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2ºAula
Razões e motivos de uma 
internacionalização
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 reconhecer e analisar a influência de forças envolventes estrangeiras ou internacionais;
•	 apontar algumas barreiras e oportunidades para importação;
•	 identificar e analisar algumas estratégias de internacionalização.
Prezado(a) aluno(a), para iniciar a aula 2, é necessário que tenha compreendido 
o contexto histórico do comércio internacional. Assim, se houver ainda dúvidas 
sobre o referido tema, sugerimos que releia a aula 01 e procure eliminá-las com o 
apoio de seu professor e dos seus colegas de curso, antes de prosseguir.
Já nesta aula, você será convidado(a) a construir conhecimentos sobre as razões 
e os motivos que ocasionaram uma internacionalização empresarial... Mas, você já 
pensou sobre a razão pela qual vamos estudar este assunto?
Pois bem, entendendo as razões e motivos da internacionalização, será mais 
fácil contextualizar a importância do comércio internacional em nosso país e na 
economia mundial, bem como perceber as relações e correlações da logística com o 
comércio e economia internacional! Contudo, para isso, a sua atenção, as pesquisas 
que irá realizar e a dedicação aos estudos serão fundamentais!
Ah, durante o estudo, lembre-se de que estaremos esperando sua participação 
no “Fórum”, “Quadro de Avisos” ou “Chat”. Agora, é com você!
Boa aula!
Bons estudos!
10Noções de Comércio Exterior
1 - Globalização: influência internacional nos mercados
2 - Análise de algumas estratégias de internacionalização
1 - Globalização: Influência 
Internacional nos Mercados
Para iniciar nossos estudos, é importante reconhecer que a logística 
não foge ao contexto da globalização, que traz consigo os desafios da 
modernidade. Inseridas neste cenário da transformação mundial, cada 
nação necessita oferecer incentivos e assumir ações constantes para 
não perdê-lo de vista (CT AGRONEGÓCIO, 2011).
O professor Abrantes (2008) cita Ball e McClloch (1996) 
avaliando que:
[...] Nenhuma empresa nacional está, de todo, 
livre	 da	 influência	 de	 forças	 envolventes	
estrangeiras ou internacionais, porque existe 
sempre a possibilidade da concorrência de 
importações ou de concorrentes estrangeiros 
que estabelecem operações no seu próprio 
mercado (IPV.PT MILLENIUM, 2008).
Sabendo disso, será que, nos dias de hoje, você realmente 
conhece o seu mercado e quem são os seus concorrentes? A 
globalização está trazendo consigo mudanças da noite para o 
dia.
Abrantes é professor adjunto da Escola Superior de Tecnologia de Viseu 
(ESTV), de Portugal.
Quais mudanças a globalização possibilitou e possibilita para a sociedade 
atual?
Não podemos pensar que somos os únicos no mercado 
que trabalhamos ou que estamos concorrendo apenas com 
empresas de nossa região, de nosso país. Assim, é preciso 
manter-se atentos, uma vez que estão se tornando rotineiras 
as notícias de fusões ou incorporações de grandes e pequenas 
empresas nacionais e internacionais, dentre outras mudanças:
FIGURA 2.1 - GLOBALIZAÇÃO E NOVAS 
POSSIBILIDADES
Fonte: Espaço do Administrador. Disponível: http://momentodoadm.blogspot.com.
br/2014/06/espaco-do-administrador-teorias-da_24.html. Acesso em 15 fev.17
Seções de estudo
Continuando com sua ideia, o professor Abrantes (2008)
 ainda afirma que:
Se os custos de transporte são elevados, se 
há	 barreiras	 significativas	 à	 importação,	 ou	
simplesmente se os custos de produção do 
país	de	destino	são	significativamente	menores	
que no país de origem, então pode muito bem 
acontecer ser vantajoso empreender desde 
logo uma estratégia de investimento nesse 
país em vez de procurar previamente exportar 
(IPV.PT MILLENIUM, 2008).
 
E é isso que muitas empresas e/ou produtores estão 
fazendo: ao invés de apenas exportar, estão focando em 
se instalar em outro país, sendo que devido à política de 
crescimento, inúmeros gestores públicos adotam determinados 
atrativos fiscais que compensem os investimentos do capital 
estrangeiro, além de outros fatores como logística, custos etc.
VOCÊ SABIA? 
“Empresas que possuem matriz em seu país de origem e atuam em 
outros países através da instalação de filiais, são classificadas como 
empresas transnacionais. O termo transnacional substitui o termo 
multinacional, pois o último pode ser interpretado como se a empresa 
pertencesse a várias nações, já o primeiro relaciona-se ao fato de a 
empresa ultrapassar os limites territoriais de sua nação para atuar no 
comércio exterior” (BRASIL ESCOLA, 2011).
2 - Análise de Algumas Estratégias de 
Internacionalização
Seguem algumas dicas para melhorar sua aprendizagem:
•	 Tome nota dos pontos importantes de todas as aulas desta 
disciplina, especialmente desta Seção 2, pois no decorrer da 
disciplina irá perceber que se trata de uma sequência de conteúdos. 
Possivelmente, em algumas situações você terá que retomar as 
aulas anteriores para obter respostas que lhe auxiliarão no melhor 
entendimento e construção de novos conhecimentos.
•	 Busque novas fontes de pesquisa para a sua aprendizagem e para a 
realização das atividades: procure não basear suas repostas apenas 
nos conteúdos apresentados na apostila ou no ambiente virtual. 
Confira as obras e sites indicados ao final desta Aula e busque 
outras referências confiáveis para aprofundar suas pesquisas.
•	 Apresente todas as referências utilizadas para responder as 
atividades de acordo com as normas da metodologia científica: 
ABNT.
•	 Utilize os links e periódicos indicados no campo material de aula do 
Ambiente Virtual de aprendizagem (AVA) UNIGRAN EaD.
Para continuar a construir conhecimentos sobre a 
internacionalização e suas relações com o mercado nacional, 
segue um trecho da revisão teórica do artigo intitulado Análise 
da Estratégia de Internacionalização, o caso Bematech, de autoria de 
Fabiano Luis Brasil e Luciane Meneguin Ortega, apresentado 
nos 60 anos em um Workshop sobre Internacionalização de 
Empresas:
11
Para Goulart et al (1996), internacionalização 
é um processo crescente e continuado de 
envolvimento de uma empresa nas operações 
com outros países fora de sua base de origem. 
E no entendimento de Hymer (1979), a 
internacionalização das empresas está ligada 
a uma vontade de tirar proveito de uma 
concentração industrial crescente e de um 
poder reforçado sobre o mercado que as 
conduzem, na sua procura de uma melhor 
rentabilidade, de um mercado nacional aos 
mercados internacionais (GINEBRA – 
INCUBADORA FAPESP, 2008).
Na opinião de autores nacionais e internacionais, 
professores e pesquisadores, a internacionalização das 
empresas será cada vez mais comum e certamente 
acompanhará a globalização, sendo um caminho sem volta.
Líderes dos países que compõe o G7, que são as 7 (sete) 
nações mais industrializadas do mundo, formado por Estados 
Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá 
e o G20, se reúnem para debater os mais diversos temas 
relacionados à união dos povos, à qual a questão comercial 
está intimamente interligada. Em suas leituras extras poderá 
encontrar alguma referência ao G8, que foi composto por 
esses 7 países (do G7) mais a Rússia, mas que a partir de 2014 
foi excluída, devido a problemas relacionados a UCRÂNIA.
CURIOSIDADE
Atualmente compõem o G20: os países que formam o G7 e ainda 11 
emergentes. Os componentes do G20 são: Brasil, Argentina, México, 
China, Índia, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coréia do 
Sul e Turquia. A União Europeia, em bloco, é o membro de número 20, 
representado pelo Banco Central Europeu e pela presidência rotativa 
do Conselho Europeu. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco 
Mundial, assim como os Comitês Monetário e Financeiro Internacional e 
de Desenvolvimento, por meio de seus representantes, também tomam 
assento nas reuniões do G20 (paisesemergentes.info, 2015).
Nesse contexto, você pode pensar: existem fatores 
e oportunidades consistentesque fazem com que uma 
organização comece a focar o mercado internacional? Vamos 
responder juntos a este questionamento!
Observe o exemplo da Arezzo, citado por Angela Klinke, 
na edição de 02/07/2008, do Jornal Valor Econômico:
Oito meses depois de ter vendido 25% de sua 
holding Arezzo S/A ao fundo de investimento 
TarponAll Equities, da gestora de recursos 
Tarpon, a empresa se prepara para “duas ou 
três	 aquisições	 até	o	fim	do	ano	no	 setor	de	
calçados”, antecipa Alexandre Birman, vice- 
presidente da Arezzo S/A. Mas não é só. Com 
a entrada da Tarpon podemos acelerar nosso 
crescimento. Até agosto vamos lançar uma 
nova rede de lojas de rua com calçados mais 
acessíveis.
A companhia festeja a recente inauguração 
de duas lojas em Xangai, as primeiras da 
China. Elas marcam o agressivo processo de 
internacionalização previsto para alcançar 
300 lojas lá até 2016. Na segunda quinzena 
deste mês abrem mais duas, uma em Tianjim 
e outra em Nanjim. Nossas lojas chinesas 
têm o mesmo padrão daqui (GINEBRA – 
INCUBADORA FAPESP, 2008).
Também exemplificamos com a empresa Azaleia, citada 
pela reportagem da revista Exame:
[...] Essa é a principal estratégia da empresa para 
tentar	 reverter	 o	 quadro	 verificado	 em	 2005,	
quando as vendas externas recuaram 26%. 
Devido à valorização do real, a empresa se viu 
obrigada a produzir 60.000 pares de sandálias 
destinadas à exportação na China, para poder 
honrar seus compromissos sem prejuízos. ‘O 
custo de produzir lá foi 30% menor que se 
tivéssemos	fabricado	aqui’,	afirma	o	presidente	
da Azaleia, Antonio Britto.
Segundo ele, 20% da produção da empresa 
é destinada à exportação para 80 países. A 
decisão de fechar as fábricas em São Sebastião 
do Caí, no Rio Grande do Sul, foi tomada 
após	a	empresa	verificar	que	estava	perdendo	
dinheiro há 18 meses. Além do dólar, Britto 
diz que o setor sofre com a concorrência dos 
produtos informais e chineses e com o custo 
Brasil [...] (EXAME ABRIL, 2008).
Como podemos ver, os processos de internacionalização 
estão ficando mais comuns e corriqueiros, principalmente 
nos casos de parcerias entre mais de uma empresa. Mas o 
processo de internacionalização de uma empresa tem que 
ser minuciosamente analisado pela alta direção, focando 
o(s) principal(is) fatores e os cuidados para tal ação. Os itens a 
serem analisados nesse processo são:
a) seja como principal meio de escoamento de 
produções de grande escala;
b) seja para começar a produzir seu produto em 
outro país que tenha vantagens mais interessantes à 
organização, sejam elas legislativas, menos burocracia 
e mais flexibilidade;
c) seja pelo excesso de matéria-prima e/ou mão 
de obra que se encaixe nos moldes da empresa, 
minimizando, assim, os custos;
d) pode também ser uma estratégia organizacional, 
gerando uma vantagem competitiva;
e) busca de novas tecnologias;
f) conhecer a política desse país e os principais 
dirigentes para evitar surpresas como:
•	 expropriação ou confisco, situação que tem ocorrido 
em alguns países da América do Sul;
•	 relacionados à soberania política;
•	 de imposição de um banimento após organização 
constituída.
PARA REFLETIR
Entendeu?
O processo de internacionalização de uma empresa é complexo 
e precisa ser minuciosamente analisado e planejado antes de ser 
assumido. Contudo, ele é inevitável e pode ser muito importante para a 
sustentabilidade e o crescimento das instituições.
12Noções de Comércio Exterior
Para que isso se concretize, não basta apenas a vontade 
dos acionistas, diretores, proprietários, é necessário focar 
no que realmente pretendem, e o essencial: conhecer esse 
mercado, cultura, hábitos, crenças, costumes e política dessa 
nova sociedade.
Você já entendeu amplamente o conteúdo estudado até aqui? Em 
caso de uma resposta afirmativa: Parabéns! Contudo, há inúmeros 
conhecimentos para construir sobre o tema em questão. Para tanto, 
sugerimos que consulte as obras, periódicos e sites indicados ao final 
desta aula, além de outras fontes confiáveis de pesquisa!
Você é o protagonista de sua aprendizagem. Portanto, é importante que 
se dedique e busque estratégias para se tornar um expert no assunto!
Outra ação primordial é um planejamento administrativo- 
financeiro bem elaborado, pois qualquer erro que não esteja 
no cronograma pode trazer sérios riscos a esse projeto.
Um bom exemplo a ser citado é a Semco S/A, citada por 
Semler (2002), a qual ele afirma ter comprado de uma empresa 
sueca, em 1983, a divisão de ar condicionado para plataformas 
de petróleo, calculando as perdas em U$ 30 mil, prevendo que 
tudo estaria resolvido a partir de 1985. Mas houve um grande 
erro nesse planejamento e o que aconteceu, na realidade, 
custou à empresa U$ 2 milhões. As coisas começaram a 
melhorar a partir de 1987. Esse foi o resultado de um projeto 
com falhas no planejamento, trazendo um custo enorme para 
a empresa e dois anos a mais para resolver. Porém, sobressaiu-
se muito bem e hoje ainda é uma gigante.
A empresa citada (Semco) é uma corporação multinacional 
de origem brasileira, muito forte no seu segmento e, mesmo 
assim sofreu, contudo, não abalou sua atual estrutura. Mas, 
meu caro aluno, imagine agora uma empresa de pequeno ou 
médio porte querendo se aventurar em um novo mercado, 
sem um planejamento consistente, o que pode acontecer?
Isso nos prova que o mercado não dá chances para 
amadores. Ou a empresa se profissionaliza, foca em seus 
objetivos ou vai amargar resultados.
Além da Semco S/A, temos outras empresas brasileiras 
de sucesso no mercado internacional como, por exemplo, a 
Petrobrás, a gigante Vale (antiga Vale do Rio Doce), Gerdau, 
Grupo Camargo Correa, entre tantas outras.
Segundo Vasquez (2007, p. 178), vários fatores devem 
ser bem atentados em nossa política de comércio exterior, 
sendo eles:
a) trabalhar a imagem do Brasil no Exterior;
b) ampliar a integração regional, tendo, porém, uma 
postura de efetiva cooperação;
c) inserir a política de comércio exterior no contexto da 
política econômica, agrícola, industrial, educacional. 
Por que não um “Ministério de Comércio Exterior”?
d) negociar acordos com países industrializados, 
aumentando a cooperação tecnológica;
e) incentivar a exportação de manufaturados com alto 
valor agregado;
f) abolir o imediatismo, o “querer levar vantagem”;
g) qualificar o exportador;
h) qualificar o produto;
i) incentivar o exportador, não só reduzindo e 
deduzindo impostos ou concedendo financiamentos 
a juros subsidiados, porém:
•	 fixar as regras do jogo;
•	 incentivar a internacionalização e a capacitação 
gerencial;
•	 reduzir práticas burocráticas;
•	 praticar uma política cambial realista;
•	 estar aberto a novas formas de exportação.
Dentre os pontos abordados, destacamos os seguintes: 
“negociar acordos com países industrializados, aumentando 
a cooperação tecnológica” e “qualificar o produto”, pois se 
um produto está atingindo um mercado bem mais exigente, 
como por exemplo, o mercado europeu, com uma boa 
aceitação, certamente possui uma qualidade inquestionável. 
É importante entender que essa afirmação não desmerece o 
mercado brasileiro, mas se um produto atinge as expectativas 
do consumidor local e de outro que está lá fora, isso 
demonstra que a empresa está no caminho certo, buscando 
novas tecnologias, acompanhando as tendências e buscando 
o aperfeiçoamento constante.
As empresas que se recusam a inovar, podem sofrer o 
que aconteceu com algumas empresas no mundo que pararam 
no tempo, sendo compradas por outras ou fechadas. Quem 
se lembra das máquinas Olliveti (máquinas de datilografar) 
ou das câmeras Kodak, que há um tempo eram líderes em 
seu mercado, ficaram um bom tempo na “geladeira” e hoje 
entraram em estado de hibernação?
Para evitar problemas como este, a consultoria Booz 
Allen & Hamilton trazem algumas conclusões dos principais 
fatores que levam algumas empresas a obter sucesso em uma 
internacionalização e os erros por elascometidos, citado pela 
reportagem da revista Exame (2008). Observe:
Quadro 2.1 Internacionalização: conclusões da 
consultoria Booz Allen & Hamilton
VOU OU NÃO VOU
Veja as conclusões da consultoria Booz Allen & Hamilton sobre 
os motivos de sucesso ou fracasso das empresas na tentativa de 
internacionalização:
AS BOAS PRÁTICAS
• Conhecimento das competências disponíveis e aproveitamento das 
que podem fazer diferença nos mercados-alvo.
• Domínio tecnológico e inovação de produtos.
• Boa gestão de marca e imagem.
• Alianças e aquisições que possibilitam o desenvolvimento de 
competências diferenciadas ou únicas.
• Conhecimento inicial do mercado-alvo por meio da exportação 
regular.
• Ajuste do modelo de operação para o novo mercado.
• Capital próprio.
• Capital de terceiros a custo acessível com garantias de parceiros ou 
vendas externas.
• Flexibilidade para obter baixo retorno inicial.
OS ERROS
13
• Desconhecimento das competências existentes na empresa.
• Aposta em competências intrínsecas ao país de origem e não 
replicáveis nos países-alvo, como marca forte no mercado doméstico.
• Alianças ou aquisições em setores nos quais não têm competência.
• Alianças ou aquisições sem vínculo com competências que possam 
ser transferidas.
• Reprodução do modelo de operação local.
• Expansão com capital de terceiros a custo alto, gerando 
endividamento excessivo.
• Pouca flexibilidade para investimentos nos primeiros anos.
Fonte: EXAME ABRIL. Empresas. O Brasil é o limite. Edição 798. Disponível em: 
http://www.bivirloc.com/ejournals/EXAME/2003/num%20798%202003.pdf. Acesso 
em: 09 mar. 2017.
Como é possível observar, uma organização precisa 
pensar em montar uma unidade ou uma parceria em outro 
país. As chances de algo dar errado vai depender, unicamente, 
dos envolvidos, uma vez que são necessárias pessoas altamente 
qualificadas para desenvolver um projeto desse nível, devido a 
tamanha complexidade.
Logo iremos ver que, além desse processo administrativo, 
existe a questão do protecionismo, sendo racional ou 
irracional, podendo barrar uma organização de se instalar ou 
fazê-la fechar, em função da política adotada por determinados 
países. Isso não é impossível, embora seja muito difícil!
Observe que há empresas brasileiras no mercado 
internacional, causando “inveja”, pois estão em destaque 
no mundo dentro de seus segmentos, como: a Petrobrás, a 
gigante Vale, o Grupo Votorantin entre outras.
No mundo dos negócios existem algumas ferramentas 
utilizadas para buscar um novo mercado, sem que seja feito 
apenas pela exportação, podendo ser realizado por meio das 
fusões, incorporações e joint venture:
FIGURA 2.2 - INTERNACIONALIZAÇÃO
Fonte: PRIME MIN-ECONOMIA. Internacionalização. Disponível em: http://www. 
prime.mineconomia.pt/PresentationLayer/ResourcesUser/imagens/Temas/ 
barra%20horizontal.jpg. Acesso em: 3 jul. 2016.
Essas ferramentas administrativas são as principais formas 
legais adotadas pelas empresas no Brasil e no mundo para explorar 
um novo mercado, nas palavras do professor Abrantes (2008):
Se os custos de transporte são elevados, se 
há	 barreiras	 significativas	 à	 importação,	 ou	
simplesmente se os custos de produção do 
país	 de	 destino	 são	 significativamente	menores	
que no país de origem, então pode muito bem 
acontecer ser vantajoso empreender desde logo 
uma estratégia de investimento nesse país em 
vez de procurar previamente exportar (IPV.PT 
MILLENIUM, 2008).
Nesse contexto, inúmeras empresas estão fazendo dessas 
ferramentas, os meios mais comuns de aperfeiçoarem sua 
participação em novos mercados consumidores, o que pode 
acontecer entre duas ou mais organizações.
A seguir, seguem exemplos para melhor entendimento, 
com a descrição de algumas importantes peculiaridades em 
cada modalidade.
Alguns empresários buscam opções para trabalhar 
nesse novo mercado, por meio de parcerias ou participações 
em empresas já estabelecidas no país, sempre atentos às 
particularidades locais, como as empresas a seguir:
FIGURA 2.3 - EMPRESAS ESTABELECIDAS NO 
BRASIL
Fonte: BLOGSPOT. Imagem. Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/_ xfPu5lldyeg/
SL_lgL0oOaI/AAAAAAAACaA/K3SRPen30_g/s400/tripskywest.JPG. Acesso em: 3 jul. 
2016.
Em determinadas legislações, não é permitido que 
estrangeiros montem empresas no país ou que detenham 
maior controle acionário em segmentos considerados 
estratégicos, como acontece por exemplo com a SkyWest, 
maior empresa aérea regional americana, que comprou 20% 
do capital votante da Trip, que dá direito a voto e corresponde 
ao patamar máximo permitido pela legislação brasileira para o 
setor (BARBOSA, 2008).
A joint venture é uma forma de duas ou mais empresas se 
associarem em um determinado segmento para desenvolver 
um projeto nesse mercado. No final do projeto, cada um 
volta às suas origens ou renova o acordo. Um exemplo é o da 
gigante Bunge, que se uniu à Dupont, dando origem à Solae 
Company:
FIGURA 2.4 - JOINT VENTURE DA BUNGE E 
DUPONT: THE SOLAE COMPANY
Fonte: DUPONT. Joint venture. Disponível em: http://www2.dupont.com/Brazil_ 
Country_Site/pt_BR/assets/images/solae_overview. Acesso em: 3 jul. 2016.
14Noções de Comércio Exterior
Acesse o site: SOLAE. Homepage. Disponível em: http://www. solae.
com.br/. Acesso em: 30 out. 2011. Assim, você poderá ampliar seus 
conhecimentos sobre a joint venture, empresa do setor alimentício. 
Aproveite a oportunidade e observe os produtos que estão explorando 
de forma conjunta.
Outra forma que as empresas têm de atingir outros 
mercados é por meio da fusão, na qual as empresas trocam 
ações entre si. Um exemplo no âmbito nacional foi a junção 
da Companhia Antarctica Paulista com a Companhia Cervejaria 
Brahma, formando a Companhia de Bebidas das Américas 
(AMBEV). Cada ação da Antárctica equivalia a três ações da 
Brahma. Em nível internacional, temos o exemplo da empresa 
belga brasileira que se juntou à norte-americana Anheuser-
Busch, formando a gigante Anheuser-BuschInBev - AMBEV 
(2009).
FIGURA 2.5 FUSÃO DAS EMPRESAS E FORMAÇÃO 
DO GRUPO: ANHEUSER-BUSCHINBEV – AMBEV
Fonte: Site da Empresa. Disponível em: http://www.ab-inbev.com/etc/designs/
universal-template-abi-redesign/images/logo_en.svg . Acesso em 09 mar. 2017.
Outro exemplo de fusão é o da empresa Submarino que 
se uniu à Americanas.com, formando a B2W, ou a Mercedes 
com a Chrysler, entre outras várias empresas que a cada dia 
se juntam para se fortalecer em seu segmento e crescer cada 
vez mais.
Lembramos que nesse caso, no Brasil, só é efetivado 
caso tenha aprovação do Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica (CADE), que é uma autarquia federal com 
as prerrogativas de investigar e decidir, em última 
instância, sobre a matéria concorrencial, como também 
fomentar e disseminar a cultura da livre concorrência. 
Além disso, caso as empresas não avaliem de forma bastante 
cuidadosa, havendo uma negativa do conselho quanto à fusão 
ou incorporação, pode gerar grandes prejuízos a ambas.
Conheça o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica! Para 
tanto, acesse o site: CADE. Homepage. Disponível em: http://www.cade.
gov.br Acesso em: 09 março 2017.
Continuando, temos também a incorporação, ou seja, 
quando uma empresa compra outra. Podemos citar um 
exemplo no mundo dos negócios, com a formação da gigante 
Bunge Fertilizantes, a maior empresa de Fertilizantes da América 
do Sul, que já era proprietária da Serrana S.A.
Em novembro de 1997, a Bunge compra a IAP 
e em 1998, incorpora a unidade de negócios 
de fertilizantes da Elekeiroz, além de adquirir 
parte do capital da Takenaka, detentora 
da marca Ouro Verde. Em 31 de agosto de 
2000, nasce a Bunge Fertilizantes, formada 
pela incorporação da Fertilizantes Serrana à 
Manah, cujo controle foi adquirido em abril 
do mesmo ano pela Bunge (BUNGE, 2008).
A Fundação Dom Cabral (FDC) divulga os resultados do Ranking FDC 
das Multinacionais Brasileiras e do Ranking de Internacionalização 
de Franquias Brasileiras– acesse o link a seguir e conheça quais as 
brasileiras que se destacam no mundo dos negócios: http://www.fdc.org.
br/blogespacodialogo/Lists/Postagens/Post.aspx?ID=550.
Vejamos outro exemplo de incorporação de empresas, 
ilustrado a seguir:
FIGURA 2.6 - INCORPORAÇÃO DOS BANCOS 
SANTANDER E REAL
Fonte: MONITOR MERCANTIL. Imagem. Disponível em: http://www. 
monitormercantil.com.br/fotoartigo/60262foto1.jpg. Acesso em: 3 jul. 2016.
Note que a fusão difere da joint venture no sentido de 
que, na fusão, não existe um tempo determinado e ambas 
as empresas não voltam às origens no término do contrato, 
a não ser que, com o passar do tempo, façam uma cisão 
parcial ou total. Entretanto, nesse meio tempo, essas 
empresas que se fundem dão lugar a outra empresa e, 
assim, vão desaparecendo com o tempo, a não ser quando 
a marca seja muito forte.
Já no caso da incorporação, em linhas gerais, é quando 
uma empresa compra outra e a empresa comprada deixa 
de existir. Também se leva em consideração a marca, caso 
ela seja valiosa.
Existem pontos positivos e negativos nas modalidades 
apresentadas (fusões e incorporações) para uma sociedade:
a) Pontos positivos: uma empresa que detenha pouca 
tecnologia pode crescer e melhorar a qualidade de 
seu produto, além de aumentar seu portfólio com 
novos produtos para atender a sociedade.
b) Pontos negativos: em alguns casos diminui a 
concorrência, mesmo não sendo um monopólio, 
além de ocorrer inúmeras demissões.
15
FIGURA 2.7 - HUMOR: FUSÃO DE EMPRESAS
Fonte: É TRISTE VIVER DE HUMOR. Fusões. Disponível em: http://4.bp.blogspot. 
com/_HD_MP3VpgZE/SREKvtlSiI/AAAAAAAACyw/zwjdJyH0f8/s320/fusoes_ 
marcelo+de+andrade.jpg. Disponível em: 3 jul. 2016..
Mas é válido salientar que o capitalismo é isso, empresas sempre 
em busca de melhorar sua produtividade! Nesse contexto, aquelas 
que não têm essa preocupação ficam sem chance de se manter no 
mercado. Finalmente, a questão do controle contra monopólios e/
ou estruturantes oligopolistas fica a cargo do poder público fiscalizar 
e punir.
1 - Globalização: Influência Internacional nos 
Mercados
Iniciamos nossos estudos pontuando as razões e os 
motivos de uma internacionalização, reconhecendo que as 
empresas nacionais sofrem influência de forças envolventes 
estrangeiras ou internacionais. Vimos que há, continuamente, 
sempre a possibilidade da concorrência de importações ou de 
concorrentes estrangeiros que estabelecem operações no seu 
próprio mercado.
Assim, não é possível pensar que somos os únicos no 
mercado, que trabalhamos ou que estamos concorrendo apenas 
com empresas de nossa região, de nosso país, uma vez que 
estamos diante de uma economia complexa, sobre a qual 
precisamos buscar continuamente conhecimentos e informações 
para compreendê-la e saber a melhor estratégia a ser assumida 
em cada situação.
2 - Análise de Algumas Estratégias de 
Internacionalização
Já na segunda seção, entendemos que internacionalização 
é um processo crescente e continuado de envolvimento de uma 
empresa nas operações com outros países fora de sua base de 
origem. Conhecemos algumas empresas transnacionais presentes 
no Brasil, como por exemplo: a TRIP e a Sky West, dentre outras.
Além disso, conceituamos e definimos termos de suma 
relevância para compreensão da internacionalização, tais 
como: joint venture, fusões e incorporações.
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
essa aula, vamos recordar:
Retomando a aula
SEMLER, Ricardo. Virando a própria mesa: uma história 
de sucesso empresarial: made in Brazil. Rio de Janeiro: 
Rocco, 2002.
VASQUEZ, J. L. Comércio exterior brasileiro. 8. ed. São 
Paulo: Atlas, 2007.
Vale a pena ler
Vale a pena
ABRANTES, António Alexandre da Costa. A internacionalização 
empresarial numa economia mundializada. Disponível em: http://www.ipv.
pt/ millenium/15_arq2.htm. Acesso em: 03 jul. 2016.
Formação de International Trader Management . Disponível 
em: http://www.abracomex.org/curso-international-trader/. Acesso 
em: 03 jul. 2016.
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). 
Disponível em: http://www.cade.gov.br/. Acesso em: 03 jul. 2016.
BRASIL ESCOLA. Empresas transnacionais. Disponível 
em:http://www.brasi lescola .com/geograf ia/empresas-
transnacionais.htm. Acesso em: 03 jul. 2016.
CT AGRONEGÓCIO – Secretaria Técnica do Fundo 
Setorial do Agronegócio. Diretrizes estratégias para o fundo setorial 
de agronegócio. Disponível em: http:// www.finep.gov.br/fundos_
setoriais/ct_agro/documentos/ ctagro00diretrizes.pdf. Acesso em: 
03 jul. 2016.
EXAME ABRIL. Notícias: negócios. Disponível em: 
http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0871/ negocios/
noticias/azaleia-aposta-no-pan-americano-de- 2007-para-alavancar-
vendas-m0082978. Acesso em: 03 jul. 2016.
GINEBRA –INCUBADORA F A P E S P .
Internacionalização. Disponível em: http://ginebra. incubadora.
f apesp.br/por ta l/c resc imento-da -a rezzo-a t r aves -da -
internacionalizacao. Acesso em: 03 jul. 2016.
IPV.PT. MILLENIUM Homepage. Disponível em: http://
www.ipv.pt/millenium/15_arq2.htm. Acesso em: 03 jul. 2016.
Vale a pena acessar
FDC IDÉIAS. Internacionalização de empresas brasileiras por 
SherbanCretoiu. Disponível em: http:// www.youtube.com/
watch?v=xtrONjCd-m4. Acesso em: 30 out. 2016.
SILVA. E. G. Negócios internacionais: internacionalização de 
empresas brasileiras. Disponível em: http://www.youtube.com/
watch?v=E0IBOlS- Am8&feature=related. Acesso em: 30 out. 2016. 
No YOUTUBE existem dezenas de vídeos relacionados a 
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