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CANA DE AÇÚCAR Patrícia Favoretto Renci Atualizado por Daniel Bertoli Gonçalves Agosto/2025 História e importância socioeconômica da cultura Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola Exigências nutricionais e adubação Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc. Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas Colheita, pós-colheita e comercialização Sustentabilidade da cultura Cultura da cana-de-açúcar Cana-de-açúcar - Origem Típicas de climas tropicais e subtropicais, a planta não correspondeu às expectativas em terras européias. Saccharum spp. principais espécies Oceania (Nova Guiné) e Ásia (Índia e China). Variedades cultivadas no Brasil e no mundo: híbridas cruzamento entre diferentes espécies (multiespecíficos) do gênero Saccharum. Brasil (1532): Martin Afonso de Souza – mudas da Ilha da Madeira 1º engenho de cana-de-açúcar – Capitania de São Vicente Expansão da cana-de-açúcar em SP Quadrilátero do açúcar: Mogi-Mirim, Itu, Piracicaba, Capivari e Campinas Expandiu de Itu, canaviais foram plantados em direção a Piracicaba e Capivari. Percurso da cana-de-açúcar no Brasil foi na América que a cana-de-açúcar encontrou excelência em seu desenvolvimento 3 2ª stimativa da safra 2023/24 Produção de cana-de-açúcar na safra 2023/24 chega a 713,2 milhões de toneladas, a maior da série histórica. A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2023/2024 registra 713,2 milhões de toneladas e estabelece novo recorde na série histórica acompanhada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Principais regiões produtoras: São Paulo Goiás Minas Gerais Mato Grosso do Sul Sudeste: representa 72,8% da produção nacional de açúcar Destaque para São Paulo: responsável por 59,7% da produção nacional de açúcar Sudeste 63,1% Fonte: Conab (2023) PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR A produtividade nacional ainda impressiona, 75 t ha⁻¹ em média Brasil terá recordes para açúcar em 2025/26, com 50% do comércio global moagem de cana esperada em 25/26 é de 663 milhões de ton. Fabricação de açúcar do Brasil em 2025/26 foi estimada em recorde de 45,9 milhões de ton. (São Paulo sozinho pode responder por 26 milhões ton) Etanol total: 8,7 bilhões litros, sendo 5,97 bilhões litros de hidratado e 2,73 bilhões litros de anidro. Produção mundial de açúcar em 2022/23 por país líder (em milhões de toneladas métricas) Fonte: Statistica 2023 Fonte: https://unica.com.br/en/sugarcane-sector/ Fonte: Ministério da Agricultura As incertezas do início de 2020 foram revertidas pelo setor sucroenergético, tornando o período favorável à produção de açúcar em função do aumento da demanda interna e externa. 9 Evolução - cana-de-açúcar Primeiros estudos, Instituto Agronômico - IAC (final do séc. XIX). IAC e Secretaria da Agricultura de São Paulo (serviço de distribuição de mudas). Região de Piracicaba e Ribeirão Preto mais responsivas e indicadas). 1928: experimentos conduzidos na fazenda Modelo da ESALQ 1930: Estação Experimental de Cana testes de aclimatação em Piracicaba 1933: Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) - PLANALSUCAR – Programa Nacional de Melhoramento de Cana-de-Açúcar e do Programa de Racionalização da Agroindústria Açucareira. Seção de Cana-de-Açúcar do Instituto Agronômico (IAC) 1968: Programa de Melhoramento da Cana-de-Açúcar (COPERSUCAR) SAG. 1969: CTC (Unidade de Pesquisa – Copersucar) COPERSUCAR SISTEMA DE PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL 10 Fatos importantes 1933 - Getúlio Vargas - Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) - administração da produção - preço fixo/ ton. de cana - volume x para exportação 1975: Proálcool - reduzir a dependência de energia -amenizar os problemas da balança comercial - aumentar a renda interna, etc. 1985: ↑↑↑ venda de automóveis a álcool Década de 90: crise e extinção do Proálcool e do IAA 1993: Lei n° 8.732 - mistura de álcool anidro como aditivo da gasolina (faixa de 20 a 25%) 2003: Projeto Genoma da Cana-deAçúcar Concluído o maior sequenciamento do genoma da cana-de-açúcar comercial Modernização da Agroindústria Canavieria Legislação sobre a queima da palha da cana-de-açúcar; Proibição do uso dos inseticidas clorados e a definição dos produtos substitutos; Colheita da cana crua mecanizada em substituição à manual, com queima da palhada; Surgimento inesperado de nova doença, o amarelinho, sobre uma variedade em grande expansão. 1992: GRUPO FITOTÉCNICO DE CANA-DE-AÇÚCAR Modernização das pesquisas… TODAS ESTAS QUESTÕES GERARAM MUITAS DISCUSSÕES: CRIAÇÃO DO GRUPO 12 1969: Inauguração do CTC 1975: Programa Nacional do Álcool – Proalcool (CTC – tecnologias) 1983: CTC lança sua 1ª variedade de cana-de-acúcar (SP117043) 1986: CTC desenvolvoe automação usinas de cana-de-açúcar 1992: Pesquisadores do CTC: mapeamento edafoclimático 1994: Abertura do 1º laboratório de biotecnologia agrícola (OGM) 1995: CTC desenvolve melhorias – setor colheita mecanizada 2004: CTC torna-se o Centro de Tecnologia Canavieira 2011: CTC - S.A. (acionistas: mais de 60% da capacidade produtiva nacional) 2012: A variedade SP 813250 se torna a mais plantada no país 2013: Reformulação do programa de melhoramento genético, variedades Premium CTC 9000 2014: Inauguração do maior e mais moderno laboratório de biotecnologia aplicada à cana 2015: Solicitação de aprovação da cana (GMO) e lançamento da Palha Flex 2016: Portifólio - CTC responde por um de cada três hectares do canavial brasileito 2017: Aprovação da cana (GMO) - CTNBIO 2018: Plantios da primeira cana GMO chegam ao Centro-Sul SP117043: CHEGA A ATINGIR 27% DA ÁREA CANAVIEIRA EM 1989 CANA GMO RESISTENTE A BROCA 14 História e importância socioeconômica da cultura Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola Exigências nutricionais e adubação Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc. Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas Colheita, pós-colheita e comercialização Sustentabilidade da cultura Cultura da cana-de-açúcar CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA Divisão: Angiospermae Classe: Monocotyledoneae Ordem: Glumiflorae Família: Gramineae Tribo: Andropogonae Subtribo: Saccharininae Gênero: Saccharum Espécies Saccharum officinarum Saccharum barberi Saccharum robustum Saccharum spontaneum Saccharum sinensis Saccharum edule Divisão: Magnoliophyta Classe: Liliopsida Ordem: Cyperales Família: Poaceae Tribo: Andropogonae Subtribo: Saccharininae Gênero: Saccharum ENGLER (antiga) CRONQUIST (atual) Variedades comerciais do mundo são hibridos: Saccharum spp. Ainda é considerada gramínea por muitos profissionais (área de produção) 16 Descrição morfológica Sistema radicular: sustentação e absorção de água e nutrientes. Parte Aérea: sistema de perfilhamento simples (primários, secundários, terciários e assim por diante). Colmos: formato cilindrico (nós e entre-nós ou internódios). Cada nó tem uma gema, disposta alternadamente, protegida pela bainha da folha. Folhas: alternadas, opostas e presas aos nós dos colmos, parte superior (lâmina) e parte inferior (bainha). Inflorescência: indesejável (consumo de energia, perdas no teor de sacarose e alterações na qualidade de matéria-prima industrial). Florescimento induzido ou inibido 17 Fonte: Dillewijn (1952) touceira em formação dois tipos de raízes: tolete e rizoma, além do colmo primário e secundário. Sistema Radicular Touceira MORFOLOGIA Sistema Radicular Propagação vegetativa Sistema radicular Três tipos característicos De raízes, a distribuição percentual em profundidade e a distância lateral atingida pelas raízes superficiais Fonte: Dillewijn (1952) CHEGAM A PROFUNDIDADE DE ATÉ 1,5M 19 Sistema radicular Raízes dos perfilhos COLMO e BAINHA Fonte: Bacchi (1983) Aonde está o açúcar?! Tipos de gemas da cana-de-açúcar Fonte: Artschwager e Brandes (1958) Tipos de nós e internódios Fonte: Artschwager e Brandes (1958) A Tolete B Nó do tolete e suas partes Fonte: Thomas (2015)Folhas Sistema de numeração de folhas estabelecido por Kuijper Inflorescência Pilosidade Espigueta pedicelada Estigma Espigueta séssil Antera Fonte: Blackburn (1984) 27 ≈ 30 dias ≈ 120 a 150 DAP 25 a 35 perfilhos/ metro linear 40 a 50% dos perfilhos colmos produtivos, 10 a 12 plantas/metro linear. FASES DE CRESCIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR CANA PLANTA 28 FASES DE CRESCIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR CANA SOCA Brotação da cana-de-açúcar. Detalhe: a zona radicular presente no nó do colmo. Tolete de cana-de-açúcar brotando. Raízes Sett são formadas a partir da zona radicular do nó. Brotação estádio mais avançado. Fase de emissão do perfilho primário (esporão). Fases de crescimento Brotação dos perfilhos primários da cana-de-açúcar Fases vegetativa Brotação da cana-de-açúcar Início do perfilhamento Perfilho primário, secundário e terciário Início da fase de perfilhamento Fases vegetativa Imagem do meristema basal. É possível identificar o, perfilho primário, perfilho secundário, e assim por diante, como também, a formação de novos perfilhos a partir da base do perfilho primário. perfilho primário perfilho secundário meristema basal (Sombreamento da base da planta). Fim da fase de perfilhamento Fases vegetativa Início da fase de alongamento do colmo (colmo com 3 a 5 entrenós). Perfilho morto devido ao sombreamento. Cana denominada "brotão". Colmo que não se tornou colmo produtivo e não senesceu. Cana-de-açúcar com 2,5 m e 15 entrenós. (11 meses) Cana-de-açúcar com 4,0 m e 25 entrenós (14 meses). Importância da variedade de cana para cada região Pontos importantes: Ambientes de produção ocorre o manejo varietal na cultura, todas as instituições de melhoramento de cana-de-açúcar no Brasil (RIDESA, IAC e CTC) classificam as cultivares em função do ambiente de produção. Manejo varietal: proposta de alocar a cultivar mais apta a determinado ambiente de produção, a fim de melhor explorar seu potencial produtivo (SILVA et al., 2008). Ambiente de produção: definido em função das condições físicas, hídricas, morfológicas, químicas e mineralógicas do solo sob manejo adequado da camada arável em relação ao preparo, calagem, adubação, adição de vinhaça, torta de filtro, palha no plantio, direto, do controle de plantas daninhas e pragas, mas sempre associadas às propriedades da subsuperfície dos solos (PRADO, 2005). Ambientes de produção para cana-de-açúcar Efeito da profundidade sobre o desenvolvimento da planta. Componentes do ambiente de produção (Prado, 2005). 41 Resposta varietal aos ambientes de produção. Cana-de-açúcar aos 120 dias após o plantio em Prado Ferreira-PR (Ambiente de Produção A). Cana-de-açúcar aos 120 dias após o plantio em Presidente Bernardes-SP (Ambiente C). CLIMA DO PARANÉ É MAIS FRIO AFETOU O DESENVOLVIMENTO DOS PERFILHOS 44 VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR E SUAS PRINCIPAIS CARACTERTÍSTICAS Fonte: Fabricação Artesanal de Cachaça Mineira, adaptado 2002 Espécie Características Saccaharum officinarum Canas nobres ou tropicais, elevado teor de açúcar, porte elevado, colmos grossos e baixos teores de fibras. Exs.: cana preta; rosa; riscada; roxa; manteiga; caiana; entre outras. Muito exigentes por boas condições de clima e de solo, além de serem mais sensíveis a algumas doenças. Saccaharum spontaneaum Colmos curtos, finos e fibrosos; teor de açúcar é consideravelmente baixo. Vantagens: perfilhamento vigoroso e abundante, suportam bem condições adversas de clima e solo, resistentes as doenças. Saccaharum sinensis Variedades da China e do Japão. Porte elevado, colomos finos e fibrosos, teor médio de açúcar e raízes abundantes e fortes. Resinstência mediana a algumas deficiências nutricionais do solo e adversidades climáticas. Saccaharum barberi Porte baixo a médio, colomos finos, fibrosos e pobres em açúcar. Espécie bastante rústica. Saccaharum robustum Colomos muito altos, chegando a atingir 10 m de altura. Comos grossos, muito fibrosos (cana dura), baixos teores de açúcar Bases de Pesquisa da RIDESA Bases de Pesquisa do PMGCA/RIDESA, 2015. Instituições Federais do Ensino Superior (IFES) participantes da Ridesa Fonte: Ridesa (2015) RIDESA: Rede Interuniversitária para o desenvolvimento do Setor Sucroenergético PMGCA (PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE CANA-DE-AÇÚCAR) 79 BASES DE PESQUISA 46 Graham Bonnett (2013) Classificou o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da cultura em dez estádios fenológicos. Estádios fenológicos: 0: Germinação (Semente ) e Brotação (Tolete ou Soqueira) 1: Desenvolvimento Radicular e Foliar 2: Perfilhamento 3: Alongamento do Colmo 4: Desenvolvimento do Colmo 5: Emergência da Inflorescência 6: Florescimento 7: Desenvolvimento do Fruto 8: Maturação das Sementes 9: Senescência VEGETATIVO REPRODUTIVO Considerando a produção agrícola como fica? Produção de etanol e açúcar, essa classificação fenológica não é muito utilizada, pois os estádios de desenvolvimento reprodutivo não são desejáveis (florescimento). Classifica-se o crescimento em quatro fases: brotação, perfilhamento, crescimento vegetativo e maturação. ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR Fonte: YARABRASIL, 2016. Crescimento dos colmos Fenologia ECOFISIOLOGIA Cultivada a Latitude 35°N a 35°S / Altitude: 0 a 1000m Período de crescimento: 9 a 10 meses (Lousiania – USA) Até 2 anos ou mais (Peru ou África do Sul). Exigente em T°C e distribuição de chuvas Temperaturas: 30 – 34°C (desenvolvimento máximo). Florescimento: Temperatura do ar, comprimento do dia e umidade do solo. 12 – 12,5h de fotoperíodo (indução do florescimento). Temperaturas: mínima 30 - 31°C inibem o florescimento. AMPLA ESCALA DE ADAPTAÇÃO 54 Condições favoráveis Total anual de precipitação: 1.000 a 1.600 mm Fase de crescimento: chuvas abundantes Fase de maturação e colheita: período seco favorável Em condições favoráveis: emissão de panículas (7 - 10 semanas). C4: alta eficiência fotossintética, quanto maior for a intensidade luminosa, maior o seu desenvolvimento e acúmulo de açúcares. DISTRIBUIÇÃO DAS CHUVAS É IMPORTANTE AO LONGO DO CICLO PERÍODO SECO FAVORECE O ACÚMULO DE SACAROSE DISTRIBUIÇÃO DAS CHUVAS É IMPORTANTE AO LONGO DO CICLO PERÍOIDO SECO FAVORECE O ACÚMULO DE SACAROSE 55 Zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar estado SP Para saber mais: Fonte: http://geoinfo.cnps.embrapa.br/layers/geonode%3Azoncanasp_lat_long_wgs84 História e importância socioeconômica da cultura Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola Exigências nutricionais e adubação Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc. Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas Colheita, pós-colheita e comercialização Sustentabilidade da cultura Cultura da cana-de-açúcar NUTRIÇÃO – ADUBAÇÃO - MANEJO QUÍMICO DO SOLO * CALAGEM * GESSAGEM * FOSFATAGEM * ADUBAÇÃO VERDE *ADUBAÇÃO ORGÂNICA ADUBAÇÃO MINERAL - PLANTIO - SOQUEIRA * Práticas que visam aumentar a eficiência da adubação mineral (diminuir o valor de “f”) ADUBACÃO = PLANTA – SOLO x f NUTRIÇÃO - ADUBAÇÃO Calagem: calcário para elevar a saturação por bases a 60%, sendo pelo menos 1 t ha-1 do tipo dolomítico, se o teor de magnésio trocável for de 40%, de acordo com a fórmula: argila (em g/kg) x 6 = kg ha-1 de gesso a aplicar. Adubação: CANA PLANTA: 30 kg ha-1 de N no plantio e 30 kg ha-1 60 DAP; aplicar no plantio, no fundo do sulco, de 40 a 180 kg ha-1 de P2 O5; aplicar de 40 a 200 kg ha-1 de K2O, sendo que até 100 kg devem ser aplicados no plantio e o restante em cobertura junto ao nitrogênio, na primeira aplicação de abril. Aplicar até 5 kg ha-1 de zinco (Zn) e 4 kg ha-1 de cobre (Cu) no sulco de plantio, se constatada deficiência de Zn ou Cu na análise do solo. CANA SOCA: 60 a 150 kg ha-1 de N, de acordo com a produtividade esperada(60 a 100 t ha-1); de 0 a 30 kg ha-1 de P2 O5 e, de 30 a 150 kg ha-1 de K2O, de acordo com a análise do solo e a produtividade esperada. Para as áreas com palhada, descontar cerca de 30 a 50 kg ha-1 de K2O, em função da quantidade de palhada deixada no campo. Ca e P mais importantes (sist radicular) 59 NUTRIÇÃO - ADUBAÇÃO N Ciclo de crescimento Sistema radicular profundo (5-6 m) Fixação de N: vida livre Renovação sistema radicular – relação C/N alta P2O5 Suprir necessidades dos sítios de fixação de P no solo. Aplicação localizada K2O Elemento mais importante e exportado na cultura Fundamental no metabolismo dos açúcares NUTRIÇÃO - ADUBAÇÃO Fórmulas mais comuns de adubação de base Plantio: 4-20-20; 5-25-25; 2,5-10-10; 10-30-20; etc Soqueira: 18-00-27; 14-07-28; 14-07-21; 20-00-30; etc Cobertura nitrogenada em cana planta (0 a 60 kg / ha) Início das águas Adubação de base “padrão” – kg / ha Estágio N P2O5 K2O Cana Planta 0 a 60 100 a 150 100 a 170 Cana Soca 60 a 100 0 a 45 100 a 170 Nutrição – exportação de nutrientes kg/t cana Nutriente Cana Planta Cana Soca N 0,92 0,73 P2O5 0,23 0,30 K2O 0,77 0,85 CaO 0,83 0,49 MgO 0,56 0,51 SO4 0,84 0,69 Adubação Verde - Vantagens Melhora propriedades químicas do solo; Diminui assoreamento dos sulcos de plantio – favorece germinação dos toletes; Redução total da adubação nitrogenada do plantio; Reciclagem de nutrientes percolados; Controle de erosão; Controle de pragas (nematóides) Solubilização de Ca, Mg, S e P (práticas corretivas) Aumento da produtividade RESPOSTA A ADUBAÇÃO VERDE Pesquisa da USP mostra que uso de bactéria eleva produtividade de cana-de-açúcar Rendimento Com o fertilizante fosfatado rotineiramente utilizado (superfosfato triplo): 145 toneladas de cana-de-açúcar por hectare em um ano de cultivo Adicionando somente o composto: 155 ton/ha Com composto e bactérias: 165 ton/ha https://www.novacana.com/n/industria/pesquisa/pesquisa-usp-uso-bacteria-eleva-produtividade-cana-de-acucar-050320 História e importância socioeconômica da cultura Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola Exigências nutricionais e adubação Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc. Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas Colheita, pós-colheita e comercialização Sustentabilidade da cultura Cultura da cana-de-açúcar Manejo da cultura Estágios ou ciclos da cultura Cana planta: cana que atravessa o ano safra em formação Cana de “n” corte: cana que dará enésimo corte durante o ano safra Cana de ano e meio: cana plantada no início do ano civil, após as chuvas Cana de ano: cana plantada no fim do ano civil, antes das chuvas Cana soca: toda cana que já produziu pelo menos um corte cana de 18 meses: após a última colheita do canavial, a terra fica vários meses descansando ou recebe uma cultura de rotação (amendoim, soja, girassol ou algum vegetal que ajude a nitrogenar o solo); a produtividade do primeiro corte é muito mais alta, mas haverá um espaço de cerca de dois anos entre o último corte do ciclo anterior e o primeiro corte do novo ciclo. 67 Fonte: adaptado de Alexander (1985) Composições em termos de umidade e biomassa (fibra e açúcar) Composição da cana-de-açúcar Fonte: São Bernardo Açúcar e Álcool (2016) A PRODUTIVIDADE MÉDIA EM ÁREA COLHIDA É DE 82,4 T/HA, E EM ÁREA PLANTADA (5 CORTES, 6 ANOS) É DE 68,7 T/HA/ANO. 69 O PLANTIO DA CANA Épocas de plantio sistema de ano e meio: janeiro - março; plantio de outono: abril - junho (desde que haja disponibilidade de água); sistema de ano inverno: junho - setembro (desde que haja disponibilidade de irrigação); sistema de ano convencional: outubro - novembro; O primeiro e o quarto são os mais usados para CANA INDUSTRIAL. O segundo e o terceiro dependem da disponibilidade de irrigação, mas têm sido cada vez mais adotados. Espaçamento e profundidade de plantio: 1,4 a 1,5 m - áreas com plantio mecânico e sistematização em função da bitola da colhedora; 0,80 x 1,5 m - espaçamento alternado ou sulco duplo, pode usar junto com irrigação subterrânea. Profundidade: de 20 a 30 cm Mudas necessárias 6 a 14 t ha-1 de mudas (depende principalmente do diâmetro do colmo e do comprimento dos internódios) de canas com 10 a 12 meses de idade, sadias, distribuindo-se 12-15 gemas por metro de sulco (depende da cultivar utilizada). No plantio de outono e inverno usar 30% a mais de gemas. Isto é calculado por amostragem, contando o número de gemas e pesando os colmos. Sistema de ano (cana de 12 meses) Plantio: outubro a novembro Vantagens: Em grandes áreas para plantio, uma segunda época de plantio facilita o gerenciamento e otimiza a utilização de máquinas e de mão-de-obra, que ficam subdivididas entre o período de plantio de cana de ano-e-meio e cana de ano. Desvantagens: •revolvimento mínimo do solo para o preparo do solo, concentrado na linha de plantio, que normalmente é uma subsolagem. Antes disso deve-se eliminar a soqueira com HERBICIDA. Sistema é indicado onde não há forte compactação. Sistema de plantio mínimo e convencional: após o preparo do solo é realizado a SULCAÇÃO do solo para plantio da cana, se for mecanizado - operações por plantadoras. Sistema de plantio direto: somente é realizada a sulcação para o plantio. Esse sistema deve ser adotado em um solo que apresente bastante restos vegetais e baixa compactação do solo. OPERAÇÕES DE PLANTIO A escolha de máquinas, implementos agrícolas e as operações de plantio dependem do sistema de preparo de solo realizado, do tipo de plantio, da área e da tecnologia da propriedade. 79 Plantadoras como a PCP 6000 da DMB são excelentes máquinas: rendimentos operacionais e consumo de mudas por hectare. http://www.dmb.com.br/ ESCOLHA DAS MÁQUINAS PLANTIO MECANIZADO plantadora presente da John Deere em parceria com a Antoniosi, com dois modelos disponíveis no mercado, a PC 1102 e a PC 2102. https://www.deere.com.br/pt/index.html ESCOLHA DAS MÁQUINAS Método convencional no preparo e manejo de solo de canaviais 1ª Fase do Preparo Realizada no período seco, controle de daninhas método mecânico (grade) e químico. Sistematização viária e conservacionista dos talhões. Aplicação de Calcário e gesso 2ª fase de preparo Quando inicia-se as chuvas, começa o preparo em maiores profundidades (arados/subsoladores). Arados de 30 a 40 cm. Subsolador: de 40 a 45 cm. 3ª fase de preparo Preparo para plantio gradagem pré-plantio fosfatagem (solos as larvas estão mais superficiais. O método convencional é o que mais expõem o solo a possíveis erosões. Trato cultural da soqueira As operações de trato da soqueira dependem do tipo de colheita e situações específicas do canavial. Principais: • enleiramento do palhiço (no caso de corte de cana crua) • cultivo • adubação de soqueiras e aplicação de herbicidas Aplicação de adubos depende das condições do solo, produtividade do canavial e outros fatores; uso da VINHAÇA (soqueira) e da TORTA de filtro (plantio) reduz a necessidade de adubos químicos e melhora o teor de MO dos solos. OPERAÇÕES - PLANTIO eliminação da soqueira (limpeza do terreno, se for área nova), subsolagem, calagem, gradagem ou aração, terraceamento, sulcação, distribuição de torta de filtro e adubo, distribuição de mudas, cobrimento de mudas, pulverização de herbicida e quebra de sulco. OPERAÇÕES SÃO REALIZADAS C/ AUXÍLIO DE EQUIPAMENTOS E IMPLEMENTOS ESPECÍFICOS DISTRIBUIÇÃO DE MUDAS MAIORIA MANUALMENTE (AVANÇOS NA MECANIZAÇÃO) 85 CARACTERÍSTICAS DO SOLO E APTIDÃO PARA O CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR Técnicas Operacionais Sulcação/adubação em banquetas – plantio com Caminhão Sulcação / adubação completa – plantio com carretas Plantio mecanizado Sulcação, adubação, distribuição de mudas picadas e cobrição com único equipamento Densidade de plantio: 12 – 20 gemas / m Picação das mudas manual Cobrição com 10 cm de terra QUANTIDADE DE MUDAS 6 a 14 t ha-1 de mudas (depende do diâmetro do colmo e do comprimento dos internódios) de canas com 10 a 12 meses de idade, sadias, 12-15 gemas por metro de sulco (depende da cultivar utilizada). Plantio de outono e inverno: usar 30% a mais de gemas. Isto é calculado por amostragem, contando o número de gemas e pesando os colmos. Sistema MPB (mudas pré-brotadas) O sistema promove mudança de conceito na forma de plantio, principalmente das áreas que compreendem os estádios iniciais de multiplicação. A mudança básica consiste na utilização da plântula como meio de propagação. (Ex.: Grupo Santa Terezinha). Vantagens: expressiva redução do consumo de mudas (é possível a utilização de 1,8 a 2 t ha-1.) minimização da disseminação de pragas e doenças, padronização e uniformidade de plantio, facilitação da gestão e logística operacional, possibilidade de adoção de novos arranjos espaciais, resultando em redução de custos e aumento de produtividade. MEIOSI - Método Inter Ocupacional Simultâneo Objetivo formar o viveiro de muda de cana-de-açúcar dentro da própria área de renovação. Logo após a colheita, os agricultores preparam o terreno e plantam linhas de mudas pré-brotadas. São essas mudas que serão usadas para o replantio de toda a área. Intercalar culturas com o canavial, reduz custos e melhora a eficiência da reforma, além de ser uma alternativa ao plantio mecanizado. a técnica funciona no plantio de duas linhas de cana. No mesmo terreno, um espaço é liberado para semear leguminosas, como soja e amendoim. 89 Plantio mecanizado (BR): média de consumo de muda de 16 ton/ha, enquanto o gasto de mudas na MEIOSI é de 10 ton/ha economia de muda de 60%. Outro fator econômico é o transporte da muda, que não tem custo algum, já que a muda da MEIOSI está no local do plantio. MEIOSI MENOR ESPAÇAMENTO ENTRELINHAS GERA MAIOR PRODUTIVIDADE Espaçamento entrelinha de 90 cm apresentou a maior produtividade para o tratamento irrigado e sequeiro (crédito: Gerhard Waller) Estudo desenvolvido na USP/ESALQ em parceria com a Embrapa e a Universidade de Nebraska avaliou a eficiência agrícola da cana no Brasil afim de determinar o grau de crescimento da produção canavieira sem a necessidade de dispor de mais terras. O DESAFIO DA CANA-DE-AÇÚCAR Os menores valores médios de produtividade estavam entre 150 e 180 cm, que são frequentemente usados nos países de maior produção dependendo da zona climática e do regime hídrico. Metodologia – A pesquisa incluiu um total de 28 estudos relevantes, que resultaram em 170 experimentos de campo em nove países. Os dados experimentais de campo foram agrupados com base na similaridade do clima, usando análise de agrupamento hierárquico (ou análise de cluster) para os experimentos de sequeiro e irrigado. 91 História e importância socioeconômica da cultura Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola Exigências nutricionais e adubação Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc. Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas Colheita, pós-colheita e comercialização Sustentabilidade da cultura Cultura da cana-de-açúcar CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS PRINCIPAIS PLANTAS DANINHAS: mamona (Ricinus communis), corda-de-viola (Ipomoea spp), merremia (Merremia spp), mucuna-preta (Mucuna aterrima), capim-braquiária (Brachiaria decumbens), capim-marmelada (Brachiaria horizontalis), capim-colonião (Panicum maximum), capim-colchão (Digitaria horizontalis), tiririca (Cyperus rotundus), grama-seda (Cynodon dactylon). Para saber mais: http://oagronomico.iac.sp.gov.br/?p=1097 Esquema sugestivo de representar as épocas de aplicação de herbicidas em canaviais ao longo do ano agrícola PRAGAS BROCA DA CANA Diatraea saccharalis BICUDO DA CANA Sphenophorus levis CIGARRINHA DAS RAÍZES Mahanarva fimbriolata BROCA DOS RIZOMAS Migdolus fryanus BROCA GIGANTE Telchin licus CUPINS Larva de pão-de-galinha, Scarabaeidae Larvas arame, Elateridae Pérola-da-terra, Eurizococcus brasiliensis Larva de Broca Peluda, Hyponeuma taltula LAGARTA DESFOLHADORA LAGARTA ELASMO FORMIGAS CORTADEIRAS DOENÇAS RAQUITIS MO DA SOQUEIRA Leifsonia xyli subsp. Xyli FERRUGEM MARROM Puccinia melanocephala FERRUGEM ALARANJADA Pulccinia kuehnii ESTRIAS VERMELHAS Acidovarax avenae subsp. Avenae PODRIDÃO ABACAXI Thielaviopsis paradoxa AMARELINHO Sugarcane yellow leaf virus – ScYLV MANCHA DE CURVULÁRIA Curvularia inaequalis MANCHA PARDA Cercospora longipes MANCHA ANELAR Leptosphaeria sacchari PRINCIPAIS DOENÇAS A palavra “roguing” vem do inglês, do verbo "to rogue", que originalmente significava remover plantas defeituosas ou indesejadas. • CARVÃO (Sporisorium scitamineum) • MOSAICO (VÍRUS DO MOSAICO DA CANA-DE-AÇÚCAR) • ESCALDADURA DAS FOLHAS (Xanthomonasalbilineans) Recomenda-se a realização de, no mínimo, três operações de “roguing”, aos dois, quatro e seis meses após o plantio do viveiro. IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO “ROGUING” EM VIVEIROS DE CANA-DE-AÇÚCAR. CONTROLE DE DOENÇAS DOENÇAS VETORES CONTROLE Carvão Vento, Solo, Mudas Resist. Varietal + Trat. Térmico + ROGUING Mosaico Pulgões, Mudas Resist. Varietal + ROGUING Escaldadura Facão, Mudas Resist. Varietal + ROGUING Raquitismo Facão, Mudas Resist. Varietal + Trat. Térmico Ferrugem Vento, Mudas Resist. Varietal SAG MANHÃ PAREI AQUI noturno tb 98 Estima-se que 25% a 30% das variedades disponíveis no mercado possuam alto potencial de florescimento. Perdas podem chegar a 30%. Fonte: Divulgação Nufarm – Cana online (2020) CONTROLE DE FLORESCIMENTO INFLORESCÊNCIA da cana-de-açúcar conhecida como bandeira ou flecha, é uma panícula aberta com flores hermafroditas cada uma com um óvulo (Scarpari; Beauclair, 2008). O florescimento da cana-de-açúcar é um estádio de desenvolvimento da cultura desejável para os programas de melhoramento genético. Janela ideal para aplicação de inibidores de florescimento : fevereiro a março Época em que ocorre a indução floral – quando a cana-de-açúcar recebe maiores estímulos para o florescimento – está relacionada ao fotoperíodo. Centro-Sul (entre 15 de fevereiro e 10 de março). Produtores e usinas devem aplicar os inibidores nesta época, antecipando-se ao florescimento. Se houver a emissão do pendão floral, não há mais tempo para corrigir. CONTROLE DE FLORESCIMENTO Florescimento prejuízos Crescimento vegetativo é paralizado Perda no rendimento de açúcar Açúcar é direcionado para formação da folha bandeira ou flecha Colmo florescido entra em senescência permitindo novas brotações ISOPORIZAÇÃO Pode ou não estar relacionado com o florescimento da cana e está relacionado com a maturação, porém o florescimento intensifica a isoporização. Caracteriza-se pelo secamento no interior do colmo, a partir da parte superior. Isoporização do centro para periferia Redução da densidade dos colmos acarreta em diminuição no peso dos colmos florescidos (Landell, 2014). ISOPORIZAÇÃO X MATÉRIA -PRIMA Prejuízo na embebição Fibras curtas Baixa densidade do bagaço Bagaço com dificuldade de queima Caldo com baixa transparência Prejuízos na pesagem Menor densidade de cana A isoporização é um fenômeno independente ligada à variedade de cana e às condições de ambiente. O florecismento intensifica a isoporização. O redirecionamento de açúcares para formação de flores provoca a perda de água nos colmos. Processo da transgenia Como os pesquisadores brasileiros criaram a variedade CTC 20 Bt Primeira cana-de-açúcar GM aprovada para comercialização no mundo. Desenvolvida pelo (CTC), a variedade é resistente à broca da cana (Diatraea saccharalis), principal praga que ameaça a cultura. Perdas ocasionadas ≈ R$ 5 bilhões por ano. As pragas impactam a qualidade do açúcar e aumentam os custos com inseticidas. IAC JÁ FEZ O DEPÓSITO DE PEDIDO DE PATENTE DESTA TECNOLOGIA 104 Controle do florescimento Em estudo com diversos produtos para o controle do florescimento da cana-de-açúcar, foi verificado que quatro produtos apresentaram uma taxa muito boa de controle de florescimento da variedade IAC48-65, destacando-se: Fluazifop-butil (125g i.a. ha-1) com 100% de controle, Ethephon (480g i.a. ha-1) Glifosate (240g i.a. ha-1) Paraquat (100g i.a. ha-1) Fonte: LEE et al. (1985). Caputo (2007) o melhor controle foi o produto Ethephon em dois genótipos (IAC). com menor controle do florescimento Cultura da cana-de-açúcar História e importância socioeconômica da cultura Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola Exigências nutricionais e adubação Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc. Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas Colheita, pós-colheita e comercialização Sustentabilidade da cultura Colheita Abril a novembro na região Centro-Sul, para colheitas em abril e maio é comum o uso de maturadores. COLHEITA DE CANA NA HORA CERTA Referência mais importante para definição do melhor momento para a colheita é o teor de açúcar já produzido pelas plantas. Para leitura desse indicador --> aparelho manual - REFRATÔMETRO de campo. Pequenas amostras do colmo são analisadas para se calcular o índice de maturação. O uso do refratômetro de campo é uma das melhores iniciativas para se colher na hora certa. ATENÇÃO! Pois, facilmente, perde-se o tempo propício para a colheita. Quando isso ocorre, valores baixos são obtidos com o rendimento de açúcar, ainda que a lavoura apresente uma boa ton/ha. Realizar o corte no ponto certo da maturação da cana contribui para aumento da ATR CORTE, CARREGAMENTO E TRANSPORTE - CCT Tipos de corte Manual Mecânico - Inteira - Picada Tipos de carregamento Manual Mecânico Conjugada Combinada Transporte Direto Transbordo Corta, pica, limpa e carrega a cana em uma só operação (500 a 600 t / máquina.dia) Colhe cana sem queima Alto custo inicial (investimento) Novas alternativas em estudo (declividade e custo) Equipamento foi desenvolvido para servir de depósito da cana picada vinda da colhedora, com o intuito de diminuir a compactação do solo causada pelos caminhões canavieiros. Transbordo COLHEITA MANUAL O trabalho no corte de cana-de-açúcar é um dos mais árduos. Média de extração por cortador de cana: 1960 1980 Hoje 2 toneladas/dia 8 toneladas/dia 12 toneladas/dia Homens ou Máquinas? Como era… Como é… Colheita Velocidade da máquina: de 3 a 4 km/h otimiza a operação. Controle o tráfego: dentro dos talhões Tratores, máquinas e caminhões provocam o adensamento do solo do talhão, o que leva à compactação, uma condição nada desejável no solo de cultivo. ENTREGA DA CANA Recepção e pagamento Pesagem e controles – rastreamento da produção Amostragem da carga Sondas oblíqua e lateral Análise da qualidade da matéria prima Teores de impurezas minerais e vegetais Teor de fibra, brix, pol, PCC, ocasionalmente AR Cálculo do ATR e do valor da carga Sistema de pagamento em SP considera MIX industrial e preços dos produtos POL: teor de sacarose aparente na cana. Para a indústria canavieira, quanto mais elevados os teores de sacarose, melhor. Pureza: relação POL/Brix x 100. Quanto maior a pureza da cana, melhor a qualidade da matéria-prima para se recuperar açúcar. ATR (Açúcares Redutores Totais): quantidade total de açúcares da cana (sacarose, glicose e frutose). O ATR é determinado pela relação POL/0,95 mais o teor de açúcares redutores. Açúcares na cana varia de [13 a 17,5%]. Açúcares redutores: é a quantidade de glicose e de frutose presentes na cana, que afetam diretamente a sua pureza, já que refletem em uma menor eficiência na recuperação da sacarose pela fábrica. MATÉRIA-PRIMA 93% DAS PERDAS DE SACAROSE ocorrem nas primeiras 14h por ação dos microorganismos TODAS AS SUBSTÂNCIAS QUE APRESENTAM ATIVIDADE ÓPTICA PODEM INTERFERIR NA POL, COMO AÇÚCARES REDUTORES (GLICOSE E FRUTOSE), POLISSACARÍDEOS E ALGUMAS PROTEÍNAS. 93% DAS PERDAS DE SACAROSE OCORREM NAS PRIMEIRAS 14H POR AÇÃO DOS MICROORGANISMOS 113 Partição e terminologia agroindustrial Fonte: Beauclair (2016) CANA-DE-AÇÚCAR Fabricação de açúcar 1 Tratamento do caldo – filtragem para retiradas as impurezas solúveis e insolúveis, aquecimento, tratamento químico, decantação e peneiramento. 2 Evaporação – transforma o caldo em um xarope concentrado, com aproximadamente 65° brix (% de sólidos solúveis). 3 Cozimento – novo aquecimento para a cristalização e recuperação de 80% a 85% da sacarose que estão no xarope 4 Centrífuga – o xarope é centrifugado para que seja separado o açúcar do mel (subproduto que resultará na fabricação do etanol). 5 Secagem – os secadores retiram a umidade da massa preparando o açúcar para o transporte/ensacamento Refino do Açúcar Fabricação do Etanol Raízen - Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba(SP) Fabricação do Etanol A diferença aqui é a fermentação do caldo de cana. Raízen - Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba (SP) Fabricação de cachaça Diferenças com relação ao etanol: Fermentação em batelada (20–30 h), em dornas de madeira ou inox. Pode usar fermento natural (pé-de-cuba) ou misto, com adição de leveduras e bactérias. Grau alcoólico final entre 38% e 48% v/v (por lei). Corte sensorial das frações “cabeça” (metanol, aldeídos) e “cauda” (álcoois pesados) para manter aroma e sabor. Etapas para produção de E2G Fonte: Ribeiro (2018) História e importância socioeconômica da cultura Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola Exigências nutricionais e adubação Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc. Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas Colheita, pós-colheita e comercialização Sustentabilidade da cultura Cultura da cana-de-açúcar Sustentabilidade da cultura Os aspectos da análise de sustentabilidade são divididos em três grupos: Aspectos ambientais Aspectos sociais Aspectos econômicos Aspectos ambientais Aproveitamento integral da biomassa: uso do bagaço e da palha da cana para cogeração de energia elétrica renovável, reduzindo a dependência de fontes fósseis. Redução das emissões de gases de efeito estufa: substituição da queima de combustíveis fósseis pelo etanol e exportação de bioeletricidade para a rede. Proibição gradual da queima da palha: cumprimento de normas ambientais para eliminar a queima pré-colheita, favorecendo a colheita mecanizada e a preservação do solo. Reciclagem de subprodutos: uso da vinhaça como fertilizante (fertirrigação) e do filtro de torta como condicionador de solo. Preservação de recursos hídricos: adoção de sistemas fechados de recirculação de água, irrigação localizada e práticas de conservação. Proteção da biodiversidade: manutenção de áreas de reserva legal e APPs (Áreas de Preservação Permanente) no entorno das plantações. Fonte: EMBRAPA Monitoramento por satélite. GERAÇÃO DE ENERGIA POR BIOMASSA PARTICIPAÇÃO DE USINAS DE CANA NA GERAÇÃO DE ENERGIA DO PAÍS PODERIA SER SEIS VEZES MAIOR bagaço é utilizado principalmente para produção de energia e eletricidade através da queima em caldeiras 131 Potencial de geração palha Fonte: SUCRE ((Sugarcane Renewable Electricity) Objetivo principal: aumentar significativamente a produção de eletricidade com baixa emissão de GEE na indústria de cana-de-açúcar --> uso da palha produzida durante a colheita. PROJETO SUCRE Dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica): a participação da biomassa na matriz energética brasileira subiria dos atuais 3% para 18%. Projeto SUCRE (Sugarcane Renewable Electricity) 132 PROJETO SUCRE Iniciativa, promovida pelo Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). Financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF) e gerido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). atua junto a usinas parceiras 133 PROJETO SUCRE MANEJO ADEQUADO DA PALHA AUMENTA A PRODUTIVIDADE DO CANAVIAL 134 VINHAÇA - Energia Além de fertilizante, resíduo do etanol poderá ser utilizado para produzir eletricidade. liberação de mau cheiro e emissão de GEE, como o óxido nitroso (N2O), que é cerca de 300 vezes mais poluente do que o dióxido de carbono (CO2). Objetivo – Projeto Desenvolver uma nova geração de biodigestores anaeróbios, mais compactos, robustos e estáveis, que tenham alta eficiência de conversão de matéria orgânica da vinhaça em biogás. Transformar a matéria orgânica da vinhaça por meio de uma cultura de microrganismos em biogás. CANA-DE-AÇÚCAR PARA PRODUZIR ÁLCOOL, É UTILIZADO O CALDO DA CANA. QUE SOBRA É A VINHAÇA, MATERIAL ORGÂNICO RICO EM POTÁSSIO, CÁLCIO E MAGNÉSIO. UTILIZAÇÃO EXAGERADA BIOGÁS É COMPOSTO PRIORITARIAMENTE POR METANO, ALÉM DO DIÓXIDO DE CARBONO E OUTROS GASES EM PEQUENAS QUANTIDADES. 135 para cada litro de álcool produzido, 12 L de vinhaça são deixados como resíduo. Vinhaça - uso principal: tem sido a fertiirrigação das áreas cultivadas com cana-de-açúcar PARA CADA LITRO DE ÁLCOOL PRODUZIDO, 12 LITROS DE VINHAÇA SÃO DEIXADOS COMO RESÍDUO. À VINHAÇA, SEU USO PRINCIPAL TEM SIDO A FERTIIRRIGAÇÃO DAS ÁREAS CULTIVADAS COM CANA-DE-AÇÚCAR 136 Resultados na Área Agrícola e Industrial CANA-ENERGIA: possui maior teor de fibras e menor de açúcares, comparado à cana convencional. Produtividade média: Cana convencional: 80 toneladas anuais por hectare Cana-energia: pode chegar a 250 toneladas anuais (longo prazo) CANA-ENERGIA CANA ENERGIA É + PRODUTIVA colher a cana-energia na entressafra da convencional já no médio prazo 137 Comparação entre cana energia e cana normal CANA-ENERGIA GranBio, companhia produtora de biocombustíveis e bioquímicos: 1ª a operar uma planta industrial de etanol 2G no Brasil. 139 Combustível vai ser produzido por meio de transformações genéticas em leveduras DIESEL DA CANA “FORAM INTRODUZIDAS SEQÜÊNCIAS GENÉTICAS QUE INCENTIVARAM A PRODUÇÃO DE DIESEL EM VEZ DE ETANOL.” CERCA DE 15 GENES FORAM MODIFICADOS 140 Produtos e subprodutos - Agroindústria de cana-de-açúcar Fonte: Adaptado de Paturau ( 1982). Fonte: Ilos (2015) Fonte: SEABRA (2008) Bagaço de cana - Brasil Subprodutos disponíveis em maior quantidade (1 ton de cana moída 280 Kg de bagaço). Abundante fonte de material lignocelulósico alternativa significativa para o aumento da produção de etanol. Constituição química do bagaço depende de diversos fatores: tipo de solo, tipo de cana, técnicas de colheita e manejo empregado. Média dos itens constituintes do bagaço de cana: Fonte: Mantelatoo (2005) 143 Composição fisico-química para produção de E2G: Sua composição média é de 50% de umidade, 2% de Brix (sólidos solúveis em água); 46% de fibra (32-50% de celulose, 19-25% de hemicelulose e 23-32% de lignina) e 2% de cinza O etanol 2G é fabricado a partir da biomassa da cana-de-açúcar, em vez do caldo usado na produção tradicional. colheita de cana-de-açúcar a partir do campo de cana. O caldo de cana é extraído na usina para produção de açúcar. Sobra é bagaço. o bagaço molhado é enviado para a fábrica de papel próxima a usina. bagaço é produzido com alto padrão de procedimento ambientalmente amigável. Papel de bagaço está pronto para uso. Produtos acabados em uso. Produto é decomposto após o uso. Composto é transformado em nutriente de solo. O Ciclo de Vida do Papel do Bagaço de Cana Fonte: The Nature Academy Bom saber… Primeiro carro brasileiro a utilizar a mistura de etanol e gasolina - 1925 Você sabia?! Aspectos Sociais e Econômicos Social Condições de trabalho seguras: adequação às normas trabalhistas e de saúde ocupacional para trabalhadores rurais e industriais. Treinamento e qualificação: capacitação de operadores de máquinas e trabalhadores para a colheita mecanizada e manejo sustentável. Responsabilidade social corporativa: investimentos em comunidades locais, educação e saúde. Erradicação do trabalho infantil e degradante: políticas de fiscalização e certificações socioambientais. Econômica Redução da dependência do petróleo na frota de veículos Geração de empregos Competitividade internacional Diversificação de produtos: além de açúcar e etanol, produção de leveduras, bioplásticos, energia elétrica e outros derivados. Inovação tecnológica: desenvolvimento de etanol de segunda geração (2G), aproveitando a celulose do bagaço e palha para aumentar a eficiência produtiva. >> Links úteis: CTC: http://new.ctc.com.br/institucional/nossa-historia/ novaCana.com: https://www.novacana.com/n/conteudo-patrocinado/mecanizacao-da-cana-avanca-com-desenvolvimento-tecnologico/ Revista FAPESP: http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/08/18/canaviais-mais-resistentes/ RIDESA: https://www.ridesa.com.br/publicacoes https://renewableops.brookfield.com/http://ctbe.cnpem.br/tag/etanol-2g/ http://pages.cnpem.br/sucre/ http://www.granbio.com.br/ https://www.fermentec.com.br/capa.asp?pi=principal https://www.renovabio.org/ Evolução do plantio e da colheita mecanizados da cana-de-açúcar (Este estudo continua…) https://www.novacana.com/estudos/evolucao-plantio-colheita-mecanizados-cana-de-acucar-160813#:~:text=Na%20d%C3%A9cada%20de%201980%2C%20ainda,inteiro%20na%20superf%C3%ADcie%20do%20solo. image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png image20.jpeg image21.png image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image30.png image31.png image32.png image33.png image34.png image35.png image36.png image37.png image38.png image39.png image40.png image41.png image42.png image43.png image44.png image45.png image46.png image47.png image48.png image49.png image50.png image51.png image52.png image53.png image54.png image55.png image56.png image57.png image58.png image59.png image60.png image61.png image62.png image63.png image64.png image65.png image66.png image67.png image68.png image69.png image70.png image71.png image72.png image73.png image74.jpeg image75.png image76.png image77.png image78.png image79.jpeg image80.png image81.png image82.png image83.png image84.png image85.png image1280.png image86.png image87.png image88.png image89.png image90.png image91.jpeg image92.jpeg image93.png image94.png image95.png image96.png image97.png image98.png image99.png image100.png image101.png image102.png image103.png image104.png image105.png image106.png image107.png image108.png image109.png image110.png image111.jpeg image112.png image113.png image114.png image115.png image116.png image117.png image118.png image119.png image120.png image121.png image122.png image123.png image124.png image125.png image126.png image127.png image128.png image129.png image130.png image131.png image132.png image133.png image134.png image135.png image136.png image137.png image138.png image139.png