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2ºAula Razões e motivos de uma internacionalização Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • reconhecer e analisar a influência de forças envolventes estrangeiras ou internacionais; • apontar algumas barreiras e oportunidades para importação; • identificar e analisar algumas estratégias de internacionalização. Prezado(a) aluno(a), para iniciar a aula 2, é necessário que tenha compreendido o contexto histórico do comércio internacional. Assim, se houver ainda dúvidas sobre o referido tema, sugerimos que releia a aula 01 e procure eliminá-las com o apoio de seu professor e dos seus colegas de curso, antes de prosseguir. Já nesta aula, você será convidado(a) a construir conhecimentos sobre as razões e os motivos que ocasionaram uma internacionalização empresarial... Mas, você já pensou sobre a razão pela qual vamos estudar este assunto? Pois bem, entendendo as razões e motivos da internacionalização, será mais fácil contextualizar a importância do comércio internacional em nosso país e na economia mundial, bem como perceber as relações e correlações da logística com o comércio e economia internacional! Contudo, para isso, a sua atenção, as pesquisas que irá realizar e a dedicação aos estudos serão fundamentais! Ah, durante o estudo, lembre-se de que estaremos esperando sua participação no “Fórum”, “Quadro de Avisos” ou “Chat”. Agora, é com você! Boa aula! Bons estudos! 10Noções de Comércio Exterior 1 - Globalização: influência internacional nos mercados 2 - Análise de algumas estratégias de internacionalização 1 - Globalização: Influência Internacional nos Mercados Para iniciar nossos estudos, é importante reconhecer que a logística não foge ao contexto da globalização, que traz consigo os desafios da modernidade. Inseridas neste cenário da transformação mundial, cada nação necessita oferecer incentivos e assumir ações constantes para não perdê-lo de vista (CT AGRONEGÓCIO, 2011). O professor Abrantes (2008) cita Ball e McClloch (1996) avaliando que: [...] Nenhuma empresa nacional está, de todo, livre da influência de forças envolventes estrangeiras ou internacionais, porque existe sempre a possibilidade da concorrência de importações ou de concorrentes estrangeiros que estabelecem operações no seu próprio mercado (IPV.PT MILLENIUM, 2008). Sabendo disso, será que, nos dias de hoje, você realmente conhece o seu mercado e quem são os seus concorrentes? A globalização está trazendo consigo mudanças da noite para o dia. Abrantes é professor adjunto da Escola Superior de Tecnologia de Viseu (ESTV), de Portugal. Quais mudanças a globalização possibilitou e possibilita para a sociedade atual? Não podemos pensar que somos os únicos no mercado que trabalhamos ou que estamos concorrendo apenas com empresas de nossa região, de nosso país. Assim, é preciso manter-se atentos, uma vez que estão se tornando rotineiras as notícias de fusões ou incorporações de grandes e pequenas empresas nacionais e internacionais, dentre outras mudanças: FIGURA 2.1 - GLOBALIZAÇÃO E NOVAS POSSIBILIDADES Fonte: Espaço do Administrador. Disponível: http://momentodoadm.blogspot.com. br/2014/06/espaco-do-administrador-teorias-da_24.html. Acesso em 15 fev.17 Seções de estudo Continuando com sua ideia, o professor Abrantes (2008) ainda afirma que: Se os custos de transporte são elevados, se há barreiras significativas à importação, ou simplesmente se os custos de produção do país de destino são significativamente menores que no país de origem, então pode muito bem acontecer ser vantajoso empreender desde logo uma estratégia de investimento nesse país em vez de procurar previamente exportar (IPV.PT MILLENIUM, 2008). E é isso que muitas empresas e/ou produtores estão fazendo: ao invés de apenas exportar, estão focando em se instalar em outro país, sendo que devido à política de crescimento, inúmeros gestores públicos adotam determinados atrativos fiscais que compensem os investimentos do capital estrangeiro, além de outros fatores como logística, custos etc. VOCÊ SABIA? “Empresas que possuem matriz em seu país de origem e atuam em outros países através da instalação de filiais, são classificadas como empresas transnacionais. O termo transnacional substitui o termo multinacional, pois o último pode ser interpretado como se a empresa pertencesse a várias nações, já o primeiro relaciona-se ao fato de a empresa ultrapassar os limites territoriais de sua nação para atuar no comércio exterior” (BRASIL ESCOLA, 2011). 2 - Análise de Algumas Estratégias de Internacionalização Seguem algumas dicas para melhorar sua aprendizagem: • Tome nota dos pontos importantes de todas as aulas desta disciplina, especialmente desta Seção 2, pois no decorrer da disciplina irá perceber que se trata de uma sequência de conteúdos. Possivelmente, em algumas situações você terá que retomar as aulas anteriores para obter respostas que lhe auxiliarão no melhor entendimento e construção de novos conhecimentos. • Busque novas fontes de pesquisa para a sua aprendizagem e para a realização das atividades: procure não basear suas repostas apenas nos conteúdos apresentados na apostila ou no ambiente virtual. Confira as obras e sites indicados ao final desta Aula e busque outras referências confiáveis para aprofundar suas pesquisas. • Apresente todas as referências utilizadas para responder as atividades de acordo com as normas da metodologia científica: ABNT. • Utilize os links e periódicos indicados no campo material de aula do Ambiente Virtual de aprendizagem (AVA) UNIGRAN EaD. Para continuar a construir conhecimentos sobre a internacionalização e suas relações com o mercado nacional, segue um trecho da revisão teórica do artigo intitulado Análise da Estratégia de Internacionalização, o caso Bematech, de autoria de Fabiano Luis Brasil e Luciane Meneguin Ortega, apresentado nos 60 anos em um Workshop sobre Internacionalização de Empresas: 11 Para Goulart et al (1996), internacionalização é um processo crescente e continuado de envolvimento de uma empresa nas operações com outros países fora de sua base de origem. E no entendimento de Hymer (1979), a internacionalização das empresas está ligada a uma vontade de tirar proveito de uma concentração industrial crescente e de um poder reforçado sobre o mercado que as conduzem, na sua procura de uma melhor rentabilidade, de um mercado nacional aos mercados internacionais (GINEBRA – INCUBADORA FAPESP, 2008). Na opinião de autores nacionais e internacionais, professores e pesquisadores, a internacionalização das empresas será cada vez mais comum e certamente acompanhará a globalização, sendo um caminho sem volta. Líderes dos países que compõe o G7, que são as 7 (sete) nações mais industrializadas do mundo, formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá e o G20, se reúnem para debater os mais diversos temas relacionados à união dos povos, à qual a questão comercial está intimamente interligada. Em suas leituras extras poderá encontrar alguma referência ao G8, que foi composto por esses 7 países (do G7) mais a Rússia, mas que a partir de 2014 foi excluída, devido a problemas relacionados a UCRÂNIA. CURIOSIDADE Atualmente compõem o G20: os países que formam o G7 e ainda 11 emergentes. Os componentes do G20 são: Brasil, Argentina, México, China, Índia, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coréia do Sul e Turquia. A União Europeia, em bloco, é o membro de número 20, representado pelo Banco Central Europeu e pela presidência rotativa do Conselho Europeu. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, assim como os Comitês Monetário e Financeiro Internacional e de Desenvolvimento, por meio de seus representantes, também tomam assento nas reuniões do G20 (paisesemergentes.info, 2015). Nesse contexto, você pode pensar: existem fatores e oportunidades consistentesque fazem com que uma organização comece a focar o mercado internacional? Vamos responder juntos a este questionamento! Observe o exemplo da Arezzo, citado por Angela Klinke, na edição de 02/07/2008, do Jornal Valor Econômico: Oito meses depois de ter vendido 25% de sua holding Arezzo S/A ao fundo de investimento TarponAll Equities, da gestora de recursos Tarpon, a empresa se prepara para “duas ou três aquisições até o fim do ano no setor de calçados”, antecipa Alexandre Birman, vice- presidente da Arezzo S/A. Mas não é só. Com a entrada da Tarpon podemos acelerar nosso crescimento. Até agosto vamos lançar uma nova rede de lojas de rua com calçados mais acessíveis. A companhia festeja a recente inauguração de duas lojas em Xangai, as primeiras da China. Elas marcam o agressivo processo de internacionalização previsto para alcançar 300 lojas lá até 2016. Na segunda quinzena deste mês abrem mais duas, uma em Tianjim e outra em Nanjim. Nossas lojas chinesas têm o mesmo padrão daqui (GINEBRA – INCUBADORA FAPESP, 2008). Também exemplificamos com a empresa Azaleia, citada pela reportagem da revista Exame: [...] Essa é a principal estratégia da empresa para tentar reverter o quadro verificado em 2005, quando as vendas externas recuaram 26%. Devido à valorização do real, a empresa se viu obrigada a produzir 60.000 pares de sandálias destinadas à exportação na China, para poder honrar seus compromissos sem prejuízos. ‘O custo de produzir lá foi 30% menor que se tivéssemos fabricado aqui’, afirma o presidente da Azaleia, Antonio Britto. Segundo ele, 20% da produção da empresa é destinada à exportação para 80 países. A decisão de fechar as fábricas em São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul, foi tomada após a empresa verificar que estava perdendo dinheiro há 18 meses. Além do dólar, Britto diz que o setor sofre com a concorrência dos produtos informais e chineses e com o custo Brasil [...] (EXAME ABRIL, 2008). Como podemos ver, os processos de internacionalização estão ficando mais comuns e corriqueiros, principalmente nos casos de parcerias entre mais de uma empresa. Mas o processo de internacionalização de uma empresa tem que ser minuciosamente analisado pela alta direção, focando o(s) principal(is) fatores e os cuidados para tal ação. Os itens a serem analisados nesse processo são: a) seja como principal meio de escoamento de produções de grande escala; b) seja para começar a produzir seu produto em outro país que tenha vantagens mais interessantes à organização, sejam elas legislativas, menos burocracia e mais flexibilidade; c) seja pelo excesso de matéria-prima e/ou mão de obra que se encaixe nos moldes da empresa, minimizando, assim, os custos; d) pode também ser uma estratégia organizacional, gerando uma vantagem competitiva; e) busca de novas tecnologias; f) conhecer a política desse país e os principais dirigentes para evitar surpresas como: • expropriação ou confisco, situação que tem ocorrido em alguns países da América do Sul; • relacionados à soberania política; • de imposição de um banimento após organização constituída. PARA REFLETIR Entendeu? O processo de internacionalização de uma empresa é complexo e precisa ser minuciosamente analisado e planejado antes de ser assumido. Contudo, ele é inevitável e pode ser muito importante para a sustentabilidade e o crescimento das instituições. 12Noções de Comércio Exterior Para que isso se concretize, não basta apenas a vontade dos acionistas, diretores, proprietários, é necessário focar no que realmente pretendem, e o essencial: conhecer esse mercado, cultura, hábitos, crenças, costumes e política dessa nova sociedade. Você já entendeu amplamente o conteúdo estudado até aqui? Em caso de uma resposta afirmativa: Parabéns! Contudo, há inúmeros conhecimentos para construir sobre o tema em questão. Para tanto, sugerimos que consulte as obras, periódicos e sites indicados ao final desta aula, além de outras fontes confiáveis de pesquisa! Você é o protagonista de sua aprendizagem. Portanto, é importante que se dedique e busque estratégias para se tornar um expert no assunto! Outra ação primordial é um planejamento administrativo- financeiro bem elaborado, pois qualquer erro que não esteja no cronograma pode trazer sérios riscos a esse projeto. Um bom exemplo a ser citado é a Semco S/A, citada por Semler (2002), a qual ele afirma ter comprado de uma empresa sueca, em 1983, a divisão de ar condicionado para plataformas de petróleo, calculando as perdas em U$ 30 mil, prevendo que tudo estaria resolvido a partir de 1985. Mas houve um grande erro nesse planejamento e o que aconteceu, na realidade, custou à empresa U$ 2 milhões. As coisas começaram a melhorar a partir de 1987. Esse foi o resultado de um projeto com falhas no planejamento, trazendo um custo enorme para a empresa e dois anos a mais para resolver. Porém, sobressaiu- se muito bem e hoje ainda é uma gigante. A empresa citada (Semco) é uma corporação multinacional de origem brasileira, muito forte no seu segmento e, mesmo assim sofreu, contudo, não abalou sua atual estrutura. Mas, meu caro aluno, imagine agora uma empresa de pequeno ou médio porte querendo se aventurar em um novo mercado, sem um planejamento consistente, o que pode acontecer? Isso nos prova que o mercado não dá chances para amadores. Ou a empresa se profissionaliza, foca em seus objetivos ou vai amargar resultados. Além da Semco S/A, temos outras empresas brasileiras de sucesso no mercado internacional como, por exemplo, a Petrobrás, a gigante Vale (antiga Vale do Rio Doce), Gerdau, Grupo Camargo Correa, entre tantas outras. Segundo Vasquez (2007, p. 178), vários fatores devem ser bem atentados em nossa política de comércio exterior, sendo eles: a) trabalhar a imagem do Brasil no Exterior; b) ampliar a integração regional, tendo, porém, uma postura de efetiva cooperação; c) inserir a política de comércio exterior no contexto da política econômica, agrícola, industrial, educacional. Por que não um “Ministério de Comércio Exterior”? d) negociar acordos com países industrializados, aumentando a cooperação tecnológica; e) incentivar a exportação de manufaturados com alto valor agregado; f) abolir o imediatismo, o “querer levar vantagem”; g) qualificar o exportador; h) qualificar o produto; i) incentivar o exportador, não só reduzindo e deduzindo impostos ou concedendo financiamentos a juros subsidiados, porém: • fixar as regras do jogo; • incentivar a internacionalização e a capacitação gerencial; • reduzir práticas burocráticas; • praticar uma política cambial realista; • estar aberto a novas formas de exportação. Dentre os pontos abordados, destacamos os seguintes: “negociar acordos com países industrializados, aumentando a cooperação tecnológica” e “qualificar o produto”, pois se um produto está atingindo um mercado bem mais exigente, como por exemplo, o mercado europeu, com uma boa aceitação, certamente possui uma qualidade inquestionável. É importante entender que essa afirmação não desmerece o mercado brasileiro, mas se um produto atinge as expectativas do consumidor local e de outro que está lá fora, isso demonstra que a empresa está no caminho certo, buscando novas tecnologias, acompanhando as tendências e buscando o aperfeiçoamento constante. As empresas que se recusam a inovar, podem sofrer o que aconteceu com algumas empresas no mundo que pararam no tempo, sendo compradas por outras ou fechadas. Quem se lembra das máquinas Olliveti (máquinas de datilografar) ou das câmeras Kodak, que há um tempo eram líderes em seu mercado, ficaram um bom tempo na “geladeira” e hoje entraram em estado de hibernação? Para evitar problemas como este, a consultoria Booz Allen & Hamilton trazem algumas conclusões dos principais fatores que levam algumas empresas a obter sucesso em uma internacionalização e os erros por elascometidos, citado pela reportagem da revista Exame (2008). Observe: Quadro 2.1 Internacionalização: conclusões da consultoria Booz Allen & Hamilton VOU OU NÃO VOU Veja as conclusões da consultoria Booz Allen & Hamilton sobre os motivos de sucesso ou fracasso das empresas na tentativa de internacionalização: AS BOAS PRÁTICAS • Conhecimento das competências disponíveis e aproveitamento das que podem fazer diferença nos mercados-alvo. • Domínio tecnológico e inovação de produtos. • Boa gestão de marca e imagem. • Alianças e aquisições que possibilitam o desenvolvimento de competências diferenciadas ou únicas. • Conhecimento inicial do mercado-alvo por meio da exportação regular. • Ajuste do modelo de operação para o novo mercado. • Capital próprio. • Capital de terceiros a custo acessível com garantias de parceiros ou vendas externas. • Flexibilidade para obter baixo retorno inicial. OS ERROS 13 • Desconhecimento das competências existentes na empresa. • Aposta em competências intrínsecas ao país de origem e não replicáveis nos países-alvo, como marca forte no mercado doméstico. • Alianças ou aquisições em setores nos quais não têm competência. • Alianças ou aquisições sem vínculo com competências que possam ser transferidas. • Reprodução do modelo de operação local. • Expansão com capital de terceiros a custo alto, gerando endividamento excessivo. • Pouca flexibilidade para investimentos nos primeiros anos. Fonte: EXAME ABRIL. Empresas. O Brasil é o limite. Edição 798. Disponível em: http://www.bivirloc.com/ejournals/EXAME/2003/num%20798%202003.pdf. Acesso em: 09 mar. 2017. Como é possível observar, uma organização precisa pensar em montar uma unidade ou uma parceria em outro país. As chances de algo dar errado vai depender, unicamente, dos envolvidos, uma vez que são necessárias pessoas altamente qualificadas para desenvolver um projeto desse nível, devido a tamanha complexidade. Logo iremos ver que, além desse processo administrativo, existe a questão do protecionismo, sendo racional ou irracional, podendo barrar uma organização de se instalar ou fazê-la fechar, em função da política adotada por determinados países. Isso não é impossível, embora seja muito difícil! Observe que há empresas brasileiras no mercado internacional, causando “inveja”, pois estão em destaque no mundo dentro de seus segmentos, como: a Petrobrás, a gigante Vale, o Grupo Votorantin entre outras. No mundo dos negócios existem algumas ferramentas utilizadas para buscar um novo mercado, sem que seja feito apenas pela exportação, podendo ser realizado por meio das fusões, incorporações e joint venture: FIGURA 2.2 - INTERNACIONALIZAÇÃO Fonte: PRIME MIN-ECONOMIA. Internacionalização. Disponível em: http://www. prime.mineconomia.pt/PresentationLayer/ResourcesUser/imagens/Temas/ barra%20horizontal.jpg. Acesso em: 3 jul. 2016. Essas ferramentas administrativas são as principais formas legais adotadas pelas empresas no Brasil e no mundo para explorar um novo mercado, nas palavras do professor Abrantes (2008): Se os custos de transporte são elevados, se há barreiras significativas à importação, ou simplesmente se os custos de produção do país de destino são significativamente menores que no país de origem, então pode muito bem acontecer ser vantajoso empreender desde logo uma estratégia de investimento nesse país em vez de procurar previamente exportar (IPV.PT MILLENIUM, 2008). Nesse contexto, inúmeras empresas estão fazendo dessas ferramentas, os meios mais comuns de aperfeiçoarem sua participação em novos mercados consumidores, o que pode acontecer entre duas ou mais organizações. A seguir, seguem exemplos para melhor entendimento, com a descrição de algumas importantes peculiaridades em cada modalidade. Alguns empresários buscam opções para trabalhar nesse novo mercado, por meio de parcerias ou participações em empresas já estabelecidas no país, sempre atentos às particularidades locais, como as empresas a seguir: FIGURA 2.3 - EMPRESAS ESTABELECIDAS NO BRASIL Fonte: BLOGSPOT. Imagem. Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/_ xfPu5lldyeg/ SL_lgL0oOaI/AAAAAAAACaA/K3SRPen30_g/s400/tripskywest.JPG. Acesso em: 3 jul. 2016. Em determinadas legislações, não é permitido que estrangeiros montem empresas no país ou que detenham maior controle acionário em segmentos considerados estratégicos, como acontece por exemplo com a SkyWest, maior empresa aérea regional americana, que comprou 20% do capital votante da Trip, que dá direito a voto e corresponde ao patamar máximo permitido pela legislação brasileira para o setor (BARBOSA, 2008). A joint venture é uma forma de duas ou mais empresas se associarem em um determinado segmento para desenvolver um projeto nesse mercado. No final do projeto, cada um volta às suas origens ou renova o acordo. Um exemplo é o da gigante Bunge, que se uniu à Dupont, dando origem à Solae Company: FIGURA 2.4 - JOINT VENTURE DA BUNGE E DUPONT: THE SOLAE COMPANY Fonte: DUPONT. Joint venture. Disponível em: http://www2.dupont.com/Brazil_ Country_Site/pt_BR/assets/images/solae_overview. Acesso em: 3 jul. 2016. 14Noções de Comércio Exterior Acesse o site: SOLAE. Homepage. Disponível em: http://www. solae. com.br/. Acesso em: 30 out. 2011. Assim, você poderá ampliar seus conhecimentos sobre a joint venture, empresa do setor alimentício. Aproveite a oportunidade e observe os produtos que estão explorando de forma conjunta. Outra forma que as empresas têm de atingir outros mercados é por meio da fusão, na qual as empresas trocam ações entre si. Um exemplo no âmbito nacional foi a junção da Companhia Antarctica Paulista com a Companhia Cervejaria Brahma, formando a Companhia de Bebidas das Américas (AMBEV). Cada ação da Antárctica equivalia a três ações da Brahma. Em nível internacional, temos o exemplo da empresa belga brasileira que se juntou à norte-americana Anheuser- Busch, formando a gigante Anheuser-BuschInBev - AMBEV (2009). FIGURA 2.5 FUSÃO DAS EMPRESAS E FORMAÇÃO DO GRUPO: ANHEUSER-BUSCHINBEV – AMBEV Fonte: Site da Empresa. Disponível em: http://www.ab-inbev.com/etc/designs/ universal-template-abi-redesign/images/logo_en.svg . Acesso em 09 mar. 2017. Outro exemplo de fusão é o da empresa Submarino que se uniu à Americanas.com, formando a B2W, ou a Mercedes com a Chrysler, entre outras várias empresas que a cada dia se juntam para se fortalecer em seu segmento e crescer cada vez mais. Lembramos que nesse caso, no Brasil, só é efetivado caso tenha aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que é uma autarquia federal com as prerrogativas de investigar e decidir, em última instância, sobre a matéria concorrencial, como também fomentar e disseminar a cultura da livre concorrência. Além disso, caso as empresas não avaliem de forma bastante cuidadosa, havendo uma negativa do conselho quanto à fusão ou incorporação, pode gerar grandes prejuízos a ambas. Conheça o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica! Para tanto, acesse o site: CADE. Homepage. Disponível em: http://www.cade. gov.br Acesso em: 09 março 2017. Continuando, temos também a incorporação, ou seja, quando uma empresa compra outra. Podemos citar um exemplo no mundo dos negócios, com a formação da gigante Bunge Fertilizantes, a maior empresa de Fertilizantes da América do Sul, que já era proprietária da Serrana S.A. Em novembro de 1997, a Bunge compra a IAP e em 1998, incorpora a unidade de negócios de fertilizantes da Elekeiroz, além de adquirir parte do capital da Takenaka, detentora da marca Ouro Verde. Em 31 de agosto de 2000, nasce a Bunge Fertilizantes, formada pela incorporação da Fertilizantes Serrana à Manah, cujo controle foi adquirido em abril do mesmo ano pela Bunge (BUNGE, 2008). A Fundação Dom Cabral (FDC) divulga os resultados do Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras e do Ranking de Internacionalização de Franquias Brasileiras– acesse o link a seguir e conheça quais as brasileiras que se destacam no mundo dos negócios: http://www.fdc.org. br/blogespacodialogo/Lists/Postagens/Post.aspx?ID=550. Vejamos outro exemplo de incorporação de empresas, ilustrado a seguir: FIGURA 2.6 - INCORPORAÇÃO DOS BANCOS SANTANDER E REAL Fonte: MONITOR MERCANTIL. Imagem. Disponível em: http://www. monitormercantil.com.br/fotoartigo/60262foto1.jpg. Acesso em: 3 jul. 2016. Note que a fusão difere da joint venture no sentido de que, na fusão, não existe um tempo determinado e ambas as empresas não voltam às origens no término do contrato, a não ser que, com o passar do tempo, façam uma cisão parcial ou total. Entretanto, nesse meio tempo, essas empresas que se fundem dão lugar a outra empresa e, assim, vão desaparecendo com o tempo, a não ser quando a marca seja muito forte. Já no caso da incorporação, em linhas gerais, é quando uma empresa compra outra e a empresa comprada deixa de existir. Também se leva em consideração a marca, caso ela seja valiosa. Existem pontos positivos e negativos nas modalidades apresentadas (fusões e incorporações) para uma sociedade: a) Pontos positivos: uma empresa que detenha pouca tecnologia pode crescer e melhorar a qualidade de seu produto, além de aumentar seu portfólio com novos produtos para atender a sociedade. b) Pontos negativos: em alguns casos diminui a concorrência, mesmo não sendo um monopólio, além de ocorrer inúmeras demissões. 15 FIGURA 2.7 - HUMOR: FUSÃO DE EMPRESAS Fonte: É TRISTE VIVER DE HUMOR. Fusões. Disponível em: http://4.bp.blogspot. com/_HD_MP3VpgZE/SREKvtlSiI/AAAAAAAACyw/zwjdJyH0f8/s320/fusoes_ marcelo+de+andrade.jpg. Disponível em: 3 jul. 2016.. Mas é válido salientar que o capitalismo é isso, empresas sempre em busca de melhorar sua produtividade! Nesse contexto, aquelas que não têm essa preocupação ficam sem chance de se manter no mercado. Finalmente, a questão do controle contra monopólios e/ ou estruturantes oligopolistas fica a cargo do poder público fiscalizar e punir. 1 - Globalização: Influência Internacional nos Mercados Iniciamos nossos estudos pontuando as razões e os motivos de uma internacionalização, reconhecendo que as empresas nacionais sofrem influência de forças envolventes estrangeiras ou internacionais. Vimos que há, continuamente, sempre a possibilidade da concorrência de importações ou de concorrentes estrangeiros que estabelecem operações no seu próprio mercado. Assim, não é possível pensar que somos os únicos no mercado, que trabalhamos ou que estamos concorrendo apenas com empresas de nossa região, de nosso país, uma vez que estamos diante de uma economia complexa, sobre a qual precisamos buscar continuamente conhecimentos e informações para compreendê-la e saber a melhor estratégia a ser assumida em cada situação. 2 - Análise de Algumas Estratégias de Internacionalização Já na segunda seção, entendemos que internacionalização é um processo crescente e continuado de envolvimento de uma empresa nas operações com outros países fora de sua base de origem. Conhecemos algumas empresas transnacionais presentes no Brasil, como por exemplo: a TRIP e a Sky West, dentre outras. Além disso, conceituamos e definimos termos de suma relevância para compreensão da internacionalização, tais como: joint venture, fusões e incorporações. Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar essa aula, vamos recordar: Retomando a aula SEMLER, Ricardo. Virando a própria mesa: uma história de sucesso empresarial: made in Brazil. Rio de Janeiro: Rocco, 2002. VASQUEZ, J. L. Comércio exterior brasileiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Vale a pena ler Vale a pena ABRANTES, António Alexandre da Costa. A internacionalização empresarial numa economia mundializada. Disponível em: http://www.ipv. pt/ millenium/15_arq2.htm. Acesso em: 03 jul. 2016. Formação de International Trader Management . Disponível em: http://www.abracomex.org/curso-international-trader/. Acesso em: 03 jul. 2016. Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Disponível em: http://www.cade.gov.br/. Acesso em: 03 jul. 2016. BRASIL ESCOLA. Empresas transnacionais. Disponível em:http://www.brasi lescola .com/geograf ia/empresas- transnacionais.htm. Acesso em: 03 jul. 2016. CT AGRONEGÓCIO – Secretaria Técnica do Fundo Setorial do Agronegócio. Diretrizes estratégias para o fundo setorial de agronegócio. Disponível em: http:// www.finep.gov.br/fundos_ setoriais/ct_agro/documentos/ ctagro00diretrizes.pdf. Acesso em: 03 jul. 2016. EXAME ABRIL. Notícias: negócios. Disponível em: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0871/ negocios/ noticias/azaleia-aposta-no-pan-americano-de- 2007-para-alavancar- vendas-m0082978. Acesso em: 03 jul. 2016. GINEBRA –INCUBADORA F A P E S P . Internacionalização. Disponível em: http://ginebra. incubadora. f apesp.br/por ta l/c resc imento-da -a rezzo-a t r aves -da - internacionalizacao. Acesso em: 03 jul. 2016. IPV.PT. MILLENIUM Homepage. Disponível em: http:// www.ipv.pt/millenium/15_arq2.htm. Acesso em: 03 jul. 2016. Vale a pena acessar FDC IDÉIAS. Internacionalização de empresas brasileiras por SherbanCretoiu. Disponível em: http:// www.youtube.com/ watch?v=xtrONjCd-m4. Acesso em: 30 out. 2016. SILVA. E. G. Negócios internacionais: internacionalização de empresas brasileiras. Disponível em: http://www.youtube.com/ watch?v=E0IBOlS- Am8&feature=related. Acesso em: 30 out. 2016. No YOUTUBE existem dezenas de vídeos relacionados a INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS, basta colocar as palavras chaves: internacionalizar empresas. Vale a pena assistir