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Trypanosoma cruziAscaris lumbricoides Prof. Francisco Alves PARASITOLOGIA Ascaris lumbricoides Filo - Nematoda Superfamília - Ascaridoidea Família -Ascarididae Subfamília - Ascaridinae Gênero - Ascaris • A. lumbricoides - agente etiológico da ascaridíase; • Helminto parasita do intestino delgado do homem; • Helminto cosmopolita; • Frequência dependente do grau sócio-econômico da população; Ascaris lumbricoides - ascaridíase Cosmopolita – mas frequente helmintíase; Nematoda grande - 30 cm; Um único humano - 500-700 vermes. Lombriga. Ascaris Ascaris lumbricoides Prevalência de aproximadamente 1,5 bilhão de pessoas no mundo; Ásia (73% de prevalência); África (12% de prevalência); América Latina (8% de prevalência); Prevalente em crianças de 1-2 anos de idade (hábitos de higiene); Adultos – formato filiforme, cor leitosa; Dioico - dimorfismo sexual; Macho: 20 - 30 cm, extremidade posterior encurvada; Fêmea: 30 - 40 cm, extremidade posterior retilínea. Morfologia Morfologia de exemplares adultos de Ascaris lumbricoides. A fêmea (A) apresenta extremidade posterior retilínea, enquanto o macho (B), um pouco menor, apresenta extremidade posterior curva, com uma espícula. FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. Formas adultas coloraçãoParasitos cilíndricos, longos, robustos, branca - levemente rosada e boca trilabiada. Extremidade posterior encurvada para parte ventral; Fêmeas 30-40 cm de comprimento; Extremidade posterior retilínea; A. Lumbricoides - boca trilabiada Parasitos dióicos (dimorfismo sexual) Machos 20-30 cm de comprimento; Forma adulta de A. lumbricoides Forma adulta de A. lumbricoides Diferenciação entre macho (ponta enrolada) e fêmea (ponta reta) do Ascaris. Fonte: www.cdfound.to.it/html/atlas.htm#atlas http://www.cdfound.to.it/html/atlas.htm#atlas Ovos Excretados junto com as fezes, podem sobreviver no solo por longos períodos; Ovais, 50 μm; Cor castanha - 3 membranas; Membrana mamilonada; “Aspecto abacaxi.” Morfologia Morfologia Ovos Grandes e ovais, cápsula espessa (membrana mamilonada); Tamanho - 50m Apresentam 3 membranas (interna, média e externa) Cor - originalmente branco, castanha (fezes) Ovo infértil de A. lumbricoides Ovo fértil de A. lumbricoides Ovo fértil de A. lumbricoides (decorticado) A, Ascaris lumbricoides, ovo maduro. B, Ascaris lumbricoides, ovo maduro corticado, ×400. C, Ascaris lumbricoides, ovo maduro muito corticado,×400. Ascaris Ovos Ovos de Ascaris lumbricoides. FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. Ovos de Ascaris lumbricoides. Os ovos eliminados nas fezes (A) tornam-se embrionados (B) em cerca de 3 semanas; alguns ovos inférteis, que contêm em seu interior uma massa amorfa de protoplasma, são também eliminados (C). As imagens mostram três ovos férteis (D, E e F); o terceiro (F) está decorticado; e um ovo infértil de A. lumbricoides (G). Hábitat (intestinoInfecções moderadas – jejuno e íleo delgado do homem; Infecções intensas – todo intestino delgado Ciclo biológico Monoxênicos (possuem apenas 1 hospedeiro); Monogenéticos (sem alternância de gerações - somente sexuada) Fêmeas -200.000 ovos/dia Ingestão de ovos contendo L3 (forma infectante); Ciclo biológico Fonte: www.dpd.cdc.gov http://www.dpd.cdc.gov/ Ciclo de vida Ciclo vital de Ascaris lumbricoides. FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. Monoxênico Monoxênico Ovos fecundados são eliminados pelas fezes - larva rabditoide – 12 dias; O homem infecta-se ingerindo água contaminada ou alimentos crus infectados – ovos larvados; Ovos ingeridos atravessam o estômago e as larvas são liberadas no intestino delgado – ciclo pulmonar; Deglutidos - vão para o intestino e provocam a infecção. Ciclo de vida A intensidade das alterações provocadas; Diretamente relacionada com o número de formas presentes no parasito; Larvas – lesões hepáticas e pulmonares; Verme – diarreia, náuseas e anorexia. Patogenia Corte histológico de pulmão mostrando duas larvas de Ascaris lumbricoides, seccionadas transversalmente, no interior de alvéolo (setas). . FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. Ingestão de ovos infectantes – larvas L3; Junto com alimentos ou água contaminados; 200.000 ovos por dia. Transmissão Água e alimento infectados contendo L3; Depósito subungueal (crianças); Insetos e poeira (ovos embrionados); Patogenia e Sintomatologia Larvas Infecções intensas: lesões hepáticas e pulmonares; Fígado - hemorragia e necrose Pulmão - hemorragia e quadro pneumônico (catarro sanguinolento e larvas do parasito) Patogenia e Sintomatologia Adultos Ação espoliadora: subnutrição e depauperamento físico e mental; Ação tóxica: imunógenos parasitário; Ação mecânica: irritação da parede intestinal e obstrução da luz intestinal; Localização ectópica: Apêndice cecal – apendicite aguda; Canal colédoco – obstrução; Canal de Winsurg – pancreatite aguda; Eliminação do parasito pela boca e narinas; Adultos e larvas – ouvido médio e trompa de Eustáquio Aparelho respiratório - pneumonia difusa, febre, tosse, manifestações alérgicas e eosinofilia elevada (Síndrome de Löeffler); Aparelho digestivo - cólica, dor epigástrica, má digestão, náuseas, perda de apetite, emagrecimento; Sistema nervoso - meningite, nervosismo, excitabilidade e irritabilidade aumentada, insônia, convulsões; Metabólicas - hipoglicemia; Patogenia e Sintomatologia O Ascaris adulto vive exclusivamente no intestino delgado dos seres humanos; Jejuno e íleo; Alimentando-se principalmente de comida semidigerida; Os ovos, excretados junto com as fezes, podem sobreviver no solo por longos períodos. Habitat Infecção maciça - “áscaris errático” Patogenia e Sintomatologia Remoção cirúrgica de Ascaris lumbricoides. Fonte: Hesse AAJ, Nouri A, Hassan HS, et al. (2012). Alça intestinal obstruída por Ascaris lumbricoides. Fonte: Mbanga CM, Ombanku KS, Fai KN et al. (2019). Patogenia e Sintomatologia Clínico Pouco sintomático (difícil diagnóstico); Laboratorial Pesquisa de ovos nas fezes (Sedimentação espontânea e Kato Katz); Obs: Infecções exclusivamente com fêmeas – ovos inférteis; Somente com machos – exame negativo; Diagnóstico É um exame parasitológico de fezes e urina que se baseia na decantação de estruturas parasitárias presentes na amostra. Esse método é usado para identificar ovos de helmintos, cistos de protozoários e larvas de helmintos. Como funciona: 1.Preparo da amostra: Uma amostra de fezes é misturada com água, formando uma suspensão. 2.Filtração: A suspensão é filtrada, geralmente com gaze, para remover detritos maiores. 3.Sedimentação: A suspensão filtrada é colocada em repouso em um cálice cônico ou tubo. Devido à sua maior densidade, os parasitas presentes na amostra sedimentam no fundo. 4.Análise: 1.Uma pequena quantidade do sedimento é coletada e analisada em microscópio, após coloração com lugol para melhor visualização de cistos de protozoários. Diagnóstico: Sedimentação Espontânea (HPJ - Hoffman, Pons e Janer) ou método de Lutz Sedimentação em dupla filtragem 1º PASSO Ao receber a amostra, agitar o frasco em movimentos circulares até a dissolução. Remover o cap de vedação e pressionar o frasco levemente para a saída de ar. 2º PASSO Mantendo o frasco pressionado*, invertê-lo e colocá-lo na bandeja de sedimentação por 15 minutos. *A medida que o frasco é invertido na bandeja, soltar a pressão da mão, para que o líquido não fique gotejando após a inversão na bandeja de sedimentação. 3º PASSO Gotejar na lâmina de vidro, adicionar Lugol ou outro corante e examinar ao microscópio. Educação sanitária; Higiene; Construção de fossas sépticas; Tratamento em massa da população;Proteção dos alimentos contra poeira e insetos. Profilaxia Albendazol - 400 mg em dose única por via oral; Ovocida, larvicida e vermicida Contraindicado em gestantes; Outras drogas: Mebendazol, Levamisol, Pamoato de Pirantel. Tratamento ·Droga de escolha: Albendazol 400 mg em dose única por via oral. Contraindicado em gestantes. ·Outras drogas: Mebendazol, Levamisol, Pamoato de Pirantel. ·Nota: No caso de oclusão e suboclusão intestinal pelo áscaris, utilizar óleo mineral com Piperazina. Indicado para gestantes. Trypanosoma cruziEnterobius vermicularis Prof. Francisco Alves PARASITOLOGIA Enterobius vermicularis • Conhecido anteriormente como Oxyuris vermicularis; • Nome vulgar = oxiúros, caseira ou largatinha; • Apresenta sete espécies (macacos - Ásia, África e América); • Parasito cosmopolita (clima temperado); Filo - Nematoda Classe - Secernenta Família - Oxyuridae Gêneros - Enterobius Espécie - E. vermicularis http://www.drnatura.ru/parasites.php http://www.drnatura.ru/parasites.php Enterobíase - oxiuríase, caseira; Nematódeo - parasita comum em países pobres. Enterobius Adultos Macho: 2-5 mm; Fêmea: 8-13 mm. Morfologia Ovos e exemplares adultos de Enterobius vermicularis. Na representação esquemática de ovo (A), macho adulto (B) e fêmea adulta (C). Adaptadas de Rey, 2001. Ovo de Enterobius vermicularis eliminado nas fezes (D). Morfologia Helminto dióico (dimorfismo sexual); Cor: branco; Aspecto: filiforme; Ovos e exemplares adultos de Enterobius vermicularis. Na representação esquemática de ovo (A), macho adulto (B) e fêmea adulta (C). Adaptadas de Rey, 2001. Ovo de Enterobius vermicularis eliminado nas fezes (D). Adultos Apresenta como característica do verme adulto um par de asas cefálicas. Morfologia Morfologia Fêmea de Enterobius vermicularis na região retal. Fonte: Wook-Ho Kang, M.D., and Sang-Chul Jee, M.D (2019). Fêmea Comprimento: (diam); 1cm (comp) x 0,4 mm Cauda pontiaguda e longa; Morfologia Fêmea Comprimento: (diam); 1cm (comp) x 0,4 mm Cauda pontiaguda e longa; Macho Comprimento: 5mm (comp) x 0,2 mm (diam); Extremidade posterior encurvada ventralmente; Macho de Enterobius vermicularis observado em objetiva de 10x durante o Exame Parasitológico de Fezes. Fonte Patrícia Guedes Garcia, 2020. http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/hTML/Frames/A- F/Enterobiasis/body_Enterobiasis_mic1.htm Morfolog ia http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/hTML/Frames/A- Ovos Morfologia Morfologia A, Ovo de Enterobius vermicularis. B, Ovo não embrionado de Enterobius vermicularis, ×400. C, Ovo embrionado imaturo de Enterobius vermicularis, ×400. D, Ovo embrionado maduro de Enterobius vermicularis, ×400. Biologia Parasito monoxênico (1 hospedeiro); Hábitat: Ceco e apêndice cecal; http://www.ciencias.iesbezmiliana.org/blog/2007/10/ http://www.ciencias.iesbezmiliana.org/blog/2007/10/ Ciclo de vida www.cdc.gov http://www.cdc.gov/ BiologiaCiclo de vida Transmissão Mecanismos de infecção: Heteroinfecção: alimentos ou poeira transmitem a outros hospedeiros; Indireta: alimentos hospedeiro; ou poeira transmitem ao mesmo Auto-infecção externa: ovos levados da região perianal à boca; Auto-infecção interna: larvas eclodem no reto e migram até ceco; Retroinfecção: larvas eclodem na região perianal e migram até o ceco; Patogenia Infecções leves: pode ser assintomático; Apenas 1 em cada 20 crianças parasitadas apresentam sintomas; Enterite catarral (5000 a 10000 vermes) → ação mecânica irritativa; Pode atingir o apêndice; Ligeira eosinofilia (4 a 10%); Prurido anal noturno; Insônia, irritabilidade, (bactérias); nervosismo, infecções secundárias Ceco e apêndice inflamados; Em órgão genitais femininos: vaginite. Na maioria dos casos passa desapercebida; Prurido anal - principalmente a noite; Coçar - infecções secundárias, perda de sono e nervosismo; Proximidade dos órgãos sexuais - masturbação e erotismo em meninas. Patogenia Forma direta Coçar a região anal e colocar a mão na boca; Forma indireta Ingestão de água contaminada ou alimento; Ovos - roupas de cama, toalhas e objetos da casa; Epidemias - mesma residência. Transmissão Passa a vida inteira em um hospedeiro humano; Intestino grosso – ceco e apêndice cecal; A fêmea adulta se dirige até o ânus para fazer a ovipostura - principalmente à noite. Habitat Após o acasalamento, o macho é eliminado com as fezes; Patogenia http://www.worminfo.co.uk/Images/threadworm.jpg http://www.worminfo.co.uk/Images/threadworm.jpg Diagnóstico CLÍNICO: Prurido anal noturno, continuado, irritação cutânea perianal em crianças e ligeira eosinofilia podem levar a uma suspeita clínica de enterobíase. LABORATORIAL: Pesquisa de ovos ou verme adulto Diagnóstico Método da fita gomada ou adesiva ou Método de Graham: Pesquisa na região anal e perianal de ovos. Ovos são mais facilmente colhidos se o exame for realizado algumas horas após o paciente ter se deitado, ou pela manhã, antes de defecar ou banhar-se. Pesquisa de ovos nas fezes: Pouco sensível pelos métodos utilizados. Técnica do exame parasitológico para diagnóstico de enterobíase. A) Maneira de dispor a fita adesiva transparente (a) e as tiras de papel (b) sobre uma espátula, lãmina ou "abaixador de língua". B)Aplicação da fita adesiva contra a pele da região perianal. C)Fita adesiva, depois de retirada da pele, colocada sobre lâmina de microscopia e pronta para exame. Fonte: Rey (2008). Método de Graham - fita gomada Método de Hall - swab anal. Diagnóstico Diagnóstico É um exame parasitológico de fezes e urina que se baseia na decantação de estruturas parasitárias presentes na amostra. Esse método é usado para identificar ovos de helmintos, cistos de protozoários e larvas de helmintos. Como funciona: 1.Preparo da amostra: Uma amostra de fezes é misturada com água, formando uma suspensão. 2.Filtração: A suspensão é filtrada, geralmente com gaze, para remover detritos maiores. 3.Sedimentação: A suspensão filtrada é colocada em repouso em um cálice cônico ou tubo. Devido à sua maior densidade, os parasitas presentes na amostra sedimentam no fundo. 4.Análise: 1.Uma pequena quantidade do sedimento é coletada e analisada em microscópio, após coloração com lugol para melhor visualização de cistos de protozoários. Diagnóstico: Sedimentação Espontânea (HPJ - Hoffman, Pons e Janer) ou método de Lutz Sedimentação em dupla filtragem 1º PASSO Ao receber a amostra, agitar o frasco em movimentos circulares até a dissolução. Remover o cap de vedação e pressionar o frasco levemente para a saída de ar. 2º PASSO Mantendo o frasco pressionado*, invertê-lo e colocá-lo na bandeja de sedimentação por 15 minutos. *A medida que o frasco é invertido na bandeja, soltar a pressão da mão, para que o líquido não fique gotejando após a inversão na bandeja de sedimentação. 3º PASSO Gotejar na lâmina de vidro, adicionar Lugol ou outro corante e examinar ao microscópio. Roupa de cama fervida; Tratamento dos infectados; Higiene pessoal e doméstica. Profilaxia Epidemiologia Transmissão doméstica ou ambientes coletivos; Ovos resistentes (3 semanas); Ovos de tornam infectantes rapidamente; Eliminação de muitos ovos na região perianal; Hábitos de sacudir roupa de cama; Pamoato de pirvínio - 10mg/kg; Dose única; Mebendazol, 100mg, 2 vezes ao dia, 3 dias consecutivos; Dose independe do peso corporal e da idade. ; Albendazol - 10mg/kg. Tratamento Nota: Todas essas drogas são contraindicadas em gestantes. francisco.hslab@gmail.com