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Sistemática Biológica Prof. Dr. Marcel Gustavo Hermes Sistemática Molecular Dados moleculares Qual a aplicação em sistemática? Identificação e reconhecimento de espécies Filogenias Estudos populacionais: filogeografia Dados moleculares Comparação com os dados morfológicos: Muito mais abundantes Independentes da interpretação do sistemata Dados moleculares Comparação com os dados morfológicos: Menos estados de caracteres (em geral 4) Não sofrem influência direta do ambiente Dados moleculares Comparação com os dados morfológicos: Cada vez mais acessíveis (facilidade) Com todos esses benefícios, vale a pena continuar utilizando a morfologia? Antes de responder esta pergunta, vamos entender algumas propriedades da natureza das macromoléculas e como as mesmas são aplicadas em estudos sistemáticos! Dados moleculares DNA e RNA – formados por bases nitrogenadas Purinas – adenina (A) e guanina (G) Pirimidinas – citosina (C), timina (T) e uracila (U)* Transições – substituições purina/purina e pirimidina/pirimidina Transverções – substituições/pirimidina *A uracila substitui a timina no RNA. Dados moleculares DNA – ambiguidade em determinadas posições Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. • Um segmento de DNA que codifica uma cadeia polipeptídica ou especifica uma molécula funcional de RNA. • Uma sequencia de DNA ou RNA genômico que é essencial para uma função específica. Um gene é... Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. • Depende do problema a ser resolvido. • Podem ser realizados estudos ao nível populacional, ao nível de gêneros, ou em níveis hierárquicos maiores. Quais genes utilizar? Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. • Genes nucleares • Genes de organelas (mitocôndria, cloroplasto) Tipos de genes • Genes codificadores de proteínas Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. Genes Nucleares – 18S, ITS1, ITS2, 5.8S, 28S • Em geral, genes mais conservados • Trabalhos em níveis hierárquicos maiores Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. Genes Nucleares – Contudo... • Podem sofrer DUPLICAÇÃO! • Cópias Ortólogas vs. Cópias Parálogas Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. Genes Nucleares – Contudo... A amplificação de cópias parálogas pode refletir somente a história evolutiva dos genes, e não dos organismos em questão. Filogenia real Filogenia errada em decorrência da amplificação de cópias parálogas Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. Genes de Organelas (Mitocôndria, Cloroplasto) – 12S rDNA, 16S rDNA, Citocromo b Oxidase (subunidades 1, 2 e 3) • 12S e 16S conservados • CO1 com maior taxa de mutação, utilizado inclusive no Barcoding of Life (Código de Barras da Vida) • rbcL – Cloroplasto, conservado Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. Genes Codificadores de Proteínas • Elongation fator (EEF1A1) • Wingless • Histone 1 Por serem responsáveis pela síntese de proteínas, são genes bem conservados... Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. Genes Codificadores de Proteínas 3ª posição dos códons é mais variável... Grupo externo Grupo interno Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. Genes Codificadores de Proteínas 3ª posição dos códons é mais variável... Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. Genes Codificadores de Proteínas 3ª posição dos códons é mais variável... Pode ocorrer saturação (muitas mutações), e o sinal filogenético é perdido. A tradução para aminoácidos pode ser mais informativa. SATURAÇÃO – taxa de substituição muito alta, perda de sinal filogenético. Natureza homoplástica de caracteres moleculares. Dados moleculares Para estudos sistemáticos, utilizamos os GENES. Genes Ribossomais Estrutura Secundária – Problemas de Alinhamento Dados moleculares GENES de “evolução” rápida e lenta. Dados moleculares Como discutimos há algumas aulas, é preferível usar espécies como terminais em detrimento ao uso de táxons supra‐específicos (tribos, subfamílias, famílias, etc.) Como contornar o problema da taxa de substituição (evolução) de cada gene, para resolver problemas filogenéticos específicos? Por exemplo, tentar elucidar as relações entre 10 subfamílias de uma família utilizando espécies como exemplares? Utilizar mais de um gene na análise, preferivelmente mesclando genes conservados com genes cuja taxa de substituição é maior. Uma parcela dos dados irá elucidar as relações entre níveis hierárquicos maiores, enquanto outra parcela irá elucidar as relações em níveis mais inferiores. Dados moleculares ALINHAMENTO – Homologia posicional COI Caracteres: cada posição da sequencia Estados: bases nitrogenadas (A, C, T, G) ITS´s Dados moleculares ALINHAMENTO – Homologia posicional Espécie A Espécie B Inserções e Deleções (INDELS) / Substituições Espécie A Espécie B Espécie A Espécie B Alinhamento 1 Alinhamento 2 Abertura de “GAPS” (lacunas) e substituições Dados moleculares ALINHAMENTO – Homologia posicional: alinhamentos “a olho” são impossíveis com adição de grande número de táxons e caracteres. Ainda, como saber onde inserir os GAPS? Espécie A Espécie B Espécie A Espécie B Custos são adicionados à abertura de GAPS e às substituições. Nos casos abaixo, ambos recebem os mesmos custos Dados moleculares ALINHAMENTO – Homologia posicional Espécie A Espécie B Espécie A Espécie B Custos iguais para abertura de GAPS e substituições implicam em um custo final idêntico, mesmo que os alinhamentos sejam diferentes. Neste caso, toda e qualquer discrepância entre as sequencias pode ser explicada por INDELS, e toda informação filogenética é perdida! Dados moleculares ALINHAMENTO – Homologia posicional Espécie A Espécie B Espécie A Espécie B Espécie A Espécie B Custos maiores aplicados à abertura de GAPS resultam em alinhamentos diferentes quando leva‐se em consideração o custo final. Dados moleculares Métodos de Análise – Critérios de Otimização Parcimônia Máxima Verossimilhança (Maximum Likelihood) Inferência Bayesiana (Bayesian Inference) Método Cladista Métodos Probabilísticos (Estatísticos) Dados moleculares Métodos de Análise – Critérios de Otimização Parcimônia Método Cladista Vantagens premissas muito simples; tempo computacional reduzido; trata todos os caracteres (sítios) como tendo a mesma probabilidade de apresentar um dos 4 estados (A, C, G, T) Dados moleculares Métodos de Análise – Critérios de Otimização Parcimônia Método Cladista Desvantagens pode interpretar de maneira errônea sítios com altas taxas de substituição; atração de ramos longos (long branch attraction); Dados moleculares Métodos de Análise – Critérios de Otimização Parcimônia Método Cladista atração de ramos longos (long branch attraction) Dados moleculares Métodos de Análise – Critérios de Otimização Máxima Verossimilhança (Maximum Likelihood) Inferência Bayesiana (Bayesian Inference) Métodos Probabilísticos (Estatísticos) Os métodos probabilísticos utilizam modelos de evolução explícitos para cada gene, ou seja, consideram diferentes as taxas de substituição de genes e sítios diferentes Dados moleculares Modelos de Evolução Dados moleculares Modelos de Evolução Jukes‐Cantor 69 Modelo mais simples Dadosmoleculares Modelos de Evolução Kimura 80 ou Kimura 2 Parâmetros Dados moleculares Modelos de Evolução GTR Dados moleculares Métodos de Análise – Critérios de Otimização Máxima Verossimilhança (Maximum Likelihood) “Qual a probabilidade dos dados (sequencias de DNA), dado o modelo e a hipótese filogenética?” “O princípio básico do método de verossimilhança consiste em estimar a probabilidade, com base em um determinado modelo, de um conjunto de dados estar representando um processo que realmente ocorreu.” Dados moleculares Métodos de Análise – Critérios de Otimização Máxima Verossimilhança (Maximum Likelihood) Considere o seguinte alinhamento: Dados moleculares Métodos de Análise – Critérios de Otimização Máxima Verossimilhança (Maximum Likelihood) Dados moleculares Obtenção dos Dados Extração de DNA Dados moleculares Obtenção dos Dados Amplificação dos Genes de Interesse (PCR) Primers (Iniciadores) Dados moleculares Obtenção dos Dados Sequenciamento Dados moleculares Aplicações em Sistemática Reconhecimento de Espécies Dados moleculares Aplicações em Sistemática Estudos Populacionais Dados moleculares Aplicações em Sistemática Filogenias Dados moleculares Apesar das inúmeras facilidades, os dados moleculares não devem ser vistos como a “panaceia” da sistemática, em sim como fonte de dados complementar à morfologia, comportamento, entre outros. Quanto maior a quantidade de evidências, mais robusta torna‐se a hipótese.
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