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<p>2</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3</p><p>2 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES ................................. 4</p><p>2.1 Fogo ......................................................................................................... 4</p><p>2.2 Incêndio .................................................................................................... 7</p><p>2.3 Explosão................................................................................................... 9</p><p>3 NORMAS E REGULAMENTAÇÕES DE SEGURANÇA CONTRA</p><p>INCÊNDIO .................................................................................................... 11</p><p>3.1 Norma Regulamentadoras nº 20 (NR-20) e nº 23 (NR - 23) .................. 15</p><p>4 TÉCNICAS DE COMBATE A INCÊNDIO ................................................. 18</p><p>4.1 Extintores ............................................................................................... 20</p><p>4.2 Alarme de incêndio ................................................................................. 22</p><p>4.3 Hidrante e mangotinhos ......................................................................... 23</p><p>4.4 Chuveiros automáticos (Sprinklers) ........................................................ 25</p><p>4.5 Iluminação de emergência ..................................................................... 27</p><p>4.6 Sinalização de emergência .................................................................... 28</p><p>4.7 Plano de Emergência ............................................................................. 29</p><p>4.8 Reserva Técnica de água para combate a incêndio .............................. 33</p><p>4.9 Papel da segurança do trabalho no combate a incêndio ........................ 35</p><p>4.10 Redução das consequências de grandes incêndios e explosões ...... 37</p><p>5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 41</p><p>3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Prezado aluno!</p><p>O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante</p><p>ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -</p><p>um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma</p><p>pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum</p><p>é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a</p><p>resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas</p><p>poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em</p><p>tempo hábil.</p><p>Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa</p><p>disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das</p><p>avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que</p><p>lhe convier para isso.</p><p>A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser</p><p>seguida e prazos definidos para as atividades.</p><p>Bons estudos!</p><p>4</p><p>2 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES</p><p>A segurança contra incêndios serve à sociedade para minimizar o risco à vida</p><p>e ao patrimônio. Por isso, para a rápida desocupação do ambiente e controle das</p><p>chamas, evitando sua propagação, são adotados certos parâmetros nos projetos</p><p>exigidos por normas, decretos e leis, o que chamamos de proteção contra incêndios</p><p>e explosões, que vai desde a prevenção até técnicas de controle. Portanto, entender</p><p>o que é o fogo, o que é uma explosão e o que fazer quando a ocasião for de sinistro,</p><p>é de tudo imprescindível, e por isso nesta apostila o leitor será levado a estes</p><p>conhecimentos (teóricos).</p><p>2.1 Fogo</p><p>A possibilidade de controlar do fogo mudou o curso da evolução humana,</p><p>permitindo que nossos ancestrais se mantivessem aquecidos, cozinhassem</p><p>alimentos, afastassem predadores e se aventurassem em climas severos. Também</p><p>teve importantes implicações sociais e comportamentais, incentivando grupos de</p><p>pessoas a se reunirem e ficarem acordados até tarde. Apesar da importância de</p><p>acender chamas, quando e onde os ancestrais humanos aprenderam a fazê-lo</p><p>continua sendo um assunto de debate e especulação. Segundo Rosa (2015, p.7):</p><p>O nosso planeta já foi uma massa incandescente, que passou por um</p><p>processo de resfriamento, até chegar à formação que conhecemos.</p><p>Dessa forma, o fogo existe desde o início da formação da Terra,</p><p>passando a coexistir com o homem depois do seu aparecimento.</p><p>Presume-se que os primeiros contatos, que os primitivos habitantes</p><p>tiveram com o fogo, foram através de manifestações naturais como os</p><p>raios que provocam grandes incêndios florestais. Na sua evolução, o</p><p>homem primitivo passou a utilizar o fogo como parte integrante da sua</p><p>vida. O fogo colhido dos eventos naturais e, mais tarde, obtido</p><p>intencionalmente através da fricção de pedras, foi utilizado na</p><p>iluminação e aquecimento das cavernas e no cozimento da sua</p><p>comida. Desde que o homem descobriu o fogo, a sua aplicação em</p><p>muitas áreas tem sido relevante. O fogo tem contribuído para o avanço</p><p>da humanidade, sendo que o desenvolvimento tecnológico surgiu com</p><p>a sua descoberta.</p><p>5</p><p>Lopes (2007) explicam que existem alguns elementos essenciais para</p><p>formação do fogo que são o calor, combustível e o oxigênio, sendo chamado de</p><p>“Triângulo do fogo” (vide fig. 1). Assim, o fogo é um processo químico e não ocorrerá</p><p>se: não estiver combustível presente, ou estando sendo em pequena quantidade; não</p><p>estiver presente o oxigênio, ou em quantidade insuficiente; e se a fonte de ignição</p><p>(calor) não é energética o suficiente para iniciar o fogo.</p><p>Figura 1 – Triângulo do Fogo</p><p>Fonte: shre.ink/mg5r</p><p>Conforme os estudos de Flores, Ornelas e Dias (2016), o combustível é todo</p><p>material sólido, líquido ou gasoso capaz de queimar e propiciar a propagação de fogo.</p><p>Dentre os materiais sólidos combustíveis, estão a madeira, o papel, o algodão, entre</p><p>outros. Já os combustíveis líquidos podem ser divididos em voláteis, ou seja, aqueles</p><p>desprendem gases inflamáveis à temperatura ambiente, como álcool e éter, e não</p><p>voláteis, como óleo e graxa. Dentre os combustíveis gasosos, podemos citar o etano</p><p>e propano, entre muitos outros.</p><p>Ainda de acordo com os autores, o comburente é o elemento ativador do fogo,</p><p>que se combina com os vapores inflamáveis dos combustíveis, permitindo a existência</p><p>das chamas e possibilitando a expansão do fogo. O oxigênio é o comburente mais</p><p>comum, uma vez que sua presença é constante no ar atmosférico (21%), sendo que</p><p>o mínimo necessário para sustentar a combustão é 9% .</p><p>6</p><p>Por fim, os autores conceituam o calor como uma forma de energia produzida</p><p>pela combustão ou originada do atrito entre corpos, sendo o elemento que dá início</p><p>ao fogo e que permite sua propagação. Pode ser uma faísca, uma fagulha ou até uma</p><p>descarga atmosférica. Os combustíveis, após iniciarem a combustão, geram mais</p><p>calor, que provocará o desprendimento de mais gases ou vapores combustíveis,</p><p>desenvolvendo uma transformação em cadeia.</p><p>O fogo pode se propagar pelo contato da chama com outros combustíveis,</p><p>mediante o deslocamento de partículas incandescentes ou pela ação do calor. Esta</p><p>última ocorre porque, para se atingir o equilíbrio térmico em determinado ambiente,</p><p>pressupõe-se a transferência de calor entre os objetos de maior para os de menor</p><p>temperatura (FLORES; ORNELAS; DIAS, 2016).</p><p>Nesse caso, existem três processos de transmissão: condução, convecção e</p><p>irradiação, observe a imagem abaixo (Fig.2):</p><p>Figura 2 – Processos de transmissão do fogo</p><p>Fonte: shre.ink/mgHs</p><p> A condução: forma pela qual o calor é transmitido através do próprio</p><p>material.</p><p> Convecção: o calor é transmitido através de uma massa de ar aquecida.</p><p>7</p><p> Irradiação: quando o calor é transmitido por ondas caloríficas através do</p><p>espaço, sem utilizar</p><p>A Segurança Contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008.</p><p>CAMISASSA, Mara Q. Segurança e Saúde no Trabalho - NRs 1 a 37 Comentadas</p><p>e Descomplicadas. Grupo GEN, 2020.</p><p>CARDELLA, Benedito. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes, 2ª</p><p>edição. Grupo GEN, 2016.</p><p>CASAGRANDE, A. S. Estudo das cargas impulsivas com ênfase em explosões:</p><p>estratégias de análises utilizando métodos numéricos. Porto Alegre, 2006.</p><p>CONTERATO, E. Instalações hidráulicas – Porto Alegre: SAGAH, 2017.</p><p>CREDER, H. Instalações hidráulicas e sanitárias. 16ª ed. Rio de Janeiro: LTC,</p><p>Livros técnicos e científicos Editora S.A., 2017.</p><p>FLORES, B. C.; ORNELAS, É. A.; DIAS, L. E. Fundamentos de combate a incêndio:</p><p>manual de bombeiros. Goiânia: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás: 2016.</p><p>GONÇALVES, O. M.; GUIMARÃES, A. P.; OLIVEIRA, L. H. Sistemas de Combate a</p><p>Incêndio com Água. In: SEITO, A. I. (coord.) et al. A Segurança Contra incêndio no</p><p>Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008.</p><p>GRABASCK, Jaqueline R. et al. Instalações Hidrossanitárias, de Gás e Combate a</p><p>Incêndios. Grupo A, 2021.</p><p>JÚNIOR, R. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 11. ed. São Paulo:</p><p>Blucher, 2017.</p><p>KNAUSS, Paulo. A cidade como sentimento - história e memória de um acontecimento</p><p>na sociedade contemporânea - o incêndio do Gran Circus Norte Americano em Niterói,</p><p>1961. Revista Brasileira de História, volume 27, nº 53, São Paulo, 2007.</p><p>43</p><p>KANESHIRO, P. J. I. Modelagem de sistemas de proteção técnica contra incêndio</p><p>em edifícios inteligentes através da rede de Petri. 2006. 132 f. Dissertação</p><p>(Mestrado em Educação Física) - Pós-Graduação em Educação Física, Universidade</p><p>Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2006.</p><p>LOPES, Luís Cláudio Oliveira. Proteção contra incêndios e explosões. [S.I.], 2007.</p><p>PANNONI, F. D.; SILVA, V. P. Engenharia de Segurança Contra Incêndio. São</p><p>Paulo: Projeto Editora, 2008. p. 411- 446.</p><p>ROSA, R. C. Apostila Prevenção e Combate a Incêndio e Primeiros Socorros -</p><p>Brigada de Incêndio - NBR-14276. Porto Alegre – RS, 2015.</p><p>SEITO, A. et al., A Segurança Contra Incêndio no Brasil. 3.ed. São Paulo: Projeto</p><p>Editora, 2008.</p><p>STEIN, Ronei Tiago. Projetos de instalações hidrossanitárias. [S.I.], 2019.</p><p>SANTA CATARINA. Normas de segurança contra incêndios corpo de bombeiros:</p><p>IN007/ DAT/CBMSC. Santa Catarina: [S. n.], 2017.</p><p>SILVA, Valdir P. Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio.</p><p>Editora Blucher, 2012.</p><p>VENTURA, M. O espetáculo mais triste da Terra - o incêndio do Gran Circo Norte</p><p>‑ Americano. Editora Schwarz Ltda. Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 32 04532-002 —</p><p>São Paulo SP, 2011.</p><p>ZOCCHIO, Álvaro. Prática da prevenção de acidentes - ABC da segurança do</p><p>trabalho, 7ª edição. Grupo GEN, 2002.</p><p>qualquer meio material (FLORES; ORNELAS; DIAS,</p><p>2016).</p><p>2.2 Incêndio</p><p>Incêndio é o nome dado ao fogo que foge do controle e que consome algo que</p><p>não deveria consumir, podendo, pela ação das suas chamas, calor ou fumaça,</p><p>proporcionar danos à vida, ao patrimônio e ao meio ambiente. Os incêndios são</p><p>classificados de acordo com as características dos seus combustíveis, e somente com</p><p>o conhecimento da natureza do material que está se queimando pode-se descobrir o</p><p>melhor método para uma extinção rápida e segura, observe o quadro 1:</p><p>Quadro 1 – Classificação dos incêndios</p><p>8</p><p>É possível observar no quadro, as informações acerca de:</p><p> Classe / símbolo.</p><p> Material combustível;</p><p> Características;</p><p> Modo de extinção;</p><p> Tipos de Extintores (a ser especificado no decorrer da apostila).</p><p>Fonte: shre.ink/mpm3</p><p>Já sobre as especificações de cada classe de incêndio, existem cinco classes,</p><p>as quais são identificadas pelas letras A, B, C, D e K. Essa classificação é adotada</p><p>pela Norma Americana e pelos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados Brasileiros</p><p>(FLORES; ORNELAS; DIAS, 2016):</p><p> Classe A: caracteriza-se por fogo em materiais combustíveis sólidos, os quais</p><p>queimam em superfície e profundidade e após a queima deixam resíduos, brasas</p><p>e cinzas (ABNT, 2021). Esse tipo de incêndio é extinto principalmente pelo método</p><p>de retirada de calor (resfriamento) e por abafamento por jato pulverizado. Nesse</p><p>9</p><p>caso, ocorre a diminuição ou impedimento do contato de oxigênio com o</p><p>combustível.</p><p> Classe B: caracteriza-se por fogo em combustíveis líquidos e/ou gases</p><p>inflamáveis, os quais queimam em superfície e após a queima não deixam</p><p>resíduos. Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento.</p><p> Classe C: caracteriza-se por fogo em materiais ou equipamentos energizados.</p><p>Nesses casos, a extinção só pode ser realizada com agente extintor não condutor</p><p>de eletricidade, e nunca com extintores de água ou espuma.</p><p> Classe D: caracteriza-se por fogo em metais combustíveis, como magnésio, sódio,</p><p>lítio etc., e são mais difíceis de serem apagados. Esse tipo de incêndio é extinto</p><p>pelo método de abafamento, sendo que nunca devem ser utilizados extintores de</p><p>água ou espuma.</p><p> Classe K: fogo envolvendo meios de cozinhar: óleos não saturados, gordura</p><p>animal e vegetal (FLORES;ORNELAS; DIAS, 2017).</p><p>2.3 Explosão</p><p>Fonte: shre.ink/mpmZ</p><p>De acordo com Casagrande (2006, p. 3), “uma explosão consiste na produção</p><p>e liberação violenta de gases comprimidos, provenientes, principalmente, de reações</p><p>químicas. A energia produzida nestes processos propaga-se rapidamente através do</p><p>10</p><p>meio (ar ou água) provocando variações da pressão as quais formam a conhecida</p><p>onda explosiva.” Ainda conforme o autor se pode listar os parâmetros fundamentais</p><p>que compõem uma explosão:</p><p>Tipo de explosivo: Diversas combinações e mistura de elementos</p><p>químicos (sólidos, líquidos e gases) são capazes de gerar explosão,</p><p>porém é importante saber que, por característica das reações, as</p><p>queimas nas combinações entre sólidos e/ou líquidos normalmente</p><p>acontecem mais rapidamente;</p><p>Quantidade: Quanto maior o volume, seja qual for o combustível, e</p><p>considerando as mesmas condições de explosividade e velocidade de</p><p>queima, por exemplo, maior a quantidade de energia liberada, e assim,</p><p>maior o efeito;</p><p>Riqueza da mistura: Por serem reações químicas, existe uma</p><p>quantidade exata de elementos constituintes para definir o</p><p>balanceamento correto da equação, chamada de equilíbrio</p><p>estequiométrico. Se não for alcançado este valor para a reação em</p><p>questão, chamar-se-á uma mistura desbalanceada, “rica” ou “pobre”</p><p>conforme for o caso e, consequentemente, menor será a velocidade</p><p>obtida para a queima;</p><p>Energia de ativação / ignição: É a energia mínima necessária para</p><p>provocar a reação. As características dos reagentes, sólidos líquidos</p><p>ou gasosos, exigirão uma fonte de ignição de maior ou menor</p><p>intensidade para que o processo seja iniciado ou que o mesmo ocorra;</p><p>Local da explosão: Se houver um confinamento ou obstrução no meio</p><p>da mistura, no caso de gases ou poeiras, o processo poderá ser</p><p>acelerado devido à turbulência que irá causar. Se não houver, entende-</p><p>se atualmente que não haverá explosão. O local também influi muito</p><p>no que diz respeito às barreiras, reflexão da onda gerada e efeitos nas</p><p>estruturas próximas, etc. (CASAGRANDE, 2006, p. 8).</p><p>São estes parâmetros que definem a variação da reação, a qual nem sempre</p><p>se transforma em uma explosão, e se transforma apenas numa queima acelerada</p><p>(deflagração). Quando as velocidades de queima envolvidas são suficientemente altas</p><p>para criar a onda de choque, considera-se então uma explosão (CASAGRANDE,</p><p>2006), e se tratando da queima de gases (consequentes explosões), o autor cita os</p><p>tipos de eventos mais conhecidos relacionados ao assunto:</p><p>A BLEVE (“Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion” ou Explosão por</p><p>Expansão do Vapor de Líquido Fervente) é um fenômeno que ocorre</p><p>quando se tem um gás ou vapor liquefeito por pressurização,</p><p>mantido numa temperatura acima de seu ponto de ebulição e ocorre a</p><p>despressurização súbita por ruptura do recipiente. Tem-se então uma</p><p>explosão com formação da onda de choque gerada pela expansão do</p><p>líquido (expansão por mudança de fase).</p><p>Este á um típico evento que pode ocorrer em instalações petroquímicas</p><p>e usinas termelétricas, por exemplo, onde haja esferas contendo GLP</p><p>ou caldeiras, proporcionando no caso de fluidos inflamáveis a criação</p><p>da chamada “Bola de Fogo”, a qual costuma ser ainda mais danosa do</p><p>11</p><p>que a própria explosão, sendo seus efeitos devidos principalmente à</p><p>radiação térmica.</p><p>[...] a VCE (“Vapour Cloud Explosion” ou Explosão de Nuvem de</p><p>Vapor), tipo de explosão responsável por tragédias históricas como a</p><p>de Flixborough em 1974 na Inglaterra. [...] a VCE necessita de quatro</p><p>situações para acontecer:</p><p> O gás deve ser inflamável;</p><p> Uma nuvem de tamanho suficiente deve se formar antes da</p><p>ignição, sendo que estudos citam quantidades em torno de 1 ton</p><p>de gás, porém há exemplos com valores menores do que 100 kg;</p><p> Uma quantidade suficientemente grande do gás deverá estar</p><p>dentro dos limites de inflamabilidade; </p><p> Haver confinamento suficiente ou condições apropriadas para uma</p><p>queima turbulenta de uma porção da nuvem de vapor.</p><p>A UVCE (“Unconfined Vapour Cloud Explosion” ou Explosão de Nuvem</p><p>de Vapor não Confinada) é um termo antes frequentemente</p><p>encontrado na literatura, mas que tende a desaparecer, porque hoje se</p><p>acredita que em nuvens totalmente não confinadas e sem obstáculos,</p><p>a explosão não ocorre (CASAGRANDE, 2006, p. 12-13).</p><p>3 NORMAS E REGULAMENTAÇÕES DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO</p><p>Não existia legislação específica acerca dos incêndios em solo brasileiro até</p><p>1970, já que as condutas para tal ficavam a cargo dos Corpos de Bombeiros, assim</p><p>as regulamentações eram poucas e podiam ser encontradas em códigos de obras de</p><p>cada estado. Normas específicas só foram criadas após grandes incêndios que</p><p>deixaram muitas vítimas, como ocorreu em São Paulo, no edifício Joelma (fevereiro</p><p>de 1974) (fig.1), no edifício Andraus (de 1972) (fig. 3), e também a tragédia do Gran</p><p>Circo Norte Americano anteriormente em 1961, com mais de 500 vítimas fatais e</p><p>vários feridos (fig. 4).</p><p>Figura 3 –Incêndio no Edifício Joelma (1974)</p><p>Fonte: shre.ink/mM8b</p><p>12</p><p>Figura 4 - Incêndio no edifício Andraus (1972)</p><p>Fonte: shre.ink/mM8b // shre.ink/mM8s</p><p>Figura 3: Tragédia do Gran Circo Norte Americano 1961, Niterói, Rio de Janeiro</p><p>Fonte: Ventura (2011, p. 215- 216).</p><p>13</p><p>De acordo com Ventura (2011) e Knauss (2007) é possível entender como</p><p>ficam as interpretações</p><p>de um incêndio nessas proporções, sendo técnico ou não,</p><p>demonstram como foi um estado de pânico e horror (no caso do Gran Circu Norte</p><p>Americano):</p><p>O Gran Circo Norte-Americano se transformou num “braseiro”,</p><p>segundo a imprensa. Uma metáfora usada na época dizia que a</p><p>cobertura aprisionou os espectadores como se fosse uma rede de</p><p>peixe ardente. Uma comparação pertinente, já que a lona era</p><p>enredada, isto é, guarnecida internamente por pequenos quadrados de</p><p>corda. O incêndio durou menos de dez minutos, o suficiente para que</p><p>centenas de espectadores fossem queimados, pisoteados ou</p><p>asfixiassem. Jamais tantos brasileiros morreram em tão pouco tempo</p><p>e no mesmo lugar como naquele domingo em Niterói, então capital do</p><p>estado do Rio de Janeiro (VENTURA, 2011, p. 13).</p><p>Foi de fato a maior tragédia ocorrida até hoje no Brasil; não só num</p><p>circo, mas em qualquer local de diversão pública. Como tochas vivas</p><p>corriam crianças e adultos, atropelando-se uns aos outros, na tentativa</p><p>desesperada de alcançar a estreita passagem por onde devia escoar-</p><p>se toda a enorme multidão. Muitas pessoas caíram e foram pisoteadas,</p><p>fazendo os esmagamentos quase tantas vítimas quanto as</p><p>queimaduras (KNAUSS, 2007, p. 2).</p><p>Por episódios catastróficos assim, ficou notável a urgência de se ampliar a</p><p>obrigatoriedade da adoção de medidas de segurança contra incêndio em edificações.</p><p>Entretanto, as referências nacionais não eram suficientes. Assim, foram trazidas as</p><p>normas internacionais e estrangeiras, que serviram de referência a instruções</p><p>técnicas, leis, decretos, decreto-lei, portarias, diretrizes técnicas e outros tantos</p><p>documentos regulamentadores.</p><p>O órgão responsável pela elaboração, atualização e disseminação das normas</p><p>técnicas é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é signatária da</p><p>Organization for International Standardization (ISO), entidade responsável pela</p><p>compatibilização de normas internacionais, ou seja, que podem ser aplicadas em</p><p>diferentes países. Por isso existem no Brasil as normas NBR ISO, que podem ser</p><p>apenas traduções fieis ou conterem discretas adaptações à realidade brasileira.</p><p>Em meados de 1960, uma comissão especial de estudos ligada à ABNT,</p><p>formada por estudiosos de diferentes segmentos da segurança contra incêndio,</p><p>oferecia suporte técnico à elaboração das leis de segurança contra incêndio. Essa</p><p>comissão é responsável pela elaboração dos documentos técnicos que são</p><p>precursores das normas técnicas que conhecemos atualmente.</p><p>14</p><p>Em 1970, a comissão especial de estudos foi reconhecida como permanente e</p><p>recebeu o nome de CBPI – Comissão Brasileira de Prevenção de Incêndio. Em 1987,</p><p>essa instituição ocupava o 24° do Comitê da ABNT e passou a se chamar Comitê</p><p>Brasileiro de Segurança Contra Incêndio. No mesmo ano, instalou sua sede no prédio</p><p>do Corpo de Bombeiros de Estado de São Paulo, na Praça da Sé.</p><p>A primeira especificação técnica sobre segurança contra incêndio de que se</p><p>tem registro é a EB 132:1961 – Especificação Técnica – Portas corta-fogo de madeira</p><p>revestida de metal, substituída pela norma ABNT NBR 11711, em 1992. O</p><p>conhecimento sobre esse acervo é essencial ao profissional de segurança. Ele deve</p><p>ser capaz de discernir as diferenças e a hierarquia das normas e regulamentações,</p><p>em função da instância e do local de sua atuação. Embora nem todas elas sejam</p><p>compatíveis entre si, todas são legítimas e devem ser obedecidas.</p><p>Ressalta-se, ainda, que não há qualquer tipo de restrição ao fato das grandes</p><p>empresas, com alto nível de risco em seus processos, como a Petrobrás, por exemplo,</p><p>definirem internamente suas normas de segurança para minimizar as ocorrências e</p><p>consequências de falhas em seus sistemas. Também não há obrigatoriedade das</p><p>indústrias do álcool combustível, que têm riscos similares, compartilharem tais regras.</p><p>No caso de incêndios florestais, a regulamentação oficial é de competência dos</p><p>órgãos federais Ibama e ICMBio. Somente no ano de 2017 foi aprovada uma</p><p>legislação federal sobre incêndio, a Lei Federal nº. 13.425, de 30 de março de 2017,</p><p>que estabelece diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e</p><p>desastres em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público. Essa Lei</p><p>altera as Leis nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990, e 10.406, de 10 de janeiro de</p><p>2002 (Código Civil), e dá outras providências (BRASIL, 2017).</p><p>Para nortear os projetistas que trabalham com a prevenção de incêndios e até</p><p>mesmo combate, cada estado brasileiro tem em seu domínio as instruções técnicas</p><p>do corpo de bombeiros local, existem também várias NBRs e NRs em vigor, sendo</p><p>algumas delas listadas na tabela 1 abaixo:</p><p>15</p><p>Tabela 1 – NBRs e NRs em vigor</p><p>Fonte: Adaptada pelo autor.</p><p>3.1 Norma Regulamentadoras nº 20 (NR-20) e nº 23 (NR - 23)</p><p>A Norma Regulamentadora nº 20 (NR-20) tem como objetivo estabelecer os</p><p>requisitos mínimos para a gestão de segurança e saúde no trabalho contra os fatores</p><p>de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção,</p><p>armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos</p><p>combustíveis.</p><p>A nova NR-20 adicionou diversos aspectos para que as atividades que</p><p>envolvam substâncias inflamáveis sejam realizadas com o menor risco possível à</p><p>saúde e à segurança dos trabalhadores.</p><p>16</p><p>A NR-20 aumentou as formas de como será a abordagem dos riscos e permitiu</p><p>que os requisitos mínimos relacionados sejam utilizados de acordo com a percepção</p><p>de uma equipe multiprofissional coordenada por um profissional habilitado. Tal</p><p>processo pode ser chamado de gerenciamento dos riscos e deve ser documentado</p><p>através de um Prontuário da Instalação que será formado pelo projeto da instalação,</p><p>pelos procedimentos de operação, pelos planos de inspeção e manutenção, pelas</p><p>análises de riscos e de acidentes, pela comprovação de que treinamentos foram</p><p>realizados e pelas estratégias de ação em situação de emergência que podem incluir</p><p>prevenção e controle de vazamentos, incêndios e explosões.</p><p>O novo texto da NR-20 menciona que os aspectos de segurança estejam</p><p>incorporados ao projeto da instalação e que estes sejam elaborados atendendo todas</p><p>as determinações legais e considerando as normas de boas práticas. Paralelamente,</p><p>a construção ou a montagem da instalação precisam ser fiéis ao projeto e devem ser</p><p>seguidas por inspeções e testes que garantam condições seguras de operação.</p><p>A referida norma prevê os aspectos operacionais que envolvam uma instalação</p><p>que armazena ou manipula substâncias inflamáveis, precisando esta de controle</p><p>adequado de todos os procedimentos rotineiros ou eventuais, devendo estes conter</p><p>todas as informações necessárias para a execução das tarefas de forma segura e ser</p><p>constantemente revisados e repassados através de treinamentos aos empregados e</p><p>terceirizados.</p><p>A realização destes procedimentos sem graves desvios se submete</p><p>diretamente ao planejamento da inspeção e da manutenção de cada componente da</p><p>instalação, ao longo de sua vida útil até a desativação.</p><p>A NR-20 estabeleceu que os aspectos de segurança devem estar presentes</p><p>desde o projeto da instalação. A prevenção tem início na definição do layout do</p><p>processamento de uma substancia inflamável.</p><p>Cada estrutura projetada possui uma probabilidade de falha e um potencial de</p><p>dano que são característicos da sua função no processo e da quantidade de</p><p>substancia envolvida, portanto a distribuição dessas estruturas deve ser realizada</p><p>procurando evitar que a ocorrência de um evento possa atingir outras estruturas da</p><p>planta industrial e causar vários eventos.</p><p>17</p><p>Desse modo, é fundamental verificar quais eventos poderão ser</p><p>desencadeados com a ocorrência das falhas mais prováveis e estimar os potenciais</p><p>danos, de forma que seja possível especificar sistemas capazes e com eficácia para</p><p>prevenir e combater incêndios e explosões.</p><p>Já a NR -23, conforme cita Camisassa (2015), sofreu uma grande alteração</p><p>com a publicação da Portaria 221, em maio de 2011. A redação atual da norma remete</p><p>à obrigatoriedade de adoção de medidas de prevenção de incêndios às legislações</p><p>dos Estados e às normas técnicas aplicáveis. Atualmente, as medidas de prevenção</p><p>e combate a incêndios estão dispostas nas legislações estaduais, que abrangem leis,</p><p>decretos, portarias, instruções técnicas, entre outras ferramentas jurídicas. Dentre as</p><p>normas técnicas aplicáveis são de destaque as seguintes:</p><p> ABNT NBR ISO 7240-5:2014/Sistemas de detecção e alarme de incêndio</p><p> ABNT NBR 15808:2013/Extintores de incêndio portáteis</p><p> ABNT NBR 14276:2006/Brigada de incêndio – Requisitos</p><p> ABNT NBR 13231:2005/Proteção contra incêndio em subestações elétricas</p><p>de geração, transmissão e distribuição (CAMISASSA, 2015).</p><p>O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações</p><p>sobre: utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; procedimentos para</p><p>evacuação dos locais de trabalho com segurança; dispositivos de alarme existentes.</p><p>A norma não entra em detalhes sobre como tais informações devem ser</p><p>fornecidas aos trabalhadores. Como o objetivo da informação aos trabalhadores é</p><p>aumentar sua percepção sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho, entende-</p><p>se que essas informações devem ser disponibilizadas dentro do horário de trabalho,</p><p>antes de o trabalhador iniciar suas atividades (CAMISASSA, 2015).</p><p>Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e</p><p>dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-</p><p>los com rapidez e segurança, em caso de emergência. Desse modo, está implícita a</p><p>condição de que as saídas de emergência não devem estar obstruídas por quaisquer</p><p>objetos, de forma a não impedir a imediata evacuação do local.</p><p>18</p><p>As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas</p><p>por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. Nenhuma saída</p><p>de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho.</p><p>As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que</p><p>permitam fácil abertura do interior do estabelecimento (CAMISASSA, 2015).</p><p>4 TÉCNICAS DE COMBATE A INCÊNDIO</p><p>De acordo com Conterato (2017, p. 218):</p><p>O Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) é um conjunto de</p><p>projetos e ações que visam a proteger os ocupantes de espaços físicos</p><p>contra possíveis sinistros gerados pelo fogo. Os grandes objetivos do</p><p>PPCI são adequar as instalações para seu correto uso; instalar</p><p>equipamentos de segurança coletiva para tornar o ambiente o mais</p><p>seguro possível; e facilitar a evacuação em caso de emergências.</p><p>Sendo ele uma das principais técnicas de combate ao incêndio, os elementos</p><p>que constituem o PPCI (Projeto de Prevenção / Proteção Contra Incêndio) são:</p><p>extintores; alarme de incêndio; hidrante e mangotinhos; sistemas de proteção contra</p><p>incêndio por chuveiros automáticos (Sprinklers); iluminação de emergência e</p><p>sinalização de emergência. Conforme Conterato (2017, p. 218):</p><p>O PPCI é regulamentado pelos Resoluções Técnicas do Corpo de</p><p>Bombeiros Militar, e são divididos em três tipos: a) Certificado de</p><p>Licenciamento do Corpo de Bombeiros (CLCB) – destinado a</p><p>edificações com área menor ou igual a 200 m² e até 2 pavimentos,</p><p>classificados com risco de incêndio baixo e médio e que não possuam</p><p>central de GLP ou manuseio ou depósito de líquidos combustíveis e</p><p>inflamáveis. b) Plano Simplificado de Prevenção Contra Incêndio</p><p>(PSPCI) – destinado a edificações com área menor ou igual a 750 m²</p><p>e até 3 pavimentos, classificados com risco de incêndio baixo e médio.</p><p>c) Plano de Plano Prevenção Contra Incêndio (PPCI) – exigido para</p><p>edificações com área construída superior a 750 m², ou ainda:</p><p> Que possuam mais de 3 pavimentos;</p><p> Que possuam central de GLP;</p><p> Que sejam locais de reunião de público (restaurantes com mais de</p><p>200 m², boates, salões de baile, etc.);</p><p> Que armazenem ou comercializem líquidos inflamáveis e</p><p>combustíveis;</p><p> Que se enquadrem como risco alto de incêndio. Seu principal</p><p>objetivo é manter a segurança das pessoas que frequentam esses</p><p>espaços, garantindo a saída e a desocupação em caso de um</p><p>possível incêndio.</p><p>19</p><p>Logo, o primeiro passo a ser dado no projeto de prevenção e combate a</p><p>incêndios é a classificação das ocupações. Por meio dessa classificação, são</p><p>determinados os tipos de sistemas e equipamentos a serem executados. Em seguida,</p><p>devem ser consultadas as normas técnicas e a legislação vigente, pois são elas que</p><p>fornecem os parâmetros para que as edificações obtenham o Habite-se, a Licença de</p><p>Funcionamento e o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.</p><p>As medidas para segurança contra incêndio nas edificações podem ser</p><p>divididas em: medidas de precaução/prevenção que são aquelas que se destinam a</p><p>prevenir a ocorrência do início do incêndio, isto é, controlar o risco do início da</p><p>combustão; e medidas de proteção que são as estabelecidas para proteger a vida</p><p>humana e os bens materiais dos efeitos nocivos do incêndio que já se desenvolve.</p><p>Então elas podem ser divididas em ativas e passivas.</p><p>Segundo a NBR 14432 (ABNT, 2000), proteção ativa é um tipo de proteção</p><p>contra incêndio ativada manual ou automaticamente em resposta aos estímulos</p><p>provocados pelo fogo, composta basicamente das instalações prediais de proteção</p><p>contra incêndio. Já a proteção passiva é o conjunto de medidas incorporado ao</p><p>sistema construtivo do edifício, sendo funcional durante o uso normal da edificação e</p><p>reagindo passivamente ao desenvolvimento do incêndio. Assim, elementos de</p><p>proteção passiva evitam condições propícias ao crescimento e propagação de</p><p>incêndios e garantem resistência ao fogo, além de facilitar a fuga dos usuários e a</p><p>aproximação e ingresso de socorristas no edifício para o desenvolvimento das ações</p><p>de combate. A ação contra o fogo tem que atingir a três critérios: garantir a integridade</p><p>das pessoas; assegurar a proteção dos bens; permitir a recuperação da edificação.</p><p>Ao nos referirmos a garantia da integridade da população fixa e flutuante da</p><p>edificação, é fundamental levarmos em conta uma proposta relativa ao tempo em que</p><p>essa condição deve ser mantida. Isso engloba as considerações a respeito da</p><p>edificação e da sua localização e do percurso do posto de bombeiros mais próximo</p><p>até o local, bem como das facilidades de acesso até lá.</p><p>Dessa forma, temos um condicionamento ao trânsito, as características da rua</p><p>ou de logradouro em que a edificação se situa – largura, declividade, tipo e condição</p><p>da pavimentação, redes aéreas e de postes e abastecimento de água – para que</p><p>ocorra uma operação mais correta e eficiente dos meios de combate e salvamento.</p><p>20</p><p>Durante esse período, deve ser afastado o risco de colapso estrutural da</p><p>edificação e de suas partes, ou seja, cada componente da edificação deve</p><p>permanecer intacto no que se refere a sua capacidade de atender às funções para as</p><p>quais foram projetadas.</p><p>A legislação urbanística também tem de ser levada em consideração no que se</p><p>refere à transmissão do calor por convecção e radiação e da propagação direta do</p><p>fogo aos edifícios vizinhos, o que acarreta necessariamente uma definição de medidas</p><p>de limitação desses efeitos, tais como recuos laterais e de fundo, larguras de ruas etc.</p><p>É necessário garantir que o edifício tenha circulação interna vertical e horizontal</p><p>para que, em caso de resgate, todas as pessoas possam aguardá-lo sem risco, pois</p><p>é preciso garantir condições mínimas de sobrevivência até a extinção do fogo.</p><p>Enfim, os acessos externos devem ser localizados em pontos ao alcance das</p><p>escadas de bombeiros, e este requisito envolve localização oportuna das escadas</p><p>internas. O heliporto no topo do edifício nem sempre é solução possível ou</p><p>conveniente, mas é válida quando for possível</p><p>proporcionar o acesso desde os</p><p>pavimentos inferiores.</p><p>4.1 Extintores</p><p>Fonte: shre.ink/mNWw</p><p>De acordo com a ABNT NBR 12693:2013 – sistemas de proteção por extintores</p><p>de incêndio, um extintor é um aparelho manual utilizado com a finalidade de combater</p><p>21</p><p>princípios e focos de fogo que contém um determinado agente extintor para certos</p><p>tipos de incêndios. Os extintores devem ficar em locais de fácil acesso, onde não</p><p>sejam bloqueados pelo fogo, e possuir a devida sinalização, para facilitar sua</p><p>identificação (CONTERATO, 2017).</p><p>Um incêndio pode ser causado por diversos materiais e por isso, para cada tipo</p><p>de material que virá a queimar existe um tipo de extintor. Para saber qual tipo certo</p><p>de extintor a ser utilizado, necessário se faz ter conhecimento acerca da natureza do</p><p>fogo, deste modo, os extintores são classificados de acordo com o agente extintor que</p><p>ele possui. Os principais tipos de extintores são: com carga de água; com carga de</p><p>gás carbônico; com carga de pó químico B/C; com carga de pó químico A/B/C; e com</p><p>espuma mecânica.</p><p>O extintor com carga de água tem como princípio o resfriamento, agindo em</p><p>materiais como madeira, borrachas, tecidos, fibras e papeis. Sendo mais indicado</p><p>para incêndios em classe A e proibido em incêndios de classe B e C.</p><p>Já o extintor com carga de gás carbônico, é recomendado para incêndios de</p><p>classe B e C. Seu princípio de extinção é por abafamento e resfriamento, agindo em</p><p>materiais combustíveis, equipamentos elétricos e líquidos inflamáveis.</p><p>O extintor com carga de pó químico B/C, age através de reações químicas,</p><p>sendo indicado, portanto, para incêndios de classe B e C, enquanto o de pó químico</p><p>A/B/C tem seu princípio de extinção através de reações químicas e abafamento,</p><p>podendo ser usado em incêndios dos três tipos de materiais.</p><p>Por fim, o extintor com espuma mecânica é indicado para incêndios de classe</p><p>A e B, sendo proibido seu uso em classe C.</p><p>A quantificação e a localização das Unidades Extintoras (UE) devem respeitar</p><p>as normas da ABNT NBR 12693: 2013.</p><p>O extintor tem que ser instalado: de forma visível para que todos os usuários</p><p>fiquem cientes da sua localização; protegido contra intempéries e danos físicos em</p><p>potencial; em lugar onde haja menor possibilidade de que o fogo bloqueie seu acesso;</p><p>não ser instalado em escadas; de forma que sua remoção não seja impedida por</p><p>suporte, base ou etc.; de maneira que não fique bloqueado por pilhas de mercadorias,</p><p>matérias primas ou qualquer outro material; e que esteja junto ao acesso dos riscos.</p><p>22</p><p>4.2 Alarme de incêndio</p><p>Fonte: shre.ink/mNWq</p><p>A função básica do sistema de alarme de incêndio é detectar o fogo em estágio</p><p>inicial, com a finalidade de viabilizar a evacuação dos ocupantes do ambiente, de</p><p>forma segura e rápida evitando assim acidentes mais graves, perdas do patrimônio e</p><p>principalmente perdas de vidas.</p><p>A tecnologia dos alarmes de incêndio vem crescendo no mercado de</p><p>prevenção, pois tem se revelado um grande aliado na proteção de vidas e na</p><p>diminuição de perdas materiais de uma maneira muito competente. A proteção</p><p>adequada de certa área ou equipamento só será aceitável após um estudo detalhado</p><p>de todas as particularidades, visando o emprego dos componentes e sistemas mais</p><p>eficazes para cada caso concreto. Os três elementos básicos dentro do sistema de</p><p>alarme de incêndio são: a detecção, o processamento e o aviso.</p><p>A detecção é a parte do sistema que constata o incêndio. Aqui pode-se</p><p>considerar os detectores (fumaça, calor, temperatura, chama, gás, etc) ou</p><p>acionadores manuais ou botoeiras (tipo soco, tipo quebra de vidro, pressão, alavanca,</p><p>etc).</p><p>A escolha do tipo e local que serão instalados os detectores deve ser realizada</p><p>baseando-se nas características mais plausíveis de um princípio de incêndio e do</p><p>julgamento técnico, levando em consideração alguns parâmetros, tais como:</p><p>temperaturas típicas e máximas da região; produção de fumaça ou chama; forma e</p><p>23</p><p>altura do teto; aumento da temperatura; ventilação do ambiente; materiais existentes</p><p>nas áreas protegidas; entre outras especificidades de cada instalação de acordo com</p><p>os requisitos técnicos dos equipamentos (STEIN, 2019).</p><p>Os principais tipos de detectores são os de fumaça, os de temperatura, e os de</p><p>chama, podendo ser isolados ou em linha. Os detectores de temperatura são</p><p>utilizados para monitoração de ambientes onde hajam materiais, cuja característica</p><p>no início da combustão é gerar muito calor e pouca fumaça.</p><p>Por fim, os detectores de chamas devem ser instalados em ambientes onde se</p><p>identificar detectar um surgimento de uma chama e sua instalação necessita ser feita</p><p>de modo que seu campo de visão não seja bloqueado por obstáculos, para certificar</p><p>a detecção do foco de incêndio na área por ele protegida.</p><p>O processamento é quando se capta o sinal dos diversos dispositivos que</p><p>enviam o aviso de alerta até o painel/central de incêndio.</p><p>Por fim, a central de alarme de incêndio fará o aviso, e ativará o sistema através</p><p>de sinalização sonora e visual, com o propósito de advertir os ocupantes do local e</p><p>acionar dispositivos auxiliares para operação de outros sistemas específicos (se</p><p>existirem).</p><p>4.3 Hidrante e mangotinhos</p><p>Fonte: shre.ink/mNWb</p><p>São equipamentos de combate a incêndio impostos exclusivamente em locais</p><p>24</p><p>que disponham de alto grau de risco e área igual ou maior que 750m². É um tipo de</p><p>tomada de água, que pertence a um sistema fixo de comando, que serve como</p><p>suplemento alimentar das linhas de mangueiras que serão utilizadas para combater</p><p>ou controlar os princípios de incêndio.</p><p>Geralmente são instalados em prédios residenciais, industriais e comerciais e</p><p>valem-se de um sistema completo de tubulação, mangueira semirrígida, reservatório</p><p>d’água, válvula de abertura rápida, esguicho e abrigo (caixa).</p><p>Os hidrantes e mangotinhos têm que ser distribuídos de modo que qualquer</p><p>ponto da área a ser protegida seja auferido por um ou dois esguichos, levando em</p><p>conta o comprimento das mangueiras e seu trajeto real, desconsiderando o alcance</p><p>do jato de água.</p><p>Os mangotinhos, contam com saída simples de água, dotada de válvulas de</p><p>abertura rápida, mangueira semirrígida, esguicho regulável e demais acessórios.</p><p>Deve ser enrolado em “oito” ou em camadas nos carretéis e pode ser acionado por</p><p>apenas uma pessoa. Seu abrigo deve ser de chapa metálica e dispor de ventilação</p><p>(JÚNIOR, 2017).</p><p>No que se refere aos hidrantes, existem alguns equipamentos básicos que os</p><p>continuem, como reservatório, sistema de bombas, válvulas (principais: retenção e</p><p>gaveta), coluna de incêndio, abrigo ou caixas de incêndio e sistema de alarmes. No</p><p>caso de mangotinhos, os abrigos possuem válvula de esfera para sistemas de</p><p>mangotinhos, um carretel de mangotinhos e um esguicho regulável na ponta.</p><p>Para Stein (2019), a principal diferença entre hidrante e mangotinhos é que o</p><p>sistema deste fica constantemente montado, pressurizado e acoplado à canalização,</p><p>de modo que seu uso é imediato e ele pode ser utilizado por uma pessoa com pouca</p><p>experiência. Entretanto, não é aplicável em qualquer edificação, sendo permitido em</p><p>edifícios de risco pequeno, como edifícios residenciais, e, nesses casos, seu uso é</p><p>insuperável.</p><p>25</p><p>4.4 Chuveiros automáticos (Sprinklers)</p><p>Fonte: shre.ink/mNvw</p><p>Os sprinklers, também conhecidos como chuveiros automáticos, formam o</p><p>sistema mais eficiente no controle de propagação do fogo. Eles são ativados</p><p>automaticamente após identificarem princípios de fumaça e fogo, e uma das suas</p><p>principais vantagens é o combate ao incêndio direto no foco de origem. Seu</p><p>acionamento é automático e simultâneo com o sistema de alarme o que aumenta sua</p><p>eficiência (CONTERATO, 2017).</p><p>Esse é um sistema hidráulico semelhante a uma instalação predial, isto é,</p><p>constituído de reservatório, colunas, ramais e sub-ramais,</p><p>em cuja extremidade existe,</p><p>como obturador do líquido, uma ampola contendo um gás ou líquido altamente</p><p>expansível e sensível ao calor. Uma vez iniciado o incêndio, a elevação da</p><p>temperatura faz romper a ampola, e, como consequência, inicia-se com rapidez o</p><p>espargimento de água, como se fosse um chuveiro, ao mesmo tempo que soa um</p><p>dispositivo de alarme (CREDER, 2017).</p><p>A norma ABNT NBR 10897:2014 cobre o dimensionamento dos chuveiros</p><p>automáticos, considerando o tipo de edificação e seu grau de risco para indicar o</p><p>tempo mínimo de operação do sistema, as pressões e vazões nos chuveiros. Acerca</p><p>da localização dos chuveiros, a norma delibera o que se segue:</p><p>26</p><p> Para ocupações de riscos leve e ordinário, as distâncias entre ramais e</p><p>chuveiros nos ramais não devem exceder 4,60m;</p><p> Para ocupações de riscos extraordinário e pesado, as distâncias entre</p><p>ramais e entre chuveiros nos ramais não devem exceder 3,70m;</p><p> A distância das paredes até os chuveiros não deve exceder a metade da</p><p>distância entre os chuveiros nos ramais ou entre os ramais;</p><p> Em ocupações de risco leve com dependências de, no máximo, 75m² de</p><p>área, a distância entre a parede e o chuveiro pode chegar até 2,70 m, desde</p><p>que seja respeitada a área máxima de cobertura permitida por chuveiro;</p><p> A distância mínima entre chuveiros deve ser de 1,80 m, para evitar que a</p><p>atuação de um chuveiro não venha a retardar a atuação do adjacente. Caso</p><p>a redução desta distância seja necessária, devem ser utilizados anteparos</p><p>de material não combustível entre os chuveiros, com medidas de, no</p><p>mínimo, 0,20 m de largura por 0,15 m de altura, com topo entre 0,05 e 0,08</p><p>m acima do defletor do chuveiro.</p><p>Dessa forma, uma edificação segura apresenta baixa probabilidade de início</p><p>de incêndio e alta probabilidade de fuga dos ocupantes/moradores, além de</p><p>considerar as propriedades vizinhas quanto à possibilidade de risco e a rápida</p><p>extinção do foco inicial. A instalação predial de segurança contra incêndio é um</p><p>assunto bastante complexo, visto que depende de uma classificação rigorosa quanto</p><p>aos riscos de incêndio (STEIN, 2019).</p><p>27</p><p>4.5 Iluminação de emergência</p><p>Fonte: shre.ink/mNvv</p><p>A iluminação de emergência é necessária para garantir a viabilidade da</p><p>evacuação rápida de um local, mantendo a segurança das pessoas na edificação</p><p>durante a falta de energia e algum sinistro e para evitar acidentes. Permite também, o</p><p>controle visual de áreas abandonadas para localização e remoção de feridos, por</p><p>exemplo. A iluminação de emergência é exigida em todas as classificações de risco.</p><p>Seu funcionamento acontece automaticamente quando ocorre falta de energia,</p><p>pois possui uma bateria em seu interior que garante a iluminação enquanto houver</p><p>carga. Existem alguns pontos importantes nesse caso:</p><p>Suas funções devem satisfazer os seguintes requisitos: de</p><p>balizamento, ou seja, de orientar direção e sentido das pessoas; de</p><p>aclaramento, ou seja, proporcionar nível de iluminamento que permita</p><p>o deslocamento seguro das pessoas; prevenção de pânico.</p><p>[...] É a relação entre o nível de iluminamento e a idade das pessoas.</p><p>As recomendações geralmente aceitas para esse nível são baseadas</p><p>no comportamento dos olhos de uma pessoa de idade média. É</p><p>importante perceber que as pessoas mais jovens necessitam de menor</p><p>nível de iluminamento para verem. O importante não é só iluminar e</p><p>sim distribuir corretamente a iluminação dentro dos pontos marcados</p><p>como área de segurança, sem contudo, sobre iluminar o ambiente.</p><p>Iluminação de emergência em excesso também faz mal. Muita luz pode</p><p>provocar grandes variações na pupila ocular e reduzir a acuidade</p><p>visual, necessária para situações de emergência. Quando forem</p><p>utilizados para iluminar um local de acesso ou saída, é importante que</p><p>o facho luminoso venha sempre no mesmo sentido do fluxo do pessoal,</p><p>ou seja, ilumine por trás, evitando assim o ofuscamento (SEITO et al.,</p><p>2008, p. 107).</p><p>28</p><p>4.6 Sinalização de emergência</p><p>Fonte: shre.ink/mNvb</p><p>Esse tipo de equipamento facilita e orienta os caminhos seguros a percorrer</p><p>para evacuar uma área de risco por meio de placas que podem ser luminosas ou</p><p>fotoluminescentes. Objetivam a redução dos riscos de ocorrência de incêndios, alerta</p><p>acerca de seus riscos e facilita a localização de equipamentos, sendo exigida em</p><p>todas as classificações de riscos e de acordo com os equipamentos instalados.</p><p>Para elaboração de um PPCI é aconselhável que o projetista tome</p><p>conhecimento acerca de possíveis exigências específicas e de novas publicações e</p><p>orientações junto ao Corpo de Bombeiros, para que não seja surpreendido ao ter o</p><p>seu projeto negado perante este órgão.</p><p>As diretrizes gerais para a utilização de cada sistema de prevenção são</p><p>normatizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que busca</p><p>estabelecer um padrão em relação à fabricação e à instalação de produtos e</p><p>equipamentos de incêndio.</p><p>São as normas da ABNT que determinam a maneira correta de executar o</p><p>projeto, bem como os tipos de materiais próprios para serem usados com a finalidade</p><p>de proteção da população. Todo e qualquer projeto só é aceito pelo Corpo de</p><p>Bombeiros se estiver de acordo com as normas exigidas.</p><p>29</p><p>4.7 Plano de Emergência</p><p>Fonte: shre.ink/mNR4</p><p>A NBR 15219 estabelece os requisitos mínimos para a elaboração,</p><p>implantação, manutenção e revisão de um plano de emergência contra incêndio que</p><p>deve ser elaborado por um profissional habilitado.</p><p>Primeiramente, ao desenvolver o plano os riscos e capacidades da ação</p><p>deverão ser avaliados, sendo necessário coletar informações importantes para a</p><p>elaboração do plano no que diz respeito a sincronia com políticas e programas</p><p>internos pré-existentes; cooperação com grupos externos; atendimento aos códigos e</p><p>regulamentos existentes; identificação de pontos críticos no processo ou em alguns</p><p>serviços; identificação dos recursos humanos e materiais; identificação dos recursos</p><p>externos que poderão ser necessários; análise da cobertura do seguro; e análise de</p><p>vulnerabilidade e classificação das emergências com base em avaliação de</p><p>probabilidade dos eventos e os seus impactos potenciais.</p><p>Deverão ser lançados procedimentos específicos para várias situações como</p><p>falta de água ou energia elétrica, inundações, acidentes de trânsito, ameaça de</p><p>bomba, sempre de modo coerente e proporcional às ameaças e vulnerabilidades</p><p>30</p><p>locais. Numa situação de emergência, o coordenador deverá ter rápido acesso a</p><p>variadas informações e por isso o plano deve contar com alguns documentos de apoio,</p><p>como por exemplo, plantas e mapas das instalações indicando todos os aspectos que</p><p>poderão ser necessários ao controle da situação: posição dos hidrantes, linhas de gás</p><p>e combustíveis, rotas de fuga, áreas restritas, localização de produtos tóxicos e de</p><p>bens de alto valor.</p><p>Deverão ser revisadas as minutas elaboradas e programar simulados, onde a</p><p>resposta à emergência pode ser avaliada com emprego de teatralização, jogos de</p><p>mesa, programas de computadores ou dinâmicas em salas de aula. Em seguida, cabe</p><p>designar pessoas ou um departamento para realização do programa de treinamentos</p><p>referente ao plano de emergências e de simulacros, onde a resposta à emergência</p><p>deve ser simulada com profissionais do setor em atividades de campo e com todos os</p><p>recursos disponíveis para uma situação real de emergência.</p><p>À coordenação com organizações externas cabe incorporar os meios e formas</p><p>de comunicação e relato de emergências às exigências legais da região e estabelecer</p><p>um protocolo para que o auxílio de órgãos externos ocorra com eficiência e rapidez,</p><p>também é recomendável a criação de uma metodologia para fornecimento de</p><p>informações à população através dos meios de comunicação disponíveis.</p><p>A versão final do plano deve ser aprovada pelo mais alto nível da chefia</p><p>administrativa e deve ser distribuída, mediante a confirmação</p><p>de seu recebimento,</p><p>para: o nível mais alto da chefia administrativa; os gerentes de todos os setores; os</p><p>membros-chave do gerenciamento de resposta a emergências; a matriz da empresa;</p><p>e órgãos de emergência da comunidade. Será necessário ainda, informar aos</p><p>empregados sobre a aprovação do plano de emergência e a programação de</p><p>treinamentos.</p><p>Todo o plano de emergência é criado baseado em cenários e pode haver</p><p>dificuldade de adaptação quando estiver numa situação real de emergência, portanto</p><p>para ser executado de forma eficiente ele dependerá da capacidade de resposta</p><p>desenvolvida através da realização das recomendações feitas durante a análise de</p><p>vulnerabilidade e dos treinamentos.</p><p>Ele deve ser sempre atualizado e acompanhar as mudanças nos processos e</p><p>na cultura de segurança, propiciando a realização do teste dos procedimentos em</p><p>31</p><p>novos cenários e o envolvimento do maior número possível de pessoas. Este</p><p>envolvimento pode considerar algum tipo de avaliação realizada pelos empregados</p><p>sobre os treinamentos recebidos e as medidas adotadas em algum simulado,</p><p>fomentando o espaço para sugestões e a detecção de eventuais falhas nos</p><p>procedimentos.</p><p>Não obstante conversas e os diálogos periódicos com os empregados acerca</p><p>dos procedimentos de emergência serem bastante úteis para integral o plano à cultura</p><p>da empresa, os treinamentos para o uso de equipamentos pelas equipes de resposta,</p><p>treinamentos de evacuação e exercícios em escala real são imprescindíveis para</p><p>lograr êxito em uma situação real de emergência. Portanto, o plano deve conter um</p><p>programa de treinamentos para o período de um ano. Sendo avaliado, revisado e</p><p>renovado no final do período. O programa deve especificar quem será treinado, quem</p><p>será treinador, os tipos de treinamento que serão desenvolvidos, quando e onde</p><p>ocorrerão, bem como a forma que será avaliada e documentada.</p><p>Através destes treinamentos, cada empregado deverá adquirir conhecimentos</p><p>sobre o seu papel e sua responsabilidade, os perigos que estão expostos, as ações</p><p>para proteção de sua saúde, as ações que deverão tomadas quando houver sinais de</p><p>alerta e como utilizar equipamentos de proteção que poderão ser fornecidos para sua</p><p>sobrevivência. Recomenda-se que seja feita, pelo menos, uma auditoria formal no</p><p>plano de emergência por ano.</p><p>Numa situação real de emergência é necessária a presença de uma ou mais</p><p>pessoas capazes de assumir o comando das operações e gerenciar as ações</p><p>previstas no plano. A pessoa apta a assumir a posição de Comandante do Incidente</p><p>(CI), ao ter conhecimento de um evento diferente das condições normais de operação,</p><p>deverá apresentar-se no local estipulado como Central de Operações para</p><p>Emergências (COE) e executar as seguintes ações:</p><p> Informar que está assumindo o comando e solicitar todas as informações</p><p>disponíveis;</p><p> Avaliar a situação e designar as ações que cada integrante da Equipe de</p><p>Gerenciamento da Emergência (EGE) deverá realizar;</p><p> Estabelecer comunicação com todos que poderão auxiliar na a redução de</p><p>consequências;</p><p>32</p><p> Identificar a estratégia adequada e designar as primeiras ações de</p><p>combate e as respectivas equipes que irão executá-las;</p><p> Designar o local para onde serão direcionados os funcionários evacuados</p><p>e onde será realizado o primeiro atendimento aos feridos;</p><p> Analisar e avaliar a efetividade das primeiras ações de combate e, se</p><p>necessário, definir outras ações que possam ser mais eficazes conforme</p><p>a evolução do cenário;</p><p> Se a emergência for controlada, encerrar o comando e iniciar o protocolo</p><p>para retomar as atividades normais. Se a emergência se prolongar, o</p><p>comando poderá ser transferido para outras pessoas com a mesma</p><p>capacidade de dar continuidade ao gerenciamento da resposta à</p><p>emergência.</p><p>A EGE é responsável por monitorar o quadro geral da situação e manter o CI</p><p>informado para a tomada de decisões necessárias para o controle da emergência. O</p><p>COE deve ser um local previsto no plano de emergências como uma área de fácil</p><p>acesso e que provavelmente não estaria envolvida em um incidente. Contudo, cabe a</p><p>previsão de um local alternativo para o caso do primeiro local não ser utilizável. O local</p><p>ideal deverá contar com equipamento de comunicação, materiais de consulta, diários</p><p>de atividade, e todo o material necessário para responder rapidamente e</p><p>apropriadamente a uma emergência.</p><p>O isolamento da cena do incidente deverá ser iniciado logo após a descoberta</p><p>da emergência pelo próprio descobridor, desde que este se posicione em um local</p><p>que não coloque sua saúde em risco e que o viabilize evitar o acesso de pessoas que</p><p>não estão treinadas e adequadamente protegidas para as ações de combate e</p><p>controle do sinistro.</p><p>Geralmente, o comando das operações deve ser passado para a autoridade</p><p>pública presente no local junto a um relatório completo da situação, onde deve</p><p>consignar quais estruturas estão sendo utilizadas para a resposta e como as ações</p><p>estão sendo coordenadas, com o escopo de evitar confusões e otimizar a resposta</p><p>externa.</p><p>33</p><p>4.8 Reserva Técnica de água para combate a incêndio</p><p>Os projetos de edificação e as edificações já existentes precisam se adequar</p><p>às normas de segurança contra incêndio, de modo a promover espaços de prevenção,</p><p>trazendo alguns requisitos funcionais que devem ser previstos no projeto. Tais</p><p>espaços devem:</p><p> Dificultar a ocorrência do princípio de incêndio;</p><p> Ocorrido o princípio de incêndio, dificultar a ocorrência da inflamação</p><p>generalizada do ambiente;</p><p> Possibilitar a extinção do incêndio no ambiente de origem, antes que a</p><p>inflamação generalizada ocorra;</p><p> Instalada a inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio,</p><p>dificultar a propagação para outros ambientes;</p><p> Permitir a fuga de usuários do edifício;</p><p> Dificultar a propagação do incêndio para edifícios adjacentes;</p><p> Manter o edifício íntegro, sem danos, sem ruína parcial e/ou total;</p><p> Permitir operações de natureza de combate ao fogo e de</p><p>resgate/salvamento de vítimas (SEITO, 2008).</p><p>Kaneshiro (2006) menciona que os sistemas de proteção contra incêndio</p><p>podem ser divididos em: sistemas preventivos, que englobam aspectos estruturais,</p><p>tecnológicos e organizacionais, e sistemas defensivos, que englobam o combate ao</p><p>fogo e o resgate.</p><p>O sistema hidráulico preventivo é constituído por uma rede de tubulações que</p><p>conduz a água de uma reserva técnica de incêndio (RTI), por meio da gravidade ou</p><p>pela interposição de bombas, permitindo o combate do princípio de incêndio através</p><p>da abertura de hidrante para o emprego de mangueiras e esguichos e/ou o emprego</p><p>do mangotinhos (SANTA CATARINA, 2017).</p><p>34</p><p>Para todo sistema hidráulico preventivo, deve ser dimensionada uma RTI, que</p><p>é um volume de água destinado exclusivamente ao combate ao fogo, podendo ser por</p><p>reservatório superior ou inferior, cuja definição pode ser feita pelo projeto de água fria</p><p>(pautado pela ABNT/NBR 5626) ou pelo próprio plano de prevenção contra incêndio</p><p>(PPCI). Sendo fundamental que, em caso de sinistros, haja um sistema de detecção</p><p>precoce efetivamente capaz de reagir nos primeiros momentos e que disponha dos</p><p>meios necessários para a atuação no sentido de eliminar o problema (KANESHIRO,</p><p>2006).</p><p>Creder (2017) menciona que a água é o principal meio de combate a incêndios,</p><p>por ser de fácil utilização e poder ser armazenada em quantidades razoáveis nos</p><p>próprios reservatórios gerais do prédio/edificação. A água destinada ao combate a</p><p>incêndio será acumulada em reservatório elevado, preferencialmente, ou, então, em</p><p>reservatório subterrâneo, e sua localização deverá ser acessível ao Corpo de</p><p>Bombeiros.</p><p>Não é permitida a utilização de reserva de incêndio pelo emprego conjugado</p><p>de reservatórios subterrâneos e elevado. Se a opção escolhida for o reservatório</p><p>superior, a reserva de incêndio calculada deverá ser acrescida à destinada</p><p>ao</p><p>consumo, sendo que a capacidade armazenada deve ser suficiente para garantir o</p><p>funcionamento simultâneo, por gravidade, dos dois hidrantes localizados em</p><p>condições mais desfavoráveis (JÚNIOR, 2017).</p><p>Macintyre (2017) descreve que, ao se iniciar um projeto de instalação contra</p><p>incêndio, deve-se ter sempre em mente que a principal condição para o êxito na</p><p>extinção do fogo é a rapidez com que a instalação entra em funcionamento. Isso</p><p>pressupõe, evidentemente, que a instalação tenha sido bem projetada e executada,</p><p>permitindo um fácil e efetivo funcionamento. O autor ainda explica que a instalação</p><p>de combate a incêndio com o emprego de água pode ser realizada por sistema sob</p><p>comando, hidrante ou tomada de incêndio, hidrante de passeio, hidrante urbano ou</p><p>de coluna, descritos a seguir:</p><p> O sistema sob comando é aquele em que o afluxo de água ao local do</p><p>incêndio é atingido mediante manobra de registros localizados em abrigos</p><p>e caixas de incêndio. Os registros abrem e fecham os hidrantes — também</p><p>chamados de tomadas de incêndio — e autorizam a utilização das</p><p>35</p><p>mangueiras com seus devidos esguichos e requintes. Em estabelecimentos</p><p>fabris com armamentos e em conjuntos habitacionais, a rede de</p><p>abastecimento de água deve alimentar hidrantes de coluna nos passeios,</p><p>distanciados de 90 em 90 m, de modo a possibilitar o combate direto ao</p><p>incêndio com a adaptação de mangueiras (se a pressão for suficiente), ou</p><p>ligação à bomba do carro-pipa do Corpo de Bombeiros (CB).</p><p> Hidrante ou tomada de incêndio: é o ponto de tomada d’água provido de</p><p>registro de manobra e união tipo engate rápido. No interior dos prédios, é</p><p>colocado na caixa de incêndio, juntamente com a mangueira e o esguicho.</p><p>As caixas de incêndio são colocadas na prumada da tubulação de incêndio</p><p>em quantidade e locais que assegurem a chance de combate ao incêndio</p><p>em qualquer lugar do pavimento onde se encontram, usando mangueiras</p><p>de até 30 m de comprimento.</p><p> Hidrante de passeio (também conhecido como hidrante de recalque): é um</p><p>dispositivo instalado na canalização preventiva de incêndio, que se destina</p><p>à ligação da mangueira da bomba do carro do CB, que permitirá o recalque</p><p>d’água da canalização pública para dentro do prédio, de modo que os</p><p>bombeiros possam ligar suas mangueiras nos hidrantes das caixas de</p><p>incêndio.</p><p> Por fim, o hidrante urbano ou de coluna: é ligado à rede de abastecimento</p><p>da municipalidade. Permite a ligação direta das mangueiras do CB ou do</p><p>mangote de aspiração da bomba do carro do CB. Sua instalação é uma</p><p>atribuição do órgão competente do município encarregado pelo</p><p>abastecimento de água.</p><p>4.9 Papel da segurança do trabalho no combate a incêndio</p><p>O engenheiro de segurança do trabalho em suas atividades, também é</p><p>responsável pelo preparo da população mediante a divulgação de medidas de</p><p>segurança, para prevenir o surgimento de incêndios e o ensino dos procedimentos a</p><p>serem adotados pelas pessoas diante de um incêndio e outras situações de risco.</p><p>36</p><p>De acordo com o artigo 4º da resolução nº 359, de 31 jul 1991, ainda em vigor</p><p>pelo CONFEA, o profissional tem as seguintes atribuições no que tange a proteção</p><p>contra incêndios:</p><p>2- Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das</p><p>instalações e equipamentos, com vistas especialmente aos problemas</p><p>de controle de risco, controle de poluição, higiene do trabalho,</p><p>ergonomia, proteção contra incêndio e saneamento;</p><p>9- Projetar sistemas de proteção contra incêndios, coordenar</p><p>atividades de combate a incêndio e de salvamento e elaborar planos</p><p>para emergência e catástrofes;</p><p>11- Especificar, controlar e fiscalizar sistemas de proteção coletiva e</p><p>equipamentos de segurança, inclusive os de proteção individual e os</p><p>de proteção contra incêndio, assegurando-se de sua qualidade e</p><p>eficiência;</p><p>13- Elaborar planos destinados a criar e desenvolver a prevenção de</p><p>acidentes, promovendo a instalação de comissões e assessorando-</p><p>lhes o funcionamento;</p><p>14 - Orientar o treinamento específico de Segurança do Trabalho e</p><p>assessorar a elaboração de programas de treinamento geral, no que</p><p>diz respeito à Segurança do Trabalho;</p><p>15 - Acompanhar a execução de obras e serviços decorrentes da</p><p>adoção de medidas de segurança, quando a complexidade dos</p><p>trabalhos a executar assim o exigir;</p><p>18- Informar aos trabalhadores e à comunidade, diretamente ou por</p><p>meio de seus representantes, as condições que possam trazer danos</p><p>a sua integridade e as medidas que eliminam ou atenuam estes riscos</p><p>e que deverão ser tomadas (CONFEA, 1991, p. 2 - 3).</p><p>Fonte: shre.ink/mpa3</p><p>37</p><p>4.10 Redução das consequências de grandes incêndios e explosões</p><p>A redução de consequências de um grande acidente industrial ampliado</p><p>envolvendo fogo está associada à estratégia de incêndio adotada pela empresa, que</p><p>deve prever ações efetivas para os cenários mais prováveis de acidente. As ações</p><p>somente serão efetivas se a instalação oferecer suporte para a execução das mesmas</p><p>(PANNONI E SILVA, 2008).</p><p>Se o sistema de detecção identificar o vazamento de substâncias inflamáveis,</p><p>a primeira medida é emitir um alarme inicial para que nenhuma fonte de ignição se</p><p>aproxime do local, e aqueles que não estão envolvidos no controle do vazamento</p><p>devem ficar longe da área afetada pela fonte de explosão. Em seguida, medidas de</p><p>controle de vazamento devem ser tomadas.</p><p>Além do aviso inicial para manter as pessoas longe do local, a habilidade e os</p><p>métodos de combate a incêndio também devem ser avaliados rapidamente para</p><p>reduzir as consequências. Esta avaliação pode concluir que a supressão direta de</p><p>chamas é ineficiente e esforços devem ser feitos para resfriar estruturas próximas,</p><p>pois nem sempre o vazamento será detectado antes da ignição da substância.</p><p>Em um incêndio envolvendo gás ou vapor inflamável, os dois primeiros estágios</p><p>são muito rápidos e o controle do ambiente externo dependerá da quantidade de</p><p>mistura disponível. Neste caso, um sistema automático de extinção de incêndios (com</p><p>duche ou canhão) irá dar uma resposta rápida, dando tempo à mobilização do Corpo</p><p>de Bombeiros e do Corpo de Bombeiros, aumentando as possibilidades de controlo</p><p>da situação e reduzindo as consequências.</p><p>Os alarmes de situações perigosas podem ser realizados por indicadores</p><p>sonoros e visuais. Embora seja necessário que todos os trabalhadores compreendam</p><p>facilmente o sistema, o alarme pode ser acionado em duas etapas: a etapa</p><p>intermediária é para mobilizar a atenção e indicar que algumas medidas de segurança</p><p>devem ser tomadas; em geral, para indicar que se trata de uma situação de perigo</p><p>confirmada, Evacuação e plano de emergência devem ser ativados (ARAÚJO E</p><p>SILVA, 2008).</p><p>Considerando que a detecção de vazamento será monitorada pela central, esta</p><p>decidirá se deve disparar um alarme intermediário com base nos parâmetros do sinal</p><p>recebido. Em alguns casos, se o sinal indicar que a concentração de gás ou vapor</p><p>38</p><p>está muito próxima do limite explosivo inferior, um alarme intermediário deve ser</p><p>disparado automaticamente. Em outros casos, se o sinal indicar que a concentração</p><p>de gás ou vapor é maior do que o esperado, mas não há perigo imediato de explosão,</p><p>o alarme só pode ser acionado após análise da área do sensor para verificar a</p><p>situação real.</p><p>Deve-se ter cuidado para garantir que o alarme seja sempre acionado quando</p><p>houver um risco real, porque uma série contínua de alarmes falsos pode fazer com</p><p>que os trabalhadores ignorem o alarme caso seja necessário evacuar.</p><p>Uma vez que o vazamento seja confirmado e uma atmosfera explosiva possa</p><p>ser formada, as medidas que devem ser tomadas antes que a fonte de ignição seja</p><p>encontrada devem ser avaliadas rapidamente. Que podem ser:</p><p> Interromper o vazamento: é uma ação muito eficaz, mas nem sempre é</p><p>possível ou fácil de ser executada, dependendo da origem do mesmo. O</p><p>controle do vazamento poderá ser dado</p><p>com o fechamento de válvulas, que</p><p>deverá ser acompanhado pela interrupção segura das etapas anteriores do</p><p>processo. Em outras situações onde há dificuldades na paralisação do</p><p>processo, o fluxo deverá ser desviado.</p><p> Destinar a substância vazada para um local seguro: se for um líquido,</p><p>ou diluí-la se for um gás, são meios de controle em situações em que o fim</p><p>do vazamento não ocorre rapidamente. Poderá ser uma ação que antecede</p><p>a anterior, em situações em que o acesso à fonte do vazamento somente</p><p>será possível se a atmosfera oferecer condições. Em caso de líquidos, a</p><p>bacia de contenção poderá concentrar o líquido próximo a fonte de</p><p>vazamento, portanto recomenda-se que uma inclinação que direcione o</p><p>líquido para longe de tanques. Em caso de gases mais densos que o ar,</p><p>haverá mais dificuldades em efetuar a diluição, portanto recomenda-se que</p><p>a área não ofereça obstáculos físicos para a ventilação e nem tenha</p><p>cavidades (ARAÚJO E SILVA, 2008).</p><p>Antes da ignição, um alarme geral só deve ser disparado quando a</p><p>concentração da substância atingir um valor que possa causar danos à saúde se</p><p>39</p><p>inalada, ou quando uma atmosfera explosiva tiver uma possibilidade razoável de</p><p>encontrar uma fonte de ignição na área onde está localizada. No centro de vigilância,</p><p>os recursos devem estar disponíveis para acionar automaticamente alarmes regulares</p><p>quando um princípio de incêndio é detectado em qualquer setor instalado.</p><p>Considerando que eventualmente ocorra uma falha no sistema de detecção de</p><p>vazamentos ou que um incêndio seja causado por uma situação que não envolve as</p><p>substâncias inflamáveis que estão sendo processadas no ambiente, caberá prover a</p><p>instalação de um sistema que seja capaz de indicar este cenário ou acionar</p><p>automaticamente o sistema de extinção de incêndio (ARAÚJO E SILVA, 2008).</p><p>Apesar de inúmeras sustâncias utilizadas atualmente para a extinção de</p><p>incêndios, a proporção dos eventos estudados inviabiliza a utilização de outra</p><p>substância que não seja a água, devido à relação custo-benefício. A água é um</p><p>excelente agente extintor, pois proporciona resfriamento, abafamento e emulsificação</p><p>(GONÇALVES, GUIMARÃES E OLIVEIRA, 2008).</p><p>Para o combate a grandes incêndios com água, é necessário que a instalação</p><p>possua um sistema adequadamente projetado para esta finalidade, conforme visto</p><p>anteriormente. Em ambientes fechados, o combate ao incêndio pode ser dado pelo</p><p>acionamento de chuveiros automáticos, enquanto em ambientes abertos, o combate</p><p>pode ser realizado através de canhões monitores.</p><p>O chuveiro automático é um dispositivo com um sensor térmico que, ao atingir</p><p>uma determinada temperatura, permite que uma válvula seja aberta e libere água em</p><p>uma área específica. De acordo com a NBR 10897, os sistemas de chuveiros</p><p>automáticos podem ser classificados como sistema de tubo molhado; sistema de tubo</p><p>seco; sistema de ação prévia; e sistema dilúvio.</p><p>No sistema de tubo molhado os chuveiros automáticos estão conectados aos</p><p>ramais de uma tubulação fixa contendo água sob pressão. Já nos sistemas de tubo</p><p>seco os chuveiros automáticos estão conectados aos ramais de uma tubulação fixa</p><p>contendo ar comprimido ou nitrogênio sob pressão. Quando o gás é liberado, uma</p><p>válvula libera a água do reservatório para a tubulação.</p><p>O sistema de ação prévia é idêntico ao de tubo seco, acrescentando somente</p><p>uma válvula especial (acionada por detector de incêndio muito sensível) que permite</p><p>a liberação da água na tubulação mesmo sem o acionamento de um chuveiro.</p><p>40</p><p>Por fim, no sistema dilúvio os chuveiros são abertos (que não elementos</p><p>termos-sensíveis) e estão conectados aos ramais de uma tubulação seca. Uma</p><p>válvula instalada na entrada da rede de tubulação é acionada pelo sistema de</p><p>detecção de incêndio e permite a entrada de água na rede e o seu descarregamento</p><p>através dos chuveiros abertos. Em casos especiais, o acionamento da válvula-dilúvio</p><p>pode ser feito por meio de um sistema de detecção de gases específicos.</p><p>Para o combate de incêndios com substâncias inflamáveis em áreas abertas,</p><p>utilizam-se sistemas de resfriamento com aspersores e canhões-monitores.</p><p>Aspersores são esguichos instalados no topo de tanques e, quando acionados, devem</p><p>liberar água (ou espuma) suficiente para formar uma lâmina junto à superfície das</p><p>paredes. Canhões monitores são esguicho que oferecem recursos mecânicos para</p><p>facilitar o controle da grande vazão de água que proporcionam. Normalmente, são</p><p>operados com pressões de 560 kPa (80 psi) para jatos sólidos e a 700 kPa (100psi)</p><p>para jatos de neblina, podendo variar conforme o fabricante. A vazão utilizada</p><p>geralmente está acima de 1200 lpm, podendo chegar até a 19000 lpm.</p><p>A NBR 7505 recomenda que deve haver pelo menos dois canhões monitores</p><p>posicionados de tal forma que a o lançamento seja de duas posições distintas e que</p><p>estes podem ser fixos ou portáteis. Quando utilizados para proteção de uma bacia de</p><p>contenção, devem ser instalados externamente ao dique (SEITO, 2008).</p><p>Além de equipamentos adequadamente projetados, instalados e mantidos em</p><p>condições para seu uso a qualquer instante, o combate somente será eficiente se</p><p>houver pessoal treinado para operá-los de forma rápida e eficiente. Desta forma, a</p><p>existência de brigadas é de extrema importância na redução das consequências de</p><p>grandes acidentes, pois serão os responsáveis pela organização da evacuação, do</p><p>primeiro combate às chamas e do resfriamento de estruturas (CAMILLO JR. E LEITE,</p><p>2008).</p><p>Embora a NBR 14276 defina os requisitos mínimos para a composição,</p><p>formação, implantação e recuperação da brigada de incêndio e considerando todos</p><p>os aspectos relacionados aos riscos de produção, ocupação, armazenamento e</p><p>instalação, o pessoal responsável pelo treinamento de cada brigada determinará o</p><p>que os brigadistas devem aceitar treinos específicos. Tal treinamento deve ser</p><p>especificado e detalhado no plano de treinamento da brigada, e quando a autoridade</p><p>41</p><p>competente realizar a inspeção, esta deve ser prestada para esclarecimento e</p><p>orientação.</p><p>Caso a atividade seja de alto risco, a NBR 14608 recomenda que o</p><p>empreendimento também seja equipado com bombeiros civis profissionais. Para</p><p>determinar o número necessário para cada turno, o tipo de construção, o risco a ser</p><p>protegido e a área total da construção devem ser considerados. Esses profissionais</p><p>podem ser funcionários da própria empresa ou funcionários de empresas terceirizadas</p><p>e devem ter responsabilidades especiais para fornecer proteção contra incêndio e</p><p>serviços de resposta a emergências.</p><p>5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ARAÚJO, C. H.; SILVA, A. A. Detecção e Alarme de Incêndio. In: SEITO, A. I. (coord.)</p><p>et al. A Segurança Contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008. p.</p><p>201-213.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 12693: 2013 -</p><p>Sistemas de proteção por extintores de incêndio. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14432:</p><p>exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações –</p><p>procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2000.</p><p>BARSANO, Paulo R.; BARBOSA, Rildo P.; SOARES, Suerlane Pereira da S.</p><p>Equipamentos de Segurança. Editora Saraiva, 2014.</p><p>BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978. Aprova as normas</p><p>regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e</p><p>medicina do trabalho. NR - 23. Proteção contra Incêndios.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.425 de 30 de março de 2017. Estabelece diretrizes gerais sobre</p><p>medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em estabelecimentos,</p><p>edificações e áreas de reunião de público; altera as Leis n.º 8.078, de 11 de setembro</p><p>42</p><p>de 1990, e 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil; e dá outras providências.</p><p>Brasília, 2017.</p><p>CAMILLO JR., A. B.; LEITE, W. C. Brigadas de Incêndio. In: SEITO, A. I. (coord.) et</p><p>al.</p>