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TEORIAS do TEXTO PROF. MILTON GABRIEL JUNIOR BREVE PANORAMA da LINGUÍSTICA e dos ESTUDOS DA LINGUAGEM Os estudos linguísticos se iniciam há mais de 2.500 com Panini, estes estudos possuíam intenções, finalidades religiosas e não científicas. Na Grécia antiga, também, se iniciavam os estudos da linguagem que influenciariam todas as gramáticas posteriores até nossos dias, com bases filosóficas e semânticas. Na Grécia que os estudos da linguagem se alicerçam nas bases filosóficas da terminologia, os primeiros problemas levantados, estudados foram de ordem semântica e filosófica, não morfológica e sintática. Ao longo dos anos os estudos se desenvolveram e formaram um arsenal de conhecimento que se fundamenta em: A língua é uma instituição social. A língua é uma totalidade organizada. A língua é um sistema autônomo de significação. A língua pode ser estudada em si e por si mesma. A língua é um sistema de signos arbitrários. A língua é uma realidade com história (ela é viva). Gramática teoria evolução comparativa virada pragmática Tradicional das espécies LINGUÍSTICA interdisciplinaridade (Adaptação) estruturalismo 2500 – 1700 1800 1900 1950/60 Romanos reconhecimento comparação pragmática utilizam a de pressões do língua processo sociolinguística Gramática meio sobre os fisiológico psicolinguística Grega e indivíduos e que signo arbitrário linguística de texto utilizam por tais mudanças CIÊNCIA análise do discurso (AD) 8 séculos são lentas e dife- estuda a língua- Anal. Crítica Discurso(ACD) Ponte com rentes valores gem humana A Id. Media adaptativos A língua é uma instituição social. A língua é uma totalidade organizada. A língua é um sistema autônomo de significação. A língua pode ser estudada em si e por si mesma. A língua é um sistema de signos arbitrários. A língua é uma realidade com história (ela é viva). Esse conjunto de princípios levou Saussure a estabelecer algumas de suas dicotomias, recolhidas dos neogramáticos, e daí surgiu a linguística como ciência autônoma separando-se os estudos: Históricos, Filológicos, Literários etc. Saussure inaugura um novo modelo de fazer linguística em relação aos estudos históricos e comparativos que o precederam. Ele concebeu a língua como um fenômeno social, mas a analisa como um código e um sistema de signos, se interessa pelo sistema e forma. Recorte sincrônico e com base nas unidades abaixo do nível da frase, mas já deixa claro que existe outros pontos de vista a serem explorados. A primeira metade do século XX foi fecunda aos estudos linguísticos, uma vez que o Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo foram vertentes criadas e seguidas por diversos linguistas até 1960. Virada pragmática 1950-1960 a Linguística passa à interdisciplinaridade. Buscou-se compreender e analisar a linguagem em uso efetivo e passou a estudá-la, analisá-la como forma de ação; variação social; condições enunciativas etc. Análises Transfrásticas Os estudos voltam-se para certos fenômenos que não poderiam ser explicados pelo Estruturalismo e Gerativismo. Análise parte da frase para o texto, descrevendo os fenômenos sintático-semânticos , e as relações estabelecidas entre as frases. ex. Não vi o acidente: não sei dizer que é o culpado O professor foi ao teatro. Ele não gostou da peça. João e Maria foram à floresta, eles ficaram perdidos. A menina tratava a coleção de livros dela como se fossem gente mesmo e eles se transformaram em crianças de verdade, aí foram morar na livraria. A Análise transfrástica visava superar os limites da frase e compreender as relações estabelecidas nos enunciados. Em 1 o pronome da 3ª pessoa do plural retoma “João e Maria Em 2 o pronome da 3ª pessoa do plural retoma “coleção de livros” O papa João Paulo II disse ontem, dia de seu 77º aniversário, que seu desejo é "ser melhor". O aniversariante reuniu-se na igreja romana de Ant'Attanasio com um grupo de crianças, uma das quais disse: "No dia do meu aniversário minha mãe sempre pergunta o que eu quero. E você, o que quer? O Pontífice respondeu: "Ser melhor". Outro menino perguntou a João Paulo II que presente gostaria de ganhar neste dia especial. "A presença das crianças me basta", respondeu o Sumo Pontífice . Em seus aniversários, o Santo Padre costuma compartilhar um grande bolo, preparado por irmã Germana, sua cozinheira polonesa, com seus maiores amigos, mas não sopra as velinhas, pois este gesto não faz parte das tradições de seu país, a Polônia. Os convidados mais frequentes a compartilhar nesse dia a mesa com o Papa no Vaticano são o cardeal polonês André Marie Deskur e o engenheiro Jerzy Kluger, um amigo judeu polonês de colégio. Com a chegada da primavera, nosso grande Cardeal parece mais disposto. Ele deve visitar o Brasil na primeira quinzena de outubro. A menina tratava a coleção de livros dela como se fossem gente mesmo e eles se transformaram em crianças de verdade, aí foram morar na livraria. A intenção do produtor é realizar a conexão entre as orações, bem como predicar ao objeto “coleção de livros” a transformação em um ser animado. O estabelecimento de relação e construção das imagens só é possível na cadeia do texto. Gramáticas textuais Verificou que ao nos comunicarmos vamos para além da frase, nos comunicamos por textos e todo falante (re)conhece um texto, não apenas as regras interfrásticas (uso de pronomes, conjunções, tempos verbais etc.), mas quando um conjunto de enunciados constitui um texto ou não. Acreditava-se que o texto possuía propriedades que diziam respeito ao sistema abstrato da língua, ou seja, estável, uniforme e abstrato. Todo falante possui a capacidade Formativa – produzir e compreender se é ou não um texto. Transformativa – reformular, parafrasear e resumir um texto Qualificativa – tipificar um texto, ou seja, indicar sua tipologia e gênero. Competência textual Capacidade Formativa Subi a porta e fechei a escada. Tirei minhas orações e recitei meus sapatos. Desliguei a cama e deitei-me na luz. Capacidade Formativa Subi a porta e fechei a escada. Tirei minhas orações e recitei meus sapatos. Desliguei a cama e deitei-me na luz Tudo porque Ele me deu um beijo de boa noite… (Autor anônimo) SÍNTESE GRAMÁTICAS DE TEXTO A virada pragmática buscou compreender o texto além da premissa de ser uma mera sequência de enunciados. Foca-se na competência textual do falante (reconhece enunciados e textos incoerentes, parafraseia, resume e completa textos) Ambicionava criar uma teoria de regras que explicassem todos os textos possíveis de uma língua. Contribuições da gramática textual Objeto central da Linguística passa a ser o texto. Busca-se descrever as categorias e regras de combinação do Texto em língua, ou seja, abandona o método ascendente da frase para o texto e utiliza o método descendente, do Texto se pretende chegar a unidades menores, descrevê-las e classificá-las (sequências textuais, proposições etc.) COMPETÊNCIA TEXTUAL -Todo falante reconhece e distingue um texto bem formado de uma sequência de frases. A competência se divide em 3 capacidades, são elas: Capacidade Formativa – o falante é capaz de produzir e compreender um números ilimitado de textos, avaliando se é bem ou mal formado. Capacidade Transformativa – o falante é capaz de reformular, parafrasear, resumir um texto avaliando se está adequado ou não. Capacidade qualificativa – o falante identifica o gênero textual a que pertence um dado texto Caberia às gramáticas textuais “verificar o que faz com que um texto seja um texto; levantar os critérios para a delimitação de textos e diferenciar as várias espécies de texto” (BENTES, 2006, p. 250-251)Estabelecer as macroestruturas textuais que seriam as grandes responsáveis por explicitarem a coerência do texto, sua estrutura temático-semântica global. Austin Busca analisar o significado da sentença em termos de serem verificadas como verdadeiras ou falsas no mundo. Ex: Hoje está frio. (1) Estamos todos descansados. (2) Você vai fazer alguma coisa hoje a noite? (3) TEORIA DOS ATOS DE FALA Austin estabelece a diferença entre dizer e fazer. O que denomimou Enunciados constativos e perfomativos. Constativos são proposições que podem ser analisadas como verdade ou falsidade – chamadas de frases afirmativas pelos filósofos da linguagem (dizer algo) Performativos são proposições que se assemelham a essas frases, contudo ao serem proferidas realizam ações (fazer algo), por muito tempo foram consideradas sem sentido. Constativos são proposições que podem ser analisadas como verdade ou falsidade. São sentenças declarativas descritivas, ou seja, podem ser verificadas ou constatadas e descrevem um estado de coisas. Como em: Hoje está frio. As demais sentenças Austin propôs que elas faziam parte de um outro conjunto de sentenças as Performativas – porque elas fazem parte da performance (execução) de uma ação, diferente das constativas que descreviam um estado de coisas do mundo. Ao serem proferidas, um ato performativo realizam ações (fazer algo). Batizo este navio com o nome de Rainha Elizabeth. - quando proferido ao quebrar-se uma garrafa contra o casco do navio. ― Aposto cem reais como vai chover amanhã. Os falantes não descrevem nem declaram a ação que estariam praticando, mas sim estão realizando uma ação ao mesmo tempo em que a enunciam PERFORMATIVOS Não estão sujeitos a verdade ou falsidade como os constativos, mas sim a condições de felicidade ou a um procedimento convencional. Para ocorrer ou realizar a ação é necessário que o enunciador esteja “investido de poder”, batizar – (líder religioso); casar (líder religioso ou juiz de paz). Se as ações proferidas não cumprirem as condições de felicidade se tornam infelizes (sem efeito) com por exemplo: Ao batizar um navio que já possuísse nome, não valeria o atual batismo. Uma pessoa qualquer mergulhar jovem no rio e dizer que o batiza, o purifica dos pecados. Uma pessoa jurar algo com os dedos de uma mão cruzados, não valeria seu juramento. Austin se deu conta que muitos dos enunciados performativos são descritos por verbos, ou seja, quando enunciados eles descrevem e também executam uma ação. Ex: Eu aceito. Eu ordeno que pare agora. Eu prometo que não farei mais isto. Saia já daqui. Atos de fala – quando dizer é fazer, uma vez que exprime a força de cada enunciado proferido em determinado contexto. O ato de fala possui uma tripartição Atos de fala locucionário ilocucionário perlocucionário Os três (locucionário, ilocucionário e perlocucionário) ocorrem simultaneamente ao se proferir um enunciado. O ato locucionário corresponde ao proferimento de um enunciado com sentido e referência. Não farei mais isto. Agente: Eu Ação: fazer isto O ato ilocucionário corresponde à realização do ato locucionário , isto é, deve-se determinar de que maneira o ato locucionário foi realizado – se é uma promessa, uma declaração, um pedido etc. Ex:(eu prometo que) NÃO FAREI MAIS ISTO Proferido por alguém que tem consciência que fez um ato equivocado. -ato ilocucionário: promessa O ato perlocucionário corresponde aos efeitos que um enunciado desperta no interlocutor, esses efeitos dependem das circunstâncias da enunciação; podem ser entendidos como efeito que se busca produzir tais como: convencer, persuadir, dissuadir etc. (eu prometo que) NÃO FAREI MAIS ISTO Efeito visado (ato perlocucionário) – convencer o outro. Filosofia da linguagem conferências proferidas pelo filósofo inglês John Austin (1962), cuja tônica incidia na análise das peculiaridades de verbos como “jurar” e “batizar”, considerados performativos, isto é, verbos que fazem o que dizem. No momento em que são proferidos, a ação correspondente a esses verbos também se realiza. A contribuição efetiva aos estudos que tomam a linguagem como forma de ação. Atos de fala Conhecimentos procedurais Fatores de textualidade Gramática Macro e micro atos Texto Ato de fala Intencionalidade comunicativa Tempo verbal Exemplo Ato assertivo Prestar informação Negar Responder perguntas Descrever situação Pretérito perfeito Pretérito imperfeito Presente Saí de casa ontem. Brincava muito na infância Ato compromisso / promessa Manifestar um compromisso ou promessa Presente Amanhã irei ao cartório Não farei mais isto. Prometo não repetir isto. Ato diretivo ou de ordem Ordenar Fazer pedidos Fazer convites Suplicar Perguntar Imperativo Presente Futuro do pretérito Pretérito imperfeito Pretérito perfeito Sai da sala. Que horas são? Poderia me trazer o livro Você pode me ajudar! Você quer um pedaço? Ato expressivo Exprimir um estado Agradecer Felicitar Lastimar Ansiar Todos Estou muito feliz Parabéns pela festa Que pena que isto ocorreu Quero muito a bolsa Ato declarativo Declarar Presente Nomeio ... Batizo em... Declaro o réu culpado Todo texto — oral ou escrito — é sempre a realização de um ato de caráter locucionário (ou locutório), isto é, o falante produz algo com base em regras gramaticais, articuladas à combinação de sons e às relações sintáticas veiculadas pelas palavras escolhidas; de um ato ilocucionário (ou ilocutório), posto que o dito visa a influenciar o comportamento do receptor, dizer é fazer algo Teoria do Texto Investiga a constituição, o funcionamento, a produção e a compreensão dos textos em uso. O texto é estudado e analisado em seu processo, ou seja, leva-se em conta o contexto de produção, as condições externas da produção, recepção e interpretação dos textos. Os textos deixam de ser vistos como produtos acabados, que devem ser analisados sintática ou semanticamente, passando a ser considerados elementos constitutivos de uma atividade complexa, como instrumento de realização de intenções comunicativas e sociais do falante (KOCH, 2006, p. 14). O enfoque vai deixando de ser a competência textual dos falantes para se tornar a observação dos “fatores de textualidade”, assim estabelecidos por Beaugrande e Dressler (1981) Associados ao sistema de conhecimento ou conhecimento procedural: linguístico, enciclopédico ou de mundo, interacional (ilocucional, comunicacional, metacomunicacional e superestruturas) Memória por armazéns e a teoria dos esquemas Segundo Bartlet (1932), as formas de conhecimento humano não são aleatórios, mas construídas por esquemas mentais organizados. Dessa forma, desenvolveu teoria sobre o modelo de memória por armazéns e a Teoria dos Esquemas. Memória por armazéns e a teoria dos esquemas Kintsch e van Dijk (1983) dão preferência a teoria da memória por armazéns, que distingue: Memória de Curto Prazo (MCP); Memória de Médio Prazo e Memória de Trabalho (MCP ou MT); Memória de Longo Prazo (MLP). Teoria das memórias MLP MMP MT MCP Memória de Curto Prazo Possibilita e dá a entrada da informação, a entrada é realizada com a informação estruturada em algum código semiótico que é captado pelos sentidos. A MCP é Sensorial, quantitativa, há um limite determinado pelo schunk, quando lota MCP a informação anterior se apaga para dar acesso a informação nova. Memória de Médio Prazo- Memória de Trabalho A MT opera tanto com MCP quanto MMP. No que se relaciona a Memória de Curto Prazo, ela transforma as expressões linguísticas em sentidos secundários, as proposições que acionam a MT a buscar conhecimentos armazenados na MLP. A informação se torna sentido proposicional, sendo transformada, por uma redução semântica, em sentidos mais globais para esvaziar o schunk. Memória de Médio Prazo Os sentidos mais globais são armazenados na Memória de Médio Prazo (MMP), formando nela um contexto cognitivo. As proposições da MMP são construídas pela MT ao processara informação o sujeito é orientado por uma hipótese de leitura, relativo aos conhecimentos já armazenados na MLP. Memória de Longo Prazo Na MLP é onde se armazenam todos os conhecimentos adquiridos e experienciados em nossa vida. A Memória de Longo Prazo é subdividia em dois armazéns: 1- “armazém” social – também denominada de memória semântica; 2- “armazém” individual – também denominada de memória episódica. A MLP social é semântica e onde se armazenam as formas de conhecimento construídos no e pelo discurso em sociedade. Memória de Longo Prazo A MLP individual ou episódica é onde se armazenam as formas de conhecimento experiênciadas pelo indivíduo no mundo, os quais são conhecimentos individuais e únicos para cada pessoa. Tanto o armazém social quanto o armazém individual da MLP são construídos organizadamente pelos mesmos sistemas de conhecimento. Os conhecimentos são denominados e divididos em: Linguístico, Enciclopédico e textual/interacional. Organograma para o uso das memórias na teoria por armazéns. Para melhor compreender podemos apresentar o seguinte organograma das memórias e seu respectivos armazéns: MCP MT MLP Informação nova LINGUÍSTICO ENCICLOPÉDICO OU DE MUNDO INTERACIONAL ou TEXTUAL Conhecimento Linguístico O conhecimento linguístico abrange o uso de formas linguísticas lexicais e gramaticais, todo conhecimento sobre as regras da língua, bem como suas variações além do significado das palavras. É responsável pelo conhecimento do uso da língua, da organização do material linguístico e do uso dos meios coesivos, ou seja, como organizar as palavras em orações inteligíveis e conectá-las criando sentido desejado. Exemplos de conhecimento linguístico –Ei, bichin… Isso é um assalto… Arriba os braços e num se bula nem faça muganga… Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! – Orra, meu… Isso é um assalto, meu… Alevanta os braços, meu… Passa a grana logo, meu… Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo, meu… Pó, se manda, meu… Exemplos de conhecimento linguístico Disponível em: http://blog.educacional.com.br/glaucegram/2010/02/19/variacoes-linguisticas-teoria/ Disponível em: http://blog.educacional.com.br/glaucegram/2010/02/19/variacoes-linguisticas-teoria/ Conhecimento enciclopédico ou de Mundo O conhecimento enciclopédico, também denominado de conhecimento de mundo, se constrói pelo guia cultural e ideológico dos grupos sociais e é adquirido pela interação social. O CE é construído por pontos de vista dos diferentes grupos sociais, sendo que cada ponto de vista é guiado por objetivos, interesses e propósitos de um grupo social, que constroem um determinado contexto sócio-cognitivo (ideologia). Exemplos de conhecimento enciclopédico Disponível em: http://www.fotolog.com.br/bluelines/56147306ilocucional Disponível em http://www.internessante.com.br/2009/11/14/propagandas-criativas/ Conhecimento textual / interacional Os conhecimentos interacionais compreendem esquemas mentais que abrangem as relações sócio-discursivas entre os interlocutores. Os esquemas interacionais também são organizados por máximas conversacionais, contexto globais, locais discursivos e superestruturas textuais, etc. Se subdividem em : Ilocucional, comunicacional, metacomunicacional e superestrutura Exemplo de conhecimento interacional Reconhecemos ser uma propaganda, com uma oração e imagens que nos leva um sentido, a qualidade dos objetos ofertados. exemplo Ingredientes: 2 olhos penetrados em Atração 1 peito de Emoção 2 mãos trêmulas de Angústia 2 pernas bambas de Aflição 2 ouvidos mergulhados na Melodia de uma voz 1 corpo clamando por Prazer 2 pés sem chão 1 coração vibrante de Saudade 1 aroma de Sensações Exemplo 1 pouco de Medo e Culpa 1 pitada de Ciúme 1 dose de Solidão 1 misto de Tristeza e Alegria 1 mente envolvida em outro mundo Esperança e Confiança à vontade Misture todos os ingredientes e conduza ao forno da fantasia, recheie e cubra. Você vai obter o mais inusitado bolo de sentimentos. Experimente-o ainda quente. Só assim você vai entender a essência do amor que tenho por você e a dor por não ser correspondida. Texto e Textualidade Produção textual é uma atividade verbal, a serviço de fins sociais, que ocorre por texto. Assim, o Texto é uma atividade interacional e possui uma intenção, um objetivo conforme condições em que ele é produzido. linguagem Texto Discurso O que é texto? É um constructo organizado em estruturas hierarquizadas, ou seja, se organiza em um uma dupla lateralidade. FATORES TEXTUALIDADE microestrutura macroestrutura FATORES DE TEXTUALIDADE = SÃO SETE. COESÃO – FAZ LIGAÇÃO DAS PALAVRAS EM ORAÇÕES, EM PARÁGRAFOS SITUACIONALIDADE – CONTEXTUALIZA QUEM, O QUE, QUANDO E ONDE ACEITABILIDADE – O SITUOU FAZ SENTIDO E É ACEITÁVEL INTENCIONALIDADE – OBJETIVO, INTEÇÃO – ATO ILOCUCIONAL INTERTEXTUALIDADE – TODO TEXTO ESTÁ BASEADO EM TEXTO ANTERIOR INFORMATIVIDADE – MUDANÇA DE RUMO POR INFORMAÇÃO ‘NOVA’ COERÊNCIA – SENTIDO GLOBAL, O QUE QUER DIZER O TEXTO. MICROESTRUTURA Fio condutor do texto, diz respeito a coesão de elementos e segmentos, ou seja, a microestrutura se constitui pelas ideias distintas apresentadas em um sequência que estabelecem relações a cada proposição com a antecedente e a consequente. Conjunto articulado de frases conectadas por meio de mecanismos léxico-gramaticais que integram a superfície textual. Tipos textuais ou sequências textuais Ao produzir um texto é necessário conhecimento das condições de produção, ou seja, o gênero (modelo), para quem, por que será produzido e qual a sua intenção. O produtor faz escolhas entre as sequências textuais que acha necessário, como forma de organizar o texto e levar o leitor/receptor a compreender, além de se posicionar diante do texto. As sequências textuais são: narrativo, descritivo, expositivo, argumentativo, injuntivo. Sequência narrativa A narrativa é a sucessões das ações no tempo, por isso ela se constitui de verbos que expressam ação, encadeiam causas e consequências, revelando a interação de elementos (personagens, por exemplo) para a realização de fatos. A superestrutura narrativa é composta pelas categorias: SI (Situação Inicial), FT (Fazer Transformador), SF (Situação Final). SI = categoria Apresentação FT = conflito desencadeador do relato e SF = a resolução ou chegar a estado novo e diferente ao problema ou conflito que desencadeou a narração. Sequência descritiva A superestrutura descritiva tem uma variabilidade em suas categorias dependendo daquilo que é descrito. Por isso, distinguem-se em diferentes tipos. Basicamente, identificam-se quatro superestruturas descritivas: de cena, de objetos, de espaços e de pessoas. Quando o enunciador de um texto assume a atitude linguística da descrição, ele nomeia (dá existência a um objeto), qualifica (apresenta características individuais/coletivas de um objeto) e localiza-situa, no tempo e no espaço. Sequência expositiva Procura explicar ou dar informações a respeito de algo. O objetivo é fazer com que o interlocutor/leitor adquira um saber, um conhecimento que até então não tinha. É fundamental destacar que, nos textos explicativos, não há a defesa de uma ideia, de um ponto de vista, características básicas do texto argumentativo. A explicação conduz à construção final de um objeto, por meio do compartilhamento de crenças. Sequência argumentativa É aquela em que se faz a defesa de um ponto de vista, de uma ideia, ou em que se questiona algum fato. Opinar é expressar um parecer sobre algo, procura persuadir o leitor ou o ouvinte, fundamentando o que se diz com argumentos de acordo com o assunto ou tema, estes argumentos devem ser compartilhados pelos interlocutores. Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias e requer uma linguagem mais objetiva. Sequência injuntivaTambém conhecida como instrucional tem por marca fundamental verbos no imperativo (injuntivo é sinônimo de obrigatório, imperativo), com o intuito de orientar o leitor, por meio de comandos, na realização de tarefas Comum nos manuais de aparelhos eletrônicos e em receitas culinárias, etc. MACROESTRUTURA É conjunto de PROPOSIÇÕES que darão sentido, unidade e construirá a MACROPROPOSIÇÃO e a coerência global do texto. Na macroestrutura passamos de ideias particulares para um conceito mais geral, implicando relações explícitas e implícitas, isto ocorre por meio do resumo, onde encontramos proposições globais. O modelo psicolinguístico de leitura, pressupõe os seguintes domínios de processamento: • o reconhecimento de palavras ou acesso lexical; • a identificação de unidades sintáticas (gramaticalidade); • a integração de conhecimentos. (interacional + enciclopédico + modelos de situação + macrorregras a produção de significados ou interpretação semântica (proposições); • a construção de macroestruturas (esquemas); • macroproposição. Texto microestrutura Conhecimentos procedurais Macroestrutura macroproposição Linguístico Enciclopédico interacional Superestrutura Esquema vazio e hierarquizante. gênero FATORES DE TEXTUALIDADE Coesão textual – referencial, substituição, lexical, conjunção ou elisão PROPOSIÇÃO No texto encontramos elementos linguísticos, visuais e sonoros mais fatores cognitivos extra-linguísticos Extra-linguísticos estabelecemos relações (agente, objeto, ação) entre esses significados, que dão lugar a uma unidade mais ampla que tem um sentido completo. macroestrutura passamos de ideias particulares para um conceito mais geral, implicando relações explícitas e implícitas, isto ocorre por meio do resumo, onde encontramos proposições globais. Proposições MACRORREGAS Fatores textualidade Superestrutura Coerência Fatores de textualidade Conhecimentos procedurais microestrutura Macroposições Proposições Macrorregras são 3 que transformam a informação semântica, reduzindo, abstraindo e ao mesmo tempo hierarquizando o conteúdo proposicional. As macrorregras levam a construção das proposições em cada ciclo, que levará ao construção da macroproposição – coerência global. 1. Apagamento/seleção – dada uma sequência textual o leitor reconhece o módulo linguístico identificando as palavras, orações, sintaxe (gramaticalidade ou não). Se inicia a construção de hipóteses, que serão verificadas na progressão do texto, o leitor se esforça para construir um significado que ocorrerá ao selecionar o que acredita ser relevante e apagar sequências secundárias (informativas, explicativas). Se produz proposições, aquelas que são secundárias podem ser apagadas. 2. Generalização – As proposições específicas construídas na seleção e apagamento podem ser reunidas em uma ou mais proposição mais generalizada, quanto maior a generalização obterá uma proposição. Por exemplo, no texto “Desabafo de um marido desolado” o texto pode ser generalizado na macroproposição - Casamento é ruim/infeliz. Construção: uma nova proposição pode ser construída, somando as etapas anteriores, ou seja, apagamento/seleção de informações adicionais; inferências; proposições associadas as generalizações que levam a proposições mais abrangentes; levam a (re)construção de proposições que levam a macroproposições. As macroproposições de um texto constituem conceitos relativos, que podem ser divididos em: proposições de primeiro nível ou local, estas se formam a partir da microestrutura em conceito mais amplos. Do segundo nível se ampliam no campo semântico para formar a macroproposição global é aquela proposição que, construída através das macrorregras, representa o conteúdo geral do texto ou sua ideia central. FATORES DE TEXTUALIDADE Textualidade é um conjunto de características que constituem um texto, por meio da textualidade vamos construindo um conceito mais amplo, geral do que está sendo apresentado (dado) na microestrutura = as inferências, polifônia, conhecimento Enciclopédico. aceitabilidade intencionalidade coesão intertextualidade situacionalidade coerência informatividade Coesão Responsável pela conexão, articulação das frase, orações que compõem a microestrutura textual (sequências textuais) por meio de conectivos, sinais de pontuação, substituições, elipses que garantem elos de conexão e assim a progressão textual. Aceitabilidade consiste na expectativa do leitor/ouvinte que o texto seja adequado, coerente, relevante com a mensagem transmitida. É cultural uma vez que apresenta a focalização de um grupo social. Situacionalidade Transmite ou situa o recebedor da mensagem o contexto em que ocorre o desenvolvimento da ação. Adéqua o texto/desenvolvimento da ação a situação comunicativa (modelo situacional) INFORMATIVIDADE Um texto sempre apresentará uma informação nova (ponto de vista). Conforme o texto transcorre há informações esperadas (conhecidas) outras não, um texto sempre apresentará uma informação além das conhecidas. INTENCIONALIDADE Todo texto é guiado por uma intenção de seu produtor. Sempre há um empenho do produtor em informar, impressionar, alarmar, convencer, dissuadir, pedir, ameaçar, ofender etc. (A intencionalidade “avança” nos atos de fala) Intertextualidade ou intertexto Todo texto é uma resposta a um texto anterior. Há um diálogo com textos anteriores de forma direta (citações) ou indireta (superestrutura, macrorregras) O leitor/ouvinte consegue reconhecer o texto-base, por tal motivo ocorre a polifonia = muitas vozes em um texto Coerência Estabelece o sentido do texto. Ocorre por meio das proposições e da macroproposição. Há nos textos coerência local = proposições Coerência global = macroproposição O estudo revelou que a maior parte das vítimas de raios são homens (82% dos casos) entre 20 e 29 anos. Essa é a faixa etária de 26% dos óbitos. Um em cada quatro acidentes com raios envolve pessoas na zona rural trabalhando a céu aberto em alguma atividade ligada ao agronegócio – como a maior parte dessa força de trabalho é formada por homens jovens, eles são o grande “grupo de risco”. Subi a porta e fechei a escada. Tirei minhas orações e recitei meus sapatos. Desliguei a cama e deitei-me na luz Tudo porque Ele me deu um beijo de boa noite... (autor desconhecido) Disponivel em: https://blogdoaftm.com.br/charge-quarentena/ http://claudiomar-charges.blogspot.com/2011/01/charges-enchentes-em-sao-paulo.html image1.jpeg image2.jpeg image3.jpeg image4.jpeg image5.jpeg image6.jpeg image7.jpeg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg