Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Pensamento
Etimologia da palavra: avaliar o peso de algo.
No inglês, o termo thought vem da ideia de considerar ou conceber na mente.
	A definição de pensamento é fluída, mudando de um autor para outro e de acordo com o momento histórico.
	Pertence ao domínio da Filosofia.
	Descartes chamava de pensamento qualquer processo mental consciente, fosse uma emoção, um raciocínio ou uma percepção, e o caracterizava por sua essência imaterial, em oposição a matéria, cuja essência seria a ocupação do espaço. O pensar propiciava a certeza na existência do próprio ser.
	No século XIX: autores tentaram diferenciar os atos mentais para estuda-los.
	
	William James acredita que: 
			a consciência e o pensamento são iguais e utiliza as expressões – fluxo da consciência e - fluxo do pensamento.
	
		Nomeia 05 características do pensamento consciente:
subjetividade: experiência pessoal;
mudança: varia ao longo do tempo;
continuidade: possível percebê-lo subjetivamente;
conteúdo: pensamento é sobre algo;
atenção seletiva: algumas partes do conteúdo são escolhidas em detrimento de outras. 
	A partir disso: cria-se uma distinção entre consciência e pensamento.
 
Consciência - seria o estado subjetivo de lucidez, podendo ser uma percepção, um sentimento, uma imagem mental, um discurso interno, uma memória ou um ato volicional (uma ação que resulta da vontade consciente de um indivíduo).
Pensamento – restringe a processos conscientes relacionados ao raciocínio, à formação de conceitos e ao julgamento.
	Jaspers (2000), Kurt Schneider (1968) e outros psicopatologistas do início do século XX criaram as bases do exame do pensamento.
	Principais aspectos do processo de pensamento é o fluxo de pensamento direcionado a um objetivo que vem de forma natural ao indivíduo e a experiência subjetiva deste.
	Uma das funções do pensamento é o julgamento , ou seja, o processo de estabelecimento de relações entre conceitos.
	A neuropsicologia se estabelece no fim do século XX, desenvolvendo métodos que associam alterações em rendimentos a lesões cerebrais.
	Com os testes as medidas aferidas pelos testes neuropsicológicos são fruto do resultado do pensamento e das consequências de seu funcionamento. Não é possível avaliar diretamente o pensamento, o interesse recai sobre a natureza da solução de problemas, os vários tipos de raciocínio (analógico, indutivo ou dedutivo), a formação da crença e a natureza da lógica, assim como a interferência da imaginação e da criatividade nesses processos. 
Pensamento:
	É uma vivência na qual o indivíduo reconhece a existência de um processo pessoal de fluxo coerente de ideias, o qual ocorre de modo natural e sem esforço e é direcionado a algum objetivo.
	Processo é claro para o sujeito, e ele mantém um relacionamento consciente, com seus próprios pensamentos. 
	Quanto a Estrutura:
	Componentes intelectivos do pensamento:
	- Conceitos (reunir): Consiste na abstração de memórias derivadas da repetição de estímulos constantes associada à negação de estímulos desnecessários. É a extração da essência de vários objetos semelhantes e se forma a partir de uma generalização e abstração, fazendo separação do fundamental e do circunstancial. O conceito mental associa-se à linguagem, podendo ser partilhado e enriquecido com outras pessoas e usado no relacionamento pessoal; tranformado ao longo do tempo, são representações flexíveis.
	Quanto a Estrutura:
	Componentes intelectivos do pensamento:
	- Conceitos (reunir): 
... pacientes com demência semântica, a região do registro do conceito é a região lesionada com mais frequencia , com déficits gerais no uso de conceitos, independentemente da modalidade conceitual. O pensamento tem a origem na relação dos conceitos.
	Estrutura:
	Componentes intelectivos do pensamento:
	- Juízo: Mais complexo do intelecto, faz uso da lógica para estabelecer associações entre conceitos. É o resultado do julgamento que o indivíduo realiza a respeito da realidade objetiva.
A partir dos conceitos introjetados, do processo associativo entre eles e da capacidade cognitiva, o indivíduo avalia os dados que chegam até ele para se posicionar no mundo. Para fazer isso é necessário: percepção, memória, formação de conceitos e associação de ideias preservadas. 
	Estrutura:
	Componentes intelectivos do pensamento:
	- Raciocínio: O pensamento lógico conduz ao juízo, e os relacionamentos entre juízos constituem o raciocínio. O raciocínio oscila entre os pensamentos fantasiosos, sem direcionamento determinado, as representações do mundo na forma de imagens e representações simbólicas e o raciocínio ou pensamento conceitual. Faz uso de analogias, dedução, abstração e indução. 
	Estrutura:
	Componentes intelectivos do pensamento:
	- Raciocínio: 
...Analogias: utiliza-se de soluções já encontradas para problemas semelhantes;
... Dedução: realiza conexão de elementos conhecidos para se chegar a uma conclusão ainda desconhecida;
...Abstração: é o processo de pensamento em que as ideias são distanciadas dos objetos;
...Indução: Expande o conhecimentosobre determinado objeto a outros semelhantes, por meio da generalização. 
	Estrutura:
	Componentes intelectivos do pensamento:
	O pensamento vago e desconexo da fantasia e do devaneio, não tem significação, sendo característico dos momentos de relaxamento. Na reflexão, um pensamento se encadeia ao anterior e amplia o significado da trilha associativa, aumentando o conhecimento do indivíduo. O raciocínio permite criar e usar no ambiente novas relações entre objetos.
	Funcionamento:
	As imagens perceptivas e as representações fornecem materiais ao processo do pensar, conceitos novos são criados e o fluxo de juízo liga conceitos indefinidamente.
	A construção do pensamento pode ser estudada de acordo com seu curso, forma e conteúdo.
	Funcionamento:
	Quanto a construção do pensamento:
	O curso: Modo como o pensamento transcorre; o encadeamento dos processos mentais ao longo do tempo. Observa-se a velocidade, o ritmo e a chegada ou não a uma conclusão.
 		Funcionamento:
	Quanto a construção do pensamento:
	A forma (seria a arquitetura do pensamento): Verifica-se a coerência e a compreensão, que tipo de associação é utilizada entre as ideias, fonética ou lógica, se os conceitos são abstratos ou concretos e se o pensamento é mais voltado à realização de desejos ou se é embasado na realidade externa.
	O conteúdo:
 	Funcionamento:
	Quanto a construção do pensamento:
	O conteúdo: Consiste nos tópicos que preenchem o pensamento, sua substância por excelência, o assunto que o domina, aquilo que toma a mente, no geral. 
 	Alteração do Pensamento:
	Preciso pensar nas funções mentais que prejudicam a formulação do pensamento.
 Quando duas pessoas apresentam alterações do pensamento, 
 é possível que a patologia seja completamente 
 diferente.
Um pode ter delírios, outro, desagregação do pensamento.
 	Alteração do Pensamento:
	A predominância dos afetos sobre a reflexão consciente gera ideias sobrevalorizadas, prevalentes ou superestimadas. Situação: o pensamento se fixa em um ponto em que há grande carga afetiva – Chamada catatimia.
 	Alteração do Pensamento:
	Exemplo de ideia sobrevalorizada: anorexia nervosa (pac. tem convicção de estar acima do peso e passa tentando aumentar o gasto calórico ou diminuir a ingesta calórica com o intuito de e se encaixar no seu ideal de corpo.
Sua ideia a respeito da aparência corporal é distorcida e sobrevalorizada).
 	Alteração do Pensamento:
	Quando há alteração da consciência, o pensamento necessariamente está alterado, porém a existência de uma perda mais primária, como o rebaixamento do nível de consciência, previne o diagnóstico de um transtorno específico do pensamento.
 	Alteração do Curso: O pensamento pode ter seu curso acelerado (taquipsiquismo) até um ponto extremo de fuga de ideias, onde novos pensamentos perturbam os anteriores e impedem que observamos a progressão natural entreum conceito e outro, a respeito de haver uma lógica em sua associação. E essa, por vezes, passa a ocorrer pela fonética (em vez de pela lógica), chamando-se assonância – que é a repetição de sons vocálicos em palavras próximas.
	
 	Alteração do Curso: Pensamento com seu curso lentificado (bradipsiquismo), o processamento das ideias está lento, havendo perda da clareza do fluxo e pobreza na formação de associações. Em casos extremos, ele está inibido.
 Ex.: Durante uma entrevista a pessoa pode apresentar grande demora antes de iniciar sua resposta, chamada latência de resposta.
	
 	Tanto no pensamento acelerado quanto no lentificado, o afeto muda o curso do pensamento.
	No acelerado, pelo humor elevado;
	No lentificado, pelo humor deprimido.
					Como no transtorno bipolar.
 	Há ainda o bloqueio do pensamento, em que o corre a interrupção na linha associativa. Pode ser relatada como a parada do pensamento e pode estar ou não associado com a sensação de que a ideia foi roubada de sua mente. 
Alterações desse tipo costumam estar presentes na esquizofrenia.
	O oposto também ocorre, a compulsão a pensar, como se as ideias se atropelassem umas às outras na mente do indivíduo.
 	No pensamento circunstancial, também existe um curso lento do pensamento, mas que não é causado pela influência afetiva, e sim por uma dificuldade intelectual em se ater ao tema da ideia central do pensamento. 
	A pessoa explora todas as possibilidades associativas antes de chegar à conclusão desejada. Ocorre, muitas vezes, em pacientes com epilepsia e com retardo mental e é um tipo de prolixidade (qualidade em ser excessivamente longo ou detalhado em discursos ou textos).
 	Alteração dos conceitos:
	Desintegração dos conceitos (significado e significante, não tem mais ligação), indivíduo passa a dar significados idiossoncráticos às palavras.
	Condensação dos conceitos – fusão de ideias prévias que não se depreendem da mesma palavra (criam-se palavras novas/ alteração da linguagem: neologismo, para designar significados novos – pessoais e não compartilhados socialmente). Alteração dos elementos fundamentais do pensamento, que ocorre na esquizofrenia.
 	Alteração dos conceitos:
	Ex.: Ateu – ato de obedecer a Deus. Esquizofrenia.
	 Justiça (pode se tornar um conceito hipertrofiado para alguns indivíduos epilépticos), que pode querer matar um colega por este ter pego sua escova sem pedir.
		Além destes, podem ser criados conceitos novos inacessíveis as pessoas comuns, para designar o estado mental incomum do paciente psicótico.
 	Alteração dos conceitos:
	Nos quadros de demência, a formação de novos conceitos fica prejudicada, sendo seguida de perda de conceitos já armazenados e do relacionamento entre eles.
	Os pensamentos obsessivos são identificados como próprios do paciente, porém são intrusivos e geram desconforto quando de seu aparecimento. Sujeito reconhece a falsidade de seu conteúdo, mas consegue diminuir temporariamente a ansiedade gerada por ele.
 	Alteração dos conceitos:
	A perseveração é a incapacidade de conclusão de uma ideia que permite mudança para outro tema. A prolixidade a incapacidade de diferenciar o principal do acessório, tornando o discurso arrastado e repleto de termos e fatos desnecessários para a fluidez do raciocínio.
 	Alteração dos juízos:
	Os erros de juízo são mutáveis, e não fixos, como no delírio, cedendo com o questionamento e a argumentação, em geral, está prejudicado por déficit intelectual.
	Nesses casos, em que o indivíduo não apresenta bagagem cognitiva necessária para poder realizar um raciocínio menos influenciado pelo meio social e dotado de conceitos firmes.
 	Alteração dos juízos:
	A mais importante para diferenciar PATOLOGIA ou NORMALIDADE é o delírio.
	Questiona-se a existência de ideias delirantes quando o sujeito forma juízo diferente do que é publicamente válido e insiste na veracidade deste julgamento, gerando perturbação para a vida dele ou de seus próximos. 
 	Alteração dos juízos:
	DELÍRIO: juízo falso, criados em momentos em que não há perturbação da inteligência ou da consciência, pois são estas condições básicas para existir o pensar.
	Delírios mais comuns: perseguição, de pobreza, de ciúmes, de grandeza, de influência e de referência.
 	Alteração da forma:
	Em casos extremos, o sujeito pode apresentar desagregação ou fragmentação do pensamento, em que se perde a coerência da associação de ideias. Não há articulação compreensível na fala, denotando uma alteração grave do aparelho em seu pensamento.
Característica que aparece em pacientes com esquizofrenia, o qual perde a sequência lógica das ideias.
 	Alteração da forma:
	Indivíduos com esquizofrenia se saem pior em todos os testes e domínios cognitivos, principalmente na atenção, na memória de trabalho e nas funções executivas, sendo as áreas mais afetadas a velocidade de processamento e a memória episódica.
 	Alteração do conteúdo:
	O tema do pensamento pode estar alterado em decorrência da presença de delírios ou de alterações da afetividade. Em geral é o que mais angustia a pessoa: ruminações sobre culpa para o sujeito depressivo, grandes conquistas futuras para quem tem mania e medo do que poderá acontecer para o indivíduo que apresenta delírios persecutórios.
 	O pensamento é um componente central dos processos psicológicos, desempenhando um papel fundamental na forma como interpretamos e interagimos com o mundo ao nosso redor. Ele envolve não apenas a capacidade de raciocínio lógico, mas também a imaginação, a memória e a percepção. Esses elementos interagem de maneira complexa, moldando nossas crenças, emoções e comportamentos.
	Primeiramente, o pensamento crítico é essencial para a tomada de decisões. Através da análise de informações e da avaliação de evidências, conseguimos formar opiniões e realizar escolhas informadas. Esse processo é crucial em situações cotidianas e pode influenciar nosso bem-estar psicológico. Além disso, os pensamentos também estão intrinsecamente ligados às emoções. 
A teoria da cognição sugere que nossos estados emocionais muitas vezes são resultantes de como interpretamos eventos e experiências. Por exemplo, um pensamento negativo sobre uma situação pode levar a sentimentos de ansiedade ou depressão, enquanto uma visão otimista pode promover a resiliência. A influência do pensamento se estende à formação da identidade e à percepção de si mesmo. 
As crenças que nutrimos sobre nós mesmos e nosso valor podem impactar profundamente nossa autoestima e motivação. Tais crenças são frequentemente moldadas por experiências passadas e pelo feedback social. Por fim, as intervenções psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental, visam reestruturar padrões de pensamento disfuncionais. Ao mudar a forma como pensamos, podemos alterar nossas emoções e comportamentos, 
promovendo uma saúde mental mais equilibrada. Em resumo, o pensamento é um elemento crucial nos processos psicológicos, afetando nossa maneira de perceber o mundo, de reagir a ele e de nos relacionar com nós mesmos e com os outros. Compreender essa dinâmica pode ser um passo vital para o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal.
	Alguns casos:
Desde o primeiro contato com a pessoa, é possível avaliar a estrutura de seu pensamento.
	A forma como comunica suas ideias, seus objetivos e necessidades, bem como o conteúdo e o curso de seu pensamento, são características observadas no exame clínico e não necessitam de testes formais.
	Em algumas situações, é possível identificar imediatamente alterações graves que impossibilitam a realização da avaliação formal. 
	A pessoa deve ser encaminhada para avaliação psiquiátrica e o relatório descrever os aspectos comportamentais observações na interação clínica.
	Caso 1:
	Caso 2:
	Caso 3:
	Caso 4:
BIBLIOGRAFIA
ATKINSON & HILGARD. Introdução à Psicologia. 2° ed. – São Paulo, SP: Cengage, 2020.
MORRIS, C.G.; MAISTO, A.A. Introdução à psicologia. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
 KAPLAN,H.; SADOCK, B. Compêndio de Psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 2007.
image2.jpg
image3.png
image4.jpg
image5.jpg
image6.jpg
image7.jpg
image1.png

Mais conteúdos dessa disciplina