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Adobe Stock, 2021 Auditoria em Áreas e Procedimentos de Alta Complexidade e Alto Custo no Sistema Único de Saúde Tenile Carvalho Coelho 2 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Faculdade Novoeste© Mantida pela Novoeste Educacional LTDA - EPP Direção Geral Prof. Dr. Rodrigo Pereira Coordenação NEAD Esp. Josué Rodrigues dos Anjos Júnior Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Coelho, Tenile Carvalho. C672a Auditoria em Áreas e Procedimentos de Alta Complexidade e Alto Custo no Sistema Único de Saúde / Tenile Carvalho Coelho. -- Campo Grande, MS: Novoeste Educacional, 2021. 66 p.: il. ISBN: 978-65-88049-92-1 1. Auditoria. 2. Sistema de Saúde. 3. Sistema Único de Saúde. I. Coelho, Tenile Carvalho. II. Título. CDD 362.173 3 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Tenile Carvalho Coelho, Cirurgiã-dentista formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, é Mestre em Clínica Odontológica e Especialista em Saúde Pública. Atua como Auditora de Serviços de Saúde na Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, desde 2014. Possui diversos cursos de capacitação nas áreas de Saúde Pública, Avaliação de Serviços de Saúde e Auditoria, entre outros. Possui experiência como docente em cursos de pós-graduação, nível técnico, capacitações e treinamentos na área de saúde. 4 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Sumário Capítulo 1 - Procedimentos Preparatórios para Realizar Auditoria em Procedimentos de Alta Complexidade ................................................................................................................................ 5 1.1 Considerações iniciais ......................................................................................................... 5 1.2 Fase Analítica ..................................................................................................................... 13 1.3 Fase Operativa (in loco) ..................................................................................................... 18 Capítulo 2 - Auditoria em Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade I ..................... 21 2.1 Procedimentos relacionados à Rede de Assistência ao Paciente Oncológico .................. 21 Capítulo 3 - Auditoria em Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade II .................... 30 3.1 Procedimentos relacionados à Rede de Assistência ao Paciente Portador de Doença Renal Crônica........................................................................................................................... 30 Capítulo 4 - Auditoria em Procedimentos Hospitalares de Alta Complexidade I ....................... 39 4.1 Procedimentos relacionados à Cardiologia ....................................................................... 39 Capítulo 5 - Auditoria em Procedimentos Hospitalares de Alta Complexidade II ...................... 49 5.1 Procedimentos relacionados à Traumatologia e Ortopedia ............................................. 49 Referências .................................................................................................................................. 64 5 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Capítulo 1 - Procedimentos Preparatórios para Realizar Auditoria em Procedimentos de Alta Complexidade O direito à saúde contemplado na Constituição Federal de 1988 efetiva-se também pela rede de serviços públicos da assistência ofertada aos cidadãos, organizados conforme a hierarquização e complexidade. Portanto, o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá ser realizado de maneira integral e resolutiva, respeitando as necessidades de cada caso, em fluxo gradual, da atenção básica, preferencialmente até os serviços de média e alta complexidade. Nos próximos capítulos, as divisões em Procedimentos Ambulatoriais e Hospitalares é apenas didática, pois as atividades em Auditoria deverão contemplar tais procedimentos por completo. Além disso é indispensável que a equipe de Auditores busque sempre trabalhar com as normatizações mais atualizadas, conforme as áreas temáticas. 1.1 Considerações iniciais Ao realizar uma atividade de Auditoria, é importante que a equipe designada para tal tarefa tenha clareza em vários conceitos: Auditoria: é o exame sistemático e independente dos fatos pela observação, medição, ensaio ou outras técnicas apropriadas de uma atividade, elemento ou sistema para verificar a adequação aos requisitos preconizados pelas leis e normas vigentes e determinar se as ações e seus resultados estão de acordo com as disposições planejadas. A auditoria, por meio da análise e verificação operativa, possibilita avaliar a qualidade dos processos, sistemas e serviços e a necessidade de melhoria ou de ação preventiva/corretiva/saneadora. Tem como objetivo propiciar ao gestor do SUS informações necessárias ao exercício de um controle efetivo, e contribuir para o planejamento e aperfeiçoamento das ações de saúde (BRASIL, 2011a). As diferenças existentes entre uma “ação preventiva” e “ação corretiva” são evidentes, pois esta é “a eliminação da causa de uma não conformidade evitando sua recorrência”, enquanto aquela se trata da “atuação objetiva sobre uma não conformidade potencial, evitando sua ocorrência” (BRASIL, 2011a). De acordo com o Manual do Ministério da Saúde Auditoria do SUS: orientações básicas: 6 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. O trabalho de auditoria no SUS é extremamente complexo, pois necessita de grande quantidade de informações que precisam ser cuidadosamente extraídas, trabalhadas e interpretadas, pois muitos interesses e responsabilidades estão em foco quando se audita a saúde (BRASIL, 2011a). A atividade de Auditoria, quando bem realizada, permitirá: • Aferir a preservação dos padrões estabelecidos e proceder ao levantamento de dados que permitam conhecer a qualidade, a quantidade, os custos e os gastos da atenção à saúde; • Avaliar os elementos componentes dos processos da instituição, serviço ou sistema auditado, objetivando a melhoria dos procedimentos, por meio da detecção de desvios dos padrões estabelecidos; • Avaliar a qualidade, a propriedade e a efetividade dos serviços de saúde prestados à população, visando à melhoria progressiva da assistência à saúde; • Produzir informações para subsidiar o planejamento das ações que contribuam para o aperfeiçoamento do SUS e para a satisfação do usuário. O cumprimento de suas finalidades far-se-á por intermédio do desenvolvimento de atividades de auditoria, objetivando: • Determinar a conformidade dos elementos de um sistema ou serviço, verificando o cumprimento das normas e requisitos estabelecidos; • Levantar subsídios para a análise crítica da eficáciaaos pacientes, por exemplo, para que a fase operativa seja a mais efetiva possível. A equipe deverá consultar as normativas do Ministério da Saúde, como: Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal (Anexo XXXIII da Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017b) e as normatizações vigentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), cujo atendimento deverá ser integral, para que os serviços sejam habilitados e mantidos em funcionamento. No SCNES constará as informações sobre habilitações, serviços cadastrados, equipamentos, equipe de assistência, etc. A consulta ao SIGTAP poderá ser realizada considerando o “Grupo: 03 – Procedimentos clínicos”; “Subgrupo: 05 - Tratamento em nefrologia” e “Forma de organização: 01 – Tratamento dialítico”, na modalidade ambulatorial, para acessar os atributos dos seguintes procedimentos, por exemplo: 1) 0305010018 - Diálise peritoneal intermitente DPI (1 sessão por semana - excepcionalidade). Cujo instrumento de registro é APAC, como procedimento secundário. Financiado pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensações (FAEC), com valor R$ 121,74. 33 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 2) 0305010026 - Diálise peritoneal intermitente DPI (máximo 2 sessões por semana). Cujo instrumento de registro é APAC, como procedimento principal. Financiado pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensações (FAEC), com valor R$ 121,51. Este procedimento exige CNS; admite APAC de continuidade e exige registro na APAC de dados complementares. 3) 0305010093 - Hemodiálise (máximo 1 sessão por semana - excepcionalidade): consiste na terapia de substituição renal realizada através de circuito de circulação extracorpórea, utilizando-se máquinas de proporção, nas quais a depuração de soluto ocorre por difusão entre o sangue e uma solução de diálise, através de um dialisador sintético. Cujo instrumento de registro é APAC, como procedimento secundário. Financiado pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensações (FAEC), com valor R$ 194.20. 4) 0305010107 - Hemodiálise (máximo 3 sessões por semana): consiste na terapia de substituição renal realizada através de circuito de circulação extracorpórea, utilizando-se máquinas de proporção, nas quais a depuração de soluto ocorre por difusão entre o sangue e uma solução de diálise, através de um dialisador sintético. Cujo instrumento de registro é APAC, como procedimento principal. Financiado pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensações (FAEC), com valor R$ 194.20. Este procedimento exige CNS; admite APAC de continuidade e exige registro na APAC de dados complementares. O Ministério da Saúde, através da publicação “Protocolo de Auditoria nº 34: Doença Renal Crônica - Estágios 4 e 5”, recomenda uma lista de documentos a serem solicitados através do Comunicado de Auditoria (CA) ao gestor estadual da saúde (BRASIL, 2017d): 1) Dados dos gestores no período atual e no período auditado. 2) Plano Plurianual de Saúde Estadual do período auditado. 3) Programação Anual de Saúde do período auditado. 4) Plano Diretor Regional Plurianual. 5) Termo de compromisso assinado entre as gestões, estadual e municipal, para garantir a referência de média e alta complexidade para os pacientes com DRC. 6) Relação dos estabelecimentos de média e alta complexidade da rede de atendimento ao paciente em DRC estágio 4 e 5. 34 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 7) Relação dos estabelecimentos prestadores de apoio diagnóstico, inclusive laboratórios, ao paciente em DRC estágio 4 e 5. 8) Informar qual o critério utilizado para o cálculo da necessidade de aquisição dos medicamentos específicos e o número atualizado de pacientes renais crônicos em diálise estágio 4 e 5. 9) Disponibilizar a programação de aquisição de medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) no período auditado: relatório de monitoramento do armazenamento, estoques e dispensação dos medicamentos; bem como os comprovantes de aquisição dos mesmos. 10) Lista atualizada dos serviços de TRS localizados no estado. 11) Número de máquinas de hemodiálise disponíveis e em uso para o SUS; por serviços e a quantidade de pacientes em tratamento no estágio 4 e 5. 12) Disponibilizar os processos de habilitação dos serviços credenciados como prestadores do tratamento em TRS estágio 4 e 5. 13) Disponibilizar os contratos/convênios (e Termos Aditivos) celebrados entre a gestão estadual e as unidades prestadoras. 14) Disponibilizar lista do total de vagas disponibilizadas para acompanhamento ambulatorial (pré-dialíticos) pelos serviços habilitados. 15) Apresentar documento que registra o fluxo de encaminhamento dos pacientes para as unidades de tratamento (regulação), com referências e contrarreferências dos pacientes com DRC estágios 4 e 5. 16) Apresentar lista com a demanda reprimida e o tempo médio de espera para inclusão de pacientes na rede de TRS. A lista deverá conter: nome completo do paciente, n° do Cartão Nacional de Saúde e data de inclusão no sistema de regulação. 17) Apresentar uma estimativa de pacientes portadores de DRC para os estágios 4 e 5 e os cadastrados para TRS do ano auditado. 18) Disponibilizar cópia dos últimos 2 (dois) anos dos Relatórios da Vigilância Sanitária, conforme as visitas realizadas em cada um dos serviços habilitados e cadastrados no SCNES. 19) Disponibilizar cópia de auditorias de DRC realizadas pelos componentes do SNA e/ou demais órgãos de controle, se realizadas nos últimos 2 (dois) anos. 20) Disponibilizar relação dos pacientes contidos na lista única de transplante renal. 35 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 21) Disponibilizar relação de hospitais habilitados e cadastrados para a realização de transplantes renais. 22) Disponibilizar relação dos laboratórios habilitados e cadastrados para realizar o teste de histocompatibilidade. 23) Disponibilizar relação dos serviços habilitados, cadastrados e contratados para realizar exames e consultas especializados. 24) Disponibilizar relatório que contemple o monitoramento e avaliação dos serviços e assistência prestada aos portadores de DRC estágios 4 e 5, nos últimos 2 (dois) anos. 25) Disponibilizar a relação das unidades de urgência/emergência que são referência para os pacientes que realizam hemodiálise. 26) Informar documento de designação da equipe ou auditor autorizador de APAC. 27) Disponibilizar documentos que comprovem a estrutura e credenciamento da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) na Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes (CGSNT) e autorização que cria a Organização de Procura de Órgãos e Tecidos, com situação do status. Demais documentos que a equipe de auditoria entender serem pertinentes deverão ser solicitados, preferencialmente pelo CA, para que possam ser organizados e disponibilizados sem atrasos, quando a fase operativa for realizada. Ressalta-se que, caso o serviço auditado esteja sob gestão municipal, os documentos serão solicitados ao mesmo. Quanto à Unidade a ser visitada, o referido Protocolo recomenda solicitar pelo CA: 1. Disponibilizar os Contratos/Convênios celebrados entre o Gestor e as Unidades Prestadoras, bem como os Termos Aditivos se houver; 2. Relação nominal dos responsáveis técnicos (médico e enfermeiro) contendo CPF, Registro no Conselho de Classe, endereço residencial e telefone, acompanhado do respectivo documento que comprove aresponsabilidade técnica; 3. Alvará Sanitário (para os serviços de diálise privados) ou Licença de funcionamento (serviços de diálise públicos); 4. Relatórios da Vigilância Sanitária nos dois últimos anos; 5. Demonstrativo da oferta de vagas para consultas em nefrologia para pacientes pré-dialíticos conforme pactuado com o gestor e segundo previsto no Anexo III da PT/GM/MS nº 389/2014; 6. Disponibilizar os laudos de análise da água de abastecimento (potável) do serviço do ano auditado; 7. Disponibilizar os registros das verificações diárias das características organolépticas da água do ano auditado; 8. Disponibilizar os registros da periodicidade da limpeza do reservatório de água potável do ano auditado; 36 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 9. Disponibilizar os laudos de análise da água tratada do ano auditado; 10. Resultado da última análise de água do serviço, (potabilidade – PT/GM/MS nº 2914 de 12/12/2011); 11. Resultado da última análise da água tratada do serviço, análise microbiológica e índices de componentes químicos (Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 11/2014); 12. Registro do controle de limpeza do Reservatório de Água Potável e da Água Tratada; 13. Disponibilizar laudos de análise do dialisato do ano auditado; 14. Informar a composição da estrutura física do serviço; 15. Informar nº de máquinas de hemodiálise em uso e reserva; 16. Disponibilizar documento de contrato de manutenção preventiva, corretiva das máquinas de hemodiálise e demais equipamentos; 17. Informar a lista de profissionais com a respectiva formação e com a carga horária; 18. Escala dos médicos nefrologistas; 19. Escala dos funcionários da enfermagem; 20. Comprovante de título especialista dos médicos nefrologistas e pediatra se houver; 21. Comprovante de especialização em nefrologia dos enfermeiros reconhecido pelo MEC ou pela SOBEN; 22. Nome e comprovante de Registro no CRP do Psicólogo; 23. Nome e comprovante de Registro no CRESS do Assistente Social; 24. Nome e comprovante de Registro no CRN do Nutricionista; 25. Comprovação de capacitação técnica do responsável pelo tratamento da água; 26. Comprovação de educação permanente para funcionários da unidade do período auditado. 27. Comprovação de capacitação técnica do responsável pela manutenção das máquinas e/ou contrato de manutenção (preventiva e corretiva) com empresa especializada; 28. Documento com registros da manutenção e limpeza dos equipamentos de hemodiálise do ano auditado; 29. Informar as listas de pacientes em acompanhamento pré dialítico e em TRS; 30. Disponibilizar documentos que comprovem a vacinação dos funcionários e resultados da soroconversão; 31. Disponibilizar prontuários dos pacientes em hemodiálise definidos na amostra pela equipe de auditoria; 32. Relação nominal dos pacientes do SUS em tratamento no Serviço, com indicação de: modalidade de tratamento, atual via de acesso hemodialítico (fístula ou cateter); 33. Comprovação da existência do Núcleo de Segurança do Paciente e apresentação do Plano de Segurança do Paciente e Relatórios das atividades realizadas do ano auditado; 34. Disponibilizar documento com os resultados dos indicadores de qualidade da atenção dialítica referente ao ano auditado; 37 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 35. Disponibilizar lista de pacientes aptos para transplante e o documento com a relação trimestral de sorologia dos pacientes em hemodiálise em estágio 4 e 5 encaminhado a CNCDO do ano auditado; 36. Relação dos pacientes aptos que estão na lista única de transplante, e data em que os mesmos entraram na fila (BRASIL, 2017d). É importante que a equipe confira o recebimento de cada um dos documentos solicitados logo no início dos trabalhos da fase operativa. Caso algum documento não seja entregue, a justificativa deverá ser realizada em papel timbrado e devidamente assinada. Na fase operativa, a equipe verificará a veracidade das informações fornecidas e realizará o confronto e análise dos dados previamente coletados: tabulação dos procedimentos, cadastro no SCNES, etc. Realizará também visitas domiciliares aos pacientes, para confirmar os atendimentos realizados e grau de satisfação. Verificará também a existência do Controle de Frequência Individual de Tratamento Dialítico (CFID), documento obrigatório para todos os tratamentos de diálise no âmbito do SUS, conforme a Portaria nº 706, de 12 de agosto de 2014 (BRASIL, 2014c): §1 Entende-se como modalidades de tratamento de diálise: a hemodiálise, a diálise peritoneal continua (DPAC), Diálise Peritoneal automática (DPA) e diálise peritoneal intermitente (DPI). [...] Art. 2º O Controle de Frequência Individual de Tratamento Dialítico (CFID) é o documento destinado a comprovar, através da assinatura do paciente ou responsável, a realização mensal dos procedimentos dialíticos e fornecimento de Kits para DPAC/DPA e DPI. Art. 3º O CFID será preenchido em uma só via a ser arquivada no prontuário do paciente, devidamente assinada pelo diretor do estabelecimento de saúde. Art. 4º O faturamento dos tratamentos de diálise através de APAC (Autorização de Procedimentos Ambulatoriais) fica condicionado a conferencia e validação previa pelo órgão gestor do CFID. Parágrafo único. Para a validação de que trata o caput deste artigo o CFID deverá ser avaliado em conjunto com o respectivo Laudo para Solicitação/Autorização de Procedimentos Ambulatoriais. Art. 5º Os estabelecimentos de saúde e órgãos gestores devem manter o CFID arquivado para fins de auditoria dos órgãos de controle competentes, sob pena de ressarcimento dos valores pagos indevidamente. O modelo do CFID consta a seguir: Figura 03 – Ficha Controle de Frequência Individual de Tratamento Dialítico. 38 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Fonte: Portal do SIA, 2020e. 39 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Capítulo 4 - Auditoria em Procedimentos Hospitalares de Alta Complexidade I Neste Capítulo a atividade de Auditoria na área da Cardiologia será abordada com enfoque em procedimentos hospitalares, para efeitos didáticos; entretanto, nos estabelecimentos efetivamente auditados, a equipe analisará também os demais procedimentos: ambulatoriais; inclusive para comprovar a inexistência da cobrança em duplicidade, pois alguns exames realizados na internação do paciente por exemplo, poderão constar na produção ambulatorial. Mais uma vez, destaca-se a necessidade da equipe atuar com zelo e discrição, na manipulação dos prontuários; e, planejar as visitas aos estabelecimentos auditados com membros da equipe com formação na área médica e/ou da enfermagem, com experiência no atendimento clínico aos pacientes. 4.1 Procedimentos relacionados à Cardiologia A Cardiologia pode ser definida como o ramo da medicina que “estuda e trata o aparelho cardiovascular (coração), suas doenças ou enfermidades”. Essa inclui tanto o diagnóstico, como também o tratamento de problemas coração (congênitos), artérias coronarianas, insuficiências cardíacas, valvulopatias e eletrofisiologia (ABC DA SAÚDE, 2020). Além disso, os demais conceitos também são importantes: Arritmias - As arritmias podem ser assintomáticas ou sintomáticas, dependendo da sua intensidade e da situação clínica do portador. Câncer e Coração - A maioria dostumores do coração não tem origem no próprio coração, pois são mais freqüentemente oriundos de tumores à distância (metastáticos). Câncer e Coração - Tumores Primitivos do Coração - Os tumores primários, ou primitivos do coração, isto é os que se originam no coração, são muito raros. [...] Dor no Peito, Angina e Infarto - Entre as dores mais temidas, estão as chamadas dores do coração e, dentre as quais, a angina do peito e o infarto são as que motivam maiores temores por serem as mais conhecidas e consideradas como as de maior probabilidade de serem fatais. [...] Endocardites - A endocardite se localiza preferencialmente nas válvulas do coração, mas pode ser encontrada em qualquer parte do endocárdio, podendo ser classificada em aguda e subaguda. [...] 40 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Fatores de Risco Para Doenças Cardíacas - São condições que predispõem uma pessoa a maior risco de desenvolver doenças do coração e dos vasos. Existem diversos fatores de risco para doenças cardiovasculares, os quais podem ser divididos em imutáveis e mutáveis. Infarto - O Ataque do Coração - Se dá quando o suprimento de sangue a uma parte do músculo cardíaco é reduzido ou cortado totalmente. [...] Insuficiência Cardíaca - O coração é um músculo formado por duas metades, a direita e a esquerda. Quando uma dessas cavidades falha como bomba, não sendo capaz de enviar adiante todo o sangue que recebe, falamos que há insuficiência cardíaca (ABC DA SAÚDE, 2020). O Anexo XXXI da Portaria de Consolidação Nº 2, de 28 de setembro de 2017, contempla a Política Nacional de Atenção Cardiovascular de Alta Complexidade, com organização e implantação de Redes Estaduais e/ou Regionais de Atenção em Alta Complexidade Cardiovascular; nas quais constam serviços de assistência dessa especialidade, em Unidades de Assistência ou Centros de Referência, ambos habilitados em Alta Complexidade Cardiovascular (BRASIL, 2017b). Art. 3º As Unidades de Assistência em Alta Complexidade Cardiovascular e os Centros de Referência em Alta Complexidade Cardiovascular deverão oferecer condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à prestação de assistência especializada a portadores de patologias cardiovasculares e desenvolver forte articulação e integração com o sistema local e regional de atenção à saúde, incluindo, na sua solicitação de credenciamento, os critérios da Política Nacional de Humanização. (Origem: PRT MS/GM 1169/2004, Art. 3º). Parágrafo Único. As aptidões e atribuições dos serviços de assistência de Alta Complexidade Cardiovascular situados em Unidades de Assistência em Alta Complexidade Cardiovascular e nos Centros de Referência em Alta Complexidade Cardiovascular serão regulamentadas pela Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS) em portaria específica. (Origem: PRT MS/GM 1169/2004, Art. 3º, Parágrafo Único). [...] Art. 6º Ficam instituídos os seguintes instrumentos de gestão: (Origem: PRT MS/GM 1169/2004, Art. 6º): I - avaliação da qualidade das Unidades cadastradas e das Normas de Acompanhamento de Procedimentos de Alta Complexidade; e (Origem: PRT MS/GM 1169/2004, Art. 6º, I). II - formulários de registros de preenchimento obrigatório: "Registro Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular", "Registro Brasileiro de Marcapasso, Desfibrilador e Ressincronizador Cardíacos", "Registro Brasileiro de Cirurgia Vascular", "Registro Brasileiro de Procedimentos da Cardiologia Intervencionista", "Registro Brasileiro de Procedimentos Endovasculares Extracardíacos" e "Registro Brasileiro de Procedimentos em Eletrofisiologia". (Origem: PRT MS/GM 1169/2004, Art. 6º, II). (BRASIL, 2017b, grifos nossos). 41 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. As atividades de Auditoria com essa temática precisarão estar alinhadas com as diretrizes vigentes. Na Fase Analítica a equipe consultará os sistemas de informações para coletar as informações que permitam traçar o perfil assistencial do estabelecimento; para confrontar com a situação encontrada in loco, posteriormente. No SCNES será possível identificar: instalações físicas, equipamentos, profissionais cadastrados (com suas especialidades), habilitações, etc. É indispensável identificar os procedimentos mais frequentes e de maior valor, para posterior verificação nos prontuários. Figura 04 - Relatório de Frequência de Procedimentos das AIHs Pagas (Tabwin). Fonte: BRASIL, 2016c. Na Fase Operativa, os instrumentos de gestão, já descritos na referida Política Nacional, deverão ser analisados minuciosamente, como o Registro Brasileiro de Marcapasso, Desfibrilador e Ressincronizador Cardíacos, Registro Brasileiro de Cirurgia Vascular, Registro Brasileiro de Procedimentos da Cardiologia Intervencionista, Registro Brasileiro de Procedimentos Endovasculares Extracardíacos e Registro Brasileiro de Procedimentos em Eletrofisiologia (BRASIL, 2017b). A equipe deverá considerar as disposições da Portaria n. 1.846, de 21 de novembro 2018, que atualizou critérios para habilitação de hospitais como Centro de Referência em Alta Complexidade Cardiovascular no âmbito do SUS. Analisar os documentos e publicações do credenciamento e habilitação dos estabelecimentos que prestam a assistência em Alta Complexidade Cardiovascular; Verificar os protocolos de regulação das vagas ofertadas, incluindo os exames diagnósticos, com Relatórios Gerencias de “filas de espera”; fluxos assistenciais; mecanismos de referência e contrarreferência dos pacientes. 42 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Todos os procedimentos de Alta Complexidade discriminados na Portaria n. 1.846, de 21 de novembro 2018, devem atender às normatizações de prévia autorização dos gestores locais, portanto, na verificação dos prontuários in loco, a equipe de Auditoria deverá atuar com o devido rigor (os procedimentos caracterizados como urgência e emergência não têm essa exigência, entretanto, deverão ser verificados para confirmação). Para ser habilitado como Centro de Referência em Alta Complexidade Cardiovascular, o estabelecimento de saúde precisa: Apresentar pelo menos 4 (quatro) serviços da Alta Complexidade, sendo compulsória a habilitação com o Serviço de Laboratório de Eletrofisiologia; Apresentar produção de pelo menos o número mínimo de procedimentos por serviço habilitado preconizado nas Portarias nº 210/SAS/MS, de 15 de junho de 2004, e nº 123/SAS/MS, de 28 de fevereiro de 2005, nos últimos dois anos consecutivos; Possuir Programa de Residência Médica reconhecido pelo Ministério da Educação em Cardiologia ou Cirurgia Cardiovascular; Possuir coordenação ou diretoria de ensino e pesquisa com registro dos projetos desenvolvidos na instituição; e Estar inserido em programas de qualidade e acreditação, em processo ou finalizado (BRASIL, 2018). É necessário requerer os instrumentos de monitoramento do desempenho de tais estabelecimentos, realizados anualmente pelo Ministério da Saúde. Destaca-se também a Portaria n° 210, de 15 de junho de 2004, que determina: Art. 5º - Definir que as Unidades de Assistência em Alta Complexidade Cardiovascular poderão prestar atendimento nos serviços abaixo descritos. I. Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Cardiovascular; II. Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Cardiovascular Pediátrica; III. Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Vascular; IV. Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Procedimentosda Cardiologia Intervencionista; V. Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Procedimentos Endovasculares Extracardíacos; VI. Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Laboratório de Eletrofisiologia. Parágrafo Único - Para fins de credenciamento, as Unidades de Assistência de Alta Complexidade Cardiovascular deverão oferecer, obrigatoriamente: a) Ambulatório Geral de Cardiologia para pacientes externos; b) No mínimo, um dos seguintes conjuntos de serviços: 43 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. - Cirurgia Cardiovascular e Procedimentos em Cardiologia Intervencionista; - Cirurgia Cardiovascular Pediátrica; - Cirurgia Vascular; - Cirurgia Vascular e Procedimentos Endovasculares Extracardíacos; - Laboratório de Eletrofisiologia, Cirurgia Cardiovascular e Procedimentos de Cardiologia Intervencionista. c) Execução de todos os procedimentos listados, de média e alta complexidade, para cada grupo de serviços a que venha atender, bem como a pacientes externos; d) Acompanhamento ambulatorial pré-operatório e pós-operatório continuado e específico; e) Atendimento de Urgência/Emergência referida em cardiologia, nos serviços a que venha a executar. Art. 6º - Estabelecer que os procedimentos considerados de Alto Custo (Anexo III) serão realizados pelos Centros de Referência habilitados. §1º - Para que os Centros de Referência realizem os procedimentos de Implante de Cardiodesfibrilador Transvenoso - Cód. 48.010.41-3 e Implante de Cardiodesfibrilador Multi-Sítio Transvenoso - Cód.: 48.010.42-1, os mesmos deverão dispor de Laboratório de Eletrofisiologia e Ambulatório de Arritmia. §2º - A indicação para a realização desses procedimentos deverá estar em conformidade com o estabelecido na Portaria SAS/MS nº 987, de 17 de dezembro de 2002 (BRASIL, 2004). Quanto à Estrutura Assistencial: As Unidades de Assistência em Alta Complexidade Cardiovascular deverão oferecer assistência especializada e integral aos pacientes com doenças do sistema cardiovascular, atuando nas modalidades assistenciais descritas abaixo, conforme as diretrizes do gestor estadual e/ou municipal, que constitui exigência para o credenciamento. a) Adesão aos critérios da Política Nacional de Humanização, do Ministério da Saúde; b) Ações de promoção e prevenção de doenças do sistema cardiovascular. As unidades devem desenvolver ações de promoção e prevenção das doenças do sistema cardiovascular e participar de ações de detecção precoce destas doenças. As atividades devem ser desenvolvidas de maneira articulada com os programas e normas definidas pelo Ministério da Saúde, secretarias de estaduais ou municipais de saúde; c) Diagnóstico e tratamento destinado ao atendimento de pacientes portadores de doença do sistema cardiovascular, compondo a rede de assistência aos pacientes portadores de doenças cardiovasculares, incluindo: - atendimento de urgência/emergência referida em cardiologia que funcione nas 24 horas, mediante termo de compromisso firmado com o gestor. - atendimento ambulatorial de cardiologia clínica conforme o estabelecido na rede de atenção pelo gestor público, mediante termo de compromisso firmado entre as partes, onde deverá constar a quantidade de consultas a serem ofertadas, com um número total 44 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. mínimo de 267 consultas/mês, para cada 180 cirurgias cardiovasculares/ano; - atendimento ambulatorial de cardiologia clínica pediátrica conforme o estabelecido na rede de atenção pelo gestor público, mediante termo de compromisso firmado entre as partes, onde deverá constar a quantidade de consultas a serem ofertadas, com um número total mínimo de 179 consultas/mês, para cada 120 cirurgias cardiovasculares/ ano; - atendimento ambulatorial de angiologia e cirurgia vascular conforme o estabelecido na rede de atenção pelo gestor público, mediante termo de compromisso firmado entre as partes, onde deverá constar a quantidade de consultas a serem ofertadas, com um número total mínimo de 100 consultas/mês, para cada 180 cirurgias vasculares/ ano; - exames de diagnose e terapia em cardiologia e vascular (disponíveis para a Rede), conforme abaixo: Cardiologia: Ergometria: No mínimo 80 exames /180 cirurgias; Holter: No mínimo 30 exames /180 cirurgias; Ecocardiograma: No mínimo 130 exames /180 cirurgias. Vascular: Ultra-sonografia com doppler colorido de três vasos: No mínimo 80 exames /180 cirurgias programada, com salas de cirurgia exclusivas ou turnos cirúrgicos destinados às cirurgias eletivas; disponibilidade de salas para absorver as intercorrências cirúrgicas do pós-operatório; - leitos clínicos cardiovascular, mediante termo de compromisso firmado com o gestor. d) Reabilitação, suporte e acompanhamento por meio de procedimentos específicos que promovam a melhoria das condições físicas e psicológicas do paciente atuando no preparo pré-operatório ou como complemento pós-cirúrgico no sentido da restituição da capacidade funcional (BRASIL, 2004, grifos nossos). A Unidade de Assistência, credenciada com Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Cardiovascular e Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Procedimentos de Cardiologia Intervencionista, precisa atestar que cumpre critérios, como: a) O Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Cardiovascular deve contar com um responsável técnico, médico com Título de Especialista em Cirurgia Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular ou com certificado de Residência Médica na especialidade, emitido por Programa de Residência Médica reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC); b) O médico responsável técnico pelo serviço somente poderá assumir a responsabilidade técnica por um único serviço credenciado pelo Sistema Único de Saúde, devendo residir no mesmo município ou cidades circunvizinhas. Poderá, entretanto, atuar como profissional em um outro serviço credenciado pelo SUS, desde que seja no mesmo Estado; c) As equipes da especialidade de Cirurgia Cardiovascular devem contar com, pelo menos, mais um médico com Título de Especialista em Cirurgia Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular ou com certificado de Residência Médica na especialidade, emitido por Programa de Residência Médica reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Deverá 45 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. contar com quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria, intercorrências clínicas e cirúrgicas do pós-operatório e ambulatório semanal; d) O Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Cardiovascular deve contar com um responsável técnico em Implante de Marcapassos, médico Habilitado pelo Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial - DECA da SBCCV ou com Título de Especialista em Cirurgia Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular ou ainda com Certificado de Residência Médica em Cirurgia Cardiovascular emitido por Programa de Residência Médica reconhecido pelo MEC. Esse responsável técnico poderá ser o mesmo da Cirurgia Cardiovascular, desde que atenda às exigências. e) O Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Cardiovascular deverá contar ainda com um quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria, intercorrências clínicas e cirúrgicas do pós-operatório e ambulatório para acompanhamento dos pacientes portadores de marcapassos implantados. e)O Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Cardiovascular deverá contar ainda com um quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria, intercorrências clínicas e cirúrgicas do pós-operatório e ambulatório para acompanhamento dos pacientes portadores de marcapassos implantados. 2.2 - Exigências para a Unidade 2.2.1 Equipe de Saúde Básica: a) Cardiologia Clínica: Médicos com Título de Especialista em Cardiologia reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, ou com Certificado de Residência Médica em Cardiologia, emitido por Programa de Residência Médica reconhecido pelo MEC, para atendimento diário e em regime de plantão. Deve contar com um responsável técnico para a Cardiologia Clínica, médico com a titulação descrita acima. b) Anestesiologia: Médicos com Certificado de Residência Médica reconhecido pelo MEC em Anestesia, ou Título de Especialista em Anestesiologia pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia. c) Medicina Intensiva em pós-operatório de cirurgia cardíaca: Médicos com Título de Especialista em Medicina Intensiva reconhecido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, ou Certificado de Residência Médica em Medicina Intensiva, emitido por Programa de Residência Médica reconhecido pelo MEC ou Médicos com Título de Especialista em Cardiologia reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, ou com Certificado de Residência Médica em Cardiologia, emitido por Programa de Residência Médica reconhecido pelo MEC, para atendimento diário, em regime de plantão, desde que sejam mantidos os percentuais de Médicos Intensivistas recomendados pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, conforme a portaria número 332/GM de 24 de março de 2000. d) Enfermagem: A equipe deve contar com um enfermeiro coordenador, com Especialização em Cardiologia reconhecido pelo MEC ou com certificado de Residência em Cardiologia reconhecido pelo MEC ou com título de Especialista em Enfermagem Cardiovascular, reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem Cardiovascular- SOBENC, e ainda com enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria a saber: 1 (hum) enfermeiro, para cada 14 leitos reservados para atendimento em alta complexidade, por turno (incluído o enfermeiro coordenador). 1 (hum) 46 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. auxiliar de enfermagem (AE) ou técnico em enfermagem (TE) para cada 8 leitos reservados para atendimento em alta complexidade em Cirurgia Cardiovascular por turno, a proporção mínima de AE/TE recomendada é de 2/1 (BRASIL, 2004, grifos nossos). Além disso o estabelecimento deverá comprovar a atuação de uma equipe de saúde complementar/multidisciplinar com: “Cirurgião Geral, Cirurgião Vascular, Clínico Geral, Neurologista, Pneumologista, Endocrinologista e Nefrologista, residentes no mesmo município ou cidades circunvizinhas”. Também precisa comprovar o suporte nas áreas: “a- Saúde Mental ou Psicologia Clínica; b- Assistência Social; c- Fisioterapia; d- Nutricionista; e- Farmácia; f- Hemoterapia” (BRASIL, 2004). Quanto aos recursos diagnósticos, terapêuticos, materiais e equipamentos: a) Laboratório de Análises Clínicas que realize exames na unidade, disponíveis nas 24 horas do dia: bioquímica, hematologia, microbiologia, gasometria, líquidos orgânicos e uroanálise. O Laboratório deverá participar de Programa de Controle de Qualidade; b) Unidade de Imagenologia: equipamento de radiologia convencional de 500 mA fixo, equipamento de radiologia portátil, Ecodopplercardiografia Transtorácica, Ecodopplercardiografia Transesofágica, Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética. A unidade de Imagenologia deverá participar de Programa de Controle de Qualidade; c) Eletrocardiografia; d) Ergometria; e) Holter; f) Unidade de Medicina Nuclear: Cintilografia de Perfusão Miocárdica; g) Unidade de Cardiologia Intervencionista no ambiente do hospital; h) Hemoterapia disponível nas 24 horas do dia, por Agência Transfusional (AT) ou estrutura de complexidade maior dentro do que rege a Resolução RDC nº 151 de 21 de agosto de 2001, publicada no D.O. de 22/8/01 ter convênio ou contrato devidamente formalizado de acordo com a mesma resolução. Obs.: Os exames de Ressonância Magnética e Cintilografia de Perfusão Miocárdica e poderão ser realizados em serviços de terceiros, instalados dentro ou fora da estrutura ambulatório-hospitalar do Hospital. Neste caso, a referência deve ser devidamente formalizada de acordo com o que estabelece a Portaria SAS nº 494, de 26 de agosto de 1999. O Serviço de Cirurgia Cardiovascular que não possuir Tomografia Computadorizada, terá o prazo de um ano para instalá-lo. O Serviço de Cirurgia Cardiovascular que não possuir Ecodopplercardiografia Transesofágica, terá o prazo de seis (06) meses para instalá-la. O Serviço de Cirurgia Cardiovascular deverá fazer referência a um Centro de Referência que possua Laboratório de Eletrofisiologia, para a realização de procedimentos eletrofisiológicos. i) Unidade de Tratamento Intensivo credenciada pelo SUS e classificada como de Tipo II ou III, de acordo com a Portaria GM/MS nº 3432, de 12 de agosto de 1998, contando ainda com os itens específicos da Medicina Intensiva Pós-operatória de Cirurgia Cardiovascular, conforme descrito a seguir (BRASIL, 2004). 47 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. A equipe confrontará a produção tanto hospitalar como ambulatorial, conforme o porte dos estabelecimentos e seus recursos físicos e humanos. Destaca-se que, nas Auditorias em que houver estabelecimentos com Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Cardiovascular Pediátrica; Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Procedimentos da Cardiologia Intervencionista; Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Vascular; Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Cirurgia Endovascular Extracardíaca; a Portaria n° 210/2004 deverá ser consultada, pois há exigências adicionais. A análise dos prontuários subsidiará boa parte das Constatações formuladas, sendo uma etapa relevante no processo de trabalho. Como distorções comumente encontradas (BRASIL, 2016c): a) Ausência de prontuários. b) Cobranças de procedimentos de maior valor. c) Presença de documentos médicos e da enfermagem ilegíveis ou incompletos. d) Cobranças de exames complementares/diagnósticos sem a devida comprovação. e) Nos casos de cirurgias: ausência da ficha do ato anestésico e do relatório cirúrgico. f) Inexistência dos Laudos de Solicitação da AIH, bem como a devida Autorização e os espelhos. g) Cobrança de diárias para UTI, com internações desnecessárias. h) Cobranças de diárias para acompanhantes, sem a devida comprovação. i) Diagnósticos que não corroboram o quadro clínico do paciente. j) Internações de pacientes em caráter de urgência, cujos dados indicavam a internação eletiva. k) Cobrança de atos médicos de pacientes que não foram internados. l) Cobrança por procedimentos não realizados. m) Cobranças por procedimentos realizados em pacientes após o registro de óbito. Em especial, destaca-se procedimentos comumente produzidos pelos estabelecimentos: 48 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. - 04.06.03.001-4 - Angioplastia coronariana, cuja descrição é: “Dilatação de lesão obstrutiva em artéria coronária mediante cateter balão por introdução percutânea” (SIGTAP, 2020). - 04.06.03.002-2 - Angioplastia coronarianac/ implante de dois stents, cuja descrição é: “Dilatação de uma ou mais lesões obstrutivas em artéria(s) coronária(s) com implante de dois stents mediante cateter balão por introdução percutânea” (SIGTAP, 2020). - 04.06.03.004-9 - Angioplastia coronariana primária, cuja descrição é: “Dilatação de lesão obstrutiva em artéria coronária na vigência de infarto agudo do miocárdio mediante cateter balão por introdução percutânea ” (SIGTAP, 2020). - 04.06.03.014-6 - Valvuloplastia tricuspide percutânea, cuja descrição é: “Dilatação por via percutânea, com cateter balão, de válvula tricúspide estenótica” (SIGTAP, 2020). - 04.06.01.006-4 - Anastomose cavo-pulmonar bidirecional, cuja descrição é: procedimento que consiste em criar um atalho do sangue entre a veia cava superior e as artérias pulmonares, através da conecção da veia cava superior diretamente nas artérias pulmonares, em crianças com hipodesenvolvimento de um dos ventrículos. atualmente pode ser feita para descompressão do ventrículo direito em outras doenças como anomalia de ebstein (SIGTAP, 2020). Ressalta-se ainda a necessidade da equipe de Auditoria planejar e executar visitas domiciliares, para confirmar os dados registrados nos prontuários, aferir a satisfação com o atendimento prestado e verificar se houve cobranças indevidas. 49 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Capítulo 5 - Auditoria em Procedimentos Hospitalares de Alta Complexidade II Neste Capítulo a atividade de Auditoria na área da Traumatologia e Ortopedia será abordada com enfoque em procedimentos hospitalares, para efeitos didáticos; entretanto, nos estabelecimentos efetivamente auditados, a equipe analisará também os demais procedimentos: ambulatoriais; inclusive para comprovar a inexistência da cobrança em duplicidade, pois alguns exames realizados na internação do paciente por exemplo, poderão constar na produção ambulatorial. Reforça-se a necessidade da equipe atuar com zelo e discrição, na manipulação dos prontuários; minuciosamente para comprovar os registros das próteses implantadas; e, planejar as visitas aos estabelecimentos auditados com membros da equipe com formação na área médica e/ou da enfermagem, com experiência no atendimento clínico aos pacientes. 5.1 Procedimentos relacionados à Traumatologia e Ortopedia Para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), em 2020: A Ortopedia é a especialidade médica que cuida das doenças e deformidades dos ossos, músculos, ligamentos, articulações, enfim, relacionadas ao aparelho locomotor. A Traumatologia é a especialidade médica que lida com o trauma do aparelho musculoesquelético. No Brasil as especialidades são unificadas, recebendo o nome de "Ortopedia e Traumatologia". A Política Nacional de Atenção de Alta Complexidade em Traumato-Ortopedia está atualmente instituída no Anexo XXXIV da Portaria de Consolidação Nº 2, de 28 de setembro de 2017, como: rede hierarquizada, estadual ou regional, de atenção em alta complexidade em traumato-ortopedia, com a finalidade de prestar assistência a doentes com afecções do sistema músculo-esquelético que necessitem ser submetidos aos procedimentos classificados como de alta complexidade (Origem: PRT MS/GM 221/2005, Art. 2º) (BRASIL, 2017b). Essa rede está composta por Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Traumato-Ortopedia e Centros de Referência de Alta Complexidade em Tráumato- Ortopedia, que prestarão assistência aos pacientes através dos respectivos serviços (BRASIL, 2017b). A Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Traumatologia e Ortopedia caracteriza-se por ser um hospital geral ou especializado que possui condições técnicas, 50 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. instalações físicas, equipamentos e recursos humanos capazes de prestar assistência em traumatologia e ortopedia, conforme a normatização vigente. O Centro de Referência em Traumatologia e Ortopedia de Alta Complexidade refere-se à Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Traumatologia e Ortopedia, devidamente credenciada e habilitada, que exerce papel auxiliar, de caráter técnico, ao gestor do SUS na Política de Atenção em Traumatologia e Ortopedia e apresenta também os seguintes atributos (BRASIL, 2009): I- Ser hospital de ensino, certificado pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação, de acordo com a Portaria Interministerial MEC/MS nº. 2.400, de 02 de outubro de 2007; e oferecer Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia ou Educação Continuada voltada às necessidades do SUS nas diferentes áreas da assistência em traumatologia e ortopedia; II- Ter estrutura de pesquisa e ensino organizada, com programas e protocolos clínicos, técnicos e operacionais estabelecidos; III- Subsidiar os Gestores Locais do SUS nas ações de regulação, controle, avaliação e auditoria na atenção em Traumatologia e Ortopedia, inclusive em estudos de qualidade e de custo-efetividade; e IV- Participar do desenvolvimento e capacitação profissional em parceria com o gestor local do SUS. Destaca-se ainda: Art. 10. As Unidades de Assistência e os Centros de Referência em Traumatologia e Ortopedia de Alta Complexidade devem integrar-se em rede estadual ou regional, com sistema de referência e contrarreferência hierarquizado definido pelas Secretarias de Saúde, e ofertar, em conformidade com os perfis estabelecidos no Art. 2º, assistência especializada e integral no diagnóstico, tratamento e reabilitação em Traumatologia e Ortopedia. Parágrafo Único. O atendimento inclui as modalidades e perfis assistenciais, abaixo relacionados e conforme a caracterização estabelecida no Anexo I: I- Urgência com funcionamento nas 24 horas; II- Ambulatorial; III- Hospitalar; IV-Assistência a todos os pacientes que, no hospital, tenham sido submetidos a procedimentos traumato ortopédicos, de natureza cirúrgica ou de redução incruenta, garantindo assistência até a alta ou transferência; V-Assistência a pacientes com processos infecciosos do sistema músculo-esquelético, garantindo tratamento até a alta ou transferência; VI- Exames de diagnose e terapia; VII- Apoio multiprofissional e acompanhamento por meio de procedimentos específicos, visando à melhoria das condições físicas e psicológicas dos pacientes, atuando no preparo pré-operatório ou como complemento terapêutico para restabelecimento da capacidade funcional; VIII- Reabilitação; e 51 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. IX- Participação nas ações de prevenção e detecção precoce de doenças do sistema músculo-esquelético, de maneira articulada com os programas e normas definidos pelo Ministério da Saúde ou Secretaria de Saúde do Estado ou Município, para a atenção em traumatologia e ortopedia (BRASIL, 2009). Tanto as Unidades como os Centros de Referência deverão estar submetidos à regulação de vagas, ações de controle, avaliação e auditoria dos gestores municipais/estaduais (BRASIL, 2009). Importante verificar no SCNES a Tabela de Serviço/Classificação, conforme a Portaria: Quadro 03 – Tabela de Serviço e Classificação. Código do Serviço Descrição do Serviço Código da Classificação Descrição da Classificação 155 Serviço de Traumatologia e Ortopedia 001 Serviço de Traumatologia e Ortopedia 002 Serviço de Traumatologia e Ortopedia Pediátrica (até 21 anos de idade) 003 Serviço de Traumatologia e Ortopedia de Urgência Fonte: (BRASIL, 2009). A auditoria deverá contemplar a verificação dos itens exigidospara que os hospitais estejam habilitados como Unidades ou Centros de Referência em Traumatologia e Ortopedia de Alta Complexidade, conforme consta na Portaria nº 90, de 27 de março de 2009; sendo imprescindível: 1) Quanto ao planejamento e distribuição das Unidades/Centros: Os gestores da saúde devem fazê-lo conforme a produção mínima, fila de espera por cirurgias traumato- ortopédica, conforme disponibilidade orçamentária. Além disso os procedimentos de média e alta complexidade executados devem estar compatíveis com os serviços relacionados e as condições de saúde dos pacientes tratados. 2) Verificar o processo de credenciamento e habilitação das Unidades/Centros, analisando os documentos comprobatórios e publicações em CIB, por exemplo. 3) Verificar documentos como: a) Alvará de Funcionamento (Licença Sanitária). b) Atas ou registros, que comprovem o funcionamento das Comissões exigidas pelo Ministério da Saúde, Secretarias de Saúde e Conselhos Federal e Regional de Medicina, como Segurança do Paciente e Revisão de Prontuários; 52 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 4) Atender aos critérios da política de humanização e de melhoria de qualidade da assistência, de acordo com normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde; 5) Possuir prontuário único para os pacientes: a) O Prontuário deverá incluir todos os tipos de atendimento realizados (ambulatorial, internação, pronto-atendimento, urgência, clínico, cirúrgico); com descrição completa do quadro clínico e evolução; redigidas de forma clara, precisa, com datas e assinadas pelo profissional responsável pelo atendimento. A referida Portaria considera como informações mínimas: a - identificação do paciente; b - histórico clínico e exame físico; c - exames complementares; d - diagnóstico definitivo e seu exame de comprovação; e - planejamento terapêutico global; f - indicação de procedimento cirúrgico, diagnóstico ou terapêutico; g - ficha anestésica; h - descrição de ato cirúrgico, em ficha específica contendo: identificação da equipe, descrição do ato operatório e do material usado e selos correspondentes (para implantes), e preenchimento da ficha de remoção de implantes, conforme exigido em legislação específica; i - descrição da evolução do caso; j - sumário(s) de alta hospitalar resumindo as condições de alta, os procedimentos executados durante a internação com os códigos pertinentes, cuidados especiais a serem tomados após a alta e data e local de retorno; l - ficha de registro de infecção hospitalar; m - evolução e seguimento ambulatorial n - documentos de referência e contra-referência; o -o plano de cuidados repassado, quando do encaminhamento de doentes para outros estabelecimentos de saúde; orientações técnicas dadas à distância; e atendimentos a doentes contra-referidos para cuidados específicos, inclusive de urgência; e p- cópia do laudo para Autorização de Internação Hospitalar (AIH) e da AIH formulário (BRASIL, 2009). 6) Analisar rotinas e normas de diagnóstico e tratamento: atualizadas a cada quatro anos, assinadas pelo responsável técnico; com descrição dos itens: a - Manutenção preventiva e corretiva de materiais e equipamentos; b - Indicação do procedimento cirúrgico; c - Protocolos médicos; d - Protocolos de enfermagem; e – Protocolo de fisioterapia e terapia ocupacional f - Suporte nutricional; 53 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. g - Controle de infecção hospitalar; h - Acompanhamento ambulatorial dos pacientes; i - Tecnovigilância nas complicações das artroplastias que envolvam remoção de prótese; j - Avaliação de satisfação do cliente; l - Escala dos profissionais em sobreaviso, das referências inter- institucionais e dos serviços terceirizados (BRASIL, 2009). 7) Quanto à estrutura física e funcional mínima para serviços hospitalares gerais: a) Executar assistência ambulatorial em: clínica médica; clínica pediátrica; eletrocardiografia; e sala para curativos e pequenos procedimentos cirúrgicos, com materiais próprios. b) Executar as atividades de Pronto-atendimento, 24 horas por dia, nos casos de urgência traumato-ortopédica dos pacientes internados no hospital. c) Executar serviços de diagnóstico (ambulatorial, internação – de rotina e urgência): I) Laboratório de Patologia Clínica, com exames: bioquímica; hematologia geral; citologia de líquidos orgânicos e líquor; parasitologia; análise sumária de urina; bacteriologia e antibiograma; gasometria arterial; e imunologia geral. II) Imagem, com exames: radiologia convencional (aparelho de no mínimo 500 mA); ultrassonografia, incluindo “doppler” para exame da árvore arterial e venosa dos membros; tomografia computadorizada e ressonância magnética. III) Endoscopia digestiva e respiratória. IV) Laboratório de Anatomia Patológica, com exames: citologia e anátomo- patologia de peças cirúrgicas. Há exames que deverão ser realizados na própria estrutura do Hospital, conforme seja Unidade de Assistência/Centro de Referência; portanto a equipe de Auditoria deverá verificar as normatizações vigentes, com as devidas formalizações. d) Dispor de Enfermaria, com número de leitos suficientes nas especialidades; centro cirúrgico, com fluxos definidos e independentes de esterilização do material/roupas; UTI (indispensável para habilitação e execução dos procedimentos em alta complexidade); hemoterapia disponível 24h por dia e farmácia hospitalar; e) Dispor de profissionais médicos como apoio multidisciplinar, seja ambulatorial e de internação (de rotina e urgência) qualificados nas áreas: Clínica Geral, Clínica Pediátrica, Anestesiologia, Terapia Intensiva, Cirurgia Geral, Cirurgia Pediátrica, 54 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Cirurgia Vascular, Neurocirurgia, Cirurgia Plástica, Microcirurgia, Urologia, Cirurgia Torácica, Endoscopia digestiva, Endoscopia respiratória, Neurologia e Cirurgia da Mão. f) Dispor de profissionais em equipes como apoio multiprofissional, nas áreas: Enfermagem, Serviço Social, Nutrição, Psicologia Clínica ou Psiquiatria, e Fisioterapia. g) Garantia de Cuidados Prolongados aos pacientes, executados na própria estrutura hospitalar ou encaminhados para rede de atenção à saúde, devidamente formalizada. 8) Quanto à estrutura física e funcional mínima para serviços hospitalares específicos: a) Realizar assistência ambulatorial em: traumatologia e ortopedia, sala de curativos e imobilizações, sala de reabilitação/ terapia ocupacional / fisioterapia (no próprio estabelecimento ou pela regulação) e dispor de aparelho transportável de radiografia (também como serviço diagnóstico). b) Dispor de enfermaria, como no mínimo oito leitos para essa especialidade. c) Dispor de centro cirúrgico, com: I - Sala exclusiva/destinada por turnos cirúrgicos exclusivos para Traumatologia e Ortopedia. II - Mesa ortopédica apropriada para uso de intensificador de imagens. III - Intensificador de imagens. IV - Aparelho de radiografia transportável exclusivo. V - Material de videoscopia. VI - Microscópio para procedimentos microcirúrgicos, VII - Material de implante para síntese/próteses de substituição, conforme os procedimentos realizados. d) Ter acesso a acesso ao banco de tecidos, para transplante ósseo. e) A Unidade de Assistência deverá possuir como responsável técnico profissional médico com certificado de especialista em traumatologia e ortopedia emitido pela Associação Médica Brasileira (AMB). A cada serviçocredenciado/habilitado, a Unidade de Assistência ou Centro de Referência, deverá ter mais um médico especialista pela AMB. 55 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. f) Possuir equipe de enfermagem em número suficiente para garantir o atendimento ambulatorial, nas enfermarias e centro cirúrgico, conforme normas vigentes. A equipe de Auditoria deverá verificar a produção ambulatorial e hospitalar dos estabelecimentos credenciados/habilitados, considerando as exigências da Portaria n° 90/2009: Os hospitais credenciados como Unidades de Assistência devem realizar, pelo SUS, consultas gerais em ortopedia, em uma proporção mínima de 15 consultas para cada procedimento cirúrgico. Os hospitais credenciados como Unidades de Assistência devem realizar, pelo SUS, no mínimo, 40 procedimentos de cirurgia de traumatologia e ortopedia, por leito, por ano. Os hospitais credenciados como Unidades de Assistência, habilitados para procedimentos de alta complexidade, e os Centros de Referência devem realizar, pelo SUS, no mínimo 12 procedimentos de cirurgia traumato-ortopédica de média complexidade para cada procedimento de alta complexidade (7% - 8%) (BRASIL, 2009). Souza et al (2018), realizaram o mapeamento das glosas ocorridas nas cirurgias ortopédicas realizadas em um hospital público de médio porte no Paraná, com os impactos sobre os resultados financeiros da instituição, no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2017. A consulta fora realizada nos prontuários que exclusivamente registraram as cirurgias ortopédicas, com glosas no faturamento. A amostra continha 454 prontuários, escolhidos aleatoriamente, de um total de 2.818 (a amostra fora calculada com índice de confiabilidade de 95% e margem de erro de 5%). Desses 454, 117 prontuários continham glosas no faturamento, portanto 25,7%. Os 117 prontuários apresentaram um valor total faturado de R$ 110.784,88; entretanto, as 204 glosas registradas totalizaram R$ 67.994,38 de perda técnicas. No ano de 2016 foram identificados 43 prontuários com 72 glosas: 37 relacionadas aos procedimentos e 35 relacionadas aos materiais; deixando de arrecadar R$ 21.022,19. Em 2017, dos 74 prontuários consultados houve 132 glosas: 95 relacionadas aos procedimentos e 37 relacionadas aos materiais; com perda de R$ 46.972,19. Demais informações constam a seguir: Tabela 03 - Distribuição dos prontuários glosados relativa ao valor total glosado, valor glosado por procedimento e valor glosado por materiais, de 2016 a dezembro de 2017. Variáveis Valor Total (R$) Média (R$) Desvi o Padrã o (R$) Mín. (R$) Máx. (R$) Median a (R$) n Valor total glosado 67.994,38 393,03 270,58 11,84 1.602,18 382,18 204 56 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Valor glosado procedimento 56.251,71 429,40 228,65 11,84 1.602,18 473,83 132 Valor glosado materiais 11.742,67 279,59 352,08 15,34 1.513,63 121,18 72 Fonte - Souza et al. (2018). Tabela 04 - Distribuição das descrições das glosas, das quantidades apresentadas e de seus respectivos valores relativos à amostra dos 117 prontuários do período de janeiro de 2016 a dezembro de 2017. Descrição da Glosa Quantidade de Descrições % Valor Glosado (R$) Valor da Receita (R$) Procedimento não compatível / Tabela SIGTAP 68 39,3% 26148,11 51124,29 Sem descrição da glosa / auditor 53 30,6% 19497,69 20775,4 Via acesso 23 13,3% 11317,6 14527,03 Sem raios X 14 8,1% 4563,42 12449,629 Procedimento não descrito / cirurgião 6 3,5% 2812,83 5628,78 Não identificado o motivo / pesquisador 4 2,3% 1590,83 1643,43 Sem descrição da glosa / auditor e sem raios X 3 1,7% 1138,64 3907,74 CID não compatível 2 1,2% 925,26 728,58 Total Geral 173 100% R$ 67.994,38 R$ 110.784,879 Fonte - Souza et al. (2018). Destaca-se o percentual significativo de prontuários com glosas no faturamento: 25,7% (n=117); além disso, um número ainda maior de glosas por prontuário, pois foram 173. O maior número de glosas referiu-se à: incompatibilidade do procedimento executado com o descrito no SIGTAP e a ausência do motivo da glosa pelo auditor refletem uma fragilidade importante do processo de trabalho do estabelecimento e que coloca em risco a qualidade da informação registrada. O Manual “Auditoria nas Assistências Ambulatorial e Hospitalar no SUS: Orientações Técnicas (BRASIL, 2016c), na realização da Fase Analítica, recomenda a consulta ao SIH, em especial: 1) Frequência de Procedimentos das AIH pagas (Tabwin): pois confrontado com os dados do SCNES (posteriormente), permite identificar distorções entre a capacidade instalada (física e recursos humanos) e os procedimentos realizados. Também permite: • Relacionar a frequência por procedimentos. • Comparar hospitais de mesmo porte e de portes diferentes. • Cruzar os diversos relatórios: Estado x Município, Estado x Hospital, Município x Hospital, 57 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Hospital x Hospital, revelando vários outros dados e ampliando a busca de informações. • Identificar situações sazonais. • Avaliar a média de permanência por procedimentos. • Verificar valor médio por procedimentos. • Calcular o quantitativo de óbitos por procedimentos. • Analisar o quantitativo de diárias de UTI pagas por procedimentos. • Identificar o quantitativo de diárias cobradas por procedimentos (BRASIL, 2016c). 2) Consultar o Relatório Comparativo entre Procedimento Solicitado e/ou Realizado e OPM Utilizados, pois contém todas as órteses, próteses e materiais especiais utilizados por UF, por estabelecimento, conforme a competência. É possível identificar as variáveis: nº da AIH paga com OPM; Procedimento Solicitado; Procedimento Realizado; Material (OPM) cobrado; Fornecedor de OPM (CNPJ e Nome da empresa); Tipo de Financiamento; Quantidade de OPM cobrada; Valor de OPM cobrado e Nota Fiscal (número). Na Fase Operativa, os dados deverão ser confrontados com Espelhos de AIH nos prontuários apresentados pela unidade auditada. Figura 05 - Relatório Comparativo entre Procedimento Solicitado e/ou Realizado e OPM Utilizados. 58 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Fonte – BRASIL, 2016c. Na Fase Operativa, a equipe de Auditoria deverá confrontar as informações e dados previamente coletados com a condição real do estabelecimento. A análise dos prontuários será uma atividade essencial para qualificar a Auditoria. Portanto o referido Manual ressalta verificar: 3.3.7 Nota Fiscal da OPM Utilizada A cópia da Nota Fiscal da OPM utilizada é um documento obrigatório a ser anexado ao prontuário do paciente, conforme determina o item 27.1 do Manual Técnico Operacional do Sistema de Informação Hospitalar, aprovado pela Portaria MS/GM nº 396/2000. 3.3.7.1 Etiqueta de Identificação do Produto Implantado É obrigatório afixar as Etiquetas de Identificação (selo) de materiais implantáveis (OPM) ao prontuário do paciente, conforme estabelece o artigo 3º da Resolução CFM nº 1.804, de 9 de novembro de 2006, o item 27.2 do Manual Técnico Operacional do Sistema de Informação Hospitalar (versão 2013), aprovado pela Portaria MS/GM nº 396/2000, RDC Anvisa nº 59, de 29 de agosto de 2008 e RDC Anvisa nº 14, de 5 de abril de 2011. A etiqueta (selo) de identificação do produto implantado/utilizado (OPM) está anexada ao prontuário médico dopaciente e se a mesma está de acordo com o estabelecido no artigo 3º da Resolução CFM nº 1.804/2006, no item 4.5 letra “e” do anexo da Portaria MS/SAS nº nº 90, de 27 de março de 2009, assim como o cumprimento da Resolução CFM nº 1.956, de 7 de outubro de 2010, principalmente o seu artigo 3º e Resoluções RDC/Anvisa nº 59/2008 e nº 14/2011, para permitir a sua rastreabilidade. 3.3.7.2 Comunicação de uso de Órteses, Próteses e Materiais Especiais – OPM A cópia da Comunicação de uso de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) é um documento obrigatório a ser anexado ao prontuário do paciente, conforme estabelecido no item 27.1 do Manual 59 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Técnico Operacional do Sistema de Informação Hospitalar (versão 2013), aprovado pela Portaria MS/GM nº 396/2000. [...] 3.3.7.4 Imagens radiológicas para comprovação de uso de OPM (filmes ou arquivos eletrônicos) É obrigatório anexar, ao prontuário do paciente, os respectivos exames de controle radiológico (laudos e filmes), pré e pós-operatório, com a identificação do paciente, no caso de implante de produtos radiopacos, conforme Manual Técnico Operacional do Sistema de Informação Hospitalar, aprovado pela Portaria MS/GM nº 396/2000. 3) Confrontar: a) Controle radiológico pré e pós-operatório: data, dados do paciente e produtos radiopacos; b) Cobrança de diárias de UTI, quando pertinentes; c) Registros de complicações de procedimentos clínicos ou cirúrgicos. d) Registro de óbitos. e) Permanência a maior de AIH ou nova AIH. f) Cobranças de exames realizados durante a internação e também ambulatorialmente, com duplicidade. g) Períodos de internação no prontuário e na AIH são compatíveis. h) AIH com procedimentos de politraumatizado, cirurgia múltipla e procedimentos sequenciais. i) Descrição cirúrgica, folha de gasto e ficha de anestesia. Distorções mais comumente encontradas nas AIHs e Prontuário na(s) Unidade(s) j) cobrança de procedimentos de maior valor. k) períodos de internações iguais, nos mesmos leitos, mas com pacientes diferentes. l) Cirurgias aparentemente simultâneas, com o mesmo profissional, em datas, salas e horários iguais. m) Tratamento incompatível com o quadro clínico apresentado. n) Internações como urgência/emergência com quadros clínicos eletivos. Como procedimentos comumente executados pelos estabelecimentos, cujos atributos deverão ser conferidos pela equipe de Auditoria, têm-se: 60 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. a) Tratamentos cirúrgicos de fraturas (no SIGTAP, Grupo: 04 - Procedimentos cirúrgicos / Sub-Grupo: 08 - Cirurgia do sistema osteomuscular): - 04.08.01.001-0 Artrodese de grandes articulações escapulo-torácicas, cuja descrição é: Procedimento geralmente utilizado no tratamento das distrofias fascioescapulumerais (dfeu), que consiste na fixação da escápula à parede torácica, com o auxílio de enxerto ósseo autólogo, fios cirúrgicos inabsorvíveis, e placa metálica estreita e fina (pequenos fragmentos) (SIGTAP, 2020). - 04.08.01.002-9 Artrodese de grandes articulações escapulo-umerais, cuja descrição é: Procedimento de decorticação da articulação gleno-umeral, fixação da cabeça umeral com material de síntese da cavidade glenoidal(parafusos de grandes fragmentos, corticais ou esponjosos), incluindo a osteotomia do colo cirúrgico do úmero, se for o caso (SIGTAP, 2020). - 04.08.03.068-2 Tratamento cirúrgico de deformidade da coluna via anterior cinco níveis, cuja descrição é: Procedimento de correção de dismetrias da coluna vertebral que acometam até 5 (cinco) níveis, por via anterior. Admite uso de instrumentação (SIGTAP, 2020). - 04.08.04.007-6 Artroplastia de revisão ou reconstrução do quadril, cuja descrição é: Procedimento de substituição de prótese da articulação coxofemoral, por componentes articulares inorgânicos metálicos ou de polietileno. Admite uso da cimentação. (SIGTAP, 2020). b) Outras cirurgias (no SIGTAP, Grupo: 04 - Procedimentos cirúrgicos / Sub- Grupo: 15 – Outras cirurgias): - 04.15.01.001-2: Tratamento c/ cirurgias múltiplas, cuja descrição é: São atos cirúrgicos sem vínculo de continuidade, interdependência ou complementaridade, realizado em conjunto pela mesma equipe ou equipes distintas, aplicados a órgão único ou diferentes órgãos localizados em regiao anatômica única ou regiões diversas, bilaterais ou não, devidos a diferentes doenças, executados através de única ou várias vias de acesso e praticados sob o mesmo ato anestésico. A complexidade deste procedimento, depende das cirurgias que forem realizadas (SIGTAP, 2020). - 04.15.02.003-4: Outros procedimentos com cirurgias sequenciais, cuja descrição é: São atos cirúrgicos com vínculo de continuidade, interdependência e complementariedade, realizados em conjunto pela mesma equipe ou equipes distintas, aplicados a órgão único ou regiões contíguas, bilaterais ou não, devidos a mesma doença, executados por uma ou várias vias de acesso e praticados sob o mesmo ato anestésico e permitindo o registro de procedimentos sequenciais ainda não 61 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. formalizados em portarias técnicas específicas e cujas concomitâncias não estejam contemplados na portaria SAS n. 723/2007 (SIGTAP, 2020). - 04.15.03.001-3: Tratamento cirúrgico em politraumatizado, cuja descrição é: São cirurgias múltiplas ou procedimentos sequenciais procedidos em indivíduo que sofre traumatismo seguido de lesões que, ao acometer múltiplos órgãos (fígado, baco, pulmão etc.) ou sistemas corporais (circulatório, nervoso, respiratório, musculoesqueléticos, etc.), podem por em risco a vida, pela gravidade de uma ou mais lesões. A definição da complexidade deste procedimento, depende das cirurgias realizadas. Na visita in loco a equipe de Auditores procederá a verificação das Unidade de Terapia Intensiva (UTI), caracterizadas como: Ambiente hospitalar com sistema organizado para oferecer suporte vital de alta complexidade, com múltiplas modalidades de monitorização e suporte orgânico avançados para manter a vida durante condições clínicas de gravidade extrema e risco de morte por insuficiência orgânica. Essa assistência é prestada de forma contínua, 24 horas por dia, por equipe multidisciplinar especializada. [...] As unidades especializadas podem concentrar pacientes queimados (unidade de queimados), cardiopatas (unidade coronariana ou cardiovascular) e neurológicos (unidade neurológica ou de AVC). Essas unidades podem preencher critérios de UTI ou de UCI conforme nível de gravidade e complexidade dos pacientes, capacidade de monitorização e suporte da unidade e disponibilidade de equipe multidisciplinar adequadamente qualificada conforme descrito neste documento (CFM, 2020). O CFM também define o dimensionamento da equipe médica que deverá atuar nas UTI: Quadro 04 - Dimensionamento mínimo da equipe médica necessária para o adequado funcionamento das UTI, conforme o nível de complexidade da assistência e o nível de cuidados. Nível Tipo de Paciente Proporção profissional/paciente Intervenções UTI nível III Pacientes críticos, com instabilidade fisiológica, risco Médico intensivista responsável técnico Intervenções disponíveis apenas em ambiente de UTI (ex.: monitorização 62 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Complexidadealta Nível de atenção III (muito alto) de morte elevado. Requerem monitorização e/ou intervenções invasivas altamente complexas. Médico intensivista de rotina/ diarista matutino e vespertino: 1:10 ou fração Médico plantonista: 1:≤10oufração hemodinâmica avançada, monitorização da pressão intracraniana, ventilação mecânica invasiva, uso de drogas vasoativas, oxigenação por membrana extra corpórea, balão intra- aórtico, terapia de substituição renal contínua). UTI nível II Complexidade alta Nível de atenção II (alto) Pacientes críticos, instabilidade fisiológica, risco de morte. Requerem monitorização e/ou intervenções invasivas complexas. Médico intensivista responsável técnico Médico intensivista de rotina/diarista matutino e vespertino: 1:10 ou fração Médico plantonista: 1:10 ou fração Intervenções disponíveis apenas em ambiente de UTI (ex.:monitorização cardíaca contínua, ventilação não invasiva, ventilação mecânica invasiva, uso de drogas vasoativas). Fonte: Adaptado de CFM, 2020. E a Resolução CFM nº 2.156/2016, determina critérios importantes, tanto para a admissão como para a alta dos pacientes em UTI: Art. 1º As admissões em unidade de tratamento intensivo (UTI) devem ser baseadas em: I) diagnóstico e necessidade do paciente; II) serviços médicos disponíveis na instituição; III) priorização de acordo com a condição do paciente; IV) disponibilidade de leitos; V) potencial benefício para o paciente com as intervenções terapêuticas e prognóstico [...] Art. 5º São considerados critérios de admissão em unidade de tratamento intensivo (UTI) instabilidade clínica, isto é, necessidade de suporte para as disfunções orgânicas, e monitoração intensiva. Art. 6º A priorização de admissão na unidade de tratamento intensivo (UTI) deve respeitar os seguintes critérios: § 1º –Prioridade 1: Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico. § 2º –Prioridade 2: Pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico. § 3º –Prioridade 3: Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com baixa probabilidade de recuperação ou com limitação de intervenção terapêutica. § 4º –Prioridade 4: Pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, mas com limitação de intervenção terapêutica. § 5º –Prioridade 5: Pacientes com doença em fase de terminalidade, ou moribundos, sem possibilidade de recuperação. Em geral, esses 63 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. pacientes não são apropriados para admissão na UTI (exceto se forem potenciais doadores de órgãos). No entanto, seu ingresso pode ser justificado em caráter excepcional, considerando as peculiaridades do caso e condicionado ao critério do médico intensivista (CFM, 2016, grifos nossos). Tanto a admissão bem como a alta em UTI são atribuições exclusivas dos médicos intensivistas, sendo que a solicitação da vaga deverá constar no prontuário do paciente. Os serviços com UTI deverão desenvolver protocolos próprios, condizentes com a normatização do CFM, atualizados e divulgados para a equipe. Os critérios para alta são (CFM, 2016): a) Paciente com quadro clínico controlado e estabilizado. b) Paciente sem perspectivas de melhora terapêutica e que possa permanecer sem o aparato da UTI, em proximidade da família. Para finalizar, qualquer atividade de Auditoria em Assistência deverá ser realizada com o devido rigor metodológico, consignada em um Relatório Final com evidências robustas. As Auditorias em Alta Complexidade destacam-se pois mobilizam equipes e tratamentos especializados, com alto custo para os sistemas de saúde. Entretanto, o foco deverá ser a qualidade da assistência prestada ao paciente, de maneira resolutiva, honesta e dentro da legalidade. 64 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Referências BRASIL. Portaria nº 210, de 15 de junho de 2004. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2004/prt0210_15_06_2004.html acessado em 25 out 2020. BRASIL. Portaria nº 90, de 27 de março de 2009. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2009/prt0090_27_03_2009.html acessado em 25 out 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Sistema Nacional de Auditoria. Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Auditoria do SUS: orientações básicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2011a. Disponível em https://www.portalweb.mpse.mp.br/Caop/Documentos/AbrirDocumento.aspx?cd_document o=1795 acessado em 15 ago 2020. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de Média e Alta Complexidade no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2011b. Disponível em https://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/colecao2011/livro_4.pdf acessado em 15 ago 2020. BRASIL. Ministério da Saúde/ Secretaria de Atenção à Saúde/ Departamento de Regulação, Avaliação e Controle/Coordenação Geral de Sistemas de Informação. Manual Técnico Operacional do Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS – SIGTAP versão WEB. Brasília: 2011c. BRASIL. Lei nº 12.732, de 22 de novembro de 2012 - Dispõe sobre o primeiro tratamento de paciente com neoplasia maligna comprovada e estabelece prazo para seu início. BRASIL. Portaria nº 1.011, de 3 de outubro de 2014a - Estabelece formas de suporte dos laudos de autorização utilizados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e no Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2014/prt1011_03_10_2014.html acessado em 15 ago 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Diretrizes Clínicas para o Cuidado ao paciente com Doença Renal Crônica – DRC no Sistema Único de Saúde. Brasília: 2014b. Disponível em. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_clinicas_cuidado_paciente_renal.pdf acessado em 12 set 2020. BRASIL. Portaria nº 706, de 12 de agosto de 2014c - Institui a obrigatoriedade da utilização do Controle de Freqüência Individual de Tratamento Dialítico (CFID) para todos os tratamentos de diálise no âmbito do SUS. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2014/prt0706_12_08_2014.html acessado em 12 set 2020. BRASIL. Ministério da Saúde/ Secretaria de Atenção à Saúde/ Departamento de Regulação, Avaliação e Controle/Coordenação Geral de Sistemas de Informação. SIA – Sistema de Informação Ambulatorial do SUS: Manual de Operação do Sistema. Brasília: 2016a. Disponível em http://sia.datasus.gov.br/documentos/listar_ftp_sia.php acessado em 16 ago 2020. https://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/colecao2011/livro_4.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_clinicas_cuidado_paciente_renal.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2014/prt0706_12_08_2014.html 65 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. BRASIL. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa/ Departamento Nacional de Auditoria do SUS – DENASUS/ Coordenação-Geral de Promoção do SNA. Protocolo de Auditoria nº 32 - 4ª Versão. Protocolo para Auditorias em Média e Alta Complexidade com foco em Oncologia.do sistema ou serviço e seus objetivos; • Verificar a adequação, legalidade, legitimidade, eficiência, eficácia e resolutividade dos serviços de saúde e a aplicação dos recursos da União repassados aos municípios; • Aferir a qualidade da assistência à saúde prestada e seus resultados, bem como apresentar sugestões para seu aprimoramento; • Aferir o grau de execução das ações de atenção à saúde, programas, contratos, convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres; • Verificar o cumprimento da Legislação Federal, Estadual, Municipal e normatização específica do setor Saúde; • Observar o cumprimento pelos órgãos e entidades dos princípios fundamentais de planejamento, coordenação, regulação, avaliação e controle; • Apurar o nível de desenvolvimento das atividades de atenção à saúde, desenvolvidas pelas unidades prestadoras de serviços ao SUS e pelos sistemas de saúde; • Prover ao auditado oportunidade de aprimorar os processos sob sua responsabilidade (BRASIL, 2011a). Fica evidente a importância da realização de Auditorias, bem planejadas e com objetivos que trarão impactos positivos nos serviços de saúde. A equipe de Auditores precisa estar alinhada para interpretar os dados e informações condizentes com a realidade, propiciando a recomendação clara de ações corretivas, conforme o caso. 7 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Destaca-se ainda a verificação da aplicação de recursos públicos da saúde; gestão e execução dos planos e programas de saúde quanto: organização; cobertura assistencial; perfil epidemiológico; quadro nosológico; resolubilidade/resolutividade; avaliação da qualidade da assistência prestada; prestação de serviços de saúde na área ambulatorial e hospitalar; contratos, convênios, acordos, ajustes e instrumentos similares firmados pelos prestadores de serviços de saúde do SUS e pelas secretarias de saúde, sejam estaduais ou municipais (BRASIL, 2011a). Para o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), em 2011b, a assistência aos usuários do SUS é organizada de forma a respeitar os princípios de Regionalização e Hierarquização. Além disso, o SUS presta a assistência essencialmente em dois blocos: atenção básica e ações de média e alta complexidade (MAC), seja ambulatorial ou hospitalar. Portanto, as ações de MAC complementam a rede de serviços ofertada na “porta de entrada” do SUS: rede de atenção básica; além disso ela é relevante por propiciar a integralidade da assistência aos usuários: Na maior parte dos estados, esses procedimentos foram historicamente contratados/ conveniados junto aos serviços de saúde, sejam privados com fins lucrativos, sejam filantrópicos ou universitários, conforme a oferta dos prestadores, e seu acesso para a população sempre dependeu da procura espontânea e voluntária dos pacientes. Esta situação dificulta enormemente a alocação racional de serviços e equipamentos de saúde, criando desigualdades regionais, até hoje ainda não resolvidas pelo SUS. Os serviços de especialidade e a atenção hospitalar de média complexidade tornaram-se, frequentemente, a verdadeira porta de entrada do sistema, atendendo diretamente a grande parte da demanda que deveria ser atendida na rede básica, perdendo-se tanto na qualidade do atendimento primário quanto no acesso da população aos tratamentos especializados (quando verdadeiramente necessários), representando, além disso, ampliação ineficiente dos gastos do SUS (BRASIL, 2011b). A alta complexidade pode ser caracterizada como: Conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde (atenção básica e de média complexidade). As principais áreas que compõem a alta complexidade do SUS, e que estão organizadas em “redes”, são: - assistência ao paciente portador de doença renal crônica (por meio dos procedimentos de diálise); - assistência ao paciente oncológico; - cirurgia cardiovascular; - cirurgia vascular; - cirurgia cardiovascular pediátrica; - procedimentos da cardiologia intervencionista; - procedimentos endovasculares extracardíacos; 8 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. - laboratório de eletrofisiologia; - assistência em traumato-ortopedia; - procedimentos de neurocirurgia; - assistência em otologia; - cirurgia de implante coclear; - cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical; - cirurgia da calota craniana, da face e do sistema estomatognático; - procedimentos em fissuras lábio palatais; - reabilitação protética e funcional das doenças da calota craniana, da face e do sistema estomatognático; - procedimentos para a avaliação e tratamento dos transtornos respiratórios do sono; - assistência aos pacientes portadores de queimaduras; - assistência aos pacientes portadores de obesidade (cirurgia bariátrica); - cirurgia reprodutiva; - genética clínica; - terapia nutricional; - distrofia muscular progressiva; - osteogênese imperfecta; - fibrose cística, e - reprodução assistida (BRASIL, 2020a). Portanto, há um vasto cenário para que se realizem as auditorias em MAC. As atividades poderão ser planejadas por áreas temáticas, conforme os gestores da saúde decidam, de maneira ordinária ou extraordinária; poderão ser demandadas pelos Conselhos de Saúde; por denúncias; pelo Ministérios Público; ou mesmo por demais órgãos de controle como os Tribunais de Contas. Em alguns casos, as atividades ainda poderão ser compartilhadas ou integradas. Para tanto, a equipe deverá buscar suas informações em diversas fontes, descritas a seguir. O Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) do SUS (SIGTAP) é uma ferramenta que disponibiliza cada um dos procedimentos existentes no SUS, sejam ambulatoriais ou hospitalares. É possível acompanhar a série histórica, as alterações realizadas, descrição dos atributos, compatibilidade e relacionamentos dos procedimentos, a cada competência. Os procedimentos serão utilizados para registrar a produção ambulatorial e hospitalar dos estabelecimentos atuantes no SUS e alimentarão os demais sistemas como Sistema de Informações Ambulatorial do SUS (SIA/SUS), Sistema de Informação 9 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Hospitalar do SUS (SIH) e Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), (BRASIL, 2011c). Ressalta-se que: Para cada procedimento existem atributos definidos, os quais são exigidos/consistidos durante o processamento dos sistemas de produção ambulatorial e hospitalar. A intenção é que os atributos e relacionamentos dos procedimentos sejam transparentes e sejam refletidos nas regras implementadas nos sistemas. As regras existentes nos sistemas obedecem às definições publicadas nas portarias técnicas. (BRASIL, 2011c). Destaca-se alguns conceitos e definições que a equipe de Auditoria deverá conhecer para consultar e acessar os procedimentos que foram apresentados pelos estabelecimentos de saúde auditados, referente ao SIGTAP: 2.1. Atributos Gerais 1. Relacionados ao próprio procedimento [...] 9. Instrumento de Registro: Identifica o instrumento de captação de dados dos atendimentos: - Boletim de Produção Ambulatorial Consolidado (BPA-C): é o instrumento que permite o registro do procedimento de forma agregada, e que dispensa o processo de autorização;Brasília: 2016b. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Auditoria nas assistências ambulatorial e hospitalar no SUS: Orientações técnicas / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Brasília: 2016c. BRASIL. Ministério da Saúde/ Secretaria de Atenção à Saúde/ Departamento de Regulação, Avaliação e Controle/Coordenação Geral de Sistemas de Informação. SIH – Sistema de Informação Hospitalar do SUS: Manual Técnico Operacional do Sistema. Brasília, 2017a. BRASIL, 2017b. Portaria de Consolidação Nº 2, de 28 de setembro de 2017; dispõe sobre a consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html acessado em 16 ago 2020. BRASIL. Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017c - Consolidação das normas sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde, a organização e o funcionamento do Sistema Único de Saúde. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa/ Departamento Nacional de Auditoria do SUS – DENASUS/ Coordenação-Geral de Promoção do SNA. Protocolo de Auditoria nº 34: Doença Renal Crônica - Estágios 4 e 5. Brasília: 2017d. BRASIL. Portaria nº 1.846, de 21 de novembro 2018 - Atualiza critérios para habilitação de hospital como centro de referência em alta complexidade cardiovascular no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2018/prt1846_10_12_2018.html acessado em 24 out 2020. BRASIL. Atenção Especializada [Página da Internet]. Disponível em: https://www.saude.gov.br/sistema-unico-de-saude/estrutura-do-sus/770-sistema-nacional- de-saude/40317-atencao-especializada acessado em 16 ago 2020a. BRASIL. Portal do SIGTAP [página da internet]. 2020b BRASIL. Portal do SCNES [página da internet]. 2020c BRASIL. Como é feito o tratamento das doenças renais crônicas? [Página da Internet]. 2020d. Disponível em http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-renais acessado em 12 set 2020. BRASIL. Portal do SIA [página da internet]. 2020e CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 1472/1997. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 1.638/2002. Define prontuário médico e torna obrigatória a criação da Comissão de Revisão de Prontuários nas instituições de saúde. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 2.156/2016. Estabelece os critérios de admissão e alta em unidade de terapia intensiva http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2018/prt1846_10_12_2018.html http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-renais 66 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 2.271/2020. Define as unidades de terapia intensiva e unidades de cuidado intermediário conforme sua complexidade e nível de cuidado, determinando a responsabilidade técnica médica, as responsabilidades éticas, habilitações e atribuições da equipe médica necessária para seu adequado funcionamento. EBSERH. [página da Internet]. 2020. Disponível em http://www2.ebserh.gov.br/documents/16628/219278/Ortopedia.pdf/604da008-4a97-4dd2- b23e-37515473163f acessado em 25 out 2020. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA. O que é câncer? [página da internet] 2020. Disponível em https://www.inca.gov.br/o-que-e-cancer acessado em 23 set 2020. ROCHA IA, SILVA FVC, CAMPOS TS, et al. O Custo do Atendimento aos Pacientes com Doença Renal Crônica (DRC), em Fase Não Dialítica de um Hospital Universitário. res.: fundam. care. online 2018. jul./set. 10(3): 647-655. DOI: http://dx.doi.org/10.9789/2175- 5361.2018.v10i3.647-655 Disponível em http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/viewFile/6140/pdf_1 acessado em 23 de set 2020 SOCIEDADE BRASILEIRA DE CANCEROLOGIA. Conheça os principais tipos de tratamentos de câncer [página da internet] 2020. Disponível em: http://www.sbcancer.org.br/conheca-os- principais-tipos-de-tratamentos-de-cancer/ acessado em 23 set 2020. SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Doença Renal Crônica: Diagnóstico e Prevenção [página da internet] 2020. Disponível em https://www.sbn.org.br/noticias/single/news/doenca-renal-cronica-diagnostico-e-prevencao/ acessado em 23 set 2020 SOUZA ENC, Santos CH, Higashi P, Souza IF. Processo de auditoria de contas em um hospital público: mapeamento das glosas técnicas em cirurgias ortopédicas. Rev. Adm. Saúde - Vol. 18, Nº 73, out. – dez. 2018 Disponível em https://cqh.org.br/ojs- 2.4.8/index.php/ras/article/view/145/196 acessado em 25 out 2020. http://www2.ebserh.gov.br/documents/16628/219278/Ortopedia.pdf/604da008-4a97-4dd2-b23e-37515473163f http://www2.ebserh.gov.br/documents/16628/219278/Ortopedia.pdf/604da008-4a97-4dd2-b23e-37515473163f https://www.inca.gov.br/o-que-e-cancer http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2018.v10i3.647-655 http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2018.v10i3.647-655 http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/viewFile/6140/pdf_1 http://www.sbcancer.org.br/conheca-os-principais-tipos-de-tratamentos-de-cancer/ http://www.sbcancer.org.br/conheca-os-principais-tipos-de-tratamentos-de-cancer/ https://www.sbn.org.br/noticias/single/news/doenca-renal-cronica-diagnostico-e-prevencao/ https://cqh.org.br/ojs-2.4.8/index.php/ras/article/view/145/196 https://cqh.org.br/ojs-2.4.8/index.php/ras/article/view/145/196- Boletim de Produção Ambulatorial Individualizado (BPA-I): é o instrumento que permite o registro do procedimento de forma individualizada, com identificação do usuário, bem como sua procedência, idade, sexo, CID. A exigência de autorização dos procedimentos com registro em BPA-I, fica a critério do gestor. - Autorização de Procedimento Ambulatorial - APAC (proc. principal): instrumento que permite o registro do procedimento de forma individualizada, que necessita de autorização prévia, e que gera a emissão de APAC. A APAC é utilizada para tratamento contínuo e/ou que tenham a associação de procedimentos principais e secundários e os que integram políticas específicas do Ministério da Saúde. - Autorização de Procedimento Ambulatorial - APAC (proc. secundário): instrumento de registro de procedimento que não necessita de autorização prévia e que sua inserção na APAC depende do procedimento principal, com o qual deve ser compatível. - Autorização de Internação Hospitalar - AIH (proc. principal): instrumento que permite o registro de procedimentos, que necessita de autorização e gera a emissão de AIH; - Autorização de Internação Hospitalar - AIH (proc. especial): instrumento que permite o registro do procedimento que necessita de autorização, porém não gera AIH. - Autorização de Internação Hospitalar - AIH (proc. secundário): instrumento de registro de procedimentos que não precisam de autorização e não geram uma AIH. [...] 10 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 2. Relacionados ao estabelecimento de saúde com base no SCNES da competência da realização do procedimento 1. Serviço/Classificação: Tabela de Serviço/Classificação do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – SCNES. Identifica os serviços especializados, que o estabelecimento de saúde precisa dispor para realização de um procedimento. Quando um procedimento tem a exigência de serviço/classificação, isto significa que somente poderá ser realizado num estabelecimento de saúde que disponha desse serviço/classificação cadastrado no SCNES. 2. Habilitação: Refere-se à Tabela de Habilitações instituída pelo MS e que é utilizada no SCNES. Estas habilitações significam que o estabelecimento de saúde reúne condições técnicas operacionais para a prestação de determinado tipo de assistência. As habilitações são concedidas aos estabelecimentos de saúde através de portarias do MS ou em alguns casos, de forma descentralizada, através de portarias dos próprios gestores estaduais ou municipais responsáveis por sua gestão. [...] 3. Relacionados ao usuário 1. Idade: Identifica em anos de vida (idade mínima: 00 anos a idade máxima: 110 anos). a) Idade mínima: define em anos completos, a idade mínima permitida para a realização do procedimento especificado, exceto no caso de menores de um ano a idade é definida em dias e meses. b) Idade máxima: define em anos completos, a idade máxima permitida para a realização do procedimento especificado, exceto no caso de menores de um ano a idade é definida em dias e meses. 2. Sexo: É o gênero permitido para a realização do procedimento. Masculino (M) ou feminino (F) ou M/F. [...] 4. Relacionados ao financiamento 1. Tipo de Financiamento: É o tipo de financiamento do procedimento em coerência aos blocos de financiamento definidos no Pacto de Gestão da saúde. - Piso da Atenção Básica (PAB): é transferido previamente pelo Ministério da Saúde aos municípios através de cálculo per capita e com a periodicidade mensal. É formado por dois componentes: PAB Fixo e o PAB Variável. [...] - MAC: Teto livre de média e alta complexidade transferido previamente pelo Ministério da Saúde aos gestores municipais e estaduais devidamente habilitados, com base na PPI e também com periodicidade mensal. - FAEC: Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – tipo de financiamento que é transferido mensalmente por produção após o envio da base de dados ao Ministério da Saúde, para os gestores estaduais e municipais devidamente habilitados (BRASIL, 2011c). Figura 01 – Portal do SIGTAP 11 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Fonte: SIGTAP, 2020b. Pode-se citar como exemplo de procedimentos financiados pelo FAEC, conforme o Manual Técnico Operacional do SIGTAP: Coleta de material; Diagnóstico em laboratório clínico; Coleta/exame anatomopatológico colo uterino; Diagnóstico em Neurologia; Tratamento de doenças do sistema nervoso central e periférico; Tratamento de doenças do aparelho da visão; Tratamento em oncologia; Nefrologia; Cirurgia do sistema nervoso central e periférico; Cirurgias de ouvido, nariz e garganta; Deformidade lábio-palatal e crânio-facial; Cirurgia do aparelho da visão; Cirurgia do aparelho circulatório; Cirurgia do aparelho digestivo, órgãos anexos e parede abdominal; Cirurgia do aparelho geniturinário; Cirurgias Sequenciais; Transplantes de órgãos, tecidos e células; OPM em odontologia; OPM em queimados; OPM para transplantes; Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC); Política Nacional de Cirurgias Eletivas; entre outros. Embora alguns procedimentos de alta complexidade estejam relacionados no SIA/SUS, como acontece nos procedimentos de quimioterapia e radioterapia, diálise e hemoterapia; a maior parte encontra-se no SIH. Ambos possuem alto impacto financeiro. De acordo com o portal do Ministério da Saúde, quanto à Atenção Especializada, para que os estabelecimentos de saúde possam prestar assistência nas áreas de alta complexidade é necessário cumprir diversas exigências, que se iniciam com a comprovação da necessidade do serviço de acordo com o número de habitantes, demanda reprimida, definição do acesso (fluxos de referência e contrarreferência), capacidade técnica e operacional dos serviços a serem implantados. O gestor de saúde municipal, munido de documentos comprobatórios, precisa oficializar o gestor estadual, 12 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. que emitirá parecer e promoverá a integração desse serviço com a rede estadual (município com gestão da média e alta complexidade, ou seja, gestão “plena”). O fluxo para municípios que não habilitados na gestão “plena”, é diferenciado, pois a iniciativa dá-se pela gestão estadual. Em ambos os casos, os processos relativos à alta complexidade serão analisados e habilitados pelo Ministério da Saúde, após a aprovação em âmbito regional (BRASIL, 2020a). Os procedimentos de MAC no SUS representam a maior parte das transferências de recursos federais. Em 2009, as transferências destinadas para atenção primária foram de R$ 8,5 bilhões, enquanto para a MAC chegaram a R$ 25,3 bilhões, como se observa a seguir (BRASIL, 2011b): Tabela 1 - Grupos de Procedimentos Especializados e de Alta Complexidade Ambulatoriais com valores aprovados por ano no SUS – Brasil, em 2003 e 2007 (em milhões de R$). GRUPOS 2003 2007 Variação % anos 2003 e 2007 Procedimentos Especializados de Profissionais Médicos e outros de Nível Superior/Médio 1.049,51 1.728,76 64,72 Patologia Clínica 1.098,35 1.575,80 43,47 Terapia Renal Substitutiva 938,17 1.391,87 48,36 Quimioterapia 651,05 1.022,17 57 Radiodiagnóstico 366,33 490,44 33,88 Hemoterapia 332,91 389,08 16,87 Cirurgias Ambulatoriais Especializadas 295,12 294,80 -0,11 Fonte: BRASIL, 2011b (SIA/SUS/DATASUS/MS). Tabela 2 - Frequência de Internações e Valor Anual nos Procedimentos de Alta Complexidade no SUS, por especialidade– Brasil, em 2003 e 2007. 13 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Especialida de Frequência Variaçã o % anos 2003 - 2007 Valor Total R$ Variaçã o % anos 2003 – 2007 2003 2007 2003 2007 Clínica cirúrgica 312.55 6 365.63 3 16,98 979.015.316,08 1.310.036.267, 28 33,81 Clínica médica 67.158 72.049 7,28 48.642.401,61 58.506.167,48 20,28 Pediatria 9.169 9.806 6,95 5.951.630,95 6.858.327,44 15,23 Total 388.88 3 447.48 8 15,07 1.033.609.348, 64 1.375.400.762, 20 33,07 Fonte: BRASIL, 2011b (SIA/SUS/DATASUS/MS). Nas Auditorias de assistência em saúde é importante consultar o Capítulo II da Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017c, que trata dos critérios e parâmetros para o planejamento e programação de ações e serviços de saúde no âmbito do SUS (Parâmetros SUS): Os mesmos são utilizados como referenciais quantitativos, com o objetivo de estimar necessidades de ações e serviços de saúde. Dessa forma, gestores do SUS poderão utilizá-los no planejamento, programação, monitoramento, avaliação, controle e regulação de serviços e ações de saúde. Tais indicativos propiciam a equidade nos perfis de acesso aos serviços de saúde. 1.2 Fase Analítica Neste momento, é essencial que a equipe de Auditores reúna-se para delimitar o objetivo da atividade, alinhando as práticas e dando clareza quanto às tarefas a serem executadas como (BRASIL, 2011a): a) Analisar documentos e dados disponibilizados pelas secretarias de saúde e também em sistemas informatizados, como subsídios, por exemplo: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC), SIA, SIH, Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), Sistema de Informação sobre Orçamento Público em Saúde (SIOPS) e Sistema de Controle de Óbitos, da Previdência Social (SISOBI). b) Definir o escopo da atividade. c) Elaboração de papeis de trabalho, especialmente Matrizes. d) Elaboração de Relatório Analítico. e) Elaboração de Comunicado de Auditoria (CA) e posterior envio. 14 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. O Manual de Operação do Sistema de Informação Ambulatorial do SUS dispõe: O SIA é o sistema que permite aos gestores municipais e estaduais o processamento das informações de atendimento ambulatorial registrados nos aplicativos de captação do atendimento ambulatorial (APAC, BPA e RAAS) pelos prestadores públicos e privados contratados/conveniados pelo SUS. As informações extraídas do SIA são utilizadas como um importante instrumento de gestão, subsidiando, assim, as ações de planejamento, programação, regulação, avaliação, controle e auditoria da assistência ambulatorial. Além disto: subsidia os processos da Programação Geral das Ações e Serviços de Saúde, fornece informações que possibilitem o acompanhamento e a análise da evolução dos gastos referentes à assistência ambulatorial e oferece subsídios para avaliação quantitativa e qualitativa das ações de saúde (BRASIL, 2016a, grifos nossos). Para subsidiar os trabalhos na Fase Analítica a equipe deverá realizar tabulações das produções ambulatoriais apresentadas pelos estabelecimentos, comumente no programa Tab para Windows (TabWin). Em alguns casos, equipes técnicas poderão fornecer esses dados para a equipe, inclusive utilizando programas ou outras ferramentas que permitem o acesso a tais dados; contendo, minimamente e conforme o objetivo das Auditorias: a) Relatório de Frequência dos Procedimentos. b) Relatório Demonstrativo de APAC. O “Relatório Síntese de Produção Ambulatorial” e o “Relatório Síntese de Produção de APAC” também deverão ser solicitados para o gestor municipal ou estadual. Portanto, a partir do Relatório de Frequência dos Procedimentos, a equipe já subsidiar suas análises, para: a) Visualizar a quantidade e os procedimentos realizados. b) Valores dos procedimentos aprovados. c) Calcular a média dos procedimentos. d) Calcular indicadores. e) Identificar se há apresentação indevida de procedimentos, entre outros. A equipe de Auditoria precisa conhecer as funcionalidades do Sistema Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), que é o sistema de informação oficial quanto aos estabelecimentos de saúde no País, independente da natureza jurídica e de integrarem o SUS, sendo públicos ou privados; portanto obrigatório. Pode-se citar como objetivos: atualização de informações sobre recursos 15 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. físicos, profissionais e serviços; fonte de informações para demais sistemas; informações públicas, aos cidadãos, dos serviços existentes, funcionamento e acesso; subsidiar o planejamento e programação dos gestores, pesquisadores, trabalhadores e população em geral. A inserção dos dados e atualização é de responsabilidade dos estabelecimentos de saúde, sendo que os profissionais de saúde ali cadastrados são corresponsáveis (BRASIL, 2017c). Figura 02 – Portal do SCNES. Fonte: SCNES, 2020c. Ao consultar o SCNES do estabelecimento a ser auditado, a equipe deverá coletar informações quanto à identificação; infraestrutura; tipo de atendimento realizado; equipamentos existentes; número de leitos; informações de todos os profissionais atuantes; habilitações; entre outras. É importante destacar que a equipe de Auditoria deverá verificar a veracidade dessas informações na Fase Operativa. Recomenda-se confrontar essas informações, a partir do SCNES, com a produção ambulatorial e hospitalar do estabelecimento (TabWin ou outras ferramentas de tabulação dos dados), no intuito de verificar a sua compatibilidade, em especial com a capacidade instalada e equipe de profissionais. Será possível então: 16 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. a) Caracterizar o perfil assistencial: os procedimentos ambulatoriais e hospitalares referem-se à alta e média complexidade? Apresenta produção compatível com atenção básica? Os procedimentos referem-se a procedimentos eletivos ou de urgência/emergência? b) Confrontar dados com demais sistemas de informações como SIM e SISOBI. É necessário conhecer o fluxo para os procedimentos ambulatoriais que exigem autorização: o profissional que atende o paciente deverá emitir o Laudo para Solicitação/Autorização de Procedimentos Ambulatoriais – APAC, cuja denominação anterior era “Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade/Custo”. Este Laudo deverá apresentar: identificação do usuário, identificação do profissional que solicitou o procedimento e do autorizador, justificativas para a realização e solicitação do procedimento, resultados de exames complementares, dados complementares específicos (como no caso de procedimentos relacionados à oncologia, quimioterapia, radioterapia, nefrologias e acompanhamento pós-cirurgia bariátrica), hipótese diagnóstica inicial e/ou o diagnóstico definitivo, e, identificação do estabelecimento de saúde (BRASIL, 2016a). O Autorizador analisará cada um desses dados e procederá a autorização conforme o correto preenchimento do formulário, informando a devida numeração. Os gestores municipais e estaduais poderão adaptar os formulários utilizados como Laudos para APAC e incluir outras informações, desde que exijam o preenchimento dos dados mínimos obrigatórios. Além disso, poderão também adotar uma rotina e descreveros prazos para que procedam às autorizações (BRASIL, 2016a) Em atendimento à Portaria SAS/MS nº 1.011, de 03 de outubro de 2014a, os Laudos para APAC poderão ser utilizados: I Em suporte físico, na forma de formulários impressos e armazenados em papel; ou II. Em suporte digital, por meio de sistemas de informação que realizem a emissão e armazenamento das respectivas autorizações, bem como a transação das informações digitais entre os gestores e estabelecimentos de saúde. Quando forem utilizados em suporte físico devem ser legíveis, sem abreviaturas e com a assinatura do profissional solicitante e autorizador com respectivo carimbo. Nos laudos em suporte digital, os autorizadores devem utilizar Certificação Digital, nos padrões da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP- Brasil), visando à validade legal destes documentos eletrônicos. O Laudo, quando em suporte físico deve ser impresso em uma via e arquivado junto ao prontuário do paciente. Quando em suporte digital, fica dispensada a impressão, desde que seja possível a sua recuperação por meio de backup, se solicitado pelos órgãos de 17 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. controle ou de fiscalização. A partir de Outubro de 2014, deixa de ser exigido o envio de via impressa do laudo para arquivamento nos órgãos autorizadores das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde (BRASIL, 2016a). Em consulta ao portal do SIGTAP (2020b), ressalta-se que as APAC são utilizadas como instrumento de registros, por exemplo, de: a) Ultrassonografia de mama. b) Ressonância magnética de mama. c) Cateterismo cardíaco. d) Paciente submetido à ventilação mecânica não invasiva. e) Acompanhamento de paciente pré-dialítico. f) Radioterapia. g) Quimioterapia. h) Iodoterapia. i) Terapia renal substitutiva. j) Odontologia especializada. k) Litotripsia. l) Cirurgia ambulatorial eletiva. O Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS) vigente contempla o registro e processamento do atendimento prestado a todo paciente internado. Ele é o banco de dados de todas essas informações e auxilia os gestores quanto às atividades de controle, avaliação e auditoria (BRASIL, 2017a): A Autorização de Internação Hospitalar (AIH) é o instrumento de registro utilizado por todos os gestores e prestadores de serviços SUS e apresenta como característica a proposta de pagamento por valores fixos dos procedimentos médico hospitalares onde estão inseridos os materiais que devem ser utilizados, os procedimentos que são realizados, os profissionais de saúde envolvidos e estrutura de hotelaria (BRASIL, 2017a). Quanto ao SIH, a equipe deverá ter acesso às informações extraídas no TabWin (ou demais ferramentas de tabulação): a) Relatório de Frequência de Procedimentos. b) Relatório Demonstrativo de AIH pagas. c) Relatório de Serviços Profissionais. 18 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Semelhante ao que ocorre com a análise da produção ambulatorial, a equipe, ao analisar a produção hospitalar poderá consultar o SIM e SISOBI. Além disso promoverá a análise dos dados do SCNES. Com os Relatórios do TabWin (ou demais ferramentas de tabulação) será possível: a) Visualizar a quantidade e os procedimentos realizados. b) Valores dos procedimentos aprovados. c) Calcular o valor médio dos procedimentos. d) Calcular indicadores. e) Comparar hospitais de mesmo porte (ou diferentes). f) Calcular a média de permanência das internações. g) Calcular a taxa de óbitos por procedimento. h) Verificar a quantidade de diárias em UTI. i) Identificar períodos em que internações se intensificam. j) Identificar se há apresentação indevida de procedimentos, entre outros. Portanto, uma Fase Analítica quando bem realizada proporcionará à equipe de Auditoria dados relevantes para que seja traçado um perfil da instituição auditada, permitindo iniciar a Fase Operativa com maior foco, confrontando informações com a situação direta, encontrada in loco. Possíveis constatações já serão construídas e poderão ver validadas ou não, na fase seguinte. Há algumas atividades em Auditoria, cujas áreas temáticas já possuem Protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, como Oncologia. Cabe à equipe definir se utilizará os Protocolos vigentes, conforme o objetivo definido. 1.3 Fase Operativa (in loco) Quando a equipe desloca-se até as unidades auditadas, realiza a fase operativa. Nesse momento, ela procede ao exame direto dos fatos e situações, para coletar as evidências, que confirmarão ou não o atendimento às normas e leis (BRASIL, 2011a). Conforme o Manual do Ministério da Saúde Auditoria do SUS: orientações básicas” (2011a): 19 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. As evidências são as informações que fundamentam os resultados de um trabalho de auditoria. A obtenção e a análise de dados é um processo contínuo, que inclui a coleta e a reunião de documentos comprobatórios dos fatos observados, cuja análise e interpretação têm como objetivo fundamentar o posicionamento da equipe de auditoria sobre os fatos auditados. As evidências validam o trabalho do auditor, sendo consideradas satisfatórias quando reúnem as características de suficiência, adequação e pertinência (BRASIL, 2011a). É importante examinar se os documentos apresentados à equipe de Auditoria são autênticos. É necessário observar: ausência de rasuras ou emendas; características do papel e de sua impressão; acréscimo de letras, palavras ou frases em documentos digitados ou manuscritos; notas fiscais de outros estados sem visto dos postos fiscais; o correto preenchimento e composição do prontuário médico, por exemplo (BRASIL, 2011a). Nesse sentido, a equipe deverá atuar com rigor e discrição quando tiver acesso aos prontuários dos pacientes. Na Fase Operativa, a maior parte do tempo envolverá o manuseio dos prontuários, cujas informações são sigilosas e indispensáveis para caracterizar as constatações a serem formuladas posteriormente. De acordo com a Resolução nº 1.638/2002, do Conselho Federal de Medicina (CFM), a definição de prontuário médico é: [...] documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo. A Resolução supracitada torna obrigatória a criação da Comissão de Revisão de Prontuários em instituições e/ou estabelecimentos de saúde onde se presta assistência médica. Portanto, a equipe de Auditoria deverá solicitar documentos comprobatórios das atividades da referida comissão. A Resolução nº 1.638/2002 também determina que os prontuários contenham os seguintes itens obrigatórios, independentemente do tipo utilizado, papel ou eletrônico: a) Identificação do paciente – nome completo, data de nascimento (dia, mês e ano com quatro dígitos), sexo, nome da mãe, naturalidade (indicando o município e o estado de nascimento), endereço completo (nome da via pública, número, complemento, bairro/distrito, município, estado e CEP); b) Anamnese, exame físico, exames complementares solicitados e seus respectivos resultados, hipóteses diagnósticas, diagnóstico definitivo e tratamento efetuado; 20 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagense outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. c) Evolução diária do paciente, com data e hora, discriminação de todos os procedimentos aos quais o mesmo foi submetido e identificação dos profissionais que os realizaram, assinados eletronicamente quando elaborados e/ou armazenados em meio eletrônico; d) Nos prontuários em suporte de papel é obrigatória a legibilidade da letra do profissional que atendeu o paciente, bem como a identificação dos profissionais prestadores do atendimento. São também obrigatórios a assinatura e o respectivo número do CRM; e) Nos casos emergenciais, nos quais seja impossível a colheita de história clínica do paciente, deverá constar relato médico completo de todos os procedimentos realizados e que tenham possibilitado o diagnóstico e/ou a remoção para outra unidade. Tarefa importante nessa fase é a realização das visitas, tanto no estabelecimento, setores, como também aos usuários. Na visita às unidades que prestam assistência à saúde, a equipe tem a oportunidade de verificar e atestar a conformidade ou não às legislações e normatizações exigidas, especialmente no que se refere ao número e formações dos profissionais atuantes, escalas de plantões, existência e funcionamento de equipamentos, condições de armazenamento de insumos e medicamentos, conservação de itens esterilizados, condições do centro cirúrgico e enfermarias, por exemplo; conforme o escopo da Auditoria. Quanto aos usuários, as visitas domiciliares deverão ser realizadas respeitando a individualidade dos mesmos, preferencialmente sem o conhecimento das unidades prestadoras, propiciando uma manifestação espontânea e confortável. Dessa forma a equipe poderá aplicar questionários estruturados para verificar pontos específicos do atendimento realizado, buscando coletar dados relevantes para compor as evidências e, principalmente, aferir a satisfação quanto ao atendimento realizado. É interessante que a equipe inicialmente verifique os prontuários dos pacientes e confirme com os mesmos se as informações descritas condizem com a realidade. 21 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Capítulo 2 - Auditoria em Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade I Neste Capítulo a atividade de Auditoria na área da Oncologia será abordada com enfoque em procedimentos ambulatoriais, para efeitos didáticos; entretanto, nos estabelecimentos efetivamente auditados, a equipe analisará também os demais procedimentos: hospitalares. Destaca-se ainda a necessidade da equipe atuar com zelo e discrição, na manipulação dos prontuários; verificar o diagnóstico precoce e o tratamento imediato, condições indispensáveis para a cura dos pacientes e qualidade dos serviços prestados. 2.1 Procedimentos relacionados à Rede de Assistência ao Paciente Oncológico O Instituto Nacional do Câncer (INCA) define câncer como “o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos”. As células cancerígenas tendem a ser agressivas e incontroláveis, formando tumores, com capacidade para se espalharem por várias regiões do corpo de um indivíduo (INCA, 2020). O portal do INCA, apresenta estatísticas relevantes de câncer, para 2020: Incidência estimada conforme a localização primária do tumor e sexo; e, Mortalidade conforme a localização primária do tumor e sexo. Quadro 01 - Incidência estimada conforme a localização primária do tumor e sexo, setembro/2020. Em homens, Brasil, 2020 Localização Primária Casos Novos % Próstata 65.840 29,2 Cólon e Reto 20.540 9,1 Traqueia, Brônquio e Pulmão 17.760 7,9 Estômago 13.360 5,9 Cavidade Oral 11.200 5,0 Esôfago 8.690 3,9 Bexiga 7.590 3,4 Laringe 6.470 2,9 Leucemias 5.920 2,6 Sistema Nervoso Central 5.870 2,6 Todas as Neoplasias, exceto pele não melanoma 225.980 100,0 Todas as Neoplasias 309.750 - Em mulheres, Brasil, 2020 Localização Primária Casos Novos % Mama feminina 66.280 29,7 Cólon e Reto 20.470 9,2 22 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Colo do útero 16.710 7,5 Traqueia, Brônquio e Pulmão 12.440 5,6 Glândula Tireoide 11.950 5,4 Estômago 7.870 3,5 Ovário 6.650 3,0 Corpo do útero 6.540 2,9 Linfoma não-Hodgkin 5.450 2,4 Sistema Nervoso Central 5.230 2,3 Todas as Neoplasias, exceto pele não melanoma 223.110 100,0 Todas as Neoplasias 316.280 - Fonte: Adaptado do Portal do INCA, setembro/2020. A Sociedade Brasileira de Cancerologia, em 2020, considera como principais tipos de tratamento do câncer: • Cirurgia – é a modalidade de tratamento mais antiga e mais definitiva, principalmente quando o tumor está em estágio inicial e em condições favoráveis para sua retirada. • Quimioterapia – a quimioterapia é um tratamento que utiliza medicamentos extremamente potentes no combate ao câncer, com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes. • Radioterapia – é o mais utilizado para tumores localizados que não podem ser retirados por cirurgia (ressecados) totalmente, ou para tumores que costumam retornar ao mesmo local após a cirurgia. • Hormonioterapia – a hormonioterapia é um tratamento que tem como objetivo impedir a ação dos hormônios que fazem as células cancerígenas crescerem. A hormonioterapia age bloqueando ou suprimindo os efeitos do hormônio sobre o órgão alvo. • Terapia Oral – O tratamento antineoplásico oral é uma preferência dos pacientes oncológicos, pela menor necessidade de visitas ao consultório médico e pela praticidade da administração. Do ponto de vista técnico-assistencial, não há necessidade de acesso venoso, nem de internação do paciente. Muitas terapias orais atualmente são usadas de forma contínua, com resultados animadores e em termos de custos de tratamento oncológico, há inúmeros estudos que apontam para um impacto positivo desses tratamentos, independentemente do estágio e de seu caráter. • Terapia Alvo – em sua definição mais simples, a terapia alvo implica em um tratamento que tem um alvo molecular específico. Para receber esse nome de forma mais apropriada, deveria agir sobre um processo biologicamente importante, preferencialmente um processo que seja central na fisiopatologia da neoplasia. Esse alvo deve ser mensurável na clínica e deve estar correlacionado com o resultado clínico quando essa terapia alvo for administrada. Torna-se patente, então, a necessidade de testes laboratoriais apropriados capazes de garantir a correlação entre os alvos biológicos e a clínica médica. A cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia podem ser realizadas de forma isolada ou em combinação, lembrando que a melhor opção de tratamento deve ser definida pelo médico segundo o tipo de câncer e o estágio da doença. (grifos nossos) É necessário conhecer as estatísticas que se referem ao câncer, tanto no Brasil como no mundo, para conhecer a evolução natural da doença, traçar o perfil 23 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. epidemiológico nas populações, planejar e avaliar as redes de assistência, com o objetivo de promover um tratamento eficiente para a cura dos pacientes. As Auditorias são capazes de trazer à tona todas essas informações. É comum que as Auditorias na rede de assistência oncológica sejam demandadas por outros órgãos de controle ou mesmo por denúncias, assim a atividade poderá ser mais objetiva, destinada a responder questões mais específicas. A Política Nacional para Prevençãoe Controle do Câncer (PNPCC) do SUS, está descrita na Portaria de Consolidação Nº 2, de 28 de setembro de 2017 - consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde; no anexo IX: Art. 2º A Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer tem como objetivo a redução da mortalidade e da incapacidade causadas por esta doença e ainda a possibilidade de diminuir a incidência de alguns tipos de câncer, bem como contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos usuários com câncer, por meio de ações de promoção, prevenção, detecção precoce, tratamento oportuno e cuidados paliativos. (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 2º) (BRASIL, 2017b). A PNPCC aborda como responsabilidades do Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde: IX - adotar mecanismos de monitoramento, avaliação e auditoria, incluindo tempo de espera para início do tratamento e satisfação do usuário, com vistas à melhoria da qualidade das ações e dos serviços ofertados, considerando as especificidades dos estabelecimentos de saúde e suas responsabilidades; (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 21, IX) XVIII - monitorar, avaliar e auditar a cobertura, produção, desempenho e qualidade das ações e serviços de prevenção e de controle do câncer no País no âmbito do SUS; (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 21, XVIII) (BRASIL, 2017b, grifos nossos) Para a operacionalização da PNPCC, destaca-se a o componente de atenção especializada da rede de atenção à saúde: III - Componente Atenção Especializada: composto por ambulatórios de especialidades, hospitais gerais e hospitais especializados habilitados para a assistência oncológica que devem apoiar e complementar os serviços da atenção básica na investigação diagnóstica, no tratamento do câncer e na atenção às urgências relacionadas às intercorrências e à agudização da doença, garantindo- se, dessa forma, a integralidade do cuidado no âmbito da rede de atenção à saúde, sendo constituído por: (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 26, III) a) Atenção Ambulatorial: composto por conjunto de serviços que caracterizam o segundo nível de atenção, qual seja de média complexidade, e que realizam o atendimento especializado, exames para diagnóstico do câncer, apoio terapêutico e o tratamento de lesões precursoras, com as seguintes responsabilidades: (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 26, III, a) 24 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. b) Atenção Hospitalar: composto pelos hospitais habilitados como UNACON e CACON e pelos Hospitais Gerais com Cirurgia Oncológica, onde são oferecidos os tratamentos especializados de alta complexidade e densidade tecnológica para as pessoas com câncer, os quais devem ser estruturados considerando-se os dados epidemiológicos, as lógicas de escala, de escopo e de acesso, respeitando-se a conformação das redes regionalizadas de atenção à saúde, sendo que: (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 26, III, b) (BRASIL, 2017b, grifos nossos) As denominações CACON e UNACON referem-se a estabelecimentos hospitalares habilitados para realizar o diagnóstico definitivo e tratamento do câncer. Suas responsabilidades são: 2. 1. determinar o diagnóstico definitivo, a extensão da neoplasia (estadiamento) e assegurar a continuidade do atendimento de acordo com as rotinas e as condutas estabelecidas, sempre com base nos protocolos clínicos e nas diretrizes terapêuticas estabelecidos pelo Ministério da Saúde, quando publicados; (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 26, III, b, 1) 3. 2. oferecer serviços de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, incluindo-se a hormonioterapia, e cuidados paliativos, em nível ambulatorial e de internação, a depender do serviço e da necessidade identificada em cada caso; (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 26, III, b, 1) 4. 3. registrar as informações de pacientes atendidos com diagnóstico confirmado de câncer nos sistemas de informação vigentes; (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 26, III, b, 1) 5. 4. realizar ações de pronto-atendimento em oncologia; (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 26, III, b, 1) 6. 5. ofertar e orientar tecnicamente os cuidados paliativos com assistência ambulatorial, internação e assistência domiciliar, incluindo o controle da dor e o fornecimento de opiáceos, pelo próprio hospital ou articulados e organizados na rede de atenção à saúde a que se integra; (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 26, III, b, 1) 7. 6. Ao CACON, oferecer, obrigatoriamente, tratamento de cirurgia, radioterapia e quimioterapia dentro de sua estrutura hospitalar; (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 26, III, b, 1) 8. 7. À UNACON, oferecer minimamente os tratamentos de cirurgia e quimioterapia, porém, neste caso, a unidade hospitalar deve, obrigatoriamente, ter o tratamento de radioterapia referenciado e contratualizado formalmente; e (Origem: PRT MS/GM 874/2013, Art. 26, III, b, 1) (BRASIL, 2017b, grifos nossos) Na aplicação da Lei nº 12.732, de 22 de novembro de 2012, que versa a respeito do primeiro tratamento do paciente com neoplasia maligna comprovada, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a PNPCC considera que o tratamento do câncer foi efetivamente iniciado/comprovado quando: realiza-se a cirurgia, ou no início da radioterapia ou no início da quimioterapia (BRASIL, 2017b). Portanto: Art. 37. O paciente com neoplasia maligna tem direito de se submeter ao primeiro tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), no prazo de até 60 (sessenta) dias contados a partir do dia em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do caso registrada em prontuário. (Origem: 25 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. PRT MS/GM 876/2013, Art. 3º) (com redação dada pela PRT MS/GM 1220/2014) § 1º O prazo previsto no "caput" poderá ser reduzido por profissional médico responsável, conforme a necessidade terapêutica do caso registrada em prontuário único. (Origem: PRT MS/GM 876/2013, Art. 3º, § 1º) § 2º Não se aplica o prazo previsto no "caput" aos seguintes casos de neoplasia maligna: (Origem: PRT MS/GM 876/2013, Art. 3º, § 2º) I - câncer não melanótico de pele dos tipos basocelular e espinocelular; (Origem: PRT MS/GM 876/2013, Art. 3º, § 2º, I) II - câncer de tireoide sem fatores clínicos pré-operatórios prognósticos de alto risco; e (Origem: PRT MS/GM 876/2013, Art. 3º, § 2º, II) III - casos sem indicação de tratamento descritos no art. 36. (Origem: PRT MS/GM 876/2013, Art. 3º, § 2º, III) (BRASIL, 2017b, grifos nossos) A equipe de saúde ou médico responsável pelo atendimento do paciente em tratamento oncológico deverá registrar no Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) as datas: do diagnóstico de neoplasia maligna em laudo patológico; de registro do exame no prontuário e da realização do primeiro tratamento; além de demais dados pertinentes (BRASIL, 2017b). Portanto, quando se realiza uma auditoria na área da Oncologia, é essencial que a equipe verifique se há atendimento aos critérios preconizados, em especial à PNPCC apresentada, e demais materiais técnicos atualizados. Segundo o Protocolo de Auditoria Nº 32 (2016b), do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS), essa atividade tem como objetivos específicos: • verificar se a rede assistencial oncológica no estado está organizada para o atendimento aos usuários do sus de acordo com a política nacional para a prevenção e controle do câncer. • verificar se a unidade assistencial oncológica está organizada para o atendimento aos usuários de acordo com a política nacional para a prevenção e controle do câncer. • verificar se o serviço de quimioterapia funciona conforme estabelecidona política nacional para a prevenção e controle do câncer • verificar se o serviço de radioterapia funciona conforme estabelecido na legislação vigente. • verificar se a assistência hospitalar (clínica e cirúrgica) atende adequadamente os pacientes. • verificar se foram instituídos mecanismos reguladores da rede de controle do câncer. Na etapa de planejamento, é importante viabilizar que a atividade seja integrada, com Auditores pertencentes aos componentes de auditoria federal, estadual e municipais, preferencialmente, incluindo a presença de profissionais enfermeiros e 26 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. médicos. Recomenda-se que a abrangência seja de janeiro a dezembro do ano anterior (BRASIL, 2016b). A seleção das Unidades a serem auditadas pode ocorrer: a) conforme a maior produção de serviços oncológicos; b) CACON / UNACON com Serviços de Radioterapia; c) pela discrepância existente entre o número de equipamentos de radioterapia e a produção (BRASIL, 2016b). Quanto aos prontuários, deverão ser selecionados: a) pacientes que tiveram os 3 tipos de atendimento – quimioterapia (QT), radioterapia e cirurgia; b) pacientes com estadiamento 3 e 4; c) pacientes com diagnóstico de câncer firmado há mais tempo; d) pacientes com finalidade de tratamento de radioterapia conflitante com o estadiamento; e) pacientes com pouca e muita idade (crianças/adolescentes e idosos); f) com AIH de cirurgias sequenciais em oncologia; g) com AIH de internação para QT para infusão contínua, porém sem APAC liberada em períodos próximos; h) com hormonioterapia há mais de 60 meses; i) pacientes com várias AIH no mesmo mês e com o mesmo procedimento; j) pacientes com AIH de tratamento clínico/intercorrência clínica em oncologia, com óbito, pois poderão indicar necessidade de Cuidados Prolongados em oncologia; k) com AIH de valores mais altos; l) com AIH com tempo de permanência de 0 (zero) dia (BRASIL, 2016b). É importante contatar os profissionais, tanto na gestão como também nos estabelecimentos a serem auditados, que acompanham os serviços de oncologia, para coleta de informações. Além disso, os responsáveis deverão estar cientes da execução da atividade. Ao realizar a Fase Analítica, a equipe precisará consultar a produção apresenta pelo estabelecimento, em especial, do Grupo 03: Procedimentos Clínicos / Subgrupo 04: Tratamento em Oncologia; Grupo 04: Procedimentos Cirúrgicos / Subgrupo 15: Outras Cirurgias; e, Grupo 04: Procedimentos Cirúrgicos / Subgrupo 16: Cirurgia em Oncologia, do SIGTAP (BRASIL, 2016b). 27 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. O Protocolo de Auditoria Nº 32 propõe que a auditoria seja realizada pela metodologia de Matrizes, com “questões de auditoria” para serem respondidas por meio de possíveis constatações – conforme / não conforme, pois: Essa metodologia direciona a coleta de informações e as respectivas análises, no sentido de estruturar o planejamento na fase analítica, facilitar a fase de execução e de relatório, visando sistematizar e qualificar as atividades de controle no âmbito do SUS. É imprescindível que a equipe consulte diversos sistemas de informação, com objetivo de coletar dados, organizar seus roteiros, elaborar cronograma, construir seus papeis de trabalho. Que poderão ser tornar “evidências” para as constatações a serem produzidas. É comum consultar: a) Relatório Demonstrativo de APAC Apresentadas/Pagas de Radioterapia/Quimioterapia; b) Relatório de Frequência de Procedimentos (Tabwin) – SIA/SUS; c) Relatório de Frequência de AIH Pagas – (Tabwin) – SIH/SUS; d) Relatório Demonstrativo de AIH Pagas (RD) (Ferramentas Tabwin e Excel); e) Relatório Demonstrativo de AIH Pagas - Serviços Profissionais (SP) - SIH; f) Sistemas como SCNES, SIGTAP, SISOBI/DATAPREV; entre outros (BRASIL, 2016b). Na Fase Operativa a equipe irá a campo para coletar demais informações, com o objetivo de viabilizar a construção de um Relatório com evidências robustas e que caracterizem a realidade dos fatos. Nesta etapa, a equipe precisa ter precisão, portanto uma Fase Analítica e bem planejada é fundamental. Com gestores, a equipe realizará reuniões, solicitará informações e conferirá os documentos solicitados pelo Comunicado de Auditoria (CA). No estabelecimento de saúde, a equipe também promoverá reuniões com os responsáveis para solicitar informações, conferirá os documentos solicitados pelo CA, visitará os setores da assistência oncológica e, principalmente, analisará as informações contidas nos prontuários dos pacientes (BRASIL, 2016b). É importante planejar e visitar os pacientes para confirmar as informações coletadas nesses prontuários. Sobre os prontuários, a Resolução CFM nº 1472/1997 determina que os laudos cito-histopatológicos ou anatomopatológicos, partes integrantes do prontuário médico do paciente, deverão ser mantidos arquivados nos estabelecimentos de saúde por 05 28 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. (cinco) anos ou então entregues ao paciente (ou responsável legal). Neste caso, um comprovante da entrega deverá constar no prontuário. Como procedimentos comumente executados pelos estabelecimentos, cujos atributos deverão ser conferidos pela equipe de Auditoria, têm-se: a) Tratamentos em Oncoloogia (no SIGTAP, Grupo: 03 - Procedimentos clínicos / Sub-Grupo: 04 - Tratamento em oncologia): - 03.04.01.039-1 - Radioterapia de ossos/cartilagens/partes moles, com Valor Total Ambulatorial: R$ 3.118,00; cuja descrição é: Consiste na radioterapia de tumores primários de ossos, cartilagens, vasos, partes moles ou nervos periféricos, por localização, ou lesão benigna do corpo carotídeo ou do corpo aórtico. Não inclui a irradiação de cadeia linfática, quando indicada. A braquiterapia é aplicável apenas em caso de tumor de partes moles. Se braquiterapia de tumor de partes moles, autorização excludente com a autorização dos procedimentos 03.04.01.011-1 internacão p/ radioterapia externa (cobaltoterapia/acelerador linear) e 03.04.01.017-0 narcose de criança (por procedimento). (SIGTAP, 2020). - 03.04.01.041-3 - Radioterapia de mama, com Valor Total Ambulatorial: R$ 5.904,00; cuja descrição é: Consiste na radioterapia da mama ou do plastrão (leito) mamário. Incluir a irradiação de cadeia de drenagem linfática regional (axilar, supraclavicular, cadeia mamária interna), quando indicada (SIGTAP, 2020). - 03.04.01.043-0 - Braquiterapia ginecológica, com Valor Total Ambulatorial: R$ 4.150,00; cuja descrição é: Braquiterapia intersticial ou intracavitária de câncer do colo uterino, corpo uterino, vagina ou vulva. Procedimento registrado por tratamento completo, independentemente do número de inserções (SIGTAP, 2020). - 03.04.01.045-6 - Radioterapia de próstata, com Valor Total Ambulatorial: R$ 5.838,00; cuja descrição é: Consiste na radioterapia de próstata. Inclui a irradiação de cadeia de drenagem linfática regional, quando indicada. Excludente com o procedimento 04.03.01.046-4 braquiterapia de próstata (SIGTAP, 2020). - 03.04.01.054-5 - Radioterapia de cadeia linfática, com Valor Total Ambulatorial: R$ 4.168,00; cuja descrição é: Radioterapia em cadeia de drenagem linfática regional ou à distância com finalidade curativa ou paliativa, inclusive irradiação de cadeia de drenagem linfática terapêutica ou profilática de neoplasia de testículo ou do escroto. A radioterapia de cadeia linfática isolada será autorizada em casos de progressão ou recidivade neoplasia maligna não linfomatosa na área de drenagem linfática regional ou à distância (SIGTAP, 2020). 29 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. - 03.04.02.007-9 - Hormonioterapia do adenocarcinoma de próstata avançado - 1ª linha, com Valor Total Ambulatorial: R$ 301,50; cuja descrição é: Consiste na hormonioterapia paliativa de 1ª linha do adenocarcinoma de próstata loco-regionalmente avançado, metastático ou recidivado sem supressão androgênica prévia (SIGTAP, 2020). - 03.04.02.008-7 - Quimioterapia do adenocarcinoma de próstata resistente a hormonioterapia, com Valor Total Ambulatorial: R$ 1.062,65; cuja descrição é: Quimioterapia paliativa do adenocarcinoma de próstata loco- regionalmente avançado, metasttico ou recidivado, resistente a hormonioterapia (SIGTAP, 2020). - 03.04.04.019-3 - Hormonioterapia do carcinoma de mama em estádio III (prévia), com Valor Total Ambulatorial: R$ 79,75; cuja descrição é: Hormonioterapia prévia a cirurgia ou a radioterapia em caso de mulheres na pós menopausa com tumor localmente avançado (estadio iii), receptores hormonais positivos e her-2 negativo, que não receberam quimioterapia. A duração da hormonioterapia prévia é de no máximo 06 (seis) meses. procedimento excludentes com os procediemntos 03.04.04.002-9 quimioterapia do carcinoma de mama (prévia) e 03.04.04.018-5 - poliquimioterapia do carcinoma de mama her-2 positivo em estádio iii (prévia). Na Fase de Relatório a equipe consignará todas as informações e dados coletados. É necessário utilizar uma linguagem clara e direta, para que seja possível responder às “questões de Auditoria” que nortearam os trabalhos. Com o Relatório Preliminar, a equipe oportuniza aos destinatários a apresentação de justificativas, que serão acatadas ou não para a elaboração do Relatório Final. É necessário verificar a obrigatoriedade de envio do Relatório Final aos gestores, municipal ou estadual; Conselhos de Saúde; Ministério Público, conforme o caso. 30 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Capítulo 3 - Auditoria em Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade II Neste Capítulo a atividade de Auditoria na área da Nefrologia será abordada com enfoque em procedimentos ambulatoriais, para efeitos didáticos; entretanto, nos estabelecimentos efetivamente auditados, a equipe analisará também os demais procedimentos: hospitalares. Destaca-se ainda a necessidade da atuação de equipe apresentar zelo e discrição, na manipulação dos prontuários; planejar as visitas aos estabelecimentos preferencialmente com membros que tenham formação na área médica ou da enfermagem, com experiência no atendimento clínico aos pacientes. No caso de pacientes em tratamento, alguns exames rotineiros deverão ser verificados, para comprovação da correta conduta clínica e qualidade da assistência. 3.1 Procedimentos relacionados à Rede de Assistência ao Paciente Portador de Doença Renal Crônica De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), em 2020, o termo Doença Renal Crônica (DRC) refere-se a: toda lesão que afeta os rins e persiste por três meses ou mais. Seu estágio “final” é mais conhecido como “insuficiência renal crônica”. Nesse último estágio, para manutenção da vida, é preciso fazer diálise ou transplante renal. A Classificação dos estágios dos pacientes com DRC é realizada conforme a Avaliação da Taxa de Filtração Glomerular (TFG) apresentada. As “Diretrizes Clínicas para o Cuidado ao paciente com DRC no Sistema Único de Saúde” estabelecem que o tratamento deverá ser estruturado após a seguinte classificação: 31 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. Quadro 02 - Classificação da DRC. Estágio TFG (ml/min/1,73m2) 1 ≥90 2 60-89 3 a 45-59 3 b 30-44 4 15-29 5