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FACULDADE DE TALENTOS HUMANOS DÉBORAH DIAS GONÇALVES MARIA RITA DE CASSIA PRADO CRIMES ELEITORAIS: PROPAGANDA ELEITORAL NO DIA DA ELEIÇÃO UBERABA, MG 2015 DÉBORAH DIAS GONÇALVES MARIA RITA DE CASSIA PRADO CRIMES ELEITORAIS: PROPAGANDA ELEITORAL NO DIA DA ELEIÇÃO Trabalho realizado como preenchimento de requisito para o melhor aproveitamento da disciplina de Direito Penal IV. Profª.: Roberta Toledo UBERABA, MG 2015 SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................ 4 1. DA PROPAGANDA ELEITORAL ................................................................. 5 2. DA TEMPORALIDADE DA PROPAGANDA ELEITORAL ........................... 5 3. DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PERMITIDOS E NÃO PERMITIDOS NO DIA DA ELEIÇÃO ............................................................................................... 7 4. DENUNCIA E JULGAMENTO ..................................................................... 8 5. PENAS ......................................................................................................... 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 12 REFERENCIAS ................................................................................................ 13 CONSIDERAÇÕES INICIAIS A propaganda visa difundir através dos meios de comunicação os partidos políticos e os representantes desses que estarão disponíveis para votação nas eleições do ano que é feita essa divulgação. Regulada especialmente pela lei 9096/95 a propaganda precisa preencher todos os requisitos legais para evitar irregularidades que podem cancelar a candidatura de qualquer pessoa. Tudo isso para proteger o bem jurídico tutelado que nada mais é que a liberdade do voto, o que garante a democracia no Brasil. Alguns meios são permitidos para a propaganda eleitoral e outros podem ou não ser utilizados no periodo de 24 horas até o fim das eleições. Além das penalidades para quem contraria as regras para a propaganda eleitoral, qual sua temporalidade e qual o órgão responsável pela apuração da veracidade atrás de denuncia sobre propaganda irregular serão tópicos abordados no seguinte trabalho. 1. DA PROPAGANDA ELEITORAL A propaganda eleitoral é imprescritível, pois é o meio que os candidatos e partidos políticos expõem suas propostas e objetivos de trabalhos com a intenção de obter votos dos eleitores. Caso seja realizado fora do período permitido acarretará em multa. É vetado propaganda de qualquer natureza em bens cujo dependa da permissão do poder público, ou que a ele pertença, ou de uso comum, como bares, clubes, postes de sinalização, passarelas, entre outros, e áreas públicas, como árvores e jardins; promover, durante a campanha eleitoral, a confecção, utilização e distribuição de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes ou qualquer outro material que possa gerar vantagem ao candidato; realizar shows de artistas, remunerado ou não, em comícios ou reuniões eleitorais para promover candidato; fazer propaganda eleitoral por meio de outdoors e trios elétricos; fazer propaganda eleitoral antecipada. É permitido fazer propaganda eleitoral em bens particulares, independente de licença municipal ou da Justiça Eleitoral, desde que não ultrapassem 4metros e não se oponham à legislação eleitoral; colocar mesas móveis para distribuição de material de campanha e utilizar de bandeiras em vias públicas, desde que não atrapalhem o trânsito de pessoas e automóveis. Estes objetos devem ser colocados entre 6 e 22 horas; uso de alto-falantes ou amplificadores entre 8 e 22 horas. Na internet, é proibida qualquer propaganda eleitoral paga; divulgação em sites de pessoas jurídicas, sites oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta da União, estados, Distrito Federal ou municípios. 2. DA TEMPORALIDADE DA PROPAGANDA ELEITORAL É de suma importância respeitar o calendário eleitoral. A observância desse deve ser precisa uma vez que um dia ou um hora podem definir a tipicidade de determinada conduta. Fazer a divulgação partidária com antecedência consiste em Propaganda antecipada e a divulgação nas 48 horas antecedentes à eleição devem respeitar determinadas regras especificas. Observando a Lei nº 9.504/97, in verbis, temos: Não serão consideradas propaganda antecipada e poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via internet I - a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir tratamento isonômico; II - a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicação intrapartidária; III - a realização de prévias partidárias e sua divulgação pelos instrumentos de comunicação intrapartidária e pelas redes sociais; IV - a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se faça pedido de votos; V - a manifestação e o posicionamento pessoal sobre questões políticas nas redes sociais. Parágrafo único. É vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio e de televisão das prévias partidárias. . Art. 36-B. Será considerada propaganda eleitoral antecipada a convocação, por parte do Presidente da República, dos Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, de redes de radiodifusão para divulgação de atos que denotem propaganda política ou ataques a partidos políticos e seus filiados ou instituições. Quanto ao calendário eleitoral, cada eleição tem uma resolução própria que definirá qual será o dia para o inicio da divulgação partidária, tomando como base a ultima eleição , que foi regida pela Resolução 23404/2014 que permitiu a propaganda a partir do dia 06 de julho de 2014 embasando-se na Lei 9504/97 ,art 36 ,caput e § 2 º Art. 2º A propaganda eleitoral somente é permitida a partir de 6 de julho de 2014 (Lei nº 9.504/97, art. 36, caput e § 2º). § 1º Ao postulante a candidatura a cargo eletivo, é permitida a realização, na quinzena anterior à escolha pelo partido político, de propaganda intrapartidária com vista à indicação de seu nome, inclusive mediante a fixação de faixas e cartazes em local próximo da convenção, com mensagem aos convencionais vedados o uso de rádio, televisão e outdoor (Lei nº 9.504/97, art. 36, § 1º). § 2º A propaganda de que trata o parágrafo anterior deverá ser imediatamente retirada após a respectiva convenção. § 3º A partir de 1º de julho de 2014, não será veiculada a propaganda partidária gratuita prevista na Lei nº 9.096/95, nem será permitido qualquer tipo de propaganda política paga no rádio e na televisão (Lei nº 9.504/97, art. 36, § 2º). § 4º A violação do disposto neste artigo sujeitará o responsável pela divulgação da propaganda e o beneficiário, quando comprovado oseu prévio conhecimento, à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) ou equivalente ao custo da propaganda, se este for maior (Lei nº 9.504/97, art. 36, § 3º). Sendo assim desde 48 horas antes até 24 horas depois da eleição, é proibida a veiculação de qualquer propaganda política na internet ou mediante rádio ou televisão – incluídos, entre outros, as rádios comunitárias e os canais de televisão VHF, UHF e por assinatura. Também não é permitida a realização de comícios ou reuniões públicas. 3. DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PERMITIDOS E NÃO PERMITIDOS NO DIA DA ELEIÇÃO É proibido o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou promoção de comício ou carreata; arregimentação ou propaganda de boca de urna; a divulgação de qualquer partido político, ou comarca. Caso haja descumprimento a estas normas, a pena é detenção de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de serviços à comunidade, e multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50. Nos casos de reincidência, as penas pecuniárias serão aplicadas em dobro. No dia da eleição é permitido ao eleitor manifestar-se individualmente e de forma silenciosa, através de bandeiras, broches, adesivos e dísticos sua preferência de partido ou candidato. Até o término do horário de votação, são proibidas manifestações coletivas. 4. DENUNCIA E JULGAMENTO Qualquer irregularidade ligada às eleições pode ser denunciada à Procuradoria Regional Eleitoral do estado em que ocorrer a irregularidade ou ao promotor eleitoral da zona eleitoral. Caso a irregularidade seja em eleições federais, deve-se procurar a chefia nacional do Ministério Publico Eleitoral, ou seja, o procurador- geral da Republica, de acordo com o Código. Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal deste Código deverá comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou. § 1º Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério Público local, que procederá na forma deste Código. § 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou outros elementos de convicção deverá requisitá-los diretamente de quaisquer autoridades ou funcionários que possam fornecê-los. Apurada a denuncia e instaurado o inquérito para averiguar a veracidade da denuncia, o Ministério Publico Eleitoral irar propor ação que será apreciada pela Justiça Eleitoral. . Caso houver matéria constitucional a ser mérito na ação caberá recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal. O julgamento em primeira instância será feito por juízes auxiliares, contudo a Constituição Federal de 1988 coloca como competência do Supremo Tribunal Federal julgar e aplicar as penas dos crimes eleitorais. Art. 22. Compete ao Tribunal Superior: I – processar e julgar originariamente: d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios Juízes e pelos Juízes dos Tribunais Regionais; 5. PENAS É configurado crime se no dia da eleição ocorrer: a) O uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata; b) A arregimentação de eleitor ou propaganda de boca de urna; c) A divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos. Pena: Detenção de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de R$ 5.320,50 (cinco mil trezentos e vinte reais e cinquenta centavos) a R$ 15.961,50 (quinze mil novecentos e sessenta e um real e cinquenta centavos). No caso de reincidência, as penas pecuniárias serão aplicadas em dobro. (Lei n.9.504, art. 90, § 2º) Uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista (Lei n. 9.504/1997, art. 40). PENA: Detenção de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de R$ 10.641,00 (dez mil seiscentos e quarenta e um reais) a R$ 21.282,00 (vinte e um mil duzentos e oitenta e dois reais). No caso de reincidência, as penas pecuniárias serão aplicadas em dobro. (Lei n.9.504, art. 90, § 2º). Divulgar, na propaganda, fatos que se sabem inverídicos, em relação a partidos ou candidatos, capazes de exercerem influência perante o eleitorado (Código Eleitoral, art. 323, caput). PENA: Detenção de 2 meses a 1 ano ou pagamento de 120-150 dias-multa. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio, ou televisão (Código Eleitoral, art. 323, P.U). Caluniar alguém, na propaganda eleitoral ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime (Código Eleitoral art. 324, § 1º). A pessoa que, sabendo que a imputação é falsa e, mesmo assim, a propala ou a divulga também responde pelo crime. A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida: - Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; – Se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; – Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. PENA: Detenção de 6 meses a 2 anos e pagamento de 10 a 40 dias- multa. Aumento da pena em um terço, se qualquer dos crimes for cometido contra: presidente da república ou chefe de governo estrangeiro, e contra funcionário público, em razão de suas funções. Difamar alguém, na propaganda eleitoral ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. (Código Eleitoral, art. 325, caput). A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. (Código Eleitoral, art. 323 P.U). PENA: detenção de 3 meses a 1 ano e pagamento de 5 a 30 dias- multa. Aumento da pena em um terço, se qualquer dos crimes for cometido contra: presidente da república ou chefe de governo estrangeiro, e contra funcionário público, em razão de suas funções. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. (Código Eleitoral, art. 326, caput) PENA: Detenção de até 6 meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. A pena deixa de ser aplicada se: - o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injuria ou no caso de retorsão imediata que consista em outra injuria. A pena pode será de detenção de 3 meses a 1 ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das penas correspondentes à violência, prevista no Código Penal se a injúria consiste em violência ou em vias de fato, que, por sua natureza ou meio empregado se considere aviltante. Aumento da pena em um terço, se qualquer dos crimes for cometido contra: presidente da república ou chefe de governo estrangeiro, e contra funcionário público, em razão de suas funções. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado. (Código Eleitoral, art. 331). PENA: Detenção de até 6 meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa. Impedir o exercício de propaganda (Código Eleitoral, art. 332). PENA: Detenção de até 6 meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores (Código Eleitoral, art. 334). PENA: Detenção de até 6 meses a 1 ano e cassação do registro se o responsável for candidato. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira (Código Eleitoral, art. 335).PENA: Detenção de 3 a 6 meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. Além da pena cominada, a infração importa a apreensão e a perda do material utilizado na propaganda (Código Eleitoral, art 335, P.U). A participação em atividades partidárias, inclusive comícios e atos de propaganda em recinto fechado ou aberto, de estrangeiros ou brasileiros que não tiverem no gozo de seus direitos políticos (Código Eleitoral, art. 337 caput). Incorrerá na mesma pena o responsável pelas emissoras de rádio ou televisão que autorizar transmissões de que participem as pessoas mencionadas a cima, bem como o diretor de jornal que lhes divulgar os pronunciamentos (Código Eleitoral, art. 337, PU). PENA: Detenção de até 6 meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no art. 239, do Código Eleitoral (Código Eleitoral, art. 338). PENA: pagamento de 30 a 60 dias-multa. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita (Código Eleitoral, art. 299) PENA: reclusão de até 4 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. CONSIDERAÇÕES FINAIS A propaganda eleitoral é um importante instrumento midiático da democracia. Sua principal finalidade é divulgar os partidos e candidatos concorrentes às eleições e com isso permitir com que o povo faça a escolha correta acerca de sues governantes. Contudo, a assim como um meio de divulgação útil e benéfico se não regrada e regulada ela será uma arma na mão daqueles que imbuídos de má-fé utilizam-na para persuasão da população e a formação de sua imagem. Todavia, a Constituição e o ordenamento jurídico brasileiro encarregam- se de regular e taxar os meios permitidos para a divulgação eleitoral. E não só isso, institui junto ao calendário eleitoral as datas parar que não haja erros quanto a isso posteriormente. Deve-se frisar, portanto, que não obedecer ao calendário assim como o uso inadequado de produtos e alguns meios de comunicação são crimes, com penalidade de até 4 anos de reclusão e multa. REFERENCIAS Capez, Fernando Curso de direito penal, volume 3, parte geral:/ Fernando Capez. — 15. Ed. — São Paulo: Saraiva 2011 http://www.tse.jus.br/eleicoes/processo-eleitoral-brasileiro/registro-de- candidaturas/propaganda-eleitoral. Acesso em: 19/9/2015 http://www.tre-df.jus.br/imprensa/noticias-tre-df/2014/Setembro/propaganda- eleitoral-o-que-e-permitido Acesso em: 19/9/2015 http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-08/propaganda-saiba-o- que-pode-e-o-que-nao-pode-durante-campanha-eleitoral http://www.eleitoralbrasil.com.br/index. php/txt/ler/5 Acesso em : 19/9/2015
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