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Questão 1/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Padre Antônio Vieira é reconhecido por sua atuação como pregador e pensador no contexto colonial luso-brasileiro. Seus sermões, além de religiosos, revelam uma profunda preocupação com a formação moral do indivíduo e com a crítica às injustiças sociais de seu tempo. Vieira se via como um filósofo que tratava de temas cristãos, abordando questões como ética, antropologia, filosofia da história e estética da linguagem. Como destaca Vilarinho: “Antônio Vieira se destacou por ser um pregador facundo, principalmente no que diz respeito aos seus sermões. A respeito destes últimos, eram impregnados de filosofia, o que o levava a se considerar um filósofo que tratava apenas de assuntos cristãos. Por algum tempo esteve politicamente envolvido com a Inquisição, período no qual foi acusado até mesmo de traição por defender, além dos índios, os novos cristãos, principalmente os judeus [...]”. Fonte: VILARINHO, Sabrina. Padre Antônio Vieira. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/padre-antonio-vieira.htm. Acesso em: 08 maio 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Brasileira, os estudantes refletiam sobre a importância dos sermões de Padre Antônio Vieira como expressão filosófica e estética. Um dos alunos destacou que, embora fossem textos religiosos, os sermões apresentavam uma forte dimensão moral e crítica, voltada à transformação do indivíduo. Outro aluno mencionou que Vieira também abordava temas como a escravidão, a conversão dos indígenas e a defesa dos judeus, o que o colocou em conflito com a Inquisição. A discussão girou em torno da complexidade de sua obra e da forma como ele articulava fé, razão e linguagem para promover uma reflexão ética e política. Com base na situação apresentada e nos conteúdos filosóficos dos sermões de Padre Antônio Vieira, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A Os sermões apelavam para a esfera política, sobretudo pela resistência que africanos e ameríndios deveriam organizar para se libertar da dominação europeia. Justificativa: Incorreta. Embora Vieira criticasse injustiças, ele não conclamava à resistência armada. Sua abordagem era moral e religiosa, voltada à conversão e à transformação interior (livro-base, p. 86–87). B Os sermões criticavam a exploração da natureza; na perspectiva de Vieira a natureza e tudo que há são sagrados e por isso não deveriam ser explorados. Justificativa: Incorreta. Essa não era uma temática central nos sermões de Vieira. Sua preocupação maior era com a moralidade, a conversão e a justiça social, especialmente em relação aos indígenas e judeus (livro-base, p. 86–87). C Além de religiosos, os sermões apresentavam uma preocupação com a moral do indivíduo, isto é, fazê-lo refletir sobre sua condição interior. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Justificativa: Correta. Os sermões de Vieira tinham como objetivo provocar a conversão interior do indivíduo, levando-o à reflexão sobre sua própria condição moral. Segundo o livro-base (p. 86–87), Vieira acreditava que a transformação ética só seria possível por meio da introspecção e da fé, articulando elementos filosóficos, teológicos e estéticos em seus textos. D O principal conteúdo dos sermões era o trabalho; os fiéis eram incentivados a trabalhar mais que o pedido, pois dessa maneira seriam grandemente abençoados. Justificativa: Incorreta. Embora o trabalho fosse valorizado no contexto cristão, não era o foco central dos sermões de Vieira. Sua ênfase estava na moralidade, na conversão e na crítica às injustiças sociais (livro-base, p. 86–87). Questão 2/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Flora Tristán foi uma das primeiras pensadoras latino-americanas a articular as lutas feministas com o movimento operário. Sua atuação política e filosófica foi marcada por uma crítica contundente à exclusão das mulheres da vida social, religiosa e intelectual. Em suas obras e petições, denunciou a opressão vivida pelas mulheres e pelos trabalhadores, defendendo a emancipação de ambos como condição para uma sociedade mais justa. Como destaca Amarante: “Flora prosseguirá a busca por sua cidadania, apresentando duas petições à Câmara dos Deputados. À primeira, Petição para o restabelecimento do divórcio, de 20 de dezembro de 1837, anexa um exemplar de Pérégrinations d’une paria, que na sua opinião ilustra as desgraças das mulheres diante da indissolubilidade do casamento. A segunda, escrita em 10 de dezembro de 1838, após o atentado que sofrera por parte do ex-marido Chazal, é a Petição para a abolição da pena de morte [...]”. Fonte: AMARANTE, Maria Inês. Flora Tristan: jornalismo militante em tempo de revoltas. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rk/v13n1/13.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia e Gênero na América Latina, os estudantes discutiam a trajetória de Flora Tristán. Uma das alunas destacou que Tristán foi pioneira ao vincular a luta das mulheres à causa operária, defendendo que a opressão de gênero e a exploração do trabalho estavam interligadas. Outro estudante mencionou que ela também foi crítica das instituições religiosas e jurídicas que excluíam as mulheres da cidadania plena. A professora complementou explicando que Tristán via a mulher como “a pária da sociedade” e que sua filosofia era marcada por um forte compromisso ético com a justiça social e a transformação das estruturas patriarcais e capitalistas. Com base na situação apresentada e no pensamento de Flora Tristán, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A Ela combateu a fome e a erradicação da pobreza nas comunidades quilombolas. Justificativa: Incorreta. Embora preocupada com a justiça social, Flora Tristán não atuou especificamente em comunidades quilombolas. Sua luta foi voltada à emancipação das mulheres e dos trabalhadores no contexto europeu e latino-americano (livro-base, p. 135). B Ela catequizou comunidades ameríndias legitimando a dominação cultural metropolitana. Justificativa: Incorreta. Tristán não esteve envolvida em processos de catequese ou dominação cultural. Pelo contrário, sua atuação foi crítica às estruturas de poder que excluíam mulheres e trabalhadores (livro-base, p. 135). C Ela foi a favor do avanço da industrialização e do capitalismo na América Latina. Justificativa: Incorreta. Tristán criticava as injustiças do sistema capitalista e defendia o socialismo como alternativa para a emancipação das classes trabalhadoras e das mulheres (livro-base, p. 135). D Ela lutou pelos direitos da classe trabalhadora e pela emancipação das mulheres. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 135), Flora Tristán foi pioneira ao vincular as reivindicações feministas ao movimento operário. Em obras como União Operária, denunciou a exclusão das mulheres da sociedade e defendeu sua inclusão plena como condição para a transformação social. Sua filosofia é marcada por um compromisso com a justiça, a igualdade e a dignidade humana, sendo uma das primeiras a propor uma abordagem interseccional entre gênero e classe. Questão 3/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Silvio Romero foi um dos principais representantes do pensamento nacionalista brasileiro no final do século XIX e início do século XX. Sua atuação intelectual esteve voltada à construção de uma identidade nacional, com ênfase na independência literária, científica e política do Brasil. Em 1906, publicou o texto “Alemanismo no sul do Brasil”, no qual alertava para os riscos da influência estrangeira e conclamava à união dos brasileiros diante de ameaças externas. Como destaca Campos: “O impacto da obra de Silvio Romero sobre a cultura brasileira se fez presente particularmente a partir de 1906 quando publicou um trabalho que chamou atenção para os riscos que uma expansão alemã poderia representar para a Nação. O trabalho, intitulado ‘Alemanismo no sul do Brasil’, estimulou o patriotismo,Incorreta. Magalhães não era ateu nem realista; sua obra era profundamente religiosa, patriótica e espiritualista, com forte influência do romantismo e da filosofia moral (livro-base, p. 125–126). Questão 1/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta No contexto da formação dos Estados latino-americanos no século XIX, Juan Bautista Alberdi destacou-se como um pensador que buscava articular a filosofia europeia com as necessidades concretas da América Latina. Influenciado pelo liberalismo francês e pelo historicismo romântico, Alberdi defendia que a filosofia latino-americana deveria emergir das condições históricas e sociais da região, sem romper com a tradição filosófica europeia. Como afirma Marangoni: “Alberdi entrou em contato com o liberalismo francês por meio dos pensadores: Leroux, Lerminier, Lamennais e Jouffroy. Os princípios de igualdade e liberdade individuais defendidos por Leroux foram, nos primeiros anos de vida intelectual, a principal referência para o tucumano. Esta aproximação de Leroux deu-se por influência de Esteban Echeverría, que compartilhava dos ideais do pensador francês e era o grande mentor da Geração de 1837 [...]”. Fonte: MARANGONI, Jonas Barradas. Governar é Povoar: A influência alberdiana na organização do Estado argentino nos meados do século XIX. Disponível em: https://www.franca.unesp.br/Home/Pos-graduacao/jonas.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia da História na América Latina, os estudantes discutiam a influência do pensamento europeu na formação da filosofia latino-americana. Um dos temas centrais foi a proposta de Juan Bautista Alberdi, que, ao contrário de uma ruptura com a tradição europeia, propunha uma apropriação crítica do historicismo romântico francês como base para a construção de uma filosofia nacional. Um estudante destacou que Alberdi via a filosofia como instrumento de emancipação política e social, desde que enraizada nas necessidades locais. Outro questionou se essa aproximação com o pensamento europeu não comprometeria a autenticidade da filosofia latino-americana. A discussão revelou a complexidade do projeto filosófico de Alberdi e sua tentativa de equilibrar tradição e originalidade. Com base na situação apresentada e na proposta filosófica de Juan Bautista Alberdi, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A O pensamento filosófico latino-americano precisava se livrar da influência filosófica do Velho Mundo, excluindo inclusive as leituras dos filósofos gregos. Justificativa: Incorreta. Alberdi não propunha o rompimento com a tradição filosófica europeia, mas sim uma apropriação crítica, especialmente do historicismo romântico francês, como base para a construção de uma filosofia latino-americana (livro-base, p. 120). B O catolicismo precisava orientar a nova fase da filosofia latino-americana, sobretudo pelo alinhamento que tal filosofia precisava ter com a Bíblia Sagrada. Justificativa: Incorreta. Alberdi não propôs uma filosofia orientada pela religião, mas sim por princípios políticos e sociais, com base no liberalismo e no historicismo europeu (livro-base, p. 120). C A filosofia latino-americana para alcançar sua emancipação precisava recorrer ao historicismo romântico europeu, destacando-se o francês. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 120), Alberdi via no desenvolvimento intelectual francês um modelo a ser seguido. Para ele, a emancipação filosófica da América Latina deveria ocorrer em diálogo com o historicismo romântico europeu, sem romper com a tradição, mas adaptando-a às necessidades locais. Essa proposta visava construir uma filosofia nacional que fosse, ao mesmo tempo, moderna e enraizada na realidade latino-americana. D A estrutura da filosofia latino-americana deveria procurar uma perspectiva de construção filosófica étnica, procurando as produções dos povos ameríndios. Justificativa: Incorreta. Embora o reconhecimento das culturas originárias seja importante, Alberdi não baseou sua proposta filosófica nas tradições ameríndias, mas sim na adaptação do pensamento europeu às realidades políticas e sociais da América Latina (livro-base, p. 120). Questão 2/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta No contexto do pós-independência latino-americano, pensadores como Juan Bautista Alberdi buscaram construir uma filosofia que respondesse às necessidades concretas da região. Alberdi defendia que a filosofia latino-americana deveria ser orientada por questões políticas e sociais, voltadas à construção de uma identidade própria e à superação da dependência colonial. Como afirma Carvalho: “Segundo tal perspectiva, para o pensador argentino [Juan Bautista Alberdi], uma filosofia contemporânea seria aquela que resolvesse os problemas que importam no seu momento. E assim como havia uma filosofia oriental, uma grega, uma romana, uma alemã, uma inglesa e uma francesa, era necessário que houvesse também uma filosofia americana, para resolver o problema dos destinos americanos [...]”. Fonte: CARVALHO, Eugênio Rezende de. A Polêmica entre Leopoldo Zea e Augusto Salazar Bondy sobre a existência de uma filosofia americana (1968–1969). Disponível em: http://anphlac.fflch.usp.br/sites/anphlac.fflch.usp.br/files/eugenio_carvalho.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Latino-Americana, os estudantes discutiam o pensamento de Juan Bautista Alberdi e sua proposta de uma filosofia enraizada nas necessidades concretas da América Latina. Um dos alunos destacou que Alberdi via a filosofia como instrumento de transformação social e política, especialmente em um contexto de dependência econômica e fragmentação nacional. Outro estudante mencionou que Alberdi propunha a industrialização e a construção de uma unidade nacional como caminhos para o progresso. A discussão revelou o esforço de Alberdi em romper com modelos filosóficos importados e propor uma reflexão autêntica sobre os destinos latino-americanos. Com base na situação apresentada e na proposta filosófica de Juan Bautista Alberdi, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A A filosofia latino-americana na perspectiva de Alberdi era conduzida pelo modelo luso-espanhol, por isso a Colônia abordava questões metropolitanas para aplicá-las em sua perspectiva local. Justificativa: Incorreta. Alberdi propunha justamente o rompimento com os modelos coloniais e a construção de uma filosofia própria, voltada às necessidades locais e não à reprodução de modelos europeus (livro-base, p. 110). B O padrão filosófico latino-americano precisava acima de tudo manter o cristianismo católico como única religião possível na América, conforme afirmou Alberdi. Justificativa: Incorreta. Alberdi não propôs a imposição religiosa como eixo da filosofia latino-americana, mas sim uma abordagem política e social voltada à realidade concreta da região (livro-base, p. 110). C Para Alberdi a filosofia latino-americana deveria ter uma essência política e social, a partir das próprias necessidades latino-americanas. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 110), Alberdi defendia que a filosofia latino-americana deveria emergir das necessidades concretas da região, com foco em questões políticas e sociais. Ele propunha a industrialização, a construção de uma unidade nacional e a superação da dependência colonial como caminhos para o desenvolvimento autêntico da América Latina. D A proposta filosófica de Alberdi foi contrária à posição do libertador Simón Bolívar quanto à construção de uma unidade nacional entre as nações latino-americanas. Justificativa: Incorreta. Embora a unidade latino-americana não tenha se concretizado, Alberdi compartilhava com Bolívar a ideia de integração regional como forma de fortalecimento político e econômico (livro-base, p. 110). Questão 3/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta A tradição filosófica dos povos originários da América Latina, especialmente os náuatles, revelauma profunda articulação entre espiritualidade, ética e estética. A figura de Quetzalcóatl, reverenciada como símbolo da criação e da sabedoria, representa um ideal de conduta que valoriza o esforço, o sacrifício e a contemplação como caminhos para a realização humana. Como afirma Heloisa Costa Milton: “Reverenciado por inúmeras civilizações indígenas, antes mesmo do advento dos astecas, como o grande depositário das reservas morais da humanidade, organizador do caos, inventor das artes, das ciências e de tudo o que a habilidade humana origina, Quetzalcóatl é o princípio da criação. Invocado por meio de múltiplos relatos míticos, objeto de contraditórias metamorfoses e representações, símbolo da vida em oposição ao sentido da morte [...]”. Fonte: MILTON, Heloisa Costa. Narrativa e Imaginário na América Espanhola. Itinerários, Araraquara, v. 15/16, p. 151–161, 2000, p. 154. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/3442/3192. Acesso em: 26 mar. 2019. Durante uma roda de conversa em um curso de Licenciatura em Filosofia, os estudantes refletiam sobre a importância de reconhecer as tradições filosóficas indígenas como parte legítima do pensamento filosófico latino-americano. Um dos participantes destacou a figura de Quetzalcóatl como símbolo da sabedoria e da criação, enfatizando que, segundo os náuatles, o verdadeiro sentido da existência humana não estava na conquista ou no prazer, mas na busca interior por meio da contemplação. Outro estudante questionou se essa perspectiva poderia ser considerada filosofia, já que não se baseava nos moldes clássicos europeus. O debate revelou a necessidade de ampliar os critérios de reconhecimento filosófico, valorizando outras formas de racionalidade e sensibilidade estética. Com base na situação apresentada e nos ensinamentos atribuídos a Quetzalcóatl, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A A atividade especificamente guerreira e a morte em batalha são o que dava sentido à existência humana. Justificativa: Incorreta. Essa concepção é mais associada à tradição asteca posterior. No pensamento náuatle vinculado a Quetzalcóatl, o sentido da vida está relacionado à sabedoria, alcançada por meio da contemplação e do sacrifício pessoal (livro-base, p. 52). B A racionalidade e a estratégia expansionista permitiam o ser humano avançar em relação ao seu propósito no mundo. Justificativa: Incorreta. A racionalidade expansionista não é um valor central no pensamento náuatle. O avanço espiritual e existencial se dá por meio da interiorização e da busca contemplativa, não pela dominação territorial (livro-base, p. 52). C Por meio da meditação e contemplação o ser humano poderia buscar o seu verdadeiro sentido. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 52), os ensinamentos de Quetzalcóatl indicam que a sabedoria é alcançada por meio do esforço, do sacrifício e da contemplação. A filosofia náuatle valoriza a interiorização como caminho para compreender o sentido da existência e do mundo, o que revela uma estética espiritual profundamente enraizada na experiência indígena. D A sabedoria era algo que os seres humanos não tinham como conhecer, por isso os náuatles não avançaram em produções filosóficas. Justificativa: Incorreta. Essa afirmação desconsidera a riqueza do pensamento náuatle, que, embora não se organize nos moldes da filosofia ocidental, apresenta uma cosmovisão complexa e profunda, com práticas meditativas e éticas que visam à sabedoria (livro-base, p. 52). Questão 4/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Durante o período colonial, alguns pensadores europeus buscaram compreender as culturas ameríndias a partir de uma perspectiva que mesclava observação empírica e reflexão teológica. Um dos mais relevantes foi o jesuíta José de Acosta, que, ao viver no Peru, aprendeu o quéchua e registrou suas impressões sobre os povos indígenas, suas instituições, religiões e modos de vida. Em sua obra De procuranda indorum salute, Acosta propôs uma classificação dos povos segundo estágios de desenvolvimento civilizatório, reconhecendo avanços significativos entre os ameríndios, especialmente em termos de organização social e conhecimento técnico. Como afirma Galter: “Ele [José de Acosta] realizou também outras duas viagens, sempre observando e registrando informações sobre o território, a natureza e os índios (sua psicologia, seus costumes, suas instituições, sua religião) e, ao mesmo tempo, refletindo sobre o processo da conquista espanhola na América no que se refere à atuação dos leigos e dos religiosos. Essa experiência deu origem a De procuranda indorum salute, uma de suas principais obras. Aprendeu o quéchua, uma das línguas gerais dos índios peruanos [...]”. Fonte: GALTER, Maria Inalva. José de Acosta: um intelectual projetando a formação do governante e do missionário no Peru Colonial. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/250875/1/Galter_MariaInalva_D.pdf. Acesso em: 26 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Latino-Americana, os estudantes discutiam a visão dos colonizadores sobre os povos originários da América. Um dos temas centrais foi a obra de José de Acosta, que, apesar de sua formação europeia e religiosa, reconheceu a complexidade das civilizações ameríndias. Um estudante destacou que Acosta via os povos indígenas como bárbaros, enquanto outro argumentou que ele reconhecia avanços civilizatórios importantes, como os sistemas políticos e os conhecimentos astronômicos. A discussão revelou a importância de compreender as nuances do pensamento colonial e suas implicações na construção da imagem dos povos originários. Com base na situação apresentada e na perspectiva de José de Acosta, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Os povos americanos na perspectiva de José de Acosta estavam em um estágio primitivo, em um estado de significativa barbárie entre as etnias ameríndias, europeias e asiáticas. Justificativa: Incorreta. Embora Acosta utilizasse uma classificação evolutiva, ele reconhecia que os povos ameríndios apresentavam avanços significativos em organização social, astronomia e engenharia, o que os afastava da ideia de barbárie absoluta (livro-base, p. 80). B Para José de Acosta os povos americanos/ameríndios estavam num nível muito avançado, em um estágio muito próximo ou igual ao padrão do processo civilizatório indo-europeu. Justificativa: Incorreta. Acosta reconhecia avanços, mas ainda os via como estando em um estágio intermediário de desenvolvimento, abaixo dos padrões europeus, segundo sua visão eurocêntrica (livro-base, p. 80). C Os povos americanos eram considerados avançados por José de Acosta, destacando-se os complexos sistemas de organização político-administrativos dos maias, incas e astecas. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 80), José de Acosta reconhecia que os povos ameríndios, como os maias, incas e astecas, possuíam estruturas organizativas sofisticadas e conhecimentos técnicos notáveis. Apesar de sua visão hierarquizada da civilização, ele rompeu com a ideia de que esses povos eram desprovidos de razão ou cultura, valorizando suas contribuições para a história. D As etnias na perspectiva de José de Acosta estavam em um patamar superior aos povos europeus. Para o religioso, os europeus precisavam aprender com os povos do Novo Mundo. Justificativa: Incorreta. Essa afirmação não condiz com a perspectiva de Acosta, que, embora reconhecesse avanços entre os ameríndios, ainda os via como inferiores aos europeus em termos de desenvolvimento civilizatório, segundo os critérios da época (livro-base, p. 80). Questão 5/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Silvio Romero foi um dos principais representantes do pensamento nacionalista brasileiro no final do século XIX e início do século XX. Sua atuação intelectual esteve voltada à construção de uma identidade nacional, com ênfase na independência literária, científicae política do Brasil. Em 1906, publicou o texto “Alemanismo no sul do Brasil”, no qual alertava para os riscos da influência estrangeira e conclamava à união dos brasileiros diante de ameaças externas. Como destaca Campos: “O impacto da obra de Silvio Romero sobre a cultura brasileira se fez presente particularmente a partir de 1906 quando publicou um trabalho que chamou atenção para os riscos que uma expansão alemã poderia representar para a Nação. O trabalho, intitulado ‘Alemanismo no sul do Brasil’, estimulou o patriotismo, encorajando a união dos brasileiros diante da ameaça externa” Fonte: CAMPOS, Cynthia Machado. O imaginário nacionalista em Silvio Romero – a questão do Contestado. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, v. 16, n. 23, p. 11–34, 1998, p. 13. Durante uma aula sobre Filosofia Brasileira, os estudantes discutiam o papel de Silvio Romero na formação do pensamento nacional. Um dos alunos destacou que Romero via o nacionalismo como um instrumento de emancipação cultural e política, defendendo a valorização da literatura e da ciência brasileiras. Outro aluno mencionou que, embora influenciado por pensadores europeus, Romero defendia a miscigenação como traço distintivo da identidade brasileira, ainda que mantivesse contradições em sua visão sobre hierarquias raciais. A professora complementou explicando que Romero também foi influenciado pelo liberalismo spenceriano e pelo romantismo nacionalista, o que o levou a propor uma filosofia voltada à construção de um imaginário coletivo brasileiro. Com base na situação apresentada e no pensamento de Silvio Romero, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A A religião Justificativa: Incorreta. Embora a religião estivesse presente no contexto cultural da época, ela não foi o eixo central do pensamento filosófico de Silvio Romero, que se concentrou no nacionalismo e na construção de uma identidade cultural brasileira (livro-base, p. 132). B O anarquismo Justificativa: Incorreta. Romero não esteve vinculado ao anarquismo. Sua filosofia era orientada por um nacionalismo liberal e por uma visão de progresso baseada na ciência e na cultura (livro-base, p. 132). C O misticismo Justificativa: Incorreta. O pensamento de Romero era racionalista e voltado à crítica social e cultural. Ele valorizava a ciência e a literatura como instrumentos de emancipação, não o misticismo (livro-base, p. 132). D O nacionalismo Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 132), o nacionalismo foi uma das marcas centrais do pensamento de Silvio Romero. Ele defendia a independência literária, científica e política do Brasil, e sua obra refletia o desejo de construir uma identidade nacional autêntica. Embora apresentasse contradições, como a defesa da miscigenação ao lado de uma hierarquia racial, seu projeto filosófico estava profundamente comprometido com a valorização da cultura brasileira. Questão 6/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Flora Tristán foi uma das primeiras pensadoras latino-americanas a articular as lutas feministas com o movimento operário. Sua atuação política e filosófica foi marcada por uma crítica contundente à exclusão das mulheres da vida social, religiosa e intelectual. Em suas obras e petições, denunciou a opressão vivida pelas mulheres e pelos trabalhadores, defendendo a emancipação de ambos como condição para uma sociedade mais justa. Como destaca Amarante: “Flora prosseguirá a busca por sua cidadania, apresentando duas petições à Câmara dos Deputados. À primeira, Petição para o restabelecimento do divórcio, de 20 de dezembro de 1837, anexa um exemplar de Pérégrinations d’une paria, que na sua opinião ilustra as desgraças das mulheres diante da indissolubilidade do casamento. A segunda, escrita em 10 de dezembro de 1838, após o atentado que sofrera por parte do ex-marido Chazal, é a Petição para a abolição da pena de morte [...]”. Fonte: AMARANTE, Maria Inês. Flora Tristan: jornalismo militante em tempo de revoltas. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rk/v13n1/13.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia e Gênero na América Latina, os estudantes discutiam a trajetória de Flora Tristán. Uma das alunas destacou que Tristán foi pioneira ao vincular a luta das mulheres à causa operária, defendendo que a opressão de gênero e a exploração do trabalho estavam interligadas. Outro estudante mencionou que ela também foi crítica das instituições religiosas e jurídicas que excluíam as mulheres da cidadania plena. A professora complementou explicando que Tristán via a mulher como “a pária da sociedade” e que sua filosofia era marcada por um forte compromisso ético com a justiça social e a transformação das estruturas patriarcais e capitalistas. Com base na situação apresentada e no pensamento de Flora Tristán, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Ela combateu a fome e a erradicação da pobreza nas comunidades quilombolas. Justificativa: Incorreta. Embora preocupada com a justiça social, Flora Tristán não atuou especificamente em comunidades quilombolas. Sua luta foi voltada à emancipação das mulheres e dos trabalhadores no contexto europeu e latino-americano (livro-base, p. 135). B Ela catequizou comunidades ameríndias legitimando a dominação cultural metropolitana. Justificativa: Incorreta. Tristán não esteve envolvida em processos de catequese ou dominação cultural. Pelo contrário, sua atuação foi crítica às estruturas de poder que excluíam mulheres e trabalhadores (livro-base, p. 135). C Ela foi a favor do avanço da industrialização e do capitalismo na América Latina. Justificativa: Incorreta. Tristán criticava as injustiças do sistema capitalista e defendia o socialismo como alternativa para a emancipação das classes trabalhadoras e das mulheres (livro-base, p. 135). D Ela lutou pelos direitos da classe trabalhadora e pela emancipação das mulheres. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 135), Flora Tristán foi pioneira ao vincular as reivindicações feministas ao movimento operário. Em obras como União Operária, denunciou a exclusão das mulheres da sociedade e defendeu sua inclusão plena como condição para a transformação social. Sua filosofia é marcada por um compromisso com a justiça, a igualdade e a dignidade humana, sendo uma das primeiras a propor uma abordagem interseccional entre gênero e classe. Questão 7/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Padre Antônio Vieira é reconhecido por sua atuação como pregador e pensador no contexto colonial luso-brasileiro. Seus sermões, além de religiosos, revelam uma profunda preocupação com a formação moral do indivíduo e com a crítica às injustiças sociais de seu tempo. Vieira se via como um filósofo que tratava de temas cristãos, abordando questões como ética, antropologia, filosofia da história e estética da linguagem. Como destaca Vilarinho: “Antônio Vieira se destacou por ser um pregador facundo, principalmente no que diz respeito aos seus sermões. A respeito destes últimos, eram impregnados de filosofia, o que o levava a se considerar um filósofo que tratava apenas de assuntos cristãos. Por algum tempo esteve politicamente envolvido com a Inquisição, período no qual foi acusado até mesmo de traição por defender, além dos índios, os novos cristãos, principalmente os judeus [...]”. Fonte: VILARINHO, Sabrina. Padre Antônio Vieira. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/padre-antonio-vieira.htm. Acesso em: 08 maio 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Brasileira, os estudantes refletiam sobre a importância dos sermões de Padre Antônio Vieira como expressão filosófica e estética. Um dos alunos destacou que, embora fossem textos religiosos, os sermões apresentavam uma forte dimensão moral e crítica, voltada à transformação do indivíduo. Outro aluno mencionou que Vieira também abordava temas como a escravidão, a conversão dos indígenas e a defesa dos judeus, o que o colocou emconflito com a Inquisição. A discussão girou em torno da complexidade de sua obra e da forma como ele articulava fé, razão e linguagem para promover uma reflexão ética e política. Com base na situação apresentada e nos conteúdos filosóficos dos sermões de Padre Antônio Vieira, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Os sermões apelavam para a esfera política, sobretudo pela resistência que africanos e ameríndios deveriam organizar para se libertar da dominação europeia. Justificativa: Incorreta. Embora Vieira criticasse injustiças, ele não conclamava à resistência armada. Sua abordagem era moral e religiosa, voltada à conversão e à transformação interior (livro-base, p. 86–87). B Os sermões criticavam a exploração da natureza; na perspectiva de Vieira a natureza e tudo que há são sagrados e por isso não deveriam ser explorados. Justificativa: Incorreta. Essa não era uma temática central nos sermões de Vieira. Sua preocupação maior era com a moralidade, a conversão e a justiça social, especialmente em relação aos indígenas e judeus (livro-base, p. 86–87). C Além de religiosos, os sermões apresentavam uma preocupação com a moral do indivíduo, isto é, fazê-lo refletir sobre sua condição interior. Justificativa: Correta. Os sermões de Vieira tinham como objetivo provocar a conversão interior do indivíduo, levando-o à reflexão sobre sua própria condição moral. Segundo o livro-base (p. 86–87), Vieira acreditava que a transformação ética só seria possível por meio da introspecção e da fé, articulando elementos filosóficos, teológicos e estéticos em seus textos. D O principal conteúdo dos sermões era o trabalho; os fiéis eram incentivados a trabalhar mais que o pedido, pois dessa maneira seriam grandemente abençoados. Justificativa: Incorreta. Embora o trabalho fosse valorizado no contexto cristão, não era o foco central dos sermões de Vieira. Sua ênfase estava na moralidade, na conversão e na crítica às injustiças sociais (livro-base, p. 86–87). Questão 8/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Domingos Gonçalves de Magalhães é considerado o introdutor do romantismo no Brasil, e sua obra filosófica e literária esteve profundamente marcada por uma visão espiritualizada da existência. Seus escritos, especialmente os poemas e textos filosóficos, buscavam cumprir uma função ética e moralizante, articulando sentimentos, religião, patriotismo e liberdade. Como destaca a crítica: “Magalhães faz a defesa de um romantismo acima de tudo moralizante, exigindo dos poemas que escreveu e de suas poucas experiências na prosa o desempenho de uma função ética. Neste sentido, o episódio da confederação dos tamoios tratado na epopeia nacional encomendada pelo Imperador, servia-lhe a dois propósitos: ponto de partida para a explicação do sentido da história do Brasil e como espaço adequado para uma reabilitação dos índios ante a filosofia e a história [...]”. Fonte: Sobre a crítica a Gonçalves de Magalhães. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/11351/11351_4.PDF. Acesso em: 29 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Brasileira, os estudantes analisavam a obra de Domingos Gonçalves de Magalhães, destacando sua importância na introdução do romantismo no Brasil. Um dos alunos observou que sua filosofia era marcada por uma forte dimensão espiritualista, influenciada por Francisco de Monte Alverne. Outro destacou que Magalhães via a consciência de si como ponto de partida para o conhecimento, mas sem reduzi-la à experiência sensorial. A professora complementou explicando que sua filosofia conciliava correntes sensualistas e espiritualistas, com ênfase na segunda, e que sua estética literária estava a serviço de uma ética nacional e moralizante. Com base na situação apresentada e na filosofia de Domingos Gonçalves de Magalhães, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Sua produção foi contrária ao movimento denominado romantismo, pois ele foi um profundo defensor do realismo. Justificativa: Incorreta. Magalhães é reconhecido como o introdutor do romantismo no Brasil, e sua obra é marcada por uma estética espiritualizada e moralizante, não por princípios realistas (livro-base, p. 125–126). B Considerava a natureza um meio para um determinado fim para a economia brasileira, dessa maneira sua filosofia apresentou aspectos capitalistas. Justificativa: Incorreta. Magalhães via a natureza de forma espiritualizada, como expressão da temporalidade e da existência, e não como recurso econômico ou produtivo (livro-base, p. 125–126). C Sua filosofia orientou-se pelas correntes sensualistas e espiritualistas e compreendia que a consciência de si era a condição prévia para o conhecimento empírico. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 125–126), Magalhães conciliava influências sensualistas e espiritualistas, valorizando especialmente esta última. Para ele, o conhecimento empírico só era possível a partir da consciência de si, embora essa consciência não se reduzisse às sensações nem à individualidade, pois o espírito era concebido como infinito, ainda que se manifestasse na consciência finita. D Seus temas filosóficos eram determinados pelo ateísmo, realismo e a morte, tendo sido considerado um dos líderes do pós-realismo no Brasil. Justificativa: Incorreta. Magalhães não era ateu nem realista; sua obra era profundamente religiosa, patriótica e espiritualista, com forte influência do romantismo e da filosofia moral (livro-base, p. 125–126). Questão 9/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta A discussão sobre a autenticidade do pensamento filosófico latino-americano ganhou destaque no final da década de 1960, especialmente com o debate entre Leopoldo Zea e Augusto Salazar Bondy. Este último argumentava que a filosofia produzida na América Latina era marcada por uma condição de inautenticidade, resultado da alienação histórica provocada pela colonização e pela dependência cultural. Para ele, a reprodução acrítica do pensamento europeu impedia o surgimento de uma filosofia verdadeiramente enraizada na realidade latino-americana. Como afirma Salazar Bondy: “[...] o problema da inautenticidade residiria, portanto, na alienação decorrente da condição histórica de subdesenvolvimento e dominação a que estavam sujeitas essas sociedades que, uma vez alienadas, produziam um pensamento igualmente alienado, imperfeito e, consequentemente, dissimulador de sua própria realidade [...]” Fonte: CARVALHO, Eugênio Rezende de. A polêmica entre Leopoldo Zea e Augusto Salazar Bondy sobre a existência de uma filosofia americana (1968-1969). Disponível em: http://anphlac.fflch.usp.br/sites/anphlac.fflch.usp.br/files/eugenio_carvalho.pdf. Acesso em: 26 mar. 2019. Durante um seminário sobre Filosofia Latino-Americana, estudantes debatiam a relevância de se construir um pensamento filosófico autêntico, desvinculado da mera reprodução de ideias europeias. Um dos participantes citou Salazar Bondy, destacando que a filosofia latino-americana, ao longo da história, foi marcada por uma alienação estrutural que comprometeu sua autenticidade. Outro estudante contrapôs, defendendo que a mestiçagem cultural seria suficiente para garantir originalidade filosófica. O debate revelou tensões entre diferentes compreensões sobre o que constitui uma filosofia autêntica e os desafios de sua construção em contextos historicamente colonizados. Com base na situação apresentada e na perspectiva de Salazar Bondy, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A A filosofia latino-americana é autêntica, pois se fundamenta nas tradições indígenas e africanas, o que garante sua originalidade. Justificativa: Incorreta. Embora as tradições indígenas e africanas sejam fundamentais, Salazar Bondy argumenta que a alienação histórica impediu a constituição de uma filosofia autêntica, pois houve uma recepção acrítica do pensamento europeu (p. 44). B A filosofia latino-americana é autêntica, poissempre se desenvolveu de forma independente das influências coloniais. Justificativa: Incorreta. Salazar Bondy afirma que a filosofia latino-americana foi marcada pela dependência cultural e pela reprodução do pensamento europeu, o que compromete sua autenticidade (p. 44). C A filosofia latino-americana caracteriza-se pela reprodução acrítica do pensamento europeu, sendo, portanto, inautêntica. Justificativa: Correta. Segundo Salazar Bondy, a filosofia latino-americana foi historicamente constituída como uma repetição imitativa do pensamento europeu, sem um enraizamento crítico na realidade local. Essa condição de inautenticidade é fruto da alienação provocada pela colonização e pelo subdesenvolvimento, o que impede a emergência de uma filosofia verdadeiramente autônoma (p. 44). D A mestiçagem cultural garante a autenticidade da filosofia latino-americana, pois promove a integração de saberes diversos. Justificativa: Incorreta. Embora a mestiçagem seja um elemento importante, Salazar Bondy sustenta que a mera convivência de saberes não é suficiente para garantir autenticidade filosófica se não houver uma ruptura com a alienação cultural e uma reflexão crítica sobre a realidade latino-americana (p. 44). Questão 10/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Clorinda Matto de Turner foi uma das primeiras intelectuais latino-americanas a denunciar, por meio da literatura, as violências sofridas pelos povos indígenas. Sua obra mais conhecida, Aves sem ninho (1889), retrata com realismo a exploração dos ameríndios por autoridades civis e religiosas, rompendo com o romantismo idealizado que predominava na literatura indigenista da época. Como destaca Camargo: “Os indígenas sofriam com a exploração, pois além dos tributos que deviam pagar aos fazendeiros, também tinham os requerimentos vindos da Igreja, sendo que sua produção nunca era o suficiente e Matto presenciou os danos que esse ciclo de abuso causou aos índios”. Fonte: CAMARGO, Kelly Cristina Tosta Becker de. “Aves sin nido”: a nação peruana no século XIX sob o olhar de Clorinda Matto de Turner. Disponível em: https://tcconline.utp.br/media/tcc/2018/10/%E2%80%9CAVES-SIN-NIDO%E2%80%9D.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia e Literatura na América Latina, os estudantes discutiam o papel da obra de Clorinda Matto de Turner na construção de uma estética da denúncia social. Uma das alunas destacou que, ao contrário de autores que idealizavam os indígenas como “bons selvagens”, Matto retratava a realidade concreta de sofrimento e opressão vivida por esses povos. Outro estudante observou que sua crítica à Igreja e às autoridades civis lhe rendeu perseguições e até excomunhão. A professora explicou que Matto foi precursora do indigenismo moderno, ao propor uma literatura comprometida com a justiça social e com a visibilidade dos povos originários. Com base na situação apresentada e no pensamento de Clorinda Matto de Turner, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Ela escreveu obras cujos temas estavam relacionados ao paganismo e à heresia na América Latina conforme a doutrina católica. Justificativa: Incorreta. Embora tenha sido excomungada pela Igreja, Matto não defendia o paganismo ou a heresia, mas sim denunciava os abusos cometidos por autoridades religiosas contra os indígenas (livro-base, p. 137). B Sua obra privilegiou os estudos militares, valorizando os desbravadores espanhóis e portugueses na conquista do Novo Mundo. Justificativa: Incorreta. Matto criticava a violência da colonização e retratava os indígenas como vítimas de um sistema opressor, não como heróis militares (livro-base, p. 137). C Ela retratou em seus escritos a vida dos indígenas, sobretudo, abordando a realidade e os sofrimentos ameríndios. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 137), Clorinda Matto de Turner foi pioneira do indigenismo moderno ao retratar o indígena real, que sofre com a exploração e a violência das autoridades civis e religiosas. Sua obra Aves sem ninho rompe com o idealismo romântico e propõe uma literatura engajada, que denuncia as injustiças sociais e dá voz aos povos originários. D Seu pensamento e sua produção filosófica foram exclusivamente sobre as comunidades quilombolas, sobretudo da região da Colômbia. Justificativa: Incorreta. Matto era peruana e sua obra se concentrou na realidade dos povos indígenas dos Andes, não nas comunidades quilombolas nem na Colômbia (livro-base, p. 137). · image1.pngencorajando a união dos brasileiros diante da ameaça externa” Fonte: CAMPOS, Cynthia Machado. O imaginário nacionalista em Silvio Romero – a questão do Contestado. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, v. 16, n. 23, p. 11–34, 1998, p. 13. Durante uma aula sobre Filosofia Brasileira, os estudantes discutiam o papel de Silvio Romero na formação do pensamento nacional. Um dos alunos destacou que Romero via o nacionalismo como um instrumento de emancipação cultural e política, defendendo a valorização da literatura e da ciência brasileiras. Outro aluno mencionou que, embora influenciado por pensadores europeus, Romero defendia a miscigenação como traço distintivo da identidade brasileira, ainda que mantivesse contradições em sua visão sobre hierarquias raciais. A professora complementou explicando que Romero também foi influenciado pelo liberalismo spenceriano e pelo romantismo nacionalista, o que o levou a propor uma filosofia voltada à construção de um imaginário coletivo brasileiro. Com base na situação apresentada e no pensamento de Silvio Romero, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A A religião Justificativa: Incorreta. Embora a religião estivesse presente no contexto cultural da época, ela não foi o eixo central do pensamento filosófico de Silvio Romero, que se concentrou no nacionalismo e na construção de uma identidade cultural brasileira (livro-base, p. 132). B O anarquismo Justificativa: Incorreta. Romero não esteve vinculado ao anarquismo. Sua filosofia era orientada por um nacionalismo liberal e por uma visão de progresso baseada na ciência e na cultura (livro-base, p. 132). C O misticismo Justificativa: Incorreta. O pensamento de Romero era racionalista e voltado à crítica social e cultural. Ele valorizava a ciência e a literatura como instrumentos de emancipação, não o misticismo (livro-base, p. 132). D O nacionalismo Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 132), o nacionalismo foi uma das marcas centrais do pensamento de Silvio Romero. Ele defendia a independência literária, científica e política do Brasil, e sua obra refletia o desejo de construir uma identidade nacional autêntica. Embora apresentasse contradições, como a defesa da miscigenação ao lado de uma hierarquia racial, seu projeto filosófico estava profundamente comprometido com a valorização da cultura brasileira. Questão 4/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Durante o período colonial, alguns pensadores europeus buscaram compreender as culturas ameríndias a partir de uma perspectiva que mesclava observação empírica e reflexão teológica. Um dos mais relevantes foi o jesuíta José de Acosta, que, ao viver no Peru, aprendeu o quéchua e registrou suas impressões sobre os povos indígenas, suas instituições, religiões e modos de vida. Em sua obra De procuranda indorum salute, Acosta propôs uma classificação dos povos segundo estágios de desenvolvimento civilizatório, reconhecendo avanços significativos entre os ameríndios, especialmente em termos de organização social e conhecimento técnico. Como afirma Galter: “Ele [José de Acosta] realizou também outras duas viagens, sempre observando e registrando informações sobre o território, a natureza e os índios (sua psicologia, seus costumes, suas instituições, sua religião) e, ao mesmo tempo, refletindo sobre o processo da conquista espanhola na América no que se refere à atuação dos leigos e dos religiosos. Essa experiência deu origem a De procuranda indorum salute, uma de suas principais obras. Aprendeu o quéchua, uma das línguas gerais dos índios peruanos [...]”. Fonte: GALTER, Maria Inalva. José de Acosta: um intelectual projetando a formação do governante e do missionário no Peru Colonial. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/250875/1/Galter_MariaInalva_D.pdf. Acesso em: 26 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Latino-Americana, os estudantes discutiam a visão dos colonizadores sobre os povos originários da América. Um dos temas centrais foi a obra de José de Acosta, que, apesar de sua formação europeia e religiosa, reconheceu a complexidade das civilizações ameríndias. Um estudante destacou que Acosta via os povos indígenas como bárbaros, enquanto outro argumentou que ele reconhecia avanços civilizatórios importantes, como os sistemas políticos e os conhecimentos astronômicos. A discussão revelou a importância de compreender as nuances do pensamento colonial e suas implicações na construção da imagem dos povos originários. Com base na situação apresentada e na perspectiva de José de Acosta, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A Os povos americanos na perspectiva de José de Acosta estavam em um estágio primitivo, em um estado de significativa barbárie entre as etnias ameríndias, europeias e asiáticas. Justificativa: Incorreta. Embora Acosta utilizasse uma classificação evolutiva, ele reconhecia que os povos ameríndios apresentavam avanços significativos em organização social, astronomia e engenharia, o que os afastava da ideia de barbárie absoluta (livro-base, p. 80). B Para José de Acosta os povos americanos/ameríndios estavam num nível muito avançado, em um estágio muito próximo ou igual ao padrão do processo civilizatório indo-europeu. Justificativa: Incorreta. Acosta reconhecia avanços, mas ainda os via como estando em um estágio intermediário de desenvolvimento, abaixo dos padrões europeus, segundo sua visão eurocêntrica (livro-base, p. 80). C Os povos americanos eram considerados avançados por José de Acosta, destacando-se os complexos sistemas de organização político-administrativos dos maias, incas e astecas. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 80), José de Acosta reconhecia que os povos ameríndios, como os maias, incas e astecas, possuíam estruturas organizativas sofisticadas e conhecimentos técnicos notáveis. Apesar de sua visão hierarquizada da civilização, ele rompeu com a ideia de que esses povos eram desprovidos de razão ou cultura, valorizando suas contribuições para a história. D As etnias na perspectiva de José de Acosta estavam em um patamar superior aos povos europeus. Para o religioso, os europeus precisavam aprender com os povos do Novo Mundo. Justificativa: Incorreta. Essa afirmação não condiz com a perspectiva de Acosta, que, embora reconhecesse avanços entre os ameríndios, ainda os via como inferiores aos europeus em termos de desenvolvimento civilizatório, segundo os critérios da época (livro-base, p. 80). Questão 5/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta A tradição filosófica dos povos originários da América Latina, especialmente os náuatles, revela uma profunda articulação entre espiritualidade, ética e estética. A figura de Quetzalcóatl, reverenciada como símbolo da criação e da sabedoria, representa um ideal de conduta que valoriza o esforço, o sacrifício e a contemplação como caminhos para a realização humana. Como afirma Heloisa Costa Milton: “Reverenciado por inúmeras civilizações indígenas, antes mesmo do advento dos astecas, como o grande depositário das reservas morais da humanidade, organizador do caos, inventor das artes, das ciências e de tudo o que a habilidade humana origina, Quetzalcóatl é o princípio da criação. Invocado por meio de múltiplos relatos míticos, objeto de contraditórias metamorfoses e representações, símbolo da vida em oposição ao sentido da morte [...]”. Fonte: MILTON, Heloisa Costa. Narrativa e Imaginário na América Espanhola. Itinerários, Araraquara, v. 15/16, p. 151–161, 2000, p. 154. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/3442/3192. Acesso em: 26 mar. 2019. Durante uma roda de conversa em um curso de Licenciatura em Filosofia, os estudantes refletiam sobre a importância de reconhecer as tradições filosóficas indígenas como parte legítima do pensamento filosófico latino-americano. Um dos participantes destacou a figurade Quetzalcóatl como símbolo da sabedoria e da criação, enfatizando que, segundo os náuatles, o verdadeiro sentido da existência humana não estava na conquista ou no prazer, mas na busca interior por meio da contemplação. Outro estudante questionou se essa perspectiva poderia ser considerada filosofia, já que não se baseava nos moldes clássicos europeus. O debate revelou a necessidade de ampliar os critérios de reconhecimento filosófico, valorizando outras formas de racionalidade e sensibilidade estética. Com base na situação apresentada e nos ensinamentos atribuídos a Quetzalcóatl, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A A atividade especificamente guerreira e a morte em batalha são o que dava sentido à existência humana. Justificativa: Incorreta. Essa concepção é mais associada à tradição asteca posterior. No pensamento náuatle vinculado a Quetzalcóatl, o sentido da vida está relacionado à sabedoria, alcançada por meio da contemplação e do sacrifício pessoal (livro-base, p. 52). B A racionalidade e a estratégia expansionista permitiam o ser humano avançar em relação ao seu propósito no mundo. Justificativa: Incorreta. A racionalidade expansionista não é um valor central no pensamento náuatle. O avanço espiritual e existencial se dá por meio da interiorização e da busca contemplativa, não pela dominação territorial (livro-base, p. 52). C Por meio da meditação e contemplação o ser humano poderia buscar o seu verdadeiro sentido. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 52), os ensinamentos de Quetzalcóatl indicam que a sabedoria é alcançada por meio do esforço, do sacrifício e da contemplação. A filosofia náuatle valoriza a interiorização como caminho para compreender o sentido da existência e do mundo, o que revela uma estética espiritual profundamente enraizada na experiência indígena. D A sabedoria era algo que os seres humanos não tinham como conhecer, por isso os náuatles não avançaram em produções filosóficas. Justificativa: Incorreta. Essa afirmação desconsidera a riqueza do pensamento náuatle, que, embora não se organize nos moldes da filosofia ocidental, apresenta uma cosmovisão complexa e profunda, com práticas meditativas e éticas que visam à sabedoria (livro-base, p. 52). Questão 6/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta No contexto do pós-independência latino-americano, pensadores como Juan Bautista Alberdi buscaram construir uma filosofia que respondesse às necessidades concretas da região. Alberdi defendia que a filosofia latino-americana deveria ser orientada por questões políticas e sociais, voltadas à construção de uma identidade própria e à superação da dependência colonial. Como afirma Carvalho: “Segundo tal perspectiva, para o pensador argentino [Juan Bautista Alberdi], uma filosofia contemporânea seria aquela que resolvesse os problemas que importam no seu momento. E assim como havia uma filosofia oriental, uma grega, uma romana, uma alemã, uma inglesa e uma francesa, era necessário que houvesse também uma filosofia americana, para resolver o problema dos destinos americanos [...]”. Fonte: CARVALHO, Eugênio Rezende de. A Polêmica entre Leopoldo Zea e Augusto Salazar Bondy sobre a existência de uma filosofia americana (1968–1969). Disponível em: http://anphlac.fflch.usp.br/sites/anphlac.fflch.usp.br/files/eugenio_carvalho.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Latino-Americana, os estudantes discutiam o pensamento de Juan Bautista Alberdi e sua proposta de uma filosofia enraizada nas necessidades concretas da América Latina. Um dos alunos destacou que Alberdi via a filosofia como instrumento de transformação social e política, especialmente em um contexto de dependência econômica e fragmentação nacional. Outro estudante mencionou que Alberdi propunha a industrialização e a construção de uma unidade nacional como caminhos para o progresso. A discussão revelou o esforço de Alberdi em romper com modelos filosóficos importados e propor uma reflexão autêntica sobre os destinos latino-americanos. Com base na situação apresentada e na proposta filosófica de Juan Bautista Alberdi, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A A filosofia latino-americana na perspectiva de Alberdi era conduzida pelo modelo luso-espanhol, por isso a Colônia abordava questões metropolitanas para aplicá-las em sua perspectiva local. Justificativa: Incorreta. Alberdi propunha justamente o rompimento com os modelos coloniais e a construção de uma filosofia própria, voltada às necessidades locais e não à reprodução de modelos europeus (livro-base, p. 110). B O padrão filosófico latino-americano precisava acima de tudo manter o cristianismo católico como única religião possível na América, conforme afirmou Alberdi. Justificativa: Incorreta. Alberdi não propôs a imposição religiosa como eixo da filosofia latino-americana, mas sim uma abordagem política e social voltada à realidade concreta da região (livro-base, p. 110). C Para Alberdi a filosofia latino-americana deveria ter uma essência política e social, a partir das próprias necessidades latino-americanas. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 110), Alberdi defendia que a filosofia latino-americana deveria emergir das necessidades concretas da região, com foco em questões políticas e sociais. Ele propunha a industrialização, a construção de uma unidade nacional e a superação da dependência colonial como caminhos para o desenvolvimento autêntico da América Latina. D A proposta filosófica de Alberdi foi contrária à posição do libertador Simón Bolívar quanto à construção de uma unidade nacional entre as nações latino-americanas. Justificativa: Incorreta. Embora a unidade latino-americana não tenha se concretizado, Alberdi compartilhava com Bolívar a ideia de integração regional como forma de fortalecimento político e econômico (livro-base, p. 110). Questão 7/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta “[...] Las Casas não aceitou nenhum dos motivos de guerra justa que constituíam os lugares comuns de justificação ideológica da conquista, e se declarou sempre contrário ao uso da força como método de evangelização, considerando ilegítimas todas as guerras conduzidas pelos espanhóis, inclusive aquelas feitas para salvar vítimas inocentes. Ademais, foi o único que considerou legítimas e justas as guerras dos indígenas contra as agressões e atrocidades dos conquistadores [...]”. Fonte: TOSI, Giuseppe. Guerra e direito no debate sobre a conquista da América (século XVI). Verba Juris, João Pessoa, v. 5, n. 5, 2006. Disponível em: http://www.periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/vj/article/view/14852. Acesso em: 27 mar. 2019. A atuação de Bartolomé de Las Casas no século XVI foi marcada por uma crítica contundente à violência da colonização europeia nas Américas. Como frade dominicano e defensor dos direitos dos povos originários, Las Casas denunciou os abusos cometidos pelos colonizadores espanhóis e rejeitou a ideia de “guerra justa” como justificativa para a conquista. Em sua obra Brevísima relación de la destrucción de las Indias, ele descreve os horrores da escravidão e da evangelização forçada, defendendo a dignidade e a liberdade dos povos indígenas e africanos. Em cursos de licenciatura em Filosofia, sua postura é estudada como exemplo de resistência ética e teológica à lógica colonial, revelando uma consciência crítica rara para sua época e uma defesa radical da justiça e da humanidade. Durante uma aula sobre pensamento filosófico latino-americano, os estudantes discutiam o papel de Bartolomé de Las Casas na crítica à colonização. A professora destacou que ele foi uma das poucas vozes que se opuseram publicamente à escravidão dos povos indígenas e africanos. Um dos alunos perguntou se Las Casas defendia apenas os indígenas. A professora explicou que, embora inicialmente tenha feito distinções, ele posteriormente reconheceu que a escravidãode qualquer povo era injusta e tirânica. A turma refletiu sobre como sua posição antecipava debates contemporâneos sobre direitos humanos e justiça social. Com base na situação apresentada e na posição de Bartolomé de Las Casas, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A Las Casas entendia que os ameríndios não deveriam ser escravizados, entretanto a escravização africana era legítima. Justificativa: Incorreta. Embora tenha inicialmente feito essa distinção, Las Casas posteriormente reconheceu que a escravidão de africanos também era injusta e tirânica. B Las Casas foi um crítico contundente tanto da escravidão ameríndia quanto da africana, a qual denominou injusta e tirânica. Você assinalou essa alternativa (B) Você acertou! Justificativa: Correta. Segundo o livro-base, Las Casas afirmou que “a causa dos negros escravos e dos índios é a mesma”, denunciando ambas as formas de escravidão como ilegítimas e desumanas (VALESE, 2024, p. 82). C Las Casas defendeu a escravização de ameríndios e africanos em favor do fortalecimento econômico das metrópoles ibéricas. Justificativa: Incorreta. Las Casas se opôs à escravidão e à violência como métodos de colonização, defendendo a liberdade e a dignidade dos povos oprimidos. D Para Las Casas, os africanos não deveriam ser escravizados, enquanto que os ameríndios que não fossem convertidos ao cristianismo sim. Justificativa: Incorreta. Las Casas rejeitou a escravidão como método de evangelização e considerou ilegítima qualquer forma de dominação violenta, inclusive contra os não convertidos. Questão 8/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta A discussão sobre a autenticidade do pensamento filosófico latino-americano ganhou destaque no final da década de 1960, especialmente com o debate entre Leopoldo Zea e Augusto Salazar Bondy. Este último argumentava que a filosofia produzida na América Latina era marcada por uma condição de inautenticidade, resultado da alienação histórica provocada pela colonização e pela dependência cultural. Para ele, a reprodução acrítica do pensamento europeu impedia o surgimento de uma filosofia verdadeiramente enraizada na realidade latino-americana. Como afirma Salazar Bondy: “[...] o problema da inautenticidade residiria, portanto, na alienação decorrente da condição histórica de subdesenvolvimento e dominação a que estavam sujeitas essas sociedades que, uma vez alienadas, produziam um pensamento igualmente alienado, imperfeito e, consequentemente, dissimulador de sua própria realidade [...]” Fonte: CARVALHO, Eugênio Rezende de. A polêmica entre Leopoldo Zea e Augusto Salazar Bondy sobre a existência de uma filosofia americana (1968-1969). Disponível em: http://anphlac.fflch.usp.br/sites/anphlac.fflch.usp.br/files/eugenio_carvalho.pdf. Acesso em: 26 mar. 2019. Durante um seminário sobre Filosofia Latino-Americana, estudantes debatiam a relevância de se construir um pensamento filosófico autêntico, desvinculado da mera reprodução de ideias europeias. Um dos participantes citou Salazar Bondy, destacando que a filosofia latino-americana, ao longo da história, foi marcada por uma alienação estrutural que comprometeu sua autenticidade. Outro estudante contrapôs, defendendo que a mestiçagem cultural seria suficiente para garantir originalidade filosófica. O debate revelou tensões entre diferentes compreensões sobre o que constitui uma filosofia autêntica e os desafios de sua construção em contextos historicamente colonizados. Com base na situação apresentada e na perspectiva de Salazar Bondy, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A A filosofia latino-americana é autêntica, pois se fundamenta nas tradições indígenas e africanas, o que garante sua originalidade. Justificativa: Incorreta. Embora as tradições indígenas e africanas sejam fundamentais, Salazar Bondy argumenta que a alienação histórica impediu a constituição de uma filosofia autêntica, pois houve uma recepção acrítica do pensamento europeu (p. 44). B A filosofia latino-americana é autêntica, pois sempre se desenvolveu de forma independente das influências coloniais. Justificativa: Incorreta. Salazar Bondy afirma que a filosofia latino-americana foi marcada pela dependência cultural e pela reprodução do pensamento europeu, o que compromete sua autenticidade (p. 44). C A filosofia latino-americana caracteriza-se pela reprodução acrítica do pensamento europeu, sendo, portanto, inautêntica. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Justificativa: Correta. Segundo Salazar Bondy, a filosofia latino-americana foi historicamente constituída como uma repetição imitativa do pensamento europeu, sem um enraizamento crítico na realidade local. Essa condição de inautenticidade é fruto da alienação provocada pela colonização e pelo subdesenvolvimento, o que impede a emergência de uma filosofia verdadeiramente autônoma (p. 44). D A mestiçagem cultural garante a autenticidade da filosofia latino-americana, pois promove a integração de saberes diversos. Justificativa: Incorreta. Embora a mestiçagem seja um elemento importante, Salazar Bondy sustenta que a mera convivência de saberes não é suficiente para garantir autenticidade filosófica se não houver uma ruptura com a alienação cultural e uma reflexão crítica sobre a realidade latino-americana (p. 44). Questão 9/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta “Em 1661, Padre Vieira foi obrigado a deixar o Maranhão, pressionado pelos senhores de escravos que não concordavam com suas posições contrárias à escravidão indígena. Voltou para Lisboa onde foi condenado pela Inquisição em virtude de seus manuscritos ‘heréticos’: ‘Quinto Império’; ‘História do Futuro’ e ‘Chave dos Profetas’. De 1665 a 1667 ficou preso em Coimbra [...]”. Fonte: UOLEDUCAÇÃO. Antônio Vieira – Biografias. UOL Educação, 13 ago. 2005. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/biografias/antonio-vieira.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 27 mar. 2019. Padre Antônio Vieira foi uma figura central no pensamento luso-brasileiro do século XVII, articulando teologia, política e crítica social. Sua atuação como missionário e orador sacro o colocou em confronto com os interesses coloniais, especialmente por sua defesa dos povos indígenas contra a escravidão. No entanto, sua posição em relação à escravidão africana revela uma ambiguidade: embora condenasse os maus-tratos e reconhecesse a humanidade dos africanos, aceitava a escravidão como instrumento de evangelização. Em cursos de licenciatura em Filosofia, essa postura é analisada criticamente como expressão das tensões entre fé, política e colonização, revelando os limites e contradições do pensamento de Vieira diante da estrutura escravocrata da época. Durante uma aula sobre pensamento filosófico e religioso no Brasil colonial, os estudantes discutiam a atuação de Padre Antônio Vieira. A professora explicou que ele foi um defensor dos indígenas, mas que sua posição sobre os africanos escravizados era mais ambígua. Um dos alunos comentou que isso refletia os limites históricos de sua atuação. A turma refletiu sobre como a crítica à escravidão, mesmo quando parcial, já representava um avanço em relação ao pensamento dominante da época. Com base na situação apresentada e na posição de Padre Antônio Vieira, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A Seus escritos reforçaram que era da vontade divina a escravização dos povos latino-americanos para o progresso das metrópoles. Justificativa: Incorreta. Vieira não defendia a escravidão como vontade divina, especialmente no caso dos indígenas, cuja liberdade ele protegia ativamente. B Compreendia que os africanos não deveriam ser escravizados, considerando que em sua terra de nascimento viviam livres. Justificativa: Incorreta. Embora reconhecesse a humanidade dos africanos, Vieira aceitava a escravidão como meio de evangelização, desde que sem maus-tratos. C Entre seus projetos para as etnias colonizadas estava a liberdade religiosa, pois acreditava que pelo respeito mútuo às crenças,não haveria conflitos nas colônias. Justificativa: Incorreta. Vieira defendia a conversão ao cristianismo como parte de seu projeto missionário, não a liberdade religiosa no sentido moderno. D Defendeu que os indígenas/ameríndios não fossem escravizados, mas convertidos; todavia, aceitava a escravidão africana. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Justificativa: Correta. Segundo o livro-base, Vieira condenava a escravidão indígena, mas aceitava a escravidão africana como instrumento de salvação espiritual, ainda que criticasse os abusos cometidos contra os escravizados (VALESE, 2024, p. 86). Questão 10/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Clorinda Matto de Turner foi uma das primeiras intelectuais latino-americanas a denunciar, por meio da literatura, as violências sofridas pelos povos indígenas. Sua obra mais conhecida, Aves sem ninho (1889), retrata com realismo a exploração dos ameríndios por autoridades civis e religiosas, rompendo com o romantismo idealizado que predominava na literatura indigenista da época. Como destaca Camargo: “Os indígenas sofriam com a exploração, pois além dos tributos que deviam pagar aos fazendeiros, também tinham os requerimentos vindos da Igreja, sendo que sua produção nunca era o suficiente e Matto presenciou os danos que esse ciclo de abuso causou aos índios”. Fonte: CAMARGO, Kelly Cristina Tosta Becker de. “Aves sin nido”: a nação peruana no século XIX sob o olhar de Clorinda Matto de Turner. Disponível em: https://tcconline.utp.br/media/tcc/2018/10/%E2%80%9CAVES-SIN-NIDO%E2%80%9D.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia e Literatura na América Latina, os estudantes discutiam o papel da obra de Clorinda Matto de Turner na construção de uma estética da denúncia social. Uma das alunas destacou que, ao contrário de autores que idealizavam os indígenas como “bons selvagens”, Matto retratava a realidade concreta de sofrimento e opressão vivida por esses povos. Outro estudante observou que sua crítica à Igreja e às autoridades civis lhe rendeu perseguições e até excomunhão. A professora explicou que Matto foi precursora do indigenismo moderno, ao propor uma literatura comprometida com a justiça social e com a visibilidade dos povos originários. Com base na situação apresentada e no pensamento de Clorinda Matto de Turner, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A Ela escreveu obras cujos temas estavam relacionados ao paganismo e à heresia na América Latina conforme a doutrina católica. Justificativa: Incorreta. Embora tenha sido excomungada pela Igreja, Matto não defendia o paganismo ou a heresia, mas sim denunciava os abusos cometidos por autoridades religiosas contra os indígenas (livro-base, p. 137). B Sua obra privilegiou os estudos militares, valorizando os desbravadores espanhóis e portugueses na conquista do Novo Mundo. Justificativa: Incorreta. Matto criticava a violência da colonização e retratava os indígenas como vítimas de um sistema opressor, não como heróis militares (livro-base, p. 137). C Ela retratou em seus escritos a vida dos indígenas, sobretudo, abordando a realidade e os sofrimentos ameríndios. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 137), Clorinda Matto de Turner foi pioneira do indigenismo moderno ao retratar o indígena real, que sofre com a exploração e a violência das autoridades civis e religiosas. Sua obra Aves sem ninho rompe com o idealismo romântico e propõe uma literatura engajada, que denuncia as injustiças sociais e dá voz aos povos originários. D Seu pensamento e sua produção filosófica foram exclusivamente sobre as comunidades quilombolas, sobretudo da região da Colômbia. Justificativa: Incorreta. Matto era peruana e sua obra se concentrou na realidade dos povos indígenas dos Andes, não nas comunidades quilombolas nem na Colômbia (livro-base, p. 137). Questão 1/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Padre Antônio Vieira é reconhecido por sua atuação como pregador e pensador no contexto colonial luso-brasileiro. Seus sermões, além de religiosos, revelam uma profunda preocupação com a formação moral do indivíduo e com a crítica às injustiças sociais de seu tempo. Vieira se via como um filósofo que tratava de temas cristãos, abordando questões como ética, antropologia, filosofia da história e estética da linguagem. Como destaca Vilarinho: “Antônio Vieira se destacou por ser um pregador facundo, principalmente no que diz respeito aos seus sermões. A respeito destes últimos, eram impregnados de filosofia, o que o levava a se considerar um filósofo que tratava apenas de assuntos cristãos. Por algum tempo esteve politicamente envolvido com a Inquisição, período no qual foi acusado até mesmo de traição por defender, além dos índios, os novos cristãos, principalmente os judeus [...]”. Fonte: VILARINHO, Sabrina. Padre Antônio Vieira. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/padre-antonio-vieira.htm. Acesso em: 08 maio 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Brasileira, os estudantes refletiam sobre a importância dos sermões de Padre Antônio Vieira como expressão filosófica e estética. Um dos alunos destacou que, embora fossem textos religiosos, os sermões apresentavam uma forte dimensão moral e crítica, voltada à transformação do indivíduo. Outro aluno mencionou que Vieira também abordava temas como a escravidão, a conversão dos indígenas e a defesa dos judeus, o que o colocou em conflito com a Inquisição. A discussão girou em torno da complexidade de sua obra e da forma como ele articulava fé, razão e linguagem para promover uma reflexão ética e política. Com base na situação apresentada e nos conteúdos filosóficos dos sermões de Padre Antônio Vieira, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Os sermões apelavam para a esfera política, sobretudo pela resistência que africanos e ameríndios deveriam organizar para se libertar da dominação europeia. Justificativa: Incorreta. Embora Vieira criticasse injustiças, ele não conclamava à resistência armada. Sua abordagem era moral e religiosa, voltada à conversão e à transformação interior (livro-base, p. 86–87). B Os sermões criticavam a exploração da natureza; na perspectiva de Vieira a natureza e tudo que há são sagrados e por isso não deveriam ser explorados. Justificativa: Incorreta. Essa não era uma temática central nos sermões de Vieira. Sua preocupação maior era com a moralidade, a conversão e a justiça social, especialmente em relação aos indígenas e judeus (livro-base, p. 86–87). C Além de religiosos, os sermões apresentavam uma preocupação com a moral do indivíduo, isto é, fazê-lo refletir sobre sua condição interior. Justificativa: Correta. Os sermões de Vieira tinham como objetivo provocar a conversão interior do indivíduo, levando-o à reflexão sobre sua própria condição moral. Segundo o livro-base (p. 86–87), Vieira acreditava que a transformação ética só seria possível por meio da introspecção e da fé, articulando elementos filosóficos, teológicos e estéticos em seus textos. D O principal conteúdo dos sermões era o trabalho; os fiéis eram incentivados a trabalhar mais que o pedido, pois dessa maneira seriam grandemente abençoados. Justificativa: Incorreta. Embora o trabalho fosse valorizado no contexto cristão, não era o foco central dos sermões de Vieira. Sua ênfase estava na moralidade, na conversão e na crítica às injustiças sociais (livro-base, p. 86–87). Questão 2/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Durante o período colonial, alguns pensadores europeus buscaram compreender as culturas ameríndias a partir de uma perspectiva que mesclava observação empírica e reflexão teológica. Um dos mais relevantes foi o jesuíta José de Acosta, que, ao viver no Peru, aprendeu o quéchua e registrou suas impressões sobre os povos indígenas, suas instituições, religiões e modos de vida. Em sua obra De procuranda indorumsalute, Acosta propôs uma classificação dos povos segundo estágios de desenvolvimento civilizatório, reconhecendo avanços significativos entre os ameríndios, especialmente em termos de organização social e conhecimento técnico. Como afirma Galter: “Ele [José de Acosta] realizou também outras duas viagens, sempre observando e registrando informações sobre o território, a natureza e os índios (sua psicologia, seus costumes, suas instituições, sua religião) e, ao mesmo tempo, refletindo sobre o processo da conquista espanhola na América no que se refere à atuação dos leigos e dos religiosos. Essa experiência deu origem a De procuranda indorum salute, uma de suas principais obras. Aprendeu o quéchua, uma das línguas gerais dos índios peruanos [...]”. Fonte: GALTER, Maria Inalva. José de Acosta: um intelectual projetando a formação do governante e do missionário no Peru Colonial. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/250875/1/Galter_MariaInalva_D.pdf. Acesso em: 26 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Latino-Americana, os estudantes discutiam a visão dos colonizadores sobre os povos originários da América. Um dos temas centrais foi a obra de José de Acosta, que, apesar de sua formação europeia e religiosa, reconheceu a complexidade das civilizações ameríndias. Um estudante destacou que Acosta via os povos indígenas como bárbaros, enquanto outro argumentou que ele reconhecia avanços civilizatórios importantes, como os sistemas políticos e os conhecimentos astronômicos. A discussão revelou a importância de compreender as nuances do pensamento colonial e suas implicações na construção da imagem dos povos originários. Com base na situação apresentada e na perspectiva de José de Acosta, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Os povos americanos na perspectiva de José de Acosta estavam em um estágio primitivo, em um estado de significativa barbárie entre as etnias ameríndias, europeias e asiáticas. Justificativa: Incorreta. Embora Acosta utilizasse uma classificação evolutiva, ele reconhecia que os povos ameríndios apresentavam avanços significativos em organização social, astronomia e engenharia, o que os afastava da ideia de barbárie absoluta (livro-base, p. 80). B Para José de Acosta os povos americanos/ameríndios estavam num nível muito avançado, em um estágio muito próximo ou igual ao padrão do processo civilizatório indo-europeu. Justificativa: Incorreta. Acosta reconhecia avanços, mas ainda os via como estando em um estágio intermediário de desenvolvimento, abaixo dos padrões europeus, segundo sua visão eurocêntrica (livro-base, p. 80). C Os povos americanos eram considerados avançados por José de Acosta, destacando-se os complexos sistemas de organização político-administrativos dos maias, incas e astecas. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 80), José de Acosta reconhecia que os povos ameríndios, como os maias, incas e astecas, possuíam estruturas organizativas sofisticadas e conhecimentos técnicos notáveis. Apesar de sua visão hierarquizada da civilização, ele rompeu com a ideia de que esses povos eram desprovidos de razão ou cultura, valorizando suas contribuições para a história. D As etnias na perspectiva de José de Acosta estavam em um patamar superior aos povos europeus. Para o religioso, os europeus precisavam aprender com os povos do Novo Mundo. Justificativa: Incorreta. Essa afirmação não condiz com a perspectiva de Acosta, que, embora reconhecesse avanços entre os ameríndios, ainda os via como inferiores aos europeus em termos de desenvolvimento civilizatório, segundo os critérios da época (livro-base, p. 80). Questão 3/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta A discussão sobre a autenticidade do pensamento filosófico latino-americano ganhou destaque no final da década de 1960, especialmente com o debate entre Leopoldo Zea e Augusto Salazar Bondy. Este último argumentava que a filosofia produzida na América Latina era marcada por uma condição de inautenticidade, resultado da alienação histórica provocada pela colonização e pela dependência cultural. Para ele, a reprodução acrítica do pensamento europeu impedia o surgimento de uma filosofia verdadeiramente enraizada na realidade latino-americana. Como afirma Salazar Bondy: “[...] o problema da inautenticidade residiria, portanto, na alienação decorrente da condição histórica de subdesenvolvimento e dominação a que estavam sujeitas essas sociedades que, uma vez alienadas, produziam um pensamento igualmente alienado, imperfeito e, consequentemente, dissimulador de sua própria realidade [...]” Fonte: CARVALHO, Eugênio Rezende de. A polêmica entre Leopoldo Zea e Augusto Salazar Bondy sobre a existência de uma filosofia americana (1968-1969). Disponível em: http://anphlac.fflch.usp.br/sites/anphlac.fflch.usp.br/files/eugenio_carvalho.pdf. Acesso em: 26 mar. 2019. Durante um seminário sobre Filosofia Latino-Americana, estudantes debatiam a relevância de se construir um pensamento filosófico autêntico, desvinculado da mera reprodução de ideias europeias. Um dos participantes citou Salazar Bondy, destacando que a filosofia latino-americana, ao longo da história, foi marcada por uma alienação estrutural que comprometeu sua autenticidade. Outro estudante contrapôs, defendendo que a mestiçagem cultural seria suficiente para garantir originalidade filosófica. O debate revelou tensões entre diferentes compreensões sobre o que constitui uma filosofia autêntica e os desafios de sua construção em contextos historicamente colonizados. Com base na situação apresentada e na perspectiva de Salazar Bondy, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A A filosofia latino-americana é autêntica, pois se fundamenta nas tradições indígenas e africanas, o que garante sua originalidade. Justificativa: Incorreta. Embora as tradições indígenas e africanas sejam fundamentais, Salazar Bondy argumenta que a alienação histórica impediu a constituição de uma filosofia autêntica, pois houve uma recepção acrítica do pensamento europeu (p. 44). B A filosofia latino-americana é autêntica, pois sempre se desenvolveu de forma independente das influências coloniais. Justificativa: Incorreta. Salazar Bondy afirma que a filosofia latino-americana foi marcada pela dependência cultural e pela reprodução do pensamento europeu, o que compromete sua autenticidade (p. 44). C A filosofia latino-americana caracteriza-se pela reprodução acrítica do pensamento europeu, sendo, portanto, inautêntica. Justificativa: Correta. Segundo Salazar Bondy, a filosofia latino-americana foi historicamente constituída como uma repetição imitativa do pensamento europeu, sem um enraizamento crítico na realidade local. Essa condição de inautenticidade é fruto da alienação provocada pela colonização e pelo subdesenvolvimento, o que impede a emergência de uma filosofia verdadeiramente autônoma (p. 44). D A mestiçagem cultural garante a autenticidade da filosofia latino-americana, pois promove a integração de saberes diversos. Justificativa: Incorreta. Embora a mestiçagem seja um elemento importante, Salazar Bondy sustenta que a mera convivência de saberes não é suficiente para garantir autenticidade filosófica se não houver uma ruptura com a alienação cultural e uma reflexão crítica sobre a realidade latino-americana (p. 44). Questão 4/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Clorinda Matto de Turner foi uma das primeiras intelectuais latino-americanas a denunciar, por meio da literatura, as violências sofridas pelos povos indígenas. Sua obra mais conhecida, Aves sem ninho (1889), retrata com realismo a exploração dos ameríndios por autoridades civis e religiosas, rompendo com o romantismo idealizado que predominava na literatura indigenista da época. Como destaca Camargo: “Os indígenas sofriam com a exploração, pois além dos tributos que deviam pagar aos fazendeiros, também tinham os requerimentos vindos da Igreja, sendoque sua produção nunca era o suficiente e Matto presenciou os danos que esse ciclo de abuso causou aos índios”. Fonte: CAMARGO, Kelly Cristina Tosta Becker de. “Aves sin nido”: a nação peruana no século XIX sob o olhar de Clorinda Matto de Turner. Disponível em: https://tcconline.utp.br/media/tcc/2018/10/%E2%80%9CAVES-SIN-NIDO%E2%80%9D.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia e Literatura na América Latina, os estudantes discutiam o papel da obra de Clorinda Matto de Turner na construção de uma estética da denúncia social. Uma das alunas destacou que, ao contrário de autores que idealizavam os indígenas como “bons selvagens”, Matto retratava a realidade concreta de sofrimento e opressão vivida por esses povos. Outro estudante observou que sua crítica à Igreja e às autoridades civis lhe rendeu perseguições e até excomunhão. A professora explicou que Matto foi precursora do indigenismo moderno, ao propor uma literatura comprometida com a justiça social e com a visibilidade dos povos originários. Com base na situação apresentada e no pensamento de Clorinda Matto de Turner, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Ela escreveu obras cujos temas estavam relacionados ao paganismo e à heresia na América Latina conforme a doutrina católica. Justificativa: Incorreta. Embora tenha sido excomungada pela Igreja, Matto não defendia o paganismo ou a heresia, mas sim denunciava os abusos cometidos por autoridades religiosas contra os indígenas (livro-base, p. 137). B Sua obra privilegiou os estudos militares, valorizando os desbravadores espanhóis e portugueses na conquista do Novo Mundo. Justificativa: Incorreta. Matto criticava a violência da colonização e retratava os indígenas como vítimas de um sistema opressor, não como heróis militares (livro-base, p. 137). C Ela retratou em seus escritos a vida dos indígenas, sobretudo, abordando a realidade e os sofrimentos ameríndios. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 137), Clorinda Matto de Turner foi pioneira do indigenismo moderno ao retratar o indígena real, que sofre com a exploração e a violência das autoridades civis e religiosas. Sua obra Aves sem ninho rompe com o idealismo romântico e propõe uma literatura engajada, que denuncia as injustiças sociais e dá voz aos povos originários. D Seu pensamento e sua produção filosófica foram exclusivamente sobre as comunidades quilombolas, sobretudo da região da Colômbia. Justificativa: Incorreta. Matto era peruana e sua obra se concentrou na realidade dos povos indígenas dos Andes, não nas comunidades quilombolas nem na Colômbia (livro-base, p. 137). Questão 5/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta No contexto da formação dos Estados latino-americanos no século XIX, Juan Bautista Alberdi destacou-se como um pensador que buscava articular a filosofia europeia com as necessidades concretas da América Latina. Influenciado pelo liberalismo francês e pelo historicismo romântico, Alberdi defendia que a filosofia latino-americana deveria emergir das condições históricas e sociais da região, sem romper com a tradição filosófica europeia. Como afirma Marangoni: “Alberdi entrou em contato com o liberalismo francês por meio dos pensadores: Leroux, Lerminier, Lamennais e Jouffroy. Os princípios de igualdade e liberdade individuais defendidos por Leroux foram, nos primeiros anos de vida intelectual, a principal referência para o tucumano. Esta aproximação de Leroux deu-se por influência de Esteban Echeverría, que compartilhava dos ideais do pensador francês e era o grande mentor da Geração de 1837 [...]”. Fonte: MARANGONI, Jonas Barradas. Governar é Povoar: A influência alberdiana na organização do Estado argentino nos meados do século XIX. Disponível em: https://www.franca.unesp.br/Home/Pos-graduacao/jonas.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia da História na América Latina, os estudantes discutiam a influência do pensamento europeu na formação da filosofia latino-americana. Um dos temas centrais foi a proposta de Juan Bautista Alberdi, que, ao contrário de uma ruptura com a tradição europeia, propunha uma apropriação crítica do historicismo romântico francês como base para a construção de uma filosofia nacional. Um estudante destacou que Alberdi via a filosofia como instrumento de emancipação política e social, desde que enraizada nas necessidades locais. Outro questionou se essa aproximação com o pensamento europeu não comprometeria a autenticidade da filosofia latino-americana. A discussão revelou a complexidade do projeto filosófico de Alberdi e sua tentativa de equilibrar tradição e originalidade. Com base na situação apresentada e na proposta filosófica de Juan Bautista Alberdi, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A O pensamento filosófico latino-americano precisava se livrar da influência filosófica do Velho Mundo, excluindo inclusive as leituras dos filósofos gregos. Justificativa: Incorreta. Alberdi não propunha o rompimento com a tradição filosófica europeia, mas sim uma apropriação crítica, especialmente do historicismo romântico francês, como base para a construção de uma filosofia latino-americana (livro-base, p. 120). B O catolicismo precisava orientar a nova fase da filosofia latino-americana, sobretudo pelo alinhamento que tal filosofia precisava ter com a Bíblia Sagrada. Justificativa: Incorreta. Alberdi não propôs uma filosofia orientada pela religião, mas sim por princípios políticos e sociais, com base no liberalismo e no historicismo europeu (livro-base, p. 120). C A filosofia latino-americana para alcançar sua emancipação precisava recorrer ao historicismo romântico europeu, destacando-se o francês. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 120), Alberdi via no desenvolvimento intelectual francês um modelo a ser seguido. Para ele, a emancipação filosófica da América Latina deveria ocorrer em diálogo com o historicismo romântico europeu, sem romper com a tradição, mas adaptando-a às necessidades locais. Essa proposta visava construir uma filosofia nacional que fosse, ao mesmo tempo, moderna e enraizada na realidade latino-americana. D A estrutura da filosofia latino-americana deveria procurar uma perspectiva de construção filosófica étnica, procurando as produções dos povos ameríndios. Justificativa: Incorreta. Embora o reconhecimento das culturas originárias seja importante, Alberdi não baseou sua proposta filosófica nas tradições ameríndias, mas sim na adaptação do pensamento europeu às realidades políticas e sociais da América Latina (livro-base, p. 120). Questão 6/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta A tradição filosófica dos povos originários da América Latina, especialmente os náuatles, revela uma profunda articulação entre espiritualidade, ética e estética. A figura de Quetzalcóatl, reverenciada como símbolo da criação e da sabedoria, representa um ideal de conduta que valoriza o esforço, o sacrifício e a contemplação como caminhos para a realização humana. Como afirma Heloisa Costa Milton: “Reverenciado por inúmeras civilizações indígenas, antes mesmo do advento dos astecas, como o grande depositário das reservas morais da humanidade, organizador do caos, inventor das artes, das ciências e de tudo o que a habilidade humana origina, Quetzalcóatl é o princípio da criação. Invocado por meio de múltiplos relatos míticos, objeto de contraditórias metamorfoses e representações, símbolo da vida em oposição ao sentido da morte [...]”. Fonte: MILTON, Heloisa Costa. Narrativa e Imaginário na América Espanhola. Itinerários, Araraquara, v. 15/16, p. 151–161, 2000, p. 154. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/3442/3192. Acesso em: 26 mar. 2019. Durante uma roda de conversa em um curso de Licenciatura em Filosofia, os estudantes refletiam sobre a importância de reconhecer as tradições filosóficas indígenas como parte legítima do pensamento filosófico latino-americano.Um dos participantes destacou a figura de Quetzalcóatl como símbolo da sabedoria e da criação, enfatizando que, segundo os náuatles, o verdadeiro sentido da existência humana não estava na conquista ou no prazer, mas na busca interior por meio da contemplação. Outro estudante questionou se essa perspectiva poderia ser considerada filosofia, já que não se baseava nos moldes clássicos europeus. O debate revelou a necessidade de ampliar os critérios de reconhecimento filosófico, valorizando outras formas de racionalidade e sensibilidade estética. Com base na situação apresentada e nos ensinamentos atribuídos a Quetzalcóatl, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A A atividade especificamente guerreira e a morte em batalha são o que dava sentido à existência humana. Justificativa: Incorreta. Essa concepção é mais associada à tradição asteca posterior. No pensamento náuatle vinculado a Quetzalcóatl, o sentido da vida está relacionado à sabedoria, alcançada por meio da contemplação e do sacrifício pessoal (livro-base, p. 52). B A racionalidade e a estratégia expansionista permitiam o ser humano avançar em relação ao seu propósito no mundo. Justificativa: Incorreta. A racionalidade expansionista não é um valor central no pensamento náuatle. O avanço espiritual e existencial se dá por meio da interiorização e da busca contemplativa, não pela dominação territorial (livro-base, p. 52). C Por meio da meditação e contemplação o ser humano poderia buscar o seu verdadeiro sentido. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 52), os ensinamentos de Quetzalcóatl indicam que a sabedoria é alcançada por meio do esforço, do sacrifício e da contemplação. A filosofia náuatle valoriza a interiorização como caminho para compreender o sentido da existência e do mundo, o que revela uma estética espiritual profundamente enraizada na experiência indígena. D A sabedoria era algo que os seres humanos não tinham como conhecer, por isso os náuatles não avançaram em produções filosóficas. Justificativa: Incorreta. Essa afirmação desconsidera a riqueza do pensamento náuatle, que, embora não se organize nos moldes da filosofia ocidental, apresenta uma cosmovisão complexa e profunda, com práticas meditativas e éticas que visam à sabedoria (livro-base, p. 52). Questão 7/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta No contexto do pós-independência latino-americano, pensadores como Juan Bautista Alberdi buscaram construir uma filosofia que respondesse às necessidades concretas da região. Alberdi defendia que a filosofia latino-americana deveria ser orientada por questões políticas e sociais, voltadas à construção de uma identidade própria e à superação da dependência colonial. Como afirma Carvalho: “Segundo tal perspectiva, para o pensador argentino [Juan Bautista Alberdi], uma filosofia contemporânea seria aquela que resolvesse os problemas que importam no seu momento. E assim como havia uma filosofia oriental, uma grega, uma romana, uma alemã, uma inglesa e uma francesa, era necessário que houvesse também uma filosofia americana, para resolver o problema dos destinos americanos [...]”. Fonte: CARVALHO, Eugênio Rezende de. A Polêmica entre Leopoldo Zea e Augusto Salazar Bondy sobre a existência de uma filosofia americana (1968–1969). Disponível em: http://anphlac.fflch.usp.br/sites/anphlac.fflch.usp.br/files/eugenio_carvalho.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Latino-Americana, os estudantes discutiam o pensamento de Juan Bautista Alberdi e sua proposta de uma filosofia enraizada nas necessidades concretas da América Latina. Um dos alunos destacou que Alberdi via a filosofia como instrumento de transformação social e política, especialmente em um contexto de dependência econômica e fragmentação nacional. Outro estudante mencionou que Alberdi propunha a industrialização e a construção de uma unidade nacional como caminhos para o progresso. A discussão revelou o esforço de Alberdi em romper com modelos filosóficos importados e propor uma reflexão autêntica sobre os destinos latino-americanos. Com base na situação apresentada e na proposta filosófica de Juan Bautista Alberdi, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A A filosofia latino-americana na perspectiva de Alberdi era conduzida pelo modelo luso-espanhol, por isso a Colônia abordava questões metropolitanas para aplicá-las em sua perspectiva local. Justificativa: Incorreta. Alberdi propunha justamente o rompimento com os modelos coloniais e a construção de uma filosofia própria, voltada às necessidades locais e não à reprodução de modelos europeus (livro-base, p. 110). B O padrão filosófico latino-americano precisava acima de tudo manter o cristianismo católico como única religião possível na América, conforme afirmou Alberdi. Justificativa: Incorreta. Alberdi não propôs a imposição religiosa como eixo da filosofia latino-americana, mas sim uma abordagem política e social voltada à realidade concreta da região (livro-base, p. 110). C Para Alberdi a filosofia latino-americana deveria ter uma essência política e social, a partir das próprias necessidades latino-americanas. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 110), Alberdi defendia que a filosofia latino-americana deveria emergir das necessidades concretas da região, com foco em questões políticas e sociais. Ele propunha a industrialização, a construção de uma unidade nacional e a superação da dependência colonial como caminhos para o desenvolvimento autêntico da América Latina. D A proposta filosófica de Alberdi foi contrária à posição do libertador Simón Bolívar quanto à construção de uma unidade nacional entre as nações latino-americanas. Justificativa: Incorreta. Embora a unidade latino-americana não tenha se concretizado, Alberdi compartilhava com Bolívar a ideia de integração regional como forma de fortalecimento político e econômico (livro-base, p. 110). Questão 8/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Flora Tristán foi uma das primeiras pensadoras latino-americanas a articular as lutas feministas com o movimento operário. Sua atuação política e filosófica foi marcada por uma crítica contundente à exclusão das mulheres da vida social, religiosa e intelectual. Em suas obras e petições, denunciou a opressão vivida pelas mulheres e pelos trabalhadores, defendendo a emancipação de ambos como condição para uma sociedade mais justa. Como destaca Amarante: “Flora prosseguirá a busca por sua cidadania, apresentando duas petições à Câmara dos Deputados. À primeira, Petição para o restabelecimento do divórcio, de 20 de dezembro de 1837, anexa um exemplar de Pérégrinations d’une paria, que na sua opinião ilustra as desgraças das mulheres diante da indissolubilidade do casamento. A segunda, escrita em 10 de dezembro de 1838, após o atentado que sofrera por parte do ex-marido Chazal, é a Petição para a abolição da pena de morte [...]”. Fonte: AMARANTE, Maria Inês. Flora Tristan: jornalismo militante em tempo de revoltas. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rk/v13n1/13.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia e Gênero na América Latina, os estudantes discutiam a trajetória de Flora Tristán. Uma das alunas destacou que Tristán foi pioneira ao vincular a luta das mulheres à causa operária, defendendo que a opressão de gênero e a exploração do trabalho estavam interligadas. Outro estudante mencionou que ela também foi crítica das instituições religiosas e jurídicas que excluíam as mulheres da cidadania plena. A professora complementou explicando que Tristán via a mulher como “a pária da sociedade” e que sua filosofia era marcada por um forte compromisso ético com a justiça social e a transformação das estruturas patriarcais e capitalistas. Com base na situação apresentada e no pensamento de Flora Tristán, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Ela combateu a fome e a erradicação da pobreza nas comunidadesquilombolas. Justificativa: Incorreta. Embora preocupada com a justiça social, Flora Tristán não atuou especificamente em comunidades quilombolas. Sua luta foi voltada à emancipação das mulheres e dos trabalhadores no contexto europeu e latino-americano (livro-base, p. 135). B Ela catequizou comunidades ameríndias legitimando a dominação cultural metropolitana. Justificativa: Incorreta. Tristán não esteve envolvida em processos de catequese ou dominação cultural. Pelo contrário, sua atuação foi crítica às estruturas de poder que excluíam mulheres e trabalhadores (livro-base, p. 135). C Ela foi a favor do avanço da industrialização e do capitalismo na América Latina. Justificativa: Incorreta. Tristán criticava as injustiças do sistema capitalista e defendia o socialismo como alternativa para a emancipação das classes trabalhadoras e das mulheres (livro-base, p. 135). D Ela lutou pelos direitos da classe trabalhadora e pela emancipação das mulheres. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 135), Flora Tristán foi pioneira ao vincular as reivindicações feministas ao movimento operário. Em obras como União Operária, denunciou a exclusão das mulheres da sociedade e defendeu sua inclusão plena como condição para a transformação social. Sua filosofia é marcada por um compromisso com a justiça, a igualdade e a dignidade humana, sendo uma das primeiras a propor uma abordagem interseccional entre gênero e classe. Questão 9/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Silvio Romero foi um dos principais representantes do pensamento nacionalista brasileiro no final do século XIX e início do século XX. Sua atuação intelectual esteve voltada à construção de uma identidade nacional, com ênfase na independência literária, científica e política do Brasil. Em 1906, publicou o texto “Alemanismo no sul do Brasil”, no qual alertava para os riscos da influência estrangeira e conclamava à união dos brasileiros diante de ameaças externas. Como destaca Campos: “O impacto da obra de Silvio Romero sobre a cultura brasileira se fez presente particularmente a partir de 1906 quando publicou um trabalho que chamou atenção para os riscos que uma expansão alemã poderia representar para a Nação. O trabalho, intitulado ‘Alemanismo no sul do Brasil’, estimulou o patriotismo, encorajando a união dos brasileiros diante da ameaça externa” Fonte: CAMPOS, Cynthia Machado. O imaginário nacionalista em Silvio Romero – a questão do Contestado. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, v. 16, n. 23, p. 11–34, 1998, p. 13. Durante uma aula sobre Filosofia Brasileira, os estudantes discutiam o papel de Silvio Romero na formação do pensamento nacional. Um dos alunos destacou que Romero via o nacionalismo como um instrumento de emancipação cultural e política, defendendo a valorização da literatura e da ciência brasileiras. Outro aluno mencionou que, embora influenciado por pensadores europeus, Romero defendia a miscigenação como traço distintivo da identidade brasileira, ainda que mantivesse contradições em sua visão sobre hierarquias raciais. A professora complementou explicando que Romero também foi influenciado pelo liberalismo spenceriano e pelo romantismo nacionalista, o que o levou a propor uma filosofia voltada à construção de um imaginário coletivo brasileiro. Com base na situação apresentada e no pensamento de Silvio Romero, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A A religião Justificativa: Incorreta. Embora a religião estivesse presente no contexto cultural da época, ela não foi o eixo central do pensamento filosófico de Silvio Romero, que se concentrou no nacionalismo e na construção de uma identidade cultural brasileira (livro-base, p. 132). B O anarquismo Justificativa: Incorreta. Romero não esteve vinculado ao anarquismo. Sua filosofia era orientada por um nacionalismo liberal e por uma visão de progresso baseada na ciência e na cultura (livro-base, p. 132). C O misticismo Justificativa: Incorreta. O pensamento de Romero era racionalista e voltado à crítica social e cultural. Ele valorizava a ciência e a literatura como instrumentos de emancipação, não o misticismo (livro-base, p. 132). D O nacionalismo Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 132), o nacionalismo foi uma das marcas centrais do pensamento de Silvio Romero. Ele defendia a independência literária, científica e política do Brasil, e sua obra refletia o desejo de construir uma identidade nacional autêntica. Embora apresentasse contradições, como a defesa da miscigenação ao lado de uma hierarquia racial, seu projeto filosófico estava profundamente comprometido com a valorização da cultura brasileira. Questão 10/10 - Filosofia Latino-Americana e Brasileira Ler em voz alta Domingos Gonçalves de Magalhães é considerado o introdutor do romantismo no Brasil, e sua obra filosófica e literária esteve profundamente marcada por uma visão espiritualizada da existência. Seus escritos, especialmente os poemas e textos filosóficos, buscavam cumprir uma função ética e moralizante, articulando sentimentos, religião, patriotismo e liberdade. Como destaca a crítica: “Magalhães faz a defesa de um romantismo acima de tudo moralizante, exigindo dos poemas que escreveu e de suas poucas experiências na prosa o desempenho de uma função ética. Neste sentido, o episódio da confederação dos tamoios tratado na epopeia nacional encomendada pelo Imperador, servia-lhe a dois propósitos: ponto de partida para a explicação do sentido da história do Brasil e como espaço adequado para uma reabilitação dos índios ante a filosofia e a história [...]”. Fonte: Sobre a crítica a Gonçalves de Magalhães. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/11351/11351_4.PDF. Acesso em: 29 mar. 2019. Durante uma aula sobre Filosofia Brasileira, os estudantes analisavam a obra de Domingos Gonçalves de Magalhães, destacando sua importância na introdução do romantismo no Brasil. Um dos alunos observou que sua filosofia era marcada por uma forte dimensão espiritualista, influenciada por Francisco de Monte Alverne. Outro destacou que Magalhães via a consciência de si como ponto de partida para o conhecimento, mas sem reduzi-la à experiência sensorial. A professora complementou explicando que sua filosofia conciliava correntes sensualistas e espiritualistas, com ênfase na segunda, e que sua estética literária estava a serviço de uma ética nacional e moralizante. Com base na situação apresentada e na filosofia de Domingos Gonçalves de Magalhães, é correto afirmar que: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Sua produção foi contrária ao movimento denominado romantismo, pois ele foi um profundo defensor do realismo. Justificativa: Incorreta. Magalhães é reconhecido como o introdutor do romantismo no Brasil, e sua obra é marcada por uma estética espiritualizada e moralizante, não por princípios realistas (livro-base, p. 125–126). B Considerava a natureza um meio para um determinado fim para a economia brasileira, dessa maneira sua filosofia apresentou aspectos capitalistas. Justificativa: Incorreta. Magalhães via a natureza de forma espiritualizada, como expressão da temporalidade e da existência, e não como recurso econômico ou produtivo (livro-base, p. 125–126). C Sua filosofia orientou-se pelas correntes sensualistas e espiritualistas e compreendia que a consciência de si era a condição prévia para o conhecimento empírico. Justificativa: Correta. Segundo o livro-base (p. 125–126), Magalhães conciliava influências sensualistas e espiritualistas, valorizando especialmente esta última. Para ele, o conhecimento empírico só era possível a partir da consciência de si, embora essa consciência não se reduzisse às sensações nem à individualidade, pois o espírito era concebido como infinito, ainda que se manifestasse na consciência finita. D Seus temas filosóficos eram determinados pelo ateísmo, realismo e a morte, tendo sido considerado um dos líderes do pós-realismo no Brasil. Justificativa: