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Riscos 
ambientais e os 
programas de 
segurança 
 
 
Sumário 
 
 
 
 
Riscos ambientais 6 
Agentes físicos 
Agentes químicos 
Agentes biológicos 
Agentes ergonômicos 
Agentes relacionados a riscos de acidentes 
Acidente de trabalho 
Identificação e análise de riscos 22 
Identificação de riscos 
Técnica de incidentes críticos 
What-If 
Causa e efeito 
Análise e avaliação de riscos 
Análise preliminar de riscos 
Análise de modos de falha e efeitos 
Análise de árvore de falhas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO 
 
Sumário 
 
 
 
 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho 36 
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho- SESMT 
Dimensionamento 
Cipa 
Estruturação e dimensionamento 
Processo eleitoral 
Programas de saúde ocupacional e de segurança do trabalho 50 
PCMSO 
PGR 
PCMAT 
Referências 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO 
 
 
 
 
 
 
Objetivos Definição 
Para o início do 
desenvolvimento de uma 
nova competência; 
Se houver necessidade 
de se apresentar um novo 
conceito; 
 
Nota Importante 
quando forem necessárias 
observações ou 
complementações para o 
seu conhecimento; 
As observações escritas 
tiveram que ser priorizadas 
para você; 
 
Explicando Melhor Você Sabia? 
Algo precisa ser melhor 
explicado ou detalhado; 
Curiosidades indagações 
lúdicas sobre o tema em 
estudo, se for necessária; 
 
Saiba Mais Reflita 
Textos, referências 
bibliográficas e links para 
aprofundamento do seu 
conhecimento; 
Se houver a necessidade 
de chamar a atenção 
sobre algo a ser refletido ou 
discutido sobre; 
 
Acesse Resumindo 
Se for preciso acessar um 
ou mais sites para fazer 
download, assistir vídeos, 
ler textos, ouvir podcast; 
Quando for preciso se fazer 
um resumo acumulativo 
das últimas abordagens; 
 
Atividades Testando 
Quando alguma atividade 
de autoaprendizagem for 
aplicada; 
Quando o desenvolvimento 
de uma competência for 
concluído e questões forem 
explicadas. 
1 
@faculdadelibano_ 
 
Riscos ambientais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais 
Capítulo 1 
 
 
 
Objetivos 
Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender os riscos 
ambientais. A presença de riscos de maior ou menor grau varia entre 
as atividades laborais e cabe aos profissionais de segurança e saúde 
ocupacional aplicarem os conhecimentos técnicos aliados aos aspectos 
legais de forma integrada. E então? Motivado? Vamos lá! 
 
Antes de o trabalho ser o responsável por sustentar o homem e sua família, ele é, também, 
um importante instrumento de realização pessoal. É a partir do trabalho que o homem 
expressa sua criatividade, exercita seu potencial analítico e expressa seus pensamentos, 
trazendo valor à sua rotina diária. 
Além disso, em função de seus horários de trabalho, o sujeito estipula sua rotina diária, 
organiza suas atividades, desenvolve hábitos, faz vínculos e se torna membro de uma 
sociedade. Entretanto, o espaço, os instrumentos, as máquinas, as posições durante o 
trabalho e outros itens do ambiente organizacional colocam o trabalhador em situações 
que podem interferir na sua integridade física. 
A prevenção dessas situações é algo que está ao alcance dos homens, já que uma 
de nossas características de superioridade em relação aos demais seres vivos é 
a capacidade de raciocinar e prevenir, ou seja, pensar e identificar prováveis falhas 
antes que elas ocorram. Competem aos gestores, técnicos, tecnólogos e engenheiros 
desenvolver um roteiro para eliminar ou minimizar tais situações. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
Definição 
“Risco” é um termo comum em diferentes campos do conhecimento, 
podendo ter definições variadas de acordo com o contexto no qual é 
aplicado. Pode ser definido como toda e qualquer variável presente ao 
ambiente de trabalho capaz de alterar e/ou condicionar a capacidade 
produtiva do indivíduo, causando ou não agressão ou depressões à 
saúde deste: mobília, utilização do espaço físico e áreas, ambiente 
térmico e suas variáveis; prescrição e conteúdo das tarefas, relações 
interpessoais, informações, maquinaria, ferramentas e a intervenção 
sobre elas (BARBOSA FILHO, 2011). 
 
Os riscos podem ser observados sob dois pontos de vista: quantitativo e qualitativo. 
Do aspecto quantitativo, então, é a probabilidade de ocorrer o acidente, enquanto da 
perspectiva qualitativa é o perigo decorrente da situação. Não existe uma forma única 
de classificar os riscos, eles variam de acordo com o autor. Além disso, a ISO 31000 de 
2009 deu início ao desenvolvimento de sistemas de gestão de riscos, estabelecendo 
princípios e diretrizes e, em seu item 2.1, caracteriza risco como efeito da incerteza nos 
objetivos. Também expressa risco em termos de uma combinação de consequências 
de um evento, bem como a probabilidade de ocorrência associada. Esse protocolo foi 
sendo aprimorado ao longo do tempo para atender melhor as demandas das situações 
fáticas atuais. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), lançou o ISO 31000:2018, 
norma que substitui a de 2009, focando no gerenciamento dos danos à reputação ou 
marca, crime cibernético, risco político e terrorismo, tornando a norma mais abrangente 
e ajustada ao ambiente contemporâneo. Propondo mudanças na revisão dos princípios 
da gestão de risco; liderança da alta administração, ênfase na gestão de risco interativa 
e manutenção de modelo de sistemas abertos. 
A partir dessa normalização, o risco pode ser definido como sendo a combinação da 
probabilidade e da gravidade ou da exposição com a gravidade dos efeitos à saúde, tal 
como expresso pelas fórmulas a seguir. 
FÓRMULA: 
Risco = probabilidade de ocorrência do dano versus gravidade do dano. 
Risco = exposição versus gravidade dos efeitos à saúde. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
A confusão entre ISO e ABNT é comum, mas são duas entidades distintas com funções 
específicas no mundo das normas técnicas. Vamos esclarecer: ISO (International 
Organization for Standardization) é uma organização internacional independente, não- 
governamental, que desenvolve normas técnicas para diversos setores. Essas normas 
são adotadas por vários países e têm como objetivo padronizar processos, produtos, 
serviços, sistemas, entre outros. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), é 
o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil. Funciona como um fórum 
nacional para desenvolvimento e adoção de normas que são utilizadas como referência 
no país. A ABNT pode adotar normas internacionais (como algumas da ISO) e adaptá- 
las à realidade brasileira, mas também desenvolve normas específicas para o Brasil. 
Segundo a ISO, ainda, convém considerar as características dos ambientes para analisar 
os riscos. Essas características de trabalho são os aspectos presentes nos ambientes. 
Na segurança do trabalho, risco conceitua-se como uma ou mais natureza passível de 
causar um dano. 
O regramento da Segurança do Trabalho e saúde ocupacional é complexa e formada 
por normas, portarias e leis de diferentes órgãos e setores. Além das normas técnicas e 
regulamentadoras específicas, há também as portarias e leis. Como é o caso da Portaria 
n.º 1.069/2019, Portaria da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, que apresenta 
os procedimentos referentes ao embargo e à interdição, unindo o apresentado na 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na NR. Essa portaria define embargo e 
interdição como medidas de urgência, cabendo aos auditores fiscais do trabalho (AFT) 
determinarem sua necessidade. O auditorum papel importante na coleta de informações sobre 
riscos. Os membros da comissão estão constantemente monitorando o ambiente de 
trabalho e ouvindo as preocupações dos funcionários. Participam de investigações 
de acidentes e incidentes, o que ajuda a identificar as causas raiz e a desenvolver 
estratégias para evitar a recorrência desses eventos. Portanto, a CIPA contribui para a 
gestão de risco, fornecendo dados e informações valiosas que podem ser usados para 
tomar decisões informadas. 
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/manuais-e-publicacoes/sesmtmanualdousuarioFAQ.pdf
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
A CIPA desempenha um papel importante na colaboração entre empregadores e 
funcionários na gestão de riscos. A comissão reúne representantes de ambas as partes, 
permitindo que eles trabalhem juntos para resolver problemas de segurança. Essa 
colaboração é fundamental para identificar riscos, implementar medidas preventivas e 
melhorar continuamente as práticas de segurança no local de trabalho. Pode influenciar 
diretamente na redução de acidentes e doenças ocupacionais. Através da identificação 
e prevenção de riscos, bem como do estabelecimento de medidas corretivas, a comissão 
contribui para um ambiente de trabalho mais seguro. Isso não só protege a saúde e a 
segurança dos trabalhadores, mas também reduz os custos associados a acidentes e 
doenças ocupacionais, o que é benéfico para as empresas. 
 
Resumindo 
E então? Conseguiu entender os dois serviços de segurança do trabalho 
e saúde ocupacional apresentados? Ficou claro? Para lhe ajudar a 
fixar, vamos resumir tudo o que vimos. O SESMT de uma organização foi 
instituído a partir da NR- 4, sendo composto de profissionais técnicos 
da área de saúde, segurança e engenharia, com foco prevencionista, 
cujo dimensionamento ocorre em função do grau de risco da atividade 
desenvolvida e da quantidade de colaboradores. Sua principal atribuição 
consiste em aplicar a ciência técnica para garantir a integridade física 
e psicológica dos colaboradores, bem como cuidar da qualidade do 
ambiente laboral nos mais variados empreendimentos e organizações. 
O outro serviço existente é a Cipa, regulamentada pela NR-5, que 
consiste em uma comissão formada por representantes do patrão e 
dos funcionários. Essa comissão tem como incumbência a atenção com 
a saúde e a integridade física dos colaboradores, bem como de todas 
as pessoas que interagem com o ambiente laboral. Entre as atividades 
acatadas pela Cipa, podem ser destacadas ações de sensibilização dos 
colaboradores, em todos os níveis (da alta administração ao chão de 
fábrica). Sem esse trabalho de sensibilização, as ações tomadas para 
promover a segurança do ambiente acabam encontrando barreiras 
para sua eficiência, tendo em vista que o foco principal destas é o próprio 
colaborador. 
4 
@faculdadelibano_ 
 
 
 
 
 
Programas de 
saúde ocupacion6l 
e de segurança do 
trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Programas de saúde 
Capítulo 4 
ocupacional e de segurança 
do trabalho 
 
 
 
Objetivos 
Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer os programas 
relacionados à saúde ocupacional e à segurança do trabalho. Esses 
programas são de caráter obrigatório, sendo o Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de Gerenciamento 
de Riscos (PGR) a todas as empresas, e o Programa de Condições e Meio 
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT) àquelas da 
construção civil. Está curioso para saber mais sobre eles? Vamos lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 17 
Trabalho 
FONTE 
Freepik 
 
 
 
 
O reconhecimento do papel do trabalho na determinação e evolução do processo 
saúde-doença tem implicações éticas, técnicas e legais, que refletem na organização 
e no provimento de atitudes voltadas à saúde da classe trabalhadora. O Brasil é 
caracterizado por uma vasta quantidade de legislações e, ao mesmo tempo, um alto 
índice de descumprimento destas. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Program6s de saúde ocupacional 
e de segurança do trabalho 
Capítulo 4 
 
 
O Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), a partir da Secretaria de Inspeção do Trabalho 
(SIT), e levando em consideração o art. 200 da CLT, aprovou as normas regulamentadoras. 
Mas isso você já sabe, não é? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 18 
Ministério do Trabalho e Emprego 
FONTE 
Freepik 
 
 
 
 
 
As legislações referentes às NRs passaram por uma inovação no fim de 1994 e, então, 
tornou-se obrigatória às organizações, o que diz respeito tanto à elaboração quanto 
à implementação de dois programas: PCMSO e PGR. Além desses programas, outro de 
destaque nas legislações brasileiras é o PCMAT, instituído pela NR-18. 
A elaboração dos três programas, além de suas respectivas obrigatoriedades, é 
extremamente importante para a organização. 
Eles ajudam na proteção de possíveis afastamentos, acidentes de trabalho, diminuição 
de condições insalubres e, se bem empregados, provocam aspectos positivos em 
fatores econômicos da organização. Diante disso, a elaboração e a implementação 
destes permite, aumentar a proteção tanto para a empresa quanto para seus 
gestores (contratantes) e colaboradores, evitando acidentes e proporcionando, 
consequentemente, melhor qualidade de vida no ambiente de trabalho. 
 
PCMSO 
A NR-7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte de todos 
os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados do 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Programas de saúde ocupacional 
e de segurança do trabalho 
Capítulo 4 
 
 
PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus 
trabalhadores. 
Sua existência jurídica é assegurada, em âmbito de legislação, pela última atualização 
da Portaria n.º 1.031, de 6 de dezembro de 2018. A NR-07 define ser de caráter obrigatório 
elaborar e implementar esse programa a todos os locais com colaboradores, tendo em 
vista promover e preservar a saúde. 
O PCMSO, como vemos, não é algo pelo qual a empresa pode ou não optar. É um 
programa preventivo e obrigatório regulamentado pela Norma NR 07 do Ministério do 
Trabalho e Emprego, que estabelece as “[…] diretrizes e requisitos para o desenvolvimento 
do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO – nas organizações 
[…].”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 19 
Lei 
FONTE 
Freepik 
 
 
 
 
O PCMSO pode passar por alterações a qualquer momento, seja de forma completa 
ou parcial, sempre que forem identificadas mudanças nos riscos ocupacionais, em 
função de mudanças nos processos/ambientes de trabalho; ou por novas descobertas 
da ciência médica, em relação a efeitos de riscos existentes; mudança de critérios de 
interpretação dos exames; ou, ainda, reavaliações do reconhecimento dos riscos. O 
PCMSO é um documento que não precisa ser homologado ou registrado nas Delegacias 
Regionais do Trabalho (DRTs). Ele é arquivado no estabelecimento à disposição da 
fiscalização. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Programas de saúde ocupacional 
e de segurança do trabalho 
Capítulo 4 
 
 
PGR 
O PGR está regido por mais de uma NR. Foi estabelecido pela NR-9, na Portaria n.º 8.873, 
de 23 de julho de 2021, como sendo obrigatória, visando concretizar o processo de 
gerenciamento de riscos da organização. Assim, torna-se obrigatório que a empresa 
elabore o seu PGR, tendo como finalidade consolidar as informações para que se 
preserve a saúde e a integridade dos trabalhadores no ambiente de trabalho. 
A NR-01 passou por recente alteração, publicada pela portaria SEPRT nº 6730, queimpactaram no gerenciamento de risco e nos requisitos de implementação do PGR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 21 
PGR 
FONTE 
Freepik 
 
 
 
 
Você Sabia? 
NR-9 antes tratava do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientes), no entanto, em 2022, houve a transição do PPRA para o PGR, 
sendo este último mais completo e abrangente, pois incluiu os riscos 
de acidentes e ergonômicos que não haviam sido estabelecidos no 
primeiro programa. 
 
Os principais objetivos do PGR são: 
• Evitar que aconteçam riscos ocupacionais. 
• Identificar os possíveis perigos e agravantes que possam existir na empresa e que 
possam prejudicar a saúde do trabalhador. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Programas de saúde ocupacional 
e de segurança do trabalho 
Capítulo 4 
 
 
• De acordo com os riscos identificados, adotar medidas de prevenção. 
• Especificar qual o nível do risco ocupacional. 
• Realizar o monitoramento dos riscos ocupacionais. 
Analisando os objetivos do PGR, podemos concluir que esse programa procura identificar 
os riscos e eliminá-los, com a finalidade de garantir uma máxima proteção. 
A empresa, ao adequar-se ao PGR, está cumprindo a lei e, além disso, adquirindo uma 
maior credibilidade frente ao mercado, pois demonstra que a empresa se dedica aos 
cuidados dos seus funcionários e da sua equipe, o que gera, consequentemente, a ideia 
de que também cuida bem dos seus clientes. 
Para que se implemente o PGR, é necessário considerar não somente as medidas 
que devem ser adotadas para preservação dos riscos, mas em conjunto, seguir um 
programa dinâmico que deve contar com um acompanhamento de todos os fatos que 
podem incorrer em riscos no ambiente de trabalho para o trabalhador. 
Assim, para que o PGR seja colocado em prática, é necessário adotar as seguintes 
medidas: 
1. Identificação dos fatores de risco. 
2. Adoção de medidas de proteção. 
3. Monitoramento da saúde ocupacional. 
4. Realização de um acompanhamento contínuo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 22 
Fatores de risco 
FONTE 
Freepik 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Programas de saúde ocupacional 
e de segurança do trabalho Capítulo 4 
 
 
O PGR deve ser elaborado por todos os empregadores que possuam empregados 
celetistas em seu quadro, com a exceção de: 
• Microempreendedor individual. 
• Microempresas e empresas de pequeno porte. 
O relatório do PGR pode ser guardado tanto em formato físico quanto em digital. O que 
vale salientar é que o empregador deve garantir um amplo e irrestrito acesso a esse 
documento aos fiscais e aos empregados. 
 
Saiba Mais 
No meio digital, o governo federal disponibilizou um website onde se 
pode fazer o login e cadastrar a empresa, inserindo todos os dados do 
PGR nesse sistema, permitindo que se tenha um melhor controle sobre o 
programa de gerenciamento de riscos. Para acessar, clique aqui. 
 
 
 
 
PCMAT 
O setor da construção civil é um dos principais ramos de atividade do país, diretamente 
ligado ao desenvolvimento econômico, pois promove incrementos capazes de elevar o 
crescimento. O desenvolvimento econômico aliado à construção civil se dá tanto pela 
valorização das atividades, pela elevada geração de empregos, como também pelo 
efeito multiplicador de renda e sua interdependência estrutural. 
Entretanto, as condições de trabalho desse importante setor econômico, normalmente, 
são precárias, o desenvolvimento sociocultural dos colaboradores, geralmente, é baixo 
e a quantidade de riscos a que são expostos é elevadíssima. Em função disso, ainda são 
inúmeros os acidentes de trabalho. Dessa forma, a NR-18 é crucial, pois define as diretrizes 
administrativas, de planejamento e organização, tendo por finalidade estabelecer 
medidas preventivas acerca das condições de trabalho na construção civil. 
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/pgr
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Programas de saúde ocupacional 
e de segurança do trabalho 
Capítulo 4 
 
 
Sua existência jurídica é assegurada, em nível de legislação ordinária, no inciso I do 
art. 200 da CLT, e sua última atualização pela Portaria n.º 261, de 13 de abril de 2018. A 
necessidade de atender aos requisitos dessa norma não tira a obrigação de cumprimento 
das demais normas regulamentadoras e outras legislações vigentes. 
Nenhum colaborador pode permanecer no canteiro de obras sem que estejam sendo 
cumpridas todas as disposições da referida norma e, antes do início da obra, é necessário 
que seja comunicado à DRT informações como endereço, tipo, data de início e previsão 
de término e a quantidade de colaboradores prevista. 
A alteração na NR-18 teve forte impacto no setor desconstituindo e substituindo o PCMAT 
(Programa de condições do meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil) 
pelo PGR é uma norma de gestão de segurança direcionada para o setor da construção 
civil. O PCMAT é extinto e e substituído pelo PGR. O PCMAT era um documento minucioso 
que objetivava prevenir acidentes de trabalho em todas as esferas do segmento, sendo 
agora englobada pelo PGR. 
A NR-18 é uma norma de gestão de segurança direcionada para o setor da construção 
civil. A nova NR-18 é imperativa para todas as empresas, mas as obras iniciadas antes 
da vigência da nova NR-18 em 2021, podem manter a NR-18 com as orientações antigas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 23 
Segurança do trabalho 
FONTE 
Freepik 
 
 
 
 
 
O Programa de Gerenciamento de Risco é composto por vários documentos. Os 
documentos são exigidos pela NR 18. São eles: 
• Programa educativo, com carga horária, abordando sobre a prevenção de acidentes 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Programas de saúde ocupacional 
e de segurança do trabalho 
Capítulo 4 
 
 
de trabalho; 
• Layout inicial e atualizado do canteiro de obras, assim como a previsão de 
dimensionamento das áreas de vivências; 
• Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas pelo PGR — 
elaboradas de acordo com a fase da construção; 
• Especificações técnicas das proteções coletivas e individuais utilizadas; 
• Projeto de execução de proteções coletivas, de acordo com as etapas da construção; 
• Memorial com descrição sobre as condições de meio ambiente de trabalho de tarefas 
e operações (risco de doenças ocupacionais e quais são elas, risco de acidentes e 
quais são eles, além das medidas preventivas que devem ser adotadas). 
O profissional encarregado de desenvolver o programa possui diversas opções à 
disposição para sua elaboração. É possível realizá-lo diretamente no local de trabalho, 
por meio de entrevistas, registros escritos, fotografias, plantas do ambiente, gravações 
em vídeo e outras abordagens. 
É importante notar que o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) deve ser 
armazenado de forma segura por um período mínimo de 20 anos. Esse armazenamento 
deve ser feito nas instalações de origem do projeto e estar acessível a todas as partes 
interessadas, bem como às autoridades de fiscalização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 24 
Cipa 
FONTE 
Freepik 
 
 
 
 
 
 
O desenvolvimento do PGR é uma obrigação das construtoras e não dos fornecedores 
contratados, caberá a estes entregar o inventário de riscos de suas atividades para ser 
contemplado no programa. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Programas de saúde ocupacional 
e de segurança do trabalho 
Capítulo 4 
 
 
 
Os programas de saúde ocupacional e segurança do trabalho têm um impacto 
significativo e benéfico para as empresas em diversas frentes. Essas iniciativas visam 
proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores, prevenir acidentes e doenças 
ocupacionais, além de garantir o cumprimento das regulamentações trabalhistas. 
Vejamos os principais impactos desses programas nas organizações. 
 
1. Redução de acidentes edoenças ocupacionais: um dos impactos mais evidentes e 
positivos é a redução de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Programas 
bem implementados identificam riscos, estabelecem medidas preventivas e 
promovem a conscientização entre os funcionários. Isso resulta em menos tempo 
de trabalho perdido devido a acidentes e menor exposição da empresa a processos 
judiciais relacionados à segurança no trabalho. 
2. Melhoria da produtividade: um ambiente de trabalho seguro e saudável contribui 
diretamente para o aumento da produtividade. Funcionários que se sentem seguros e 
bem cuidados tendem a ser mais engajados e produtivos. A redução do absenteísmo 
devido a doenças relacionadas ao trabalho também beneficia a continuidade das 
operações. 
3. Economia de custos: a implementação de programas de saúde ocupacional e 
segurança do trabalho pode levar a economias substanciais para as empresas a 
longo prazo. Menos acidentes e doenças significam menos despesas com tratamento 
médico, compensação de trabalhadores e substituição de funcionários ausentes. 
Além disso, a conformidade com regulamentações ajuda a evitar multas e sanções 
governamentais. 
4. Reputação e Responsabilidade Social: empresas que se preocupam com a saúde e 
segurança de seus funcionários tendem a ter uma melhor reputação no mercado. 
Isso pode atrair talentos qualificados, melhorar a imagem da marca e aumentar a 
lealdade do cliente. A responsabilidade social corporativa também desempenha um 
papel importante na construção de relacionamentos sólidos com partes interessadas. 
5. Conformidade com a legislação: a implementação de programas de saúde 
ocupacional e segurança do trabalho é fundamental para cumprir as regulamentações 
trabalhistas e de segurança, evitando litígios e sanções legais. Empresas que não 
seguem as normas correm o risco de enfrentar multas substanciais e danos à 
reputação. 
6. Ambiente de trabalho mais saudável: um ambiente de trabalho seguro e saudável 
melhora a qualidade de vida dos funcionários. Isso resulta em uma equipe mais 
satisfeita, o que, por sua vez, pode levar a uma redução da rotatividade de pessoal e 
a uma melhoria na moral dos funcionários. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Programas de saúde ocupacional 
e de segurança do trabalho 
Capítulo 4 
 
 
7. Inovação e eficiência: a busca contínua por melhores práticas de saúde e segurança 
muitas vezes estimula a inovação e a eficiência nos processos de trabalho. À medida 
que as empresas buscam maneiras de eliminar riscos e melhorar a segurança, 
podem encontrar soluções que também aumentem a eficiência operacional. 
Os programas de saúde ocupacional e segurança do trabalho têm uma série de 
impactos positivos para as empresas. Além de proteger a saúde e a segurança dos 
funcionários, eles contribuem para a redução de custos, aumento da produtividade, 
melhoria da reputação e conformidade com regulamentações. Portanto, investir em 
saúde ocupacional e segurança do trabalho não é apenas uma obrigação legal, mas 
também uma estratégia inteligente para o sucesso empresarial a longo prazo. 
 
Resumindo 
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido que entre os programas de segurança exigidos pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego, a partir das NRs, encontram-se o 
PCMSO, o PGR e o PCMAT, sendo os dois primeiros de caráter obrigatório 
a todas as organizações que tenham colaboradores sob o regime da 
CLT, e o último específico à indústria da construção civil, que também 
tenha colaboradores sob o regime da CLT. O PCMSO, instituído pela NR- 
9, tem por objetivo evitar e identificar antecipadamente, desenvolver 
monitoramento e controle de possíveis agravos ao bem-estar do 
funcionário. Consiste em um programa que aponta mecanismos e 
comportamentos a serem seguidos pelas organizações em decorrência 
dos riscos do ambiente de trabalho. O PGR, instituído pela NR-9, tem 
em vista identificar as condições do ambiente de trabalho, bem como 
estabelecer as medidas de prevenção de riscos ocupacionais necessários. 
O PCMAT, instituído pela NR-18, tem como finalidade o estabelecimento 
de medidas de caráter administrativo, de planejamento e organização 
para promover meios de segurança preventiva nos ambientes de 
trabalho da construção civil. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Referências 
 
 
 
BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho & gestão ambiental. 4. ed. São Paulo: Atlas, 
2011. 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília, DF: Presidência da República, [1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ 
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em: 28 mar. 2022. 
BRASIL. Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da 
Previdência Social e dá outras providências. Diário Oficial da União, seção 1, Brasília, DF, 
p. 14809, 1991. 
BRASIL. Decreto n.º 3.048, de 6 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência 
Social, e dá outras providências. Diário Oficial da União, seção 1, Brasília, DF, p. 50, 1999. 
BRASIL. Portaria MTPS n.º 510, de 29 de abril de 2016. NR 4 - Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
2016. 
BRASIL. Portaria n.º 261, de 18 de abril de 2018. Altera o item18.21 – Instalações Elétricas – 
da Norma Regulamentadora n.º 18 (NR-18) – Condições e Meio Ambiente de Trabalho 
na Indústria da Construção. Ministério de Estado do Trabalho e Emprego. Secretária de 
Inspeção do Trabalho. Diário Oficial da União, seção 1, Brasília, DF, p. 51-52, 2018. 
BRASIL. Portaria SEPRT n.º 915, de 30 de julho de 2019. NR 5 - Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2019. 
MATTOS, U.; MÁSCULO, F. Higiene e segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 
PAGANELLA, W. O. Reconhecimento e controle de riscos ambientais nas atividades de 
triagem de material reciclável. 2011. 42 f. Monografia (Especialização em Engenharia de 
Segurança do Trabalho) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul, Porto Alegre, 2011. 
TAVARES, C. R. G. Segurança do Trabalho 1: introdução à segurança do trabalho. Natal: 
Ministério da Educação, 2009. 
http://www.planalto.gov.br/fiscal do trabalho analisará o risco, de forma 
fundamentada, a partir de sua consequência e probabilidade, de forma separada. No 
que tange à consequência, classifica-se em: morte, severa, significativa, leve e nenhuma. 
 
Agentes físicos 
Gestão de risco refere-se ao processo sistemático de identificar, analisar, avaliar, tratar 
e monitorar riscos em diferentes contextos, seja no âmbito empresarial, financeiro, 
ambiental, seja em qualquer outro setor. O objetivo principal é minimizar possíveis 
impactos negativos e maximizar oportunidades. Esse processo começa com a 
identificação das potenciais ameaças ou oportunidades que podem afetar o alcance 
de objetivos definidos. Uma vez identificados, os riscos são analisados em termos de 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
probabilidade de ocorrência e impacto potencial. Com base nesta análise, estratégias 
são desenvolvidas para mitigar, transferir, aceitar ou evitar esses riscos. 
A gestão de risco é um componente essencial da tomada de decisão, ajudando 
organizações e indivíduos a atuar em ambientes incertos, tomando medidas proativas 
para proteger seus ativos e interesses. Em última análise, a gestão de risco busca 
garantir a sustentabilidade e o sucesso contínuo em meio às incertezas do mundo 
contemporâneo. 
Os riscos em segurança do trabalho e saúde ocupacional desempenham um papel 
central na compreensão e gestão dos ambientes laborais. Eles representam os potenciais 
perigos que podem prejudicar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. O 
reconhecimento desses riscos é o primeiro passo para a prevenção. Ao identificar as 
ameaças existentes em determinado ambiente ou processo de trabalho, é possível 
estabelecer estratégias para minimizá-las ou eliminá-las. O papel dos riscos, portanto, 
serve como um alerta, uma ferramenta diagnóstica para moldar práticas mais seguras. 
Os riscos físicos são aqueles causados por fatores com propensão de alterar as 
características no local que, no instante subsequente, poderá causar agressões a quem 
estiver no ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 1 
Agentes físicos 
FONTE 
Freepik 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
Pode-se caracterizar os riscos físicos em três condições: necessidade de um meio de 
transmissão para lastrar o efeito nocivo; capacidade de ação mesmo que não haja 
contato direto com a fonte; e resulta, na maior parte dos casos, em lesões imediatas e 
crônicas. 
 
Definição 
Agentes físicos são as diversas formas de energia a que possam 
estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões 
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não 
ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. 
 
A NR-9 estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a agentes 
físicos, químicos e biológicos identificados no gerenciamento de riscos ocupacionais e 
o PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos - da NR-1. O texto da Norma é dado pela 
Portaria SEPRT n.º 6.735, de 10 de março de 2020. 
A gravidade e a existência dos riscos físicos se dão em função da concentração a 
qual o colaborador está exposto, ou seja, uma máquina que emite ruído pode não ser 
prejudicial a um colaborador, ao mesmo tempo que pode resultar em surdez progressiva 
ou instantânea. Dessa forma, entende-se que depende da exposição. Com relação a 
isso, os limites de tolerância para a exposição aos agentes físicos são estabelecidos 
pela NR-15. 
 
Agentes químicos 
Como apresentado nos riscos físicos, os riscos químicos também podem resultar em 
danos àqueles colaboradores que não tenham contato direto com o agente. São 
considerados riscos químicos aquelas substâncias que podem adentrar o organismo 
do colaborador por via respiratória ou que, em decorrência da exposição, possa ser 
absorvido pelo organismo por contato ou ingestão. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
Além disso, tais substâncias podem 
alterar a composição do ambiente, e 
incluem os elementos pertencentes 
à área da toxicologia, que é a ciência 
responsável por analisar as implicações 
danosas resultantes das interações de 
substâncias químicas. 
 
São considerados agentes químicos as 
substâncias, compostos ou produtos que 
possam penetrar no organismo pela via 
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, 
névoas, neblinas, gases ou vapores, 
ou que, pela natureza da atividade de 
exposição, possam ter contato ou ser 
absorvidos pelo organismo através da 
pele ou por ingestão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 2 
Agentes químicos 
FONTE 
Freepik 
 
 
Você Sabia? 
Poeiras são partículas sólidas dispersas no ar, cujo diâmetro é maior 
que 0,5 µm. Fumos são partículas sólidas resultantes da condensação 
de gases, dispersas no ar, com diâmetro maior que 1 µm. Névoas são 
partículas líquidas dispersas no ar; neblinas são partículas líquidas cujo 
diâmetro é menor que 0,5 µm. Por fim, gases são elementos em estado 
gasoso quando estão em sua temperatura normal. 
 
Os agentes químicos podem estar presentes nos ambientes organizacionais em 
diferentes estados: gasoso, líquido, sólido ou, ainda, partículas suspensas no ar 
(denominadas “aerodispersoides”). 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
Agentes biológicos 
 
Definição 
Os riscos biológicos são aqueles ocasionados por agentes biológicos 
inseridos nos processos de trabalho, ou seja, micro-organismos 
presentes no ambiente de trabalho que podem penetrar no organismo 
por diversas formas, tais como contato, ingestão ou vias respiratórias. 
 
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, os fungos, os bacilos, os parasitas, os 
protozoários, os vírus, entre outros. 
Além disso, incluem-se nessa categoria situações decorrentes da falta de higienização 
dos locais de trabalho, por exemplo, em consequência da presença de animais 
transmissores de doenças (ratos e moscas). 
Diversas doenças podem ser resultantes de riscos biológicos, entre as quais é possível 
destacar tuberculose, malária e febre amarela. Essas doenças podem ser enquadradas 
como doenças profissionais, desde que o colaborador esteja exposto aos micro- 
organismos no decorrer de sua função laboral. 
 
Agentes ergonômicos 
Os riscos ergonômicos são decorrentes de fatores fisiológicos e psicológicos relacionados 
ao exercício laboral. Tais fatores podem alterar o organismo e o estado emocional dos 
colaboradores, interferindo em sua saúde, segurança e produtividade. 
O risco ergonômico tem relação com o termo “ergonomia” que, por sua vez, consiste no 
estudo da adaptação do trabalho às características dos sujeitos, de modo a permitir 
o máximo de conforto, segurança e bom desempenho do exercício de sua profissão. 
Assim, segundo Paganella (2011, p. 5), considera- se risco ergonômico “qualquer fator 
que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando 
desconforto ou afetando sua saúde. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
São exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, 
monotonia, repetitividade, postura inadequada, etc”. 
Estes, ainda, podem provocar problemas de caráter psíquico e físico nos colaboradores, 
tendo em vista que resultam em danos no organismo e no estado emocional, danificando 
seu rendimento, saúde e segurança. Como consequências de riscos ergonômicos 
podemos citar: lesões por esforços repetitivos (LER) e distúrbios osteomusculares 
relacionados ao trabalho (DORT), cansaço físico, dores musculares e de coluna, 
hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas e do aparelho 
digestivo etc. 
Assim, entende-se que os riscos ergonômicos podemassumir as mais diversas formas 
e particularidades, variando desde posição inadequada para desempenho laboral até 
inadequações de maquinários às características do colaborador. 
Além destes agentes diretos, há outros fatores que podem contribuir para acidentes de 
trabalho, como o estresse, a fadiga e a falta de treinamento adequado. A gestão eficaz 
desses riscos exige a identificação e avaliação contínua dos agentes, a implementação 
de controles adequados e a conscientização dos trabalhadores sobre as melhores 
práticas de segurança. 
 
Agentes relacionados a riscos de acidentes 
Os riscos de acidentes são causados em decorrência da existência de chances de dano, 
ou seja, situações que expõem o colaborador a possibilidades de sofrerem lesão. Esse 
risco pode ser denominado, ainda, como aqueles que ocorrem em função de agentes 
mecânicos. 
Todos os agentes analisados até aqui têm potencial de causar acidentes? O que difere 
estes dos mecânicos? Nesse caso, são consideradas situações imprevistas ou em 
decorrência de desastre ou falta de atenção que possa causar dano ao colaborador. 
Os agentes favoráveis a riscos de acidentes são caracterizados como aqueles de 
atuação específica aos postos de trabalho, ação nos usuários diretos do agente e que, 
caso ocorram, resultem em lesões imediatas e agudas, na maioria dos casos. Assim, 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
estão inclusos nessa classificação todos os fatores que podem apresentar dano ao 
colaborador e que tenham relação com o ambiente de trabalho, tais como materiais 
cortantes, posicionamento inadequado de equipamentos, falhas no arranjo físico, falta 
de sinalização, falhas no sistema elétrico e/ou na estrutura física. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 3 
Acidente de trabalho. 
FONTE 
Freepik 
 
 
 
Acidente de trabalho 
Acidente de trabalho é definido como aquele que ocorre durante ou em razão das 
atividades profissionais desempenhadas pelo empregado, podendo resultar em 
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da 
capacidade laboral, temporária ou permanente. Esse conceito também engloba: aquele 
que acontece no local e durante o horário de trabalho, resultante de uma ação súbita 
e imprevista. Ocorre no percurso entre a residência e o local de trabalho do empregado 
e vice-versa. São consideradas como acidente de trabalho quando provenientes de 
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente. 
A identificação e notificação corretas dos acidentes de trabalho são fundamentais, 
pois permitem a adoção de medidas preventivas, reduzindo riscos e evitando novos 
acidentes. Adicionalmente, a caracterização de um evento como acidente de trabalho 
garante ao trabalhador direitos específicos, dependendo da legislação de cada país, 
como assistência médica e garantia de retorno ao emprego após a recuperação. 
Quando abordamos os riscos dos ambientes de trabalho, estamos lidando diretamente 
com aspectos de saúde individual e coletiva. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
Segundo a NR-3, considera-se grave e iminente risco, toda condição ou situação de 
trabalho que possa causar acidente ou doença com lesão grave ao trabalhador. 
Para auxiliar na assimilação, veja, a seguir, o quadro contendo tais exemplos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUADRO 1 
Classificação de riscos e exemplos de agentes 
FONTE 
Elaborado pela autoria (2020). 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
A partir do quadro anterior, é possível ter uma visão sintetizada sobre os tipos dos riscos 
e seus exemplos. Todos os riscos apresentados podem resultar em um acidente de 
trabalho (AT) ou um incidente. Acerca disso, diferentes legislações abordam a definição 
de AT, conforme veremos a seguir: 
I) Decreto n.º 3.048, de 6 de maio de 1999, do Regulamento da Previdência Social: 
Define como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e 
por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão 
corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente 
ou temporária da capacidade laborativa (BRASIL, 1999). 
II) Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991, dos Planos de Benefícios da Previdência Social (vide 
Lei n.º 13.135, de 17 de junho de 2015): 
Define acidente de trabalho como o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de 
empresa ou de empregador doméstico, ou pelo exercício do trabalho dos segurados 
referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação 
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da 
capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991). 
Além das definições legais, existe a definição sob perspectiva prevencionista, que 
qualifica acidente de trabalho como qualquer evento não programado que descontinue 
o fluxo normal do trabalho, passível de provocar danos físicos e/ou funcionais, morte 
do colaborador ou, ainda, perdas materiais e econômicas à organização e ao meio 
ambiente. 
 
Explicando Melhor 
O que diferencia o conceito de Acidente de Trabalho visto nas legislações 
frente à visão prevencionista é que, legalmente, acidente é definido 
em casos nos quais ocorra lesão física, enquanto do ponto de vista 
da prevenção, englobam-se danos materiais, tempo para investigar e 
implantar medidas corretivas. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
É importante diferenciar, também, acidente de incidente. Incidente é uma ocorrência 
que, sem ter resultado em danos à saúde ou à integridade física de pessoas, tinha 
potencial para causar tais agravos. Vamos adotar como exemplo a queda de um 
andaime. Se a queda acontece próxima a um colaborador e este sai a tempo, sem 
sofrer lesão, podemos classificar como incidente, entretanto, se esse andaime cai sobre 
um colaborador e ele sofre a quebra de um osso, já consideramos como acidente. 
Para fins de leis sobre Previdência Social, consideram-se acidente do trabalho: doença 
profissional (aquela decorrente do exercício do trabalho) e doença do trabalho 
(decorrente das condições do trabalho). Não são abrangidas como acidente de trabalho 
as doenças degenerativas e referentes a grupo etário, bem como adquiridas em regiões 
nas quais ela se desenvolva e as doenças que não interferem na capacidade laboral. 
Algumas situações são equiparadas a acidente de trabalho, sendo elas: relacionado 
ao trabalho que contribua diretamente para dano ao colaborador; em decorrência de 
agressão física ou ofensa física intencional; em função de imprudência, desabamento, 
inundação, incêndio e outros; resultado de contaminação acidental durante exercício 
laboral. 
Em alguns casos, em que o acidente ocorre 
fora do local e horário de trabalho, pode ser 
considerado acidente de trabalho desde 
que tenha sido na execução de ordem ou 
na realização de serviço sob a autoridade 
da empresa, na prestação espontânea de 
qualquer serviço à empresa para lhe evitar 
prejuízo ou proporcionar proveito ou em 
viagem a serviço da empresa, inclusive para 
estudo, quando financiada por esta dentro 
de seus planos para melhor capacitação da 
mão de obra, independentemente do meio 
de locomoção utilizado, incluindo veículo de 
propriedade do segurado. 
 
FIGURA 4 
Ofensa física intencional 
FONTE 
Freepik 
Outro ponto importante com relação a 
acidentes de trabalho é a emissão de 
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
A CAT está prevista no artigo 169 da CLT(Consolidação das Leis de Trabalho),na Lei n.º 
8213/1991 (Lei que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social). A lei nº 
61.784, de 28 de novembro de 1967, define o Regulamento do Seguro de Acidentes do 
Trabalho de caráter obrigatório. A CAT garante ao trabalhador acidentado o direito de 
reconhecimento do acidente sofrido, independentemente da gravidade. 
A CAT deve ser preenchida em seis vias – ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ao 
serviço de saúde que atende o colaborador, ao colaborador, à empresa, ao sindicato e à 
Delegacia Regional do Trabalho –, nos seguintes casos: I) todos os acidentes de trabalho; 
II) todas as doenças ocupacionais profissionais ou do trabalho; III) todas as suspeitas 
de doenças ocupacionais profissionais ou do trabalho. O prazo para preenchimento e 
divulgação da CAT à Previdência Social é de um dia útil após a ocorrência, com exceção 
de morte, em que deve ser feito imediatamente. 
Como a maioria dos documentos atuais são digitalizados, o site da Previdência Social 
disponibiliza um modelo do formulário CAT em branco, que deve ser preenchido pela 
empresa. Para enviar o CAT, acesse o site do INSS. 
Dados necessários e obrigatórios para a emissão, o CAT on- line só será emitido com a 
posse de todos eles. 
• Dados da empresa (razão social, CNPJ, CNAE, endereço e contato); 
• Dados do acidentado (nome, nome da mãe, data de nascimento, número da CTPS, 
identidade, PIS, endereço e informações de contato); 
• Data, hora e tipo da ocorrência; 
• Descrição da ocorrência; 
• Atestado médico, caso tenha sido emitido. 
São emitidas 4 vias do CAT, sendo: 
• Uma do colaborador; 
• Uma do INSS; 
• Uma do segurado; 
• Uma da empresa. 
O CAT deve ser preenchido e enviado até o dia útil subsequente ao ocorrido, quando 
não houver falecimento do colaborador. Em casos de óbito, o CAT deve ser feito 
imediatamente. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
Frente ao apresentado, é de fundamental importância que as organizações desenvolvam 
mecanismos para gerenciar os riscos de seus ambientes, sendo essa gestão um ponto 
central da estratégia organizacional. O principal aspecto está relacionado à identificação 
dos riscos inerentes às atividades, devendo estar integrado ao contexto cultural dos 
ambientes de trabalho. 
 
Saiba Mais 
Que tal conhecer um pouco mais sobre a ISO 45001? A normativa sobre 
Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) fornece 
orientações para que os ambientes laborais sejam mais seguros e 
saudáveis, evitando lesões e problemas de saúde aos colaboradores. 
Recomendo, então, a leitura da matéria “Destrinchando a ISO 45001”. 
Para acessar, clique aqui. 
 
Resumindo 
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido que os profissionais da segurança e saúde ocupacional 
precisam ser capazes de identificar os riscos, a fim de minimizá-los, 
buscando a melhoria do ambiente e dos métodos de trabalho, levando 
ao ambiente de trabalho a implantação de uma cultura prevencionista 
e colaborativa no desenvolvimento da segurança ocupacional de 
todos os envolvidos. Os riscos podem ser agrupados em: ambientais 
(físicos, químicos e biológicos), de acidentes e ergonômicos. Como 
exemplo, pode-se citar ruído e vibrações como agentes físicos, produtos 
químicos e poeira como agentes de risco químico e bactérias e fungos 
na categoria de agentes biológicos. Com relação a riscos ergonômicos, 
há o levantamento manual de cargas e posturas inadequadas; já 
com relação a risco de acidentes, as máquinas sem proteção e os 
animais peçonhentos. A importância de conhecer e saber identificar 
https://revistaadnormas.com.br/2020/01/21/destrinchando-a-iso-45001
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Riscos ambientais Capítulo 1 
 
 
esses riscos está em evitar possíveis acidentes, bem como incidentes. 
Vimos que acidente e incidente são expressões comuns, que se 
diferem pela ocorrência (acidente) ou não (incidente) de lesão ao 
trabalhador. Os acidentes de trabalho são consequências de atos ou 
condições inseguras que geram perdas tanto ao colaborador quanto 
ao empregador e, em decorrência disso, merecem a devida atenção na 
sua prevenção, que ocorre controlando e minimizando os riscos. Frente 
ao que foi apresentado neste capítulo, fica claro, então, que considerar 
as condições de trabalho de forma integrada é de extrema importância 
para a proteção, o desenvolvimento e a melhoria contínua da qualidade 
de vida dos colaboradores em vários aspectos, minimizando riscos e 
evitando acidentes. 
2 
@faculdadelibano_ 
 
 
 
 
 
Identificação e 
análise de riscos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de 
riscos 
Capítulo 2 
 
 
 
Objetivos 
Nesta competência, você aplicará os conhecimen- tos obtidos sobre 
riscos ambientais, de forma a ge- renciá-los a partir de técnicas de 
gestão, incluindo identificação e análise de riscos. A aplicação des- 
ses conhecimentos é fundamental para a melhoria das condições de 
trabalho e, consequentemente, da produtividade. Está curioso para este 
aprendizado? Vamos continuar aprendendo juntos! 
 
A possibilidade de situações não desejadas e não previsíveis no ambiente de trabalho 
é algo que preocupa desde os gestores até os próprios colaboradores, não é mesmo? 
Para evitar tais situações, é importante que sejam desenvolvidos mecanismos para 
gerenciá-las. 
Para que as ações do gerenciamento sejam eficazes, é preciso que sejam realizados 
estudos iniciais envolvendo os riscos dos ambientes de trabalho, a fim de investigar 
incansavelmente todas as situações passíveis de ocorrer. 
A partir desse estudo, é possível estimar com maior precisão as chances de cada 
situação acontecer e quais efeitos serão decorrentes destas. Entretanto, apesar de ser 
de fundamental importância, ainda há falta de consenso nas organizações sobre as 
terminologias e os conceitos adotados para essa temática. Isso resulta em análises 
individualizadas, ou silos, que dificultam o gerenciamento integrado dos riscos ou, ainda 
mais grave, resulta em um gerenciamento superficial. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
As técnicas de gestão de riscos podem ser 
aplicadas em vários locais de trabalho, nos 
mais diferentes tipos de ambientes e setores, 
bem como nos níveis de gerenciamento 
(do operacional ao estratégico), tendo em 
vista a importância de prevenir os riscos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 5 
Ações eficazes. 
FONTE 
Freepik 
É essencial que, além do gerenciamento, 
seja mantido um histórico organizacional, 
de modo a permitir um monitoramento 
contínuo do ambiente de trabalho, bem 
como das decisões que vêm sendo 
tomadas nesse contexto. 
 
 
Reflita 
Até aqui, ficou clara a gravidade dos riscos dos ambientes de trabalho, 
não é? Então, antes de darmos continuidade, vamos refletir. Quanto custa 
um acidente de trabalho para uma organização? O que representa, para 
um gestor, os riscos do ambiente de trabalho? O que significa um risco 
no ambiente de trabalho para o trabalhador? Como é possível gerenciar 
esses riscos? 
 
O processo de gestão de riscos pode ser desenvolvido a partir de etapas propostas pela 
norma AS/NZS 4360: 2004, que guia a gestão de riscos e, inclusive, foi adotada para a ISO 
31000. 
A gestão de risco é um processo estruturado que visa identificar, avaliar, controlar e 
monitorar incertezas que podem afetar objetivos estabelecidos, seja em uma organização, 
projeto ou qualquer outro contexto. O principal objetivo é assegurar que riscos sejam 
gerenciadosproativamente, permitindo a tomada de decisões mais informada e a 
Estabelecimento do contexto 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
maximização de oportunidades, ao mesmo tempo em que minimiza adversidades. O 
processo de gestão de risco geralmente envolve: 
• Identificação de Riscos: reconhecer e listar potenciais eventos ou condições que 
podem resultar em consequências negativas ou positivas. 
• Avaliação de Riscos: estimar a probabilidade de ocorrência de um risco e o impacto 
associado, determinando assim sua relevância. 
• Tratamento de Riscos: definir a melhor estratégia para lidar com cada risco identificado, 
seja evitando, transferindo, mitigando ou até mesmo aceitando o risco. 
• Monitoramento e Revisão: acompanhar e analisar o cenário de riscos continuamente, 
fazendo os ajustes necessários à medida que novas informações são disponibilizadas 
ou o contexto muda. 
• Comunicação: assegurar que todas as partes interessadas estejam cientes dos 
riscos e das medidas adotadas para gerenciá-los. 
Ao adotar uma abordagem sistemática para a gestão de riscos, organizações podem 
proteger seus ativos, reputação e stakeholders, ao mesmo tempo em que se posicionam 
de maneira estratégica para aproveitar oportunidades no ambiente em que atuam. 
 
 
 
 
 
Contextualização dos riscos 
 
 
 
 
Identificação 
Análise 
Avaliação 
 
 
FIGURA 7 
Adaptada de Mattos e 
Másculo (2011, p. 62). 
FONTE 
Adaptada de Mattos e 
Másculo (2011, p. 62). 
 
 
 
Tratamento dos riscos 
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Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
A aplicação dessas etapas pode ser feita por qualquer organização, independentemente 
do tipo e porte. Conforme a figura anterior, existem etapas a serem desenvolvidas, e elas 
se relacionam entre si. É importante que o processo de gestão tenha início logo depois 
da ocorrência do acidente, pois, com o passar do tempo, o local e os dados podem ser 
alterados. 
Érecomendado, ainda, quesejamfeitosregistrosfotográficos do local, coletados 
depoimentos dos envolvidos para posterior preparação do relatório do acidente, indicando 
os motivos e as indicações de correção e melhoria. Ademais, a adoção de mecanismos 
para identificar, analisar e avaliar os riscos deve ser considerado investimento por parte 
dos empregadores, tendo em vista que, além das melhorias do ambiente de trabalho, 
esses investimentos vão garantir a produtividade dos colaboradores, reduzindo os riscos 
e, consequentemente, os acidentes e as doenças profissionais. 
 
Identificação de riscos 
A identificação dos riscos consiste, como o nome indica, em identificar onde, quando, 
como e por que determinadas situações acontecem ou podem acontecer. Parte-se do 
princípio do ininterrupto questionamento, procurando os motivos do acidente e suas 
analogias com o ambiente de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 8 
Identificação de riscos 
FONTE 
Freepik 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
Inicialmente, para que os riscos sejam gerenciados de forma adequada, é imprescindível 
que sejam mapeados e documentados os processos para os quais se almeja identificar 
os riscos adjuntos. Assim, para que seja possível aplicar qualquer uma das técnicas de 
investigação, é necessário adquirir e minutar determinados dados essenciais para a 
averiguação, como: 
• Dados sobre o colaborador que sofreu o acidente (nome, função, idade, cargo, lesão, 
parecer médico). 
• Informações sobre o atendimento (socorros iniciais adotados, hora, descrição e 
testemunhas). 
• Registro do histórico do colaborador no que tange à segurança do trabalho 
(treinamentos, acidentes anteriores, uso dos equipamentos de proteção etc.). 
Após o acontecimento de um acidente ou incidente, prontamente, deve-se começar 
o procedimento de averiguação de riscos para impedir que eventos dessa natureza 
voltem a ocorrer. A investigação deve sempre contar com a participação dos Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e da 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e, se indispensável, com profissionais 
externos, caso os profissionais internos não sejam satisfatórios. 
Ferramentas adequadas devem ser utilizadas para a coleta de informações que auxiliem 
nesse processo de identificação dos riscos. Existem várias técnicas de identificação, 
sendo as mais comuns: técnica de incidentes críticos, análise What-If e de causa e efeito, 
entre outras. 
 
Técnica de incidentes críticos 
A ferramenta chamada Técnica de incidentes críticos, é uma técnica operacional, de 
caráter qualitativo, a ser aplicada na fase operacional, a fim de identificar incidentes. 
Por incidente, entende-se qualquer situação insegura que possa resultar em acidente 
de trabalho. Assim, essa técnica consiste em uma forma de identificar erros e condições 
inseguras que colaboram para o acontecimento de incidentes (sem lesões), sobretudo 
nos casos em que se almeja identificar perigos sem a utilização de metodologias mais 
robustas e, ainda, quando o tempo é restrito. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
O objetivo dessa técnica é detectar tais situações e tratar os riscos que estas representam. 
Para tal, é necessário que sejam entrevistados uma quantidade significativa de 
colaboradores, envolvendo todos os setores da empresa, de forma a representar as 
diferentes intervenções. A amostra dos entrevistados precisa ser feita de forma aleatória 
para garantir representatividade, bem como para que não haja tendências nas respostas 
e estas devem ser o mais abrangente possível. 
 
No decorrer da aplicação dessa técnica, o investigador questiona um grupo de 
colaboradores e solicita que cada um lembre e descreva atos ou condições inseguras 
que tenham percebido no ambiente de trabalho. 
É importante que essa técnica seja aplicada de forma periódica e que, a cada aplicação, 
sejam mudados os entrevistados, a fim de identificar novas áreas-problema, ou seja, 
novos incidentes críticos. 
 
What-If 
A análise What-If que, em português, significa “e se”, consiste em uma técnica especulativa, 
de caráter qualitativo e geral, de simples emprego e muito benéfica, como abordagem 
inicial para identificação e detecção de riscos, em qualquer etapa do projeto ou processo, 
bem como em serviços. 
Baseia-se em metodologias de brainstorming, que consistem em jogos de perguntas, 
objetivando identificar “o que” poderá acontecer (decorrências indesejadas) e “se” 
determinado fato der errado (perigo). Além disso, é desenvolvida a partir de dinâmicas 
de grupo. 
Para aplicação, são organizadas reuniões entre duas equipes (guia/questionadora e 
colaborativo), e estas vão desenvolvendo perguntas sobre procedimentos, instalações 
e processos da organização. Para que seja eficaz, é preciso que a equipe conhecedora 
e familiarizada (denominada guia ou questionadora) organize, anteriormente à reunião, 
itens para guiar a discussão. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 9 
Método What if 
FONTE 
Freepik 
 
 
 
 
Os itens para guiar a discussão devem ser formados com perguntas iniciando com o 
termo “e se” (eis a justificativa para o nome da técnica), tal como: e se houver interrupção 
no fornecimento de energia? E se houver superaquecimento no equipamento? As 
respostas dessas perguntas guiarão as discussões sobre os riscos existentes. 
É sugerido que essa análise seja empregada para avaliar a implicação à continuação 
operacionalde equipamentos, espaços e integrações, no que diz respeito a serviços 
múltiplos de manutenção, sobretudo aqueles pertinentes às particularidades de elétrica 
e instrumentação. Além disso, a aplicação periódica pode apresentar bons resultados 
no que diz respeito à atualização de riscos. 
 
Causa e efeito 
A análise de causa e efeito é conhecida por diferentes nomenclaturas na literatura, como 
diagrama de causa e efeito, diagrama de Ishikawa, espinha de peixe, entre outros. Essa 
ferramenta da qualidade é apresentada na ISO 31.010 como norteadora do processo 
de análise de riscos. Ela auxilia na organização do brainstorming para a identificação 
das possíveis causas de determinado problema, ou seja, os possíveis riscos de certas 
situações. 
Para construir o diagrama, parte-se do princípio de que o acidente (efeito) não é 
resultante de uma única causa, mas decorrente de um conjunto de fatores (situações) 
que desencadeiam o processo. Para preenchimento das causas, é importante que 
sejam reunidos colaboradores e que estes opinem sobre os fatores que possam ter 
resultado no acidente em questão. 
Pessoas Processo Equipamento 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
Para aplicar essa técnica, inicialmente, é necessário selecionar o problema que será 
analisado (acidente). Então, delimita-se uma linha horizontal com um retângulo ao final. 
Nesse retângulo, será escrito o problema. Ao longo da linha horizontal são desenhadas 
linhas diagonais, representando as causas. 
Após o desenho da figura, inicia-se o debate com as pessoas envolvidas a partir de 
brainstorming, que consiste em um processo demorado. Entretanto, como é o “coração” 
dessa ferramenta, é preciso que seja feito de forma focada, para que os detalhes 
também sejam considerados na análise. No decorrer do debate, as causas identificadas 
vão sendo agrupadas em categorias. Ao final, caso necessário, essas causas podem ser 
elencadas de acordo com a importância ou gravidade. 
Na figura a seguir são apresentados os grupos para relacionar as causas, quais sejam: 
materiais, meio ambiente, máquina (equipamentos), mão de obra, método (forma de 
desenvolver o trabalho) e medida (indicadores). Esses grupos podem ser adaptados 
de acordo com o contexto organizacional apresentado, ou seja, não necessariamente 
todos esses grupos terão causas relacionadas ao que está sendo analisado. 
 
 
 
 
CAUSA CAUSA CAUSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAUSA CAUSA CAUSA 
 
 
 
 
 
Problema 
FIGURA 10 
Exemplificação da 
estrutura de aplicação 
de um diagrama de 
causa e efeito 
FONTE 
Elaborada pela 
autoria (2020). 
 
 
 
Análise e avaliação de riscos 
A partir da identificação dos riscos feita com as técnicas aprendidas, é importante, então, 
que sejam compreendidos, criticados e estimados o nível de criticidade de cada risco, 
ou seja, que sejam analisados. É importante que a avaliação seja tanto quantitativa 
Materiais 
 
Ambiente 
 
Gestão 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
quanto qualitativa. Ao quantificar, comprova- se o controle da exposição ou inexistência 
do risco, dimensiona a exposição e subsidia-se o equacionamento das medidas de 
controle. 
Dessa forma, técnicas de análise e avaliação de riscos se constituem em desenvolver 
atividades orientadas para quantificar a perda máxima provável decorrente do risco, 
ou seja, permite quantificar a probabilidade de ocorrer um risco e suas consequências, 
bem como a gravidade destas. Existem diferentes técnicas para analisar os riscos, das 
quais serão apresentadas a seguir: análise preliminar de riscos (APR), análise de modos 
de falha e efeitos (AMFE) e análise de árvore de falhas (AAF). 
 
Análise preliminar de riscos 
A Análise preliminar de riscos consiste em uma técnica qualitativa para análise inicial, 
sendo utilizada para identificar fontes de perigo, analisar consequências e propor medidas 
corretivas simples. É comumente aplicada na fase de projeto ou desenvolvimento de 
projetos e processos. 
A forma mais usual de desenvolver uma Análise preliminar de riscos é a partir da 
organização dos dados em um quadro, conforme apresentado no quadro a seguir. O 
primeiro passo para tal consiste em identificar quais atividades organizacionais serão 
analisadas. 
 
 
 
 
 
 
QUADRO 2 
Exemplificação da 
estrutura de aplicação 
de uma Análise 
preliminar de riscos 
FONTE 
Elaborado pela autoria 
(2020). 
 
 
Selecionada a atividade, inicia-se o processo com a identificação dos riscos desta e, 
em seguida, as causas do risco. A partir disso, é possível constatar as consequências do 
risco e sua causa. Para propor a categoria do risco, pode-se analisar aspectos como 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
frequência, grau da consequência ou a combinação dessas duas categorias. Por fim, a 
última coluna (ou último item a ser analisado) consiste na identificação das ações para 
a situação em questão. 
A aplicação da Análise preliminar de riscos auxilia a eleger os espaços da instalação, 
onde devem ser desenvolvidas as metodologias mais detalhadas para analisar riscos, 
ou seja, atua como precursora de outras análises. Ademais, também pode ser utilizada 
como mecanismo de monitoramento e revisão geral para processos operacionais em 
andamento, desvendando aspectos que podem ser imperceptíveis no cotidiano. 
 
Análise de modos de falha e efeitos 
A AMFE é uma metodologia hábil de engenharia que identifica, qualifica e investiga 
as falhas de componentes específicos e como estas estão distribuídas. Na área de 
segurança do trabalho, vem sendo aplicada em situações específicas, como fontes de 
risco e análise ergonômica do trabalho. 
A Análise de modos de falha e efeitos é uma metodologia hábil de engenharia que 
identifica, qualifica e investiga as falhas de componentes específicos e como estas 
estão distribuídas. Na área de segurança do trabalho, vem sendo aplicada em situações 
específicas, como fontes de risco e análise ergonômica do trabalho. O procedimento 
é semelhante a outras técnicas, sendo desenvolvido a partir da organização de uma 
equipe que irá examinar o produto ou processo em questão no que diz respeito a 
funcionalidades, falhas prováveis, efeitos e causas. A partir desta caracterização, os riscos 
são avaliados desde o estabelecimento de indicadores que, então, serão calculados 
para que sejam selecionados os riscos de maior prioridade. 
Frente ao apresentado, entende-se que o foco está nas falhas e nos efeitos destas sobre 
os componentes de um sistema, sendo, portanto, uma metodologia objetiva e com foco 
localizado. Com base nessa análise, são definidas as medidas para suavizar tais riscos, 
promovendo maior confiança ao produto/processo. 
Análise de árvore de falhas 
Já o método da Análise de árvore de falhas, que é uma ferramenta dedutiva, de caráter 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
qualitativo ou quantitativo, que tem por finalidade analisar riscos a fim de determinar a 
probabilidade de ocorrência de eventos finais. Para seu desenvolvimento, inicialmente, é 
identificada e selecionada uma falha (ou efeito) e, então, desta, são desdobradas falhas 
básicas ou eventos primários. 
É bastante utilizada, tendo em vista que é aberta, ou seja, aceita diferentes justificativas 
para os acidentes, identificando e relacionando-os com falhas existentes no ambiente 
organizacional. O método adotado é de dedução e parte da premissa que determinada 
falha ou um grupo de falhas resultou no acidente. 
O resultado dessa análise são sistemas organizados a partir de uma representação 
gráfica, que é estruturada como uma árvore lógica e, para tal, são utilizadas simbologias 
específicas advindas da álgebra booleana.Além disso, é possível calcular a frequência e 
a probabilidade de ocorrência de cada componente e, então, aplicar tais probabilidades 
para identificar as ações necessárias. 
 
Saiba Mais 
Quer ver a aplicação de uma das técnicas abordadas? Recomendamos 
o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: “Aplicação da 
análise preliminar de risco para identificação de riscos ergonômicos nas 
atividades de professores do ensino fundamental II”. Para acessar, clique. 
 
 
 
 
 
 
O uso de ferramentas para coleta de informações na gestão de risco tem se tornado 
uma prática cada vez mais comum nas organizações modernas. Essas ferramentas são 
projetadas para coletar e analisar dados relevantes que podem ajudar as empresas 
a identificar e mitigar riscos em seus processos, produtos ou serviços. Embora essas 
ferramentas ofereçam uma série de benefícios, também é importante reconhecer os 
impactos que elas podem ter no ambiente de trabalho. 
https://riut.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/17524/1/CT_CEEST_XXXVII_2019_41.pdf
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
Em primeiro lugar, as ferramentas de coleta de informações podem proporcionar uma 
maior transparência e visibilidade dos riscos para os funcionários. Isso pode ser uma 
vantagem, pois permite que os membros da equipe estejam cientes dos possíveis 
desafios e ameaças que a organização enfrenta. No entanto, essa transparência também 
pode criar ansiedade e preocupação entre os funcionários, especialmente se os riscos 
identificados forem graves. Portanto, as empresas precisam adotar uma abordagem 
equilibrada ao compartilhar informações sobre riscos, garantindo que os funcionários 
entendam o contexto e as medidas de mitigação que estão sendo implementadas. 
A Lei n.º 6.514/77 , artigo 157, garante ao empregado o direito de receber as instruções e 
indicação precisa dos riscos a que está exposto. 
Além disso, as ferramentas de coleta de informações podem afetar a cultura 
organizacional. A cultura de uma empresa desempenha um papel fundamental na 
forma como os funcionários interagem, tomam decisões e lidam com desafios. Quando 
as ferramentas de gestão de risco são introduzidas, elas podem mudar a dinâmica da 
cultura ao incentivar uma mentalidade mais orientada para a gestão de riscos. Isso 
pode ser benéfico para a empresa, pois pode melhorar a capacidade de lidar com 
ameaças potenciais. No entanto, também pode criar resistência entre os funcionários 
que estão acostumados a uma cultura diferente. Portanto, é importante que as 
organizações promovam a conscientização sobre a importância da gestão de riscos e 
forneçam treinamento adequado para ajudar os funcionários a se adaptarem a essa 
nova mentalidade. 
Outro impacto no ambiente de trabalho é o aumento da carga de trabalho para os 
profissionais encarregados da coleta e análise de informações. À medida que as 
organizações buscam reunir dados detalhados sobre os riscos, pode haver uma pressão 
adicional sobre as equipes de gestão de risco para processar e interpretar essas 
informações de maneira eficaz. Isso pode levar a um aumento do estresse e da carga 
de trabalho, e é importante que as empresas reconheçam esses desafios e forneçam 
recursos adequados para apoiar as equipes. 
Por fim, as ferramentas de coleta de informações também podem influenciar a forma 
como as decisões são tomadas nas organizações. Ao fornecer dados objetivos sobre 
riscos, essas ferramentas podem ajudar a informar e orientar as decisões de gestão. 
No entanto, é importante lembrar que os dados por si só não devem ser o único fator 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Identificação e análise de riscos Capítulo 2 
 
 
considerado. As decisões devem levar em conta uma variedade de informações, 
incluindo a intuição e a experiência dos líderes, para serem eficazes. 
 
Resumindo 
E então, conseguiu aprender? Para conferirmos se isso aconteceu, vamos 
fazer uma breve revisão sobre o que vimos. Partindo do pressuposto de 
que já sabemos os principais agentes causadores de riscos presentes 
nos ambientes de trabalho e que, caso não sejam tomadas precauções, 
podem prejudicar a saúde e a integridade física dos colaboradores, 
vimos, neste capítulo, as técnicas de gestão desses riscos. 
A gestão de riscos é um método ativo, continuado e imprescindível para 
o bom gerenciamento de qualquer organização. Além disso, fornece 
subsídios para a tomada de decisões. Assim, conhecer os agentes, 
quantificar e qualificá-los e, principalmente, estabelecer medidas de 
controle à exposição a eles é condição basal para que as atividades 
profissionais sejam desempenhadas com qualidade. 
Entre as técnicas existentes, vimos aqui a técnica de incidentes críticos, 
What-If e causa e efeito para a identificação de riscos e, no que tange 
à análise e à avaliação, vimos APR, AMFE e AAF. Cabe à empresa, no que 
diz respeito a seus gestores, selecionar e adotar essas técnicas, a fim 
de ter um maior controle acerca dos fatores que interferem em seus 
processos. 
Ademais, a falta de consenso na prática resulta em uma gestão 
de riscos em silos, ou seja, isoladamente, fazendo com que cada 
área da organização use expressões diferentes, o que dificulta o 
gerenciamento, bem como a participação de todos os envolvidos no 
ambiente organizacional. Ficou claro, a partir deste capítulo, então, que 
adotar mecanismos para identificar, analisar e avaliar os riscos deve 
ser considerado um investimento por parte dos empregadores, tendo 
em vista que, além das melhorias do ambiente de trabalho, esses 
investimentos vão garantir a produtividade dos colaboradores, reduzindo 
os riscos e, consequentemente, os acidentes e as doenças profissionais. 
3 
@faculdadelibano_ 
 
 
 
 
 
Serviços de saúde 
ocupacional e 
segurança do 
trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde 
Capítulo 3 
ocupacional e segurança do 
trabalho 
 
 
 
Objetivos 
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender os serviços 
de saúde e medicina do trabalho e suas funcionalidades. Consta em 
lei que qualquer organização que possua trabalhador deve cumprir 
as obrigatoriedades deste contexto, e a efetividade da garantia da 
segurança do trabalho relaciona-se ao comprometimento da alta 
administração. E então? Animado? Vamos lá! 
 
Em decorrência dos riscos ambientais, as organizações buscaram definir meios para 
fazer o controle e reduzir seus custos com acidentes e doenças ocupacionais, para que 
se mantivessem competitivas. Nesse contexto, a temática da segurança e saúde no 
trabalho é acatada como estratégia organizacional, tendo em vista que sua ação está 
diretamente relacionada ao fator principal da produtividade: a mão de obra. 
A efetividade das medidas relacionadas à segurança do trabalho relaciona-se com 
o nível de envolvimento e empenho da alta administração, que precisa encaminhar 
e acompanhar o sistema de gestão de riscos, estabelecendo diretrizes para a 
implementação e o monitoramento das medidas de gerenciamento dos riscos e controle 
interno, perseguindo, assim, o alcance dos principais objetivos. 
Grande parte das empresas no Brasil tem isenção de constituir formalmente os 
serviços relacionados à saúde ocupacional e segurança do trabalho, tendo em vista 
que não possuem mais que 20 ou 50 colaboradores, tal como preconiza a legislação 
sobre formação de Cipa e SESMT. Consta em lei que qualquer organização que possua 
trabalhador deve cumprir as obrigatoriedades desse contexto. Ou seja, apesar de não 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
ser obrigada a ter profissionais especializados, caberá ao gestor as responsabilidades 
sobre saúde e segurançade seus colaboradores. Assim, neste capítulo, veremos esses 
serviços instituídos em normas regulamentadoras específicas. 
Em casos nos quais se faz necessário, o grupo de profissionais da área de segurança do 
trabalho de uma organização é estruturado a partir de uma equipe multidisciplinar. Esta 
compõe o SESMT, definido pela NR-4, que envolve os seguintes profissionais: 
• Técnico de segurança do trabalho. 
• Engenheiro de segurança do trabalho. 
• Médico do trabalho. 
• Enfermeiro de segurança do trabalho. 
• Auxiliar em enfermagem do trabalho. 
Além do SESMT, as organizações precisam instituir sua Cipa, conforme preconiza a NR-5. 
A Cipa é formada por representantes do patrão e dos funcionários, tendo por missão 
cooperar para que as ações do SESMT sejam prevencionistas. A seguir, abordaremos 
cada um desses serviços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 11 
Saúde e segurança 
FONTE 
Freepik 
 
 
 
 
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho- SESMT 
Em casos nos quais se faz necessário, o grupo de profissionais da área de segurança do 
trabalho de uma organização é estruturado a partir de uma equipe multidisciplinar. Esta 
compõe o SESMT, definido pela NR-4, que envolve os seguintes profissionais: 
• Técnico de segurança do trabalho. 
• Engenheiro de segurança do trabalho. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
• Médico do trabalho. 
• Enfermeiro de segurança do trabalho. 
• Auxiliar em enfermagem do trabalho. 
Além do SESMT, as organizações precisam instituir sua Cipa, conforme preconiza a NR-5. 
A Cipa é formada por representantes do patrão e dos funcionários, tendo por missão 
cooperar para que as ações do SESMT sejam prevencionistas. 
O Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho é 
fundamental e tem como sua responsabilidade agendar mensalmente as informações 
atuais de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade. Tais 
informações precisam fornecer subsídios sobre a tipologia do acidente, localidades, datas 
e horários, entre outras informações que possam ajudar a avaliar os acontecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 12 
SESMET 
FONTE 
Freepik 
Segundo o inciso XXII do art. 7.º da 
Constituição Federal, é direito do 
trabalhador a “redução dos riscos 
inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança” 
(BRASIL, 1988, on-line). Ademais, apesar 
da CLT já citar a existência desse tipo de 
serviço nos ambientes organizacionais, 
o SESMT só foi constituído oficialmente 
em 1972 com a publicação de uma 
portaria sobre a formação técnica 
nessa área, tornando obrigatória a sua 
existência em empresas com mais de 
100 colaboradores. 
Essa legislação fez com que o Brasil fosse 
o primeiro país a constituir tal serviço 
em suas empresas, tornando possível 
melhorar a imagem do país frente ao 
alto índice de acidentes de trabalho perante o cenário internacional. Dessa forma, 
a legislação foi um marco entre um período de equívocos e o período assertivo da 
abordagem dos assuntos referentes à segurança do trabalho e à saúde do colaborador. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
O item 4.1 da referida norma expressa a obrigatoriedade da implantação do SESMT a 
empreendimentos particulares e públicos que tenham funcionários administrados sob 
o regime da CLT. Esse programa tem por objetivo agenciar a saúde e resguardar a 
integridade do colaborador em seu ambiente laboral. 
Para garantir que o SESMT tenha qualidade no atendimento aos colaboradores, o 
Ministério do Trabalho exige que ele tenha seu registro protocolado no órgão local, que 
é feito a partir do Sistema SESMT a partir da Portaria n.º 559, de 2 de junho de 2016. 
Para cadastro no sistema, é necessário informar os dados da organização (número de 
colaboradores, jornadas de trabalho e grau de risco), a quantidade e quais profissionais 
fazem parte, bem como seus respectivos horários de trabalho. Esse sistema tem como 
objetivos: 
I. Auxiliar a comunicação entre o órgão responsável e a organização. 
II. Melhorar a agilidade do procedimento de registro. 
III. Acelerar casos de atualização cadastral. 
IV. Conferir os requisitos da NR-4 antes de efetivar SESMT. 
V. Possibilitar uma fiscalização mais adequada a partir das 
informações disponibilizadas no sistema. 
O SESMT pode ser composto de quatro classes de profissionais (médico do trabalho, 
engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de segurança 
do trabalho e auxiliar ou técnico em enfermagem do trabalho), sendo que o seu 
dimensionamento está disciplinado no quadro II da mencionada NR-4. O engenheiro de 
segurança, o médico e o enfermeiro do trabalho necessitarão dedicar, ao menos, três 
horas (tempo parcial) ou seis horas (tempo integral) por dia para as ações do SESMT. 
A norma estabelece, ainda, as atribuições dos profissionais que compõem os SESMT. 
Entre as competências é importante ressaltar algumas: 
• Aplicar os conhecimentos a todos os componentes do ambiente de trabalho (desde 
colaborador à máquina). 
• Deliberar os equipamentos de proteção necessários tanto de cunho individual quanto 
de caráter coletivo. 
• Garantir que o estabelecido em todas as NRs seja cumprido. 
• Promover integração contínua com a Cipa, bem como apoiar, treinar e atender 
conforme for necessário. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
• Realizar atividades de sensibilização, educação e direcionadoras a partir de 
campanhas. 
• Tirar dúvidas dos colaboradores e torná-los conscientes sobre riscos, acidentes de 
trabalho e doenças. 
O SESMT será avaliado a cada seis meses por uma comissão formada por representantes 
das organizações, do sindicato de trabalhadores e da delegacia do órgão competente 
ou de acordo com o estabelecido em convenções. 
É imprescindível que o SESMT tenha integração constante com a Cipa, atuando como 
mecanismo multiplicador. Esses serviços devem desenvolver estudos, analisar as 
demandas dos colaboradores e estabelecer soluções, tanto para a correção quanto para 
a prevenção. Além disso, como parte integrante desse serviço, tem-se o ambulatório, 
que deve ser de responsabilidade do médico do trabalho que, por sua vez, deve ser o 
coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). 
De modo geral, fica evidente que a presença dos profissionais do SESMT nas empresas é 
de fundamental importância, tanto para a integridade dos colaboradores como para o 
sucesso das organizações e do bem-estar da sociedade, uma vez que esses profissionais, 
por meio de seu conhecimento científico, serão os responsáveis pela modificação das 
características de trabalho, bem como da promoção de maior qualidade de vida nos 
ambientes laborais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 13 
Promoção de qualidade de vida. 
FONTE 
Freepik 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
Dimensionamento 
Outro ponto importante a ser destacado é que é possível que uma organização tenha um 
SESMT centralizado, que atenderá a um grupo de empreendimentos de sua propriedade 
nos casos em que a distância entre o empreendimento no qual o SESMT está localizado 
e os demais não ultrapasse cinco quilômetros. 
Para dimensionar o SESMT, aplica-se a NR-4. O processo de dimensionar o SESMT está 
vinculado à gradação do risco da atividade central e à quantidade de colaboradores 
do local, conforme os quadros I e II da NR-4. O quadro I aborda o código, a Classificação 
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e o grau derisco (GR) para fins de 
dimensionamento do SESMT, conforme exemplificado no quadro a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUADRO 3 
Exemplificação do quadro I da NR-4 
FONTE 
Elaborado pela autoria com base em Brasil (2016, p. 9). 
 
 
De posse do grau de risco, é necessário ter informações acerca da quantidade de 
colaboradores para, então, dar continuidade ao dimensionamento a partir da observação 
do quadro II da NR-4, apresentado no quadro a seguir. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUADRO 4 
Fragmento do quadro II da NR-4 
FONTE 
Elaborado pela autoria com base em Brasil (2016, p. 35). 
 
 
A quantidade de profissionais a compor o SESMT é dada pela relação grau de risco 
versus número de colaboradores. A NR-4 apresenta, ainda, alguns apontamentos com 
relação ao dimensionamento do SESMT, sendo eles: 
• Não se consideram estabelecimentos os canteiros de obras e as frentes de trabalho 
com menos de 1.000 funcionários e localizados no mesmo estado, território ou Distrito 
Federal. 
• Em casos em que 50% ou mais dos colaboradores atuem em atividade com grau 
superior ao da atividade principal, o dimensionamento é feito a partir do maior risco. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
Cipa 
A Cipa é responsável pelos assuntos de segurança e saúde na organização, sendo 
formada por trabalhadores. Foi criada em 1944, porém instituída legalmente pela NR-5, 
que define condições para dimensionamento, obrigatoriedades e condicionantes para 
seus membros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 14 
Cipa 
FONTE 
Freepik 
 
 
 
 
 
Devem constituir e manter em funcionamento as organizações privadas, públicas, 
sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições 
beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que 
admitam trabalhadores como empregados (BRASIL, 2019). É possível estabelecer três 
objetivos principais dessa comissão: prevenir acidentes e doenças do trabalho, controlar 
os riscos e propor sugestões para acabar ou neutralizar os riscos. Uma das formas de 
incentivar e motivar para alcançar tais objetivos é a partir de campanhas educativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 15 
Exemplificação de uma campanha 
de sensibilização da Cipa 
FONTE 
Tavares (2009). 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
Ademais, na referida NR são instituídas as responsabilidades do empregador e dos 
colaboradores. Ao empregador, cabe o papel de promover aos componentes da Cipa 
os caminhos necessários para desempenharem suas pertinências, avaliando tempo 
satisfatório para a execução dos trabalhos constantes no plano de trabalho. 
 
Nota 
A diferença básica entre a Cipa e o SESMT é que este é composto, 
exclusivamente, por profissionais especialistas em segurança e saúde 
no trabalho, enquanto aquela é uma comissão partidária constituída 
por empregados, normalmente, leigos em prevenção de acidentes. 
 
Já aos colaboradores, cabe participar da eleição de seus representantes; colaborar 
com a gestão da Cipa; indicar à Cipa, ao SESMT e ao empregador situações de riscos 
e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; e observar e aplicar, 
no ambiente de trabalho, as recomendações quanto à prevenção de acidentes e de 
doenças decorrentes do trabalho. 
Qualquer ação referente à Cipa deve ser formalizada, e a documentação referida 
deve estar disponível para que seja fiscalizada. Além disso, a participação de todos é 
extremamente necessária para que os resultados esperados sejam alcançados. 
 
Estruturação e dimensionamento 
A estruturação da Cipa é feita a partir de um processo eleitoral interno, conforme 
requisitos estabelecidos pela respectiva norma regulamentadora, sendo formada por 
representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento 
previsto no quadro I da NR-5, apresentado na figura a seguir. 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Indicação 
 
 
 
 
Indicação 
FIGURA 16 
Estruturação da Cipa 
FONTE 
Elaborada pela autoria 
(2020). 
 
Presidente; 
Efetivos; 
Suplentes 
 
 
 
 
O representante dos empregados e do empregador é conhecido como “cipeiro”, e é 
importante que ele esteja em comunicação frequente com o empregador, a fim de 
auxiliar o SESMT e os colaboradores. Dessa forma, o cipeiro exerce papel importante nas 
ações de prevenção da empresa. 
Além dos membros escolhidos por indicação de empregador e empregados (presidente, 
efetivos e suplentes), a Cipa é formada por um secretário. A quantidade de membros a 
compor a Cipa vincula-se ao agrupamento de setores econômicos pela Classificação 
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que consta no quadro II da NR-5, bem como 
a quantidade de colaboradores. Diferentemente do dimensionamento do SESMT, aqui, 
inicialmente, identificamos o CNAE no quadro II e o grupo no qual essa atividade está 
inserida e, então, consulta-se o quadro I, conforme apresentado no quadro a seguir. 
ESTRUTURAÇÃO 
Empre gador 
Colabo 
dente; 
ivos; 
entes 
Presi 
Efet 
Supl 
radores 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUADRO 5 
Fragmento do 
quadro I da NR-5 
FONTE 
Elaborado pela 
autora com base 
em Brasil (2019, 
p. 10). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É importante destacar que, nos casos em que a empresa não tem obrigatoriedade de 
constituir a Cipa, exige-se que seja designada uma pessoa com treinamento específico 
de 20 horas para exercer as atribuições dessa comissão. 
 
Processo eleitoral 
A estruturação da Cipa se dá a partir de processo eleitoral. Para que ele ocorra, é 
necessário que, 60 dias antes de findado o mandato atual, o empregador fixe um edital 
por 15 dias. Este possibilitará que todos que tenham interesse se inscrevam e, aqueles 
interessados, terão garantia de emprego até a eleição. A eleição deverá ocorrer no prazo 
de 30 dias antes de findado mandato, com voto secreto e durante os turnos de trabalho. 
Os membros eleitos terão sua posse protocolizada com o prazo de um dia útil e passarão 
Riscos ambientais e os 
programas de segurança 
Serviços de saúde ocupacional e segurança do trabalho Capítulo 3 
 
 
por treinamento de 20 horas. Então, a empresa protocolizará no Ministério do Trabalho 
em até 10 dias: cópias das atas da eleição (de instauração e de posse), o calendário das 
reuniões anuais (devem ser 12 entre o início e o fim do mandato). Depois de protocolizado, 
não é possível cancelar, exceto em casos nos quais a empresa encerra suas atividades. 
 
Saiba Mais 
Quer saber um pouco mais sobre esse tema? Recomendamos o acesso 
ao guia de perguntas e respostas do Sistema SESMT. Esse documento 
tem por finalidade auxiliar as organizações a cumprirem com as 
obrigatoriedades dos itens 4.17 da NR-4, sendo disponibilizado pelo 
Governo Federal no ano de 2016. Para acessar, clique aqui. 
 
 
 
 
 
 
A presença da CIPA no ambiente de trabalho promove uma cultura de segurança. Os 
membros da comissão trabalham em conjunto para avaliar as condições de trabalho, 
identificar riscos potenciais e propor medidas preventivas. Isso incentiva todos os 
funcionários a estarem mais atentos à segurança no local de trabalho, criando um 
ambiente mais seguro para todos. 
Além disso, a CIPA desempenha

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