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Autor: Prof. Tadeu dos Santos
Colaboradores: Prof. Wanderlei Sergio da Silva
 Profa. Christiane Mazur Doi
Prática de Ensino: 
o Uso dos Recursos 
Didáticos em Sala de Aula
Professores conteudistas: Tadeu dos Santos / Wanderlei Sergio da Silva
Tadeu dos Santos
Graduado em Psicanálise pelo Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP‑SP), em Educação Física pela Universidade de 
Mogi das Cruzes (UMC), em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Professor Carlos Pasquale (FFCLQP), 
especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC‑SP), mestre 
em Educação pelo Programa de Supervisão e Currículo da PUC‑SP e doutor em Ciências da Religião, com ênfase em 
Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP‑SP). De 1987 a 2003, atuou na Rede Estadual e 
Municipal de Ensino na cidade de São Paulo como professor, vice‑diretor e diretor de escola. A partir de 1997, no Ensino 
Superior, foi professor e coordenador de curso de Pedagogia e Educação Física nos municípios de São Paulo e Santos. Em 
2015, ingressou como docente na UNIP, lecionando disciplinas didático‑pedagógicas no curso de Pedagogia. Também 
trabalhou como orientador de estágio na Coordenadoria de Estágios em Educação.
Wanderlei Sergio da Silva
Graduado em Geografia e mestre em Ciências (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (USP), e doutor 
em Geociências e Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Trabalhou 
durante 15 anos no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) em pesquisas relacionadas às 
geociências e ao meio ambiente. Atuou como consultor em trabalhos da área durante seis anos, totalizando cerca 
de 100 projetos de pesquisa, muitos deles como coordenador de equipe. Em 2001, ingressou na UNIP, onde lecionou 
disciplinas do curso presencial de Turismo relacionadas à Geografia, ao Meio Ambiente e ao Planejamento, bem como 
matérias didático‑pedagógicas no curso presencial de Psicologia (licenciatura). É líder da Coordenadoria de Estágios 
em Educação e professor responsável pelas disciplinas relacionadas a Prática de Ensino, Psicologia do Desenvolvimento 
e da Aprendizagem, Didática Geral, Estrutura e Funcionamento da Educação Básica e Planejamento e Políticas 
Públicas da Educação.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S237p Santos, Tadeu dos.
Prática de ensino: o uso dos recursos didáticos em sala de aula / 
Tadeu dos Santos. – São Paulo: Editora Sol, 2024.
48 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517‑9230.
1. Recursos. 2. Sala de aula. 3. Tecnologias. I. Título.
CDU 371.133
520.01 – 24
Profa. Sandra Miessa
Reitora
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração e Finanças
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora das Unidades Universitárias
Profa. Silvia Gomes Miessa
Vice-Reitora de Recursos Humanos e de Pessoal
Profa. Laura Ancona Lee
Vice-Reitora de Relações Internacionais
Prof. Marcus Vinícius Mathias
Vice-Reitor de Assuntos da Comunidade Universitária
UNIP EaD
Profa. Elisabete Brihy
Profa. M. Isabel Cristina Satie Yoshida Tonetto
Prof. M. Ivan Daliberto Frugoli
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Material Didático
Comissão editorial:
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. M. Deise Alcantara Carreiro
 Profa. Ana Paula Tôrres de Novaes Menezes
Projeto gráfico: Revisão:
 Prof. Alexandre Ponzetto Vitor Andrade
 Luiza Gomyde
Sumário
Prática de Ensino: o Uso dos Recursos Didáticos em 
Sala de Aula
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
1 O QUE SÃO OS RECURSOS DIDÁTICOS? ....................................................................................................9
2 A INCLUSÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS NA ESCOLA ..................................................................... 11
3 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) NA EDUCAÇÃO ..................... 14
4 SITUAÇÕES DE MODELIZAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NO USO DOS 
RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA ............................................................................................... 18
5 A TV E O VÍDEO NA SALA DE AULA .......................................................................................................... 18
5.1 Cinema ...................................................................................................................................................... 20
6 A FOTOGRAFIA NA SALA DE AULA ............................................................................................................ 21
7 NAVEGAR É PRECISO: A WEB 2.0 E SUAS FERRAMENTAS ............................................................. 25
7.1 O blog na educação ............................................................................................................................. 26
7.2 Wiki e Google Docs .............................................................................................................................. 27
7.3 Redes sociais .......................................................................................................................................... 27
7.4 Webquest ................................................................................................................................................. 27
7.5 Streaming ................................................................................................................................................ 29
8 DESAFIOS: A MODELIZAÇÃO DA PRÁTICA INTEGRANDO OS VELHOS E OS 
NOVOS RECURSOS DIDÁTICOS ...................................................................................................................... 31
7
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina analisa a importância dos recursos didáticos em sala de aula. Para tanto, tem início com 
a conceituação de tais recursos e seus históricos, a fim de inserir o futuro professor no contato com esta 
temática. Posteriormente, são apresentadas situações de modelização da prática pedagógica no uso desses 
recursos em sala de aula, favorecendo a observação de práticas pedagógicas de cunho interdisciplinar.
A sala de aula é um lugar privilegiado em que ocorre o encontro de alunos com professores e entre 
alunos. Ela pode ser um espaço lúdico ou autoritário, ou um lugar onde vozes silenciadas do currículo se 
posicionam ou se calam. Cabe ao professor criar um espaço democrático que estimule a criatividade e a 
reflexão, no qual tais vozes sejam ouvidas e respeitadas.
A questão no cerne da sala de aula é o processo de ensino/aprendizagem. Nele, os recursos didáticos 
são elementos que proporcionam ao professor referências e critérios para tomar decisões na formulação 
de seu planejamento e nas suas intervenções.
Durante muito tempo, a lousa, o giz, os livros didáticos e os textos escritos foram os recursos mais 
utilizados pela prática docente. Atualmente, as tecnologias da informação e comunicação estão no centro 
das discussões. A TV, o vídeo, o blog e as ferramentas coletivas on‑line – como Wiki e Googleservir de 
orientação ao aluno.
7) Os alunos irão expor a problemática levantada. O professor deve liderar a discussão, tendo em 
vista que já realizou a leitura dos textos. Serão exercitadas nesta fase a tolerância, a convivência 
e a liberdade de expressão.
8) Professor e alunos produzirão um texto coletivo tendo como referência as produções individuais 
e coletivas.
9) Os alunos irão decidir como farão a apresentação da produção.
10) Nesta fase, o professor deve solicitar ao aluno para avaliar cada momento do projeto. A avaliação 
é formativa, e o portfólio é uma boa opção para a avaliação.
A respeito da avaliação formativa, veja o que diz Zabala (1998, p. 201):
A partir de uma opção que contempla como finalidade fundamental 
do ensino a formação integral da pessoa, e conforme uma concepção 
construtivista, a avaliação sempre tem que ser formativa, de maneira 
que o processo avaliador, independentemente se seu objeto de estudo, 
tem que observar as diferentes fases de uma intervenção que deverá ser 
estratégica. Quer dizer, permita conhecer qual é a situação de partida, em 
função de determinados objetivos gerais bem definidos (avaliação inicial); 
um planejamento da intervenção fundamentado e, ao mesmo tempo, 
flexível, entendido como uma hipótese de intervenção; uma atuação na 
aula, em que as atividades e tarefas e os próprios conteúdos de trabalho 
se adequarão constantemente (avaliação reguladora) às necessidades que 
vão se apresentando para chegar a determinados resultados (avaliação final) 
e a uma compreensão e valoração sobre o processo seguido, que permita 
estabelecer novas propostas de intervenção (avaliação integradora).
No projeto de aprendizagem colaborativa, professor e aluno são participantes ativos na construção 
do conhecimento. A metodologia proposta por Moran, Masetto e Behrens (2013) também compreende 
em suas fases os princípios básicos da educação divulgados pela Unesco: aprender a conhecer, aprender 
a fazer, aprender a viver com os outros e aprender a ser.
36
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Todavia, um projeto de aprendizagem colaborativa só fará sentido se vinculada a uma proposta 
curricular em rede, porque todo tema, quando contextualizado, está ligado a uma rede de significados. 
A organização curricular linear tradicional, isto é, a que ainda temos no Brasil, que tem uma sequência 
de assuntos a serem trabalhados nas disciplinas, limita o aluno a perceber que os conhecimentos se 
relacionam de forma complexa e transversal. A escola vive um descompasso em relação à sociedade atual, 
na qual crianças, jovens e adultos recebem informações em uma rede que é atualizada a todo momento.
Há um longo caminho a ser percorrido. Muitas transformações serão necessárias para a modelização 
da prática pedagógica diante dos recursos didáticos da era digital, inclusive porque há lugares no Brasil 
onde não há acesso à rede de internet, ou que ela ainda é deficitária, onde encontramos somente o 
quadro negro, o livro didático e o giz.
Contudo, o uso consciente dos recursos didáticos implica acompanhar as mudanças que estão 
ocorrendo na sociedade, superando os tradicionalismos. As práticas sociais contemporâneas são 
participativas e colaborativas. Esse fato gerou uma mudança de mentalidade em nossos jovens, apesar 
de a escola continuar operando no modelo hierárquico, centralizado e disciplinador, criando uma 
tensão entre os imigrantes digitais e os nativos digitais. A maneira de ensinar dos imigrantes digitais 
(professores) nem sempre está de acordo com a melhor forma de aprender ou que desperte interesse 
dos nativos digitais (alunos). O uso dos diferentes recursos didáticos, com linguagens distintas, aproxima 
professor e aluno.
A formação continuada dos professores pode diminuir esse hiato entre os imigrantes digitais e os 
nativos digitais. Por meio dos saberes dos docentes, construídos e delineados por Tardif (2002), é possível 
observar que a formação do professor não se restringe somente aos anos em que uma pessoa frequenta 
a universidade, cursos de graduação ou em sua formação continuada em cursos de pós‑graduação, 
especialização e/ou atualização, mas tem início no processo de socialização primária – sobretudo nos 
anos de escolaridade anterior à formação profissional.
O docente, mesmo antes de ingressar no curso de formação de professores, tem uma representação 
do que é ser professor e o que é seu local de trabalho, a escola. Ele já frequentou a escola por pelo menos 
12 anos, período necessário a sua chegada à universidade. Como nos diz Tardif (2002), “[...] uma boa 
parte do que os professores sabem sobre o ensino, sobre os papéis dos professores e sobre como ensinar 
provém de sua própria história de vida, principalmente de sua socialização enquanto aluno”.
Entretanto, a educação acadêmica é indispensável para a formação docente, pois é nela que o 
formando poderá questionar e refletir sobre seus saberes adquiridos em fases pré‑profissionalizantes 
e complementá‑los com os saberes técnicos indispensáveis para o exercício da profissão. Por meio do 
conhecimento técnico, terá condições de compreender o que ensinar e aprender. Assim, poderá construir 
conceitos e valores novos sobre a escola e a profissão que almeja.
Essa trajetória, que se inicia nos bancos escolares, se estenderá por toda a sua vida, porque “os 
saberes dos professores são temporais, são utilizados e se desenvolvem no âmbito de uma carreira, 
isto é, ao longo de um processo temporal de vida profissional de longa duração” (Tardif, 2002, p. 70). 
37
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Por esse motivo e por vivermos em um momento histórico em que a única constante é a mudança, os 
professores precisam encarar sua formação como ininterrupta.
A formação continuada está de acordo com a necessidade de o docente ser um dos principais 
protagonistas da mudança, pelo menos no âmbito da escola; portanto, sua formação e sua prática 
têm que ser constantemente revistas, repensadas. Nóvoa (1992, p. 23) diz que “o aprender contínuo 
é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de 
crescimento profissional permanente”.
Ainda a respeito disso, Nóvoa (1997, p. 26) acentua que “a troca de experiências e a partilha de 
saberes consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado para desempenhar, 
simultaneamente, o papel de formador e de formando”. O autor destaca que isso enriquece cada vez 
mais seus saberes e suas práticas, dando‑lhe autonomia e segurança em sua reflexão.
A formação permite ao professor não só o saber em sala de aula, pois ele precisa conhecer as 
questões da educação e as diversas práticas analisadas pelas perspectivas das várias teorias pedagógicas. 
É necessário, também, conhecer o desenvolvimento de seu aluno em seus múltiplos aspectos: afetivo, 
cognitivo e social, bem como refletir criticamente sobre seu próprio papel diante de seus alunos e 
da sociedade.
É preciso ampliar a compreensão do saber ensinar, pois, segundo Tardif (2002), os fundamentos do 
ensino são, ao mesmo tempo, existenciais, sociais e pragmáticos. São existenciais porque o professor é 
um ser no mundo, e seu pensamento parte de sua história de vida, ou seja, de seu processo de construção 
de identidade. Nesse contexto, o indivíduo articulará fatores biológicos, psicológicos e sociais, criando 
um conjunto que se manifesta no nível intraindividual, por meio da consciência e das atividades, e no 
nível interindividual, considerando as relações entre indivíduo com os grupos aos quais pertence.
O processo de construção da identidade se dá pelo diálogo interno do indivíduo e pela interiorização 
da realidade social, que constituem as relações interpessoais. Esse é um processo de transformação 
(Ciampa, 2001). Na visão de identidade aqui usada, ou seja, na ótica de Ciampa, a identidade é uma 
unidade contínua de transformação em um processo histórico e no qual a históriaé da autoprodução 
humana, o que faz do ser humano um ser de possibilidades. A formação continuada dos professores é 
uma das possibilidades da escola para começar a se reorganizar.
Por fim, os recursos didáticos têm um papel importante no processo de ensino/aprendizagem, 
cabendo ao professor aproveitá‑los como meio de estimular a pesquisa, o acesso à informação e 
construção do conhecimento, integrando as diferentes linguagens – oral, escrita e digital.
 Observação
Para Karnal (2016, p. 94), uma boa aula é aquela que instiga, faz pensar 
e provoca reflexão. “Uma boa aula não precisa de tecnologia. A tecnologia 
é uma ferramenta privilegiada, jamais o objetivo em si”.
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PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
 Resumo
As transformações que estão ocorrendo a nível mundial desde o 
final da década de 1980, após o fim da Guerra Fria, como a globalização 
econômica, a mundialização da cultura, a redução das distâncias 
espaçotemporais e o questionamento das identidades mestras, baseadas 
na ideia de raça, fazem que a escola reveja o seu papel e suas práticas.
Vimos que as pesquisas realizadas no campo da educação nesses 
últimos anos têm promovido grandes debates sobre os meios de ensino 
mais viáveis para atender às necessidades de alunos e professores no 
contexto escolar que ainda mistura velhas e novas concepções de ensino. 
Diante desse cenário, a renovação pedagógica preconiza o papel central 
dos professores no planejamento de sua prática. Nesse processo, os 
recursos didáticos são um dos elementos que proporcionam ao docente 
referências e critérios para tomar decisões durante a formulação de seu 
planejamento e nas intervenções no processo ensino/aprendizagem. 
Durante muito tempo, a lousa, o giz, os livros didáticos e os textos 
escritos foram os recursos mais usados na prática docente. Na sociedade 
atual, as TICs estão no centro das discussões. A TV, o vídeo, o blog, as 
ferramentas coletivas como Wiki e Google Drive, por exemplo, são os 
recursos didáticos mais aplicados para promover a aprendizagem. O uso 
dos diferentes recursos na educação está relacionado com a evolução do 
homem e o desenvolvimento das tecnologias de cada época.
Estudamos o conceito de recursos didáticos e como eles estiveram 
presentes no cenário educacional, aproximando‑se da temática. Depois, 
elencamos situações de modelização da prática pedagógica tendo em vista 
o avanço da era digital.
39
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
 Exercícios
Questão 1. Vimos, no livro‑texto, que em 1996 a Unesco, por meio da Comissão Mundial para a 
Educação do Século XXI, repensou o papel da educação no contexto da globalização. Essa comissão 
elaborou um amplo relatório, propondo quatro pilares para servirem de base à educação do atual 
milênio. Esse relatório resultou no livro intitulado Educação: um tesouro a descobrir, sob a coordenação 
de Jacques Delors. A obra afirma que a principal função da educação é fazer que todos possam descobrir, 
reanimar e fortalecer o seu potencial criativo, redescobrindo o tesouro escondido em cada pessoa.
Figura 9
Disponível em: https://shre.ink/rUyc. Acesso em: 11 mar. 2024.
Conforme Delors et al. (2001), os quatro pilares para a construção desse paradigma são:
• aprender a conhecer;
• aprender a fazer;
• aprender a conviver;
• aprender a ser.
40
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Em relação a esses pilares, avalie as afirmativas.
I — O “aprender a conhecer” visa essencialmente ao domínio de um repertório de saberes codificados.
II — O “aprender a fazer” tem vínculo com a questão da formação profissional: como ensinar o aluno 
a colocar em prática os seus conhecimentos e como adaptar a educação ao trabalho.
III — O “aprender a ser” considera que a educação deve contribuir para o desenvolvimento 
total da pessoa.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa D.
Análise da questão
Delors et al. (2001) acentuam o seguinte:
• Aprender a conhecer: visa não tanto um repertório de saberes codificados, mas antes o domínio 
dos próprios instrumentos do conhecimento. Pode ser considerado, simultaneamente, como um 
meio e como uma finalidade da vida humana. Aprender para conhecer supõe, antes de tudo, 
aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento.
• Aprender a fazer: aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis. 
Contudo, a segunda aprendizagem está mais estreitamente ligada à questão da formação 
profissional: como ensinar o aluno a colocar em prática os seus conhecimentos e, também, como 
adaptar a educação ao trabalho.
• Aprender a conviver: a educação formal e outras organizações educativas e associações devem, 
em seus programas, iniciar os jovens em projetos de cooperação. Na prática letiva diária, a 
participação de jovens e professores em projetos comuns pode dar origem à aprendizagem de 
métodos de solução de conflitos e constituir uma referência para a vida futura dos alunos.
41
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
• Aprender a ser: a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, espírito e 
corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todo 
ser humano deve estar preparado para ser autônomo e decidir, por si mesmo, como agir nas 
diferentes circunstâncias da vida.
Questão 2. De acordo com Silva (2012, p. 27), “na escola, a TV e o vídeo também precisam funcionar 
como recursos tecnológicos incorporados à prática pedagógica dos professores, contribuindo para o 
processo de inclusão digital [...].
Moran (1995) faz as seguintes propostas de utilização de vídeo na escola:
• vídeo como sensibilização;
• vídeo como ilustração;
• vídeo como conteúdo de ensino;
• vídeo como produção;
• vídeo como espelho;
• vídeo como integração/suporte de outras mídias.
Em relação a essas utilizações, avalie as afirmativas.
I — O vídeo como ilustração pode ser usado para auxiliar a mostrar o que se fala em aula e a compor 
cenários desconhecidos pelo aluno.
II — O vídeo como produção pode ser empregado para o registro de eventos, de aulas, de estudo do 
meio, de experiências, de entrevista e de depoimentos.
III — O vídeo como espelho pode ser utilizado para o professor se ver na tela, examinar sua 
comunicação com os alunos e, assim, aprimorar‑se.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa E.
42
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Análise da questão
Segundo Moran (1995), temos o que segue:
• Vídeo como sensibilização: é o de uso mais importante na escola, por possibilitar introduzir um 
novo assunto para despertar a curiosidade e a motivação para novos temas.
• Vídeo como ilustração: para ajudar a mostrar o que se fala em aula, compor cenários 
desconhecidos pelo aluno.
• Vídeo como conteúdo de ensino: para ser usado como webaulas, com assuntos preparados para 
alunos e organizados como conteúdos didáticos.
• Vídeo como produção: registro de eventos, de aulas, de estudo do meio, de experiências, de 
entrevista, de depoimentos. 1) Como intervenção: visa interferir, modificar um determinado 
programa, um material audiovisual, acrescentando uma trilha sonora, ou editando o material 
de forma compacta ou introduzindo novas cenas com novos significados. 2) Como expressão: os 
alunos devem ser incentivados a produzir dentro de uma disciplina ou de forma interdisciplinar 
vídeos que possam ser publicados.
• Vídeo como espelho: é de grande valia para o professor se ver na tela, examinar sua comunicação 
com os alunos, suas qualidades e defeitos.
• Vídeo como integração/suporte de outras mídias: vídeo como suporte da televisão e do 
cinema. Pode‑se gravar programas importantes de televisão para utilizaçãoem aula.
43
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
REFERÊNCIAS
Audiovisuais
ANTUNES, A.; BELOTTO, T. FOMER, M. Televisão. In: Titãs. Televisão. Rio de Janeiro: Warner Music, 
1985. CD. Faixa 1.
CONSTRUÇÃO da escrita – parte 1. Publicado pelo canal Nova Escola. 2011. 1 vídeo. (9 min). 
Disponível em: https://shre.ink/r1Us. Acesso em: 11 mar. 2024.
CONSTRUÇÃO da escrita – parte 2. Publicado pelo canal Nova Escola. 2011. 1 vídeo. (6 min). 
Disponível em: https://shre.ink/r1UW. Acesso em: 11 mar. 2024.
CONSTRUÇÃO da escrita – parte 3. Publicado pelo canal Nova Escola. 2011. 1 vídeo. (9 min). 
Disponível em: https://shre.ink/r1Ud. Acesso em: 11 mar. 2024.
CONSTRUÇÃO da escrita – parte 4. Publicado pelo canal Nova Escola. 2014. 1 vídeo. (10 min). 
Disponível em: https://shre.ink/r1UT. Acesso em: 11 mar. 2024.
ENCONTRO com Milton Santos: o mundo global visto do lado de cá. Direção: Sílvio Tendler. Rio de 
Janeiro: Caliban Produções, 2006. 90 min.
GILBERTO GIL. Pela internet. In: GILBERTO GIL. Quanta. Atascadero: Mesa/Bluemoon Recordings, 
1997. 1 CD. Faixa 10.
MARTINHO DA VILA. Pelo telefone. Compositores: Donga e Mauro de Almeida. In: MARTINHO DA VILA.
Origens (Pelo telefone). Nova York: RCA Records, 1973. 1 CD. Faixa 7.
PRO DIA nascer feliz. Direção: João Jardim. Brasil: Copacabana Filmes, 2006. 88 min.
A REDE social. Direção: David Fincher. EUA: Columbia Pictures. 2010. 121 min.
Textuais
BEHRENS, M. A. Paradigma da complexidade: metodologia de projetos, contratos didáticos e portfólios. 
Petrópolis: Vozes, 2006.
BEHRENS, M. A. Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: MORAN, J. M.; 
MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 21. ed. Campinas: Papirus, 
2013. (Coleção Papirus Educação)
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 009/2001. Diretrizes Curriculares Nacionais 
para a formação de professores da Educação Básica em nível superior, curso de licenciatura e de 
graduação plena. Brasília, 2002.
44
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
CAMBI, F. História da pedagogia. São Paulo: Unesp, 1999.
CANDAU, V. M. A didática e a formação de educadores: da exaltação à negação: a busca da relevância. 
In: CANDAU, V. M. (org.). A didática em questão. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 1983.
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CIAMPA, A. C. A estória do Severino e a história da Severina: um ensaio de psicologia social. São Paulo: 
Brasiliense, 2001.
CONECTIVIDADE nas escolas brasileiras aumenta após a pandemia, mas faltam dispositivos para acesso à 
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DELORS, J. et al. Educação: um tesouro a descobrir. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
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FREITAS, O. Equipamentos e materiais didáticos. Brasília: Universidade de Brasília, 2007.
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HARASIM, L. et al. Redes de aprendizagem: um guia para ensino e aprendizagem on‑line. 
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KENSKI, V. M. Novas tecnologias: o redimensionamento do espaço e do tempo e os impactos no 
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47
48
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000Drive, por 
exemplo – são alguns dos recursos didáticos que colaboram muito com a aprendizagem. O uso de diferentes 
recursos no processo educativo está relacionado com a evolução do homem e com o desenvolvimento das 
tecnologias de cada época.
Para que os pontos elencados sejam desenvolvidos com clareza, veremos, inicialmente, o conceito 
de recursos didáticos e como eles estiveram presentes no cenário educacional, visando a aproximá‑lo 
da temática trabalhada. Em seguida, apresentaremos situações de modelização da prática pedagógica 
tendo em vista o avanço da era digital.
Vamos lá!
Boa leitura!
8
INTRODUÇÃO
As teorias críticas e pós‑críticas que ganharam espaço nas discussões educacionais a partir da 
década de 1980 não se limitaram a perguntar “o quê?”; incluíram questões como “por quê?”, “por que 
esse conhecimento, e não outros?”, “por que privilegiar determinado tipo de identidade e cultura, e não 
outra?”. Os aspectos sociológicos e antropológicos que passaram a pautar as discussões curriculares 
questionavam, por exemplo, o fazer pedagógico e a relação da formação dos professores a questões 
políticas, sociais e culturais.
As pesquisas realizadas no campo da educação nos últimos 20 anos têm promovido grandes debates 
em relação aos meios de ensino mais viáveis para atender necessidades dos alunos e dos professores 
no contexto escolar perante os avanços tecnológicos. Para tal, buscam integrar e inserir a tecnologia no 
fazer pedagógico e expandir os limites temporais e espaciais da sala de aula.
O uso de materiais concretos como lousa, giz, material dourado, ábaco, jogos, computador, slides, 
filmes e outros recursos para trabalhar o conhecimento do aluno constitui uma ação didática, e o 
emprego desses recursos está alinhado com uma certa época e certa experiência profissional. Dessa 
forma, os recursos didáticos têm relevância inegável, pois estão inseridos no campo da didática, essencial 
na formação do professor que busca desenvolver uma postura crítica e reflexiva do fazer pedagógico.
O uso das tecnologias de informação e comunicação no contexto escolar é um assunto amplamente 
discutido. Hoje, por exemplo, a EAD é uma realidade. Há três décadas não imaginaríamos que isso 
poderia ocorrer. O uso da internet implica questões econômicas e sociais, e por isso ela é considerada 
um fenômeno global; por transformar o modo da sociedade se organizar.
Impulsionada pela era digital, a comunicação ficou mais ágil por meio das redes digitais de 
telecomunicações e similares; consequentemente, acelerou a transmissão e distribuição de informações 
multimídia (texto, imagem, vídeo e som).
Nesse contexto, o acesso à informação e ao conhecimento está na palma de nossas mãos. A escola 
já não é o único espaço para buscar conhecimento, que agora podemos acessar de qualquer lugar e 
a qualquer hora. É importante salientar que, diferentemente do que diz o senso comum, o uso das 
tecnologias da informação e do conhecimento não diminui o papel da escola e do professor.
9
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
1 O QUE SÃO OS RECURSOS DIDÁTICOS?
De acordo com o Dicionário etimológico da língua portuguesa, a palavra recurso é um substantivo 
masculino que significa “ato ou efeito de recorrer, auxílio, meio de provocar a reforma ou a modificação” 
(Cunha, 2007). Assim, podemos dizer que recurso didático pode ser considerado um conjunto de 
dispositivos que auxilia o professor no processo ensino/aprendizagem.
Marcos Pereira dos Santos (2005), em sua pesquisa sobre a origem e inclusão dos recursos 
didáticos na educação, destaca que eles, de início, eram tidos como meios de ensino. Com o passar 
dos anos e o desenvolvimento científico, cultural e social, eles ganharam importância no cenário 
educacional e passaram a receber diferentes denominações: recursos audiovisuais, educação 
visual, material de instrução, educação audiovisual, recursos de aprendizagem, meio educacional, 
tecnologia da educação, comunicação educacional e engenharia audiovisual.
 Observação
Apesar das diferentes denominações, os recursos didáticos são os meios 
utilizados pelo professor e/ou escola para atingir os objetivos educacionais.
De acordo com Candau (1983), o processo ensino/aprendizagem é multidimensional por abarcar, por 
exemplo, a dimensionalidade técnica, que se refere a uma ação pedagógica intencional, sistemática, e 
que busca organizar as condições que melhor propiciem a aprendizagem. Todavia, a autora acentua que 
a dimensão técnica não deve estar dissociada das questões político‑sociais e ideológicas. O fazer deve 
estar sempre associado a perguntas: “por que fazer?” e “para que fazer?”, para que a ação pedagógica 
não fique abstrata e descontextualizada.
Para Silva (2003), as teorias tradicionais de educação, ao aceitarem o status quo, ou seja, os 
conhecimentos e saberes dominantes, acabaram privilegiando a técnica “quê? e “como?”, ou, em outras 
palavras, “como temos esse conhecimento inquestionável a ser transmitido, qual é a melhor forma de 
transmiti‑lo?”.
Pesquisas realizadas no campo da educação nos últimos 20 anos promoveram grandes debates sobre 
os meios de ensino mais apropriados para atender a necessidades de alunos e professores no contexto 
escolar diante dos avanços tecnológicos, buscando inserir e integrar a tecnologia no fazer pedagógico e 
expandir os limites temporais e espaciais da sala de aula.
Apesar dos constantes questionamentos, não podemos negar a importância dos recursos didáticos 
na educação. Historicamente, eles se constituem como uma das principais vias para a apreensão dos 
conteúdos curriculares pelos alunos. O pesquisador Schramn (apud Santos, 2005) classificou os recursos 
de ensino em quatro gerações:
• Meios de ensino de primeira geração: cartazes, mapas, gráficos, materiais escritos, exposições, 
modelos, quadro‑negro etc.
10
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
• Meios de ensino de segunda geração: manuais, livros‑texto e de exercícios, testes impressos.
• Meios de ensino de terceira geração: fotografias, diapositivos, filmes mudos e sonoros, discos, 
rádio, televisão.
• Meios de ensino de quarta geração: instrução programada, laboratórios de línguas e emprego 
de computadores.
A classificação de Schramn foi feita com base na evolução histórica e na aplicação desses recursos 
ao longo do tempo e da história da educação. No Brasil, a mais conhecida é a destacada no quadro a 
seguir. De acordo com Parra (apud Haydt, 2011), podemos elencá‑los em:
• Recursos visuais: apelam para a visão.
• Recursos auditivos: aplicados para a audição.
• Recursos audiovisuais: reúnem estímulos visuais e auditivos.
Quadro 1 – Classificação brasileira de recursos audiovisuais
Recursos visuais Recursos auditivos Recursos audiovisuais
Álbum seriado Aparelho de som Filmes
Cartazes Discos Dispositivos e filmes sem som
Exposição Fitas cassete Cinema sonoro
Fotografias CDs Televisão
Flanelógrafo Rádio Videocassete
Gráficos CD‑ROM Programa para computadores 
com som 
Gravuras Aparelho de DVD
Mapas Computador
Modelos
Mural
Museus
Objetos
Quadro de giz
Quadros
Transparências
Fonte: Mello (2004).
Na atualidade, outros recursos didáticos são agregados a recursos audiovisuais pautados na 
internet: base de dados, e‑mail, áudio e videoconferência, como propõe Gil (2005).
11
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Nas duas classificações apresentadas, podemos perceber que os recursos estão categorizados. Apesar 
de terem sido introduzidos em épocas diferentes e serem distintos, privilegiando em determinados 
momentos o ensino individual e em outros o coletivo, muitos desses recursos (quadro‑negro, livro 
didático, cartazes, flanelógrafo, mapas, rádio, televisão etc.), aliados a ferramentas da era digital 
(computador, câmera digital, internet), têm sido utilizados pelos professores atualmente (Santos, 2005).
2 A INCLUSÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS NA ESCOLA
Os recursos didáticos comomeio e/ou material usados pelo professor para auxílio no processo 
ensino/aprendizagem são antigos. O século XVII marca o nascimento da escola moderna, influenciada 
por várias questões: revolução cultural e educativa do humanismo, tensões da Reforma e da 
Contrarreforma, crise da escolástica, revolução burguesa e ascensão do Estado, que busca a formação 
de técnicos com conhecimentos específicos. Organizada e administrada pelo Estado, a escola passa a 
ser responsável pela formação do homem cidadão, do homem técnico, do intelectual, e não somente 
o bom cristão ou católico dos séculos anteriores. Todavia, foi no século XVIII, com o processo de 
laicização, que nasceu a escola nos moldes contemporâneos, com características públicas, estatais 
e civis, com uma estrutura sistêmica e crença na alfabetização como processo de crescimento 
democrático e coletivo. Na Europa, essa crença levou à produção e difusão do livro, que veio a exercer 
uma ação também educativa (Cambi, 1999).
No Brasil, esse modelo de escola laica chegou tardiamente. O modelo de escola do século XVI até 
o início do século XX é centrado na transmissão de conhecimentos pelo professor. O aluno era um 
ser passivo, que deveria assimilar as explanações dadas pelo docente. O papel ativo cabia a este, e o 
estudante era um simples receptáculo que recebia as informações, sem interagir. A prática pedagógica 
tinha como foco a memorização, e as atividades não eram necessariamente contextualizadas. A aula 
expositiva era o método mais usado, e ganha importância, nesse contexto, o livro didático, o giz e o 
quadro‑negro. O recurso didático servia apenas como apoio, e era preparado antecipadamente. Cabia 
somente ao aluno aprender o que já era predeterminado. Esse modelo de prática pedagógica ficou 
conhecido como pedagogia tradicional.
A pedagogia da escola nova, disseminada no início do século XX, diferentemente da pedagogia 
tradicional, buscava colocar o aluno como centro do processo e recomendava o uso dos métodos 
ativos, sugerindo que o professor utilizasse todos os recursos que estivessem a seu alcance e que 
envolvesse a realidade de seus alunos no processo educativo, com a finalidade de ativar os processos 
mentais e estimular seu interesse.
Nesse cenário, ganhou relevância Maria Montessori, que criou uma série de atividades sensoriais 
para as crianças na fase pré‑escolar e escolar. Ela pode ser considerada um marco entre o método 
intuitivo dos realistas e os métodos ativos. No que se refere ao uso dos recursos audiovisuais, a 
didática renovada dos métodos ativos teve como destaque Célestin Freinet. Ele sugeriu usar o cinema 
na educação como forma de suscitar debate e discussões. Propôs o uso da biblioteca, que denominava 
biblioteca escolar, para o uso de pesquisa e consulta. Criou a proposta da imprensa na escola para 
editar o material escrito pelos próprios alunos. Todavia, foi na Segunda Guerra Mundial que o uso dos 
recursos audiovisuais ganhou força. Os EUA desenvolveram um programa de formação militar para os 
12
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
jovens que tinha como instrumento básico os recursos audiovisuais. Devido ao sucesso do programa, 
eles foram incorporados à educação (Haydt, 2011).
A inclusão dos recursos didáticos audiovisuais na educação levou ao desenvolvimento da ideia 
de que uma boa escola, equipada com recursos didáticos (laboratórios organizados, equipamentos, 
manuais técnicos, livro didático etc.), seria a base para uma educação eficiente. A interação entre 
professor e aluno ainda era mínima; a maior interação era com a tecnologia. Pautada na eficiência, 
racionalidade e produtividade, a pedagogia tecnicista tinha como base o planejamento e as técnicas 
instrucionais, com o objetivo de formar cidadãos competentes para atuar no mercado de trabalho: 
a escola formaria a mão de obra, e por isso a adoção dos cursos técnicos nas escolas foi grande 
nesse período.
No Brasil, essa pedagogia marcou a década de 1970. Forjada no seio de uma sociedade capitalista 
com base no sistema fabril, o professor passou a ser visto como o responsável por disseminar os 
conteúdos científicos (elaborados pelos técnicos de ensino) aos alunos. Essa época foi marcada pela 
valorização da tecnologia, do capital e da indústria.
Na década de 1980, as discussões educacionais no Brasil surgiram em razão de duas correntes 
denominadas progressistas: pedagogia crítico-social dos conteúdos e pedagogia libertadora, 
de Paulo Freire. Educadores como Dermerval Saviani, Libâneo e Guiomar Namo de Mello estavam à 
frente da pedagogia crítico‑social dos conteúdos. Eles defendiam a função social transformadora da 
educação, porém sem desconsiderar a importância dos conteúdos acumulados pela sociedade. De 
acordo com Libâneo (2006, p. 70),
Para a pedagogia crítico‑social dos conteúdos, a escola pública cumpre 
a sua função social e política, assegurando a difusão dos conhecimentos 
sistematizados a todos como condição para a efetiva participação do povo 
nas lutas sociais. Não considera suficiente colocar como conteúdo escolar a 
problemática social cotidiana, pois somente com o domínio do conhecimento, 
habilidades e capacidades mentais podem os alunos organizar, interpretar e 
reelaborar as suas experiências de vida em função dos interesses de classe. 
O que importa é que os conhecimentos sistematizados sejam confrontados 
com as experiências socioculturais e a vida concreta dos alunos, como meio 
de aprendizagem e melhor solidez na assimilação dos conteúdos.
Paralelamente, essa pedagogia convivia com a pedagogia libertadora, relativa à questão dos 
conteúdos. Paulo Freire, entre outros, defendia que a atividade escolar deveria estar centrada nas 
discussões sociais e políticas.
[...] poder‑se‑ia falar de um ensino centrado na realidade social, em que 
professor e alunos analisam problemas e realidades do meio socioeconômico 
e cultural, da comunidade local, com seus recursos e necessidades, tendo 
em vista a ação coletiva diante desses problemas e realidades (Libâneo, 
2006, p. 69).
13
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Em ambas as tendências, os livros didáticos sofreram duras críticas. Os tradicionais métodos de 
alfabetização de marcha sintética e analíticos, que usavam a cartilha, começaram a ser questionados. 
Entravam em cena as pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita de Emilia Ferreiro. Alguns 
recursos, como material dourado nas aulas de matemática, ganharam maior expressividade na prática 
docente, bem como o uso de vídeos e livros paradidáticos. Esses recursos também eram utilizados 
na formação dos professores, como o documentário A construção da escrita. As novas propostas estavam 
sendo discutidas, mas as velhas práticas ainda habitavam a sala de aula. Muitos professores ignoravam 
as novas propostas, que eram verticalizadas de cima para baixo. Foram anos de muitas mudanças, 
e as principais só ocorreram no início da década de 1990, impulsionadas pelas novas tecnologias e 
pelo avanço da globalização. Esse processo representou o ápice das grandes mudanças no planeta, 
destacando‑se a revolução tecnológica (cibernética, informática, eletrônica), a reorganização 
geopolítica do mundo em blocos comerciais regionais (não mais ideológicos) e a hibridização entre 
culturas populares locais e uma “cultura de massa” supostamente universal (Santos, 2005).
 Observação
Nesse cenário, os meios de ensino de terceira geração, como fotografias, 
rádio e televisão, e os de quarta geração, como instrução programada e 
laboratórios de línguas, ganharam importância na educação. As escolas 
foram equipadas com computadores, internet, TV e outros recursos 
didáticos audiovisuais; os professores, todavia não chegaram a ser 
devidamente preparados para utilizá‑los.
 Saiba mais
Para conhecer alguns dos recursos didáticos citados, como flanelógrafo, 
cartazes, quadro de pregas, entre outros, consulte a bibliografia a seguir.
FREITAS, O. Equipamentos e materiaisdidáticos. Brasília: Universidade 
de Brasília, 2007.
HAYDT, R. C. C. Didática geral. 5. ed. São Paulo: Ática, 2011.
PILETTI, C. Didática geral. 24. ed. São Paulo: Ática, 2010.
14
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
3 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) NA EDUCAÇÃO
Hoje, o uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs) no contexto escolar é um assunto 
amplamente discutido na área da educação. Este livro‑texto, por exemplo, é um material produzido para 
a modalidade EAD. Há três décadas, jamais imaginaríamos que isso pudesse ocorrer!
Todavia, o momento atual é fruto de um processo histórico de desenvolvimento tecnológico. 
Francis Bacon, no século XVI, dizia que o ser humano foi criado para dominar a mãe natureza – saber é 
poder! Esse poder se percebe na rapidez das evoluções tecnológicas proporcionadas pelo ser humano em 
um curto espaço de tempo, tais como a invenção de luz elétrica, fotografia, cinema, telefone, TV, vídeo, 
satélite, computador e internet – isso sem falar da imprensa no século XV e do relógio, que tiveram uma 
importância fundamental para o acesso à informação e o aparecimento da máquina, impulsionando o 
processo de industrialização.
A educação foi aos poucos incorporando algumas dessas tecnologias. Na década de 1940, os EUA 
começaram a usar os meios audiovisuais para a formação militar de jovens. A TV e o rádio, na década de 
1960, se tornaram meios de comunicação de massa, ditando tendências, valores etc. Na década de 1970, 
os PCs (personal computers) já eram realidade nas escolas e casas dos EUA.
No Brasil, o Instituto Universal Brasileiro, na década de 1940, e o Projeto Minerva, na década de 
1970, usaram o rádio para desenvolver um programa de educação. Posteriormente, na década de 1980, 
o Telecurso Segundo Grau foi transmitido pela TV. Houve outros programas educativos usando esses 
veículos de comunicação, mas a grande revolução tecnológica que entraria em curso no início da década 
de 1990, e que possibilita você estar aqui no EAD, é a digital.
Pela digitalização, a computação (a informática e suas aplicações), as comunicações (transmissão 
e receção de dados, voz, imagens etc.) e os conteúdos (livros, filmes, pinturas, fotografias, músicas etc.) 
aproximam‑se vertiginosamente – o computador vira aparelho de TV, a foto favorita sai do álbum para 
um disquete, e pelo telefone entra‑se na internet (Takahashi, 2000).
O impacto pelo uso da internet teve implicações em questões econômicas e sociais. Ela é 
considerada um fenômeno global por potencializar a reorganização da sociedade. Para Milton Santos 
(2005), os processos de globalização e inovação tecnológica promoveram a expansão da informação, 
caracterizando uma sociedade em que o fluxo de produtos, dinheiro, ideias e pessoas tomaram 
proporções nunca antes observadas na história, definindo novas formas de relacionamento social e 
organização do trabalho. Tais aspectos influenciaram diretamente o debate do papel da educação em 
todos os países, e no Brasil não foi diferente.
Em 1996, a Unesco, por intermédio da Comissão Mundial para a Educação do Século XXI, repensou 
o papel da educação no contexto da globalização. Essa comissão elaborou um amplo relatório 
propondo quatro pilares para servirem de base à educação do milênio atual. O relatório resultou no 
livro Educação: um tesouro a descobrir, coordenado por Jacques Delors. A obra afirma que a principal 
função da educação é fazer que todos possam descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo, 
15
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
redescobrindo o tesouro escondido em cada pessoa. De acordo com Delors e colegas (2001), os quatro 
pilares fundamentais para a construção desse paradigma são:
• Aprender a conhecer: visa não tanto ao domínio de saberes codificados, mas sim ao domínio dos 
próprios instrumentos do conhecimento. Pode ser considerado, simultaneamente, um meio e uma 
finalidade da vida humana. Aprender para conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender, 
exercitando a atenção, a memória e o pensamento.
• Aprender a fazer: aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis. 
Contudo, esta última está mais ligada à questão da formação profissional: ensinar o aluno a 
colocar em prática os próprios conhecimentos e, também, adaptar o aprendido ao trabalho.
• Aprender a conviver: a educação formal e outras organizações educativas e associações devem, 
em seus programas, iniciar os jovens em projetos de cooperação. Na prática letiva diária, a 
participação de jovens e professores em projetos comuns pode ensinar a solucionar conflitos e 
constituir uma referência para a vida futura dos alunos.
• Aprender a ser: a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, espírito 
e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade 
etc. Todo ser humano deve estar preparado para ser autônomo e decidir, por si, como agir nas 
diferentes circunstâncias da vida.
 Observação
Esses pilares, apesar de divididos em quatro, contêm em si a proposta de 
uma formação considerando a identidade e subjetividade do professor.
Para que fosse possível ofertar essa formação, era necessário repensar a formação do professor. 
Para tanto, foi elaborada a proposta de diretrizes para a formação inicial de professores da Educação 
Básica em cursos de nível superior (Brasil, 2002). Esse documento sintetiza as principais exigências da 
função docente:
• Adotar comportamentos típicos de colaboração e trabalho em equipe.
• Utilizar novas metodologias, estratégias e recursos de apoio.
• Elaborar e executar projetos para desenvolver conteúdos previstos no currículo, incentivando 
atividades de enriquecimento curricular.
• Assumir e lidar diretamente com a diversidade existente entre os alunos.
Essas diretrizes revelam a necessidade de inovar a formação do professor, que, no contexto atual 
(ou seja, no mundo globalizado, pós‑moderno, com sua flexibilidade e incertezas), não pode mais 
16
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
desenvolver apenas saberes técnicos especializados; essa formação também deve ser continuada. Para 
atender às exigências da sociedade atual, não é mais possível o professor desenvolver‑se plenamente 
apenas com a formação inicial.
Nesse contexto, a educação se torna um tema recorrente. A informação e o conhecimento passam 
a ser bens capitais na dita sociedade da informação ou sociedade do conhecimento. A linguagem 
digital vai ganhando cada vez mais espaço no Brasil e no mundo, e as tecnologias da informação e do 
conhecimento vão adentrando lares, escolas, hospitais, empresas etc. nos seguintes formatos:
• Computadores pessoais.
• Câmeras de vídeo e foto para computador ou webcam.
• Suportes para guardar e portar dados (HDs, cartões de memória, pen drives, etc.).
• Telefonia móvel (celulares).
• TV por assinatura.
• TV a cabo.
• TV por antena parabólica.
• Internet.
• World wide web (principal interface gráfica da internet).
• Streaming (fluxo contínuo de áudio e vídeo via internet).
• Podcasting (transmissão sob demanda de áudio e vídeo via internet).
• Captura eletrônica ou digitalização de imagens (scanners).
• Fotografia digital.
• Vídeo digital.
• Cinema digital (da captação à exibição).
• TV digital e o rádio digital.
• As tecnologias de acesso remoto (sem fio ou wireless).
• Wi‑Fi.
• Bluetooth.
17
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
 Lembrete
Impulsionada pela era digital, a comunicação ficou mais ágil por meio 
das redes digitais de telecomunicações e similares; consequentemente, 
agilizou a transmissão e distribuição de informações multimídia (texto, 
imagem, vídeo e som).
Assim, como já foi dito, o acesso à informação e ao conhecimento está na palma de nossas mão. 
 A escola já não é o único espaço para buscarmos conhecimento, que agora está disponível em qualquer 
lugar,a qualquer hora. No entanto, diferentemente do que diz o senso comum, o uso das tecnologias da 
informação e do conhecimento não diminui o papel da escola e do professor; pelo contrário, expande‑o, 
porque “[...] cabe à escola e ao professor direcionar e capacitar os alunos a explorar responsavelmente 
os novos caminhos” (Sunaga; Carvalho, 2015, p. 141).
As TICs nos convidam a reorganizar a nossa forma de ver e compreender o conhecimento, e 
a rever a questão do uso do tempo e do espaço na escola, repensando a forma de avaliação e as 
metodologias de ensino.
 Observação
Não podemos mais negar que as TICs estão na escola, e as grandes 
questões são: como as tecnologias são discutidas por gestores e 
professores? De que forma os docentes estão incorporando‑as em sua 
prática pedagógica? Será que as TICs são utilizadas de forma crítica no 
espaço escolar? Afinal, qual é a função delas na escola?
Reflita sobre essas questões confrontando‑as com a realidade vivida no seu estágio.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o impacto da globalização na sociedade e o que 
representou para a educação, consulte as referências a seguir.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à 
consciência universal. 12. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.
SANTOMÉ, J. T. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. 
Porto Alegre: Artmed, 1998.
ENCONTRO com Milton Santos: o mundo global visto do lado de cá. 
Direção: Sílvio Tendler. Rio de Janeiro: Caliban Produções, 2006. 90 min.
18
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
4 SITUAÇÕES DE MODELIZAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NO USO DOS 
RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Vimos como as transformações tecnológicas foram influenciando a educação, alterando os 
meios adotados pelo professor para atingir os objetivos educacionais. Hoje em dia, as tecnologias 
digitais desafiam a prática pedagógica do professor, já que o aluno pode aprender on‑line ou offline. 
O espaço da escola e o tempo para acessar o conhecimento estão em constante tensão com o modelo 
de escola que prima pelo ensino presencial em turnos, turmas e horários. Com as tecnologias móveis, 
o acesso a plataformas como Blackboard, Moodle ou às gratuitas na web 2.0 permite construir uma 
aprendizagem significativa.
As ferramentas disponíveis, como a plataforma que você utiliza para a sua formação, compreendem 
uma série de dispositivos (blogs, chats, fóruns, diário…) que facilitam a aprendizagem. Esse ambiente, 
denominado formal, permite que você e o professor acompanhem cada etapa do processo. Entretanto, 
há um conjunto de ferramentas disponíveis na web 2.0 (blogs, Google Docs, Wiki) que são gratuitas e 
fáceis de usar e que também oferecem a oportunidade de interação entre alunos e professores. Esses 
dispositivos informais propiciam a experiência entre o presencial e o virtual.
Dessa forma, há uma necessidade de modelização da prática pedagógica do professor em vista dos 
recursos didáticos oferecidos pelas tecnologias móveis. A seguir, veremos alguns desses meios que estão 
sendo e/ou podem ser incorporados pelos docentes.
5 A TV E O VÍDEO NA SALA DE AULA
A televisão é um dos veículos de comunicação que as pessoas mais acessam. Em 1985, a banda 
Titãs lançou um hit chamado Televisão. Na música, eles tecem uma crítica contundente a esse meio 
de comunicação de massa, que, muitas vezes, influencia de forma persuasiva e passiva o receptor por 
meio de imagens. Com um simples clique, podemos mudar de canal e outras imagens aparecerão, 
não exigindo esforço físico nem conhecimentos de leitura e escrita. A programação já está pronta; 
temos somente o trabalho de escolher o que assistir. Com o fascínio exercido pelas imagens, podemos 
acreditar que as mensagens do telejornal são ditas para nós. Consumimos a imagem sem refletir sobre 
ela – esse é o lado obscuro da televisão.
No Brasil, a televisão chegou durante a década de 1950. É o meio de comunicação mais influente 
até hoje. Nos anos 1960, começou a ser usada como veículo de comunicação com viés educativo. A TV 
Cultura, em parceria com o Estado, foi uma das primeiras iniciativas, e, com o passar dos anos, outras 
propostas surgiram.
Atualmente, a TV e o vídeo são realidades presentes em muitas escolas. Então, questiona‑se: por 
que não integrar o uso desses recursos tecnológicos na educação de nossos jovens de forma crítica? 
Incorporados à prática pedagógica, eles podem servir de mediadores para desenvolver uma postura 
crítica do poder que as mídias exercem sobre as pessoas.
19
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
De acordo com Silva (2017), na escola, a TV e o vídeo também precisam funcionar como recursos 
tecnológicos incorporados à prática pedagógica dos professores, contribuindo para o processo de 
inclusão digital. Moran (1995) faz as seguintes propostas de aproveitamento de vídeo na escola:
• Vídeo como sensibilização: é o de uso mais importante na escola, por possibilitar introduzir um 
novo assunto de uma forma que desperta a curiosidade e a motivação para novos temas.
• Vídeo como ilustração: para ajudar a mostrar o que se fala em aula e acompor cenários 
desconhecidos pelo aluno.
• Vídeo como conteúdo de ensino: para ser usado como webaulas, trabalhando assuntos 
preparados para os alunos e organizados como conteúdos didáticos.
• Vídeo como produção: é o registro de eventos, de aulas, de estudo do meio, de experiências, de 
entrevista, de depoimentos.
— Como intervenção: visa interferir, modificar um determinado programa, um material 
audiovisual, acrescentando uma trilha sonora, ou editando o material de forma compacta ou 
introduzindo novas cenas com novos significados.
— Como expressão: os alunos devem ser incentivados a produzir, em uma disciplina ou de forma 
interdisciplinar, vídeos publicáveis.
• Vídeo como espelho: é de grande valia para o professor se ver na tela, examinar sua comunicação 
com os alunos e observar suas qualidades e defeitos.
• Vídeo como integração/suporte de outras mídias: vídeo como suporte da televisão e do 
cinema. Pode‑se gravar programas de TV importantes para usar em sala de aula.
A seguir, contamos orelato de uma professora de escola pública do 6˚ ano do Ensino Fundamental. 
Ela desenvolveu um projeto de ciências com produção de vídeo na escola. É um bom exemplo de 
modelização da prática com o uso do vídeo.
As crianças adoram imagens, vídeos, desenhos animados, fotografias etc. 
Pensei em desenvolver alguma atividade que pudesse motivar as crianças. 
Quando conheci a ferramenta Windows Movie Maker, tive a ideia de tentar 
criar pequenos vídeos com as produções dos alunos. Havia um grande 
problema na escola: a falta de cuidado com o lixo. Os alunos jogavam o lixo 
em qualquer canto, as salas viravam uma bagunça e ficava tudo muito feio. 
Tentei casar o projeto com a ideia de tentar preservar o ambiente escolar. 
Foi aí que surgiu a ideia do projeto. Coloquei o título A escola também é sua, 
preserve‑a! A sorte é que na escola havia uma máquina digital e aí saí com 
os alunos tirando fotos de tudo. Tiramos fotos das salas, da biblioteca, dos 
banheiros, da entrada da escola etc. Depois, em outra aula, levei as fotos em 
meio impresso e pedi que os alunos, em grupos, escrevessem algumas frases 
20
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
com base nas imagens. Surgiram várias frases interessantes. Com essas fotos 
e as frases dos alunos, tentamos construir um storyboard, selecionamos 
músicas e um dia levei todo mundo para o laboratório de informática. Não 
dava para cada um sentar em um computador, também era preciso baixar 
o programinha. Então coloquei meu laptop acoplado com o datashow para 
ir mostrando à turma o processo de construção do vídeo com o Windows 
Movie Maker. Eu sei que esse vídeo foi o maior sucesso, os alunos adoraram 
a atividade (Silva, 2017, p. 29).
 Lembrete
Na escola, a TV e o vídeo também precisam funcionar como recursos 
tecnológicos incorporados à práticapedagógica, contribuindo para o processo 
de inclusão digital (Silva, 2017).
5.1 Cinema
As primeiras projeções cinematográficas ocorreram em 28 de dezembro de 1895 em Paris. 
Os inventores do primeiro cinematógrafo foram os irmãos Lumière, capaz de projetar sequências com 
duração de 50 segundos cada, retratando cenas do cotidiano de Paris. No século XX, o cinema ganhou 
repercussão e acabou se tornando a grande indústria que conhecemos hoje, principalmente nos EUA.
O cinema é feito de imagens e sons em sequência. Ele nos emociona, nos permite refletir e viajar para 
os lugares que um dia sonhamos em conhecer ou que nunca pensamos que existiria. Em Indochina, a 
eterna La Belle de Jour, Catherine Deneuve, mostra as deslumbrantes paisagens da Indochina, ex‑colônia 
francesa conhecida atualmente como Vietnã, em meio à exploração e pobreza.
O aparecimento da TV e do vídeo possibilitaram que o cinema adentrasse as casas e a sala de aula. 
Infelizmente, ainda estamos imersos em uma cultura na qual o cinema é majoritariamente visto como 
entretenimento, e muitos professores o usam apenas para ilustrar as aulas de forma lúdica e atraente 
(Duarte, 2002). O uso do cinema na educação, porém, como linha de pesquisa nas universidades brasileiras, 
tem apresentado reflexões interessantes sobre o uso desse recurso na sala de aula.
Em sua obra Cinema e educação, Duarte (2002) recorre a Bourdieu para dizer que o cinema 
desenvolve no sujeito a “competência de ver”. Ou seja, cria possibilidades para ele analisar e compreender 
a linguagem cinematográfica. Contudo, essa competência não é construída somente vendo filmes; ela 
depende das experiências culturais e da relação do sujeito com os produtos culturais. Dessa forma, a 
escolha por determinados tipos de filmes depende da interpretação do grupo social.
[...] ir ao cinema, gostar de determinadas cinematografias, desenvolver os 
recursos necessários para apreciar os mais diferentes tipos de filmes etc., 
longe de ser apenas uma escolha de caráter exclusivamente pessoal, constitui 
uma prática social importante que atua na formação geral dessas pessoas e 
21
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
contribui para distingui‑las socialmente. Em sociedades audiovisuais como 
a nossa, o domínio da linguagem é requisito fundamental para transitar 
bem pelos diferentes campos sociais (Duarte, 2002, p. 14).
Em países do chamado “primeiro mundo”, o cinema tem um valor cultural e social, e por isso é 
considerado uma expressão cultural. No Brasil, esse caminho ainda está sendo trilhado. A editora 
Autêntica desenvolveu as seguintes coleções: A escola vai ao cinema; A diversidade cultural vai ao 
cinema; A  mulher vai ao cinema; A infância vai ao cinema. Essas coleções são um ótimo exemplo 
de como esse recurso didático pode ser uma excelente ferramenta de ensino se for bem situada e 
trabalhada em sala de aula.
 Saiba mais
Os livros a seguir podem ajudar a entender melhor a importância do 
cinema na sala de aula e os cuidados que devemos tomar ao utilizá‑lo.
DUARTE, R. Cinema e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
METZ, C. Linguagem e cinema. São Paulo: Perspectiva, 1980.
TEIXEIRA, I. A. C.; LOPES, J. S. M. (org.). A escola vai ao cinema. 2. ed. Belo 
Horizonte: Autêntica, 2003.
TURNER, G. Cinema como prática social. São Paulo: Summus, 1997.
Há também dois projetos que estão disponíveis na internet:
PROJETO TELA CRÍTICA. [Homepage]. c2024. Disponível em: 
https://tinyurl.com/yuzm7vnt. Acesso em: 15 mar. 2024.
VILLAÇA, M. Projeto “O cinema vai à escola”. Cultura é Currículo, 
São Paulo, 2 abr. 2010. Disponível em: https://tinyurl.com/2p85fww5. 
Acesso em: 15 mar. 2024.
6 A FOTOGRAFIA NA SALA DE AULA
Atualmente, as imagens (televisivas, cinematográficas ou fotográficas) invadem os nossos sentidos. 
Então, por que não trabalhar a fotografia em sala de aula? Como o cinema, a fotografia tem um modo de 
desenvolver a “competência de ver”. Esse exercício de observar e desvelar significados exige da educação 
um trabalho de articulação entre percepção, imaginação e conhecimento que valorize os diferentes 
pontos de vista dos envolvidos no processo.
22
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Educar o olhar faz que o educando desenvolva a capacidade de perceber as nuances da imagem 
figurativa e decompô‑la via linguagem falada, devolvendo ao outro as várias possibilidades de 
interpretação daquilo que é visto.
Na fenomenologia, afirma‑se que o ser humano enxerga em perspectiva. Dependendo do ângulo 
em que estiver, pode‑se ver o mesmo objeto de maneiras diferentes. Os impressionistas influenciaram a 
forma de olhar para o mundo no final do século XIX ao representarem, na pintura, os objetos que viam 
a sua volta. O movimento e a luz fizeram com que essa escola devolvesse ao ser humano a capacidade 
de criar sentidos e perceber o mundo em variadas direções.
Souza e Lopes (2002, p. 66), ao tratarem da máquina fotográfica como objeto mediador do olhar 
do outro, colocam‑na como observadora, posição que transforma o olhar entre pessoas e a relação 
pessoas × objetos. Essa relação “expande‑se e beneficia‑se através do uso da técnica [fotográfica], pois 
não somos mais apenas olhados pelo outro, mas por objetos que se comunicam conosco de modo 
peculiar, exigindo novas maneiras de interlocução e de revelação. Estamos falando, portanto, da máquina 
fotográfica como uma espécie de máquina de visão […].”. Para as autoras, a câmera fotográfica oferece a 
possibilidade de expandirmos a nossa percepção, promovendo a habilidade de apreender o mundo físico 
e social. Dessa forma, o uso da fotografia permite ao aluno dialogar no campo da estética e da ética, 
fazendo com que adquira uma postura crítica a respeito de questões sociais.
A atividade extraída do livro didático Língua portuguesa: caderno do estudante é um bom exemplo 
de como trabalhar uma questão tão debatida nos dias atuais: o preconceito com o recurso fotográfico.
Um professor de língua portuguesa queria discutir com seus estudantes o tema preconceito. Para 
tanto, ele selecionou várias fotos de personagens importantes e colocou‑as na lousa. Depois, pediu para 
que cada aluno anotasse no caderno, de acordo com cada figura, o que achava que cada uma dessas 
pessoas fazia; pediu gentilmente que, caso alguém soubesse de quem se tratava nas fotos, que não 
contasse aos demais alunos.
Figura 1 – Nelson Mandela (ex‑presidente da África do Sul)
Fonte: São Paulo (2014, p. 123).
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PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Figura 2 – Simone de Beauvoir (filósofa)
Fonte: São Paulo (2014, p. 123).
Figura 3 – Tony Blair (político)
Fonte: São Paulo (2014, p. 123).
Figura 4 – Toni Morrison (escritora)
Fonte: São Paulo (2014, p. 123).
24
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Figura 5 – Ferran Adrià (cozinheiro)
Fonte: São Paulo (2014, p. 123).
Figura 6 – Éric Cantona (ex‑jogador de futebol)
Fonte: São Paulo (2014, p. 123).
Depois de alguns minutos, o professor deu a seguinte dica, que: entre as pessoas nas fotos, havia 
um jogador de futebol, um cozinheiro, um político, um escritor, um filósofo e um presidente. Após 
maisalguns minutos, pediu que eles dissessem quais profissões eles haviam designado para cada pessoa. 
A maioria dos alunos atribuiu a profissão de acordo com a aparência da pessoa – muitos acharam que 
Nelson Mandela (figura 1) era jogador de futebol, que a escritora estadunidense Toni Morrison (figura 4) 
fosse uma cozinheira, que o jogador Éric Cantona (figura 6) era político, que o cozinheiro Ferran Adrià 
era um escritor ou jogador de futebol e Simone de Beauvoir (filósofa) fosse de uma cozinheira. A figura 
que os alunos mais acertaram foi a de Tony Blair (político).
25
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Depois dessa atividade, o professor conversou com os alunos e explicou que a maioria deles buscou 
na aparência das pessoas motivos oudados visuais que os ajudassem a formular hipóteses sobre quais 
eram suas profissões, e questionou o grupo sobre essa atitude. O professor também perguntou aos 
alunos sobre a semelhança entre o exercício que eles haviam acabado de realizar e a atitude que eles 
tinham quando encontravam uma pessoa pela primeira vez, e se eles tinham alguma ideia do motivo 
de agirmos de tal forma. Os alunos puderam se expressar livremente a respeito, antes de o professor 
distribuir um texto específico sobre estereótipos e preconceitos.
Observe que o professor lança mão de fotografias para levantar os conhecimentos prévios 
dos estudantes. Considerando como a atividade foi proposta, os alunos acabaram expondo seus 
preconceitos enraizados, assim como o docente. Tal método permitiu que os estudantes trabalhassem 
o sentido da visão e a comunicação por ele estabelecida com o mundo para contextualizar a tarefa 
proposta, ou seja, foi por meio das fotografias que a atividade pedagógica foi desenvolvida.
7 NAVEGAR É PRECISO: A WEB 2.0 E SUAS FERRAMENTAS
Figura 7
Disponível em: https://shre.ink/rUsH. Acesso em: 11 mar. 2024.
A web 2.0 é a segunda geração da plataforma de rede mundial de comunicação (também conhecida 
como world wide web), mais rápida e dinâmica que a sua primeira versão, a web 1.0. Além da lentidão, 
na versão antiga a participação do usuário era passiva. Acessava‑se informações, participava‑se de 
fóruns, chats, videoconferências, lista de discussões etc., mas não havia a possibilidade de elaborar 
ou expor a sua posição. Na web 2.0, os sites deixam de ser estáticos e os usuários podem transitar 
mais facilmente. É uma web colaborativa, na qual as pessoas interagem na organização do conteúdo, 
podendo completar informações, inserir dados etc.
As principais ferramentas da web 2.0 são sites como blogs, Wiki, ferramentas de comunicação 
(Skype, Messenger), grupos de discussão (Yahoo!), redes sociais (MySpace, Orkut, Facebook, Twitter), 
26
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
compartilhamento de arquivos (Google Docs, Flickr, Picasa, YouTube), entre outros. Tais dispositivos 
proporcionam a interatividade e a colaboração entre seus usuários. Quando bem utilizados, podem servir 
como fontes de informação, espaços de construção colaborativa e divulgação de trabalhos científicos. 
Para Moran (2013, p. 42), com os recursos oferecidos pela web 2.0,
Professores e alunos podem criar páginas com todos os recursos integrados. 
Nela o professor pode disponibilizar seus materiais, textos, apresentações, 
vídeos, grupos de discussão, compartilhamento de documentos, blogs etc. 
Com isso, ele pode diminuir o tempo dedicado a passar informações, a dar 
aulas expositivas, concentrando‑se em atividades criativas e estimulantes, 
como as relativas à contextualização, interpretação, discussão e realização 
de novas sínteses.
7.1 O blog na educação
O blog é um formato on‑line de comunicação que possibilita a publicação de textos, fotos, áudios e 
links para outras páginas, além de promover a interatividade entre os usuários. Por ser uma ferramenta 
interativa, permite que as informações sejam atualizadas constantemente pelo professor e pelos alunos.
O uso desse recurso incentiva a pesquisa, permitindo que o aluno selecione e arquive as informações. 
O armazenamento das postagens por ordem de entrada serve também de parâmetro para avaliar a 
trajetória individual de cada aluno. Na educação, há diferentes tipos de blogs: de poemas, obras literárias, 
projetos, narrativas e jornais acadêmicos.
Compartilhamos a seguir o relato de uma professora do 5˚ ano do Ensino Fundamental, participante 
do Programa Mídias na Educação, que investiu na criação de um blog com sua turma.
No início do ano, vários alunos estavam pouco motivados para a escrita. 
Iniciei uma conversa com os alunos sobre a internet e percebi o interesse 
de todos. Daí tive a ideia de criar um blog para a turma como espaço de 
troca de experiências de leitura e escrita. O nome do blog foi eleito pela 
turma depois de uma votação e ficamos com o nome Blog Página Escrita. 
A partir de então, comecei a trabalhar com um pequeno projeto didático 
e o blog foi colocado como eixo desta ação para despertar o interesse 
pela leitura e escrita nas crianças. No blog, criamos o espaço “circuito de 
leituras”, no qual os alunos podiam visualizar os livros que cada um estava 
lendo no momento. Havia também o “mural de recados”, onde os alunos 
iam comentando, escrevendo sobre os textos que estavam lendo, dicas de 
outros sites de que eles gostavam etc. O problema era o tempo curto que 
tínhamos para levar os alunos para o laboratório da escola. Também às 
vezes muitos computadores ou estavam quebrados ou não tinham acesso 
à internet. Mas mesmo assim insistimos e continuamos o trabalho. O bom 
foi quando pedimos que cada aluno tentasse construir a própria biografia. 
Antes disso, levamos algumas biografias para a sala, discutimos sobre esse 
gênero, vimos as biografias dos autores que os alunos liam e depois pedimos 
27
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
que eles escrevessem um pouco sobre eles próprios. Aí foi um tal de “Xiii, 
não sei fazer isso não! Ah, essa tarefa é muito complicada”. Mas quando 
dissemos que os textos deles seriam publicados no blog da turma, parece 
que a coisa mudou de foco. O trabalho foi finalizado com a exposição do 
blog em uma feira de conhecimento da escola. Acho que a internet ajudou, 
motivou os alunos a escrever e entender melhor a importância da escrita 
(Silva, 2017, p. 24‑25).
7.2 Wiki e Google Docs
São duas ferramentas colaborativas que permitem a um ou mais usuários trabalharem no mesmo 
texto. Esses softwares estão disponíveis on‑line e não precisam ser instalados na máquina. O próprio 
sistema controla as alterações, e há um histórico que grava as alterações realizadas. O uso desses recursos 
permite ao professor acompanhar o trabalho dos alunos e interagir na produção coletiva ou individual.
7.3 Redes sociais
O Facebook se destaca como rede social. Lançado em 2004 por Mark Zuckerberg, o site permite a 
conexão entre as pessoas. Nele, pode‑se criar um perfil e compartilhar ideias, fotos, vídeos e textos. 
Interage‑se com as publicações dos outros usuários tecendo comentários ou apenas “curtindo”. Cria‑se 
eventos, grupos e é possível participar de grupos de interesse. Segue‑se pessoas, compartilhando suas 
publicações, ou interage‑se com elas em seus posts. Um bom exemplo do uso dessa tecnologia é o 
grupo “O conhecimento move sua vida”. Criado pelo Sesi‑SC, em 2014, com o objetivo de mobilizar 
jovens e adultos que não concluíram a Educação Básica no tempo devido.
O uso das redes sociais em sala de aula é um tema que tem provocado acalorados debates entre 
professores e pesquisadores. Todavia, não podemos deixar de pensar em formas de agregar essa realidade 
à sala de aula, sob pena de deixarmos de acompanhar a velocidade de expansão das comunicações na 
educação. Hoje somos milhões de usuários no mundo compartilhando informações.
Além de Facebook, X (antigo Twitter), Instagram, WhatsApp, Telegram, MySpace e LinkedIn, o Google+ 
e o YouTube compõem as chamadas rede sociais, num processo de evolução contínuo. O YouTube é uma 
ferramenta que oferece a oportunidade para alunos e professores criarem e assistirem vídeos com 
diferentes objetivos para uso na sala de aula; vai depender da criatividade do professor.
7.4 Webquest
Esse conceito foi criado pelo professor Bernie Dodge, da Universidade Estadual de San Diego, em 
1995. É um recurso didático colaborativo que fomenta a pesquisa de forma orientada. As informações 
com as quais os alunos interagem são parcial ou totalmente advindas da internet.
Para Bernie Dogde, as tarefas a serem executadas na proposta da Webquest são lições com uma 
estrutura como qualquer outra, mas o fundamental é que são apresentadas em tarefas executáveis e 
interessantes. Como não exige nenhum software especial além dos utilizadospara navegar na rede, a 
única habilidade requerida do professor é criar páginas na web.
28
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
Bernie classifica a Webquest em curta e longa; a curta leva de uma a três aulas para ser explorada 
pelo aluno, já a longa pode levar de uma semana a um mês. Silva (2012) destaca, no quadro a seguir, os 
passos para construir uma Webquest.
Quadro 2 – Estrutura da Webquest
Webquest
Título da Webquest:
Disciplina:
Público‑alvo:
Inserir uma figura relacionada com a WQ:
Introdução
Tarefa: descrever qual é a tarefa a ser desenvolvida. A tarefa pode ser:
– Elaboração de um produto.
– Alguma experiência prática.
– Criação de textos, elaboração de situações‑desafio etc.
– Desenvolvimento de uma atividade prática.
– Realização de um exercício de investigação.
O processo: é a descrição do passo a passo, ou seja, é preciso colocar as etapas para a realização 
da tarefa. O aluno precisa conhecer como deve realizar a tarefa. O professor precisa orientar sobre 
as fontes de pesquisa, bem como toda a metodologia a ser utilizada para o desenvolvimento da 
atividade proposta.
Avaliação: é interessante descrever os desempenhos a serem observados, bem como os critérios 
de avaliação que serão utilizados.
Conclusão: resume os assuntos explorados e os objetivos alcançados com a atividade. Neste 
passo, é importante que o aluno compreenda o que apreendeu com a atividade, gerando um 
processo de autoavaliação.
Referências e/ou créditos: informa as fontes de onde foram retiradas as informações 
para montar a Webquest: quando da web, coloca‑se o link; quando material físico, coloca‑se a 
referência bibliográfica.
Fonte: Silva (2012, p. 19).
29
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
7.5 Streaming
Streaming é a transmissão de dados de vídeo ou música sem armazená‑los no disco rígido. 
Essa tecnologia tem ganhado espaço no Brasil nos últimos anos desde a melhora da oferta de 
velocidade das conexões de internet. Deezer, Spotify, Google Play Música e o Apple Music são exemplos 
de plataformas digitais de música que permitem ao usuário ouvir, criar e compartilhar playlists. 
O serviço de streaming de vídeo mais famoso no Brasil é a Netflix, seguido por Amazon Prime, Globo 
Play, HBO Max etc. O avanço de toda essa tecnologia teve início em dezembro de 1996, com o 
programa IBM Bamba, que realizou a primeira transmissão de um lançamento musical pela internet 
no Brasil – a música “Pela internet”, de Gilberto Gil:
Criar meu web site
Fazer minha home‑page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e‑mail até Calcutá
Depois de um hot‑link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar
O chefe da Mac Milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na Praça Onze
Tem um videopôquer para se jogar (Gilberto Gil, 1997).
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PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
O lançamento da música de Gil mereceu destaque no jornal Folha de S.Paulo de 14 de dezembro de 1996.
“Pela internet” poderá ser ouvida na estação Diversão e Arte do Universo 
Online a partir das 18h deste sábado. O endereço é http://www.uol.com.br/
diversao/musica/.
A música ficará disponível no site do UOL até 14 de janeiro.
A transmissão será realizada em tempo real, por meio do aplicativo Real 
Áudio – usado para o envio e recebimento imediato de sons via internet.
Para poder ouvir a música de Gil pela rede, o primeiro requisito é ter um 
computador com placa de som. O segundo é copiar o Real Áudio, disponível 
gratuitamente a partir da seção Diversão e Arte (http://www.uol.com.br/
diversao/musica/gil2.htm).
“Pela Internet” será lançada oficialmente às 17h no site de Gilberto Gil 
[…] (Souza, 1996).
A referida música é uma homenagem aos 100 anos do primeiro samba gravado, chamado 
Pelo telefone, escrito por Donga e Mauro de Almeida. O samba canta que “O chefe da polícia pelo 
telefone manda me avisar/ que na Carioca tem uma roleta para se jogar”(Martinho da Vila, 1973). 
Cem anos depois, Gil avisa o chefe da polícia carioca pelo celular “que lá na Praça Onze tem um 
videopôquer para se jogar”. Gil, com um refinamento peculiar, mostra como a tecnologia, em cem anos, 
mudou a forma de comunicação. Ele brinca com o dito popular “com quantos paus se faz uma canoa?” 
ao cantar “com quantos gigabytes se faz uma jangada? e “um barco que veleje nesse infomar”.
Seria possível continuar a análise da música criando um blog para destacar a importância das 
novas tecnologias na sociedade da informação, ou desenvolver uma Webquest com a mesma temática. 
Enfim, há diferentes formas de agregar os velhos recursos didáticos (quadro‑negro, giz, lousa, livros 
didáticos) aos novos, tornando a prática pedagógica mais atrativa para os “nativos digitais”.
 Saiba mais
Para se aprofundar na questão das TICs na educação, consulte:
MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias 
e mediação pedagógica. 21. ed. Campinas: Papirus, 2013. (Coleção 
Papirus Educação)
SUNAGA, A.; CARVALHO, C. S. As tecnologias digitais no ensino híbrido. 
In: BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. (org.). Ensino híbrido: 
personalização na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.
31
PRÁTICA DE ENSINO: O USO DOS RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
LEVY, P. O que é o virtual. São Paulo: Editora 34, 1996.
HARASIM, L. et al. Redes de aprendizagem: um guia para ensino e 
aprendizagem on‑line. São Paulo: Senac, 2005.
A REDE social. Direção: David Fincher. EUA: Columbia Pictures. 
2010. 121 min.
8 DESAFIOS: A MODELIZAÇÃO DA PRÁTICA INTEGRANDO OS VELHOS E OS 
NOVOS RECURSOS DIDÁTICOS
Os recursos didáticos surgidos na era digital abrem novas possibilidades para a prática docente. 
Todavia, há desafios para modelização de novas práticas. O primeiro envolve os problemas estruturais 
que afligem o país. A desigualdade social e econômica é uma questão que assola a população 
brasileira, dificultando o acesso a serviços básicos como saúde, transporte, habitação e educação. Esse 
contratempo se agrava devido à vasta extensão territorial, provocando diferenças regionais dentro de 
um mesmo país.
A educação poderia impulsionar a mudança. Todavia, como nos mostra o filme Pro dia nascer feliz, do 
diretor João Jardim, as escolas públicas brasileiras apresentam problemas estruturais sérios, que vão da 
precariedade das instalações físicas à formação, qualificação e valorização dos professores. No filme fica 
evidente a diferença entre o sistema público de ensino e as escolas privadas.
Para além disso, a evasão escolar e a repetência ainda são problemas que enfrentamos em nossas 
escolas. Na Educação Infantil, em grandes centros, há falta de vagas. Os currículos também têm 
sofrido duras críticas por especialistas, por não serem atraentes, afastando muitos jovens da escola. 
Contudo, as políticas públicas têm implementado ações que buscam minimizar essas adversidades. O 
Proinfo (Programa Nacional de Informática na Educação), por exemplo, foi responsável por equipar 
as escolas com recursos tecnológicos e organizar cursos de formação para professores, voltados para 
o uso didático‑pedagógico das TICs no cotidiano escolar.
De acordo com uma pesquisa sobre o uso das TICs nas escolas brasileiras, realizada pelo Comitê 
Gestor de Internet no Brasil, 99% das escolas públicas do país têm computadores, 95% com acesso à 
internet. Entretanto, somente uma pequena porcentagem das máquinas estãoinstaladas na sala de 
aula, e muitos estão em laboratórios. Outra questão importante é quanto ao acesso à internet, porque 
há uma diferença em relação à velocidade dependendo da região (Conectividade..., 2023).
Apesar desses entraves, o acesso às tecnologias continua sendo realizado pelos alunos por meio de 
seus smartphones, tablets, laptops ou pelo computador de casa. Dessa forma, os problemas estruturais 
não são um impedimento para o uso das novas tecnologias.
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As tecnologias digitais móveis podem ser acessadas de qualquer lugar, a qualquer hora e de muitas 
formas (Moran, 2013). Portanto, a sala de aula não se configura mais como o único espaço para acessar 
a informação.
A segunda questão a ser tratada – e que transcende os problemas de precariedade física – é 
representada pela tensão entre os “imigrantes digitais” e os “nativos ditais”. A maioria dos professores tem 
uma formação deficitária em relação ao uso das novas tecnologias; apesar de estarem se aproximando 
dessas ferramentas, precisam de um tempo para se adaptar, e por isso são considerados imigrantes 
digitais. Os jovens que estão na escola cresceram lidando com a internet e dispositivos tecnológicos, e a 
linguagem digital faz parte de seu cotidiano – eles são os chamados nativos digitais.
Essa tensão vai exigir do professor uma nova postura. Não se trata somente de migrar do 
quadro‑negro para o blog; ele precisa se ver como um mediador de descobertas, e não um provedor 
de conhecimentos. Precisa entender que seu papel é fundamental no processo, em especial para a 
elaboração e execução dos projetos que desenvolvem os conteúdos previstos.
Para Mercado (2002, p. 17), a sociedade do conhecimento exige um novo perfil de professor, ou 
seja, alguém:
Comprometido: com as transformações sociais e políticas; com o projeto 
político‑pedagógico assumido com e pela escola.
Competente: evidenciando uma sólida cultura geral que lhe possibilite uma 
prática interdisciplinar e contextualizada, dominando novas tecnologias 
educacionais. Um profissional reflexivo, crítico, competente no âmbito 
de sua própria disciplina, capacitado para exercer a docência e realizar 
atividades de investigação.
Crítico: que revele, através de sua postura, suas convicções, seus valores, sua 
epistemologia e sua utopia, fruto de uma formação permanente; seja um 
intelectual que desenvolve uma atividade docente crítica, comprometida 
com a ideia do potencial do papel dos estudantes na transformação e 
melhoria da sociedade em que se encontram inseridos.
Aberto a mudanças: ao novo, ao diálogo, à ação cooperativa; que contribua 
para que o conhecimento das aulas seja relevante para a vida teórica e 
prática dos estudantes.
Exigente: que promova um ensino exigente, realizando intervenções 
pertinentes, desestabilizando e desafiando os alunos para que desencadeie 
a sua ação reequilibradora; que ajude os alunos a avançarem de forma 
autônoma em seus processos de estudos e interpretarem criticamente o 
conhecimento e a sociedade de seu tempo.
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Interativo: que concorra para a autonomia intelectual e moral de seus 
alunos, trocando conhecimentos com profissionais da própria área e com 
os alunos no ambiente escolar, construindo e produzindo conhecimento 
em equipe, promovendo a educação integral, de qualidade, possibilitando 
ao aluno desenvolver‑se em todas as dimensões: cognitiva, afetiva, social, 
moral, física, estética.
 Observação
O perfil de professor desenhado por Mercado (2002) é um 
desdobramento da proposta das diretrizes para a formação inicial de 
professores da Educação Básica em cursos de nível superior de 2002. 
O perfil de profissional comprometido e competente se coaduna com as 
diretrizes e com a questão de elaborar e executar projetos para desenvolver 
conteúdos previstos no currículo; estar aberto a mudanças, podendo 
associar a questão de utilizar novas metodologias, estratégias e recursos 
de apoio; ser interativo, com a capacidade de promover comportamentos 
típicos de colaboração e trabalho em equipe.
O terceiro ponto é o desafio para a modelização das práticas. Se retomarmos os recursos didáticos 
oferecidos pelas tecnologias móveis e os compararmos com o quadro‑negro, livro didático, cartazes 
mapas etc., notaremos que os primeiros incitam o uso colaborativo. O sujeito não é um mero espectador. 
Tomemos como exemplo as redes sociais; por meio delas, o jovem interage o tempo todo. Por isso, as 
diretrizes trazem a necessidade de usar novas metodologias de ensino. Historicamente, vimos que os 
recursos didáticos não são neutros, estando relacionados com a realidade política e social de cada época. 
As metodologias não fogem à regra.
Assim, o uso de métodos que utilizam somente a linguagem oral e escrita, baseados na transmissão 
e memorização, não são compatíveis com uma sociedade em que os meios de comunicação e 
informação avançam de forma avassaladora. Moran, Masetto e Behrens (2013) defendem que o maior 
desafio para os professores é optar por mudar o eixo do ensinar para caminhos que levem ao aprender. 
Isso não representa romper com a linguagem oral e escrita, mas reconhecer, considerar e incorporar 
a linguagem digital, criando processos metodológicos mais significativos para a aprendizagem e, 
consequentemente, fazendo que o aluno se aproxime da linguagem digital de forma crítica.
Zabala (1998), Hernández (2000), assim como Moran, Masetto e Behrens (2013) ressaltam que a 
metodologia de projetos é a que mais se aproxima da realidade atual, em que o mundo é uma teia, uma 
rede de conexões. Essa metodologia é um caminho possível para atender às demandas individuais e 
coletivas dos alunos, desenvolvendo o espírito de pesquisa, colaboração, cooperação e trabalho em equipe.
A metodologia de projetos, ao propor um tema, incita a investigação, fugindo de atividades de 
memorização. As múltiplas informações e opiniões permitem aos alunos desenvolverem o espírito 
crítico. Professor e aluno, numa parceria colaborativa, aprendem a investigar e pesquisar. Para auxiliar o 
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professor nesse processo, Moran, Masetto e Behrens (2013) criaram uma sugestão de roteiro para apoiar 
o professor no desenvolvimento de projetos. Para os autores, não se trata de um modelo acabado e 
fechado, e sim de uma proposta que pode ser adaptada à realidade de cada professor.
Problematização
do tema
Contextualização
Aulas teóricas 
exploratórias
Pesquisa 
individual
Produção 
individual
Discussão 
coletiva, crítica 
e reflexiva
Produção 
coletiva
Produção final 
(prática social)
Avaliação 
coletiva do 
projeto
Apresentação 
e discussão do 
projeto
Figura 8 – Projeto de aprendizagem colaborativa
Adaptada de: Moran, Masetto e Behrens (2013).
Segundo Moran, Masetto e Behrens (2013), as fases do projeto de aprendizagem colaborativa 
desenvolvidas são:
1) Proposta do tema, que deve ser discutido com o aluno, podendo envolver uma ou mais 
disciplinas.
2) O professor deve instigar os alunos a levantar problemas e/ou questões relativas ao tema 
do projeto.
3) Exploração do tema, mostrando suas conexões com a realidade dos alunos, os aspectos históricos, 
políticos, sociais e culturais referentes à problemática levantada.
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4) Elas não devem exceder a três encontros. O objetivo desta fase é clarear e instrumentalizar 
o aluno sobre o assunto. O professor apresenta as seções e subseções do tema com o fito de 
suscitar a pesquisa.
5) Com o delineamento realizado no passo anterior, o aluno irá buscar, acessar e investigar as 
informações que possam solucionar a problemática levantada.
6) O aluno, com o material levantado e disponibilizado pelo grupo, irá elaborar um texto. Para 
que haja boa qualidade, o professor pode levantar algumas categorias ou tópicos para

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