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Tecido muscular O tecido muscular é constituído de células musculares (fibras musculares) que contém filamentos citoplasmáticos que promovem, pela hidrólise do ATP, a contração muscular. Esse tecido proporciona, por exemplo, o movimento do corpo movimento e a mistura do alimento que está sendo digerido no trato gastrointestinal, dentre outras funções. O tecido muscular pode ser classificado em três tipos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso. 1. Tecido muscular estriado esquelético Características Gerais: • Células multinucleadas • Núcleos periféricos • Presença de estriações (sarcômeros alinhados contendo miofilamentos) • Presença de células satélites Organização do tecido conjuntivo na musculatura esquelética O tecido conjuntivo reveste tanto fibras musculares individuais quanto os feixes de músculo. Esse tecido conjuntivo é muito importante para a transdução da força. O tecido conjuntivo ao redor do músculo se continua em um tendão ou aponeurose para a fixação do músculo a outro tecido como osso. Endomísio: tecido conjuntivo frouxo, fino, delicado, contém fibras reticulares e pequenos vasos. Reveste a fibra muscular (célula muscular) individualmente. Perimísio: tecido conjuntivo mais espesso, envolve um grupo de fascículos. Epimísio: Envolve um grupo de fascículos. É formado por tecido conjuntivo denso não modelado. Fonte: Tratado de Histologia em Cores, 4ª Ed. Leslie P. Gartner Organização ultraestrutural Na microscopia óptica é possível a observação de um aspecto estriado com a presença de bandas claras e escuras. Contudo, maior detalhamento é possível apenas na microscopia eletrônica. O padrão das estriações é devido a presença de miofibrilas paralelas que contém sarcômeros com miofilamentos (actina e miosina) organizados. As faixas escuras são conhecidas como bandas A e as claras I. O centro de cada banda A possui uma linha mais clara denominada banda H, a qual é dividida por uma delgada linha M. Cada banda I é dividida por uma delgada linha escura a linha z. A região entre duas linhas z é denominado sarcômero, unidade contrátil das fibras musculares esqueléticas. A membrana plasmática da célula muscular invagina para o meio intracelular na forma de túbulos T. Associado ao túbulo T existe uma rica rede de retículo sarcoplasmático que contém cisternas para o armazenamento do cálcio, importante no processo de contração muscular. Fonte: Tratado de Histologia em Cores, 4ª Ed. Leslie P. Gartner A imagem mostra um sarcômero e a organização dos miofilamentos: miosina (verde) e actina (marrom -avermelhado) Fonte: Tratado de Histologia em Cores, 4ª Ed. Leslie P. Gartner Inervação Cada músculo esquelético recebe pelo menos dois tipos de fibras nervosas: motoras e sensoriais. Junção neuromuscular É contato entre os ramos terminais do axônio motor com o músculo. É composta de terminal axônico, fenda sináptica, e pela membrana plasmática da fibra muscular estriada esquelética. Fusos neuromusculares e órgãos tendinosos de Golgi São receptores sensoriais que monitoram o músculo. Fusos neuromusculares: monitoram o comprimento do músculo. Órgãos tendinosos de Golgi os quais monitoram a tensão. 2. Tecido muscular estriado cardíaco Características Gerais • Presença de discos intercalares • Células uni ou binucleadas • Núcleos centrais • Presença de anastomoses e ramificações nas fibras musculares (células) Células musculares dos átrios cardíacos são um pouco menores do que a dos ventrículos. Estas células musculares atriais também armazenam grânulos (especialmente o átrio direito) contendo peptídeo natriurético atrial, uma substância que funciona como redutor da pressão arterial. Discos intercalares São formadas de desmossomos, fáscia de adesão ou zônula de adesão e junções comunicantes. Desmossomo (mácula de adesão): unem as células evitando sua separação quando submetidas à tensão. Fáscia de adesão ou zônula de adesão: Ancora filamentos de actina dos sarcômeros das células musculares. Junções comunicantes: permite um fluxo rápido de informação de uma célula para outra. Organização ultraestrutural As fibras musculares cardíacas possuem o mesmo padrão de estriação das esqueléticas (banda A-I). Portanto, o mecanismo de contração é semelhante. Contudo, existem diferenças como, por exemplo, o retículo sarcoplasmático não forma cisternas e não é tão extenso quanto o estriado esquelético. Sendo assim, o cálcio durante o processo de contração pode ser liberado do túbulo T direto no sarcoplasma. 3. Tecido muscular liso Características Gerais: • Núcleo central • Não possuem estriações • Células com formato fusiforme A fibra muscular lisa tem aspecto fusiforme e quando contraída fica com a aparência de saca-rolhas. Organização ultraestrutural A fibra muscular lisa apresenta miofilamentos, no entanto, esses não estão paralelamente organizados como ocorre nos músculos estriados, e, portanto, as estrias não são evidentes. É possível distinguir filamentos finos e filamentos espessos, formados respectivamente de filamentos de actina, tropomiosina, caldesmona e calponina e grossos compostos de miosina II. Os filamentos finos, portanto, diferem daqueles do músculo estriado pela presença de caldesmona e calponina e pela notável ausência da troponina. A caldesmona e a calponina são proteínas de ligação de actina que bloqueiam o local de ligação da miosina. A ação destas proteínas é controlada pela fosforilação das cabeças de miosina. Os filamentos grossos são compostos de miosina II. No entanto, ao invés da organização bipolar, as moléculas de miosina II estão orientadas numa direção oposta no outro lado do filamento. A polaridade das cabeças de miosina é a mesma ao longo de toda a extensão de um lado do filamento e o oposto do outro lado. Esse arranjo das moléculas de miosina também não possui “zona desnuda” central como no caso do músculo esquelético. Além das proteínas citadas existem outras que são importantes tanto para a iniciação quanto para a regulação da contração do músculo liso. São elas: quinase das cadeias leves de miosina (MLCK), calmodulina e alfa actinina. No sarcoplasma da célula muscular lisa existem corpos densos que contém uma grande variedade de proteínas como a alfa actinina que ancora ao sarcolema, os filamentos finos e intermediários. A contração do músculo liso pode ser iniciada por estímulos mecânicos, elétricos e químicos. Fonte: Tratado de Histologia em Cores, 4ª Ed. Leslie P. Gartner