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20/03/2025 1 RESINA ACRÍLICA PARA BASE DE PRÓTESE E MOLDEIRA INDIVIDUAL Monalisa Vasconcelos Especialista em Prótese Dentária e Ortodontia (ACO) Mestre em Clínica Odontológica e Materiais Dentários (UFC) RESINA ACRÍLICA A resina acrílica é um material utilizado para vários trabalhos na Odontologia: confecção da base de próteses parciais e totais, placas miorrelaxantes, moldeiras individuais, próteses provisórias imediatas, coroas provisórias, dentes artificiais, reparo de próteses totais, acrilização de aparelhos ortodônticos, dentre outros. 20/03/2025 2 RESINA ACRÍLICA • Poli(metacrilato de metila) - polímero • Plásticos resilientes que são formados pela união de várias moléculas de metacrilato de metila • Propriedades físicas adequadas para uso em Odontologia Monômero (unidade estrutural) Polímero (macromolécula) REQUISITOS DE UM BOM MATERIAL ODONTOLÓGICO • Insipida, inodora, nao toxica, não irritante, insolúvel, impermeável. Considerações biológicas • Adequadas resistência a compressão, à abrasão e ao impacto; resiliência; estabilidade dimensional (mesmo às variações térmicas). Propriedades físicas • Translucidez, passível de pintura ou pigmentação, estabilidade de cor. Propriedades estéticas • Não produzir gazes ou pó tóxicos, deve ser fácil de manipular, inserir, modelar e manipular. Ter facilidade de polimento e reparo. Características de manipulação 20/03/2025 3 RESINA ACRÍLICA • A versatilidade da resina acrílica se deve, entre outros motivos, ao fato de ser: insípida, inodora, não tóxica, insolúvel na saliva, fácil de manipular e de polir, possível de desinfecção; além de apresentar alta estabilidade dimensional e ser um material de baixo custo. RESINA ACRÍLICA • Fornecido no sistema pó/líquido. • Quando pó e líquido são misturados na proporção adequada (3:1) uma massa manipulável é formada. • Reação de polimerização por adição (quase sem subprodutos). Pó (polímero) Resina de poli(metacrilato de metila) pré- polimerizado na forma de pequenas pérolas Líquido (monômero) Resina de metacrilato de metila não polimerizado (inibidor) 20/03/2025 4 CLASSIFICAÇÃO DAS RESINAS ACRÍLICAS Resina Acrílica Quimicamente Ativada - RAAQ • Uma substância química, normalmente uma amina terciária, atua como ativador da reação de polimerização Resina Acrílica Termicamente Ativada - RAAT • A energia térmica (temperaturas próximas a 65˚C) atua como ativador da reação de polimerização Resina Acrílica Fotoativada - RAFA • A irradiação por luz visível atua como ativador da reação Resina Acrílica Ativada por Micro-ondas • Polimerização pro energia de micro-ondas (térmica) COMPOSIÇÃO BÁSICA DA RESINA ACRÍLICA 20/03/2025 5 COMPOSIÇÃO – POLÍMERO Polimetacrilato de metila • Microesferas pré- polimerizadas industrialmente Peróxido de benzoíla • Tem a função de ser o iniciador da reação de polimerização COMPOSIÇÃO – MONÔMERO Hidroquinona • Inibidor da reação, evita a polimerização espontânea durante o armazenamento • Estabilizante do metacrilato de metila não polimerizado Agentes de ligação cruzada • Etilenoglicol dimetacrilato (EGDMA) ou glicoldimetilme- tacrilato • Aumentam a rigidez ou resiliência do polímero Plastificantes • Facilitar a dissolução do polímero no monômero • Etil metacrilato, n-butil metacrilato e tridecilmetacri- lato Dimetil-para- toluidina • Amina terciária • Ativação (acelerador) química do peróxido de benzoíla • Agente presente apenas em RAAQ 20/03/2025 6 RESINA ACRÍLICA POLIMERIZADA POR ADIÇÃO ❖ Polimerização por adição •Não existe mudança na composição química durante a polimerização do material; •Não há formação de subproduto após o final da polimerização; •Formação de cadeias poliméricas grandes e muito pesadas (200- 300 carbonos); •Contração de cerca de 7%; •Reação exotérmica. 20/03/2025 7 ESTÁGIOS DA POLIMERIZAÇÃO POR ADIÇÃO • Ativação da reaçãoIndução • Crescimento das cadeias poliméricas (união)Propagação • Finalização/término da reaçãoTerminação REAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO - RAAQ 1) ATIVAÇÃO Peróxido de benzoíla (pó) 1 RADICAL LIVRE 2) INICIAÇÃO (indução) O radical livre quebra a dupla ligação do metacrilato de metila e liga-se ao monômero: Hemi-peróxido + monômero RADICAL LIVRE + monômero Amina terciária 20/03/2025 8 Ativação Espécie reativa de oxigênio Indutores 20/03/2025 9 Iniciação/Indução Propagação Ligação entre polímeros e mero/polímeros 20/03/2025 10 Terminação REAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO - RAAT 1) ATIVAÇÃO Peróxido de benzoíla (pó) 2 RADICAIS LIVRES 2) INICIAÇÃO O radical livre quebra a dupla ligação do metacrilato de metila e liga-se ao monômero (solubilização) Hemi-peróxido + monômero RADICAL LIVRE + monômero Aquecimento 60ºC 20/03/2025 11 REAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO - RAAT • O aquecimento rápido, durante a polimerização da RAAT, pode atingir o ponto de ebulição do monômero (100, 8ºC), o que ocasiona o aparecimento de porosidade internas na base da dentadura. • O processo de aquecimento de uma resina para base de dentadura (RAAT) deve ser controlado por meio do emprego de um ciclo de polimerização ou ciclo de cura, que pode ser lento (8h a uma temperatura de 72ºC), ou rápido (ciclo Australiano: 1,5h à 65ºC). REAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO - RAAT Após condensação da resina acrílica termopolimerizável na mufla, na fase plástica, a mufla é encaixada na contra mufla e prensada por 1 hora sob pressão de 0,5 Toneladas, em seguida é submetida ao ciclo de cura em banho maria. 20/03/2025 12 REAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO - RAAT ❖OBS: Na RAAT, a polimerização (formação das cadeias poliméricas) só inicia após aquecimento. Enquanto a RAAQ, inicia a polimerização na fase inicial (arenosa) da interação monômero/pó e finaliza na fase rígida. ❖Ao tirar a mufla da termopolimerizadora, esfriar em temperatura ambiente por 30 minutos, em seguida deixar a mufla em imersão em água a temperatura ambiente por 15 minutos. MANIPULAÇÃO • A manipulação da resina acrílica consiste em molhar o pó com o líquido, para obter uma massa trabalhável que pode ser modelada. • A proporção normalmente recomendada entre pó e líquido é de 3:1, em volume (três partes de pó para uma parte de líquido). 20/03/2025 13 MANIPULAÇÃO Quando pó e líquido são misturados, forma-se uma massa plástica moldável, que passa por diversos estágios de união monômero/polímero. Nas RAAQ, os estágios de união ocorrem simultaneamente com as fases de polimerização. Por isso, quando chega à fase final, a RAAQ já está polimerizada. ESTÁGIOS DE INTERAÇÃO MONÔMERO/POLÍMERO . Arenosa ou granular Fibrilar ou pegajosa Plástica Borrachóide ou elástica Densa ou rígida 20/03/2025 14 FASE ARENOSA OU GRANULAR •O primeiro estágio da mistura é o arenoso. Neste não ocorre nenhuma reação, em nível molecular. A mistura se apresenta áspera ou granulosa. •O monômero e o polímero são misturados, e as pérolas são umedecidas pelo monômero. •Superfície brilhante e saturada de monômeros. FASE FIBRILAR OU PEGAJOSA •Nesta fase, o monômero solubiliza as pérolas poliméricas. Estas se desenrolam e constituem uma mistura que forma fibrilas quando o material é manipulado. • Ocorre o processo de reticulação ou formação de fibrilas. Nessa fase, o material se adere a luva/espátula. • Perda do brilho superficial, aumento da viscosidade. 20/03/2025 15 FASE PLÁSTICA • Fase caracterizada pela plasticidade da mistura, devido ao grande número de cadeias poliméricas já formadas em solução. • Ocorre a união das pérolas de resina, formando uma massa plástica. • Clinicamente, tem-se uma massa trabalhável, ideal para se conformar a forma do que se deseja executar. A massa apresenta-se lisa e modelável, que não adere à superfície do pote. • Tempo de permanência neste estágio: ± 5 min. FASE BORRACHOIDE OU ELÁSTICA •No estágio borrachoide,o monômero evapora ou se dissolve totalmente no polímero. A massa torna-se difícil de trabalhar, não assume a forma do molde, quando comprimida retorna a posição anterior (memória elástica). •Superfície da massa apresenta-se rugosa. •Exotermia (liberação de calor). 20/03/2025 16 FASE DENSA OU RÍGIDA •A massa de resina torna-se rígida. •A massa apresenta-se seca e resistente à deformação mecânica, devido a evaporação dos monômeros livres. •O material já adquiriu propriedades mecânicas satisfatórias. •Apresenta monômero residual. FASES DA INTERAÇÃO MONÔMERO/POLÍMERO 20/03/2025 17 DIFERENÇAS ENTRE RESINAS ACRÍLICAS Normalmente, o grau de polimerização alcançado pelas resinas quimicamente ativadas é menor que o das termicamente ativadas, tornando-as menos resistentes, devido à presença de monômeros residuais, que podem funcionar como irritantes dos tecidos moles, prejudicando, também, a biocompatibilidade das bases de dentadura. RESINA ACRÍLICA RAAQ ❖ RAAQ apresentam menor estabilidade de cor, devido à oxidação da amina terciária ❖Pode ser mais porosa ❖ Moldeiras individuais, placas miorrelaxantes, coroas provisórias e próteses provisórias, aparelhos ortodônticos e consertos de próteses totais e removíveis RAAT ❖A fonte de energia pode ser de banho maria ou microondas ❖ Usada em quase todas a bases de prótese 20/03/2025 18 RAAQ facilidade e praticidade > monômero residual >irritante tecidual porosidade V A N TA G EN S D ES V A N TA G EN S RAAT estabilidade de cor resistência tempo de trabalho