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1 2 Escola Municipal Olintha de Oliveira Vale Valberto Martins Diretor Escolar Kelly Marra de Jesus Correa Supervisora Pedagógica Leandro de Souza Professor Ensino Religioso ARAPORÃ-MG/2020 3 SUMÁRIO O QUE É CIDADANIA?-------------------------------------------------------------------------------------04 LIVROS SAGRADOS----------------------------------------------------------------------------------------06 A FUNÇÃO DO TEXTO SAGRADO ESCRITO-------------------------------------------------------07 CARNAVAL DO BRASIL OU BRASIL DO CARNAVAL?-------------------------------------------08 Feminicídio-----------------------------------------------------------------------------------------------------10 ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA---------------------------------------------------------------------------13 VOCAÇÃO------------------------------------------------------------------------------------------------------15 É TEMPO DE PÁSCOA-------------------------------------------------------------------------------------16 MERCADO DE TRABALHO-------------------------------------------------------------------------------17 CELEBRAÇÕES NAS TRADIÇÕES RELIGIOSAS-------------------------------------------------18 IGUALDADE E JUSTIÇA-----------------------------------------------------------------------------------20 Intolerância religiosa ----------------------------------------------------------------------------------------22 MITO e LENDA NA RELIGIÃO----------------------------------------------------------------------------24 DIREITOS E DEVERES------------------------------------------------------------------------------------26 A ARTE DE OUVIR------------------------------------------------------------------------------------------27 VIDA E MORTE COMO A MORTE É VISTA EM DIFERENTES RELIGIÕES E DOUTRINAS?---------------28 A Fome, a miséria e Betinho------------------------------------------------------------------------------31 DIA DO PROFESSOR--------------------------------------------------------------------------------------33 PRINCÍPIOS ÉTICOS --------------------------------------------------------------------------------------34 POLÍTICA E PARTICIPAÇÃO SOCIAL----------------------------------------------------------------35 20 DE NOVEMBRO - DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA---------------------------37 MARGINALIZAÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------------40 DISCURSO DE ÓDIO---------------------------------------------------------------------------------------41 SOLIDÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------------43 PREDESTINAÇÃO-------------------------------------------------------------------------------------------45 FÉ E RAZÃO---------------------------------------------------------------------------------------------------47 O QUE É FÉ----------------------------------------------------------------------------------------------------49 PECADO--------------------------------------------------------------------------------------------------------51 Dia da Mentira-------------------------------------------------------------------------------------------------53 PRÊMIO NOBEL DA PAZ----------------------------------------------------------------------------------55 GERAÇÃO------------------------------------------------------------------------------------------------------57 Você já ouviu falar nas gerações, X, Y, Z e A? -------------------------------------------------------58 O QUE É ANSIEDADE?------------------------------------------------------------------------------------62 TRABALHO INFORMAL------------------------------------------------------------------------------------64 EMPRESAS MONITORAM COMPORTAMENTO NAS REDES SOCIAIS PARA CONTRATAR OU DEMITIR------------66 MINORIAS------------------------------------------------------------------------------------------------------69 ETAPAS DA VIDA--------------------------------------------------------------------------------------------70 O QUE ESTÁ ACONTECENDO COMIGO?-----------------------------------------------------------71 ADOLESCENTE OU ―ABORRECENTE‖?--------------------------------------------------------------72 CARA DE ADOLESCENTE--------------------------------------------------------------------------------73 PROCURA-SE UMA IDENTIDADE----------------------------------------------------------------------74 AS APARÊNCIAS ENGANAM-----------------------------------------------------------------------------75 A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA-----------------------------------------------------------------------------76 http://ensinoreligioso9.blogspot.com/2012/06/livros-sagrados.html http://ensinoreligioso7.blogspot.com.br/2013/08/vocacao.html 4 Texto 01 O QUE É CIDADANIA? A origem da palavra cidadania vem do latim ―civitas‖, que quer dizer cidade. A palavra cidadania foi usada na Roma antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. Segundo Dalmo Dallari: ―A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social‖. (DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14) No Brasil, estamos gestando a nossa cidadania. Damos passos importantes com o processo de redemocratização e a Constituição de 1988. Mas, muito temos que andar. Ainda predomina uma visão reducionista da cidadania (votar, e de forma obrigatória, pagar os impostos... ou seja, fazer coisas que nos são impostas) e encontramos muitas barreiras culturais e históricas para a vivência da cidadania. Somos filhos e filhas de uma nação nascida sob o signo da cruz e da espada, acostumados a apanhar calados, a dizer sempre ―sim senhor‖, a ―engolir sapos‖, a achar ―normal‖ as injustiças, a termos um ―jeitinho‖ para tudo, a não levar a sério a coisa pública, a pensar que direitos são privilégios e exigi-los é ser boçal e metido, a pensar que Deus é brasileiro e se as coisas estão como estão é por vontade Dele. Os direitos que temos não nos foram conferidos, mas conquistados. Muitas vezes compreendemos os direitos como uma concessão, um favor de quem está em cima para 5 os que estão em baixo. Contudo, a cidadania não nos é dada, ela é construída e conquistada a partir da nossa capacidade de organização, participação e intervenção social. A cidadania não surge do nada como um toque de mágica, nem tão pouco a simples conquista legal de alguns direitos significa a realização destes direitos. É necessário que o cidadão participe, seja ativo, faça valer os seus direitos. Simplesmente porque existe o Código do Consumidor, automaticamente deixarão de existir os desrespeitos aos direitos do consumidor ou então estes direitos se tornarão efetivos? Não! Se o cidadão não se apropriar desses direitos fazendo-os valer, esses serão letra morta, ficarão só no papel. Construir cidadania é também construir novas relações e consciências. A cidadania é algo que não se aprende com os livros, mas com a convivência, na vida social e pública. É no convívio do dia-a-dia que exercitamos a nossa cidadania, através das relações que estabelecemos com os outros, com a coisa pública e o próprio meio ambiente. A cidadania deve ser perpassada por temáticas como a solidariedade, a democracia, os direitos humanos, a ecologia, a ética. A cidadania é tarefa que não termina. A cidadania não é como um dever de casa, onde faço a minha parte, apresento e pronto, acabou. Enquanto seres inacabados que somos, sempre estaremos buscando, descobrindo, criando e tomando consciência mais ampla dos direitos.na área política. A política não está reservada somente aos que estão na câmara ou no plenário, mas a todos que vivem em sociedade e que têm direitos e deveres. Na verdade, ser político não é nada mais que tomar decisões responsáveis que colaborem para a melhoria de vida de todos. Muitas pessoas ainda têm uma visão ultrapassada, achando que o fazer política está somente associado ao voto. E quem falou que controlamos o que é melhor para nós de quatro em quatro anos? Políticos corruptos ainda estão no poder por que uma boa parte da população abdicou o poder de mediar quem rege a sociedade. Na realidade, a sociedade em geral não faz boas escolhas, uns não votam porque aconteça o que acontecer no país terão suas vidas garantidas, outros porque se fazem de vítimas, enquadrando-se nos excluídos da sociedade, não tendo consciência de que, unidos são maioria. Não dá para fugir das escolhas, e escolher o que é melhor para muitos ainda está longe de ser uma tarefa fácil, porém se conseguimos este direito é por que somos capazes de administrá-lo. 36 Atividades 1- Que crítica é apresentada no texto? 2- Qual é o tema central do texto? 3- De acordo com o texto, o que é ser político? 4- De acordo com o texto, como as pessoas participam da vida política do país? (participação social) 5- De acordo com o texto, porque políticos corruptos ainda estão no poder? 6- De acordo com o texto, porque as pessoas não fazem boas escolhas? 7- Observe a charge acima e faça uma crítica onde apareçam as palavras EXCLUSÃO, POBREZA, DIREITOS E CIDADANIA. 8- Interprete a charge. 37 Texto 20 20 DE NOVEMBRO - DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA Dia Nacional da Consciência Negra é uma data de celebração e de conscientização sobre a força, a resistência e o sofrimento que a população negra viveu no Brasil desde a colonização. Durante o período colonial, aproximadamente 4,6 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil para servirem na condição de escravos, trabalhando primeiramente em lavouras de cana-de-açúcar e no serviço doméstico, e posteriormente na mineração e em outras lavouras. A condição de vida dos africanos e dos negros escravizados nascidos no Brasil era extremamente precária. Além de serem submetidos ao trabalho forçado, os escravos eram submetidos a um tratamento degradante e humilhante, não tendo direito a tratamento médico, à educação e a qualquer tipo de assistência social. Zumbi dos Palmares, o grande mártir da luta negra brasileira. Ilustração feita por Pedro Celso Cruz de Souza. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/colonizacao-brasil.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/brasil-colonia.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/economia-acucareira.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/economia-mineradora.htm 38 Como surgiu o Dia da Consciência Negra? Além do tratamento degradante conferido à população negra escravizada no Brasil entre 1536 e 1888 (este último ano data a libertação dos escravos via Lei Áurea), as heranças da escravidão permaneceram. Quando os escravos foram libertos, em 13 de maio de 1888, por meio da promulgação da Lei Áurea, após intensa luta de ativistas abolicionistas do período imperial do Brasil, como o jornalista e advogado negro Luís Gama, a população negra permaneceu sem qualquer tipo de assistência. Muitos escravos recém libertos permaneceram nas fazendas onde eram cativos por não terem para onde ir. A grande maioria dessa população era analfabeta e não sabia outro ofício, além do trabalho intenso e pesado das lavouras. No Rio de Janeiro, muitos escravos foram procurar as regiões difíceis de erguer construções na cidade (os morros) para construírem suas moradias, configurando as primeiras favelas. A situação deixada para a população negra no Brasil foi extremamente precária. Marginalizada, sem assistência e com uma vida precária, a população negra no Brasil continuou a enfrentar muita dificuldade. Os negros eram discriminados socialmente, não tinham acesso aos mesmos direitos que os brancos e foram perseguidos. Diante dessa realidade, muitas comunidades negras (algumas inclusive remanescentes de quilombos), além de organizações sociais formadas por pessoas negras nas cidades, passaram a lutar pela igualdade racial e pela inserção da população negra na comunidade sem restrição de direitos. Na década de 1970, ativistas ligados a um grupo de quilombolas situado no Rio Grande do Sul passaram a reivindicar a celebração do Dia da Consciência Negra no Brasil na data de 20 de novembro. Em 1978, surgiu o Movimento Negro Unificado no País, que passou a promover uma série de ações para pensar a consciência negra e lutar contra o racismo no Brasil. Graças ao movimento, o Dia da Consciência Negra tornou-se uma data lembrada todo ano como representativa da luta da população negra. Por que escolheram o dia 20 de novembro? A escolha do dia 20 de novembro não foi aleatória, foi feita por ser a data de morte de Zumbi dos Palmares, no dia 20 de novembro de 1695. Zumbi foi o maior líder do Quilombo dos Palmares. Os quilombos eram comunidades formadas por negros escravizados que fugiam da tirania de seus senhores e escondiam-se em lugares de difícil acesso no meio das matas. O Quilombo dos Palmares foi o maior e mais duradouro dos quilombos registrados pelos estudos historiográficos. Estima-se que a sua formação tenha durado cerca de 100 anos e abrigado entre 20 mil e 30 mil habitantes. A localização territorial do Quilombo dos Palmares era na região da Serra da Barriga, atual estado de Alagoas. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/escravidao-no-brasil.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/datas-comemorativas/abolicao-escravatura-1.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/datas-comemorativas/abolicao-escravatura-1.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/quilombos.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/quilombos.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/quilombo-dos-palmares.htm 39 A maioria da população brasileira, quase 54% dos habitantes, autodeclara-se negra (pretos ou pardos), segundo o IBGE. No entanto, dados levantados pela pesquisa Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), promovida pelo IBGE em 2017, apontam que a renda média de pretos e pardos corresponde a R$ 1570 e R$ 1606, respectivamente, enquanto a renda média de brancos é de R$ 2814. Dados da PNAD de 2015 também apontaram que a porcentagem de negros e pardos entre os 1% mais ricos da população era de 17,8%, enquanto o grupo dos 10% mais pobres possuía um total de 75% de negros e pardos Dia da Nacional da Consciência Negra é feriado A Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o dia 20 de novembro como Dia da Consciência Negra. A lei deixa aberta a possibilidade de estabelecimento de feriado em tal data, ficando a critério dos municípios e dos estados acatarem-na ou não como feriado. Estados que comemoram o Dia Nacional da Consciência Negra como feriado Cinco estados brasileiros acatam o dia 20 de novembro como feriado estadual e um como ponto facultativo. O dia 20 de novembro é considerado feriado estadual nos estados: Amazonas, Amapá, Alagoas, Rio de Janeiro e Mato Grosso. No Rio Grande do Sul, a data é considerada ponto facultativo, ficando a cargo dos municípios, órgãos estatais e empresas privadas conceder ou não o recesso das atividades. Outros cinco estados não concederam feriados, mas possuem municípios que reconhecem o dia 20 de novembro como recesso municipal para celebração da data. São eles: Bahia (três municípios) Espírito Santo (dois municípios) Goiás (quatro municípios) Maranhão (município de Pedreiras) Minas Gerais (11 municípios) Mato Grosso do Sul (município de Corumbá) Paraná (três municípios) São Paulo (102 municípios) Tocantins (município de Porto Nacional) 40 Texto 21 MARGINALIZAÇÃO O processo pelo qual um indivíduo ou grupo social é confinado a uma posição inferior na sociedade é chamado de marginalização. Atualmente, considera-se que a marginalização é um processo que envolve aspectos distintos, como condição sócio-econômica e pertencimento étnico. Uma das consequências deste processo é a exclusão social, ou seja quando o indivíduo ou grupo é excluído das relações sociais e de trabalho. A pobreza é um dos principais fatores associados à marginalização. Outro fator é a dificuldade de estabelecer residência em grandes centros urbanos e de estabelecer vínculos sociais. Fatores de ordem da saúde mental, tais quais doenças mentais e uso de drogas, também figuram neste processo. Para autores como Robert Castel a marginalização é um processo de exclusão causado pelas desigualdades sociais. A precarização do trabalho, a ―desfiliação social‖, a invisibilidade, a falta de vínculos sociais, a vulnerabilidade em que os marginalizados estão imersos denuncia a dificuldade de mudar esta condição. É crucial chamar atenção para o fato de que tornar-se marginalizado não é um processo de escolha. As pessoas e os grupos que estão nesta condição são empurrados pelas desigualdades sociais e econômicas, por fatores culturais e até mesmo por características individuais, como a sensação de deslocamento e não pertencimento. As sociedades cujo sistema econômico é o capitalismo, sob sua forma contemporânea neoliberal e globalizada, têm o trabalho como uma das principais formas de inserção social. O sistema de ensino, desde a creche até o ensino superior, é uma das credenciais para fazer parte deste mercado de trabalho. O acesso à saúde, a manutenção de aspectos estéticos desejáveis, como possuir dentes em boas condições, também se relacionam com a possibilidade ou não de conseguir trabalho e que tipo de trabalho. Quando o trabalho está associado a este tipo de credenciais fica claro que aqueles que não as detém são automaticamente marginalizados. Os empregos a eles destinados são sempre braçais e mecânicos e os vínculos empregatícios vulneráveis, como é o caso dos terceirizados. O local de residência é outra marca imposta aos marginalizados, pois como todas as oportunidades lhes são frequentemente negadas, não se passa diferente como o lugar em que vivem. Nos centros urbanos o preço de moradia gira sempre em valores exorbitantes, o que faz com que os desvalidos sejam empurrados para o entorno das grandes cidades. Lugares quase sempre sem acesso a serviços, como sistema sanitário, o acesso à saúde e educação também é precário, bem como infraestrutura em geral. Estudos mais recentes, como das autoras Veena Das e Debora Poole, atentam para o fato de que as margens não são apenas locais periféricos. As margens, ou os lugares onde vivem os marginalizados, são lugares de intensa dinâmica social, que justamente por estar à margem, é desconsiderado pelo status quo, pelo padrão. Como foi dito anteriormente, ser marginalizado é um processo que não se escolhe, mas que tem direta relação com o Estado e com a socidade. Porém, é importante ressaltar que as pessoas que sofrem e vivenciam esta condição não a aceitam de forma submissa e passiva. Cotidianamente os que sofrem o processo de marginalização criam e praticam diferentes estratégias para quebrar ou diminuir as forças que lhes são impostas. O trabalho informal, a cultura, como o grafite, o pixe e o funk, e a solidariedade são exemplos disso. https://www.infoescola.com/sociologia/desigualdade-social/ https://www.infoescola.com/economia/capitalismo/ https://www.infoescola.com/administracao_/terceirizacao-outsourcing/ https://www.infoescola.com/sociedade/trabalho-informal/ 41 Texto 22 DISCURSO DE ÓDIO Por Letícia Rodrigues Ferreira Netto Licenciatura Plena e Bacharelado em Ciências Sociais (Faculdade de Ciências e Letras UNESP, 2015) Mestrado em Ciências Sociais (Faculdade de Ciências e Letras UNESP, 2017) O Discurso de Ódio é uma forma de pensamento, fala e posicionamento social que incita à violência contra diferentes grupos da sociedade. Pode ser verbalizado ou escrito e sua intenção é discriminar as pessoas devido a suas diferenças, sejam estas raça, cor, etnia, religião, orientação sexual, deficiências, classe etc. O Discurso de Ódio tem por base o ódio em si ao diferente e todos os preconceitos e prejuízos que decorrem desse sentimento. É considerado crime no Brasil e também um atentado aos Direitos Humanos. Genericamente, esse discurso se caracteriza por incitar a discriminação contra pessoas que partilham de uma característica identitária comum, como a cor da pele, o gênero, a opção sexual, a nacionalidade, a religião, entre outros atributos. A escolha desse tipo de conteúdo se deve ao amplo alcance desta espécie de discurso, que não se limita a atingir apenas os direitos fundamentais de indivíduos, mas de todo um grupo social, estando esse alcance agora potencializado pelo poder difusor da rede, em especial de redes de relacionamento [...] (SILVA et al, 2011,p446). https://www.infoescola.com/autor/leticia-rodrigues-ferreira-netto/3392/ https://www.infoescola.com/sociologia/direitos-humanos/ https://www.infoescola.com/sociedade/nacionalidade/ https://www.infoescola.com/direito/direitos-fundamentais/ 42 O Discurso de ódio é uma ação discriminatória e pode estar relacionada também a intolerâncias de diversos tipos. A discriminação é a atitude de tratar as pessoas com desigualdade, enquanto a intolerância é o ato de não tolerar a existência do diferente, levando muitas vezes a atitudes de eugenia. A intolerância pode se manifestar no discurso de ódio. Este é considerado uma violência verbal e a base deste tipo de discurso é a não aceitação das diferenças entre as pessoas. Essas diferenças são consideradas elementos que distinguem os grupos sociais entre si e ainda conseguem identificar um grupo especifico, como a cultura, nacionalidade, religião etc. Este tipo de discurso é presente na sociedade e se apresenta de forma padronizada em determinados aspectos, pois ele nasce nos preconceitos sociais contra determinados segmentos e grupos, e se exacerba em atitudes de ódio contra a existência e o convívio com essas pessoas na sociedade. Ele é contrário à pluralidade humana e tende a hierarquizar as pessoas, de forma que considera algumas pessoas mais certas e mais humanas que outras. Por ser construído socialmente, baseado em preconceitos que aparecem ao longo da história da humanidade, como preconceitos étnico-raciais, de gênero, de culturas, com relação à deficiências e outros, ele não pode ser considerado uma opinião. A opinião tem por base os sentimentos e conclusões individuais, enquanto o preconceito é fomentado socialmente advindo de situações de dominação de um grupo sobre o outro. O discurso de ódio também não pode ser considerado uma opinião, pois ele incita e leva a violência e esta atitude é considerada crime no Brasil. Na Constituição de 1988, o artigo que legisla sobre preconceitos é o artigo 5º, que defende a igualdade de todos bem como os direitos e deveres do cidadão brasileiro e concorda com os Direitos Humanos. A Lei 7.716/89 é a lei brasileira que criminaliza os diferentes tipos de preconceitos na nossa sociedade. O discurso de ódio, por se basear em preconceitos e incitar a violência contra diferentes grupos sociais e minorias, é compreendido por esta lei como crime. Além de atacar a uma pessoa em específico, o discurso de ódio, procurando atacar todo um grupo social, fere os direitos difusos, que se referem aos direitos que se relacionam aos grupos sociais sem definição específica de pessoas. Portanto, o discurso de ódio é um tipo de violência exercida por meio do discurso verbal ou escrito e tempor intenção discriminar, ofender, diminuir, agredir outras pessoas devido a suas condições sociais ou características étnicas, raciais, religiosas, culturais, de gênero e orientação sexual etc. Por violar o respeito à diversidade humana, à pluralidade e às liberdades civis e os direitos difusos é considerado crime no Brasil e em diversos outros países. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=uKew3ynPFS8C&lpg=PA29&ots=QzCAa_uk Cn&dq=intoler%C3%A2ncia%20religiosa&lr&hl=pt- BR&pg=PA6#v=onepage&q&f=false https://www.infoescola.com/sociologia/intolerancia/ https://www.infoescola.com/direito/constituicao-de-1988/ https://www.infoescola.com/sociedade/minorias/ https://www.infoescola.com/sexualidade/orientacao-sexual/ https://www.infoescola.com/direito/liberdades-civis/ https://books.google.com.br/books?id=uKew3ynPFS8C&lpg=PA29&ots=QzCAa_ukCn&dq=intoler%C3%A2ncia%20religiosa&lr&hl=pt-BR&pg=PA6#v=onepage&q&f=false https://books.google.com.br/books?id=uKew3ynPFS8C&lpg=PA29&ots=QzCAa_ukCn&dq=intoler%C3%A2ncia%20religiosa&lr&hl=pt-BR&pg=PA6#v=onepage&q&f=false https://books.google.com.br/books?id=uKew3ynPFS8C&lpg=PA29&ots=QzCAa_ukCn&dq=intoler%C3%A2ncia%20religiosa&lr&hl=pt-BR&pg=PA6#v=onepage&q&f=false 43 Texto 23 SOLIDÃO A solidão é uma condição interior do Homem, uma sensação de carência absoluta, de um objetivo ou um desejo que sempre se desloca, gerando na alma esta percepção da falta. Os religiosos afirmam que este sentimento de separação, de desvinculação com alguma coisa que não se pode definir, indica que o ser humano está apartado do Criador, sinônimo de Eu Superior, Self ou o Todo no âmbito da psicologia. Sociologicamente pode-se dizer que a solidão é fruto da marginalização social, da exclusão do indivíduo da sociedade convencional, por inadaptação ou pela recusa em seguir determinados parâmetros fixados socialmente. De acordo com esta ciência, quem não consegue conviver com as pessoas é, de certa forma, expulso do meio, e assim se sente sozinho. Atualmente, com a conquista de uma liberdade financeira cada vez maior, muitas pessoas, independente de sexo ou faixa etária, vivem sós, mas não se sentem necessariamente sozinhas, pois elas revelam estar bem assim, pois optaram por esta condição existencial, o que não significa que elas foram excluídas ou se auto-exilaram da vida social, mas apenas que escolheram manifestar sua independência desta forma. https://www.infoescola.com/sociologia/marginalizacao/ 44 Mesmo porque alguém pode estar no meio de uma multidão e assim mesmo se sentir sozinho. Para o filósofo alemão Martin Heidegger, a solidão é o estado inato do Homem, cada ser está por si só no mundo. Assim, cada indivíduo nasce sozinho, morre na mesma condição e vive suas experiências pessoais também desta forma, por mais que esteja sempre cercado de outras pessoas, pois ninguém pode vivenciar seu aprendizado, cabe a cada um enfrentar sua própria travessia. Cada ser enfrenta sua solidão de forma diferente, o que explica porque os distúrbios psíquicos afetam alguns, e não outros. Algumas pessoas aceitam sua condição e nela percebem a possibilidade de serem independentes, são assim verdadeiras; outras se sentem desamparadas, culpam a Deus e a todos por se sentirem sós, ficam paralisadas e buscam no outro a proteção que deveriam buscar em si mesmas, sacrificando sua personalidade. A solidão pode provocar sentimentos negativos, como a angústia, esta emoção perturbadora que nasce da consciência da morte, não só da finitude orgânica, mas do fim de cada potencialidade da vida, de cada anseio, de cada propósito. Toda ruptura, toda separação, leva à sensação de perda e, consequentemente, à solidão. O sentimento da solidão também nasce da incapacidade das pessoas de se voltarem para si mesmas, de mergulharem no processo de autoconhecimento. Desta forma elas se distanciam de si mesmas e passam a procurar no outro o que deveriam buscar em seu íntimo. O Homem deve aprender a ser só, a aceitar este estado natural, preparando-se assim para viver plenamente e concretizar suas metas. Pretender que não se está sozinho e não se alimenta a angústia na alma e tentar amenizar estas sensações vivendo a vida do outro, não soluciona em ninguém o problema da solidão. Fontes http://www.institutouniao.com.br/artigos/solidao.asp http://pt.wikipedia.org/wiki/Solidão http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/solideliber.html 45 Texto 24 PREDESTINAÇÃO O conceito de Predestinação nasceu no século XVI, parte integrante do Calvinismo, doutrina criada por João Calvino. Este movimento disseminou-se pela Holanda, Suécia e Escócia. Seu pupilo escocês, João Knox, edificou a Igreja Presbiteriana, a qual se encontra atualmente fragmentada em nove igrejas, que divergem entre si a respeito da Predestinação. Esta idéia teológica e também filosófica aborda a interação entre o Criador e a Humanidade. Segundo esta concepção, Deus já determinou anteriormente tudo que se desenrolará entre os homens no tempo e no espaço. Esta teoria sagrada é muito presente nas religiões monoteístas, mas no Cristianismo ela encontrou sua morada por excelência, na crença do Poder Divino de tudo saber, ou seja, Ele tem ciência de tudo que o Homem realizará em sua jornada espiritual, assim, sabe com antecedência quem está salvo e quem está condenado. Portanto, o Criador já escolheu os seus eleitos. Este tema foi amplamente debatido e desenvolvido por Santo Agostinho e João Calvino. Mas aí, as pessoas se questionam, onde fica o livre- arbítrio? Segundo os que crêem nesta doutrina, a Bíblia ratifica a nossa liberdade de escolha, sendo necessário apenas acreditar em Jesus e então ser finalmente salvo – esta https://www.infoescola.com/religiao/calvinismo/ https://www.infoescola.com/biografias/joao-calvino/ https://www.infoescola.com/biografias/santo-agostinho/ 46 é a única opção que conduz à salvação. Assim funciona a predestinação, atraindo o Homem para Deus e, assim, para a libertação, é como se Deus soubesse por antecipação quem escolherá ficar ao seu lado. Os cristãos divergem em um ou outro ponto, mas no geral vêem a Predestinação como o plano de Deus para a Humanidade, que se concretiza quando Ele escolhe seus eleitos. Já do ponto de vista humano, todo indivíduo tem o direito de concordar com o Criador ou de repeli-lo. Entre estas visões distintas, as várias religiões dão maior destaque a um ou a outro ângulo desta doutrina. Esta teoria também está ligada a grupos materialistas, espiritualistas, politeístas, ao carma, à idéia de destino, a diversas crenças filosóficas e a variadas religiões, sob a convicção de que, se o futuro já está praticamente programado por antecedência, então apenas uma pequena parcela de acontecimentos foge a este padrão, enquanto outros acreditam na preponderância do acaso e da sorte. A palavra ‗predestinação‘ vem do grego ―proorizo‖, denotando algo ―anteriormente determinado, predestinado‖. Significa, então, que Deus decidiu alguma coisa antes dela acontecer, ou seja, a glorificação de seus filhos. Segundo os seguidores desta teoria, nenhuma pessoa merece ser salva, portanto ninguém pode se queixar por não receber a salvação, e se Deus em sua Onipotência Divina decide ser compassivo com alguns de seus filhos e lhes conceder a glória de estar ao seu lado, os que não foram eleitos não têm motivos para se aborrecerem. De acordo com um pensamento mais racionalista, como o da Doutrina Espírita, esta crença não é compatível com os mecanismos da Razão, nem mesmo com a Bíblia e com os desígnios divinos, pois qual seria o papel da Religião, que tem como função religar o Homem ao Criador, se alguns já estivessem previamente salvos e outros condenados? Se o Messias veio para salvar a Humanidade, como se justifica a existência de um grupo de eleitos? Além disso, como a Misericórdia de Deusseria infinita se rejeitasse uma única criatura sua? Para esta visão de mundo, a responsabilidade pelo destino da Humanidade está em grande parte nas mãos do Homem, através do exercício de seu livre-arbítrio. Fontes http://www.gotquestions.org/Portugues/predestinacao.html http://www.espirito.org.br/portal/artigos/jose-chaves/predestinacao.html http://www.gotquestions.org/Portugues/predestinacao.html http://www.espirito.org.br/portal/artigos/jose-chaves/predestinacao.html 47 Texto 25 FÉ E RAZÃO Para aquele que tem fé religiosa Deus existe, porém para a filosofia não basta ter fé, é preciso evidenciar que Ele existe de verdade. Para os fervorosos, Deus é um ser perfeito, dotado de bondade e filantrópico, que penitencia os maus e gratifica os bons. O poder espiritual aceita que Deus aja no universo efetuando milagres; para a filosofia, é necessário demonstrar com fatos, testemunhos, documentos, etc, que o espírito tem a faculdade de exercer influência sobre a matéria, e responder por qual motivo Deus, que tudo sabe, sendo capaz de realizar milagres, deixaria pendente o ordenamento do mundo criado por Ele mesmo. Uma vez completo, absoluto e infinito, por qual motivo instituiria um universo não espiritual, finito e defeituoso? Para o seguidor de uma religião o espírito é imortal e predestinado a uma existência prometida; a filosofia exige provas dessa eternidade. Para concorrer com as indagações da filosofia, o Cristianismo transformou-se em Teologia – ciência que versa sobre Deus -, converteu os textos da história santificada em teoria, feito que nenhuma outra religião conseguiu realizar. Não obstante este feito há certas crenças religiosas que nunca poderão ser compreendidas por meio do uso da razão, sem serem extintas. Não há uma maneira de provar que Deus tenha conversado com Moisés no Sinai, assim como também não há provas lógicas da virgindade de Maria, da Santíssima Trindade, etc. São credibilidades https://www.infoescola.com/teologia/o-que-e-fe/ https://www.infoescola.com/religiao/teologia/ https://www.infoescola.com/cristianismo/santissima-trindade/ 48 fincadas pela fé e por isso tornam-se enigmas que não podem ser questionados, transformando-se, assim, em dogmas. Por este motivo, Paulo diz que ―a fé é um escândalo para a razão". Há uma passagem na Bíblia que conta que Josué fez o sol parar com o objetivo de ganhar uma luta; deduz-se por esta passagem que o sol se move em torno da terra, a qual está inerte. Por se tratar de uma passagem da Bíblia, ela se torna incontestável. Essa ―verdade‖ é contestada pela ciência de Copérnico, Galileu e Kepler. Pela Igreja, eles poderiam até contrapor uma teoria de cunho filosófico-científico conhecida como Geocentrismo, mas a história de Josué jamais poderia ser colocada sob dúvida. Por este motivo, a Igreja avaliou o Heliocentrismo – doutrina que concebe o sol como centro do sistema solar – como um disparate, um contra-senso. Tal ciência foi rejeitada e punida e levou sábios, como Galileu Galilei, ao julgamento do Santo Ofício. Historiadores, pessoas versadas no estudo das línguas ou da lingüística, e até mesmo antropólogos, realizaram pesquisas a respeito das tradições de toda a região que abrangia o Oriente Médio e o norte da África, e nela encontraram alusões incessantes ao pão, ao vinho, ao cordeiro sacrificado e ao deus que foi morto e ressuscitou. Estes elementos integravam os costumes agronômicos destes locais, acompanhados de cerimoniais de fecundidade da terra e de animais, ritos muito análogos aos que passaram a ser praticados na missa cristã. Por esse prisma, o cerimonial praticado na missa faz parte de um hábito agrário, oriental, africano, muito precedente ao cristianismo. Contudo, esta descoberta científica vai contra as veracidades cristãs, visto ser a missa pensada como uma ciência que trata das cerimônias e ritos da Igreja, a qual reproduz e relembra um conjunto singular e novo de eventos que dizem respeito à vida, paixão e morte de Jesus. A religião trata a filosofia como a ciência do contra-senso e da incredulidade, e a filosofia, por sua vez, denuncia que a religião é a única detentora da verdade, além de ser preconceituosa, desatualizada e intransigente. . Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/filosofia/fe-e-razao/ https://www.infoescola.com/religiao/biblia/ https://www.infoescola.com/sistema-solar/sol/ https://www.infoescola.com/biografias/nicolau-copernico/ https://www.infoescola.com/biografias/galileu-galilei/ https://www.infoescola.com/astronomia/geocentrismo/ https://www.infoescola.com/astronomia/heliocentrismo/ https://www.infoescola.com/filosofia/fe-e-razao/ 49 Texto 26 O QUE É FÉ Ter fé é crer firmemente em algo, sem ter em mãos nenhuma evidência de que seja verdadeiro ou real o objeto da crença. Este termo vem do grego pi.stis, traduzido por confiança, firme convencimento. Assim, a palavra fé pode ser entendida como acreditar, confiar. A fé não demanda provas materiais, pode surgir sem nenhum motivo aparente, estar ligada a razões ideológicas, emocionais, religiosas, ou a outra razão qualquer. A fé pode ser cega, nascida da confiança irracional em algo ou alguém, e dentro de uma religião como, por exemplo, o catolicismo, ser baseada em dogmas – diretrizes estabelecidas pela Igreja, nas quais os fiéis crêem sem que o clero necessite dar maiores explicações. Ela também pode ser raciocinada, como no Espiritismo, que caminha junto à Ciência e à Filosofia, portanto, segundo esta doutrina, razão e sentimento devem se unir para construir uma crença nascida do conhecimento, uma vez que a fé não surge por um milagre no interior do homem, mas é edificada, porém também aqui não se foge da necessidade da confiança e de algumas certezas instintivas. As experiências de cada um, intransferíveis e totalmente pessoais, dão origem a esta energia ou sentimento, ou como se queira definir a fé. Ela pode ser dividida com as pessoas à nossa volta na forma de narrativas históricas ou obras de arte, e até mesmo 50 sob o aspecto de depoimentos espirituais, de vivência interior. Todos nós, segundo pesquisadores, temos no nosso íntimo, em estado latente, o poder da fé, ou seja, de tornar real tudo que desejamos alcançar, através do exercício contínuo da vontade determinada, contumaz, focada nos objetivos que almejamos concretizar. Atualmente, a literatura de auto-ajuda aposta justamente nesse potencial humano, na capacidade de alcançarmos tudo aquilo que aspiramos, por meio da exploração de condições ainda pouco conhecidas de nossa mente, entre elas a fé, mas que estão certamente presentes em cada indivíduo. É essa energia que alimenta todas as crenças e religiões do planeta, desde os primórdios da humanidade. Milhares de pessoas freqüentam os templos mais diversos, ou se voltam para seu santuário interior, no exercício dessa força, buscando consolo ou respostas para suas indagações e problemas cotidianos. O que mantém essa prática viva ao longo de milênios é que a humanidade tem encontrado muitas vezes o que busca nessas jornadas espirituais, e pode assim testemunhar o poder da fé. E o que importa aqui não é como se conseguiu obter resultados com esta energia, pois o adepto de cada religião encontrará explicações diferentes para a mesma experiência. O que realmente conta são os frutos que nascem da fé, concretos demais para que se negligencie esta força. O curioso é que mesmo o ateu, quando impulsionado pela crença em uma determinada ideologia, obtém os mesmos efeitos. No aspecto religioso, a fé pode significar ser leal a um determinado culto, o que implica aceitar as regras e pontos de vista dessa religião, ou seus dogmas, dependendo da corrente espiritual. Fé também pode denotar um compromisso de fidelidade, por exemplo, a Deus. Entre os judeus, ser fiel ao Talmud também expressaum laço cultural e, mais que isso, é igualmente uma questão de identidade. Aliás, em outras comunidades religiosas a religião é, da mesma forma, uma questão de identidade cultural. Segundo as Sagradas Escrituras, o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, portanto, conforme o pensamento de alguns estudiosos sobre o poder da fé, com este instrumento divino o Homem também pode criar, através da disciplina e do direcionamento correto da vontade para um propósito determinado. Jesus, em seus ensinamentos, teóricos e práticos, demonstrou integralmente a importância da fé, e o seu potencial inquestionável. 51 Texto 27 PECADO O Pecado é um conceito encontrado em toda e qualquer religião. O termo vem do grego hamartáno e do hebraico hhatá, com o significado de ‗errar‘ um alvo, um objetivo determinado. Em latim, a expressão transforma-se em peccátu. Assim, esta palavra tem uma conotação religiosa, espiritual, referindo-se ao não cumprimento dos desígnios de Deus, à violação de suas Revelações. Os judeus sempre viram a transgressão de qualquer um dos mandamentos sagrados como um pecado. Para eles, o Homem não peca porque em sua natureza é um pecador, seus erros são frutos de suas ações, não são práticas permanentes. Infringir as Leis Judaicas não significa falhar moralmente. Segundo a doutrina hebraica, o ser humano tem o livre arbítrio, portanto tem responsabilidade sobre seus erros, embora tenha uma certa inclinação natural para o pecado – nem por isso os judeus crêem que o Homem já nasceu como um pecador, nesse sentido ele definitivamente não é herdeiro de Adão. Entre os cristãos, muitos vivem com medo de serem condenados na Eternidade pela prática do pecado. Outros, ao contrário, acham que podem alcançar a perfeição sem cair nas armadilhas dos atos pecaminosos. De uma forma mais ampla, pode-se afirmar que o pecado é a violação de qualquer acepção religiosa, ética ou moral, seja por incúria 52 ou por falta. O homem, seja qual for sua cultura original, constrói em seu universo interior regras éticas e de conduta moral, suas crenças pessoais. No momento em que elas são transgredidas, nasce a culpa. Trata-se aqui do pecado cometido no coração. Há também o pecado mortal, que separa o homem de Deus, configurando assim a morte espiritual. Neste momento, como Adão e Eva ao comerem da Árvore do Conhecimento, o pecador é condenado. Este deve então se regenerar, através da confissão de sua culpa, do arrependimento sincero e da penitência diante de Deus. Quanto aos pecados veniais, eles são os mais leves e menos comprometedores, que não levam à ruptura com a Providência Divina, pois eles dizem respeito apenas à não obediência a alguns preceitos morais. Os católicos consideram pecado mortal violar algum dos Dez Mandamentos, ter consciência dos erros cometidos e mesmo assim cometê-los voluntariamente. Os pecados considerados imperdoáveis são os cometidos contra o Espírito Santo, o que significa a não aceitação da ação divina, a negação da Misericórdia e do perdão de Deus, assim como uma persistente prática de atos pecaminosos. Já o pecado original refere-se à transgressão primeira praticada por Adão e Eva, pretensamente estimulada pela mulher, considerada a primeira pecadora da raça humana. O casal desobedeceu diretamente ao Criador ao comer do fruto do conhecimento. Assim, este erro estendeu-se para toda a Humanidade, tornando-se uma herança do Homem. Uma novidade em termos de pecado foi introduzida pela Teologia da Libertação, o ‗pecado estrutural‘, inicialmente batizado de ‗pecado social‘. Ele se refere aos ecos do pecado na vida da sociedade, já que o homem também é um ser social e suas atitudes repercutem no universo social. Esta doutrina também revela que há contextos sociais que também são pecaminosos, ou seja, há erros cometidos pela sociedade, não apenas por pessoas – daí o ‗pecado social‘. Assim, desenvolve-se simultaneamente um pecado inserido nas próprias estruturas sócio-políticas, econômicas e culturais, que têm conseqüências igualmente dolorosas – o ‗pecado estrutural‘. Antigamente, como se vê no Antigo Testamento, o homem se redimia de seus pecados através do sacrifício de animais a Deus, em troca do perdão de suas faltas. No Novo Testamento, é Jesus quem se sacrifica pela Humanidade, quem vem salvar o Homem de seus pecados. O Messias é considerado o intermediário entre o ser humano e o Criador. Segundo a concepção católica, o pecado venial, mais leve, justifica apenas uma passagem temporária pelo Purgatório, e o pecado mortal, mais grave, corresponde a um castigo eterno no Inferno, se não houver a confissão e o arrependimento verdadeiro. Já o pecado original é expiado através do batismo. Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/religiao/pecado/ https://www.infoescola.com/cristianismo/purgatorio/ https://www.infoescola.com/religiao/pecado/ 53 Texto 28 Dia da Mentira Não se sabe ao certo de onde surgiu a ideia do Dia da Mentira, celebrado no dia 1º de abril. A teoria mais aceita quanto à origem do dia da mentira remonta ao século XVI, na França. A brincadeira teria começado por ocasião da troca de calendário ordenada pelo rei Carlos IX, em 1564. Até então, estava em vigor o calendário Juliano, pelo qual as festividades do ano novo eram comemoradas de 25 de março a 1º de abril. A partir da ordem do rei, o calendário Gregoriano passaria a ser utilizado, o que significa que o ano teria início em primeiro de janeiro. Considerando as condições de comunicação naquele século, a mudança deve ter levado meses, ou mesmo anos para ser de conhecimento de todos os franceses. Além disso, muitas pessoas foram contra essa mudança, e continuaram a comemorar a passagem de ano de acordo com o calendário Juliano. As piadas tiveram origem, portanto, da resistência de alguns, e da falta de informação de outros em relação à troca de calendários. Consta que eram comuns os convites para festas de ―fim de ano‖ falsas. Quando as pessoas deixaram de cair na mesma mentira, das festas de fim de ano, os ―mentirosos‖ passaram a criar outras situações fictícias, como casamentos, dos quais enviavam diversos convites. As brincadeiras nessa época do ano espalharam-se por toda a Europa, e chegaram ao Brasil por intermédio dos portugueses. 54 Em 1848, em um dia 1º de abril, foi lançado em Pernambuco um periódico chamado ―A mentira‖, que já em sua primeira edição noticiava a morte de Dom Pedro, noticia desmentida na edição do dia seguinte. A mídia britânica, também nessa época, adotou a tradição de enganar seus leitores com histórias fantásticas, tradição esta que perdura até os dias atuais, e que faz vítimas, ou noodles (patetas, como são chamados na Inglaterra os que caem na mentira) até em outros países, inclusive no Brasil. Os periódicos mais renomados do país, como a revista Veja e o jornal A Folha de São Paulo já foram noodles (patetas). Em 1993, a Veja reproduziu a notícia divulgada pela revista britânica New Scientist, que descrevia uma experiência bem sucedida realizada na Alemanha, que teria criado uma nova espécie de alimento (de sabor agradável), resultado da união de células de boi com células de tomate, dando origem a uma espécie animal-vegetal, um ―boimate‖. A revista Veja só assumiu o erro após a publicação de uma matéria que revelando a mentira na Folha de São Paulo. Mas nesse mesmo ano (e mês), a própria Folha cairia em outra pegadinha inglesa, ao reproduzir, como verdadeira, uma matéria publicada no jornal inglês The Independent, que noticiava que arqueólogos teriam descoberto evidências materiais da existência da vila dos gauleses Asterix e Obelix. Para ―sorte‖ dos leitores, outro jornal, a Gazeta Mercantil, publicou uma matéria a respeito da tradição inglesa de vincular notícias mentirosas em abril, citando como exemplo de piada, oanúncio da descoberta dos arqueólogos. Se na Inglaterra as pessoas que acreditam nas histórias de 1º de abril são chamados de patetas (noodles), nos Estados Unidos são chamados de bobos de abril (april fools), na Escócia de tolos de abril (april gowks) e na França de peixe de abril (poisson d"avril). Fontes "HowStuffWorks - Por que 1º de abril é considerado o dia da mentira?". Publicado em 30 de março de 2001 (atualizado em 17 de julho de 2008) Disponível em http://pessoas.hsw.uol.com.br/questao6041.htm Acessado em: 24 de fev. 2009. 55 Texto 29 PRÊMIO NOBEL DA PAZ No ano de 1895, o sueco Alfred Bernhard Nobel, que também foi inventor da dinamite, criou o Prêmio Nobel, por iniciativa própria e pela necessidade de oferecer um prêmio de grande notoriedade, a todos que realizassem alguma contribuição para o bem de toda Humanidade. As áreas específicas selecionadas foram, Química, Medicina, Física e Fisiologia, e entre elas o que mais se destacou seria premiado como campeão de Literatura ou da Paz. O projeto inicial constava que os prêmios deveriam ser entregues pela Academia Sueca de Ciências, para os químicos e físicos, pelo Instituto Carolina de Estolcomo, aos trabalhos de medicina e fisiologia, os de literatura deveriam ser entregues pela Academia de Estocolmo e o Prêmio Nobel da Paz, por um comitê formado por cinco pessoas, previamente eleitas pelo Storling (Parlamento Norueguês). O Prêmio Nobel da Paz é atualmente atribuído em Oslo, onde o Parlamento Norueguês, seleciona o Presidente, o ex-primeiro ministro dos negócios estrangeiros, o https://www.infoescola.com/curiosidades/premio-nobel/ 56 ex-primeiro ministro, o ex-presidente do Parlamento e o Secretário-Geral do Conselgo da Europa. A data da primeira entrega foi registrada em 1901. E em comemoração ao terceiro centenário do Banco Central da Suécia, mais conhecido como o Sveriges Riksbank, foi criado o Prêmio de Ciências Econômicas, para homenagear o criador Alfred Nobel (no ano de 1968). O Prêmio Nobel da Paz segue os seguintes preceitos, a pessoa que realizou o melhor ato ou ação pela paz e fraternidade mundial, lutou pela redução das guerras e se esforçou para manter os tratados de paz entre as nações. Este prêmio é também atribuído aqueles que se envolvem e participam de projetos cuja temática seja a solução de problemas, em determinadas áreas específicas, o que o torna uma premiação com características particulares. Os últimos premiados, são também chamados de laureados, foram no ano de 2012 os ativistas Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkul Karman, em 2010 o ativista chinês Liu Xiaobo, em 2009 Barack Obama, eleito pela segunda vez Presidente dos Estados Unidos, em 2008 o ex-presidente da Finlândia Martti Ahtisaari, em 2007 o ex- vice presidente dos Estados Unidos Al Gore, no ano anterior em 2006, o Banco Grameen de Microcréditos e Muhammad Yunus, em 2005, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e Mohamed ElBaradei do Egito, no ano de 2004, a ecologista do Quênia Wangari Maathai, em 2003 a ativista Iraniana Shirin Ebadi, em 2002 o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, em 2001 a ONU (Organização das Nações Unidas) e o secretário-geral, Kofi Annan, em 2000, o presidente da Coréia do Sul Kim Dae Jung, em 1999 a organização dos Médicos sem fronteiras, no ano anterior, em 1998, John Humes e David Trimble ambos da Irlanda do Norte. Os mais expressivos prêmios foram entregues no ano de 1993 a Nelson Mandela e Frederik de Klerk, ambos da África do Sul e no ano de 1989, a Dalai Lama do Tibete. Fonte: http://www.nobelprize.org/nobel_organizations/nobelfoundation http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/RolNobP0.html https://www.infoescola.com/geografia/agencia-internacional-de-energia-atomica-aiea/ https://www.infoescola.com/geografia/agencia-internacional-de-energia-atomica-aiea/ https://www.infoescola.com/geografia/agencia-internacional-de-energia-atomica-aiea/ https://www.infoescola.com/biografias/jimmy-carter/ https://www.infoescola.com/biografias/nelson-mandela/ https://www.nobelprize.org/nobel_organizations/nobelfoundation https://www.nobelprize.org/nobel_organizations/nobelfoundation https://www.nobelprize.org/nobel_organizations/nobelfoundation 57 Texto 30 GERAÇÃO Em biologia, o termo ―geração‖ pode ter diversos significados. Um deles se refere à transição entre progenitores e a prole, sendo uma geração definida como todos os indivíduos que estão no mesmo estágio de descendência de um ancestral comum: mãe e filhas representam duas gerações. Geração pode se referir ainda ao conjunto de indivíduos nascidos e que vivem contemporaneamente ― o que é uma definição muito utilizada em contextos sociais. Pode também aludir, de maneira mais simples e direta, à reprodução ou procriação. Neste texto iremos tratar geração do ponto de vista populacional. Numa linhagem populacional, o período médio entre duas gerações consecutivas é chamado tempo de geração e este tempo é variável entre diferentes espécies. Em humanos, por exemplo, o tempo de geração é longo, de em média 30 anos (por muitos anos se considerou 20-25 anos, o que especialistas hoje consideram curto demais). Por outro lado, vírus e bactérias, assim como outros organismos patogênicos, em geral possuem tempos de geração muito mais curtos, às vezes de poucos minutos. Como as informações genéticas são passadas de geração a geração, organismos com tempos de geração curtos são bons modelos para estudos de genética. As ervilhas usadas por Mendel em seus experimentos são um exemplo. Devido ao seu curto período de geração, Mendel pode cruzá-las por diversas vezes, acompanhar seu desenvolvimento e analisar suas características, o que o levou a descoberta de duas leis de hereditariedade. Nestes cruzamentos, os progenitores puros são denominados geração parental (P) e as gerações subsequentes, geração F (filial), sendo os descendentes diretos da geração parental a primeira geração filial (F1), que por sua vez produz a geração segunda geração filial (F2) e assim por diante. Outro organismo-modelo em estudos genéticos devido ao curto tempo de geração (cerca de 10 dias da fecundação do ovo ao estágio adulto) são as moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster). Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/geracao/ https://www.infoescola.com/biologia/ https://www.infoescola.com/biologia/ancestral-comum/ https://www.infoescola.com/reproducao/ https://www.infoescola.com/biologia/especie/ https://www.infoescola.com/biologia/os-virus/ https://www.infoescola.com/reino-monera/bacterias/ https://www.infoescola.com/ciencias/genetica/ https://www.infoescola.com/biologia/geracao/ 58 Texto 31 Você já ouviu falar nas gerações, X, Y, Z e A? Confira tudo sobre a geração Z! Existem grandes diferenças entre essas gerações, visto que cresceram em contextos políticos, econômicos, sociais e tecnológicos distintos. Esses fatores influenciam diretamente os hábitos e a forma como as pessoas se comportam, e isso acaba marcando as suas características e a forma como agem no mundo. Antigamente, as gerações eram classificadas a cada 25 anos. Hoje em dia, no entanto, as coisas mudam cada vez mais rápido. Desse modo, especialistas afirmam que novas gerações, com características e comportamentos distintos, estão surgindo a cada 10 anos. E diante de tantos avanços tecnológicos, não sabemos nem como essas transições se darão daqui a alguns anos. Então, neste post, abordaremos as características de cada geração e o modo como elas mudaram a sociedade e atuam nela. Além disso, apresentaremos com mais detalhes as características da geração Z, mostrando como funciona a educação infantil para esse perfil de aluno. Boa leitura! 59 A geração X Essa é a geração que inclui as pessoas que nasceram do início de 1960 até o iníciodos anos 1980. Trata-se de uma geração que é marcada pelo questionamento, que foi transgressora e defendeu seus próprios direitos. É a geração responsável pela competição entre produtos e marcas diferentes. São pessoas que se esqueceram dos problemas que lhes foram empregados e se preocuparam em fazer carreira no mercado. Viram surgir a internet, o computador, o e- mail, o celular, entre outras inovações. Algumas outras características da geração X são: busca pela liberdade, preocupação com as gerações futuras, busca pelos direitos, maturidade, escolha de produtos pela qualidade e a busca pela individualidade, mas sem abandonar a convivência em grupo. A geração Y Compreende aquelas pessoas que nasceram entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990. Com o desenvolvimento da tecnologia em 1990, essa geração viu a internet ganhar o mundo e viveu muitas transições que essa inovação provocou. Com isso, cresceram conscientes de que poderiam se comunicar e unir pessoas que têm interesses comuns sem precisar sair de casa e sem se preocupar com distância geográfica. Essa geração se desenvolveu em uma época de prosperidade econômica e de inovação. As crianças tiveram o que muitos dos pais nem conheceram, como TV a cabo, computador e videogame. Os jovens da geração Y têm o hábito de resolver várias tarefas ao mesmo tempo, podendo trabalhar em mais de um projeto, conversar com colegas, responder a e-mails, visualizar notícias, ouvir músicas e ainda dar atenção para as redes sociais. É um grupo que se acostumou com o rápido e o instantâneo, que facilitou a forma de pagamento e estabeleceu a compra sem precisar sair de sua própria residência. Mudou também a relação de trabalho, garantindo maior flexibilidade e uma pluralidade de profissões. As principais características dessa geração são: busca constante por novas tecnologias, procura por informação imediata, procura por sentido e flexibilidade no trabalho, hábito de estarem sempre conectados. A geração Z Essa é a geração daqueles que nasceram entre 1992 e 2010, ou seja, após o surgimento da internet, e que desde pequenos já são familiarizados com todas as possibilidades da era tecnológica. 60 É a geração que compreende o funcionamento das ferramentas melhor do que qualquer outra. Os integrantes dessa geração Z nunca viram o mundo sem a presença de computadores, tablets e celulares, e desde muito pequenos já se viram muito bem com esses dispositivos, aprendendo com muita facilidade seu manuseio. Por isso, quando o assunto é tecnologia digital, estão sempre um passo à frente dos mais velhos. Quando o assunto é carreira, são desconfiados, pois não acreditam na ideia de exercer apenas uma função pelo resto da vida. Estão ainda para chegar ao mercado, mas já se espera dessa geração uma grande flexibilização nas relações de trabalho, com uma forte produção conectada à velocidade da tecnologia. As principais características da geração Z são: responsabilidade social, ansiedade extrema, menos relações sociais, desapego das fronteiras geográficas e necessidade de exposição de opinião. Como funciona a educação infantil para a geração Z? Muitos pais têm tido um grande choque ao perceberem que seus filhos navegam tão facilmente pela internet em dispositivos como tablets ou smartphones, e tendem a compará-los a si mesmos quando jovens. Mas a verdade é que essa geração chegou ao mundo em um momento de contexto tecnológico totalmente diferente daquele em que viveram os pais. Por isso, a adaptação natural tornou essas crianças predispostas a essa inovação. Então, como educar adequadamente essa nova geração? Considerando que as crianças estão treinadas para lidar com a tecnologia, nada melhor que utilizar essa ferramenta para conseguir sua atenção e engajamento. Esse é o grande desafio dos educadores atualmente. Para ter bons resultados nesse processo, é importante ter uma boa infraestrutura na escola e uma excelente preparação dos professores para fazer um uso adequado dessas ferramentas. Lembrando que o essencial é não criar uma oposição entre o aprendizado e a tecnologia, como é comum acontecer nas instituições tradicionais. O papel do educador deve ser formar alunos mais críticos e criativos em relação ao uso dessas ferramentas tecnológicas, incorporando de fato a tecnologia no currículo escolar. Geração A ou Alfa O termo corresponde às crianças nascidas a partir de 2010 - portanto, com até 9 anos de idade -, que já nasceram digitais e têm uma conexão profunda com a tecnologia. De acordo com a agência de pesquisas australiana McCrindle, a geração Alfa é composta principalmente por filhos da geração Y, ou seja, millennials nascidos entre 1980 e 1995. Como essa é a geração que vai moldar o futuro, e essencial saber como eles pensam. Confira abaixo alguns dados da pesquisa. https://www.axios.com/generation-alpha-millennial-children-63438b10-6817-483e-8472-38810df77880.html 61 Tecnologia No âmbito tecnológico, os Alfas são a geração mais conectada da história. Para Ashley Fell, da McCrindle, é como se essa geração fosse parte de um "experimento não intencional, em que celulares e tablets e televisões foram apresentados a eles ao mesmo tempo em que as chupetas. Por isso, os Alfas estão acostumados com informações e comunicações instantâneas, e contam com essa facilidade em suas vidas. Diversidade Para essa nova geração, a diversidade vai ser um padrão. Com o crescimento do número de mulheres nas empresas, o valor da inclusão e o foco na igualdade serão normas irrevogáveis. Vida pessoal Casamento, filhos e aposentadoria serão provavelmente adiados para uma fase posterior da vida, como já está acontecendo com as gerações anteriores. Educação Embora educar essa nova geração, adaptando a tecnologia para o cotidiano das aulas, seja um desafio para os professores, tudo indica que os integrantes da geração Alfa serão os mais bem formados da história, superando todos os seus antecessores. Os pesquisadores alertam, porém, que a geração Alfa ainda é muito jovem, e as circunstâncias que vão definí-la ainda não estão claras. Por isso, não dá para garantir que todas essas previsões se tornarão realidade. https://epocanegocios.globo.com/palavrachave/diversidade/ https://epocanegocios.globo.com/palavrachave/aposentadoria/ https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2019/04/como-educar-uma-geracao-digital-com-tanta-dificuldade-para-se-concentrar.html https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2019/04/como-educar-uma-geracao-digital-com-tanta-dificuldade-para-se-concentrar.html 62 Texto 32 O QUE É ANSIEDADE? Tem se tornado cada vez mais comum ouvir pessoas próximas reclamando de ansiedade. Ou talvez você já se sentiu ansioso ou ansiosa. Mas afinal, o que é ansiedade? Quais são os sintomas? Tem tratamento? A ansiedade é uma reação natural do nosso corpo. É uma expectativa apreensiva com relação ao que está por vir. Funciona como um mecanismo de sobrevivência para lidar com as situações de perigo. Numa tentativa de ―proteção‖, nosso organismo dispara o sistema de ―luta e fuga‖, que nos prepara para uma situação de perigo. Mas a interpretação de que algo oferece perigo, na maioria das vezes está equivocada. Então ficamos extremamente ansiosos, de forma desproporcional ao risco envolvido. Todos experimentamos a ansiedade em algum momento do dia. Como exemplo, situações nas quais precisamos falar em público, em entrevistas de emprego ou quando esperamos por uma notícia. Até certo ponto, a ansiedade é positiva, porque nos leva a uma organização prévia, nos impulsiona a agir. Mas ela se torna um problema quando os sintomas são frequentes e intensos. Quais são os sintomas da ansiedade Observe se você apresenta alguns dos sinais e sintomas de um quadro de ansiedade, na maior parte do tempo. E ainda, se a intensidade dos sintomasvem trazendo comprometimentos para a sua qualidade de vida. Os sintomas ansiosos se manifestam de três formas: por meio de pensamentos, reações físicas e/ou sentimentos. Pensamentos comuns: ―eu vou enlouquecer‖, ―não consigo lidar com isso‖, ―vou morrer‖, ―eu não consigo fazer nada‖, ―se eu errar será meu fim‖. Reações emocionais: Medo Vergonha Nervosismo Tensão Tristeza https://www.vittude.com/blog/ansiedade/ 63 Perder a esperança Evitação de lugares ou pessoas Reações físicas comuns: Falta de ar Coração acelerado Tremores Ânsia de vômito Diarreia Alterações do sono Suor excessivo Sensação de desmaio Dor de cabeça Tensão muscular De acordo com a 5ª edição do DSM (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais), os quadros de ansiedade incluem transtornos que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionados. Você sabe qual é a diferença entre medo e ansiedade? O medo é uma resposta emocional à ameaça real ou percebida de um acontecimento iminente. Já a ansiedade é uma antecipação de ameaça futura, que pode ou não ser real. Parece confuso? Vou te ajudar com exemplos: Você entra num local e se depara com um cão bravo (ameaça real e iminente de perigo – ele pode te morder – nesse caso você sente medo). O segundo exemplo busca exemplificar a ansiedade: você está em casa estudando para uma prova e começa a pensar que não vai conseguir fazer as questões. E então se sente angustiado, o coração batendo mais acelerado e sua respiração fica ofegante (antecipação de ameaça futura – que pode ou não se confirmar – nesse caso, você está ansioso). Pessoas que sofrem com transtornos de ansiedade, em geral, superestimam o perigo das situações. E por outro lado, subestimam suas capacidades para lidar com as situações e/ou resolvê-las. Ou seja, os problemas parecem ser ―superproblemas‖ e sua capacidade de resolução parece ser mínima ou inexistente. Ansiedade tem tratamento? O tratamento para a ansiedade inclui psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos. Um bom psicólogo saberá avaliar adequadamente para definir se é necessário ou não a 64 indicação de um psiquiatra. Psicoterapia e medicação constituem uma excelente ferramenta de tratamento para a ansiedade. Você não está sozinho Ansiedade e depressão atingem mais de 300 milhões de pessoas no mundo todo. Quase 19 milhões de pessoas sofre com algum transtorno de ansiedade no Brasil. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) indicam que o Brasil é o país mais ansioso da América Latina. O país lidera o ranking com 9,3% da população sofrendo de algum transtorno de ansiedade. Gisele Aparecida Mezabarba Mendonça Psicóloga - CRP 16/3399 Texto 33 TRABALHO INFORMAL Trabalho informal, por definição, é aquele exercido por trabalhadores que não possuem vínculos com uma empresa, não obtendo, dessa forma, direito aos benefícios e proteções sociais. Devemos ressaltar que essa forma de contratação é desvantajosa para os trabalhadores, pois o mesmo fica desprovido de benefícios que são garantidos por lei, como vale-refeição, vale-transporte dos direitos previstos na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Convém acrescentar que dentro dessa modalidade de contratação, não há carteira assinada, assim como não existe um contrato de trabalho, tal fato acaba por desamparar o trabalhador de seus direitos. Destacamos também que uma porcentagem significativa da população brasileira vive na informalidade. De acordo com dados da PNAD Contínua do IBGE em pesquisa realizada no ano de 2017, o número de pessoas que trabalham sem carteira assinada, ou seja, por conta própria, alcança a marca de 34,2 milhões de pessoas, cerca de 37,1% do total de pessoas ocupadas de acordo com o instituto, que é de 92,1 milhões de pessoas. Trata-se de um setor em crescimento, cuja atividade é desenvolvida principalmente nas grandes cidades, visto que elas propiciam essa dinâmica Podemos ressaltar também que um dos principais fatores para o surgimento e o crescimento dessa modalidade de emprego, principalmente nos grandes centros urbanos, por conta do seu dinamismo, são os altos índices de desemprego. De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego é de 12,7%. https://www.vittude.com/blog/o-que-e-psicoterapia/ https://www.vittude.com/blog/13-sintomas-de-depressao/ https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/ https://www.infoescola.com/geografia/instituto-brasileiro-de-geografia-e-estatistica-ibge/ 65 O perfil dos trabalhadores considerados informais não é constante. As pessoas tanto podem ter menos como mais escolaridade. De acordo com Bettiol (2010), na literatura sobre o tema, os trabalhadores informais não são valorizadas e podem sofrer preconceito, ou seja, há a tendência a serem vistos como forma negativa no âmbito da análise econômica, por esse estar situado a margem do processo, e não ser núcleo estruturante da dinâmica capitalista. No entanto, devemos destacar que há quem qualifique essas pessoas como empreendedoras, pelo fato de encontrarem, em algumas situações, oportunidade de idealizar projetos de forma mais ou menos autônoma. Trabalho informal: Vantagens (?) e desvantagens De acordo com essa corrente, uma das principais vantagens do trabalho informal é o fato de o mesmo ser uma forma que os indivíduos têm de obter rendimentos, mesmo num quadro de desemprego crescente. Ao mesmo tempo, a possibilidade de obter uma renda melhor e o fato de poder gerir o tempo são outros proveitos tirados desse tipo de trabalho. Entretanto, Bettiol (2010) destaca que tal corrente ainda utiliza o termo ―auto emprego‖ ou ―patrão de si mesmo‖, de acordo com a autora, essas questões carregam fortes mecanismos ideológicos de convencimento às classes trabalhadoras porque sustenta a teoria de que o indivíduo é capaz de construir uma atividade remunerada na sociedade sem empregos. Dentre as desvantagens, o maior prejuízo é a inexistência de renda fixa, sendo esse o principal fator que resulta na falta de acesso a créditos e financiamentos, o que chega a ser uma contradição com o discurso ―empreendedorista‖. Outra desvantagem dessa modalidade de trabalho é o fato de que não há o recebimento de auxílios que são garantidos por lei para os trabalhadores tidos como formais, como o auxílio refeição ou transporte. Outra desvantagem que citamos é o fato de não existir férias e feriados remunerados e nem o décimo terceiro salário, além disso, todo e qualquer tipo de licença (licença maternidade, licença paternidade, por exemplo) não é abrangido pelo trabalho informal. Além disso, os Seguros-desemprego também não entram nos benefícios da informalidade, bem como, o pagamento de horas extras. Como não são feitos descontos, os trabalhadores não podem contar futuramente com a sua aposentadoria, devendo, dessa forma realizar o pagamento por si mesmo. Referencias: Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/sociedade/trabalho- informal/ https://www.infoescola.com/sociedade/trabalho-informal/ https://www.infoescola.com/sociedade/trabalho-informal/ 66 Texto 34 EMPRESAS MONITORAM COMPORTAMENTO NAS REDES SOCIAIS PARA CONTRATAR OU DEMITIR; VEJA CUIDADOS As redes sociais se tornaram uma vitrine, através da qual se pode acompanhar o que as pessoas fazem, pensam ou compartilham. Ao mesmo tempo, pode ser uma vidraça para quem se expõe no ambiente virtual sem medir as consequências. E nesse território onde não há divisão entre público e privado, patrões e recrutadores estão de olho no que os profissionais compartilham e nas possíveis repercussões que podem ser geradas. Um funcionário da Latam foi demitido após ter aparecido em um vídeo com outros brasileiros constrangendo mulheres durante a Copa da Rússia. Advogados trabalhistas ouvidos pelo G1 afirmamque o mau uso das redes sociais pode dar demissão, inclusive por justa causa Segundo a pesquisadora e consultora na área de comunicação digital Carolina Terra, as empresas estão de olho nos perfis, não apenas os monitorando diretamente, mas recebendo denúncias de pessoas que veem os conteúdos impróprios. ―As pessoas falam mal do chefe na rede social, mas não na cara dele, porque têm a pseudo-sensação de estarem protegidas, mas na verdade estão ultraexpostas e isso logicamente traz consequências‖, diz. egundo ela, os recrutadores fazem a pesquisa em perfis nas redes sociais quando o candidato consegue chegar à fase final, que é a entrevista com o empregador. ―Em alguns casos, os perfis nas redes sociais valem como critério de definição para que uma pessoa seja contratada ou descartada‖, afirma. Segundo ela, na entrevista presencial, é possível ver o que o candidato quer passar, mas existe sempre um outro lado que ele não conta, e nas redes sociais é possível conhecer o lado pessoal dele. Ferramenta para o bem e para o mal A coach executiva Luciana Tegon diz que as redes sociais também podem trazer benefícios para quem souber tirar bom proveito delas. Segundo ela, pessoas engajadas em causas de voluntariado, em ONGs de animais, campanhas de agasalho, que praticam esportes, fazem jardinagem, por exemplo, são bem vistas pelo mercado de trabalho, que vê como positivo o que elas fazem quando estão fora da empresa. uciana conta o caso de uma secretária bilíngue que se destacou no processo seletivo porque em sua rede social ela mostrava seu trabalho voluntário num lar de idosos. ―A rede social é uma ferramenta, que pode ser usada para o bem ou para o mal.‖ https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/latam-demite-funcionario-que-aparece-em-video-constrangendo-mulheres-na-russia.ghtml 67 Segundo Carolina, postar conteúdo prestador de serviços é sempre bem visto. ―Ser um curador de informação no segmento do qual o profissional faz parte fará as pessoas o seguirem‖, diz. A coach executiva recomenda a quem for procurar emprego que antes revise seus posts nas redes e faça os ajustes necessários (veja dicas abaixo). Luciana conta o caso de um candidato que tinha um currículo excelente, com fluência em três línguas e longa experiência profissional. Mas nos últimos 6 anos tinha trocado de emprego três vezes, o que dava indícios de ser um profissional instável. Esse argumento se comprovou quando os recrutadores verificaram seu comportamento nas redes sociais. Segundo ela, ele não tinha medida com bebida alcoólica e frequentava lugares que não condiziam com a função que ele ia exercer na empresa. Acabou não sendo contratado. ―A gente olha o conjunto de coisas, o que a pesquisa mostra, se tem comportamento adequado ou inadequado‖, resume. Carolina sugere, em último caso, ter dois perfis – um profissional e outro pessoal. ―No pessoal fala o que quiser e mantém privado, e no profissional trata apenas de assuntos referentes ao emprego ou ligados ao segmento da carreira‖, recomenda. Empresas de olho nos funcionários O professor de etiqueta em redes sociais e de mestrado profissional em jornalismo Ivan Paganotti diz que as empresas monitoram ativamente a participação dos funcionários nas redes sociais devido à preocupação com a reputação e com a segurança da informação, e geralmente elas avisam que estão fazendo isso. Esse procedimento, segundo ele, é para prevenir que situações de crise surjam da exposição deles nas redes sociais, e já avisam que esses comportamentos poderão ser punidos. ―Se a empresa identificar um posicionamento inadequado, mesmo sem levar a uma repercussão maior, pode punir o funcionário com advertência ou fazer curso de adequação, agindo de forma preventiva‖, Ele cita como exemplos o caso de um funcionário da rede de cafés Starbucks, que foi acusado de racismo nos Estados Unidos por chamar a polícia ao ver dois consumidores que estavam há muito tempo sem consumir. Os clientes denunciaram que sofreram discriminação por serem negros. ―A empresa teve que dar uma resposta coletiva para isso e deu curso de formação para os funcionários contra discriminação‖, conta. Outro caso foi o da empresa de serviços de hospedagem Localweb, em 2010, cujo funcionário falou mal de um time de futebol nas redes sociais e era justamente a equipe patrocinada pela empresa. Ele acabou demitido. ―Esse caso mostra como a crise de reputação da empresa pode surgir da participação dos funcionários nas redes sociais. É difícil separar a vida do torcedor do funcionário da empresa‖ Outros casos comuns são de funcionários em fotos nas redes sociais consumindo um produto da empresa concorrente. https://g1.globo.com/mundo/noticia/starbucks-e-acusada-de-discriminacao-racial-nos-eua.ghtml https://g1.globo.com/mundo/noticia/starbucks-e-acusada-de-discriminacao-racial-nos-eua.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/starbucks-vai-fechar-8-mil-lojas-para-treinar-funcionarios-contra-racismo-nos-eua.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/starbucks-vai-fechar-8-mil-lojas-para-treinar-funcionarios-contra-racismo-nos-eua.ghtml 68 O que não pega bem Veja abaixo 16 dicas de Paganotti, Carolina e Luciana: 1. Superexposição nas redes pode não ser bom – mostra que a pessoa tem mais foco em si mesma que no trabalho. 2. Postar fotos mostrando o corpo ou com trajes íntimos, em situações incomuns ou constrangedoras, não pega bem. Se fizer questão de mostrar, deixe disponível apenas para os amigos. 3. Redes sociais não são o lugar indicado para discussões ofensivas. Quem se expõe fica sujeito a julgamentos e está vinculando uma imagem sua que pode não ser positiva para um headhunter. 4. Pessoas que costumam contar os dias para acabar a semana de trabalho mostram ter mais foco em prazer, diversão e descontração do que aspiração na carreira. 5. Pessoas que reclamam demais têm foco nos problemas. Quem tem mais atitudes positivas mostra foco na solução. 6. Falar mal de concorrentes pega mal, ainda que a intenção seja defender a empresa onde trabalha. Além disso, pode parecer que o empregador está estimulando a crítica. 7. Postar apenas conteúdos envolvendo a vida pessoal pode prejudicar a carreira, já que pode dar a entender que a pessoa não tem interesses profissionais. 8. Falar mal do patrão e de colegas de trabalho, faltar do trabalho e no mesmo dia postar foto se divertindo, além de pegar mal, dão demissão por justa causa. 9. Aquele ―consumidor profissional‖ que reclama de tudo reflete a vida dele. Ser crítico com tudo prejudica o profissional em busca de emprego, pois se fala mal do transporte público, vai falar mal da empresa e do chefe. 10. Pessoas que precisam expor sempre suas opiniões e que são voluntariosas devem deixar seus perfis abertos apenas para amigos. 11. Não escreva o que você não falaria na rua. 12. O país vive um momento de muitas polarizações, e assuntos polêmicos sempre geram discussões. Evite se envolver nisso. 13. Não precisa postar tudo o que está fazendo - além de se expor excessivamente e ter de arcar com o que foi publicado, pode ser perigoso para a sua segurança. 14. É inadmissível ser preconceituoso, difamador e caluniador. 15. Repense as postagens do que está sentindo no momento. Às vezes num dia ruim, expor a situação que te incomodou pode parecer imaturidade ou inflexibilidade. 16. Cuidado com comentários sobre política e religião. Defender uma crença é totalmente normal, mas agredir ou ofender escolhas e posicionamentos de outros usuários é inaceitável. 69 Texto 35 MINORIAS Minorias são grupos marginalizados dentro de uma sociedade devido aos aspectos econômicos, sociais, culturais, físicos ou religiosos. No século XX, o caso mais conhecido de perseguição as minorias ocorreu na Alemanha na época em que Adolf Hitler assumiu o poder. Neste período, o partido nazista encarcerou eexterminou milhões de judeus com a justificativa de que eles não faziam parte da superioridade biológica e racial ariana. Entre outros grupos, os nazistas perseguiram comunistas e ciganos, o que configura a reação contra minorias de cunho não apenas religioso, mas ideológico e social. Porém, o termo não deve ser associado a grupos em menor número em uma sociedade, mas, sim, ao controle de um grupo majoritário sobre os demais, independente da quantidade numérica. Ao longo da história, diversos acordos e tratados tiveram o objetivo de resolver a questão dos grupos minoritários. Durante o século XVI, a Paz de Augsburgo reivindicou os direitos das minorias no que se refere à prática livre dos cultos religiosos que não fossem oficiais nos países. No período após as duas grandes guerras mundiais, que evidenciaram a extrema violência contra as minorias, estimulada pelo nacionalismo, foram estabelecidos tratados de proteção aos grupos minoritários. Por meio da Liga das Nações, fundada no ano de 1919, poderia haver intervenções caso alguma minoria fosse novamente perseguida. Com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, a questão foi novamente levantada. Porém, não aparece na Declaração dos Direitos do Homem. Outra medida tomada neste aspecto foi a Carta de Paris, de 1990. Neste documento foi apontada a necessidade de proteção à identidade religiosa, linguística, cultural e étnica das minorias. Dois anos depois, houve a criação de uma das entidades mais importantes para a questão das minorias: o Alto Comissariado para as Minorias Nacionais, que apresentou uma Declaração mais direta e urgente sobre a situação destes grupos. Estudadas por profissionais de diversas áreas do conhecimento, as novas minorias foram definidas nos séculos XX e XXI. Neste grupo, encontram-se os homossexuais, idosos, imigrantes e pessoas que não possuem domicílio fixo. No caso dos homossexuais, são publicamente apontados por sua diferenciação ainda hoje. Já os imigrantes, em muitos países, são considerados parasitas. Entre os principais direitos clamados por estas minorias estão o tratamento igualitário, autonomia e independência completa. Fontes: ARENDT, Hannah. Compreender: Formação, Exílio e totalitarismo. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. http://www.ufrgs.br/ppgs/index.php?formulario=linhas&metodo=0&id=8 https://www.infoescola.com/historia/partido-nazista/ https://www.infoescola.com/filosofia/nacionalismo/ https://www.infoescola.com/historia/liga-das-nacoes/ https://www.infoescola.com/geografia/organizacao-das-nacoes-unidas-onu/ http://www.ufrgs.br/ppgs/index.php?formulario=linhas&metodo=0&id=8 70 Texto 36 ETAPAS DA VIDA O tempo vai passando E vou me lembrando Dos tempos de criança Tempos que não voltam mais. Brincar de pular corda, amarelinha, pique-esconde Ter muitas amiguinhas para brincar de casinha E se machucar… Não tem remédio melhor do que beijinho de mãe para sarar. Sentar no sofá para o papai esperar E um beijo bem gostoso no rosto ganhar Quando a noite vem Papai e mamãe contam histórias até o sono chegar. Hoje sou uma adolescente Com muitas saudades Mas estou entrando em outra fase da vida E quero que ela seja bem vivida Para outras recordações guardar. E sei que daqui a alguns anos Uma adulta vou me tornar E responsabilidades tenho que tomar Como: trabalhar e arrumar um namorado Para depois me casar. Francês Rodrigues Trocando idéias 1. O texto nos fala de dois tempos diferentes. Quais são eles? 2. Faça uma comparação entre sua infância e a do personagem. 3. Na sua opinião, o que é adolescência? 4. As atitudes da adolescente do texto se identificam com as suas? Em quê? 5. Quais são, agora, os seus sonhos? 71 Texto 37 O QUE ESTÁ ACONTECENDO COMIGO? Dizem que a fase da adolescência é a melhor época da vida. Será? Nem sempre é tão maravilhosa assim. Entre os 10 e 20 anos ocorrem várias mudanças em nosso corpo, em nossas atitudes e em nosso pensamento. O jovem se sente estranho, descontente, esquisito, mas também acontece momentos descontraídos, alegres e divertidos. Nessa época ele deixa de ser criança e vai se transformando em adulto. É um período de difícil adaptação, em que, às vezes, o lado criança quer falar mais alto e as pessoas exigem atitudes adultas. O jovem procura ajuda com os colegas e amigos, pois muitas vezes os pais não estão abertos ao diálogo, não o compreendem: os professores estão ocupados e preocupados com a matéria a ser dada e as dúvidas não param de surgir. E o pior é que os amigos também estão passando pela mesma fase e, apesar de parecerem espertos, geralmente não sabem muito mais. Embora seja uma fase conflituosa o jovem não deve desistir, porque é certo que ela é passageira e no futuro só serão lembranças. Trocando idéias: 1. Elabore um paralelo entre os seus sentimentos quando criança e agora, como adolescente. O que mudou? O que você acha que mudará? 72 Texto 38 ADOLESCENTE OU “ABORRECENTE”? A adolescência é uma etapa da vida recheada de transformações físicas e psicológicas, decorrentes da puberdade. Um turbilhão de hormônios começa a atuar sobre o corpo, e a maneira de agir do adolescente diante do novo origina uma série de novas atitudes. O adolescente, por não poder mais comportar-se como criança e ainda não responder como adulto, passa por momentos conflitantes em busca de respostas às suas dúvidas. A cabeça fervilha de perguntas a respeito de como lidar com as novas mudanças. Os pais, tidos durante toda a infância como super-heróis, passam de uma hora para outra a ser encarados como ultrapassados. Os pensamentos, opiniões, idéias e atitudes deles são vistos pelos filhos como fora de uso, o que leva a divergências familiares, sendo o adolescente taxado de aborrecente. A paciência e o diálogo constituem maneira encontradas pelos pais e filhos para superar os momentos difíceis enfrentados pelo jovem nessa fase, tornando-a mais amena. Adolescer é estar diante de situações que antes podiam facilmente ser resolvidas pelos pais, mas que agora é necessário que ele próprio tome conhecimento. A responsabilidade passa a fazer parte da sua realidade, o que leva ao crescimento e ao amadurecimento para poder encontrar e desempenhar o seu papel na sociedade. Trocando idéias: 1. ―A infância é uma etapa da vida recheada de boas lembranças‖ O que mais lhe dá saudade ao recordar dessa fase? 2. Durante o período da sua adolescência, quais foram as principais divergências com seus pais? 3. Com que você ―desabafa‖ quando está com um problema para solucionar? 4. Elabore com seus colegas uma lista dos principais ―grilos‖ que surgiram durante a adolescência. 5. Para você, qual é o papel dos pais nessa nova fase de vida? 73 Texto 39 CARA DE ADOLESCENTE Um dia, sem mais nem menos, ao olhar-se no espelho, você percebe que algo estranho apareceu no seu rosto: uma bolinha vermelha com uma pontinha amarelada, que dói muito ao ser tocada. Esta é apenas o início de uma série que vai deixá-lo(a) com ―cara de adolescente‖, por causa do aparecimento da acne, conhecida popularmente como ―espinha‖. Na adolescência, os hormônios sexuais atuam em diferentes regiões do organismo, dentre elas as glândulas sebáceas. As glândulas sebáceas, distribuídas pelo corpo, têm a função de produzir o sebo (gordura), que, em condições normais, protege e lubrifica a pele. Durante a adolescência, por causa do desequilíbrio dos hormônios sexuais, essas glândulas, principalmente as do rosto, pescoço e costas, secretam o sebo em excesso, que se acumula no interior dos poros, provocando o ―cravo‖. Por apresentar gordura, o cravo torna-se um ambiente propício à proliferação de bactérias, que utilizam o sebo como ambiente. As bactérias, como todo corpo estranhoNunca poderemos chegar e entregar a tarefa pronta, pois novos desafios na vida social surgirão, demandando novas conquistas e, portanto, mais cidadania. http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/textos/oque_e_cidadania.html Atividades a) Será que o cidadão utiliza bem sua liberdade nos contextos sociais? b) Mencione algumas alternativas para a melhoria da cidadania em nossa sociedade. http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/textos/oque_e_cidadania.html 6 Texto 02 LIVROS SAGRADOS As tradições religiosas preservam seus ensinamentos e normas através de textos que são considerados sagrados. Atribui-se a eles uma origem divina através de um mensageiro, um iluminado ou um discípulo. Os textos são expressões da relação do humano com o divino. Neles há um forte apelo do Criador e das forças sobrenaturais para que o ser humano torne-se mais justo, compassivo, bom e santo. O leitor sabe que, ao acolher os ensinamentos dos textos sagrados, pode tornar-se perfeito ou aproximar-se da divindade, dando maior sentido à sua existência. Os livros sagrados revelam o desejo de transcendência presente nas culturas e povos das mais diferentes regiões do planeta nos diversos períodos da história. São exemplos de escrituras sagradas: o Bhagavad-Gita do hinduísmo; a Torá do judaísmo; o Tri-Pitakas do budismo; o Novo Testamento do cristianismo e o Alcorão dos muçulmanos. Há muitos textos e saberes sagrados difundidos pelo globo, mas estes são os mais conhecidos e pela maior parte da população mundial. A Torá original foi transmitida por Deus a Moisés, após ter permanecido 40 dias e 40 noites sem comer, dormir ou beber. A Torá foi ensinada ao povo e seu conteúdo foi compilado na íntegra, para que jamais fosse esquecido e permanecesse imutável, mesmo com a morte dos sábios que a transmitiram, de geração a geração. A Torá também é conhecida como Pentateuco, composta pelos cinco primeiros livros da bíblia. Atividades 1. Quem preserva seus ensinamentos e normas através dos textos sagrados? 2. Através de quem atribuiu aos textos uma origem divina? 3. Qual apelo do Criador e das forças sobrenaturais há nos textos sagrados? 4. O que revelam os livros sagrados? 5. Cite 3 exemplos de escrituras sagradas. 6. O que é Pentateuco? 7. À quem Deus transmitiu a Torá? 8. O que são os textos sagrados? 9. O que o leitor sabe que ao acolher os ensinamentos dos textos sagrados? 10. Qual o livro sagrado dos muçulmanos? Disponível em: http://prhh.wordpress.com/2012/05/01/as-escrituras-sagradas http://ensinoreligioso9.blogspot.com/2012/06/livros-sagrados.html 7 Texto 03 A FUNÇÃO DO TEXTO SAGRADO ESCRITO Registrar a tradição religiosa como forma de preservar a experiência religiosa fundante, assim a religião organiza sua estrutura religiosa, seus ritos, símbolos, mensagens, entre outras; · Comunicar a experiência religiosa aos fiéis da religião, a fim de que o ―divino‖ se faça presente para o homem religioso e o grupo encontre orientações e ensinamentos; · Atualizar a experiência original no tempo e espaço, afinal, independente do período, o texto sagrado mantém a mesma estrutura, sendo utilizado para orientar a vida do homem nos cultos e na educação religiosa; · Certificar, por meio de seus escritos, as experiências religiosas do grupo em todos os tempos. TEXTOS SAGRADOS ESCRITOS Os textos sagrados escritos, para algumas tradições religiosas, são criados a partir da manifestação ou inspiração divina, ou seja, o próprio divino se faz presente de alguma maneira para enviar a mensagem ao homem religioso. No entanto, é importante lembrar que alguns textos sagrados não nascem necessariamente sagrados, mas se tornam sagrados à medida em que o grupo encontra, nos textos escritos, elementos que os unem em um mesmo ensinamento, apresentam valores comuns e auxiliam o homem religioso a experimentar a manifestação do Sagrado. Também outra forma de um texto se tornar sagrado é após a morte do líder. Como exemplo: após a morte do Buda, seus ensinamentos foram organizados e transformados em livros pelos seus seguidores. Os conteúdos encontrados nos textos sagrados são variados. É difícil descrever no que consiste cada um de forma geral. Por isso, vamos conhecer alguns textos sagrados e um pouco do seu ensinamento. Texto Sagrado – Imagens, desenhos, pinturas, entre outros. No período em que se faziam pinturas rupestres, os homens não possuíam o domínio da escrita e registravam seu cotidiano por meio de desenhos feitos nas paredes das cavernas. Acredita-se que o homem, ao desenhar nestas paredes, entrava num processo de transe e expressava seu desejo que, geralmente, estava ligado a garantia de uma boa caça. O homem pintava o animal da maneira como o via (naturalismo). As pinturas retratadas na parede da caverna quase sempre eram de animais como veados, cavalos, mamutes e javalis com ferimentos mortais de lanças que o próprio ser humano atirava. O fato de retratar lanças atiradas nos desenhos de caça era na crença de que ao fazê-lo facilitaria o domínio sobre a presa. Os desenhos eram feitos em rochedos e paredes de cavernas utilizando recursos da natureza, como, por exemplo, o carvão, a seiva de plantas e de frutas, argila, etc. 8 Texto 04 CARNAVAL DO BRASIL OU BRASIL DO CARNAVAL? Relação entre a folia e a formação da identidade brasileira é via de mão dupla. De um lado, alegorias suntuosas, fantasias repletas de brilho e luxo e celebridades instaladas em disputadíssimos camarotes. De outro, subúrbios decorados com confete e serpentinas, sprays de espuma e a simplicidade de pessoas de todas as camadas sociais que tomam ruas e praças nesta época do ano. O que vem primeiro à cabeça quando se fala em Carnaval brasileiro? Ainda que essas duas facetas da folia possam parecer divergentes à primeira vista, na verdade, elas têm muito mais do que o calendário em comum. Para a professora Helenise Monteiro Guimarães, vice-diretora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisadora de cultura popular e Carnaval, a festa carnavalesca é um dos eventos que melhor traduz a riqueza e a multiplicidade das manifestações culturais do Brasil. Ao mesmo tempo em que o feriado mais aguardado e comemorado pela maioria do povo apresenta uma tendência cada vez mais clara de espetacularização — marcada pela competição e disputa no desfile das escolas de samba —, ele também conserva traços de festa popular e profana, com o ressurgimento de blocos, bandas, grupos de bate-bolas, afoxés e bailes carnavalescos de clubes. Se hoje as agremiações competem entre si na avenida, a disputa em outros carnavais era com outro adversário. Quando as escolas de samba surgiram no Rio de Janeiro, ainda no final da década de 1920, o Carnaval privilegiava os bailes de gala, como o do Theatro Municipal. A demanda por sofisticação e elegância devia-se a um projeto das autoridades, que visavam tornar a cidade atraente para personalidades estrangeiras. Segundo Helenise Guimarães, foi a partir daí que se criou um modelo de Carnaval brasileiro. Nascido no Rio de Janeiro, o conjunto que gerou o que vemos atualmente se espalhou pelo país, ganhando características regionais. Nesse processo, tanto a identidade brasileira fabricou um Carnaval diferenciado dos demais realizados em outros paises quanto a essência carnavalesca contribuiu para a formação de nossa brasilidade. 9 ―A contribuição do Carnaval para a ‗identidade brasileira‘ é a de reafirmar nossa multiplicidade cultural e capacidade de reunir grupos de indivíduos de diferentes níveis socioeconômicos com a mesma força demonstrada, por exemplo, pelo futebol e a paixão de suas torcidas unificadas na grande competição que é a Copa do Mundo‖, esclarece Helenise Guimarães. Início da prática do carnavalno organismo, são destruídas pelas células de defesa. Durante a batalha imunológica, muitas células de defesa morrem, formam o pus, que se deposita no interior do poro, produzindo a espinha. Muitos adolescentes costumam espremer espinhas ou usar receitas e simpatias caseiras para tratar da acne, o que é desaconselhado pelos médicos, pois pode desencadear uma infecção. Caso você esteja se sentindo incomodado(a) com seus cravos e espinhas, procure a orientação de um dermatologista. Mas não se preocupe, pois com o tempo, em virtude do equilíbrio dos hormônios no organismo, a acne desaparece. É só ter paciência! 74 TEXTO 40 PROCURA-SE UMA IDENTIDADE A adolescência é uma etapa da vida cheia de atitudes. Muitas vezes não é bem compreendida. Durante a infância, os pais fazem planos para o filho na idade adulta. Mas, com a chegada da adolescência e com todos os conflitos envolvidos, o jovem procura desvencilhar-se do modelo imposto e adota atitudes que não condizem com sua educação. Certos comportamentos adotados, como o uso de piercing, o jeito de vestir e falar, as tatuagens, a formação de tribos ou o isolamento, são algumas das atitudes que o jovem encontra para se destacar, ser diferente, sobressair na sociedade. E é exatamente essa maneira diferente de agir que o adolescente encontra para se fazer notar por seus pais e amigos, querendo, de alguma forma, demonstrar que apresenta uma identidade própria, e não aquela programada durante a sua infância. Com o tempo, o amadurecimento e o diálogo, o jovem compreende que a transformação não se dá de fora (físico) para dentro (psicológico), mas de dentro para fora, fazendo com que as pessoas ao seu lado respeitem o caminho que ele próprio definiu para si. Trocando idéias: 1.A adolescência é o período em que o jovem passa por conflitos, exatamente pelas mudanças acontecidas. •Como você procura solucionar os seus conflitos? •Você conversa com alguém sobre seus problemas? Como se sente? 75 Texto 41 AS APARÊNCIAS ENGANAM Em virtude das mudanças ocorridas em seu corpo durante a puberdade, a preocupação de muitos adolescentes passa a se referir à forma física. Tentando imitar os ditos padrões de beleza divulgados pela mídia, as meninas, principalmente, tomam como referencial o corpo magro e esguio das modelos. Em busca dasmedidas ―ideais‖, a jovem submete-se a dietas, verdadeiros sacrifícios alimentares, o que pode desencadear distúrbios alimentares, como a bulimia e a aneroxianervosa. A bulimia consiste na ingestão de grandes quantidades de comida em um curto espaço de tempo. Mas a mulher preocupada em perder peso provoca vômito ou toma laxante para eliminar o alimento ingerido na refeição, causando risco à saúde. A anorexia nervosa constitui um distúrbio segundo o qual a mulher deliberadamente não se alimenta, ou quando muito, come pouquíssimo, chegando a passar fome por vontade própria. Esse distúrbio, geralmente, inicia-se na adolescência por causa da fixação pelo corpo ―perfeito‖. Por mais que esteja magra e com a saúde debilitada, a mulher apresenta resistência ao tratamento, não tendo consciência da gravidade do problema, com receio de ganhar peso. Esses dois distúrbios acometem jovens em todo o mundo. O tratamento consiste no acompanhamento psicológico associado a uma alimentação balanceada. Se não for tratado, o distúrbio pode levar à morte. Muitas adolescentes sacrificam a saúde em busca de um corpo magro, desejando tornarem-se mais atraentes. Mas as aparências enganam. Magreza não significa saúde. Em alguns casos, está relacionada à doença. Caso você não esteja satisfeita com as formas do seu corpo, procure a orientação de um médico (endocrinologista) ou nutricionista antes de se aventurar em alguma dieta milagrosa. Trocando idéias: 1. Você está satisfeito com as formas do seu corpo? Comente. 2. Há alguma parte do seu corpo que você mudaria? Por quê? 76 Texto 42 A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA Os meios de comunicação de massa têm estimulado e influenciado o comportamento sexual humano, principalmente o dos adolescentes, que estão à procura de modelos e de respostas para suas dúvidas. A mídia abre discussão sobre sexualidade e sexo. Mas, ao mesmo tempo que promove essa discussão, abre também para uma erotização muitas vezes excessiva, exibida em horários inoportunos. É necessário que jovens e crianças percebam a TV e outros meios de comunicação com um olhar crítico, sabendo usá-los para a vida, sem se submeter a eles. É importante que se discuta o tipo de relacionamento de personagens de filmes e novelas, para que se forme um cidadão crítico e observador. As novelas, os filmes, os programas de auditório, as propagandas e os telejornais difundem modelos de comportamentos, reforçam esteriótipos sociais, preconceitos, etc. O diálogo e o desenvolvimento do senso crítico perante a mídia é, com certeza, uma decisão acertada na formação do cidadão consciente. 77 Referencias bibliográficas: CAMARGO, Orson. "Sociedade"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/sociedade-1.htm. Acesso em 05 de janeiro de 2020. RIBEIRO, Paulo Silvino. "O que é ética?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-que-etica.htm. Acesso em 05 de janeiro de 2020. FLÁVIA CUNHA ‖Professora Formadora da Diversidade‖ CEFAPRO – Barra do Garças. Cláudia Rodrigues, ―Apostila ensino Religioso‖ 6º ano, 1º ao 4º Bimestre 2017. Temas de Ensino Religioso. Organizado pelo Professor Luiz Antonio Burim – Professor de Ensino Religioso – Ensino Fundamental e Professor de Filosofia no Ensino Médio. Projeto didático: a ética no convívio escolar. Disponível em: http://karlawanessa.blogspot.com.br/2010/05/projeto-didatico-etica-no- convivio.html Acesso em 19. Jan. 2018. Projeto Ética: Ética também se aprende na escola. Disponível em: http://www.karlawanessa.blogspot.com.br/#uds-search-results Acesso em 29. Jan. 2017. CRESCER COM ALEGRIA E FE VOL 6 - FTD - GLAIR ARRUDA / EDNILCE DURAN. ... Distribuidora Curitiba de Papéis e Livros SA. CBC; Ensino Religioso, Secretaria de Educação de Minas Gerais,2014 http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/textos/oque_e_cidadania.html http://prhh.wordpress.com/2012/05/01/as-escrituras-sagradas BRASIL. Lei nº LEI Nº 13.104, DE 9 DE MARÇO DE 2015. Brasília, DF, mar, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13104.htm FEMINICÍDIO: a realidade brasileira. Produção: FOLHA, Állison A. et al. 20 min, colorido. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UuLfMufHL0Y. Acesso em: 01 set. 2019. GARCIA, L. & SILVA, G. D. 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Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que, na colônia, era praticada pelos escravos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Tais bolinhas nem sempre eram cheirosas. O entrudo era considerado ainda uma prática violenta e ofensiva, em razão dos ataques às pessoas, mas era bastante popular. Isso pode explicar o fato de as famílias mais abastadas não comemorarem com os escravos, ficando em suas casas. Porém, nesse espaço, havia brincadeiras, e as jovens moças das famílias de reputação ficavam nas janelas jogando águas nos transeuntes. Por volta de meados do século XIX, no Rio de Janeiro, a prática do entrudo passou a ser criminalizada, principalmente após uma campanha contra a manifestação popular veiculada pela imprensa. Enquanto o entrudo era reprimido nas ruas, a elite do Império criava os bailes de carnaval em clubes e teatros. No entrudo, não havia músicas, ao contrário dos bailes da capital imperial, onde eram tocadas principalmente as polcas. A elite do Rio de Janeiro criaria ainda as sociedades, cuja primeira foi o Congresso das Sumidades Carnavalescas, que passou a desfilar nas ruas da cidade. Enquanto o entrudo era reprimido, a alta sociedade imperial tentava tomar as ruas. Mas, o que os gringos acham do carnaval brasileiro? Os estrangeiros que ainda não conheceram o que é realmente o carnaval no Brasil, normalmente tem uma visão bem distorcida do que realmente acontece no país. Muitos acreditam, por exemplo, que o Brasil vive um carnaval o ano inteiro. Mas, quem já passou pelo Brasil sabe que as coisas não são bem assim. O folclore em volta de toda essa cultura e festa brasileira é que encanta os estrangeiros. Se você, que é brasileiro, já fica encantado quando vê uma alegoria da escola de samba passando na sua frente, imagina um estrangeiro? Essa alegria do brasileiro é algo que encanta lá fora também. E na verdade, independentemente da festa de carnaval ou não, é isso que realmente chama a atenção de quem mora lá fora. A alegria dos brasileiros e a beleza natural do país. 10 Texto 05 Feminicídio Feminicídio (ou femicídio) é um termo que junta as palavras ―feminino‖ e ―homicídio‖ e se refere aos assassinatos de mulheres cuja causa é o gênero – feminino – da pessoa assassinada. Ele é enquadrado dentro da categorias de crimes de ódio e como ato de misoginia. O feminicídio é um enquadramento recente da jurisprudência brasileira (2015) e visa não acobertar as qualidades do crimes de ódio juntando o mesmo com outros tipos de homicídio. Os homicídios decorrentes de conflitos de gênero têm sido denominados feminicídios, termo de cunho político e legal para se referir a esse tipo de morte. Assim, considera-se feminicídio qualquer manifestação ou exercício de relações desiguais de poder entre homens e mulheres que culmine com a morte de uma ou mais mulheres [...] Esse tipo de crime pode ocorrer em diversas situações, incluindo: mortes perpetradas por parceiro íntimo, crimes seriais, violência sexual seguida de morte, feminicídios associados ou extermínio [...]. O feminicídio encontra-se no ponto mais extremo do continuum de violência misógina, podendo ocorrer junto a outras formas de violências extremas [...] Sendo assim, o conceito de feminicídio contribui para desfazer os argumentos de que a violência de gênero é uma questão privada e pessoal, e a posiciona como um fato político e social. (MENEGHEL et al., 2013, p. 524 O feminicídio é considerado um ato de misoginia pois o seu contexto deriva dos atos de violência contra a mulher e de atos de discriminação contra a mulher, ao perceber a mesma como inferior ou incapaz ou como objeto pertencente a outra pessoa, em geral, um homem. O feminicídio costuma ser realizado por homens (MENEGHEL et al, 2013) https://www.infoescola.com/direito/jurisprudencia/ 11 contra mulheres, não pela sua individualidade, o que configuraria um homicídio comum, mas pela sua condição de mulher. A construção social que hierarquiza homens e mulheres é base para o pensamento que as mulheres são inferiores ou incapazes em relação aos homens e são consideradas objetos ou propriedade, não possuindo vontades próprias ( PÉREZ & FIOL, 2000; FEMINICIDIO...,2019). O feminicídio portanto é uma das faces da misoginia e dos crimes de ódio, já que foca no grupo social ao qual pertence a vítima. A condição social construída e acreditada pelo agressor de quem é a mulher é, para ele, justificativa para entender essa mulher como posse e sua vida como dependente da vontade do homem. A legislação brasileira aprovou a Lei nº 13.104, de 9 de março de 2015 que altera o código penal a fim de qualificar o homicídio como feminicídio. Essa modificação é importante porque homicídios podem ocorrer por diferentes motivos na sociedade e a qualificação permite que os crimes de ódio se destaquem e sejam tratados de forma diferenciada. O crime de ódio, por ser um crime gerado pela aversão a um grupo social ou minoria, é perigoso para todo este grupo. E é diferente do crime passional, onde por muito tempo foi incluído o feminicídio, por que o crime passional é movido por emoções do momento e não seria perigoso para pessoas fora da situação dada. No entanto, para ser classificado como feminicídio, o homicídio precisa ocorrer em situações especificas. Feminicídio VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: § 2º -A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Aumento de pena § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. (BRASIL, 2015) Na legislação, o feminicídio aparece como uma qualidade do homicídio, o termo feminicídio qualifica o ato, no sentido de entender que a motivação da distinção de gênero é a causa do feminicídio. Ele ainda é associado aos casos de violência doméstica, o que também evidencia que a condição de gênero e a misoginia são suas causas. Considerar a mulher subalterna e como uma propriedade é o pensamento e o sentimento base para https://www.infoescola.com/direito/crime-de-odio/ https://www.infoescola.com/direito/crime-passional/ 12 que atos de violência contra a mulher apareçam em diferentes situações, podendo levar ao feminicídio em última instância. Os dados de pesquisa do IPEA & FBSP demonstram que os homicídios são diferentes e acontecem de forma diferente entre homens e mulheres e em taxas gerais. E demonstra ainda que enquanto há redução do paulatina do número de homicídios geral, há aumento do número de homicídios femininos causados pela desigualdade de gênero. Dessa forma, pode-se e precisa-se analisar esses casos de forma diferenciada, daí a necessidade da legislação brasileira em qualificar os homicídios em diferentes categorias. Desta forma, entende-se que feminicídio é o homicídio qualificado de mulheres que estão em situação de violência doméstica ou devido a sua condição de mulher. Ele está associado aos crimes de ódio e à misoginia e deriva das estruturas que hierarquizam e menosprezam o feminino na sociedade. Atualmente, no Brasil, ele vai em direção contrária aos índices de homicídio e está em níveis elevados. Como é decorrente de um crime de ódio, ele é incentivado pelas estruturas sociais de desigualdade de gênero, por transmitir a ideia de posse de um homem sobre uma mulher. Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/sociologia/feminicidio/ https://www.infoescola.com/sociologia/misoginia/https://www.infoescola.com/sociologia/feminicidio/ 13 Texto 06 ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA Considerado pela OMS [Organização Mundial da Saúde como uma doença, o alcoolismo é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, onde cerca de 15% da população é dependente do álcool, a maioria homens jovens entre 18 e 29 anos, o alcoolismo tem, em 18 de fevereiro de cada ano, a data registrada como O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo ou ―Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo‖. O consumo abusivo do álcool provoca graves problemas de saúde. A quantidade para uma pessoa se prejudicar varia de acordo com cada organismo. Veja o que o álcool pode fazer com você. Cérebro: Na adolescência, o uso abusivo pode causar a destruição de neurônios e impedir a realização de sinapses, fundamentais a processos como o de aprendizagem. É nessa fase que o cérebro tem mais condições fisiológicas de armazenar e de processar informações. O álcool causa alteração da memória e perda de reflexos, o que pode contribuir para acidentes de trânsito. Bêbado, o adolescente fica mais vulnerável a relações sexuais sem proteção e se expõe a DSTs. O álcool pode aumentar a pressão arterial e provocar derrame cerebral. 14 Esôfago: O álcool danifica as células do esôfago, causando uma inflamação chamada esofagite. Pode causar sensação de queimação e dores quando um alimento for engolido. Em casos graves, provoca hemorragia e vômitos de sangue. Coração: O álcool provoca um alargamento das fibras do coração, resultando em uma doença cardíaca que pode provocar até a insuficiência do órgão. Estômago: O álcool contribui para o desenvolvimento da gastrite, uma inflamação da camada interna do estômago. Quando é muito grave, pode causar úlcera, ferida na parede dos estômago de provoca dores fortes. Essas alterações, somadas a deficiências no pâncreas, impedem o órgão de absorver corretamente nutrientes (síndrome da má absorção), o que pode resultar em anemia. Além disso, mais de 80% dos cânceres de boca, laringe, faringe e estômago estão relacionados ao álcool. Fígado: É o único órgão que metaboliza o álcool no organismo. Quando a pessoa bebe demais, ele é sobrecarregado e suas células ficam inflamadas, provocando a hepatite. A cirrose, conseqüência mais grave da hepatite, que pode ocorrer após dez anos de uso abusivo, provoca a degeneração do órgão. As células são destruídas e viram cicatrizes. Um fígado cirrótico perde a capacidade de metabolizar nutrientes e impede a passagem de sangue e de água pelo órgão, provocando, num estágio grave, a ascite, ou ―barriga d‘água‖. Pâncreas: O pâncreas é responsável pela produção de insulina e de enzimas digestivas. Em excesso, o álcool provoca a inflamação desse órgão, a chamada pancreatite, que pode resultar na destruição das células que produzem insulina (levando a uma diabetes) e das que produzem as enzimas digestivas (levando a uma síndrome da má absorção). Provoca dor abdominal e vômitos. Intestino: Assim como o estômago, o intestino pode desenvolver uma úlcera por conta da inflamação das células ou ainda um câncer, além da síndrome da má absorção. Aparelho reprodutor: O uso crônico provoca alteração nos vasos sangüíneos de todo o corpo. Nos homens, ele pode ter ação nos vasos do pênis, provocando a impotência. Além disso, pode inibir a produção de hormônios que ajudam a produzir os espermatozóides, causando infertilidade. Mulheres que bebem durante a gravidez podem gerar bebês com síndrome fetal alcoólica, uma alteração genética que provoca deformações físicas e retardo mental. Músculos: O álcool interfere na absorção de vitaminas do complexo B, importantes na transmissão nervosa entre o nervo e a placa motora. Isso provoca uma atrofia muscular, a chamada polineurite alcoólica. Com isso, os músculos ficam enfraquecidos, mais finos, e o usuário crônico passa a ter dificuldades de andar. Ossos: O álcool enfraquece os ossos, provocando a osteoporose 15 Texto 07 VOCAÇÃO Vocação é um termo derivado do verbo no latim "vocare" que significa "chamar". A vocação é uma inclinação para exercer uma determinada profissão ou um talento (aptidão natural) para executar algo. O sentido original expressa um chamado espiritual para que as pessoas sigam uma religião ou uma missão divina destinada a alguns cristãos para exercerem o sacerdócio. A vocação sacerdotal é vista como um chamado de Deus por aqueles que se sentem inclinados a exercerem o ministério paroquial. A vocação profissional é formada por um conjunto de aptidões naturais e interesses específicos do indivíduo que o direcionam na escolha de uma profissão. O teste vocacional é um instrumento que pode auxiliar aqueles que estão indecisos sobre qual carreira profissional seguir. O que é Vocação Profissional: Vocação profissional é descobrir qual a profissão mais adequada ao perfil de cada indivíduo. Descobrir a vocação profissional de cada um é avaliar em quais profissões ele se encaixa melhor, de acordo com suas preferências, estilo de vida, e etc. A vocação profissional é analisar em que profissão o indivíduo tem interesse, o que ele gosta de fazer, e o que ele não suporta. Descobrir a vocação de cada pessoa não é uma tarefa fácil, mas tem o objetivo de tornar aquele indivíduo em um futuro profissional realizado com o que faz e satisfeito com o tipo de vida que escolheu para viver. Nos dias atuais, a descoberta da vocação profissional tem se tornado essencial, uma vez que é necessário direcionar a carreira das pessoas, para não correrem o risco de perderem tempo e dinheiro, se dedicando, fazendo cursos, por algo que eles não tenham interesse. Para descobrir a vocação profissional de cada indivíduo, existem testes e exames que podem ser feitos, geralmente com a ajuda e suporte de psicólogos, que analisam o perfil de cada um, considerando diversos fatores, como características pessoas, personalidade, reações, objetivos, e etc. https://www.infoescola.com/profissoes/ http://ensinoreligioso7.blogspot.com.br/2013/08/vocacao.html https://www.infoescola.com/profissoes/ 16 Texto 08 É TEMPO DE PÁSCOA O coelho e os ovos de chocolate não são símbolos bíblicos, mas que nasceram com o tempo e hoje são expressões da Páscoa. Páscoa, literalmente, significa passagem. Na origem, para os judeus que a celebram até hoje, relembra a passagem da escravidão do Egito para a liberdade na Terra Prometida. O anjo passa através das casas dos judeus no Egito e liberta o povo escolhido. Para nós cristãos, é símbolo da passagem da morte para a vida, que acontece através da ressurreição de Cristo. Portanto, Páscoa é sinal de vida. O ovo é, em si, expressão de vida. Contém a vida, na sua forma inicial. Já desde a antiguidade esse elemento se revestiu de sentido simbólico, seja entre os egípcios que entre os persianos. Entre esses últimos existia o costume de dar, como presente, ovos de galinha, no início da primavera. Com o tempo passou a decorá-lo, chegando assim até os nossos dias Outro símbolo de vida é o coelho, já desde tempos antigos. Um dos motivos que o liga à vida é a facilidade com que se procria. Outros dizem que entre os povos antigos era um animal que nas religiões pagãs se ligava à lua. Como a páscoa é intimamente ligada à lua cheia, foi imediata a ligação entre esses dois símbolos. A relação do coelho com a páscoa é fruto da tradição alemã. Enquanto o "ovo da páscoa" é muito comum em todo o mundo, o "coelhinho da páscoa" não é tão conhecido no resto do mundo. Resumindo, o sentido desses dois símbolos em relação à páscoa deve ser buscado na expressão de vida que eles contêm em si e a páscoa nada mais é do que a celebração da vida. 1) Qual representatividade do ovo na páscoa? 2) Sabendo que o coelho não bota ovos, o que liga ele a páscoa segundo o texto? 17 Texto 09 MERCADODE TRABALHO Essa "nova era" do trabalho - chamada de "terceira revolução industrial" - preconiza um momento de mudanças tecnológicas, mudanças nas comunicações, bem como na organização do trabalho, que tem provocado desemprego tecnológico e, consequentemente, promovido insegurança e temor. Atinge em especial as "gerações de escritório", para quem o trabalho era seguro e estável. A mão-de-obra jovem (entre 15 e 24 anos) também sente na pele a dificuldade de ser absorvida pelo mercado de trabalho. Daí explica-se a corrida incessante por qualificação, na busca pela empregabilidade e que, nem sempre, tem garantido bons resultados. Essa é uma realidade que afeta, hoje, a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Pesquisas realizadas em diversas áreas profissionais, como Psicologia, Economia e Sociologia, constatam que o desemprego tornou-se um dos maiores problemas da sociedade atual, que aflige inúmeras pessoas, independente de gênero, faixa etária ou grau de escolaridade. Humanos ou máquinas No entanto o desemprego não é um fenômeno novo, característico apenas dos dias de hoje. Desde a invenção da máquina a vapor - marco da primeira Revolução Industrial - há cerca de 200 anos, o homem vem transferindo para as máquinas, o trabalho que antes era realizado através da força humana. Por que, então, as pessoas estão estranhando o aumento do desemprego que ocorre atualmente, se, historicamente, ele sempre existiu nos momentos de mudanças que atingem o mercado de trabalho? Primeiramente, este temor diante do desemprego se deve ao fato de que as estatísticas, hoje, apontam para números assustadores nos índices e com previsão de crescimento para as próximas décadas. Pois não se trata apenas de um movimento de transição provocado pela redução de alguns cargos considerados passados e, em contrapartida, do surgimento de outras funções criadas por uma tecnologia moderna. Diz respeito a mudanças de paradigmas, que causam modificações na maneira de executar o trabalho e, consequentemente, nas formas de relacionamento das pessoas no âmbito do trabalho, bem como na organização de toda a sociedade. Diante desse contexto, podemos fazer um outro questionamento: o que há de diferente, na atual situação do desemprego que testemunhamos? A grande diferença manifesta é a velocidade com que as novas tecnologias se desenvolvem e se modifica o processo produtivo. Como consequência, o processo de substituição do ser humano pela máquina é intensificado. Máquinas programadas e robôs passam a fazer o trabalho de dezenas de seres humanos, cada vez mais e de forma eficiente, ágil, limpa, silenciosa e que, além do mais, não estão sujeitas às intempéries naturais e não reivindicam aumentos salariais e melhorias nas condições de trabalho. 18 Texto 10 CELEBRAÇÕES NAS TRADIÇÕES RELIGIOSAS Celebrar é o ato de festejar, de comemorar e de louvar publicamente. As tradições religiosas sempre celebram as suas crenças das mais diversas formas possíveis e imagináveis. Na bíblia sagrada, especialmente no antigo testamento percebemos as mais variadas celebrações do povo da antiga aliança. Celebrações muçulmanas Entre as celebrações dos muçulmanos destacamos as comemorações do mês de Ramadã em que eles jejuam da aurora ao pôrdo-sol. O jejum de ramadã O Ramadã é um feriado não fixo que se movimenta a cada ano e se localiza no nono mês do calendário muçulmano. Celebrações budistas Entre os budistas destacamos as celebrações de homenagem póstuma que consistem em reunir parentes e amigos do falecido e convidar um monge para oficiar a leitura solene dos textos sagrados (Sutras), diante da imagem do Buda Amida. Na tradição budista essas reuniões têm por objetivo escutar e refletir sobre o Dharma (O Ensinamento do Buda) 19 Celebrações hinduístas No hinduísmo destacamos os festejos de primavera conhecidos por Holi com danças e procissões, comemora-se a fecundação, o deus do amor. Celebrações cristãs Já entre as celebrações cristãs podemos destacar a festa do natal e da páscoa. O natal que representa o nascimento de Cristo é celebrado com troca de presentes geralmente em torno de uma grande árvore enfeitada que simboliza a vida, também é costume a presença do presépio representando a noite Santa em que o menino-deus nasceu. Páscoa Na festa da páscoa, diferentemente dos Judeus que comemoram a passagem da escravidão para a liberdade, os cristãos comemoram a passagem da morte para a vida, embora Jesus Cristo sendo nossa páscoa, é verdadeiramente o cordeiro imolado, sacrifício único, perfeito, verdadeiro e definitivo. Celebração da páscoa Entre elas podemos destacar a festa da páscoa: costume que tinham de oferecer um animal macho do rebanho em sacrifício na primavera e passar seu sangue sobre o cordame das tendas. Atividades 1 - O que é celebrar? 2 - O que é o Ramadã? 3 - Qual o objetivo das celebrações de homenagens póstumas no budismo? 4 - O que é Holi? 5 - Quais as festas mais importantes do Cristianismo? 20 Texto 11 IGUALDADE E JUSTIÇA Discriminação Diz respeito a toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo, gênero, raça, cor da pele, linhagem, origem nacional ou étnica, orientação sexual, condição social, religião, idade, deficiência etc., que tenha por objeto ou por resultado anular ou depreciar o reconhecimento, gozo ou exercício e em condições de igualdade entre toda e todos aos direitos humanos e liberdades fundamentais em todas as esferas, incluindo a pública, privada, política, econômica, cultural ou civil. Racismo É a convicção de que existe uma relação entre as características físicas hereditárias, como a cor da pele, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo subentende ou afirma claramente que existem raças puras, que estas são superiores às demais e que tal superioridade autoriza uma hegemonia política e histórica, pontos de vista contra os quais se levantam objeções consideráveis. Ao longo da história, a crença na existência de raças superiores e inferiores -- racismo -- foi utilizada para justificar a escravidão e o domínio de determinados povos por outros. 21 No ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Na proteção da criança e do adolescente, dispõe no seu: Artigo 5º - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão a seus direitos fundamentais. Preconceito É uma opinião que formamos das pessoas antes de conhecê-las. É um julgamento apressado e superficial e muito perigoso, pois ao invés de melhorar a nossa vida e da sociedade, acaba trazendo muitas situações complicadas e até mesmo violentas. Desigualdade Social A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos. O conceito de desigualdade social é um guarda-chuva que compreende diversos tipos de desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, resultado, etc., até desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero, etc. De modo geral, a desigualdade econômica – a mais conhecida – é chamada imprecisamente de desigualdade social, dada pela distribuição desigual de renda. No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é um dos países mais desiguais. Segundo dados da ONU, em 2005 o Brasil era a 8º nação mais desigual do mundo. O índice Gini, que mede a desigualdade de renda, divulgou em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade), porém esta ainda é gritante.A desigualdade social no Brasil tem sido percebida nas últimas décadas como decorrência do efetivo processo de modernização que tomou o país a partir do início do século XIX. Junto com o próprio desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria, as disparidades sociais – educação, renda, saúde, etc. – a flagrante concentração de renda, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a baixa escolaridade, a violência. Essas são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil. Considerações Finais O mundo já é cheio de problemas embora hajam muitos recursos para resolver tudo: como a tecnologia ,informática, etc. Para que todos vivamos melhor e seguros, sem precisarmos desconfiar dos outros ou de viver competindo contra tudo e contra todos, deveríamos construir a sociedade dos nossos sonhos, justiça, liberdade, igualdade para todos. Quando o ser humano vive bem surge o melhor que ele tem e pode oferecer: ciência, arte, filosofia, cultura, lazer, prazer e felicidade de nível elevado. Se nós combatermos o preconceito, racismo e discriminação estaremos dando um grande passo para a melhoria do mundo, de nós mesmos e dos demais, que são apenas nossa imagem e semelhança. 22 Texto 12 Intolerância religiosa é um termo que descreve a atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças ou crenças religiosas de terceiros. Definição A palavra "intolerância" vem de tolerar, ou seja: aceitar, suportar, conviver. "Tolerar" significa, portanto, aceitar algo que não se concorda e conviver com isso. Por sua vez, "intolerância" significa justamente contrário. Não suportar aquele que tem uma ideia ou condição diferente da minha. A intolerância religiosa no Brasil começou com a chegada dos portugueses. Como o catolicismo não admitia nenhuma outra religião que não fosse a católica, as crenças dos indígenas passaram a ser vistas como maléficas e, portanto, desprezadas. Com a chegada dos negros que foram escravizados a mesma atitude se repetiu. Para escapar da perseguição dos senhores e do clero, os negros usavam as imagens dos santos católicos em suas cerimônias quando na verdade estavam cultuando seus orixás. Assim começou a relação entre o sincretismo e as religiões afro-brasileiras. Durante o Império, a religião católica foi declarada oficial pela Constituição de 1824. Isso queria dizer que nenhuma outra religião poderia realizar cultos públicos. Igualmente, os locais destinados às reuniões não poderiam ter, externamente, símbolos que identificassem como um templo. Com a abertura dos portos às nações amigas e a chegada de vários ingleses ao Brasil, esta política foi revista na prática. https://www.todamateria.com.br/sincretismo-e-religioes-afro-brasileiras/ https://www.todamateria.com.br/constituicao-de-1824/ https://www.todamateria.com.br/constituicao-de-1824/ https://www.todamateria.com.br/constituicao-de-1824/ 23 Afinal, os ingleses, protestantes, tinham que ser enterrados em cemitérios diferentes dos católicos. Em várias cidades do Brasil é comum a existência de um ―Cemitério dos Ingleses‖ destinado aos protestantes de várias denominações e judeus. No Segundo Reinado, o aumento da imigração alemã proporcionou a vinda de pastores luteranos que abriam seus templos para atender as novas comunidades. Um caso emblemático é o da Igreja Luterana de Petrópolis cujo próprio imperador Dom Pedro II contribuiu para sua construção. Com a chegada da república houve a separação da Igreja e o Estado consagrada na Constituição de 1891. Em 1903 é revogada a lei que impedia templos não católicos de terem características de ―igreja‖ e desta maneira são levantados vários locais de culto cristão. Isso não quer dizer que a intolerância religiosa tenha acabado, pois a própria Igreja Católica teve vários bens confiscados pelo governo. Também há casos de perseguição do clero católico aos pastores batistas e metodistas. Entretanto, quem mais sofria intolerância religiosa eram as religiões de matriz africana. Perseguidas pela polícia, os praticantes deviam esconder-se ou suportar invasões e penas de prisão por estarem reunidos em suas cerimônias religiosas. Recentemente, as igrejas neopentecostais estão cometendo atos de vandalismo contra a Igreja Católica e as religiões afro-brasileiras. Já foram registradas destruição de imagens de santos em templos católicos, bem como ataques em terreiros de candomblé e umbanda. No Mundo A intolerância religiosa pelo mundo se mostra evidente contra os judeus, povo monoteísta no meio de tribos que praticavam o paganismo. Igualmente, o Império Romano se mostrou intolerante face ao crescimento do cristianismo em seu território perseguindo e matando cristãos. Entretanto, uma vez que foi legalizado e admitido como religião do Império, é a vez dos cristãos se tornarem intolerantes com os pagãos, judeus e, mais tarde, os muçulmanos. Atualmente, a intolerância religiosa no mundo se manifesta em países que adotam o islamismo como religião oficial. Nestes países, é comum os cristãos estarem proibidos de praticarem sua fé e serem condenados por isso. Da mesma forma, um grupo de muçulmanos radicais, decidiu exterminar pessoas que não seguem a mesma linha de pensamento. Isso vale tanto para pessoas de outras religiões como para muçulmanos moderados. Tolerância No Brasil, a discriminação religiosa é crime e desde 27 de dezembro de 2007 e celebra-se o "Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa" em 21 de janeiro. A chave para combater a intolerância religiosa é o conhecimento e o respeito. Afinal, mesmo que uma pessoa não concorde com sua crença ela tem os mesmos direitos que você para praticá-la. https://www.todamateria.com.br/luteranismo/ https://www.todamateria.com.br/constituicao-de-1891/ https://www.todamateria.com.br/candomble/ https://www.todamateria.com.br/umbanda/ https://www.todamateria.com.br/paganismo/ https://www.todamateria.com.br/imperio-romano/ https://www.todamateria.com.br/islamismo/ 24 Texto 13 MITO e LENDA NA RELIGIÃO Os mitos são narrativas sobre a origem do mundo, dos homens e das coisas por meio das relações entre Deuses e forças sobrenaturais, cuja ação aconteceu quando o mundo foi formado, o princípio. Ou seja, o mito é, com frequência, a narrativa sobre o tempo, onde tudo foi criado, e sempre é objeto de crença. O mito também é uma narração que explica os fatos da realidade, os fenômenos da natureza. Eles são bastante simbólicos, suas histórias são carregadas de metáforas. Neles aparecem Deuses, seres sobrenaturais, heroínas, heróis, etc. O mito nos fornece mensagens profundas sobre nossa própria experiência humana. As histórias contadas pelas religiões tenham elas sido escritas ou não, são consideradas mitos religiosos para os pesquisadores de religiões. O mito religioso explica a realidade por meio de histórias sagradas. As lendas são narrativas que misturam fatos, lugares reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. Elas procuram dar explicações para acontecimentos misteriosos e sobrenaturais. As lendas se vinculam ao folclore. Na medida em que são contadas, elas vão se modificando ao modo de quem conta a história. O conto, por sua vez, é uma narrativa que acontece em qualquer lugar e tempo 25 (presente, passado ou futuro). O conto não se aprofunda nas características físicas e nas ações dos personagens. A função do conto é procurar levar o narrador a se envolver na trama. Exemplo: Bela Adormecida e Rapunzel. A fábula é uma narrativa com objetivo de trazer algum ensinamento moral, cujos personagens são animais dotados de qualidades humanas. Exemplos: Chapeuzinho Vermelho e a Lebre e a Raposa. Os mitos de origem As culturas religiosas do mundotodo se desenvolvem por meio da linguagem simbólica, que transmite por meio de seus mitos ensinamentos fundamentais, e que se traduzem na poética do corpo, por meio dos rituais. As tradições religiosas se valem de suas histórias sagradas para transmitir mensagens profundas aos seus seguidores, nelas muitos segredos são revelados em parte, mantendo assim a sua parcela de mistério. Na busca pela totalidade, pela integração, os mitos religiosos cumprem um papel fundamental, eles organizam e apresentam aos seres humanos possibilidades de superação, e de maior contato consigo mesmo, com o outro, com a natureza e com o sagrado. Pelos mitos as pessoas se aproximam do mistério. É por esta perspectiva que compreendemos o mito, no contexto das religiões. O mito religioso é a expressão verbal do mistério, este guarda e ao mesmo tempo revela conhecimentos sagrados. Ele é essencialmente simbólico e cumpre a tarefa de enviar mensagens que atingem os planos conscientes e inconscientes dos seres humanos. O mito organiza entendimentos de mundo e fornece a inspiração necessária para dar sentido para a vida e conduzi-la conforme um plano, muitas vezes, considerado divino. Os mitos também favorecem o fortalecimento dos laços de uma comunidade, pois oportuniza que as pessoas vivenciem as mesmas compreensões de vida e de mundo o que unifica o grupo despertando sentimentos e desejos compartilhados por todos. Assim, os mitos atuam profundamente tanto no indivíduo quanto no grupo. Concluímos que uma das tarefas principais do mito é fornecer apoio e motivar o indivíduo a participar de uma vida mais ampla e plena de sentido. O mito de origem mais conhecido entre nós, por influência da cultura judaico-cristã, é o narrado na Bíblia, que afirma que as pessoas foram criadas ―a imagem e semelhança do Criador‖, porém as demais tradições também têm seus mitos de origem. 26 Texto 14 DIREITOS E DEVERES... Os direitos sociais e, especificamente, o direito à educação, são exigíveis nacional e internacionalmente. Se alguma pessoa ou grupo de pessoas tem seu direito à educação desrespeitado, pode e deve recorrer a autoridades locais, nacionais ou internacionais para reivindicar o que a lei garante. Por todo o lado ouve-se a luta pelos direitos. A reivindicação dos direitos está muito patente nos comportamentos dos jovens. Já não são crianças, querem ser tratados como adultos, mas não o são ainda. Ser adulto não é quando se atinge os 18 anos, mas quando se atinge a responsabilização plena dos seus deveres e direitos. Por todo o lado ouve-se a luta pelos direitos... O Filme " Karatê Kid a Hora da verdade". Exemplifica bem sobre a busca do que queremos. É que o jovem com a ânsia natural da sua idade de quem queria aprender a lutar foi posto a pintar paredes, lavar janelas, carregar baldes, enfim, atividades pouco dignificantes para um futuro campeão. O professor sabia o que estava fazendo, havia um propósito naqueles momentos repetitivos. Até que surgiu o "click"! Os olhos do jovem brilharam quando entendeu como aqueles "trabalhos forçados" não eram mais do que a base dos movimentos do Caratê. Para ter direito a praticar Caratê, teve que cumprir com os deveres. E é isso que se passa com tudo. Com o direito à família temos os deveres como filhos, o direito à educação para quem cumpre com o dever de estudar, o direito a estar em palco se cumpre com os deveres de estar nos ensaios. Em todo o tipo de direito está subjacente um dever, e apenas podemos exigir e lutar por mais direitos se os nossos deveres estiverem cumpridos. ATIVIDADES 1. O que quer dizer direitos exigíveis? 2. Que exemplo o autor dá de reivindicação dos direitos pelos jovens? 3. Quando o autor do texto diz que já somos adultos? 4. O exemplo do filme que o autor dá mostra que o personagem teve direito quando fez o que? 5. O autor enfatiza que, para formar um cidadão de verdade o direito deve ser dado a quem cumpre seus deveres. Copie o trevo que revela isso. 6. Para o autor, só podemos lutar pelos nossos direitos, se... 27 Texto 15 A ARTE DE OUVIR... Perceber, reconhecer, entender, compreender, valorizar, dar atenção, respeitar… São vários nomes diferentes para um processo tão simples, mas ao mesmo tempo tão difícil de ser praticado: ouvir, de fato, o outro. Ouvir não significa simplesmente escutar os sons da voz ou acompanhar o raciocínio do interlocutor. Significa, antes de tudo, ter paciência e tolerância para aceitar a outra pessoa como ela é, com suas qualidades e seus defeitos, crenças e emoções, com sua aparência, quer nos seja agradável ou desagradável, sem pré-julgamentos. Concordo com quem disse que esse não é um processo fácil, embora pareça tão elementar. Vamos analisar um pouco as causas dessas dificuldades. É muito comum compararmos o mundo ao nosso próprio referencial de vida, de como percebemos o mundo, que passa a ser o ―nosso mundo‖. Incluem-se aí os nossos valores, conceitos e preconceitos. Além disso, as pessoas aproximam-se pelas semelhanças e não pelas diferenças, desmistificando a crença popular de que os opostos se atraem. Se observarmos bem, antes da diferença há muita convergência, situações comuns, similaridades que atuam como facilitadoras de um processo de entendimento e consideração e a partir daí eventuais diferenças de caráter, atitudes ou comportamentos passam a configurar uma relação afetiva. Se observarmos bem, quando admiramos uma pessoa dizemos: ―Que pessoa extraordinária! Que pessoa agradável! Que pessoa simpática!‖ Enquanto isso, lá no fundo, um outro comentário quase imperceptível complementa… ―tão parecida comigo!‖ Se precisamos falar com o outro precisamos nos colocar no lugar do outro com empatia, ou seja, ajustar-se ao estilo, momento psicológico, crenças e valores. Assim, conseguimos melhor entendimento. Algumas sugestões importantes para quem, de fato, deseja ouvir outra pessoa e, a partir daí, abrir uma porta de entrada para o relacionamento: amizade, vendas, negociações, lideranças, amor etc.: · Dê atenção, mantenha a calma, tenha paciência, valorize e respeite as opiniões de seu interlocutor, demonstre respeito, verifique se você compreendeu de fato o que o outro queria transmitir; por último, faça bom uso do grande amor que você tem em seu coração para aceitar incondicionalmente as outras pessoas como são: cheias de defeitos, limites, preconceitos e, também, repleta de virtudes, sonhos, conhecimentos, de sentimento. Assim como você. * Reinaldo Passadori é professor de comunicação verbal Atividades. 1. Para o autor o que significa ouvir uma pessoa? 2. Para o autor, o desmistifica a crença popular de que os opostos se atraem? 3. Segundo o autor, por que admiramos uma pessoa? 4. Segundo o texto o que é empatia? 5. Segundo o texto, por que aceitar a outra pessoa tem que ser de forma incondicional? 28 Texto 16 VIDA E MORTE COMO A MORTE É VISTA EM DIFERENTES RELIGIÕES E DOUTRINAS? De maneira geral, cristãos, islâmicos e judeus acreditam que após a morte há a ressurreição. Já os espíritas crêem na reencarnação: o espírito retorna à vida material através de um novo corpo humano para continuar o processo de evolução. Algumas doutrinas acreditam que as pessoas podem renascer no corpo de algum animal ou vegetal. Em algumas religiões orientais, o conceito de reencarnação ganha outro sentido: é a continuação de um processo de purificação. Nas diversas religiões, o homem encara a morte como uma passagem ou viagem de um mundo para outro. Filosofia A sobrevivência do espírito humano à morte do corpo físico e a crença na vida e no julgamento após a morte já era encontrada na filosofia grega, em especial em Pitágoras, Platão e Plotino. Já Sartre, filósofo francês, defendia que o indivíduo tem uma única existência. Para ele, não há vida nem antes do nascimento e nem depois damorte. Doutrina niilista Sendo a matéria a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo. Doutrina panteísta O Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal. Individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, com a morte, à massa comum. Dogmatismo Religioso A alma, independente da matéria, sobrevive e conserva a individualidade após a morte. Os que morreram em 'pecado' irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso. Budismo O Budismo prega o renascimento ou reencarnação. Após a morte, o espírito volta em outros corpos, subindo ou descendo na escala dos seres vivos (homens ou animais), de acordo com a sua própria conduta. O ciclo de mortes e renascimentos permanece até que o espírito liberte-se do carma (ações que deixam marcas e que estabelece uma lei de causas e efeitos). A depender do seu carma, a pessoa pode renascer em seis mundos distintos: reinos celestiais, reinos humanos, reinos animais, espíritos guerreiros, espíritos insaciáveis e reinos infernais. Hinduísmo A visão hindu de vida após a morte é centrada na idéia de reencarnação. Para os hinduístas, a alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes. Quando o corpo morre ocorre a transmigração. A alma passa para o corpo de 29 outra pessoa ou para um animal, a depender das nossas ações, pois a toda ação corresponde uma reação - Lei do Carma. Enquanto não atingimos a libertação final - chama de moksha -, passamos continuamente por mortes e renascimentos. Este ciclo é denominado Roda de Samsara, da qual só saímos após atingirmos a Iluminação. No hinduísmo, a alma pode habitar 14 níveis planetários distintos (chamadosa Bhuvanas) dentro da existência material, de acordo com seu nível de consciência. Islamismo (Religião Muçulmana) Para o islamismo, Alá (Deus) criou o mundo e trará de volta a vida todos os mortos no último dia. As pessoas serão julgadas e uma nova vida começará depois da avaliação divina. Esta vida seria então uma preparação para outra existência, seja no céu ou no inferno. Quando a pessoa morre, começa o primeiro dia da eternidade. Ao morrer, a alma fica aguardando o dia da ressurreição (juízo final) para ser julgado pelo criador. O inferno está reservado para as almas 'desobedientes', que foram desviadas por Satanás. No Alcorão, livro sagrado, ele é descrito como um lugar preto com fogo ardente, onde as pessoas são castigadas permanentemente. Para o paraíso, vão as almas que obedeceram e seguiram a mensagem de Alah e as tradições dos profetas (entre eles, os cinco principais: Noé, Abrão, Moisés, Jesus filho de Maria e Mohammed). No Alcorão, o paraíso é descrito como um lugar com rios de leite, córregos de mel e outras belezas jamais vistas pelo homem. Espiritismo Defende a continuação da vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro corpo. Aqueles que praticam o bem, evoluem mais rapidamente. Os que praticam o mal, recebem novas oportunidades de melhoria através das inúmeras encarnações. Crêem na eternidade da alma e na existência de Deus, mas não como criador de pessoas boas ou más. Deus criou os espíritos simples e ignorantes, sem discernimento do bem e do mal. Quem constrói o céu e o inferno é o próprio homem. Pela teoria, todos os seres humanos são espíritos reencarnados na Terra para evoluir. A morte seria apenas a passagem da alma do mundo físico para a sua verdadeira vida no mundo espiritual. E mesmo no paraíso, acredita-se que o espírito esteja em constante evolução para o seu aperfeiçoamento moral. Igreja evangélica Como no catolicismo, os evangélicos acreditam no julgamento, na condenação (céu ou inferno) e na eternidade da alma. A diferença é que o morto faz uma grande viagem e a ressurreição só acontecerá quando Jesus voltar à Terra, na chamada 'Ressurreição dos Justos', ou, então, aqueles que forem condenados terão uma nova chance de ressurreição no 'Julgamento Final'. Os que morrerem sem Cristo como seu Deus também receberão um corpo especial para passar a eternidade no lago de fogo e enxofre. Catolicismo A vida depois da morte está inserida na crença de um Céu, de um Inferno e de um Purgatório. Dependendo de seus atos, a alma se dirige para cada um desses lugares. A alma é eterna e única. Não retorna em outros corpos e muito menos em animais. Crê na imortalidade e na ressurreição e não na reencarnação da alma. A Bíblia ensina que morreremos só uma vez. E ao morrer, o homem católico é julgado pelos seus atos em 30 vida. Se ele obtiver o perdão, alcançará o céu, onde a pessoa viverá em comunhão e participação com todos os outros seres humanos e, também, com Deus. Se for condenado, vai para o inferno. Algumas almas ganham uma chance para serem purificadas e vão para o purgatório, que não é um lugar, e sim uma experiência existencial da pessoa. Quem for para o céu ressuscitará para viver eternamente. Depois do Juízo Final, justos e pecadores serão separados para a eternidade. Deus julga os atos de cada pessoa em vida de acordo com a palavra que revelou através de Seu Filho, com os ideais de amor, fraternidade, justiça, paz, solidariedade e verdade. Judaísmo O judaísmo crê na sobrevivência da alma, mas não oferece um retrato claro da vida após a morte, e nem mesmo se existe de fato. O judaísmo é uma religião que permite múltiplas interpretações. Algumas correntes acreditam na reencarnação, outras na ressurreição dos mortos. Enquanto a reencarnação representa o retorno da alma para um novo corpo, a ressurreição é definida como o retorno da alma ao corpo original. Para os judeus, a lei permite à pessoa que vai morrer pôr a sua casa em ordem, abençoar a família, enviar mensagem aos que lhe parecem importantes e fazer as pazes com Deus. Candomblé Não existe uma concepção de céu ou inferno, nem de punição eterna. As almas que estão na terra devem apenas cumprir o seu destino, caso contrário vagarão entre céu e terra até se realizar plenamente como um ser consciente e eterno. Os cultos afro-brasileiros acreditam que os mistérios da vida e da morte são regidos por uma Lei Maior, uma força divina que dá o equilíbrio divino ou eterno. O Candomblé vê o poder de Deus em todas as coisas e, principalmente, na natureza. Morrer é passar para outra dimensão e permanecer junto com os outros espíritos, orixás e guias. Umbanda A Umbanda sofre influências de crenças cristãs, espíritas e de cultos afros e orientais. Como não existe uma unidade ou um 'livro sagrado', alguns umbandistas admitem o céu e o inferno dos cristãos, enquanto outros falam apenas em reencarnação e Carma. Na Umbanda, morte e nascimento são momentos sagrados, que marcam a passagem de um estado a outro de manifestação espiritual, morremos para um lado e nascemos para outro lado da vida, o que nos aguarda do outro lado depende de nós mesmos. Doutrina niilista (Niilismo) (do latim nihil, nada) é uma doutrina filosófica que atinge as mais variadas esferas do mundo contemporâneo (literatura, arte, ciências humanas, teorias sociais, ética e moral) cuja principal característica é uma visão cética radical em relação às interpretações da realidade, que aniquila valores e convicções. Doutrina panteísta O panteísmo é a crença de que absolutamente tudo e todos compõem um Deus abrangente, e imanente, ou que o Universo (ou a Natureza) e Deus são idênticos. Sendo assim, os adeptos dessa posição, os panteístas, não acreditam num deus pessoal, antropomórfico ou criador. 31 Texto 17 A Fome, a miséria e Betinho Sociólogo mineiro nasceu em 1935. Nos anos 60, ajudou a fundar a Ação Popular (AP), movimento que luta pela implantação do socialismo no Brasil, por isso, após o golpe de 1964, passou 7 anos na clandestinidade e 8 no exílio. Volta ao país em 1979 e cria o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). Ganha, em 1991, o Prêmio Global 500, do Programa das Nações Unidaspara o Meio Ambiente (Unep), por sua luta em defesa da reforma agrária e dos indígenas. Em 1993, funda a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida, que, sem a ajuda do governo, distribui alimentos à população carente. No governo Fernando Henrique, torna-se membro do Conselho da Comunidade Solidária, que substitui a Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA). Hemofílico e portador do vírus da AIDS, como seu irmão cartunista Henfil (1944-1988), escreve A Cura da AIDS, no qual afirma que a cura da doença é questão de tempo. Em 1995, a Ação da Cidadania passa a priorizar a luta pela democratização da terra como forma de combater a fome e o desemprego. Morre em consequência de hepatite C, contraída em transfusão de sangue. Sempre dizia: “Miséria é imoral. Pobreza é imoral. Talvez seja o maior crime moral que uma sociedade possa cometer.‖ Herbert de Souza é o símbolo da determinação e do trabalho incansável pela cidadania, pela restauração da verdadeira democracia participativa, pela valorização da solidariedade e dos direitos humanos em uma sociedade injusta. 32 A figura humana de Betinho, adquiriu notoriedade definitiva como o incansável Coordenador da ―Ação pela Cidadania contra Fome e a Miséria‖, que pretendia ir mais além de um movimento social de caráter assistencialista. A ―Campanha do Betinho teve apoio de 100% da população. Tinha por objetivo a promoção da cidadania, do direito ao emprego e a terra. Mesmo doente e abalado com a morte de seus irmãos ( Henfil e Chico Mário) ele nunca abandonou a militância política. Atividades 1- De acordo com o texto, quem foi Betinho? 2- Por que você acha que Betinho dizia ―Miséria é imoral‖. ―Pobreza é imoral‖? 3- Qual é a função desse texto? 4- Qual foi a consequência de Betinho ter participado da criação do partido socialista no Brasil? 5- De acordo com o texto, porque Betinho ganhou o Prêmio Global 500? 6- Qual era a função do projeto, ―Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida‖, criado por Betinho em 1993? 7- Que afirmação Betinho fez em seu livro ―A cura da AIDS‖ Essa afirmação já se concretizou? 8- A partir de 1995 qual passa a ser a prioridade da Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida‖? 9- De acordo com o texto Betinho se torna símbolo, de que? 10- De acordo com o texto qual era o objetivo da ―Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida‖? 11- Copie do texto duas atitudes que podem demonstrar que Betinho foi realmente uma pessoa bondosa. 12- Pesquise sobre a doença Hemofilia. 33 Texto 18 DIA DO PROFESSOR No dia 15 de outubro, é comemorado o Dia do Professor, data em que se homenageiam os responsáveis pelo desenvolvimento da educação e do conhecimento no país, abrangendo um grupo de profissionais que trabalham desde a educação infantil até o ensino superior. Como todos sabemos, trata-se de uma das mais importantes profissões praticadas no mundo, afinal, sem ela, a transmissão de conhecimentos e a correta apreensão destes pelas pessoas seriam praticamente impossíveis. A origem do Dia do Professor se deve ao fato de, na data de 15 de outubro de 1827, o imperador D. Pedro I ter instituído um decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil, com a instituição das escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do país. Além disso, o decreto estabeleceu a regulamentação dos conteúdos a serem ministrados e as condições trabalhistas dos professores. O grande problema com relação ao exercício do professorado é a desvalorização da profissão. Embora seja uma das competências mais admiradas pela sociedade, os profissionais da área sofrem, em alguns casos, com baixos salários, precárias condições de trabalho e com o trabalho excessivo. Além disso, destacam-se outros fatores, como a indisciplina dos alunos e a superlotação das salas. Essa realidade reflete-se no baixo interesse dos estudantes em se tornarem professores, pois a minoria dos que prestam vestibular e Enem deseja ingressar em carreiras relacionadas com licenciatura ou pedagogia. Soma-se a esses fatores o peso que, muitas vezes, o professor carrega em educar os estudantes, haja vista que, não raro, as famílias transferem essa responsabilidade para a escola. Segundo o professor e filósofo Mario Sérgio Cortella, há uma diferença nem sempre muito nítida entre ―educar‖ e ―escolarizar‖, sendo a primeira uma responsabilidade dos pais e da família e a segunda a função do professor e da escola. Apesar de todas as dificuldades e percalços, a carreira de professor é bastante importante e oferece uma grande oportunidade para que as pessoas não só acumulem saberes, mas também oportunizem a outras pessoas o desenvolvimento das diferentes formas de conhecimento. Vale lembrar que a função do professor não é transmitir informações, mas fazer com que o aluno consiga assimilar melhor as características e processos inerentes ao mundo em que vive. 34 Texto 19 PRINCÍPIOS ÉTICOS Agir com ética é importante em todas as atividades humanas. É o que determina o bom convívio e a harmonia das relações em todos os campos e garante, ao final, resultados justos para as partes interessadas. A palavra ética vem do grego ethos que significa modo de ser, caráter enquanto forma de vida do homem. Ética é a forma do indivíduo proceder ou se comportar no seu meio social. De forma resumida, a ética pode ser definida como uma teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. A ética individual deve se complementar pela ética social, já que vivemos numa sociedade que estabelece normas e leis para uma boa convivência e, sobretudo, a cooperação de uns com os outros. É daí que saem as bases e os princípios fundamentais da tolerância, equilíbrio e atitude digna e humana ao se proceder. Existem algumas referências ético-morais que norteiam as relações humanas pessoais, sociais e profissionais, como por exemplo: - Compreensão do conceito de justiça baseado na equidade e sensibilização pela necessidade da construção de uma sociedade justa; - Respeito pelas diferenças entre as pessoas; - Adoção, no dia-a-dia, de atitudes solidárias, cooperação e repúdio às injustiças e discriminações; - Valorização e emprego do diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar decisões coletivas; - Construção de uma imagem positiva de si, o respeito próprio e a confiança em sua capacidade; - Assumir posições de acordo com o seu próprio juízo de valor, considerando diferentes pontos de vista e aspectos de cada situação; Alguns conceitos estão diretamente ligados a essas atitudes: Respeito - ao bem público, ao patrimônio cultural, às diferenças, reciprocidade e privacidade. Justiça - equidade, cumprimento da lei, cumprimento de direitos e deveres. Diálogo - como instrumento de sanar conflitos, atividades coletivas, saber ouvir o outro, ter atenção, aceitar opiniões alheias, reconhecer o erro, desculpar-se e rever as próprias posições. Solidariedade - compromisso com o coletivo, ajuda desinteressada, voluntariado. Portanto, os princípios éticos não orientam apenas o teor das decisões, como também o processo para a tomada de decisões – o que devo fazer – como devo fazer. Agir com ética significa muito mais do que agir em sintonia com os costumes aceitos e adotados pela sociedade. Significa agir com consciência para garantir o bem-estar coletivo e usar o bom senso, sempre. Atividades 1. Segundo o texto, por que é importante agir com ética? 2. O que significa a palavra ética? 3. Como ética pode ser definida? 4. Quais são as referências ou atitudes ético-morais que norteiam as relações humanas pessoais, sociais e profissionais? 5. Quais conceitos estão diretamente ligados ás atitudes de ética? 6. Para o autor o que á agir com ética? 35 Texto 19 POLÍTICA E PARTICIPAÇÃO SOCIAL Fala-se muito em participação social, especialmente