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Curso_Excipientes_Farmacotecnicos

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Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCIPIENTES e ADJUVANTES 
 FARMACOTÉCNICOS 
 
 
 
 
 
 
 
Anderson de Oliveira Ferreira 
Mestre em Ciências Farmacêuticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2006 
 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 2 
EXCIPIENTES FARMACOTÉCNICOS 
 
1. Evolução do conceito 
 
No século 21, as funções e a funcionalidade dos excipientes, devem ser interpreta-
das de acordo com as novas tendências do mercado farmacêutico. O tradicional conceito 
de excipiente, como sendo simples adjuvante e veículo, química e farmacologicamente 
inerte, vem sofrendo grande evolução. Excipientes, anteriormente vistos como meras subs-
tâncias capazes de facilitar a administração e proteger o fármaco, são considerados, nos 
dias atuais, como constituintes essenciais, que garantem o desempenho do medicamento 
e otimizam a obtenção do efeito terapêutico. No passado, a atenção da indústria farmacêu-
tica e dos órgãos de regulamentação direcionava-se, principalmente, para o controle da 
qualidade do fármaco, dando atenção menor aos excipientes. Todavia, a evolução tecnoló-
gica, econômica, científica e dos fatores de regulamentação, possibilitaram a observação 
de considerações especiais acerca do papel dos excipientes, de acordo com suas caracte-
rísticas físicas, inerentes ao emprego dos mesmos nos processos produtivos e na liberação 
do fármaco a partir da forma farmacêutica (FF). 
Uma definição mais recente regulamentada pelo IPEC (International Pharmaceutical 
Excipients Councils) é a seguinte: “excipiente é qualquer substância, diferente do fármaco 
ou do pró-fármaco, que tem sua segurança avaliada e, a partir de então, pode ser incluída 
na forma farmacêutica, com as seguintes intenções: 
 possibilitar a preparação do medicamento; 
 proteger, fornecer ou melhorar a estabilidade e a disponibilidade biológica do fár-
maco, além da aceitabilidade do paciente; 
 propiciar a identificação do produto; 
 melhorar ou promover qualquer outro atributo relacionado, não somente à segu-
rança mas, também, com a efetividade do produto durante a estocagem e/ou o uso. 
De acordo com o IPEC, a característica de inércia deve ser desconsiderada, uma 
vez que, de algum modo, qualquer substância pode modificar a liberação, estabilidade e a 
biodisponibilidade do fármaco”. 
 O surgimento e incremento da área biofarmacêutica, os sólidos conhecimentos ad-
quiridos nesta área, a introdução dos biopolímeros no mercado e, a disponibilidade de tec-
nologias de produção e métodos analíticos sofisticados, capacitaram o profissional farma-
cêutico à desenvolver FF cada vez mais específicas (modified release), com maior seletivi-
dade na liberação do ativo (targeting) e, consequentemente, com eficácia terapêutica au-
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 3 
mentada. É universalmente aceito que, excipientes são constituintes essenciais à prepara-
ção de FF devendo, portanto, ser objeto de importantes considerações durante a fase de 
pré-formulação. 
 Atualmente, mais de 1000 produtos são usados como excipientes. Tais produtos, 
podem apresentar estruturas moleculares simples, com diferentes funcionalidades ou, até 
mesmo, moléculas poliméricas complexas, de elevado peso molecular (PM). Técnicas ana-
líticas de elevada resolução que, nem sempre são destrutivas, permitem que o comporta-
mento dos excipientes, frente aos processos de manufatura, seja avaliado. Ainda, possibi-
lita a elucidação da estrutura das moléculas, partículas e agregados, sendo capaz de dis-
cernir entre diferentes lotes, aqueles que não são quimicamente equivalentes. Porém, al-
guns testes são indispensáveis para garantir a estabilidade, absorção adequada do ativo e 
assegurar um processo produtivo apropriado. O profissional responsável por desenvolver 
as formulações deverá levar em consideração, na escolha dos excipientes adequados, 
aquele que garantirá melhor desempenho da formulação (estabilidade e eficácia), melhores 
características de manufatura e, ao mesmo tempo, que apresente custo adequado. 
Os principais fatores que contribuíram para a evolução no conceito e nas regula-
mentações dos excipientes foram: criações de conselhos internacionais na Europa e Esta-
dos Unidos, criação de seções específicas para excipientes no NF, inclusão de monografias 
no NF, divisão especial de monografias na USP/NF, edição do Handbook of Pharmaceutical 
Excipients (1a em 1986 e 2a em 1994), dentre outras. Outros fatores são econômicos e 
tecnológicos: 
 
 Desenvolvimento de novas formas farmacêuticas: produtos de biotecnologia (polímeros, 
biosensores), sistemas de direcionamento de fármacos (targeting), sistemas de liberação 
modificada de fármacos (modified release). 
 Automação: equipamentos sofisticados para compressão, extrusão e esferonização (tecno-
logia para produção de pellets), leito fluidizado, spray-dried. 
 Surgimento de ativos inovadores: biotecnologia e peptídeos sintéticos. 
 Elaboração de excipientes com funções específicas: preparação de lipossomas, nanocáp-
sulas, microemulsões, géis transdérmicos, patches, dentre outros. 
 Questões ambientais: encontrar substitutos aceitáveis para os CFCs (clorofluorocarbonos), 
por exemplo, utilizada em sistemas aerossolizados e para outros solventes orgânicos de 
uso farmacêutico. 
 
Diferentes tipos de produtos são administrados por diferentes vias. Em geral, pro-
dutos parenterais são, freqüentemente, empregados para administração de fármacos para 
o tratamento de casos agudos (exceto, por exemplo, terapia com insulina). Formulações 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 4 
transdérmicas e tópicas são, usualmente, empregadas por um curto período de tempo (ex-
ceto, por exemplo, terapia com reposição hormonal). Formas farmacêuticas orais são utili-
zadas tanto para o tratamento de casos agudos quanto crônicos. Portanto, três fatores prin-
cipais e inter-relacionados, poderão afetar o desenvolvimento de um novo excipiente: se-
gurança, saúde do paciente após aprovação do produto e fatores econômicos. Diferentes 
vias de administração e diferentes formulações, requerem níveis de segurança e testes 
específicos variados. 
 
 
2. Biofarmacotécnica X Biodisponibilidade 
 
A biodisponibilidade de um fármaco relaciona-se com a quantidade de fármaco que 
é absorvido e a velocidade na qual este processo ocorre, uma vez que, uma resposta bio-
lógica adequada é resultado da sua interação com receptores celulares ou sistemas enzi-
máticos. Por sua vez, a concentração no local de ação vai depender da dose administrada, 
da capacidade da forma farmacêutica em liberar o ativo na concentração apropriada, da via 
escolhida, do volume de distribuição do fármaco, da extensão do metabolismo, da veloci-
dade de eliminação, de fatores intrínsecos da molécula do fármaco, dos tipos e quantidade 
de excipientes empregados na formulação, dentre inúmeros outros. 
A biofarmacotécnica estuda os processos que ocorrem no organismo, a partir da 
administração da forma farmacêutica, considerando as fases de liberação e dissolução do 
fármaco, que precedem sua absorção. Pode, também, ser definida como o estudoentre a 
intensidade e o efeito biológico dos ativos e, os vários fatores relacionados ao próprio fár-
maco, à formulação do medicamento, incluindo o processo produtivo e, à via de adminis-
tração. 
 Para que qualquer ativo exerça sua atividade farmacológica e, o tratamento alcance 
a finalidade terapêutica pretendida, o mesmo deverá estar disponível no sítio de ação, em 
quantidade apropriada, para se ligar aos receptores biológicos e estimular as respostas. A 
administração pela via endovenosa, por exemplo, disponibiliza o fármaco diretamente na 
corrente sangüínea, fazendo com que sua biodisponibilidade seja de 100%. Além de ser 
disponibilizado diretamente no compartimento central, o metabolismo de primeira passa-
gem é evitado. Por outro lado, nem todos os fármacos podem ser administrados por esta 
via, quer por motivos de impossibilidade de formulação, por motivos de instabilidade do 
fármaco ou por motivos do tipo de ação que se pretende (local ou sistêmica). Contudo, 
inúmeras são as vias de administração e variadas são as formas farmacêuticas às quais o 
fármaco pode ser incorporado, cada qual apresentando vantagens umas sobre as outras: 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 5 
pós, comprimidos - de liberação convencional ou de liberação modificada (liberação prolon-
gada, liberação de doses múltiplas, liberação programada, liberação retardada ou entérica), 
cápsulas, soluções, suspensões, xaropoes, emulsões, cremes, géis, lipossomas, microe-
mulsões, nanocápsulas, nanosferas, sistemas adesivos (patches), dentre outras. 
 
Fatores que modificam a biodisponibilidade: 
 
Fatores relacionados ao paciente 
idade; 
peso corporal; 
fatores fisiológicos: pH do TGI, esvaziamento e motilidade gás-
trica, tipo de dieta, dentre outros; presença de patologias associa-
das; 
Fatores relacionados à forma far-
macêutica 
dependentes do fármaco e/ou excipientes: 
tamanho das partículas; forma polimórfica; solubilidade; constante 
de dissolução; coeficiente de partição óleo-água; velocidade de 
dissolução; estabilidade nos fluidos do TGI; forma química do fár-
maco (ex.base, sal); formação de complexos; capacidade de ad-
sorção; tipo e quantidade e qualidade de excipientes empregados 
na formulação. 
dependentes do processo de fabricação: 
tipo de granulação; força de compressão; 
alteração de parâmetros do processo de produção (tempo de mis-
tura, agitação ou secagem). 
 
Portanto, diversos são os parâmetros a serem considerados em uma etapa anterior 
à formulação. 
 
 
3. Influência dos excipientes na liberação do fármaco 
 
 Durante a produção de Formas Farmacêuticas sólidas, as propriedades dos excipi-
entes, assim como a dos ativos, podem se refletir em diversos parâmetros, nomeadamente: 
compressibilidade, fluidez, uniformidade de conteúdo, lubrificação (escoamento e enchi-
mento da matriz, ejeção dos comprimidos, preparação de cápsulas) e mistura. Ainda, po-
dem ser influenciadas: dureza, friabilidade, uniformidade de conteúdo (UC), velocidade de 
desagregação, estabilidade do ativo, revestimento, dissolução e biodisponibilidade. 
 
 
Resumidamente: 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 6 
 
Propriedade Influência 
Tamanho e forma da partícula peso, UC, desintegração, dissolução 
Densidade e granulometria peso, UC, desintegração, dissolução, dureza 
Área superficial e porosidade desintegração, dissolução, formação de película 
de revestimento 
Hidratação estabilidade físico-química, desintegração, disso-
lução 
Forma polimórfica e grau de cristalini-
dade 
peso, UC, desintegração, dissolução, dureza 
Condições de armazenamento peso, UC, desintegração, dissolução, dureza 
 
 
4. Características dos excipientes: 
 
 Nas formas farmacêuticas, os excipientes representam a maior parte da forma far-
macêutica (em relação ao volume da forma), quando comparados com a concentração do 
ativo. Do ponto de vista químico, a inércia atribuída aos excipientes deve ser encarada com 
certas reservas. Sua reatividade, apesar de baixa, pode ser potencializada por fatores fí-
sico-químicos do meio, desencadeando reações que podem levar à desestabilização da 
forma e/ou degradação do fármaco: presença de grupos funcionais alcoólicos, grupos 
terpênicos em flavorizantes, corantes contendo iodo, espécies complexantes (EDTA) ou 
substâncias redutoras (lactose). Inúmeros excipientes possuem centros quirais (amido e 
celulose) que podem interagir com fármacos racêmicos. Outra característica dos excipien-
tes clássicos é a inatividade farmacológica e toxicológica, o que não pode ser generalizado. 
 
Características de um excipiente ideal: 
 
 Toxicologicamente inativo. 
 Química e fisicamente inerte frente ao fármaco. 
 Compatível com outros ingredientes da formulação. 
 Incolor e insípido. 
 Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido). 
 Alta capacidade de sofrer compressão (sólido). 
 Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados. 
 Fácil de ser armazenado. 
 Características reprodutíveis lote-a-lote. 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 7 
 Desempenho consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina. 
 
 
 
5. Função dos excipientes 
 
A maior parte das formas farmacêuticas são sólidas, semi-sólidas ou líquidas, nas 
quais o fármaco encontra-se diluído. Os excipientes capazes de fornecer à forma farma-
cêutica peso, consistência e volumes adequados, são os diluentes. Nestes casos, assu-
mem a função de veículo, permitindo administração pela via desejada. Ainda, pode-se es-
perar que excipientes assumam a função de adjuvantes (verbo do Latim = "adjuvare"), au-
xiliando o fármaco à cumprir seu papel. Excipientes específicos são adicionados na tenta-
tiva de controlar e regular a velocidade de desintegração da forma e dissolução do fármaco, 
o que irá refletir no controle da quantidade de fármaco absorvido e na velocidade na qual 
este processo ocorre, ou seja, na biodisponibilidade do fármaco. 
 De acordo com sua influência na estabilidade da formulação, liberação e absorção 
do ativo e características do processo de preparação, os excipientes podem ser agrupados 
em 3 categorias. Sendo que, de acordo com sua influência no processo produtivo, podem 
ser subdivididos segundo o tipo de formulação a ser preparada. As preparações podem ser 
otimizadas de acordo com o tipo de excipiente e a quantidade a ser incorporada. 
 
Categoria de excipiente de acordo com sua influência na estabilidade, absorção do 
fármaco e características do processo de preparação: 
 
Estabilidade Absorção do Fármaco 
antioxidantes desintegrantes 
quelantes plastificantes 
conservantes modificadores da liberação 
estabilizantes promotores da penetração 
tamponantes molhantes 
modificadores de pH formadores de filme/polímeros 
 agentes bioadesivos/agentes encapsulantes 
 
Influência na preparação 
Para FF específicas: 
emulsões e suspensões agentes emulsificantes, suspensores 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 8 
géis agentes gelificantes 
sólidas diluentes, lubrificantes 
 
 
5.1 Principais excipientes farmacotécnicos 
 
 Avaliadas as propriedades físico-químicas dofármaco e estabelecida a melhor via 
de administração, a escolha dos adjuvantes mais adequados para determinada formulação 
deverá basear-se nas características das substâncias contidas na fórmula, bem como na 
possibilidade de interações entre os excipientes e o(s) fármaco(s). Os principais adjuvantes 
farmacotécnicos encontram-se descritos a seguir: 
 
Diluentes  produtos inertes adicionados aos pós para permitir a obtenção de comprimi-
dos ou o enchimento de cápsulas, com volumes adequados. Ainda, para propiciar proprie-
dades de fluxo e compressão necessárias à produção. Diferentes naturezas (solúvel, inso-
lúvel ou mista). 
Exemplos: lactose, fosfato de cálcio tribásico, amido, manitol, sulfato de cálcio, celulose 
microcristalina (Microcel, Avicel), fosfato de cálcio dibásico (Encompress, Ditab), óxido 
de magnésio, carbonato de magnésio, talco, caolim. 
 
Veículos  preparação inerte destinada à incorporação do (s) ativo(s). Podem ser edulco-
rados e conter agentes suspensores. 
Exemplos: xarope simples, sorbitol 70%, glicerina, água, etc. 
 
Solventes  usados para dissolver outra substância na preparação de uma solução; pode 
se aquoso ou não (ex. oleaginoso). Co-solventes, como a água e álcool (hidroalcóolico) e 
água e glicerina, podem ser usados quando necessários. 
Exemplos: álcool, óleo de milho, óleo de algodão, glicerina, álcool isopropílico, óleo mineral, 
ácido oléico, óleo de amendoim, água purificada, água para injeção. 
 
Absorventes  substâncias adicionadas para absorverem água presente nos extratos ou 
para fixar certos compostos voláteis, como as essências. Exemplos: fosfato de cálcio, cao-
lim, carbonato de magnésio, bentonita, talco. 
 
Aglutinantes  agentes usados para promover adesão das partículas durante a granula-
ção e compressão de formas farmacêuticas sólidas. Podem ser usados na forma de solu-
ção, dispersão ou pós. Exemplos: goma arábica, ácido algínico, açúcar compressível, 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 9 
CMC-Na, etilcelulose, gelatina, metilcelulose, povidona (PVP), amido, amido pré-gelatini-
zado, glicose líquida. 
 
Desagregantes (desintegrantes)  empregados para acelerar a desintegração e/ou a 
dissolução da forma nos fluidos biológicos. Exemplo: ácido algínico, amido, alginato de só-
dio, CMC-Na, celulose microcristalina, croscarmelose sódica (Ac-Di-Sol), glicolato sódico 
de amido (Explotab), crospovidona (Kollidon CL). 
 
Lubrificantes  agentes capazes de prevenir a aderência dos pós e granulados nas pun-
ções e matrizes, facilitar o escoamento dos mesmos no alimentador e facilitar o enchimento 
de cápsulas. Otimizar o processo produtivo. Exemplo: estearato de magnésio, estearato de 
cálcio, ácido esteárico, talco, óleo vegetal hidrogenado (ex. Lubritab). 
 
Deslizantes  agentes usados nas formulações de comprimidos e cápsulas para melhorar 
as propriedades de fluxo das misturas em pó. Exemplo: sílica coloidal (Aerosil 200), talco. 
 
Agentes molhantes  substâncias adicionadas com a finalidade de diminuir a tensão su-
perficial na interface sólido/líquido. Age diminuindo o ângulo de contato entre a água e as 
partículas sólidas, aumentando a molhabilidade das partículas. Exemplos: lauril sulfato de 
sódio (LSS), docusato sódico, polissorbatos 20, 60, 80 (Tweens). 
 
Agentes tamponantes  usado para fornecer às formulações, resistência contra varia-
ções de pH, em casos de adição de substâncias ácidas ou básicas. Exemplos: tampão 
citrato, tampão fosfato, tampão borato. 
 
Corantes, aromatizantes e flavorizantes  adjuvantes empregados para corrigir cor, 
odor e sabor desagradáveis, tornando a preparação mais atraente. Os corantes devem ser 
escolhidos em uma tabela que fornece os nomes daqueles que são permitidos para uso 
alimentício. Alguns podem causar reações alérgicas e/ou desencadear processos de irrita-
ção gástrica. Exemplos de flavorizantes: baunilha, mentol, óleo de canela, óleo de anis, 
cacau, dentre outros. 
 
Edulcorantes  usado para edulcorar (adoçar) a preparação. Exemplos: aspartame, dex-
trose (glicose), manitol, sorbitol, sacarina, ciclamato sódico, açúcar, acesulfame de potás-
sio, sucralose, esteviosídeo. 
 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 10 
Agentes plastificantes  substâncias empregadas juntamente com polímeros, para mo-
dificar a temperatura de transição de fase dos mesmos e, facilitar a coalescência do filme 
formado sobre os grânulos, comprimidos ou pellets. Torna a camada de revestimento mais 
uniformemente distribuída sobre o granulado, durante a preparação de cápsulas de libera-
ção entérica. Exemplos: glicerina, trietilcitrato, dibutilftalato, silicone, PPG. 
 
Agentes de revestimento  empregados para revestir comprimidos, grânulos, cápsulas 
ou pellets com o propósito de proteger o fármaco contra decomposição pelo oxigênio at-
mosférico e umidade, para mascarar sabor ou odor desagradável, para evitar a degradação 
no suco gástrico e obter a liberação do fármaco em meio entérico, promovendo liberação 
retardada do fármaco. A película empregada no revestimento é composta, basicamente, 
por um derivado polimérico insolúvel que pode ser de origem natural (ceras, shellacs, gela-
tina), derivados da celulose (metil ou etilcelulose, acetoftalato de celulose, hidroxipropilme-
tilcelulose, acetato de celulose), copolímeros de ésteres acrílico e metacrílico (Eudragit 
tipos L100, RS 30D, RS PM, S100, dentre outros); álcool polivinílico (PVA), acetato de po-
livinil, dentre outros. 
 
Agentes formadores de matrizes para liberação controlada  substâncias de natureza 
polimérica empregadas com a finalidade de se obter liberação prolongada e/ou controlada 
do fármaco que se encontra disperso, uniformemente, na matriz. Podem apresentar dife-
rentes naturezas. Exemplos: HPMC, CMC-Na, goma xantana, Carbopol, diversos tipos de 
Eudragit, ágar-ágar, derivados polióxidoetilênicos (PEO's), dentre outros. 
 
Agentes emulsificantes  usados para estabilizar formulações que possuem um líquido 
disperso no seio de outro líquido com ele imiscível. O emulsionante ou emulsificante man-
tém a estabilidade da dispersão. O produto final pode ser uma emulsão líquida ou semi-
sólida (creme). Podem ser aniônicos, catiônicos ou anfotéricos. Ainda, podem ser naturais 
ou sintéticos. Exemplos: monoestearato de glicerila, álcool cetílico e gelatina. Podem ser 
empregados como agentes emulsivos auxiliares: CMC-Na, MC, alginato e pectina. 
 
Agentes surfactantes (tensoativos)  substâncias que reduzem a tensão superficial. Po-
dem ser usados como agentes molhantes, detergentes ou emulsificantes. Exemplos: clo-
reto de benzalcônio, nonoxinol 10, octoxinol 9, polissorbato 80, lauril sulfato de sódio. 
 
Agentes suspensores  agentes utilizados para aumentar a viscosidade da fase externa 
de uma suspensão (dispersão de sólidos, finamente divididos, no seio de um líquido no qual 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 11 
o fármaco é insolúvel). Reduzem a velocidade de sedimentação das partículas do fármaco. 
Agente doador de viscosidade ao meio. 
 
Agente suspensor Concentração usual pH aplicável 
Goma adraganta 0,50 – 2,00% 1,90 – 8,50 
Goma arábica (goma acácia) 5,00 – 10,00 % ........... 
Goma xantana 0,3 – 0,5 % 3,0 – 12,0 
Celulose microcristalina/CMC-Na 
(Avicel RC 591) 
0,50 – 2,00% 3,50 –11,00 
CMC-Na 0,50 – 2,00% 2,00 – 10,00 
Hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) 0,30 – 2,00% 3,00 – 11,00 
Metilcelulose 0,50 – 5,00% 3,00 –11,00 
Hidroxietilcelulose (Natrosol) 0,10 – 2,00% 2,00 – 12,00 
Bentonita 
0,50 – 5,00% 3,00 – 10,00 
dispersões melhores em pH 
neutro 
Alginato sódico 1,00 – 5,00% 4,00 –10,00 
Carbômero (Carbopol) 0,50 – 1,00% 5,00 –11,00 
Povidona Até 5,00% Não é afetado pelo pH, ex-
ceto por pH extremamente 
cáustico 
Pectina 1,00 – 3,00% 2,00 – 9,00 
Silicato de Alumíno e Magnésio 
(Veegun) 
0,50 – 2,50% 3,50 – 11,00 
Dióxido de silício coloidal (Aerosil) 2,00 – 10,00% Até 10,70 
Adaptado: Rowe et al., 2003. 
 
Agente doador de consistência  usado para aumentar a consistência de uma prepara-
ção, em geral, uma pomada. Exemplos: álcool cetílico, cera branca, cera amarela, álcool 
estearílico, parafina, cera microcristalina, cera de ésteres cetílicos. 
 
Agentes de tonicidade (Isotonizantes)  usados para obtenção de soluções com carac-
terísticas osmóticas semelhantes às dos fluidos biológicos, à serem administradas pelas 
vias: ocular, nasal, parenteral. Exemplos: NaCl (0,9%), manitol (5,07%) e dextrose (5,51%). 
 
Umectantes  substâncias empregadas para prevenir o ressecamento de preparações, 
principalmente, pomadas e cremes, por apresentarem a capacidade de retenção de água. 
Exemplos: glicerina, propilenoglicol, sorbitol. 
 
Agentes levigantes  líquido usado como agente facilitador no processo de redução de 
partículas do fármaco, durante o preparo de emulsões, bases oleosas, dentre outras. Tritu-
rado juntamente com o fármaco. 
Exemplos: 
 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 12 
Agente levigante Densidade Miscibilidade Usos 
Óleo mineral 
(vaselina 
líquida) 
0,88 miscível em óleos fixos 
(exceto óleo de rícino) 
imiscível com água, ál-
cool, glicerina, propile-
noglicol, PEG 400, e 
óleo de rícino 
bases oleosas 
base de absorção 
emulsões água/óleo 
Glicerina 1,26 miscível com água, ál-
cool, propilenoglicol e 
PEG 400 
imiscível com óleo mine-
ral e óleos fixos 
emulsões bases 
 óleo /água 
bases solúveis em 
água e ictiol 
Propilenoglicol 1,04 miscível com água, ál-
cool, glicerina e PEG 
400 
imiscível com óleo mine-
ral e óleos fixos 
emulsões base 
óleo/água 
bases solúveis 
em água 
PEG 400 1,13 miscível em água, ál-
cool, glicerina e propile-
noglicol 
imiscível com óleo mine-
ral e óleos fixos 
emulsões base 
óleo/água 
bases 
solúveis 
 em água 
Óleo de algodão 0,92 miscível com óleo mine-
ral e outros óleos fixos 
incluindo o óleo de rícino 
imiscível com água, ál-
cool, glicerina , propile-
noglicol e PEG 400 
o óleo de algodão ou 
algum outro óleo ve-
getal pode ser usado 
como substituto para 
o óleo mineral 
quando um óleo ve-
getal é preferido ou 
quando o sólido pode 
ser incorporado mais 
facilmente nestes 
óleos. 
Óleo de rícino 0,96 miscível com álcool e ou-
tros óleos fixos. 
Imiscível com água, gli-
cerina, propilenoglicol, 
PEG 400 e óleo mineral 
ictiol ou bálsamo do 
Peru, mesmos usos 
descritos para o óleo 
de algodão. 
Polissorbato 80 
(Tween ® 80) 
1,06-1,09 miscível com água, ál-
cool, glicerina, propile-
noglicol, PEG 400, óleo 
mineral e óleos fixos. 
Coaltar 
Circunstâncias em 
que um surfactante é 
desejado, pode ser 
incompatível com al-
gumas emulsões 
água / óleo 
 
 
Agentes alcalinizantes ou acidificantes  usados para alcalinizar ou acidificar o meio, 
respectivamente, para fornecer estabilidade ao ativo ou promover sua dissolução. 
Exemplos: 
Agentes acificantes (acidulantes) Agentes alcalinizantes 
Ácido cítrico Solução de amônia 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 13 
Ácido acético Carbonato de amônio 
Ácido fumárico Dietanolamina 
Ácido clorídrico (HCl) Monoetanolamina 
Ácido tartárico Hidróxido de potássio (KOH) 
Ácido bórico Hidróxido de sódio (NaOH) 
 Bicarbonato de sódio 
 Borato de sódio 
 Trietanolamina 
 
Conservantes  usados em preparações líquidas e semi-sólidas para prevenção do cres-
cimento e desenvolvimento de microrganismos (fungos e bactérias). Exemplos de anti-fún-
gicos: ácido benzóico, benzoato de sódio, butilparabeno, metilparabeno (Nipagin), propil-
parabeno (Nipasol), etilparabeno, propionato de sódio. Anti-bacterianos: cloreto de ben-
zalcônio, cloreto de benzetônio, álcool benzílico, cloreto de cetilpiridíneo, clorobutanol, fe-
nol. 
 
Agentes antioxidantes  empregados na tentativa de proteger a formulação de qualquer 
processo oxidativo e conseqüente desenvolvimento de ranço em substâncias de natureza 
oleosa e gordurosa e/ou inativação do fármaco. Podem atuar de diferentes modos: inter-
rompendo a formação de radicais livres (BHA, BHT, -tocoferol); promovendo redução das 
espécies oxidadas (ácido ascórbico, palmitato de ascorbila, metabissulfito de sódio); preve-
nindo a oxidação (EDTA, ácido cítrico, cisteína, glutationa). Em sistemas aquosos, prefe-
rencialmente, são empregados: vitamina C, metabissulfito de sódio, cisteína e tiossulfato 
de sódio. Nos sitemas lipofílicos, preferencialmente, BHT, BHA e vitamina E. 
 
Agentes quelantes (seqüestrantes)  substância que forma complexos estáveis (quela-
tos) com metais. São usados em preparações líquidas como estabilizantes para complexar 
os metais pesados que podem promover instabilidade. Exemplos: EDTA-Na2, ácido edético. 
 
Agente para expulsão de ar  empregado para expulsar o ar de recipientes hermetica-
mente fechados ou de formulações fluidas, para aumentar a estabilidade. Exemplos: nitro-
gênio (N2), dióxido de carbono (CO2). 
 
Nota: dentre as inúmeras classes de excipientes, os diluentes, os agentes molhantes, os 
lubrificantes e desintegrantes são os que apresentam maior influência na biodisponibilidade 
de formas farmacêuticas sólidas. 
Nos estudos de pré-formulação, a solubilidade dos diluentes deve ser considerada, 
pois, a simples troca de um diluente pode provocar alterações na biodisponibilidade do fár-
maco, podendo resultar em casos de intoxicação. Um exemplo clássico ocorreu na Austrália 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 14 
(1968), quando a substituição do sulfato de cálcio (insolúvel) por lactose (solúvel), como 
diluente para cápsulas de fenitoína, resultou em um aumento da biodisponibilidade do fár-
maco, gerando diversos casos de intoxicação (Balla, 1968; Eadie et.al. 1968). Houve uma 
completa remissão do problema quando os pacientes passaram novamente a receber a 
fenitoína preparada com o excipiente original (sufato de cálcio). A presença de diluentes 
muito hidrofílicos, como a lactose, pode aumentar a captura de líquidos e, consequente-
mente, aumentar a molhabilidade das partículas, acelerando a velocidade de liberação dos 
fármacos. 
A presença do agente desintegrante na formulação visa facilitar a desagregação da 
forma farmacêutica, aumentando a área superficial e promovendo a dissolução do fármaco. 
Os agentes molhantes quando adicionados á formulação para aumentam a molha-
bilidade do ativo e promovem o aumento da velocidade de dissolução do fármaco. 
A adição de lubrificantes (substâncias hidrofóbicas) à preparação retarda a molha-
bilidade e, consequentemente, a absorção do fármaco. Portanto, a concentração do agente 
lubrificante na formulação é fator determinante para a obtenção de uma disponibilidadebiológica apropriada do fármaco. 
 
 
5.3 Considerações gerais sobre alguns dos principais adjuvantes farmacotécnicos: 
 
5.3.1 Flavorizantes 
Flavorizar, edulcorar e colorir uma preparação farmacêutica para administração oral 
é fator preponderante à adesão terapêutica pelo paciente, especialmente o pediátrico. Por-
tanto, o farmacêutico tem como desafio desenvolver técnicas e recursos para realizar a 
combinação harmônica dos aditivos flavorizantes (aromas), edulcorantes e corantes. Po-
rém, antes é importante a compreensão da psicofisiologia envolvida na percepção dos sa-
bores. 
A percepção de um determinado sabor envolve os receptores dos paladares, pro-
teínas localizadas na superfície das células das papilas gustativas, que reconhecem certas 
estruturas químicas e iniciam a emissão de sinais para que o cérebro os traduzam e reco-
nheçam como doce, amargo, salgado ou azedo (ácido). Possuimos cerca de 10.000 papilas 
gustativas, sendo que nas crianças elas estão em número maior. Isto explica em parte o 
porquê das crianças serem mais sensíveis a sabores desagradáveis. 
Os receptores para os paladares primários doce, amargo, salgado e azedo (ácido) es-
tão distribuídos e agrupados em regiões diferentes da superfície da língua. O paladar doce 
é detectado principalmente na ponta da língua, enquanto o amargo é mais evidenciado na 
Amargo 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 15 
região posterior, o salgado nas laterais anteriores e o azedo nas laterais medianas (veja a 
figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Percepção regional dos paladares primários na língua humana. 
Fonte: Roy, 1997. 
 
 
Algumas correlações podem ser feitas entre sabor/odor e a estrutura química da subs-
tância. Por exemplo: o sabor azedo pode ser associado à presença de íons hidrogênio; o 
salgado, com alguns ânions e cátions; o amargo, com o alto peso molecular dos sais; o 
doce, com compostos polihidroxilados, compostos polihalogenados e alfa-aminoácidos; o 
sabor cortante pode ser associado à presença de insaturação na molécula; o odor de cân-
fora, com o átomo de carbono terciário da estrutura e, odores de frutas, com grupos ésteres 
e lactonas. Dentre os fatores responsáveis pelo sentido do paladar estão, também, envol-
vidos os seguintes fenômenos: calor - QUENTE ou FRIO; a ADSTRINGÊNCIA - devido à 
presença de taninos e ácidos; a ASPEREZA correspondente à textura e, a SENSAÇÃO DE 
FRESCOR, devido à ausência de calor. 
 Durante o desenvolvimento das formulações, alguns requisitos são necessários 
para a identificação imediata do sabor e para que ele seja compatível com sensibilidade da 
mucosa oral. Algumas técnicas usadas para flavorização incluem: métodos de combinação, 
mascaramento, métodos físicos, métodos químicos e métodos fisiológicos. Um guia com 
uma seleção de sabores pode ser encontrado abaixo. 
 
 
Flavorizantes utilizados para mascarar alguns sabores primários: 
 Doce: baunilha, vanilina, tutti-frutti, uva, morango, framboesa, amora, hortelã-pi-
menta. 
 Ácido/azedo: cítrico, limão, laranja, cereja, framboesa. 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 16 
 Salgado: amêndoas, xarope de canela, xarope de ácido cítrico, xarope de maple , 
xarope de laranja, xarope de alcaçuz, framboesa. 
 Amargo: anis, café, chocolate, chocolate-menta, menta, limão, laranja, xarope de 
cacau, xarope de alcaçuz, cravo. 
 Salino + amargo: xarope de canela, xarope de laranja, xarope de ácido cítrico. 
 Oleoso: menta, anis, hortelã (ex. correção do sabor de preparações com óleo mine-
ral). 
 Metálico: morango, framboesa, cereja, uva. 
 Insípido: associar edulcorante + flavorizante, xarope de limão ou xarope simples 
com tintura ou essência de limão. 
 
 
Sugestões de Flavorizantes por Classes de Fármacos 
 Antibióticos: cereja, abacaxi, laranja, framboesa, banana + abacaxi, banana + bau-
nilha, côco + creme, morango, baunilha, limão-creme, cereja + creme, tutti-frutti, ca-
nela. 
 Antihistamínicos: cereja, canela, creme, uva, mel, pêssego + laranja, framboesa, 
baunilha, cacau. 
 Barbituratos: banana + abacaxi, banana + baunilha, canela + menta, groselha + mo-
rango, laranja. 
 Descongestionantes e expectorantes: anis, cereja, côco + creme, creme + menta + 
morango, groselha + pêssego, morango, limão, laranja, laranja + limão, abacaxi, laranja 
+ pêssego, morango, framboesa, tangerina. 
 Eletrólitos: cereja, uva, framboesa. 
 
Nota: o corante a ser utilizado em uma formulação deve ser selecionado harmonicamente com o flavorizante (exem-
plo: verde para menta, vermelho para cereja, etc.) 
 
Sugestões de Flavorizantes para preparações veterinárias 
Pássaros: uva, laranja, tutti-frutti 
Gatos: carne, galinha, fígado, amendoim, peixe, queijo. 
Cães: carne, queijo, galinha, fígado, marshmallow, amendoim, framboesa. 
Equinos: maçã, cereja, cravo, caramelo, alfafa. 
Bovinos: anis, maple, cravo, alfafa, anis-alcaçuz. 
Caprinos: maçã, caramelo. 
Frangos: milho, melancia, leite. 
Furões: peixe, frutal. 
Iguanas: kiwi, melancia. 
Coelhos: banana-creme, alface. 
Porquinho-da-india: laranja, tutti-frutti. 
Primatas: bana, chocolate, framboesa. 
Répteis (exceto cobras): banana-creme, limão-creme. 
Adaptado: IJPC, 1997. 
Método de Combinação: a técnica de combinação compreende o uso de caracterís-
ticas comuns entre o sabor e o fármaco. Por exemplo, o uso do sabor de frutas pode ser 
combinado com o sabor azedo/ácido (sabor de laranja associado ao ácido ascórbico). Os 
sabores salgado/doce/azedo podem ser combinados com um sabor amargo. Também, o 
uso de um sabor levemente salgado pode minimizar o sabor azedo e, contribuir para que o 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 17 
sabor doce sobressaia. Ainda, já foi estabelecido que o sabor azedo pode potencializar o 
sabor amargo. 
 Método de Mascaramento: o salicilato de metila, por possuir um cheiro muito forte, 
pode mascarar outros sabores ou sobressair-se em relação a muitos produtos. 
 Métodos Físicos: dentre os métodos físicos, estão incluídas a formação de compos-
tos insolúveis, a emulsificação de óleos, a efervescência, a elevação na viscosidade dos 
fluidos e o revestimento de comprimidos. Compostos insolúveis podem ser formados resul-
tando em sabores pouco perceptíveis. O fármaco deve estar em solução para que seu sa-
bor seja realçado, portanto, ativos em suspensão, geralmente, não transmitem sabor. Os 
óleos podem ser incorporados na fase interna de emulsões óleo-água, cuja fase externa 
aquosa pode ser adoçada ou flavorizada. Este é o princípio que está por trás da emulsão 
de óleo de fígado de bacalhau e da emulsão de óleo de rícino, nas quais o paciente expe-
rimenta, inicialmente, a fase aquosa externa adocicada. 
 Métodos Químicos: os métodos químicos incluem absorção e complexação do prin-
cípio ativo, resultando na perda das características de sabores indesejáveis. 
 Métodos Fisiológicos: métodos físiológicos incluem a utilização dos efeitos anesté-
sico do mentol e da menta, que pode, ainda, ser usada para contribuir com um sabor mais 
agradável. 
Agentes flavorizantes podem apresentar-se como misturas complexas. A tabela se-
guinte ilustra o número de diferentes substâncias químicas que podem estar contidas em 
substâncias flavorizantes naturais ou artificiais. 
 
Exemplos dos números de diferentes constituintes presentes emalguns flavorizantes natu-
trais ou artificiais. 
 Natural Artificial 
Cereja > 70 > 20 
Banana > 150 > 17 
Uva ~ 225 > 18 
Morango > 130 > 36 
Framboesa > 60 > 17 
 
Muitos flavorizantes naturais possuem uma substância cujo gosto seja proeminente. 
Por exemplo, o constituinte ativo da cereja é o benzaldeído, na banana, o iso-amiloacetato 
e na laranja, o limoneno. 
A presença de determinados conservantes pode influenciar no sabor de uma prepa-
ração farmacêutica de uso oral. Os parabenos, por exemplo, podem transferir para a for-
mulação um aroma floral indesejável (metilparabeno) ou promoverem uma sensação de 
dormência na língua (propilparabeno). 
Agentes corretores e evidenciadores do paladar 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 18 
Substância Uso e aplicação 
Óleo de anis (anetol) Amargo, preparações oleosas. 
Óleo essencial de canela (cinamaldeído) Preparações oleosas, salgado, amargo, preparações odon-
tológicas. 
Óleo essencial de cravo (eugenol) Preparações odontológicas. 
Óleo essencial de menta (L-mentol, acetato de mentila) Amargo, dessensibilizante do paladar. 
Óleo essencial de laranja Amargo, ácidos, barbitúricos. 
Óleo essencial de limão (aldeído citral e limoneno) Amargo, ácido. 
Salicilato de metila 
Máximo: 500mcg/kg/dia 
Pastilha, óleo (óleo de fígado de bacalhau). 
Máximo: 500mcg/kg/dia 
Glicirrizinato de amôneo (Magnasweet®) 
Conc. usual: 0,1 – 0,5% 
Amargo (evidencia o paladar doce, sinergismo com edulco-
rantes, prolonga o tempo do paladar doce – efeito lingering), 
preparações contendo antibióticos. 
Glutamato monossódico 
Máximo 120 mg/dia para indivíduos maiores de 12 anos. 
 
Sabor metálico. 
Vanilina 
Conc. usual: 0,01 –0,02% 
Flavorizante de fundo para sabores desagradáveis, incluindo 
o amargo. 
Etilvanilina 
Conc. usual: 0,01% 
Flavorizante de fundo com sabor 3x mais intenso que a va-
nilina. 
Maltol 
Conc. usual: 5 – 75 ppm (30 ppm) 
Evidenciador do sabor doce com sabor similar ao morango 
ou abacaxi. 
Glicirrizinato de potássio 
Conc. usual: 0,05% 
Amargo, dentifrícios. 
Mentol 
Suspensões orais: 0,003% 
Xaropes: 0,005 – 0,015% 
Pastilhas: 0,2 – 0,4% 
Pasta dental: 0,4% 
Enxaguatórios bucais:0,1-2% 
 
Amargo (dessensibilizante do paladar) 
Ácido cítrico 
Conc. usual: 0,3 – 2,0% 
Evidenciador do sabor, mascaramento do sabor amargo, 
ação sialogoga. 
Ácido tartárico 
Conc. usual: 0,1 – 0,3% 
Evidenciador do sabor, correção do amargo, ação sialogoga. 
Ácido málico 
(até 400ppm – alimentos) 
Evidenciador do sabor, correção do amargo, sialogogo. 
Ácido fumárico 
(até 3600 ppm) 
Evidenciador do sabor, correção do amargo, sialogogo 
Cloreto de sódio (NaCl) 
Conc. usual: 0,3 – 0,5% 
Supressão do amargo. 
Ácido fosfatídico-b-lactoglobulina 
Conc. usual: 3% 
(Inibidor específico do amargo) 
Hidrofóbica e dispersível em águaSupressão do amargo em 
alimentos e medicamentos 
Não eficiente para mascarar o amargo de de substâncias 
amargas hidrofílicas. Não suprime o doce, azedo e salgado. 
 
Ácido fosfatídico 
Conc. usual: 1- 3% 
Supressão do amargo. 
Lipoproteínas (albumina, lactoalbumina) e fosfolipídeos da 
soja 
Supressão do amargo. 
Adaptado:Rowe et al., 2003. 
 
5.3.2. Corantes 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 19 
Os corantes a serem adicionados em produtos farmacêuticos de uso interno devem 
ser atóxicos e farmacologicamente inativos. Eles não devem ser empregados para masca-
rar produtos de baixa qualidade. Só devem ser utilizado corantes certificados para adminis-
tração em alimentos, fármacos e cosméticos (FD&C – Food, Drug and Cosmetics Adminis-
tration). 
 
Diluição de corantes 
Sugestão de solução base para diluição de corantes 
Corante ....................................................... 0,10 – 10,00% (concentração variável)* 
Propilenoglicol ............................................ 3,00% 
Metilparabeno ............................................. 0,15% 
Propilparabeno ........................................... 0,05% 
Álcool etílico ............................................... 10,00% 
Água desmineralizada qsp .......................... 100,00 mL 
 A quantidade de corante utilizada em uma formulação oral pode variar de 0,0005 a 
0,005% de corante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estabilidade de corantes certificados pelo FD&C, mediante vários fatores, os quais, podem 
influenciar na coloração de preparações farmacêuticas 
Corantes FD&C 
(hidrossolúveis) 
Ácido Álcali Luz 
Agentes 
redutores 
Agentes 
oxidantes 
Valor pH* 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 20 
FD&C azul #1 
(azul brilhante) 
Moderada Mode-
rada 
Boa Boa Pobre 4,9-5,6 
FD&C azul #3 
(indigo carmim) 
Boa Mode-
rada 
Pobre Moderada Pobre 8,5 
FD&C verde #3 
Boa Pobre Boa Boa Pobre 4,2-5,8 
FD&C vermelho #3 
(eritrosina) 
Pobre Boa Razoá-
vel 
Moderada Razoável 7,7 
FD&C vermelho #4 
(Ponceau SX) 
Pobre boa Razoá-
vel 
Moderada Razoável 6,4 
FD&C amarelo #5** 
(tartrazina) 
Boa Boa Boa Pobre Razoável 6,8 
FD&C amarelo #6 
Boa Boa Boa Pobre Razoável 6,6 
FD&C vermelho #40 
Boa Boa Boa Pobre Moderada 7,3 
*valor de pH de uma solução a 1% do corante. 
** O amarelo de tartrazina está relacionado com manifestações do tipo alérgicas em pes-
soas sensíveis (incluindo pacientes com bronquite asmática). Apresenta reação cruzada 
em pacientes sensíveis ao ácido acetilsalicílico. 
 
Alguns corantes naturais também podem ser utilizados, tais como: 
 Amarelo: curcuma e vitamina B2. 
 Vermelho: carmim, colchonilha. 
 Verde: clorofila. 
 Alaranjado: betacaroteno. 
 
5.3.3. Antioxidantes 
A oxidação é um processo que leva à decomposição da matéria-prima, com perda de 
sua função. A luz, o ar, o calor, a presença de contaminantes do meio (catalisadores  
metais pesados) e o pH do meio, são os agentes desencadeadores deste processo. O me-
canismo de oxidação inicia-se com a formação do que chamamos de radicais livres. 
Agentes antioxidantes são substâncias capazes de preservar a formulação de qual-
quer processo oxidativo. São capazes de inibir a deterioração oxidativa (destruição por ação 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 21 
do oxigênio) de produtos fármaco-cosméticos, interferindo no desenvolvimento de ranço 
oxidativo em óleos e gorduras ou inativação de medicamentos. 
 
Antioxidantes que atuam interrompendo a formação das cadeias de radicais livres (antioxi-
dantes verdadeiros): 
 BHA 
 BHT 
 -tocoferol (vit.E) 
 propilgalato 
 
Atuam sofrendo oxidação (agentes redutores): 
 metabissulfito de sódio 
 bissulfito de sódio 
 ditionito de sódio 
 ácido ascórbico (vit.C) 
 palmitato de ascorbila 
 
Antioxidantes que atuam por mecanismos preventivos (antioxidantes sinergistas): 
 Ácido cítrico 
 Ácido etilenodiaminotetracético 
(EDTA) 
 Cisteína 
 glutation 
 metionina 
 
 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 22 
 
5.3.3.1 Uso adequado de agentes antioxidantes 
 
5.3.3.1.1Antioxidantes para sistemas aquosos 
 
 ÁCIDO ASCÓRBICO: solubilidade de 1g/3mL de água, 1g/30mL de álcool. 
Concentração usuais (formulações aquosas): 0,01 – 0,1%. É incompatível com álcalis, íons 
de metais pesados, especialmente cobre e ferro, substâncias oxidantes, metenamina, clori-
drato de fenilefrina, maleato de pirilamina, salicilamida, nitrito sódico, salicilato de sódio, salici-
lato de teobromina e picotamida. 
 
 BISSULFITO DE SÓDIO (NaHSO3): sabor desagradável. Instável ao ar, perdendo SO2 
e oxidando-se, gradualmente, para sulfato. 
Solubilidade:1g/4mL de água, 1g/70mL de álcool. 
Concentrações usuais: 0,01- 1%. Inativa a adrenalina e a cisplatina. 
 Incompatível com cloranfenicol e nitrato de fenilmercúrio. 
 
 METABISSULFITO DE SÓDIO (Na2S2O5): solubilidade de 1g/1,9mL de água, facilmente 
solúvel em glicerina e pouco solúvel em etanol. Concentrações usuais: 0,01 - 1,0%. Empre-
gado em preparações farmacêuticas orais, parentais e tópicas. Incompatível com a epinefrina 
(adrenalina) e seus derivados, com o cloranfenicol e fenilacetato de mercúrio. Inativa soluções 
de cisplatina. 
Nota: Os sulfitos são conhecidos por causar alergia. 
 
 TIOSSULFATO DE SÓDIO (Na2S2O3.5H2O): solubilidade de1g/0,5mL de água, insolúvel 
em álcool. Concentração usual: 0,05%. 
 
 DITIONITO DE SÓDIO (Hidrossulfito de sódio) (Na2S2O4): muito solúvel em água e 
pouco solúvel em álcool. Concentração usual: 0,1 – 0,6%. O ditionito de sódio tem sido usado 
como antioxidante em preparações tópicas e como agentes redutores na remoção de manchas 
em tecidos. 
 
 
 
 
 
 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 23 
5.3.3.1.2 Antioxidantes para sistemas oleosos 
 
 ASCORBIL PALMITATO: pó branco ou branco-amarelado com odor característico. So-
lubilidade: muito levemente solúvel em água e em óleos vegetais; solúvel em álcool. Concen-
tração efetiva: 0,01 - 0,2%. É incompatível com agentes oxidantes (ex. em solução a oxidação 
é catalizada pela presença de íons Cu2+ e Fe3+. 
 
 BUTILHIDROXIANISOL (BHA): insolúvel em água; facilmente solúvel em álcool e pro-
pilenoglicol. Concentrações usuais: 
Uso em: Concentração (%) 
-caroteno 0,01 
Óleos essenciais e agentes flavori-
zantes 0,02 - 0,5 
Injetáveis IM 0,03 
Injetáveis IV 0,0002 - 0,00052 
Óleos e gorduras 0,02 
Formulações tópicas 0,005 - 0,02 
Vitamina A 10mg / por 1 milhão de unidades 
 
 É incompatível com agentes oxidantes e sais férricos. Uso permitido em injeções IM e 
IV, preparações nasais, cápsulas, comprimidos e preparações sublingual, retal, tópica e vagi-
nal. 
 
 BUTILHIDROXITOLUENO (BHT): insolúvel em água e em propilenoglicol e facilmente 
solúvel em álcool. Concentrações usuais: 
Uso em: Concentração (%) 
-caroteno 0,01 
Óleos essenciais e agentes flavorizantes 
0,02 - 0,5 
Injetáveis IM 0,03 
Injetáveis IV 0,0009 - 0,002 
Óleos e gorduras 0,02 
Formulações tópicas 0,0075 - 0,10 
Vitamina A 10mg / por 1 milhão de UI 
 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 24 
 Incompatível com agentes oxidantes fortes como peróxidos e permanganatos. Sais férri-
cos podem causar descoloração Uso permitido em injeções IM e IV, preparações nasais, cáp-
sulas e comprimidos, preparações retais, vaginais e tópicas. 
 
 PROPIL GALATO: pó cristalino branco, com odor muito leve. Solubilidade: levemente 
solúvel em água; levemente solúvel em álcool. Concentração efetiva: 0,005 - 0,15%. 
 
 -TOCOFEROL (Vit.E): óleo viscoso, claro, amarelo ou amarelo esverdeado. Pratica-
mente inodoro. Instável à luz e ao ar. Solubilidade: insolúvel em água, solúvel em álcool, mis-
cível com acetona e óleos vegetais. Concentração efetiva: 0,05 - 2%. 
 
 
5.3.3.1.3. Sugestões de sistemas antioxidantes para algumas formulações magistrais: 
 
 
Ácido retinóico BHT 
Nitrato de miconazol BHA 
Cetoconazol creme EDTA/metabissulfito de sódio 
Sulfadiazina de prata BHT 
Resorcina metabissulfito de sódio ou bissulfito de sódio 
Óleos fixos BHT ou BHA 
 
 
5.3.3.1.4.Sugestões de sistemas antioxidantes para formulações com hidroquinona e as-
sociações mais comuns 
 
Hidroquinona 1)Metabissulfito de sódio (10% em relação a quantidade de hidroquinona) + 
EDTA-Na2 0,1% 
2)Bissulfito de sódio 0,2 – 0,3% + BHT 0,1% + vitamina C pó 1,6% 
3) Ditionito de sódio 0,6% 
4)Metabissulfito de sódio (10% em relação a quantidade de hidroquinona) + 
vit. C 1,6% + EDTA-Na2 0,1% 
Hidroquinona + 
ácido retinóico 
1)Bissulfito de sódio 0,2 – 0,3% + BHT 0,1% + vitamina C pó 1,7% 
2) Metabissulfito de sódio (10% em relação a quantidade de hidroquinona) + 
BHT 0,1% + EDTA-Na2 
3) Metabissulfito de sódio (10% em relação a quantidade de hidroquinona) + 
Vitamina E (oleosa) 0,05% 
4) ditionito de sódio 0,6% + BHT 0,05 – 0,1% 
Hidroquinona + 
ácido glicólico 
1) vitamina C 1,7% + vitamina E 1% + EDTA-Na2 0,1% 
2)ditionito de sódio 0,6% 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 25 
5.3.4 Conservantes 
 
 
Conservantes empregados em preparações de uso oral 
 
Conservante Concentra 
-ção usual 
(%) 
Espectro de 
ação 
pH Solubilidade Incompatibili- 
dade 
Álcool etílico (eta-
nol) 
 
 10,0 Bactérias e 
fungos 
Ácido 
Miscível com 
água, acetona, 
glicerina. 
Agentes oxidan-
tes, gomas, clore-
tos e permanga-
nato. 
Ácido benzóico e 
seus sais (benzo-
ato de sódio) 
0,1 - 0,2 
Bactérias 
Gram +, 
bolores e 
leveduras 
2,0 - 
5,0 Água, etanol. 
Caolim, glicerina 
proteínas, tensoa-
tivos não iônicos 
(Tween 80), com-
postos quaterná-
rios e gelatina 
Ácido sórbico 0,05 - 0,2 Bolores e 
leveduras 
2,5 - 
6,0 
Água, etanol, pro-
pilenoglicol, glice-
rina, óleos. 
Surfactantes não 
iônicos 
(Tween80) 
Sorbato de Potás-
sio 
0,1 - 0,2 Fungos e 
bactérias 
2,5 - 
6,0 
Água, etanol, pro-
pilenoglicol. 
Surfactantes não 
iônicos 
Metilparabeno 
(Nipagin) 
0,015 - 0,2 
Bactéria 
Gram +, bo-
lores, leve-
duras 
3,0 - 
9,5 
Etanol, glicerina, 
propilenoglicol, 
água tépida. 
Surfactantes não 
iônicos (Tween 
80), metilcelulose, 
gelatina, proteí-
nas , sais de ferro 
e álcalis. 
P Propilparabeno (Ni-
pasol) 
0,01 - 0,2 
idem metilparabeno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conservantes para preparações de uso externo 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 26 
 
Conservante Espectro anti-
microbiano 
pH ótimo Concentra-
ção usual 
(%) 
Incompatibilidades 
Ácido benzóico e 
benzoato de sódio 
Bolores e leve-
duras 
Bactérias Gram 
+ 
2,0 a 5,0 
É ativo so-
mente em meio 
ácido 
0,1 – 0,5 Tensioativos não-iô-
nicos (ex. Tween 80) 
Compostos quater-
naries, gelatina, gli-
cerina, proteínas 
Ácido sórbico Fungos e leve-
duras. 
Pouca atividade 
sobre bactérias 
2,5 – 6,0 0,1 – 0,3 Levemente incom-
patível com tensioa-
tivos não-iônicos 
Sorbato de potássio Fungos, levedu-
ras, pouca ativi-
dade microbiana 
2,5 a 6,0 0,1 a 0,2 Surfactantes não-iô-
nicos e alguns mate-
riais plásticos 
Álcool benzílico Bactérias Gram-
+ e Gram - 
Ácido 
≤5,0 
1 – 3 Agentes oxidantes 
Agentes tensioativos 
não-iônicos (tween80) 
Bronopol® 
2-bromo-2-nitropro-
prano-1,3 diol 
É mais ativo 
contra bactérias 
Gram - do que 
contra Gram +. 
Tem baixa ativi-
dade fungicida e 
esporicida. 
5,0 –7,0 0,01 – 0,1 Não é afetado signi-
ficativamente pela 
presença de proteí-
nas e tensioativos 
não-iônicos. Os 
compostos sulfidri-
los (cisteína e tiogli-
colato), tiosulfato e 
metabissulfito são 
seus antagonistas. 
Se inativa na pre-
sença de 0,1% de 
cloridrato de ciste-
ína. 
Clorexidina Bactérias Gram 
+ e Gram - 
(pouco ativa 
contra Pseudo-
monas spp) 
Pouco ativa con-
tra fungos. 
5,0 – 8,0 0,01 –0,1 Tensioativos aniôni-
cos, gomas, alginato 
de sódio. 
Inativada parcial-
mente por lecitina e 
Tween 80. 
Cloreto de benzalcô-
nio 
Bactérias Gram 
+ e algumas 
Gram - 
4,0 – 10 0,05 a 0,1 Agentes aniônicos, 
sabões, nitratos, me-
tais pesados, citrato, 
proteínas. Pode ser 
adsorvido por mate-
riais plásticos. 
Inativado por lecitina 
e Tween 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conservante Espectro anti-
microbiano 
pH ótimo Concentração 
usual (%) 
Incompatibilidades 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 27 
Diazolidinil Uréia 
(Germall ® II) 
Efetivo contra 
Bactérias Gram 
+ e Gram -. 
Apesar de apre-
sentar uma certa 
ação antifún-
gica, se reco-
menda utiliza-lo 
em associação 
com parabenos 
ou outro conser-
vante com ativi-
dade antifún-
gica. 
3,0 – 9,0 0,1 a 0,5 É compatível com a 
maioria dos ingredi-
entes cosméticos. 
Se inativa por dilui-
ção. 
Dimetilodimetil hidan-
toína 
(DMDM hidantoína, 
Glydant®) 
Amplo espectro 
contra bactérias 
4,0 – 9,0 0,15 – 0,6 Compatível com ten-
sioativos aniônicos , 
catiônicos, não-iôni-
cos e proteínas. 
Se inativa por dilui-
ção e filtração. 
Etanol (Álcool etílico) Bactérias e fun-
gos 
Ácido 10 Pode ser inativado 
por agentes não iôni-
cos. 
O álcool a 95% é in-
compatível com 
goma arábica, albu-
mina, cloretos, ácido 
crômico e perman-
ganato. 
Fenoxietanol 
(Phenoxetol®, 
Chemynol® F) 
 
Nota: É comerciali-
zado tb. na forma de 
misturas com parabe-
nos. 
Bactérias Gram 
negativas 
Ativo contra 
Pseudomonas 
em altas con-
centrações 
Ampla faixa de 
pH 
0,5 a 2 Se inativa por dilui-
ção e uso de agen-
tes emulsificantes 
não-iônicos tal como 
o Tween 80 
Glutaraldeído 
(Glutaral®, Ucar-
cide® 250) 
Para produtos rinse 
off ( são enxaguados 
e que não permane-
cem em contato pro-
longado com a pele) 
Bactericida 
muito efetivo 
frente bactérias 
Gram + e Gram - 
Biocida de am-
pla eficácia 
3,0 – 9,0 0,01 – 0,1 Estável em tempera-
turas abaixo de 38o 
C. a presença de 
amônia, aminas pri-
márias ou proteínas 
na formulação pode 
reduzir sua eficácia. 
Imidazolidinil Uréia 
(Germall ®115) 
Bactérias Gram-
+ e Gram -, in-
cluindo Pseudo-
monas 
3,0 –3,9 0,1 – 0,5 Se decompõe em 
temperaturas acima 
de 160o C. 
É compatível com a 
maioria dos ingredi-
entes cosméticos. 
Se inativa por dilui-
ção. 
Metil cloro isotiazoli-
nona e metil isotiazo-
linona 
(Kathon® CG) 
Ativo contra bac-
térias, fungos e 
leveduras 
4,0 – 8,0 0,035 – 0,15 Inativado em pH alto 
(> 8,0) por aminas, 
sulfitos e mercapta-
nos. 
 
Conservante Espectro anti-
microbiano 
pH ótimo Concentração 
usual (%) 
Incompatibilidades 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 28 
Parabenos 
Metilparabeno (Nipa-
gin®) 
Propilparabeno (Ni-
pasol®) 
Etilparabeno (Nipa-
gin® A) 
Butilparabeno (Nipa-
butil®, Chemynol B) 
Ativo contra bac-
térias Gram +, 
fungos e leve-
dura. 
 
Não apresentam 
boa atividade 
contra bactérias 
Gram - . 
3,0 – 9,5 Metilparabeno: 
0,02 –0,3 
Propilparabeno: 
0,02 a 0,1 
Etilparabeno: 
0,05 –0,1 
Butilparabeno: 
0,01 – 0,1 
Normalmente 
são utilizados 
na forma de as-
sociações 
Sua ativade se reduz 
na presença de ten-
sioativos aniônicos, 
não iônicos, metilce-
lulose, gelatina e 
proteínas. São in-
compatíveis com ál-
calis e sais de ferro. 
Se inativam por dilui-
ção e uso de tensio-
ativos não iônicos tal 
como o tween 80. 
Quaternium 15 
(Dowicill® 200) 
Efetivo contra 
bactérias Gram 
positivas e ne-
gativas, inclu-
indo Pseudomo-
nas. 
4,0 - 10 0,02 – 0,3 Se inativa por dilui-
ção e filtração. 
 
Triclosan 
(Irgasan® DP-300) 
Ativo contra bac-
térias e fungos 
4,0 – 8,0 0,1 – 0,3 Neutralizado por 
Tween e Lecitina 
Formaldeído Fungos e bacté-
rias Gram+ e 
Gram- 
3,0 a 10,0 0,02 a 0,2 
Proibido o uso 
em prepara-
ções na forma 
de aerossóis. 
Amoníaco, álcalis, 
água oxigenada, 
proteínas, iodo, per-
manganato de po-
tássio, taninos, ferro 
e sais de metais pe-
sados. 
Misturas (Blends) de conservantes 
Conservante Espectro 
antimicrobiano 
pH ótimo Concentra-
ção usual 
(%) 
Incompatibili-
dades 
Butilparabeno + Etilpara-
beno + Metilparabeno + 
Propilparabeno + Fenoxie-
tanol 
(Chemynol®, Phenonip®, 
Phenova®, Uniphen) 
Amplo espectro 
Abrange fungos, leve-
duras, bactérias Gram + 
e Gram --, com boa ati-
vidade contra Pseudo-
monas 
3,0 – 8,0 0,2 – 0,8 Idem parabenos 
e fenoxietanol 
Propileno glicol + diazoli-
dinil uréia + metilparabeno 
+ Propilparabeno 
(Germaben® II 
Efetivo contra bactérias 
Gram +, Gram - e contra 
bolores e leveduras. 
........ 0,25 – 1,0 Compatível com 
a maioria dos in-
gredientes das 
formulações 
cosméticas tais 
como proteínas, 
tensioativos. 
DMDM hidantoína + Iodo-
propinil butilcarbamato 
(Glydant Plus®) 
Ativo contra bactérias, 
bolores e leveduras 
Estável 
em ampla 
faixa de pH 
0,05 –0,15 ........................ 
Isopropilparabeno + 
Isobutilparabeno + Butil-
parabeno 
(Liquapar Oil®) 
Amplo espectro contra 
bactérias Gram+, Gram 
-, bolores e leveduras 
4,0 – 8,0 0,3 – 0,6 Ligeiramente 
inativado por 
agentes tensio-
ativos não iôni-
cos. 
 
 
Misturas (Blends) de conservantes 
Conservante Espectro 
antimicrobiano 
pH ótimo Concentra-
ção usual 
(%) 
Incompatibili-
dades 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 29 
Metil cloro-isotiazolinona e 
metil isotiazolinona 
(Isocil PC 1,5%, Zonen MI) 
Amplo espectro micro-
bicida 
3,0 - 9,0 0,05 – 0,1 Substâncias al-
calinas, aminas 
e sulfitos 
2-fenoxietanol e p-cloro 
metoxifenol 
(Emercide® 1199) 
Amplo Ampla 
faixa 
0,3 – 0,5 Pode ser ligeira-
mente inativado 
por tensioativos 
catiônicos e 
não-iônicos 
 
Nota: Agentes antioxidantes tais como o metabissulfito de sódio, ácido ascórbico (vitamina C), o BHT e o BHA promovem 
o rebaixamento do potencial de oxi-redução, diminuindo a velocidade de crescimento de microorganismos aeróbios e de 
anaeróbios facultativos. Dessa forma, atua sinergicamente ao sistema conservante. O EDTA devido sua propriedade 
quelante também potencializa a ação preservante, removendo íons bivalentes necessários à estabilidade da parede celu-
lar dos microorganismos. Portanto, a associação destas substâncias com conservantes aumenta a eficácia preservante. 
 
É importante considerar que a conservação de preparações cosméticas e bases galê-
nicas dependerá da escolha adequada do sistema conservante. A eficácia do sistema conser-
vante dependerá do espectro de atividade antimicrobiano do conservante escolhido, da faixa 
de pH da formulação, compatibilidade com outros ingredientes da formulação e de fatores de-
pendentes da técnica de preparo (ex. temperatura).A utilização de um sistema conservante contemplando a associação de conservantes 
eficazes contra fungos e bactérias gram positivas e gram negativas (ex. parabenos + imidazo-
lidiniluréia; parabenos + fenoxietanol; parabenos + Bronopol) corretamente formulados seria 
mais eficaz do que a utilização de um único sistema conservante formado por exemplo somente 
pelos tradicionais parabenos (metilparabeno e propilparabeno). Os parabenos são bons con-
servantes porém são mais ativos contra bolores e leveduras e também contra bactérias Gram 
positivas, não sendo eficazes contra bactérias Gram negativas, incluindo contra a Pseudomo-
nas. 
 
 
5.3.5 Edulcorantes 
Um grande número de agentes são utilizados como edulcorantes, incluindo a sacarose, 
glicose, xarope de milho, sorbitol, manitol e outros açúcares. Normalmente estes açúcares são 
empregados em grandes concentrações, influenciando na viscosidade do veículo e podendo 
retardar a velocidade de dissolução de algumas drogas. Edulcorantes não-calóricos (ex. saca-
rina, aspartame) também podem ser empregados, com a vantagem de apresentarem poder 
adoçante muito maior do que os açúcares. 
 
 
Principais edulcorantes empregados em formulações orais 
Edulcorante Concentra-
ção usual 
Solubilidade *Poder 
adoçante 
pH estabi-
lidade 
Incompatibili-dade 
/ Segurança 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 30 
( % ) 
Sacarose Até 85 Água, álcool 1,0X ...... 
Metais pesados po-
dem conduzir a in-
compatibilidade 
com ativos (vit.C) 
Sorbitol 20 – 70 Água 0,5 – 0,7 
X 
....... 
Íons metálicos di e 
trivalentes em con-
dições extrema-
mente ácidas ou al-
calinas. 
Manitol 7 Água (1:5,5) 
Álcool (1:83) 
Glicerina 
(1:18) 
0,5 – 0,7 
X 
Promove 
sensação 
refres-
cante. 
....... 
Forma complexos 
com alguns metais 
(Fe, Al, Cu). Solu-
ções >20% podem 
precipitar com 
NaCl, KCl e em 
contato com plás-
tico. 
Sacarina só-
dica 
0,04 – 0,6 Água (1:1,2) 300 X > 2,0 Altas temperaturas 
(>125C) 
Esteviosídeo 0,1 – 0,5 Muito solúvel 
em água. 
300 X ........... ............... 
Aspartame** 0,1 – 0,5 Água (1:100) 180 X 2,0-5,0 Altas temperaturas. 
Ciclamato só-
dio 
0,17 Água (1: 5) 30 X Estável em 
ampla faixa 
de pH. 
........ 
Ciclamato de 
cálcio 
0,17 Facilmente so-
lúvel em água, 
praticamente 
insolúvel em 
etanol. 
30 X Estável em 
ampla faixa 
de pH. 
........ 
 
 
 
 
 
 
 
Edulcorante Concentra-
ção usual 
( % ) 
Solubilidade *Poder 
adoçante 
pH estabilidade Incompatibili-
dade / Segu-
rança 
Dextrose ...... Solúvel em 
água (1:1), so-
0,65X ........ Incompatível 
com cianocoba-
lamina, sulfato 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 31 
lúvel em glice-
rina, solúvel 
em etanol 
(1:60) 
de kanamicina, 
varfarina só-
dica, novobio-
cina sódica. De-
composição de 
vit. Do com-
plexo B pode 
ocorrer com a 
dextrose aque-
cida.Pode reagir 
com aminas 
(Reação de 
Maillard), ami-
das, aminoáci-
dos, péptides e 
proteínas. Pode 
sofre decompo-
sição com álca-
lis fortes. 
Xarope de mi-
lho 
(Glicose lí-
quida, Karo) 
20 – 60 Miscível com 
água; parcial-
mente miscível 
com etanol. 
...... ........ Utilizado como 
veículo de for-
mulaçõe farma-
cêuticas (ex. ve-
ículo de solu-
ções orais e xa-
ropes). Pode 
ser consumido 
por diabéticos. 
Acesulfame de 
K*** 
0,3 – 0,5 Água (1:3,7) 180-200 X (pH ácido) Boa estabili-
dade ao calor . 
Sinergismo 
edulcorante 
com ciclamato 
sódico e aspar-
tame. 
Sucralose**** 
0,03 – 0,24 
(alimentos) 
Concentra-
ções maiores 
podem ser 
eventual-
mente utiliza-
das na edul-
coração de 
medicamen-
tos. 
 
Facilmente so-
lúvel em etanol 
(95%), metanol 
e água. 
300 –
1000X 
Estável em pH 
neutro e ácido 
(entre 2,0 – 8,0.) 
pH ótimo: 
5,0 – 6,0 
Temperatura: 
estável na faixa 
de -18o a +210o 
C. 
 
 
 
 
Edulcorante Concentra-
ção usual 
( % ) 
Solubilidade *Poder 
adoçante 
pH estabilidade Incompatibili-
dade / Segu-
rança 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 32 
Maltitol solu-
ção 
(derivado hi-
drogenado e 
hidrolisado de 
amido, Lyca-
sin80/55) 
Até 100 
Utilizado so-
zinho ou em 
combinação 
com outros 
excipientes 
Água, glice-
rina, propileno-
glicol. Miscível 
com etanol. 
0,75 X 3,0 a 9,0 Baixo índice gli-
cêmico. Con-
sumo por diabé-
ticos com super-
visão. > 50g/dia 
pode causar fla-
tulência e diar-
réia. 
Xilitol ........ Água (1:1,6) 
Álcool (1:80) 
propilenoglicol 
(1:15) 
1,0X ......... Incompatível 
com agentes 
oxidantes. 
O xilitol tem o ín-
dice glicêmico 
muito baixo e é 
metabolizado 
independente-
mente da insu-
lina. É conside-
rado seguro 
para diabéticos. 
Frutose 45 – 99,5 Água (1:0,3) 1,17X 
...... Ácidos e bases 
fortes. Na forma 
aldeídica, reage 
com aminas, aa, 
péptides e pro-
teínas (colora-
ção marrom). 
Estabilidade ao 
calor até 70C. 
Propriedade 
evidenciadora 
do sabor. 
Limitação de 
dose para dia-
béticos até o 
máx. de 
25g/dia. 
Adaptado: Allen Jr., 2002; Rowe et al. , 2003; Thompson, 2004. 
*Poder adoçante comparado à sacarose. 
** O aspartame é uma combinação de dois aminoácidos, o ácido L-aspártico e a L-fenilalanina em sua forma de metil 
éster. Devido ao fato de conter a fenilalanina, o aspartame não deve ser utilizada por fenilcetonúricos (inabilidade de 
metabolizar a fenilalanina). 
*** O acesulfame de K é sintetizado a partir do éster terci-butil do ácido acetoacético e o isocianato fluorosulfonil. Apre-
senta efeito edulcorante sinérgico com aspartame e ciclamato sódico. 
**** A sucralose é um edulcorante sintético de baixa caloria, derivado clorado da sacarose. A sucralose é obtida pela 
substituição seletiva de três grupos hidroxilas da sacarose pelo cloro. 
 
6. Caracterização dos excipientes 
 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 33 
 As matérias primas, assim como os ativos, devem ser submetidas à ensaios preconiza-
dos em compêndios oficiais, devendo encontrar-se em conformidade com as especificações 
para terem seu uso liberado. De modo geral, e de acordo com a matéria prima a ser analisada, 
os seguintes ensaios podem ser realizados: identificação, aparência da solução, rotação espe-
cífica, acidez ou alcalinidade, perda por dessecação, resíduo de ignição, determinação do 
ponto de fusão, determinação do ponto de ebulição, pesquisa de íons (ensaios limite de fosfato, 
sulfato, cloreto, metais pesados, ferro e arsênio), determinação da faixa de pH, conteúdo de 
umidade, presença de impurezas voláteis, presença de açúcares redutores, viscosidade, teor, 
gravidade específica, índice de refração, presença de pirogênios e controle microbiano. 
 Além dos ensaios farmacopéicos citados acima, os pós, por exemplo, podem ter deter-
minadas suas características de compressão, fluxo, densidade, densidade aparente, distribui-
ção do tamanho das partículas, área superficial das partículas e solubilidade. 
As propriedades físicas e físico-químicas das matérias primas podem ser estabelecidas 
através de ensaios físicos simples, tais como, espectrofotometria no ultravioleta, espectrofoto-
metria no infra-vermelho, análisestitrimétricas, ponto de fusão, dentre outras. Ainda, podem 
ser feitos ensaios de funcionalidade e outros capazes de determinar propriedades biofarma-
cêuticas. Os métodos de extração e síntese de MP têm considerável influência nas proprieda-
des do material final. 
 A partir das técnicas analíticas modernas, de alta resolução, podem ser avaliadas: 
Estrutura molecular e prováveis interações químicas IR e RMN 
Estabilidade, compatibilidade, grau de cristalinidade 
e transição de fase DSC, TGA (calor) 
Estrutura do cristal ou pó difração de raio-X 
Higroscopia e formação de hidratos absorção isotérmica 
 IR = espectro de absorção na região do infravermelho; 
 RMN = ressonância magnética nuclear; 
 DSC = calorimetria exploratória diferencial; 
 TGA = análise termogravimétrica. 
 
 Contudo, devido à razões óbvias de custo e tempo, durante a fase de pré-formulação, 
são indispensáveis informações, de acordo com a FF a ser preparada, 
sobre a estrutura, estado cristalino, composição, granulometria, área superficial, densidade, 
densidade aparente e pureza do excipiente. Ensaios mais criteriosos devem ser adotados 
quando se necessita de informações mais detalhadas sobre o comportamento reológico e me-
cânico das partículas, bem como a respeito das prováveis interações químicas e incompatibi-
lidades. 
 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
 34 
 
7. Desenvolvimento de novos excipientes 
 
 Do ponto de vista econômico, novos excipientes podem ser produzidos a partir daque-
les já existentes, após modificações de algumas propriedades físicas das mesmas, tais como 
tamanho da partícula (micronização), tipo e grau de cristalização (anidro, mohidratado, bihidra-
tado, dentre outros). 
 
Amido  polissacarídeo de origem vegetal, extraído de cereais, constituído de amilose e ami-
lopectina. A porcentagem de cada constituinte pode variar de acordo com a fonte de extração: 
milho, batata, mandioca. O amido pode sofrer modificações físicas e/ou químicas como a pré-
gelatinização e a reticulação. Podem ser encontrados no mercado o Starch 1500 (amido par-
cialmente pré-gelatinizado - 20%), Lycatab PGS (completamente pré-gelatinizado) e Pregeflo-
CH (modificações físicas e químicas). Todos estes podem ser empregados para preparo de 
comprimidos por compressão direta 
 
Lactose  amplamente utilizada como diluente, é um dissacarídeo (glicose - galactose) pre-
sente no leite, em concentração de, aproximadamente, 5%. Na forma de -lactose monohidra-
tada, apresenta conteúdo de umidade de cerca de 5%, sendo estável à atmosfera e, não hi-
groscópica. Pode ser desidratada através do uso de solventes ou de aquecimento. A -lactose 
anidra obtida, apresenta a tendência de reconverter-se à forma monohidratada quando exposta 
à umidade. A -lactose anidra pode ser obtida a partir de uma solução concentrada de -lac-
tose em temperaturas superiores a 93,5C sendo, essencialmente, não higroscópica. Segundo 
definição encontrada na USP/NF, a lactose anidra é a -lactose anidra ou uma mistura de  e 
-lactose anidras, com umidade inferior a 1%. A -lactose encontrada no mercado contém uma 
mistura de 70% de -lactose e 30 % de -lactose. 
 A lactose natural pode ser facilmente modificada, química e fisicamente. Por muitos 
anos, somente a -lactose monohidratada esteve presente no mercado e, devido a sua baixa 
capacidade em fluir livremente, suas características de compressão são melhores que a da 
forma anidra. Na década de 70, foi desenvolvida a lactose spray-dried, sendo considerado o 
primeiro excipiente desenvolvido, especificamente, para sofrer compressão direta, revolucio-
nando a preparação de comprimidos por este processo. A lactose amorfa obtida por spray-
dried, melhora a compactabilidade dos pós e a força tênsil dos comprimidos, a medida que seu 
conteúdo na mistura é aumentado. Isto pode ser explicado como conseqüência do aumento na 
deformabilidade do material devido a ação plastificante da água e ao aumento da área de con-
tato entre as partículas, por causa da variação entre as forças ligantes entre elas. 
 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
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Celulose  é empregada como excipiente farmacêutico desde os anos de 1950, quando o 
Solka-flock foi colocado no mercado. Apresenta-se como um pó fino que pode ser usado como 
diluente e desagregante. Contudo, possui características pobres de fluxo e compactação, 
sendo pouco indicada para o processo de compressão direta. A celulose pulverizada pode ser 
obtida por purificação e redução da -celulose, com grau de cristalinidade entre 15 e 45%. 
Dentre os inúmeros tipos de celulose disponíveis no mercado, pode ser citada a Elcema, 
encontrada como pó micronizado ou granulado de diversos tamanhos. 
 Na tentativa de melhorar as características da celulose, várias modificações foram fei-
tas. Dentre elas, aquela que levou à obtenção da celulose microcristalina (MCC), na qual parte 
da -celulose sofre despolimerização por hidrólise ácida para remoção das frações amorfas de 
celulose, produzindo partículas microcristalizadas. Para obter um pó deformável, a celulose é 
lavada, desintegrada em pequenos fragmentos e sofre o processo de spray-dried. A celulose 
microcristalina caracteriza-se por sua alta cristalinidade (60-80%) e baixo PM. O grau de cris-
talinidade é importante devido à influência em várias propriedades incluindo compactação e 
absorção de água interferindo, diretamente, no fluxo e na estabilidade do produto acabado. A 
composição química e a estrutura da MCC irão depender da MP empregada e das condições 
de produção. Como conseqüência, vários tipos de MCC encontram-se disponíveis no mercado 
com diferentes granulometria, cristalinidade, morfologia e conteúdo de água e, consequente-
mente, com diferentes parâmetros funcionais e aplicação. 
 O primeiro tipo comercializado foi o Avicel, nos anos de 1960. Hoje em dia, continua 
sendo um dos excipientes mais empregados na preparação de FF sólidas. Apresenta excelen-
tes características de fluxo e compactação, podendo ser usado para compressão direta, elimi-
nando a necessidade da adição de agente lubrificante na formulação. Sua excelente ação 
como agregante é decorrente da formação de ligações de H entre as cadeias adjacentes, ori-
ginando estrutura cristalina peculiar que facilita um mecanismo natural de interação e reticula-
ção. Quando MCC é utilizada, baixas forças de compressão são suficientes para produzir com-
pactação adequada, resistente e com baixa friabilidade. Após compactação, as partículas po-
dem sofrer deformação plástica (comportamento macio) e aglomeram-se formando ligações 
de H entre as moléculas adjacentes, oferecendo ao sistema, uma compactação resistente e 
particular. Contudo, esta capacidade de compactação é menor que a do amido, sofrendo de-
sagregação rapidamente. Pode ser empregada como diluente, desagregante e agente de es-
feronização na produção de pellets. Quando comparada com outros excipientes, a MCC apre-
senta alto custo. Pode, portanto, ser usada em combinação com outras MP, mais baratas: 
lactose, amido, manitol, dentre outros. 
 
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
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Ciclodextrinas  são exemplos de excipientes conhecidos desde 1890 que, contudo, têm 
sido recolocadas, recentemente no mercado, como agentes complexantes de ativos, na tenta-
tiva de melhorar

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