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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Uma das preocupações, particularmente, de quem inicia um curso de graduação ou pós-graduação diz respeito à elaboração de um trabalho de conclusão de curso e principalmente quando se trata de redigir um artigo científico. O artigo é a apresentação sintética, em forma de relatório escrito, dos resultados de investigações ou estudos realizados a respeito de uma questão. O objetivo fundamental de um artigo é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e tornar conhecidos, através de sua publicação em periódicos especializados, a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias que serviram de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados alcançados e as principais dificuldades encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão. Os problemas abordados nos artigos podem ser os mais diversos: podem fazer parte quer de questões que historicamente são polemizadas, quer de problemas teóricos ou práticos novos. Bons estudos! AULA 8 – ARTIGOS CIENTÍFICOS 8 ESTRUTURA DE ARTIGO CIENTÍFICO (PARA PÓS GRADUAÇÃO) Fonte: https://bityli.com/ElzHrhrm Se nunca escrevemos segundo normas do fazer científico, se nunca apresentamos artigos a um periódico científico e não conhecemos como se alcança tal objetivo, talvez uma das possibilidades para melhorar nosso desempenho seja observar o caminho que outros já trilharam. Acostume-se a examinar os artigos científicos já publicados: títulos, resumo, palavras-chave, introdução, desenvolvimento, conclusão, referências, ilustrações (figuras, imagens, tabelas, quadros, diagramas), formas de introduzir citações diretas e indiretas, fonte tipográfica, espaço interlinear etc. Apresentamos a seguir os elementos que não podem faltar para a elaboração do artigo científico, conforme normas desta Instituição de Ensino, como condição para a conclusão do curso. 8.1 Título O título deve ser adequado ao estudo realizado. O bom título é aquele que se limita a exprimir o tema central tratado pela pesquisa. Em geral, podemos nos reportar às referências bibliográficas para ajustar o título que pretendemos dar ao nosso trabalho. Os bons títulos contêm expressões significantes de como a socialização de determinado tema vem sendo feita. Veja o exemplo a seguir na Figura 1, abaixo. Figura 1 – Título de artigo Fonte: https://bityli.com/cbbwsskjt A partir do título procuramos sempre uma conveniência adequada entre aquilo que escrevemos e aquilo que os leitores estão acostumados a ler sobre o tema. Um título não deve ser longo. O subtítulo (que é opcional) serve para a determinação do recorte da pesquisa, em especial o recorte referente às delimitações espacial e temporal (FARIA, 2021). O título de seu artigo pode ser a última ação sua, depois de escrito um texto, ou pode ser a primeira. Não importa qual seja o seu modo de atuar; de toda forma, ao título sempre se volta e é possível melhorá-lo. Às vezes, é necessário restringi-lo, com o uso de algum adjetivo ou advérbio, para que o texto não se apresente excessivamente genérico, excessivamente amplo. Às vezes, precisamos, ao contrário, eliminar algum adjetivo ou advérbio. Tal como a redação de um texto, que demanda revisões, reformulações, mais de uma versão, a definição do título de um artigo científico vai pelo mesmo caminho: implica demoradas reflexões, alterações, substituições de palavras, acréscimos, cortes, até que se chegue a um resultado satisfatório. Em geral, diante de um título podemos nos questionar: é possível dizer o que o título diz com outras palavras para deixá-lo mais claro, mais preciso? É possível eliminar palavras, para deixá-lo mais enxuto, mais contundente, mais interessante? Um título palavroso, verborrágico, em vez de produzir um sentido (que se pode também traduzir por direção, que a palavra comporta), pode conduzir o leitor para outra ordem de considerações, como características idiossincráticas do autor, ou negativas sobre seu éthos, predispondo negativamente o prosseguimento da leitura. Um título também mostra características da instituição a que você pertence (MEDEIRO; TOMASI, 2021). 8.2 Resumo Resumo é um gênero textual que não tem uma forma única. Se aparece ao final de um capítulo, ele será redigido considerando apenas elementos do conteúdo e segundo a ordem de apresentação do texto original. Se aparece em resenhas de livros ou de peças teatrais compreende elementos específicos utilizados para persuadir o leitor ou a adquirir um livro, ou a assistir a uma peça teatral. Já os resumos que aparecem em teses de doutorado, dissertações de mestrado e artigos científicos são em geral escritos com mais rigor e são compostos segundo os mesmos elementos estruturais constituidores desses gêneros textuais: objeto, objetivo, métodos, teoria de base, resultados (FARIA, 2021). A função do resumo é auxiliar o leitor a tomar uma decisão de leitura do artigo científico que tem à frente, ou sobre uma tese ou dissertação de mestrado: o texto merece ser lido na totalidade? Atende aos interesses que tem em vista? Serve, pois, à triagem dos textos a serem lidos, seleção dos textos que servirão de base à pesquisa que se tem em vista? O resumo facilita também o trabalho de indexação bibliográfica. Por isso, precisa ser redigido de forma que possa comunicar com rapidez uma visão concisa do texto, bem como apresentar o que há de mais relevante ou inovador no texto (MEDEIRO; TOMASI, 2021). Resumo é a síntese do texto. O resumo e o abstract deverão ter entre 100 a 250 palavras em espaçamento simples com fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 10, cor preta. Para escrever um bom resumo, se faz necessário finalizar a pesquisa, iniciar o texto falando sobre o tema principal, abordando os principais tópicos trabalhados ao longo do TCC. Não esquecendo de usar frases objetivas, curtas e escritas em voz ativa. 8.3 Palavra-chave A formulação apropriada das palavras-chave de um texto, como temos visto, facilita sua localização e consulta. Daí a necessidade de desenvolver habilidade para relacionar as palavras mais relevantes do trabalho, bem como para encontrar as palavras que despertam interesse da comunidade acadêmico-científica. De igual forma, um pesquisador hábil, diante de um tema de pesquisa, estabelece com mais precisão as palavras-chave que lhe darão acesso a inúmeros textos. Não busca apenas localizar textos, por meio de expressões diretamente relacionadas com seu objeto e problema de pesquisa. Vai além, amplia seu leque de procura; interessa-se por outras expressões similares, afins, que lhe permitam encontrar textos fundamentais para sua investigação (FARIA, 2021). As palavras-chave devem ter ligação direta com os temas centrais da investigação. A partir desses termos é que o leitor terá uma noção do que irá encontrar no desenvolvimento do artigo. Apresentar no mínimo três e no máximo cinco palavras-chave e Keywords em ordem alfabética, imediatamente na primeira linha após o resumo e o abstract, respectivamente. Primeira Palavra. Segunda Palavra. Terceira Palavra (3 a 5 palavras, separadas e terminadas por ponto). 8.4 Introdução Onde irá descrever os aspectos da pesquisa, como justificar a realização, a originalidade e a lógica que levou a tal investigação. As principais contribuições e conclusões devem ser mencionadas na introdução considerando um ou dois parágrafos para cada item das seguintes informações: Contexto, motivação, e principal contribuição. É necessário observar que, como regra geral, a introdução é um texto contendo as percepções e ideias do pesquisador. Não deve colocar citações na introdução, somente no “Desenvolvimento”. - O problema:definição do problema (sem muitos detalhes) com a sua importância, relevância (a solução desse problema ajuda em que?). - Trabalhos anteriores relacionados: uma linha por trabalho relacionado. Geralmente, aqueles que não resolvem o problema ou apresentam apenas soluções parciais. - Contribuições: lista de contribuições, resultados principais. - Organização: “O restante do artigo está organizado da seguinte maneira. A seção 2 apresenta alguns conceitos básicos e discute trabalhos relacionados. A seção 3 detalha o modelo proposto. A seção 4 apresenta um estudo comparativo através de experimentos, enquanto a seção 5 conclui o trabalho. ” 8.5 Desenvolvimento Parte importante de um trabalho científico, onde é exposta de forma ordenada toda fundamentação teórica. Divide-se em seções e subseções, conforme a NBR 6024, que variam em função da abordagem do tema e do método. Para escrever o desenvolvimento, o aluno precisa ter bem claro o seu objetivo geral e os objetivos específicos. No Desenvolvimento (para artigo de revisão) ou nos Resultados e Discussões (artigo original) deve-se apresentar o mínimo de 06 citações. 8.6 Considerações finais - conclusão Trata-se da recapitulação sintética dos resultados da pesquisa, do alcance e as suas contribuições, bem como seu possível mérito. Deve ser breve e basear-se em dados comprovados. 8.7 Referências A Referência bibliográfica é o conjunto de elementos que permitem a identificação de documentos no todo ou em parte, utilizados como fonte de consulta e citados nos trabalhos elaborados. A ordem de apresentação das referências é alfabética. As referências em formato eletrônico ou de “sites” devem fazer parte da mesma ordem alfabética. Deve- se conter no mínimo 06 referências. 8.8 Alterações NBR 6023/2018 Em novembro de 2018, a NBR 6023, que trata das referências bibliográficas, passou por uma atualização. Entre as principais mudanças, se destacam: 1) Sobre a quantidade de autores a serem informados: - Até 3 autores, sempre indicar todos; - Quatro ou mais autores, convém indicar todos, mas também se permite indicar apenas o primeiro, seguido da expressão et al. 2) Uso de itálico passou a ser adotado para as expressões como In e et al. 3) Novos tipos de documentos foram inseridos: - Publicações em redes sociais, podcasts, entre outros; - Documentos civis e de cartórios, como: certidão de nascimento entre outros; - Atos administrativos normativos, como: circular, contrato, deliberação, edital, estatuto, parecer técnico entre outros. 4) Nas referências de documentos de acesso online foram suprimidos os sinais que eram utilizados antes e depois do link de acesso. 5) Indicação de orientador em teses e dissertações: poderá ser informado após o título. ACCORSSI, Aline. Materializações do pensamento social sobre a pobreza. Orientador: Helena Beatriz Kochenborger Scarparo. 2011. 184 f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Faculdade de Psicologia, PUCRS, Porto Alegre, 2011. 6) Autores entidades: deixa de ser obrigatório escrever o nome da entidade responsável pela obra por extenso na referência. Com a nova norma, é apropriado incluir a forma mais conhecida, que inclui também abreviações. Exemplo: IBGE, ao invés de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Este trabalho foi elaborado com o objetivo de auxiliar ao aluno na produção do trabalho científico. Foi feito um estudo bibliográfico de autores como GIL (2008) e relatados normas de elaboração e formatação de normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) como a NBR 14724 (2011) entre outras atuais. As normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) são frequentemente atualizadas, assim, o aluno deverá sempre estar pesquisando sobre possíveis modificações para realizar o trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT, NBR 14724, Informação e documentação — Trabalhos acadêmicos — Apresentação. Rio de Janeiro, 2011. ABNT, NBR 6023: informação e documentação–referências–elaboração. 2.ed. Rio de Janeiro, 2018. FARIA, A. A. Metodologia científica: princípios e fundamentos / Agripa Faria Alexandre. – 3. ed. – São Paulo: Blucher, 2021. GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Projetos Social (5 ed.). São Paulo: Atlas S.A., 2008. MEDEIROS, João B.; TOMASI, Carolina. Redação de Artigos Científicos. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021.