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ESTRUTURAS DE CONCRETO II AULA 3 Profª Monalisa Coelho Martins 2 CONVERSA INICIAL Vimos anteriormente que, quando se trata de lajes, a análise dos momentos fletores — que são os esforços internos resultantes das cargas aplicadas — é essencial para determinar os esforços internos e dimensioná-las. Esses momentos podem variar em intensidade e direção ao longo da laje, dependendo da geometria da estrutura e das cargas atuantes. A compatibilização desses momentos é o processo de ajustar as solicitações internas para assegurar que a distribuição das forças esteja adequada e que a estrutura resista de forma eficiente às solicitações previstas. O cálculo das armaduras, por sua vez, envolve a definição da quantidade e distribuição das barras de aço dentro da laje, visando resistir aos momentos fletores e garantir a integridade estrutural. Assim, uma análise cuidadosa e precisa desses fatores é fundamental para a construção de lajes que atendam aos requisitos de segurança e desempenho esperados. Esses temas serão abordados nesta etapa com aplicação prática no desenvolvimento dos conceitos. TEMA 1 – COMPATIBILIZAÇÃO DOS MOMENTOS FLETORES Na etapa anterior, vimos que, no cálculo dos momentos fletores em lajes contínuas, é comum considerar os apoios internos como perfeitamente engastados. Entretanto, na prática, essa idealização pode não refletir a realidade estrutural. Em termos técnicos, os momentos fletores nos vãos das lajes são classificados como momentos positivos, enquanto nos apoios são considerados momentos negativos. Em um pavimento, é comum que as lajes adjacentes apresentem variações nas condições de apoio, nos vãos teóricos ou nos carregamentos. Essas diferenças podem levar a valores distintos para o momento negativo nos apoios comuns, conforme ilustrado na Figura 1. Portanto, é essencial realizar a compatibilização desses momentos para assegurar a consistência e a precisão no dimensionamento estrutural. Na compatibilização dos momentos negativos, o critério padrão é adotar o maior valor entre a média dos dois momentos e 80% do momento negativo maior. Esse critério oferece uma aproximação razoável quando os dois momentos estão na mesma ordem de grandeza. 3 Figura 1 – Compatibilização de momentos fletores Fonte: Pinheiro, 2007. Em decorrência da compatibilização dos momentos negativos, os momentos positivos na mesma direção devem ser analisados. Se essa correção tende a diminuir o valor do momento positivo, como ocorre nas lajes L1 e L4 da Figura 1, ignora-se a redução (a favor da segurança). Se um dos momentos negativos for muito menor do que o outro, por exemplo m’12 2 → armada em uma direção - (menor vão) • Cálculo dos momentos: analisar como viga isostática. α = 2,22 = = = 1,92 6 Obs.: a armadura positiva secundária é dimensionada considerando a taxa mínima de armadura, conforme NBR 6118 (ABNT, 2023). Portanto, não é necessário calcular os momentos. Passo 3 – Para a laje 2 • Curvatura 𝑙𝑥2 = 3,0 𝑚 𝑙𝑦2 = 4,0 𝑚 α = 𝑙𝑦2 𝑙𝑥2 → α = 4,0 3,0 = 1,33 → Tabela α 2 → armada em uma direção (menor vão) • Cálculo dos momentos - analisar como viga isostática. α = 1,25 = = = 4,8 = = 2 = L3 5,0 m 4 ,0 m ///////////////////////////////////// /////////////////////////////////////////// principal p ri n ci p al 4 ,8 0 1,072,94 kN/m 10,42 kN/m 9 • Posição dos valores de momentos no painel de laje Observação A armadura positiva secundária é dimensionada considerando a taxa mínima de armadura, conforme NBR 6118 (ABNT, 2023). Portanto, não é necessário calcular os momentos. Agora, analise os cálculos dos momentos fletores positivos e negativos das lajes L1, L2, L3 e L4. A próxima etapa antes do dimensionamento das armaduras é a realização da uniformização dos momentos fletores das lajes. Com isso, asseguramos que os momentos fletores sejam distribuídos de maneira uniforme ao longo do painel, evitando a concentração excessiva de tensões que poderia levar a falhas ou deformações indesejadas. Com a uniformização, é possível otimizar o desempenho da laje, reduzindo a necessidade de reforços adicionais e melhorando a durabilidade da estrutura. Além disso, essa abordagem contribui para a economia de materiais e custos de construção, garantindo que a estrutura seja tanto eficiente quanto econômica. α = 4 = ///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// L4 9,8 m 1 ,2 m p ri n ci p al secundária Passo 6 – Uniformização de momentos fletores O painel abaixo de laje mostra os valores calculados dos momentos fletores de cálculo positivos e negativos. Percebe-se que nos encontros das lajes os momentos precisam ser compatibilizados. Na sequência o cálculo da compatibilização será detalhado. L1 1,8 m 4 ,0 m ///////////////////////////////////////////////////////////// principal se cu n d ár ia 1,92 L3 5,0 m 4 ,0 m //////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// principal p ri n ci p al 4 ,8 0 1,072,94 kN/m 10,42 kN/m ///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// L4 9,8 m 1 ,2 m p ri n ci p al secundária As equações utilizadas nas compatibilizações dos momentos foram apresentadas na etapa anterior. Cálculo da uniformização do momento fletor entre as lajes L1 e L2: 𝑚1,2 = 𝑚𝑚á𝑥 [ 𝑚1+𝑚2 2 0,8 . 𝑚2 ] sendo |m2| > |m1| 𝑚1,2 = 𝑚𝑚á𝑥 [ 3,40+5,80 2 0,8 . 5,80 ] 𝑚1,2 = 𝑚𝑚á𝑥 [ 4,60 4,64 ] → adota o maior 𝒎𝟏,𝟐 = 𝟒, 𝟔𝟒 𝒌𝑵𝒎/𝒎 Agora precisamos uniformizar o momento fletor positivo da L2: 𝑚2 = 𝑚2 + 𝑚2−𝑚1,2 2 então: 𝑚2 = 2,48 + 5,80−4,64 2 𝒎𝟐 = 𝟑, 𝟏 𝒌𝑵𝒎/𝒎 Cálculo da uniformização do momento fletor entre as lajes L2 e L3: 𝑚2,3 = 𝑚𝑚á𝑥 [ 𝑚2+𝑚3 2 0,8 . 𝑚32 ] sendo |m3| > |m2| 𝑚2,3 = 𝑚𝑚á𝑥 [ 5,80+10,42 2 0,8 . 10,42 ] 5,80 5,83 2,48 5,80 3,40 1,92 5,80 5,83 3,10 3,40 4,64 3,10 4,64 5,83 10,42 2,94 5,80 12 𝑚2,3 = 𝑚𝑚á𝑥 [ 8,11 8,33 ] → adota o maior 𝒎𝟐,𝟑 = 𝟖, 𝟑𝟑 𝒌𝑵𝒎/𝒎 Agora precisamos uniformizar o momento fletor positivo da L3: 𝑚3 = 𝑚3 + 𝑚3−𝑚2,3 2 então: 𝑚2 = 2,94 + 10,42−8,33 2 𝒎𝟐 = 𝟒, 𝟎 𝒌𝑵𝒎/𝒎 Cálculo da uniformização do momento fletor entre as lajes L1 e L4: Como a laje L4 corresponde a um trecho isostático, então obrigatoriamente o momento fletor atuante na junção das lajes L1 e L4 é o da laje L4 (6,05 kNm/m). Para o cálculo das armaduras secundárias usa-se a taxa de armadura mínima recomendada pela NBR 6118. 4,69 3,10 8,33 4,0 13 Cálculo da uniformização do momento fletor entre as lajes L2 e L4: Como a laje L4 corresponde a um trecho isostático, obrigatoriamente o momento fletor atuante na junção das lajes L2 e L4 permanece o da laje L4. Não há correção do momento positivo da laje L2 pois o momento da borda desta laje é inferior ao momento da borda da laje L4 (6,05 kNm/m). Cálculo da uniformização do momento fletor negativo entre as lajes L3 e L4: Como a laje L4 é um trecho isostático (laje em balanço), obrigatoriamente o momento fletor atuante na junção das lajes L3 e L4 é o da laje L4 (6,05 kNm/m). Neste caso, há apenas a correção do momento positivo da laje L4 pois é superior ao momento da borda da laje L4 (6,05 kNm/m). Então temos: 𝑚3,4 = 𝑚4 = 6,05 𝑘𝑁𝑚/𝑚 𝑚4 = 𝑚4 + 𝑚3−𝑚3,4 2 sendo |m3| > |m4| então: 𝑚4 = 4,80 + 12,11 −6,05 2 1 ,0 7 4 ,3 2 1 ,0 7 14 𝒎𝟒 = 𝟕, 𝟖𝟑 𝒌𝑵𝒎/𝒎 Resumo dos momentos fletores corrigidos na direção L1/L2/L3 Resumo dos momentos fletores corrigidos na direção L1/L4 L2/L4 L3/L4 4,64 1,92 3,10 8,33 4,0 7 ,8 3 1 ,0 8 15 Observação A relação entre o vão maior (4 m) e o vão menor (1,8 m) da laje L1 foi maior que dois, sendo assim é calculada a armadura mínima conforme a NBR 6118 (ABNT, 2023). TEMA 2 – EQUAÇÕES GERAIS Na determinação da armadura de flexão para lajes, com base nos momentos fletores, devem ser aplicados os mesmos princípios para vigas. Contudo, a armadura será dimensionada para cada metro linear de laje, assumindo uma largura de 1 metro (b = 1 m). Para a determinação da altura útil da laje, é recomendável adotar a altura útil correspondente à armadura posicionada mais afastada da borda tracionada (Figura 3), conforme Equação 1. 𝑑 = ℎ − (𝐶𝑛𝑜𝑚 + 1,5) Equação 1 Figura 3 – Altura útil da laje Fonte: Dalledone e Marino, 2016. De acordo com a NBR 6118, o diâmetro de qualquer barra de armadura de flexão em lajes deve ser restrito a, no máximo, 1/8 da espessura da laje, conforme ilustra a Figura 4. h bw = 100 cm d = h - (cnom + 1,5 ) 16 Figura 4 – Diâmetro máximo da armadura de flexão Fonte: Dalledone e Marino, 2016. Os critérios de espaçamento entre as armaduras principais de flexão segundo a NBR 6118 (ABNT, 2023) não devem ultrapassar 20 cm ou 2 a altura “h”, prevalecendo o menor desses valores. Já as armaduras secundárias de flexão o espaçamento deve ser igual ou superior a 20% da armadura principal, cuidando para o espaçamento não ultrapassar, entre as barras, 33 cm, conforme ilustra a Figura 5. Figura 5 – Espaçamento máximo das armaduras Fonte: Dalledone e Marino, 2016. Deve ser observado também que a NBR 6118 (ABNT, 2023) não faz referência ao espaçamento mínimo entre as barras de flexão de lajes de concreto armado. Por isso, é recomendável não posicionar barras com afastamentos inferiores a 7 cm. Para armadura principal seguir a Equação 2 e para a armadura secundária a Equação 3. Destaca-se que o espaçamento mínimo para armadura secundária foi fixado em 10 cm. h ≤ S ≤ min S ≤ 33 cm Armadura principal nas duas direções Armadura principal em uma direçãoprincipal 17 7 cm ≤ s ≤ min [ 20 cm 2h ] Equação 2 10 cm ≤ s ≤ 33 cm Equação 3 A NBR 6118 (ABNT, 2023) apresenta as diretrizes para o cálculo da armadura mínima a ser utilizada nas direções de armadura secundária conforme as Tabelas 1 e 2. Nota-se que os valores são retirados da mesma tabela dos cálculos de viga. Tabela 1 – Valores mínimos para armaduras passivas aderentes Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2024). Tabela 2 – Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas com seção transversal retangular Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2024). 18 O valor máximo da armadura de flexão deve respeitar o limite dado em norma. A especificação de valores máximos para as armaduras transcorre da necessidade de se assegurar condições de ductilidade e de se respeitar o campo de validade dos ensaios que deram origem às prescrições de funcionamento do conjunto aço-concreto. Sobre a armadura máxima a NBR 6118 prescreve que a soma das armaduras de tração e de compressão (As + A’s) não pode ter valor maior que 4 % Ac (Equação 4) devendo ser garantidas as condições de ductilidade requeridas no item 14.6.4.3. As + A’s 4 % Ac Equação 4 TEMA 3 – DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA DE FLEXÃO Após a determinação dos momentos fletores característicos positivos e negativos (já compatibilizados), procede-se ao dimensionamento das armaduras. Este processo é realizado de maneira análoga ao dimensionamento das vigas, assumindo-se que a largura da viga ou laje (bw) é igual a 1 metro (ou 100 cm). Com base nesta premissa, calcula-se a área de armadura necessária para suportar os momentos fletores positivos e negativos, considerando uma unidade de comprimento de 1 metro linear. Deve-se considerar os coeficientes de majoração de carga no ELU (Estado Limite Último) e o momento fletor de cálculo, em kN.cm/m, conforme Equação 5. 𝑀𝑑 = 𝑓 . 𝑀𝑘 Equação 5 Onde: • 𝑀𝑑 é o momento de cálculo; • 𝑀𝑘 é o momento característico; • 𝑓 é o coeficiente de majoração; Na sequência determina-se o valor do coeficiente do concreto Kc, conforme a Equação 6. 𝑘𝑐 = 𝑏𝑤 𝑑2 𝑀𝑑 Equação 6 19 Onde: • 𝑏𝑤 largura representativa da laje (100 cm); • 𝑑 altura útil da laje; • 𝑀𝑑 momento fletor de cálculo. Após a determinação do coeficiente do concreto, utiliza-se a Tabela 3 para determinar o valor do coeficiente do aço Ks. Observem que é necessário o valor da resistência característica do concreto (fck) estabelecida em projeto. Outro item importante é que esses coeficientes da Tabela 3 garantem que as lajes sejam dimensionadas nos domínios de deformações 2 e 3. A tabela relaciona 𝑥 𝑑 , ou seja, “x” é a altura da linha e “d” a altura útilde cálculo, sendo que o valor máximo estabelecido por norma 6118, para garantir que a estrutura seja projetada nos domínios corretos. Para proporcionar o adequado comportamento dúctil em vigas e lajes, a posição da linha neutra no ELU deve obedecer ao limite, para concreto até 50 MPa, de x/d ≤ 0,45. 20 Tabela 4 – Valores de Ks para flexão simples em seção retangular – armadura simples Fonte: Borja, 2020. Com o valor de Ks é possível determinar a armadura necessária para 100 centímetros de laje, conforme a Equação 7. 21 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 .𝑘𝑠 𝑑 Equação 7 Onde: • 𝐴𝑠 á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝑎ç𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑚2/𝑚 • 𝐾𝑠 coeficiente do aço; • 𝑑 altura útil da laje; • 𝑀𝑑 momento fletor de cálculo. Com o valor da área de aço “As”, finaliza-se o dimensionamento consultando, na Tabela 5, o diâmetro das barras e seu espaçamento. Tabela 5 – Área da seção de armadura/ metro de largura (As em cm²/m) Fonte: Borja, 2020. 22 Importante Caso algum coeficiente esteja fora da tabela, ou o valor da relação da altura neutra com a altura útil ultrapasse 0,45, significa que não estamos nos domínios de formação correto determinado por norma. Então é necessário aumentar a espessura da laje ou mudar a resistência do concreto para retornarmos aos domínios de deformação adequados. Caso a estrutura seja projetada no domínio 4 a ruptura será frágil, ou seja, não haverá avisos quando a estrutura romper. 3.1 Exemplo prático Dimensionar o painel de laje abaixo com os momentos de cálculo já determinados no início desta etapa. Dados: • Estado limite último, combinações últimas normais (g = 1,4 e q = 1,4) • fck = 20 MPa • Ecs = 21.000 MPa = 21.000.000 N/cm² • Carga permanente uniformemente distribuída (gk): 4 kN/m² • Carga acidental uniformemente distribuída (qk): 2 kN/m² • Altura útil: 7 cm • Espessura da laje: 12 cm • Edificação tipo 2 (comercial). Resumo dos momentos fletores corrigidos na direção L1/L2/L3 Fonte: Dalledone e Marino, 2016. 4,60 1,92 3,10 8,33 4,0 23 Resumo dos momentos fletores corrigidos na direção L1/L4 L2/L4 L3/L4 Fonte: Dalledone e Marino, 2016. • Para laje 1 Passo 1 – Momento de cálculo: coeficiente de segurança 𝑀𝑑 = 𝑓 . 𝑀𝑑 𝑀𝑑 = 1,4 . 1,92 𝑀𝑑 = 2,69 kNm/m 𝑀𝑑 = 269 kNm/cm Passo 2 – Cálculo do coeficiente do concreto 𝑘𝑐 = 𝑏𝑤 .𝑑2 𝑀𝑑 então, 𝑘𝑐 = 100 .72 269 então, 𝑘𝑐 = 18,21 𝑐𝑚2/𝑘𝑁 → tabela 1 Passo 3 – Determinação do Ks → tabela 1 Ks = 0,023 (confirmar com interpolação) 7 ,8 3 1 ,0 8 24 Passo 4 – Cálculo de área de aço armadura principal e secundária • Principal 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 . 𝑘𝑠 𝑑 𝐴𝑠 = 269. 0,023 7 então, 𝐴𝑠 = 0,88 cm²/m → área de aço calculada • A armadura secundária será utilizada o valor da armadura mínima. Passo 5 – Verificação da taxa de armadura mínima → 𝒔,𝒎í𝒏 → tabela 2 Para concreto fck 20 MPa 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 𝑠,𝑚í𝑛 bw. h 𝑠,𝑚í𝑛 = 0,15% então, 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 0,15 100 . 100.12 = 1,80 cm²/m → área de aço mínima da NBR 6118 (ABNT, 2023) maior que a calculada. Adotar o valor maior. Passo 6 – Espaçamento AÇO ADOTADO: 6,3 mm Momento positivo (armadura secundária) 𝑠 = 𝐴 𝐴𝑠 então, 𝑠 = 0,32 1,8 = 0,177 m → 17,7 cm adotar número inteiro → 17 cm (arredondar para baixo) Momento positivo (armadura principal) 𝑠 = 𝐴 𝐴𝑠 então, 𝑠 = 0,32 1,80 = 0,17 m → 17,7 cm Adotar número inteiro → 17cm (arredondar para baixo) Espaçamento para ambas as armaduras: 𝑠 = 𝐴 𝐴𝑠 então, 25 𝑠 = 0,32 1,8 = 0,177 m → 17,7 cm → Adotar número inteiro → 17 cm (arredondar para baixo) Analisar se está dentro do espaçamento permitido por norma: Armadura principal → 7 cm ≤ s ≤ min [ 20 cm 2h ] 7 cm ≤ s ≤ min [ 20 cm 2. 12 ] 7 cm ≤ s ≤ min [ 20 cm 24 cm ] → calculado 17 cm ok! Armadura secundária → 10 cm ≤ s ≤ 33 cm → calculado 17 cm ok! Passo 7 – Quantidade de barras Momento positivo (armadura principal) 𝑄 = 𝑙 𝑠 + 1 então, 𝑄 = 400 17 + 1 = 24,5 barras Adotado → 25 barras Momento positivo (secundária) 𝑄 = 𝑙 𝑠 + 1 então, 𝑄 = 180 17 + 1 = 11,6 barras Adotado → 12 barras Passo 8 – Resumo laje 1 Armadura principal: 24 6,3 mm com 17 cm Armadura Secundária: 11 6,3 mm com 17 cm 26 • Para laje 2 Passo 1 – Momento de cálculo com coeficiente de segurança Momento negativo 𝑀𝑑 = 𝑓 . 𝑀𝑑 𝑀𝑑 = 1,4 . 4,60 𝑀𝑑 = 6,44 kNm/m 𝑀𝑑 = 644 kNm/cm Momento positivo 𝑀𝑑 = 𝑓 . 𝑀𝑑 𝑀𝑑 = 1,4 . 3,10 𝑀𝑑 = 4,34 kNm/m 𝑀𝑑 = 434 kNm/cm Momento positivo 𝑀𝑑 = 𝑓 . 𝑀𝑑 𝑀𝑑 = 1,4 . 1,08 𝑀𝑑 = 1,50 kNm/m 𝑀𝑑 = 150 kNm/ cm Passo 2 – Cálculo do coeficiente do concreto Momento negativo 𝑘𝑐 = 𝑏𝑤 . 𝑑2 𝑀𝑑 𝑘𝑐 = 100 .72 644 𝑘𝑐 = 7,60 𝑐𝑚2/𝑘𝑁 tabela 1 Momento positivo 𝑘𝑐 = 𝑏𝑤 . 𝑑2 𝑀𝑑 𝑘𝑐 = 100 . 72 434 𝑘𝑐 = 11,29 𝑐𝑚2/𝑘𝑁 tabela 1 Momento positivo 𝑘𝑐 = 𝑏𝑤 .𝑑 2 𝑀𝑑 𝑘𝑐 = 100 .72 150 𝑘𝑐 = 32,66 𝑐𝑚2/𝑘𝑁 tabela 1 Passo 3 – Determinação do Ks → tabela 1 Momento negativo Ks = 0,024 Momento positivo Ks = 0,024 Momento positivo Ks = 0,023 Passo 4 – Cálculo de área de aço Momento negativo Momento positivo Momento positivo 27 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 . 𝑘𝑠 𝑑 𝐴𝑠 = 644. 0,024 7 𝐴𝑠 = 2,20 cm²/m 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 . 𝑘𝑠 𝑑 𝐴𝑠 = 434. 0,024 7 𝐴𝑠 = 1,48 cm²/m 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 . 𝑘𝑠 𝑑 𝐴𝑠 = 150. 0,023 7 𝐴𝑠 = 0,49 cm²/ Passo 5 – Verificação da taxa de armadura mínima → 𝒔,𝒎í𝒏 → tabela 2 Para concreto fck 20 MPa 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 𝑠,𝑚í𝑛 bw. h 𝑠,𝑚í𝑛 = 0,15% então, 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 0,15 100 . 100.12 = 1,80 cm²/m → área de aço mínima da NBR 6118 Passo 6 – Espaçamento - AÇO ADOTADO: 6,3 mm Momento negativo 𝑠 = 𝐴 𝐴𝑠 então, 𝑠 = 0,32 2,20 = 0,14 m → 14 cm Adotar número inteiro 𝑠 = 14 cm Momento positivo 𝑠 = 𝐴 𝐴𝑠 então, 𝑠 = 0,32 1,80 = 0,17 m → 17,7 cm Adotar número inteiro 𝑠 = 17 cm Momento positivo 𝑠 = 𝐴 𝐴𝑠 então, 𝑠 = 0,32 1,80 = 0,17 m → 17,7 cm Adotar número inteiro 𝑠 = 17 cm Analisar se está dentro do espaçamento permitido por norma: Momento negativo Armadura principal 7 cm ≤ s ≤ min [ 20 cm 24 cm ] Momento positivo Armadura principal 7 cm ≤ s ≤ min [ 20 cm 24 cm ] 28 → calculado 14 cm ok! → calculado 17 cm ok! 7º passo – Quantas barras utilizadas Momento negativo 𝑄 = 𝑙 𝑠 + 1 𝑄 = 400 14 + 1 = 29,6 barras Adotado → 30 barras Momento positivo 𝑄 = 𝑙 𝑠 + 1 𝑄 = 300 17 + 1 = 18,6 barras Adotado → 19 barras Momento positivo 𝑄 = 𝑙 𝑠 + 1 𝑄 = 400 17 + 1 = 24,5 barras Adotado → 25 barras 8º passo – Resumo laje 2 • Para o momento negativo 30 6,3 mm com 14 cm • Para o momento positivo 19 6,3 mm com 17 cm • Para o momento positivo 25 6,3 mm com 17 cm A distribuição de armaduras do painel de lajes calculadas até esse item da apostila como a seguir indicado. Perceba que cada faixa de barras é denominada, respectivamente: quantidade de aço, nomenclatura da barra, diâmetro do aço e espaçamento. Nas etapas posteriores, finalizaremos o cálculo das armaduras desse painel de lajes e detalharemos todas as informações necessárias apresentadas nos itens e 4 e 5 desta etapa. 29 Figura 6 – Armadura positiva calculada Fonte: elaborada por Martins, 2024, com base em Dalledone e Marino, 2016. Figura 7 – Armadura negativa calculadaFonte: elaborada por Martins, 2024, com base em Dalledone e Marino, 2016. TEMA 4 – COMPRIMENTO DE BARRAS PARA LAJES 4.1 Armadura positiva Os comprimentos horizontais das armaduras positivas (cbx e cby) de barras não alternadas devem seguir o indicado na Figura 8. O comprimento total das L1 1,8 m 4 ,0 m L2 3,0 m L4 1 ,2 m L3 5,0 m 11 N1 6,3 mm c/ 17 cm 24 N3 6,3 mm c/ 17 cm 25 N2 6,3 mm c/ 17 cm 19 N4 6,3 mm c/ 17 cm L1 1,8 m 4 ,0 m L2 3,0 m L4 1 ,2 m L3 5,0 m 30 N5 6,3 mm c/ 17 cm 30 barras, antes das dobras, será igual ao comprimento horizontal somado aos comprimentos dos ganchos das extremidades. Figura 8 – Comprimento de barras: armadura positiva e detalhe do cobrimento das armaduras para lajes não contínuas Fonte: Dalledone e Marino, 2016. Já para armadura alternadas os comprimentos horizontais das armaduras positivas (cbx e cby) para lajes contínuas, devem seguir o indicado na Figura 9. Cbx = lox + bwx1 + bwx2 – cnom - lox 31 Figura 9 – Comprimento de barras: armadura positiva e detalhe do cobrimento das armaduras para lajes contínuas Fonte: Dalledone e Marino, 2016. 4.2 Armadura negativa Para as lajes contínuas os comprimentos horizontais as armaduras negativas (cb) de barras não alternadas de lajes contínuas devem seguir conforme ilustra a Figura 10. O comprimento total das barras, antes das dobras, será igual ao comprimento horizontal somado aos comprimentos dos ganchos das extremidades. Cbx = lox + bwx1 + bwx2 – 0,2 lx bwx1 bwx2 lox loy Cby = loy + bwy1 + bwy2 – 0,2 lx bwy1 bwy2 bw 32 Figura 10 – Comprimento de barras não alternadas de lajes contínuas de armadura negativa Fonte: Dalledone e Marino, 2016. As barras que constituem a armadura negativa das lajes contínuas devem terminar em gancho de 90°. Os comprimentos horizontais das armaduras negativas (cb) de barras alternadas em lajes contínuas devem obedecer às especificações mostradas na Figura 11. O comprimento total das barras, antes de qualquer dobra, é calculado pela soma do comprimento horizontal com os comprimentos dos ganchos nas extremidades. Cb = 0,5 lx, maior 33 Figura 11 – Comprimento de barras alternadas de lajes contínuas armadura negativa Fonte: Dalledone e Marino, 2016. TEMA 5 – ANCORAGEM PARA ARMADURA POSITIVA As barras da armadura positiva das lajes maciças de concreto devem terminar em gancho, para melhorar as condições de ancoragem. O gancho de 90°é o mais conveniente, embora nem sempre possa ser usado. A Figura 12 ilustra os tipos de ancoragem que podem ser executadas. Figura 12 – Ganchos da armadura positiva Fonte: Dalledone e Marino, 2016. O diâmetro interno da curvatura (D) dos ganchos das armaduras longitudinais de tração deve ser pelo menos igual ao estabelecido na Tabela 3. Cb = 0,375 lx, maiorlxj 34 Tabela 7 – Diâmetro para dobramento de armadura de ancoragem Bitola (mm) TIPO DE AÇO CA-25 CA-50 CA-60