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Aula Crimes contra a pessoa

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Aula Crimes contra a pessoa
Continuação
- Emprego de tortura: é o meio que causa prolongado, atroz e desnecessário sofrimento.
- Meio insidioso e cruel:
Insidioso: é o utilizado com estratagema, perfídia. É o recurso dissimulado, ocultando o verdadeiro propósito do agente que surpreende a vítima e dificulta sua defesa. É o meio disfarçado que objetiva surpreender a vitima indefesa, inocente.
Ex: caso maníaco do parque: atraía a vítima, enganando-a e matava.
Cruel: é a forma brutal de perpetrar o crime, meio bárbaro, martirizante, que revela ausência de piedade.
Ex: matar a paulada, pisoteado, esquartejar vivo.
OBS: Crueldade após a morte: não qualifica o crime
- Meio que possa resultar perigo comum: é o que pode atingir um número indefinido de pessoas. Pode haver concurso com crimes de perigo comum se houver desígnios autônomos.
Ex: atentado terrorista, matar alguém com vazamento de gás, etc..
- À traição: é o ataque sorrateiro, inesperado. É a deslealdade.
Ex: tiro pelas costas e não nas costas.
Obs: se a vítima pressentir o ataque ou tiver tempo de fugir, não qualifica.
- Emboscada: é a tocaia, a espreita, quando o agente se esconde para surpreender a vítima. É ação premeditada.
Ex: jagunços, caso juíza aciolli, etc...
OBS: Na emboscada a vítima fica sem nenhuma possibilidade de defesa.
- Mediante dissimulação: é uma modalidade de surpresa. O agente esconde o seu verdadeiro propósito.
Ex: sujeito faz-se passar por amigo da vítima, ilude a vítima, que fica sem razões para desconfiar do agente e por isso é apanhada de surpresa.
Ex: Sujeito se faz de amigo do outro e o leva para um bar, onde lhe desfere de surpresa uma facada.
- Recurso que dificulte ou impossibilite a defesa: pode ser análoga a traição, emboscada ou dissimulação.
Ex: surpresa, amarrar a vítima, embriagar; filme “brutal”
- Surpresa: é o ataque inesperado, imprevisto e imprevisível. A vítima não pode suspeitar ou desconfiar do agente. Por vezes confunde-se com a traição.
Ex: matar alguém dormindo. 
- Para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime: são elementos constitutivos do tipo. É o fim especial de agir do agente. O outro crime pode ter sido praticado por outra pessoa.
Ex: matar alguém para ocultar o aborto, caso marielly.
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OBS: Premeditação não é qualificadora do homicídio, podendo ser considerada nas circunstâncias judiciais do art. 59 CP. Nem sempre quem pensa antes de matar está incrementando seu dolo. Pode ser que o agente esteja relutando em praticar o crime e isso também pode ser avaliado.
OBS: Todas as qualificadoras do homicídio devem estar abrangidas pelo dolo do agente, pois integram o tipo penal qualificado e poderão ser excluídos pela ocorrência de erro.
2- Homicídio Culposo no CP (art. 121, § 3º CP): para que o homicídio seja culposo há necessidade dos seguintes requisitos:
a) Comportamento humano voluntário;
b) descumprimento do dever de cuidado objetivo (imprudência, negligencia ou imperícia);
c) previsibilidade objetiva do resultado;
d) morte involuntária (poderia ter sido evitada).
AGENTE ---------------NÃO QUER-------------DESCUIDO---------------RESULTADO
 Não assume o risco Negligência
 Imprudência
 Imperícia
OBS: Os delitos culposos seguem o Princípio da Excepcionalidade, ou seja, a regra a que os crimes sejam dolosos, somente sendo culposos quando expressamente previstos em lei (art. 18, § único CP). Logo, se o sujeito pratica um crime de forma culposa e o tipo penal não admite a forma culposa, não há crime.
2.1 Modalidades de culpa:
a) Imprudência: é a prática de uma conduta perigosa ou arriscada e sempre será ativa (culpa in faciendo ou in committendo). Ex: manobrar uma moto- serra perto de crianças, brincar com arma de fogo não travada, pipa com cerol...
b) Negligência: é o desleixo no agir, a displicência, a falta de precaução, a indiferença do agente que, podendo adotar as medidas de cautela, não o faz. É a imprevisão passiva (culpa in ommittendo). O agente não faz o que deveria ser feito.
Ex: mãe que deixa soda cáustica ao alcance das crianças, construtora que deixa de fornecer treinamento ou EPIs para os trabalhadores e estes caem da construção; pai que fica na beira de rio e não cuida do filho que morre afogado, ...
c) Imperícia: é a falta de capacidade, despreparo ou insuficiência de conhecimentos técnicos para o exercício de arte, profissão ou ofício. IMPERÍCIA NÃO É ERRO PROFISSIONAL. Este é acidente escusável, justificável e de regra imprevisível, que não depende do uso correto dos conhecimentos e regras da ciência. Só será imperito quem tiver qualificação para o ato praticado. A imperícia está ligada à atividade profissional.
Ex: médico que deixa pinça dentro de paciente, falta de esterilização de materiais, cirurgião geral que, sem ter especialização em cirurgia plástica realiza abdominoplastia....
2.2- Espécies de Culpa: 
a) Culpa consciente ou culpa com previsão: quando o agente, deixando de observar a diligência a que estava obrigado. O agente prevê um resultado previsível, mas confia convictamente que ele não ocorra. O agente confia na sua capacidade, mesmo prevendo que algo possa ocorrer.
Ex: agente que conduz veículo com neblina na mesma velocidade que dirige em condições normais, mas confia tanto na sua capacidade de direção que acredita que o acidente não irá acontecer. 
 
b) Culpa inconsciente ou sem previsão (culpa ex ignorantia): é a ação sem previsão de um resultado previsível. Não há nexo psicológico entre a ação do agente e o resultado. Ex: sujeito dirige em via mal conservada com descuido e mata alguém, não prevendo o que seria previsível. 
c) Culpa imprópria: decorre do erro de tipo evitável nas descriminantes putativas ou do excesso nas causas de justificação. O agente quer o resultado (dolo), mas em função de um erro responde por culpa. Decorre de erro culposo sobre a legitimidade da ação realizada. É uma culpa por extensão ou assimilação ou equiparação. O agente pensa que está agindo acobertado por uma excludente de ilicitude (discriminante putativa) e em razão disso provoca intencionalmente um resultado ilícito. Apesar de a ação ser dolosa o sujeito responde por culpa na medida em que sua avaliação foi errada. Ex: filho que mora em outra cidade e volta para a CSA dos pais sem avisar, durante a noite. Entra e abre a porta. O pai, pensando se tratar de um ladrão e acreditando estar agindo em legítima defesa bate no filho com um taco de baseball e o mata. Tinha dolo de provocar o resultado, mas por um equívoco, que poderia ter sido evitado (esperado o filho acender a luz, etc..), irá responder por homicídio culposo.
2.3 Graus de culpa: de acordo com a maior ou menor possibilidade de previsão, a culpa poderá ser grave, leve ou levíssima e só será avaliada na aplicação da pena (art. 59, CP). 
2.4- Compensação de culpas: Não existe!!! Se duas pessoas agem com imprudência, uma conduta não anula a outra, ambas respondem. 
2.5- Concorrência de culpas: quando duas ou mais pessoas agem de forma culposa dando causa ao resultado e não sabem uma da outra. Neste caso, todas respondem pelo crime.
Ex: João dirige seu carro na contramão e Pedro dirige seu carro com excesso de velocidade. Eles não se conhecem, mas acabam matando Maria, pobre professora de direito penal, que estava passando pela rua. 
2.6- Concurso de pessoas em crime culposo: a doutrina brasileira admite a co-autoria em crimes culposos, mas não admite a participação.
Ex: dois sujeitos pilotando um avião de forma descuidada matam um passageiro na queda. Ambos não queremo resultado, mas há uma cooperação objetiva entre eles, logo, respondem por homicídio culposo em co-autoria. Sujeito que induz um taxista a dirigir em alta velocidade, pela nossa doutrina, responde como co-autor do resultado.
3- Homicídio culposo no transito: tem maior desvalor da ação e maior pena. Ver o art. 302, CTB.

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