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2016.1 AD1 Literatura Portuguesa I - GABARITO

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ
Disciplina: Literatura Portuguesa I
Coordenadora: Maria Lúcia Wiltshire de Oliveira
AD1 - 2016/ 1
GABARITO
Sejam bem-vindos à 1ª avaliação da disciplina Literatura Portuguesa I. 
A AD1 também é uma forma de fixar as leituras e estudos realizados até aqui.
Avisos:
A AD1 se  refere aos conteúdos das Aulas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 do seu Caderno Didático e da Sala de aula virtual da disciplina.
A AD1 está disponibilizada na plataforma a partir das 23:55 h do dia 17 de fevereiro, quarta-feira. 
As respostas devem ser postadas na plataforma até 23:55 h do dia 27 de fevereiro, domingo, ou seja, 10 dias depois da abertura. 
Poste as respostas diretamente seguindo as instruções da plataforma, pois não há possibilidade de postagem de arquivo. 
Não serão consideradas provas de AD1 entregues no pólo, nem postagens de arquivos na plataforma ou emails. 
Critérios: 
Escreva no mínimo meia página para cada resposta, mas não copie palavras do Caderno Didático ou da internet.
As respostas não devem ultrapassar uma página (ou 30 linhas).
Para receber o valor completo, a resposta deve usar exemplos do texto literário.
As questões valem 2,5 (dois e meio) pontos cada uma. 
Serão consideradas na atribuição dos pontos: correção, coesão, coerência e originalidade. 
Bons estudos, boa avaliação!
1) A proposta nesta 1ª questão é pensar e escrever sobre a “Literatura como interpretação de Portugal” (cf. Eduardo Lourenço). Para isso retome a Aula 1 e faça a análise de, no mínimo, 2 (dois) fragmentos de textos dos autores citados que mostram a relação com o Território e o Deslocamento da pátria. Lembre-se que a literatura é uma arte que contraria muitas vezes o discurso hegemônico da cultura, citicando-o. 
Nesta primeira questão é importante que o aluno comece a interagir com a dinâmica da disciplina que se divide em três eixos: território, deslocamento e escrita. Para respondê-la ele deverá voltar-se para a citação de Eduardo Lourenço em que temos o eixo da escrita subjacente à reflexão; “Literatura como interpretação de Portugal”. Ou seja, Portugal é escrita, reescrita e inscrita ao longo de sua tradição literária. O aluno deverá eleger dois fragmentos de textos em que as relações entre território e deslocamento se tornam evidentes. É importante que ele ressalte aspectos pertinentes à percepção da construção de uma identidade nacional pela escrita. Como exemplo dessa imbricação poderá citar Mensagem de Fernando Pessoa e sua referência intertextual a’Os Lusíadas e às grandes navegações portuguesas. Mais especificamente, o trecho citado em nosso material, exaltando a valentia dos navegadores frente ao mar, como uma postura metafórica assumida pela pátria e a ser assumida na vida. Em contrapelo poderá citar o texto de Garret, Viagens na minha terra, no qual o deslocamento é realizado subvertendo a perspectiva além-mar, costumeira na literatura portuguesa, para explorar o território nacional Tejo acima. Outro texto que subverte o imaginário das grandes navegações é o poema “Deriva XV”, de Andresen: aqui o que resta de Lisboa não é apenas nostalgia, mas o tédio que em composição com o título sugere um ambiente de incertezas, a falta de um destino que pode ser expandido metonimicamente (Lisboa/Portugal). Em O Delfim de Cardoso Pires temos uma ambientação parecida com “Deriva XV”, em que entra em cena o contraste do cenário atual com “os tempos mais felizes” das grandes navegações e das conquistas do país. Por fim, em Levantado do chão de José Saramago a relação com o território é feita na opressão exploratória dos latifundiários. Frente à ela o deslocamento exercido por aqueles sujeitos se dá também em um plano mais interiorizado, de negação a essa condição, de levantar-se contra. É importante que, ao longo das discussões, o aluno mencione e dialogue com o texto camoniano Os Lusíadas.
2) A questão 2 é um convite para relacionar um autor do passado, Camões (séc. XVI), com um autor contemporâneo, José Saramago. Para tanto, releia com atenção as aulas 2, 3 e 4 e extraia de lá exemplos de textos literários de ambos, comentando as relações que existem entre eles.
Espera-se nesta questão que o aluno realize um exercício de diálogo entre textos clássicos e contemporâneos, mais especificamente partindo das relações existentes entre Camões e Saramago. O aluno poderá destacar na aula 3 o poema “Fala do Velho do Restelo ao Astronauta”, de José Saramago, em que o paralelo é realizado partindo do contra-discurso levantado pela personagem “Velho do Restelo” em Os Lusíadas. Na epopéia camoniana o Velho aparece às margens do Restelo para proferir um discurso contrário às grandes navegações no intuito de mostrar, por contrapelo ao discurso das glórias recebidas, os malefícios inevitáveis. A cobiça seria a grande causadora desses sofrimentos. Assim, a contemporaneidade do texto é ressaltada na obra de Saramago, ao se salientar a ganância da sociedade contemporânea que investe em tecnologia, mas ignora necessidades vitais. Outro diálogo estabelecido entre os autores é focalizado na aula 4, por meio da peça Que farei com este livro? de Saramago. Nela, o autor remonta ao momento da chegada de Camões a Lisboa, aos entraves que encontrou no caminho para aceitação de seu livro, até à publicação de sua obra Os Lusíadas. É importante que o aluno perceba o panorama feito por Saramago entre os tempos: o das grandes navegações contido nos versos da epopéia e o Portugal que Camões reencontra ao chegar da Índia. No fragmento 2, ao apontar a discrepância entre esses momentos do país chegamos à possibilidade de ponte com a contemporaneidade de Portugal quando o autor questiona por uma de suas personagens o destino da pátria: “não sabemos para onde Portugal vai”. O questionamento acerca do destino do país alia-se ao feito sobre a própria obra ao final da peça “Que fareis com este livro?”. Nestas e outras possibilidades, o diálogo da tradição com o contemporâneo vai se tecendo.
3) Depois de ler a Aula 5 sobre Fernão Lopes, assista aos vídeos disponíveis no seu Material, apresentados pelo historiador português José Hermano Saraiva. Volte ao Caderno de aula e escolha dois textos que ilustrem as histórias contadas pelo professor dos vídeos, comentando-os separadamente:
a) Vídeo 1 – 
b) Vídeo 2 – 
Na terceira questão, espera-se que o aluno relacione às crônicas de Fernão Lopes pelo menos duas das histórias contadas por Saraiva. Uma das histórias apresentadas no primeiro vídeo e vista em nossa aula 5 é a da Revolução de Avis, desencadeada pelo fato de D. Fernando, último rei da dinastia Afonsina, desejar unir-se a contragosto do povo com uma mulher casada, D Leonor Telles. O foco do segundo vídeo está na história desta rainha (D. Leonor Telles) e nos artifícios que utiliza para ascender ao trono, manter-se e garantir sua linha sucessória por meio da filha. Para que a menina possuísse uma força política foi realizado um acordo de casamento com o rei de Castela, segundo momento de revolta popular, pois essa união coloca em risco a independência nacional. A partir da revolta popular uma série de episódios surgem até que a rainha D. Leonor Telles é destronada, dando início a uma nova dinastia. As histórias são contadas nas crônicas de D. Fernando e de D. João, que possuem destaque na terceira parte de nossa aula 5. Por fim, é importante que o aluno perceba nessas histórias que, como cronista, Fernão Lopes não é isento de uma percepção particularizada sobre aquilo que narra, pois assume posicionamento contrário ao da rainha ficando conhecido cronista da nova dinastia de Avis. 
4) Comente o título da Aula 6 dedicada a Gil Vicente - “O avesso do Império em cena” -, relacionando a peça teatral estudada com as críticas que aparecem nos episódiosdo velho do Restelo e do Adamastor de Os Lusíadas, epopeia publicada algum tempo depois por Camões. 
Nessa questão o aluno deve iniciar comentando o título da unidade 6 sobre Gil Vicente em relação à certa distopia ensejada por sua peça Auto da Índia. Gil Vicente deixa de focalizar o ângulo costumeiro do Império das grandes navegações para criticá-lo. Como crítica seu teatro expõe pelo artifício do riso as mazelas geradas pelo projeto expansionista, dentre elas o adultério e a decomposição da família. Torna-se, portanto, primeira e importante voz a estabelecer o contraponto ao discurso enaltecedor dos “grandes feitos”. Mais tarde, em Os Lusíadas, Camões incorporará em sua epopéia o mesmo contraponto, mantendo na obra ambos os discursos, de enaltecimento e contestação ao projeto. Na epopéia, o episódio do Velho do Restelo e de Adamastor funcionam como vozes dotadas de um contra-discurso às grandes navegações, tal como fora realizado anteriormente por Gil Vicente em sua peça. Espera-se que o aluno localize exemplos da peça que focalizem o discurso contestatório e compare-o aos dois episódios camonianos selecionados: o segundo focalizando as tormentas e as mortes de homens no mar, o primeiro focalizando os embates do afastamento e/ou dessas mortes aos que ficam no território português.

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