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Foliação e clivagem
Apresentação
O desenvolvimento da clivagem, da xistosidade e da foliação depende de vários fatores, sendo 
possível destacar a litologia, a isotropia e a anisotropia, o campo de tensões, os domínios 
magmático e metamórfico, o tempo e a posição no cinturão orogênico. A experiência, a observação 
cuidadosa e a familiaridade com diversos tipos de rochas magmáticas e metamórficas constituem, 
em termos práticos, a melhor escola para o bom reconhecimento e aplicação da clivagem da 
xistosidade e da foliação.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar foliação e clivagem, importantes estruturas que 
podem compor rochas, no caso, rochas ditas foliadas. Você verá, também, como a clivagem se 
desenvolve e os seus principais tipos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conceituar foliação e clivagem.•
Definir as características e a classificação das rochas foliadas.•
Determinar o desenvolvimento e os tipos de clivagem.•
Desafio
As principais diferenças entre rochas metamórficas foliadas e não foliadas estão nas áreas de 
textura, na aparência e no tipo de pressão aplicada durante a recristalização. A pressão aplicada à 
rocha em reforma causa diferenças na aparência da rocha, uma vez recristalizada, e determina se 
esta será foliada ou não.
Rochas foliadas e não foliadas começam o seu desenvolvimento como rochas sedimentares, ígneas 
ou outras rochas metamórficas. De acordo com as alterações geológicas, uma rocha metamórfica 
foliada ou não foliada será gerada.
Essas mudanças geológicas podem ocorrer devido ao calor e à temperatura da rocha 
recristalizadora encontrada nas profundezas da crosta terrestre. Se a pressão aplicada à rocha 
recristalizada for desigual, uma rocha foliada se formará. A força sobre a rocha em processo de 
nova formação deve ser forte e unidirecional. No entanto, se a pressão aplicada à rocha 
recristalizadora for igual em todo o seu volume, uma rocha não foliada será criada.
Você trabalha na empresa como engenheiro de minas e o seu coordenador solicitou que você 
avalie qual alternativa seria a melhor em termos de competência, ou seja, qual opção faria com que 
a empresa evitasse problemas maiores devido à existência de planos de foliação. Desconsidere a 
técnica de escavação para a realização desta análise.
Infográfico
A foliação é o resultado do arranjo paralelo de grãos minerais (micas, por exemplo) em um plano 
perpendicular à tensão máxima aplicada principal. A clivagem é a forma como os minerais se 
fragmentam ao longo de planos paralelos e bem-definidos. Cabe ressaltar que existe divergência 
sobre o uso genérico da foliação ou sobre a divisão entre foliação e clivagem, tendo em vista que 
podem ocorrer dobramentos sem que ocorra metamorfismo.
Neste Infográfico, veja os tipos de foliação e de clivagem, bem como as suas definições.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
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https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/68da49fa-0847-43a7-848e-ec9c7ceae9af/4b8dd500-df6d-4445-8fbd-d74552248a68.png
Conteúdo do livro
Tanto a foliação quanto a clivagem podem se originar dentro de uma gama variada de condições de 
temperatura, pressão e composição. A competência das litologias e o grau de uniformidade 
litológica no âmbito de um domínio são fatores criticos na determinação do tipo de clivagem e de 
foliação.
No capítulo Foliação e clivagem, parte da obra Geologia estrutural, veja os conceitos de clivagem e 
de foliação, bem como as rochas que apresentam essas estruturas. Compreenda, ao final da leitura, 
como as clivagens são formadas e quais são as suas variedades existentes.
Boa leitura.
GEOLOGIA 
ESTRUTURAL
Márcio Fernandes Leão
Foliação e clivagem
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir foliação e clivagem.
  Descrever as características e a classificação das rochas foliadas.
  Determinar o desenvolvimento e os tipos de clivagens.
Introdução
Clivagem e foliação são termos amplamente utilizados para definir es-
truturas planares associadas ao processo de deformação. Apesar de essas 
duas estruturas serem planares, existe diferença entre elas: a primeira é 
de natureza essencialmente mecânica e a segunda é textural. Entretanto, 
podem ser utilizadas para uma mesma finalidade, nas situações em que 
as superfícies de menor resistência da rocha sejam também superfícies de 
orientação mineralógica. Durante um tempo, existiu divergência quanto 
ao uso dos termos “foliação” e “clivagem” — alguns autores faziam distin-
ção entre clivagem (origem mecânica) e foliação (origem textural), mas, 
hoje, esse conceito não é mais utilizado, pois passou-se a usar “foliação” 
como um termo genérico para definir qualquer feição planar penetrativa 
em um corpo rochoso (PASSCHIER; TROUW, 1996).
Neste capítulo, você vai estudar sobre os conceitos de foliação e cliva-
gem, definir suas características e certas rochas. Além disso, vai determinar 
o modo como essas estruturas se desenvolvem, bem como seus tipos.
1 Conceitos de foliação e clivagem
O surgimento de certas estruturas é comum durante o metamorfi smo regional 
a baixas e médias temperaturas, quando a geração de novos minerais orien-
tados no campo das tensões internas desenvolvidas pela orogênese, motiva 
o aparecimento de nítidas superfícies penetrativas, de foliação metamórfi ca 
(ou secundária) ou de clivagem de fl uxo, também conhecida como xistosidade 
(esse termo implica a existência tanto da clivagem quanto da foliação).
A clivagem ocorre quando certas rochas se partem em fatias, em lâminas 
paralelas ou subparalelas ou em superfícies planares designadas superfícies ou 
planos de clivagem, sem depender diretamente dos processos ígneos e sedimenta-
res. Já a foliação é qualquer tipo de paralelismo de minerais e/ou massas minerais 
em uma rocha ígnea e metamórfica, fugindo da contextualização genética do 
material. A foliação estabelecida em uma rocha ígnea durante a época de sua 
geração é denominada foliação primária; a foliação secundária ou metamórfica é 
o resultado do metamorfismo sob a ação de tensões tangenciais (DAVIS, 1984).
Por serem estruturas planares, a atitude da clivagem, da xistosidade e da foliação é 
medida com a bússola, mesma medição utilizada para saber a atitude de um acama-
mento ou uma junta. A direção de uma clivagem (xistosidade ou foliação) é o ângulo 
entre a direção do norte e a de sua linha horizontal situada na superfície de clivagem. O 
mergulho é o ângulo entre a superfície de clivagem e um plano horizontal imaginário, 
medido em um plano perpendicular à direção da clivagem.
A clivagem ardosiana e a xistosidade são superfícies penetrativas da 
rocha, que são definidas pelo arranjo paralelo de folhas de mica. A distância 
entre as superfícies é microscópica e limitada apenas pelo tamanho dos grãos 
constituídos da rocha (Figura 1).
Figura 1. (a) Presença de clivagem em mineral de quartzo. (b) Exemplo de xistosidade em 
rocha, em que se notam os traços com tendência de serem inclinados da esquerda para 
a direita da imagem.
Fonte: Adaptada de (a) Geneamichaud (2006) e (b) USGS (1929).
Foliação e clivagem2
A diferença entre clivagem ardosiana e xistosidade reside, portanto, apenas 
no grau de recristalização e na melhor ou na pior expressão dos minerais 
micáceos recristalizados. Na xistosidade, as micas são mais recristalizadas e 
facilmente visíveis a olho nu; na clivagem, são desenvolvidas de modo inci-
piente a olho nu. Assim, a clivagem ardosiana é formada por uma infinidade 
de superfícies que penetram na rocha e nas quais existem palhetas (placas), 
em geral, submilimétricas de mica (ou outros filossilicatos) formadas por 
recristalização incipiente (GHOSH, 1993).
 A clivagem é chamada clivagem de fluxo ou xistosidade quando ocorre 
o aparecimento de outros minerais, além de mica, nas superfícies. Isso ocorro 
em virtudede um processo de recristalização mais avançado, de modo que o 
acamamento original da rocha desapareça ou seja mascarado pelo desenvol-
vimento generalizado dessas novas superfícies. 
Na xistosidade verdadeira, suas superfícies penetram estendendo-se por 
todas as camadas constitutivas da unidade rochosa, atributo chamado de 
propriedade penetrativa. Quando a xistosidade exibe um desenvolvimento 
avançado, considerando metassedimentos, o acamamento original pode 
desaparecer por completo ou ser extremamente obliterado pela recristalização 
de minerais, tais como quartzo, filossilicatos, etc. Um olho bem treinado 
poderá perceber o acamamento, pois podem ser notadas faixas ou listras 
irregulares, até mesmo difusas, oblíquas à xistosidade. Se inspecionadas 
com atenção e, no caso de serem constatadas diferenças composicionais, 
essas características indicarão, com segurança, tratar-se de estratos, o que 
evidencia o acamamento.
Em circunstancias mais favoráveis, é possível encontrar, de modo even-
tual, alguns afloramentos da formação metassedimentar e de acamamento 
obliterado pela xistosidade, nos quais níveis conglomeráticos, microcon-
glomeráticos ou com acamamentos gradacionais podem ser observados 
de maneira relativa à xistosidade, o que permite observar justamente o 
acamamento (KULLBERG, 1995).
Se a clivagem ardosiana e a xistosidade constituem uma questão que de-
manda certa complexidade, a foliação, além disso, torna-se mais complicada 
por ser uma estrutura planar que pode ser observada tanto em rochas ígneas 
quanto em metamórficas, ao passo que a clivagem ardosiana e a xistosidade 
só ocorrem em rochas metamórficas.
3Foliação e clivagem
As diferentes estruturas megascópicas, como clivagem, xistosidade e foliação, podem 
ser claramente diferenciadas nos afloramentos e nas amostras de mão, não havendo 
razão para considerar essas estruturas sinônimas de uma mesma definição.
Assim, podemos dizer que a foliação é a estrutura planar em rochas ígneas e me-
tamórficas formada pelo arranjo de minerais tabulares, platiformes ou prismáticos, 
como micas, cloritas, anfibólios, piroxênios, feldspatos, etc., que se orientam seguindo 
planos paralelos penetrativos por toda a rocha. Esse arranjo pode ser conferido pelo 
agrupamento, mais ou menos pronunciado, de certos minerais que compõem a 
rocha em lentículas coplanares, em listras ou em bandas bem definidas ou difusas, 
com frequência muito ricas em algum mineral e contrastando, em geral, pela cor, 
por exemplo. O contraste de cor entre os agrupamentos minerais, como a biotita e o 
feldspato, tende a sublinhar a estrutura, especialmente quando forma bandas claras 
(quartzo-feldspáticas) alternadas com bandas escuras (biotíticas), como acontece 
com os gnaisses.
Pode haver deformação sem haver metamorfismo, trazendo o uso da foliação 
como termo genérico e não exclusivamente genético. A foliação pode ter dois 
tipos, os quais (KULLBERG, 1995):
  foliação primária: forma-se durante a cristalização de um magma 
(formação da rocha), sendo pré-consolidada e ocorrendo apenas em 
rochas ígneas;
  foliação secundária: é de caráter deformacional, como, por exemplo, o 
bandamento em gnaisses, que se origina por metamorfismo de rochas 
preexistentes, como rochas ígneas já cristalizadas, sedimentares e 
metamórficas.
As foliações são chamadas de estruturas tipo S, diferentemente das line-
ações conhecidas como estruturas tipo L. Na Figura 2, são apresentados os 
padrões formados para a foliação do tipo L em comparação com a lineação 
do tipo S. Observe que a foliação exibe um padrão de superfície aleatório de 
grãos e de forma não estirada, mas o arranjo de camadas paralelas (horizon-
tal) prevalece de forma lateral. Também é possível observar na Figura 2, a 
foliação e a lineação, que são duas terminologias distintas, mas, em geral, 
são encontradas se complementando nas mesmas rochas metamórficas, como 
veremos mais a frente.
Foliação e clivagem4
Figura 2. Exemplos de (a) lineação e (b) foliação. A estratificação horizontal em toda a 
amostra é clara (c) e os minerais lineares alongados em toda a amostra se apresentam de 
maneira unidirecional (d).
Fonte: Adaptada de Rubilar (1999).
2 Características das rochas foliadas
As aplicações práticas da foliação são inúmeras, a foliação primária fornece 
excelentes dados sobre o modo de posicionamento de corpos magmáticos 
plutônicos e a sua forma além disso, permite que sejam obtidas informações 
sobre a estrutura de rochas efusivas e a direção de fl uxo de lavas. A foliação 
secundária, por exemplo, desenvolvida em metassedimentos dobrados, pode 
ter uma relação geométrica com as dobras, de maneira análoga às mantidas 
pela clivagem ardosiana e pela xistosidade. 
A foliação pode se originar por vários processos, um deles ocorre pela di-
ferenciação e da precipitação gravitacional e da compactação dos minerais em 
uma câmara magmática (LEYSHON; LISLE, 1996). Durante o resfriamento do 
magma, os minerais que se cristalizam tendem a se acumular na parte inferior 
da câmara magmática, de acordo com a sua densidade (como olivina, piroxênio, 
feldspato) constituindo materiais de composição distinta. Os minerais tabulares 
e prismáticos têm a propensão de se precipitar e de serem compactados com suas 
faces planas orientadas segundo superfícies sucessivamente paralelas. Como 
resultado, podem se originar rochas com estrutura bandeada, exibindo uma 
foliação primária, tais como peridotitos, gabros, piroxenitos, anortositos, etc.
5Foliação e clivagem
Em linhas gerais, em virtude de sua viscosidade, o escoamento de um 
magma obedece as leis de f luxo laminar dos líquidos, isto é, partículas 
elementares movem-se segundo lâminas paralelas que deslizam umas 
sobre as outras. Assim, durante o escoamento de um magma parcialmente 
cristalizado, seja em grandes profundidades, como em câmaras magmáticas, 
seja na superfície, sob a forma de lava, os cristais formados de maneira 
precoce, individualmente ou segregados, como os ferromagnesianos, os 
feldspatos, etc., podem se orientar durante o f luxo da massa líquida, tal 
como plaquetas retangulares de madeira se orientam quando lançadas em 
uma correnteza. Dessa maneira, os minerais planares e os prismáticos 
precocemente formados na massa magmática, terão sua posição deter-
minada, segundo lâminas de f luxo, paralelamente uma às outras. Tal 
processo originará, após a consolidação da rocha, uma estrutura foliada. 
Inclusões de fragmentos de rochas preexistentes, como sedimentares, ígneas 
ou metamórficas, serão orientadas, de forma paralela entre si, o mesmo 
acontecendo com as segregações de minerais pré-formados.
Se um setor da crosta é atingido por movimentos orogênicos, após 
a consolidação parcial de um magma, este poderá ser expelido de seu 
reservatório e injetado nas litologias encaixantes. Uma estrutura foliada 
pode ser estabelecida durante esse processo, mas os minerais orientados se 
mostrarão afetados pelos movimentos, exibindo alongamento e outros sinais 
de deformação. Assim, minerais como quartzo, feldspatos, piroxênicos, 
etc. podem se mostrar elipsoidais, cisalhados, granulados e parcialmente 
recristalizados.
Durante o metamorfismo regional, pode-se desenvolver foliação resultante 
do processo deformacional da rocha preexistente associado a fenômenos de 
recristalização. Os minerais tendem a se orientar segundo o eixo principal 
máximo de deformação, seja por deformação plástica, seja em virtude do 
crescimento segundo essa direção, enquanto se recristalizam. Metamorfismo 
cataclástico gera estrutura marcadamente foliada nas rochas, resultando em 
milonitos, ultramilonitos, etc. Processos de segregação metamórfica, tais como 
o descrito para xistosidade, podem também imprimir uma estrutura foliada 
durante o metamorfismo.
A foliação pode ser uma herança de rochas preexistentes, por exemplo, 
xistos que se transformaram em um gnaisse por extensiva feldspatização 
ocorrida durante o metamorfismo regional ao longo das superfíciesda 
Foliação e clivagem6
xistosidade. Por outro lado, durante a injeção de um magma em rochas 
encaixantes, as inclusões envolvidas podem ser parcialmente transformadas 
e recristalizadas e, por deformação, produzir faixas cisalhadas que se 
dispõem em bandas alternadas ricas e pobres em minerais escuros, como 
a biotita, por exemplo.
De modo geral, uma rocha foliada não precisa se desplacar segundo os planos 
de foliação, ocorrendo comumente rochas foliadas que se mostram compactas 
(PASSCHIER; TROUW, 1996). Uma rocha desprovida de foliação, sem estrutura planar 
ou pouco perceptível, é designada como maciça (isótropa, homófona ou não foliada). 
Do ponto de vista prático, as rochas foliadas podem representar um grande problema 
do ponto de vista da engenharia. Esse problema é menos crítico em rochas ígneas 
e metamórficas de alto grau, considerando que as estruturas dessas rochas não 
governam tanto as propriedades de resistência da rocha; entretanto, a situação 
é mais crítica em rochas cuja foliação seja muito proeminente, como é o caso de 
ardósias, de filitos e de xistos finos.
Muitas foliações têm uma estrutura caracterizada por domínios laminar a 
lenticular, que são volumes restritos e uniformes em relação a uma estrutura 
específica e que diferem quanto a volumes adjacentes. Os domínios de foliação 
são diferenciados por mudanças na orientação preferencial dos grãos minerais, 
na estrutura ou na composição. 
As foliações espaçadas são definidas por domínios com espaçamento 
de 10 μm ou mais. São categorizadas com base em quatro características: 
formato do domínio, espaçamento do domínio, características distintivas 
de domínios individuais, como composição mineral ou orientação preferida 
de grãos minerais e a proporção da rocha ocupada pelos diferentes tipos de 
domínios. Reconhecemos três categorias de foliação espaçada: foliações 
composicionais, disjuntivas e de crenulação. As foliações contínuas exibem 
uma estrutura mais fina, ou nenhuma estrutura pertencente a um domínio.
 O Quadro 1 apresenta a classificação morfológica esquemática das folia-
ções e das clivagens.
7Foliação e clivagem
 Fonte: Adaptado de Twiss e Moores (1992). 
Foliação e 
clivagem
Espaçada Composicional Difusa
Bandada
Disjuntiva Estiolítica
Anastomosada
Rugosa
Suavizada
Crenulação Zonal
Discreta
Contínua Fina Microcrenulação
Microdisjuntiva
Microcontínua
Granular
 Quadro 1. Classificação morfológica esquemática das foliações e das clivagens 
Entre as rochas que mais se destacam por apresentarem boa foliação em ter-
mos de observação, citam-se diversas variedades de gnaisses. Outras litologias 
que também exibem foliação são migmatitos, granitos, granodioritos, rochas 
máfica-ultramáficas (gabro, peridotitos, piroxenitos, rochas alcalinas, etc.).
A foliação nos gnaisses (também chamada de bandamento) e nos grani-
tos pode se manifestar de diversas maneiras, variando desde perfeitamente 
distinta até extremamente difusa ou esmaecida. Para rochas exclusivamente 
metamórficas, as rochas foliadas variam conforme o grau de metamorfismo. 
A foliação gnáissica ocorre em rochas de alto grau que são definidas por 
camadas composicionais metamórficas. São formadas a partir de condições 
de alta pressão e de alta temperatura (na forma original era uma rocha ígnea 
de granito). As camadas composicionais originais de uma rocha também 
podem ser direcionadas para uma nova orientação durante o metamorfismo. 
Nos estágios iniciais, uma nova foliação começa a se desenvolver na rocha 
como resultado do estresse de compressão em algum ângulo em relação ao 
fundamento original (MATTAUER, 1973).
Foliação e clivagem8
 A foliação gnáissica é caracterizada por seu aspecto de fitas difusas e 
irregulares, de riscos ou traços de material escuro que se destacam pelo contraste 
com a massa rochosa em que estão presentes, apresentando cor mais clara e 
quartzo-feldspática dominante. Um gnaisse desse tipo recebe o nome de gnaisse 
riscado (streaky gneiss). Outra variedade é quando a foliação é proporcionada 
pela alternância de camadas definidas de composição quartzo-feldspáticas dife-
rentes, de cores claras, e biotíticas-anfibolíticas, originando um gnaisse listrado 
ou bandado, em que as listras podem variar de menos de 1 mm até quase 1 m 
de espessura. Quando a foliação na rocha é ressaltada por veios subparalelos ou 
ramificados de material pegmatítico, de forma descontínua ou irregular, injetados 
em um xisto preexistente, temos o chamado gnaisse venulado. Certos gnaisses 
revelam, entre os componentes estruturais, uma diferença em litologia e, como 
consequência, em cor praticamente imperceptível, resultando em um gnaisse 
nebulítico. Além desses exemplos, há ainda os granitos maciços, desprovidos de 
orientação planar de seus constituintes minerais e granodioritos, cujos minerais 
que os compõem encontram-se de maneira orientada pouco perceptível segundo 
um plano ideal, o que confere aos granitos uma foliação relativamente visível 
(Figura 3f) (PARK, 1997). Observe a Figura 3.
Figura 3. (a) Gnaisse com estrutura planar conferida pelo arranjo dos constituintes minerais 
em listras alternadas, bastante difusas. (b) Gnaisse bandeado com foliação grosseiramente 
coincidente com o bandeamento. (c) Gnaisse kinzigítico com estrutura complexa. (d) Granito 
nebulítico em avançado estágio de homogeneização. (e) Tonalito com estrutura homófona 
porfiroide, com biotita. (f) Granodiorito discretamente foliado.
Fonte: Adaptada de (a) Breck P. Kent/Shutterstock.com; (b) Gerry Bishop/Shutterstock.com; (c) Michael 
Chatt/Shutterstock.com; (d) Sunghorn/Shutterstock.com; (e) www.sandatlas.org/Shutterstock.com; (f) 
encikmohdfirdaus/Shutterstock.com.
9Foliação e clivagem
O xisto (Figura 4a) é caracterizado por apresentar uma foliação tipica-
mente de rochas de grau médio definida pelo alinhamento da mica meta-
mórfica (minerais planares). Exibe lineações e foliações de forma conjunta. 
Pode apresentar alinhamento de cristais pretos (turmalina, por exemplo) 
paralelos um ao outro. Já a ardósia (Figura 4b) é uma rocha metamórfica 
foliada e granulada, que tem constituição física e química alterada (os grãos 
minerais mudam de direção) por meio da alteração do xisto ou da rocha 
a que deu origem (ígnea ou sedimentar) e pelo metamorfismo regional 
de baixo grau. Essa textura é causada pela orientação paralela dos grãos 
microscópicos. A rocha que possui essa textura é caracterizada por uma 
tendência à separação ao longo de planos paralelos. Esse recurso é uma 
propriedade conhecida como clivagem ardosiana e não deve ser confundida 
com a clivagem de um mineral, que está relacionada à estrutura atômica 
interna do mineral (PARK, 1997). A foliação milonítica (Figura 4c) está 
relacionada a camadas transpostas e a bandas gnáissicas, mas a distância 
entre os domínios de foliação é menor (em geral, na escala milimétrica 
ou centimétrica) relacionada às altas deformações envolvidas, como, por 
exemplo, o achatamento de elementos e de camadas finas. Essas foliações 
estão relacionadas às altas tensões envolvidas, que achatam os objetos e 
afinam as camadas. 
Pequenos boudins (Figura 4d) são estruturas que indicam deformação e 
podem estar presentes nessas rochas formadas durante o alongamento das 
camadas, que causou a sua separação. O filito (Figura 4e) é um tipo de rocha 
metamórfica foliada originada da ardósia que foi mais metamorfoseada, de 
modo que a mica de grão muito fino (não visível na ardósia) encontra uma 
orientação preferencial. Em um filito, as camadas são tão finas que são chama-
das de laminações, assim como nas ardósias. Essa textura (filítica) é formada 
pelo arranjo paralelo de minerais planares, geralmente micas, que são pouco 
visíveis a olho nu. O paralelismo, com frequência, é sedoso ou crenulado. 
A predominância de minerais micáceos confere brilho às amostras de mão 
(PASSCHIER; TROUW, 1996). 
Foliação e clivagem10
Figura 4. Exemplos de rochas foliadas em função do tipo 
de estrutura. (a) Xisto,(b) ardósia, (c) foliação milonítica, 
(d) boudins, (e) filito.
Fonte: Adaptada de (a) Rattachon Angmanee/Shutterstock.com; 
(b) Sakdinon Kadchiangsaen/Shutterstock.com; (c) www.sanda-
tlas.org/Shutterstock.com; (d) Tyler Boyers/Shutterstock.com; (e) 
Woudloper (2008).
Um protomilonito significa que a rocha só experimentou uma redução no tamanho do 
grão em menos de 50%. Além disso, é uma rocha milonítica produzida a partir de rochas 
metamorfoseadas por contato, com granulação devida a sobreposições que seguem as 
superfícies de contato entre a intrusão e a rocha. Os ultramilonitos são um tipo de milonito 
definido por porcentagem modal de grãos da matriz acima de 90%. Essa rocha é, em 
geral, dura, escura, de aparência muito fina a fina e, às vezes se assemelha à obsidiana. 
Já os blastomilonitos apresentam textura grosseira sem bandas tectônicas definidas e 
apresentam um aumento no tamanho de grão por recristalização (PARK, 1997).
11Foliação e clivagem
3 Desenvolvimento das clivagens
Existem diversos tipos de clivagens, mas muitas delas podem ser simplifi cadas, 
a depender da aplicação que se deseja. Entre os principais tipos, podemos citar 
as clivagens de crenulação. Elas são formadas por marcas que se assemelham 
a rugas harmônicas ou a dobras, que se desenvolvem em uma foliação preexis-
tente. A nova foliação atravessa a antiga e é defi nida por ambas as crenulações 
simétricas ou pelas crenulações assimétricas. A foliação antiga é preservada 
nos micrólitos, como charneiras de crenulações simétricas ou como um dos 
fl ancos das crenulações assimétricas. A largura do micrólito é comparável 
ao meio comprimento de onda ou ao comprimento de onda das crenulações.
O padrão de orientação dos minerais planares no domínio da clivagem é a 
base para a subdivisão adicional das crenulações, que é a seguinte:
  Foliação de crenulação zonal — os minerais planares no novo domínio de 
clivagem são orientados em um pequeno ângulo em relação ao domínio 
e formam uma variação contínua de orientações dos minerais planares 
nos micrólitos. Os limites do micrólito são gradacionais. Em muitos 
casos, há uma diferença de composição entre domínios de clivagem e 
micrólitos, caracterizada por uma proporção maior de minerais planares 
nos domínios de clivagem do que nos micrólitos. 
  Foliação de crenulação discreta — a orientação dos minerais planares 
nos novos domínios de clivagem é paralela aos domínios e discordante 
com as orientações dos minerais planares nos micrólitos. As crenulações 
são preservadas nos micrólitos. Os domínios de clivagem são geralmente 
estreitos e podem ou não corresponder a flancos de crenulações nos 
micrólitos. 
As diferenças na mineralogia entre os dois domínios são semelhantes às das 
foliações zonais. Todas as variações entre esses dois "extremos" da foliação 
da crenulação podem ser observadas. De fato, não é incomum encontrar as 
duas morfologias na mesma amostra.
Vamos considerar uma amostra de ardósia (Figura 5a) e observar as diver-
sas superfícies que ela apresenta. Repare que a maior parte das superfícies é 
relativamente lisa, e não se vê a olho nu, via de regra, a presença de minerais 
micáceos orientados. Essas superfícies lisas que dividem a rocha em que não 
há minerais visíveis a olho nu, são as juntas. Ao realizar uma fratura fresca 
na ardósia de modo a cortar alguns dos planos de juntas de forma mais ou 
menos transversal, é possível constatar que a fratura corta numerosas e minús-
Foliação e clivagem12
culas superfícies (ou planos) de estreito espaçamento, em geral, milimétrico 
a submilimétrico, nas quais se verifica a presença de placas milimétricas de 
mica. Essas superfícies que penetram toda a rocha constituem as superfícies 
de clivagem ardosiana. 
A Figura 5b apresenta uma amostra de ardósia dobrada, em que a espessura 
da camada dobrada não se mantém a mesma, pelo contrário, ela é menor nos 
flancos e maior na charneira. Por que será que acontece esse fenômeno? O 
adelgaçamento da ardósia é provocado por movimento diferencial ao longo de 
um número infinito de superfícies de cisalhamento paralelas. Nas superfícies 
S1, nos flancos, elas cortam as superfícies de acamamento (S0) formando 
com elas um ângulo agudo, ao passo que, na charneira, ambos os conjuntos 
de superfície são aproximadamente perpendiculares entre si. Além disso, elas 
se dispõem sensivelmente paralelas ao plano axial das dobras. Entretanto, as 
superfícies S1 não se manifestam com a mesma nitidez em todos os estratos 
ou lâminas; naqueles de composição pelítico-arenosa, por exemplo, essas 
superfícies são claramente distinguíveis e nos estratos arenosos são pouco 
nítidas (PRICE; COSGROVE, 1990).
 Na parte superior da Figura 5c, podemos ver estratos arenosos dobrados 
por meio de um deslizamento flexural concêntrico, isto é, paralelo aos planos 
de acamamento. Esse fato é evidenciado pela presença tênue de níveis con-
cêntricos de películas de material argiloso, no interior da camada arenosa, ao 
longo dos quais ocorreu o deslizamento. Quando o contato entre os dois estratos 
é nítido, percebe-se que o estrato arenoso deslizou ao longo dele, cortando 
de forma aguda as superfícies paralelas de cisalhamento que penetram nos 
estratos argilosos. 
Considere agora uma amostra de mica xisto semelhante à Figura 5d. Re-
pare que, de forma diferente da ardósia, o xisto exibe uma granulação mais 
grosseira e se constitui predominantemente por minerais micáceos, o que pode 
ser distinguido facilmente a olho nu, assim como os demais constituintes. 
Verifique que existe um grau de orientação mineral preferencial, identificável 
por microscópio, estando as placas de mica dispostas com suas faces para-
lelas definindo superfícies ou planos que são penetrativos por toda a rocha 
e paralelamente aos quais dispõem-se também os grãos de quartzo. Essas 
superfícies que contém as placas de mica de granulação bastante grosseira 
e que permitem a sua identificação a olho nu são as superfícies ou os planos 
de xistosidade (PRICE; COSGROVE, 1990). No xisto dobrado, as relações 
existentes entre o plano axial das dobras e a xistosidade são, não só quanto ao 
paralelismo, mas em todo o restante, semelhantes às observadas nas amostras 
de ardósia anteriormente descritas.
13Foliação e clivagem
Figura 5. Exemplos de clivagens em rochas.
Fonte: Adaptada de (a) tezzstock/Shutterstock.com; (b) Guillermo Guerao Serra/Shutterstock.com; (c) 
francesco de marco/Shutterstock.com; (d) Aninna/Shutterstock.com.
Com base nas características descritas anteriormente, podemos concluir que, 
em virtude do plano axial de toda dobra ser sempre perpendicular à direção de 
esforço máximo e devido às superfícies de clivagem serem paralelas ao plano 
axial, elas se originaram pelo mesmo esforço que ocasionou aquele dobramento. 
Também, é possível concluir que a clivagem é independente da superfície de 
acamamento e da litologia envolvida e que as superfícies de clivagem contêm 
entre si delgadas lâminas (micrólitos) ou microfatias de rocha que se dispõem 
de forma paralela àquelas (RAMSAY; HUBER, 1983).
A origem da clivagem e/ou da xistosidade é um tema sobre o qual existe 
muita polêmica, que advém sobretudo do fato de essas estruturas planares 
não constituírem um fenômeno simples e nem terem origem a partir de um 
único processo. Ao contrário, podem ser derivadas de numerosos processos 
e de espécies de movimentos combinados entre si de modalidades diversas 
(TWISS; MOORES, 1992).
Quanto ao seu caráter cinemático, vários tipos de clivagem e de xisto-
sidade análogos ou distintos podem comumente ser reconhecidos em uma 
única amostra ou afloramento. Esse fato impossibilita a elaboração de uma 
Foliação e clivagem14
teoria genética universal sobre tais estruturas planares assim como sobre seu 
significado tectônico. O que é certo, e os fatos de observação demonstram 
isso, é que a clivagem e a xistosidade constituem, nos terrenos metamórficos, 
estruturas de rumos conspícuos e persistentes mostrando seuvínculo íntimo 
com o campo tensional e o quadro de movimento prevalecente durante o 
metamorfismo.
Existem ainda outros tipos de clivagem, apresentados a seguir.
Clivagem de fratura — Desenvolve-se a partir de um processo de cisalhamento 
e dispõe-se segundo planos que se interceptam e fazem um ângulo teórico de 
60° entre si, tendo como bissetriz o eixo máximo principal de tensão. Esse tipo 
de clivagem refere-se a uma variedade de foliações disjuntivas ou foliações de 
crenulação discretas. O termo tem sido aplicado com mais frequência a foliações 
disjuntivas nas quais o micrólito tem pouco ou nenhuma textura e os domínios de 
clivagem são fi nos e podem ter o aspecto superfi cial de um conjunto penetrante 
de fraturas, especialmente em superfícies intemperizadas. A expressão gera 
dúvidas porque as fraturas observadas são, em geral, estruturas secundárias 
que se formam ao longo de planos de foliação desenvolvidos anteriormente.
Clivagem de transposição — É um fenômeno de cisalhamento, conhecido 
há anos como clivagem de cisalhamento. Desenvolve-se segundo as fraturas 
de cisalhamento relacionadas ao elipsoide de tensão, mas ocorrem diminutos 
deslocamentos ao longo dos seus planos. É consenso geral que os fatores que 
governam a orientação dos minerais são os seguintes:
  rotação dos grãos minerais planares e elipsoidais — quanto maior for a 
deformação, maior será a tendência dos minerais se disporem de forma 
perpendicular ao eixo mínimo de deformação;
  achatamento e alongamento dos grãos minerais — um grão de quartzo, 
por exemplo, originalmente esférico durante o metamorfismo, irá ser 
achatado e alongado sob condições de temperatura e pressão, em parte 
por recristalização e em parte por granulação; outro processo de modifi-
cação de forma em cristais individuais ocorre por meio de deslocamentos 
nas malhas da rede cristalina; 
  cristalização com faces cristalinas particulares normais ao eixo maior 
de tensão — os minerais, especialmente os placares ou os planares e 
prismáticos como micas, tendem a se comportar dessa forma.
15Foliação e clivagem
Clivagem de acamamento (ou xistosidade) — Comum em alguns terrenos 
metamórfi cos, é desenvolvida a partir de várias causas, entre elas: dobramento 
isoclinal, falhamentos de empurrão, fl uxo paralelo ao acamamento, recrista-
lização mimética e metamorfi smo de carga.
O profissional que busca entender as características estruturais deve ter muito cuidado 
ao observar a xistosidade na sua medida, e ao concluir pelo paralelismo do acamamento 
e da xistosidade em vista de algumas razões (WILSON, 1982). Quando pelitos e psamitos 
interestratificados, como folhelhos e arenitos, são afetados por metamorfismo, pode 
ocorrer, de forma eventual, que os folhelhos, menos competentes e plásticos, sejam 
espremidos entre as superfícies de clivagem que interceptam obliquamente os arenitos. 
Como resultado, temos o bandamento ou o listramento de clivagem, em que as 
bandas variam de poucos milímetros a alguns centímetros. Em rochas sedimentares, 
há a clivagem disjuntiva, desenvolvida em rochas que foram submetidas à tensão 
diferencial tectônica sob condições metamórficas das fácies xisto-verde. É definida por 
uma matriz de elementos sub-paralelos de textura, chamados domínios de clivagem, 
nos quais a textura e a composição originais da rocha foram marcadamente modificados 
pelo processo de solução sob pressão. 
Sob condições severas de metamorfismo, os minerais claros e escuros tendem a se 
segregar em listras de cores respectivas, subcentimétricas a centimétricas, alternadas e 
dispostas de forma paralela à xistosidade, resultando no listramento ou no bandea-
mento de segregação. Com frequência, o intemperismo, que age sobre superfícies de 
fraturas de cisalhamento ou de clivagem, pode provocar uma descoloração ao longo 
desses espaços de modo que o efeito geral é a rocha apresentar-se com listras claras 
(meteorizadas) alternadas com listras mais escuras (rocha não descorada), simulando 
um acamamento.
Conclui-se que somente o exame cuidadoso, a experiência e a análise 
final de cada caso permitirão decidir, com segurança, a respeito da estrutura 
planar observada. É notória a aplicação das relações puramente geométricas 
da clivagem, da xistosidade e da foliação, especialmente das duas primeiras, 
no mapeamento e na resolução de problemas de geologia estrutural e de 
estratigrafia. Entretanto, existem limitações que se referem principalmente 
ao fato de ocorrerem diversos tipos dessas estruturas planares, que podem 
conduzir a erros o observador menos avisado.
Foliação e clivagem16
DAVIS, G. H. Structural geology of rocks and regions. New York: Wiley, 1984.
GENEAMICHAUD. Quartz clivé de Saint-Paul-la-Roche. 2006. Disponível em: https://
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Acesso em: 27 maio 2020. 
GHOSH, S. K. Structural geology: fundamentals and modern developments. Oxford: 
Pergamon, 1993.
KULLBERG, M. C. Geologia estrutural: apontamentos. Lisboa: Universidade de Lisboa, 1995.
LEYSHON, P. R.; LISLE, R. J. Stereographic projection techniques in structural geology. Oxford: 
Butterworth/Heinemann, 1996.
MATTAUER, M. Les déformations des matériaux de l'écorce terrestre. Paris: Hermann, 1973.
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PASSCHIER, C. W.; TROUW, R. A. J. Micro tectonics. New York: Springer, 1996.
PRICE, N. J.; COSGROVE, J, W. Analysis of geological structures. Cambridge: Cambridge 
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RAMSAY, J. G.; HUBER, M. I. The techniques of modern structural geology. New York: 
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RUBILAR, N. H. Geología estructural. Santiago (Chile): Ril Editores, 1999.
TWISS, R. J.; MOORES, E. M. Structural geology. New York: Freeman, 1992.
USGS. Bulletin 799 Plate 8A Harpers Schist. 1929. Disponível em: https://commons.wikime-
dia.org/wiki/File:Bulletin_799_Plate_8A_Harpers_Schist.jpg. Acesso em: 27 maio 2020. 
WILSON, G. Introduction to small-scale geological structures. Boston: Allen & Unwin, 1982.
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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17Foliação e clivagem
Dica do professor
Uma foliação é qualquer tipo de estrutura geológica plana ou curva de formação da textura de uma 
rocha metamórfica, mas também pode incluir camadas sedimentares ou camadas magmáticas. Uma 
rocha foliada mantém um alinhamento paralelo de certos minerais que são repetidamente dispostos 
em camadas.
Nesta Dica do Professor, veja o processo de formação da foliação ao longo de distintos litotipos.
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Exercícios
1) A textura de qualquer objeto é a relação geométrica entre partes constituintes regularmente 
repetitivas e distribuídas homogeneamente (forma e tamanho do grão, clastos, etc. nas 
rochas) em qualquer escala. Assim, as texturas da rocha refletem a composição, a 
mineralogia e vários processos pelos quais as rochas passaram.
Com base no contexto apresentado, é possível dizer que a distinção entre clivagem e 
foliação é:
A) A primeira está relacionada a processos ígneos e a segunda é exclusiva das rochas 
sedimentares.
B) A primeira está relacionada a processos metamórficos e a segunda é exclusiva das mesmas 
rochas.
C) A primeira está relacionada à possibilidade das rochas se partirem e a segunda a um 
paralelismo mineral.D) A primeira está relacionada a estruturas sedimentares e a segunda a processos metamórficos 
e ígneos.
E) A primeira está relacionada ao comportamento mecânico das rochas e a segunda ao processo 
deformacional destas.
2) A textura primária é uma configuração de grão desenvolvida durante a deposição de 
sedimentos ou a formação de uma rocha magmática. Os materiais que envolvem grãos 
minerais e a orientação preferencial da forma dos seixos dos fenocristais de feldspato são 
exemplos de texturas primárias. Já as texturas secundárias refletem as condições de tensão 
e de deformação.
Com base no contexto apresentado, é possível dizer que a diferença entre clivagem 
ardosiana e xistosidade é:
A) a diferença no grau de recristalização e na melhor ou na pior expressão dos minerais 
micáceos recristalizados.
B) que a clivagem ardosiana ocorre em rochas foliadas, como as ardósias, e a xistosidade é 
exclusiva de rochas xistosas.
Carlos Henrique
Realce
Carlos Henrique
Realce
C) a diferença no grau de recristalização e na melhor ou na pior expressão dos minerais 
quartzosos recristalizados.
D) que a clivagem ardosiana é proveniente da quebra mecânica em ardósias e filitos e a 
xistosidade é oriunda de deformação.
E) a diferença no grau de metamorfismo e na melhor expressão dos minerais micáceos e 
quartzosos recristalizados.
3) Em rochas gnáissicas, os minerais são organizados em camadas que aparecem como faixas 
na seção transversal. A aparência de camadas denominadas faixas composicionais ocorre 
porque as camadas, ou faixas, são de composições diferentes. As bandas mais escuras têm 
relativamente mais minerais máficos (aqueles que contêm mais magnésio e ferro). As bandas 
mais leves contêm minerais relativamente mais félsicos.
Com base no contexto apresentado, pode-se dizer que a melhor relação entre a foliação e o 
gnaisse, bem como suas características, pode ser assim descrita:
A) O gnaisse é caracterizado por apresentar uma foliação tipicamente de rochas de grau médio 
definida pelo alinhamento da mica metamórfica (minerais planares).
B) A foliação nos gnaisses e nos granitos pode se manifestar de diversas maneiras, variando de 
perfeitamente distinta a extremamente difusa ou esmaecida.
C) O gnaisse é uma rocha metamórfica foliada e granulada que é fisicamente e quimicamente 
alterada (os grãos minerais mudam de direção) por meio da rocha original.
D) O gnaisse é uma rocha metamórfica cujas foliações são relacionadas a camadas transpostas e 
bandas gnaíssicas, principalmente, sendo rochas de baixo grau.
E) O gnaisse é um tipo de rocha metamórfica foliada originada da ardósia que foi mais 
metamorfoseada, rica em minerais micáceos, predominantemente, e de pouco quartzo.
4) Foliação é o termo geral que descreve o arranjo de qualquer tipo de superfície subparalela, 
com espaçamento estreito e baixa coesão, que não é estrato em rochas deformadas. Essas 
superfícies, geralmente espaçadas regularmente, conferem às rochas foliadas a facilidade de 
se dividirem em elementos planares semelhantes a folhas (folia = folha em latim), além de 
bandamentos. Com base no contexto apresentado, pode-se afirmar, sobre a clivagem de 
fratura, que:
A) se desenvolve a partir de um processo de cisalhamento e se dispõe segundo planos que se 
interceptam.
Carlos Henrique
Realce
Carlos Henrique
Realce
B) é simplesmente a clivagem ao longo de superfícies em que ocorreu algum deslocamento 
diferencial.
C) ela corta a clivagem de fluxo ou a xistosidade, a interseção de ambas, provocando uma 
crenulação.
D) é comum em alguns terrenos metamórficos e é desenvolvida a partir de várias causas, entre 
elas o dobramento isoclinal.
E) é clivagem não penetrativa paralela à subparalela em planos axiais de crenulação 
superimposta a uma folhação metamórfica.
5) A cristalização de minerais metamórficos, a recristalização metamórfica de minerais antigos 
e a solução sob pressão podem criar de forma independente ou em conjunto uma nova 
"camada" geralmente áspera, definida por camadas alternadas de composição diferente e/ou 
tamanho de grão. Com efeito, o metamorfismo reorganiza os componentes químicos da 
rocha e produz novos minerais em novas orientações governadas pela tensão em evolução. 
As camadas composicionais e diferenciadas resultantes são visíveis como faixas distintas de 
cores claras e escuras na amostra manual. Camadas diferenciadas são encontradas em 
rochas metamórficas granulares de granulação média a grossa de todos os graus.
Com base nesse contexto, podemos dizer, sobre a clivagem de fluxo:
A) Representa o aparecimento de uma nova superfície devido a processo de recristalização mais 
avançado; também é conhecida como falsa clivagem.
B) Representa o desaparecimento de uma antiga superfície devido a processo de recristalização 
mais avançado; também é conhecida como lineamento.
C) Representa o aparecimento de uma nova superfície devido a processo de recristalização mais 
avançado; também é conhecida como lineamento.
D) Representa o aparecimento de uma nova superfície devido a processo de recristalização mais 
avançado; também é conhecida como xistosidade.
E) Representa o desaparecimento de uma antiga superfície devido a processo de recristalização 
mais avançado; também é conhecida como xistosidade.
Carlos Henrique
Realce
Na prática
A morfologia das foliações reflete os processos de formação dos corpos geológicos. Por exemplo, a 
foliação paralela ao bandamento pode refletir compactação, isto é, redução de volume devido à 
expulsão de poros de água de sedimentos frescos sob o peso crescente da carga de sobrecarga. Em 
níveis crustais mais profundos, a morfologia da foliação varia com o grau metamórfico (as 
condições de temperatura e de pressão durante o desenvolvimento da foliação), com a posição nas 
dobras e com o tipo e composição da rocha. A foliação é classificada por mecanismos de formação 
em dois tipos amplos e vários membros finais. 
Já a clivagem de rocha permite prontamente termos uma ideia do sentido de inclinação das 
estruturas de uma região. Assim, se o profissional constata em uma área a presença de uma 
clivagem vertical, ele imediatamente pode afirmar que as dobras existentes são simétricas ao plano 
axial vertical.
Neste Na Prática, veja como é possível utilizar a presença de clivagens e de xistosidades para 
reconhecer estruturas, por exemplo, dobramentos.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/761feb8d-24e5-4be5-bb6c-0d701b37b008/b288a790-32a5-4842-a958-d9fa922e5fd3.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Medição de parâmetros de rocha com a bússola
Neste vídeo, aprenda a usar essa importante ferramenta para determinar a direção e o mergulho de 
estruturas geológicas, entre elas os planos de foliação e de clivagem.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Geologia de engenharia de rochas xistosas: os xistos negros da 
EN17 em Coimbra e os filitos de Vila Velha de Ródão
Como se sabe, planos estruturais, como foliações, podem fornecer uma resistência menor às rochas 
que têm essas estruturas. Neste artigo, veja como a foliação da rocha pode representar um grande 
condicionante geotécnico para uma obra.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Controle estrutural na lavra do Maciço Capão Bonito, SP, para 
utilização como rocha ornamental e para revestimento
Nem sempre as estruturas, como foliações e clivagens, são elementos negativos. Elas podem 
auxiliar, por exemplo, o processo de desmonte de maciços rochosos. Neste artigo, observe como a 
presença de clivagens e foliações pode auxiliar o processo de extração de rochas ornamentais.
https://www.youtube.com/embed/4hH7OhhgJN8
 https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/35231
Aponte a câmera para o código e acesse olink do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www2.rc.unesp.br/eventos/geologia/tectonico2011/upload/simpgeo2009-0078-1-A-01.doc