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Direito Civil II - Negócio Jurídico - Espécies de Condição

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Direito Civil II
1. ESPÉCIES DE CONDIÇÃO
1.1. QUANTO AOS EFEITOS
Condição Suspensiva: suspende o negócio jurídico até a realização do evento futuro e incerto a que se condiciona. A condição suspensiva impede que o negócio jurídico produza efeitos desde o momento de sua celebração (Art. 332). Em estando pendente a condição suspensiva, não se terá direito adquirido, mas, expectativa de direito ou direito eventual. Só se adquire direito após se cumprir a condição (Art. 125). 
Ex.: Um pai promete dar um carro a seu filho caso ele passe em Direito. O filho somente terá direito ao carro mediante aprovação no vestibular de Direito.
Condição Resolutiva: encerra o negócio jurídico em esta sendo verificada. A aquisição do direito ocorre desde a formação do negócio, que produzirá todos os efeitos conquanto a condição não se verificar (Art. 127).
1.2. QUANTO À LICITUDE
Condição Lícita: é a condição que está de acordo com o ordenamento jurídico (Art. 122) e, por consequência, é válida;
Condição Ilícita: é aquela contrária ao ordenamento jurídico, sendo considerada inválida, gerando nulidade do negócio (Art. 123, II).
1.3. QUANTO À POSSIBILIDADE
Condição Possível: é a condição que pode ser cumprida tanto do ponto de vista físico como jurídico. A possibilidade física será avaliada pelas leis da natureza, já a possibilidade jurídica terá por base o ordenamento jurídico. As condições possíveis são válidas.
Condição Impossível: conditio impossibilis é aquela que não pode ser cumprida. Pode ser impossível fisicamente ou juridicamente. As condições impossíveis podem ou não tornar um negócio jurídico nulo. Para que o negócio jurídico seja considerado nulo, a condição impossível deve ser suspensiva (Art. 123, I). Em sendo resolutiva, a condição torna-se inexistente e o negócio, válido (Art. 124).
1.4. QUANTO À NATUREZA OU FONTE
Condição Casual: é a condição que se fundamenta em um evento alheio à vontade das partes. Depende do acaso e do fortuito, sem a possibilidade de intervenção dos interessados. Ex.: doar um guarda-chuva a alguém, caso chova amanhã.
Condição Potestativa: é aquela que depende da vontade de uma das partes, a qual provoca ou impede seu implemento. Subdivide-se em:
Puramente Potestativa: é a condição que subordina a eficácia do negócio jurídico ao arbítrio de uma das partes (normalmente, o proponente). Como o implemento da condição depende da vontade da própria pessoa que a impôs, consagrando a cláusula “si voluero” (se me aprouver), são consideradas ilícitas, e anulam o negócio jurídico (Art. 122). Ex.: Se EU quiser que você ganhe, você ganhará;
Simplesmente ou Meramente Potestativa: é a condição cujo implemento depende da vontade intercalada de ambas as partes, e são consideradas lícitas. Ex.: Se VOCÊ fizer tal coisa, você ganhará;
Condição Mista: é a condição que depende, ao mesmo tempo, da vontade de uma das partes, e de um ato que não dependa da vontade de ambas (depende do acaso, do fortuito, ou da vontade de um terceiro). São válidas desde que resultem da combinação de uma condição casual com outra simplesmente potestativa. Ex.: prometo te dar um carro se você passar no vestibular para direito e não chover.
1.5. DIFERENÇA ENTRE PURAMENTE POTESTATIVA E SIMPLESMENTE POTESTATIVA
Na condição puramente potestativa há o arbítrio que favorece apenas a parte proponente (um ganha, outro perde). Já na simplesmente potestativa, ambas as partes serão favorecidas pois a vontade de ambas é intercalada (ambos ganham).
George F Richardson
2016

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