conteúdo: Ecologia Definição do tema: vídeo motivador - filme sobre o ecossistema Problematização: mesa redonda para discussão do tema e levantamento dos aspectos que ficaram evidentes e que chamaram a atenção da turma. - Escolha do objeto de investigação e elaboração de objetivos a serem alcançados. A professora pode sugerir, por exemplo, o assunto: cadeia alimentar ou biodiversidade. - Levantamento dos conhecimentos prévios: registro das informações que os alunos têm a respeito do assunto. Valorizar suas colocações e, a partir delas, propor a elaboração de hipóteses. - Levantamento de hipóteses: colocação de dúvidas e elaboração de possíveis hipóteses. - Busca de bibliografia sobre o assunto. - Orientaçãodos grupos quanto à divisão de tarefas e de recursos para a investigação (excursão, observação, visita ao zoológico, parque ambiental, entrevistas, leituras etc.). - Suporte e intervenção da professora durante toda a realização da pesquisa, questionando, estimulando a curiosidade e a postura investigativa dos alunos. - Confronto de hipóteses e desenvolvimento de nova pesquisa, se necessário. - Síntese: elaboração das considerações finais. - Divulgação dos resultados: socialização da pesquisa, montagem de uma exposição ou painel. Tópico 7 - Normas técnicas ABNT para a elaboração de trabalhos acadêmicos No ambiente acadêmico e profissional, a produção de textos técnicos e científicos é essencial para a disseminação de conhecimento e para a validação de pesquisas. Uma parte central desse processo é a correta aplicação das normas de citação e referências bibliográficas estabelecidas pela ABNT. As normas da ABNT são reconhecidas e utilizadas em diversas instituições de ensino e pesquisa no Brasil, garantindo a padronização e a clareza na comunicação acadêmica. No entanto, muitos estudantes e profissionais encontram dificuldades em aplicá-las de maneira precisa, o que pode comprometer a credibilidade e a qualidade de seus trabalhos. É necessário que os profissionais dominem essas normas para garantir a integridade e a conformidade de suas produções científicas. Diante disso, imagine a seguinte situação: Agora, sua tarefa é a seguinte: - Elabore um relatório recomendando as ações necessárias para corrigir as citações e referências do relatório de pesquisa, de acordo com as normas da ABNT. No seu relatório, inclua o seguinte: - Análise das falhas encontradas nas citações e referências fornecidas. A proposta de correção detalhada para cada citação e referência, conforme as normas da ABNT. - Um exemplo completo de como o trecho do texto original deve ser formatado, incluindo as citações corretas. - Sugestões de boas práticas para futuros trabalhos de pesquisa, visando à padronização e à conformidade com as normas da ABNT. Padrão de resposta esperado Tópico 8 - Reconhecimento das partes de um projeto de pesquisa A sociedade espera da ciência novas descobertas e soluções. Além de rigor no processo de investigação e na aplicação dos métodos, é necessário comunicar os resultados da pesquisa. Uma das formas sedimentadas na comunidade acadêmica para essa divulgação são os eventos acadêmicos com apresentação de trabalhos, chamados de comunicação científica. Ainda que a pesquisa esteja em andamento, é nesse espaço, junto a outros pesquisadores da temática, que os elementos metodológicos e possíveis resultados podem ser testados em sua recepção ao público especializado. Comentários, correções e sugestões são comuns, contribuindo, assim, para a qualidade das conclusões e ratificando a função do conhecimento científico: um saber com finalidade social. Assim, o texto acadêmico, seja na forma escrita ou oral, deve atender especialmente aos três elementos essenciais: impessoalidade, objetividade e redação correta. Para ajudar o seu amigo, você deve explicar esses três elementos essenciais do texto científico, que orientam a produção e a apresentação de uma comunicação científica. Padrão de resposta esperado Os três elementos essenciais do texto científico são: Impessoalidade: a redação de trabalhos científicos exige certa impessoalidade e imparcialidade. Expressões como: “eu penso”, “parece-me”, etc., demonstram parcialidade na pesquisa e não têm valor científico. Até algum tempo, exigia-se que fosse escrito exclusivamente na terceira pessoa (do singular), mas hoje essa exigência foi flexibilizada, desde que se mantenha a linguagem acadêmica mais distanciada. Objetividade: na escrita de qualquer texto acadêmico, deve-se evitar prolixidade e manter uma linguagem objetiva e clara. Deve-se apresentar o assunto e sua discussão de forma direta e em linguagem acadêmica científica, que é de caráter informativo e racional, ainda que se baseie em dados subjetivos. Clareza e precisão contribuem para a objetividade. Redação correta: uma redação correta é condição indispensável para a boa aceitação da produção de texto. Deve-se relatar a pesquisa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas num único período. O uso comedido de parágrafos, suficiente para ordenar o raciocínio, torna o texto de mais fácil leitura. A cada novo parágrafo, demonstra-se o desenvolvimento do raciocínio. Devem ser realizadas diversas revisões no texto depois de escrito e antes de sua entrega final, retirando todo excesso de palavras e expressões que não fazem falta no contexto da redação. Quanto à apresentação, as boas práticas indicam a leitura do texto, garantindo mais precisão e objetividade. Seguir um roteiro preparado com antecedência alivia a pressão do momento e mantém a apresentação em uma linha coesa, que permitirá conclui-la com sucesso. Tópico 9 - Introdução ao Método de Pesquisa As pesquisas científicas são realizadas em todos os campos da ciência, assim como nos mais diversos cenários, sobretudo nos contextos acadêmicos. Contudo, independentemente do contexto ou da área do conhecimento, haverá sempre uma demanda indispensável para a produção científica: a utilização de um método científico. Tal método, por sua vez, se apresenta em diferentes categorias, originando diversos tipos de métodos científicos. Entre eles estão aqueles considerados clássicos, como é o caso dos métodos indutivo e dedutivo. Diante do exposto, acompanhe a situação a seguir. Com base na situação apresentada, seu desafio é acompanhar o estudante nessa jornada de produção de conhecimento, por meio de duas etapas: 1) Apresentar, de forma breve, os aspectos relevantes e as possíveis limitações ao método indutivo e ao método dedutivo (em dois parágrafos). 2) A partir de seu ponto de vista, indicar, entre os métodos em questão, o que se mostra mais apropriado para a pesquisa a ser desenvolvida pelo discente, destacando, ainda, alguma ressalva ou cuidado que ele precisará ter ao realizar seu trabalho (em dois parágrafos). Padrão de resposta esperado Em relação à primeira etapa, o método indutivo é um procedimento que foca nas generalizações, isto é, parte de problemas e dados específicos para obter considerações e inferências gerais sobre um tema de pesquisa; da mesma forma, esse método está baseado na observação e na experiência, a fim de oferecer e estabelecer uma verdade geral. Entretanto, o método indutivo também é limitado a partir do momento que se observa, por exemplo, que generalizações equivocadas podem conduzir a erros, e as amostras tendenciosas podem enviesar os resultados. O método dedutivo, por sua vez, ampara-se na individualização, destacando uma relação que parte das colocações gerais para a solução e apresentação das especificidades sobre o tema de pesquisa, baseando-se acima de tudo em um processo lógico. Entretanto, esse método também apresenta limitações, como a dificuldade de questionar e abranger todos os conhecimentos prévios sobre um objeto de pesquisa, ou ainda, a sua dificuldade de implementação em situações em que ocorre um número maior de variáveis de estudo. Assim sendo, na segunda etapa, tem-se que o método mais indicado para a pesquisa que o estudante pretende realizar é o indutivo, pois ele é apropriado para situações em que se pretende observar algo individual, para depois generalizar as conclusões obtidas para um contexto mais amplo (no caso, conhecer o perfil de investimento dos estudantes acadêmicos, por exemplo, para traçar o projeto de um produto voltado a este perfil) — ou seja, partir do específico para geral, fazendo uma generalização. Contudo, é recomendável que esse estudante tome cuidado com a generalização que vai realizar, pois esta, se não for cuidadosamente feita, pode levar a uma conclusão equivocada. Por exemplo: ele pretende realizar a pesquisa tomando como amostra os estudantes do ensino superior, para traçar um perfil e um produto que será oferecido para esses estudantes, mas também precisa teraplicação e viabilidade para estudantes de outros cursos e universidades. Ou seja, o cuidado ao generalizar as conclusões de um estudo feito com estudantes do ensino superior diz respeito a não generalizar essas conclusões para outros perfis de estudantes, uma vez que os discentes do ensino superior têm especificidades de renda, consumo, padrão cultural, etc., que os diferenciem em relação a estudantes do ensino médio ou da pós-graduação, por exemplo. Esse fato deve ser captado na pesquisa para reduzir enviesamentos e inconsistências que levem a resultados imprecisos e/ou incorretos. Tópico 10 - Planejamento e projeto de pesquisa A execução da pesquisa científica corresponde a um processo em que a pessoa responsável aprimora continuamente seu desempenho e suas competências, visando estabelecer um diálogo com suas fontes e com a comunidade científica de um modo geral, como enfatizam Marconi e Lakatos (2017). Esse aprimoramento, vale dizer, corresponde ao processo de evolução intelectual, que se estabelece como resultado de uma busca pela elucidação de diferentes problemas de pesquisa. À medida que uma pesquisa avança, a pessoa responsável também desenvolve novas questões que podem ampliar as fronteiras de seu próprio conhecimento e beneficiar a ciência de um modo geral. De acordo com Aquino (2010), as pesquisas científicas elucidam pontos ainda inexplorados do saber humano e, consequentemente, são necessárias para ampliar os limites da ciência. O momento em que os trabalhos de pós-graduação são realizados, em geral, é aquele em que o cientista se aproxima pela primeira vez de um estudo com maior rigor analítico, sobretudo no interesse de criar novas hipóteses e contribuições a sua área de atuação e pesquisa. A partir dessas informações, considere-se parte da situação a seguir. A imagem a seguir possui audiodescrição. Para acessar o recurso, aqui: Audiodescrição de imagem estática (infográfico) Imagem composta por blocos de texto e duas fotografias. Fundo em tom azul-claro. A imagem está organizada em três áreas principais: canto superior esquerdo, canto superior direito e parte inferior central. No canto superior esquerdo, há o seguinte texto: Você trabalha em uma universidade com metodologia científica e orientação acadêmica. Certo dia, recebe Ana Paula, que recentemente concluiu sua graduação em história e pretende dar continuidade ao seu percurso formativo com um mestrado em história social. Ela acredita que essa formação será útil para ampliar e delimitar melhor os seus conhecimentos, podendo ainda qualificar-se para novas e melhores oportunidades no mercado de trabalho. No canto superior direito, há uma fotografia em formato de losango com moldura preta. Mostra um homem sorridente, com barba curta e óculos, usando camisa cinza. Ele está sentado e faz um gesto de positivo com o polegar levantado. Ao fundo, parede branca e janela. Na parte inferior esquerda, há outra fotografia em formato de losango com moldura preta. Mostra duas pessoas sentadas e olhando na mesma direção. À esquerda, uma mulher de pele clara e cabelo castanho. À direita, um homem de pele morena, com cabelo e barba pretos, usando camisa cinza. Ao fundo, estante com objetos coloridos. À direita dessa imagem, o texto: Você explica que, para a seleção do programa de mestrado, deve-se entregar um pré-projeto de pesquisa, isto é, um plano que apresenta o tema e as principais atividades previstas ao longo do curso. Mesmo que tenha elaborado, discutido e apresentado o seu trabalho de conclusão de curso (TCC), Ana Paula ainda tem dúvidas bastante pertinentes. Na parte inferior, o texto: Ela explica que: Abaixo, dois itens sinalizados com losangos vermelhos: – ainda não conseguiu delimitar objetivamente a diferença entre o planejamento da pesquisa e o projeto; – principalmente, desconhece os elementos que devem ser destacados no pré-projeto. Diante desse contexto, responda: a) Quais dicas e esclarecimentos podem ser oferecidos a Ana Paula para ajudá-la a compreender a diferença entre planejamento e projeto de pesquisa? b) Que orientações podem ser fornecidas para que Ana Paula desenvolva um projeto de pesquisa de forma adequada? Padrão de resposta esperado a) A fim de acompanhar e auxiliar Ana Paula na sua tarefa de construção de um projeto de pesquisa, é possível esclarecer inicialmente a primeira questão, isto é, a respeito das diferenças e definições entre um planejamento de pesquisa e um projeto de pesquisa. Os conceitos apresentam diferenças relevantes entre si, mesmo que eventualmente se complementem como parte de uma prática científica e cultural. Desse modo, é necessário afirmar que o planejamento é a primeira das etapas da pesquisa, uma vez que ali Ana Paula irá “pensar” a pesquisa, os seus componentes e suas etapas constitutivas. Trata-se do momento em que a pesquisadora organiza ideias iniciais, faz leituras, reflete sobre os rumos possíveis da investigação, testa instrumentos e avalia a viabilidade da proposta. É uma fase marcada pela flexibilidade, análise crítica e construção de intenções de pesquisa ainda em aberto. Por sua vez, o projeto de pesquisa concretiza esse planejamento e lhe confere materialidade, ao destacar as etapas da pesquisa e os seus elementos gerais. Esse projeto, portanto, é a última etapa do planejamento, destacando o documento que registra as fases previamente desenvolvidas e as atividades a serem articuladas para criar o produto final. O projeto é parte do planejamento e, embora as etapas possam se sobrepor em alguns momentos, o projeto se diferencia por apresentar maior rigor analítico, clareza de objetivos e detalhamento das ações futuras e do desenvolvimento esperado do trabalho acadêmico. b) Compreendida a diferença entre planejamento e projeto, Ana Paula pode agora ser orientada quanto ao modo de construir seu projeto de pesquisa de forma estruturada e adequada. O processo de planejamento pode ser visualizado por meio de uma sequência lógica de rotinas, que ajudam a dar forma à elaboração da proposta. De forma resumida, esse processo pode ser organizado nas seguintes etapas. I. Ideia: momento de identificação de um tema de interesse, ainda amplo, relacionado à área escolhida. II. Plano de intenção: elaboração preliminar de objetivos, perguntas iniciais e justificativas da pesquisa. III. Revisão de literatura: levantamento e leitura de textos teóricos e empíricos que já abordaram o tema. IV. Teste de instrumentos e procedimentos: reflexão sobre quais métodos e abordagens serão mais adequados para desenvolver a pesquisa. V. Projeto de pesquisa, que deve conter os seguintes elementos: · Tema de pesquisa: recorte claro e específico dentro da área escolhida. · Problema e questões norteadoras: formulação da pergunta central da pesquisa e outras questões que ajudem a desdobrá-la. · Objetivos (geral e específicos): definição clara do que se pretende alcançar com a pesquisa. · Hipóteses: possíveis respostas que serão investigadas, quando aplicável. · Justificativa: exposição dos motivos que tornam a pesquisa relevante e necessária. · Embasamento teórico: apresentação dos autores e correntes teóricas que fundamentam a pesquisa. · Procedimentos metodológicos: descrição das estratégias de coleta e análise de dados, tipo de abordagem, fontes e critérios de escolha. · Cronograma e orçamento: previsão temporal para as atividades e, se necessário, estimativa de recursos financeiros. Com base nessas orientações, Ana Paula poderá elaborar um projeto de pesquisa que seja não apenas formalmente adequado ao processo seletivo do mestrado em história social, mas também coerente com os objetivos de sua formação acadêmica e das práticas da pesquisa científica. Tópico 11 - Coleta de dados A Copa do Mundo acontece de quatro em quatro anos e é considerada a maior festa do futebol. Ela reúne povos de todo o mundo que se juntam nos estádios para torcer por sua seleção. Em 2014, o Brasil foi a sede daquela edição. Segundo estatísticas, o país recebeu mais de 1 milhão de visitantes estrangeiros, que circularam pelas12 cidades-sedes brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Manaus e Cuiabá. Veja mais dados de uma determinada partida: Antes do jogo acabar, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quis saber, do total da torcida presente no estádio, quantos estavam com a camiseta da seleção brasileira. E incumbiu você dessa tarefa. Mostre qual informação você deve dar ao presidente, levando em consideração que seu intervalo de confiança será de 95% e erro amostral de 5%, e detalhe os passos que faria para disponibilizá-la. Padrão de resposta esperado 1) Primeiro, deve-se identificar qual é a população na ocasião, que deve ser toda a torcida presente no estádio. Este dado pode ser conseguido em sites oficiais, como, por exemplo, da CBF (www.cbf.com.br). Suponha-se que, ao olhar a fonte, foi identificado um público total, na ocasião, de 60 mil torcedores. 2) Em função do solicitado, e como é muito difícil analisar todos os torcedores, devido ao seu tamanho, deve-se determinar uma amostra representativa e, para o caso, o tipo mais indicado seria o de uma amostragem aleatória simples. Para o cálculo dessa amostra, pode-se utilizar softwares estatísticos (pesquisar calculadora de tamanho da amostra ou calculadora amostral) ou tabelas indicativas desses quantitativos. Para isso, deve-se saber qual é o erro amostral que o solicitante deseja. 3) Após a identificação da amostra necessária para o levantamento, é feita a pesquisa, utilizando uma amostra aleatória para levantar quantos desses estariam usando a camiseta do Brasil e, assim, ter-se o percentual de torcedores que estariam usando a camiseta. Supõe-se que dos 382 torcedores levantados na pesquisa, apenas 168 usavam a camiseta do Brasil. Isso representa 43,75% da amostra. 4) Com o resultado final da pesquisa, informa-se ao presidente que, com 95% de confiança e um erro de ±5%, dos torcedores presentes ao jogo no dia, 43,75% estariam usando a camiseta da Seleção. De outra forma, com 95% de confiança, tendo-se um erro de 5%, que corresponde à 3.000 torcedores a mais ou a menos, dos 60.000 torcedores presentes, 26.250 (43,75%) estariam usando a camiseta da seleção brasileira. Cálculo da amostra - Para a população infinita, a amostra é identificada pela fórmula: n = (Z2. p . q /E2) n = tamanho da amostra. Z = nível de confiança expresso em desvio-padrão E = erro amostral, que é a diferença entre o valor do resultado do cálculo estatístico e o verdadeiro valor que se deseja estimar. p = proporção da população que pertence à categoria estudada no caso. p = número de torcedores vestindo a camiseta do Brasil / pelo número de torcedores da amostra. q = proporção da população que não pertence à categoria estudada, = 1 – p, no caso. q = número de torcedores que não estão vestindo a camiseta do Brasil / número de torcedores da amostra. Como p não é conhecido, utiliza-se a proporção amostral π no valor 0,5, pois, assim, o tamanho da amostra garantirá a precisão desejada apesar de, provavelmente, ser maior do que a necessária. Assim, para a população infinita, utiliza-se a fórmula: n = [Z2. π(1- π )]/E2 - Para a população finita, que é o caso em questão, deve-se usar um fator de correção que é dado por (N-n)1/2 / (N-1) 1/2 Assim, a fórmula a ser utilizada para uma população finita é: n= [Z2 . π2. N] / [Z2 . π2+ E2 (N-1) ] Vamos utilizar o grau de confiança de 95%, que nos dá Z = 1,96 e vamos assumir um erro de 5% (E= 0,05). Determinando a amostra necessária para se realizar a pesquisa: n= [1,962 x 0,52 x 60000] / [(1,962 x 0,52) + (0,052 x (60000-1) ] n= [3,8416 x 0,25 x 60000] / [(3,8416 x 0,25) + (0,0025 x 59999)] n= [0,9604 x 60000] / [(0,9604) + (0,0025 x 59999)] n= [57624] / [(0,9604) + (149,9975)] n= [57624] / [150,9579] = 381,722 =382 torcedores devem ser pesquisados. Tópico 12 - Técnicas de pesquisa A extensão universitária representa um dos pilares fundamentais das instituições de ensino superior ao promover a integração entre academia e sociedade por meio de ações que visam a transformar o conhecimento teórico em impacto social. Nesse contexto, projetos de pesquisa que abordam questões urgentes, como a proteção de mulheres vítimas de violência, desempenham um papel crucial na promoção da justiça e da equidade. Além do ensino, a pesquisa e a extensão são funções importantes das universidades. A extensão é composta por práticas acadêmicas que buscam interligar a universidade e a comunidade por meio da integração entre as demandas sociais e o conhecimento gerado na academia. Além de formar as pessoas, a universidade busca levar o conhecimento, que é produzido dentro da instituição, à comunidade para ajudar no desenvolvimento intelectual e econômico da sociedade. A partir dessas informações, considere-se parte da situação a seguir: Com base nesse contexto, responda a seguinte questão: Que técnica de pesquisa pode ser adotada por Fernando e seu grupo para alcançar os objetivos do projeto, considerando a natureza sensível do tema e a necessidade de obter dados confiáveis e profundos? Justifique sua escolha, articulando aspectos teóricos, como a fundamentação da técnica, e práticos, como sua aplicação no projeto. Padrão de resposta esperado Dentre as técnicas de pesquisa, pode-se recomendar a utilização da entrevista semiestruturada, complementada por grupos focais quando possível. A entrevista semiestruturada permite uma abordagem individualizada, essencial para tratar de temas sensíveis como a violência doméstica. O roteiro semiestruturado garante que os tópicos principais sejam cobertos (por exemplo: contexto da agressão, razões para permanência na relação, acesso a redes de apoio), mas também oferece flexibilidade para explorar nuances específicas de cada caso. É ideal conduzir as entrevistas em ambientes seguros e sigilosos, como centros de acolhimento ou escritórios de assistência jurídica, sempre com o apoio de profissionais de psicologia para evitar revitimização. O uso de um roteiro padronizado facilita a identificação de padrões comportamentais e sistêmicos, que serão úteis para a análise jurídica e a proposição de políticas públicas. Já o grupo focal é uma técnica valiosa para capturar dinâmicas coletivas e trocas de experiências entre mulheres que vivenciaram situações similares. Pode revelar fatores sociais e culturais que influenciam a permanência em relações abusivas. Os grupos devem ser moderados por uma equipe multidisciplinar (juristas, psicólogos e assistentes sociais) para garantir um espaço seguro e produtivo. O registro das discussões permitirá identificar convergências e divergências nas percepções das participantes, enriquecendo a análise qualitativa. A combinação dessas técnicas assegura uma coleta de dados abrangente e ética, alinhada aos objetivos do projeto e à formação jurídica de Fernando. A entrevista semiestruturada fornece profundidade individual, enquanto os grupos focais ampliam a compreensão do contexto social, sendo ambos essenciais para embasar ações de enfrentamento à violência contra a mulher. Tópico 13 - Instrumentos de Pesquisa Os instrumentos de coleta de dados estão muito presentes no dia a dia. Eles são usados em vários contextos, e sua aplicabilidade se adapta a vários tipos de necessidades, sendo algumas delas as pesquisas de mercado, de opinião e de satisfação. Uma famosa indústria de chocolates está lançando no mercado um novo produto. Sua marca é reconhecida por fazer os melhores chocolates do mercado e deseja empreender com um novo produto. Você, sendo o funcionário da consultoria responsável pela coleta de dados, tem a tarefa de estruturar o roteiro de entrevista que os promotores irão usar, sabendo que os consumidores não terão muito tempo para responder e que a companhia não exigiu informações muito abrangentes, mas, sim, informações como perfil do consumidor, aceitação e informações adicionais sobre o que pode ou não ser mudado no produto. Explique o seu roteiro. Padrãode resposta esperado Como a empresa solicita informações básicas, pode-se concluir que ela deseja muitas respostas sobre as perguntas, para, assim, conseguir traçar um padrão de análise de aceitação do novo produto. O nome do produto deve ser mencionado, pois ajudará no processo de fidelização de novos clientes. As perguntas elaboradas para o roteiro de entrevista podem ser estruturadas de várias formas, porém, seguindo uma lógica para que obtenham os dados necessários, como no exemplo: Os elementos, o gênero e a idade vão possibilitar traçar vários panoramas, como, por exemplo, que a faixa etária de mulheres entre 30 a 40 anos teve 95% de aceitação do produto, enquanto que a mesma faixa etária de homens teve 85% de aceitação do produto. As perguntas subsequentes vão responder sobre a aprovação ou não do novo produto. Ainda, existe a opção de pedir para o cliente entrevistado justificar a resposta caso surja alguma dúvida ou uma nova colocação. Tópico 14 - Hipóteses de pesquisa As hipóteses de pesquisa são um instrumento muito valioso no contexto da realização de estudos científicos. Embora não sejam obrigatórias em todos os tipos de pesquisa, quando utilizadas, as hipotéses permitem a formulação de uma solução aceitável ao problema que a pesquisa se propôs a estudar (que será comprovada ou refutada com a realização do estudo). Ao mesmo tempo, colaboram na identificação dos fatores envolvidos no problema e a relação entre eles, favorecendo a elaboração de conclusões. Diante disso, acompanhe a situação a seguir. Tendo conhecimento do problema e da hipótese de pesquisa, responda: a) Quais são as variáveis envolvidas nessa hipótese? b) Quais são os tipos de variáveis (qualitativas ou quantitativas, dependente ou independente)? c) Que relação a hipótese propõe entre essas variáveis? Padrão de resposta esperado a) Variável independente: idade dos investidores. Variável dependente: perfil de investimento (agressivo ou conservador). A idade é a variável que pode influenciar o comportamento dos investidores. Essa variável é chamada de independente, porque é o fator que se presume causar impacto. Já o perfil de investimento (conservador ou agressivo) é a dependente, pois é o que se espera observar como efeito. Uma boa formulação de hipótese depende do reconhecimento claro dessas relações. b) Idade: quantitativa contínua (numérica, geralmente expressa em anos). Perfil de investimento: qualitativa ordinal (classificável em níveis, como conservador, moderado, agressivo). É importante lembrar que a variável idade pode ser tratada como contínua (por exemplo, ao registrar idades específicas) ou categorizada em faixas etárias. Já o perfil de investimento é uma variável qualitativa, mais precisamente ordinal, porque envolve graus de intensidade (mais ou menos propensão ao risco). Identificar corretamente os tipos de variáveis é essencial para escolher os métodos adequados de análise estatística mais adiante. c) A hipótese propõe que quanto menor a idade, maior a propensão ao risco (perfil agressivo); e quanto maior a idade, maior a tendência ao conservadorismo (perfil menos arriscado). Portanto, há uma relação inversa entre idade e propensão ao risco. Tópico 15 - Fundamentação teórica O desenvolvimento de uma pesquisa científica envolve diversos elementos, cada um com um importante propósito no processo por eles formado. Ao iniciar os trabalhos envolvidos no desenvolvimento do estudo, o pesquisador trata, por exemplo, da definição de aspectos como tema, problema e objetivos, que depois são conduzidos para outras etapas do processo, demandando, a elaboração da fundamentação teórica da pesquisa, que ocupa um lugar de destaque entre os demais elementos, derivando de alguns deles ao mesmo tempo que dá suporte a outros. A construção da fundamentação teórica tem relação direta com elementos como problema e objetivos e oferece suporte para outros pontos, como análise e interpretação de dados e formulação de conclusões. Por isso, a fundamentação precisa ser bem estruturada, para que possa atender adequadamente a estas conexões. Agora imagine que você é o orientador de Marcos e deve auxiliá-lo no desenvolvimento da fundamentação teórica de sua pesquisa. Para tanto, você precisa: a) Com base nos objetivos acima descritos, indique no mínimo três assuntos chave para direcionar a estruturação da fundamentação teórica. b) Após a escolha destes três assuntos, indique quais serão os passos seguintes a serem seguidos por Marcos para a estruturação da fundamentação teórica. Padrão de resposta esperado a) Entre os possíveis assuntos chave para o direcionamento da estruturação da fundamentação, é possível considerar: - Gestão empresarial em construção civil - Gestão ambiental - Descarte de Resíduos Já com relação aos passos seguintes a serem seguidos por Marcos, cabe destacar basicamente: - Verificar a literatura que já existe publicada sobre o tema; - Definir o referencial teórico, escolhendo dentre as obras pesquisadas quais serão utilizadas como base teórica. - Formar a fundamentação teórica com o intuito de embasar a escrita do trabalho. b) Escolhendo previamente os assuntos chave que se relacionam com o problema e objetivos de sua pesquisa, Marcos poderá orientar sua buscar por materiais a serem pesquisados e lidos para a construção da fundamentação teórica de seu estudo, e assim buscando obras e autores que irão lhe permitir formar a base teórica necessária para o desenvolvimento de sua pesquisa, dando suporte as ideias e pontos de vista que apresentar, e assim ter sucesso na formulação de conclusões sobre o problema de pesquisa ao final do estudo. Tópico 16 - Normas da ABNT A elaboração de trabalhos acadêmicos exige atenção detalhada às normas de formatação e citação para garantir a integridade e a clareza. As referências e citações asseguram que as fontes utilizadas sejam devidamente creditadas e que o texto reflita a base teórica adequada. Para o sucesso acadêmico, é essencial saber como caracterizar corretamente as referências e citações, além de entender a importância que elas têm na construção de um trabalho rigoroso e respeitoso com os direitos autorais. A partir dessas informações sobre as normas de formatação de trabalhos acadêmicos, analise a seguinte situação: Diante desse contexto: a) Identifique e corrija os erros encontrados para garantir que o trabalho esteja em conformidade com as exigências acadêmicas. b) Elabore um breve relatório explicando os ajustes realizados e a importância de seguir corretamente as normas de citação e referência em trabalhos acadêmicos. Padrão de resposta esperado a) Correção das citações e referências: Citação: "As tecnologias digitais têm um impacto significativo na educação, promovendo novas formas de aprendizado" (Silva, 2020, p. 45). Observação: A citação direta está correta, mas é importante verificar se a formatação da fonte e da página está correta e consistente com a referência. Referência bibliográfica: SILVA, J. Tecnologias digitais e educação. 2. ed. São Paulo: Acadêmica, 2020. Observação: A referência foi corrigida para seguir o formato da ABNT, incluindo a edição, a cidade de publicação e o ano correto. b) Relatório explicativo: A correção das citações e das referências foi essencial para garantir que o trabalho estivesse conforme as normas da ABNT, o que reforça a credibilidade e a integridade acadêmica. As citações diretas devem ser precisas e completas, e as referências devem seguir um formato específico para facilitar a localização das fontes. Seguir essas normas é crucial para respeitar os direitos autorais, bem como para a clareza e a confiabilidade do trabalho acadêmico. image6.png image7.jpeg image8.png image9.png image10.jpeg image11.png image12.png image13.png image14.jpeg image15.png image16.jpeg image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png