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Diante desse cenário de busca por uma identidade, é importante destacarmos para você um significativo embate entre duas grandes matrizes que buscaram compreender a área a partir de suas bases epistemológicas e ideológicas: uma vertente/matriz que compreendia a Educação Física como ciência, ou seja, como área de conhecimento científico básico ou aplicado, e a outra vertente que defendia a área com sendo uma prática pedagógica, ou seja, uma prática social de intervenção. Com principal representante da vertente científica da área, O professor Go Tani propôs a Cinesiologia enquanto estrutura organizacional e ideológica da Educação Física no Brasil, tomando como referência O movimento disciplinar ocorrido na Educação Física nos Estados Unidos a partir dos anos de 1964. A proposta organizacional de Tani estava estruturada de modo hierárquico, apresentando uma área científica, a Cinesiologia, de natureza básica, e outra profissional, a Educação Física, de natureza aplicada. Assim, a área da Cinesiologia estaria estruturada em três subáreas: Biodinâmica do Movimento Humano, Comportamento Motor e Estudos Socioculturais do Movimento Humano, e essas subáreas estariam voltadas para a produção e O desenvolvimento do conhecimento científico, caracterizando a área como ciência de natureza básica. Já a Educação Física estaria estruturada em duas subáreas: a Pedagogia do Movimento Humano e a Adaptação do Movimento Humano, como áreas de conhecimento aplicado, responsáveis pelos aspectos pedagógicos e profissionais, a integração e a síntese dos conhecimentos produzidos pela dimensão acadêmica (Tani, 1989). Uma das críticas sofridas por esse movimento de criação de uma matriz científica na Educação Física foi de que justamente a incorporação de conhecimentos de outras áreas-mães, de outras disciplinas científicas, levaria a um processo de fragmentação da área, que estaria mais voltada para conhecimentos das áreas-mães, como a Sociologia, Biologia, História, Fisiologia etc., bem como poderia levar à fragmentação da área de conhecimento, pois foco central de interesse não seria objetos da área, mas as disciplinas nas quais estaria fundamentando suas pesquisas.

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