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Afecções Neurológicas do Envelhecimento Prof. Me. Thiago Leite dos Santos Profa. Teresa Cristina Braga Saúde do Idoso Sistema nervoso Massa cerebral diminuída Aumento percentual liquido cérebro espinhal Mecanismos compensatórios do SNC. o Mecanismos compensatórios: Na lesão do SNC: adaptações são mais eficientes quanto mais forem os centros atingidos. � Plasticidade: Reparação do SNC com formação de novas sinapses dos neurônios maduros. A formação de novos circuitos sinápticospermite adaptações e desenvolvimento de habilidades. Sistema nervoso Redução progressiva dos numero dos neurônios Atrofiacerebral, com redução de 5 a 10% do peso do cérebro, quando comparado a jovens. A redução do peso se verifica a partir da terceira década de vida. Sexo feminino: declínio do peso cerebral é mais precoce. Redução do volume cerebral após 60 anos. Aumento do tamanho dos ventrículos cerebrais. Alterações estruturais do SNC. de lipofuesina (lipocromo ou pigmento deDepósitos desgaste). Depósitos de amiloides nos vasos e células. Placas senis. Emaranhados neurofibrilares. Embora placas e emaranhados sejam comuns na doença de Alzhiemer, cérebros normais podem ter alterações. Alterações morfofuncionais: Redução de neurônios sobretudo em córtex de: giros pré- centrais, giros temporários, cerebelo. Parece haver maior perda de neurônios que possuem prolongamentos na substancia branca (neurônios de associações intracorticais). Atrofia neuronal: redução do RNA citoplasmático, acúmulo de lipofuesina. Retração do corpo celular dos grandes neurônios. Aumento relativo da população dos pequenos neurônios. Aspectos clínicos: Atrofia cerebral e redução do volume encefálico. Tracionamento dos vasos das meninges. Maior risco de hemorragias subdurais em traumas encefálicos diretos e indiretos (mecanismo de aceleração e desaceleração). Sensibilidade: Altera sensibilidade tátil e dolorosa. Limiar para a doraumenta e a sensibilidade dolorosa cutânea e visceral diminui. Perda de sensação vibratória,discriminação dos pontos. Alterações bioquímicas colinérgicos, serotonina, Redução em níveis de: Acetilcolina, receptores catecolaminas, dopamina. (enzima que Declínio da função sináptica. Aumenta efeito da monoaminoxidade degrada a norepinefrina). Função motora Memória Aquisição e retenção de novas informações em indivíduos > 60 anos, tornam-se mais difíceis. O fluxo de informações é dificultado, principalmente a transferência de novas informações para a memória secundária. Alterações das conexões do hipocampo com as áreas de aprendizagem. Esquecimento senescente benigno, fase inicial de Alzheimer. Diagnóstico diferencial das queixas de memória. Quadros demenciais Delirium Quadros depressivos. Distúrbios metabólicos, tireoidianos, diabetes, hidroeletrolíticos. Doenças agudas. Deficiência vitamínica (B12, acido fólico e tiamina). Desatenção Esquecimento senil benigno ou fisiológico. Avaliar independência funcional, grau de interferência da queixa na vida diária.( AVD- ABVD) Alterações fisiológicas do sono: Alteração da qualidade e quantidade. Maior fragmentação. Latência prolongada. Redução do sono REM. Redução do estágio 4. Sono mais superficial. Aspectos clínicos: Queixas frequentes de insônia. Necessidade de avaliara interferência da redução do sono nas atividades diárias. Sono suficiente? Sonolência diurna? Distração para atividades? Dificuldades de concentração? É a principal causa do uso abusivo de benzodiazepínicos, com riscos de iatrogenia. Causas frequentes de insônia no idoso. Ambientais. Depressão. Dellirium Demências. Apnéia do sono. Dor crônica. DPOC. ICC. Distúrbios dispépticos. Drogas. Fecaloma. Doença de Parkinson. Visão o Diminuição a resposta a luz- pupilas diminuem. o Necessitam 3 a 4 vezes mais de iluminação para enxergar. o Dificuldade de focar os objetos. o Cristalino fica amarelado e espesso, comprometendo o senso de profundidade , maior dificuldade das cores tons pasteis, especialmente o azul e o verde. o Visão cansada - presbiopia AUDIÇÃO perda da de alta 30% das pessoas idosas tem algum grau de audição.-presbacusia Diminuição da sensibilidade para sons frequência. Grande perda de audição - doença?? Infecção?? Causa do envelhecimento??? Paladar e olfato Diminuição das glândulas gustativas mais intensamente nos 70 anos. Podem não sentir cheiro ( escape de gás, cheiro de fumaça-incendio, comida deteriorada). Tato Diminuição do tato - incluindo calor e frio -Acidentes. O comprometimento do tato – diminuiu o prazer Toque componente do afetivo - usado no relacionamento interpessoal. Escala analógica de dor ESCALA FACIAL ● 1906(neurologista alemão Alois Alzheimer), realizou uma autópsia no cérebro de uma mulher de 56 anos (havia morrido após vários anos de deterioração mental, com confusão mental e perda de memória). - No exame necrológico detectou uma estranha desorganização das células nervosas do córtex cerebral ( parte do cérebro responsável pela memória). - As células nervosas do córtex cerebral estavam agrupadas como uma corda enrolada com nós que foram denominadas ¨novelos neurofibrilares”... - Observou também um acúmulo inesperado de restos celulares em volta dos nervos afetados, que denominou “placas senis”. ● As placas neuríticas (senis) são uma das características histopatológicas da doença de Alzheimer. São alterações extracelulares com acumulação da proteína beta amiloide A/4. null ● Ainda desconhecida, excetuando- se os raros casos familiares, de início precoce, nos quais encontra-se mutação genética específica. ● Os fatores genéticos parecem ser muito relevantes. ● Os defeitos genéticos localizados nos cromossomos 14 e 21 estão relacionados a formas de início precoce (abaixo dos 65 anos) da doença. Marcadores genéticos ainda não têm finalidade diagnóstica. ● Acúmulo de emaranhado neurofibular ( acúmulo de proteínas anormais) e placas neuríticas ( cachos de nervos terminais degenerativos). ● Os emaranhados são neurônios anormais, que junto com as placas neuríticas estão localizados em áreas neocorticais e do hipocampo (responsáveis pelo declínio cognitivo); ● Diminuição da enzima acetilcolinatransferase no tecido cerebral, esta enzima produz a acetilcolina (neurotransmissor envolvido no aprendizado e memória). ● Formação de fibras anormais e entrelaçadas e/ou placas senis à nível de neurônios → perda das células cerebrais → atrofia cerebral → morte celular → diminuição do fluxo sanguíneo. ● Comprometimento na tomada de decisões; ● Esquecimento e alteração da memória; ● Perda da capacidade de ler, escrever, calcular e comunicar-se; ● Alteração da marcha; agitação e confusão; ● Incontinência urinária; ● Quedas e episódios de raiva. ● Exclusão deoutras causas dedemência (alterações metabólicas, toxicidade, efeitos colaterais de drogas, doenças; cerebrovasculares, neoplasias e infecções); ● Requer o envolvimento de 2 ou mais áreas cognitivas envolvidas, com início incidioso e evolução constante e alerta normal; ● Exames de pesquisa da proteína β amilóide. ● Exame de necropsia confirma o diagnóstico; ● Descartar : ● depressão (pseudodemência)a escala de depressão geriátrica de yesavage (1983), é um instrumento valioso. ● infecções ● problemas cardiovasculares ● déficit visão e audição ● deficiências nutricionais ● demências por múltiplos infartos cerebrais ● alterações metabólicas e hidroeletrolíticas ● Exames de imagens: ● Tomografia computadorizada ● Ressonância magnética ● PET null null ● Leve ( 2 a 3 anos) : ● Prejuízo da memória recente e de aprendizado, memória remota levemente prejudicada; ● Desorientação, perda dehabilidade visuoespacial; ● Anomia, dificuldade degeração de lista de palavras ● Erros decálculo, irritabilidade, indiferença, sintomas depressivos ● Moderado ( 2 a 10 anos) ● Prejuízo severo da memória recentee remota ● Desorientação, afasia, agnosia, apraxia, dislalia ● Dificuldade mais severa de aprendizado e de realização de tarefas complexas ● Dificuldade de nomear objetos e escolher palavra para expressar uma ideia. Alteração de julgamento, planejamento, abstração; ● Perdas funcionais (atividades básicas e funcionais) ● Sintomas psicológicos e comportamentais. Pode ter alucinações (vendo ou ouvindo coisas que não existem). ● Distúrbios do sono ● Dificuldade em gerenciar sua vida sozinha. ● É incapaz de cozinhar, limpar ou fazer compras. ● Pode ficar dependente de ummembro familiar e do cuidador. ● Necessita de ajuda para a higiene pessoal ● Apresentaproblemas comportamentais: repetição de perguntas, gritar, agarrar-se e distúrbios de sono. ● Inapetência, perda de peso, insônia, confusão mental, ● Perde-se tanto emcasa como fora de casa. início de dificuldades motoras. ● Grave ( 6 a12 anos): ● Grave comprometimento de todas as funções cognitivas, ● Incapacidade total para Atividade daVida diária(AVDs) ● Mudez; Imobilidade; ● Complicações Clínicas ● É a mais próxima da total dependência e da inatividade. ● Total dependência da enfermagem ou do cuidador ● Dificuldades para comer disfagia),Alimentação enteral ( fase terminal) ● Incapacidade para comunicar-se. (deglutir- ● Alteração ciclo sono - vigília ● Não reconhece parentes, amigos e objetos familiares. ● Dificuldade de entender o que acontece ao seu redor. ● Apresenta incontinência urinária e fecal. ● Posição fetal e Mutismo ( fase terminal) ● Maior chance de apresentar LPP e infecções ● Tratamento farmacológico: ● Reversíveis: conforme a causa. ● Anticolinesterásicos:Inibidores da acetilcolinesterase(Donepezil, Rivastigmina, Galantamina) ● Haldol- agitação, ● Ansiedade/Insonia: Benzodiazepínicos ● Tratamento mínimo de 6 meses; ● Efeitos colaterais: náuseas; vômitos, diarreia, bradiarritmias, síncope, tontura, cefaleia, insônia; ● Disponíveis na rede públicaem unidades de referência para tratamento; ● Para DA utilizadas em formas leves e moderadas, apresenta melhora sintomática; null ● Memantina seu uso está baseado nos seus efeitos sobre a neurotransmissão glutamatérgica. ● O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório cerebral, particularmente em regiões associadas à memória. null Estatinas- Alguns estudos clínicos sugeriram menor risco de DA em pessoas em uso de estatinas para redução dos níveis séricos de colesterol. Ginkgo biloba- princípios ativos promovem aumento da irrigação cerebral e redução dos radicais livres, prevenindo a neurotoxicidade do β-amiloide. melhora da velocidade de processamento cognitivo e melhora subjetiva da memória mas não como preventivo. Antioxidantes: suposto efeito neuroprotetor pois formação de radicais livres de oxigênio pode contribuir para a patogenia da DA. Vitamina E null null ● Multiprofissional; ● Apoio ao cuidador; ● Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) Avaliação global, individual e humanizada - Intervir em sinais e sintomas, - Elaborar prescrição de enfermagem para a equipe de enfermagem, - Trabalhar junto a equipe multiprofissional, - Orientar o cuidador, especialmente o informal e familiares 1-)Conceito: ◆ O Mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, ou seja, uma doença que acomete células nervosas e provoca a sua morte. ◆ Mais especificamente são acometidas células da substância negra, que fazem parte do sistema dopaminérgico dos núcleos da base. Esse sistema transmite sinais que controlam os movimentos do corpo. ◆ Algumas pessoas podem apresentar sintomas precoces de Parkinson, por volta dos quarenta anos, porém, a maioria os apresenta somente após os sessenta anos. Nã h f i d d A natureza e a severidade dos sintomas variam de um paciente para outro. No início eles podem ser brandos e, com o decorrer dos anos pode-se observar Principais Sintomas: Tremor de Repouso Bradicinesia – lentidão e pobreza de movimentos Rigidez – enrijecimentodos músculos, sobretudo nas articulações Instabilidade frequentes; Manifestações postural – inclinaçãodo tronco, quedas não motoras como: depressão, comprometimento da memória podendo levar à demência, alterações do sono e distúrbios do Sistema Nervoso Central. Pode-se definir o parkinsonismo, do ponto de vista bioquímico, como sendo um estado de deficiência de dopamina, devido a doença, lesão ou disfunção do sistema nervoso dopaminérgico. ● Parece que este sistema desempenha o papel fisiológico de regulagem inibidora do corpo estriado,(ganglios de base) compensando a atividade colinérgica excitadora dessa região. A acetilcolina, que é o neurotransmissor desse sistema excitatório, é encontrada em grandes quantidades no corpo estriado, não se apresentando alterados no parkinsonismo. Em estado normal existe um equilíbrio entre os efeitos da acetilcolina e da dopamina. A diminuição da dopamina rompe este equilíbrio, de A sintomatologia básica compreende o tremor de repouso, a rigidez e a bradicinesia. Na maioria dos pacientes, o tremor é a primeira queixa. Todavia, o interrogatório revela que muitos pacientes se recordam de um ou mais sintomas mal definidos, como falta de mobilidade da expressão mímica, atitudes fixas ou inclinadas do tronco, escassez de movimentos voluntários. O tremor manifesta-se como um movimento de “contar dinheiro” ou “enrolar cigarro”, executado pelo polegar e o indicador, de forma alternada durante o repouso. A alternância rítmica é um traço constante porém, a frequencia, a amplitude e as áreas do corpo afetadas variam. Uma vez instalado, o tremor apresenta tendência a propagar-se, afetando outros segmentos do corpo, embora isso possa não acontecer. A rigidez pode ser discreta na fase inicial, limitando- se a alguns grupos musculares, porém ela invariavelmente se alastra. Ela é responsável pela diminuição da amplitude e Até certo grau também contribui para a sensação de fraqueza muscular referida por alguns pacientes. Entretanto, ela geralmente não impede a realização de contrações musculares com boa força inicial, mas impede que o paciente mantenha essa contração ou a repitam. É também considerada uma das causas responsáveis pelos desvios característicos da postura do tronco e dos membros A marcha acelerada a passos pequenos (marcha parkinsoniana), é uma manifestação típica, e resulta da combinação de bradicinesia, rigidez muscular e postura anormal. A manifestação que mais interfere com as atividades normais é a incapacidade dos doentes de executar facilmente as atividades motoras comuns. Porém, a bradicinesia não está associada a qualquer distúrbio da força muscular ou da coordenação null Pouca frequência do ato de piscar os olhos, salivação, constipação, incontinência urinária, função sexual diminuída, fala lenta e difícil, dificuldade p/ deglutir, vestir-se e alimentar-se sozinho, depressão Terapêutica Somática Atual: Atualmente não existe uma terapêutica para prevenir, parar ou curar o Mal de Parkinson, as abordagens terapêuticas visam diminuir os sintomas motores da doença: 1- Abordagem Farmacológica: a-) De Primeira Linha: Levodopa: precursor imediato da Dopamina e pode ultrapassar a barreira hematoencefálica; Bromocriptina, Lissurida, Pergolida e Paramipexol: agentes agonistas de receptores de Dopamina, são denominados dopaminomiméticos; Carbidopa: sua conversão pode aumentar a ação da Levodopa. b-) De Segunda Linha: - Anticolinérgicos Centrais: exercem seus efeitos bloqueando a transmissão colinérgica central da acetilcolina; c-) De Terceira Linha: são conhecidos inibidores da catecol-metil- transferase que auxilia no catabolismo da Levodopa. Benserazida, Entacapone e Tolcapone: Mobilidade fisica prejudicada Nutrição insuficiente Comunicação prejudicada Retenção urinaria Risco de quedas Risco de infecção Desobstrução de vias aereas ineficaz Tristeza cronica Incontinencia urinariaDeficit auto cuidado DEMÊNCIA - Pode ser definida como o comprometimento adquirido da memória associado a um prejuízo, em pelo menos, uma das outras funções cognitivas da linguagem, gnosias, praxias ou funções executivas, que interferem na capacidade funcional, no desempenho social ou profissional do indivíduo. - 3% aos 70 anos - Até 20% a 30% aos 85 anos - Dobrando a cada cinco anos com o aumento de idade. - A prevalência varia de 1,6%, na faixa de 65 a 69 anos, até 38,9%, acima de 84 anos. Há várias causas de demência, cujo diagnóstico específico depende de conhecimento das diferentes manifestações clínicas e de uma sequência específica e obrigatória de exames complementares • PRIMÁRIAS : decorrentes de atrofia cortical, exemplo :a doença de Alzheimer, demência dos corpos de Lewy, demência frontotemporal. • SECUNDÁRIAS decorrentes de outras doenças : hipotireoidismo, hiponatremia, insuficiência renal e hepática, infecção pelo HIV, neurossífilis, consumo excessivo de álcool, deficiência de vitamina B12 e ácido fólico,, entre outras. • VASCULARES decorrentes de atrofia subcortical e formação de ataques isquêmicos com breve alteração da consciência Ramos AM, Stein AT, 2009. Ramos AM, Stein AT, 2009. DEMÊNCIA • Manifestações iniciais: • comprometimento cognitivo leve que consiste em disfunção da memória de trabalho e na diminuição da capacidade de memória de curta duração. • A redução da memória de trabalho obedece a perdas neuronais no córtex pré- frontal, e a diminuição da capacidade de memória de curta duração a perdas neuronais no hipocampo. • Hipocampo: principal sede da memória, atua na consolidação da memória. Faz parte do sistema límbico responsável pelas emoções e comportamentos sociais. null DIAGNÓSTICO DE DEMÊNCIA • Necessária constatação de deterioração ou declínio intelectual em relação à condição prévia do indivíduo. • Depende de avaliação objetiva das funções cognitivas. • A avaliação neuropsicológica abreviada é constituída dos seguintes testes: 1) Mini-exame do estado mental : Inclui itens variados que, rapidamente, possibilitam examinar orientação temporal e espacial, memória, atenção e ajudando na avaliação mais cálculo, linguagem, praxias e habilidades construtivas, identificação de pacientes que devem ser submetidos à detalhada. null DIAGNÓSTICO DE DEMÊNCIA 2) Teste do Desenho do relógio (Clock DrawingTest-TDR): avalia de formasimples, as funções visoespaciais, linguagem, capacidade de planejamento,praxia, memória, habilidade visuoconstrucional e função executiva Teste de Fluência Verbal: verifica a existência de prejuízode memória semântica e nas estratégias de busca, relacionadas à função executiva. 4) Questionário de atividades funcionais (Pfeffer) o instrumento visa detectar algum comprometimento nas tarefas diárias, sendo feito pela família do paciente. 5) Escala para Depressão Geriátrica (EDG): é um instrumento que auxilia na identificação de sintomas depressivos, oferecendo medidas confiáveis. null null null DEMENCIA VASCULAR Refere-se aos quadros causados pela presença de doença cerebrovascular (DCV). 2ª causa mais frequente de demência em países ocidentais, correspondendo a cerca de 10% dos casos, Prevalência encontrados entre 1,2% a 4,2% em indivíduos acima de 60 anos. Geralmente associada aos efeitos de grandes lesões tromboembólicas (demência por múltiplos infartos-Doença de Binswanger- induzida pela HAS), demênciaassociada a lesões extensas da substância branca, demências pelo AVEHemorrágicos Os fatores de risco para a DV são:os mesmos relacionados ao processo deaterogênese e doençasrelacionadas: idade, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, tabagismo, doenças cérebro e cardiovasculares, entre outros. null DEMÊNCIA ALCOÓLICA Perda cognitiva que está relacionada aos efeitos neurotóxicos diretos do etanol, por tempo prolongado. Os sintomas são: alterações da personalidade, apatia, disforia (é uma mudança repentina e transitória do estado de ânimo, tais como sentimentos de tristeza, pena, angústia) capacidade de julgamento reduzida, desorientação no tempo e espaço, interesse pela aparência diminuída, déficits de habilidades viso- espaciais e em menor grau, perda de memória e comprometimento da velocidade psicomotora. DEMÊNCIA ALCOÓLICA Há indícios de que, mesmo os bebedores sociais, que ingerem 21 ou mais doses por semana (cada dose equivale a 12 g de álcool), já apresentem alterações neurocognitivas em algumas funções mentais Apesar de alguns abusadores de álcool manterem o nível intelectual praticamente intacto, alterações em várias funções neurocognitivas mesmo após períodos em abstinência, o que evidencia os efeitos a longo prazo do álcool no funcionamento geral do cérebro. TRATAMENTO DAS DEMÊNCIAS • Depende da circunstância que causa a demência. Em alguns pacientes, o tratamento não é possível e as aproximações objetivam atrasar o agravamento dos sintomas. Em outros casos, uma causa da demência pode ser identificada e tratada. • Tratamento multiprofissional e interdisciplinar : a família também necessita de suporte • Tratamento medicamentoso TRATAMENTO DAS DEMÊNCIAS • Medicamentoso: • Antipsicóticos-estas drogas são usadas em diversas desordens psiquiátricas como doenças bipolares, esquizofrenia. Incluem o haloperidol, o risperidona, o olanzapina. • Estabilizadores do Humor -estes são usados geralmente em desordens de humor como a doença bipolar, a mania e desordens depressivas. As Drogas incluem o fluoxetina, o imipramine, o lítio, o citaloprame o escitalopram. • Drogas a retardar que a progressão das demências : Donepezil(Aricept®), rivastigmine(Exelon®), galantamine(Razadyne®, chamado anteriormente Reminyl®) e Memantine(Namenda®). null null Algumas das demências potencialmente reversíveis • Doença intracerebral não degenerativa( Hidrocefalia de pressão normal) • Encefalopatias Infecciosas ( Demência por HIV e Neurossífilis) Hidrocefalia de Pressão Normal Acomete, sobretudo, idosos entre 60 e 80 anos Manifestação por meio da tríade clínica: ❖ distúrbios da marcha, ❖ demência e ❖ incontinência urinária. null Hidrocefalia de Pressão Normal Fase inicial= alteração marcha com arrastamento dos pés ( aderentes ao solo), tendendo a quedas; alteração comportamento (apatia, impulsividade, irritabilidade e euforia. Déficit cognitivo surge posteriormente com perda leve a moderada da memória, desorientação, lentidão de pensamento, dificuldade de concentração e demência. Fase tardia = incontinência urinária que manifesta-se com urgência urinária mas não em todos os casos. null null Hidrocefalia de Pressão Normal Tratamento: A punção lombaré indicada para afastar processos inflamatórios e infecciosos. Com a retirada de grande quantidade ( 30 a 50 ml) há significativa melhora da marcha. Tratamento cirúrgico consiste na derivação do LCR com interposição de válvula. Este procedimento pode melhorar muito os sintomas ou até ser curativo. A melhora cognitiva pode ser lenta. null DEMÊNCIA POR HIV- Nomenclatura • Sinônimos: Complexo Demência-Aids, Demência-HIV, encefalopatia pelo HIV e complexo demência associado-HIV ou Aids. A Demência associada ao HIV contribui para morbidade da infecção, é um fator de risco para mortalidade. Na infecção pelo HIV, o vírus entra no SNC, resultando em transtornos da função cognitiva causando déficits : • processos mentais, tais como atenção, aprendizado, memória, • rapidez do processamento de informações, capacidade de resolução de problemas e sintomas sensoriais e motores. As manifestações neurológicas ligadas diretamente ao HIV, são: o transtorno cognitivo e motor menor e a demência associada ao HIV. null null Controle de carga viral DEMÊNCIA POR HIV - Fatores de risco diagnóstico da Aids em idade avançada, elevada carga viral plasmática e no líquido cefalorraquidiano, contagem de linfócitos T CD4 menor que 100 céls/mm3, - baixa concentração de hemoglobina,- progressão da doença sistêmica. DEMÊNCIA POR HIV- Fisiopatologia O HIV atravessa a barreira hematoencefálica, utilizando macrófagos infectados. No cérebro, o vírus infecta células gliais que secretam neurotoxinas levando ao dano e morte neuronal. O HIV entra no Sistema Nervoso, invade suas células e produz lesões em todo tecido neural, deixando certos comprometimentos cognitivos. O HIV pode permanecer latente no SNC por muitos anos e pode levar a déficits sutis no funcionamento cognitivo . Pacientes com doença avançada apresentam déficits em vários domínios cognitivos, DEMÊNCIA POR HIV • O início da demência pelo HIV é insidioso e • Estágiosiniciais o paciente pode queixar de dificuldade de concentração, apatia e lentidão mental. • Estes sintomas podem ser confundidos com depressão. • Estágios mais tardios • perda de memória, dificuldade de leitura e alterações da personalidade associadas à lentidão motora,diminuição função cognitiva verbal e não verbal, distúrbios de Humor, hiperreflexia, sinal de Babinski (sinal reflexo plantar), pode associar polineuropatia, tetrapelgia espástica, incontinência urinária e fecal • Sintomas psiquiátricos como agitação, mania, alucinações e paranoia podem também ocorrer nesses estágios tardios. Sinais e sintomas da demência pelo HIV Cognitivo Perda de memória visuoespacial perda da coordenação visuomotora,esquecimentos, concentração e atenção, lentidãono pensamento dificuldade de (compreensão eprocessamento), dano na memória verbal (ex. dificuldade de achar palavras) Tardios: desorientação temporal e espacial, mutismo Motor: Marcha instável, perda do balanço, lentidão dos movimentos, fraqueza MMII, declínio das habilidades motoras finas, piora da escrita, incoordenação Emocional : Perda da iniciativa (apatia), irritabilidade, mania, psicose de início recente Comportamental: Retardo psicomotor (ex. lentidãona fala ou no tempo de resposta), alterações de personalidade, afastamento das atividades sociais Neurossífilis • Considerada causa rara de demência, a sífilis terciária ainda ocorre no nosso meio (crescimento idosos infectados pelo HIV). • Manifestação Neurológica pode ser variável : - dificuldade de memória e de concentração, - alteração de comportamento, apatia, irritabilidade, negligência, - tremores, alteração de marcha, podendo chegar a fenômeno psicótico grave. Tratamento: clássico com penicilina, podendo resultar na melhora de alguns sintomas ou deter a progressão da doença. Agora vamos estudar sobre... . DELIRIUM Delirium Também conhecido como Estado de Confusão Mental. Apareceu nos doentes a 300AC. O termo Delírium deriva do latim ‘DELIRARE’, que significa “estar fora do lugar”, usado atualmente com o sentido de “estar confuso, distorcendo a realidade, fora de si”; O Delírium é uma síndrome neurocomportamental, causada pelo comprometimento transitório da atividade cerebral; tem início súbito envolvendo: consciência, atenção, cognição, percepção. Trata-se de um dos sintomas mais comuns em idosos hospitalizados e também uma das complicações mais comuns entre pacientes idosos hospitalizados. Risco específico para Delirium em idosos incluem: • Desnutrição • Uso de múltiplas medicações • Restrição física • Cateteres endovenosos • Complicações iatrogênicas como sobrecarga de volume, • Insuficiência de qualquer sistema orgânico (em especial a insuficiência renal ou hepática, insuficiência respiratória) • Infecções, medicamentos, hospitalizações PRINCIPAIS SINAIS & SINTOMAS - Alterações da consciência e da atenção; - Déficits cognitivos específicos(desorientação temporoespacial, comprometimento da memória, do pensamento e do juízo); - Alterações da percepção sensorial (distorções ou ilusões visuais, auditivas etc.); - Perturbações da psicomotricidade(letargia, movimentos desorganizados); - Distúrbios do comportamento e do humor( apatia, irritabilidade, ansiedade ou euforia); - Inversão do ciclo de sono-vigília (sonolência de dia, insônia a noite). É comum que a pessoa com deliriumtenha uma fala desconexa ou pouco coerente, gemidos de dor e pouca lucidez. FISIOPATOLOGIA • Deve ser vista como uma manifestação final provocada por inúmerasalterações neuroquímicas. • Das alterações neuroquímicas se destacam: -a redução da acetilcolina, decorrente do uso de fármacos não suspeitos em dose terapêutica; -a hiperatividade adrenérgica e serotonérgica, posterior ao uso de antidepressivos tricíclicos; -aumento da atividade gabaérgica Inouye SK. delirium in older persons. N Engl J Med 2006;354:1157-65. TRATAMENTO Trata-se de emergência médica, portanto, a primeira meta deve ser eliminar os fatores predisponentes e precipitantes, avaliando e tratando cada causa presumida ou confirmada, retirando as drogas potencialmente prejudiciais. As intervenções de suporte visam restaurar as condições fisiológicas e reorientar o paciente no tempo e espaço. Todos os idosos devem receber atenção quanto à manutenção de volume e nutrição adequada, proteção de vias aéreas com prevenção de aspiração pulmonar, mobilização para prevenir trombose venosa profunda eúlceras porpressão, promover reorientação espacial e temporal. Controle sintomas ( ações farmacológicas e não farmacológicas) • As medidas não farmacológicas constituem a prevenção e devem ser instituídas para todos os indivíduos. • O tratamento farmacológico • É restrito aos idosos com agitação grave o suficiente para colocar em risco a equipe, os outros pacientes, o tratamento e a si mesmos. • Recomenda-se iniciar doses baixas e ajustar até o efeito desejado, mantendo a dose por dois a três dias, reavaliando quanto ao aparecimento de efeitos colaterais Medicações Haloperidol: é um antipsicóticos de primeira geração (típico) que leva a bom controle dos sintomas. Apresenta baixa incidência de depressão respiratória, hipotensão arterial e efeito anticolinérgico, mas tem como efeito colateral sintomas extrapiramidais, principalmente com doses diárias acima de 3 mg. curta duração do efeito. Ex: Haloperidol, Haldol Antipsicóticos atípicos : de segunda geração, Têm menos efeitos extrapiramidais que os típicos, mas foram associados a aumento de mortalidade em idosos demenciados em alguns trabalhos. Exemplos: Risperidona, Olanzapina, Quetiapina. Benzodiazepínicos São considerados agentes de segunda linha no tratamento do delirium do idoso, já que tem menor eficácia que os antipsicóticos e podem induzir reação paradoxal (exacerbação da agitação – mostrada apenas em relatos de casos). Exemplos: ansiolíticos e tranquilizantes como o Rivotril, Diazepam, Lexotan, Frontal, Clonazepan PREVENÇÃO • Amenizar o quadro de Delírium já instalado • Orientação e atividade terapêutica para o declínio cognitivo (discussão de eventos atuais, reminiscência estruturada ou jogos de palavras); • Mobilização precoce; • métodos não farmacológicos para minimizar o uso de drogas psicoativas (por exemplo, uso de músicas relaxantes para iniciar o sono); • Intervenções para prevenir privação de sono (por exemplo, mudança dos horários de medicamentos); • Métodos de comunicação e equipamentos adaptadores para dificuldade visual e auditiva (óculos e aparelhos para audição); • Intervenção precoce para a reposição de volume (por exemplo, estímulo para ingestão de líquidos). O Delirium é uma condição grave, acarretando um alto potencial de complicações. O diagnóstico depende de suspeita clínica, do conhecimento de seu quadro clínico e valorização dos fatores predisponentes e precipitantes. Lembrar sempre... o diagnóstico correto e o tratamento adequado, incluindo a correção dos fatores de risco e a instituição de medidas não farmacológicas e farmacológicas, reduzem as complicações e mortalidade em idosos hospitalizados. Referências - Freitas EV, Py L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. - Moraes EM, Marino MCA, Santos RR. Principais síndromes geriátricas. Rev MedMinas Gerais 2010; 20 (1):54-66.- Christo PP. Alterações cognitivas na infecção pelo HIV e AIDS.Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 242-7. Belo Horizonte, MG. - Pereira RM, Mazeti L, Lopes DCP, Pinto FCG. Hidrocefalia de pressão normal: visão atual sobre a fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. Arq Bras Neurocir 31(1): 10-21, 2012.