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Farmácia – Gasometria
GASOMETRIA
 
Olá aluno (a)!
Nesse material estudaremos sobre Gasometria, tendo como objetivo apresentar 
valores de referência e parâmetros analisados na gasometria, visando nortear 
os futuros profissionais da área de bioquímica clínica um olhar mais criterioso 
na liberação dos parâmetros da Gasometria. Assim, nesse material irei trazer a 
Gasometria, com enfoque na correlação clínica dos parâmetros analisados.
1. INTRODUÇÃO
 
A gasometria arterial (GA) é um exame executado frequentemente em pacientes 
internados em UTI, indicado para avaliação do distúrbio do equilíbrio ácido-base, da 
oxigenação pulmonar do sangue arterial e da ventilação alveolar. Tem por objetivo 
mensurar os valores do pH sanguíneo, da pressão parcial de gás carbônico (PaCO2) 
e oxigênio (PaO2), do íon bicarbonato (HCO3) e da saturação da oxi-hemoglobina, 
dentre outros. A gasometria avalia a evolução de doenças respiratórias e de outros 
quadros clínicos que acometem os pulmões. Os parâmetros normais da GA são 
pH de 7,35 a 7,45, PaO2 de 80 a 100 mmHg, PaCO2 de 35 a 45 mmHg e HCO3 de 
22 a 26 mmHg. 
Neste sentido, cabe destacar que, trata-se de um procedimento invasivo, realizado 
por meio de uma punção arterial. Entende-se que o procedimento é de fundamental 
importância nas unidades de terapia intensiva, permitindo assim, a avaliação do 
risco de comprometimento dos órgãos, que podem levar o paciente a óbito.
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Farmácia – Gasometria
Imagem 1. Punção Arterial
Fonte: 1.bp.blogspot.com/XQ0EYqelRWY/s1600/Sangue%20Arterial.jpg
Imagem 2. Valores de Referência Gasometria
Fonte: image.slidesharecdn.com/95/gasometria-arterial-6-638.jpg?cb=1422625488
2. DESEQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE
Graves alterações do equilíbrio ácido-básico são potencialmente críticas, 
especialmente quando se desenvolvem rapidamente. Tais anormalidades podem 
causar diretamente várias disfunções orgânicas. Algumas manifestações clínicas 
podem incluir edema cerebral, fraturas, decréscimo da contratilidade miocárdica, 
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Farmácia – Gasometria
vasoconstrição pulmonar e vasodilatação sistêmica, dentre outras. Para manter 
o pH em limites compatíveis com os processos vitais, o organismo lança mão de 
uma série de mecanismos regulatórios que são: sistema tampão (instantâneo), 
componente respiratório (minutos) e componente renal (horas a dias).
• Os distúrbios que se iniciam pelo ou do CO2 são chamados respiratórios;
• Os distúrbios que se iniciam pelo ou do HCO3 são chamados metabólicos;
Existem quatro tipos fundamentais de desequilíbrio Ácido-Básico:
• Acidose respiratória;
• Acidose metabólica; 
• Alcalose respiratória; 
• Alcalose metabólica;
3. PARÂMETROS DA GASOMETRIA
pH – determinar se está presente acidose ou alcalose. pH normal não indica 
necessariamente a ausência de um distúrbio Ácido-Básico, depende do grau de 
compensação. 
PO2 – exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares 
pulmonares, e depende diretamente da pressão parcial de oxigênio no alvéolo 
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Farmácia – Gasometria
(PaO2), da capacidade de difusão pulmonar desse gás. Alterações desses fatores 
constituem causas de variações da PaO2. 
• Em condições normais, 97% do O2 transportado dos pulmões para os tecidos são 
carreados pela hemoglobina, no interior das hemácias, e o restante encontra-se 
dissolvido na água do plasma e das células. A PaO2 refere-se ao O2 dissolvido 
no plasma e é medida em mmHg. 
• Saturação de O2 da hemoglobina do sangue arterial (SatO2) mede à proporção 
de O2 ligado à hemoglobina. 
• A SatO2 normal que alcança o átrio esquerdo é de 98% bom indicativo da 
disponibilidade total de O2 para as células. 
PCO2 – componente respiratório que é avaliado pela quantidade de ácido carbônico 
(H2CO3) existente no sangue arterial. O H2CO3 existe quase completamente na 
forma de gás carbônico (CO2) e água (H2O). A sua quantidade portanto pode 
ser determinada pela pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial 
(PaCO2). 
• PaCO2 – a pressão parcial de CO2 no sangue arterial exprime a eficácia da 
ventilação alveolar, sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a 
grande difusibilidade desse gás:
• PCO2 - hipoventilação retenção de CO2 no sangue insuficiente 
eliminação de CO2 nos alvéolos pulmonares. 
• PCO2 – hiperventilação excessiva eliminação de CO2 do sangue 
 hiperventilação pulmonar. 
HCO3
- - alterações na [HCO3
-] no plasma desencadeiam desequilíbrios ácidos-
básicos por distúrbios metabólicos. Existe em equilíbrio com o ácido carbônico 
para regular o pH. 
HCO3
- - Quando há excesso de íons [H+] livres, o íon bicarbonato combina-se ao 
hidrogênio em excesso e formam o ácido carbônico (H2CO3), que se decompõe em 
CO2 e H2O. O excesso de CO2 é eliminado pelo mecanismo respiratório, e a H2O 
pelos rins.
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• Nos rins, o H2CO3 é transformado em bicarbonato pela troca de hidrogênio por 
sódio. 
Base Excesso (BE) – acompanham os distúrbios metabólicos:
• Se o BE for positivo e maior do que + 2,5mEq/L, significa que há um aumento 
do total de bases, ou seja, o organismo está retendo bases, devido a distúrbio 
metabólico primário ou compensatório. 
• Se o BE for negativo e menor que - 2,5mEq/L, significa que há uma diminuição 
de bases, ou seja, o organismo perdeu bases, devido a um distúrbio metabólico 
primário ou compensatório. 
• O BE não se altera nos distúrbios respiratórios agudos, pois não há tempo hábil 
para resposta compensatória renal.
Imagem 3. Interpretação Gasometria Arterial (Acidose)
Fonte: hermespardini.com.br/interpretacao-da-gasometria-arterial.aspx
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Farmácia – Gasometria
Imagem 4. Interpretação Gasometria Arterial (Alcalose)
Fonte: hermespardini.com.br/interpretacao-da-gasometria-arterial.aspx
REFERÊNCIAS
ATHERTON, J.C. Acid-base balance: maintenance of plasma pH. Anaesth. Intens. 
Care. Med, v. 4, n. 12, p. 419-22, 2003. 
ÉVORA, P.R.B; GARCIA, L.V. Equilíbrio ácido-base. Medicina (Ribeirão Preto). 
2008; 41(3):301-11.
Guyton, A.C; Hall, J.E. Tratado de fisiologia médica. 10ª ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan; 2002.
KELLUM, J.A. Disorders of acid-base balance. Crit. Care. Med. 2007; 
35(11):2630-6.
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Farmácia – Gasometria
RIELLA, M.C. Princípios de nefrologia e distúrbios hidroelétrolíticos. 4ª ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan; 2003.
WARGO, K.A; CENTOR, R.M. ABCs of ABGs: a guide to interpreting acid-base 
disorders. Hosp Pharm. 2008; 43(10):808-15
Autor: Professor Ramon Rodrigues Sá

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