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ANELISE DIAS FOLHA OLIVEIRA GERENCIAMENTO DE PROJETOS: APLICAÇÃO DE SCRUM NA RETOMADA DE OBRA CIVIL INACABADA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gerenciamento de Projetos, de Pós- Graduação lato sensu, Nível de Especialização, da FGV/IDE como pré- requisito para a obtenção do título de Especialista. Orientador: Danielle Barbosa Paoliello Recife – PERNAMBUCO 2020 FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS PROGRAMA FGV MANAGEMENT MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS O Trabalho de Conclusão de Curso Gerenciamento de Projetos: aplicação de scrum para retomada de obra civil inacabada. elaborado por Anelise Dias Folha Oliveira e aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso de MBA em Gerenciamento de Projetos, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de pós-graduação, nível de especialização do Programa FGV Management. Recife, 30 de agosto de 2020. André Barcaui Coordenador Acadêmico Executivo Danielle Barbosa Paoliello Orientador TERMO DE COMPROMISSO A aluna Anelise Dias Folha Oliveira, abaixo assinado, do curso de MBA em Gerenciamento de Projetos, Turma GP PJ29, do Programa FGV Management, realizado nas dependências da FGV Recife, no período de 24/8/2018 a 26/8/2020, declara que o conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: Gerenciamento de Projetos - aplicação de scrum para retomada de obra civil inacabada é autêntico, original e de sua autoria exclusiva. Recife, 26 de agosto de 2020. Anelise Dias Folha Oliveira AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por mais essa conquista na minha vida, pela energia, disposição e inteligência dados por Ele. Ao meu marido, Raphael Dias, que sempre me incentivou e suportou finais de semana cuidando dos nossos filhos para que eu realizasse esse curso. Aos meus pais, que são as pessoas que mais acreditam em mim e me incentivam nessa vida. Àqueles que se privaram de muito desde o meu nascimento em função do meu crescimento pessoal e profissional. Aos meus sogros, que com muita paciência e amor cuidaram dos meus filhos para que eu pudesse estudar e fazer este trabalho de conclusão de curso. Às minhas amigas Kalinka Sarafim, Carina Lopes, Gabriela Soares e Lais França, que me ajudaram, me ensinaram e debateram ideias comigo. Cada uma com seu contexto profissional tão diferente e mesmo assim conseguimos dialogar e ensinar umas às outras. RESUMO Os projetos de engenharia civil costumam adotar uma abordagem tradicional de gerenciamento. É comum que uma obra seja bem planejada, as plantas sejam bem definidas e o design arquitetônico seja previamente pensado. Desta forma, planejasse o custo e o prazo de uma obra. Todavia, é possível que por diversos motivos uma obra seja paralisada por um longo tempo e retomá-la exigem alguns desafios. O objetivo deste estudo é comparar os métodos tradicional e ágil e explicar porque o método de SCRUM pode ser uma ferramenta valiosa quando tratamos de uma obra que foi interrompida e posteriormente retomada. Ressalta-se que a metodologia aplicada para esse estudo é baseada em uma pesquisa bibliográfica de abordagem exploratória e qualitativa, dessa maneira, foi possível identificar as principais diferenças entre as práticas e explicar porque técnicas de gestão modernas podem ser utilizadas em projetos tradicionais que se encontram em situações ondem precisam fazer uso da inovação e flexibilidade. Palavras-Chave: Metodologia Ágil; SCRUM; Metodologia Tradicional de Projetos; Remanescente de Obra Civil. ABSTRACT Civil engineering projects often take a traditional approach to management. It is common for a work to be well planned, the plants to be well defined and the architectural design to be previously thought out. In this way, plan the cost and term of a work. However, it is possible that for a variety of reasons a work may be paralyzed for a long time and resuming it requires some challenges. The aim of this study is to compare the traditional and agile methods and to explain why the SCRUM method can be a valuable tool when dealing with a work that was interrupted and later resumed. It is noteworthy that the methodology applied for this study is based on a bibliographic research with an exploratory and qualitative approach, in this way it was possible to identify the main differences between the practices and explain why modern management techniques can be used in traditional projects that are found in situations where they need to make use of innovation and flexibility. Keywords: Agile Methodology; SCRUM; Traditional Project Methodology; Remnant Civil Work. LISTA DE ABREVIATURAS SM – SCRUM MASTER TD – TIME DE DESENVOLVIMENTO MVP – PRODUTO MÍNIMO VIÁVEL PMI – PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE PMBOK® – PROJECT MANAGEMENT BODY OF KNOWLEDGE PMI – PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE PO – PODUCT OWNER EAP – ESTRUTURA ANALÍTICA DE PROJETO LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS Figura 1 – Diferenças entre Projetos e Processo ...................................................... 13 Figura 2 - As áreas de conhecimento se relacionando em projeto se relacionando com a Tríade de Projetos .......................................................................................... 17 Figura 3 - As dimensões de sucesso em projetos ..................................................... 19 Figura 4 - O ciclo de vida do projeto subdividido em fases de processo ................... 20 Figura 5 - As 10 áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos .................. 21 Figura 6 - Diversas abordagens ágeis ....................................................................... 26 Figura 7 - Papeis, cerimónias e artefatos no Framework Scrum ............................... 27 Figura 8 - Ciclo Scrum ............................................................................................... 29 Quadro 1 - Benefício do Gerenciamento de Projeto .................................................. 16 Quadro 2 - Quadro resumo/comparativo entre o gerenciamento tradicional e ágil ... 31 Tabela 1 - Comparativo Métodos Ágeis e Tradicionais ............................................. 32 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 10 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 12 2.1 Conceitos e Definições 12 2.1.1 Projetos 12 2.1.2 Gerenciamento de Projetos 13 2.1.3 Medida de Sucesso de um projeto 17 2.1.4 Metodologia Tradicional de Gerenciamento de Projetos 19 2.1.5 Método Ágil de Gerenciamento de Projetos 24 3. METODOLOGIA TRADICIONAL VERSUS metodologia ágil (scrum) 30 3.1 Ciclo de Planejamento 32 3.2 Avaliação de Resultados 33 3.3 Feedbacks 34 4. RETOMADA DE OBRA PÚBLICA INACABADA 35 4.1 Contexto Específico 36 4.2 Metodologia Ágil aplicada na retomada de obra inacabada 38 5. CONCLUSÃO 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43 10 1. INTRODUÇÃO O mundo moderno, mutável, competitivo e globalizado, exige que as empresas estejam atentas as necessidades dos seus clientes e, por isso, o gestor precisa gerir projetos que entreguem valor agregado aos seus clientes e não simplesmente projetos que cumprem prazo, orçamento e escopo inicial. Quando um gerente de projetos se depara com a necessidade de gerir a execução de atividades interdependentes, executadas por diversas pessoas e que consomem recursos escassos, ele precisa escolher uma metodologia que o permita sincronizar tais atividades e manter o controle sobre o que será executado. Saber escolher qual metodologia utilizar na condução de um projeto é uma competência de extrema importância para um gestor de projetos e aumenta as suas chances de sucesso. A finalização do projeto precisa atender a necessidade do cliente e agregar valorao negócio da empresa. Em métodos tradicionais de gestão, entende-se que o produto só faz sentido quando é entregue em sua totalidade, ou seja, apenas com 100% do projeto cumprido é que o cliente perceberá algum valor. Por outro lado, métodos ágeis podem ser usados em projetos que permitem que um conjunto mínimo de funcionalidades já servirá para solucionar parte da necessidade do cliente e, ao ser entregue em parte, já representa uma diferença valorosa para ele (BUILDER, 2017 apud SAMPAIO, 2020). Não existe uma metodologia melhor que a outra. O que existe é uma metodologia mais adequada ao contexto de um projeto do que outra e, sendo assim, o gerente de projeto precisa conhecer as metodologias e saber analisá-las diante do contexto, para escolher a mais adequada. O objetivo deste trabalho é comparar as metodologias tradicional e ágil de gerenciamento de projetos, sob a ótica da necessidade de conclusão de uma obra que foi interrompida abruptamente, permanecendo parada por 3 anos, e depois precisou ser retomada. A proposta é que a partir da análise do contexto desta obra, seja possível observar a metodologia escolhida no cenário anterior e posterior a interrupção da obra civil da empresa ABC. 11 O presente trabalho é produto de uma revisão bibliográfica de monografias, artigos, livros e sites com o objetivo de, a partir de uma comparação entre metodologias tradicionais e metodologia de ágil (Scrum), evidenciar a possibilidade de utilização das duas metodologias em um projeto de construção civil, motivada por avaliação gerencial, diante de uma mudança ocorrida no cenário inicial da obra. A pesquisa realizada para desenvolvimento dessa monografia tem uma abordagem exploratória com o objetivo de trazer maior familiaridade, descrição e entendimento das particularidades de ambas as metodologias ágil (Scrum) e tradicional. Este documento foi embasado amplamente pela pesquisa de diversos estudiosos e pesquisadores. Usou-se como método, também, as informações citadas por Dias (2018 apud SAMPAIO, 2020): Para que um trabalho possa ser reconhecido como científico, precisa ser lógico, sistemático, coerente e bem argumentado. Isso o diferencia de outros conhecimentos como senso comum, sabedoria ou ideologia. Para a conclusão, discorrer-se-á sobre a possibilidade de utilização de metodologia ágil, com foco em SCRUM, como ferramenta de gestão para a conclusão de obra civil interrompida cuja primeira etapa da obra foi gerida sob métodos de gestão do PMI. A fundamentação teoria consistirá na exposição ampla de conceitos com relação a projetos, gerenciamento de projeto, conceitos de sucesso, metodologia tradicional e metodologia ágil, com foco em Framework Scrum. Apoiado nesse estudo ter-se-á o embasamento necessário para apontar porque o SCRUM, ferramenta ágil, pode ser utilizado para retomada de obra civil que foi interrompida sem planejamento de parada. 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo serão abordados, através do referencial teórico, os conceitos e fundamentos que enquadram um grupo de ação como um projeto, além disto serão abordados os referenciais de projetos clássicos e modernos. 2.1 Conceitos e Definições 2.1.1 Projetos De acordo com o PMBOK (PMI, 2017), projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único. Um projeto pode ser considerado como sendo quaisquer séries de atividades e tarefas que (i) possuem um objetivo específico se ser atingido dentro de determinadas especificações, (ii) possuem data de início de término definidas, (iii) possuem limite de financiamentos, (iv) consomem recursos humanos e não humanos e (v) são multifuncionais (ROWE, SANDRA F. 2020.p5). A característica de ser um produto ou serviço único é muito marcante para enquadramento de um grupo de tarefas e interações como projetos. Produtos e serviços repetidamente produzidos são classificados como processos, conforme demonstra a figura 1, pois dão origem a um resultado que já existiu no passado. Os projetos podem ser pequenos ou grandes, possuir baixa ou alta complexidade de interações, todavia nunca são contínuos, pois possuem um prazo determinado para início e fim, consomem recursos que serão transformados um produto ou serviço exclusivo. O resultado de um projeto pode até ser contínuo, mas o projeto não. Como por exemplo, a instalação de uma linha de produção de pasta de dente: o projeto consiste no planejamento, execução, monitoramento e controle dos equipamentos e infraestrutura de produção, todavia quando a unidade estiver ativa e produzindo, o projeto terá sido finalizado, dando início a uma gestão do processo de produção da pasta de dente. 13 Figura 1 – Diferenças entre Projetos e Processo Fonte: Página do site da Lamb Construções e Engenharia1 2.1.2 Gerenciamento de Projetos Segundo o PMI (2017), gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas as atividades do projeto a fim de cumprir os seus requisitos. Um projeto que deseja êxito em sua execução, precisa ser bem gerenciado, ou seja, passar pelas etapas de planejamento, execução, monitoramento e controle, e por fim, não menos importante, pela fase de encerramento. Segundo Koontz e O’Donnel [1980 apud TORREÃO 2005], “gerenciar consiste em executar atividades e tarefas que têm como propósito planejar e controlar atividades de outras pessoas para atingir objetivos que não podem ser alcançados caso as pessoas atuem por conta própria, sem o esforço sincronizado dos subordinados”. Realizar o gerenciamento de projetos traz benefícios tangíveis à organização, como a redução da necessidade de reportes, definição clara de prazos e responsabilidades, medição da relação planejado X realizado, identificação antecipada de problemas, melhor realocação dos recursos e capacidade para avaliar se os objetivos não serão alcançados ou excedidos (HAROLD, 2015). 1 Disponível em https://www.lamb.eng.br/gestao-de-projetos-x-gestao-de-processos-qual-a-diferenca/. Acesso em 27/07/2020. 14 A humanidade utiliza práticas de gerenciamento de projetos há muitos anos. Os egípcios construíram pirâmides e canais hidráulicos com complexidade incrível (VINCENTINO, 1997). Todavia o termo gerenciamento de projetos começou a ser utilizado, registrado e estudado a partir de 1945 com o advindo da 2ª guerra mundial. (HAROLD, 2015). Ao final de 1950 e início de 1960, a indústria aeroespacial e de defesa estava utilizando gerenciamento de projetos na maioria dos projetos e forçando os seus fornecedores para que utilizassem também. Em virtude da complexidade dos projetos e das interações, o governo estabeleceu um modelo de planejamento, de ciclo de vida e um sistema de monitoramento e controle. Além disso, criou um grupo de auditores para garantir que o dinheiro público fosse gasto conforme o planejado. Inicialmente, o setor privado tratou tais ações do governo como excesso de burocracia e não viu valor prático na gestão de projetos naquele momento (HAROLD, 2015). No auge dos projetos espaciais da NASA, em 1969, na Pensilvânia – EUA, aconteceu uma reunião entre 5 profissionais de gestão de projetos para discutir melhores práticas e o Jim Synder fundou o Project Management Institute – PMI. Registra-se que, atualmente, o PMI é a maior instituição disseminadora de conhecimento sobre gerenciamento de projetos, dedicada ao aprimoramento da gestão profissional de projetos (PMI, 2004 apud TOREÃO, 2005). O crescimento da gestão formal de projeto foi lento ao longo dos anos 70 e 80. Em 1970, surgiram os primeiros impressos sobre o tema Gerenciamento de Projetos, todavia, muitas empresas não conseguiam visualizar claramente os benefícios, enquanto que o aumento da burocraciapodia facilmente ser percebido. As empresas tinham a ideia de que para implementar o Gerenciamento de Projetos seria necessária uma mudança revolucionária e essa “reestruturação” muitas vezes não era bem vista. Em geral, as empresas que adotavam esta metodologia de gestão normalmente eram empresas que tinham alto capital envolvido no projeto ou cujos projetos envolviam muitas complexidades (HAROLD, 2015). Conforme a gestão de projetos ia crescendo, alguns fatores se destacavam em uma implantação bem-sucedida, como por exemplo o papel do gerente. Ele se tornou o ponto central com uma responsabilidade integrativa (LAWRENCE; LORSH, 1967). 15 A partir de 1990, com a crescimento da globalização, aumento da concorrência de mercado e surgimento de tecnologias, as empresas começaram a perceber o Gerenciamento de Projetos não mais como uma opção, mas como uma necessidade. As empresas precisavam ganhar flexibilidade e reduzir custos, melhor alocando suas equipes e recursos (HAROLD, 2015). Além da visão metodológica proposta pelo PMI, surgiram outras visões sobre formas de se gerenciar um projeto e uma delas foi a Scrum, que, segundo o Scrum Guide (2013), tem por objetivo definir um processo de desenvolvimento interativo e incremental do projeto. Em 1995, Ken Schwaber e Jeff Shutherland apresentaram pela primeira vez o Scrum na conferência de OOPSLA – Object Oriented Programming, Systems, Languages, and Applications. Nesta apresentação, Ken e Jeff expuseram o aprendizado que obtiveram ao longo de anos de aplicação do Scrum (BISSI, 2007). Em 1996, foi publicada pelo Project Management Institute (PMI) a primeira edição do Guia do PMBOK (Projetc Management Body of Knowledge) e este se tornou o pilar básico para a gestão e direção de projetos (PMI 2017). A quadro 1 mostra a mudança que ocorreu com relação a percepção dos benefícios pelas empresas: 16 Quadro 1 - Benefício do Gerenciamento de Projeto Fonte: HAROLD, 2015, p 55. No início dos anos 2000, já se observam mudanças econômicas e tecnológicas relevantes. As fusões e aquisições criavam empresas multinacionais e o gerenciamento de projetos passa a ser enxergado como uma competência estratégica. Em 2006, já se podiam ver equipes virtuais e escritórios virtuais de projetos se tornando comum. Em 2010, nota-se que a realização de projetos mais complexos fez surgir partes interessadas adicionais e o gerenciamento de relacionamento com as partes interessadas se tornou primordial, surgindo também a 17 necessidade de se ter uma governança formada por um comitê e não apenas pelo patrocinador (HAROLD, 2015, p. 55). 2.1.3 Medida de Sucesso de um projeto Verzuh (2000) descreve sucesso na gestão de projetos dividindo-o em três parâmetros, abaixo citados, remetendo a tríade de Prazo, Custos e Escopo da metodologia tradicional de gerenciamento de projetos. a) Dentro do prazo (cumprimento do cronograma) b) Dentro do Orçamento (cumprimento da estimativa de custo projetada) c) Alta Qualidade (resultado de acordo com os requisitos especificados) A Teoria da Tripla Restrição considera que os projetos possuem um trade off entre prazo, custo e qualidade/escopo, conforme demonstra a Figura 2, e os requisitos e interesses dos patrocinadores impõe tais restrições. É importante percebê-las no início do projeto, pois serão balizadores importantes para futuras decisões dos gestores (NORO, 2012 apud BARACT, 2016) Figura 2 - As áreas de conhecimento se relacionando em projeto se relacionando com a Tríade de Projetos Fonte: D’ Avila, 2015 apud BARACAT, 2016 18 A alteração de algum dos pilares impacta nos demais pilares. Por exemplo, se o prazo for aumentado, ele impactará possivelmente no custo, ou caso se deseje mexer no custo, possivelmente haverá impacto na qualidade (PMI, 2017). Nos primórdios, o sucesso de um projeto era medido por termos técnicos, ou seja, se o projeto fosse entregue dentro do prazo, dentro da estimativa de custo prevista, atendendo aos requisitos estipulados inicialmente ele seria considerado um sucesso. Todavia, recentemente, observa-se o surgimento do pensamento de que o sucesso de um projeto também deve ser medido considerando-se a entrega de valor para a organização. Segundo Borba (2015 apud SAMPAIO, 2020), um projeto deve atingir os objetivos de modo a resolver a problemática da empresa de modo eficiente (tempo, custo, qualidade e segurança, etc) e eficaz (objetivos atingidos). Harold (2015) afirma que “O gerenciamento de projetos não poder ser bem- sucedido a menos que o gerente de projetos esteja disposto a empregar uma abordagem sistémica”. Em 2013, Shenhar e Dvir haviam proposto a existência de 4 dimensões para o sucesso de um projeto, conforme demonstra a figura 3. A primeira dimensão é a de eficiência do projeto que abrange o cumprimento do cronograma e da estimativa de custo. A segunda dimensão tem o foco no cliente e busca verificar se os resultados do projeto atenderam às expectativas deles e atenderam as suas reais necessidades. A terceira dimensão avalia se os impactos do projeto sobre o negócio da empresa agregaram valor e trouxeram ganhos reais para a organização. Por fim, a quarta e última dimensão avalia se os projetos trarão ganhos para o futuro da empresa. O PMI (2017) reconhece que, além dos critérios de eficiência, o sucesso de um projeto pode incluir critérios adicionais vinculados a estratégia organizacional e a entrega de resultados do negócio. 19 Figura 3 - As dimensões de sucesso em projetos Fonte: BARACAT, 2016 apud Shenhar e Dvir, 2013. 2.1.4 Metodologia Tradicional de Gerenciamento de Projetos O conjunto de métodos mais fortemente disseminado hoje e que possui reconhecimento internacional é o descrito no Project Management Body of Knowledge – PMBOK. Segundo o PMBOK (PMI, 2017), o guia prove diretrizes e conceitos de gerenciamento de projetos, apresentando a aplicação do conhecimento, processos, habilidades, ferramentas e técnicas amplamente reconhecidas como boas práticas com impacto significativo no sucesso do projeto. O PMBOK buscou identificar e descrever as práticas de gerenciamento de projetos que são “geralmente aceitas”, pois entende-se na comunidade de gestores de projetos que as práticas do guia são aplicáveis a maioria dos projetos e por isso considerada a metodologia tradicional; todavia, a equipe de gerenciamento de projetos deve sempre avaliar o que é melhor para o seu projeto, devendo escolher a melhor metodologia para o caso específico (VARGAS, 2018). Segundo a metodologia tradicional, para facilitar o entendimento e a aplicação do gerenciamento do projeto, ele deve ser dividido em fases que constituem seu ciclo de vida [Dinsmore e Cavalieri 2003]. Segundo Vargas (2018), “o entendimento dessas fases permite ao time do projeto melhor controle do total dos recursos gastos para atingir as metas estabelecidas”. O Gerenciamento de Projetos do PMBOK envolve 5 fases, que são: Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e Controle e Encerramento do Projeto. (HAROLD, 2015, p. 21). A figura 4 apresenta graficamente a distribuição das fases ao longo do projeto. E cada fase defini quem deverá ser envolvido e quais trabalhos técnicos serão desenvolvidos. O PMBOK chama as fases de processos. 20 Figura 4 - O ciclo de vida do projeto subdividido em fases de processo Fonte: VARGAS, 2018. O processo de iniciação consiste na seleção do melhor projeto, identificação dos benefícios oriundos do projeto, elaboração do documento de autorização e designação do gerente de projeto (VARGAS, 2018). O processo de planejamento implica na definição dos requisitos de trabalho, definição da qualidade e quantidade de trabalho, definição dos recursos necessários, programação das atividades e avaliaçãode riscos envolvidos (VARGAS, 2018). A etapa de execução envolve negociação com os membros da equipe, definição da direção do trabalho e liderança. Além disso, envolve mobilização de recursos e gestão do relacionamento com clientes e fornecedores. A maior parte dos esforços e orçamentos são consumidos nesta fase (HAROLD, 2015). A fase de execução materializa as ações previstas na fase de iniciação e de planejamento, e se houverem ocorrido erros nas fases anteriores serão percebidos aqui. (VARGAS, 2018). O monitoramento e o controle do projeto são fundamentais para a gestão, pois permite o rastreamento do progresso e a comparação dos resultados planejados com os resultados previstos, de modo a proporcionar a análise de 21 variações e impactos suportando as decisões dos ajustes que se fizerem necessários (HAROLD, 2015). Por fim, tem-se a etapa de encerramento do projeto onde é verificado se o escopo do projeto foi totalmente concluído e feito o encerramento formal do contrato, encerramento financeiros dos números ordenados e o encerramento administrativo da documentação (HAROLD, 2015). Além das fases de um projeto, o PMBOK® Guide 6ª edição (PMI, 2017) é dividido em 10 áreas, conforme figura 5, e 49 processos. Figura 5 - As 10 áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos Fonte: VARGAS, 2018. Segundo Vargas (2018), as áreas de conhecimento são Integração, Escopo, Cronograma, Custo, Qualidade, Recursos, Comunicação, Riscos, Aquisições e gerenciamento de Partes Interessadas. Cada uma dessas áreas possuem um grupo de processos a eles relacionados, conforme os itens abaixo: a) Gerenciamento de Integração: é a área que busca garantir boa coordenação entre as demais áreas para que o projeto como um todo seja beneficiado; i. Desenvolver o termo de abertura; ii. Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto; 22 iii. Orientar e gerenciar o trabalho do projeto; iv. Gerenciar o conhecimento do projeto; v. Monitorar e Controlar o gerenciamento do projeto; vi. Realizar o controle integrado de mudanças; vii. Encerrar o projeto ou fase. b) Gerenciamento de Escopo: é a área que identifica os requisitos e processos do projeto, garantindo que serão cumpridos e que não haverá alterações sem que seja atendido o fluxo de alteração de projeto; i. Planejar o gerenciamento escopo; ii. Coletar os requisitos; iii. Definir o escopo; iv. Criar EAP; v. Validar o escopo; vi. Controlar o escopo. c) Gerenciamento de Cronograma: Área que busca distribuir as entregas e tarefas ao longo do tempo, definindo o prazo para entrega do projeto. Além, disso ela controla o projeto com o objetivo de que o prazo de entrega proposto seja atendido; i. Planejar o gerenciamento de cronograma; ii. Definir as atividades; iii. Sequenciar as atividades; iv. Estimar as durações das atividades; v. Desenvolver o cronograma; vi. Controlar o cronograma. d) Gerenciamento de Custos: Área que busca definir o custo do projeto e as formas de garantir que a estimativa de custo do projeto seja atendida; i. Planejar o gerenciamento de custo; ii. Estimar o custo; iii. Determinar o orçamento; iv. Controlar o custo. e) Gerenciamento de Qualidade: Área que controla os requisitos do projeto para garantir que os produtos e serviços entregues estão em conformidade com o que foi solicitado pelo Cliente; 23 i. Planejar o gerenciamento da qualidade; ii. Gerenciar da Qualidade; iii. Controlar a Qualidade. f) Gerenciamento das Partes Interessadas: Área que identifica os stakeholders e atua para que sejam avaliados e estrategicamente gerenciados; i. Identificar as partes interessadas; ii. Planejar o gerenciamento das partes interessadas; iii. Gerenciar o engajamento das partes interessadas; iv. Monitorar o engajamento das partes interessadas. g) Gerenciamento das Aquisições: Área que engloba os processos requeridos para a contratação de bens e serviços externos à organização; i. Planejar o gerenciamento de aquisições; ii. Conduzir as aquisições; iii. Controlar as aquisições. h) Gerenciamento dos Riscos: Área que busca identificar, avaliar, propor respostas e monitorar os riscos do projeto; i. Planejar o gerenciamento dos riscos; ii. Identificar os riscos; iii. Realizar a análise qualitativa dos riscos; iv. Realizar a análise quantitativa dos riscos; v. Planejar as respostas aos riscos; vi. Implementar respostas aos riscos; vii. Monitorar os riscos. i) Gerenciamento das Comunicações: Área que engloba os processos que visam garantir a obtenção, distribuição e armazenamento correto das informações; i. Planejar o gerenciamento das comunicações; ii. Gerenciar as comunicações; iii. Monitorar as comunicações. j) Gerenciamento dos Recursos: Área que busca maior efetividade na utilização dos recursos (materiais, equipamentos e pessoas). i. Adquirir recursos; ii. Desenvolver a equipe; 24 iii. Gerenciar a equipe; iv. Controlar os recursos. 2.1.5 Método Ágil de Gerenciamento de Projetos Os métodos ágeis surgiram formalmente na década de 90, sempre com enfoque em obter um gerenciamento mais flexível, aderente às expectativas dos clientes e que provesse respostas rápidas às constantes mudanças de mercado (PRIKLADNICKI, 2014). Em 2001, um grupo de pensadores independentes publicou o que seria considerado o “Manifesto Ágil”, doze princípios que norteariam os métodos ágeis. a) Nossa maior prioridade é satisfazer o cliente através da entrega contínua e adiantada de software com valor agregado. b) Mudanças nos requisitos são bem-vindas, mesmo tardiamente no desenvolvimento. Processos ágeis tiram vantagem das mudanças visando vantagem competitiva para o cliente. c) Entregar frequentemente software funcionando, de poucas semanas a poucos meses, com preferência à menor escala de tempo. d) Pessoas de negócio e desenvolvedores devem trabalhar diariamente em conjunto por todo o projeto. e) Construa projetos em torno de indivíduos motivados. Dê a eles o ambiente e o suporte necessário e confie neles para fazer o trabalho. f) O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para e entre uma equipe de desenvolvimento é através de conversa face a face. g) Software funcionando é a medida primária de progresso. h) Os processos ágeis promovem desenvolvimento sustentável. Os patrocinadores, desenvolvedores e usuários devem ser capazes de manter um ritmo constante indefinidamente. i) Contínua atenção à excelência técnica e bom design aumenta a agilidade. j) Simplicidade, a arte de maximizar a quantidade de trabalho não realizado é essencial. k) As melhores arquiteturas, requisitos e designs emergem de equipes auto organizáveis. 25 l) Em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como se tornar mais eficaz e então refina e ajusta seu comportamento de acordo. (PRIKLADNICKI, R. et al, 2001) De acordo com o manifesto ágil, além dos 12 princípios, a mentalidade ágil é guiada por 4 valores: a) Indivíduos e interação entre eles mais que processos e ferramentas; b) Software em funcionamento mais que documentação abrangente; c) Colaboração do cliente mais que negociação de contratos; d) Responder a mudanças mais que seguir um plano. (PRIKLADNICKI et al, 2001) De acordo com a Agile Guide (2017), a mentalidade ágil abrange uma série de métodos/práticas e frameworks, sendo assim qualquer tipo de abordagem que atenda a todos os valores e princípios do jeito “ágil” de pensar será agregada aos métodos ágeis, a exemplo da figura 6 abaixo. 26 Figura 6 - Diversas abordagens ágeis Fonte: AGILE GUIDE, 2017 Registra-se, entretanto, que neste documento o foco do estudo se restrige a análise do SCRUM, que segundo o Scrum Guide (2013), é definido como “um framework dentro do qual pessoas podem tratar e resolver problemascomplexos e adaptativos, enquanto produtiva e criativamente entregam produtos com o mais alto valor possível”. Segundo SCHWABER e SUTHELAND (2013), a Teoria do Scrum é baseada nas teorias empíricas de controle de processo. O empirismo afirma que o conhecimento vem da experiência atrelado a tomada de decisão com base no que é conhecido. Além disso, o SCRUM utiliza uma abordagem interativa e incremental para aperfeiçoar a previsibilidade e o controle de riscos. A transparência, a inspeção e a adptação são pilares que apoiam o controle do processo empírico. De acordo com Sutherland (2016 apud GONÇALVES, 2018), o “Scrum baseia-se em um ciclo de inspeção e adaptação, sendo necessário revisar o que já fez e analisar como poderia continuar fazendo melhor e mais rápido, retirando possíveis impedimentos”. O Scrum é um framework estrutural utilizado para desenvolver produtos complexos desde 1990 e dentro desta estrutura é possível inserir processos e técnicas. Conforme demonstrado na figura 7, as regras do SCRUM envolvem 27 eventos, papeis e artefatos, sendo papel do time Scrum gerenciar as relações e interações entre eles (SCHWABER; SUTHELAND, 2013). Figura 7 - Papeis, cerimónias e artefatos no Framework Scrum Fonte: GONÇALVES, 2018 Os papéis são os diferentes componentes do Time Scrum e estes são: Product Owner (Dono do Produto), Scrum Master e time de desenvolvimento. Um Time Scrum é auto-dirigível e eles escolhem a melhor forma de completar o seu trabalho. Eles são multifuncionais e possuem competência para realizar o trabalho. Os times são criados para aperfeiçoar a flexibilidade, a criatividade e a produtividade (SCHWABER; SUTHELAND, 2013). Um Time Scrum realiza entrega de produtos de forma interativa e incremental, ou seja, eles realizam entregas incrementais sobre um produto “pronto” inicial, que estará sendo aperfeiçoado ao longo do tempo a partir da retroinformação da experiência dos consumidores, assim, o cliente sempre terá um produto funcional disponível (SCHWABER; SUTHELAND, 2013). O Product Owner defini e prioriza as funcionalidades do produto, além de ser o responsável pelo aceite ou rejeição do produto (PRIKLADNICKI, 2014). Segundo o Scrum Guide, o Product Owner “é uma pessoa e não um comitê. O Product Owner pode representar o desejo de um comitê no Backlog do Produto, mas aqueles que quiserem uma alteração nas prioridades dos itens de Backlog devem convencer o Product Owner”. 28 Por sua vez, o Scrum Master desempenha um papel de guardião do framework, retirando os obstáculos para garantir o bom fluxo dos processos, a produtividade e a comunicação da equipe. (SCHWABER; SUTHELAND, 2013). O Time de Desenvolvimento são os responsáveis pela entrega dos requisitos a cada Sprint. Eles são auto organizados e multifuncionais. Os participantes são chamados de desenvolvedores, independente da sua formação acadêmica, habilidade ou papel no grupo. Um time possui todas as habilidades necessárias para criar o incremento do produto dele (SCHWABER; SUTHELAND, 2013). Segundo Bissi (2007), o SCRUM possui 3 fases (cerimônias) que se dividem entre planejamento, desenvolvimento e encerramento. Todavia, no Scrum estas fases são flexíveis e adaptáveis as necessidades dos clientes. O planejamento do Scrum se inicia com a escolha do Product Owner e do Scrum Master, eles definirão o Product Backlog, que são os requisitos iniciais do produto a ser entregue, e escolherão o Time de Desenvolvimento que será responsável pelos Sprints. (DESENVOLVIMENTO ÁGIL, 2020). SCHWABER e SUTHELAND (2013) no Agile Guide afirmam que: O coração do Scrum é a Sprint, um time-boxed de um mês ou menos, durante o qual um “Pronto”, versão incremental potencialmente utilizável do produto, é criado. Sprints tem durações coerentes em todo o esforço de desenvolvimento. Uma nova Sprint inicia imediatamente após a conclusão da Sprint anterior. As Sprints são compostas por uma reunião de planejamento da Sprint, reuniões diárias, o trabalho de desenvolvimento, uma revisão da Sprint e a retrospectiva da Sprint. Antes do início de cada Sprint, acontecem as reuniões de planejamento do Sprint, chamada de Sprint Planning Meeting, onde o Product Owner apresenta as prioridades do Product Backlog. Nesta reunião o Time de Desenvolvimento seleciona quais as atividades poderão ser entregues no Sprint, assim as tarefas do Product Backlog são transferidas para o Sprint Backlog. (DESENVOLVIMENTO ÁGIL, 2020). Iniciada as atividades do Sprint, todos os dias serão realizadas reuniões de 10 ou 15 minutos pela manhã, para que o Time de desenvolvimento possa avaliar o dia anterior e confirmar a programação priorizada para o dia. Essa reunião diária é chamada de Daily Scrum Meeting (BARACAT, 2016). 29 Ao final de cada Sprint, a equipe faz a apresentação das funcionalidades implementadas no produto em reunião chamada de Sprint Review Meeting, além disto é feito também uma retrospectiva, Sprint Retrospective. Por fim, encerrada tais ações, a equipe parte para o planejamento do novo Sprint, reiniciando o ciclo, conforme demonstra a figura 8. (DESENVOLVIMENTO ÁGIL, 2020). Figura 8 - Ciclo Scrum Fonte: Softhouse,2016 apud BODOCO, ALMEIA e LUCAS, 2018 2 2 Disponível em: http://docplayer.com.br/137594815-Metodologia-agil-na-gestao-de-projetos-de- software-mauricio-badoco-1-renato-inacio-de-almeida-2-carlos-alberto-de-lucas-3.html. Acesso em 08 de agosto de 2020 30 3. METODOLOGIA TRADICIONAL VERSUS METODOLOGIA ÁGIL (SCRUM) As duas metodologias possuem importância atrelada ao tipo de projeto e aos cenários em que se encontram. Elas possuem semelhanças e diferenças e para escolha da metodologia adequada para um projeto o gerente deve entender as diferentes formar de se gerenciar, assim como conhecer as expectativas de seus clientes e o cenário ambiental em que se encontra. Segundo Lopes (2017 apud Sampaio, 2020), depois de analisar a metodologia tradicional, apresentada pelo PMBOK, e o Framework Scrum é possível entender as semelhanças e diferenças entre eles. Ressalta-se que a metodologia ágil surgiu exatamente para suprir lacunas da metodologia tradicional no desenvolvimento de softwares. Concatto (2017) diz que: As tendências ágeis estão à contrapartida dos métodos tradicionais (ou prescritivos), visto que estas abordagens buscam veemente o planejamento do projeto e produto como um todo desde o início. As metodologias ágeis defendem o processo incremental, ou seja, as entregas são feitas em blocos de modo que as partes interessadas participem de forma mais ativa no processo (CONCATTO, 2017). Em 2006, Ribeiro e Arakaki fizeram um comparativo entre o gerenciamento tradicional e o gerenciamento ágil, com foco nas áreas de processo do PMBOK, conforme demonstrado no quadro 2. 31 Quadro 2 - Quadro resumo/comparativo entre o gerenciamento tradicional e ágil Fonte: RIBEIRO, ARAKAKI, 2006. Prikladnicki (2014) realizou um comparativo entre as principais características da metodologia tradicional versus metodologia ágeis, conforme demonstrado na Tabela 1. 32 Tabela 1 - Comparativo Métodos Ágeis e Tradicionais Fonte: PRIKLADNICKI, 2014. 3.1 Ciclo de Planejamento No que tange ao ciclo de planejamento, quando comparadas as duas formas de gerenciamento, percebe-se que o gerenciamento tradicional demora mais tempo na realização do planejamento, porque busca montar um planejamento que abrange completamente o projeto com riqueza de detalhes, incluindo além da Estrutura Analítica de Projeto – EAP, o planejamento das 10 áreas de processo do PMBOK. No Scrum, um planejamento inicial é realizado para definição do product backlog e escolha das competênciasiniciais do Time de Desenvolvimento. Todavia, o grande foco do planejamento está nas reuniões de Sprint Planning Meeting que são realizadas antes do início do Sprint. Para cada entrega de um Produto Mínimo Viável (PMV) construído por um Sprint é realizado um teste de funcionalidade e muitas vezes os produtos são 33 testados no mercado; desta forma, é possível avaliar a aderência às expectativas dos clientes e retroalimentar com feedback o planejamento dos próximos Sprints. (SAMPAIO, 2020). Nota-se que, em cenário de muitas mudanças, um projeto longo pode se tornar obsoleto mesmo ainda em fase de execução e, por isso, o gerenciamento ágil propõe a entrega de um produto inicial, que não tem todas as funcionalidades, mas que será aprimorado a partir do feedback dos clientes em cada rodada de Sprint, ou seja, os clientes influenciam no planejamento dos produtos. Segundo o Baracat (2016 apud SAMPAIO, 2020), os clientes são parte do projeto e: Participam diariamente da execução, a cada processo, e interage a cada resultado, enquanto na metodologia tradicional é dispendida grande energia em atender a tripla restrição, escopo, cronograma e custo, e o cliente fica em segundo plano, com isso as suas necessidades não são atendidas. (BARACAT, 2016 apud SAMPAIO, 2020). 3.2 Avaliação de Resultados No gerenciamento tradicional, o projeto é monitorado e controlado ao longo do processo de execução, todavia o sucesso/resultado do projeto é medido apenas após o seu término, onde é feita uma avaliação quanto ao cumprimento do prazo, do escopo, do custo e da qualidade (VARGAS, 2018). Projetos como a construção de uma refinaria, por exemplo, são muito complexos e exigem uma enorme mobilização de recursos. Normalmente, este tipo de projeto dura entre 4 a 8 anos e a gestão de mudança precisa ser muito controlada, para que não haja riscos a segurança, quando na partida da unidade. É comum que neste tipo de projeto, o resultado seja avaliado após o término do projeto, quando a unidade entra em operação e os requisitos iniciais podem ser comparados ao resultado obtido pela unidade. No Framework Scrum, as avaliações ocorrem a cada rodada de Sprint, pois nas reuniões de Revisão são inspecionados os incrementos e feitas adaptações ao Backlog do produto, se necessário. Durante a Revisão de Sprint é feita avaliação do 34 valor agregado do incremento sobre o produto mínimo viável e o sucesso é definido sobre a percepção deste valor. Além disso, uma avaliação de sucesso, mesmo que parcial, ocorre durante a retrospectiva do Sprint, quando é feita uma análise sobre a condução desta etapa, avaliando a eficiência e eficácia do fluxo de comunicação, do cumprimento dos prazos e do consumo de recursos (SCHWABER; SUTHELAND, 2013). 3.3 Feedbacks O Feedback na metodologia tradicional acontece, em momentos específicos de monitoramento e controle, com o objetivo de ajustar o curso das atividades ao escopo planejado. A Estrutura Analítica de Projeto - EAP é a base do projeto e todos os entregáveis que constam nela precisam ser concluídos. Qualquer alteração na EAP, precisa passar por um rígido processo de gestão de mudança, onde é necessária a emissão de uma solicitação de mudança de projeto, que passará por um comitê de avaliação, composto por áreas técnicas, pelo gerente do projeto e por patrocinadores (VARGAS, 2018). No Scrum, a cultura de feedback é mais forte e o projeto é retroalimentado com a opinião dos clientes por meio do product owner, que a cada Sprint Planning Meeting apresenta as prioridades do próximo Sprint para o Time Scrum. Desta forma, o projeto não segue uma linha pré-definida de escopo, pois os requisitos podem ser alterados a partir da avaliação dos clientes. (SCHWABER; SUTHELAND, 2013). Projetos de criação de um aplicativo de celular “app”, costuma utilizar o método Scrum. O time Scrum entrega um produto inicial ao mercado e a cada Sprint, sendo direcionados pelo Product Owner, vão adicionando ou alterando funcionalidades no app a partir da experiência dos clientes. Assim o produto vai sendo aperfeiçoado e moldado às necessidades reais dos clientes. Neste caso o feedback é constante ao longo do projeto. 35 4. RETOMADA DE OBRA PÚBLICA INACABADA Segundo o Manual de recomendações básicas para a contratação e fiscalização de obras de edificações públicas do Tribunal de Contas da União – TCU, Obra púbica é: Considerada toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de bem público. Ela pode ser realizada de forma direta, quando a obra é feita pelo próprio órgão ou entidade da Administração, por seus próprios meios, ou de forma indireta, quando a obra é contratada com terceiros por meio de licitação. Neste caso, são autorizados diversos regimes de contratação: • empreitada por preço global: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; • empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; • tarefa: quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; • empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias. A interrupção de uma obra é motivo de frustação para os gestores de projeto e ela pode acontecer por diversos motivos, como: falta de planejamento, falta de recursos financeiros, problemas climáticos, embargo judicial, mudança no mercado, mudança de governo, corrupção e desvio de dinheiro ou até por desistência dos patrocinadores (CAMPOS, 2013). Construir requer planejamento, recursos, conhecimento e tempo. Fatores externos e internos podem interferir na execução do projeto de uma obra, sendo que dos motivos citados no parágrafo acima, apenas a falta de planejamento e a falta de recursos são fatores internos (CAMPOS, 2013). O resultado da interrupção de uma obra é o desperdício de dinheiro e recursos público ou privado. As vezes as obras são até entregues inacabadas e com 36 má qualidade o que denigre o gestor de projetos, pois este carrega sobre os ombros o insucesso do projeto (COELHO, 2009). Andrade (2017) afirmou que o principal problema, relativamente às obras públicas, é “a negligência e o descaso quanto a legislação aplicável na licitação de obras e serviços, bem como às normas técnicas e conhecimentos de engenharia, tanto por parte da administração pública, quanto por parte da iniciativa privada”. A má gestão da governança e da gestão de projetos têm causado graveis prejuízos aos cofres públicos. Alcançar eficiência nesses dois sistemas é o desafio que o serviço público precisará solucionar para que consiga reduzir os índices de ocorrência de irregularidades em obra, atrasos, obras inacabadas ou empreendimento inservível. Os processos integrantes da gestão de governança e de projetos aumentam a probabilidade de sucesso da obra (ANDRADE, 2017 apud ALTOUNIAN, 2016). O foco de uma obra pública deve ser o atendimento às necessidades do cliente que neste caso é o povo. Ela não pode ir de encontro às necessidades reais da população e se não atender as necessidades destes, a obra deve ser reformulada (GOMES, 2007). 4.1 Contexto Específico A obra analisada tratasse da retomada de construção do auditório central de uma empresa produtora de derivados de hidrocarbonetos em Pernambuco, que será chamada ficticiamente neste documento por empresa ABC. A empresa ABC iniciou em 2008 a construção de unidades industriais novas para montagem de uma unidade fabril completa em Pernambuco. Além das plantas industriais, foram construídas estruturas de apoio para a futura equipe de apoio à produção, como prédios administrativos, centrais de comando, laboratórios,centros educacionais, torres de comunicação e auditórios. Todavia, em 2015, sugiram denúncias de corrupção e desvio de recursos da obra, por meio de aditivos com preços superfaturados e pré acordados entre empreiteiros e diretores da Companhia. O escândalo ganhou proporções nacionais e a Justiça bloqueou o caixa de todas as empreiteiras que atuavam na obra, desta forma a obra foi interrompida sem que houvesse um planejamento de parada. O 37 dano a empresa ABC foi muito grande, pois além de ter que lidar com a mídia, com órgãos de controles, se viu com dinheiro investido em uma obra que estava paralisada e que não servia para fazer retornar o seu investimento. Com muita dificuldade, a empresa ABC conseguiu partir uma unidade industrial de refino de hidrocarboneto bruto e isto pôde trazer caixa para a empresa, todavia era notório o abandono que havia acontecido na empresa. Era possível visualizar restos de obra e entulhos espalhados por toda empresa e muitos dos canteiros de obra não foram destruídos, foram abandonados, inclusive com material já comprado dentro. O Auditório Central, com capacidade para 200 pessoas, foi uma dessas obras inacabadas. A empresa ABC contratou uma empresa por preço Global para construção deste prédio e a obra foi gerenciada utilizando-se a metodologia tradicional de gerenciamento de projetos. Quando a obra estava com 85% de conclusão, ela foi interrompida e passou 3 anos parada. Havia sido concluída toda a fundação do prédio, as paredes foram erguidas e o telhado instalado. O sistema hidráulico estava 95% instalado, mas o prédio não havia sido ligado ao sistema de água e escoto da empresa. O sistema de refrigeração estava com 69% e o sistema elétrico estava com 40% de avanço. A empresa ABC havia gasto certa de R$ 3,5 milhões neste projeto e agora o prédio não podia servir a finalidade para o qual foi criado. Quando os gestores queriam fazer uma reunião com todos os funcionários, eles programavam entre 4 a 6 ônibus que recolhiam os funcionários e os levava para um auditório que existia dentro da planta industrial em um canteiro provisório de obra. O deslocamento de ida e volta deste canteiro gastava em torno de 30 minutos de cada indivíduo da força de trabalho, ou seja, eram 30 minutos de hora improdutiva, translado, para cada funcionário a cada reunião geral. Por fim, a Engenharia da empresa ABC decidiu concluir a obra do auditório com recursos que estivessem já disponíveis na empresa, sem que houvesse a necessidade de grandes contratações de mão de obra, nem de material. Quando a empresa ABC tomou esta decisão, ela informou que a tripla restrição havia mudado e que as prioridades não seriam mais escopo, custo e prazo. Ela informou ao time que queria o prédio pronto independente da especificação inicial do escopo e a equipe estaria livre para fazer alterações na arquitetura desde que o prédio fosse inaugurado dentro de 8 meses, que fosse gasto no máximo R$ 1 38 milhão e que fosse utilizado o máximo de material já disponível dentro da empresa ABC. A dificuldade principal do gerente de projeto neste caso, é porque apesar dele possui a EAP dos projetos e as plantas de engenharia. Ele gastaria muito tempo e recursos para levantar tudo o que já fora feito pela empreiteira anterior e não havia registro de planejamento da interrupção da obra. Neste caso ficava difícil montar um orçamento e um cronograma no formato tradicional, seguindo as regras do PMBOK. 4.2 Metodologia Ágil aplicada na retomada de obra inacabada Cada projeto tem suas particularidades e cabe ao gerente do projeto escolher a melhor ferramenta de gestão que irá suportar a condução dos processos rumo ao atingimento dos objetivos principais. (PMI, 2017) O gerente de projeto decidiu então convocar a equipe de engenharia e solicitou a que eles avaliassem se a infraestrutura básica estava pronta e a equipe concluiu que a fundação, paredes e teto estavam prontos e que os sistemas hidráulicos, elétricos e de refrigeração, precisariam ser simplificados e adaptados. Desta forma, o gerente do projeto, juntamente com a equipe, decidiu montar um cronograma simples que pudesse dar um norte geral para todos e optou pela utilização de um método de gerenciamento utilizando o SCRUM. Grande parte desta decisão foi apoiada pela alteração das prioridades da tripla restrição (Escopo, Prazo, Custo). Anteriormente o foco estava no cumprimento do escopo predefinido na EAP e este escopo previa um auditório muito luxuoso e tecnológico. O foco atual passou a ser a entrega de um ambiente que pudesse ser utilizado confortavelmente pelos funcionários da empresa. O gerente da Engenharia escolheu então um Product Owner e eles definiram os requisitos mínimos do “novo projeto”, construindo o Backlog Product, e montaram o time de desenvolvimento. O Scrum Master explicou a forma de gestão e apresentou os integrantes do time. A primeira reunião de planejamento do Sprint definiu as tarefas que seriam realizadas nas próximas 2 semanas; definiu quais os materiais seriam utilizados, disparou os pedidos de compra para a quinzena seguinte e recolheu a aprovação do Product Owner com relação as mudanças sobre o projeto original. 39 O Time de Desenvolvimento tinha autonomia para definir como o trabalho seria feito e todos participavam ativamente do planejamento, desde o engenheiro até o pedreiro, pintor e eletricista. O cronograma base foi criado pelo Time de Desenvolvimento, junto com o Scrum Master e o Product Owner, principalmente para que se pudesse enxergar as interfaces e ordem de prioridade entre os processos, todavia o planejamento das tarefas era realizado a cada Sprint Planning Meeting. Ao projeto foi dado flexibilidade para alteração da especificação dos materiais desde que aprovado pelo Product Owner. E isto foi muito importante, conforme explicado anteriormente, a Empresa ABC possuía muitos canteiros abandonados e neles haviam materiais que puderam ser reciclados, como luminárias, forro acartonado, lâmpadas, pias, tomadas, lixeiros e produtos novos ainda embalados, como poltronas para auditório, piso laminado, placa Eucatex de revestimento para parede. Diariamente a equipe se reunia no início do dia, por 15 minutos, e passavam as ações que deveriam ser executadas durante o dia, alinhando as necessidades, removendo gargalos e avaliando o dia anterior. A cada final de Sprint, a equipe fazia uma avaliação das ações realizadas na quinzena e corrigiam o curso do projeto quando necessário. Assim, o ciclo rodava e o time fazia reunião de planejamento do novo Sprint. O projeto utilizou o Framework Scrum até a sua conclusão e entrega. Os clientes ficaram muito satisfeitos e perceberam valor agregado entregue pelo projeto, pois o objetivo de tornar o prédio útil para a força de trabalho foi alcançado e pela primeira vez, depois de toda a confusão oriunda das denúncias de corrupção, a empresa pode reunir toda a força de trabalho em um local confortável e adequado para uma reunião, proporcionando um senso de unidade e superação em toda a equipe. Além disso, o projeto terminou dentro do prazo de 8 meses e foi concluído com 70% do orçamente estimado inicialmente. O cliente achou o Auditório muito bonito, funcional e adequado as suas necessidades. O Time Scrum permaneceu motivado durante a execução de todo o projeto. 40 As alterações feitas pelo Time Scrum foram registradas nas plantas originais do projeto, principalmente as de elétrica e refrigeração, e arquivadas no banco de dados da engenharia. 41 5. CONCLUSÃO O objetivo deste trabalho foi comparar a metodologia tradicional com os métodos ágeis e avaliar a viabilidade de utilização do SCRUM como um framework de gestão na retomada de uma obra inacabada em uma empresa de produção de derivados de hidrocarbonetos. O trabalhoexpôs robustamente a teoria que envolve a metodologia tradicional, registrada no PMBOK, e os métodos ágeis com maior foco ao detalhamento do método de Framework Scrum. Além disso, o trabalho apresentou uma obra civil em que foram utilizadas as duas metodologias e esclareceu que o contexto da obra pode alterar a decisão do gestor sobre qual modelo de gerenciamento de projeto escolher. Conclui-se que não existe uma metodologia melhor que outra. A correta escolha de qual método de gerenciamento de projeto utilizar é dever do gestor de projetos e impacta fortemente no resultado de sucesso e na efetividade da entrega. É de suma importância que o gestor conheça as diversas técnicas e métodos e saiba compará-las entre si e com o cenário no qual se encontra. A comparação entre as duas formas de gerenciamento de projetos foi realizada no item 4, deste documento, e demonstra que a metodologia tradicional é mais adequada para projetos que não sofrerão tantas alterações, com longos prazos e pouca flexibilidade. Já o Scrum é mais apropriado para projetos que necessitam de flexibilidade, em virtude da presença constante do cliente dando feedback sobre a usabilidade do produto ofertado. Além disso, o Scrum se adapta melhor aos cenários onde as entregas são de curto prazo e a equipe tem capacidade de atuar de forma autônoma. Equipes que precisam frequentemente da orientação direcionadora de um líder, não serve para formar um time Scrum. No caso do auditório, mesmo sendo o mesmo prédio que estava sendo construído, este passou por duas formas de gestão diferentes. No início a obra foi gerenciada pelo sistema de gestão tradicional do PMBOK e após a interrupção não planejada o projeto foi retomado, desta vez, utilizando o método de gestão Scrum e a obra foi por fim concluída. Os cenários anteriores e posteriores à parada do projeto adquiriram características muitos peculiares com prioridades e objetivos 42 diferentes, isto fez mudar a análise do Gerente de projetos quanto ao método de gestão e por isso ele escolheu o método Scrum para esta nova etapa, por ele precisar de flexibilidade e agilidade para alterar o projeto de modo a utilizar materiais e recursos já existentes na empresa. Além disso, ele precisava do cliente por perto, dando feedback e aceite sobre as alterações que estavam sendo feitas a cada Sprint. Para que o projeto desse certo, as decisões precisavam ser rápidas e tudo isto aconteceu de fato, contribuindo para o sucesso do projeto e entrega do produto final, gerando valor para a empresa ABC. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGILE GUIDE: Agile Practice Guide / Project Management Institute – PMI e Agile Alliance®. EUA, Pennsylvania: PMI, 2017. ALTOUNIAN, C. S. Obras Públicas: licitação, contratação, fiscalização e utilização. Belo Horizonte: Forúm. 5ª Edição. 2016. ANDRADE, V. H. M. Contratação, Execução e Fiscalização de Obras Públicas: Estudo das práticas adotadas e suas consequências. Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. BARACAT, CÉSAR C. Gerenciamento de Projetos: Um confronto entre metodologias ágeis e tradicionais. Curso de Engenharia de Produção, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2016. BISSI, W. Scrum: Metodologia de Desenvolvimento Ágil. Centro Universitário de Maringá, Paraná, 2007. 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