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1 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S 2 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S 3 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino Revisão Ortográfica: Julia Henrique Gomes PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profissionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu- ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S 6 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professoras: Adriana B. Costa Pereira Márcia C. de Sousa Tamiris C. Silva Alves 7 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profisisional. 8 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S O fogo é utilizado pela humanidade desde os primórdios e o entendimento de suas características trouxe uma maior habilidade e controle desta “ferramenta” em várias atividades, até hoje observadas. Os incêndios podem ser definidos simplificadamente como fogo em descontrole e o entendimento desse fenômeno é de suma importância para evitar sua ocorrência e, caso aconteça, permitir ao profissional atuante na segurança contra incêndios uma ação efetiva e segura. É sabido que, em sua maioria, incêndios provocam danos sérios à saú- de humana e ao patrimônio. Diante do exposto, ao longo dos anos fo- ram criadas leis, instruções técnicas e regulamentações de segurança contra incêndio, como a norma regulamentadora de número NR 23, a fim de se minimizar a ocorrência e os danos que esses fenômenos po- dem causar. No presente módulo, realiza-se a abordagem de projetos necessários à construção de edificações em atenção às normas que regulamentam a segurança contra incêndio (SCI), visando proporcio- nar um maior entendimento sobre o tema, salientando a importância da atenção desses quesitos desde a etapa de planejamento de um projeto até sua concepção. Incêndio. Legislação em SCI. Projeto em SCI. 9 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 COMPORTAMENTO DO FOGO E DE INCÊNDIOS Apresentação do Módulo ______________________________________ 11 13 38 21 Conceituação Básica: Substâncias e Combustão ________________ Legislações Estaduais __________________________________________ Dinâmica do Incêndio ___________________________________________ CAPÍTULO 02 LEGISLAÇÃO, NORMAS E INSTRUÇÕES Definições Gerais e Legislação Federal __________________________ 33 30Recapitulando ________________________________________________ 24Processos de Extinção do Fogo _________________________________ 43Normas Técnicas – Brasil e outros Países ________________________ Recapitulando _________________________________________________ 49 CAPÍTULO 03 PROJETO DE ENGENHARIA EM SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO Planos de Segurança _________________________________________ 55 Planos de Intervenção de Incêndio _____________________________ 60 Brigada de Incêndio ___________________________________________ 68 10 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Recapitulando __________________________________________________ 73 Fechando a Unidade ____________________________________________ 77 Referências _____________________________________________________ 80 11 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S A segurança contra incêndio envolve diversos temas, e um me- lhor entendimento deles permite às pessoas e aos profissionais da área uma maior prevenção, minimização de danos, bem como o combate a in- cêndios por meio do uso de ferramentas corretas. Antes de adentrarmos nas questões relacionadas ao combate ao fogo, é necessário o conhe- cimento desse fenômeno e sobre a evolução dos sinistros ou incêndios. No capítulo 1, por meio de uma abordagem ampla sobre o as- sunto, será possível o estudo sobre a combustão, perpassando pela evoluçãoem função de qualquer pavimento da edificação, o qual determina as larguras mínimas para os lanços corres- pondentes aos demais pavimentos, considerando-se o sentido da saída. e) Os acessos devem ter pé-direito mínimo de 2,50 m, com exceção de obstáculos representados por vigas, vergas de portas, e outros, cuja altura mínima livre deve ser de 2,00 m. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE A prevenção de incêndio diz respeito à adoção de medidas para evitar princípio de incêndios (sinistros) e reduzir a propagação do fogo nesse tipo de ocorrência, tendo em vista a ocorrência de grandes incêndios em edificações no Brasil, por volta de 1976, a segurança contra incên- dios foi colocada em prática. Com base na leitura do presente capítulo e por meio da consulta de bibliografias complementares, apresente pon- tos que justifiquem com clareza a importância da criação e atenção de legislações, normas e instruções voltadas à segurança contra incêndio. 52 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S TREINO INÉDITO A importância de legislações na segurança contra incêndios pode ser observada, dentre outras explanações, a partir da abordagem no Capítulo 2 em relação aos incêndios ocorridos no Brasil e seus danos. Quanto aos tipos de normas elaboradas pela ABNT, marque a alternativa que corresponde ao tipo de NBR e sua identificação/ atuação no campo: a) Classificação – orientam a maneira de empregar materiais, executar cálculos. b) Métodos de ensaio – fixam padrões mínimos de qualidade para os produtos. c) Simbologia – estabelece convenções gráficas para conceitos, siste- mas, grandezas. d) Terminologia – identifica condições ideais para uso dos equipamentos. e) Classificação – com precisão, define os termos técnicos a serem em- pregados. NA MÍDIA LEI KISS É SANCIONADA PARA EVITAR TRAGÉDIAS COMO A DA BOATE KISS Em janeiro de 2013, um incêndio na Boate Kiss em Santa Maria – SC deixou 242 mortos e 680 feridos. Após o Acidente foi criada a Lei Kiss, Lei 13.425/2017, para evitar tragédias semelhantes. Entre os termos ve- tados na Lei está a proibição do uso de comandas em casas noturnas; a responsabilidade das prefeituras pela fiscalização e a previsão de puni- ção a bombeiros, prefeitos e donos de estabelecimentos; vistoria anual aos locais que tenham restrição à existência de mais de uma direção no fluxo de saída de acordo com a estrutura física ou pela natureza das atividades desenvolvidas. Fonte: (REDAÇÃO O SUL, 2019). Disponível em: https://www.osul. com.br/prazo-para-adequacao-da-lei-kiss-que-terminaria-nesta-sexta- -e-prorrogado/ NA PRÁTICA VISTORIA EM FACULDADE É necessário aplicar as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT -, a Norma Regulamentadora – NR 23 – e o Código de Obras da cidade, para verificar se os equipamentos de combate a incêndio estão adequados para serem utilizados. -Selecione alguns locais da Faculdade, exemplos: sala de aula, labora- tório, sala do administrativo; - Faça o levantamento dos dados: fluxo de pessoas; periculosidade dos 53 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S materiais existentes dentro das edificações; e a similaridade dos proje- tos arquitetônicos com os demais prédios; - Faça o levantamento técnico dos materiais de combate a incêndio das edificações: as plantas arquitetônicas e as plantas das instalações de combate a incêndio. Recolha dados de estrutura, e dimensões; - Faça o cálculo da altura e da área construída, classifique o tipo da edificação e indique quais os sistemas de combate a incêndios são ne- cessários para proteger o prédio; - Realize a vistoria dos sistemas de combate a incêndio das edificações e compare se está em conformidade com o projeto de incêndio requeri- do pela norma e o projeto de incêndio realizado pela instituição. Fonte: (BRASIL ESCOLA, 2023). Disponível em: https://meuartigo.bra- silescola.uol.com.br/quimica/avaliacao-sistemas-combate-incendio-ins- tituicao-publica-ensino-superior.htm PARA SABER MAIS Filme sobre o assunto: Lei Brasileira sobre Prevenção e Combate a Incêndio – Lei 13.425; Só Para Bravos, 2017 Filme sobre o assunto: Todo dia a mesma noite - Série produzida pela Ne- tflix 01/2023. Baseada no livro escrito pela jornalista Daniela Arbex, retra- ta o incêndio na boate Kiss onde resultaram 242 mortos e 680 feridos na cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul em 27 de Janeiro de 2013. 54 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S O Projeto de Engenharia em Segurança Contra Incêndio e Pâ- nico (PESIP) é uma exigência do Código Estadual de Proteção Contra Incêndio, Explosão e Controle de Pânico, regida pela LEI Nº 9.625, de 27 de dezembro de 2016. Esse projeto faz parte do Projeto Técnico de construção e liberação de funcionamento. O PESIP específica que ins- talações e áreas de riscos podem ser construídas sob vistoria do Corpo de Bombeiros, que analisa e certifica o Projeto de Engenharia em Segu- rança Contra Incêndio e, na sequência, ocorre a liberação para executar a obra e habilitar o funcionamento. A seguir, na Figura 10, é possível visualizar o organograma do Projeto Técnico e todos os documentos e etapas para o funcionamento das instalações. PROJETO DE ENGENHARIA EM SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S 54 55 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Figura 13: Organograma de um Projeto Técnico para habilitar uma instalação ao funcionamento. Fonte: Autor, 2023. Este capítulo irá abranger assuntos pertinentes aos itens men- cionados, os quais direcionam a elaboração de Projetos de Engenharia em Segurança Contra Incêndio (PESCI): - Planos de Segurança contra Incêndio e Pânico (PSCIP). - Planos de Intervenção de Incêndio (PII). - Medidas de Segurança: Brigada de Incêndio. PLANOS DE SEGURANÇA Definições Gerais Os Planos de Segurança contra Incêndio e Pânico (PSCIP) é um planejamento estratégico com diretrizes das medidas de segurança contra incêndio e pânico nas edificações/áreas de risco tanto para edi- ficações permanentes, quanto para as instalações temporárias. Esse documento é redigido de acordo com normas e parâmetros e deve ser apresentado ao Corpo de Bombeiros no contexto dos documentos que abrangem o Projeto de Engenharia em Segurança Contra Incêndio (PS- CIP) para aprovação e posterior liberação de execução de obra de am- pliação e/ou reforma de edificação/área de risco. O objetivo dos Planos de Segurança é fornecer diretrizes de segurança contra incêndio e pânico para as instalações/áreas de risco, de acordo com as diretrizes normativas do Corpo de Bombeiros. Visa reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio, óbitos, pânico, ocor- rência de pessoas feridas, propagação de incêndio, e perdas materiais. Quais os tipos de instalações e áreas de riscos realizam o PS- CIP? As edificações a serem construídas e/ou já existentes, bem como a obra ou construção e os locais com área maior que 750m² que, por uso, ocupação, altura ou carga de incêndio, possam gerar riscos ou danos às pessoas, ao patrimônio e/ou à natureza. 56 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Esses planos encampam o PSCIP para Instalações de Ocu- pação Temporária - IOT (circos, parques de diversão, feiras agropecu- árias, rodeios, feiras de exposições, shows artísticos, entre outros, as quais devem ser alocadas para outros locais após o prazo máximode 6 meses); e para Instalações de Ocupação Permanente – OTEP. Para pequenas empresas de áreas com até 750m² de área construída e com até três pavimentos com baixo potencial de risco, a re- gularização é obtida com o Projeto Técnico Simplificado – PTS. O PTS contém apenas o formulário do Corpo de Bombeiros e o documento de responsável técnico sobre os riscos específicos existentes na edifica- ção, instalação ou área de risco. Elaboração do Plano de Segurança O Plano de Segurança contra incêndio contém informações acerca da instalação/área de risco, disposto no memorial descritivo de segurança contra incêndio e pânico, os cálculos de dimensionamentos de engenharia dos sistemas de medidas de segurança contra incêndio, as plantas baixas a destacar por sinalização os sistemas dimensionados. Ao elaborar o plano de segurança devemos avaliar as seguintes perguntas: - Quais locais apresentam maior risco? - Quais são os riscos existentes e o impacto deles? - Quais são as rotas de fuga? - Quais são os equipamentos de combate a incêndio existentes? - Os equipamentos existentes funcionam? O memorial descritivo (Quadro 8) reúne as informações calcu- ladas e normatizadas de acordo com os anexos estaduais e federais regidos pelo Corpo de Bombeiros. Quadro 8: Tópicos do Memorial Descritivo de Segurança contra Incêndio e Pânico 57 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Fonte: Adaptado de CBPMSP, 2023. As normas para elaboração do PSCIP se encontram no site do Corpo de Bombeiros de cada estado. A seguir o link dos Bom- beiros de Minas Gerais com a IT 3. >>https://www.bombeiros.mg.gov.br/storage/files/shares/ intrucoestecnicas/IT_03_2a_Ed_portaria_69_emenda_4.pdfações das equipes de emergên- cia (públicas ou privadas), conforme solicitação do Corpo de Bombeiros. O PII deve ser elaborado por engenheiros, técnicos ou espe- cialistas em gerenciamento de emergências e d ser revisado por profis- sional habilitado a cada 12 meses da última revisão, ou por modificação nos processos industriais, layout, ou por melhorias. Treinamentos e di- vulgação do PII são indicados aos ocupantes da edificação, de forma a garantir que todos tenham conhecimento dos procedimentos a serem executados em caso de emergência, assim como para visitantes atra- vés de panfletos informativos. Para os recursos humanos da Brigada de Incêndio, são exigidos treinamentos periódicos e reuniões ordinárias. Instrução Técnica 11 da CBMMG - Plano de Intervenção de Incêndio Links de Acesso: https://bombeiros.mg.gov.br/images/sto- ries/dat/it/it_11_plano_de_intervencao_de_incendio.pdf O que são os Exercícios Simulados? São simulações de ocorrência de sinistro. Nesse momento, são desenvolvidas ações que simulem situações críticas em que haja a necessidade do rápido abandono, parcial ou completo, da área da edificação. Essa ação deve contar com a participação de todos os ocu- pantes. Tais exercícios são exigidos que sejam realizados com uma pe- riodicidade máxima de um ano para simulados completos. Após os exercícios, é elaborada uma ata descrevendo, avalian- 62 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S do e corrigindo as falhas ocorridas, a qual deve conter: data e horário da atividade, tempo despendido no abandono, tempo despendido no retor- no, atuação dos profissionais envolvidos, comportamento da população, participação do corpo de bombeiros e tempo gasto para a sua chegada, além da ajuda externa, irregularidade de equipamentos, irregularidades operacionais, dentre outros elementos a serem descritos e analisados. Elaboração do Plano de Intervenção de Incêndio O Plano de intervenção contra incêndio precisa conter infor- mações acerca da instalação/área de risco e os procedimentos opera- cionais de emergência em caso da ocorrência do sinistro. O Quadro 10 apresenta os tópicos relevantes a serem abordados no PII. Quadro 10: Tópicos do PII Fonte: Adaptado de CBMPB, 2023. 63 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Todos os sistemas de Segurança devem ter controle de va- lidade, os extintores podem perder a pressão caso apresentem-se fora de especificação; é necessário haver manutenção e calibra- ção nos sistemas de hidrantes, e renovação da sinalização quando houver desgastes por intempéries. As características das instalações/áreas de riscos são diferen- tes para cada local, a depender do seu país ou estado, o clima e vege- tação da região, a cultura de cada população, não havendo, assim, uma padronização rígida das normas a serem seguidas. Características Atuais das Edificações: • Alturas mais elevadas; • Excesso de vidro nas fachadas; • Sem soluções arquitetônicas passivas; • Estruturas não resistente ao fogo; • Divisórias leves; • Revestimentos com materiais altamente combustíveis; • Falta de treinamento. Para Análise Preliminar de Riscos – APR são utilizados méto- dos para classificá-los (What iF, Check list, HAZOP, Árvore de Falhas, Diagrama Lógico de Falhas). O método a ser descrito, e de maior uso por ser normalizado, é o HAZOP – Hazard and Operability – Perigo e Operabilidade. Trata-se um método indutivo-qualitativo que estima o risco em máquinas e classifica o nível de severidade do risco, sendo utilizado de acordo com a NBR ISSO 12.100/2013, destinada a limitar os riscos ou controlar os perigos. O método HAZOP classifica o risco de raro a extremo, deter- minando quais atividades de riscos precisam de atenção e/ou mudan- ças extremas; para que este risco seja classificado, algumas informa- ções são abordadas e quantificadas conforme as Tabelas 4-8 (NBR ISO 12.100, 2013): 64 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Tabela 2: Probabilidade de Ocorrência (PO) Fonte: NBR ISO 12.100, 2013. Tabela 3: N° de Pessoas sob Risco (NP) Fonte: NBR ISO 12.100, 2013. Tabela 4: Frequência de Exposição (FE) Fonte: NBR ISO 12.100, 2013. Tabela 5: Grau de Possível Lesão (GPL) 65 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Fonte: NBR ISO 12.100, 2013. Tabela 6: Resultado do HRN (Hazard Rating Number – Nível de Risco Quan- tificado) Fonte: NBR ISO 12.100, 2013. Para a elaboração do PII, é disposto a seguir, no quadro 11, um modelo reduzido de Procedimento Operacional Padrão – POP, a ser definido para instalações e áreas de riscos que são determinadas por normas técnicas a desenvolver planos de segurança e planos de intervenção de incêndio. São definidas algumas atividades a serem realizadas em caso de ocorrência de alerta de sinistro, ou do sinistro, e destacados proce- dimentos seguros a serem seguidos, pois caso não tenham uma asser- tiva resolução podem vir a causar acidentes e danos ao ambiente. Na sequência, observa-se o Fluxograma do Procedimento de Intervenção de Incêndio (NBR 15.219/05), na figura 5. 66 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Quadro 11: Planilha modelo de POP contra incêndio. Fonte: Adaptado da Norma Técnica 006, 2014. 67 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Figura 15: Fluxograma do procedimento de intervenção de incêndio Fonte: Adaptada da NBR 15.219, 2005. 68 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Reportagem sobre Acidente de Sinistro na Boate Kiss San- ta Maria/RS – 2013 Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=q-bve- XuSIks BRIGADA DE INCÊNDIO Definições Gerais A Brigada de Incêndio é uma das medidas de segurança in- dicadas no plano de segurança após análise e dimensionamento das instalações e áreas de riscos. Faz parte dos recursos humanos da insta- lação e atuam na prevenção e combate ao princípio de incêndio, aban- dono de área e primeiros socorros. O objetivo da Brigada é a composição de uma equipe de cola- boradores de diversos setores da empresa, na qual serão formados e treinados visando realizar ações de prevenção (conhecer o PSCIP e o PII, avaliar os riscos ambientais, fiscalizar os equipamentos de combate a incêndio, primeiros socorros, fiscalizar as rotas de fuga, preparar rela- tórios de irregularidades encontradas, instruir a população fixa e flutuan- te, participar dos exercícios simulados) e ações de emergência (aplicar os procedimentos básicos estabelecidos no PII da planta). Em caso de sinistro, o brigadista deve proteger a vida e o patrimônio, reduzir as con- sequências sociais do sinistro e os danos ao meio ambiente. Quem participa da Brigada de Incêndio são os funcionários vo- luntários ou indicados da instalação/área de risco, a partir do dimensio- namento descrito na norma ABNT NBR 14.276/2020. Deve ser compos- ta considerando a divisão de ocupação, o grau de risco a população fixa de cada setor da planta e a distância de deslocamento dos brigadistas. A quantidade de brigadistas deve ser compatível para efetuar as ações e procedimentos de prevenção. Os critérios básicos para o funcionário participar da Brigada de Incêndio são: conservar-se na edificação durante seu turno de trabalho, possuir boa condição física e de saúde, possuir bom conhecimento das instalações,ter mais de 18 anos, ser alfabetizado e participar e ser apro- vado no treinamento de brigadista. De acordo com a NBR 14.276/2020 69 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S são atribuições dos brigadistas: - Conhecer e aplicar procedimentos no plano de emergência da planta; - Identificar perigos e riscos existentes na planta e trabalhar para corrigir; - Inspecionar periodicamente os materiais e equipamentos de emergência, combate a incêndio; - Inspecionar periodicamente as rotas de fuga; - Participar de Exercícios Simulados; - Apresentar sugestões de melhorias das condições de segu- rança contra incêndio e acidentes; - Registrar todas as ocorrências de emergências e sugerir me- didas preventivas. Conforme as atividades executadas pela brigada de emergên- cia, deve haver a determinação de funções específicas para as atribui- ções dos brigadistas. A divisão está baseada na planta, pavimentos e compartimento de turnos. Sendo designado os seguintes cargos: - Coordenador de Emergência: responsável pelo atendimento na planta; - Líder da Brigada: responsável pelo atendimento no local de emergência; - Brigadistas de Emergência: responsável pelas ações de con- trole no atendimento direto no local da emergência, sob coordenação do Líder. Dimensionamento da Brigada Em definição das medidas de segurança a serem implemen- tadas na instalação/área de risco, este tópico irá abordar a medida de segurança da Brigada de Incêndio normatizada pela NBR 14.276/2020. A quantidade necessária de brigadistas para a formação da equipe de treinamento no tempo de resposta, para plantas de baixo e médio risco com população fixa acima de quatro pessoas, deve ser pelo menos dois brigadistas. Para plantas de alto risco com população acima de 10 pessoas, devem ser pelo menos quatro brigadistas. O grau de ris- co de cada setor da planta pode ser obtido na ABNT NBR 15219:2019. O item 4.1.8 da NBR 14.276 descreve que deve ser elaborado um estudo para a quantidade necessária de brigadistas, com base nos riscos e características da planta desenvolvido por uma equipe multidis- ciplinar liderada por um profissional habilitado. A Instrução Técnica nú- mero 12 da CBMMG, compõe a brigada de acordo com um percentual 70 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S da população fixa de ocupação da planta. Abaixo uma parte do quadro para consulta e inserção de dimensionamento de brigada. Figura 16: Percentual de Cálculo para composição de Brigada de Incêndio Fonte: IT 12 CBMMG, 2023 - Primeira Condição: Determinar a população fixa da edifica- ção, ou seja, aquela que regularmente permanece na edificação. - Segunda Condição: Se a população for menor que 10 pesso- as. Aplicar a seguinte fórmula. Número de brigadistas = População Fixa x % de cálculo da coluna (“Até 10 “do Anexo A). - Terceira Condição: Se a população for maior que 10 pessoas. Aplicar a seguinte fórmula. Número de brigadistas = [10 x % de cálculo da coluna” até 10” do Anexo A] + [(PF – 10) x % de cálculo da coluna acima de “10” do Anexo A] Exemplo 1: Um centro comercial de compras (Shopping Cen- 71 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S ters) possui uma população fixa de 120 pessoas. Dimensione a brigada de Incêndio. Verificar Anexo A da IT12 do CBMMG - consultar colunas e verificar %: Shopping Centers pertencem a: Grupo C, Divisão C3, popula- ção fixa até 10 considerar 50%, acima de 10 considerar 20%. Número de brigadistas = [10 x % de cálculo da coluna até 10” do Anexo A] + [(PF – 10) x % de cálculo da coluna acima de “10” do Anexo A] Número de brigadistas = [10 x 50%] + [(120-10) x 20%] Número de brigadistas = 5 + 22 Número de brigadistas = 27 Treinamento aos Brigadistas O treinamento aos Brigadistas tem um conteúdo específico ao dimensionamento e acompanhamento do órgão do Corpo de Bombei- ros, seguindo as diretrizes da norma NBR 14276/2020 que padronizam as denominações e áreas de atuação. Tem por objetivo proporcionar aos alunos conhecimentos para atuar na prevenção e no combate ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros socorros. Algumas informações importantes a serem observadas acerca do treinamento são dispostas na sequência: - Validade do Treinamento: a validade do treinamento de briga- dista equivale a um período de 12 meses e após esse tempo, o briga- dista pode fazer um curso de reciclagem, em que pode ser dispensado da parte teórica, desde que aprovado em pré-avaliação e que tenha rendimento de 70%. - Verificar o nível de treinamento dos brigadistas, consultando a tabela A.1 da NBR 14276:2020. Podendo ser no mínimo: ● Nível Fundamental - 4 horas; ● Nível Intermediário - 32 Horas; ● Nível Avançado - 56 Horas. Quadro 12: Tabela B2 - Conteúdo Programático 72 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Fonte: Adaptado a NBR 14276, 2020. A parte prática tem por ênfase a aplicação do conhecimento adquirido na parte teórica. - Controle da Brigada: Conforme o PSCIP e o PII, a Brigada de incêndio deve realizar exercícios simulados, reuniões ordinárias e reuniões extraordinárias. Por fim, nesta Unidade foram abordados itens relevantes ao âm- bito da prevenção e do controle de incêndio, os quais são de utilidades para todos, mas em especial aos profissionais Engenheiros de Segurança à In- cêndio que precisam abordar em suas atividades o regulamento normativo para proteger os trabalhadores, os patrimônios e o meio ambiente. O entendimento do fogo e de seus meios de transferência possi- bilitou a implementação de normas de instruções e execuções técnicas nas edificações/áreas de risco através do Projeto de Engenharia de Segurança contra Incêndio e Pânico. Esse projeto enfatiza, na vistoria do Corpo de Bombeiros, o licenciamento para uso das instalações, o Plano de Seguran- ça contra Incêndio e Pânico, o qual exige medidas de segurança através do dimensionamento com dados da natureza da atividade, das dimensões da área, da quantidade de funcionários e dos materiais utilizados. Dentre as medidas de segurança, foi abordado com maior ênfa- se o Plano de Intervenção de Incêndio que alerta sobre os procedimentos seguros antes, durante e após o evento sinistro e o recurso humano Bri- gada de Incêndio, que prepara funcionários ao controle do princípio de in- cêndio nas intermediações das instalações e áreas de risco. Conhecer e executar a segurança contra Incêndio é de fundamental importância para a realização dos trabalhos de forma eficiente sem danos à sociedade. 73 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 (ANO: 2017 BANCA: FCC ÓRGÃO: TRT - 11ª REGIÃO (AM E RR) PROVA: ANALISTA JUDICIÁRIO - ARQUITETURA) A sinalização de segurança contra incêndio e pânico estabelece para dimensões de letras onde h é a altura da letra, em metros, e L é a distância do observador à placa, em metros, a relação: a) h > L/1.000 b) h > L/5 c) h > L/25. d) h > L/200. e) h > L/125. QUESTÃO 2 (ANO: 2012 BANCA: FCC ÓRGÃO: TRT - 11ª REGIÃO (AM E RR) PROVA: ANALISTA JUDICIÁRIO - ARQUITETURA) A sinalização de segurança nos ambientes objetiva a prevenção de acidentes através da delimitação, indicação e identificação dos riscos existentes. A cor adotada para: a) Indicar "Cuidado!", assinalando as partes baixas de escadas portá- teis; corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem risco é a laranja. b) Sinalizar canalizações contendo ácidos é a amarela. c) Sinalizar passarelase corredores de circulação, por meio de faixas (localização e largura) é a branca. d) Identificar a caixa de alarme de incêndio; hidrantes; bombas de in- cêndio é a verde. e) Caracterizar "segurança" e identificar canalizações de água e caixas de equipamento de socorro de urgência é a vermelha. QUESTÃO 3 (ANO: 2010 BANCA: CCV-UFC ÓRGÃO: UFC PROVA: ARQUITETO) As instalações de combate a incêndio compreendem as que obje- tivam detectar, informar onde se iniciou o incêndio e devera-lo tão logo irrompe. Assinale a alternativa que possui apenas elementos da edificação de combate a incêndio. a) Parede corta-fogo, sinalização e hall de segurança. b) Porta corta-fogo, parede corta-fogo e grades de ferro. c) Porta corta-fogo, parede corta-fogo e poço de iluminação. d) Iluminação de emergência, escada de segurança e elevadores. e) Iluminação de emergência, porta corta-fogo e sinalização. 74 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S QUESTÃO 4 (ANO: 2007 BANCA: FCC ÓRGÃO: TRF - 3ª REGIÃO PROVA: ANA- LISTA JUDICIÁRIO - ARQUITETURA) Constituem medidas de segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco: I. Controle de materiais de acabamento. II. Brigada de incêndio. III. Sistema fixo de gases limpos e dióxido de carbono (CO2). IV. Sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Está correto o que se afirmar em: a) I, II, III e IV. b) I, II e III, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) II e IV, apenas. e) II, apenas. QUESTÃO 5 (ANO: 2014 BANCA: CEC ÓRGÃO: PREFEITURA DE PIRAQUARA - PR PROVA: ARQUITETO) Assinale a alternativa que completa corretamente o texto a seguir: As medidas de segurança contra incêndio consideradas como exi- gências básicas nas edificações com área igual ou superior a 1500 m2 ou com 4 (quatro) ou mais pavimentos para Risco Leve (RL) e 1000 m2 ou 3 (três) ou mais pavimentos para os Riscos Moderado e Elevado (RM e RE), independente da data de construção e da re- gularização, são: _____________________. a) Extintores de incêndio, iluminação de emergência, sinalização de emergência, hidrantes e saída de emergência. b) Extintores de incêndio, iluminação de emergência, brigada de incên- dio, hidrantes e saída de emergência. c) Extintores de incêndio, iluminação de emergência, sinalização de emergência, brigada de incêndio e saída de emergência. d) Iluminação de emergência, sinalização de emergência, brigada de incêndio, hidrantes e saída de emergência. e) Extintores de incêndio, iluminação de emergência, sinalização de emergência, brigada de incêndio, hidrantes e saída de emergência. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Com o que foi estudado no Projeto de Engenharia de Segurança em Incêndio e Pânico, descreva sobre as vantagens de realizar um Plano de Segurança contra Incêndio e Pânico em instalações e em áreas de risco, a considerar a prevenção e proteção do ambiente e da população. 75 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S TREINO INÉDITO Dentre as normas que versam sobre o Dimensionamento, a NBR 14.276/2006 é uma das mais importantes. Diante da situação em que já há uma Brigada de Incêndio dotada de Nível de Treinamento em Edifício Comercial, identificado do grupo C-2 com 25 funcioná- rios, da categoria de Carga de incêndio em Risco, se faz necessá- rios quantos brigadistas e em que nível eles devem estar? a) 6 Brigadista, nível básico. b) 3 Brigadista, nível básico. c) 4 Brigadista, nível básico. d) 6 Brigadista, nível intermediário. e) 4 Brigadista, nível intermediário. NA MÍDIA BRIGADISTAS COMBATEM INCÊNDIO EM ÁREAS DE PRESERVA- ÇÃO AMBIENTAL EM MINAS GERAIS No sul de Minas Gerais um incêndio atinge o parque estadual da Serra do Papagaio, próximo a São Lourenço. Bombeiros, brigadistas e volun- tários de várias entidades ambientais se empenharam ao combate por ser uma área de amortecimento em torno de uma unidade de conserva- ção ambiental, entre as cidades de Alagoas e Aiuruoca. O parque abrange cinco municípios e possui 25 mil hectares do bioma da mata atlântica. Segundo o corpo de Bombeiros, cerca de 2600 hec- tares foi atingido pela chama. Fonte: (ITATIAIA, 2021). Disponível em: https://www.itatiaia.com.br/noti- cia/brigadistas-combatem-incendios-em-areas-de-preservacao-no-inte- rior-de-minas-gerais. NA PRÁTICA TREINAMENTO EM PLATAFORMA DE PETRÓLEO EM EMERGÊN- CIA DE INCÊNDIO. O treinamento é realizado com todos da plataforma para que todos sai- bam controlar o princípio de um incêndio. O objetivo não é acabar com o incêndio, mas controlar a situação, através de algumas medidas que podem ser tomadas. A estrutura da plataforma é metálica, então uma das indicações é confinar o fogo. O uso correto do extintor, fogo em líquido in- flamável, não deve ser extinto com água. Dependendo da situação, não é possível uma saída organizada da plataforma, logo se treina a retirada da plataforma, saltando do navio na água com o colete salva-vidas em altura de 4 a 5 metros, em busca das balsas que abrigam até 25 pessoas; manter a calma e permanecer juntos para facilitar o resgate. Fonte: (JORNAL DA RECORD). Disponível em: https://www.youtube. 76 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S com/watch?v=a6IDYuM6A6g. PARA SABER MAIS Filme/vídeo sobre o assunto: Minissérie Chernobyl, 2019 Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=s9APLXM9Ei8 77 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S GABARITOS CAPÍTULO 01 QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Pode-se pensar, em um primeiro momento, que o combustível (segun- do elemento do triângulo do fogo) é o pavio da vela, juntamente com o fósforo ou a faísca como fonte de calor utilizada para acendê-lo. Para o caso em questão, a fonte de calor pode ser listada como qualquer material aceso que provoque o acendimento da vela, no entanto, o com- bustível é a parafina da vela, que nada mais é do que um derivado do petróleo e contém em sua composição os chamados hidrocarbone- tos. No processo de queima, o calor da chama do pavio aceso provoca aquecimento da parafina que se combina com o comburente e queima. O método de extinção utilizado, de acordo com o abordado no Capítulo 1, diz respeito ao abafamento, no qual o copo funciona como barreira para passagem do comburente e alimentação do fogo. TREINO INÉDITO Gabarito: B 78 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 02 QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Inicialmente, torna-se importante salientar que o país já avançou muito na segurança contra incêndio, atuação quase inexistente, como abor- dado por alguns autores antes da ocorrência de dois grandes incêndios: Edifício Andraus e Joelma, em SP. A importância de uma legislação fe- deral trouxe nesse âmbito uma maior base para atuação dos profissio- nais, reformulações e até criação de decretos estaduais na prevenção e combate de incêndios, atualizações nas instruções técnicas também puderam ser observadas; no mais, permitiram aos engenheiros, téc- nicos, responsáveis uma maior visão e inserção da segurança contra incêndios desde a etapa de planejamento de um projeto. TREINO INÉDITO Gabarito: C 79 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 03 QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Pode-se citar diversas vantagens, dentre elas: - A diminuição e/ou mitigação da ocorrência de um incêndio; - Obterlicença de funcionamento, de construção, de ampliação da área do Corpo de Bombeiros; - Conhecer a instalação com seus riscos e perigos, assim como fazer conhecer a população que frequenta; - Ter planejamento de atividades caso venha a ocorrer o incêndio. - Fornecer informações operacionais das edificações ou áreas de risco ao Corpo de Bombeiros para otimizar o atendimento de ocorrências. TREINO INÉDITO Gabarito: E 80 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S ABNT NBR 11785 - Barra antipânico – Requisitos. 2018. ABNT NBR 16640 - Segurança contra incêndio para sistemas de trans- porte sobre trilhos - Cálculo de escape de estações metro ferroviárias em situação de emergência. 2018. ABNT NBR 11742 - Porta corta-fogo para saída de emergência. 2018. ABNT NBR 16400 - Chuveiros automáticos para controle e supressão de incêndios - Especificações e métodos de ensaio. 2018. ABNT NBR 13434-3 - Sinalização de segurança contra incêndio e pâni- co - Parte 3: Requisitos e métodos de ensaio. 2018. ABNT NBR 14276 - Brigada de incêndio e Emergência - Requisitos e Procedimentos 2020. ALVES, L. Equipe Brasil Escola - Matéria: Combustão no Copo. Dispo- nível em: >>https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/combus- tao-no-copo.htm>https://bombeiros.com.br/avcb-clcb/>https://bombeiros.pb.gov.br/normas-tecnicas-novo/>https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/quimica/avaliacao-siste- mas-combate-incendio-instituicao-publica-ensino-superior.htm>http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/6948/1/Introdu%C3%A7%- C3%A3o%20%C3%A0%20engenharia%20de%20seguran%- C3%A7a%20do%20trabalho.pdf>https://www.bucka.com.br/diferentes-tipos- -de-po-quimico-para-combate-a-incendio/>http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/portalcb/_seguranca-contra-in- cendio/#3>http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/201703/manualcomba- teincendio.pdf>http://www2.ebserh.gov.br/documents/16424/3525294/CARTILHA+- DE+COMBATE+A+INC%C3%8ANDIO+DO+HUUFMA+REVISADA+- set2018.pdf/b49a2652-78f6-4c4e-a840-955efe47712a>https://www.sindiconet.com.br/informe- se/auto-de-vistoria-do-corpo-de-bombeiros-avcb-manutencao-contra- -incendios>https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2019/05/30/in- cendio-atinge-fabrica-de-gas-em-aparecida-de-goiania-dizem-bombei- ros.ghtml>https://www.youtube.com/watch?v=a6IDYuM6A6g>https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/12/24/incendio-de- -grandes-proporcoes-atinge-imovel-na-vila-maria-na-zona-norte-de-sp. ghtml>https://gestaodesegurancaprivada.com.br/lei-bra- sileira-sobre-prevencao-e-combate-a-incendio/>http://www.fenacor.org.br/premiodejornalismo/conteudo/mate- rias/3798/k4n0ur2b.zcd.pdf>http:// www.firek.com.br/wp-content/uploads/2018/11/Livro_SCIER.pdf>https://www.youtu- be.com/watch?v=s9APLXM9Ei8>https:// www.napofilm.net/pt/napos-films/films?view_mode=page_grid>www.fpaa.com.au/>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos- -especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- -trabalho/normas-regulamentadoras/nr-23-atualizada-2022.pdf>https://www.sescpantanal.com.br/arquivos/cadastro- -licitacoes/file-636745944907341118.pdf>http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/pa- lestras/memo_info/mi_2004/FCRB_MemoriaInformacao_RosariaOno. pdf>https://por- talincendio.com.br/artigos-tecnicos>https://www.youtube.com/watch?v=EAO- gEmyQgn0&list=PLXa8bss7kcCyGuybTc_B5H625R6H6tjSURECORD-DOMINGO ESPETACULAR. Reportagem sobre Acidente de 84 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Sinistro na Boate Kiss Santa Maria/RS – 2013. Brasil. Disponível em:>>https://www.youtube.com/watch?v=q-bveXuSIks>https://www.osul.com.br/ prazo-para-adequacao-da-lei-kiss-que-terminaria-nesta-sexta-e-prorro- gado/>https://www.youtube.com/watch?v=oP7De4m-c-A>https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=H4pDBu- sAISY&feature=emb_logo>https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/09/hospitais-deveriam- -ter-controle-de-fumaca-e-elevador-de-seguranca.shtml>ht- tps://www.poli.usp.br/noticias/426-legislacao-brasileira-surgiu-apos-in- cendios-de-grandes-proporcoes-em-sp.html>https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2023/02/01/ incendio-destroi-fabrica-de-colchoes-em-curitiba.ghtml>https:// www.itatiaia.com.br/noticia/brigadistas-combatem-incendios-em-areas- -de-preservacao-no-interior-de-minas-geraisdo fogo, dinâmica e processos de extinção do fogo. Grandes desafios foram aparecendo ao longo dos anos em nossa história, um deles foi o combate a incêndios de grande porte que vitimaram muitas pessoas e destruíram patrimônios. Diante das tragé- dias e como forma de minimizar a ocorrência delas, legislações, normas e instruções passaram a vigorar, trazendo a segurança contra incêndio a outro patamar, como algo importante e a ser considerado nos âmbitos nacional, estaduais e municipais. No âmbito geral, o Corpo de Bombeiros analisa e aprova de acordo com os requisitos propostos do Código Estadual de Proteção Contra Incêndio, Explosão e Controle de Pânico (Lei N°9.625, Capítulo II, Seção I, Artigo 6°, 2011): I – a classificação das edificações, quanto à ocupação, carga de incêndio, altura e área construída; II - as exigências relacionadas a inspeções, análise e aprovação de projetos das Instalações Preventivas de Proteção contra Incêndio, Explosão e Contro- le de Pânico nas edificações e áreas de risco; III - as medidas de segurança contra incêndio e controle de pânico, no Estado da Paraíba; IV - a obrigatoriedade do cumprimento das exigências estabelecidas nesta Lei e nas Normas Técnicas por parte das pessoas físicas e jurídicas responsáveis, a qualquer título, pelas edificações e áreas de risco ou pela sua administração. Parágrafo único. Nos casos de omissão desta Lei e das Normas Técnicas (NT's), a Diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros Militar, po- derá recorrer, para supri-la, a outras normas técnicas, aprovadas pela Asso- ciação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou normas regulamentadoras (NR's) do Ministério do Trabalho. O capítulo 3 irá abranger assuntos pertinentes aos itens men- cionados, os quais direcionam a elaboração de Projetos de Engenharia em Segurança Contra Incêndio (SCI). Ao destacar o item I, para o le- vantamento dos dados das edificações e áreas de risco, é necessário realizar um Plano De Segurança Contra Incêndio e Pânico – PSCI. De acordo com o PSCI, que fornece o diagnóstico realizado das 12 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S edificações e áreas de riscos, é proposto um levantamento de possíveis eventos de emergência com sinistro que possam vir a ocorrer e a ela- boração de procedimentos operacionais padrões com ações preventivas para os eventos. Esse procedimento operacional com ações preventivas é denominado de Plano de Intervenção de Incêndio. A destacar o item III, uma das medidas de segurança exigidas pelo Corpo de Bombeiros às instalações de acordo com a classificação do grupo de ocupação de risco, da área construída e da altura, é a Brigada de Incêndio. No final desta unidade, o discente terá adquirido conhecimen- tos acerca das metodologias abordadas segundo as normas brasileiras, de planos e projetos de segurança contra incêndio e pânico. Assim, este material é de relevância para as atividades que o discente poderá exercer. Todo o embasamento teórico aprendido acerca da segurança contra incêndio e pânico será utilizado em fiscalizações, auditorias, libe- rações de empresas/setores de risco e a permanência das empresas/ setores de risco. Estude e pratique para ser um profissional com ações preventivas e corretivas contra incêndio e pânico, gerando um ambiente com cuidados e seguro aos trabalhadores. Contamos com você! 13 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S CONCEITUAÇÃO BÁSICA: SUBSTÂNCIAS E COMBUSTÃO Apesar de os conceitos de fogo e incêndio parecem indiferen- tes a uma primeira impressão e os princípios relacionados ao incêndio se mostrarem simples – como, por exemplo, quando ouvimos reporta- gens relacionadas a tal tema –, há um grande trabalho necessário para conter os incêndios, seja em qual proporção for. Para isso, o conheci- mento de importantes variáveis no processo é de suma importância. Este trabalho inicia-se na conceituação de fogo e seus elementos. O fogo, de forma geral, pode ser definido como um processo químico de transformação tendo como resultado o desprendimento de calor e energia luminosa (luz). O aparecimento do fogo data de milha- res de anos em nossa história, tendo sido utilizado como fonte para COMPORTAMENTO DE FOGO E DE INCÊNDIOS LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S 13 14 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S aquecimento de alimentos, do próprio corpo ou do ambiente através de fogueiras construídas, e evoluiu, juntamente com a sociedade, para uso no meio industrial (máquinas, entre outros). O incêndio configura-se como um estágio mais avançado do fogo, ou seja, um fogo não controlado que pode causar sérios danos a pessoas, bens e locais (residências, florestas, dentre outros). Para compreendermos melhor o comportamento do fogo e dos incêndios e, consequentemente, sabermos tomar certas ações preventivas e corretivas, devemos iniciar pelo conhecimento que envolve cada um desses fenômenos. Elementos do Fogo e Reação O processo químico de transformação que tem como produto o fogo é dado pela chamada reação de combustão e, como toda reação, há o envolvimento de elementos ou reagentes necessários para a sua ocorrência. Termos como triângulo do fogo ou até mesmo tetraedro do fogo (este último envolvendo o elemento da reação em cadeia) são utilizados na literatura como representação desses elementos que compõem o fogo, como mostra a Figura 1. Cada um possui sua especificidade dian- te o processo reacional, conforme descrito a seguir. Figura 1: Representação do tetraedro do fogo. Fonte: Rotondo e Liiber, 2019. Combustível: designa-se como todo material capaz de queimar 15 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S (entrar em combustão) e alimentar o processo. Desta forma, materiais nos seus estados sólido, líquido ou gasoso, sendo que a grande maioria precisa passar pelo estado gasoso, para se combinar com o combu- rente e gerar uma combustão. Esse fenômeno é denominado Pirólise, também conhecido como decomposição térmica a qual o processo de quebra de moléculas que compõem uma substância em outros átomos em consequência da ação do calor. Comburente: funcionando como elemento ativador da queima, o comburente combina-se quimicamente com o combustível, isto é, com os vapores inflamáveis do combustível, permitindo que ele entre em combustão. O comburente mais comum é o oxigênio, que constitui o ar atmosférico na margem de 21%, sendo necessária a disponibilidade de pelo menos 16% de O2 para que a combustão se sustente. Porém: Além do oxigênio, há outros gases que podem se comportar como combu- rentes para determinados combustíveis. Assim, o hidrogênio queima no meio do cloro, os metais leves (lítio, sódio, potássio, magnésio etc.) queimam no meio do vapor de água e o cobre queima no meio de vapor de enxofre. O magnésio e o titânio, em particular, e se finamente divididos, podem queimar ainda em atmosfera de gases normalmente inertes, como o dióxido de carbo- no e o azoto (Simiano e Baumel, 2013, s.p.) A concentração de oxigênio presente no ambiente, dita o ritmo da combustão, assim como demonstra a imagem abaixo: Figura 2: Concentração do Ar atmosférico Fonte: Autor, 2023 Calor: como uma forma de energia, eleva a temperatura gera- da da transformação de outra energia por meio de processo químico ou físico. O calor é comumente abordado como componente essencial em boa parte dos processos, conhecido como agente ígneo - que dá início à reação de combustão,elevando a temperatura ambiente e propagan- do o fogo. Qualquer fonte que permita ao combustível (sólido, líquido ou gasoso) o desprendimento de vapores ou gases inflamáveis e sua 16 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S inflamabilidade, podem ser fontes de calor. Figura 3: Estimativa de Calor de algumas fontes de calor Fonte: Tatical Firefighthing, Paul Grinwood Por fim, temos um quarto elemento adicionado - a reação em cadeia - formando assim o tetraedro do fogo. O experimento ilustrado na Figura 4 apresenta, de forma simples, a reação da combustão a par- tir do combustível (vela), o comburente (oxigênio) e o calor (provavel- mente um palito de fósforo aceso que permite acender a vela). A reação em cadeia ocorre até o ponto no qual tem-se todo o oxigênio “confinado” consumido na reação. Figura 4: Combustão na vela. Fonte: BRASIL ESCOLA UOL. Acesso em 2023. A combustão é uma reação que se processa em cadeia, pois após a partida vai se mantendo calor produzido da própria reação - quando as moléculas de carbono do combustível reagem com o oxigê- nio, calor e outras substâncias são produzidas para combinarem com outros elementos. Essa combinação origina novos radicais que alimen- 17 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S tam a combustão e garante continuidade. Você deve estar pensando, tudo bem sobre os conceitos aci- ma, mas como se traduz, de maneira simples, a relação entre todos esses elementos de forma a produzir fogo para que evolua para um incêndio? Para entrarmos nessa sequência e evolução, vamos iniciar com uma frase clássica do estudioso Lavoisier: “Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Todo material possui uma chamada energia de ativação, que diz respeito à energia mínima necessária para que uma reação ocorra. Trazendo para nosso estudo, é a energia necessária aos reagentes (com- bustível e comburente) para que haja a quebra das ligações existentes e formação de outras, parafraseando Lavoisier, “tudo se transforma”. Alguns reagentes trazem um conteúdo de energia suficiente para dar início à reação, outros por sua vez têm essa energia fornecida. Ao ligarmos um fogareiro, está havendo a liberação do gás que entra em contato imediato com o oxigênio do ar, a reação que estamos tratan- do aqui faz parte de uma reação de combustão, mas essa só ocorrerá a partir de uma fonte de calor, como um fósforo aceso, por exemplo, fornecendo a energia necessária aos reagentes, que promove a libera- ção de mais gases inflamáveis, dando continuidade à combustão. Essa sequência de transformações define o conceito da reação em cadeia, na qual a combustão gera mais calor e esse calor permite o desprendi- mento de gases combustíveis que mantêm a reação. Condições favoráveis são cruciais para que ocorra a reação entre o combustível e o comburente. Nesse contexto, tem-se a ener- gia de ativação, fornecida pelas fontes de ignição, como a energia mínima necessária para o início desse processo. Mas lembre-se: cada material (combustível) tem uma energia mínima necessária que per- mite a liberação de gases em quantidade suficiente para a combustão. Dados como esses podem ser encontrados facilmente na literatura. Pontos de Temperatura Os combustíveis pela ação do calor sofrem transformação que resulta na combustão, pela liberação de gases ou vapores inflamáveis do combustível que reagem com o comburente. À medida que vão se 18 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S aquecendo, atingem pontos diferentes de temperatura, os quais são chamados de: ponto de fulgor, ponto de combustão e ponto de ignição. O ponto de fulgor é observado quando, ao serem liberados ga- ses ou vapores inflamáveis do material combustível, estes formam uma mistura inflamável na presença de uma fonte de calor. Entretanto, devi- do à quantidade de gases desprendidos ser pequena, as chamas não se mantêm ao ser retirada a fonte de calor. No ponto de combustão, tem-se a menor temperatura em que um material combustível desprende gases ou vapores combustíveis que, ao se combinarem com o oxigênio comburente e uma fonte de calor, se inflamam. Neste ponto, há uma grande quantidade de gases disponíveis. Desta maneira, mesmo sendo realizado o procedimento de retirada da fonte de calor, as chamas são mantidas. O ponto de ignição conta com uma quantidade intensa de ga- ses ou vapores inflamáveis. Nessa menor temperatura do ponto de ignição, ao sofrer um aquecimento gradual, o combustível desprende gases que se inflamam só pelo contato com o oxigênio (comburente), não dependendo da presença de uma fonte de calor. Esses pontos de temperatura diferem de material para material, a Tabela 1 apresenta o ponto de ignição para diferentes materiais: Tabela 1: Temperatura de ignição para alguns dos materiais. 19 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Fonte: J.G. Quintiere, Principles of Fire Behaviorapud Carvalho et al. (2009). O material combustível pode se encontrar como sólido, líquido ou gasoso. Este último é o estado ideal para queima, o que justifica o porquê de, em sua maioria, materiais sólidos e líquidos passarem para o estado gasoso antes de se inflamarem. Incêndios: Propagação e Ocorrência Como mencionado no início deste capítulo, o incêndio pode ser caracterizado pelo fogo fora de controle e trazer desde danos materiais até danos à saúde do ser humano, dependendo de suas características. Alguns outros termos são utilizados, principalmente em se tratando de materiais instrutivos para corpos de bombeiros, para tratar incêndios. Uma dessas abordagens se refere aos chamados sinistros; dessa for- ma, trataremos no decorrer do texto esse termo num mesmo contexto. Um dos pontos-chave para os profissionais da prevenção e do combate à incêndios é o conhecimento dos meios de propagação do calor, uma vez que se trata de um dos produtos da combustão e pode causar efeitos negativos tão ou mais sérios do que a ação das chamas produzidas no incêndio. O calor é energia transferida devido a uma diferença de tempe- ratura existente, ocorrendo do meio com maior temperatura para o meio com menor temperatura (até ser atingido um equilíbrio), e existe por três formas de transferência: condução, convecção e radiação. Vamos explorar melhor cada uma delas trazendo à tona a propagação do calor pelo incêndio, como ilustra a Figura 3. 20 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Figura 5: Mecanismos de propagação do calor. Fonte: Costa, 2018. A condução, como apresentada na Figura 5 (a), dar-se-á pela transferência do calor através do objeto. Considere, por exemplo, um corpo sólido (uma barra da estrutura dos cômodos de uma casa) em contato com uma fonte de calor, as moléculas mais próximas à fonte absorverão calor e as conseguintes também por meio dos choques com estas. Segundo aborda Carvalho et al. (2009, p. 34) em seu trabalho: Em um incêndio, quanto mais intensas forem as chamas, mais calor tende a ser dissipado para os materiais próximos, agravando o sinistro, o que implica afirmar que, quanto mais tempo exposto, mais calor fluirá pela barra. Dessa forma, a resposta em um incêndio é fundamental para um socorro eficiente. Na convecção (Figura 5 (b)), a transferência de calor é permi- tida por uma massa de fluido que escoa, sendo este um líquido ou gás (fumaça, gás combustível etc.). O aquecimento das moléculas promove uma maior agitação no meio, e maior número de colisões, o que conduza uma expansão do fluido. Em casas com andares ou mais comumente em prédios, essa é a forma mais comum de propagação do calor, uma vez que a expansão ocasionada no fluido o torna menos denso, permi- tindo que ele ocupe áreas mais altas. A fumaça presente nos incêndios é um meio para transferência do calor por convecção. A Figura 5 (c) ilustra a radiação, a única forma de calor que não necessita de um meio material para se propagar. Ela é realizada por ondas de energia calorífica através do espaço. A intensidade da propa- gação do calor aumenta ou diminui à medida que o objeto se encontra próximo ou distante da fonte de calor, respectivamente. Em um incên- dio, os objetos que circundam a fonte serão atingidos pela irradiação que ocorre em todas as direções e eles absorverão o calor, um exemplo é essa transferência de um local para outro, como na Figura 5. 21 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S O incêndio apresenta vários estágios que designam o seu processo de queima: I. Fase inicial; II. Fase crescente; III. Fase de- senvolvida e IV. Fase final. Os conceitos até aqui abordados fazem parte do arsenal utilizado no reconhecimento de todas as fases por parte dos profissionais (bombeiros). O completo estudo teórico e prático permite um direcionamento mais assertivo em técnicas adequadas para combate de cada fase e, consequentemente, uma maior eficiência no combate aos vários tipos de incêndios. DINÂMICA DO INCÊNDIO Os produtos de um incêndio podem ser divididos em quatro categorias: - Gases da combustão; - Chama; - Calor e - Fumaça. Esses produtos têm uma variedade de efeitos fisiológicos nas pessoas, sendo os mais importantes as queimaduras e os efeitos tóxi- cos da inalação do ar quente e do gás (Rosa, 2015). A chama trata-se de uma energia luminosa oriunda do processo de queima de materiais em contato com o oxigênio. A propagação do incêndio, ou ainda a dinâmica do incêndio, tema explorado no subtópico anterior por meio de suas formas de pro- pagação, tem como influência diversos fatores, e as suas quatro fases de desenvolvimento apresentam características específicas, como re- sumidas no Quadro 1. Quadro 1: Resumo de algumas características das fases de um incêndio. 22 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Fonte: Adaptado de Carvalho et al. (2009). Classes dos Incêndios Toda classificação de incêndios é realizada de acordo com a natureza do material envolvido, bem como com a situação em que se apresenta. Essa abordagem é difundida com o intuito de auxiliar na iden- tificação dos métodos e ferramentas (agentes extintores) adequados no combate a cada tipo de incêndio. Dessa forma, apesar de o processo de reação em cadeia ser o mesmo em um incêndio, este é identificado e contido de acordo com o tipo de material combustível predominante, sendo possível a existência de 5 classes que envolvem combustíveis sólidos, líquidos inflamáveis, materiais/equipamentos energizados, me- tais pirofóricos, óleos e gorduras. O Quadro 2 apresenta algumas informações encontradas na lite- ratura com relação às classes de incêndio, denominadas de classe A a D para a sequência dos materiais supracitados. Os materiais relacionados a óleos e graxas estão identificados em uma classe K, prevista pela norma americana, NFPA. É importante salientar que mesmo em se tratando de uma outra classe, o combate a incêndios provocados por esses materiais pode proceder de acordo com os procedimentos abordados na classe B. O intuito dessa diferenciação na classificação decorre pelo fato de nos EUA ocorreram muitos acidentes com óleos e graxas de cozinha e a necessida- de de uma maior conscientização na prevenção desses acidentes. Quadro 2: Classes e características dos incêndios. 23 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Fonte: Adaptado de Rotondo e Liiber (2019). Ainda com relação à classe K, há outra distinção, de maneira que: A norma americana separa óleos e gorduras pelo fato de que lá existem ex- tintores específicos para óleos e gorduras diferentes dos extintores destina- dos aos demais líquidos combustíveis. Isso justifica a separação lá nos EUA. Aqui no Brasil, os extintores para óleos e gorduras não diferem dos extintores para os demais líquidos combustíveis, não havendo, portanto, razão para separá-los aqui (Ferrari Jr. et al. 2016, p. 43). 24 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Incêndio de grande proporção atinge imóvel na Zona Norte de SP Data da publicação: 24/12/2019 Fonte: (G1, 2019). Disponível em: https://g1.globo.com/sp/ sao-paulo/noticia/2019/12/24/incendio-de-grandes-proporcoes-a- tinge-imovel-na-vila-maria-na-zona-norte-de-sp.ghtml PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO O termo “extinção” diz respeito à eliminação da ocorrência da- quela combustão por meio da retirada de um dos elementos neces- sários à reação. Aqui percebe-se claramente a importância de todo o conhecimento prévio dos elementos envolvidos, pois a partir da elimina- ção ou neutralização de, pelo menos, um dos elementos envolvidos no tetraedro do fogo é possível dar início ao processo de extinção do fogo. Figura 6: Formas de extinção do fogo. Fonte: Autor, 2023. Baseando-se na eliminação ou neutralização de um ou mais elementos essenciais da combustão, métodos de extinção do fogo fo- ram desenvolvidos ao longo dos anos, e podem ser apresentados por quatro tipos, como mostra a Figura 6. Retirada do Material (Isolamento) O método por isolamento, como o próprio nome indica, trata-se do impedimento da propagação do incêndio em um dado local através da prática de isolar o material combustível ainda não atingido pelo fogo. 25 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Através dessa ação de isolamento ou controle de materiais próximos, é ocasionada uma interrupção na alimentação do incêndio e, consequen- temente, torna-se possível a sua extinção. O isolamento é um dos métodos mais simples aqui tratados, en- tretanto, essa prática, como todas as outras que serão exploradas, exige bastante cuidado por parte dos profissionais envolvidos. O isolamento traz como consequência a atuação do profissional em contato direto com o ma- terial combustível que, dependendo da proximidade com alguma fonte de calor, pode vir a entrar em ignição e provocar sérios danos. Dá-se então a importância do uso de equipamentos de proteção individual (EPI) apropria- dos, tema este que será explanado em um outro momento oportuno. A retirada do material pode ser realizada, por exemplo, pela re- moção da mobília próxima às paredes aquecidas do ambiente, de algum material que pode vir a ser fonte de combustível no local, pela criação de alguma área de isolamento em torno da área em chamas, e não somente pela retirada do material, mas também o seu controle cumpre, de forma efetiva, essa prática de isolamento, como por exemplo o fechamento de alguma válvula de combustível líquido ou gasoso ou de janelas/portas de outros cômodos subjacentes ainda não atingidos pelo incêndio. Resfriamento É o método de extinção de incêndios mais utilizado pelos bom- beiros, o qual consiste em diminuir a temperatura do material combus- tível ou ainda o arrefecer, provocando uma redução na produção e libe- ração de gases ou vapores inflamáveis por parte do material. A água é um dos agentes extintores mais utilizados no resfriamen- to - já pararam para pensar o porquê disto? A água possui uma alta capaci- dade de absorver calor, dentre outras propriedades,além de se apresentar em maior abundância na natureza. Dessa forma, de acordo com o modo e a aplicação dos chamados jatos na contenção dos incêndios pelo resfria- mento, ela poderá absorver uma quantidade de calor acima do que é pro- duzido no incêndio, provocando a diminuição da temperatura do material abaixo do seu ponto de fulgor, cessando consequentemente o incêndio. O ponto de fulgor é um dos pontos de temperatura atingidos pelos materiais no processo de combustão. Ele diz respeito à menor 26 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S temperatura na qual há liberação de gases ou vapores pelo material combustível, os quais entram em ignição quando em contato com uma fonte externa de calor. Mas, diferentemente do ponto de ignição, quando distanciada da fonte de calor, a chama não se mantém acesa. Abafamento Tendo em vista que a reação de combustão ocorre a partir do contato do material combustível com o comburente, por meio do im- pedimento da passagem do comburente, temos como consequência o processo de extinção do fogo por abafamento. Conforme já visto anteriormente, é necessária uma dada dispo- nibilidade do oxigênio para que se mantenha o fogo, dessa forma, para uma concentração em torno de 7-8%, não haverá mais combustão. O método de isolamento consiste no procedimento apresentado na Figura 2 da seção 1.2, pelo qual, após o consumo, a concentração do oxigênio se encontra num ponto insuficiente de sustentação de queima. No geral, o abafamento será mais fácil de ser utilizado quando for menor o ponto de fogo/incêndio existente. Como recursos utilizados em tal método, pode-se citar a areia, cobertores, pós, vapores de água, entre outros. Quebra da Reação em Cadeia A quebra da reação química, também conhecida por extinção química, utiliza agentes extintores que ocasionam uma redução na inte- ração do combustível e do comburente, o que impede a ocorrência de uma próxima etapa da reação em cadeia. Figura 7: Demonstração de contenção do fogo por extinção química. Fonte: Bucka Indústria e Comércio Ltda. 27 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Nesse método, sob ação do calor, o combustível desprende vapores ou gases que, ao se combinarem com o comburente, ocasio- nam uma mistura inflamável. A partir da utilização de agentes extintores específicos ao fogo, as moléculas destes sofrem dissociação provocada pela ação do calor, de maneira que, dissociadas, se combinam com a mistura inflamável até então presente, formando uma outra mistura não inflamável. (COMISSÃO TRIPARTITE, 2020). Abaixo a figura 7 que demonstra três métodos de extinção a partir da remoção de elementos: Figura 8: Extinção do fogo. Fonte: Autor 2023. - Elementos dos métodos de extinção: Resumidamente, cada método descrito apresenta um elemento como “foco” que deve ser tra- balhado para um eficiente processo de extinção de incêndios, como mostra o esquema apresentado na Figura 8. Note que, exceto pelo mé- todo da extinção química, os demais têm esse foco com um dos ele- mentos do triângulo do fogo. Figura 9: Elementos “isolados” na aplicação de cada método de extinção de incêndio. 28 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Fonte: Autor, 2023. Agentes Extintores Os agentes extintores são substâncias utilizadas no combate a incêndios, e como já mencionado, de acordo com a intensidade, ocorrên- cia, localidade, material combustível envolvido, entre outros parâmetros, essas substâncias vão da mais simples e abundante (a água), até as sintetizadas (espumas) e podem constituir as ferramentas apropriadas na ação de combate, por meio dos chamados extintores de incêndio. Cada agente extintor deve receber vistorias periodicamente a fim de garantir a eficácia de uso dos mesmos. Alguns itens a ser verificados na inspeção: - Lacre; - Pino trava ou pino de segurança; - Manômetro; - Selo Inmetro; - Identificação de manutenção e garantia dos serviços. Cada agente extintor possui suas peculiaridades e eficiência em determinada classe de incêndio. A figura 9 esquematiza e caracteri- za qual agente extintor é recomendado para determinada classe. Figura 10: Apresentação e informações sobre os agentes extintores. 29 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Fonte: Autor, 2023 (Ilustrações: Comissão Tripartite, 2023). Partindo-se do pressuposto de conhecimento da classe de in- cêndio envolvida na ocorrência os profissionais, realiza-se a identifica- ção do agente extintor mais adequado à situação, preservando vidas e impedindo de maneira assertiva a propagação das chamas. Na Figura 9, a coluna da esquerda relaciona-se à identificação dos agentes ex- tintores certificados no mercado brasileiro, que dão nome ao agente extintor que o compõem; e a da direita apresenta alguns conceitos e características interessantes de serem discutidas sobre cada um deles. 30 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 (ANO: 2022 BANCA: FGV ÓRGÃO: CÂMARA DE TAUBATÉ - SP PROVA: FGV - 2022 - CÂMARA DE TAUBATÉ - SP - SEGURANÇA LEGISLATIVO - EDITAL Nº 02) A temperatura em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que, em contato com um comburente, se inflame e mantenha-se inflamando, independentemente da exis- tência de uma fonte externa de calor, é denominada ponto de: a) Fulgor. b) Combustão. c) Ebulição. d) Ignição. e) Incandescência QUESTÃO 2 (ANO: 2022 BANCA: FGV ÓRGÃO: CÂMARA DE TAUBATÉ - SP PROVA: FGV - 2022 - CÂMARA DE TAUBATÉ - SP - SEGURANÇA LEGISLATIVO - EDITAL Nº 02) Os incêndios que envolvem madeira, papel, tecido, materiais sóli- dos em geral são classificados como: a) Classe A. b) Classe B. c) Classe C. d) Classe D. e) Classe E QUESTÃO 3 (ANO: 2018 BANCA: CESGRANRIO ÓRGÃO: TRANSPETRO PRO- VA: AUXILIAR DE SAÚDE) Para haver fogo, é necessária a presença de três elementos que formam o triângulo do fogo ou, mais modernamente, o quadrado ou tetraedro do fogo. Para extinguirmos o fogo, basta retirar um desses elementos. Quando retiramos ou reduzimos o elemento denominado de com- burente, estamos extinguindo o fogo pelo método denominado de: a) abafamento b) isolamento c) resfriamento d) sufocamento e) quebra da reação em cadeia 31 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S QUESTÃO 4 (ANO: 2019 BANCA: INSTITUTO AOCP ÓRGÃO: UFPB PROVA: AD- MINISTRADOR DE EDIFÍCIOS) Para combater um incêndio, é preciso retirar um ou mais dos ele- mentos necessários para que haja fogo. Quais são esses elemen- tos, também conhecidos como tetraedro do fogo? a) Fonte de energia, comburente, combustível e reação em cadeia. b) Resfriamento, abafamento, isolamento e química. c) Água pressurizada, água/gás, espuma química e reação em cadeia. d) Gás carbônico, pó químico, pó multiuso e pó inibidor de fogo. e) Fulgor, combustão, ignição e contenção artificial. QUESTÃO 5 (ANO: 2017 BANCA: AOCP ÓRGÃO: CÂMARA DE MARINGÁ- PR PROVA: NÃO IDENTIFICADA) Para que haja o fogo, são necessários três elementos, os quais são representados pelo “triângulo do fogo”. Considerando o exposto, quais são os elementos que compõem o triângulo do fogo? a) Calor, combustível e comburente. b) Combustível, comburente e líquido. c) Temperatura, oxigênio e calor. d) Sólido, líquido e gasoso. e) Ponto de fulgor, ponto de ignição e ponto de combustão. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE O oxigênio éo comburente muitas vezes envolvido em uma combustão, em grande parte pela sua disponibilidade no ambiente. Tomemos como exemplo uma vela exposta ao meio que recebe uma faísca. Retomando agora o caso dessa vela acesa colocada dentro de um recipiente fechado, a disponibilidade desse comburente diminui com o passar do tempo. Nes- se contexto, além do comburente já mencionado, identifique os outros dois elementos envolvidos no triângulo do fogo na combustão da vela e o méto- do de extinção que podemos listar como aliado nesse processo específico. TREINO INÉDITO À medida que o material combustível vai sendo aquecido, ele libera gases ou vapores inflamáveis que em um dado estágio se combi- nam com o oxigênio resultando na combustão. Essa reação pode ser o start, que a depender do local, pode ocasionar um descontro- le do fogo, ou seja, um incêndio de classe A, B, C, D, E ou K. A se- quência correta dos pontos de temperaturas na reação em cadeia e a cor da fumaça para incêndio de classe A é apresentada em: 32 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S a) Ponto de fulgor, ignição e combustão com fumaça branca ou cinza clara. b) Ponto de fulgor, combustão e ignição com fumaça branca ou cinza clara. c) Ponto de fulgor, combustão e ignição com fumaça preta ou cinza escura. d) Ponto de ignição, fulgor e resfriamento com fumaça preta ou cinza clara. e) Ponto de combustibilidade, combustão e ignição com fumaça amare- la ou vermelha. NA MÍDIA INCÊNDIO EM UMA FÁBRICA DE COLCHÕES – AGENTE EXTIN- TOR: ÁGUA. Um incêndio de grande proporção atingiu, no ano de 2023, uma fábrica de colchões, em Curitiba. O material provocou fumaça densa e tóxica, mas as chamas foram controladas. Ninguém se feriu. Sete caminhões e três equipes de bombeiros atuaram para conter as chamas. Foram necessários 20 mil litros de água para controlar o incêndio. Fonte: (G1, 2023). Disponível em: https://g1.globo.com/pr/parana/noti- cia/2023/02/01/incendio-destroi-fabrica-de-colchoes-em-curitiba.ghtml NA PRÁTICA Para uso adequado do extintor, os procedimentos a serem seguidos para operacionalizar o combate a incêndios (em residências, veículos etc.) devem ser: - Verificação das condições do extintor; -Transporte do extintor até o local de ocorrência do fogo, a partir da alça de transporte ou das rodinhas (extintor sobre rodas); -Rompimento do lacre e retirada do pino de segurança e/ou abertura da válvula de pressurização; -Posicionamento do extintor a favor do vento e uso da mangueira próxi- mo ao foco do incêndio; - Acionamento do gatilho e cobertura de toda a chama com o jato, cui- dadosamente com ataque à base do fogo. PARA SABER MAIS Filmes/vídeos sobre o assunto: Prevenção e Combate a Incêndios (Au- las 1 a 3), 2019. Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=EAOgEmyQgn0&lis- t=PLXa8bss7kcCyGuybTc_B5H625R6H6tjSU 33 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S DEFINIÇÕES GERAIS E LEGISLAÇÃO FEDERAL Quando pensamos na segurança contra incêndio é inevitável pensarmos que os profissionais responsáveis e envolvidos nessa área são os bombeiros militares. De fato, eles são; mas a segurança contra incêndio se inicia antes mesmo do envolvimento desses profissionais, pois deve ter seu start na fase de planejamento do projeto de constru- ção do imóvel, independentemente de sua classificação. Para além do estudo ergonômico, estrutural e visual presente em uma construção, o profissional da arquitetura ou da engenharia, por exemplo, deve abranger os quesitos da segurança contra incêndio com o intuito de evitar ao máximo a sua ocorrência na edificação e, caso ocorra, que o planejado e projetado permita a saída das pessoas que LEGISLAÇÃO, NORMAS E INSTRUÇÕES LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S 33 34 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S estiverem no imóvel em segurança, minimizando o risco de morte das pessoas expostas ao incêndio, bem como os danos ao patrimônio. No tocante a esse assunto, têm-se as leis, regulamentações e normas, conceitos de suma importância para o entendimento do abor- dado neste capítulo. Como uma apresentação do que seria a lei: Pode-se dizer que a lei, em sua essência, stricto sensu, nasce de um processo de aprovação próprio do Poder Legislativo, a quem compete, precipuamente, o poder de legislar, em nome do povo que representa, seja no âmbito federal, estadual ou municipal. De acordo com o art. 59 da Constituição Federal, o pro- cesso legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição; Leis Complementares; Leis Ordinárias; Leis Delegadas; Medidas Provisórias; De- cretos Legislativos e Resoluções (DUARTE apud LUGON ET AL, 2018, p. 32). O objetivo da criação da lei, ou ainda desse conjunto de diretri- zes, compete em manter a ordem na sociedade, em atenção aos seus direitos, tendo caráter imperativo e obrigatório. Diferentemente das leis, as normas, que trazem em seus esco- pos a criação de diretrizes ou regras sobre um determinado produto ou serviço, como por exemplo a norma que rege a fabricação de um pro- duto de proteção, tem sua elaboração por parte de entidades privadas a fim de aplicar diretrizes de conformidade, métodos de fabricação, entre outros quesitos de interesse. As normas podem ser encontradas em todos os patamares de organização e trazem um papel importante para o desenvolvimento de empresas e consequentemente do país. Normas de segurança e saúde no trabalho são das mais usuais no contexto empresarial, ou ainda se- gundo sua nomenclatura, as normas regulamentadoras (NR ou NRs). O Quadro 3 apresenta as principais diferenças entre as NR e NBR, inclusive no que tange à obrigatoriedade delas. Como as NR são aprovadas por órgãos governamentais, apresentam obser- vância obrigatória, principalmente em locais que regem seus fun- cionários pela consolidação das leis de trabalho. A literatura traz pontos interessantes sobre uma hierarquia en- volvida no âmbito das leis, de modo que o vértice da chamada “pirâmide de Kelsen” é a Constituição Federal, estando as outras leis abaixo dela. A hierarquia apresentada para as normas versa sobre seus dois tipos: 35 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S as Normas regulamentadoras (NR) e as Normas brasileiras (NBR). Quadro 3: Resumo e especificidades: NR e NBR. Fonte: Autor, 2023. Os conceitos apresentados são de grande valia para um melhor entendimento da atuação de cada instância em nossa Constituição Fede- ral, no entanto, quando visto de um menor ângulo, voltado à legislação de segurança contra incêndio, este cenário se apresenta de forma distinta. Segundo aborda Ono (2014), o cenário atual é agravado devi- do à falta de legislação ou regulamentação de âmbito nacional relacio- nada à proteção de edificações no país, bem como pela ausência de fiscalização de órgãos responsáveis pela garantia mínima de segurança às edificações novas e também já existentes. Nesse contexto, o que tem se estabelecido na segurança con- tra incêndios são as legislações dos estados, através de seus respecti- vos corpos de bombeiros e dos municípios. Das normas regulamentadoras do ministério do trabalho e em- prego (MTE), que totalizam 38 NR (a 38° diz respeito à segurança e saúde no trabalho das atividades de limpeza urbana e manejo de re- síduos sólidos 12/2022), que apresentaram itens da segurança; a NR 23 traz especificamente a proteção contra incêndios. Observe alguns parágrafos a seguir. - NR 23: Proteção contra incêndios (gov.br/trabalho-e-previ-dencia): Publicação D.O.U. Porta- ria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78 36 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Alterações/Atualizações D.O.U. Porta- ria SNT nº 06, de 29 de outubro de 1991 31/10/91 Portaria SNT nº 02, de 21 de janeiro de 1992 22/01/92 Portaria SIT nº 24, de 09 de outubro de 2001 01/11/01 Portaria SIT nº 221, de 06 de maio de 2011 10/05/11 Portaria MTP nº 2.769, de 05 de setembro de 2022 06/09/22 (Redação dada pela Portaria MTP nº 2.769, de 05 de setembro de 2022) 23.1 Objetivo 23.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece medidas de preven- ção contra incêndios nos ambientes de trabalho. 23.2 Campo de aplicação 23.2.1 As medidas de prevenção estabelecidas nesta NR se aplicam aos estabelecimentos e locais de trabalho. 23.3 Medidas de prevenção contra incêndios 23.3.1 Toda organização deve adotar medidas de prevenção contra incên- dios em conformidade com a legislação estadual e, quando aplicável, de for- ma complementar, com as normas técnicas oficiais. 23.3.2 A organização deve providenciar para todos os trabalhadores infor- mações sobre: a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; b) procedimentos de resposta aos cenários de emergências e para evacuação dos locais de trabalho com segurança; e c) dispositivos de alarme existentes. 23.3.3 Os locais de trabalho devem dispor de saídas em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança em caso de emergência. 23.3.4 As aberturas, saídas e vias de passagem de emergência devem ser identificadas e sinalizadas de acordo com a legislação estadual e, quando aplicável, de forma complementar, com as normas técnicas oficiais, indican- do a direção da saída. 23.3.4.1 As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser mantidas de- sobstruídas. 23.3.5 Nenhuma saída de emergência deve ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho. 23.3.5.1 As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil abertura do interior do estabelecimento. Alguns autores, a exemplo de seito, abordam em seus traba- lhos a necessidade de atualização das NR com o intuito de promover uma base mais consolidada aos profissionais (engenheiros, fiscais do ministério do trabalho, entre outros) no que tange à atuação na segu- rança contra incêndio. O Quadro 4 apresenta alguns sinistros de grande porte, que se transformaram em dados consideráveis de vítimas e destruição do patrimônio, muitas vezes devido à não atenção ao quesito segurança contra incêndio. 37 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Quadro 4: Listagem de alguns grandes incêndios no Brasil, décadas de 60 e 70. Fonte: Autor, 2020 (Dados: Seito, 2008). A ocorrência desses e outros incêndios em nossa história des- pertou uma maior atenção à importância da SCI ao longo dos anos. Nesse contexto, leis estaduais e decretos surgem como ferramentas que estabelecem “o que fazer” ou ainda, normas, atribuições em aten- ção à proteção e preservação da vida e dos bens, enquanto as chama- das instruções técnicas (IT’s) apresentam o “como fazer”. Diante do exposto, o presente capítulo apresentará a legisla- ção brasileira direcionada para temas de segurança contra incêndio e pânico, dividindo-se em dois entendimentos: - Estadual Normas dos decretos e normas técnicas do Corpo de Bombei- ros: abrange as exigências das medidas de SCI nas edificações e nas áreas de risco e regulamentam as regras para execução e implantação das medidas de segurança, respectivamente; - Normas ABNT Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técni- 38 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S cas e normas complementares: com medidas de segurança e diretrizes de execução. LEGISLAÇÕES ESTADUAIS Definições Gerais As Legislações de segurança contra incêndio e pânico São do- cumentos normativos criados pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Civil para que as instalações/áreas de riscos tenham segurança do local e dos trabalhadores. Elas contêm as exigências com informações de se- gurança contra incêndio e pânico e as regras para execução das medidas de segurança. Os Objetivos da Legislação que abrange a segurança con- tra incêndio e pânico são, de acordo com Corpo de Bombeiros-SP (2020): I – proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio; II – dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio; III – proporcionar meios de controle e extinção do incêndio; IV – dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros; e V – proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações e áreas de risco. Em se tratando da legislação estadual, teoricamente, devem existir 26 regulamentos mais um (do Distrito Federal) instituídos pelos decretos, visto que a legislação deve ser elaborada para cada estado por meio do Corpo de Bombeiros do local. As diretrizes dos decretos estaduais são criadas de acordo com as condições específicas de cada estado. Os decretos do Brasil geralmente têm como base os decretos do Estado de São Paulo, que têm 45 instruções técnicas revisadas e atualizadas a cada 5 anos. Es- sas instruções são regras para orientação na realização de vistorias, fiscalizações, liberação de instalações/áreas de riscos sob o ponto de vista da segurança em relação a incêndios e pânico, a serem executa- das pelo Corpo de Bombeiros. Normas dos Decretos Estaduais A originária regulamentação sobre segurança contra incêndio no Brasil surgiu após a ocorrência dos incêndios dos edifícios Andraus 39 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S e Joelma (Figura 10), em São Paulo entre 1972 e 1974. Os Acidentes nos edifícios levaram a um levante sobre cuida- dos preventivos de incêndios em estruturas e, com isso, o Corpo de Bombeiros de São Paulo firmou normas sobre o tema. Figura 11: Incêndio em São Paulo nos edifícios (a) Andraus e (b) Joelma. Fonte: CBPMSP - IT Nº 02, 2018. As lições retiradas dos eventos nos edifícios citados com sinis- tros segundo Lisboa (2017), são: - Necessidade de se garantir a segurança contra incêndio nas edificações urbanas; - Premência de uma legislação adequada; - Provisão de engenharia e arquitetura de melhor desempenho no planejar e implementar; - Educação preventiva; - Regulamentação securitária que incentive a proteção contra incêndio; - Exigência da Susep que obrigue a contratação de engenhei- ros de segurança. Como ferramenta voltada à orientação, de como devem ser implementadas as medidas de segurança contra incêndios, corpos de bombeiros de todo o Brasil tem dado ênfase à criação de instruções técnicas (IT), que também podem ser encontradas na literatura por ou- tra terminologia, a serem adotadas pelo estado, a exemplo de norma de procedimento técnico (NPT), instrução normativa (IN), entre outros. Na década de 90, o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo - CBPMSP outorgou uma instrução técnica exi- 40 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S gindo que fossem avaliadas a resistência e a segurança de projetos de estruturas contra incêndios (USP, 2010). Essas instruções abordamas exigências para a segurança e prevenção de sinistros nas instalações/ áreas de riscos. Hoje é fornecida uma lista de 45 Instruções Técnicas - IT, outorgadas e renovadas, como apresenta o Quadro 5: Quadro 5: Instruções Técnicas do CBPMSP 41 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A SFonte: CBPMSP, 2023. As instruções Técnicas do Corpo de Bombeiro são estadu- ais,ou seja, cada estado tem sua legislação e exigências. É possível ter acesso e download pelo site dos Bombeiros Militares dos Estados vigentes. Segue o link para acesso às ITs do estado de Minas Gerais. Acesse o link: https://www.bombeiros.mg.gov.br/normas- tecnicas Decretos Bases para Vistorias Com as instruções técnicas, as empresas têm todo o embasa- mento para implantar projetos de segurança contra incêndio. O Corpo dos Bombeiros é responsável pelas vistorias nas instalações/áreas de riscos, emitindo documento que aprova a vistoria realizada nas instala- ções/áreas de risco em relação à conformidade com as diretrizes das Instruções Técnicas de segurança e prevenção de incêndios. 42 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S No Quadro 6, apresentam-se os casos em que há e não há obrigatoriedade de ter o AVCB. Quadro 6: Casos obrigatórios/não obrigatórios para ter AVCB. Fonte: Adaptado de Bombeiros, AVCB, 2023 Para ocupações mistas que não sejam separadas por com- partimentação, a exigência a ser seguida é de acordo com a de maior risco. Às ocupações mistas que sejam separadas por comparti- mentação aplicam-se às exigências de cada risco específico. Caso ocorra, durante o Auto de vistoria do Corpo de Bombei- ro (AVCB), irregularidades, a instalação recebe um prazo para corrigir as eventuais não conformidades dos seus itens de segurança contra incêndio. Caso passe o prazo e permaneça com as irregularidades, o Corpo de Bombeiros pode interditar temporariamente o local, aplicar advertência, multa e/ou cassação da licença de funcionamento. Desimone (2020) destacou no artigo os itens que devem estar atualizados para se obter o AVCB, a seguir: - Atestado de Brigada de Incêndio: capacitação que o local deve oferecer periodicamente, caso tenha exigência no PSCIP – Plano de Segurança contra Incêndio e Pânico. - ART dos Para-Raios: a medição do aparelho deve ser feita anualmente. - ART das instalações de gás: manutenção e vistoria se a tu- bulação não apresenta vazamentos e se está funcionando a contento. - Laudo elétrico: documento que atesta condições adequadas das instalações elétricas do local. - Atestado dos sistemas de combate a incêndio: verifica itens 43 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S de segurança como hidrantes, extintores, corrimãos, sinalização de emergência, portas corta-fogo etc. - CMAR (Controle de Materiais de Acabamento e Revestimen- to): materiais antichama na alvenaria dos depósitos e instalações. - Abrangência do grupo-gerador: atestado que comprova que o aparelho se encontra em funcionamento. - Atestado da escada pressurizada: ter os sistemas com manu- tenção preventiva. NORMAS TÉCNICAS – BRASIL E OUTROS PAÍSES Como apresentado na seção 2.1 deste capítulo, além das NR do Ministério do Trabalho e Emprego, tem-se a consolidação por parte da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) de normas brasi- leiras voltadas à segurança contra incêndio, que serão abordadas mais detalhadamente nesta seção. Normalização em Segurança e Combate a Incêndio O processo de normalização data dos primórdios da civilização, sendo cada vez mais requisitada com a evolução dos tempos, como exemplo de prática da normalização e padronização, podemos falar so- bre a necessidade de padrão no comportamento social, passando pelo estabelecimento dos pesos e medidas no comércio, e despertando o interesse da civilização na normalização dos serviços e produtos. Como objetivos da normalização, podemos citar: simplificação, segurança, proteção ao consumidor, proteção à economia, por meio dessa sistematização que, segundo CNI (2002) apud Silva (2003), pode ter seu benefício caracterizado por duas formas: - Qualitativos: como benefícios que não podem ou são dificil- mente mensurados, sendo analisados pelo valor que agregam, fatores envolvidos, entre outros, isto é: - Melhora na segurança do pessoal; - Maior controle de processos e produtos; - Uso racional do tempo. - Quantitativos: como benefícios que podem ser mensurados ao serem observados, como: melhora na produtividade, melhora na qualidade dos produtos e serviços, melhor comunicação entre cliente e empresa e redução do desperdício. 44 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Normas Brasileiras - ABNT As normas técnicas atendem aos princípios da normalização, e por isso são aprovadas por um organismo de normalização reconheci- do (quer seja nacional, regional ou internacional), e fornecem diretrizes para utilização de um dado serviço, produto, processo, objetivando um grau ótimo. Nesse contexto, a ABNT surge como alguns dos conceitu- ados órgãos de normalização nacional, sendo estas normas nacionais obtidas de um consenso mútuo entre o governo, indústrias, comunidade científica e consumidores. A ABNT trata-se de um fórum responsável pela normalização técnica no Brasil, sem fins lucrativos, ligado ao desenvolvimento tecno- lógico no país. Tendo uma estrutura interna formada pelos comitês bra- sileiros (CB) e tipos de normas técnicas elaboradas, em sua estrutura, a ABNT conta com o CB-024 referente ao comitê brasileiro de segurança contra incêndio. Figura 12: Classificação dos tipos de NBR. Fonte: Autor, 2023. O Quadro 7 aborda uma listagem de normas brasileiras que envolvem itens da segurança de incêndio, com destaque para NBR 15219 referente a quesitos para o Plano de emergência contra incêndio, tema também explorado no Capítulo 3. 45 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Quadro 7: Algumas NBRs e suas especificações. 46 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S Fonte: Autor (2023). O Quadro acima não apresenta todas as normas destinadas à proteção contra incêndios presentes na ABNT, mas a consulta a todas elas podem ser realizadas por uma busca rápida em torno de trabalhos na área. De todo modo, sua maioria é abordada aqui, as NBR vêm sendo trabalhadas para atender cada quesito presente desde o planejamento de alguma edificação à execução, envolvendo sistemas de detecção e alarme, saídas de emergência, hidrantes, extintores referentes a todas as classes de incêndio, veículos para atendimento a emergências, resgate. É importante salientar que apesar dessa base sólida existente em 47 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S normas técnicas de prevenção e combate a incêndios, revisões e novas publicações são realizadas sistematicamente, segundo aponta a ABNT, em sua matéria “Por mais segurança contra incêndio”. Exemplos recentes de publicações (ano 2021 e 2022) de normas do ABNT/ CB-024 foram: - ABNT NBR 15661:2021: Proteção contra incêndio em túneis rodoviários e urbanos - ABNT NBR 15281:2021: Porta resistente ao fogo para entra- da de unidades autônomas e compartimentos específicos de edificação - ABNT NBR 14608: 2021: Bombeiro civil - Requisitos e proce- dimentos - ABNT NBR 14277: 2021:Instalações e Equipamentos para treinamento de combate a incêndio - Requisitos e procedimentos - ABNT NBR 12693: 2021: Sistemas de proteção por extintores de incêndio - ABNT NBR 6479: 2022: Portas e vedadores - Ensaio de re- sistência ao Fogo - ABNT NBR 9493: 2022: Extintor de incêndio classe A- Ensaio de fogo em engradado de madeira Normas Internacionais No decorrer do presente capítulo foi possível perceber a impor- tância da existência de regulamentos e leis que abordam a segurança contra incêndio. Na ausência destes a nível nacional, ferramentas fun- damentais para medidas de segurança contra incêndio são apresenta- das na forma de leis de estados e municípios, bem como por meio de instruções técnicas do Corpo de Bombeiros. Nesse contexto, normas que também podem vir a auxiliar pro- fissionais envolvidos na área são as internacionais, a exemplo da regu- lamentação que aborda a gestão de fumaça em edificações. As normas internacionais são diversas, motivo pelo qual não serão descritas aqui, mas o final do presente capítulo apresenta links para acesso e consulta delas. Algumas associações internacionais são resumidamente apresentadas como segue. - The International Association for Fire Safety Science (IAFSS): Como o próprio nome induz, a associação traz como objetivo principal o encorajamento na pesquisa sobre prevenção de incêndios e redução dos efeitos da ocorrência destes; - National Fire Protection Association (NFPA): Trabalha a ideia de minimização das perdas advindas de incêndios fornecendo código, normas, pesquisa, educação e treinamento; 48 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S - Society of Fire Protection Engineers (SFPE): Essa associa- ção de engenheiros de proteção contra incêndio traz à tona o estudo da ciência e prática na SCI de maneira a disseminar a educação nesta engenharia, a de segurança e proteção a incêndios; - Fire Protection Association (FPA): tem como missão a busca na qualidade de pessoas, propriedades, negócios e meio ambiente, traba- lham auxiliando profissionais da SCI, alertando para os perigos de incên- dios, dentre outros serviços como consultoria e treinamento, por exemplo. 49 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 (ANO: 2016 BANCA: ESAF ÓRGÃO: FUNAI PROVA: ENGENHEIRO CIVIL) Segundo a NBR 9077 (ABNT, 2001), saídas de emergência em edi- fícios, as antecâmaras de escadas enclausuradas devem ter, res- pectivamente, pé-direito mínimo e comprimento mínimo de: a) 2,6m e 1,8m. b) 2,4m e 1,8m. c) 2,5m e 2,0m. d) 2,5m e 1,8m. e) 2,8m e 2,2m. QUESTÃO 2 (ANO: 2015 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-SP PROVA: ENGENHEIRO MECÂNICO) Um prédio da Defensoria Pública do Estado de São Paulo de cin- co pavimentos recém-construídos está em fase de liberação para ocupação. Cabe ao gestor da Defensoria Pública, que acompanhou as várias fases da reforma da obra, avaliar se os quesitos relativos aos Sis- temas de Hidrantes e de Mangotinhos para combate a incêndio es- tão adequados. Ao se avaliar os tubos de descida do reservatório elevado para abastecer o sistema de hidrantes ou de mangotinhos, segundo a NBR 13714, deve-se verificar se está provido de válvula: a) de retenção com passagem livre no sentido sistema-reservatório e válvula de escorva. b) de alívio e válvula borboleta. c) de gaveta e válvula de retenção com passagem livre no sentido re- servatório-sistema. d) Globo angular e válvula de esfera. e) de pressão e válvula de crivo. QUESTÃO 3 (ANO: 2018 BANCA: PR-4 UFRJ ÓRGÃO: UFRJ PROVA: ENGE- NHEIRO CIVIL) A NR-23 dispõe que as empresas deverão possuir proteção con- tra incêndio, saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, equipamento suficiente para combater o fogo em seu início e pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos. Sobre a proteção contra incêndios, conforme estabelecido nesta 50 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S norma reguladora, assinale a afirmativa correta. a) Escadas em espiral, de mão ou externas de madeira, serão conside- radas partes de uma saída. b) A largura das aberturas de saída deverá ser de, no mínimo, 1,00 m. c) As portas de emergência poderão ser fechadas pelo lado externo fora do horário de trabalho. d) As saídas e as vias de circulação podem comportar escadas e degraus. e) As distâncias a serem percorridas até as saídas não podem ser supe- riores a 15 m (risco grande) e 30 m (risco médio ou pequeno). QUESTÃO 4 (ANO: 2018 BANCA: PR-4 UFRJ ÓRGÃO: UFRJ PROVA: ENGE- NHEIRO CIVIL) De acordo com a NBR 12.693/2021 (Sistema de Proteção por Ex- tintor de Incêndio), o fogo pode ser classificado em CLASSE A, CLASSE B e CLASSE C, e as edificações podem ser classificadas em RISCO BAIXO, RISCO MÉDIO E RISCO ALTO. De acordo com a norma citada, assinale a alternativa correta que descreve a CLAS- SE A e o RISCO BAIXO, respectivamente. a) CLASSE A: Fogo em materiais combustíveis sólidos, que queimam em superfície e profundidade através do processo de pirólise, deixando resíduos. RISCO BAIXO: Edificações e áreas de risco com carga de incêndio específica até 300 MJ/m² e líquidos combustíveis com volume menor que 3,6 L. b) CLASSE A: Fogo em materiais combustíveis sólidos, que queimam em superfície e profundidade através do processo de pirólise, não dei- xando resíduos. RISCO BAIXO: Edificações e áreas de risco com carga de incêndio específica até 300 MJ/m² e líquidos combustíveis com volu- me maior ou igual a 7,2 L. c) CLASSE A: Fogo em materiais, equipamentos e instalações elétricas energizadas. RISCO BAIXO: Edificações e áreas de risco com carga de incêndio específica até 300 MJ/m² e líquidos combustíveis com volume menor que 3,6 L. d) CLASSE A: Fogo em materiais combustíveis sólidos, que queimam em superfície e profundidade através do processo de pirólise, não dei- xando resíduos. RISCO BAIXO: Edificações e áreas de risco com carga de incêndio específica até 500 MJ/m² e líquidos combustíveis com volu- me menor que 7,2 L. e) CLASSE A: Fogo em combustíveis sólidos que liquefazem com a ação do calor, como graxas, substâncias líquidas que evaporam e ga- ses inflamáveis, que queimam somente em superfície, podendo ou não deixar resíduos. RISCO BAIXO: Edificações e áreas de risco com carga 51 LE G IS LA Ç Ã O , N O R M A S , P R O JE TO S E P LA N O S D E E N G E N H A R IA E M S C I - G R U P O P R O M IN A S de incêndio específica até 300 MJ/m² e líquidos combustíveis com volu- me menor que 3,6 L. QUESTÃO 5 (ANO: 2018 BANCA: PR-4 UFRJ ÓRGÃO: UFRJ PROVA: ENGE- NHEIRO CIVIL) A NBR 9077/2001 (Saída de Emergência em Edifícios) fixa condi- ções exigíveis que a edificação deve possuir para permitir que, em caso de incêndio, a população ocupante possa abandoná-la com a sua integridade física protegida, bem como o acesso do auxílio externo seja facilitado. Com base nesta norma reguladora, assinale a afirmativa correta. a) Em edificações térreas, pode ser considerada como saída, para efei- to da distância máxima a ser percorrida, qualquer abertura, sem grades fixas, com peitoril, tanto interna como externamente, com altura máxima de 0,90 m, vão livre com área mínima de 1,00 m² e nenhuma dimensão inferior a 1,00 m. b) A unidade de passagem é a largura mínima para a passagem de uma fila de pessoas, sendo fixada em 0,50 m. c) Em salas com capacidade acima de 150 pessoas e nas rotas de saída de locais de reunião com capacidade acima de 150 pessoas, as portas de comunicação com os acessos, escadas e descarga devem ser dotadas de ferragem do tipo antipânico, conforme NBR 11785. d) Sobre o dimensionamento da largura das saídas, as escadas, rampas e descargas são dimensionadas