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Aula 06
Delegado de
Polícia -
Direito Penal
2022 (Curso Regular)
Autor
Michael Procopio Ribeiro
Alves Avelar
22 de Setembro de 2022
Delegado de Polícia - Direito Penal
2022 (Curso Regular)
Aula 06
Michael Procopio Ribeiro Alves Avelar
Sumário
Delegado de Polícia - Direito Penal 3
 
 
 
PUNIBILIDADE 
 
Sumário 
PUNIBILIDADE ........................................................................................................................................... 2 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................................................. 4 
CONCEITO DE PUNIBILIDADE .......................................................................................................................... 4 
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA PUNIBILIDADE ........................................................................................................... 6 
1 - IMUNIDADES ABSOLUTAS OU ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS .......................................................................................... 6 
2 - IMUNIDADES PARLAMENTARES, DIPLOMÁTICAS E DOS ADVOGADOS ........................................................................ 8 
CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE .......................................................................................................... 8 
1 - CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO DÉBITO NOS CRIMES TRIBUTÁRIOS ........................................................................... 9 
2 - SENTENÇA DE FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO JUDICIAL OU EXTRAJUDICIAL E CRIMES FALIMENTARES: .................................. 10 
3 - CONDIÇÕES PARA A EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA ............................................................................. 10 
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ......................................................................................................... 12 
1 - MORTE DO AGENTE .................................................................................................................................... 17 
2 - ANISTIA, GRAÇA E INDULTO ......................................................................................................................... 19 
3 - ABOLITIO CRIMINIS ..................................................................................................................................... 26 
4 - DECADÊNCIA ............................................................................................................................................. 27 
5 - PEREMPÇÃO .............................................................................................................................................. 31 
6 - RENÚNCIA ................................................................................................................................................ 33 
7 - PERDÃO DO OFENDIDO ................................................................................................................................ 35 
8 - RETRATAÇÃO ............................................................................................................................................. 36 
9 - PERDÃO JUDICIAL ....................................................................................................................................... 38 
10 - PRESCRIÇÃO ............................................................................................................................................ 41 
QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................................................................... 41 
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LISTA DE QUESTÕES .................................................................................................................................. 72 
GABARITO .............................................................................................................................................. 87 
DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO E DA JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................... 88 
RESUMO .............................................................................................................................................. 100 
Conceito de punibilidade ......................................................................................................................... 100 
Causas de exclusão da punibilidade ........................................................................................................ 100 
Condições objetivas de punibilidade ....................................................................................................... 101 
Causas de extinção da punibilidade ........................................................................................................ 102 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................... 114 
 
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PUNIBILIDADE 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Nas aulas passadas, estudamos os elementos do crime, segundo a teoria tripartida. Vimos, então, o fato 
típico, a ilicitude e a culpabilidade. Adentraremos, nesta aula, no conceito de punibilidade, nas suas causas 
de exclusão, nas suas condições objetivas e nas causas de sua extinção. A punibilidade é, para a teoria 
tripartida, pressuposto de pena, não sendo parte do conceito analítico de crime. Portanto, a punibilidade é 
importante apenas para a definição da possibilidade de efetiva aplicação da sanção penal, e não da 
configuração ou não do crime. 
A presente aula será composta pelos seguintes capítulos: 
 
 
 
Com esses estudos, será possível ter uma visão ampla sobre a punibilidade, bem como sobre as hipóteses 
de o Estado não ter direito de punir, seja por sua perda ou pela sua não incidência. Entretanto, dada sua 
extensão, uma causa de extinção da punibilidade não será estudada nesta aula, a prescrição. A próxima aula 
terá a prescrição como tema, com uma análise mais detalhada. 
Deixo meu desejo de sempre de que a aula seja produtiva. Estudaremos a fundo o tema da culpabilidade. 
Lembrem-se: para que a prova seja leve, nosso treino deve ser pesado! Pesado no sentido de estudo com 
afinco, mas de forma que os temas sejam interessantes. Espero que gostem desta aula e absorvam bem o 
tema da punibilidade. 
 
CONCEITO DE PUNIBILIDADE 
A punibilidade é a possibilidade de o Estado aplicar a sanção penal, seja pena ou a medida de segurança, 
ao sujeito ativo da infração penal. Portanto, a punibilidade é a perspectiva de aplicação da sanção penal, 
surgida a partir da prática de um crime ou uma contravenção. 
Dito de outra forma, a punibilidade é o próprio ius puniendi, isto é, o direito de punir que pertence ao Estado. 
Este direito surge quando é praticado uma infração penal, permitindo que se aplique a sanção penal prevista 
em lei. 
Sua natureza jurídica, segundo a teoria tripartida, é de mero pressuposto para aplicação da sanção penal. 
Portanto, é uma consequência do crime, não fazendo parte do seu conceito. 
Conceito de 
punibilidade
Causas de exclusão da 
punibilidade
Condições objetivas de 
punibilidade
Causas de extinção da 
punibilidade
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Em razão de se adotar a teoria tripartida, ser ou não punível a conduta não lhe tira a natureza de crime. Isto 
porque a punibilidade, como dito acima, não faz parte dos elementos ou substratos da infração penal. 
Portanto, é possível que haja crime e que não seja possível a aplicação da sanção penal. 
Basta imaginar um serialformal 
que deixa de prever a conduta como crime. Por isso, a responsabilização criminal não pode subsistir, 
desaparecendo os efeitos penais principais e secundários. 
Os efeitos extrapenais permanecem. No caso da responsabilidade civil decorrente da prática delitiva, o 
direito de reparação a que faz jus a vítima ou seus sucessores restará inalterado. 
Referido instituto foi abordado, de forma aprofundada, na aula inaugural deste Curso, ao tratarmos da Lei 
Penal no Tempo. Vimos que há controvérsia quanto à a natureza jurídica do instituto, sendo que Flávio 
Monteiro de Barros defende se tratar de causa extintiva da tipicidade. Aqui fica nítida a opção do legislador, 
pois o Código Penal elencou a abolitio criminis dentre as hipóteses de extinção da punibilidade no seu artigo 
107. Portanto, a legislação vigente considera que sua natureza é de causa de extinção da punibilidade. 
Cumpre relembrar, ainda, o princípio da continuidade normativo-típica, que esclarece não haver abolitio 
criminis no caso de o legislador passar a prever o mesmo tipo penal em outro dispositivo. A mera 
modificação da localização ou da forma de previsão da conduta como infração penal não gera a extinção da 
punibilidade. 
Por fim, vale destacar que, se já houve o trânsito em julgado, compete ao juízo da execução decretar a 
extinção da punibilidade, se sobrevier lei que não mais considera o fato criminosa. É o que se compreende 
a partir do enunciado da Súmula nº 611 do STF, já que a abolitio criminis não deixa de ser lei mais benéfica 
para o condenado: 
Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo das execuções a aplicação de lei 
mais benigna. 
 
4 - DECADÊNCIA 
Decadência é a causa de extinção da punibilidade que consiste na perda do direito de oferecer queixa 
crime (em penal de iniciativa privada) ou de oferecer representação (nas ações penais públicas 
condicionadas), em razão da inércia do titular durante determinado intervalo de tempo. 
A decadência envolve, então, duas hipóteses: 
Primeiro, abrange a perda do direito de oferecer queixa-crime, que é a peça inicial acusatória nos casos de 
crimes de ação penal privada (exclusiva e personalíssima). Referida peça também pode ser oferecida nos 
casos de ação penal privada subsidiária da pública, que o ofendido ou seus familiares podem intentar em 
razão da inércia do Ministério Público. 
Em segundo lugar, a decadência também constitui a perda do direito de oferecer representação, que é 
condição imprescindível para a atuação do Ministério Público nos casos de ação penal pública condicionada. 
Vejamos o esquema sobre a decadência e as situações possíveis, sendo que nem todas elas implicam na 
extinção da punibilidade: 
 
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Há doutrinadores que defendem não se tratar de causa extintiva da punibilidade, mas de extinção do direito 
de promover a ação ou de oferecer representação, o que impede o exercício do direito de punir. Entretanto, 
o Código Penal foi expresso ao prever a decadência como uma das causas extintivas da punibilidade. 
A decadência está prevista no artigo 103 do Código Penal: 
Decadência do direito de queixa ou de representação 
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de 
representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber 
quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o 
prazo para oferecimento da denúncia. 
A princípio, devemos destacar que o artigo acima transcrito excepciona o caso de haver disposição expressa 
em sentido contrário, determinando o início da contagem do prazo de forma diferente. Neste caso, 
prevalecerá a norma especial sobre a geral, esta última a extraída do artigo 103 do CP. 
A referência que o artigo 103 faz ao parágrafo terceiro do art. 100 do Código Penal diz respeito à ação penal 
privada subsidiária da pública. Neste caso, o ofendido ou, no caso de sua morte, seu cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão, pode oferecer queixa, se o Ministério Público não agir no prazo legal. O prazo começa 
a correr do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia pelo Ministério Público. 
Nos demais casos, o prazo começa a correr do dia em que a autoria do delito se torna conhecida. Assim, se, 
desde o dia da prática do crime, a vítima já sabia quem era o sujeito ativo, começa de tal data o prazo de 
seis meses para oferecimento de queixa ou da representação. 
No caso de pluralidade de agentes, o prazo começa a correr do conhecimento da identidade do primeiro 
autor. 
Segue um esquema com o início dos prazos para o oferecimento da queixa e da representação: 
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Notem que, no caso de ação penal privada (exclusiva ou personalíssima), se não for oferecida a queixa no 
prazo legal, haverá a extinção da punibilidade. De igual modo, o não oferecimento da representação, no 
caso de ação penal pública condicionada, levará à extinção da punibilidade do agente. 
 
Entretanto, no caso de ação penal privada subsidiária da pública, o não oferecimento da 
queixa-crime no prazo não acarreta a extinção da punibilidade. Nesta hipótese, a 
decadência não é causa de extinção da punibilidade, mas apenas acarreta a perda do direito 
do ofendido de propor a ação penal. Isto porque o Ministério Público mantém sua 
legitimidade, podendo (e devendo) oferecer denúncia, mesmo após a decadência do direito 
de queixa. Portanto, o agente não terá sua punibilidade extinta, conservando o Estado seu 
ius puniendi. O prazo para o órgão acusatório é impróprio e, portanto, ele pode oferecer a denúncia fora do 
prazo, sem que isso impeça o seu recebimento pelo juiz e o prosseguimento da ação penal. 
A decadência, por implicar a extinção da punibilidade, tem natureza penal e, portanto, deve ser contada 
nos termos do artigo 10 do CP. Como vimos, ainda que tenha também natureza de norma processual, seu 
caráter de norma material (de Direito Penal) atrai a contagem nos termos do Código Penal. Isto, é, inclui-se 
no cômputo do prazo o dia do começo. Além disso, ele não se interrompe em domingos, férias ou feriados. 
Cumpre anotar a posição do professor Fernando Capez, minoritária, de que o prazo decadencial deve ser 
contado como prazo processual em uma única hipótese: no caso de ação penal privada subsidiária da 
pública. Isto porque, como não há extinção da punibilidade no caso de fruição do prazo sem iniciativa do 
ofendido, não haveria influência no Direito Penal. Entretanto, não parece estar com a razão, já que o decurso 
do prazo limita a legitimidade para a ação penal e, assim, implica a abrangência do ius puniendi. Por isso, o 
instituto, mesmo em tais casos, possui natureza híbrida e deve ser contado como prazo penal. 
De todo modo, prevalece que todo prazo decadencial (implique ou não na extinção da punibilidade) deve 
ser computado como um prazo penal, conforme determina o artigo 10 do Código Penal: 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum. 
O prazo não se interrompe por pedido de explicações em juízo nem por instauração de inquérito policial. 
Mesmo que as investigações estejam tramitando na delegacia, o conhecimento da autoria já é suficiente 
para iniciar a contagem do prazo, devendo a vítima oferecer a queixa ou a representação dentro de seis 
meses da data da ciência. 
Há alguns crimes que possuem regramento específico acerca do início da contagem do prazo, por suas 
peculiaridades: 
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• Crime permanente:é aquele cuja consumação se protrai no tempo. Deste modo, o prazo de 
decadência só se inicia após cessada a permanência. 
• Crime continuado: é a ficção jurídica que considera como um crime a prática de vários delitos da 
mesma espécie, por serem os subsequentes tidos como continuação do primeiro pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes. Para esses crimes, o prazo flui de cada 
delito considerado de forma isolada, já que na verdade são vários crimes tratados como se fossem 
um só por razões de política criminal. 
• Crime habitual: é aquele cuja configuração exige uma habitualidade, um conjunto de condutas que 
se amolda ao tipo penal. Para os crimes habituais, o prazo de decadência é contado do último ato 
praticado pelo agente. 
Quanto à titularidade do direito de queixa e de representação e a ocorrência da decadência, vejamos as 
seguintes situações: 
• Ofendido menor de 18 anos: neste caso, a titularidade do direito de queixa e de representação 
pertence ao representante legal do menor. Se o representante legal não oferecer representação ou 
queixa no prazo, o menor poderá oferecê-la ao atingir a maioridade. 
É o que prescreve a Súmula 594 do STF: 
Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou 
por seu representante legal. 
Assim tem entendido o Supremo Tribunal Federal, aplicando o seu enunciado10: 
EMENTA Habeas corpus. Penal. Atentado violento ao pudor (CP, art. 214 na redação anterior à Lei nº 
12.015/09). Ofendida menor de 18 anos. Representação. Prazo. Contagem. Dualidade. Súmula nº 594 
da Suprema Corte. Decadência. Não ocorrência. Ordem denegada. 1. Na ocorrência do delito descrito 
no art. 214 do Código Penal – antes da revogação pela Lei nº 12.015/2009 –, o prazo decadencial para 
a apresentação de queixa ou de representação era de 6 meses após a vítima completar a maioridade, 
em decorrência da dupla titularidade. 2. Esta Suprema Corte tem reconhecido a dualidade de titulares 
do direito de representar ou oferecer queixa, cada um com o respectivo prazo: um para o ofendido 
e outro para seu representante legal. Súmula nº 594 do STF. Precedentes. 3. Ordem denegada. 
(STF, HC 115341/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, Julgamento em 14/10/2014). 
O STJ tem precedente no mesmo sentido: 
I - Os prazos para o exercício do direito de queixa ou representação correm separadamente para o 
ofendido e seu representante legal (Súmula nº 594/STF). II - Escoado o prazo para o representante de 
uma das vítimas, conserva-se o direito de representação da ofendida, a ser contado a partir da sua 
maioridade (Precedentes). (STJ, RHC n. 39.141/SP, relator Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, julgado 
em 25/11/2014, DJe de 10/12/2014.) 
Entretanto, importante setor da doutrina de Direito Processual Penal tem defendido o prazo único, a contar 
apenas para o representante legal. É a posição de Renato Brasileiro de Lima11. 
 
 
10 No mesmo sentido: STF, HC 75697, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, julgado em 03/02/1998. 
11 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 8 ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2020, p. 337. 
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• Ofendido maior de 18 anos: somente o ofendido pode ofertar a queixa ou a representação. Se for 
incapaz, como no caso de doença mental, a titularidade passa para o representante legal. Havendo 
conflito de interesses, o juiz nomeia curador especial. No caso de morte da vítima, o direito passa 
para o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
É o que dispõem os artigos 31, 33 e 36 do Código de Processo Penal: 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o 
direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente 
ou irmão. 
(...) 
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado 
mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o 
direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento 
do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal. 
(...) 
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, 
em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, 
entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a 
abandone. 
 
• Ofendido maior de 18 anos e menor de 21 anos de idade: somente o ofendido pode ofertar a queixa 
ou a representação. 
A dúvida pode surgir em razão do teor do artigo 34 do Código de Processo Penal: 
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de 
queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal. 
Apesar de referida previsão, a doutrina entente que não há mais referida diferenciação. Isto porque, 
à época em que entrou em vigor referida norma, a maioridade civil era atingida aos 21 anos. Com o 
advento do Código Civil de 2002, houve a unificação da maioridade civil aos 18 anos, não havendo 
mais que falar em representação no processo penal até que o indivíduo complete a idade de 21 anos. 
Apesar de tratar de hipótese diferente, a unificação da maioridade civil e penal para o marco dos 18 anos 
de idade pode ser percebido do seguinte trecho de acórdão do STJ: 
“ (...) 2. O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que, "após a edição do Código Civil 
de 2002, quando a maioridade foi estabelecida em 18 (dezoito) anos, não é mais necessária a 
nomeação de curador especial, no processo penal, para os acusados com idade entre 18 (dezoito) 
e 21 (vinte e um) anos" (AgRg no AREsp n. 404.293/SP, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, 5ª T., DJe 
7/4/2014). (...)” (STJ, REsp 1493485/SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 06/11/2017). 
 
5 - PEREMPÇÃO 
A perempção é a causa de extinção da punibilidade que representa uma sanção processual ao querelante 
negligente ou inerte. Só é cabível na ação penal privada exclusiva ou personalíssima, ou, nos termos da lei, 
nos casos em que se procede mediante queixa. 
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Apesar de ser uma sanção processual, a perempção gera efeitos para o Direito Penal, pois implica a perda 
do direito de punir pelo Estado. As hipóteses estão previstas no artigo 60 do Código de Processo Penal: 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação 
penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias 
seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para 
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber 
fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a 
que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
A hipótese de falta de andamento ao processo pressupõe notificação do querelante para agir, como aponta 
a doutrina. Ademais, não se exige o comparecimento do querelante para atos em que sua presença não seja 
indispensável, como oitiva de testemunhas. É o que decidiu o STJ no julgamento do RHC 26530/SC, em 
08/11/2011. 
A falta de pedido final de condenação, como visto no dispositivo normativo acima, implica a perempção. Se 
houver pedido de justiça e as alegações finais demostrarem que se pede a condenação, não há perempção. 
Tem-se entendido, ainda,que a apresentação das alegações finais, na forma de memorial, fora do prazo não 
induz perempção. 
Configura-se a perempção quando não apresentadas contrarrazões ao recurso do querelado contra a 
sentença condenatória. Por outro lado, não se configura perempção se a apresentação das razões recursais 
for intempestiva. No precedente abaixo transcrito, o STJ também entendeu que não há perempção no caso 
de as contrarrazões serem apresentadas fora do prazo: 
“1. De acordo com o artigo 60, inciso I, do Código de Processo Penal, "nos casos em que somente 
se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal" quando, "iniciada esta, o 
querelante deixar de promover o andamento do processo por 30 dias seguidos". 2. No caso dos 
autos, a querelante deu regular andamento ao processo, que culminou com a condenação do 
paciente pela prática dos crimes de injúria e difamação, sendo certo que o só fato de haver 
apresentado contrarrazões à apelação da defesa fora do prazo legal não tem o condão de 
caracterizar a perempção, pois tal peça processual sequer é obrigatória, sendo plenamente 
possível o julgamento do recurso sem a sua presença nos autos, desde que a parte tenha sido 
intimada para ofertá-la, exatamente como ocorreu na espécie. Precedentes do STJ e do STF. 3. 
Habeas corpus não conhecido. (STJ, HC 355205/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 
01/08/2016) 
Em razão da impossibilidade de comparecer alguma pessoa para substituição, a morte do querelante na 
ação penal privada personalíssima acarreta a extinção da punibilidade. Haverá hipótese análoga à do artigo 
60, inciso II, do CPP, em que não haverá quem prossiga no processo, dada a impossibilidade. Isto porque 
somente o ofendido, no caso de ação penal privada personalíssima, pode figurar no polo ativo do processo. 
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O STJ entende possível a intimação do querelante, no caso de falta de recolhimento das custas ou sua 
insuficiência, para suprir a falta (EDcl no HC 156230/PE12). 
 
6 - RENÚNCIA 
Renúncia é a causa de extinção da punibilidade, que consiste em ato unilateral, do ofendido ou de seu 
representante legal, de abdicação do direito de promover a ação penal privada. Na renúncia, o ofendido 
ou seu representante legal abre mão de intentar a ação penal, o que implica a extinção do ius puniendi. 
Esta causa extintiva da punibilidade é cabível nos casos de ação penal privada exclusiva ou personalíssima, 
pois a punição, nestas hipóteses, depende de que o ofendido ou seu representante oferte a queixa crime. A 
disposição de referido direito, com sua renúncia, impossibilita a imposição de sanção penal ao agente, 
extinguindo sua punibilidade. 
Na ação penal pública condicionada à representação, há a possibilidade de renúncia apenas em relação 
aos crimes de menor potencial ofensivo. Quanto a tais crimes, a composição entre o sujeito ativo e o passivo 
sobre os danos causados implica a renúncia ao direito de queixa e de representação. Deste modo, o 
indivíduo que celebrar acordo com seu ofensor, que seja homologado pelo juiz, não poderá mais oferecer 
representação, no caso de crime de ação penal pública condicionada. É o que prevê o artigo 74, parágrafo 
único, da Lei 9.099/95: 
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante 
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública 
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou 
representação. 
Só cabe a renúncia antes de iniciada a ação penal, pois é pré-processual. Só se renuncia ao direito ainda não 
exercido, pois a propositura da ação somente permite o perdão, não mais a renúncia. O ato é unilateral, o 
que significa que independe da aceitação ou não do agente. Se o indivíduo não quer oferecer queixa-crime, 
dispondo deste direito, não se pode obrigá-lo a fazê-lo. 
A renúncia pode ser expressa ou tácita: 
• Expressa: ocorre quando o ofendido declara, de forma explícita, que não intentará a ação penal 
privada, abrindo mão do seu direito. Pode ser feita pelo ofendido, seu representante legal ou 
procurador com poderes especiais, nos termos do artigo 50, caput, do Código de Processo Penal. 
Consiste de declaração escrita, assinada por um dos indivíduos que podem oferecer a renúncia. 
• Tácita: decorre de conduta do ofendido que seja incompatível com o desejo de oferecer queixa 
contra o agente. É o caso do indivíduo que, após ser vítima do crime, aceita ser padrinho de 
casamento do seu ofensor. A renúncia tácita admite qualquer meio de prova, nos termos do artigo 
57 do Código de Processo Penal. 
 
12 Os acórdãos apenas mencionados neste tópico estão transcritos no tópico “Destaques da Legislação e da Jurisprudência”. 
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Não é renúncia tácita o recebimento, pelo ofendido, de indenização do dano causado pelo crime, salvo nos 
casos de crime de menor potencial ofensivo. 
No caso de morte do ofendido, o direito de oferecer queixa passa para alguns familiares, nos termos do 
artigo 31 do Código de Processo Penal: 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de 
oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
 
Legitimados para o oferecimento de queixa no caso de morte do ofendido: 
 
 ônjuge; 
 scendente; 
 escendente; 
rmão. 
 
No caso de morte do ofendido, o direito de queixa passa ao seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
A renúncia de um dos legitimados não impede que os outros ofertem a queixa-crime. Também no caso de 
haver dois ou mais ofendidos, a renúncia de um não impede o outro de oferecer queixa-crime. 
Se houver concurso de agentes, a renúncia em relação a um deles se estende aos demais. É uma 
decorrência do princípio da indivisibilidade: ou o ofendido oferece queixa em relação a todos os agentes ou 
renuncia em relação a todos. É o teor do artigo 49 do CPP: 
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos 
se estenderá. 
 
✓ Caso o querelante ofereça queixa contra apenas um dos agentes, pode o MP aditar para inclusão 
dos demais? 
A doutrina diverge sobre essa possibilidade, sendo que parte entende que é possível, pois o Ministério 
Público deve velar pela indivisibilidade da ação penal e deve impedir que um dos agentes seja deixado de 
fora pelo querelante. 
A doutrina majoritária entende que, tendo sido oferecida queixa contra apenas parte dos agentes, entender-
se-á que houve renúncia em relação ao não incluído. Não caberia, assim, inclusão dos demais pelo Ministério 
Público, já que a ação é privada. A única solução seria a extensão da renúncia a todos, com a extinção da 
punibilidade. 
 
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7 - PERDÃO DO OFENDIDO 
O perdão do ofendido é a causa de extinção da punibilidade que consiste em ato pelo qual o ofendido ou 
seu representante legal manifesta seu desejo de desistir da ação penal privada exclusiva ou 
personalíssima. Este ato exige a concordância do querelado, com a qual o direito de punir se extingue. 
É cabível desde o oferecimento da queixa até o trânsito em julgado, ou seja, a oportunidade para o seu 
exercício é no curso do processo penal. Refere-se aos casos de ação penal privada exclusiva ou 
personalíssima, não sendo admissível na ação penal privada subsidiária da pública. 
Esta causa está prevista no artigo 105 do Código Penal:Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao 
prosseguimento da ação. 
Cuida-se de ato bilateral, de forma diferente da renúncia, que é unilateral. Por conseguinte, a aceitação do 
querelado é imprescindível. Querelado é o termo pelo qual se denomina o réu nas ações penais privadas. 
Assim como a renúncia, o perdão pode ser tácito ou expresso: 
• Expresso: ocorre quando o ofendido declara, de forma explícita, que não deseja prosseguir com a 
ação penal privada, desistindo do seu prosseguimento. Pode ser feita pelo ofendido, seu 
representante legal ou procurador com poderes especiais, nos termos do artigo 56, em conjunto 
com o 50, caput, do Código de Processo Penal. 
• Tácita: decorre de conduta do ofendido que seja incompatível com o desejo de prosseguir com a 
ação penal contra o agente. Se o agente e a ofendida, por exemplo, iniciam um relacionamento 
amoroso, haverá perdão tácito em relação à ação penal privada em curso. 
• Judicial: ocorre quando o ofendido se manifesta nos próprios autos, declarando seu desejo de 
desistir do prosseguimento do feito. 
• Extrajudicial: oferecida fora dos autos. Nos termos do artigo 56, combinado com o artigo 50, ambos 
do Código de Processo Penal, se o perdão for expresso, deverá ser materializado por meio de 
declaração escrita, assinada pelo ofendido, seu representante legal ou procurador com poderes 
especiais. 
O artigo 106 do Código Penal prevê algumas regras sobre o perdão: 
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; 
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; 
III - se o querelado o recusa, não produz efeito. 
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na 
ação. 
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. 
Quanto a quem pode oferecer o perdão: 
• No caso de ofendido menor de 18 anos: o representante legal pode oferecer o perdão. 
• Se o ofendido for maior ou com idade igual a 18 anos: ele mesmo pode conceder o perdão. Aqui se 
inclui o caso do maior de 18 anos e menor de 21, aplicando-se o que foi dito quanto à renúncia. 
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No que se refere ao procedimento para aceitação do perdão, o artigo 58 do Código de Processo Penal prevê 
o seguinte: 
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a 
dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu 
silêncio importará aceitação. 
Portanto, é possível a aceitação do perdão por decurso de prazo. 
O perdão é cabível nas ações penais privadas, sejam exclusivas ou personalíssimas, em razão do princípio 
da disponibilidade. Assim, o querelante pode desistir de seu prosseguimento. Se o fizer, haverá a extinção 
da punibilidade. 
Não cabe o perdão em ação penal privada subsidiária da pública. 
Estudamos que a renúncia é pré-processual, enquanto o perdão é cabível desde o oferecimento da queixa 
até o trânsito em julgado. A renúncia é unilateral, já o perdão é bilateral. As diferenças estão destacadas no 
esquema abaixo: 
 
 
 
8 - RETRATAÇÃO 
A retratação é a causa de extinção da punibilidade consistente no ato do agente de retirar totalmente o 
que disse anteriormente. 
Seu cabimento é restrito aos seguintes casos: 
• Calúnia e difamação; 
• Falso testemunho e falsa perícia. 
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Sua previsão, com relação aos crimes contra a honra, está no artigo 143 do Código Penal: 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, 
fica isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-
se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios 
em que se praticou a ofensa. 
Não cabe a retratação na injúria, com a qual se atinge a honra subjetiva do ofendido. É 
cabível apenas nos casos da calúnia e da difamação, que ferem a honra objetiva da 
vítima, sua honra e reputação no meio social. 
Neste caso, deve ser oferecida pelo próprio sujeito ativo até a prolação de sentença pelo 
juiz. A retratação não se comunica aos demais agentes, extinguindo a punibilidade 
apenas daquele que se retratou. 
Com relação ao falso testemunha e à falsa perícia, a retratação é possível nos termos do artigo 342, § 2º, do 
Código Penal: 
 § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente 
se retrata ou declara a verdade. 
Nesta hipótese, a retratação pode ser oferecida até a sentença de primeira instância, mas não do processo 
penal em que o sujeito é acusado do próprio crime de falsa perícia ou falso testemunho. O termo final do 
prazo é ser proferida sentença, de primeiro grau, no processo em cujo curso o acusado prestou falso 
testemunho ou elaborou falsa perícia. 
O Código Penal prevê que a retratação do falso testemunho ou da falsa perícia tem como consequência a 
extinção da punibilidade do fato. Ora, se o fato deixa de ser punido, esta causa de extinção da punibilidade 
se estende aos demais agentes, coautores ou partícipes. 
Essas diferenças estão retratadas no esquema abaixo: 
 
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9 - PERDÃO JUDICIAL 
É o instituto, cuja natureza é de causa de extinção da punibilidade, pelo qual o juiz deixa de aplicar a 
sanção penal, em virtude de circunstâncias específicas do caso. Ocorre nos casos de bagatela imprópria, 
em que incide o princípio da desnecessidade da pena. 
O perdão judicial, que não deve ser confundido com o perdão do ofendido, independe de aceitação. É direito 
público subjetivo do acusado. Deste modo, satisfeitos os requisitos, o juiz deve conceder o benefício, que 
extinguirá a punibilidade independentemente de concordância do acusado. 
Sua admissibilidade depende de previsão na lei. Quando concedido, o perdão judicial extingue os efeitos 
penais, nos termos da Súmula 18 do STJ: 
A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo 
qualquer efeito condenatório. 
Esse enunciado também esclarece que a natureza jurídica desta causa extintiva da punibilidade é 
declaratória, ou seja, o juiz declara que estão satisfeitos os requisitos e que não há punibilidade no caso. 
Deste modo, não torna certa a obrigação de reparar o dano. 
Na doutrina, a classificação da sentença concessiva do perdão judicial como declaratória da extinção da 
punibilidade é controversa. Parte entende que é sentença condenatória, com todos os efeitos secundários 
da condenação, sendo que outra parte entende que é condenatória, mas sem a incidência de tais efeitos. 
Há doutrinadores que entendem que é absolutória e outra corrente defende que sua natureza é de exclusão 
facultativa da punibilidade. 
Por fim, há a corrente de que se trata de sentença declaratória de extinção da punibilidade, entendimento 
que foi adotado pelo STJ, como vimos pelo enunciado nº 18 da sua Súmula. 
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Sobre o perdão judicial e a reincidência, que é efeito penal secundário da condenação, o Código Penal foi 
claro ao afastar este efeito em seu artigo 120: 
Perdão judicial 
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de 
reincidência. 
O perdão judicial deve ser concedido no curso do processo penal, pelo juiz.Logicamente, não é cabível seu 
reconhecimento na investigação, muito menos sua declaração pela autoridade policial. Este instituto 
alcança todos os crimes praticados no mesmo contexto. 
O juiz considera as circunstâncias do crime e as consequências que sobrevieram ao agente. Há precedentes 
considerando as seguintes consequências da infração: as de ordem física e moral, o aleijamento de uma 
perna, as que atingem a concubina do autor, um amigo íntimo, a noiva, os familiares, etc. 
 
 
O quadro abaixo traz previsões de aplicação do perdão judicial no nosso ordenamento jurídico: 
 
Previsões Legais 
Art.121, §5º, CP §5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá 
deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração 
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a 
sanção penal se torne desnecessária. 
Art. 129, §1º., I e II, CP §8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no §5º do art. 
121. 
Art.176, par. ún., CP Tomar refeição ou se hospedar sem recursos. 
Somente se procede mediante representação, e o juiz 
pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a 
pena. 
Art. 180, §5º, CP §5º - Na hipótese do §3º {receptação culposa, se o 
criminoso é primário, pode o juiz tendo em consideração 
as circunstâncias, deixar de aplicar a pena (...) 
Art.249, §2º, CP Subtração de incapazes 
§2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se 
este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode 
deixar de aplicar a pena. 
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Art.8º da LCP No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, 
quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. 
 
 
 
(FEPESE/DPE-SC/Defensor Público/2012) 
As escusas absolutórias ou causas de isenção de pena, as condições objetivas de punibilidade e as causas de 
extinção da punibilidade são categorias importantes do Direito Penal. 
 
Sobre essas categorias, é correto afirmar: 
 a) Segundo o Código Penal, o direito de representação, sob pena de decadência, deve ser exercido no prazo 
de 6 meses, contado do dia em que o ofendido veio a saber quem é o autor do crime, mas poderá haver 
retratação da representação, desde que esta ocorra antes do recebimento da denúncia. 
 b) O perdão do ofendido e a retratação do agente, desde que realizados no curso da ação penal, implicam 
a extinção da punibilidade deste somente quando houver a concordância, expressa ou tácita, da parte 
contrária, comunicando-se aos demais agentes. 
 c) A prescrição penal é causa extintiva da punibilidade que se opera quando o Estado deixa de exercer a 
sua pretensão punitiva ou executória nos prazos estipulados, que aumentam em um terço, em qualquer 
caso, se o condenado é reincidente, e diminuem pela metade, se o agente era, ao tempo do crime, menor 
de 21 anos ou maior de 70 anos. 
 d) A perempção é uma causa de extinção de punibilidade que somente pode se operar em relação aos 
crimes de ação penal privada, como, por exemplo, quando o querelante deixar de formular o pedido de 
condenação nas alegações finais. 
 e) A sentença que decreta a falência é condição objetiva de punibilidade das infrações penais descritas na 
Lei de Recuperação Judicial e Falências e as relações familiares constituem causa de isenção de pena ou 
escusa absolutória em relação aos crimes patrimoniais, se estes forem praticados contra cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão. 
Comentários 
É correta a alternativa D. Já ressalto que a questão trata do tema prescrição, que será estudado na próxima 
aula. Entretanto, o uso dessa questão se justifica devido à cobrança dos temas principais analisados acima, 
sendo que seu conhecimento já seria suficiente para solucionar a questão. 
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A questão aborda as causas de extinção da punibilidade, as condições objetivas de punibilidade e as causas 
de exclusão da punibilidade, denominando estas últimas de escusas absolutórias ou causas de isenção de 
pena. 
A alternativa A está incorreta. Segundo o Código Penal, a representação se torna irretratável com o 
oferecimento da denúncia, e não na data do seu recebimento pelo juiz. 
A alternativa B está incorreta. Ao contrário do perdão do ofendido, a retratação do agente não exige a 
concordância, expressa ou tácita, da parte contrária. Além disso, a retratação não se comunica aos demais 
agentes nos casos dos crimes contra a honra (calúnia e difamação). 
A alternativa C está incorreta. A prescrição penal aumenta em um terço, se o condenado é reincidente, 
apenas após transitar em julgado a sentença condenatória. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Realmente, a perempção é uma causa de extinção 
de punibilidade. O Código Penal só prevê seu cabimento nos casos em que se procede mediante queixa, ou 
seja, nos crimes de ação penal privada. Uma das hipóteses é a falta de pedido de condenação nas alegações 
finais. 
A alternativa E está incorreta. A sentença que decreta a falência, conforme o texto da própria Lei de 
Recuperação Judicial e Falências, é sim condição objetiva de punibilidade das infrações penais nela descritas. 
Entretanto, as escusas abrangem as hipóteses de crimes patrimoniais praticados contra cônjuge, ascendente 
ou descendente, mas não envolve os casos em que a vítima seja irmã ou irmão do sujeito ativo. 
 
10 - PRESCRIÇÃO 
A última das causas de exclusão da punibilidade enumerada no artigo 107 do Código Penal é a prescrição. 
Entretanto, dada a extensão da matéria, o tema será objeto da próxima aula. 
Com isso, encerramos o programa de mais uma aula do nosso Curso. 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
Chegou a hora de praticamos o que estudamos durante a aula. 
 
Q1. CESPE/Polícia Federal/Delegado de Polícia/2013 
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Item 26 
A respeito da pena pecuniária, julgue o item abaixo. 
26 A multa aplicada cumulativamente com a pena de reclusão pode ser executada em face do espólio, 
quando o réu vem a óbito no curso da execução da pena, respeitando-se o limite das forças da 
herança. 
Comentários 
O princípio da intranscendência da pena impede que ela se estenda a outras pessoas além do sujeito ativo 
do delito. Está previsto no artigo 5º, XLV, da CF: 
 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
 
Como se percebe da leitura do dispositivo, as únicas exceções à intranscendência da pena são a obrigação 
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens, devendo ambas respeitar o limite do patrimônio 
transferido quando estendidas aos sucessores. 
O item está incorreto. A pena de multa não é exceção à instranscendência da pena. Portanto, a morte do 
autor acarreta a extinção da punibilidade. 
 
Q2. FUMARC/DPE-MG/Defensor Público/2009 
No crime de peculato culposo, a reparação do dano antes do trânsito em julgado da sentença, deve 
ser considerada como: 
 a) Causa especial de diminuição de pena. 
 b) Circunstância atenuante. 
 c) Excludente de ilicitude. 
 d) Excludente de imputabilidade. 
 e) Causa de extinção de punibilidade. 
Comentários 
A alternativa E está correta, haja vista que a extinção da punibilidade, neste caso, está expressamente 
prevista no art. 312, § 3º do Código Penal transcrito abaixo: 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público 
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
(...) 
Peculato culposo 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamentepara o crime de outrem: 
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Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, 
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
 
Q3. VUNESP/TJ-SP/Juiz Substituto/2015 
Em matéria de ação penal, a decadência apresenta diferentes efeitos. Sobre isso, é correto afirmar 
que 
 a) condiciona o agir do Ministério Público à condição de procedibilidade do ofendido em face do 
ofensor. 
 b) na ação penal pública condicionada à representação, impede que a vítima apresente queixa-crime. 
 c) sendo ação penal privada, ataca imediatamente o direito de agir do ofendido, e o Estado perde a 
pretensão punitiva. 
 d) na ação privada, atinge o direito de o ofendido representar, e este não pode mais agir. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Na verdade, a decadência não condiciona o agir do Ministério Público, uma 
vez que é causa de extinção da punibilidade. É a representação que é condição de procedibilidade. 
A alternativa B está incorreta. A decadência na ação penal pública condicionada à representação impede 
que a vítima apresente representação. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 
A alternativa D está incorreta. Na ação privada, a decadência atinge o direto do ofendido de apresentar 
queixa-crime. 
 
Q4. MPE-SP/MPE-SP/Promotor de Justiça/2013 
Anistia decorre de lei e é causa de extinção da punibilidade pela renúncia ao direito de punir por parte 
do Estado que, assim, promove o “esquecimento" da prática da infração penal, em prol da pacificação 
social ou política. Qual dos itens abaixo NÃO representa classificação de anistia para a doutrina? 
 a) Própria ou imprópria. 
 b) Geral ou parcial. 
 c) Condicional ou incondicional. 
 d) Restrita ou irrestrita. 
 e) Obrigatória ou facultativa. 
Comentários: 
Como visto na aula, dependendo do momento da sua concessão, a anistia pode ser: 
• Própria: concedida antes da condenação transitada em julgado. 
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• Imprópria: concedida após a condenação transitada em julgado. 
Quanto aos crimes que abrange, a anistia pode ser: 
• Comum: concedida para os delitos comuns. 
• Especial: concedida para os crimes políticos. 
Por fim, podemos, ainda, classificar a anistia conforme a previsão ou não de requisitos para usufruir do 
benefício: 
• Irrestrita ou incondicionada: não impõe qualquer requisito para sua concessão. 
• Restrita ou condicionada: exige a prática de algum ato como condição para sua concessão. Como 
exemplos de requisitos, podemos citar a obrigatoriedade de ressarcimento do dano ou a deposição 
das armas. 
Vale ressaltar que a anistia irrestrita também é denominada de plena ou geral e que a anistia restrita é 
também denominada de parcial. 
Desse modo, a alternativa E é a correta e gabarito da questão. 
 
Q5. FCC/MPE-CE/Promotor de Justiça/2011 
O rol do art. 107 do Código Penal (extinção de punibilidade) é exemplificativo. Há outras causas 
previstas na Parte Especial e leis penais especiais, entre elas: 
 a) o ressarcimento do dano no peculato culposo; o pagamento do tributo antes do recebimento da 
denúncia nos crimes de sonegação fiscal e a retratação no crime de falso testemunho. 
 b) a retratação no crime de falso testemunho; o aborto quando não há outro meio de salvar a vida 
da gestante e o furto contra cônjuge, na constância do casamento. 
 c) o furto e o roubo impróprio contra cônjuge na constância do casamento; o ressarcimento do dano 
no peculato culposo e o pagamento do tributo antes do recebimento da denúncia no crime de 
sonegação fiscal. 
 d) o ressarcimento integral do prejuízo no caso de estelionato; a retratação no crime de falso 
testemunho e a retratação do querelado na calúnia ou difamação. 
 e) em todos os casos de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça contra a pessoa em que 
haja reparação do dano. 
Comentário 
Primeiramente, analisemos as causas de extinção da punibilidade mencionadas nas assertivas, haja vista 
que se repetem. 
O ressarcimento do dano no peculato culposo exclui a punibilidade de acordo com o art. 312, § 3º do Código 
Penal: 
Art. 312 (...) 
Peculato culposo 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
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Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, 
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
O pagamento integral dos débitos tributários e seus acessórios implica a extinção da punibilidade dos crimes 
previstos nos artigos 1º e 2º da Lei 8.137/90 e nos artigos 168-A e 337-A do Código Penal. É o que prevê o 
artigo 9º, § 2º, da Lei 10.684/2003, que dispõe sobre parcelamento de débitos tributários: 
Art. 9o É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1o e 2o da 
Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o 
agente dos aludidos crimes estiver incluída no regime de parcelamento. 
§ 1o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão punitiva. 
§ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica 
relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e 
contribuições sociais, inclusive acessórios. 
Com relação ao falso testemunha e à falsa perícia, a retratação é possível nos termos do artigo 342, § 2º, do 
Código Penal: 
 § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente 
se retrata ou declara a verdade. 
Com relação aos crimes contra a honra, de acordo com o artigo 143 do Código Penal, também cabe a 
retratação: 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica 
isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-
se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios 
em que se praticou a ofensa. 
Entretanto, não cabe a retratação na injúria, com a qual se atinge a honra subjetiva do ofendido. 
A retratação nesses crimes extingue a punibilidade do agente. 
Quanto aos delitos patrimoniais, cometidos sem violência, envolvendo membros da mesma família existe 
previsão de escusas absolutórias, que estão elencadas no artigo 181 do Código Penal: 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
Quanto à prática do aborto, quando não há outro meio de salvar a vida da gestante, previsto no art. 128, I, 
CP, trata-se de uma hipótese específica de estado de necessidade. 
Quanto ao crime de estelionato, não há previsão legal específica de causa de exclusão da punibilidade. 
Dessa forma, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. 
 
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Q6. CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2018 
Com relação à punibilidade e às causas de sua extinção, julgue os itens a seguir. 
I A morte do agente extingue todos os efeitos penais, exceto a cobrança da pena de multae da pena 
alternativa pecuniária, que poderão ser cobradas dos herdeiros. 
II O instrumento normativo para instrumentalizar o indulto e a anistia é o decreto presidencial; 
enquanto a graça é concedida por lei. 
III De acordo com o Código Penal, o recebimento de indenização pelo dano resultante do crime 
caracteriza renúncia tácita ao direito de prestar queixa. 
IV A retratação, prevista no Código Penal, é admitida nos casos de crimes contra a honra, mas apenas 
se tratar-se de calúnia e difamação, sendo inadmissível na injúria. 
V Em se tratando de crimes contra honra, o Código Penal prevê a possibilidade de retratação 
exclusivamente pessoal, ou seja, ela não se comunica aos demais ofensores. 
Estão certos apenas os itens 
 a) I e II. 
 b) I e III. 
 c) II e V. 
 d) III e IV. 
 e) IV e V. 
Comentários 
O item I está errado. De acordo com o art. 5º, inciso XLV da Constituição Federal 
Art. 5° 
(...) 
XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
O item II está errado pelo fato de que o instrumento normativo para instrumentalizar o indulto e a graça é 
o decreto presidencial; enquanto a anistia é concedida por lei. 
O item III está incorreto. De acordo com o art. 104, parágrafo único: 
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. 
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a 
vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano 
causado pelo crime 
O itens IV e V estão corretos. O item IV está correto pois, tratando-se de injúria, a ofensa atinge a honra 
subjetiva do ofendido, não cabendo, assim, a retratação. 
Quanto ao item V, vale destacar que a regra é que a retratação é pessoal, ou seja, incomunicável aos demais 
ofensores. 
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Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. 
 
Q7. CESPE/DPE-AL/Defensor Público/2017 
 Assinale a opção que apresenta causa que acarreta a extinção da punibilidade, extensível aos 
coautores e partícipes. 
 a) morte do agente 
 b) perempção 
 c) perdão judicial 
 d) retração do querelado na calúnia 
 e) prescrição ao agente menor de vinte e um anos 
Comentários 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. São causas que NÃO se comunicam: 
➢ a morte do agente; 
➢ o perdão judicial; 
➢ a graça, o indulto e a anistia; 
➢ a retratação do querelado na calúnia ou difamação; 
➢ a prescrição. 
Dada a indivisibilidade da ação penal, a perempção atinge a todos. 
Q8. MPE-RS/MPE-RS/Promotor de Justiça/2017 
Deoclécio foi vítima de furto de um par de tênis, em 15 de janeiro de 2016, data em que tomou 
conhecimento que o autor do crime era Hermenegildo. O Promotor de Justiça teve vista do inquérito 
policial em 1º de março de 2016, uma terça-feira. Tratando-se de indiciado solto, o prazo para o 
Promotor de Justiça manifestar-se encerrou em 16 de março de 2016, uma quarta-feira. Como o 
Promotor de Justiça permanecia sem manifestar-se nos autos do inquérito, em 08 de setembro de 
2016, 6 meses e sete dias após o fato, Deoclécio ajuíza Queixa-Crime (ação penal privada subsidiária 
da pública) contra Hermenegildo, imputando-lhe a prática de furto. No curso da instrução são 
indiscutivelmente provadas a materialidade e a autoria do crime que recai sobre Hermenegildo. Em 
alegações finais, Deoclécio, por seu advogado munido de procuração com poderes especiais para 
tanto, concede perdão ao querelado, invocando o art. 58 do Código de Processo Penal que diz: 
“Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, 
dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio 
importará aceitação.”. Também em alegações finais, Hermenegildo aceita o perdão oferecido. 
Com base nesses dados fáticos, assinale a alternativa correta. 
a) Hermenegildo decaiu do direito de queixa, eis que entre a data do fato, momento que tomou 
conhecimento da autoria, e o oferecimento da queixa-crime transcorreram mais de 6 meses. 
b) Hermenegildo decaiu do direito de queixa, eis que entre a data da vista ao Promotor de Justiça e o 
oferecimento da queixa-crime transcorreram mais de 6 meses. 
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c) Como a ação é privada, aceito o perdão o juiz julgará extinta a punibilidade. 
d) Não é admissível o perdão dada a natureza do crime. 
e) O perdão é ato personalíssimo e, portanto, não pode ser concedido através de advogado, mesmo 
com procuração. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Inicialmente, em razão do fato de que Deoclécio foi a vítima e a ele cabe o 
direito de queixa. Em segundo lugar, verifica-se que não houve a decadência. Vejamos: 
Decadência do direito de queixa ou de representação 
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de 
representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber 
quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o 
prazo para oferecimento da denúncia. 
No caso de ação penal privada subsidiária da pública, o ofendido poderá oferecer queixa-crime no prazo de 
6 (seis) meses, contado do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia. 
A alternativa B está incorreta. Deoclécio não decaiu do direito de queixa, uma vez que não transcorreram 
mais de 6 meses entre o fim do prazo para o oferecimento da denúncia e oferecimento da queixa crime. 
A alternativa C está incorreta. O perdão é cabível nas ações penais privadas, sejam exclusivas ou 
personalíssimas, em razão do princípio da disponibilidade. Entretanto, o caso em tela retrata uma ação penal 
privada subsidiária da pública. 
A alternativa D está correta, tendo em vista que não é admissível o perdão dada a natureza do crime. 
Vejamos: 
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao 
prosseguimento da ação. 
A alternativa E está incorreta. O advogado pode representá-lo nas alegações finais, posto que se encontrava 
munido de procuração com poderes especiais para tanto. 
Desse modo, a alternativa D é a correta e gabarito da questão. 
 
Q9. MPE-PR/MPE-PR/Promotor de Justiça/2016 
Quanto ao indulto, é correto afirmar que: 
a) É vedada a concessão de indulto ao condenado pela prática de crime de tráfico de drogas 
privilegiado; 
b) Na hipótese de indulto individual, o parecer do Conselho Penitenciário vincula o Presidente da 
República; 
c) O indulto extingue a pena e seus efeitos secundários (penais e extrapenais); 
d) O indulto coletivo é forma de indulgência concedida espontaneamente pelo Presidente da 
República atribuição esta indelegável a qualquer outra autoridade; 
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e) O indulto individual ou graça pode ser recusado pelo beneficiário, caso estabelecidas condições 
para a sua concessão. 
 Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Nem todos os crimes podem ter sua punibilidade extinta por meio da anistia, 
da graça e do indulto. A Constituição Federal impõe limites a referidos atos de renúncia ao ius puniendi, em 
seu artigo 5º, inciso XLIII: 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos comocrimes hediondos, 
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
Entretanto, referidas vedações não se estendem ao chamado tráfico de entorpecentes privilegiado. É o que 
decidiu o pleno do STF no HC 118533, em 23 de junho de 2016. 
A alternativa B está incorreta, pois, de acordo com o art. 84, inciso XII da Constituição Federal, a concessão 
de indulto compete privativamente ao Presidente da República, podendo ser delegado aos Ministros de 
Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites 
traçados nas respectivas delegações. 
A alternativa C está incorreta, uma vez que no caso do indulto, permanecem os efeitos penais secundários 
e os efeitos extrapenais. 
A alternativa D está incorreta. O indulto é ato privativo do Presidente mas pode ser delegado de acordo 
com o art. 84, parágrafo único da Constituição: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
(...) 
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; 
(...) 
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, 
XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao 
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois o acusado pode não atender as condições que 
lhes foram impostas, o que importa na recusa do benefício. 
 
Q10. CESPE/DPE-RN/Defensor Público/2015 
No que se refere à extinção da punibilidade, assinale a opção correta. 
 a) Nos crimes contra a ordem tributária, o pagamento integral do débito tributário após o trânsito 
em julgado da condenação é causa de extinção da punibilidade. 
 b) Na compreensão do STF, a decisão que, com base em certidão de óbito falsa, julga extinta a 
punibilidade do réu não pode ser revogada, dado que gera coisa julgada material. 
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 c) O indulto, ato privativo do presidente da República, tem por escopo extinguir os efeitos primários 
da condenação, isto é, a pena, de forma plena ou parcial. Todavia, persistem os efeitos secundários, 
tais como a reincidência. 
 d) O recebimento de queixa-crime pelo juiz não é condição para o reconhecimento da perempção. 
 e) O ajuizamento da queixa-crime perante juízo incompetente ratione loci, no prazo fixado para o seu 
exercício, não obsta o decurso do prazo decadencial. 
Comentários: 
Atenção, esta questão está desatualizada com relação à alternativa A, pois o entendimento do STJ mudou. 
Usei para demonstrar que houve a alteração e a sua cobrança nos concursos: 
A alternativa A estava incorreta. Como visto na aula, o pagamento integral dos débitos tributários e seus 
acessórios implica a extinção da punibilidade dos crimes previstos nos artigos 1º e 2º da Lei 8.137/90 e nos 
artigos 168-A e 337-A do Código Penal. Em razão desta previsão legal, o STJ passou a entender que é possível 
a extinção da punibilidade, pelo pagamento dos tributos e seus acessórios, mesmo após o trânsito em 
julgado da condenação, no que se refere aos crimes dos artigos 1º e 2º da Lei 8.137/90 e artigos 168-A e 
337-A do Código Penal. Como antes o entendimento era diverso, em 2015 a assertiva era considerada 
errada. 
A alternativa B está incorreta. O STF entende que, nestes casos, a decisão é inexistente, pois baseada em 
uma premissa falsa. Como a verdadeira causa da extinção da punibilidade é a morte do agente, sem a efetiva 
ocorrência do efeito a decisão fica sem conteúdo. 
A alternativa C está correta. O indulto apaga os efeitos penais principais. Entretanto, permanecem os efeitos 
penais secundários e os efeitos extrapenais. 
Portanto, penas pecuniárias não são proibidas pela Constituição Federal. 
A alternativa D está incorreta. Na verdade, perempção é a causa de extinção da punibilidade que representa 
uma sanção penal ao querelante negligente ou inerte. 
A alternativa E está incorreta. De acordo com precedentes do STJ, o ajuizamento da queixa-crime perante 
juízo incompetente ratione loci, no prazo fixado para o seu exercício, obsta o decurso do prazo decadencial. 
Desse modo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão. 
 
Q.11. FCC/TRT 3ª Região/Juiz do Trabalho Substituto/2015 
O perdão do ofendido 
 a) é admissível mesmo depois que passa em julgado a sentença condenatória. 
 b) prejudica o direito dos outros, se concedido por um dos ofendidos. 
 c) não aproveita a todos, se concedido apenas a um dos querelados. 
 d) só é admissível se expresso. 
 e) exige aceitação do querelado para produzir efeito. 
Comentários: 
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A alternativa E é a correta e gabarito da questão. O perdão do ofendido é a causa de extinção da punibilidade 
que consiste em ato pelo qual o ofendido ou seu representante legal manifesta seu desejo de desistir da 
ação penal privada exclusiva ou personalíssima. Este ato exige a concordância do querelado, com a qual o 
direito de punir se extingue. É um ato bilateral. É cabível desde o oferecimento da queixa até o trânsito em 
julgado, ou seja, a oportunidade para o seu exercício é no curso do processo penal. 
 
Q.12. VUNESP/TJ-SP/Juiz/2014 
Analise estas quatro assertivas atinentes a certas formas de clemência do Estado: 
I. A Primeira é concedida pelo Congresso Nacional, por lei, voltada ao esquecimento de certos fatos, 
fazendo desaparecer suas consequências penais, consistindo em medida de política criminal. 
II. A Segunda é concedida de ofício pelo Presidente da República, por decreto, voltada a condenados, 
dirigindo-se a determinada categoria de sentenciados. Configura expectativa de direito, eis que sua 
aplicação depende de decisão do Juízo das Execuções, que verifica o preenchimento dos requisitos 
exigidos para identificar quais daqueles condenados são alcançados pelo benefício presidencial, que, 
destarte, terão extintas suas penas. 
III. A Terceira se dirige a um determinado condenado, condicionada à prévia solicitação, concedida em 
razão de alguma especial situação ou mérito que apresente ou, simplesmente, pela vontade 
discricionária do Presidente da República, podendo ter caráter humanitário. 
IV. A Quarta é modalidade concedida de ofício pelo Presidente da República, por decreto, voltada a 
condenados e dirigida a um número indeterminado de reeducandos, desde que preencham os 
requisitos do decreto concessivo, podendo ajustar a execução, diminuindo ou substituindo a pena, 
devendo ser retificada a conta de liquidação para ajustá-la à nova realidade no tocan- te ao quantum, 
nos termos do decreto que a concedeu. 
A partir da análise destes quatro conceitos, conclui-se que estamos tratando, respectivamente, de: 
 a) Graça, Comutação, Anistia, Indulto coletivo pleno. 
 b) Anistia, Indulto coletivo pleno, Graça, Comutação. 
 c) Anistia, Comutação, Graça, Indulto coletivo pleno. 
 d) Graça, Indulto coletivo pleno, Anistia, Comutação. 
Comentários: 
A alternativa B é a alternativa correta. 
Anistia é a causa de extinção da punibilidade, formalizada por ato legislativo, de renúncia estatal ao direito 
de punir. A anistia apaga todos os efeitos penais, tanto os principais quanto secundários. Permanecem, 
entretanto, os efeitos extrapenais. Seus efeitos são ex tunc. A competência exclusiva pertence à União, 
sendo privativa do Congresso Nacional. A lei de anistia não pode ser revogada por lei posterior, em razão do 
princípio da irretroatividade. 
Graça em sentido estrito é um benefício individual. Depende de provocação do interessado para sua 
concessão e, com isso, ensejar a extinção da punibilidade. Indulto é um benefício coletivo. Sua concessãoatinge todos aqueles aos quais o decreto se destina, não dependendo de nenhuma provocação. A graça e o 
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indulto são causas de extinção da punibilidade, formalizadas por Decreto Presidencial, que representam 
uma renúncia do Estado ao seu direito de punir, por razões de política criminal ou clemência. Referido ato, 
de competência do Presidente da República, pode ser delegado aos Ministros de Estado, ao Procurador-
Geral da República e ao Advogado-Geral da União. Tal qual a anistia, a graça e o indulto apagam os efeitos 
penais principais. Entretanto, no caso da graça e do indulto, permanecem os efeitos penais secundários e 
os efeitos extrapenais. A previsão desta causa de extinção da punibilidade está no artigo 84, inciso XII e 
parágrafo único, da Constituição. 
Comutação é a denominação dada a graça e ao indulto quando parciais, ou seja, quando concedem apenas 
uma diminuição da pena, tornando a situação do condenado ou executado mais benéfica. 
 
Q13. NC-UFPR/DPE-PR/Defensor Público/2014 
O perdão do ofendido 
 a) nos crimes em que somente se procede mediante queixa não impede o prosseguimento da ação. 
 b) se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita. 
 c) produz a exclusão da culpabilidade, mesmo que o querelado o recuse. 
 d) se concedido por um dos ofendidos, prejudica o direito dos outros. 
 e) não produz efeitos se for tácito. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. O perdão do ofendido é causa de extinção da punibilidade que obsta o 
prosseguimento da ação penal privada exclusiva ou personalíssima, conforme o art. 105 do Código Penal: 
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao 
prosseguimento da ação. 
A alternativa B está correta, pois, o artigo 106 do Código Penal prevê: 
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; 
A alternativa C está incorreta. Cuida-se de ato bilateral. Por conseguinte, a aceitação do querelado é 
imprescindível para extinguir a punibilidade. Abaixo, segue a fundamentação jurídica: 
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
III - se o querelado o recusa, não produz efeito. 
A alternativa D está incorreta. Vejamos: 
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; 
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 106, § 1º do Código Penal, o perdão tácito produz 
efeitos: 
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
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§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na 
ação. 
Desse modo, a alternativa B é a correta e gabarito da questão. 
 
Q14. VUNESP/TJ-RJ/Juiz/2014 
Márcio e Rodrigo, vizinhos, divulgaram comunicado no condomínio onde residem, em que narram que 
a síndica, Tatiana, apropriou-se de valores em detrimento dos condôminos. Estão sendo processados 
por Tatiana, em ação penal privada, pelo crime de calúnia. No curso do processo e antes da sentença 
de primeiro grau, Márcio e Tatiana ficam noivos. Diante da notícia desse fato no processo, trazida pelo 
Ministério Público, o Juiz deve considerar que 
 a) o fato comunicado não traz qualquer consequência à punibilidade dos querelados e deve dar 
seguimento ao processo. 
 b) Márcio foi perdoado, estendendo tal benesse a Rodrigo, e deve intimá-los para que aceitem ou 
não o perdão. 
 c) Márcio foi perdoado, extinguindo imediatamente sua punibilidade e deve intimar Rodrigo para que 
aceite ou não o perdão. 
 d) Márcio foi perdoado, estendendo tal benesse a Rodrigo, e deve, imediatamente, extinguir a 
punibilidade de ambos. 
Comentários: 
A alternativa B é a alternativa correta. O Perdão tácito decorre de conduta do ofendido que seja 
incompatível com o desejo de prosseguir com a ação penal contra o agente. Se o agente e a ofendida, por 
exemplo, iniciaram um relacionamento amoroso, haverá perdão tácito em relação à ação penal privada em 
curso. Quanto ao Rodrigo, o perdão se aproveita conforme dispõe o dispositivo do Código Penal abaixo 
transcrito: 
 Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; 
Com relação a ambos, devem ser intimados, pois o perdão é bilateral. 
 
Q15. Aroeira/PC-TO/Delegado de Polícia/2014 
Extingue-se a punibilidade pela retratação do agente, no caso de: 
 a) injúria real. 
 b) denunciação caluniosa. 
 c) autoacusação falsa. 
 d) falso testemunho. 
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Comentários: 
A alternativa D está correta. Com relação ao falso testemunho e à falsa perícia, a retratação é possível nos 
termos do artigo 342, § 2º, do Código Penal: 
 § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente 
se retrata ou declara a verdade. 
 
Q16. MPE-MG/MPE-MG/Promotor de Justiça/2014 
Não se pode deduzir o seguinte efeito da anistia: 
 a) Pode ser revogada. 
 b) Por não ser pessoal, a anistia do delito cometido pelo autor beneficia também os eventuais 
partícipes. 
 c) A parte da pena cumprida até a descriminalização é considerada ao abrigo do direito vigente à 
época de sua execução, de modo que não se pode pedir a restituição da multa paga. 
 d) Não pode ser repudiada pelo beneficiário. 
Comentários: 
A alternativa A é a alternativa incorreta. A lei de anistia não pode ser revogada por lei posterior, em razão 
do princípio da irretroatividade. Tendo sido extinta a punibilidade, não pode ela ser reinstituída por lei 
posterior mais gravosa, ou seja, lex gravior. 
 
Q17. MPE-MG/MPE-MG/Promotor de Justiça/2013 
São situações especificamente previstas em lei que permitem o perdão judicial, EXCETO: 
 a) “Lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, caso o autor, coautor ou partícipe colaborar 
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das 
infrações penais e de sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. 
 b) Guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, considerando as 
circunstâncias do caso. 
 c) Receptação imprópria, caso seja o autor primário e conforme as circunstâncias do caso. 
 d) Injúria, quando o ofendido, de forma reprovável, provocou-a diretamente. 
Comentários: 
Alguns dos crimes tratados nesta questão são parte da disciplina Direito Penal Especial, por não estarem 
previstos no Código Penal. 
A alternativa A está correta. De acordo com o do art. 1º da Lei nº 12.683/2012, o juiz poderá beneficiar o 
delator com o perdão judicial: 
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, 
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de 
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando 
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esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores 
e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. 
A alternativa B está correta. Vejamos o dispositivo da Lei 9.605/98: 
Dos Crimes contra a Fauna 
 Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota 
migratória, sem a devidapermissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em 
desacordo com a obtida: 
 Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. 
 § 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode 
o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
A alternativa C está incorreta, haja vista inexistir previsão de perdão judicial para a receptação imprópria. 
Só é possível o perdão judicial no caso de receptação culposa. 
A alternativa D está correta. Em relação à injúria: 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria 
Portanto, o gabarito da questão é a alternativa C. 
 
Q18. COPS-UEL/PC-PR/Delegado de Polícia/2013 
Quanto à anistia, à graça e ao indulto, considere as afirmativas a seguir. 
I. A anistia e o indulto são atos privativos do Presidente da República, enquanto a graça é concedida 
pelo Congresso Nacional. 
II. A anistia pode ser recusada pelo destinatário, admitindo inclusive revogação, enquanto a graça e o 
indulto não podem ser recusados, inadmitindo revogação. 
III. A anistia tem natureza objetiva, dirigindo-se aos fatos, enquanto a graça em sentido estrito e o 
indulto destinam-se a determinados indivíduos, particular ou coletivamente considerados. 
IV. A graça e o indulto pressupõem o trânsito em julgado da sentença penal condenatória e não 
extinguem os seus efeitos penais. 
Assinale a alternativa correta. 
 a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
 b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
 c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
 d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
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 e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
Comentários: 
O item I está incorreto. A anistia é concedida por meio de lei formal, elaborada pelo Congresso Nacional e 
sancionada pelo Presidente da República (ou com veto derrubado pelos parlamentares). Enquanto a graça 
e indulto são concedidos por decreto do Presidente da República, ato que pode ser delegado aos Ministros 
de Estado, ao Advogado-Geral da União ou ao Procurador-Geral da República. 
O item II está incorreto. Primeiro, porque a lei de anistia não pode ser revogada por lei posterior, em razão 
do princípio da irretroatividade. Em segundo lugar, apenas se admite recusa quando a graça e o indulto são 
parciais, nos termos do artigo 739 do Código de Processo Penal: 
Art. 739. O condenado poderá recusar a comutação da pena. 
Os itens III e IV estão corretos. 
A alternativa C está correta e constitui o gabarito da questão. 
 
Q19. MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça/2013 
Analise o enunciado da questão abaixo e assinale 
"Certo" (C) ou "Errado" (E) 
Acerca da extinção da punibilidade, na hipótese da causa de extinção da punibilidade ocorrer depois 
do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, em regra, o sujeito, vindo a cometer novo 
delito, será considerado reincidente, à exceção apenas do abolitio criminis e do indulto. 
o Certo 
o Errado 
Comentários: 
A assertiva está errada. A reincidência é efeito secundário penal, sendo afastada no caso de abolitio criminis, 
perdão judicial, prescrição da pretensão punitiva e anistia. No caso de indulto e de prescrição da pretensão 
executória, a reincidência permanece. 
 
Q20. FCC/TJ-PE/Juiz/2013 
Em relação às causas de extinção da punibilidade, correto afirmar que: 
 a) não a configuram a concessão de indulto parcial ou comutação, de competência privativa do 
Presidente da República. 
 b) cabível o perdão judicial no caso de qualquer infração penal. 
 c) a concessão de anistia é de competência privativa do Presidente da República, excluindo o crime e 
fazendo desaparecer suas consequências penais. 
 d) a concessão de indulto faz com que o beneficiado retorne à condição de primário. 
 e) não são previstas, em qualquer situação, para casos de reparação do dano pelo agente. 
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Comentários: 
A alternativa A está correta, pois o indulto parcial concede apenas uma diminuição da pena, tornando a 
situação do condenado ou executado mais benéfica. Quando parciais, a graça e o indulto são denominados 
de comutação. 
A alternativa B está incorreta, pois o enunciado do art. 107, inciso IX do Código Penal é enfático no sentido 
de restringir a extinção da punibilidade apenas nos casos previstos em lei. 
A alternativa C está incorreta. A anistia é concedida por meio de lei formal, elaborada pelo Congresso 
Nacional e sancionada pelo Presidente da República (ou com veto derrubado pelos parlamentares). 
A alternativa D está incorreta. O indulto apaga os efeitos penais principais. Entretanto, permanecem os 
efeitos penais secundários (como a reincidência) e os efeitos extrapenais. 
A alternativa E está incorreta. Pelo contrário, são previstas causas de extinção da punibilidade, em algumas 
situações, para casos de reparação do dano pelo agente. À título de exemplo, podemos citar a reparação do 
dano, antes de sentença irrecorrível, no peculato culposo, prevista no artigo 312, § 2º, do Código Penal. 
 
Q21. TRT-3ª Região/TRT-3ª Região/Juiz do Trabalho/2013 
Na sistemática do Código Penal, são causas de extinção de punibilidade, exceto: 
 a) Morte do agente 
 b) Retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso 
 c) Perdão aceito nos crimes de ação penal privada e ação penal pública condicionada. 
 d) Anistia, graça ou indulto 
 e) Prescrição, decadência ou perempção 
Comentários: 
A alternativa C é o gabarito da questão. O perdão do ofendido é causa de extinção da punibilidade apenas 
na ação penal privada exclusiva ou personalíssima, em razão do princípio da disponibilidade. 
 
Q22. CESPE/DPE-TO/Defensor Público/2013 
No que diz respeito ao indulto e à comutação de penas, assinale a opção correta. 
a) Admite-se a aplicação do indulto humanitário aos condenados por qualquer espécie de crimes, salvo 
os crimes hediondos, desde que comprovadas as condições para a concessão do benefício, por meio 
de laudo médico oficial ou por médico designado pelo juízo da execução. 
b) A concessão do indulto é ato privativo do presidente da República e tem por escopo extinguir os 
efeitos primários da condenação, de forma plena ou parcial, persistindo, contudo, os efeitos 
secundários, tais como reincidência, inclusão do nome do réu no rol dos culpados e obrigação de 
indenizar a vítima. 
c) Admite-se a concessão do benefício de comutação da pena aos condenados por crimes hediondos 
ou equiparados ante a ausência de vedação expressa na CF ou na lei de regência. 
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d) É vedada a concessão de indulto à pena de multa, ainda que aplicada cumulativamente com pena 
privativa de liberdade. 
e) A extinção da punibilidade é efeito da aplicação do indulto e da comutação da pena, permanecendo 
o registro da condenação na folha de antecedentes do beneficiário, para fins de prova de reincidência 
e análise de antecedentes criminais. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois o STJ tem aceitado o indulto humanitário nos casos de crimes hediondos 
e equiparados. 
A alternativa B está correta. 
A alternativa C está incorreta, pois, a Constituição Federal prevê em seu artigo 5º, inciso XLIII: 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o 
tráfico ilícito de entorpecenteskiller que, tendo completado 18 anos de idade, invada uma escola, mate vários 
colegas de sala e se mate logo em seguida. Crime houve. Entretanto, a morte do sujeito impede sua punição. 
É um caso de infração penal sem punibilidade. 
A punibilidade pode não estar presente por diversas causas, que costumam ser classificadas pela doutrina 
da seguinte forma: 
➢ Causas de exclusão da punibilidade: são hipóteses que impedem o surgimento do direito de punir 
do Estado. Em razão de condições pessoais do agente, há hipóteses em que a prática de uma infração 
penal não implica o direito do Estado de aplicar uma punição, por motivos de política criminal. Nem 
todos os doutrinadores utilizam essa nomenclatura, sendo que muitos tratam como causas de 
isenção de pena, imunidades dos crimes contra o patrimônio ou escusas absolutórias. 
➢ Condições objetivas de punibilidade: é a condição, externa ao delito, de que depende a imposição 
da sanção penal pela prática de um crime. As condições objetivas de punibilidade a condicionam, 
não dependendo da vontade do agente. O direito de punir fica suspenso até o advento dessa 
condição. 
➢ Causas de extinção da punibilidade: são as situações que, após o surgimento do direito de punir do 
Estado, causam sua extinção. O direito de punir surge, mas deixa de existir por um motivo 
superveniente. As causas de extinção da punibilidade podem ser comuns ou gerais, referentes a 
todos os delitos, e especiais ou particulares, quando se limitam a determinadas infrações penais. 
 
Segue um esquema com a diferenciação entre as hipóteses, tratando de alguns exemplos 
desses casos: 
 
 
Os exemplos e as hipóteses de cada uma das modalidades de não incidência da punibilidade serão estudados 
separadamente. As causas de exclusão da punibilidade devem ser estudadas de forma mais detida no estudo 
dos crimes patrimoniais, por exemplo. Por sua vez, a condições objetivas de punibilidade serão estudadas 
ao longo de todo o curso, envolvendo também a disciplina de Direito Penal Especial, pois se referem a 
determinados crimes, com peculiaridades próprias. 
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As causas extintivas da punibilidade devem ser estudadas aqui, especialmente aquelas listadas no artigo 107 
do Código Penal. Entretanto, também existem as causas não elencadas em referido dispositivo, que serão 
tratadas ao longo do curso. 
De todo modo, o mais relevante é entender a diferença entre as causas de exclusão da punibilidade, as 
condições objetivas de punibilidade e as causas extintivas de punibilidade, em uma abordagem que busca o 
entendimento majoritário, considerando que há divergências doutrinárias. 
 
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA PUNIBILIDADE 
Em relação às situações em que há um delito, mas não há punibilidade, encontram-se as chamadas causas 
de exclusão da punibilidade. A causa de exclusão da punibilidade impede o surgimento do direito de punir 
do Estado. Portanto, apesar de haver a prática de um fato típico, ilícito e culpável, não haverá a punibilidade. 
As causas de exclusão da punibilidade delimitam o direito de punir do Estado, determinando que a prática 
de delitos por algumas pessoas, em certas circunstâncias, não implica a imposição de sanção penal. Os 
motivos são de política criminal, conforme escolha feita pelo legislador e expressa no ordenamento jurídico. 
As causas de exclusão da punibilidade são consideradas, por parte da doutrina, como imunidades absolutas 
ou escusas absolutórias. São hipóteses em que, apesar de configurado o delito, não há imposição de pena 
em razão de condição pessoal do agente, por política criminal. Também podem ser denominadas de causas 
de isenção de pena. 
Segundo Luiz Regis Prado, são condições objetivas de punibilidade negativamente formuladas, ou seja, se 
estiverem presentes não se impõe pena ao agente1. São, assim como as condições objetivas (que suspendem 
a prescrição) e como o próprio nome diz, de natureza objetiva, não sendo necessário que o dolo ou culpa 
do agente as alcance. Devem já estar presentes à época do delito, como condição pessoal do agente que 
impede que surja o direito de punir do Estado. 
No caso das imunidades relativas, que serão estudadas quando da análise dos crimes 
patrimoniais, o que se tem é a imposição de uma condição objetiva de punibilidade, 
consistente na exigência de representação do ofendido em razão de determinada condição 
pessoal do agente. Portanto, as imunidades relativas não implicam na exclusão da 
punibilidade e, por isso, não fazem parte do rol de causas de isenção de pena. 
 
1 - IMUNIDADES ABSOLUTAS OU ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS 
As imunidades absolutas ou escusas absolutórias são hipóteses de exclusão da punibilidade em razão da 
relação existente entre o sujeito ativo e o passivo do delito. O Estado fica impedido de exercer seu direito 
de punir em determinadas hipóteses, mesmo que tenha havido crime, por opção legislativa de política 
criminal. 
 
1 PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. Parte Geral e Parte Especial. 18 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020, p. 352. 
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Quando determinados delitos são cometidos no seio familiar, não há interesse social na repressão penal. 
Isto porque se entende que essa responsabilização representaria uma ingerência grande do Estado na 
família, ou seja, o poder de punir interferiria nas relações familiares de forma gravosa sem necessidade, por 
se tratar de tema meramente patrimonial. 
O Código prevê escusas absolutórias para delitos patrimoniais, cometidos sem violência, envolvendo 
membros da mesma família. As hipóteses estão elencadas no artigo 181 do Código Penal: 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
O artigo transcrito acima faz referência ao Título II, denominado “Dos Crimes Contra o Patrimônio”. Sua 
incidência é limitada pelo artigo 183 do Código Penal, que exclui de sua incidência determinadas hipóteses: 
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou 
violência à pessoa; 
II - ao estranho que participa do crime. 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
Essas hipóteses devem ser estudadas de forma mais detalhada na análise dos crimes contra o patrimônio. 
Entretanto, cumpre aqui entender como essas escusas absolutórias impedem que surja o ius puniendi. 
Se a esposa subtrair dois mil reais da carteira do seu marido, sua conduta será típica. Digamos que não haja 
nenhuma excludente de ilicitude e, por isso, seja antijurídica. Por fim, a culpabilidade está presente, pois ele 
tinha consciência da ilicitude do que fez, era capaz de querer e entender o que fez, o que torna sua conduta 
reprovável. Temos, portanto, a prática de um crime (fato típico, ilícito e culpável). 
Entretanto, a causa de exclusão da punibilidade impede que o direito de punir do Estado nasça. O artigo 
181, inciso I, do Código Penal impede que se imponha sanção penal ao agente, razão pela qual o marido não 
deve ser processado nem denunciado pelo delito cometido. 
O exemplo demonstra que a causa de exclusão da punibilidade, chamada escusa absolutória, não se 
confunde com a causa de extinção da punibilidade. A escusa absolutória não permite sequer o nascimento 
da pretensão estatal de aplicação da sanção, de modo que o agente não pode ser condenado e ter contra 
si imposta uma pena em razão da conduta que praticou. 
Pensemos em outro exemplo. A prática do crime de furto por João em relação à Maria,e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por 
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
Ademais, a Lei 8072/90, que dispõe sobre os crimes hediondos, trata do tema no seu artigo 2º, inciso I: 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o 
terrorismo são insuscetíveis de: 
I - anistia, graça e indulto; 
II - fiança. 
A comutação é o indulto parcial e, portanto, também está vedada. 
A alternativa D está incorreta. Não há previsão para a vedação de concessão de indulto à pena de multa. 
A alternativa E está incorreta. A extinção da punibilidade é efeito da aplicação do indulto geral, não de 
comutação. No indulto geral, permanece o registro da condenação na folha de antecedentes do beneficiário, 
para fins de prova de reincidência e análise de antecedentes criminais. 
Portanto, o gabarito da questão é a alternativa B. 
 
Q23. FGV/PC-MA/Delegado de Polícia/2012 
Paulo dirigia seu veículo em que estavam sua filha Juliana e uma amiga desta de nome Janaína. Na 
ocasião, em excessiva velocidade, perde a direção do veículo e invade a mão contrária, colidindo com 
um caminhão que vinha em sua mão correta de direção. 
Do acidente, resultaram as mortes de Juliana e Janaína, sem que Paulo sofresse qualquer lesão. Paulo 
foi denunciado pela prática do injusto do Art. 302, da Lei n. 9.503/97 (homicídio culposo no trânsito), 
por duas vezes, na forma do Art. 70, do CP (concurso formal). 
No curso da instrução, a culpa de Paulo foi demonstrada, ficando comprovada a sua primariedade, 
bons antecedentes, excelente comportamento social, sendo o fato dos autos um caso isolado, nunca 
tendo se envolvido em outro acidente, apesar de possuir carteira de habilitação há mais de 20 anos. 
A defesa requereu ao final a extinção da punibilidade pelo perdão judicial, eis que uma das vítimas era 
sua própria filha. 
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Diante desse quadro 
 a) Paulo não faz jus ao perdão (Art. 107, IX, do CP), eis que tal causa de extinção da punibilidade não 
se aplica aos crimes da Lei n. 9.503/97, porquanto o artigo que dispunha de tal regra na referida lei 
especial foi vetado. 
 b) Paulo terá direito ao perdão somente com relação à morte de sua filha, devendo ser condenado 
com relação à morte de Janaína. 
 c) Paulo terá direito ao perdão judicial com relação a ambos os crimes. 
 d) Paulo somente terá direito ao perdão se houver a concordância dos pais de Janaína. 
 e) Paulo não terá direito ao perdão judicial, sob pena de tal decisão impedir a reparação civil 
respectiva. 
A alternativa C estava correta e era o gabarito da questão. Neste caso, o crime de homicídio culposo na 
direção de veículo automotor abrange a concessão do perdão judicial, sendo permitida a analogia in bonam 
partem. 
Entretanto, o entendimento do STJ se fixou, atualmente, em sentido contrário à extensão do perdão, não 
sendo possível, atualmente, a extensão do perdão judicial a vítimas sem relação com o agente. Por isso, 
atualmente, a alternativa correta é a letra B. A questão foi mantida para demonstrar a oscilação da 
jurisprudência, com indicação, já no gabarito, da alternativa apontada pela banca em 2012 e qual a resposta 
é a correta no entendimento atual do Superior Tribunal de Justiça. O tema deve ser estudado de forma mais 
detida no tema do homicídio culposo. 
 
Q24. TJ-DFT/ TJ-DFT/Juiz/2012 
Julgue os itens a seguir: 
I – De acordo com o Código Penal, o indulto, a perempção e a retroatividade de lei que não mais 
considera o fato como criminoso são causas extintivas da punibilidade. 
II – De acordo com o Código Penal e o entendimento pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça, o 
Juiz deve considerar a sentença que conceder perdão judicial exclusivamente para efeitos de 
reincidência. 
III – De acordo com o Código Penal, o Juiz poderá conceder perdão judicial em algumas hipóteses 
relacionadas aos crimes de injúria, outras fraudes e receptação culposa. 
IV – A Lei de Contravenções Penais (Decreto-Lei n. 3.688/41) não prevê qualquer hipótese de 
concessão de perdão judicial. 
Estão corretos apenas os itens: 
 a) I e II 
 b) I e III 
 c) II e IV 
 d) III e IV 
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Os itens I está correto. Todas estas causas extintivas da punibilidade estão previstas no art. 107 do Código 
Penal: 
 Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
O item II está incorreto. O Código Penal foi claro ao afastar o efeito da reincidência nos casos em que há o 
perdão judicial, conforme o art. 20, abaixo transcrito: 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição 
por crime culposo, se previsto em lei. 
Ademais, a Súmula nº 18, STJ dispõe que: 
A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade. 
O item III está correto. O fundamento legal a respeito da possibilidade de concessão de perdão judicial nos 
crimes de injúria, outras fraudes e receptação culposa, estão, respectivamente nos seguintes dispositivos: 
Injúria 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
Outras fraudes 
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem 
dispor de recursos para efetuar o pagamento: 
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena 
Receptação 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art5
 
 
 
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que 
sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: 
(...) 
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155 
O item IV está incorreto, pois, no art. 8º e no art. 39 § 2º da Lei de Contravenções Penais há a previsão de 
duas hipóteses de aplicação do perdão judicial: 
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusaveis, a pena pode deixar 
de ser aplicada. 
Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reunam periodicamente, sob 
compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da 
associação: 
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito o objeto da 
associação. 
Portanto, o gabarito da questão é a alternativa B. 
 
Q25. TRF - 4ª Região/TRF - 4ª Região/Juiz Federal/2010 
Dadas as assertivas abaixo,assinale a alternativa correta. 
I. A Lei 9.613/1998 (Lei de Lavagem de Dinheiro) não admite perdão judicial em nenhuma hipótese. 
II. É admitido o perdão judicial nos casos dos artigos 168-A do Código Penal (apropriação indébita 
previdenciária) e 337-A do Código Penal (sonegação previdenciária), em certas circunstâncias. 
III. É admitido perdão judicial nos casos de homicídio culposo e lesão corporal culposa, em certas 
circunstâncias. 
IV. Admite-se, conforme as circunstâncias, o perdão judicial no caso do delito previsto no artigo 176 
do Código Penal, isto é, utilizar-se de serviço público de transporte sem dispor de recursos para efetuar 
o pagamento. 
V. Conforme as circunstâncias, a Lei 9.605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) admite perdão judicial no 
caso de guarda doméstica de animal silvestre não ameaçado de extinção. 
 a) Está correta apenas a assertiva I. 
 b) Estão corretas apenas as assertivas I, II, III e V. 
 c) Estão corretas apenas as assertivas II, III, IV e V. 
 d) Estão corretas todas as assertivas. 
 e) Nenhuma assertiva está correta. 
Comentários: 
O item I está incorreto. A Lei 9.613/1998 (Lei de Lavagem de Dinheiro), recentemente alterada pela Lei 
12.683/2012 prevê o perdão judicial no § 5º do art. 1º: 
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Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou 
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. 
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, 
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de 
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando 
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores 
e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. 
O item II está correto. É admitido o perdão judicial nos casos dos artigos 168-A do Código Penal e 337-A do 
Código Penal. Vejamos: 
Apropriação indébita previdenciária 
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no 
prazo e forma legal ou convencional: 
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário 
e de bons antecedentes, desde que: 
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da 
contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou 
 II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido 
pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas 
execuções fiscais. 
Sonegação de contribuição previdenciária 
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as 
seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário 
e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 I – (VETADO) 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido 
pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas 
execuções fiscais. 
O item III está correto. É admitido perdão judicial nos casos de homicídio culposo: 
 Art. 121. Matar alguém: 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da 
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
E lesão corporal culposa: 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. 
O Item IV está correto. Admite-se o perdão judicial no caso do delito previsto no artigo 176 do Código Penal: 
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Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem 
dispor de recursos para efetuar o pagamento: 
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
O Item V também está correto. A Lei 9.605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) admite perdão judicial: 
Dos Crimes contra a Fauna 
 Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota 
migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em 
desacordo com a obtida: 
 Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. 
 § 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode 
o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
Por fim, a alternativa C está correta. 
 
Q26. FGV/PC-AP/Delegado de Polícia/2010 
Relativamente à extinção da punibilidade, analise as afirmativas a seguir: 
I. Extingue-se a punibilidade, dentre outros motivos, pela morte do agente; pela anistia, graça ou 
indulto; pela prescrição, decadência ou perempção; e pelo casamento do agente com a vítima, nos 
crimes contra os costumes, definidos nos capítulos I, II e III, do Título IV do Código Penal. 
II. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação 
da pena resultante da conexão. 
III. A renúncia do direito de queixa, ou o oferecimento de perdão pelo querelante, nos crimes de ação 
privada, acarreta a extinção da punibilidade. 
Assinale: 
 a) se somente a afirmativa I estiver correta. 
 b) se somente a afirmativa II estiver correta. 
 c) se somente a afirmativa III estiver correta. 
 d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
 e) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
Comentários 
O item I está incorreto. A causa extintiva pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os 
costumes, definidos nos capítulos I, II e III, do Título IV do Código Penal, foi revogada pela Lei nº 11.106 em 
2005. Por isso, sequer foi mencionada na aula. 
O item II está incorreto. Vejamos o art. 108 do Código Penal: 
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Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou 
circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da 
punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da 
conexão. 
O item III está incorreto, haja vista que acarreta a extinção da punibilidade, a renúncia do direito de queixa 
ou o perdão aceito, nos termos do art. 107, inciso V, do Código Penal: 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
O item foi considerado incorreto porque menciona apenas o perdão. O perdão, por ser bilateral, não importa 
por si só na extinção da punibilidade, que só ocorre se houver sua aceitação pelo querelado. 
Por fim, a alternativa E está correta. 
 
Q27. FCC/TJ-MS/Juiz/2010 
No que concerne aos crimes contra o patrimônio, possível assegurar que 
a) admitem, em alguns casos expressos, o perdão judicial. 
b) a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena no crime de roubo, 
consoante entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. 
c) cabível a suspensão condicional do processo no estelionato,ainda que cometido contra entidade 
de assistência social. 
d) não há previsão legal de infração culposa. 
e) a ação penal é sempre pública incondicionada. 
Comentários: 
A alternativa A é a correta. Admite-se o perdão judicial na receptação culposa, na apropriação indébita 
previdenciária e em outras fraudes, nas circunstâncias peculiares previstas em cada caso. 
 
Q28. CESPE/DPE-AL/Defensor Público/2009 
A respeito das nulidades e dos recursos em geral, julgue os itens subsequentes. 
Considere a seguinte situação hipotética. Antônio assassinou sua esposa e fugiu logo em seguida. 
Reunidos os elementos necessários ao início da persecução criminal, Antônio foi denunciado dois 
meses após o fato. O advogado contratado pela família do foragido apresentou certidão de óbito falsa 
ao juízo processante, que, sem perceber a falsidade, extinguiu a punibilidade do réu, tendo o decisum 
transitado em julgado. Nessa situação, como não há revisão criminal pro societate, não há como ser 
desconstituída a decisão judicial, restando às autoridades públicas apenas a punição dos responsáveis 
pela falsificação. 
o Certo 
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o Errado 
Comentários: 
O item está incorreto. De acordo com o entendimento do STF, a decisão é inexistente, pois baseada em uma 
premissa falsa. Como a verdadeira causa da extinção da punibilidade é a morte do agente, sem a efetiva 
ocorrência do efeito a decisão fica sem conteúdo. 
 
Q29. FCC/TJ-AP/Juiz/2009 
É incabível o perdão judicial na 
 a) injúria. 
 b) fraude de refeição, alojamento ou uso de transporte sem dispor de recursos. 
 c) receptação culposa. 
 d) subtração de incapaz. 
 e) lesão corporal simples dolosa. 
Comentários: 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Como visto, é cabível o perdão judicial na injúria, em 
outras fraudes, na receptação culposa e na subtração de incapaz. A previsão de perdão judicial no caso de 
subtração de incapaz está no art. 249, § 2º do Código Penal: 
Subtração de incapazes 
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em 
virtude de lei ou de ordem judicial: 
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o 
juiz pode deixar de aplicar pena. 
 
Q30. CESPE/TJ-SE/Juiz/2008 
No que se refere à extinção da punibilidade, assinale a opção correta. 
a) Na ação penal privada, admite-se o perdão do ofendido após o trânsito em julgado da sentença 
penal condenatória, em face do princípio da disponibilidade. 
b) A renúncia e a preclusão extinguem a punibilidade do agente nos crimes em que se procede 
mediante ação penal privada, exceto no caso de ação penal privada subsidiária da pública. 
c) A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto ou elemento constitutivo de outro crime a 
este se estende. 
d) A decisão que julga extinta a punibilidade do agente não impede a propositura da ação civil 
reparatória. 
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e) A concessão de indulto é de competência do presidente da República, pode ocorrer antes ou depois 
da sentença penal condenatória e sempre retroage em benefício do agente. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Na verdade, na ação penal privada, admite-se o perdão do ofendido até o 
trânsito em julgado da sentença penal condenatória, em face do princípio da disponibilidade. 
A alternativa B está incorreta. Apenas a renúncia extingue a punibilidade do agente nos crimes em que se 
procede mediante ação penal privada, exceto no caso de ação penal privada subsidiária da pública. 
A alternativa C está incorreta. Nets caso não há extensão de causa de extinção da punibilidade. Vejamos o 
art. 108 do Código Penal: 
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou 
circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade 
de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. 
A alternativa D está correta e constitui o gabarito da questão. 
Por fim, a alternativa E está incorreta. Em regra, o indulto só é concedido após o trânsito em julgado. Tal 
qual a anistia, a graça e o indulto apagam os efeitos penais principais. 
 
Q31. FGV/TJ-AP/Juiz/2008 
José da Silva é um viúvo que possui dois filhos, Maria e Manoel. Passados três anos da morte de sua 
mulher, José decide casar-se novamente com a advogada Messalina, mulher mal afamada na cidade, 
que contava vinte e cinco anos de idade, trinta a menos do que José. Informados de que o casamento 
ocorreria dentro de dois meses e inconformados com a decisão de seu pai, Maria e Manoel ofendem 
seu pai publicamente, na presença de várias testemunhas, com expressões como "otário", "burro" e 
"tarado", entre outras. José decide processar criminalmente os filhos, mas somente após a celebração 
de sua boda. Ocorre que Maria comparece ao casamento e se reconcilia com o pai, que lhe perdoa. 
Quatro meses depois do dia em que sofreu as ofensas, José da Silva ajuíza então a queixa-crime 
unicamente contra Manoel. A advogada que assina a petição é Messalina. A inicial é rejeitada pelo Juiz 
de Direito. Qual fundamento jurídico o juiz poderia ter alegado para justificar sua decisão? 
a) Manoel tinha razão ao xingar o pai, já que estava clara a estupidez de seu genitor, razão pela qual a 
conduta é atípica. 
b) Houve a extinção da punibilidade de Manoel, em virtude do perdão concedido por José a Maria. 
c) Houve decadência do direito de queixa, porque se passaram mais de três meses entre a data do fato 
e a data do oferecimento da inicial por José da Silva. 
d) Houve perempção, porque José da Silva não poderia constituir Messalina como advogada no 
processo que moveria contra o filho. 
e) Nenhum fundamento. A decisão está errada e a queixa deveria ter sido recebida. 
Comentários: 
A alternativa B está correta é o gabarito da questão. Neste caso, vale relembrar que a renúncia é a causa de 
extinção da punibilidade, que consiste em ato unilateral, do ofendido ou de seu representante legal, de 
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abdicação do direito de promover a ação penal privada. Como no caso, houve o concurso de agentes, a 
renúncia em relação a Maria se estende a Manoel. É o teor do artigo 49 do CPP: 
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos 
se estenderá. 
 
Q32. EJEF/TJ-MG/Juiz/2007 
A abolitio criminis, também chamada novatio legis, faz cessar: 
a) os efeitos secundários da sentença condenatória, mas não a sua execução. 
b) a execução da pena e também os efeitos secundários da sentença condenatória. 
c) somente a execução da pena. 
d) a execução da pena em relação ao autor do crime. Entretanto, tratando-se de benefício pessoal, 
não se estende aos co-autores do delito. 
Comentários: 
A alternativa B é a certa, uma vez que a lei que revoga a previsão da norma penal incriminadora, seja de 
forma expressa ou tática, provoca a extinção da sanção penal imposta, bem como os efeitos penais da 
condenação. 
 
Q33. VUNESP/DPE-MS/Defensor Público/2014 
Concedido perdão pelo ofendido/querelante, em ação privada, o juiz intima o ofensor/querelado para 
dizer se o aceita. O silêncio do intimado 
a) não produz nenhum efeito, devendo o procedimento seguir sua marcha. 
b) não produz nenhum efeito, devendo o juiz determinar que o Ministério Público assuma a ação 
penal. 
c) será interpretado como aceitação, devendo o juiz julgar extinta a punibilidade. 
d) será interpretado como aceitação, devendo o juiz proferir sentença de absolvição. 
Comentários:A alternativa C está correta. Quanto ao procedimento para aceitação do perdão, o artigo 58 do Código de 
Processo Penal prevê o seguinte: 
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a 
dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio 
importará aceitação. 
 
Q34. PUC-PR/TJ-RO /Juiz/2011 
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Se o querelante, nos crimes de ação penal privada, deixar de formular o pedido de condenação nas 
alegações finais, o juiz deverá: 
 a) Extinguir desde logo o processo, em face da renúncia tácita. 
 b) Extinguir desde logo o processo, em face do perdão tácito. 
 c) Absolver desde logo o querelado. 
 d) Julgar extinta a punibilidade pela decadência. 
 e) Julgar extinta a punibilidade pela perempção. 
Comentários: 
A alternativa E está correta, pois a perempção é a causa de extinção da punibilidade que representa uma 
sanção processual ao querelante negligente ou inerte. Uma das hipóteses é a falta de pedido de condenação 
nas alegações finais. 
 
Q35. FCC/DPE-MT/Defensor Público/2009 
A extinção da punibilidade pela perempção 
 a) pode ocorrer na ação penal privada exclusiva e na subsidiária da pública. 
 b) pode ocorrer antes da instauração da ação penal. 
 c) só pode ocorrer na ação penal privada exclusiva. 
 d) só pode ocorrer na ação penal privada subsidiária da pública. 
 e) aplica-se à ação penal pública. 
Comentários: 
A alternativa C está correta. A perempção só é cabível na ação penal privada exclusiva ou personalíssima, 
ou, nos termos da lei, nos casos em que se procede mediante queixa. 
 
Q36. FUMARC/DPE-MG/Defensor Público/2009 
Nas hipóteses abaixo, só NÃO deve ser considerada como causa de extinção da punibilidade: 
a) Nos crimes contra os costumes, o casamento da vítima com o réu. 
b) Nos crimes contra a ordem tributária, o pagamento do tributo e acessórios antes do recebimento 
da denúncia. 
c) A renúncia ao direito de queixa ou representação. 
d) A graça. 
e) O indulto 
Comentários: 
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O casamento da vítima contra o réu não é mais causa 
de extinção da punibilidade nos crimes contra os costumes, atualmente denominados crimes contra a 
dignidade sexual. 
 
Q37. CESPE/DP-DF/Defensor Público/2019 
Enunciado da questão: 
Acerca da ação penal, das causas extintivas da punibilidade e da prescrição, julgue o seguinte item. 
A concessão do perdão judicial nos casos previstos em lei é causa extintiva da punibilidade do crime, 
não subsistindo qualquer efeito condenatório, salvo para fins de reincidência. 
Comentários: 
O STJ entende que não subsiste nenhum efeito condenatório, nem o de gerar a reincidência. Neste sentido, 
sua Súmula 18: 
“A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não 
subsistindo qualquer efeito condenatório.” 
Deste modo, o item está incorreto. 
 
Q38. CESPE/TJ-PA/Juiz de Direito/2019 
Pedro, imputável, praticou crime de homicídio culposo enquanto dirigia veículo automotor. Morreram 
Fátima, sua mãe, e Paulo, pessoa que conhecera minutos antes do delito. Pedro foi criminalmente 
processado, e a instrução probatória demonstrou que a morte de Fátima atingiu Pedro de forma tão 
grave que a sanção penal se tornou desnecessária. Também ficou demonstrada a inexistência de 
qualquer vínculo afetivo entre Pedro e Paulo. Assim, o juiz concedeu o perdão judicial a Pedro em 
relação ao crime que vitimou Fátima, mas não em relação ao que vitimou Paulo, em razão da ausência 
de vínculo afetivo anterior entre e Pedro. 
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta, de acordo com a atual jurisprudência 
do STJ. 
a) Os delitos foram cometidos em concurso formal impróprio, logo é perfeitamente possível a 
concessão do perdão judicial ao homicídio de apenas uma das vítimas. 
b) É incabível perdão judicial para crime de homicídio culposo praticado na direção de veículo 
automotor. 
c) Como houve concurso formal de crimes, o perdão judicial concedido pelo homicídio que vitimou 
Fátima deveria ter sido estendido para o que vitimou Paulo. 
d) Como houve concurso formal de crimes, o afastamento do perdão judicial para o homicídio de Paulo 
torna impossível o perdão judicial para o homicídio que vitimou Fátima. 
e) O fato de os delitos terem sido cometidos em concurso formal não autoriza, por si só, a extensão 
dos efeitos do perdão judicial por um dos crimes se não comprovada, quanto ao outro, a existência de 
vínculo afetivo entre autor e vítima. 
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Comentários: 
A alternativa A está incorreta. O perdão judicial é o instituto, cuja natureza é de causa de extinção da 
punibilidade, pelo qual o juiz deixa de aplicar a sanção penal, em virtude de circunstâncias específicas do 
caso. Em relação ao fato exposto na questão, a desnecessidade da pena ocorreu pelo fato de que a genitora 
do agente faleceu no acidente e, por isso, deve haver a concessão do perdão ao homicídio de Fátima. 
A alternativa B está incorreta. É permitida a concessão do perdão judicial no crime de homicídio culposo na 
direção de veículo automotor em razão da analogia in bonam partem. 
A alternativa C está incorreta. Neste caso, o perdão judicial concedido pelo homicídio que vitimou Fátima 
não se estende a Paulo, em razão da ausência de uma relação afetiva entre eles, que justificaria a não 
aplicação de sanção penal. 
A alternativa D está incorreta. Esse não é o entendimento firmado pelo STJ, que determinou por se tratar 
de uma causa excepcional de extinção da punibilidade, no caso de concurso formal, o perdão judicial deve 
ser concedido após a análise de cada delito, se apenas forem preenchidos os requisitos indispensáveis para 
a sua concessão. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. No REsp nº 1444699-RS, o STJ firmou o seguinte 
entendimento: 
RECURSO ESPECIAL. DUPLO HOMICÍDIO CULPOSO NO TRÂNSITO. CONCURSO FORMAL. ART. 302, 
CAPUT, DA LEI N. 9.503/1997, C/C ART. 70 DO CP. MORTE DE NAMORADO E DO AMIGO. PERDÃO 
JUDICIAL. ART. 121, § 5º, DO CÓDIGO PENAL. CONCESSÃO. VÍNCULO AFETIVO ENTRE RÉU E 
VÍTIMAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. SÚMULA N. 7 DO STJ. EXTENSÃO DOS EFEITOS PELO 
CONCURSO FORMAL. INVIABILIDADE. SISTEMA DE EXASPERAÇÃO DA PENA. EXTINÇÃO DA 
PUNIBILIDADE. CAUSA EXCEPCIONAL. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. RECURSO ESPECIAL 
NÃO PROVIDO. (...) 6. Malgrado a instituição do concurso formal de crimes tenha intensão de 
beneficiar o acusado, estabelecendo o legislador um sistema de exasperação da pena que fixa a 
punição com base em apenas um dos crimes, não se deixou de acrescentar a previsão de imposição 
de uma cota-parte, apta a representar a correção também pelos demais delitos. Ainda assim, não 
há referência à hipótese de extensão da absolvição, da extinção da punibilidade, ou mesmo, da 
redução da pena pela prática de nenhum dos delitos, tanto que dispõe, o art. 108 do Código Penal, 
in fine, que, "nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos 
outros, a agravação da pena resultante da conexão" . 7. Tratando-se o perdão judicial de uma 
causa de extinção da punibilidade de índole excepcional, somente pode ser concedido quando 
presentes os seus requisitos, devendo-se analisar cada delito de per si, e não de forma 
generalizada, como quando ocorre a pluralidade de delitos decorrentes do concurso formal de 
crimes. 8. Recurso especial não provido. (REsp 1444699/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI 
CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em01/06/2017, DJe 09/06/2017) 
Assim, o fato de os delitos terem sido cometidos em concurso formal não autoriza, por si só, a extensão dos 
efeitos do perdão judicial por um dos crimes. 
 
Q39. CESPE/TJDFT/Juiz de Direito/2016 
A respeito da extinção da punibilidade, assinale a opção correta. 
a) A superveniência de causa relativamente independente não exclui a imputação, quando, por si só, 
produziu o resultado, mas os fatos anteriores são imputados a quem os praticou. 
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b) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui a culpa, mas permite a punição por 
crime doloso, caso previsto em lei. 
c) A conduta será culposa quando o agente der causa ao resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia e só poderá ser considerada crime se houver previsão do tipo penal na modalidade culposa. 
d) A extinção da punibilidade de um dos agentes, nos crimes conexos, impede, quanto aos demais 
agentes, a agravação da pena resultante da conexão. 
e) O agente deixa de responder pelos atos praticados caso desista voluntariamente de prosseguir na 
execução ou impeça que o resultado se produza. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. A causa superveniente, que seja relativamente independente afasta a 
imputação quando por si só produz o resultado. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o artigo 20 do Código Penal, o erro sobre elemento 
constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em 
lei. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o inciso II do artigo 18 do Código 
Penal, o crime é culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia. De acordo com o parágrafo único do artigo, salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser 
punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente, ou seja, os crimes culposos 
devem ser previstos de forma expressa. 
A alternativa D está incorreta. O artigo 108 do Código Penal dispõe que, nos crimes conexos, a extinção da 
punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. 
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 15 do Código Penal, o agente que desiste de prosseguir 
na execução só responde pelos atos já praticados. 
 
Q40. FUMARC/PC-MG/Delegado Federal/2021 
Com relação às causas de extinção da punibilidade, é CORRETO afirmar: 
a) A concessão do perdão judicial nos casos previstos em lei é causa extintiva da punibilidade do crime, 
subsistindo, porém, o efeito condenatório da reincidência. 
b) Havendo a extinção da punibilidade de um crime de furto, se estende ela ao consequente crime de 
receptação da coisa subtraída em razão do princípio da indivisibilidade da ação penal. 
c) Na hipótese de crime de peculato doloso, o ressarcimento do dano precedente à sentença 
irrecorrível exclui a punibilidade. 
d) Nos casos de continuidade delitiva, a extinção da punibilidade pela prescrição regula-se pela pena 
imposta a cada um dos crimes, isoladamente, afastando-se o acréscimo decorrente da continuação. 
Comentários 
A assertiva A está incorreta. Nos termos do artigo 120 do Código Penal, a sentença que conceder perdão 
judicial não será considerada para efeitos de reincidência. 
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A assertiva B está incorreta. Nos termos do artigo 108 do Código Penal, a extinção da punibilidade de crime 
que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este 
A assertiva C está incorreta. O ressarcimento do dano precedente à sentença irrecorrível extingue a 
punibilidade do delito de peculato culposo, nos termos do artigo 312, §3º do Código Penal. 
A assertiva D está correta. Trata-se do disposto no artigo 119 do Código Penal: no caso de concurso de 
crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. 
 
Q41. VUNESP/PC-SP/Delegado Federal/2018 
No que concerne ao art. 107 do CP, que enumera as causas extintivas da punibilidade, trata-se de rol 
a) exemplificativo, já que são admitidas pela legislação causas ali não contidas, como, por exemplo, a 
incapacidade mental superveniente ao crime. 
b) exemplificativo, já que são admitidas pela legislação causas ali não contidas, como, por exemplo, o 
cumprimento da suspensão condicional do processo. 
c) exemplificativo, já que são admitidas pela legislação causas ali não contidas, como, por exemplo, o 
indulto. 
d) taxativo, já que não admite exceção. 
e) taxativo, uma vez que as causas supralegais de extinção da punibilidade não são reconhecidas pela 
jurisprudência. 
Comentários 
A assertiva A está incorreta. Nos termos do artigo 41 do Código Penal, o condenado a quem sobrevém 
doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro 
estabelecimento adequado. 
A assertiva B está correta. Nos termos do artigo 89, §5ºda Lei nº 9.099/95, expirado o prazo da suspensão 
condicional do processo sem que haja revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade. 
A assertiva C está incorreta. O indulto é causa de extinção de punibilidade do próprio rol do artigo 107. 
Assim, não se trata-se de exemplo de hipótese de extinção da punibilidade não contida no referido artigo. 
As assertivas D e E estão incorretas. O rol não é taxativo, a exemplo da hipótese do artigo 89, §5ºda Lei nº 
9.099/95. 
 
LISTA DE QUESTÕES 
Q1. CESPE/Polícia Federal/Delegado de Polícia/2013 
Item 26 
A respeito da pena pecuniária, julgue o item abaixo. 
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26 A multa aplicada cumulativamente com a pena de reclusão pode ser executada em face do espólio, 
quando o réu vem a óbito no curso da execução da pena, respeitando-se o limite das forças da 
herança. 
 
Q2. FUMARC/DPE-MG/Defensor Público/2009 
No crime de peculato culposo, a reparação do dano antes do trânsito em julgado da sentença, deve 
ser considerada como: 
 a) Causa especial de diminuição de pena. 
 b) Circunstância atenuante. 
 c) Excludente de ilicitude. 
 d) Excludente de imputabilidade. 
 e) Causa de extinção de punibilidade. 
 
Q3. VUNESP/TJ-SP/Juiz Substituto/2015 
Em matéria de ação penal, a decadência apresenta diferentes efeitos. Sobre isso, é correto afirmar 
que 
 a) condiciona o agir do Ministério Público à condição de procedibilidade do ofendido em face do 
ofensor. 
 b) na ação penal pública condicionada à representação, impede que a vítima apresente queixa-crime. 
 c) sendo ação penal privada, ataca imediatamente o direito de agir do ofendido, e o Estado perde a 
pretensão punitiva. 
 d) na ação privada, atinge o direito de o ofendido representar, e este não pode mais agir. 
 
Q4. MPE-SP/MPE-SP/Promotor de Justiça/2013 
Anistia decorre de lei e é causa de extinção da punibilidade pela renúncia ao direito de punir por parte 
do Estado que, assim, promove o “esquecimento" da prática da infração penal, em prol da pacificação 
social ou política. Qual dos itens abaixo NÃO representa classificação de anistia para a doutrina? 
 a) Própria ou imprópria. 
 b) Geral ou parcial. 
 c) Condicional ou incondicional. 
 d) Restrita ou irrestrita. 
 e) Obrigatória ou facultativa. 
 
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Q5. FCC/MPE-CE/Promotor de Justiça/2011 
O rol do art. 107 do Código Penal (extinção de punibilidade) é exemplificativo. Há outras causas 
previstas na Parte Especial e leis penais especiais, entre elas: 
 a) o ressarcimento do danono peculato culposo; o pagamento do tributo antes do recebimento da 
denúncia nos crimes de sonegação fiscal e a retratação no crime de falso testemunho. 
 b) a retratação no crime de falso testemunho; o aborto quando não há outro meio de salvar a vida 
da gestante e o furto contra cônjuge, na constância do casamento. 
 c) o furto e o roubo impróprio contra cônjuge na constância do casamento; o ressarcimento do dano 
no peculato culposo e o pagamento do tributo antes do recebimento da denúncia no crime de 
sonegação fiscal. 
 d) o ressarcimento integral do prejuízo no caso de estelionato; a retratação no crime de falso 
testemunho e a retratação do querelado na calúnia ou difamação. 
 e) em todos os casos de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça contra a pessoa em que 
haja reparação do dano. 
 
Q6. CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2018 
Com relação à punibilidade e às causas de sua extinção, julgue os itens a seguir. 
I A morte do agente extingue todos os efeitos penais, exceto a cobrança da pena de multa e da pena 
alternativa pecuniária, que poderão ser cobradas dos herdeiros. 
II O instrumento normativo para instrumentalizar o indulto e a anistia é o decreto presidencial; 
enquanto a graça é concedida por lei. 
III De acordo com o Código Penal, o recebimento de indenização pelo dano resultante do crime 
caracteriza renúncia tácita ao direito de prestar queixa. 
IV A retratação, prevista no Código Penal, é admitida nos casos de crimes contra a honra, mas apenas 
se tratar-se de calúnia e difamação, sendo inadmissível na injúria. 
V Em se tratando de crimes contra honra, o Código Penal prevê a possibilidade de retratação 
exclusivamente pessoal, ou seja, ela não se comunica aos demais ofensores. 
Estão certos apenas os itens 
 a) I e II. 
 b) I e III. 
 c) II e V. 
 d) III e IV. 
 e) IV e V. 
 
Q7. CESPE/DPE-AL/Defensor Público/2017 
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 Assinale a opção que apresenta causa que acarreta a extinção da punibilidade, extensível aos 
coautores e partícipes. 
 a) morte do agente 
 b) perempção 
 c) perdão judicial 
 d) retração do querelado na calúnia 
 e) prescrição ao agente menor de vinte e um anos 
 
Q8. MPE-RS/MPE-RS/Promotor de Justiça/2017 
Deoclécio foi vítima de furto de um par de tênis, em 15 de janeiro de 2016, data em que tomou 
conhecimento que o autor do crime era Hermenegildo. O Promotor de Justiça teve vista do inquérito 
policial em 1º de março de 2016, uma terça-feira. Tratando-se de indiciado solto, o prazo para o 
Promotor de Justiça manifestar-se encerrou em 16 de março de 2016, uma quarta-feira. Como o 
Promotor de Justiça permanecia sem manifestar-se nos autos do inquérito, em 08 de setembro de 
2016, 6 meses e sete dias após o fato, Deoclécio ajuíza Queixa-Crime (ação penal privada subsidiária 
da pública) contra Hermenegildo, imputando-lhe a prática de furto. No curso da instrução são 
indiscutivelmente provadas a materialidade e a autoria do crime que recai sobre Hermenegildo. Em 
alegações finais, Deoclécio, por seu advogado munido de procuração com poderes especiais para 
tanto, concede perdão ao querelado, invocando o art. 58 do Código de Processo Penal que diz: 
“Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, 
dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio 
importará aceitação.”. Também em alegações finais, Hermenegildo aceita o perdão oferecido. 
Com base nesses dados fáticos, assinale a alternativa correta. 
a) Hermenegildo decaiu do direito de queixa, eis que entre a data do fato, momento que tomou 
conhecimento da autoria, e o oferecimento da queixa-crime transcorreram mais de 6 meses. 
b) Hermenegildo decaiu do direito de queixa, eis que entre a data da vista ao Promotor de Justiça e o 
oferecimento da queixa-crime transcorreram mais de 6 meses. 
c) Como a ação é privada, aceito o perdão o juiz julgará extinta a punibilidade. 
d) Não é admissível o perdão dada a natureza do crime. 
e) O perdão é ato personalíssimo e, portanto, não pode ser concedido através de advogado, mesmo 
com procuração. 
 
Q9. MPE-PR/MPE-PR/Promotor de Justiça/2016 
Quanto ao indulto, é correto afirmar que: 
a) É vedada a concessão de indulto ao condenado pela prática de crime de tráfico de drogas 
privilegiado; 
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b) Na hipótese de indulto individual, o parecer do Conselho Penitenciário vincula o Presidente da 
República; 
c) O indulto extingue a pena e seus efeitos secundários (penais e extrapenais); 
d) O indulto coletivo é forma de indulgência concedida espontaneamente pelo Presidente da 
República atribuição esta indelegável a qualquer outra autoridade; 
e) O indulto individual ou graça pode ser recusado pelo beneficiário, caso estabelecidas condições 
para a sua concessão. 
 
Q10. CESPE/DPE-RN/Defensor Público/2015 
No que se refere à extinção da punibilidade, assinale a opção correta. 
 a) Nos crimes contra a ordem tributária, o pagamento integral do débito tributário após o trânsito 
em julgado da condenação é causa de extinção da punibilidade. 
 b) Na compreensão do STF, a decisão que, com base em certidão de óbito falsa, julga extinta a 
punibilidade do réu não pode ser revogada, dado que gera coisa julgada material. 
 c) O indulto, ato privativo do presidente da República, tem por escopo extinguir os efeitos primários 
da condenação, isto é, a pena, de forma plena ou parcial. Todavia, persistem os efeitos secundários, 
tais como a reincidência. 
 d) O recebimento de queixa-crime pelo juiz não é condição para o reconhecimento da perempção. 
 e) O ajuizamento da queixa-crime perante juízo incompetente ratione loci, no prazo fixado para o seu 
exercício, não obsta o decurso do prazo decadencial. 
 
Q.11. FCC/TRT 3ª Região/Juiz do Trabalho Substituto/2015 
O perdão do ofendido 
 a) é admissível mesmo depois que passa em julgado a sentença condenatória. 
 b) prejudica o direito dos outros, se concedido por um dos ofendidos. 
 c) não aproveita a todos, se concedido apenas a um dos querelados. 
 d) só é admissível se expresso. 
 e) exige aceitação do querelado para produzir efeito. 
 
Q.12. VUNESP/TJ-SP/Juiz/2014 
Analise estas quatro assertivas atinentes a certas formas de clemência do Estado: 
I. A Primeira é concedida pelo Congresso Nacional, por lei, voltada ao esquecimento de certos fatos, 
fazendo desaparecer suas consequências penais, consistindo em medida de política criminal. 
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II. A Segunda é concedida de ofício pelo Presidente da República, por decreto, voltada a condenados, 
dirigindo-se a determinada categoria de sentenciados. Configura expectativa de direito, eis que sua 
aplicação depende de decisão do Juízo das Execuções, que verifica o preenchimento dos requisitos 
exigidos para identificar quais daqueles condenados são alcançados pelo benefício presidencial, que, 
destarte, terão extintas suas penas. 
III. A Terceira se dirige a um determinado condenado, condicionada à prévia solicitação, concedida em 
razão de alguma especial situação ou mérito que apresente ou, simplesmente, pela vontade 
discricionária do Presidente da República, podendo ter caráter humanitário. 
IV. A Quarta é modalidade concedida de ofício pelo Presidente da República, por decreto, voltada a 
condenados e dirigida a um número indeterminado de reeducandos, desde que preencham os 
requisitos do decreto concessivo, podendo ajustar a execução, diminuindo ou substituindo a pena, 
devendo ser retificada a conta de liquidação para ajustá-la à nova realidade no tocan- te aoquantum, 
nos termos do decreto que a concedeu. 
A partir da análise destes quatro conceitos, conclui-se que estamos tratando, respectivamente, de: 
 a) Graça, Comutação, Anistia, Indulto coletivo pleno. 
 b) Anistia, Indulto coletivo pleno, Graça, Comutação. 
 c) Anistia, Comutação, Graça, Indulto coletivo pleno. 
 d) Graça, Indulto coletivo pleno, Anistia, Comutação. 
 
Q13. NC-UFPR/DPE-PR/Defensor Público/2014 
O perdão do ofendido 
 a) nos crimes em que somente se procede mediante queixa não impede o prosseguimento da ação. 
 b) se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita. 
 c) produz a exclusão da culpabilidade, mesmo que o querelado o recuse. 
 d) se concedido por um dos ofendidos, prejudica o direito dos outros. 
 e) não produz efeitos se for tácito. 
 
Q14. VUNESP/TJ-RJ/Juiz/2014 
Márcio e Rodrigo, vizinhos, divulgaram comunicado no condomínio onde residem, em que narram que 
a síndica, Tatiana, apropriou-se de valores em detrimento dos condôminos. Estão sendo processados 
por Tatiana, em ação penal privada, pelo crime de calúnia. No curso do processo e antes da sentença 
de primeiro grau, Márcio e Tatiana ficam noivos. Diante da notícia desse fato no processo, trazida pelo 
Ministério Público, o Juiz deve considerar que 
 a) o fato comunicado não traz qualquer consequência à punibilidade dos querelados e deve dar 
seguimento ao processo. 
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 b) Márcio foi perdoado, estendendo tal benesse a Rodrigo, e deve intimá-los para que aceitem ou 
não o perdão. 
 c) Márcio foi perdoado, extinguindo imediatamente sua punibilidade e deve intimar Rodrigo para que 
aceite ou não o perdão. 
 d) Márcio foi perdoado, estendendo tal benesse a Rodrigo, e deve, imediatamente, extinguir a 
punibilidade de ambos. 
 
Q15. Aroeira/PC-TO/Delegado de Polícia/2014 
Extingue-se a punibilidade pela retratação do agente, no caso de: 
 a) injúria real. 
 b) denunciação caluniosa. 
 c) autoacusação falsa. 
 d) falso testemunho. 
 
Q16. MPE-MG/MPE-MG/Promotor de Justiça/2014 
Não se pode deduzir o seguinte efeito da anistia: 
 a) Pode ser revogada. 
 b) Por não ser pessoal, a anistia do delito cometido pelo autor beneficia também os eventuais 
partícipes. 
 c) A parte da pena cumprida até a descriminalização é considerada ao abrigo do direito vigente à 
época de sua execução, de modo que não se pode pedir a restituição da multa paga. 
 d) Não pode ser repudiada pelo beneficiário. 
 
Q17. MPE-MG/MPE-MG/Promotor de Justiça/2013 
São situações especificamente previstas em lei que permitem o perdão judicial, EXCETO: 
 a) “Lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, caso o autor, coautor ou partícipe colaborar 
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das 
infrações penais e de sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. 
 b) Guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, considerando as 
circunstâncias do caso. 
 c) Receptação imprópria, caso seja o autor primário e conforme as circunstâncias do caso. 
 d) Injúria, quando o ofendido, de forma reprovável, provocou-a diretamente. 
 
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Q18. COPS-UEL/PC-PR/Delegado de Polícia/2013 
Quanto à anistia, à graça e ao indulto, considere as afirmativas a seguir. 
I. A anistia e o indulto são atos privativos do Presidente da República, enquanto a graça é concedida 
pelo Congresso Nacional. 
II. A anistia pode ser recusada pelo destinatário, admitindo inclusive revogação, enquanto a graça e o 
indulto não podem ser recusados, inadmitindo revogação. 
III. A anistia tem natureza objetiva, dirigindo-se aos fatos, enquanto a graça em sentido estrito e o 
indulto destinam-se a determinados indivíduos, particular ou coletivamente considerados. 
IV. A graça e o indulto pressupõem o trânsito em julgado da sentença penal condenatória e não 
extinguem os seus efeitos penais. 
Assinale a alternativa correta. 
 a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
 b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
 c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
 d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
 e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
Q19. MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça/2013 
Analise o enunciado da questão abaixo e assinale 
"Certo" (C) ou "Errado" (E) 
Acerca da extinção da punibilidade, na hipótese da causa de extinção da punibilidade ocorrer depois 
do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, em regra, o sujeito, vindo a cometer novo 
delito, será considerado reincidente, à exceção apenas do abolitio criminis e do indulto. 
o Certo 
o Errado 
 
Q20. FCC/TJ-PE/Juiz/2013 
Em relação às causas de extinção da punibilidade, correto afirmar que: 
 a) não a configuram a concessão de indulto parcial ou comutação, de competência privativa do 
Presidente da República. 
 b) cabível o perdão judicial no caso de qualquer infração penal. 
 c) a concessão de anistia é de competência privativa do Presidente da República, excluindo o crime e 
fazendo desaparecer suas consequências penais. 
 d) a concessão de indulto faz com que o beneficiado retorne à condição de primário. 
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 e) não são previstas, em qualquer situação, para casos de reparação do dano pelo agente. 
 
Q21. TRT-3ª Região/TRT-3ª Região/Juiz do Trabalho/2013 
Na sistemática do Código Penal, são causas de extinção de punibilidade, exceto: 
 a) Morte do agente 
 b) Retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso 
 c) Perdão aceito nos crimes de ação penal privada e ação penal pública condicionada. 
 d) Anistia, graça ou indulto 
 e) Prescrição, decadência ou perempção 
 
Q22. CESPE/DPE-TO/Defensor Público/2013 
No que diz respeito ao indulto e à comutação de penas, assinale a opção correta. 
a) Admite-se a aplicação do indulto humanitário aos condenados por qualquer espécie de crimes, salvo 
os crimes hediondos, desde que comprovadas as condições para a concessão do benefício, por meio 
de laudo médico oficial ou por médico designado pelo juízo da execução. 
 
b) A concessão do indulto é ato privativo do presidente da República e tem por escopo extinguir os 
efeitos primários da condenação, de forma plena ou parcial, persistindo, contudo, os efeitos 
secundários, tais como reincidência, inclusão do nome do réu no rol dos culpados e obrigação de 
indenizar a vítima. 
c) Admite-se a concessão do benefício de comutação da pena aos condenados por crimes hediondos 
ou equiparados ante a ausência de vedação expressa na CF ou na lei de regência. 
d) É vedada a concessão de indulto à pena de multa, ainda que aplicada cumulativamente com pena 
privativa de liberdade. 
e) A extinção da punibilidade é efeito da aplicação do indulto e da comutação da pena, permanecendo 
o registro da condenação na folha de antecedentes do beneficiário, para fins de prova de reincidência 
e análise de antecedentes criminais. 
 
Q23. FGV/PC-MA/Delegado de Polícia/2012 
Paulo dirigia seu veículo em que estavam sua filha Juliana e uma amiga desta de nome Janaína. Na 
ocasião, em excessiva velocidade, perde a direção do veículo e invade a mão contrária, colidindo com 
um caminhão que vinha em sua mão correta de direção. 
Do acidente, resultaram as mortes de Juliana e Janaína, sem que Paulo sofresse qualquer lesão. Paulo 
foi denunciado pela prática do injusto do Art. 302, da Lei n. 9.503/97 (homicídio culposo no trânsito), 
por duas vezes, na forma do Art. 70, do CP (concurso formal). 
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No curso da instrução, a culpa de Paulo foi demonstrada, ficando comprovada a sua primariedade, 
bons antecedentes, excelente comportamento social, sendo o fato dos autos um caso isolado, nunca 
tendo se envolvido em outro acidente, apesar de possuir carteira de habilitação há mais de 20 anos. 
A defesa requereu ao final a extinção da punibilidade pelo perdão judicial, eis que uma das vítimas era 
sua própria filha. 
Diante desse quadro 
 a) Paulo não faz jus ao perdão (Art. 107, IX, do CP), eis que tal causa de extinção da punibilidade não 
se aplica aos crimes da Lei n. 9.503/97, porquanto o artigo que dispunha de tal regra na referida lei 
especial foi vetado. 
 b) Paulo terá direito ao perdão somente com relação à morte de sua filha, devendo ser condenado 
com relação à morte de Janaína. 
 c) Paulo terá direito ao perdão judicial com relação a ambos os crimes. 
 d) Paulo somente terá direito ao perdão se houver a concordância dos pais de Janaína. 
 e) Paulo não terá direito ao perdão judicial, sob pena de tal decisão impedir a reparação civil 
respectiva. 
 
Q24. TJ-DFT/ TJ-DFT/Juiz/2012 
Julgue os itens a seguir: 
I – De acordo com o Código Penal, o indulto, a perempção e a retroatividade de lei que não mais 
considera o fato como criminoso são causas extintivas da punibilidade. 
II – De acordo com o Código Penal e o entendimento pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça, o 
Juiz deve considerar a sentença que conceder perdão judicial exclusivamente para efeitos de 
reincidência. 
III – De acordo com o Código Penal, o Juiz poderá conceder perdão judicial em algumas hipóteses 
relacionadas aos crimes de injúria, outras fraudes e receptação culposa. 
IV – A Lei de Contravenções Penais (Decreto-Lei n. 3.688/41) não prevê qualquer hipótese de 
concessão de perdão judicial. 
Estão corretos apenas os itens: 
 a) I e II 
 b) I e III 
 c) II e IV 
 d) III e IV 
 
Q25. TRF - 4ª Região/TRF - 4ª Região/Juiz Federal/2010 
Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. 
I. A Lei 9.613/1998 (Lei de Lavagem de Dinheiro) não admite perdão judicial em nenhuma hipótese. 
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II. É admitido o perdão judicial nos casos dos artigos 168-A do Código Penal (apropriação indébita 
previdenciária) e 337-A do Código Penal (sonegação previdenciária), em certas circunstâncias. 
III. É admitido perdão judicial nos casos de homicídio culposo e lesão corporal culposa, em certas 
circunstâncias. 
IV. Admite-se, conforme as circunstâncias, o perdão judicial no caso do delito previsto no artigo 176 
do Código Penal, isto é, utilizar-se de serviço público de transporte sem dispor de recursos para efetuar 
o pagamento. 
V. Conforme as circunstâncias, a Lei 9.605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) admite perdão judicial no 
caso de guarda doméstica de animal silvestre não ameaçado de extinção. 
 a) Está correta apenas a assertiva I. 
 b) Estão corretas apenas as assertivas I, II, III e V. 
 c) Estão corretas apenas as assertivas II, III, IV e V. 
 d) Estão corretas todas as assertivas. 
 e) Nenhuma assertiva está correta. 
 
Q26. FGV/PC-AP/Delegado de Polícia/2010 
Relativamente à extinção da punibilidade, analise as afirmativas a seguir: 
I. Extingue-se a punibilidade, dentre outros motivos, pela morte do agente; pela anistia, graça ou 
indulto; pela prescrição, decadência ou perempção; e pelo casamento do agente com a vítima, nos 
crimes contra os costumes, definidos nos capítulos I, II e III, do Título IV do Código Penal. 
II. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação 
da pena resultante da conexão. 
III. A renúncia do direito de queixa, ou o oferecimento de perdão pelo querelante, nos crimes de ação 
privada, acarreta a extinção da punibilidade. 
Assinale: 
 a) se somente a afirmativa I estiver correta. 
 b) se somente a afirmativa II estiver correta. 
 c) se somente a afirmativa III estiver correta. 
 d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
 e) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
 
Q27. FCC/TJ-MS/Juiz/2010 
No que concerne aos crimes contra o patrimônio, possível assegurar que 
a) admitem, em alguns casos expressos, o perdão judicial. 
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b) a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena no crime de roubo, 
consoante entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. 
c) cabível a suspensão condicional do processo no estelionato, ainda que cometido contra entidade 
de assistência social. 
d) não há previsão legal de infração culposa. 
e) a ação penal é sempre pública incondicionada. 
 
Q28. CESPE/DPE-AL/Defensor Público/2009 
A respeito das nulidades e dos recursos em geral, julgue os itens subsequentes. 
Considere a seguinte situação hipotética. Antônio assassinou sua esposa e fugiu logo em seguida. 
Reunidos os elementos necessários ao início da persecução criminal, Antônio foi denunciado dois 
meses após o fato. O advogado contratado pela família do foragido apresentou certidão de óbito falsa 
ao juízo processante, que, sem perceber a falsidade, extinguiu a punibilidade do réu, tendo o decisum 
transitado em julgado. Nessa situação, como não há revisão criminal pro societate, não há como ser 
desconstituída a decisão judicial, restando às autoridades públicas apenas a punição dos responsáveis 
pela falsificação. 
o Certo 
o Errado 
 
Q29. FCC/TJ-AP/Juiz/2009 
É incabível o perdão judicial na 
 a) injúria. 
 b) fraude de refeiçãoo, alojamento ou uso de transporte sem dispor de recursos. 
 c) receptação culposa. 
 d) subtração de incapaz. 
 e) lesão corporal simples dolosa. 
 
Q30. CESPE/TJ-SE/Juiz/2008 
No que se refere à extinção da punibilidade, assinale a opção correta. 
a) Na ação penal privada, admite-se o perdão do ofendido após o trânsito em julgado da sentença 
penal condenatória, em face do princípio da disponibilidade. 
b) A renúncia e a preclusão extinguem a punibilidade do agente nos crimes em que se procede 
mediante ação penal privada, exceto no caso de ação penal privada subsidiária da pública. 
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c) A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto ou elemento constitutivo de outro crime a 
este se estende. 
d) A decisão que julga extinta a punibilidade do agente não impede a propositura da ação civil 
reparatória. 
e) A concessão de indulto é de competência do presidente da República, pode ocorrer antes ou depois 
da sentença penal condenatória e sempre retroage em benefício do agente. 
 
Q31. FGV/TJ-AP/Juiz/2008 
José da Silva é um viúvo que possui dois filhos, Maria e Manoel. Passados três anos da morte de sua 
mulher, José decide casar-se novamente com a advogada Messalina, mulher mal afamada na cidade, 
que contava vinte e cinco anos de idade, trinta a menos do que José. Informados de que o casamento 
ocorreria dentro de dois meses e inconformados com a decisão de seu pai, Maria e Manoel ofendem 
seu pai publicamente, na presença de várias testemunhas, com expressões como "otário", "burro" e 
"tarado", entre outras. José decide processar criminalmente os filhos, mas somente após a celebração 
de sua boda. Ocorre que Maria comparece ao casamento e se reconcilia com o pai, que lhe perdoa. 
Quatro meses depois do dia em que sofreu as ofensas, José da Silva ajuíza então a queixa-crime 
unicamente contra Manoel. A advogada que assina a petição é Messalina. A inicial é rejeitada pelo Juiz 
de Direito. Qual fundamento jurídicoo juiz poderia ter alegado para justificar sua decisão? 
a) Manoel tinha razão ao xingar o pai, já que estava clara a estupidez de seu genitor, razão pela qual a 
conduta é atípica. 
b) Houve a extinção da punibilidade de Manoel, em virtude do perdão concedido por José a Maria. 
c) Houve decadência do direito de queixa, porque se passaram mais de três meses entre a data do fato 
e a data do oferecimento da inicial por José da Silva. 
d) Houve perempção, porque José da Silva não poderia constituir Messalina como advogada no 
processo que moveria contra o filho. 
e) Nenhum fundamento. A decisão está errada e a queixa deveria ter sido recebida. 
 
Q32. EJEF/TJ-MG/Juiz/2007 
A abolitio criminis, também chamada novatio legis, faz cessar: 
a) os efeitos secundários da sentença condenatória, mas não a sua execução. 
b) a execução da pena e também os efeitos secundários da sentença condenatória. 
c) somente a execução da pena. 
d) a execução da pena em relação ao autor do crime. Entretanto, tratando-se de benefício pessoal, 
não se estende aos co-autores do delito. 
 
Q33. VUNESP/DPE-MS/Defensor Público/2014 
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Concedido perdão pelo ofendido/querelante, em ação privada, o juiz intima o ofensor/querelado para 
dizer se o aceita. O silêncio do intimado 
a) não produz nenhum efeito, devendo o procedimento seguir sua marcha. 
b) não produz nenhum efeito, devendo o juiz determinar que o Ministério Público assuma a ação 
penal. 
c) será interpretado como aceitação, devendo o juiz julgar extinta a punibilidade. 
d) será interpretado como aceitação, devendo o juiz proferir sentença de absolvição. 
 
Q34. PUC-PR/TJ-RO /Juiz/2011 
Se o querelante, nos crimes de ação penal privada, deixar de formular o pedido de condenação nas 
alegações finais, o juiz deverá: 
 a) Extinguir desde logo o processo, em face da renúncia tácita. 
 b) Extinguir desde logo o processo, em face do perdão tácito. 
 c) Absolver desde logo o querelado. 
 d) Julgar extinta a punibilidade pela decadência. 
 e) Julgar extinta a punibilidade pela perempção. 
 
Q35. FCC/DPE-MT/Defensor Público/2009 
A extinção da punibilidade pela perempção 
 a) pode ocorrer na ação penal privada exclusiva e na subsidiária da pública. 
 b) pode ocorrer antes da instauração da ação penal. 
 c) só pode ocorrer na ação penal privada exclusiva. 
 d) só pode ocorrer na ação penal privada subsidiária da pública. 
 e) aplica-se à ação penal pública. 
 
Q36. FUMARC/DPE-MG/Defensor Público/2009 
Nas hipóteses abaixo, só NÃO deve ser considerada como causa de extinção da punibilidade: 
a) Nos crimes contra os costumes, o casamento da vítima com o réu. 
b) Nos crimes contra a ordem tributária, o pagamento do tributo e acessórios antes do recebimento 
da denúncia. 
c) A renúncia ao direito de queixa ou representação. 
d) A graça. 
e) O indulto 
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Q37. CESPE/DP-DF/Defensor Público/2019 
Enunciado da questão: 
Acerca da ação penal, das causas extintivas da punibilidade e da prescrição, julgue o seguinte item. 
A concessão do perdão judicial nos casos previstos em lei é causa extintiva da punibilidade do crime, 
não subsistindo qualquer efeito condenatório, salvo para fins de reincidência. 
 
Q38. CESPE/TJ-PA/Juiz de Direito/2019 
Pedro, imputável, praticou crime de homicídio culposo enquanto dirigia veículo automotor. Morreram 
Fátima, sua mãe, e Paulo, pessoa que conhecera minutos antes do delito. Pedro foi criminalmente 
processado, e a instrução probatória demonstrou que a morte de Fátima atingiu Pedro de forma tão 
grave que a sanção penal se tornou desnecessária. Também ficou demonstrada a inexistência de 
qualquer vínculo afetivo entre Pedro e Paulo. Assim, o juiz concedeu o perdão judicial a Pedro em 
relação ao crime que vitimou Fátima, mas não em relação ao que vitimou Paulo, em razão da ausência 
de vínculo afetivo anterior entre e Pedro. 
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta, de acordo com a atual jurisprudência 
do STJ. 
a) Os delitos foram cometidos em concurso formal impróprio, logo é perfeitamente possível a 
concessão do perdão judicial ao homicídio de apenas uma das vítimas. 
b) É incabível perdão judicial para crime de homicídio culposo praticado na direção de veículo 
automotor. 
c) Como houve concurso formal de crimes, o perdão judicial concedido pelo homicídio que vitimou 
Fátima deveria ter sido estendido para o que vitimou Paulo. 
d) Como houve concurso formal de crimes, o afastamento do perdão judicial para o homicídio de Paulo 
torna impossível o perdão judicial para o homicídio que vitimou Fátima. 
e) O fato de os delitos terem sido cometidos em concurso formal não autoriza, por si só, a extensão 
dos efeitos do perdão judicial por um dos crimes se não comprovada, quanto ao outro, a existência de 
vínculo afetivo entre autor e vítima. 
 
Q39. CESPE/TJDFT/Juiz de Direito/2016 
A respeito da extinção da punibilidade, assinale a opção correta. 
a) A superveniência de causa relativamente independente não exclui a imputação, quando, por si só, 
produziu o resultado, mas os fatos anteriores são imputados a quem os praticou. 
b) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui a culpa, mas permite a punição por 
crime doloso, caso previsto em lei. 
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c) A conduta será culposa quando o agente der causa ao resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia e só poderá ser considerada crime se houver previsão do tipo penal na modalidade culposa. 
d) A extinção da punibilidade de um dos agentes, nos crimes conexos, impede, quanto aos demais 
agentes, a agravação da pena resultante da conexão. 
e) O agente deixa de responder pelos atos praticados caso desista voluntariamente de prosseguir na 
execução ou impeça que o resultado se produza. 
 
Q40. FUMARC/PC-MG/Delegado Federal/2021 
Com relação às causas de extinção da punibilidade, é CORRETO afirmar: 
a) A concessão do perdão judicial nos casos previstos em lei é causa extintiva da punibilidade do crime, 
subsistindo, porém, o efeito condenatório da reincidência. 
b) Havendo a extinção da punibilidade de um crime de furto, se estende ela ao consequente crime de 
receptação da coisa subtraída em razão do princípio da indivisibilidade da ação penal. 
c) Na hipótese de crime de peculato doloso, o ressarcimento do dano precedente à sentença 
irrecorrível exclui a punibilidade. 
d) Nos casos de continuidade delitiva, a extinção da punibilidade pela prescrição regula-se pela pena 
imposta a cada um dos crimes, isoladamente, afastando-se o acréscimo decorrente da continuação. 
 
Q41. VUNESP/PC-SP/Delegado Federal/2018 
No que concerne ao art. 107 do CP, que enumera as causas extintivas da punibilidade, trata-se de rol 
a) exemplificativo, já que são admitidas pela legislação causas ali não contidas, como, por exemplo, a 
incapacidade mental superveniente ao crime. 
b) exemplificativo, já que são admitidas pela legislação causas ali não contidas, como, por exemplo, o 
cumprimento da suspensão condicional do processo. 
c) exemplificativo, já que são admitidas pela legislação causas ali não contidas, como, por exemplo, o 
indulto. 
d) taxativo, já que não admite exceção. 
e) taxativo, uma vez que as causas supralegais de extinção da punibilidade não são reconhecidas pela 
jurisprudência. 
 
GABARITO 
Q1. Errada 
Q2. E 
Q3. C 
Q4. E 
Q5. A 
Q6. E 
Q7. B 
Q8. D 
Q9. E 
Q10. C 
Q11. E 
Q12. B 
Estratégia Carreira Jurídica
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cj.estrategia.com | 88Q13. B 
Q14. B 
Q15. D 
Q16. A 
Q17. C 
Q18. C 
Q19. Errada 
Q20. A 
Q21. C 
Q22. B 
Q23. Oficial: C Atual: B 
Q24. B 
Q25. C 
Q26. E 
Q27. A 
Q28. ERRADO 
Q29. E 
Q30. D 
Q31. B 
Q32. B 
Q33. C 
Q34. E 
Q35. C 
Q36. A 
Q37. ERRADO 
Q38. E 
Q39. C 
Q40. D 
Q41. B 
 
DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO E DA JURISPRUDÊNCIA 
Neste ponto da aula, citamos, para fins de revisão, os principais dispositivos de lei e entendimentos 
jurisprudenciais que podem fazer a diferença na hora da prova. Lembre-se de revisá-los! 
 
 Art. 181 do Código Penal: hipóteses de escusas absolutórias para delitos patrimoniais, cometidos 
sem violência, envolvendo membros da mesma família. 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 Art. 183 do Código Penal: limita a incidência de escusas absolutórias para delitos patrimoniais, 
cometidos sem violência, envolvendo membros da mesma família, em determinadas hipóteses. 
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça 
ou violência à pessoa; 
II - ao estranho que participa do crime. 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Art. 348, § 2º, do Código Penal: escusa absolutória defendida por Júlio Fabbrini Mirabete e Renato 
N. Fabbrini. 
Favorecimento pessoal 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada 
pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 
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§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica 
isento de pena. 
 Súmula Vinculante nº 24: condição objetiva de punibilidade dos crimes tributários. 
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da 
Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. 
 Art. 180 da Lei 11.101/2005: condição de punibilidade dos crimes tributários nos casos de 
sentença de falência, concessão de recuperação judicial ou homologação da recuperação 
extrajudicial. 
Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a 
recuperação extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade 
das infrações penais descritas nesta Lei. 
 Art. 7º, inciso II e §§ 2º e 3º, do Código Penal: extraterritorialidade condicionada. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
(...) 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
(...) 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes 
condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a 
punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora 
do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 Art. 107 do Código Penal: causas de extinção da punibilidade 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
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II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 Art. 312, § 2º, do Código Penal: reparação do dano, antes de sentença irrecorrível, no peculato 
culposo como causa de extinção da punibilidade. 
Art. 312 (...) 
Peculato culposo 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, 
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
 Art. 9º, § 2º, da Lei 10.684/2003: pagamento do débito em relação aos crimes tributários como 
causa de extinção da punibilidade 
Art. 9o É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1o 
e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em que a pessoa jurídica 
relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no regime de parcelamento. 
§ 1o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão punitiva. 
§ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica 
relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e 
contribuições sociais, inclusive acessórios. 
 RHC 91237/STJ: possibilidade da extinção da punibilidade, pelo pagamento dos tributos e seus 
acessórios, mesmo após o trânsito em julgado da condenação. 
“PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. 1. TRANCAMENTO DA AÇÃO 
PENAL. AUSÊNCIA DE EXCEPCIONALIDADE. 2. CRIME TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO 
DEFINITIVA DO CRÉDITO. SÚMULA VINCULANTE 24/STF. JUSTA CAUSA. 3. DISCUSSÃO NA 
SEARA CÍVEL. IRRELEVÂNCIA. INDEPENDÊNCIA DAS ESFERAS. 4. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. 
IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE SUSPENSÃO DA 
AÇÃO PENAL. POSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO MESMO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO. 5. 
RECURSO EM HABEAS CORPUS IMPROVIDO. 
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1. O trancamento da ação penal na via estreita do habeas corpus somente é possível, em 
caráter excepcional, quando se comprovar, de plano, a inépcia da denúncia, a atipicidade da 
conduta, a incidência de causa de extinção da punibilidade ou a ausência de indícios de 
autoria ou de prova da materialidade do delito. 
2. Somente há justa causa para a persecução penal pela prática do crime previsto no art. 
1º da Lei n. 8.137/1990, com o advento do lançamento definitivo do crédito tributário. Nesse 
sentido, é o teor da Súmula Vinculante n. 24 do Supremo Tribunal Federal: "Não se tipifica 
crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 
8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo". 
3. Ocorrido o lançamento definitivo do crédito tributário, eventual discussão na esfera cível 
não obsta o prosseguimento da ação penal que apura a ocorrência de crime contra a ordem 
tributária, haja vista a independência das esferas cível e penal. 
4. Não tendo havidosua vizinha, com 
quem namorou, não está acobertada por nenhuma escusa absolutória. Portanto, com a configuração do 
delito, o direito de punir do Estado surge. Se a investigação demorar e houver o reconhecimento da 
prescrição, durante o curso do processo penal, o direito de punir terá nascido, mas será extinto em razão 
de um evento superveniente. 
Na causa de exclusão de punibilidade, não nasce o direito de punir. Já a causa de extinção da punibilidade 
põe fim ao direito de punir em razão de um fator superveniente. 
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Por fim, Júlio Fabbrini Mirabete e Renato N. Fabbrini defendem que também há escusa absolutória no caso 
do artigo 348, § 2º, do Código Penal2. Se adotada a denominação de causa de exclusão de punibilidade, 
teremos outro caso de referida hipótese: 
Favorecimento pessoal 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de 
reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento 
de pena. 
Portanto, a hipótese de isenção de pena no crime de favorecimento pessoal constitui outro exemplo de 
exclusão da punibilidade. No caso de o crime ser praticado para favorecer um ascendente, descendente, 
cônjuge ou irmão do sujeito ativo, não nascerá o direito de punir do Estado. Teremos um fato típico, ilícito 
e culpável, mas desde a sua configuração não haverá a punibilidade. Como a punibilidade é pressuposto da 
aplicação de pena, não será possível sua imposição. 
 
2 - IMUNIDADES PARLAMENTARES, DIPLOMÁTICAS E DOS 
ADVOGADOS 
Entendemos que as imunidades materiais dos parlamentares, dos agentes diplomáticos e dos advogados 
também podem ser denominadas causas de exclusão da punibilidade, já que prevalece na doutrina que elas 
têm natureza de causa pessoal de isenção de pena. Entretanto, cuida-se de assunto já estudado neste curso 
e de classificação não unânime na doutrina, razão pela qual não o abordaremos aqui. 
 
CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE 
Condições objetivas de punibilidade são requisitos para a imposição da pena que não integram o tipo 
penal. Tipo penal, como estudaremos adiante, é a previsão da conduta que configura o crime, sendo que, 
no caso de homicídio, é “matar alguém”. A adequação da conduta praticada ao tipo penal (tipicidade) é 
necessária para que o agente possa ser punido pela conduta (ação ou omissão) que praticou. 
 
2 Mirabete, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal, volume 1: parte geral, arts. 1º a 120 do CP. 32 ed. rev. e atual. São Paulo: 
Atlas, 2016, p. 376. 
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Atuam de forma objetiva, sem necessidade de que o agente atue com elemento subjetivo com relação a tais 
condições3. Condicionam a aplicação da pena, apesar de o delito estar configurado, com os seus elementos 
presentes. A punibilidade depende de uma condição futura simplesmente por razões de política criminal. 
Para alguns, apesar de se referir à punibilidade, haveria impedimento à própria configuração do delito, já 
que não haveria sequer sanção penal atrelada à conduta. É o que se nota da Súmula Vinculante 24 do STJ 
(“não se tipifica”). A matéria, portanto, é controversa. 
Referidas condições são denominadas objetivas por não dependerem do dolo ou culpa do agente. Na 
verdade, são condições cuja ocorrência não está sujeita ao arbítrio do sujeito ativo, mas depende de fatores 
externos. 
São baseadas em política criminal, ou seja, em juízo de oportunidade, conveniência e necessidade ou não 
de imposição de sanção penal. Sem que se constate a condição objetiva de punibilidade, não se pode 
intentar a ação penal, pois o fato não é punível. 
Em conjunto com as escusas absolutórias, são condições para a imposição da pena de acordo com a 
política criminal vigente, permitindo que o legislador adeque eventual necessidade de punição à realidade 
social do momento. 
São exemplos de condições objetivas de punibilidade: 
 
1 - CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO DÉBITO NOS CRIMES 
TRIBUTÁRIOS 
Ainda que haja divergências, tem prevalecido na doutrina que a constituição definitiva do débito tributário 
é condição objetiva de punibilidade dos respectivos crimes. Entretanto, prevê a Súmula Vinculante nº 24 
que o crime não se tipifica, o que não se compatibiliza perfeitamente com a noção de condição de 
punibilidade: 
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 
8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. 
Deste modo, ainda que não haja essa previsão no próprio tipo penal de cada um dos crimes tributários, só 
se pode punir a conduta formalmente típica após o lançamento definitivo do tributo. A punibilidade dos 
delitos previstos no artigo 1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/90 depende da constituição definitiva do crédito 
tributário, ficando suspensa até o advento desta condição. 
 
 
3 PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. Parte Geral e Parte Especial. 18 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020, p. 351. 
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2 - SENTENÇA DE FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO JUDICIAL OU 
EXTRAJUDICIAL E CRIMES FALIMENTARES: 
A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou homologa a recuperação extrajudicial 
é condição objetiva de punibilidade nos crimes falimentares. Neste caso, a própria lei prevê a natureza 
jurídica desta condição de punibilidade: para aplicação de sanção penal no caso dos crimes falimentares, é 
necessário que haja decretação da falência, concessão de recuperação judicial ou homologação da 
recuperação extrajudicial. É o que prevê o artigo 180 da Lei 11.101/2005: 
Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recuperação 
extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações penais 
descritas nesta Lei. 
Deste modo, ainda que praticado um crime falimentar, com todos os seus elementos (fato típico, ilícito e 
culpável), o direito de punir do Estado ficará sob a condição suspensiva da prolação de sentença que decrete 
a falência, homologue a recuperação extrajudicial ou conceda a recuperação judicial. 
 
3 - CONDIÇÕES PARA A EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA 
A extraterritorialidade representa a aplicação excepcional da lei penal brasileira em casos ocorridos fora do 
território nacional. Pode ser condicionada ou incondicionada. A extraterritorialidade condicionada diz 
respeito às hipóteses de aplicação da lei brasileira aos crimes cometidos no exterior, quando submetida a 
aplicação a determinadas condições. Está prevista no artigo 7º, inciso II e §§ 2º e 3º, do Código Penal: 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
(...) 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando 
em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
(...) 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
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Delegado de Polícia - Direito Penal - Prof.: Michaelo pagamento, não há se falar em extinção da punibilidade. Igualmente, 
mostra-se despicienda a suspensão da ação penal, porquanto, mesmo após o trânsito em 
julgado da condenação, é possível a extinção da punibilidade pelo efetivo pagamento do 
tributo. 
5. Recurso em habeas corpus improvido.” (STJ, RHC 91237/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da 
Fonseca, Quinta Turma, DJe 28/02/2018). 
 Art. 59, parágrafo único, da Lei das Contravenções Penais: aquisição posterior de renda, em 
relação ao condenado pela contravenção penal de vadiagem como causa de extinção da 
punibilidade. 
Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter 
renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência 
mediante ocupação ilícita: 
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses. 
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meios 
bastantes de subsistência, extingue a pena. 
 
 Art. 522 do CPP: conciliação nos casos dos crimes contra a honra como causa de extinção da 
punibilidade. 
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, 
a queixa será arquivada. 
 Art. 60, § 2º, do Código Florestal: a regularização de imóvel ou posse rural, perante o órgão 
competente, em relação aos crimes ambientais como causa de extinção da punibilidade. 
 Art. 60. A assinatura de termo de compromisso para regularização de imóvel ou posse rural 
perante o órgão ambiental competente, mencionado no art. 59, suspenderá a punibilidade dos 
crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, enquanto o 
termo estiver sendo cumprido. 
§ 1º A prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva. 
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§ 2º Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularização prevista nesta Lei. 
 Artigo 87, caput e parágrafo único da Lei n 12.529/2011: cumprimento do acordo de leniência, 
nos casos de crimes contra a ordem econômica e os relacionados à prática de cartel como causa de 
extinção da punibilidade. 
Art. 87. Nos crimes contra a ordem econômica, tipificados na Lei no 8.137, de 27 de dezembro 
de 1990, e nos demais crimes diretamente relacionados à prática de cartel, tais como os 
tipificados na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e os tipificados no art. 288 do Decreto-Lei 
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, a celebração de acordo de leniência, nos 
termos desta Lei, determina a suspensão do curso do prazo prescricional e impede o 
oferecimento da denúncia com relação ao agente beneficiário da leniência. 
Parágrafo único. Cumprido o acordo de leniência pelo agente, extingue-se automaticamente 
a punibilidade dos crimes a que se refere o caput deste artigo. 
 Art. 171, § 2º, inciso VI do Código Penal: causa supralegal de extinção da punibilidade 
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou 
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. 
(...) 
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
Fraude no pagamento por meio de cheque 
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o 
pagamento. 
 Súmula nº 554 do STF: interpretação a contrario sensu da causa supralegal de extinção da 
punibilidade prevista no art. 171, § 2º, inciso VI do Código Penal. 
O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, 
não obsta ao prosseguimento da ação penal. 
 Art. 5º, inciso XLV, Constituição da República: duas exceções do princípio da intranscendência da 
pena. 
 XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano 
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra 
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
 Art. 3º, caput, da Lei 9.434/97: critério para a definição de quando ocorre a morte do agente. 
Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a 
transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, 
constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e 
transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução 
do Conselho Federal de Medicina. 
 Art. 62 do Código de Processo Penal: a morte deve ser provada com a certidão de óbito. 
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Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de 
ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade. 
 HC 104998 STF: entendimento de que em caso de sentença que extingue a punibilidade baseada 
em certidão de óbito falsa é inexistente. 
 “EMENTA "HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE AMPARADA 
EM CERTIDÃO DE ÓBITO FALSA. DECISÃO QUE RECONHECE A NULIDADE ABSOLUTA DO 
DECRETO E DETERMINA O PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO PENAL. INOCORRÊNCIA DE REVISÃO 
PRO SOCIETATE E DE OFENSA À COISA JULGADA. PRONÚNCIA. ALEGADA INEXISTÊNCIA DE 
PROVAS OU INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA EM RELAÇÃO A CORRÉU. INVIABILIDADE DE 
REEXAME DE FATOS E PROVAS NA VIA ESTREITA DO WRIT CONSTITUCIONAL. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. ORDEM DENEGADA. 1. A decisão que, com base em 
certidão de óbito falsa, julga extinta a punibilidade do réu pode ser revogada, dado que não 
gera coisa julgada em sentido estrito. 2. Não é o habeas corpus meio idôneo para o reexame 
aprofundado dos fatos e da prova, necessário, no caso, para a verificação da existência ou não 
de provas ou indícios suficientes à pronúncia do paciente por crimes de homicídios que lhe são 
imputados na denúncia. 3. Habeas corpus denegado.” 
(STF, HC 104998/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, Julgamento em 14/12/2010) 
 Art. 7º do Código Civil: decretação da extinção da punibilidade em casos de morte presumida do 
agente. 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois 
anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser 
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data 
provável do falecimento. 
 Art. 88, caput e parágrafo único, da Lei de Registros Públicos: desaparecimento do indivíduo em 
determinas situações calamitosas. 
Art. 88. Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas 
desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, 
quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o 
cadáver para exame. 
Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em 
campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos do artigo 85 e os 
fatos que convençam da ocorrência do óbito. 
 Art. 84, inciso XII e parágrafo único, da Constituição: competência para conceder o indulto. 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
(...) 
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XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em 
lei; 
(...) 
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuiçõesmencionadas nos 
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República 
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas 
delegações. 
 Art. 5º, inciso XLIII da Constituição Federal: casos de vedação. 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-
los, se omitirem; 
 Art. 2º, inciso I da Lei 8072/90: anistia, graça e indulto na Lei de crimes hediondos. 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
I - anistia, graça e indulto; 
II - fiança. 
 HC 115099, STF: a constitucionalidade do art. 2º, inciso I da Lei 8072/90. 
 “EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. LATROCÍNIO. CRIME 
HEDIONDO. COMUTAÇÃO DE PENA. DECRETO N. 7.046/2009. VEDAÇÃO LEGAL EXPRESSA. 
IMPOSSIBILIDADE. DENEGAÇÃO DA ORDEM. 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal 
Federal é firme no sentido de que o instituto da graça, previsto no art. 5.º, inc. XLIII, da 
Constituição Federal, engloba o indulto e a comutação da pena, estando a competência 
privativa do Presidente da República para a concessão desses benefícios limitada pela vedação 
estabelecida no referido dispositivo constitucional. Precedentes. 2. O Decreto n. 7.046/2009 
dispõe que a concessão dos benefícios de indulto e comutação da pena não alcança as pessoas 
condenadas por crime hediondo, praticado após a edição das Leis ns. 8.072/1990, 8.930/1994, 
9.695/1998, 11.464/2007 e 12.015/2009. 3. Ordem denegada.” 
(STF, HC 115099/SP, Rel. Min. Carmen Lúcia, Segunda Turma, Julgamento em 19/02/2013) 
 HC 117938 STF: entendimento que a hediondez ou não do delito deve ser aferida no momento 
da concessão da anistia, da graça ou do indulto: 
“EMENTA HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL. NÃO ESGOTAMENTO DA 
JURISDIÇÃO. HOMICÍDIO QUALIFICADO. CRIME COMETIDO ANTES DA VIGÊNCIA DAS LEIS 
8.072/1990 e 8.930/1994. INDULTO. COMUTAÇÃO DE PENA. DECRETO N.º 2.838/1998. 1. Há 
óbice ao conhecimento de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de Ministro 
Relator do Superior Tribunal de Justiça, em que dado provimento ao recurso especial do 
Parquet interposto naquela Corte, cuja jurisdição não se esgotou. 2. Tratando-se o indulto de 
ato discricionário do Presidente da República, restrito, portanto, às condições estabelecidas em 
decreto presidencial, a vedação de sua concessão aos apenados por crimes hediondos, ainda 
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que cometidos antes da vigência das Leis 8.072/1990 e 8.930/1994, não configura violação do 
princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa. Precedentes. 3. A aferição da natureza 
do crime, para concessão do indulto, há de se fazer na data da edição do decreto presidencial 
respectivo, não na do cometimento do delito. Precedentes. 4. Habeas corpus extinto sem 
resolução de mérito.” 
 (STF, HC 117938/SP, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, Julgamento em 10/12/2013). 
 HC 118533 STF: não proibição de anistia, graça e indulto para o tráfico privilegiado. 
EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL, PENAL E PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DE 
ENTORPECENTES. APLICAÇÃO DA LEI N. 8.072/90 AO TRÁFICO DE ENTORPECENTES 
PRIVILEGIADO: INVIABILIDADE. HEDIONDEZ NÃO CARACTERIZADA. ORDEM CONCEDIDA. 1. O 
tráfico de entorpecentes privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.313/2006) não se harmoniza 
com a hediondez do tráfico de entorpecentes definido no caput e § 1º do art. 33 da Lei de 
Tóxicos. 2. O tratamento penal dirigido ao delito cometido sob o manto do privilégio apresenta 
contornos mais benignos, menos gravosos, notadamente porque são relevados o envolvimento 
ocasional do agente com o delito, a não reincidência, a ausência de maus antecedentes e a 
inexistência de vínculo com organização criminosa. 3. Há evidente constrangimento ilegal ao 
se estipular ao tráfico de entorpecentes privilegiado os rigores da Lei n. 8.072/90. 4. Ordem 
concedida. 
(STF, HC 118533/MS, Rel. Min. Carmen Lúcia) 
 Súmula nº 611 do STF: juiz competente no caso de abolitio criminis depois de transitado em 
julgada a sentença. 
Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo das execuções a aplicação 
de lei mais benigna. 
 Art. 103 do Código Penal: decadência 
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de 
representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio 
a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que 
se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. 
 Súmula 594 do STF: titularidade do direito de queixa e de representaação 
Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo 
ofendido ou por seu representante legal. 
 HC 115341 STF: dualidade de titulares do direito de queixa e de representação. 
EMENTA Habeas corpus. Penal. Atentado violento ao pudor (CP, art. 214 na redação anterior 
à Lei nº 12.015/09). Ofendida menor de 18 anos. Representação. Prazo. Contagem. Dualidade. 
Súmula nº 594 da Suprema Corte. Decadência. Não ocorrência. Ordem denegada. 1. Na 
ocorrência do delito descrito no art. 214 do Código Penal – antes da revogação pela Lei nº 
12.015/2009 –, o prazo decadencial para a apresentação de queixa ou de representação era 
de 6 meses após a vítima completar a maioridade, em decorrência da dupla titularidade. 2. 
Esta Suprema Corte tem reconhecido a dualidade de titulares do direito de representar ou 
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oferecer queixa, cada um com o respectivo prazo: um para o ofendido e outro para seu 
representante legal. Súmula nº 594 do STF. Precedentes. 3. Ordem denegada. 
(STF, HC 115341/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, Julgamento em 14/10/2014). 
 Art. 31, 33 e 36 do Código de Processo Penal: o direito de queixa do ofendido maior de 18 anos 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o 
direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente 
ou irmão. 
(...) 
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado 
mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o 
direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal. 
(...) 
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, 
e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, 
podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância 
ou a abandone. 
 REsp 1493485 STJ: unificação da maioridade civil e penal. 
“PENAL. RECURSO ESPECIAL. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. COMPROVAÇÃO 
DE MISERABILIDADE DA VÍTIMA. SÚMULA N. 7 DO STJ. RÉU MENOR DE 21 ANOS. 
NOMEAÇÃO DE CURADOR. DESNECESSIDADE. LEI N. 12.015/2009. APLICAÇÃO. PREJUÍZO. 
INEXISTÊNCIA. COMBINAÇÃO DE LEIS. IMPOSSIBILIDADE. REGIME FECHADO. CABIMENTO. 
QUANTIDADE DE PENA E CIRCUNSTÂNCIAS DESFAVORÁVEIS. AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL NÃO CONHECIDO. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. EXECUÇÃO IMEDIATA DA 
PENA DETERMINADA. 1. A desconstituição das conclusões adotadas pelas instâncias 
antecedentes - a família aufere renda insuficiente para afastar a condiçãode pobreza 
processual - demandaria profundo reexame de matéria fático-probatória, o que é vedado pela 
Súmula n. 7 desta Corte Superior. 2. O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de 
que, "após a edição do Código Civil de 2002, quando a maioridade foi estabelecida em 18 
(dezoito) anos, não é mais necessária a nomeação de curador especial, no processo penal, 
para os acusados com idade entre 18 (dezoito) e 21 (vinte e um) anos" (AgRg no AREsp n. 
404.293/SP, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, 5ª T., DJe 7/4/2014). 3. Os preceitos da Lei n. 
12.015/2009 não são prejudiciais ao recorrente, uma vez que, conquanto a norma penal 
secundária seja fixada em patamares superiores (de 8 a 15 anos), não mais incide a causa 
especial de aumento de pena positivada no art. 9º da Lei 8.072/1990, que acrescia de metade 
as penas fixadas in concreto. 4. A Terceira Seção desta Corte Nacional consolidou que é vedada 
a combinação de leis, em face do princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica (art. 
5º, XL, da Constituição da República), "que impõe o exame, no caso concreto, de qual diploma 
legal, em sua integralidade, é mais favorável" (EREsp n. 1.094.499/MG, Rel. Ministro Felix 
Fischer, 3ª S., DJe 18/8/2010). 5. Pela quantidade de pena final imposta (8 anos e 4 meses 
de reclusão) - além de haverem sido consideradas desfavoráveis circunstâncias judiciais 
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na primeira fase da dosimetria - o regime fechado é o devido, nos termos do art. 33, § 2º, "a", 
e § 3º, do CP. 6. Agravo em recurso especial não conhecido. Recurso especial não provido. 
Execução da pena determinada.” 
(STJ, REsp 1493485/SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 06/11/2017). 
 Art. 60 do Código de Processo Penal: hipóteses de perempção. 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a 
ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 
30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, 
para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a 
quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do 
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas 
alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
 HC 355205 STJ: não há perempção no caso das contrarrazões serem apresentadas fora do prazo. 
HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. UTILIZAÇÃO 
INDEVIDA DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO AO SISTEMA RECURSAL. NÃO 
CONHECIMENTO. 1. A via eleita revela-se inadequada para a insurgência contra o ato 
apontado como coator, pois o ordenamento jurídico prevê recurso específico para tal fim, 
circunstância que impede o seu formal conhecimento. Precedentes. 2. O alegado 
constrangimento ilegal será analisado para a verificação da eventual possibilidade de 
atuação ex officio, nos termos do artigo 654, § 2º, do Código de Processo Penal. INJÚRIA 
E DIFAMAÇÃO. QUERELANTE QUE APRESENTOU CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO FORA DO 
PRAZO LEGAL. PEÇA DESNECESSÁRIA AO JULGAMENTO DO RECURSO. INEXISTÊNCIA DE 
DESÍDIA OU NEGLIGÊNCIA DA AUTORA. PROCESSO QUE TEVE REGULAR SEGUIMENTO. 
IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DA PEREMPÇÃO. COAÇÃO ILEGAL INEXISTENTE. 1. De 
acordo com o artigo 60, inciso I, do Código de Processo Penal, "nos casos em que somente 
se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal" quando, "iniciada 
esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo por 30 dias seguidos". 2. No 
caso dos autos, a querelante deu regular andamento ao processo, que culminou com a 
condenação do paciente pela prática dos crimes de injúria e difamação, sendo certo que o só 
fato de haver apresentado contrarrazões à apelação da defesa fora do prazo legal não tem 
o condão de caracterizar a perempção, pois tal peça processual sequer é obrigatória, 
sendo plenamente possível o julgamento do recurso sem a sua presença nos autos, desde 
que a parte tenha sido intimada para ofertá-la, exatamente como ocorreu na espécie. 
Precedentes do STJ e do STF. 3. Habeas corpus não conhecido. 
(STJ, HC 355205/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 01/08/2016) 
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 AREsp 1079273 STJ: não se exige o comparecimento do querelante para atos em que sua presença 
não seja indispensável. 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ALEGADA NULIDADE. 
NÃO OCORRÊNCIA. DESNECESSIDADE DE COMPARECIMENTO DO QUERELANTE EM AUDIÊNCIA 
NO JUÍZO DEPRECADO. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 
1. Consoante o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, "Não é obrigatória a presença do 
querelante ou seu procurador em audiência realizada no juízo deprecado ou para oitiva de 
testemunhas de defesa" (RHC n. 26.530/SC, Rel. Ministra Laurita Vaz, 5ª T., DJe 21/11/2011). 
2. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no AREsp 1079273/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado 
em 27/06/2017, DJe 01/08/2017) 
 EDcl no HC 156.230 STJ: entendimento de que é possível a intimação do querelante, no caso de 
falta de recolhimento das custas ou sua insuficiência. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM HABEAS CORPUS. CALÚNIA. PEREMPÇÃO. FALTA DO 
RECOLHIMENTO DAS CUSTAS. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
ACOLHIDOS EM PARTE. 
1. O art. 619 do Código de Processo Penal determina que "aos acórdãos proferidos pelos 
Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no 
prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, 
obscuridade, contradição ou omissão", sendo que a jurisprudência desta Corte têm os 
admitido, também, com a finalidade de sanar eventual erro material existente na decisão 
embargada. 
2. No caso, o acórdão embargado deixou de analisar a alegação de perempção, tendo em vista 
a ausência do recolhimento das custas processuais. 
3. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a perempção, como perda 
do direito de prosseguir na ação penal de iniciativa privada, é uma sanção jurídica, imposta ao 
querelante por sua inércia, negligência ou contumácia. No entanto, verificada a falta ou 
insuficiência do recolhimento das custas processuais, é possível a posterior intimação do 
interessado a fim que que proceda ao pagamento. 
4. Embargos de declaração acolhidos em parte para sanar a omissão e denegar a ordem de 
habeas corpus. 
(EDcl no HC 156.230/PE, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 
06/03/2012, DJe 26/03/2012) 
 Art. 74, parágrafo único, da Lei 9.099/95: composição civil como renúncia ao direito de queixa e 
de representação. 
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante 
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. 
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Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública 
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa 
ou representação. 
 Art. 31 do Código de Processo Penal: no caso de morte do agente, o direito de oferecer queixa 
passa para alguns familiares. 
Art.31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o 
direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente 
ou irmão. 
 Art. 49 do CPP: no concurso de agentes, a renúncia em relação a um deles se estende aos demais. 
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a 
todos se estenderá. 
 Esta causa está prevista no artigo 105 do Código Penal: perdão do ofendido como causa de 
extinção da punibilidade. 
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta 
ao prosseguimento da ação. 
 O artigo 106 do Código Penal: regras sobre o perdão do ofendido. 
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; 
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; III - se o querelado o 
recusa, não produz efeito. 
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir 
na ação. 
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. 
 Art. 58 do Código de Processo Penal: procedimento para aceitação do perdão. 
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será 
intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado 
de que o seu silêncio importará aceitação. 
 Art. 143 do Código Penal: retratação nos crimes contra a honra. 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da 
difamação, fica isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação 
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, 
pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
 Art. 342, § 2º, do Código Penal: retratação no crime de falso testemunha e falsa perícia. 
 § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o 
agente se retrata ou declara a verdade. 
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 Súmula 18 do STJ: o perdão judicial extingue os efeitos penais. 
A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não 
subsistindo qualquer efeito condenatório. 
 Art. 120 do Código Penal: o efeito do perdão judicial na reincidência. 
Perdão judicial 
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de 
reincidência. 
 
RESUMO 
Como de costume, ao final da aula há o resumo para revisões. A sugestão é que esse resumo seja 
estudado sempre previamente ao início da aula seguinte, como forma de consolidar o estudo 
realizado. Segundo seu próprio cronograma de estudo, é necessário retomar o estudo das matérias 
já vistas para melhor aprendizado e memorização. Caso encontrem dificuldade em compreender 
alguma informação, não deixem de retornar à aula. 
 
Conceito de punibilidade 
É a possibilidade de o Estado aplicar a sanção penal, seja pena ou a medida de segurança, ao sujeito 
ativo da infração penal. Dito de outra forma, a punibilidade é o próprio ius puniendi. Sua natureza 
jurídica, segundo a teoria tripartida, é de mero pressuposto para aplicação da sanção penal. A 
punibilidade pode não estar presente por diversas causas, que costumam ser classificadas pela 
doutrina da seguinte forma: 
o Causas de exclusão da punibilidade: 
o Condições objetivas de punibilidade 
o Causas de extinção da punibilidade 
 
Causas de exclusão da punibilidade 
São hipóteses que impedem o surgimento do direito de punir do Estado. Em razão de condições 
pessoais do agente, há hipóteses em que a prática de uma infração penal não implica o direito do 
Estado em aplicar uma punição, por motivos de política criminal. Nem todos os doutrinadores 
utilizam essa nomenclatura, sendo que muitos tratam como causas de isenção de pena, imunidades 
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dos crimes contra o patrimônio, imunidades absolutas ou escusas absolutórias. No caso das 
imunidades relativas, o que se tem é a imposição de uma condição objetiva de punibilidade, 
consistente na exigência de representação do ofendido em razão de determinada condição pessoal 
do agente. Portanto, não implicam na exclusão da punibilidade, razão pela qual não fazem parte do 
rol de causas de isenção de pena. 
o Imunidades absolutas ou escusas absolutórias: são hipóteses de exclusão da punibilidade em 
razão da relação existente entre o sujeito ativo e o passivo do delito. Existe previsão de 
escusas absolutórias para delitos patrimoniais, cometidos sem violência, envolvendo 
membros da mesma família. As hipóteses estão elencadas no artigo 181 do Código Penal, 
cuja incidência é limitada pelo artigo 183 do Código Penal. Por fim, Júlio Fabbrini Mirabete e 
Renato N. Fabbrini defendem que também há escusa absolutória no crime de favorecimento 
pessoal previsto no artigo 348, § 2º, do Código Penal. 
o Imunidades parlamentares, diplomáticas e dos advogados. Entendemos que as imunidades 
materiais dos parlamentares, dos agentes diplomáticos e dos advogados também podem ser 
denominadas causas de exclusão da punibilidade, já que prevalece na doutrina que elas têm 
natureza de causa pessoal de isenção de pena. 
 
Condições objetivas de punibilidade 
É a condição, externa ao delito, de que depende a imposição da sanção penal pela prática de um 
crime. As condições objetivas de punibilidade condicionam a punibilidade, não dependendo da 
vontade do agente. O direito de punir fica suspenso até o advento dessa condição. Referidas 
condições são denominadas objetivas por não dependerem do dolo ou culpa do agente. São 
baseadas em política criminal. Em conjunto com as escusas absolutórias, são condições para a 
imposição da pena de acordo com a política criminal vigente, permitindo que o legislador adeque 
eventual necessidade de punição à realidade social do momento. São exemplos de condições 
objetivas de punibilidade: 
o Constituição definitiva do débito nos crimes tributário: ainda que haja divergências, tem 
prevalecido na jurisprudência que a constituição definitiva do débito tributário é condição 
objetiva de punibilidade dos respectivos crimes. A punibilidade dos delitos previstos no artigo 
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1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/90 depende da constituição definitiva do crédito tributário, 
ficando suspensa até o advento desta condição. 
o Sentença de falência, recuperação judicial ou extrajudicial e crimes falimentares: é condição 
objetiva de punibilidade nos crimes falimentares. É o que prevê o artigo 180 da Lei 
11.101/2005. 
o Condições para a extraterritorialidade condicionada: diz respeito às hipóteses de aplicação 
da lei brasileira aos crimes cometidos no exterior, quando submetida a aplicação a 
determinadas condições. No caso de prática de algum dos crimes previstos no artigo 7º, 
inciso II, do Código Penal, só haverá a aplicação da lei penal brasileira se implementadas as 
condições previstas no parágrafo segundo do referido artigo. Enquanto não implementadas 
todas as condições, o direito de punir fica suspenso. Caso as condições sejam satisfeitas, o 
ius puniendi surge e será possível a imposição da pena ao sujeito, após o devido processo 
legal. 
 
Causas de extinção da punibilidade 
São as situações que, após o surgimento do direito de punir do Estado, causam sua extinção. O 
direito de punir surge, mas deixa de existir por um motivo superveniente. Entretanto, há fatosou 
eventos cujo advento determina a extinção deste direito de punir, que podem ser: 
o Gerais ou comuns: são as causas extintivas da punibilidade que se aplicam a todas as 
infrações penais. 
o Especiais ou particulares: são as causas extintivas da punibilidade que se relacionam a 
infrações penais determinadas. 
O Código Penal traz várias causas de extinção da punibilidade em seu artigo 107. Este elenco constitui 
um rol exemplificativo, ou seja, numerus apertus. Como já dito, existem outras causas de extinção 
da punibilidade previstas em outros dispositivos do Código Penal, assim como em leis diversas. 
Vejamos alguns exemplos: 
o Reparação do dano, antes de sentença irrecorrível, no peculato culposo: esta causa de 
extinção da punibilidade foi utilizada como exemplo de causa especial, por se referir a um 
crime específico. Está prevista no artigo 312, § 2º, do Código Penal. 
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o Pagamento do débito em relação aos crimes tributários: o pagamento integral dos débitos 
tributários e seus acessórios implica a extinção da punibilidade dos crimes previstos nos 
artigos 1º e 2º da Lei 8.137/90 e nos artigos 168-A e 337-A do Código Penal. É o que prevê o 
artigo 9º, § 2º, da Lei 10.684/2003. Em razão desta previsão legal, o STJ tem entendido que 
é possível a extinção da punibilidade, pelo pagamento dos tributos e seus acessórios, mesmo 
após o trânsito em julgado da condenação, no que se refere aos crimes dos artigos 1º e 2º da 
Lei 8.137/90 e artigos 168-A e 337-A do Código Penal. 
o Aquisição posterior de renda, em relação ao condenado pela contravenção penal de 
vadiagem: a aquisição superveniente de renda extingue o direito de punir do Estado em 
relação à contravenção penal de vadiagem, nos termos do artigo 59, parágrafo único, da Lei 
das Contravenções Penais. 
o Conciliação nos casos dos crimes contra a honra: no caso de injúria, calúnia e difamação, o 
Código de Processo Penal prevê rito especial em que, antes do recebimento da queixa, o juiz 
ouve as partes sobre a possibilidade de reconciliação. Havendo reconciliação, a queixa deve 
ser arquivada, o que implica a extinção da punibilidade. É o que prevê o artigo 522 do CPP. 
o A regularização de imóvel ou posse rural, perante o órgão competente, em relação aos 
crimes ambientais: O Código Florestal, no seu artigo 59, prevê a implantação de Programas 
de Regularização Ambiental. Caso o agente assine termo de compromisso para regularização 
do imóvel ou posse rural, perante o órgão ambiental competente, a punibilidade dos crimes 
previstos nos artigos 38, 39 e 48 da Lei 9.605/98 ficará suspensa. Cumprida efetivamente a 
regularização, a punibilidade será extinta, nos termos do art. 60, § 2º, do Código Florestal. 
o Cumprimento do acordo de leniência, nos casos de crimes contra a ordem econômica e os 
relacionados à prática de cartel: Cumprido o acordo de leniência, há extinção da punibilidade 
dos crimes contra a ordem econômica e dos diretamente relacionados à prática do cartel, 
como o de associação criminosa. É o que prevê o artigo 87, caput e parágrafo único, da Lei 
12.529/2011. 
 
✓ É possível a existência de causa supralegal de extinção da punibilidade? 
Parte da doutrina aponta que sim, apontando como exemplo o entendimento do Supremo Tribunal 
Federal a respeito do crime de fraude no pagamento por meio de cheque de que, após recebida a 
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denúncia, o pagamento do cheque não é obstáculo ao trâmite da ação penal. Interpretando a 
contrario sensu, podemos extrair do enunciado que o pagamento do cheque, antes do recebimento 
da denúncia pelo juiz, impede o prosseguimento do processo penal. 
 
o Hipóteses principais de extinção da punibilidade do rol do artigo 107 do Código Penal. 
 
 
 Morte do agente: a morte do sujeito ativo do crime implica a extinção da punibilidade. Conforme 
a expressão latina, mors omnia solvit, ou seja, a morte solve tudo. Ou seja, a morte apaga tudo que 
havia, não havendo mais o que se solver, obrigações a serem adimplidas. Segundo o princípio da 
pessoalidade, a pena não pode passar da pessoa do condenado. Deste modo, os efeitos penais da 
condenação se extinguem com a morte do agente, permanecendo apenas os extrapenais. 
Entretanto, o princípio da intranscendência da pena, previsto na Constituição da República, no seu 
artigo 5º, inciso XLV, comporta duas exceções que permitem a extensão dos efeitos penais aos 
sucessores são as seguintes: 
- Obrigação de reparar o dano; 
- Decretação de perdimento de bens. 
Em ambos os casos, é necessário que se observe o limite do valor do patrimônio transferido ao 
sucessor. Não é demais destacar que a pena de multa, que não está citada como uma das exceções 
constitucionais, não pode ser executada contra os herdeiros ou legatários. Também vale ressaltar 
que a morte deve ser provada, judicialmente, por meio de certidão de óbito. A morte de um dos 
corréus, por óbvio, não acarretará o fim do ius puniendi em relação aos demais, pois sua causa não 
se comunica a todos. 
✓ E se a extinção da punibilidade for decretada com base em certidão de óbito falsa? 
- 1ª posição: a decisão extintiva da punibilidade não pode ser revista, pois não existe 
revisão criminal pro societate. É a posição do professor Damásio de Jesus. 
- 2ª posição: a decisão é inexistente, pois baseada em uma premissa falsa. Essa posição 
foi adotada pelo Supremo Tribunal Federal em alguns precedentes. 
Por fim, cumpre analisar a possibilidade de decretação da extinção da punibilidade em caso de 
declaração de ausência. Há diferentes posicionamentos na doutrina: 
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- Não é possível decretar a extinção da punibilidade com base decretação de ausência, 
pois há a exigência da certidão de óbito e a declaração de ausência só tem efeitos 
civis. É o que defende Júlio Fabbrini Mirabete e Renato N. Fabbrini. 
- É possível decretar a extinção da punibilidade com base na decretação de ausência, 
pois, a morte presumida produz os efeitos jurídicos da morte. Posição defendida por 
Nelson Hungria. 
- É possível decretar a extinção da punibilidade apenas nos casos de morte presumida 
sem decretação de ausência. Há casos de extrema probabilidade de morte do agente, 
previstas no artigo 7º do Código Civil, em que é possível a decretação da morte por 
sentença, com fixação da data provável da morte. Há, ainda, a previsão do artigo 88, 
caput e parágrafo único, da Lei de Registros Públicos, a respeito de desaparecimento 
do indivíduo em determinas situações calamitosas. Nestas hipóteses de catástrofes, 
o desaparecimento pode ensejar o processo de justificação, se provada a presença do 
desaparecido no local dos referidos eventos e não for encontrado o seu corpo. Como 
há o assento do óbito e a expedição da respectiva certidão, é possível a extinção da 
punibilidade por decisão judicial. Esta é a posição defendida por Fernando Capez. 
 
 Anistia, Graça e Indulto: são formas de renúncia do Estado ao direito de punir, configurando-se 
como causas de extinção da punibilidade. Fundamentam-se em razões de política criminal, como na 
diminuição do encarceramento, e de clemência. 
Anistia 
Anistia é a causa de extinção da punibilidade, formalizada por ato legislativo, de renúncia estatal ao 
direito de punir. A anistia apaga todos os efeitos penais, tanto os principais quanto secundários. 
Permanecem, entretanto, os efeitos extrapenais. Seus efeitos são ex tunc. A competência exclusiva 
pertence à União, sendo privativa do Congresso Nacional. A lei de anistia não pode ser revogadapor 
lei posterior, em razão do princípio da irretroatividade. 
o Dependendo do momento da sua concessão, a anistia pode ser: 
- Própria: concedida antes da condenação transitada em julgado. 
- Imprópria: concedida após a condenação transitada em julgado. 
o Quanto aos crimes que abrange, a anistia pode ser: 
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- Comum: concedida para os delitos comuns. 
- Especial: concedida para os crimes políticos. 
o Por fim, podemos, ainda, classificar a anistia conforme a previsão ou não de requisitos para 
usufruir do benefício: 
- Irrestrita ou incondicionada: não impõe qualquer requisito para sua concessão. 
- Restrita ou condicionada: exige a prática de algum ato como condição para sua 
concessão. Como exemplos de requisitos, podemos citar a obrigatoriedade de 
ressarcimento do dano ou a deposição das armas. 
 
Graça e indulto 
A graça e o indulto são causas de extinção da punibilidade, formalizadas por Decreto Presidencial, 
que representam uma renúncia do Estado ao seu direito de punir, por razões de política criminal ou 
clemência. Referido ato, de competência do Presidente da República, pode ser delegado aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União. Tal qual a 
anistia, a graça e o indulto apagam os efeitos penais principais. Entretanto, no caso da graça e do 
indulto, permanecem os efeitos penais secundários e os efeitos extrapenais. A previsão desta causa 
de extinção da punibilidade está no artigo 84, inciso XII e parágrafo único, da Constituição. 
A doutrina costuma tratar dos dois institutos conjuntamente, dada sua proximidade e em razão de 
a graça em sentido amplo ser o gênero, o qual abarca o indulto e a graça em sentido estrito. 
Enumeradas as semelhanças, cabe, agora, diferenciarmos os dois institutos: 
- Graça em sentido estrito: é um benefício individual. Depende de provocação do 
interessado para sua concessão e, com isso, ensejar a extinção da punibilidade. 
- Indulto: é um benefício coletivo. Sua concessão atinge todos aqueles aos quais o decreto 
se destina, não dependendo de nenhuma provocação. 
A graça e o indulto podem ser classificados conforme seus efeitos: 
- Plenos: são assim chamados a graça e o indulto que extinguem totalmente a pena, 
causando a extinção da punibilidade. 
- Parciais: concedem apenas uma diminuição da pena, tornando a situação do condenado 
ou executado mais benéfica. Quando parciais, a graça e o indulto são denominados de 
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comutação. Neste caso, admite-se a recusa, nos termos do artigo 739 do Código de 
Processo Penal. 
 
✓ Quanto aos crimes de ação penal privada, é possível a concessão de graça, indulto ou anistia? 
Sim, pois, nos casos em que somente de procede mediante queixa, o direito de punir continua 
pertencendo ao Estado. Apenas a iniciativa da ação penal é delegada ao particular nos crimes de 
ação penal privada exclusiva ou personalíssima. 
 
Casos de vedação 
A Constituição Federal impõe limites a referidos atos de renúncia ao ius puniendi, em seu artigo 5º, 
inciso XLII, dispondo ser insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos. A Lei 8072/90, 
que dispõe sobre os crimes hediondos, dispõe em seu artigo 2º, inciso I, que os crimes hediondos 
são insuscetíveis de anistia, graça e indulto. Ao contrário da Constituição, que não menciona a 
vedação do indulto, a lei é expressa ao proibir sua concessão aos delitos hediondos e aos 
equiparados. 
 
✓ A previsão do artigo 2º, caput e inciso II, da Lei 8.072/90 é constitucional, ao incluir o 
indulto na proibição? 
Há divergências. Entretanto, o STF entende que o indulto é modalidade de graça (em sentido amplo). 
Logo, está abrangido pela vedação constitucional, pois, ao mencionar graça, o constituinte já se 
referiu a graça e indulto. 
 
✓ É possível que delitos que, ao tempo da sua prática, eram considerados comuns, 
submetam-se à vedação do artigo 2º, II, da Lei 8.072/90? 
O Supremo Tribunal tem entendido que sim. Entende-se que a hediondez ou não do delito deve ser 
aferida no momento da concessão da anistia, da graça ou do indulto, e não ao tempo do crime 
(quando ocorreu a conduta do agente). Cumpre destacar que essas vedações não se estendem ao 
chamado tráfico de entorpecentes privilegiado, previsto no artigo 33, § 4º, da Lei 11.313/2006. 
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 Abolitio Criminis 
A abolitio criminis é a causa de extinção da punibilidade que consiste na descriminalização da 
conduta, em decorrência da superveniência de lei que deixa de prever aquela infração penal. A lei 
que revoga a previsão da norma penal incriminadora, seja de forma expressa ou tática, provoca a 
extinção da sanção penal imposta, bem como os efeitos penais da condenação. Os efeitos 
extrapenais permanecem. A doutrina discute a natureza jurídica da abolitio criminis. O artigo 109 do 
Código Penal prevê, dentre as causas extintivas da punibilidade, a abolitio criminis, razão pela qual, 
ao menos no plano legal, a discussão possui uma solução: a natureza jurídica é de causa extintiva da 
punibilidade. 
 
 Decadência 
Decadência é a causa de extinção da punibilidade que consiste na perda do direito de oferecer queixa 
crime (ação penal de iniciativa privada ou ação penal privada subsidiária da pública) ou de oferecer 
representação (nas ações penais públicas condicionadas), em razão da inércia do titular durante 
determinado intervalo de tempo. A decadência envolve, então, duas hipóteses. Primeiro, abrange 
a perda do direito de oferecer queixa-crime. Em segundo lugar, a decadência também constitui a 
perda do direito de oferecer representação. 
A decadência está prevista no artigo 103 do Código Penal, que prevê o prazo de seis meses para o 
oferecimento de queixa ou de representação, contado do dia em que a autoria do delito se torna 
conhecida. No caso de ação penal privada subsidiária da pública prevê o dispositivo que o início da 
contagem do prazo começa no dia em que esgota o prazo para o oferecimento da denúncia. No caso 
de pluralidade de agentes, o prazo começa a correr do conhecimento da identidade do primeiro 
autor. 
Entretanto, no caso de ação penal privada subsidiária da pública, o não oferecimento da queixa-
crime no prazo não acarreta a extinção da punibilidade. Nesta hipótese, a decadência não é causa 
de extinção da punibilidade, mas apenas acarreta a perda do direito do ofendido de propor a ação 
penal. Isto porque o Ministério Público mantém sua legitimidade, podendo (e devendo) oferecer 
denúncia, mesmo após a decadência do direito de queixa. O prazo para o órgão acusatório é 
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impróprio. A decadência, por implicar na extinção da punibilidade, tem natureza penal e, portanto, 
deve ser contada nos termos do artigo 10 do CP. O prazo não se interrompe por pedido de 
explicações em juízo nem por instauração de inquérito policial. Há alguns crimes que possuem 
regramento específico: 
- Crime permanente: só se inicia após cessada a permanência. 
- Crime continuado: o prazo flui de cada delito considerado de forma isolada. 
- Crime habitual: é contado do último ato praticado pelo agente. 
Quanto à titularidade do direito de queixa e de representação e a ocorrência da decadência, vejamos 
as seguintes situações: 
- Ofendido menor de 18 anos: neste caso, a titularidadedo direito pertente ao representante 
legal do menor. Se o representante legal não oferecer representação ou queixa no prazo, o 
menor poderá oferecer ao atingir a maioridade. 
- Ofendido maior de 18 anos: somente o ofendido pode ofertar a queixa ou a representação. 
Se for incapaz, como no caso de doença mental, a titularidade passa para o representante 
legal. Havendo conflito de interesses, o juiz nomeia curador especial. No caso de morte da 
vítima, o direito passa para o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
- Ofendido maior de 18 anos e menor de 21 anos de idade: somente o ofendido pode ofertar 
a queixa ou a representação. Com o advento do Código Civil de 2002, houve a unificação da 
maioridade civil aos 18 anos. 
 
 Perempção 
A perempção é a causa de extinção da punibilidade que representa uma sanção penal ao querelante 
negligente ou inerte. Só é cabível na ação penal privada exclusiva ou personalíssima, ou, nos termos 
da lei, nos casos em que se procede mediante queixa. As hipóteses estão previstas no artigo 60 do 
Código de Processo Penal. 
A hipótese de falta de andamento ao processo pressupõe notificação do querelante para agir, como 
aponta a doutrina. Ademais, não se exige o comparecimento do querelante para atos em que sua 
presença não seja indispensável. Se houver pedido de justiça e as alegações finais demostrarem que 
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se pede a condenação, não há perempção. Tem-se entendido, todavia, que a apresentação das 
alegações finais, na forma de memorial, fora do prazo não induz perempção. 
Configura-se a perempção quando não apresentadas contrarrazões ao recurso do querelado contra 
a sentença condenatória. Por outro lado, não se configura perempção se a apresentação das razões 
recursais for intempestiva. O STJ também entendeu que não há perempção no caso das 
contrarrazões serem apresentadas fora do prazo. 
Em razão da impossibilidade de comparecer alguma pessoa para substituição, a morte do querelante 
na ação penal privada personalíssima acarreta a extinção da punibilidade. Haverá hipótese análoga 
à do artigo 60, inciso II, do CPP, em que não haverá quem prossiga no processo, dada a 
impossibilidade, pois somente o ofendido, no caso de ação penal privada personalíssima, pode 
figurar no polo ativo do processo. 
O STJ entende possível a intimação do querelante, no caso de falta de recolhimento das custas ou 
sua insuficiência, para suprir a falta (EDcl no HC 156230/PE). 
 
 Renúncia 
Renúncia é a causa de extinção da punibilidade, que consiste em ato unilateral, do ofendido ou de 
seu representante legal, de abdicação do direito de promover a ação penal privada. É cabível nos 
casos de ação penal privada exclusiva ou personalíssima, pois a punição, nestas hipóteses, depende 
de que o ofendido ou seu representante oferte a queixa crime. Na ação penal pública condicionada 
à representação, há a possibilidade de renúncia apenas em relação aos crimes de menor potencial 
ofensivo. 
Só cabe a renúncia antes de iniciada a ação penal, pois é pré-processual. O ato é unilateral. A 
renúncia pode ser expressa ou tácita: 
- Expressa: ocorre quando o ofendido declara, de forma explícita, que não intentará a ação 
penal privada, abrindo mão do seu direito. Pode ser feita pelo ofendido, seu representante 
legal ou procurador com poderes especiais, nos termos do artigo 50, caput, do Código de 
Processo Penal. Consiste de declaração escrita, assinada por um dos indivíduos que podem 
oferecer a renúncia. 
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- Tácita: decorre de conduta do ofendido que seja incompatível com o desejo de oferecer 
queixa contra o agente. A renúncia tácita admite qualquer meio de prova, nos termos do 
artigo 57 do Código de Processo Penal. 
Não é renúncia tácita o recebimento, pelo ofendido, de indenização do dano causado pelo crime, 
salvo nos casos de crime de menor potencial ofensivo. No caso de morte do ofendido, o direito de 
queixa passa ao seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. A renúncia de um dos legitimados 
não impede que os outros ofertem a queixa-crime. Também no caso de haver dois ou mais 
ofendidos, a renúncia de um não impede o outro de oferecer queixa-crime. No caso de concurso de 
agentes, a renúncia em relação a um deles se estende aos demais. É o teor do artigo 49 do CPP. 
✓ Caso o querelante ofereça queixa contra apenas um dos agentes, pode o MP aditar para 
inclusão dos demais? 
A doutrina diverge sobre essa possibilidade, sendo que parte entende que é possível, pois o 
Ministério Público deve velar pela indivisibilidade da ação penal e deve impedir que um dos agentes 
seja deixado de fora pelo querelante. Outra parte da doutrina entende que, tendo sido oferecida 
queixa contra apenas parte dos agentes, entender-se-á que houve renúncia em relação ao não 
incluído. Não caberia, assim, inclusão dos demais pelo Ministério Público, já que a ação é privada. A 
única solução seria a extensão da renúncia a todos, com a extinção da punibilidade. 
 
 Perdão do ofendido 
O perdão do ofendido é a causa de extinção da punibilidade que consiste em ato pelo qual o ofendido 
ou seu representante legal manifesta seu desejo de desistir da ação penal privada exclusiva ou 
personalíssima. É cabível desde o oferecimento da queixa até o trânsito em julgado. Refere-se aos 
casos de ação penal privada exclusiva ou personalíssima, não sendo admissível na ação penal privada 
subsidiária da pública. Esta causa está prevista no artigo 105 do Código Penal. Cuida-se de ato 
bilateral. Por conseguinte, a aceitação do querelado é imprescindível. 
Assim como a renúncia, o perdão pode ser tácito ou expresso: 
- Expresso: ocorre quando o ofendido declara, de forma explícita, que não deseja prosseguir 
com a ação penal privada, desistindo do seu prosseguimento. Pode ser feita pelo ofendido, 
seu representante legal ou procurador com poderes especiais. 
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- Tácita: decorre de conduta do ofendido que seja incompatível com o desejo de prosseguir 
com a ação penal contra o agente. 
- Judicial: ocorre quando o ofendido se manifesta nos próprios autos. 
- Extrajudicial: oferecida fora dos autos. É materializado por meio de declaração escrita, 
assinada pelo ofendido, seu representante legal ou procurador com poderes especiais. 
O artigo 106 do Código Penal prevê algumas regras sobre o perdão. Quanto a quem pode oferecer 
o perdão: 
- No caso de ofendido menor de 18 anos: o representante legal pode oferecer o perdão. 
- Se o ofendido for maior ou com idade igual a 18 anos: ele mesmo pode conceder o perdão. 
Quanto ao procedimento para aceitação do perdão, o artigo 58 do Código de Processo Penal prevê 
o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, no mesmo tempo, sendo 
cientificado que o seu silêncio importará aceitação. Portanto, é possível a aceitação do perdão 
ocorrer por decurso de prazo. O perdão é cabível nas ações penais privadas, sejam exclusivas ou 
personalíssimas, em razão do princípio da disponibilidade. 
 
 
 Retratação 
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A retratação é a causa de extinção da punibilidade consistente no ato do agente de retirar 
totalmente o que disse anteriormente. Seu cabimento é restrito aos seguintes casos: calúnia e 
difamação; falso testemunho e falsa perícia. Não cabe a retratação na injúria, com a qual se atinge 
a honra subjetiva do ofendido. 
No caso de crimes contra ahonra, a retratação deve ser oferecida pelo próprio sujeito ativo até a 
prolação de sentença pelo juiz. A retratação não se comunica aos demais agentes, extinguindo a 
punibilidade apenas daquele que se retratou. 
Com relação ao falso testemunha e à falsa perícia, a retratação é possível se, antes da sentença no 
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. O termo final do prazo 
é ser proferida sentença, de primeiro grau, no processo em cujo curso o acusado prestou falso 
testemunho ou elaborou falsa perícia. Se o fato deixa de ser punido, esta causa de extinção da 
punibilidade se estende aos demais agentes, coautores ou partícipes. 
 
 
 Perdão judicial 
É o instituto, cuja natureza é de causa de extinção da punibilidade, pelo qual o juiz deixa de aplicar 
a sanção penal, em virtude de circunstâncias específicas do caso. Ocorre nos casos de bagatela 
imprópria, em que incide o princípio da desnecessidade da pena. O perdão judicial independe de 
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aceitação. É direito público subjetivo do acusado. Deste modo, satisfeitos os requisitos, o juiz deve 
conceder o benefício. Sua admissibilidade depende de previsão na lei. Quando concedido, o perdão 
judicial extingue os efeitos penais, nos termos da Súmula 18 do STJ. Referido enunciado também 
esclarece que a natureza jurídica desta causa extintiva da punibilidade é declaratória. Deste modo, 
não torna certa a obrigação de reparar o dano. 
O perdão judicial deve ser concedido no curso do processo penal, pelo juiz. O juiz considera as 
circunstâncias do crime e as consequências que sobrevieram ao agente. 
Na doutrina, a classificação da sentença concessiva do perdão judicial como declaratória da extinção 
da punibilidade é controversa. Parte entende que é sentença condenatória, com todos os efeitos 
secundários da condenação, sendo que outra parte entende que é condenatória, mas sem a 
incidência de tais efeitos. Há doutrinadores que entendem que é absolutória e outra corrente 
defende que sua natureza é de exclusão facultativa da punibilidade. Por fim, há a corrente de que se 
trata de sentença declaratória de extinção da punibilidade, entendimento que foi adotado pelo STJ. 
Sobre o perdão judicial e a reincidência, que é efeito penal secundário da condenação, o Código 
Penal foi claro ao afastar este efeito em seu artigo 120. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Este é o fim de uma importante aula, em que iniciamos o estudo da punibilidade. Das causas 
extintivas, ficou pendente a prescrição, que terá uma aula própria, a próxima, para sua análise mais 
aprofundada. Os conceitos básicos referentes à configuração do crime e da possibilidade de 
aplicação da sanção penal estão sendo estudados, temas que serão muito relevantes para a 
compreensão de toda a Ciência do Direito Penal. 
Reforço que quaisquer sugestões são bem-vindas e, apesar de elaborada com muito rigor, toda aula 
pode ser aperfeiçoada a partir de contribuições. Toda crítica é bem-vinda, sendo que o contato pode 
ser feito pelo fórum, por e-mail ou pelo Instagram. 
Até a próxima aula. Forte abraço e meus mais sinceros votos de sucesso! 
Michael Procopio. 
 
michael.avelar@estrategia.com 
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professor.procopio 
 
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https://www.facebook.com/eleitoralparaconcursoProcopio Ribeiro Alves Avelar
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e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, 
segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do 
Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
No caso de prática de algum dos crimes previstos no artigo 7º, inciso II, do Código Penal, só haverá a 
aplicação da lei penal brasileira se implementadas as condições previstas no parágrafo segundo do referido 
artigo. 
Deste modo, se um brasileiro, visitando Londres, pratica o crime de dano, depredando um museu antigo, 
ele só será punido no Brasil se preenchidas as condições da extraterritorialidade. Deste modo, será 
necessário que ele retorne ao território nacional, que haja a dupla punibilidade da conduta segundo as leis 
brasileiras e britânicas, que o crime praticado seja um daqueles que autoriza a extradição, que o turista não 
tenha sido absolvido ou cumprido a pena no Reino Unido, que não tenha sido lá perdoado e que sua 
punibilidade não tenha sido extinta, seja conforme a lei brasileira ou a britânica, a que lhe for mais favorável. 
Enquanto não implementadas todas as condições, o direito de punir fica suspenso. Caso as condições sejam 
satisfeitas, o ius puniendi surge e será possível a imposição da pena ao sujeito, após o devido processo legal. 
Se não satisfeitas as condições, o Estado não poderá puni-lo. 
Por fim, ressalto que as condições objetivas de punibilidade serão estudadas ao longo 
do curso, quando for necessário para compreensão de algum tipo penal. Abordamos 
aqui o conceito e alguns exemplos para demonstrar que a punibilidade pode restar 
afastada nesses casos. O direito de punir fica sob a condição objetiva, dependendo 
do seu implemento. A condição objetiva é um elemento de que depende a punição 
do agente, sem estar diretamente previsto no tipo penal como elementar, como 
componente da própria definição da infração penal. 
 
(CESPE/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) 
Julgue o item, relativo aos crimes falimentares. 
 
Para a que se consume um crime falimentar, é necessário que haja sentença que decrete falência, conceda 
recuperação judicial ou conceda recuperação extrajudicial, ou seja, tal sentença é condição objetiva de 
punibilidade para esse tipo de crime. 
( ) Certo ( ) Errado 
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O item está correto. É exatamente o que prevê o artigo 180 da Lei 11.101/2005: 
Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recuperação 
extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações penais 
descritas nesta Lei. 
 
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
As causas de extinção da punibilidade são as que sobrevêm após o nascimento do direito de punir do 
Estado. Após a prática de uma infração penal, surge para o Estado o ius puniendi, que lhe permite, após o 
devido processo legal, a imposição da sanção penal prevista em lei. Entretanto, há fatos ou eventos cujo 
advento determina a extinção deste direito de punir. São justamente as chamadas causas extintivas da 
punibilidade. 
As causas extintivas da punibilidade podem ser: 
➢ Gerais ou comuns: são as causas extintivas da punibilidade que se aplicam a todas as infrações 
penais. É o caso da morte do agente, que determina o desaparecimento do direito de punir do Estado 
em relação a qualquer crime ou contravenção penal que o falecido tenha cometido em vida. 
➢ Especiais ou particulares: são as causas extintivas da punibilidade que se relacionam a infrações 
penais determinadas. É o caso da reparação do dano antes da prolação da sentença irrecorrível, o 
que extingue a punibilidade no caso do crime de peculato culposo (artigo 312, § 3º, CP). 
Sobre a extinção da punibilidade, é muito relevante estudarmos o artigo 108 do Código Penal: 
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou 
circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da 
punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da 
conexão. 
O dispositivo deixa claro que a extinção de punibilidade de um crime não afeta outros eventualmente 
praticados pelo agente. Se o homicídio, por exemplo, for praticado contra o vizinho, que viu que o agente 
estava com sacos de dinheiro do banco assaltado no dia anterior, incide uma qualificadora, denominada de 
conexão consequencial. Ainda que tenha havido prescrição quanto ao crime de roubo, isso não impede que 
se qualifique o homicídio por causa de sua conexão com o roubo. São delitos diversos e, conforme destaca 
o artigo 108 do CP, a extinção da punibilidade de um não afeta a pena do outro. 
O Código Penal traz várias causas de extinção da punibilidade em seu artigo 107. Este elenco constitui um 
rol exemplificativo, ou seja, numerus apertus. Isto significa que há outras causas de extinção da punibilidade 
não referidas no mencionado dispositivo. Vejamos o que ele prevê: 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
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V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
Estudaremos nesta aula, de forma individualizada, cada uma das causas acima elencadas, à exceção da 
prescrição, que será tratada na aula seguinte, dada a extensão do tema. Vale anotar que a anistia e a abolitio 
criminis eliminam a punibilidade e, por serem causas extintivas decorrentes de lei formal específica, ensejam 
o desaparecimento da própria infração penal. 
Como já dito, existem outras causas de extinção da punibilidade previstas em outros dispositivos do Código 
Penal, assim como em leis diversas. Vejamos alguns exemplos: 
 
➢ Reparação do dano, antes de sentença irrecorrível, no peculato culposo: esta causa de extinção já 
foi utilizada como exemplo de causa especial, por se referir a um crime específico. Está prevista no artigo 
312, § 2º, do Código Penal: 
Art. 312 (...) 
Peculato culposo 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, 
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
Portanto, reparado o dano antes do trânsito em julgado, há a extinção da punibilidade do crime de peculato 
culposo, previsto no artigo 312, § 2º, do Código Penal. 
 
➢ Pagamento do débito em relação aos crimes tributários: o pagamento integral dos débitos 
tributários e seus acessórios implica a extinção da punibilidade dos crimes previstos nos artigos 1º e 2º da 
Lei 8.137/90 e nos artigos 168-A e 337-A do Código Penal. É o que prevê o artigo 9º, § 2º, da Lei 10.684/2003, 
que dispõe sobre parcelamento de débitos tributários: 
Art. 9o É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1o e 2o 
da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 
7 de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em que a pessoa jurídica relacionadacom o agente dos aludidos crimes estiver incluída no regime de parcelamento. 
§ 1o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão punitiva. 
§ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica 
relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e 
contribuições sociais, inclusive acessórios. 
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Em razão desta previsão legal, o STJ tem entendido que é possível a extinção da punibilidade, pelo 
pagamento dos tributos e seus acessórios, mesmo após o trânsito em julgado da condenação, no que se 
refere aos crimes dos artigos 1º e 2º da Lei 8.137/90 e artigos 168-A e 337-A do Código Penal: 
“PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. 1. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
AUSÊNCIA DE EXCEPCIONALIDADE. 2. CRIME TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO. 
SÚMULA VINCULANTE 24/STF. JUSTA CAUSA. 3. DISCUSSÃO NA SEARA CÍVEL. IRRELEVÂNCIA. 
INDEPENDÊNCIA DAS ESFERAS. 4. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DA 
PUNIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE SUSPENSÃO DA AÇÃO PENAL. POSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO 
MESMO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO. 5. RECURSO EM HABEAS CORPUS IMPROVIDO. 
1. O trancamento da ação penal na via estreita do habeas corpus somente é possível, em caráter 
excepcional, quando se comprovar, de plano, a inépcia da denúncia, a atipicidade da conduta, a 
incidência de causa de extinção da punibilidade ou a ausência de indícios de autoria ou de prova da 
materialidade do delito. 
2. Somente há justa causa para a persecução penal pela prática do crime previsto no art. 1º da Lei 
n. 8.137/1990, com o advento do lançamento definitivo do crédito tributário. Nesse sentido, é o teor 
da Súmula Vinculante n. 24 do Supremo Tribunal Federal: "Não se tipifica crime material contra a 
ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento 
definitivo do tributo". 
3. Ocorrido o lançamento definitivo do crédito tributário, eventual discussão na esfera cível não obsta 
o prosseguimento da ação penal que apura a ocorrência de crime contra a ordem tributária, haja 
vista a independência das esferas cível e penal. 
4. Não tendo havido o pagamento, não há se falar em extinção da punibilidade. Igualmente, mostra-
se despicienda a suspensão da ação penal, porquanto, mesmo após o trânsito em julgado da 
condenação, é possível a extinção da punibilidade pelo efetivo pagamento do tributo. 
5. Recurso em habeas corpus improvido.” (STJ, RHC 91237/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 
Quinta Turma, DJe 28/02/2018). 
 
➢ Aquisição posterior de renda, em relação ao condenado pela contravenção penal de vadiagem: a 
aquisição superveniente de renda extingue o direito de punir do Estado em relação à contravenção penal 
de vadiagem, nos termos do artigo 59, parágrafo único, da Lei das Contravenções Penais: 
Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter 
renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante 
ocupação ilícita: 
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses. 
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meios 
bastantes de subsistência, extingue a pena. 
Portanto, a aquisição de renda pelo acusado, após a prática da infração penal de vadiagem, causa a extinção 
da punibilidade, impedindo a aplicação de pena ao agente. 
 
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➢ Conciliação nos casos dos crimes contra a honra: no caso de injúria, calúnia e difamação, o Código 
de Processo Penal prevê rito especial em que, antes do recebimento da queixa, o juiz ouve as partes sobre 
a possibilidade de reconciliação. Havendo reconciliação, a queixa deve ser arquivada, o que implica a 
extinção da punibilidade. É o que prevê o artigo 522 do CPP: 
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, a 
queixa será arquivada. 
 
 
➢ A regularização de imóvel ou posse rural, perante o órgão competente, em relação aos crimes 
ambientais: O Código Florestal, no seu artigo 59, prevê a implantação de Programas de Regularização 
Ambiental. Caso o agente assine termo de compromisso para regularização do imóvel ou posse rural, 
perante o órgão ambiental competente, a punibilidade dos crimes previstos nos artigos 38, 39 e 48 da Lei 
9.605/98 ficará suspensa. Cumprida efetivamente a regularização, a punibilidade será extinta, nos termos 
do art. 60, § 2º, do Código Florestal: 
 Art. 60. A assinatura de termo de compromisso para regularização de imóvel ou posse rural 
perante o órgão ambiental competente, mencionado no art. 59, suspenderá a punibilidade dos 
crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, enquanto o 
termo estiver sendo cumprido. 
§ 1o A prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva. 
§ 2o Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularização prevista nesta Lei. 
Cumpre mencionar que o STF entendeu, com relação à suspensão da punibilidade, que se deve aplicar 
extensivamente o disposto no § 1º do art. 60 da Lei 12.651/2012, segundo o qual “a prescrição ficará 
interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva”. Deste modo, não corre o prazo 
prescricional “no decurso da execução dos termos de compromissos subscritos nos programas de 
regularização ambiental” (ADC 42/DF, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento: 28/02/2018). 
 
➢ Cumprimento do acordo de leniência, nos casos de crimes contra a ordem econômica e os 
relacionados à prática de cartel: a Lei 12.529/2011 estruturou o Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência, dispondo sobre a possibilidade de celebração de acordo de leniência entre o CADE e as 
pessoas físicas e jurídicas que forem autoras de infração à ordem econômica. Exige-se efetiva colaboração 
dos autores das infrações, com a identificação dos demais envolvidos e a obtenção de informações e 
documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação. Cumprido o acordo de leniência, há 
extinção da punibilidade dos crimes contra a ordem econômica e dos diretamente relacionados à prática do 
cartel, como o de associação criminosa. É o que prevê o artigo 87, caput e parágrafo único, de referida lei: 
Art. 87. Nos crimes contra a ordem econômica, tipificados na Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 
1990, e nos demais crimes diretamente relacionados à prática de cartel, tais como os tipificados 
na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e os tipificados no art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 - Código Penal, a celebração de acordo de leniência, nos termos desta Lei, 
determina a suspensão do curso do prazo prescricional e impede o oferecimento da denúncia com 
relação ao agente beneficiário da leniência. 
Parágrafo único. Cumprido o acordo de leniência pelo agente, extingue-se automaticamente a 
punibilidade dos crimes a que se refere o caput deste artigo. 
 
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Vistas as causas elencadas no artigo 107 do Código Penal e outras previstas em dispositivos legais diversos, 
a dúvida que surge é a possibilidade de existência de causas extintivas da punibilidade não previstas 
expressamente em lei. 
 
✓ É possível a existência de causa supralegal de extinção da punibilidade? 
Parte da doutrina aponta que sim, usando como exemplo o entendimento do Supremo Tribunal Federal a 
respeito do crime de fraude no pagamento por meio de cheque. Vejamos, a princípio, o tipo legal dareferida 
infração: 
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo 
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. 
(...) 
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
Fraude no pagamento por meio de cheque 
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. 
Com relação a esta figura equiparada ao estelionato, o STF editou o seguinte enunciado da sua súmula, de 
nº 554: 
O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta 
ao prosseguimento da ação penal. 
O STF pacificou o entendimento jurisprudencial de que, após recebida a denúncia, o pagamento do cheque 
não é obstáculo ao trâmite da ação penal. Interpretando a contrario sensu, podemos extrair do enunciado 
que o pagamento do cheque, antes do recebimento da denúncia pelo juiz, impede o prosseguimento do 
processo penal. 
Qual seria o motivo? Ora, pelo entendimento da Suprema Corte, o pagamento do débito, no caso de fraude 
por meio de cheque, extingue a punibilidade. Só a extinção da punibilidade justifica que o processo penal 
não possa prosseguir, já que não há nenhuma previsão legal neste sentido. 
Portanto, a Súmula 554 consubstancia, por decorrência da sua interpretação, uma causa supralegal de 
extinção da punibilidade, já que sua consagração surge de entendimento jurisprudencial, e não de previsão 
normativa. 
Por fim, as causas de extinção da punibilidade podem estar previstas no Código Penal e em leis esparsas, 
além de ser possível que sua origem seja supralegal, ou seja, sem disposição expressa de lei. 
Cabe, agora, estudar as hipóteses principais de extinção da punibilidade, conforme o rol do artigo 107 do 
Código Penal: 
 
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1 - MORTE DO AGENTE 
A morte do sujeito ativo do crime implica a extinção da punibilidade. Conforme a expressão latina, mors 
omnia solvit, ou seja, a morte tudo resolve. Ou seja, a morte apaga tudo que havia, não havendo mais o 
que se solver e não restando obrigações a serem adimplidas. 
Na aula sobre princípios, foi visto o princípio da pessoalidade ou da intranscendência da pena. Segundo 
esta norma, a pena não pode passar da pessoa do condenado. Deste modo, os efeitos penais da condenação 
se extinguem com a morte do agente, permanecendo apenas os extrapenais. 
Entretanto, o princípio da intranscendência da pena, previsto na Constituição da República, no seu artigo 
5º, inciso XLV, comporta duas exceções: 
 XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
As exceções que permitem a extensão dos efeitos penais aos sucessores são as seguintes: 
• Obrigação de reparar o dano; 
• Decretação de perdimento de bens. 
Em ambos os casos, é necessário que se observe o limite do valor do patrimônio transferido ao sucessor. 
Se as sanções tiverem valor superior ao quinhão recebido pelo sucessor, serão extintas naquilo que 
ultrapassarem as forças da herança, sendo executadas dentro do limite. 
Não é demais destacar que a pena de multa, que não está citada como uma das exceções constitucionais, 
não pode ser executada contra os herdeiros ou legatários. Deste modo, a pena de multa sempre se extingue 
com a morte do condenado. 
Sobre o critério para a definição de quando ocorre a morte do agente, tem-se adotado o estabelecido pela 
lei 9.434/97, que trata da remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para transplante e 
tratamento. Em seu artigo 3º, caput, referido diploma legal traz o critério da morte encefálica para a 
definição de morte, nos seguintes termos: 
Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante 
ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por 
dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de 
critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina. 
A morte do agente, abrangidos neste conceito o investigado, o réu e o condenado, é causa personalíssima 
de extinção da punibilidade. A morte de um dos corréus, por óbvio, não acarretará o fim do ius puniendi em 
relação aos demais, pois sua causa não se comunica a todos. 
A morte deve ser provada, judicialmente, por meio de certidão de óbito. Apesar de adotado o sistema do 
livre convencimento motivado no Código de Processo Penal, há resquícios do sistema das provas legais ou 
das provas tarifadas em questões específicas. Uma dessas questões é a morte, que deve ser provada 
necessariamente com a certidão de óbito, não admitindo outros meios de prova, conforme prevê o artigo 
62 do referido Estatuto: 
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Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido 
o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade. 
Um problema que surge é o caso de falsificação da certidão de óbito, com a decretação da extinção da 
punibilidade sem que o agente efetivamente tenha morrido. 
✓ E se a extinção da punibilidade for decretada com base em certidão de óbito falsa? 
Há duas posições a respeito da possibilidade ou não de se reverter ou não a extinção da punibilidade do 
agente com base em certidão de óbito falsificada. A certidão de óbito pode ter sido objeto de falsificação 
material ou ideológica. O que importa é que o agente continua vivo, tendo sido o juiz induzido a erro para 
decretar a extinção da punibilidade: 
➢ 1ª posição: a decisão extintiva da punibilidade não pode ser revista, pois não existe revisão criminal 
pro societate. Logo, só resta ao Estado processar e punir os autores da falsificação da certidão de 
óbito. É a posição do professor Damásio de Jesus. 
➢ 2ª posição: a decisão é inexistente, pois baseada em uma premissa falsa. Como a verdadeira causa 
da extinção da punibilidade é a morte do agente, sem a efetiva ocorrência do seu pressuposto fático 
a decisão fica sem conteúdo. 
A segunda posição, de que a decisão baseada no documento falso é inexistente, foi adotada pelo Supremo 
Tribunal Federal em alguns precedentes, como no seguinte: 
 “EMENTA "HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE AMPARADA 
EM CERTIDÃO DE ÓBITO FALSA. DECISÃO QUE RECONHECE A NULIDADE ABSOLUTA DO 
DECRETO E DETERMINA O PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO PENAL. INOCORRÊNCIA DE REVISÃO 
PRO SOCIETATE E DE OFENSA À COISA JULGADA. PRONÚNCIA. ALEGADA INEXISTÊNCIA DE 
PROVAS OU INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA EM RELAÇÃO A CORRÉU. INVIABILIDADE DE 
REEXAME DE FATOS E PROVAS NA VIA ESTREITA DO WRIT CONSTITUCIONAL. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. ORDEM DENEGADA. 1. A decisão que, com base em 
certidão de óbito falsa, julga extinta a punibilidade do réu pode ser revogada, dado que não gera 
coisa julgada em sentido estrito. 2. Não é o habeas corpus meio idôneo para o reexame aprofundado 
dos fatos e da prova, necessário, no caso, para a verificação da existência ou não de provas ou indícios 
suficientes à pronúncia do paciente por crimes de homicídios que lhe são imputados na denúncia. 3. 
Habeas corpus denegado.” 
(STF, HC 104998/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, Julgamento em 14/12/2010) 
Por fim, cumpre analisar a possibilidade de decretação da extinção da punibilidade em caso de declaração 
de ausência. Há diferentes posicionamentos na doutrina: 
➢ Não é possível decretar a extinção da punibilidade com base decretação de ausência:não é possível 
a decisão de extinção da punibilidade com base em morte presumida, pois há a exigência da certidão 
de óbito e a declaração de ausência só tem efeitos civis. É o que defendem Júlio Fabbrini Mirabete e 
Renato N. Fabbrini4. 
➢ É possível decretar a extinção da punibilidade com base na decretação de ausência: a morte 
presumida produz os efeitos jurídicos da morte, podendo servir de fundamento para a extinção da 
punibilidade. Posição defendida por Nelson Hungria. 
 
4 Mirabete, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal, volume 1: parte geral, arts. 1º a 120 do CP. 32 ed. rev. e atual. São Paulo: 
Atlas, 2016, p. 379. 
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➢ É possível decretar a extinção da punibilidade apenas nos casos de morte presumida sem 
decretação de ausência: há casos de extrema probabilidade de morte do agente, previstas no artigo 
7º do Código Civil, em que é possível a decretação da morte por sentença, com fixação da data 
provável da morte. São as hipóteses de ser extremamente provável a morte de quem estava em 
perigo de vida, bem como de uma pessoa, desaparecida em campanha ou feita prisioneira, não ser 
encontrada até dois anos após o fim da guerra. Vejamos o teor da norma: 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos 
após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida 
depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do 
falecimento. 
Há, ainda, a previsão do artigo 88, caput e parágrafo único, da Lei de Registros Públicos, a respeito 
de desaparecimento do indivíduo em determinas situações calamitosas: 
Art. 88. Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas 
desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, 
quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o 
cadáver para exame. 
Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha, 
provados a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos do artigo 85 e os fatos que 
convençam da ocorrência do óbito. 
Nestas hipóteses de catástrofes, como de naufrágio e inundação, o desaparecimento pode ensejar 
o processo de justificação, se provada a presença do desaparecido no local dos referidos eventos e 
não for encontrado o seu corpo. Como há o assento do óbito e a expedição da respectiva certidão, é 
possível a extinção da punibilidade por decisão judicial. Esta é a posição defendida por Fernando 
Capez5. 
 
2 - ANISTIA, GRAÇA E INDULTO 
A anistia, a graça e o indulto são formas de renúncia do Estado ao direito de punir, configurando-se como 
causas de extinção da punibilidade. Fundamentam-se em razões de política criminal, como na diminuição 
do encarceramento, e de clemência. 
Segundo Kant, o “direito de perdoar o culpado (aggratiandi), de mitigar sua pena ou de perdoá-lo 
inteiramente, é, de todos os direitos do soberano, aquele que dá mais brilho a sua grandeza e em cujo 
exercício pode também cometer uma grande injustiça”6. 
Voltando à análise dos institutos, a anistia se diferencia da graça e do indulto, apesar de serem formas de 
clemência do Estado, vejamos: 
 
5 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Geral. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 598-599. 
6 KANT, Emmanuel. Doutrina do direito. Tradução de Edson Bini. São Paulo: Ícone, 1993, p. 184. 
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➢ Anistia: é concedida por meio de lei formal, elaborada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo 
Presidente da República (ou com veto derrubado pelos parlamentares). 
➢ Graça e indulto: concedidos por decreto do Presidente da República, ato que pode ser delegado aos 
Ministros de Estado, ao Advogado-Geral da União ou ao Procurador-Geral da República. 
Vistas as diferenças entre os institutos, cabe estudá-los de forma separada. 
 
Anistia 
Anistia é a causa de extinção da punibilidade, formalizada por ato legislativo, de renúncia estatal ao direito 
de punir. É a lei que prevê a anulação dos efeitos penais de uma conduta criminosa. 
A anistia apaga todos os efeitos penais, tanto os principais quanto secundários. Isto é possível porque sua 
concessão se dá por meio de lei formal, assim como a própria previsão do crime. Permanecem, entretanto, 
os efeitos extrapenais, como o dever de reparar os danos decorrentes da responsabilidade civil ex delicto. 
Seus efeitos são ex tunc, ou seja, retroativos, voltados para o passado, para delitos que já foram cometidos. 
A competência exclusiva pertence à União, sendo privativa do Congresso Nacional. Deste modo, cabe ao 
Congresso a aprovação da lei que concede anistia, nos termos do artigo 48, VIII, da Constituição da 
República. 
A lei de anistia não pode ser revogada por lei posterior, em razão do princípio da irretroatividade. Tendo 
sido extinta a punibilidade, não pode ela ser reinstituída por lei posterior mais gravosa, ou seja, lex gravior. 
Dependendo do momento da sua concessão, a anistia pode ser: 
• Própria: concedida antes da condenação transitada em julgado. 
• Imprópria: concedida após a condenação transitada em julgado. 
 
 
 
Quanto aos crimes que abrange, a anistia pode ser: 
• Comum: concedida para os delitos comuns. 
• Especial: concedida para os crimes políticos. 
 
ANISTIA PRÓPRIA Concedida antes do trânsito em julgado.
ANISTIA 
IMPRÓPRIA
Concedida após o trânsito em julgado
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Podemos, ainda, classificar a anistia conforme a previsão ou não de requisitos para usufruir do benefício: 
• Irrestrita ou incondicionada: não impõe qualquer requisito para sua concessão. 
• Restrita ou condicionada: exige a prática de algum ato como condição para sua concessão. Como 
exemplos de requisitos, podemos citar a obrigatoriedade de ressarcimento do dano ou a deposição 
das armas. 
 
 
 
Como exemplo de anistia, temos a Lei n. 6.683, de 28 de agosto de 1979. Chama de Lei de Anistia, foi 
aprovada após o fim da ditatura militar, como forma de conciliação dos dois lados dos conflitos armados 
que ocorreram em tal período. 
 
Graça e indulto 
A graça e o indulto são causas de extinção da punibilidade, formalizadas por Decreto Presidencial, que 
representam uma renúncia do Estado ao seu direito de punir, por razões de política criminal ou clemência. 
Referido ato, de competência do Presidente da República, pode ser delegado aos Ministros de Estado, ao 
Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União. 
Tal qual a anistia, a graça e o indulto apagam os efeitos penais principais. Entretanto, no caso da graça e 
do indulto, permanecem os efeitos penais secundários e os efeitos extrapenais. Um exemplo de efeito 
penal secundário é a reincidência. Mesmo que o crime anterior tenha sido indultado, a prática de um novo, 
dentro do período do trânsito em julgado do fato anterior até cinco anos após a extinção da pena, fará com 
que o sujeito seja considerado reincidente. 
O STJ, inclusive, aprovou o enunciado 631 da sua Súmula sobre o assunto: 
ANISTIA COMUM Concedida para os crimes comuns.
ANISTIA ESPECIAL Concedida para os crimes políticos.
ANISTIA 
IRRESTRITA
Concedida sem qualquer requisito.
ANISTIA RESTRITA
Há requisitos que condicionam sua 
concessão.
Estratégia Carreira Jurídica
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cj.estrategia.com | 22O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atinge os 
efeitos secundários, penais ou extrapenais. 
Como vimos acima, exemplo de efeito extrapenal é a obrigação de reparar os danos. A responsabilidade civil 
decorrente da prática da infração penal permanece incólume, não sendo afetada pela concessão da graça 
ou do indulto. 
A previsão desta causa de extinção da punibilidade está no artigo 84, inciso XII e parágrafo único, da 
Constituição: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
(...) 
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em 
lei; 
(...) 
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos 
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República 
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. 
Como se nota do teor das normas constitucionais acima transcritas, não há previsão expressa de graça como 
ato de competência do Presidente da República. Entretanto, a Constituição menciona a graça ao vedar sua 
concessão a determinados delitos, como estudaremos adiante, no seu artigo 5º, XLIII. Com isso, conclui-se 
forçosamente que as normas constitucionais reconhecem a existência do instituto em nosso ordenamento 
jurídico, permitindo sua concessão. 
A doutrina costuma tratar dos dois institutos conjuntamente, dada sua proximidade e em razão de a graça 
– em sentido amplo – ser o gênero, o qual abarca o indulto e a graça em sentido estrito. Visualizemos essa 
relação de gênero e espécie no seguinte esquema: 
 
 
 
Enumeradas as semelhanças, cabe, agora, diferenciarmos os dois institutos: 
• Graça em sentido estrito: é um benefício individual. Depende de provocação do interessado para 
sua concessão e, com isso, enseja a extinção da punibilidade. 
• Indulto: é um benefício coletivo. Sua concessão atinge todos aqueles aos quais o decreto se destina, 
não dependendo de nenhuma provocação. 
A graça e o indulto podem ser classificados conforme seus efeitos, sejam eles de extinguir totalmente a pena 
ou de apenas causar sua diminuição: 
• Plenos: são assim chamados a graça e o indulto que extinguem totalmente a pena, causando a 
extinção da punibilidade. 
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• Parciais: concedem apenas uma diminuição da pena, tornando a situação do condenado ou 
executado mais benéfica. Quando parciais, a graça e o indulto são denominados de comutação. 
Neste caso, não há extinção da punibilidade, mas diminuição da pena. 
Neste caso, admite-se a recusa, nos termos do artigo 739 do Código de Processo Penal: 
Art. 739. O condenado poderá recusar a comutação da pena. 
 
 
 
✓ Quanto aos crimes de ação penal privada, é possível a concessão de graça, indulto ou anistia? 
Sim, pois, nos casos em que somente se procede mediante queixa, o direito de punir (ius puniendi) continua 
pertencendo ao Estado. Apenas a iniciativa da ação penal (ius persequendi) é delegada ao particular nos 
crimes de ação penal privada exclusiva ou personalíssima. O Estado continua detendo o ius puniendi, razão 
pela qual pode dele dispor conforme lhe aprouver, por meio dos instrumentos de renúncia, consistentes na 
concessão de graça, indulto ou anistia. 
Um exemplo de indulto é o Decreto 9.246, de 21 de dezembro de 2017, que foi questionado no Supremo 
Tribunal Federal, por meio da ADI 58747. Seu artigo 1º, inciso I, por exemplo, traz uma hipótese de concessão 
do indulto: 
Art. 1º O indulto natalino coletivo será concedido às pessoas nacionais e estrangeiras que, até 25 
de dezembro de 2017, tenham cumprido: 
I - um quinto da pena, se não reincidentes, e um terço da pena, se reincidentes, nos crimes 
praticados sem grave ameaça ou violência a pessoa; (...) 
 
Casos de vedação 
Nem todos os crimes podem ter sua punibilidade extinta por meio da anistia, da graça e do indulto. A 
Constituição Federal impõe limites a referidos atos de renúncia ao ius puniendi, em seu artigo 5º, inciso XLIII: 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por 
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
Percebam que, apesar de termos dito que a vedação constitucional abrange a anistia, a graça e o indulto, o 
dispositivo constitucional somente menciona a graça e a anistia. 
 
7 Referida ação direta de inconstitucionalidade teve sua pretensão julgada improcedente em 9 de maio de 2019. Disponível em: 
. Acesso em: 19/08/2020. 
GRAÇA E INDULTO 
PLENOS
Exinguem totalmente a pena.
GRAÇA E INDULTO 
PARCIAIS
Concedem uma diminuição na pena. 
Denominam-se COMUTAÇÃO.
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http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5336271
 
 
 
A Lei 8072/90, que dispõe sobre os crimes hediondos, trata do tema no seu artigo 2º, inciso I, fazendo 
menção aos três institutos: 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o 
terrorismo são insuscetíveis de: 
I - anistia, graça e indulto; 
II - fiança. 
Ao contrário da Constituição, que não menciona a vedação do indulto, a lei é expressa ao proibir sua 
concessão aos delitos hediondos e aos equiparados (tortura, tráfico de drogas e terrorismo – percebam que 
os três delitos equiparados têm seu nome iniciado com a letra “T”). 
Surge, então, a controvérsia se a lei inovou, impondo restrição não prevista na Constituição, ou se apenas 
especificou institutos previstos explícita ou implicitamente na norma constitucional. 
✓ A previsão do artigo 2º, caput e inciso II, da Lei 8.072/90 é constitucional, ao incluir o indulto na 
proibição? 
Há duas posições a respeito: 
• 1ª posição: não pode lei ampliar o rol, criando limitação não prevista na Constituição e diminuindo 
atribuições do Presidente da República. Se o texto constitucional menciona apenas graça e anistia, o 
indulto não deve ser compreendido na vedação. Por isso, a Lei 8.072/90 é materialmente 
inconstitucional, por limitar a abrangência de institutos previstos na Constituição sem previsão 
expressa. É o que defende o jurista Alberto Silva Franco; 
• 2ª posição: o indulto é modalidade de graça (em sentido amplo). Logo, está abrangido pela vedação 
constitucional, pois, ao mencionar graça, o constituinte já se referiu a graça e indulto. Ademais, 
argumenta-se que o legislador infraconstitucional pode sim limitar a abrangência do indulto, já que 
não há vedação expressa. Possui referido posicionamento o professor Fernando Capez8. 
O Supremo Tribunal Federal tem adotado a segunda posição, como se nota do seguinte precedente: 
 “1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que o 
instituto da graça, previsto no art. 5.º, inc. XLIII, da Constituição Federal, engloba o 
indulto e a comutação da pena, estando a competência privativa do Presidente da 
República para a concessão desses benefícios limitada pela vedação estabelecida no 
referido dispositivo constitucional. Precedentes. 2. O Decreto n. 7.046/2009 dispõe que 
a concessão dos benefícios de indulto e comutação da pena não alcança as pessoas 
condenadas por crime hediondo, praticado após a edição das Leis ns. 8.072/1990, 8.930/1994, 
9.695/1998, 11.464/2007 e 12.015/2009. 3. Ordem denegada.” (STF, HC 115099/SP, Rel. Min. Carmen 
Lúcia, Segunda Turma, Julgamento em 19/02/2013) 
O Superior Tribunal de Justiça possui a mesma posição: 
 “Há previsão expressa no art. 5º, inciso XLIII, da Constituição da República nosentido de que os crimes 
definidos em lei como hediondos serão insuscetíveis de graça, assim também compreendido o indulto.” 
(STJ, AgRg no HC 486603/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, DJe 30/08/2019). 
 
8 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume I, parte geral: (art. 1º ao 120). 17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 604. 
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Outro tema divergente diz respeito aos crimes cometidos antes da sua previsão como hediondos ou 
equiparados. É possível que delitos que, ao tempo da sua prática, eram considerados comuns, submetam-
se à vedação do artigo 2º, II, da Lei 8.072/90? 
O Supremo Tribunal tem entendido que sim, que é possível estender a vedação à concessão de indulto, 
graça e anistia aos crimes praticados antes da vigência da Lei 8.072/90. Entende-se que a hediondez ou não 
do delito deve ser aferida no momento da concessão da anistia, da graça ou do indulto, e não ao tempo 
do crime (quando ocorreu a conduta do agente)9. Deste modo, se o decreto presidencial já exclui o indulto 
dos crimes hediondos, são aqueles assim considerados àquela época. 
Podemos conferir este entendimento em acórdão relativamente recente, da Primeira Turma do Supremo 
Tribunal Federal: 
“EMENTA HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL. NÃO ESGOTAMENTO DA 
JURISDIÇÃO. HOMICÍDIO QUALIFICADO. CRIME COMETIDO ANTES DA VIGÊNCIA DAS LEIS 
8.072/1990 e 8.930/1994. INDULTO. COMUTAÇÃO DE PENA. DECRETO N.º 2.838/1998. 1. Há 
óbice ao conhecimento de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de Ministro 
Relator do Superior Tribunal de Justiça, em que dado provimento ao recurso especial do Parquet 
interposto naquela Corte, cuja jurisdição não se esgotou. 2. Tratando-se o indulto de ato 
discricionário do Presidente da República, restrito, portanto, às condições estabelecidas em decreto 
presidencial, a vedação de sua concessão aos apenados por crimes hediondos, ainda que cometidos 
antes da vigência das Leis 8.072/1990 e 8.930/1994, não configura violação do princípio da 
irretroatividade da lei penal mais gravosa. Precedentes. 3. A aferição da natureza do crime, para 
concessão do indulto, há de se fazer na data da edição do decreto presidencial respectivo, não na do 
cometimento do delito. Precedentes. 4. Habeas corpus extinto sem resolução de mérito.” 
 (STF, HC 117938/SP, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, Julgamento em 10/12/2013). 
Por outro lado, pode-se argumentar, o que me parece mais correto, que se trata de matéria penal, já que 
há efeitos nitidamente penais ao se classificar o crime como hediondo. De todo modo, devemos nos atentar 
à posição tomada no precedente do STF, já seguido em julgados do STJ (por exemplo, HC 50342/SP e HC 
276024/SP, este último publicado no DJe de 04/09/2015). O argumento das Cortes Superiores repousa no 
fato de que o próprio Presidente, nos casos analisados, exclui a concessão do indulto aos hediondos no 
próprio texto do indulto, o que, a rigor, ocorre não por mera opção política, mas em decorrência da vedação 
constitucional. 
Cabe destacar que referidas vedações (ao indulto, à graça e à anistia) não se estendem ao chamado tráfico 
de entorpecentes privilegiado, previsto no artigo 33, § 4º, da Lei 11.313/2006. É o que decidiu o Pleno do 
STF no HC 118533, em 23 de junho de 2016. 
Por fim, o Superior Tribunal de Justiça vinha entendendo cabível o indulto humanitário, mesmo nos casos 
de crimes hediondos e equiparáveis, se assim dispuser o decreto do Presidente da República. O indulto 
humanitário é dado àqueles que possuem doenças graves, como ato de clemência. Vejamos um precedente 
neste sentido: 
“HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO APROPRIADO. DESCABIMENTO. EXECUÇÃO DA PENA. 
PLEITO PELO INDULTO HUMANITÁRIO DO DECRETO Nº 7.648/11. CEGUEIRA. COMPROVAÇÃO POR 
 
9 Cleber Masson em sentido contrário (Direito Penal, Parte Geral (arts. 1º a 120). 13 ed. São Paulo: Método, 2019, p. 757. O autor 
cita, no STF, o julgado do RE 274.265/DF, julgado em 2001, e, no STJ, o HC 276.686/SP, de 18/06/2014. 
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LAUDO MÉDICO. PACIENTE CONDENADA POR TRÁFICO DE DROGAS. POSSIBILIDADE. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. 1. Nos termos do art. 1.º, inciso X, alínea a, do Decreto 
Presidencial n.º 7.648/11, foi concedido indulto aos apenados acometidos com paraplegia, tetraplegia 
ou cegueira, desde que tais condições não sejam anteriores à prática do delito e se comprovem por 
laudo médico oficial ou, na falta deste, por médico designado pelo juízo da execução. 2. A restrição 
contida no art. 8º do mencionado Decreto, que afasta a possibilidade de se conceder indulto aos 
condenados pela prática de tráfico de drogas, não atinge aqueles que, assim como a paciente, se 
enquadram na hipótese do art. 1º, inciso X, conforme ressalva contida no próprio art. 8º, § 1º. 3. 
Habeas corpus concedido de ofício para cassar o acórdão impugnado e deferir à paciente o benefício 
do indulto humanitário, nos termos do Decreto Presidencial nº 7.648/11.” (STJ, HC 291275/SP, Rel. 
Min. Moura Ribeiro, Quinta Turma, DJe 14/08/2014). 
Entretanto, o STJ possui recente precedente que contraria a jurisprudência até então firmada: 
“Trata-se, no caso, de condenação por crime hediondo – homicídio qualificado -, o qual, por expressa 
vedação constitucional (art. 5.º, inciso XLIII, da Constituição Federal), não pode ser objeto de indulto 
(até mesmo o humanitário).” (STJ, AgRg no HC 538.858/PE, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, DJe 
02/06/2020). 
Tornando a matéria mais controversa, o STF também decidiu contrariamente à concessão: 
“Habeas corpus. 2. Tráfico e associação para o tráfico ilícito de entorpecentes (arts. 33 e 35 da Lei 
11.343/2006). Condenação. Execução penal. 3. Sentenciada com deficiência visual. Pedido de 
concessão de indulto humanitário, com fundamento no art. 1º, inciso VII, alínea a, do Decreto 
Presidencial n. 6.706/2008. 4. O Supremo Tribunal Federal já declarou a inconstitucionalidade da 
concessão de indulto a condenado por tráfico de drogas, independentemente da quantidade da 
pena imposta [ADI n. 2.795 (MC), Rel. Min. Maurício Corrêa, Pleno, DJ 20.6.2003]. 5. Vedação 
constitucional (art. 5º, inciso XLIII, da CF) e legal (art. 8º, inciso I, do Decreto n. 6.706/2008) à concessão 
do benefício. 6. Ausência de constrangimento ilegal. Ordem denegada.” (STF, HC 118213/SP, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, Segunda Turma, Julgamento em 06/05/2014). 
 
3 - ABOLITIO CRIMINIS 
A abolitio criminis é a causa de extinção da punibilidade que consiste na descriminalização da conduta, em 
decorrência da superveniência de lei que deixa de prever aquela conduta como infração penal. 
Está prevista no artigo 2º do Código Penal: 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em 
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
A lei que revoga a previsão da norma penal incriminadora, seja de forma expressa ou tática, provoca a 
extinção da sanção penal imposta, bem como os efeitos penais da condenação. A coisa julgada não impede 
os efeitos desta causa extintiva da punibilidade, que deve abranger quem está sendo investigado ou 
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processado, bem como aquelas que estão cumprindo pena, com imediata cessação de todos os efeitos 
penais, trancamento do inquérito policial e absolvição do réu. 
Notem que, assim como o crime é previsto em lei formal, a abolitio criminis ocorre quando surge lei

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