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Garbolights Produções Artísticas apresesenta Rogério Caetano Sete Cordas técnica e estilo texto, organização e direção Marco Pereira garl ightsgarl * Editora e Produções Artísticas * apresenta Rogério Caetano SETE CORDAS técnica e estilo organização e direção Marco Pereira edição Rio de Janeiro 20102 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Caetano, Rogério Sete cordas : técnica e estilo / Rogério Caetano ; texto, organização e direção Marco Pereira. Rio de Janeiro, RJ : Garbolights Produções Artísticas, 2010. ISBN Violão 2. Violão Estudo e ensino I. Pereira, Marco. II. Título. 10-11310 CDD-787.8707 Índices para catálogo sistemático Violão : Estudo e ensino : Música 787.8707 Direitos reservados à Garbolights Produções Artísticas Ltda. Rio de Janeiro RJ Brasil Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights@Garbolights Produções Artísticas Ltda.3 ÍNDICE Introdução - por Marco Pereira 5 sete cordas por Rogério Caetano 9 A mecânica do sete cordas 10 Nota dos autores - 13 Primeiros passos 14 a partir das escalas maiores - 15 a partir das escalas menores 17 a partir de movimentos cromáticos - 19 Cadências em Dó Maior - 21 G7 25 Dm7 G7 26 A7 Dm 27 - A7 Dm 28 B7 Em - 29 F#ø B7 Em 30 C7 F 31 Gm7 C7 32 D7 G7 33 Am7 D7 G 34 E7 Am 35 Bø - E7 Am 36 Exercícios 37 Cadências em Dó menor 40 G7 Cm 42 G7 Cm 43 Bb7 Eb 44 Fm7 Bb7 Eb 45 C7 Fm 46 C7 Fm 47 D7 G7 Cm 48 D7 G7 Cm 49 Eb7 Ab 50 Bbm7 Eb7 Ab 51 Exercícios 52 Cadências II-V em outras tonalidades - 55 A7 D 55 F#7 Bm 55 Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.4 F7 Bb - 55 D7 Gm - 56 Bm7 - E7 A 56 C#7 - F#m - 56 F#m7 B7 E 56 G#7 - C#m - 57 Bb7 Eb7 - Ab - 57 B7 E7 A 57 Exercícios 57 Acordes de empréstimo 59 Acordes diminutos - 60 Exercícios 67 Inversões: modelos esquemáticos (II-V-I) - 84 Modo maior - 84 Modo menor 85 Exercícios 87 Condução rítmico-harmônica 88 Modelos clássicos - 90 Outras escalas - 94 Hexatônica Simétrica Dominante (tons inteiros) 94 Alterada 96 Octatônica Simétrica Dominante (semitom-tom) 97 Modo Lídio Dominante (Lídio b7) 99 Modo Meio-diminuto - 100 Modo Lídio 101 Pentatônica Maior 101 Pentatônica Menor 102 Escalas combinadas 103 Discografia de referência - 105 Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights Garbolights Produções Artísticas Ltda.5 Introdução A longa história do violão se perde em milênios de prática musical ao redor do mundo nas mãos de povos das mais diferentes culturas. Desde baixos relevos hititas datados de 4.000 anos a.C. até dias atuais, constatamos que esse instrumento já sofreu todo tipo de transformação e experimentos. formato, material empregado, número de cordas utilizadas, tamanho e a largura do seu braço, foram algumas das características já tantas vezes descritas, desenhadas e experimentadas. Depois que Antonio Torres (13 de junho 1817 19 de novembro 1892) definiu padrão do violão clássico, outras tentativas inovadoras ainda foram feitas, tais como violões com dois braços, com cordas atravessadas sobre tampo e violões sem trastes ou com trastes móveis. Todos esses experimentos deram resultados interessantes porque, afinal, que conta não é O tipo de instrumento idealizado, mas sim quem toca. De qualquer maneira, que podemos perceber diante de todas essas variações é que algumas acabaram se consagrando mais do que outras. No Brasil, além do violão clássico, que foi trazido para cá na época da colonização, constatamos a presença de outros instrumentos de mesma origem como a viola caipira², cavaquinho, O violão tenor³ e, é claro, violão de sete cordas, este último de origem ainda desconhecida. violão de sete cordas foi uma das mais felizes variações do violão clássico que foram trazidas nessa bagagem instrumental. No Brasil, esse instrumento se desenvolveu no ambiente do choro e do samba e se fixou como um instrumento de acompanhamento com funções muito características e específicas. violão de sete cordas, antes de mais nada, é um instrumento de acompanhamento rítmico- harmônico. Consagrou-se como O principal responsável pela condução dos baixos dos acordes, criando ainda interesse melódico nos finais de frases ou períodos onde a melodia do tema Antonio Torres Jurado foi um violonista e espanhol que representa para mundo do violão mesmo que Antonio Stradivari representa para mundo do violino. Ele foi primeiro a defender a tese de que a qualidade e volume sonoro do violão estavam diretamente relacionados com O tampo do instrumento, e que não tinha quase nada a ver com as laterais e fundo. Para tanto, construiu um violão com fundo e as laterais de papel machê que ainda hoje pode ser visto no Museu de la Música em Barcelona. conceito estrutural do instrumento definido por ele por volta de 1850 tomou-se até os dias de hoje como a principal referência histórica na construção de violões. 2 A viola caipira foi trazida para Brasil pelos padres jesuítas catequisadores. Corresponde à vihuela espanhola e à guitare française, dois instrumentos de grande repercussão na Europa central do século XVI. 3 O violão tenor é um violão de quatro cordas com a mesma afinação da viola de orquestra (lá, ré, sol, dó), e é tocado sempre com auxílio de uma palheta (plectrum). Na tradição do choro foi utilizado para contrapontear com os solistas, normalmente representados pelo bandolim, flauta ou clarinete. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.6 principal repousa. Essas frases ou passagens melódicas do violão de sete cordas são, entre todas, sua característica mais atraente. o violão de sete cordas manteve-se como um instrumento essencialmente popular até bem recentemente, quando passou a ser ensinado nas academias de música. Isso significa que a maneira de se tocar violão de sete cordas, tanto no ambiente do choro como no do samba, se manteve graças à tradição leiga do tocar-de-ouvido, já que não havia nenhum método ou tratado que explicasse de forma didática sua linguagem particular. tocar-de-ouvido era a única maneira que OS novos aspirantes ao violão de sete cordas tinham para aprender sua técnica específica, ou seja, ouvindo e vendo aqueles que já tinham desvendado seus segredos, e que tinham contribuído de alguma forma para O seu A única facilidade que houve com relação ao aprendizado do violão de sete cordas, desde onde sua tradição começa, é que seu desenvolvimento se deu concomitantemente com desenvolvimento da indústria fonográfica. A música gravada em disco foi um elemento primordial para que as novas ideias musicais fossem perpetuadas, passando para as gerações futuras O conteúdo dessa prática genuinamente brasileira. Foram muitos cráques desse instrumento, que contribuíram de forma definitiva para O seu desenvolvimento e, hoje em dia, é praticamente impossível resumir de forma elegante esse vasto panorama. Entretanto, existem alguns nomes muito significativos que representam unanimidade entre músicos ligados a esse estilo: Tute, que iniciou a linguagem do sete cordas no Brasil; Dino, que elevou a um nível musical e artístico jamais superado; e Raphael Rabello, que O transformou em instrumento de solista. Arthur de Souza Nascimento (01 de julho 1886 15 de junho 1957), Tute, foi O mais notável sete cordas de seu tempo, e um dos primeiros, senão O primeiro, a se servir dele de forma eficaz. Tute definiu a afinação da sétima corda (dó) e influenciou diversos violonistas de sua época. Dominava, além do sete cordas, violão de seis cordas, O banjo e O bandolim. Foi companheiro de Pixinguinha em diferentes grupos, sendo OS Oito Batutas de maior destaque. Tute também tocou em vários outros grupos como Velha Guarda, Cinco Companheiros, Gente Boa, Orquestra Copacabana (tocando banjo), Orquestra Victor Brasileira e O de Chiquinha Gonzaga. Durante mais de 15 anos (1929 a 1945) foi músico das duas principais rádios do Rio de Janeiro: a Rádio Mayrink Veiga e a Rádio Nacional, onde se apresentava ao lado de Luperce Miranda, Mário Reis e Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.7 da pequena notável Carmen Miranda, grandes ícones da música popular brasileira dessa época. Seu seguidor mais ilustre foi Horondino José da Silva, Dino 7 Cordas. Dino nasceu no bairro carioca do Santo Cristo no dia 05 de maio de 1918 e faleceu no dia 27 de maio de 2006, também na cidade do Rio de Janeiro. Desde OS anos 30 Dino já era um violonista de destaque. Sua carreira musical se iniciou através do violão de seis cordas, mas no início dos anos 50, por influência de Tute, passou a tocar num violão de sete cordas. Identificou-se de tal maneira com esse instrumento, que a partir de então adotou como nome artístico aquele que consagraria até fim de seus dias: Dino 7 Cordas. Trabalhou nos regionais de Canhoto, Benedito Lacerda e, posteriormente, no de Jacob do Bandolim, Época de Ouro. Formou com Meira, mestre do violão de seis cordas, a mais incrível dupla de violonistas acompanhadores que a música brasileira já mostrou. Acompanhou maiores intérpretes do seu tempo e foi um dos músicos mais requisitados para gravações comerciais. Colaborou com artistas como Augusto Calheiros, na década de 30; Francisco Alves, na década de 40; Orlando Silva, na década de 50; e muitos outros, até Zeca Pagodinho, nos anos 90. Foram centenas de músicos solistas e cantores que receberam O luxuoso acompanhamento de Dino durante mais de 70 anos de atividade musical, constante e obstinada. Dino desenvolveu suas ideias no sete cordas e fixou, de forma brilhante e definitiva, a linguagem do seu instrumento. Foi um perfeccionista, demonstrando seu grau de elaboração musical e artística através de suas conduções melódicas (frases típicas do sete cordas que ele idealizou), articulações rítmicas (soluções inusitadas que ele criou) e estruturas harmônicas perfeitas (jamais se equivocou na utilização de um acorde, optando sempre pelas melhores soluções). Um sem número de gravações das quais participou representam etemo patrimônio da música brasileira. Mais recentemente tivemos a breve e fulgurante carreira de outro grande representante do violão de sete cordas: Raphael Rabello. Aprendendo diretamente das fontes Tute, Dino, Meira e Baden, Raphael Rabello foi responsável por violão de sete cordas num instrumento de solista. Até a chegada de Raphael em cena, O violão de sete cordas havia sido utilizado sempre como um instrumento de acompanhamento nos ambientes do choro e do samba. Além de destaque de solista ao seu instrumento, Raphael também foi um acompanhador original e inovador. Contribuiu de maneira exemplar para O desenvolvimento da linguagem do sete cordas e, por sua musicalidade e personalidade marcantes, influenciou uma legião de novos músicos. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights@Garbolights Produções Artísticas Ltda.8 Infelizmente, faleceu ainda muito jovem, com apenas 33 anos de idade, e teve assim sua brilhante carreira interrompida. Esse breve panorama do violão de sete cordas, feito à guisa de introdução, tem por objetivo apresentar este novo trabalho que desenvolvi em parceria com meu querido amigo e músico genial, Rogério Caetano. Discípulo direto dos grandes mestres citados acima, Rogério Caetano também está colocando violão de sete cordas num novo patamar. Sabemos bem da transformação que ele está efetuando na linguagem do seu instrumento, e este método tem por objetivo facilitar acesso a essas novas ideias. Rogério Caetano tem mente arrojada, desbravadora. Utiliza, de maneira fluente e natural, elementos musicais inusitados nessa linguagem, representando, assim, a vanguarda do violão de sete cordas neste início de século. Ele é titular de um estilo próprio, de muita profundidade, que olha para frente sem jamais perder de vista a tradição do seu instrumento. Servindo-se de um material instigante como escalas sintéticas, escalas alteradas e elementos harmônicos modais, Rogério Caetano renova a maneira de expressão do sete cordas nos nossos dias. Sinto-me feliz e privilegiado por estar associado a ele nessa empreitada que, espero, seja de grande valia para todos músicos. Marco Pereira Rio de Janeiro, 02 de fevereiro de 2010 Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.9 sete cordas por Rogério Caetano A linguagem e a técnica do violão de sete cordas foram desenvolvidas e difundidas por Horondino Silva, Dino 7 Cordas. Apesar de não ter sido primeiro músico a utilizá-lo, a partir de 1952 Dino passa a se dedicar a esse instrumento, estabelecendo, de maneira definitiva, a primeira escola do sete cordas no Brasil. Com um estilo pessoal, ele se torna a principal referência desse instrumento no cenário musical brasileiro. Suas gravações chamaram a atenção de outros músicos e sete cordas passou a um número cada vez maior de adeptos. Primeiramente, surgiram alguns violonistas de destaque, como Ventura Ramires, Darly Lousada, irmãos Valdir e Valter, e vários outros. Cada um deles, acabou por desenvolver seu próprio estilo e Valter e Valdir, por exemplo, incorporaram ao sete cordas, elementos técnicos da guitarra elétrica, como as escalas pentatônicas. Essa prática levou a explorar braço do instrumento de forma mais ampla, O que resultou num grande avanço na técnica e na linguagem. Outro passo importante para O desenvolvimento do sete cordas se deu pelas mãos de Raphael Rabello. Ele abriu novos horizontes com sua forma diferenciada de harmonizar. Sua sonoridade era também nova e diferente. Foi primeiro a sete cordas como instrumento solista e, a partir dos anos 80, se responsabilizou pelo estabelecimento de duas escolas distintas: sete cordas de aço e sete cordas de nylon. Outros nomes, também importantes nesse cenário, merecem destaque. Dentre eles podemos citar alguns violonistas contemporâneos que trilham seus caminhos dentro dessas escolas: Jorge Simas, Carlinhos 7 Cordas, Maurício Carrilho, Paulão 7 Cordas, Toni 7 Cordas, Luís Filipe de Lima, Josimar Carneiro, Luís Otávio Braga, Marcello Gonçalves, Luisinho 7 Cordas, Edmilson Capelupi, Zé Barbeiro, Swami Jr., Alencar 7 Cordas, Fernando César, Félix Júnior, Edson 7 Cordas e Yamandú Costa. Rogério Caetano Rio de Janeiro, 21 de julho de 2010 Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.10 A mecânica do sete cordas Afinação A afinação tradicional do sete cordas obedece ao seguinte padrão: mi si sol ré lá mi dó Podemos dizer que praticamente todos chorões do sete cordas se serviram dessa afinação e, mesmo tendo intervalo de terça entre a sexta e a sétima cordas, consideravam mais eficaz ter a nota dó na corda solta que outra nota qualquer. Mais recentemente, alguns violonistas passaram a utilizar também as afinações si e lá na sétima corda, sem a necessidade de mantê-las fixas, podendo-se alterá-las de acordo com a tonalidade do tema. Com O uso mais frequente dessas diferentes afinações, instrumentista vai aos poucos se habituando com as novas digitações para a sétima corda e, a partir do momento que essas diferenças são incorporadas, processo torna- se perfeitamente natural, abrindo mais possibilidades para instrumento. uso da dedeira Com intuito de se obter maior volume sonoro, como também um timbre mais definido e de maior projeção, utiliza-se a dedeira na técnica do sete cordas. A dedeira é um artefato de metal que se adapta ao polegar da mão direita de modo a ferir as cordas com maior vigor. movimento do polegar com a dedeira é sempre realizado de cima para baixo, geralmente apoiando na corda imediata inferior à corda ferida. Os movimentos são enérgicos utilizando não só a articulação do polegar, como também peso do braço direito para se obter a sonoridade característica do instrumento. uso e efeito da dedeira são mais efetivos no violão com cordas de aço, pois O aço gera maior tensão no encordoamento. Devido a essa tensão, O ataque do polegar da mão direita passa a ser mais vigoroso resultando em maior volume e projeção do som. Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.No violão de sete cordas, encordoado com cordas de nylon, é mais comum toque sem a dedeira, em razão da menor tensão das cordas e também da sonoridade mais suave do nylon. Nesse caso, ataque é feito com a polpa e a unha do polegar da mão direita. Alguns poucos violonistas ainda preferem uso da dedeira, mesmo com esse tipo de encordoamento. Esse fato gerou uma questão recorrente e polêmica sobre uso ou não da dedeira, que pode ser solucionada a partir de um enfoque racional: uso da dedeira no violão de aço traz como resultado um aumento considerável do volume sonoro do instrumento, como também uma qualidade tímbrica mais eficaz para padrão estético ao qual O instrumento está associado. É portanto clara a necessidade de sua utilização quando se tratar de grupos maiores, com vários percussionistas e outros instrumentos. Já sete cordas de nylon, é mais apropriado para ser tocado sem a dedeira em formações menores ou simplesmente acompanhando a humana ou um instrumento melódico. Nesses casos, por não necessidade de um grande volume sonoro, pode-se também tirar mais proveito da sonoridade do nylon, já que sem a dedeira, O nível de ruído dela resultante fica nulo. Elementos técnicos Acordes Dentro de sua tradição e numa abordagem mais simplista, violão de sete cordas é um instrumento harmônico de acompanhamento. Sendo assim, é fundamental um conhecimento aprofundado dos elementos harmônicos constituídos pelos acordes e suas inversões. Escalas e Arpejos estilo do sete cordas utiliza com muita frequência, no seu conteúdo melódico, movimento escalar. Entretanto, é igualmente eficaz a aplicação dos arpejos melódicos, que se constituem das notas do acorde tocadas em sequência. Técnica do polegar desenvolvimento da velocidade na ação do polegar pode ser consideravelmente melhorada praticando-se temas consagrados, de alta exigência técnica, tais como 'Desvairada', de Garoto; 'O VOO da mosca', de Jacob do Bandolim; ele', de Pixinguinha e Benedito Lacerda; 'Espinhas de Bacalhau', de Severino Araújo; dentre outros tantos que compõem O repertório tradicional do choro. Deve-se buscar sempre a região grave do instrumento, onde geralmente ocorrem as frases Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.12 melódicas. Nesse sentido, é aconselhável que a digitação seja feita nas primeiras posições (dedo / da mão esquerda posicionado sobre as primeiras casas). Ligados Os ligados se constituem num elemento técnico da mão esquerda e são obtidos, sempre sobre uma mesma corda, da seguinte maneira: depois de se tocar uma determinada nota, dedo da mão esquerda utilizado para criar essa primeira nota faz O movimento de beliscar a corda para criar a nota seguinte. Pode-se também utilizar OS outros dedos da mão esquerda para percutir a corda em que se encontra a primeira nota, e assim obter-se a nota seguinte. Se a nota a ser obtida estiver acima da primeira, dizemos que O ligado é ascendente (nesse caso dedo da mão esquerda irá percutir a corda para que se obtenha 0 ligado desejado). Se esta estiven abaixo, O ligado será descendente (nesse caso dedo da mão esquerda belisca a corda). Essa técnica, além de a manter da mão direita relaxado, pois reduz O número de ações deste, atua como elemento de fraseado nas passagens melódicas do sete cordas. É muito comum, nas frases descendentes, aplicar ligados sobre cordas soltas. Nos movimentos ascendentes, os ligados são feitos a partir das cordas soltas e podem ocorrer sobre uma ou duas notas que se seguem a ela. Extensão Na linguagem mais contemporânea do violão de sete cordas, é frequente a utilização de toda a extensão do instrumento, fazendo com que as frases melódicas também ocorram na região aguda. Entretanto, é importante que nesses casos haja critério para sua utilização, já que na região aguda O sete cordas perde sua principal característica que são as baixarias. Pizzicato pizzicato é um efeito que se obtém pelo abafamento das cordas do violão com a parte lateral da mão direita apoiada sobre O rastilho. resultado desse efeito é um som seco e abafado. É usado frequentemente em conduções rítmicas como a do maxixe, do partido-alto e de outros similares. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.13 Nota dos autores É muito importante ter-se em mente que aprendizado e domínio da linguagem do violão de sete cordas requer um estudo aprofundado de Harmonia. Esse aprendizado particular é bastante complexo e, para tanto, recomendamos O domínio dos seguintes itens imprescindíveis à prática musical: Escalas - articulações e ligados Formação dos acordes Tríades, Tétrades e complementos harmônicos Tensões da Harmonia Tonal - Alterações Acordes cifrados Cifra alfanumérica Inversões dos acordes Intervalos da Harmonia Tonal Par cadencial Cadências Dominantes Secundárias Acordes de empréstimo Para tanto sugerimos 'Cadernos de Harmonia' - Marco Pereira Garbolights Produções Artísticas Rio de Janeiro, RJ BRASIL informações no site: www.marcopereira.com.br ou pelo e-mail: pedidos@marcopereira.com.br Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.14 Primeiros passos Antes de iniciarmos uma abordagem mais precisa do estilo do violão de sete cordas no ambiente do choro e do samba, é importante que não faremos, no desenvolvimento deste trabalho, qualquer tipo de consideração sobre técnica violonística, no que diz respeito a escalas, arpejos, posição de mão direita, etc. Tampouco serão apresentados detalhamentos teóricos sobre questões relacionadas à Harmonia ou cifragem de acordes. Portanto, é aconselhável àquele que aspira a um bom desempenho no violão de sete cordas, que não negligencie esses aspectos técnicos e musicais estudando-os com afinco antes de mergulhar definitivamente nessa linguagem específica, conhecida popularmente como baixaria. A técnica da baixaria, que é a essência do violão de sete cordas, está sempre associada a uma prática improvisada.⁴ Historicamente, essa prática foi herdada da música barroca europeia e do chamado baixo contínuo⁵, amplamente aplicado por compositores como Vivaldi, Bach, Haendel e outros. A diferença que ocorre entre ambas, além do estilo evidente, é que na tradição europeia a linha do baixo era toda escrita pelo compositor numa pauta musical, e na tradição carioca do samba e do choro essas linhas são totalmente improvisadas. Na primeira, cabia ao músico apenas reproduzir O que estava escrito, e, na segunda, é de responsabilidade do músico criá-las. Essas linhas de baixo, associadas ao conteúdo harmônico, constituirão a base melódica do violão de sete cordas, a partir da qual todo trabalho de preparação do violonista será feito. Sendo assim, a prática do sete cordas deve-se pelo aprendizado de fragmentos melódicos, que serão posteriormente utilizados na formação das frases que, por sua vez, se transformarão nas linhas de baixo, ou, como popularmente conhecemos, em baixarias. Esses fragmentos são muito importantes, pois fazem parte de toda a história brasileira desse instrumento. É fundamental que O aprendiz do violão de sete cordas tenha grande domínio sobre eles, para que sua formação seja sólida e completa. Os fragmentos melódicos serão apresentados em sequência, de forma a criar um resultado musical mais interessante. algumas escalas maiores e menores sobre as quais os exemplos serão criados. É importante lembrar que 4 Entenda-se como prática improvisada a capacidade do músico de aplicar diferentes elementos musicais como escalas, arpejos, frases melódicas e conduções harmônicas. Esses elementos, previamente trabalhados e assimilados, são combinados livremente no momento da execução instrumental. A isso chamamos improvisação. 5 Baixo contínuo é uma técnica de acompanhamento instrumental do barroco europeu, tradicionalmente feita pelo cravo ou alaúde, baseada numa estrutura harmônica cifrada. Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.15 essas escalas devem ser previamente praticadas de modo que já exista uma certa desenvoltura do violonista iniciante quando for estudar exemplos apresentados. Aconselha-se que, primeiramente, fragmentos sejam estudados isoladamente, para depois serem praticados em sequência. A partir de escalas maiores Exemplo I Track 01 Dó maior m fragmento / fragmento 2 G7/B C/E G7/B fragmento 3 fragmento 5 2 fragmento 4 Exemplo 2 - Track 02 - Lá maior A E7 m fragmento 3 fragmento / fragmento 2 fragmento 4 E7 A 2 fragmento 5 Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights Produções Artísticas Ltda.16 Exemplo 3 - Track 03 - Fá maior F D7 Gm C7 F fragmento / fragmento 2 fragmento 3 Exemplo 4 - Track 04 - Sol maior G E7/A Aₘ G fragmento / fragmento 2 fragmento 3 fragmento 4 Exemplo 5 - Track 05 - Ré maior A7 fragmento / fragmento 3 fragmento 2 A7 D6 2 fragmento / fragmento 4 Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights@Garbolights Produções Artísticas Ltda.17 A partir de escalas menores Exemplo I - Track 06 - Ré menor A7 Dₘ Dm/C fragmento / fragmento 2 fragmento 3 A7 D m 2 fragmento 4 fragmento 5 Exemplo 2 - Track 07 Sol menor D7 Cm D7/A fragmento 4 fragmento / fragmento 2 fragmento 3 D7 Gm7 fragmento / 2 fragmento 5 Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights@Garbolights Produções Artísticas Ltda.18 Exemplo 3 - Track 08 - Dó menor Cm C7 (b9) fragmento / fragmento / fragmento 2 fragmento 2 Cm D7/F# G7/B Cm fragmento / fragmento 3 Exemplo 4 - Track 09 - Lá menor A7/C# Dm/F E7 fragmento / fragmento 2 fragmento 3 fragmento / Am/E D*dim Ddim Am/C 3 3 fragmento 4 fragmento 5 Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights Garbolights Produções Artísticas Ltda.19 A partir de movimentos cromáticos Exemplo I - Track 10 - Mi menor Eₘ Em/D F#0 B/A 6 6 fragmento / fragmento 2 fragmento 3 Em/G E7/G# 6 6 fragmento 4 fragmento 6 fragmento 5 Em/B B7 fragmento 7 fragmento 8 B7 Eₘ 2 of fragmento 9 fragmento 10 Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.20 Exemplo 2 - Track - Mi maior E6 E7 Gdim fragmento / fragmento 2 fragmento 3 C#dim E6 C#7 fragmento 4 B/A B/A 2 fragmento 5 fragmento 6 fragmento 6 E6 fragmento 7 Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.21 Cadências em Dó Maior Na prática do violão de sete cordas, as cadências representam ponto de partida para a realização das intervenções melódicas. As cadências mais comuns são de dois tipos: cadência perfeita e cadência completa. A cadência perfeita é formada pelas funções dominante-tônica, no movimento V (em dó maior: G7 - C, em lá menor: E7 Am, etc), e a cadência completa, formada pelas funções subdominante-dominante-tônica. Esse segundo tipo pode ser estruturado com acordes do IV (F6 em dó maior e Dm7 em lá menor) e do II (Dm7 em dó maior e em lá menor). Esse mesmo tipo de cadência completa pode ainda ter como elemento do par cadencial acorde do VI em ré menor). Na prática, que mais frequentemente ocorre é movimento II V - I, que utilizaremos como referência para a estruturação das primeiras frases melódicas. A partir da escala de dó maior podemos observar as seguintes tríades e tétrades: Tríades Dₘ F G Aₘ 8 Tétrades C7M F7M G7 Do ponto de vista funcional acordes da escala podem ser classificados da seguinte maneira: Tônica I e III Subdominante II, IV e VI Dominante V e VII acorde do primeiro grau da escala representa principal acorde de função tônica e estabelece uma relação cadencial primária com sua dominante, estruturada sobre quinto grau da mesma escala. Os demais graus da escala maior (com exceção do VII por não apresentar estrutura triádica perfeita: I, 3, 5 ou I, b3, 5) podem receber apoio cadencial a partir de cadências a eles direcionadas. São tensionamentos passageiros que geram movimentação e interesse harmônico Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.22 com a utilização de todas as notas da escala cromática. Essas cadências são regidas pelos acordes conhecidos como dominantes secundárias. Os graus da escala maior que recebem esse apoio cadencial são aqueles que têm estrutura triádica perfeita, ou seja, III, IV, V e VI. Também nesses casos, as cadências podem ser perfeitas (V do grau envolvido na cadência) ou completas (IV-V, II-V e VI-V do grau envolvido na cadência) e, neste segundo caso, a subdominante que completa a cadência, formando par cadencial, é chamada de subdominante secundária. As cadências secundárias, analisadas em função desses graus da escala diatônica, são grafadas com uma barra diagonal que define esses graus. Para por exemplo, lê-se segundo do segundo (segundo grau do segundo grau). Em dó maior, representa acorde segundo grau de ré menor harmônica. Para V/II lê-se quinto do segundo e, em dó maior, representa O acorde A7(b9,b13), quinto grau (dominante secundária) de ré menor. Para II/IV lê-se segundo do quarto e, em dó maior, representa acorde Gm7, segundo grau (subdominante secundária) de fá maior. Para V/IV lê-se quinto do quarto e, em dó maior, representa acorde C7(9,13), quinto grau (dominante secundária) de fá maior. Para demais graus, a interpretação segue a mesma lógica, sempre associando as dominantes secundárias aos graus das escalas que representam as tonalidades principais. As cadências feitas com dominantes secundárias na tonalidade de dó maior são as seguintes: Para segundo grau: Dₘ Gm7 A/G Dm/F A7 8 8 8 8 V/II IV/II V/II VI/II V/II Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.23 Para terceiro grau: B7 Em7 Am/G Eₘ Cadd⁹ B7 Eₘ 8 V/III III IV/III V/III III VI/III V/III III Para quarto grau: Gm7 F6 Gm7 F6 Gm C/Bᵇ F6/A 8 Para quinto grau: G7 D7/A Am7/C G7/B 8 8 b Para sexto grau: F7M Fdim Am7/E 8 8 Lembre-se de que as dominantes secundárias também podem estar representadas por acordes diminutos com função dominante. Sabemos que acordes diminutos do VII das escalas menores harmônicas (como também das maiores harmônicas) representam acorde da dominante com complemento de nona menor sem a fundamental. Por esse motivo, as dominantes secundárias podem ser substituídas por esses acordes diminutos, já que eles mantêm a mesma função de dominante. O mesmo ocorre com as inversões e todo tipo de alteração que possa ser aplicada nessa situação (deve-se prestar atenção aos acordes cifrados enarmonicamente). Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.24 Veja alguns exemplos de acordes que podem substituir a dominante no momento da cadência secundária: Acorde principal Acorde substituto Resolução A7 C#dim Dm E7 G#dim Am C7(b9) Edim F6 G7(b9) Bdim D7(#5,9) G6 É fundamental para aquele que se inicia na linguagem do sete cordas habituar-se às cadências com dominantes secundárias em diversas tonalidades, a fim de adquirir consciência do intrincado processo tonal. Para iniciarmos trabalho de frases aplicadas às cadências dentro de um mesmo plano, tomaremos como referência a tonalidade de dó maior. Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.25 G7 Track 12 G G7 G7 G G7 Esta é a cadência principal ou primária da tonalidade de dó maior. É O tipo de cadência mais simples que se pode praticar nos encadeamentos para tonalidades maiores. Esse tipo de cadência é muito recorrente e é importante que estudante a pratique no maior número possível de tonalidades. Após a prática em dó maior, deve-se fazer a transposição para as demais tonalidades maiores. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.26 Dm7 - G7 Track 13 Dₘ G7 Dₘ G7 Dₘ G7 É muito comum a associação da dominante primária ao seu par cadencial, como vemos no exemplo acima. Essa representação cadencial completa é a mais utilizada na prática do choro e do samba, e, por esse motivo, é importante que também seja praticada em diferentes tonalidades. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights@Garbolights Produções Artísticas Ltda.27 A7 Dm Track 14 A7 m A7 A/G Dm/F Esta é uma cadência perfeita com a dominante secundária do segundo grau de dó maior, Dm. encaminhamento para segundo grau de dó maior é feito através da alteração de duas notas da escala original, dó sustenido e si bemol. A alteração dessas duas notas formam trítonos necessários para tensionamento em direção ao de dó maior resultando numa escala de ré menor harmônica. acorde A7 pode aparecer substituído por Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.28 E A7 Dm Track 15 A7 Dₘ 8 A7 m A7 m Com a alteração das duas notas citadas no exemplo anterior, dó sustenido e si bemol, que formam a estrutura escalar de ré menor harmônica, a cadência completa com dominante secundária para O de dó maior tem como elemento do par cadencial O acorde Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.29 B7 - Em Track 16 B7 Em/G B7 Eₘ 5° posição A cadência perfeita com a dominante secundária para terceiro grau de dó maior é formada pelos acordes B7-Em e regida pela escala de mi menor harmônica. As alterações feitas nesse tipo de passagem harmônica afetam duas notas: fá sustenido e ré sustenido. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights Garbolights Produções Artísticas Ltda.30 - B7 - Em Track 17 B7 Eₘ B7 B7/D# Em/G 4 3 Esta é a cadência completa, II/III V/III - III na tonalidade de dó maior. A principal escala que rege essa cadência é a escala de mi menor harmônica de onde são extraídos os dois acordes que formam esse par cadencial. As alterações que ocorrem sobre a escala de dó maior continuam sendo fá sustenido e ré sustenido. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights@Garbolights Produções Artísticas Ltda.31 C7 F Track 18 C/Bb F/A C7 F C7 F A cadência perfeita para 0 IV de dó maior é feita a partir da alteração da nota si para si bemol. O si bemol transforma a escala de dó maior numa escala de fá maior, e assim, uma dominante secundária pode dela ser extraída, C7. Acima temos algumas frases típicas para esse tipo de encaminhamento harmônico. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights Garbolights Produções Artísticas Ltda.32 Gm7 - C7 - F Track 19 Gm7 C7 F 8 Gm7 C7 F/C Gm7 C7 6 F7M A cadência completa para IV de dó maior será formada pelos acordes Gm7-C7. A alteração da nota si para si bemol continua presente e alguns movimentos cromáticos podem ser aplicados às frases melódicas como vemos no exemplo acima. Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.33 D7 - G7 Track 20 D7/F# G7 D/C G7/B D7 G7 O encaminhamento harmônico para quinto grau de dó maior se dá pela alteração da nota fá para fá sustenido. Com isso, um novo trítono aparece na escala (fá sustenido-dó) formando 0 tensionamento da dominante secundária de sol, D7. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights Garbolights Produções Artísticas Ltda.34 Am7 - D7 G Track 21 D7 D7 Gadd⁹ 3 3 D7 A cadência completa com dominante secundária para 0 V de dó maior será estruturada com OS acordes Am7-D7. Nesse caso, como acorde de Am é também um acorde da escala de dó maior, duas soluções são possíveis: manter a escala de dó maior durante tempo de duração do primeiro acorde da cadência, ou já aplicar a alteração fá sustenido também nos movimentos melódicos do sete cordas feitos sobre esse acorde. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.35 E7 - Am Track 22 E/D E7 Na cadência para VI de dó maior ocorre a alteração da nota sol para sol sustenido. Nesse caso, além do trítono fá-si, é também gerado trítono sol sustenido-ré, que é a essência da dominante secundária E7 ou G#dim. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.36 - E7 - Am Track 23 E7 E7 E7 E/D Am/C A última cadência completa com dominante secundária dentro da tonalidade de dó maior é aquela formada pelo par cadencial O acorde assim como acorde Am7 na cadência para V de dó maior, pode ser visto de duas maneiras: como acorde do VII da escala de dó maior ou como da escala de lá menor harmônica, que rege esse encadeamento harmônico. Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.37 Exercícios Criar frases melódicas baseadas nos exemplos apresentados neste capítulo nas seguintes tonalidades. a) Sol maior: - B7 - Em (II/VI V/VI - VI) F#7 Bm - F#7 - Bm (II/III - V/III III) Dm7 - G7 - C (II/IV - V/IV - IV) A7 - D7 (V/V V) - B7 - Em b) Fá maior: D7 Gm (V/II - II) - D7 - Gm (II/II - V/II - II) F7 - Bb (V/IV - IV) Cm7 - Bb (II/IV V/IV - IV) G7 - C7 - F (V/V V - I) c) Lá maior: G#7 - C#m - G#7 C#m (II/III V/III - III) A7 D (V/IV - IV) Em7 - A7 - D (II/IV V/IV - IV) B7 - E7 - - C#7 - F#m (II/VI - V/VI - VI) d) Mi maior: D#7 - G#m (V/III III) - D#7 - G#m (II/III - V/III - III) - A (V/IV IV) Bm7 - E7 - A (II/IV V/IV - IV) F#7 B7 - E - V I) C#m7 - F#7 - B7 (II/V - V/V - V) e) Si bemol maior: G7 - Cm (V/II II) - G7 - Cm V/II II) Bb7 - Eb IV) Fm7 - Bb7 - Eb (II/IV - V/IV - IV) C7 - F7 - Bb - V - I) Gm7 - C7 - F7 (II/V - V/V - V) Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.38 2) Fazer a transposição das frases melódicas deste capítulo para as seguintes tonalidades. a) Ré maior b) Sol maior c) Dó maior d) Fá maior e) Lá maior f) Si bemol maior g) Mi bemol maior 3) Exercícios em tonalidades maiores frequentemente utilizadas: Memorize acordes das cifras abaixo e identifique as frases do sete cordas tocadas na gravação associando-as aos exemplos estudados neste capítulo. Toque junto! Track 24 C6 E7 Gm7 C7 B7 A7 G7 A7 G7 C6 A7 G7 C6 C6 Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.39 Track 25 G6 I Dsus G6 G6 A/G B7 Eₘ A7 D7 2 F#0 B7 Eₘ 8 C6 D/C G6/B G6 G6 of 8 Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights Garbolights Produções Artísticas Ltda.40 Cadências em Dó Menor As cadências em tonalidades menores se dão da mesma forma que nas maiores, com a diferença que nas tonalidades menores número de acordes envolvidos será maior, já que as escalas menores utilizadas no processo harmônico são três: escala menor harmônica, escala menor melódica e escala menor natural. Veja quadro de tríades e tétrades a partir dessas escalas: Tríades Cm Dₘ Eb Fₘ F Gm G Ab Bb Tétrades Cm7 Dm7 Fm7 F7 Gm7 G7 Ab7M Bdim Do ponto de vista funcional, acordes estruturados a partir das escalas menores exigem atenção especial, já que a menor melódica e a menor natural, por apresentarem qualidades modais, não se sujeitam a certas análises funcionais. As dominantes secundárias aplicadas a partir da escala menor harmônica são as seguintes: Para terceiro grau: Fm7 Cm7 Eᵇ 8 8 8 8 8 V/III III IV/III V/III III VI/III V/III III Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.41 Para quarto grau: Fm7 Fm7 II/IV V/IV IV IV/IV V/IV IV VI/IV V/IV IV Para quinto grau: D7 Cm7/G G7/F G/F 8 II/V V/V V IV/V V/V V VI/V V/V V Para O sexto grau: 8 8 II/VI V/VI VI IV/VI V/VI VI II/VI V/VI VI Veja a seguir algumas possibilidades de frases construídas sobre cadências na tonalidade de dó menor: Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights@Garbolights Produções Artísticas Ltda.42 G7 - Cm Track 26 G/F G7 Cm G7 Cm Esta é a cadência primária da tonalidade de dó menor e está baseada na combinação dos acordes do V e do / da escala de dó menor harmônica. Nos exemplos acima, note a presença de movimentos cromáticos entre algumas notas dessa escala. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights Garbolights Produções Artísticas Ltda.43 Dø - G7 Cm Track 27 G7 Cm G7/D Cm G7 Cm7 A cadência primária completa na tonalidade de dó menor, também a partir de acordes diatônicos, é formada pelo acorde meio-diminuto do combinado à tétrade dominante do V. Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.44 Bb7 - Eb Track 28 8 Esta cadência com dominante secundária direcionada ao III é feita a partir de acordes retirados da escala menor natural. Quando essa mesma cadência é finalizada com acorde do III da escala menor harmônica, acorde de resolução passa a ser Eb(#5) ou Eb7M(#5). Sete Cordas, técnica e estilo Produções Artísticas Ltda.45 Fm7 - Bb7 - Eb Track 29 Fm7 B b Eb Fm7 E s/3 Nos exemplos acima, vemos a cadência para III com acorde de dominante secundária somado ao seu par cadencial, Fm7. Também nesse caso, acordes envolvidos na cadência se originam a partir da escala menor natural. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights Garbolights Produções Artísticas Ltda.46 C7 - Fm Track 30 C/Bᵇ C7 Fm7 C7 Fₘ C7 Fₘ Esta é a cadência perfeita com dominante secundária direcionada ao IV de dó menor. Nesse caso, a escala que irá reger esse movimento cadencial será a escala de fá menor harmônica. Perceba a utilização de elementos cromáticos livres e também originários da escala menor melódica. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.47 Gø C7 Fm Track 31 C7 Fₘ m6 C7 C7 C/Bᵇ Também na cadência com dominante secundária em direção ao IV de dó menor, podemos ter a formulação completa que utiliza os elementos do par cadencial: II-V ou IV-V direcionados a fá menor, IV de dó menor. As alterações nas notas, a partir da escala de dó menor natural, serão as seguintes: ré bemol e mi bequadro. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights Garbolights Produções Artísticas Ltda.48 D7 - G7 - Cm Track 32 D7 G/F G7/B Cm D7 Cm Estas são algumas possibilidades de frases sobre a cadência com dominante secundária direcionada ao V da escala principal. Nesses casos, é muito frequente a resolução da dominante sobre a tônica, dando continuidade à cadência secundária com a cadência primária. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda49 D7 G7 Cm Track 33 G7/B Cm 6 6 G7 D7 G7 Cm 6 6 No caso da cadência completa com dominante secundária em direção ao V de dó menor, 0 mais comum é a utilização do acorde meio-diminuto, II/V, como subdominante secundária. Note que nessa cadência secundária, pela origem modal do modo menor, a cadência se estrutura a partir da escala de sol menor harmônica, tranformando-se no G7 em dó menor harmônica. Analise elementos cromáticos dos exemplos acima. Sete Cordas, técnica e estilo Copyrights ©Garbolights Produções Artísticas Ltda.

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