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CANA DE AÇÚCAR 
Patrícia Favoretto Renci
Atualizado por Daniel Bertoli Gonçalves
Agosto/2025
História e importância socioeconômica da cultura
Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola
Exigências nutricionais e adubação
Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc.
Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas
Colheita, pós-colheita e comercialização
Sustentabilidade da cultura
Cultura da cana-de-açúcar
Cana-de-açúcar - Origem
Típicas de climas tropicais e subtropicais, a planta não correspondeu às expectativas em terras européias. 
Saccharum spp.  principais espécies Oceania (Nova Guiné) e Ásia (Índia e China). Variedades cultivadas no Brasil e no mundo: híbridas  cruzamento entre diferentes espécies (multiespecíficos) do gênero Saccharum.
Brasil (1532): Martin Afonso de Souza – mudas da Ilha da Madeira
1º engenho de cana-de-açúcar – Capitania de São Vicente
Expansão da cana-de-açúcar em SP
Quadrilátero do açúcar: Mogi-Mirim, Itu, Piracicaba, Capivari e Campinas
Expandiu de Itu, canaviais foram plantados em direção a Piracicaba e Capivari. 
 Percurso da cana-de-açúcar no Brasil
foi na América que a cana-de-açúcar encontrou excelência em seu desenvolvimento
3
2ª stimativa da safra 2023/24
Produção de cana-de-açúcar na safra 2023/24 chega a 713,2 milhões de toneladas, a maior da série histórica. A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2023/2024 registra 713,2 milhões de toneladas e estabelece novo recorde na série histórica acompanhada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Principais regiões produtoras:
São Paulo
Goiás
Minas Gerais
Mato Grosso do Sul
 Sudeste: representa 72,8% da produção nacional de açúcar
Destaque para São Paulo: responsável por 59,7% da produção nacional de açúcar
Sudeste 63,1%
Fonte: Conab (2023)
PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR
A produtividade nacional ainda impressiona, 75 t ha⁻¹ em média
Brasil terá recordes para açúcar em 2025/26, com 50% do comércio global 
moagem de cana esperada em 25/26 é de 663 milhões de ton.
Fabricação de açúcar do Brasil em 2025/26 foi estimada em recorde de 45,9 milhões de ton. (São Paulo sozinho pode responder por 26 milhões ton)
Etanol total: 8,7 bilhões litros, sendo 5,97 bilhões litros de hidratado e 2,73 bilhões litros de anidro.
Produção mundial de açúcar em 2022/23
 por país líder (em milhões de toneladas métricas)
Fonte: Statistica 2023
Fonte: https://unica.com.br/en/sugarcane-sector/
Fonte: Ministério da Agricultura
As incertezas do início de 2020 foram revertidas pelo setor sucroenergético, tornando o período favorável à produção de açúcar em função do aumento da demanda interna e externa.
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Evolução - cana-de-açúcar
Primeiros estudos, Instituto Agronômico - IAC (final do séc. XIX).
IAC e Secretaria da Agricultura de São Paulo (serviço de distribuição de mudas). Região de Piracicaba e Ribeirão Preto mais responsivas e indicadas).
1928: experimentos conduzidos na fazenda Modelo da ESALQ
1930: Estação Experimental de Cana  testes de aclimatação em Piracicaba
1933: Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) - PLANALSUCAR – Programa Nacional de Melhoramento de Cana-de-Açúcar e do Programa de Racionalização da Agroindústria Açucareira. 
Seção de Cana-de-Açúcar do Instituto Agronômico (IAC)
1968: Programa de Melhoramento da Cana-de-Açúcar (COPERSUCAR)  SAG.
1969: CTC (Unidade de Pesquisa – Copersucar) 
COPERSUCAR SISTEMA DE PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL
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Fatos importantes
1933 - Getúlio Vargas - Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) 
- administração da produção
- preço fixo/ ton. de cana
- volume x para exportação
1975: Proálcool
- reduzir a dependência de energia
-amenizar os problemas da balança comercial
- aumentar a renda interna, etc.
1985: ↑↑↑ venda de automóveis a álcool
Década de 90: crise e extinção do Proálcool e do IAA
1993: Lei n° 8.732 - mistura de álcool anidro como aditivo da gasolina (faixa de 20 a 25%)
2003: Projeto Genoma da Cana-deAçúcar
Concluído o maior sequenciamento 
do genoma da cana-de-açúcar comercial
Modernização da Agroindústria Canavieria
Legislação sobre a queima da palha da cana-de-açúcar;
Proibição do uso dos inseticidas clorados e a definição dos produtos substitutos;
Colheita da cana crua mecanizada em substituição à manual, com queima da palhada;
Surgimento inesperado de nova doença, o amarelinho, sobre uma variedade em grande expansão.
1992: GRUPO FITOTÉCNICO DE CANA-DE-AÇÚCAR
Modernização das pesquisas…
TODAS ESTAS QUESTÕES GERARAM MUITAS DISCUSSÕES: CRIAÇÃO DO GRUPO
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1969: Inauguração do CTC
1975: Programa Nacional do Álcool – Proalcool (CTC – tecnologias)
1983: CTC lança sua 1ª variedade de cana-de-acúcar (SP117043) 
1986: CTC desenvolvoe automação usinas de cana-de-açúcar
1992: Pesquisadores do CTC: mapeamento edafoclimático
1994: Abertura do 1º laboratório de biotecnologia agrícola (OGM) 
1995: CTC desenvolve melhorias – setor colheita mecanizada
2004: CTC torna-se o Centro de Tecnologia Canavieira 
2011: CTC - S.A. (acionistas: mais de 60% da capacidade produtiva nacional)
2012: A variedade SP 813250 se torna a mais plantada no país
2013: Reformulação do programa de melhoramento genético, variedades Premium CTC 9000
2014: Inauguração do maior e mais moderno laboratório de biotecnologia aplicada à cana
2015: Solicitação de aprovação da cana (GMO) e lançamento da Palha Flex
2016: Portifólio - CTC responde por um de cada três hectares do canavial brasileito 
2017: Aprovação da cana (GMO) - CTNBIO
2018: Plantios da primeira cana GMO chegam ao Centro-Sul
SP117043: CHEGA A ATINGIR 27% DA ÁREA CANAVIEIRA EM 1989
CANA GMO RESISTENTE A BROCA
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História e importância socioeconômica da cultura
Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola
Exigências nutricionais e adubação
Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc.
Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas
Colheita, pós-colheita e comercialização
Sustentabilidade da cultura
Cultura da cana-de-açúcar
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
 Divisão: Angiospermae
 Classe: Monocotyledoneae
 Ordem: Glumiflorae
 Família: Gramineae
 Tribo: Andropogonae
Subtribo: Saccharininae
Gênero: Saccharum
Espécies
Saccharum officinarum
Saccharum barberi
Saccharum robustum
Saccharum spontaneum
Saccharum sinensis
Saccharum edule
 Divisão: Magnoliophyta
 Classe: Liliopsida
 Ordem: Cyperales
 Família: Poaceae
 Tribo: Andropogonae
 Subtribo: Saccharininae
 Gênero: Saccharum
ENGLER (antiga)
CRONQUIST (atual)
Variedades comerciais do mundo são hibridos: Saccharum spp.
Ainda é considerada gramínea por muitos profissionais (área de produção)
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Descrição morfológica
Sistema radicular: sustentação e absorção de água e nutrientes.
Parte Aérea: sistema de perfilhamento simples (primários, secundários, terciários e assim por diante).
Colmos: formato cilindrico (nós e entre-nós ou internódios). Cada nó tem uma gema, disposta alternadamente, protegida pela bainha da folha. 
Folhas: alternadas, opostas e presas aos nós dos colmos, parte superior (lâmina) e parte inferior (bainha).
Inflorescência: indesejável (consumo de energia, perdas no teor de sacarose e alterações na qualidade de matéria-prima industrial).
Florescimento induzido ou inibido
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Fonte: Dillewijn (1952)
touceira em formação  dois tipos de raízes: tolete e rizoma, além do colmo primário e secundário.
Sistema Radicular 
Touceira
MORFOLOGIA
Sistema Radicular Propagação vegetativa
Sistema radicular
Três tipos característicos 
De raízes, a distribuição
percentual em
profundidade e a
distância lateral
atingida pelas
raízes superficiais
Fonte: Dillewijn (1952)
CHEGAM A PROFUNDIDADE DE ATÉ 1,5M
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Sistema radicular
Raízes dos perfilhos
COLMO e BAINHA
Fonte: Bacchi (1983)
Aonde está o açúcar?!
Tipos de gemas da cana-de-açúcar
Fonte: Artschwager e Brandes (1958)
Tipos de nós e internódios
Fonte: Artschwager e Brandes (1958)
A Tolete
B Nó do tolete e suas partes 
Fonte: Thomas (2015)Folhas
Sistema de numeração de folhas estabelecido por Kuijper
Inflorescência
Pilosidade
Espigueta pedicelada
Estigma
Espigueta séssil
Antera
Fonte: Blackburn (1984)
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≈ 30 dias
≈ 120 a 150 DAP  25 a 35 perfilhos/ metro linear
 
40 a 50% dos perfilhos
  colmos produtivos,
10 a 12 plantas/metro linear.
FASES DE CRESCIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR
CANA PLANTA
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FASES DE CRESCIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR
CANA SOCA
Brotação da cana-de-açúcar. 
Detalhe: a zona radicular presente no nó do colmo.
Tolete de cana-de-açúcar brotando. Raízes Sett são formadas a partir da zona radicular do nó.
Brotação 
estádio mais avançado. 
Fase de emissão do 
perfilho primário (esporão).
Fases de crescimento
Brotação 
dos perfilhos primários da cana-de-açúcar
Fases vegetativa
Brotação da cana-de-açúcar
Início do perfilhamento
 Perfilho primário, secundário e terciário
Início da fase de perfilhamento
Fases vegetativa
Imagem do meristema basal. 
É possível identificar o, perfilho primário, perfilho secundário, e assim por diante, como também, a formação de novos perfilhos a partir da base do perfilho primário.
perfilho primário
perfilho secundário
meristema basal 
 
(Sombreamento da base da planta).
Fim da fase de perfilhamento
Fases vegetativa
Início da fase de alongamento do colmo (colmo com 3 a 5 entrenós).
Perfilho morto devido ao sombreamento.
Cana denominada "brotão". Colmo que não 
se tornou colmo produtivo e não senesceu.
Cana-de-açúcar com 2,5 m e 15 entrenós. (11 meses)
Cana-de-açúcar com 4,0 m 
e 25 entrenós (14 meses).
Importância da variedade de cana para cada região
Pontos importantes:
Ambientes de produção  ocorre o manejo varietal na cultura, todas as instituições de melhoramento de cana-de-açúcar no Brasil (RIDESA, IAC e CTC) classificam as cultivares em função do ambiente de produção. 
Manejo varietal: proposta de alocar a cultivar mais apta a determinado ambiente de produção, a fim de melhor explorar seu potencial produtivo (SILVA et al., 2008).
Ambiente de produção: definido em função das condições físicas, hídricas, morfológicas, químicas e mineralógicas do solo sob manejo adequado da camada arável em relação ao preparo, calagem, adubação, adição de vinhaça, torta de filtro, palha no plantio, direto, do controle de plantas daninhas e pragas, mas sempre associadas às propriedades da subsuperfície dos solos (PRADO, 2005). 
Ambientes de produção para cana-de-açúcar
Efeito da profundidade sobre o desenvolvimento da planta.
Componentes do ambiente de produção
(Prado, 2005).
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Resposta varietal aos ambientes de produção.
Cana-de-açúcar aos 120 dias após o plantio 
em Prado Ferreira-PR (Ambiente de Produção A).
Cana-de-açúcar aos 120 dias após 
o plantio em Presidente Bernardes-SP (Ambiente C).
CLIMA DO PARANÉ É MAIS FRIO AFETOU O DESENVOLVIMENTO DOS PERFILHOS
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VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR E SUAS PRINCIPAIS CARACTERTÍSTICAS
Fonte: Fabricação Artesanal de Cachaça Mineira, adaptado 2002
	Espécie	Características
	Saccaharum officinarum	Canas nobres ou tropicais, elevado teor de açúcar, porte elevado, colmos grossos e baixos teores de fibras. Exs.: cana preta; rosa; riscada; roxa; manteiga; caiana; entre outras. Muito exigentes por boas condições de clima e de solo, além de serem mais sensíveis a algumas doenças.
	Saccaharum spontaneaum	Colmos curtos, finos e fibrosos; teor de açúcar é consideravelmente baixo. Vantagens: perfilhamento vigoroso e abundante, suportam bem condições adversas de clima e solo, resistentes as doenças.
	Saccaharum sinensis	Variedades da China e do Japão. Porte elevado, colomos finos e fibrosos, teor médio de açúcar e raízes abundantes e fortes. Resinstência mediana a algumas deficiências nutricionais do solo e adversidades climáticas.
	Saccaharum barberi	Porte baixo a médio, colomos finos, fibrosos e pobres em açúcar. Espécie bastante rústica.
	Saccaharum robustum	Colomos muito altos, chegando a atingir 10 m de altura. Comos grossos, muito fibrosos (cana dura), baixos teores de açúcar 
Bases de Pesquisa da RIDESA
Bases de Pesquisa do PMGCA/RIDESA, 2015.
 
Instituições Federais do Ensino Superior (IFES) participantes da Ridesa 
Fonte: Ridesa (2015)
RIDESA: Rede Interuniversitária 
para o desenvolvimento do 
Setor Sucroenergético
PMGCA (PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE CANA-DE-AÇÚCAR) 
79 BASES DE PESQUISA
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Graham Bonnett (2013) 
Classificou o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da cultura em dez estádios fenológicos.
Estádios fenológicos:
0: Germinação (Semente ) e Brotação (Tolete ou Soqueira)
1: Desenvolvimento Radicular e Foliar
2: Perfilhamento
3: Alongamento do Colmo
4: Desenvolvimento do Colmo
5: Emergência da Inflorescência
6: Florescimento
7: Desenvolvimento do Fruto
8: Maturação das Sementes
9: Senescência
VEGETATIVO
REPRODUTIVO
Considerando a produção agrícola como fica?
Produção de etanol e açúcar, essa classificação fenológica não é muito utilizada, pois os estádios de desenvolvimento reprodutivo não são desejáveis (florescimento). 
Classifica-se o crescimento em quatro fases:
brotação, 
perfilhamento, 
crescimento vegetativo e 
maturação.
ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR
Fonte: YARABRASIL, 2016. 
Crescimento dos colmos
Fenologia
ECOFISIOLOGIA
Cultivada a Latitude 35°N a 35°S / Altitude: 0 a 1000m
Período de crescimento: 9 a 10 meses (Lousiania – USA)
Até 2 anos ou mais (Peru ou África do Sul).
Exigente em T°C e distribuição de chuvas
Temperaturas: 30 – 34°C (desenvolvimento máximo).
Florescimento: Temperatura do ar, comprimento do dia e umidade do solo. 
12 – 12,5h de fotoperíodo (indução do florescimento).
Temperaturas: mínima 30 - 31°C inibem o florescimento.
AMPLA ESCALA DE ADAPTAÇÃO
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Condições favoráveis
Total anual de precipitação: 1.000 a 1.600 mm
Fase de crescimento: chuvas abundantes
Fase de maturação e colheita: período seco favorável
 Em condições favoráveis: emissão de panículas (7 - 10 semanas).
C4: alta eficiência fotossintética, quanto maior for a intensidade luminosa, maior o seu desenvolvimento e acúmulo de açúcares.
DISTRIBUIÇÃO DAS CHUVAS É IMPORTANTE AO LONGO DO CICLO PERÍODO SECO FAVORECE O ACÚMULO DE SACAROSE
DISTRIBUIÇÃO DAS CHUVAS É IMPORTANTE AO LONGO DO CICLO
PERÍOIDO SECO FAVORECE O ACÚMULO DE SACAROSE
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Zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar estado SP
Para saber mais:
Fonte: 
http://geoinfo.cnps.embrapa.br/layers/geonode%3Azoncanasp_lat_long_wgs84
História e importância socioeconômica da cultura
Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola
Exigências nutricionais e adubação
Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc.
Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas
Colheita, pós-colheita e comercialização
Sustentabilidade da cultura
Cultura da cana-de-açúcar
NUTRIÇÃO – ADUBAÇÃO - MANEJO QUÍMICO DO SOLO
* CALAGEM 
* GESSAGEM
* FOSFATAGEM
* ADUBAÇÃO VERDE
*ADUBAÇÃO ORGÂNICA
ADUBAÇÃO MINERAL
	- PLANTIO
	- SOQUEIRA
* Práticas que visam aumentar a eficiência da adubação mineral (diminuir o valor de “f”)
ADUBACÃO = PLANTA – SOLO x f
NUTRIÇÃO - ADUBAÇÃO
Calagem: calcário para elevar a saturação por bases a 60%, sendo pelo menos 1 t ha-1 do tipo dolomítico, se o teor de magnésio trocável for de 40%, de acordo com a fórmula: argila (em g/kg) x 6 = kg ha-1 de gesso a aplicar. 
Adubação: 
CANA PLANTA: 30 kg ha-1 de N no plantio e 30 kg ha-1 60 DAP; aplicar no plantio, no fundo do sulco, de 40 a 180 kg ha-1 de P2 O5; aplicar de 40 a 200 kg ha-1 de K2O, sendo que até 100 kg devem ser aplicados no plantio e o restante em cobertura junto ao nitrogênio, na primeira aplicação de abril. Aplicar até 5 kg ha-1 de zinco (Zn) e 4 kg ha-1 de cobre (Cu) no sulco de plantio, se constatada deficiência de Zn ou Cu na análise do solo. 
CANA SOCA: 60 a 150 kg ha-1 de N, de acordo com a produtividade esperada(60 a 100 t ha-1); de 0 a 30 kg ha-1 de P2 O5 e, de 30 a 150 kg ha-1 de K2O, de acordo com a análise do solo e a produtividade esperada. Para as áreas com palhada, descontar cerca de 30 a 50 kg ha-1 de K2O, em função da quantidade de palhada deixada no campo.
Ca e P mais importantes (sist radicular)
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NUTRIÇÃO - ADUBAÇÃO
N
Ciclo de crescimento
Sistema radicular profundo (5-6 m)
Fixação de N: vida livre
Renovação sistema radicular – relação C/N alta
P2O5
Suprir necessidades dos sítios de fixação de P no solo.
Aplicação localizada
K2O
Elemento mais importante e exportado na cultura
Fundamental no metabolismo dos açúcares
NUTRIÇÃO - ADUBAÇÃO
 Fórmulas mais comuns de adubação de base
Plantio: 4-20-20; 5-25-25; 2,5-10-10; 10-30-20; etc
Soqueira: 18-00-27; 14-07-28; 14-07-21; 20-00-30; etc
Cobertura nitrogenada em cana planta (0 a 60 kg / ha)
Início das águas
Adubação de base “padrão” – kg / ha
	Estágio	N	P2O5	K2O
	Cana Planta	0 a 60	100 a 150	100 a 170
	Cana Soca	60 a 100	0 a 45	100 a 170
Nutrição – 
exportação de nutrientes kg/t cana
	Nutriente	Cana Planta	Cana Soca
	N	0,92	0,73
	P2O5	0,23	0,30
	K2O	0,77	0,85
	CaO	0,83	0,49
	MgO	0,56	0,51
	SO4	0,84	0,69
 Adubação Verde - Vantagens
 Melhora propriedades químicas do solo;
 Diminui assoreamento dos sulcos de plantio – favorece germinação dos toletes;
 Redução total da adubação nitrogenada do plantio;
 Reciclagem de nutrientes percolados;
 Controle de erosão;
 Controle de pragas (nematóides)
 Solubilização de Ca, Mg, S e P (práticas corretivas) 
 Aumento da produtividade
RESPOSTA A ADUBAÇÃO VERDE
Pesquisa da USP mostra que uso de bactéria eleva produtividade de cana-de-açúcar
Rendimento
Com o fertilizante fosfatado rotineiramente utilizado (superfosfato triplo): 145 toneladas de cana-de-açúcar por hectare em um ano de cultivo
Adicionando somente o composto: 155 ton/ha Com composto e bactérias: 165 ton/ha
https://www.novacana.com/n/industria/pesquisa/pesquisa-usp-uso-bacteria-eleva-produtividade-cana-de-acucar-050320
História e importância socioeconômica da cultura
Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola
Exigências nutricionais e adubação
Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc.
Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas
Colheita, pós-colheita e comercialização
Sustentabilidade da cultura
Cultura da cana-de-açúcar
Manejo da cultura
Estágios ou ciclos da cultura
Cana planta: cana que atravessa o ano safra em formação
Cana de “n” corte: cana que dará enésimo corte durante o ano safra
Cana de ano e meio: cana plantada no início do ano civil, após as chuvas
Cana de ano: cana plantada no fim do ano civil, antes das chuvas
Cana soca: toda cana que já produziu pelo menos um corte
cana de 18 meses: após a última colheita do canavial, a terra fica vários meses descansando ou recebe uma cultura de rotação (amendoim, soja, girassol ou algum vegetal que ajude a nitrogenar o solo); a produtividade do primeiro corte é muito mais alta, mas haverá um espaço de cerca de dois anos entre o último corte do ciclo anterior e o primeiro corte do novo ciclo.
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Fonte: adaptado de Alexander (1985)
Composições em termos de umidade e biomassa (fibra e açúcar) 
Composição da cana-de-açúcar
Fonte: São Bernardo Açúcar e Álcool (2016)
A PRODUTIVIDADE MÉDIA EM ÁREA COLHIDA É DE 82,4 T/HA, 
E EM ÁREA PLANTADA (5 CORTES, 6 ANOS) É DE 68,7 T/HA/ANO.
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O PLANTIO DA CANA
Épocas de plantio 
sistema de ano e meio: janeiro - março; 
 plantio de outono: abril - junho (desde que haja disponibilidade de água); 
sistema de ano inverno: junho - setembro (desde que haja disponibilidade de irrigação); 
sistema de ano convencional: outubro - novembro; 
O primeiro e o quarto são os mais usados para CANA INDUSTRIAL. O segundo e o terceiro dependem da disponibilidade de irrigação, mas têm sido cada vez mais adotados. 
Espaçamento e profundidade de plantio: 
1,4 a 1,5 m - áreas com plantio mecânico e sistematização em função da bitola da colhedora; 
0,80 x 1,5 m - espaçamento alternado ou sulco duplo, pode usar junto com irrigação subterrânea. 
Profundidade: de 20 a 30 cm
Mudas necessárias 
6 a 14 t ha-1 de mudas (depende principalmente do diâmetro do colmo e do comprimento dos internódios) de canas com 10 a 12 meses de idade, sadias, distribuindo-se 12-15 gemas por metro de sulco (depende da cultivar utilizada).
 No plantio de outono e inverno usar 30% a mais de gemas. Isto é calculado por amostragem, contando o número de gemas e pesando os colmos.
Sistema de ano (cana de 12 meses) 
Plantio: outubro a novembro
Vantagens: 
Em grandes áreas para plantio, uma segunda época de plantio facilita o gerenciamento e otimiza a utilização de máquinas e de mão-de-obra, que ficam subdivididas entre o período de plantio de cana de ano-e-meio e cana de ano.
Desvantagens:
•revolvimento mínimo do solo para o preparo do solo, concentrado na linha de plantio, que normalmente é uma subsolagem. Antes disso deve-se eliminar a soqueira com HERBICIDA. Sistema é indicado onde não há forte compactação.
Sistema de plantio mínimo e convencional: após o preparo do solo é realizado a SULCAÇÃO do solo para plantio da cana, se for mecanizado - operações por plantadoras.
Sistema de plantio direto: somente é realizada a sulcação para o plantio. Esse sistema deve ser adotado em um solo que apresente bastante restos vegetais e baixa compactação do solo.
OPERAÇÕES DE PLANTIO
A escolha de máquinas, implementos agrícolas e as operações de plantio dependem do sistema de preparo de solo realizado, do tipo de plantio, da área e da tecnologia da propriedade.
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Plantadoras como a PCP 6000 da DMB são excelentes máquinas:
rendimentos operacionais e consumo de mudas por hectare.
http://www.dmb.com.br/
ESCOLHA DAS MÁQUINAS
PLANTIO MECANIZADO
plantadora presente da John Deere em parceria com a Antoniosi, com dois modelos disponíveis no mercado, a PC 1102 e a PC 2102.
https://www.deere.com.br/pt/index.html
ESCOLHA DAS MÁQUINAS
Método convencional no preparo e manejo de solo de canaviais
1ª Fase do Preparo
Realizada no período seco, controle de daninhas  método mecânico (grade) e químico. 
Sistematização viária e conservacionista dos talhões. Aplicação de Calcário e gesso
2ª fase de preparo
Quando inicia-se as chuvas, começa o preparo em maiores profundidades (arados/subsoladores). Arados  de 30 a 40 cm. Subsolador: de 40 a 45 cm.
3ª fase de preparo
Preparo para plantio  gradagem pré-plantio  fosfatagem (solos as larvas estão mais superficiais.
 O método convencional é o que mais expõem o solo a possíveis erosões.
Trato cultural da soqueira
As operações de trato da soqueira dependem do tipo de colheita e situações específicas do canavial. 
Principais:
• enleiramento do palhiço (no caso de corte de cana crua) 
• cultivo 
• adubação de soqueiras e aplicação de herbicidas
Aplicação de adubos depende das condições do solo, produtividade do canavial e outros fatores; uso da VINHAÇA (soqueira) e da TORTA de filtro (plantio) reduz a necessidade de adubos químicos e melhora o teor de MO dos solos.
OPERAÇÕES - PLANTIO
eliminação da soqueira (limpeza do terreno, se for área nova),
subsolagem,
calagem,
gradagem ou aração,
terraceamento, 
sulcação, 
distribuição de torta de filtro e adubo, 
distribuição de mudas, 
cobrimento de mudas, 
pulverização de herbicida e 
quebra de sulco.
OPERAÇÕES SÃO REALIZADAS C/
AUXÍLIO DE EQUIPAMENTOS E IMPLEMENTOS ESPECÍFICOS
DISTRIBUIÇÃO DE MUDAS MAIORIA MANUALMENTE 
(AVANÇOS NA MECANIZAÇÃO)
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CARACTERÍSTICAS DO SOLO 
E APTIDÃO PARA O CULTIVO DE 
CANA-DE-AÇÚCAR
Técnicas Operacionais
Sulcação/adubação em banquetas – plantio com Caminhão
Sulcação / adubação completa – plantio com carretas
Plantio mecanizado
Sulcação, adubação, distribuição de mudas picadas e cobrição com único equipamento
Densidade de plantio: 12 – 20 gemas / m
Picação das mudas manual
Cobrição com 10 cm de terra
QUANTIDADE DE MUDAS
6 a 14 t ha-1 de mudas (depende do diâmetro do colmo e do comprimento dos internódios) de canas com 10 a 12 meses de idade, sadias, 12-15 gemas por metro de sulco (depende da cultivar utilizada).
 Plantio de outono e inverno: usar 30% a mais de gemas. Isto é calculado por amostragem, contando o número de gemas e pesando os colmos.
Sistema MPB (mudas pré-brotadas)
O sistema promove mudança de conceito na forma de plantio, principalmente das áreas que compreendem os estádios iniciais de multiplicação. A mudança básica consiste na utilização da plântula como meio de propagação. (Ex.: Grupo Santa Terezinha).
 Vantagens: 
expressiva redução do consumo de mudas (é possível a utilização de 1,8 a 2 t ha-1.)
minimização da disseminação de pragas e doenças, 
padronização e uniformidade de plantio, 
facilitação da gestão e logística operacional, 
possibilidade de adoção de novos arranjos espaciais, 
resultando em redução de custos e aumento de produtividade.
MEIOSI - Método Inter Ocupacional Simultâneo
Objetivo formar o viveiro de muda de cana-de-açúcar dentro da própria área de renovação. Logo após a colheita, os agricultores preparam o terreno e plantam linhas de mudas pré-brotadas. São essas mudas que serão usadas para o replantio de toda a área.
Intercalar culturas com o canavial, reduz custos e melhora a eficiência da reforma, além de ser uma alternativa ao plantio mecanizado.
a técnica funciona no plantio de duas linhas de cana. No mesmo terreno, um espaço é liberado para semear leguminosas, como soja e amendoim.
89
Plantio mecanizado (BR): média de consumo de muda de 16 ton/ha, enquanto o gasto de mudas na MEIOSI é de 10 ton/ha  economia de muda de 60%. Outro fator econômico é o transporte da muda, que não tem custo algum, já que a muda da MEIOSI está no local do plantio.
MEIOSI
MENOR ESPAÇAMENTO ENTRELINHAS GERA MAIOR PRODUTIVIDADE
Espaçamento entrelinha de 90 cm apresentou a maior produtividade 
para o tratamento irrigado e sequeiro (crédito: Gerhard Waller)
Estudo desenvolvido na USP/ESALQ em parceria com a Embrapa e a Universidade de Nebraska avaliou a eficiência agrícola da cana no Brasil afim de determinar o grau de crescimento da produção canavieira sem a necessidade de dispor de mais terras. 
O DESAFIO DA CANA-DE-AÇÚCAR
Os menores valores médios de produtividade estavam entre 150 e 180 cm, que são frequentemente usados nos países de maior produção dependendo da zona climática e do regime hídrico.
Metodologia – A pesquisa incluiu um total de 28 estudos relevantes, que resultaram em 170 experimentos de campo em nove países. Os dados experimentais de campo foram agrupados com base na similaridade do clima, usando análise de agrupamento hierárquico (ou análise de cluster) para os experimentos de sequeiro e irrigado. 
91
História e importância socioeconômica da cultura
Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola
Exigências nutricionais e adubação
Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc.
Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas
Colheita, pós-colheita e comercialização
Sustentabilidade da cultura
Cultura da cana-de-açúcar
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
PRINCIPAIS PLANTAS DANINHAS: mamona (Ricinus communis), corda-de-viola (Ipomoea spp), merremia (Merremia spp), mucuna-preta (Mucuna aterrima), capim-braquiária (Brachiaria decumbens), capim-marmelada (Brachiaria horizontalis), capim-colonião (Panicum maximum), capim-colchão (Digitaria horizontalis), tiririca (Cyperus rotundus), grama-seda (Cynodon dactylon).
Para saber mais: 
http://oagronomico.iac.sp.gov.br/?p=1097
Esquema sugestivo de representar as épocas de aplicação 
de herbicidas em canaviais ao longo do ano agrícola
PRAGAS
BROCA DA CANA Diatraea saccharalis
BICUDO DA CANA Sphenophorus levis
CIGARRINHA DAS RAÍZES Mahanarva fimbriolata
BROCA DOS RIZOMAS Migdolus fryanus
BROCA GIGANTE Telchin licus
CUPINS
Larva de pão-de-galinha, Scarabaeidae
Larvas arame, Elateridae
Pérola-da-terra, Eurizococcus brasiliensis
Larva de Broca Peluda, Hyponeuma taltula
LAGARTA DESFOLHADORA
LAGARTA ELASMO
FORMIGAS CORTADEIRAS
DOENÇAS
RAQUITIS MO DA SOQUEIRA Leifsonia xyli subsp. Xyli
FERRUGEM MARROM Puccinia melanocephala FERRUGEM ALARANJADA Pulccinia kuehnii
ESTRIAS VERMELHAS Acidovarax avenae subsp. Avenae
PODRIDÃO ABACAXI Thielaviopsis paradoxa
AMARELINHO Sugarcane yellow leaf virus – ScYLV
MANCHA DE CURVULÁRIA Curvularia inaequalis
MANCHA PARDA Cercospora longipes
MANCHA ANELAR Leptosphaeria sacchari
PRINCIPAIS DOENÇAS
A palavra “roguing” vem do inglês, do verbo "to rogue", que originalmente significava remover plantas defeituosas ou indesejadas.
• CARVÃO (Sporisorium scitamineum) 
• MOSAICO (VÍRUS DO MOSAICO DA CANA-DE-AÇÚCAR) 
• ESCALDADURA DAS FOLHAS (Xanthomonasalbilineans)
Recomenda-se a realização de, no mínimo, três operações de “roguing”, aos dois, quatro e seis meses após o plantio do viveiro. 
IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO “ROGUING” EM VIVEIROS DE CANA-DE-AÇÚCAR.
CONTROLE DE DOENÇAS
	DOENÇAS	VETORES	CONTROLE
	Carvão	Vento, Solo, Mudas	Resist. Varietal + 
Trat. Térmico + ROGUING
	Mosaico	Pulgões, Mudas	Resist. Varietal + ROGUING
	Escaldadura	Facão, Mudas	Resist. Varietal + ROGUING
	Raquitismo	Facão, Mudas	Resist. Varietal + 
Trat. Térmico
	Ferrugem	Vento, Mudas	Resist. Varietal
SAG MANHÃ PAREI AQUI noturno tb
98
Estima-se que 25% a 30% das variedades disponíveis no mercado possuam alto potencial de florescimento. Perdas podem chegar a 30%. 
Fonte: Divulgação Nufarm – Cana online (2020)
CONTROLE DE FLORESCIMENTO
INFLORESCÊNCIA da cana-de-açúcar 
conhecida como bandeira ou flecha, é uma panícula aberta com flores hermafroditas cada uma com um óvulo (Scarpari; Beauclair, 2008).
O florescimento da cana-de-açúcar é um estádio de desenvolvimento da cultura desejável para os programas de melhoramento genético.
Janela ideal para aplicação de inibidores de florescimento : fevereiro a março
Época em que ocorre a indução floral – quando a cana-de-açúcar recebe maiores estímulos para o florescimento – está relacionada ao fotoperíodo. Centro-Sul (entre 15 de fevereiro e 10 de março). Produtores e usinas devem aplicar os inibidores nesta época, antecipando-se ao florescimento. Se houver a emissão do pendão floral, não há mais tempo para corrigir.
CONTROLE DE FLORESCIMENTO
Florescimento  prejuízos
Crescimento vegetativo é paralizado
Perda no rendimento de açúcar
Açúcar é direcionado para formação da folha bandeira ou flecha
Colmo florescido entra em senescência permitindo novas brotações
ISOPORIZAÇÃO
 Pode ou não estar relacionado com o florescimento da cana e está relacionado com a maturação, porém o florescimento intensifica a isoporização. 
 Caracteriza-se pelo secamento no interior do colmo, a partir da parte superior.
Isoporização do centro para periferia
Redução da densidade dos colmos acarreta em diminuição no peso dos colmos florescidos (Landell, 2014).
ISOPORIZAÇÃO X MATÉRIA -PRIMA
Prejuízo na embebição
Fibras curtas
Baixa densidade do bagaço
Bagaço com dificuldade de queima
Caldo com baixa transparência
Prejuízos na pesagem
Menor densidade de cana
A isoporização é um fenômeno independente ligada à variedade de cana e às condições de ambiente. O florecismento intensifica a isoporização. O redirecionamento de açúcares para formação de flores provoca a perda de água nos colmos.
Processo da transgenia
Como os pesquisadores brasileiros criaram 
a variedade CTC 20 Bt
Primeira cana-de-açúcar GM aprovada para comercialização no mundo. Desenvolvida pelo (CTC), a variedade é resistente à broca da cana (Diatraea saccharalis), principal praga que ameaça a cultura. Perdas ocasionadas ≈ R$ 5 bilhões por ano. As pragas impactam a qualidade do açúcar e aumentam os custos com inseticidas.
IAC JÁ FEZ O DEPÓSITO DE PEDIDO DE PATENTE DESTA TECNOLOGIA
104
Controle do florescimento
Em estudo com diversos produtos para o controle do florescimento da cana-de-açúcar, foi verificado que quatro produtos apresentaram uma taxa muito boa de controle de florescimento da variedade IAC48-65, destacando-se:
Fluazifop-butil (125g i.a. ha-1) com 100% de controle,
Ethephon (480g i.a. ha-1)
Glifosate (240g i.a. ha-1) 
Paraquat (100g i.a. ha-1)
Fonte: LEE et al. (1985).
Caputo (2007) o melhor controle foi o produto Ethephon em dois genótipos (IAC).
com menor controle do florescimento 
Cultura da cana-de-açúcar
História e importância socioeconômica da cultura
Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola
Exigências nutricionais e adubação
Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc.
Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas
Colheita, pós-colheita e comercialização
Sustentabilidade da cultura
Colheita
Abril a novembro na região Centro-Sul, para colheitas em abril e maio é comum o uso de maturadores. 
COLHEITA DE CANA NA HORA CERTA
Referência mais importante para definição do melhor momento para a colheita é o teor de açúcar já produzido pelas plantas. Para leitura desse indicador --> aparelho manual - REFRATÔMETRO de campo.
Pequenas amostras do colmo são analisadas para se calcular o índice de maturação. O uso do refratômetro de campo é uma das melhores iniciativas para se colher na hora certa.
ATENÇÃO! Pois, facilmente, perde-se o tempo propício para a colheita. Quando isso ocorre, valores baixos são obtidos com o rendimento de açúcar, ainda que a lavoura apresente uma boa ton/ha.
Realizar o corte no ponto certo da maturação da cana contribui para aumento da ATR
CORTE, CARREGAMENTO E TRANSPORTE - CCT
Tipos de corte
Manual
Mecânico
	- Inteira
	- Picada
Tipos de carregamento
Manual
Mecânico
Conjugada
Combinada
Transporte
Direto
Transbordo
Corta, pica, limpa e carrega a cana em uma só
operação (500 a 600 t / máquina.dia)
Colhe cana sem queima
Alto custo inicial (investimento)
Novas alternativas em estudo (declividade e custo)
Equipamento foi desenvolvido para servir de depósito da cana picada vinda da colhedora, com o intuito de diminuir a compactação do solo causada pelos caminhões canavieiros.
Transbordo
COLHEITA MANUAL
O trabalho no corte de cana-de-açúcar é um dos mais árduos.
Média de extração por cortador de cana:
 1960	 1980 Hoje
 2 toneladas/dia 8 toneladas/dia 12 toneladas/dia
Homens ou Máquinas?
Como era…
Como é…
Colheita
Velocidade da máquina: de 3 a 4 km/h  otimiza a operação.
Controle o tráfego: dentro dos talhões  Tratores, máquinas e caminhões provocam o adensamento do solo do talhão, o que leva à compactação, uma condição nada desejável no solo de cultivo.
ENTREGA DA CANA
Recepção e pagamento
Pesagem e controles – rastreamento da produção
Amostragem da carga  Sondas oblíqua e lateral
Análise da qualidade da matéria prima
Teores de impurezas minerais e vegetais
Teor de fibra, brix, pol, PCC, ocasionalmente AR
Cálculo do ATR e do valor da carga
Sistema de pagamento em SP considera MIX  industrial e preços dos produtos
POL: teor de sacarose aparente na cana. Para a indústria canavieira, quanto mais elevados os teores de sacarose, melhor.
Pureza: relação POL/Brix x 100. Quanto maior a pureza da cana, melhor a qualidade da matéria-prima para se recuperar açúcar.
ATR (Açúcares Redutores Totais): quantidade total de açúcares da cana (sacarose, glicose e frutose). O ATR é determinado pela relação POL/0,95 mais o teor de açúcares redutores. Açúcares na cana varia de [13 a 17,5%].
Açúcares redutores: é a quantidade de glicose e de frutose presentes na cana, que afetam diretamente a sua pureza, já que refletem em uma menor eficiência na recuperação da sacarose pela fábrica.
MATÉRIA-PRIMA
93% DAS PERDAS DE SACAROSE 
ocorrem nas primeiras 14h por ação dos microorganismos
TODAS AS SUBSTÂNCIAS QUE APRESENTAM ATIVIDADE ÓPTICA 
PODEM INTERFERIR NA POL, COMO AÇÚCARES REDUTORES (GLICOSE E FRUTOSE), 
POLISSACARÍDEOS E ALGUMAS PROTEÍNAS. 
93% DAS PERDAS DE SACAROSE OCORREM 
NAS PRIMEIRAS 14H POR AÇÃO DOS MICROORGANISMOS
113
Partição e terminologia agroindustrial
Fonte: Beauclair (2016)
CANA-DE-AÇÚCAR
Fabricação de açúcar
1 Tratamento do caldo – filtragem para retiradas as impurezas solúveis e insolúveis, aquecimento, tratamento químico, decantação e peneiramento.
2 Evaporação – transforma o caldo em um xarope concentrado, com aproximadamente 65° brix (% de sólidos solúveis).
3 Cozimento – novo aquecimento para a cristalização e recuperação de 80% a 85% da sacarose que estão no xarope
4 Centrífuga – o xarope é centrifugado para que seja separado o açúcar do mel (subproduto que resultará na fabricação do etanol).
5 Secagem – os secadores retiram a umidade da massa preparando o açúcar para o transporte/ensacamento
Refino do Açúcar
Fabricação do Etanol
Raízen - Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba(SP) 
Fabricação do Etanol
A diferença aqui é a fermentação do caldo de cana.
Raízen - Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba (SP) 
Fabricação de cachaça
Diferenças com relação ao etanol:
Fermentação em batelada (20–30 h), em dornas de madeira ou inox.
Pode usar fermento natural (pé-de-cuba) ou misto, com adição de leveduras e bactérias.
Grau alcoólico final entre 38% e 48% v/v (por lei).
Corte sensorial das frações “cabeça” (metanol, aldeídos) e “cauda” (álcoois pesados) para manter aroma e sabor.
Etapas para produção de E2G
Fonte: Ribeiro (2018) 
História e importância socioeconômica da cultura
Morfologia, fenologia, ecofisiologia e zoneamento agrícola
Exigências nutricionais e adubação
Manejo da cultura: população, espaçamento, semeadura, cultivares, etc.
Proteção de plantas: manejo de pragas, doenças e plantas daninhas
Colheita, pós-colheita e comercialização
Sustentabilidade da cultura
Cultura da cana-de-açúcar
Sustentabilidade da cultura
Os aspectos da análise de sustentabilidade são divididos em três grupos:
Aspectos ambientais
Aspectos sociais
Aspectos econômicos
Aspectos ambientais
Aproveitamento integral da biomassa: uso do bagaço e da palha da cana para cogeração de energia elétrica renovável, reduzindo a dependência de fontes fósseis.
Redução das emissões de gases de efeito estufa: substituição da queima de combustíveis fósseis pelo etanol e exportação de bioeletricidade para a rede.
Proibição gradual da queima da palha: cumprimento de normas ambientais para eliminar a queima pré-colheita, favorecendo a colheita mecanizada e a preservação do solo.
Reciclagem de subprodutos: uso da vinhaça como fertilizante (fertirrigação) e do filtro de torta como condicionador de solo.
Preservação de recursos hídricos: adoção de sistemas fechados de recirculação de água, irrigação localizada e práticas de conservação.
Proteção da biodiversidade: manutenção de áreas de reserva legal e APPs (Áreas de Preservação Permanente) no entorno das plantações.
Fonte: EMBRAPA Monitoramento por satélite.
GERAÇÃO DE ENERGIA POR BIOMASSA
PARTICIPAÇÃO DE USINAS DE CANA NA GERAÇÃO DE ENERGIA 
DO PAÍS PODERIA SER SEIS VEZES MAIOR
bagaço é utilizado principalmente para produção 
de energia e eletricidade através da queima em caldeiras
131
Potencial de geração palha
Fonte: SUCRE ((Sugarcane Renewable Electricity) 
Objetivo principal: 
aumentar significativamente a produção de eletricidade com baixa emissão de GEE na indústria de cana-de-açúcar --> uso da palha produzida durante a colheita. 
PROJETO SUCRE
Dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica): a participação da biomassa na matriz energética brasileira subiria dos atuais 3% para 18%.
Projeto SUCRE (Sugarcane Renewable Electricity) 
132
PROJETO SUCRE
Iniciativa, promovida pelo Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). 
Financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF) e gerido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
atua junto a usinas parceiras 
133
PROJETO SUCRE
MANEJO ADEQUADO DA PALHA AUMENTA A PRODUTIVIDADE DO CANAVIAL
134
VINHAÇA - Energia
Além de fertilizante, resíduo do etanol poderá ser utilizado para produzir eletricidade.
liberação de mau cheiro e emissão de GEE, como o óxido nitroso (N2O), que é cerca de 300 vezes mais poluente do que o dióxido de carbono (CO2).
Objetivo – Projeto 
Desenvolver uma nova geração de biodigestores anaeróbios, mais compactos, robustos e estáveis, que tenham alta eficiência de conversão de matéria orgânica da vinhaça em biogás. Transformar a matéria orgânica da vinhaça por meio de uma cultura de microrganismos em biogás.
CANA-DE-AÇÚCAR
PARA PRODUZIR ÁLCOOL, É UTILIZADO O CALDO DA CANA. 
QUE SOBRA É A VINHAÇA, MATERIAL ORGÂNICO RICO EM POTÁSSIO, CÁLCIO E MAGNÉSIO. 
UTILIZAÇÃO EXAGERADA
 BIOGÁS É COMPOSTO PRIORITARIAMENTE POR METANO, 
ALÉM DO DIÓXIDO DE CARBONO E OUTROS GASES EM PEQUENAS QUANTIDADES. 
135
para cada litro de álcool produzido, 12 L de vinhaça são deixados como resíduo. Vinhaça - uso principal: tem sido a fertiirrigação das áreas cultivadas com cana-de-açúcar
PARA CADA LITRO DE ÁLCOOL PRODUZIDO, 
12 LITROS DE VINHAÇA SÃO DEIXADOS COMO RESÍDUO.
À VINHAÇA, SEU USO PRINCIPAL TEM SIDO A FERTIIRRIGAÇÃO 
DAS ÁREAS CULTIVADAS COM CANA-DE-AÇÚCAR
136
Resultados na Área Agrícola e Industrial
CANA-ENERGIA: possui maior teor de fibras e menor de açúcares, comparado à cana convencional. 
Produtividade média:
Cana convencional: 80 toneladas anuais por hectare
Cana-energia: pode chegar a 250 toneladas anuais (longo prazo)
CANA-ENERGIA
CANA ENERGIA É + PRODUTIVA
colher a cana-energia na entressafra da convencional já no médio prazo
137
Comparação entre cana energia e cana normal
CANA-ENERGIA
GranBio, companhia produtora de biocombustíveis e bioquímicos:
1ª a operar uma planta industrial de etanol 2G no Brasil.
139
Combustível vai ser produzido por meio de transformações genéticas em leveduras
DIESEL DA CANA
“FORAM INTRODUZIDAS SEQÜÊNCIAS GENÉTICAS 
QUE INCENTIVARAM A PRODUÇÃO DE DIESEL EM VEZ DE ETANOL.”
CERCA DE 15 GENES FORAM MODIFICADOS
140
Produtos e subprodutos - Agroindústria de cana-de-açúcar
Fonte: Adaptado de Paturau ( 1982).
Fonte: Ilos (2015) 
Fonte: SEABRA (2008) 
Bagaço de cana - Brasil
Subprodutos disponíveis em maior quantidade (1 ton de cana moída  280 Kg de bagaço).
Abundante fonte de material lignocelulósico  alternativa significativa para o aumento da produção de etanol.
Constituição química do bagaço depende de diversos fatores: 
tipo de solo, tipo de cana, técnicas de colheita e manejo empregado.
 Média dos itens constituintes do bagaço de cana:
Fonte: Mantelatoo (2005) 
143
Composição fisico-química para produção de E2G:
Sua composição média é de
50% de umidade, 
2% de Brix (sólidos solúveis em água); 
46% de fibra (32-50% de celulose, 19-25% de hemicelulose e 23-32% de lignina) e 
2% de cinza
O etanol 2G é fabricado a partir da biomassa da cana-de-açúcar, em vez do caldo usado na produção tradicional.
colheita de cana-de-açúcar a partir do campo de cana.
O caldo de cana é extraído na usina para produção de açúcar. Sobra é bagaço.
o bagaço molhado é enviado para a fábrica de papel próxima a usina.
bagaço é produzido com alto padrão de procedimento ambientalmente amigável.
Papel de bagaço está pronto para uso.
Produtos acabados em uso.
Produto é decomposto após o uso.
Composto é transformado em nutriente de solo.
O Ciclo de Vida do Papel do Bagaço de Cana
Fonte: The Nature Academy
Bom saber…
Primeiro carro brasileiro a utilizar a mistura de etanol e gasolina - 1925
Você sabia?!
Aspectos Sociais e Econômicos
Social
Condições de trabalho seguras: adequação às normas trabalhistas e de saúde ocupacional para trabalhadores rurais e industriais.
Treinamento e qualificação: capacitação de operadores de máquinas e trabalhadores para a colheita mecanizada e manejo sustentável.
Responsabilidade social corporativa: investimentos em comunidades locais, educação e saúde.
Erradicação do trabalho infantil e degradante: políticas de fiscalização e certificações socioambientais.
Econômica
Redução da dependência do petróleo na frota de veículos
Geração de empregos
Competitividade internacional
Diversificação de produtos: além de açúcar e etanol, produção de leveduras, bioplásticos, energia elétrica e outros derivados.
Inovação tecnológica: desenvolvimento de etanol de segunda geração (2G), aproveitando a celulose do bagaço e palha para aumentar a eficiência produtiva.
>> Links úteis:
CTC: http://new.ctc.com.br/institucional/nossa-historia/
novaCana.com: https://www.novacana.com/n/conteudo-patrocinado/mecanizacao-da-cana-avanca-com-desenvolvimento-tecnologico/
Revista FAPESP: http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/08/18/canaviais-mais-resistentes/
RIDESA: https://www.ridesa.com.br/publicacoes
https://renewableops.brookfield.com/http://ctbe.cnpem.br/tag/etanol-2g/
 http://pages.cnpem.br/sucre/
 http://www.granbio.com.br/ 
https://www.fermentec.com.br/capa.asp?pi=principal
https://www.renovabio.org/
Evolução do plantio e da colheita mecanizados da cana-de-açúcar (Este estudo continua…)
https://www.novacana.com/estudos/evolucao-plantio-colheita-mecanizados-cana-de-acucar-160813#:~:text=Na%20d%C3%A9cada%20de%201980%2C%20ainda,inteiro%20na%20superf%C3%ADcie%20do%20solo.
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