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QUÍMICA ORGÂNICA II Prof. Mariana Müller Reações Orgânicas Considerando que existem milhões de substâncias orgânicas, é fácil concluir que a quantidade de reações possíveis é também muito grande. Embora muito numerosas, as principais reações orgânicas seguem padrões bem definidos, o que facilita a previsão dessas reações. É oportuno também relembrar que as leis gerais da Química continuam valendo na Química Orgânica. Por exemplo: moléculas polares reagem, em geral, melhor que as apolares; ácidos reagem com bases; oxidantes reagem com redutores; e assim por diante. Reações Orgânicas Grandezas como o comprimento das ligações, a energia das ligações e o ângulo formado por ligações vizinhas também nos ajudam a compreender melhor as reações orgânicas. Esse conhecimento básico da reatividade das substâncias orgânicas é muito importante, pois tem reflexos diretos na Bioquímica, na indústria de produtos orgânicos etc. Reações Orgânicas INTRODUÇÃO Normalmente, as reações na Química Orgânica são mais lentas do que na Química Inorgânica; Isso ocorre porque, em geral, as reações orgânicas são moleculares, enquanto as reações inorgânicas são iônicas; As reações iônicas (isto é, as que ocorrem entre íons) são, em geral, rápidas, pois os íons já estão “prontos” para reagir. Por exemplo: Essa reação é espontânea e instantânea, quando feita em solução aquosa em condições ambientes, pois ela se resume em: Em outras palavras, resume-se simplesmente na união dos íons Ag+ e Cl-, que já estavam separados (dissociados) em suas respectivas soluções. Muitas reações da Química Inorgânica são rápidas justamente por serem reações iônicas; As reações moleculares (isto é, as que ocorrem entre moléculas) são, em geral, mais lentas do que as reações iônicas - é o que acontece normalmente com as reações orgânicas. Nesses casos, a reação somente ocorre com a quebra de algumas ligações das moléculas iniciais e a formação de novas ligações, que irão constituir as moléculas finais. Exemplo: INTRODUÇÃO Torna-se muito importante saber de que maneira os átomos se ligam às moléculas orgânicas e como essas ligações podem ser quebradas e reatadas; Para alcançar esse objetivo, é necessário conhecer as principais características físico- químicas das ligações covalentes, a saber: a energia da ligação, o comprimento da ligação, o ângulo formado entre duas ligações vizinhas e a polaridade da ligação. Consideremos dois exemplos: 1º Exemplo: Pelos valores dados, concluímos que a quebra da ligação C-I exige uma quantidade menor de energia (213,2 kJ/mol) do que a quebra da ligação C- Cl (338,6 kJ/mol). INTRODUÇÃO 2º Exemplo: Trata-se de uma reação lenta, pois todas as ligações no CH4 e no Cl2 são apolares. 3º Exemplo: Ao contrário da primeira, essa é uma reação rápida, pois as polaridades elétricas opostas (indicadas abaixo) facilitam a união dos dois grupos CH3. INTRODUÇÃO Por fim e antes de iniciarmos o estudo das principais reações envolvendo os compostos orgânicos, devemos lembrar que qualquer reação nos mostra dois aspectos fundamentais: 1) No primeiro membro, a equação indica como reage o composto (ou compostos) de partida; fala-se, então, em propriedades químicas do reagente; 2) No segundo membro, ela indica como está sendo produzido o composto (ou compostos) final fala-se, então, em preparação do produto final. INTRODUÇÃO Um tipo de reação do hidrocarboneto aromático; E um método de preparação do nitrocomposto. CONCEITO DE REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO Reações de substituição são aquelas nas quais um átomo (ou grupo de átomos) da molécula orgânica é substituído por outro átomo (ou grupo de átomos). Substituições mais importantes... REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS ALCANOS De um modo geral, essas reações são lentas e somente ocorrem com aumento de temperatura, auxílio de luz ultravioleta etc.; O nome hidrocarboneto parafínico (do latim: parum affinis) significa pouca afinidade, pois os alcanos têm somente ligações C–C e C–H , pouquíssimo polarizadas, e relativamente fortes; Essa baixa reatividade é mais uma decorrência do fato de as moléculas dos alcanos serem apolares; em conseqüência, o outro reagente (Cl2, HNO3, H2SO4 etc.) tem mais dificuldade de atacar o alcano. O metano, com excesso de cloro e com o auxílio de calor e de luz ultravioleta, poderá sofrer a substituição dos demais hidrogênios, de modo a obtermos, sucessivamente: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS ALCANOS Usando-se halogênios diferentes, nota-se que o F2 é o mais reativo deles, e que a reatividade diminui na ordem Cl2, Br2, I2; na verdade, o flúor reage tão violentamente que, em geral, destrói a substância orgânica; O iodo nem chega a reagir; desse modo, a halogenação dos alcanos limita-se, via de regra, às clorações e às bromações; REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS ALCANOS Várias experiências mostram que, em geral, a substituição mais rápida é a dos hidrogênios ligados a carbonos terciários, seguida pela dos secundários e, por fim, dos primários; Este fato pode ser explicado, pois no carbono terciário, o carbocátion formado é mais estável do que os demais. O mecanismo de Radicais Livres À medida que a Química foi progredindo, os cientistas não se contentaram em apenas constatar a existência de reações como as mostradas anteriormente; O passo seguinte foi entender como as reações ocorrem; por que algumas são mais rápidas e outras mais lentas; como age a ajuda externa da luz, dos catalisadores; e assim por diante. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS ALCANOS Através de um mecanismo, aonde são mostradas todas as etapas, poderemos controlar melhor a reação, facilitando seu andamento e conseguindo um melhor rendimento; As moléculas das substâncias CH4 e Cl2 são apolares, bastante estáveis e resistem à quebra de suas ligações. A energia da luz, porém, promove a seguinte quebra: Note que, nessa quebra, houve uma repartição eqüitativa dos dois elétrons da ligação covalente; Em outras palavras, cada átomo de cloro acabou ficando com seu próprio elétron: é o que se denomina quebra, ruptura ou cisão homolítica – formando-se os chamados RADICAIS LIVRES. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS ALCANOS Os radicais livres são, em geral, muito instáveis (isto é, de vida muito curta), pois o elétron desemparelhado procura se agrupar a um parceiro. Por esse motivo, a reação continua: Verifique que, na 2ª etapa da reação, o radical livre Cl encontrou um parceiro, que é o H retirado do CH4, formando o HCl. Em contrapartida, o CH4 perdeu o H e se transformou em um novo radical livre, o H3C . Como conseqüência, o H3C parte para o ataque a uma nova molécula de Cl2, segundo: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS ALCANOS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS ALCANOS O novo radical livre Cl , formado nesta etapa, volta à 2ª etapa, de modo que a 2ª e a 3ª se repetem milhares de vezes, para cada molécula de Cl2 que é quebrada na 1ª etapa; É por esse motivo que a 1ª etapa é chamada de etapa de iniciação, enquanto a 2ª e a 3ª são denominadas etapas de propagação da reação global; Aos poucos, os radicais livres das 2ª e 3ª etapas vão sendo transformados por reações do tipo: Subprodutos - não previstos O que acabamos de ver é um exemplo de reação que se processa pelo chamado mecanismode radicais livres; Esse tipo de mecanismo aparece em muitas reações químicas e bioquímicas, sendo responsável, por exemplo, pela maior ou menor polimerização em certos plásticos, pelos processos de envelhecimento de nosso organismo etc. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS ALCANOS As reações de substituição são mais fáceis nos hidrocarbonetos aromáticos do que as observadas nos alcanos, que vimos no item anterior; Nos hidrocarbonetos aromáticos, as reações mais comuns e importantes são: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Mecanismo de substituição eletrofílica (SE) Exemplo: Seu mecanismo é bem diferente do que foi explicado nas substituições nos alcanos (mecanismo de radicais livres). De fato, temos agora: Na reação acima, porém, o FeCl3 forçou uma quebra anormal da molécula de cloro, dando origem ao íon positivo Cl+. Uma quebra desse tipo é chamada de quebra, ruptura ou cisão heterolítica. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS O íon Cl+ formado é muito instável, tem vida muito curta e procura reagir rapidamente; Sendo positivo, a preferência do Cl+ será a de atacar regiões negativas, sendo por esse motivo chamado de atacante ou reagente eletrófilo ou reagente eletrofílico (eletrófilo: “amigo de elétrons”); Resultará na 2ª etapa da reação, que será o ataque do Cl+ ao anel benzênico, que é rico em elétrons, pois dispõe de três pares de elétrons em ligações π em constante ressonância. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Nesse caso, ocorreu um mecanismo iônico, do tipo denominado substituição eletrófila ou eletrofílica (SE), uma vez que a molécula-alvo foi atacada por um reagente eletrófilo (no caso, o Cl+); Contando com o auxílio de um catalisador (FeCl3) e ocorrendo por meio de íons, a substituição nos aromáticos é mais rápida e tem melhor rendimento do que a substituição nos alcanos. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Generalizando, podemos dizer que cada uma das substituições aromáticas terá sua 1ª etapa diferenciada, mas sempre com a formação de um reagente eletrófilo. É o que mostramos a seguir: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Mecanismos... REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS O benzeno reage com ácido sulfúrico fumegante à temperatura ambiente para produzir ácido benzenossulfônico. Ácido sulfúrico fumegante é ácido sulfúrico que contém trióxido de enxofre (SO3) extra. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Influência de um grupo já presente no anel Quando já existe um grupo (G) ligado ao anel benzênico, ele influi em todas as substituições aromáticas descritas anteriormente. Ocorrem, então, duas situações bem distintas: Certos grupos facilitam a reação e orientam a entrada de um segundo grupo para as posições orto e para. É o caso, por exemplo, do grupo CH3 existente no tolueno: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Outros grupos dificultam a reação e orientam a entrada de um segundo grupo para a posição meta. É o caso, por exemplo, do grupo COOH existente no ácido benzóico: Os grupos da classe (a) são denominados ativantes e orto-para-dirigentes; os da classe (b) são desativantes e meta-dirigentes; São grupos ativantes e orto-para-dirigentes em ordem decrescente de intensidade: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS São grupos desativantes e meta-dirigentes em ordem decrescente de intensidade: Mecanismos... REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Os grupos hidroxila e amino são grupos ativadores poderosos e são eficientes orientadores orto- para. Os efeitos eletrônicos no anel benzênico • Vimos, no item anterior, que o grupo G, ligado ao anel benzênico, pode influir na reatividade do anel e na direção da reação de substituição. Isso ocorre devido aos chamados efeitos eletrônicos exercidos pelo grupo G sobre o anel. Esses efeitos são classificados em efeito indutivo e efeito ressonante. Efeito indutivo é a atração ou repulsão de pares eletrônicos formadores de ligações simples (ligações σ), decorrente da diferença de eletronegatividade dos átomos formadores da ligação. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Efeito ressonante é a atração ou repulsão dos elétrons em ligações π das ligações duplas ou triplas, quando eles entram em ressonância com o próprio anel benzênico. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS • Aqui também existem grupos que são doadores de elétrons para o anel, como, por exemplo, o grupo O-CH3: • Neste caso, o grupo O-CH3 está ativando o anel, pois lhe está fornecendo elétrons e aumentando sua densidade eletrônica. Além disso, está dirigindo a reação de substituição para orto-para onde se concentram as cargas negativas (continue lembrando-se de que o atacante eletrófilo é positivo). Outros grupos, pelo contrário, atuam como receptores de elétrons do anel, como, por exemplo, o grupo Neste caso, o grupo está desativando o anel, pois lhe está retirando elétrons e diminuindo sua densidade eletrônica. Além disso, o grupo atacante eletrófilo (que é positivo) prefere atacar as posições meta, já que as posições orto-para estão positivadas. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Quando o grupo G tem, simultaneamente, efeitos indutivo e ressonante como elétron-doador, ele será ativante e orto-para-dirigente; Quando o grupo G tem, simultaneamente, efeitos indutivo e ressonante como elétron-receptor,ele será desativante e meta-dirigente; Quando o grupo G tem efeitos indutivo e ressonante opostos, vencerá o efeito mais intenso. Reações fora do anel benzênico Um hidrocarboneto benzênico é formado pelo anel e por uma ou mais ramificações acíclicas e saturadas (alquilas), isto é, ramificações semelhantes às dos alcanos. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Essa reação é idêntica à da cloração do metano. Como naquele caso, ela pode prosseguir em presença de excesso de cloro: Note, por fim, uma diferença importante: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS O caminho duplo é um fato muito comum na Química Orgânica: mudando-se as condições da reação (presença ou não de luz, calor ou catalisador), muda também o produto formado. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Os haletos alifáticos são muito reativos e, a partir deles, podemos sintetizar praticamente todas as demais funções orgânicas; O maior inconveniente dessasreações reside no preço elevado dos haletos, que limita sua aplicação às reações de laboratório e a certos tipos de reações industriais, classificadas atualmente como sendo reações de “Química Fina”, pois se destinam à fabricação de produtos de preço elevado, como medicamentos (Foto A), corantes especiais (Foto B), cosméticos (Foto C). REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HALETOS ORGÂNICOS Principais reações dos haletos orgânicos REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HALETOS ORGÂNICOS Note que as reações acima se assemelham a reações de dupla troca, em que o halogênio (X) é substituído por diferentes grupos, resultando em inúmeras funções orgânicas diferentes; É importante também notar que a retirada de HX ou NaX, compostos inorgânicos altamente estáveis, força essas reações a caminhar para a direita, dando-lhes um rendimento elevado, fato que nem sempre é comum em reações orgânicas; A reatividade diminui dos iodetos para os fluoretos, porque do iodo para o flúor aumenta a energia da ligação C-X. Além disso, a reatividade também diminui na ordem: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HALETOS ORGÂNICOS Os haletos de arila (aromáticos) são menos reativos que os haletos de alquila (alifáticos), devido à ressonância existente entre um par eletrônico livre do halogênio e o anel aromático. O mecanismo de substituição nucleófila (SN) Consideremos a reação de uma haleto terciário (R3CCl): Nesse caso, a molécula-alvo já é polar por natureza: O atacante, por ser iônico, já está dissociado em Na+ e CN-. Sendo assim, ocorre: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HALETOS ORGÂNICOS Essa etapa é relativamente lenta e representa a dissociação do R3CCl (cisão heterolítica). O R3C + formado é um íon, no qual o carbono está com carga positiva e, por isso, é chamado de carbocátion ou íon de carbônio; Lembrando que o carbono está situado na coluna 4A da Tabela Periódica, concluímos que ele não tem tendência a se tornar íon, nem positivo nem negativo; Conseqüentemente, o R3C + é instável e procura se livrar da carga positiva o mais rapidamente possível. Em outras palavras, o R3C + é muito reativo, resultando a 2ª etapa: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HALETOS ORGÂNICOS Sendo assim, podemos dizer que a reação mostrada é iônica e, portanto, rápida; Ela é denominada substituição nucleofílica ou nucleófila (SN), uma vez que o alvo (R3C +) foi atacado por um reagente nucleofílico ou nucleófilo (nucleófilo: “amigo de núcleos”, ou seja, de regiões positivas) - no caso, o nucleófilo foi o atacante CN-. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS HALETOS ORGÂNICOS
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