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Everton Silva

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DISCIPLINA: 
RELATÓRIOS E PARECERES 
CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo, SP – 2010.1 
Disciplina: Redação de Relatórios e Pareceres - UNINOVE 
Material de apoio elaborado e gentilmente cedido pela Profª Gisele Walczak. 
Prof. Sandro Braz Silva 
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SUMÁRIO 
 
 
1. ESTRUTURA E DIVULGAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........... 3 
2. METODOLOGIAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........ 22 
3. ANÁLISE DE INDICADORES E QUOCIENTES – PARTE I ................................. 33 
4. ANÁLISE DE INDICADORES E QUOCIENTES – PARTE II ................................ 52 
5. ANÁLISE DE INDICADORES E QUOCIENTES – PARTE III............................... 70 
6. RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – AULA 
PRÁTICA ............................................................................................................................... 90 
7. A AUDITORIA E RELATÓRIOS DE AUDITORIA ................................................. 104 
8. DICAS PARA CONFECIONAR O RELTÁRIO DE AUDITORIA ......................... 115 
9. CONTROLES INTERNOS ........................................................................................ 126 
10. PERÍCIA CONTÁBIL ................................................................................................. 135 
 
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1. ESTRUTURA E DIVULGAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS 
 
Uma das ferramentas fundamentais para a administração é a contabilidade, área 
responsável pelo registro de informações que envolvem as movimentações e 
transações da empresa. Uma vez consolidados nas demonstrações contábeis estes 
registros permitem avaliar o desempenho da empresa em uma perspectiva temporal, 
bem como fazer comparação com as demonstrações contábeis de outras empresas, 
tendo em vista que em todas elas as demonstrações contábeis são elaboradas com 
a mesma estrutura conceitual. 
 
CONTABILIDADE: CONCEITOS E USUÁRIOS 
 
A Contabilidade: 
• Sistema de informações configurado para atender as necessidades de seus 
usuários. 
• Registro de maneira sistemática de todas as movimentações e transações da 
empresa. 
• Periodicamente os lançamentos são consolidados, o que permite a 
elaboração das demonstrações contábeis. 
 
A fim de atender às necessidades para as quais foi configurada, a contabilidade 
obedece a um conjunto de princípios e convenções, alguns destes são: 
• Princípio do registro pelo valor original: estabelece que todos os registros de 
movimentações e transações são efetuados pelo seu valor de entrada, ou 
seja, pelo seu valor original. 
• Princípio da competência: as receitas e as despesas devem ser incluídas na 
apuração do resultado do exercício em que ocorreram, independentemente 
de seu recebimento ou de seu pagamento. 
• Convenção da consistência: uma vez adotado determinado procedimento 
(entre todos os possíveis) ele não devera ser alterado com freqüência sob 
pena de prejudicar a comparação dos dados contábeis no tempo. 
 
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Em relação ao seu público-alvo a contabilidade atende diferentes usuários: 
USUÁRIOS EXTERNOS À EMPRESA
EMPRESAEMPRESA
Investidores Fornecedores Bancos
Governo
SindicatosFuncionários
Órgãos de ClasseConcorrentes
Outros
��������
��������
��������
��������
AdministraAdministra ççãoão
InvestidoresInvestidores
BancosBancos
GovernoGoverno
Outros interessadosOutros interessados
ÁREAS DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADEÁÁREAS DE ATUAREAS DE ATUA ÇÇÃO DA CONTABILIDADEÃO DA CONTABILIDADE
Coleta de Coleta de 
dadosdados
Registro de Registro de 
dadosdados
UsuUsu áários (tomada rios (tomada 
de decisão)de decisão)
RelatRelatóóriosrios
 
 
 
 
 
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PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Conforme dispõe a Lei 11.638/07, dentre as demonstrações contábeis de uma 
empresa temos o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE), a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), a Demonstração do 
Valor Adicionado (DVA). 
 
RELATÓRIOS E INFORMAÇÕES AUXILIARES 
 
• RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 
 
De acordo com a Lei das S.A.’s, o relatório da administração deve ser publicado 
juntamente com as demonstrações financeiras do encerramento do exercício social, 
mas de maneira geral os relatórios de administração não têm sido apresentados na 
forma mais adequada e com suficiente divulgação. 
Em razão disso, a CVM pronunciou-se através do Parecer da Orientação nº 15 de 
28.12.87, recomendando que este relatório contenha informações sobre: 
 
a) Aquisição de debêntures de sua própria emissão; 
b) Política de reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos constantes de 
acordo de acionistas; 
c) Negócios sociais e principais fatos administrativos ocorridos no exercício; 
d) Relação dos investimentos em sociedades coligadas e/ou controladas 
evidenciando as modificações ocorridas durante o exercício. 
 
Desde o advento da Lei das S.A.’s, a CVM vem examinando o conteúdo dos 
relatórios apresentados anualmente pelas companhias abertas, e tem sido 
expressivo o número de empresas que o apresentam de modo sucinto utilizando 
diversas justificativas, dentre as quais a de que os informes necessários para análise 
de todos os aspectos, estão contidos nas notas explicativas. 
 
Este procedimento, além de infringir a lei, não é compatível com a postura que se 
espera de uma companhia aberta, acarretando a perda de uma valiosa oportunidade 
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da companhia ser mais bem conhecida e avaliada pelo público investidor, por seus 
clientes, fornecedores e credores. 
 
Outro ponto que deve ser observado na confecção dos relatórios diz respeito ao 
conteúdo. Não é válida a simples apresentação de percentuais que podem ser 
obtidos por qualquer leitor das demonstrações financeiras, visto que as informações 
realmente relevantes ao usuário são os comentários e apreciações dos fatores que 
influenciaram as variações ocorridas. 
 
Somente neste exercício foi determinada a republicação de centenas de relatórios 
por não atenderem o mínimo requerido pelas disposições legais. Na maior parte 
desses relatórios os administradores se limitaram tão-somente a apresentar as 
demonstrações financeiras agradecendo a colaboração de funcionários, credores, 
etc. e se colocando à disposição dos acionistas para maiores esclarecimentos. 
Outros relatórios apresentavam informações incompletas ou não condizentes com 
as demonstrações publicadas. 
 
A divulgação de informações úteis, fidedignas e detalhadas, que possibilitem o 
conhecimento da companhia e de seus objetivos e políticas, é um direito essencial 
do acionista. O relatório da administração não pode ser excluído dessa premissa, 
assim, tanto a falta de informações quanto a inclusão de estudos e fatos genéricos 
que não dizem respeito à situação particular da companhia constituem 
desatendimento ao interesse e ao direito do investidor. 
 
O relatório, como peça integrante das demonstrações financeiras, deverá 
complementar as peças contábeis e notas explicativas, observadas a devida 
coerência com a situação nelas espelhada, formando um quadro completo das 
posturas e do desempenho da administração na gestão e utilização dos recursos 
que se encontram a ela confiados. 
 
Deve ser redigido com simplicidade de linguagem para ser acessível ao maior 
número possível de leitores, devendo sergiro. Um índice elevado pode indicar uma má gestão dos estoques. 
Indice de Participação dos Estoques =
Estoques
Ativo Circulante
 
c) Participação de Contas a Receber 
Outro indicador da estrutura do capital de giro é o índice de participação de contas a 
receber. Este indicador mostra qual o peso das contas a receber sobre o total do 
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ativo circulante. Quando este indicador é muito elevado, pode indicar uma política de 
concessão de crédito muito flexível o que aumenta o risco de inadimplência. 
Indice de Participação do Contas a Receber =
Contas a Receber
Ativo Circulante
 
 
d) Financiamento 
O índice de financiamento informa qual o percentual do capital de giro é financiado 
por empréstimos bancários de curto prazo. Um resultado alto é indicador de forte 
dependência de empréstimos de curto prazo e que irão pressionar o caixa da 
empresa. Para a apuração deste indicador é importante salientar que se entende por 
financiamentos todos os empréstimos bancários de curto prazo, registrados no 
passivo circulante. 
Indice de Participação dos Financiamentos =
Financiamentos
Ativo Circulante
 
 
PARTE PRÁTICA 
 
1. O Gerente do banco Precavido S.A. suspende um empréstimo que seria 
concedido ao Supermercado Progresso Ltda porque o seu índice de Liquidez 
Seca é 0,30, enquanto que outras empresas de diversos ramos de atividade têm 
índice superior a 1,00. A atitude do gerente está correta? Por que? 
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2. O Auto-ônibus São Jorge S.A. não solicitará, embora esteja carente, empréstimo 
para Capital de Giro ao Banco da Baronesa S.A. Seu diretor-presidente fez o 
seguinte comentário: 
“ I – Somos uma empresa recém-constituída (2 anos). 
II – O nosso índice de Liquidez corrente é de 0,76 (muito baixo). 
III – Não temos Duplicatas a Receber para garantir o empréstimo necessário.” 
 
a) As justificativas I, II e III são verdadeiras. O presidente está certo em não solicitar 
o empréstimo. 
b) As justificativas I, II e III não são depreciativas para a empresa. O Presidente 
deveria solicitar empréstimo. 
c) A justificativa I não é empecilho para obter empréstimo. As justificativas II e III 
são verdadeiros empecilhos. O presidente está certo, não deve solicitar o 
empréstimo. 
d) A justificativa I poderá ser um obstáculo real para se obter empréstimo. Todavia, 
as justificativas II e III não são obstáculos. O presidente poderia tentar solicitação 
de empréstimo. 
 
3. A Cia. Tirateima Ltda, apresenta os seguintes índices de Liquidez Imediata: 
19X1 19X2 19X3 
0,14 0,12 0,105 
 
As informações comerciais evidenciam os seguintes atrasos nos pagamentos da 
Cia. Tirateima: 
19X1: atraso de 10 dias. 
19x2: atraso de 25 dias. 
19x3: atraso de 45 dias. 
 
Podemos dizer o seguinte: 
 
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a) Para efeito de análise de crédito, o índice de Liquidez Imediata, já apresentado, é 
irrelevante, não devendo ser considerado. 
b) nos dias atuais há uma tendência de todas as empresas atrasarem; portanto, não 
levaremos em consideração os atrasos citados anteriormente. 
c) Com uma inflação alta, a empresa tende a reduzir o seu disponível para não 
haver corrosão monetária pela inflação. Portanto, não se considera a queda 
desse índice. 
d) Os dados apresentados anteriormente são relevantes para efetivo de analise, 
devendo ser considerados. 
 
4. A Companhia ABC apresentou as seguintes informações, em milhares de reais: 
 
Capital circulante líquido 6.160 
Capital total à disposição da empresa 24.000 
Capital próprio 14.000 
Passivo exigível a longo prazo 2.560 
Índice de liquidez geral (ILG) 1,6 
 
Elabore o balanço patrimonial da companhia. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 
 
Ativo Passivo 
 
 
 
 
 
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5. O Controller José Avalista Maior recebeu de uma das empresas do Grupo, via 
fax, o Balanço Patrimonial dos anos 2004 e 2005, abaixo evidenciado. Por 
problemas na transmissão do fax, alguns dados da Demonstração não saíram. 
Balanço Patrimonial 
ATIVO 2004 2005 PASSIVO 2004 2005 
Circulante 70.000,00 Circulante 
Disponibilidades 25.000,00 Contas a Pagar 
Clientes 40.000,00 60.000,00 Fornecedores 25.000,00 38.000,00 
(-) PDD (1.200,00) Dividendos a Pagar 1.000,00 3.000,00 
Estoques 1.200,00 4.300,00 Notas Promissórias Pagar 8.000,00 20.000,00 
Títulos a Receber 5.000,00 
Não Circulante Não Circulante 
Realizável a Longo Prazo 15.000,00 Exigível a Longo Prazo 16.000,00 25.000,00 
Títulos a Receber 15.000,00 Financiamentos 16.000,00 25.000,00 
 
Investimentos 6.000,00 6.000,00 
Imobilizado Patrimonio Líquido 
Imóveis 12.000,00 Capital Social 36.000,00 37.500,00 
Equipamentos 15.000,00 15.000,00 Reserva de Lucros 
Veículos 20.000,00 20.000,00 
(-) Depreciação Acumulada (2.500,00) 
 
Total Ativo Total Passivo 
 
Dados Complementares: 
 
I. A análise horizontal de 2005 apresentou uma evolução de 40% das 
disponibilidades. 
 
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II. O contador efetuou a reclassificação de 50% dos Títulos a Receber de Longo 
Prazo. Não ocorreram transações: de vendas (Curto ou Longo Prazo) e 
recebimentos (Curto ou Longo Prazo). 
 
III. Foram Adquiridos em 2005 imóveis no valor de R$ 5.000,00. 
 
IV. A depreciação anual de Equipamentos é de 10% e a de Veículos é de 20%. 
 
V. A média de perdas de Clientes permaneceu constante e equivalente à dos anos 
anteriores. 
 
VI. O Índice de Liquidez Corrente foi de: 
2004 2005 
2,00 1,10 
 
VII. O Índice de Liquidez Geral foi de: 
2005 
0,94 
 
Para que o Controller possa complementar os dados no Balanço e avaliar o 
desempenho das empresas, solicita-se: 
 
Elaborar corretamente os balanços. 
 
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Estudo de Caso 
 
O CASO DA LOJAS ARAPUÃ CONCORDATA VERSUS FALÊNCIA 
 
Desde 1998 as Lojas Arapuã esta em concordata. Em agosto de 2000, a imprensa 
noticia que a Evadin industrias Amazônia S A insiste na imediata decretação da 
falência da Arapuá, pedido esse não atendido. 
 
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, 2 ago. 2000, a Evadin afirmar 
que: “O balanço especial feito pela Arapuã, peça indispensável para aferiçãodas 
condições, ‘é totalmente imprestável’. A constatação se baseia no confronto entre o 
balanço especial entregue há seis meses e o balanço da Arapuá referente ao 
exercício de 1998, somente agora juntado aos autos. A Evadin faz análise 
comparativa entre o balanço especial apresentado anteriormente a Justiça e o 
balanço patrimonial de 98 da Arapuã, somente agora levado ao conhecimento do 
Judiciário. Constata que o ativo de R$921.312 milhões apontado no balanço 
especial, na verdade não vai além de R$324,686 milhões. 
 
Dentre outros itens, o balanço especial garante que o valor liquido a receber de 
clientes é de R$ 204662 milhões, enquanto o Balanço Patrimonial aponta R$26,556 
milhões, correspondente a 40 % das dívidas. E acordo com o advogado Ricardo 
Tepedino, eu também defende as Lojas Arapuã, o grupo foi obrigado a apresentar 
um balanço especial à Justiça seis meses antes do fechamento oficial das contas da 
empresa. ‘ Num primeiro instante a empresa calculou que receberia esses R$ 204,6 
milhões, mas com a inadimplência no setor, a empresa teve de revisar esses 
números’, explica Tepedino. O advogado da Evadin, Tadeu Luiz Laskowski, 
assegura que o balanço especial foi manipulado para ocular o estado de insolvência 
da Arapuã. 
 
A seguir os principais dados históricos da Arapuã: 
• 1950: Com a morte do pai, Jorge Simeira Jacob assume a Loja Nossa 
Senhora Aparecida, que comercializa tecidos, em Lins(SP). 
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• 1957: Mudança de nome para Lojas Arapuá e começa a venda de 
eletrodomésticos. Inauguração da primeira filia, em Araçatuba (SP). 
• 1994: Com o Plano Real, a empresa é a primeira a financiar em 12 meses e, 
depois, em 18. 
• 1995: Abertura de capital com captação de R$ 80 milhões. 
• 1996: Com 244 lojas, empresa faturou R$ 2,181 bilhões e obteve lucro bruto 
de R$ 400 milhões. 
• 1997: A rede de 265 lojas registra prejuízo de R$ 185 milhões em razão de 
um careira de vendas financiadas de R$ 1,5 milhão no ano anterior, dos quais 
mais de 500 milhões não foram recebidos. 
• 1998: pedido de concordata na 6ª Vara Cível de São Paulo, com dividas de 
R$ 800 milhões, em julho. 
• 1999: Em maio, empresa consegue adesão de 66 % dos credores ao plano 
de reestruturação. Em junho, não paga a primeira parcela da concordata de 
R$260 milhões. 
• Situação no final do ano 2000. empresa com 176 lojas em 21 Estados e 3 mil 
funcionários. Liminar na justiça afasta do risco iminente de decretação de 
falência por não ter pago a primeira parcela da concordata. Recurso na 
Justiça propõe que acerto da dívida com os credores dissidentes, já aceito 
pelo Ministério Público, seja apreciado por um Tribunal superior. 
 
Nossa missão é avaliar a verdadeira situação financeira da Arapuã: 
a) Quando uma empresa em iminente risco de concordata? 
b) Quando uma empresa em iminente risco de falência? 
c) Quando socialmente não é conveniente a decretação da falência? 
 
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Estudo de Caso 
 
“CONGLOMERADOS SUL-COREANOS NÃO DIMINUEM DÍVIDA” 
 
Por meio de uma reportagem feita por Samuel Len, do The New York Times, 
publicado no jornal O Estado S. Paulo, 4 ago. 2000, constatou-se que a pressão do 
governo sul-coreano, feita havia três anos, para reduzir a dívida das empresas, 
surtiu pouco efeito. 
 
“Passaram-se quase três anos desde que o governo da Coréia do Sul ordenou aos 
maiores conglomerados comerciais do país que reduzissem suas dívidas de 
proporções assustadoras. Mas as estatísticas divulgadas mostram que os níveis de 
endividamento da maioria dos conglomerados continuam bem mais altos do que os 
considerados aceitáveis pelo governo. 
 
Pela primeira vez, os maiores conglomerados incluíram seus níveis de 
endividamento nos demonstrativos financeiros consolidados, que reúnem o ativo, o 
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passivo e contas operacionais da sociedade controladora e de suas subsidiárias. 
Sob o sistema de contabilidade usado antes, era difícil determinar a verdadeira 
extensão das dívidas de um conglomerado, obscurecida pela capacidade das 
subsidiárias de financiar os empréstimos umas das outras. 
 
Excetuando-se o Samsung, segundo maior conglomerado comercial da Coréia do 
Sul, e o Lotte, um grupo que inclui hotelaria, secos e molhados; os maiores 
conglomerados do país não conseguiam reduzir o seu coeficiente deendividamento abaixo de 200%. Esse nível, indicação que as dívidas da 
companhia a longo prazo equivalem ao dobro do valor de suas ações, foi imposto 
pelo governo no ano passado, com base em novos métodos de avaliação das 
proporções do passivo. 
 
A redução das dívidas dos conglomerados é um ponto fundamental dos planos de 
reforma econômica do governo de Seul desde que o país foi forçado a tentar obter 
um pacote de ajuda de US$ 58 bilhões do Fundo Monetário Internacional, no fim de 
1997. As dívidas desses conglomerados têm sido citadas como uma das principais 
causas da crise financeira. O quociente de endividamento dos conglomerados é, 
em média, 225%, de acordo com a Comissão de Supervisão Financeira, que 
acompanha de perto a reestruturação dos conglomerados. 
 
Entre os quatro grupos de empresas principais, o quociente de endividamento da 
Hyundai é de 229,7%; o da LG, 273,2%; o da SK, 227,6% e o da Samsung 
194,1%. 
 
Mas a média do quociente de endividamento aumentou para 349% quando as 
unidades financeiras bastante alavancadas dos conglomerados foram incluídas – o 
da Hyundai aumentou para 296% e o da Samsung para 443%. Apesar das 
estatísticas, alguns membros do governo estão otimistas. ‘Os níveis de 
endividamento são mais baixos do que esperávamos’, afirmou o administrador da 
divisão de Contabilidade de Sociedades Anônimas da Comissão, Lee Suk Jun. ‘Na 
realidade, os quocientes de endividamento, excluindo-se as unidades financeiras, 
baixaram’. 
 
Vários analistas também demonstraram otimismo, afirmando que o novo sistema 
de contabilização das dívidas conduzirá a meios mais eficientes de reduzi-las. ‘Era 
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isso o que esperávamos de um demonstrativo financeiro inteiramente consolidado,’ 
disse o subdiretor da HSBC em Seul, Pablo Rehe. 
‘Agora sabemos quais são as áreas problemáticas e a magnitude dos níveis de 
endividamento.’ 
 
Outros, porém, afirmam que o apoio financeiro existente entre as subsidiárias de 
um conglomerado continua sendo um problema. Um defensor dos direitos dos 
acionistas minoritários e professor de Administração de Empresas na Universidade 
da Coréia, Jang Há-sung, disse que o nível de transações entre subsidiárias de um 
mesmo conglomerado é “muito maior’ do que ele imaginava.” 
 
Nosso objetivo neste estudo de caso é avaliar como se calculou este grupo de 
índices de endividamento e analisar a importância da gestão do endividamento. 
 
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ANÁLISE DE INDICADORES E QUOCIENTES – PARTE II 
 
ANÁLISE ATRAVÉS DE INDICADORES 
 
III. ÍNDICES DE EFICIÊNCIA (ATIVIDADE) 
 
Esses índices estão relacionados com as contas resultantes da operação da 
empresa, obtidos tanto no balanço patrimonial quanto no demonstrativo de 
resultados do exercício e buscam evidenciar a dinâmica operacional da empresa. Os 
indicadores são calculados inter-relacionando o produto das transações da 
companhia e o saldo constante ainda no balanço patrimonial. 
De modo geral, os indicadores devem refletir as políticas que norteiam a 
administração do fluxo de caixa, bem como da capacidade da empresa em manter 
um fluxo de caixa contínuo. Além disso, evidenciam ainda a produtividade dos ativos 
da sociedade. 
 
a) Giro de Estoques 
O indicador de giro dos estoques mostra o número de vezes ao ano que o estoque 
girou por causa das vendas. Sempre que ocorrer uma venda, há uma saída do 
estoque, e esse valor transforma-se em custo dos produtos vendidos. 
A princípio, quanto maior o giro dos estoques, maior a eficiência da empresa no 
gerenciamento deste ativo. Este é um dos indicadores de produtividade operacional 
e da eficiência dos valores empatados em estocagem de materiais e produtos. 
Giro de Estoques =
Custo dos Produtos Vendidos
Estoque Médio
 
 
O estoque inicial é o valor da conta estoques no balanço do ano (período) anterior 
ao da análise e o estoque final compreende ao montante no balanço do ano atual. 
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Estoque Médio =
Estoque Inicial + Estoque Final
2
 
 
O prazo médio de renovação dos estoques mostra o número de dias entre a entrada 
da matéria-prima (ou mercadoria a ser revendida) e sua venda no mercado. 
Prazo Médio de Renovação dos Estoques =
360
Giro do Estoque
 
Ou: 
Prazo Médio de Renovação dos Estoques = 360 
 Custos dos Produtos Vendidos 
 Estoque 
 
Prazo Médio de Renovação dos Estoques = 360x Estoque 
 Custos dos Produtos Vendidos 
 
b) Giro de Contas a Receber 
Este índice indica quantas vezes ao ano a empresa gira suas contas a receber, ou 
seja, está relacionada ao tempo médio que uma duplicata emitida pela empresa fica 
em cobrança. 
Em princípio, quanto mais alto esse índice, melhor. Ele deve ser apurado da 
seguinte forma: 
 
O valor das contas a receber inicial corresponde Às contas a receber (duplicatas) no 
balanço do ano anterior e o contas a receber final é o valor dessa conta no balanço 
do ano atual. 
Contas a Receber Médio =
Contas a Receber Inicial + Contas a Receber Final
2
 
Giro do Contas a Receber =
Receita Operacional 
Contas a Receber Médio 
 
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O prazo médio de recebimento indica o número de dias que a empresa consome, 
em média, para receber o valor fruto de suas vendas. Normalmente quando 
calculamos este indicador baseado em dados anuais com valores obtidos das 
demonstrações contábeis, o dado obtido tende a ser pouco significativo, portanto 
recomendamos que sejam realizados mensalmente, para isto basta adaptar a 
fórmula a seguir para o período que se deseja calcular. 
Prazo Médio de Recebimento =
360
Giro do Contas a Receber
 
Ou: 
 
Prazo Médio de Recebimento = 360 
 Receita Operacional 
 Contas a Receber (Duplicatas) 
 
Prazo Médio de Recebimento = 360 x Contas a Receber (Duplicatas) 
 Receita Operacional 
 
Da mesma forma que nos indicadores anteriores, é importante a comparação com o 
setor e com a concorrência, par tentar vislumbrar como a empresa analisada se 
encontra no contexto setorial, bem como se as políticas de crédito adotadas 
internamente estão surtindo efeito em comparação com as demais empresas. 
 
c) Giro de Contas a Pagar 
A finalidade desse indicador é mostrar o prazo médio que a empresa consegue para 
pagar seus fornecedores de materiais e serviços. Para esta análise a empresa 
depende da política de crédito adotada pelos seus fornecedores. 
Quanto maior é o giro de conta a pagar, menores os tempos médios que ela utiliza 
para pagar seus fornecedores. 
Giro do Contas a Pagar =
Compras
Contas a Pagar Médio
 
 
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O valor de contas a pagar inicial está registrado em contas a pagar no balanço do 
ano anterior, e o contas a pagar final é o valor dessa conta no balanço do ano atual. 
Compras é igual ao custo dos produtos vendidos apurado na DRE somados ao 
estoque final e deduzido do estoque inicial. 
Contas a Pagar Médio =
Contas a Pagar Inicial + Contas a Pagar Final
2
 
 
O prazo médio de pagamento indica o número de dias que a empresa gasta, em 
média, para pagar seus fornecedores. Considera-se como o tempo decorrido entre a 
compra da matéria-prima ou mercadoria e o efetivo pagamento da fatura do 
fornecedor. 
Prazo Médio de Pagamento =
360
Giro do Contas a Pagar
 
Ou: 
 
Prazo Médio de Pagamento = 360 
 Compras 
 Contas a Pagar (Fornecedores) 
 
Prazo Médio de Pagamento = 360 x Contas a Pagar (Fornecedores) 
 Compras 
 
É importante salientar que tanto a análise do giro de contas a receber como de 
contas a pagar pode ser realizada individualmente, por cliente ou fornecedor, se a 
empresa necessitar de uma análise mais detalhada para rever ou renegociar as 
políticas de crédito com cada grupo de interessados. 
 
d) Posicionamento Relativo 
O posicionamento relativo, como o próprio nome já diz, é a relação direta entre o 
prazo médio de recebimento e o prazo médio de pagamento. Esse índice deve, 
preferencialmente, ser inferior a “1,00”, para não comprometer de maneira negativa 
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o fluxo de caixa da empresa, gerado pelo descompasso entre os recebimentos e os 
pagamentos efetuados. É apurado utilizando-se a seguinte expressão: 
Posicionamento Relativo =
Prazo Médio de Recebimento
Prazo Médio de Pagamento
 
 
NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO 
 
A necessidade de capital de giro é função do ciclo de caixa da empresa. Quando o 
ciclo de caixa é longo, a necessidade de capital de giro é maior e vice-versa. Assim, 
a redução do ciclo de caixa - em resumo, significa receber mais cedo e pagar mais 
tarde - deve ser uma meta da administração financeira. 
 
Entretanto, a redução do ciclo de caixa requer a adoção de medidas de natureza 
operacional, envolvendo o encurtamento dos prazos de estocagem, produção, 
operação e vendas. O cálculo através do ciclo financeiro possibilita mais facilmente 
prever a necessidade de capital de giro em função de uma alteração nas políticas de 
prazos médios ou no volume de vendas. 
 
a) Capital de Giro 
Capital de giro é o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus 
negócios acontecerem (girar). Existe a expressão "Capital em Giro", que seriam os 
bens efetivamente em uso. 
 
Em geral de 50 a 60% do total dos ativos de uma empresa representam a fatia 
correspondente a este capital. Além de sua participação sobre o total dos ativos da 
empresa, o capital de giro exige um esforço para ser gerido pelo administrador 
financeiro maior do que aquele requerido pelo capital fixo. 
 
O capital de giro precisa ser acompanhado e monitorado permanentemente, pois 
está sofrendo o impacto das diversas mudanças no panorama econômico 
enfrentado pela empresa de forma contínua. 
 
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As dificuldades relativas ao capital de giro numa empresa são devidas, 
principalmente, à ocorrência dos seguintes fatores: 
• Redução de vendas 
• Crescimento da inadimplência 
• Aumento das despesas financeiras 
• Aumento de custos 
 
Denominando-se de "aplicação permanente" as contas não circulantes do ativo e de 
"fonte permanente" as contas não circulantes do passivo, define-se como Capital de 
Giro (C.D.G.) a diferença entre as fontes permanentes e aplicações permanentes. 
C.D.G. = Passivo Permanente - Ativo Permanente
 
O Capital de Giro também é um conceito econômico - financeiro e não uma definição 
legal, constituindo uma fonte de fundos permanente utilizada para financiar a 
Necessidade de Capital de Giro. 
O Capital de Giro apresenta-se razoavelmente estável ao longo do tempo. O Capital 
de Giro diminui quando a empresa realiza novos investimentos em bens do ativo 
imobilizado (aumento dos imobilizados). 
 
Todavia, esses investimentos são, em geral, realizados através de 
"Autofinanciamento" (empréstimos a longo prazo, aumento do capital em dinheiro e 
lucros líquidos) que por sua vez, aumentam o Capital de Giro (aumento das fontes 
permanentes) compensando, aproximadamente, a diminuição provocada pelos 
novos investimentos. 
 
O Capital de Giro pode ser negativo. Neste caso, as aplicações permanentes são 
maiores do que as fontes permanentes, significando que a empresa financia parte 
de seu ativo não circulante com fundos de curto prazo. Embora esta condição 
aumente o risco de insolvência, a empresa poderá se desenvolver, desde que sua 
Necessidade de Capital de Giro seja, também negativa. 
 
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Em Contabilidade, existe o Capital de Giro Circulante, que seria a diferença do Ativo 
Circulante e do Passivo Circulante, grupos de contas do Balanço Patrimonial.Esse índice é decomposto na Demonstração conhecida legalmente como 
Demonstração de Origens e Aplicação, fonte de valiosas informações econômicas 
da Entidade Contábil. Essa Demonstração (que antes da lei das S/A também já foi 
chamada de Demonstração de Fundos), pode ser combinada com a Demonstração 
de Fluxo de Caixa, acrescentado-se informações financeiras de uso gerencial. 
 
Os conceitos financeiros e contábeis provieram de pontos clássicos da Economia. O 
Capital Circulante, sob essa abordagem, é um conceito criado como o oposto do 
Capital Fixo.Adam Smith e principalmente David Ricardo, foram os primeiros a 
estudar essa matéria de uma forma científica, própria da Ciência Econômica. 
 
b) Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro 
Ciclo financeiro, também chamado de ciclo de caixa, é o tempo decorrido do 
momento em que a empresa efetua o pagamento das compras de mercadorias aos 
seus fornecedores até o momento em que ela recebe o valor das vendas efetuadas 
aos seus clientes. 
 
O Ciclo Financeiro pode ser definido ainda como sendo o prazo médio desde a 
aquisição da mercadoria até a venda aos clientes, chamado Prazo Médio de 
Renovação de Estoques, mais o Prazo Médio concedido aos clientes para 
Recebimento das Vendas, menos o Prazo Médio recebido do fornecedor para 
Pagamento das Compras, assim: 
CF = PMRE + PMRV - PMPC
 
Exemplo: 
• Prazo médio de renovação de estoques: 40 dias; 
• Prazo médio de recebimento de vendas: 20 dias; 
• Prazo médio de pagamento de compras: 25 dias; 
• Ciclo Financeiro: 40 + 20 – 25 = 35 dias. 
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Para fixar: o PMRE representa o tempo médio de estocagem de mercadorias. O 
PMRV expressa o tempo decorrido entre a venda e o recebimento. O PMPC traduz 
o tempo entre a compra de mercadorias e o pagamento aos fornecedores. 
 
O ciclo operacional (CO) é mais amplo, englobando desde a data das compras até o 
recebimento de clientes, sem descontar o PMPC, sendo representado da seguinte 
forma: 
CO = PMRE + PMRV
 
Exemplo: 
• Prazo médio de renovação de estoques: 40 dias; 
• Prazo médio de recebimento de vendas: 20 dias; 
• Ciclo operacional: 40 + 20 = 60 dias. 
 
Pode-se dizer que o ciclo operacional é o período em que são investidos recursos 
nas operações, sem que ocorram entradas de caixa correspondentes. Parte desse 
capital de giro é financiado pelos fornecedores que concederam prazo para 
pagamento (PMPC). 
 
Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa se 
preocupar com o financiamento, que é automático. Se o PMPC for superior ao 
PMRE, então os fornecedores estarão financiando também uma parte das vendas 
da empresa. O ideal seria que o PMPC fosse maior ou igual à soma de PMRE e 
PMRV, quando os fornecedores financiariam completamente o ciclo operacional, 
mas tal situação é muito difícil de se obter. 
 
Após o pagamento a fornecedores, a empresa terá que financiar as operações com 
seu próprio capital de giro, uma vez que o numerário destinado aos fornecedores, 
que estava sendo utilizado na manutenção das atividades, já terá sido pago. O 
período em que ela efetua este financiamento com recursos próprios é justamente o 
ciclo financeiro da empresa. 
 
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O capital de giro é o montante de recursos necessários à manutenção das 
atividades operacionais da empresa, enquanto não ocorre o recebimento das 
vendas. Note que, quanto maior o ciclo financeiro da empresa, maior será a 
necessidade de capital de giro. 
 
Imaginemos que haja necessidade de operar sem recebimento de clientes por um 
período de 3 meses, e que o capital de giro necessário para um mês seja de 25.000. 
Neste caso, precisaríamos de 75.000 para financiar nossas operações, antes dos 
primeiros recebimentos. 
 
Uma maneira de entender a necessidade de capital de giro durante os ciclos 
financeiro e operacional é lembrar que durante este período a empresa continua 
tendo que cumprir outras obrigações, como pagamento de salários, impostos etc. 
Assim, enquanto não ocorre o recebimento de clientes, estas despesas terão que 
ser honradas, seja pelo uso de recursos operacionais de terceiros, durante o PMPC, 
seja pelo uso de recursos operacionais próprios, durante o ciclo financeiro. Note que 
estamos considerando apenas os recursos gerados pelas operações (fornecedores 
e recebimento de clientes), sem levar em conta recursos que podem ser obtidos no 
sistema financeiro, como os empréstimos, por exemplo. 
 
c) Cálculo da Necessidade de Capital de Giro 
Algumas contas do AC e do PC se renovam de maneira cíclica, juntamente com as 
operações da empresa. As contas do AC com esta característica são chamadas de 
aplicações cíclicas e as do PC, de fontes cíclicas. São chamadas também de Ativo 
Circulante Operacional e Passivo Circulante Operacional, respectivamente, 
justamente por esta característica de renovação de saldos, no decorrer da atividade 
operacional. O exemplo típico de fonte cíclica (operacional) são os fornecedores. O 
exemplo típico de aplicação cíclica são os clientes e os estoques. 
A necessidade de capital de giro (NCG) é a diferença entre as aplicações cíclicas 
(AC) e as fontes cíclicas (FC): 
NCG = Aplicações Cíclicas - Fontes Cíclicas
 
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Aplicações e fontes cíclicas típicas: 
• AC: Clientes, Estoques e Despesas Antecipadas (AC Operacional) 
• FC: Fornecedores, Salários a Pagar; Impostos e Taxas a Pagar (PC Operacional) 
 
A necessidade de capital de giro (NCG) indica o montante de recursos necessários 
para se manter o giro dos negócios, devido à insuficiência das fontes operacionais. 
Havendo insuficiência de FC, em relação às AC, a empresa terá que buscar novas 
fontes de financiamento para continuar operando. Estas novas fontes serão as 
fontes do sistema financeiro, como veremos à frente. 
 
Embora incomum, é possível termos AC = FC ou mesmo ACpara financiar a NCG. Sendo negativo ou insuficiente o saldo de tesouraria, 
a empresa necessitará de mais recursos a curto-prazo (empréstimos) para financiar 
suas operações. Isto poderá levar a empresa a uma situação de insolvência, com 
conseqüente falência. 
 
e) Efeito Tesoura 
O efeito tesoura ocorre quando a empresa expande demasiadamente suas vendas, 
sem que o capital de giro disponível cresça na mesma proporção. O crescimento 
das vendas faz com que a NCG aumente também. Se não houver o suporte de 
capital de giro (saldo de tesouraria) necessário à manutenção deste novo patamar 
operacional, o crescimento exagerado poderá deixar a empresa em dificuldades 
financeiras, podendo mesmo levá-la à falência. 
 
Uma empresa que tenha um saldo de tesouraria insuficiente ou negativo precisará 
tomar recursos a curto prazo no sistema financeiro, com taxas de juros altas. As 
despesas financeiras crescerão além do suportável, comprometendo a organização. 
 
O efeito tesoura pode ser caracterizado pelo seguinte indicador: 
Efeito Tesoura = Saldo em Tesouraria / Necessidade de Capital de Giro
 
 
Se este índice crescer negativamente, em exercícios seguidos, teremos 
caracterizado o efeito tesoura. 
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Exemplo: 
0,56
(0,28)
(0,65)
T NCG T / NCG
(1.300,00) 2.000,002004
2003
500,00
(500,00)
900,00
1.800,00
2002
Ano
 
 
Veja que o indicador “T/NCG” está crescendo negativamente, ao longo dos anos, 
neste caso a empresa está sofrendo o chamado “Efeito Tesoura”. 
 
PARTE PRÁTICA 
 
1. Qual a relação existente entre os índices de atividade e o Ciclo Operacional e o 
Ciclo Financeiro? Explique e dê um exemplo. 
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2. Sabendo-se que o estoque médio mensal estimado para 20X7 da empresa 
Sapopemba S.A. é de $ 9.836.400 e que a empresa demora, em média, 90 dias 
para vender seus estoques e 60 dias para recebê-los (vendas a prazo), que o 
custo da mercadoria vendida representa 60% das vendas, qual será o valor 
médio de Duplicatas a Receber para 20X7? 
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3. Empresa Novo Horizonte 
A seguir, Passivo Circulante e Não Circulante da empresa Novo Horizonte relativos 
aos anos findos de 20x6, 20x7 e 20x8. 
 
PASSIVO 20X6 AV % 20X7 AV % AH% 20X8 AV % AH% 
CIRCULANTE 335.760 552.360 956.532 
Empréstimo 167.880 138.090 96.864 
Fornecedores 25.182 248.562 532.752 
Obrigações Trab. 33.576 73.648 145.296 
Obrigações Fiscais 50.364 55.236 108.972 
Outras Obrigações 58.758 36.824 72.648 
NÃO CIRCULANTE 503.640 368.240 254.268 
Financiamento 503.640 368.240 254.268 
 
TOTAL DAS EXIGIBILIDADES 839.400 920.600 1.210.800 
 
Pede-se: 
 
 Faça as análises vertical e horizontal. Na análise vertical considere 100% o total 
das exigibilidades, e na análise horizontal o primeiro ano tem como base 100. 
 
 Comente objetivamente as principais alterações ocorridas na composição das 
exigibilidades. 
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 Indique apenas um ponto positivo e um ponto negativo na evolução das dívidas 
ao longo do período X0 a X2. 
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 Admitindo-se que os valores das compras em X6, X7 e X8 foram, 
respectivamente, $ 100.400, $ 786.420 e $ 1.200.480, calcule o Prazo Médio de 
Pagamento das compras e elabore uma analise da conta Fornecedores na 
composição de endividamento. 
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4. A seguir, informações contábeis da empresa Cia Playboy relativos aos anos 
findos de X2, X3 e X4. 
 
 
 
 
 
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Pede-se: 
 
 Calcule os Índices de Atividade da Cia. Playboy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Elabore um Relatório de analise do Ciclo Operacional e do Ciclo Financeiro. 
 
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4. ANÁLISE DE INDICADORES E QUOCIENTES – PARTE III 
 
ANÁLISE ATRAVÉS DE INDICADORES 
 
IV. ÍNDICES DE RENTABILIDADE 
 
É importante para o administrador financeiro analisar a lucratividade das operações, 
assim como a rentabilidade do negócio como um todo. Os investidores esperam que 
a empresa seja capaz de gerar lucros, e mais ainda, que estes lucros atinjam um 
determinado nível mínimo de rentabilidade. Muito embora a lucratividade e 
rentabilidade apareçam freqüentemente como sinônimos, cabe definir com mais 
clareza esses termos: 
 
• Lucro (ou Prejuízo) – Pode-se dizer que seja o valor que sobra das receitas, 
depois de abatidos todos os custos, despesas e os impostos. 
• Índices de Lucratividade – Fornecem uma medida comparativa desses lucros. 
• Rentabilidade – Está associada aos ganhos obtidos pela empresa e seus 
investidores pela aplicação de recursos no negócio. 
 
O lucro é apurado através do demonstrativo de resultados do exercício, enquanto a 
rentabilidade considera o lucro em proporção a certos itens do balanço patrimonial. 
 
a) Margem de Lucro Bruto 
A margem de lucro bruto mede o percentual da receita operacional líquida que sobra 
após o pagamento dos custos dos produtos comercializados. Quanto mais alto for 
este indicador, melhor, pois menor será o custo relativo dos produtos analisados. 
Margem de Lucro Bruto =
Lucro Bruto
Receita Operacional Líquida
 
O lucro bruto e a receita operacional líquida (conhecida como receita de vendas) 
serão obtidos diretamente no demonstrativo de resultados emitido pela 
contabilidade. 
 
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b) Margem de Lucro Operacional 
É a proporção do lucro operacional (também intitulado de resultado operacional) 
sobre a receita operacional líquida. Este item representa o percentual de lucro que a 
empresa obteve, depois de pagos os custos dos produtos vendidos e as despesas 
operacionais, mas antes do pagamento dos juros sobre os empréstimos e do 
imposto de renda. Para este indicador, quanto mais elevadas forem as taxas, 
melhores são os resultados. 
Margem de Lucro Operacional =
Lucro Operacional
Receita Operacional Líquida
 
 
O lucro operacional também é obtido no demonstrativo de resultados do exercício 
em análise. 
 
c) Margem de Lucro Líquido 
É considerada a medida de sucesso da empresa, pois a margem de lucro líquido 
indica qual o percentual da receita operacional líquida que restou após a dedução de 
custos, despesas, impostos e juros. 
O valor percentual aceitável está relacionado com o setor de atuação da empresa e 
é apurado mediante utilização da seguinte relação: 
Margem de Lucro Líquido =
Lucro Líquido
Receita Operacional Líquida
 
 
O valor do lucro líquido é obtido diretamente no demonstrativo de resultados do 
exercício que está sendo realizada a análise. 
 
 
d) Lucro por Ação 
O lucro por ação – LPA indica, em unidades monetárias, o quanto realmente rendeu 
cada ação para o acionista. Deve-se notar que o lucro por ação não significa 
dinheiro efetivamente repassado aos acionistas, mas sim a quantia que estaria 
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disponível para isso. Os valores efetivamente pagos aos detentores de ações são 
registrados como dividendos por ação 
Lucro por Ação =
Lucro Líquido
Número de Ações em Circulação
 
 
Ações que não pagam dividendos continuadamente ou em valores reduzidos 
tendem a perder atratividade no mercado, porque grande parte dos investidoresdeseja a disponibilidade de rendimentos financeiros e de preferência com fluxo 
contínuo. 
 
e) Retorno sobre o Ativo Total 
O (return on total assets - ROA) é também conhecido como retorno sobre o 
investimento (return on investment – ROI), e é o item que mede o desempenho 
gerencial na geração de lucros com os ativos disponíveis, através do percentual 
obtido pela divisão do lucro líquido pelo valor total dos ativos da empresa. 
Lucro Líquido
Ativo Total
Retorno Sobre o Ativo Total =
 
 
O lucro líquido vem do demonstrativo de resultados do exercício e o valor do ativo 
total é extraído do balanço patrimonial. 
 
Um número geralmente aceito como mais exato, considera no denominador, o valor 
do ativo médio total que é obtido pela média aritmética dos ativos totais registrados 
nos balanços dos dois últimos exercícios ou dos últimos doze meses do período de 
apuração. 
 
O resultado, apresentado na forma decimal, deve ser lido sob a forma de 
porcentagem (multiplicando o resultado por cem). Quanto mais alto o valor, melhor o 
resultado. 
 
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73
O ROA pode ser decomposto, para que se possa examinar a influência da margem 
líquida e do giro do ativo na formação do retorno sobre os ativos. Para isso é preciso 
conhecer o índice de giro dos ativos, que não é um indicador de lucratividade, mas 
sim de eficiência. 
Giro do Ativo =
Receita Operacional Líquida
Ativo Total
 
 
O giro do ativo é um dos principais indicadores da atividade da empresa. Essa 
relação mostra a eficiência com que a administração empresarial utilizou seus ativos 
para gerar receita, ou seja, a velocidade com que o investimento total se transforma 
em volume de vendas. O número obtido comprova, em unidades monetárias, quanto 
foi realizado de vendas para cada unidade de ativo. 
 
Um indicador elevado demonstra que a empresa usou seus ativos com eficácia para 
gerar vendas. Um índice baixo pode indicar que a empresa não está utilizando toda 
a capacidade de seus ativos e deve aumentar esforços de vendas ou então 
desfazer-se de alguns de seus ativos. 
 
Normalmente, as empresas comerciais devem ter indicadores de giro do ativo 
maiores que as empresas industriais, que por sua vez, são diferenciadas também 
entre si pelo ciclo de produção. Ciclos mais longos tendem a refletir necessidade de 
mais ativos e, portanto, o giro apurado deverá ser menor. 
Assim, vamos reescrever a fórmula do ROA utilizando o conceito de giro do ativo: 
ROA =
Lucro Líquido
Receita Operacional Líquida
x
Receita Operacional Líquida
Ativo Total
 
 
Então: ROA = Margem de Lucro Líquido x Giro do Ativo. 
Ao analisar o ROA decomposto desta forma, o administrador financeiro terá mais 
clareza para identificar os pontos fracos ou os pontos fortes disponíveis na sua taxa 
de retorno sobre os ativos. 
 
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74
f) Retorno do Capital Próprio 
Apelidado de ROE - return ou common equity, este indicador mede o retorno obtido 
no investimento do capital dos acionistas da empresa, que é o capital próprio e está 
representado contabilmente nas contas do patrimônio líquido no balanço patrimonial. 
 
Também nesse caso, para se obter maior precisão no resultado, deve-se utilizar o 
valor do patrimônio líquido médio, considerando-se dois exercícios seguintes ou 
doze meses consecutivos para o primeiro ano de análise. 
Retorno do Capital Próprio =
Lucro Líquido
Patrimônio Líquido
 
O resultado, apresentado na forma decimal, deve ser lido sob forma de porcentagem 
(multiplicado seu resultado por cem). E o resultado deve ser o maior possível. 
 
O ROE também pode ser decomposto, para facilitar a análise do índice obtido, de tal 
forma que se possa identificar a influência do retorno sobre os ativos (ROA) e da 
utilização de capital de terceiros para a formação do retorno sobre o patrimônio 
líquido. 
 
No entanto, para isso é necessário que se conheça um indicador intitulado de 
Multiplicador de Alavancagem Financeira – MAF, que mostra o efeito do uso de 
capital de terceiros sobre a formação dos ativos, já que esse resultado indica 
quantas unidades monetárias existem em dívidas para cada unidade monetária de 
capital próprio. O MAF é obtido através da seguinte relação: 
Multiplicador de Alavancagem Financeira =
Ativo Total
Patrimônio Líquido
 
Assim podemos reescrever a fórmula do ROE como sendo: ROE = ROA x MAF, 
representado da seguinte maneira: 
x
Patrimônio Líquido
Ativo Total
Ativo Total
ROE =
Lucro Líquido
 
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ESTUDO DA ALAVANCAGEM 
 
Alavancagem, segundo o dicionário Aurélio é o ato ou efeito de alavancar. Segundo 
as ciências econômicas seria a utilização de recursos de terceiros no capital de uma 
empresa, com a finalidade de aumentar os lucros com conseqüente aumento da 
rentabilidade do capital próprio. 
 
A alavancagem, ainda na área econômica, também pode ser definida como 
importante ou elevada parcela de recursos financeiros de terceiros, utilizada na 
estrutura de capital de uma empresa, tal como a captação de recursos no mercado 
de capitais efetuado pelas sociedades anônimas de capital aberto. 
 
Optar pela alavancagem financeira e operacional é passo decisivo no gerenciamento 
de qualquer tipo de empreendimento. Essa decisão pode ser perigosa, porque tanto 
pode levar ao crescimento lucrativo como à falência. 
 
A alavancagem operacional inicialmente reivindica capital próprio. Ou seja, para que 
se possa aumentar a produção é preciso investimentos em bens móveis e imóveis 
ou em recursos humanos. Para que se faça esse investimento, não basta querer 
crescer, é preciso ter mercado. É preciso que existam consumidores querendo o 
produto que se está fabricando e que só não está sendo produzido porque se 
encontra esgotada a capacidade de produção da unidade fabril, a capacidade de 
venda da unidade comercial ou a capacidade de atendimento da unidade prestadora 
de serviço. 
 
Quando não há capital próprio e não se consegue os sócios capitalistas necessários 
à alavancagem do empreendimento é preciso buscar dinheiro no sistema financeiro 
nacional e internacional. Mas, os grandes empresários não cometem essa loucura. 
Eles geralmente procuram empréstimos governamentais, que são mais baratos. Até 
os ditos investidores que compraram as empresas estatais privatizadas fizeram isto: 
pegaram dinheiro do governo brasileiro e não dos banqueiros. É aquela máxima da 
privatização dos lucros e da socialização dos prejuízos. Se o negócio der certo, o 
lucro é dos empresários "investidores"; se der errado, o prejuízo é assumido pelo 
governo. 
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76
 
Por isso podemos dizer que a alavancagem financeira e operacional é uma faca de 
dois gumes. Tanto pode trazer o sucesso como a falência. O principal exemplo 
desse insucesso oriundo da alavancagem financeira e operacional é a VARIG e 
outro exemplo foi o Banco Santos. 
 
A maioria das pequenas e médias empresas fecha nos seus dois primeiros anos de 
vida justamente por essa razão de inconseqüente alavancagem financeira e 
operacional sem os necessários controles contábeis para se saber se o negócio está 
dando lucro ou impingindo prejuízo. 
 
Porém, muitos aventureiros, que iniciaram seus negócios sem dinheiro, pedindo 
emprestado, ficaram ricos. Estes são minoria. Desses aventureiros, os que faliram, 
deixaram o prejuízo para quem lhe emprestouo dinheiro. É o que está acontecendo 
com algumas empresas estatais privatizadas, que em pouco tempo mudaram de 
proprietários várias vezes e algumas estão sobrevivendo com a obtenção de 
recursos governamentais. 
 
A) ALAVANCAGEM OPERACIONAL 
Alavancagem operacional é a variação obtida no lucro operacional, a partir de uma 
variação no volume das receitas, considerando-se o efeito dos custos fixos. De 
modo geral, um aumento no volume das receitas será acompanhado por um 
aumento no volume dos custos variáveis. Entretanto, os custos fixos vão se manter 
inalterados. Logo, a variação do resultado operacional será mais que proporcional à 
variação das receitas operacionais líquidas. 
 
Grau de Alavancagem Operacional é a capacidade que a empresa possui, de 
acordo com a sua estrutura de custos fixos, para implementar um aumento nas 
vendas e gerar um incremento ainda maior nos resultados, ou, para diminuir as 
vendas e produzir uma redução maior nos resultados. O Grau de Alavancagem 
Operacional é determinado pelo montante de Custos Fixos existentes na estrutura 
de resultados dos vários departamentos operacionais da empresa. 
 
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77
O grau de alavancagem operacional – GAO, entre dois períodos é apurado através 
da aplicação da seguinte fórmula: 
Grau de Alavancagem Operacional =
Variação % do Lucro Líquido
Variação % da Receita Operacional Líquida
 
 
Sempre que essa relação resultar em um número maior que “1,00”, há alavancagem 
operacional. O lucro operacional irá aumentar na razão do aumento percentual da 
receita operacional líquida multiplicado pelo GAO. 
 
Quanto maior for o Grau de Alavancagem Operacional, maiores serão os riscos, pois 
o Resultado Operacional ficará muito sensível a qualquer variação na Receita Bruta, 
tanto para mais como para menos. Em épocas de dificuldades de vendas, a 
empresa sentirá fortemente os reflexos. 
 
• Grau de Alavancagem Negativa: Ocorre quando um aumento na Receita Bruta 
provoca uma queda no Resultado Operacional. Isso acontece nas seguintes 
situações: a Margem de Contribuição é negativa ou o crescimento da Receita 
Bruta é acompanhado pelo aumento das despesas fixas. 
 
• Grau de Alavancagem Modesta: É registrado quando a empresa opera no 
prejuízo e quando os seus Custos Fixos estão acima do dobro da Margem de 
Contribuição. Nesse caso, um aumento na Receita Bruta de x% colabora para 
diminuir o prejuízo, mas em uma porcentagem menor. 
 
• Grau de Alavancagem em Equilíbrio: Ocorre quando a empresa opera no 
prejuízo e quando os seus Custos Fixos são exatamente o dobro da Margem de 
Contribuição. Nesses casos, um aumento na Receita Bruta de x% colabora para 
diminuir o prejuízo, na mesma proporção. 
 
• Grau de Alavancagem Operacional: É o que ocorre na maioria dos casos, ou 
seja, um aumento ou uma diminuição da Receita Bruta de x% gera um aumento 
ou uma diminuição do Resultado Operacional num porcentual sempre maior. 
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78
 
Dependendo do Grau de Alavancagem Operacional, o Distribuidor pode identificar 
as áreas de negócio mais sensíveis aos aumentos de vendas, as quais devem, 
portanto, receber mais atenção. 
 
Outra forma de calcular o GAO, para um dado nível de referência de receita 
operacional líquida, é a seguinte: 
GAO =
Receita Operacional Líquida - Custos Variáveis
Receita Operacional Líquida - Custos Variáveis - Custos Fixos
 
 
O grau de alavancagem operacional permite que se estime o impacto sobre o lucro 
operacional resultante de um esforço de aumento das vendas, ou, por outro lado, a 
queda do lucro operacional que resultaria de uma diminuição de vendas. 
 
Deve-se ter em mente que o valor do grau de alavancagem operacional não é uma 
constante. De fato, ele se altera conforme são alterados os valores das receitas 
operacionais líquidas; quanto mais se elevarem as receitas, menor ficará o GAO. 
55.743,55
4,00
3,14
2,63
2,29
2,05
1,87
1,73
1,63
1,5430.000,00
10.000,00
14.000,00
18.400,00
23.240,00
28.564,00
34.420,40
40.862,44
47.948,68116.923,03
128.615,33
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
177.156,10
194.871,71
214.358,88
60.000,00
66.000,00
72.600,00
79.860,00
87.846,00
96.630,60
106.293,66
121.000,00
133.100,00
146.410,00
161.051,00
Receita Oper. 
Líquida Variáveis Fixos
Custos Lucro 
Operacional
GAO
100.000,00
110.000,00
 
 
Mantida a estrutura de custos fixos, naturalmente sua capacidade de alavancagem 
diminuirá para cada nível mais elevado de receitas. Deve-se observar também que, 
a partir de determinado ponto de crescimento das receitas, poderá ser preciso 
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recompor a estrutura de custos fixos, já que não parece razoável que as receitas 
possam crescer infinitamente com os mesmos custos fixos. 
 
B) PONTO DE EQUILÍBRIO (BREAK EVEN POINT) 
Vale lembrar que, para obter lucro, qualquer empresa precisa gerar um volume de 
receitas operacionais líquidas que ultrapasse a soma dos custos, despesas e 
impostos. Então, somente a partir de um determinado volume de receitas é que 
obterá lucro. 
 
A análise do ponto que equilíbrio operacional permite a determinação do valor das 
receitas operacionais líquidas necessárias para igualarem-se à soma dos custos e 
despesas ocorridas no processo de produção, ou seja, o ponto de equilíbrio 
operacional é aquele no qual a receita operacional líquida produz um lucro 
operacional igual a zero. 
 
Para se determinar esse ponto de equilíbrio, o primeiro passo é identificar na 
estrutura de custos e despesas: 
 
• A parte fixa (custo fixo), que é aquela cujos valores não são influenciados pelo 
volume de vendas, ou seja, que não alteram com o aumento ou redução da 
quantidade comercializada; 
• A parte variável (custo variável), que está diretamente relacionada ao volume de 
vendas. Se este sobe, a parte variável dos custos também sobe; se o volume de 
vendas cai, a parte variável dos custos também sobre uma queda. 
 
Identificados os componentes fixos da estrutura de custos, determina-se o seu valor. 
Naturalmente, esse valor pode sofrer alterações como em qualquer despesa ou 
custo, no entanto estas variações não serão nunca ocasionadas em função do 
volume de vendas. 
 
Outro conceito importante é o de margem de contribuição, que nada mais é que o 
valor que sobra da receita operacional líquida após serem deduzidos os custos e 
despesas variáveis. É o valor que resta para fazer frente aos custos e despesas 
fixas. Assim temos: 
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Margem de Contribuição = Receita Operacional Líquida - Custos Variáveis
 
Se formos colocar esta fórmula em termos percentuais teremos uma nova fórmula, 
assim representada: 
Margem de Contribuição % =
Margem de Contribuição
Receita Operacional Líquida
 
 
Levando em consideração que para o cálculo do ponto de equilíbrio operacional, 
devemos considerar que o valor do lucro obtido é igual a zero teremos: 
(Receita Operacional Líquida x Margem de Contribuição %) - Custos Fixos = 0
 
 
Então, transformando esta equação de forma matemática teríamos: 
Receita Operacional Líquida x Margem de Contribuição % = Custos Fixos
 
 
E finalmente, o ponto de equilíbrio operacional será representado por: 
Receita Operacional Líquida =
Custos Fixos
Margem de Contribuição %
 
O gráfico a seguir ilustra o conceito de ponto de equilíbrio operacional.São 
apresentados, para diversos níveis de receita operacional líquida, os custos 
variáveis e também os custos fixos, assim como a margem de contribuição calculada 
para estes valores. Salientamos que os valores utilizados são hipotéticos e foram 
utilizados somente com fins de exemplificação. 
 
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-
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
Receita Operacional Líquida 50.000 55.000 60.000 65.000 70.000 75.000 80.000
Custos Variáveis 35.000 38.500 42.000 45.500 49.000 52.500 56.000
Custos Fixos 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000
Margem de Contribuição 15.000 16.500 18.000 19.500 21.000 22.500 24.000
1 2 3 4 5 6 7
 
Assim, para uma receita de $ 50.000,00, a margem de contribuição foi de $ 
15.000,00, insuficiente para cobrir os custos fixos; o resultado operacional seria 
então negativo. Já para uma receita de $ 70.000,00 a margem de contribuição é de 
$ 21.000,00, valor igual ao dos custos fixos; este é o nosso ponto de equilíbrio, pois 
o resultado operacional neste caso será igual à zero já que serviu somente para 
cobrir os custos. Neste exemplo a margem de contribuição percentual é de 30% (ou 
0,30). 
 
OVERTRADING E UNDERTRADING 
 
Mesmo dispondo de muitas condições, planos de sucesso e entusiasmo inicial, 
muitas empresas, enfrentam sérias e grandes “crises”, especialmente de cunho 
financeiro. 
 
É importante descobrir os caminhos que levam à crise, à morte dos planos 
empresariais, e ao não cumprimento equilibrado dos dois principais mandamentos. 
Normalmente eles estão ligados a RENTABILIDADE e LIQUIDEZ, que futuramente 
ocasionam a deficiência econômico-financeira que por sua vez se não for detectada 
e analisada a tempo, leva a sociedade a falência. 
 
 
 
 
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Dois são os caminhos principais que levam à crise e são conhecidos nos meios 
empresariais por: 
 
• Overtrading – Negociações Excessivas; e 
• Undertrading – Negociações Insuficientes. 
 
a) Overtrading 
Considere-se uma empresa em situação de overtrading, ou caminhando para ela 
quando seu movimento geral de negócios vai suplantando proporcionalmente seu 
capital próprio (Patrimônio Líquido). Figurativamente, e num dizer bem popularo, é 
uma situação onde o empresário está tentando “dar um passo maior que as pernas” 
e, portanto, acima das reais possibilidades da empresa. 
 
A falência da empresa se caracteriza pelo desequilíbrio econômico-financeiro. Este 
desequilíbrio ocorre quando o capital de giro da empresa se revela insuficiente para 
bancar o seu nível de atividade. Desta forma podemos afirmar que a empresa está 
em “overtrade” - ou a caminho - quando os proprietários fazem a compania carregar 
um peso que excede suas reais possibilidades de força ou permitem que ela 
“afunde” a tal ponto que dificilmente a consiga trazer a tona novamente. 
 
O overtrade é, portanto, o estágio anterior à concordata ou falência. Se a entrada em 
situação de overtrading não for percebida e interrompida logo, pela adoção das 
medidas cabíveis, a empresa entrará brevemente em crise financeira grave, 
levando-a a um regime falimentar. 
 
Indícios de desequilíbrio econômico-financeiro podem ser verificados através do 
Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, notadamente 
quando se observa o comportamento histórico dos indicadores estudados. 
 
b) Undertrading 
Quando uma empresa tem um volume de vendas inferior ao que sua estrutura 
permite, encontra-se em situação de “undertrading”, isto é, com lucros menores do 
que poderia obter se utilizasse toda a sua capacidade e, portanto, com a 
rentabilidade sobre o capital, inferior do que a que lhe é possível obter. 
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83
 
Como se percebe, “Undertrading” é uma situação inversa a do “Overtrading”. 
Aumento de vendas inferior ao aumento do Patrimônio Líquido. 
 
As causas podem ser tanto um superdimensionamento da capacidade produtiva 
devido, principalmente, a uma falsa estimativa de mercado, ou a uma recessão 
deste, ou, ainda, ao acirramento da concorrência , dentre outros. 
 
As conseqüências, por outro lado, são similares às do overtrading. 
 
Conforme verificamos nas definições, os fatores mais importantes para a análise do 
over/undertrading são: o capital; as vendas; a rentabilidade sobre as vendas; os 
custos de capital e os prazos de pagamento e recebimento. 
 
Para cada caso particular existem diversas soluções e aspectos a serem analisados 
de acordo com o problema específico. 
 
As linhas gerais para as soluções de problemas de overtrading são: 
 
a) Aumento do capital próprio; 
b) Redução de vendas; 
c) Redução de investimentos em ativos; 
d) Aumento da rentabilidade sobre as vendas; 
e) Procurar maior prazo de pagamento. 
 
Para cada solução existem considerações, por exemplo, o aumento do capital deve 
ser proporcionar uma redução nas despesas financeiras de tal ordem que 
proporcione um acréscimo na rentabilidade sobre o capital agora aumentado. 
 
Para os casos de undertrading as soluções também são várias: 
 
a) Aumentar vendas reduzindo a margem de lucro; 
b) Diversificar os produtos; 
c) Criação de novas filiais ou novas fábricas se o produto for de demanda elástica; 
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d) Distribuição de lucros e dividendos; 
e) Investir em outro ramo; 
f) Adotar a política de “trading-down” ou “up-trading”. 
 
PARTE PRÁTICA 
 
1. O Gerente da Cia. Mairiporã, recém contratado, consegue melhorar 
sensivelmente a taxa de retorno de investimentos calculada sobre o Ativo 
Operacional da empresa em apensas dois meses de gestão. Indique qual das 
decisões a seguir relacionadas mais contribuiu para "bem-sucedido" gerente: 
 
a) Um terreno (de valor elevado) classificado no imobilizado da empresa, por não 
estar sendo utilizado no momento, é reclassificado na conta de Investimentos. 
b) Obtenção de um financiamento junto a um Banco de Desenvolvimento, com juros 
subsidiados e carência de quatro anos. 
c) Aquisição de estoque um pouco acima do normal a preços menores, podendo 
ser vendidos com uma margem líquida melhor. 
d) Demissão de cinco funcionários, que recebiam salários médios, com o objetivo 
de reduzir as despesas. Os funcionários estão cumprindo aviso prévio. 
 
2. A taxa de retorno sobre investimentos de uma determinada empresa é de 
14,30%. O Pay back da mesma será de: 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
3. Concessão de crédito à Cia. Playboy. 
O Dr. Coelho Arruda assume a Diretoria da Cia. Playboy no inicio do ano de X5. O 
Dr. Coelho, bastante conhecido como um eficiente administrador, dirige-se ao seu 
velho amigo, Dr. Vesperal, presidente do Banco Exigente S.A., solicitando um 
financiamento de $50 milhões a Longo Prazo (cinco anos é o prazo que a financeira 
do Banco Exigente normalmente concede para os financiamentos). 
 
 
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85
As Demonstrações Financeiras da Cia. Playboy são as seguintes: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO X2 X3 X4 
Circulante 17.000 20.550 25.370 
Disponível 1.000evitados adjetivos e frases tais como 
"excelente resultado", "ótimo desempenho", "baixo endividamento", "excelentes 
perspectivas", a menos que corroborado por dados comparativos ou fatos. 
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7
A complexidade crescente dos negócios e a instabilidade do ambiente econômico e 
o seu reflexo inevitável na vida das companhias, exige uma postura cada vez mais 
profissional das administrações e o relatório pode e deve se transformar num valioso 
elemento de comunicação entre a companhia, seus acionistas e a comunidade em 
que está inserida. 
 
A Lei das S.A.’s, dá competência à CVM para estabelecer normas sobre o relatório 
da administração. Com base nessa competência está sendo estudado, e deverá ser 
emitido parecer de orientação específico contemplando as informações mínimas a 
serem divulgadas no relatório. Entretanto, é requerido, no mínimo, a apresentação 
das informações determinadas pela Lei das Sociedades por Ações. 
 
A título de recomendação e exemplo, apresentamos a seguir relação dos itens que 
constituem informações que atendem às linhas gerais e que já foram apresentadas 
por muitas companhias no Brasil (e comumente em alguns outros países): 
 
a) Descrição dos negócios, produtos e serviços: histórico das vendas físicas dos 
últimos dois anos e vendas em moeda de poder aquisitivo da data do 
encerramento do exercício social. Algumas empresas apresentam descrição e 
análise por segmento ou linha de produto, quando relevantes para a sua 
compreensão e avaliação. 
b) Comentários sobre a conjuntura econômica geral: concorrência nos mercados, 
atos governamentais e outros fatores exógenos relevantes sobre o desempenho 
da companhia. 
c) Recursos humanos: número de empregados no término dos dois últimos 
exercícios e "turnover" nos dois últimos anos, segmentação da mão-de-obra 
segundo a localização geográfica; nível educacional ou produto; investimento em 
treinamento; fundos de seguridade e outros planos sociais. 
d) Investimentos: descrição dos principais investimentos realizados, objetivo, 
montantes e origens dos recursos alocados. 
e) Pesquisa e desenvolvimento: descrição sucinta dos projetos, recursos alocados, 
montantes aplicados e situação dos projetos. 
f) Novos produtos e serviços: descrição de novos produtos, serviços e expectativas 
a eles relativas. 
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8
g) Proteção ao meio-ambiente: descrição e objetivo dos investimentos efetuados e 
montantes aplicados. 
h) Reformulações administrativas: descrição das mudanças administrativas, 
reorganizações societárias e programas de racionalização. 
i) Investimentos em controladas e coligadas: indicação dos investimentos 
efetuados e objetivos pretendidos com as inversões. 
j) Direitos dos acionistas e dados de mercado: políticas relativas à distribuição de 
direitos, desdobramentos e grupamentos; valor patrimonial das por ação, 
negociação e cotação das ações em Bolsa de Valores. 
k) Perspectivas e planos para o exercício em curso e os futuros: poderá ser 
divulgada a expectativa da administração quanto ao exercício corrente, baseada 
em premissas e fundamentos explicitamente colocados, sendo que esta 
informação não se confunde com projeções por não ser quantificada. 
 
Em se tratando de companhia de participações, o relatório deve contemplar as 
informações acima mencionadas, mesmo que de forma mais sintética, relativas às 
empresas investidas. 
 
Convém observar que essas são apenas sugestões coletadas em publicações 
diversas e de grande importância, mas elas não devem inibir a criatividade da 
administração em elaborar um relatório próprio e personalizado. 
 
• NOTAS EXPLICATIVAS 
 
As notas explicativas são normalmente apresentadas na seguinte ordem, que ajuda 
os usuários no entendimento das demonstrações contábeis e na comparação com 
as de outras entidades: 
 
a) Contexto operacional; 
b) Declaração quanto à base de preparação das demonstrações contábeis; 
c) Menção das bases de avaliação de ativos e passivos e práticas contábeis 
aplicadas; 
d) Informações adicionais para itens apresentados nas demonstrações contábeis, 
divulgadas na mesma ordem. 
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9
e) Outras divulgações, incluindo: 
• Contingências e outras divulgações de caráter financeiro; e 
• Divulgações não financeiras, tais como riscos financeiros da entidade, as 
correspondentes políticas e objetivos da administração, que não se 
confundam com as informações a divulgar no relatório da administração, 
incluindo, mas não se limitando, a políticas de proteção cambial ou de 
mercado, hedge etc. 
 
Em algumas circunstâncias, pode ser necessário ou desejável modificar a seqüência 
de itens específicos dentro das notas explicativas. Por exemplo, informações sobre 
taxas de juros e ajustes a valor de mercado podem ser combinadas com 
informações sobre vencimento de instrumentos financeiros apesar de os primeiros 
serem divulgações de demonstração do resultado e os últimos referirem-se ao 
balanço. Não obstante, uma estrutura sistemática para as notas explicativas deve 
ser mantida sempre que praticável. 
 
NOTA SOBRE OPERAÇÕES 
A nota explicativa inicial que geralmente inicia a lista das notas trata das operações 
ou do contexto operacional e declara o objetivo social da empresa. 
 
O objetivo declarado nas notas deve manter coerência com os objetivos declarados 
no estatuto social da empresa, que estabelece a relação contratual entre os 
acionistas e é o principal documento sobre as regras de governança da sociedade. A 
nota sobre o contexto operacional deve incluir aspectos que sejam relevantes sobre 
a continuidade normal dos negócios e da utilização da capacidade de produção e/ou 
prestação de serviços. 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 
Deverão ser divulgados os principais critérios de avaliação dos elementos 
patrimoniais, especialmente dos estoques, dos cálculos de depreciação, 
amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos e dos 
ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo. 
 
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A nota explicativa sobre as principais práticas contábeis tem evoluído ao longo do 
tempo e o seu objetivo é informar sobre a escolha de políticas e práticas contábeis 
feita pela empresa. Essa divulgação permite que se possa depreender sobre a 
influência dessas práticas sobre os números apresentados pela empresa e tem 
grande importância na inferência sobre a sua situação patrimonial, ou seja, a 
situação do balanço patrimonial, da posição financeira e dos resultados das 
operações. Essa nota deve também divulgar os critérios contábeis de transações 
típicas da indústria, na medida em que esses critérios são específicos e podem 
variar de um tipo de indústria para outro. 
 
DIFERENÇAS ENTRE OS PROCEDIMENTOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS 
Considerando a referência internacional alcançada pelo IASB (IFRS/IAS) e o 
compromisso e o esforço dos órgãos reguladores e emissores de normas de buscar 
a convergência com as mesmas, recomenda-se que as companhias abertas 
divulguem em nota explicativa a conciliação das diferenças entre as práticas 
contábeis adotadas no Brasil e as práticas contábeis internacionais. 
Entretanto, não existe impedimento para que seja preparada em relação às normas 
contábeis de outros países em que a companhia aberta divulgue, obrigatoriamente,1.400 2.000 
Duplicatas a Receber 10.000 12.000 15.000 
Estoque 6.000 7.150 8.370 
 
Não Circulante 17.000 22.500 29.250 
Investimentos 1.000 1.500 2.250 
Imobilizado 20.000 30.000 45.000 
(-) Depreciação (4.000) (9.000) (18.000) 
TOTAL 34.000 43.050 54.620 
 
PASSIVO X2 X3 X4 
Circulante 18.000 24.700 34.000 
Fornecedores 1.000 1.600 2.000 
Tributos e Contribuições 2.000 3.100 2.000 
Empréstimos Diversos 15.000 20.000 30.000 
 
Não Circulante 5.000 7.250 10.870 
Financiamentos 5.000 7.250 10.870 
 
Patrimônio Líquido 11.000 11.100 9.75 0 
Capital 10.000 10.000 10.000 
Reservas 2.000 2.500 2.550 
Prejuízos Acumulados (1.000) (1.400) (2.800) 
TOTAL 34.000 43.050 54.620 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
DESCRIÇÃO X2 X3 X4 
Receita Bruta 50.000 80.000 140.000 
(-) Deduções (5.000) (8.000) (14.000) 
Receita Líquida 45.000 72.000 126.000 
(-) CPV (23.000) (36.800) (64.400) 
Lucro Bruto 22.000 35.200 61.600 
(-) Despesas Operacionais 
de Vendas (6.000) (9.600) (16.800) 
Administrativas (2.000) (3.000) (4.500) 
Financeiras (17.000) (26.500) (49.000) 
Prejuízo Operacional (3.000) (3.900) (8.700) 
Ganhos Não Operacionais 2.000 3.500 7.300 
Prejuízo Exercício (1.000) (400) (1 .400) 
 
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Informações Adicionais: 
 
• A atividade da empresa é trefilar metal não ferroso e distribuí-lo como 
matéria-prima para outras empresas. Esse ramo de atividade é bastante 
promissor, pois a Cia. Playboy possui a maior quota para adquirir o metal não 
ferroso da maior siderúrgica do país, enquanto outras trefiladoras possuem 
uma pequena quota. 
 
• Não houve amortização de Financiamentos, apenas variação cambial 
contabilizada no grupo de Despesas Financeiras e novos financiamentos. 
 
• O manual de normas do Banco Exigente determina que só conceder 
financiamentos para as empresas cuja a situação econômico-financeira seja 
satisfatória. No entanto, qualquer determinação do presidente é o que vale. 
 
• Total de Compras: 10.000, 15.000 e 21.000 em X2, X3 e X4. 
 
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O Banco Eficiente tem o seguinte roteiro de análise: 
 
a. Quadro Cíclico: 
Fazer um check-up, um exame geral da empresa, por meio de seus indicadores 
econômico-financeiros. 
Indicadores X3 X4 Tendência* 
LIQUIDEZ 
Corrente 
Geral 
Seca 
Imediata 
ENDIVIDAMENTO 
Cap.Terc./ 
Rec.Bruta 
PC/Cap.Terc. 
Cap.Terc./PL 
RENTABILIDADE 
LL/ Ativo Total 
ROL/Ativo Total 
LL/ P.Líquido 
ATIVIDADE 
PMRE 
PMRV 
PMPC 
* Melhorar, Piorar ou Estabilizar 
 
b. Diagnóstico: 
Verificar os problemas do “doente”. Este não só tem pontos fracos como também 
pontos fortes. 
 
Pontos Fracos obtidos no quadro Clínico:__________________________________ 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
 
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Pontos Fortes obtidos no quadro Clínico:___________________________________ 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
c. Parecer do analista: 
O analista fará um breve relatório comentando sobre a situação da empresa, e em 
seguida dará seu parecer escolhendo uma das opções: 
( ) A) Concedo o crédito irrestritamente. 
( ) B) Não concedo o crédito (financiamento). 
( ) C) Concedo o crédito impondo as seguintes condições:_________________ 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
Relatório: 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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5. RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – 
AULA PRÁTICA 
 
EBITDA 
 
Um indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e pelos 
analistas de mercado é o chamado EBITDA, cujo conceito ainda não é claro para 
muitas pessoas. A sigla corresponde a “Earning Before Interests, Taxes, 
Depreciation and Amortization”, ou seja, lucro antes dos juros, impostos, 
depreciação e amortização. 
 
a) Conceito 
Em linhas gerais, o EBITDA representa a geraçãooperacional de caixa da 
companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas 
atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de 
impostos. Difere do Ebit, conhecido como o lucro na atividade, no que se refere à 
depreciação e amortização, pois o Ebit considera estes efeitos contábeis. 
 
A utilização do EBITDA ganha importância, porque analisar apenas o resultado final 
da empresa (lucro ou prejuízo) muitas vezes tem sido insuficiente para avaliar seu 
real desempenho em um dado período, já que muitas vezes é influenciado por 
fatores difíceis de serem mensurados. 
 
b) Cálculo do EBITDA 
Um primeiro passo é calcular o lucro operacional, que, de acordo com o critério 
utilizado no Brasil, é obtido como a subtração, a partir da receita líquida, do custo 
dos produtos vendidos (CPV), das despesas operacionais e das despesas 
financeiras líquidas (despesas menos receitas com juros e outros itens financeiros). 
Vale lembrar que a definição de lucro operacional em boa parte do mundo exclui o 
resultado financeiro. 
 
Já para calcular o EBITDA, é preciso somar do lucro operacional a depreciação e 
amortização inclusas no CPV e nas despesas operacionais. Isso porque essas 
contas não representam saída de caixa efetiva no período. Em resumo, a 
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depreciação de um equipamento quantifica a perda de sua capacidade produtiva 
graças ao uso ou tempo, e, portanto, a perda de seu valor para a empresa. Essa 
perda, vale ressaltar, é econômica e não financeira, ou seja, não há um desembolso 
efetivo de recursos no período. 
 
Outra conta que deve ser acrescentada no EBITDA é a despesa financeira líquida, 
que foge do escopo de análise do indicador, ou seja, de efetivo desempenho 
operacional. Ou seja, para o cálculo do EBITDA, adicionam-se os juros, depreciação 
e amortização ao Lucro Operacional Líquido antes dos impostos. 
 
Vale lembrar que muitas empresas já publicam diretamente o indicador, que não é 
de divulgação obrigatória de acordo com as regras da CVM. Isso tende a facilitar a 
análise, embora muitos analistas critiquem as diferentes metodologias adotadas, 
principalmente em relação a itens extraordinários. 
 
c) Aplicação do EBITDA 
O indicador pode ser utilizado na análise da origem dos resultados das empresas e, 
por eliminar os efeitos dos financiamentos e decisões contábeis, pode medir com 
mais precisão a produtividade e a eficiência do negócio. 
 
Como percentual de vendas, ou margem EBITDA, pode ser utilizado para comparar 
as empresas quanto à eficiência dentro de um determinado segmento de mercado. 
Além disso, a variação do indicador de um ano em relação a outro mostra aos 
investidores se uma empresa conseguiu ser mais eficiente ou aumentar sua 
produtividade. 
 
Por outro lado, como ressalva, vale lembrar que o EBITDA pode dar uma falsa idéia 
sobre a efetiva liquidez da empresa. Além disso, o indicador não considera o 
montante de reinvestimento requerido (pela depreciação), fator especialmente crítico 
nas empresas que apresentam ativos operacionais de vida curta. Assim, o EBITDA é 
um indicador financeiro muito relevante, mas que deve ser utilizado combinado com 
outros indicadores de desempenho para fornecer uma visão mais apropriada da 
performance da empresa. Ainda assim, é certamente o mais acompanhado pelos 
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analistas e acaba ganhando bastante importância também na análise de crédito e 
nos múltiplos de avaliação de empresas. 
 
Tratando-se de uma medida popular entre alguns analistas e investidores, importa 
refletir um pouco sobre o que ela representa de fato, ou como deve ser interpretada. 
A circunstância de uma empresa apresentar um EBITDA mais elevado do que outra, 
ou mais alto do que no ano anterior, significa, forçosamente, um melhor 
desempenho e, consequentemente, um bom sinal para o mercado? Provavelmente, 
não... 
 
Há quem encare o EBITDA como indicador da capacidade de uma empresa gerar 
“dinheiro”, antes de reembolsar o capital alheio (“pagar juros”) e de pagar impostos. 
Se estiver de acordo com esta definição, reflita nas seguintes deficiências do 
EBITDA: 
 
a) Ignora os investimentos (em equipamentos, na aquisição de outras empresas, 
etc.) efetuados pela empresa. Estes investimentos podem corresponder a 
desembolsos incomparavelmente superiores ao propalado montante do EBITDA 
para um determinado ano; 
b) Não tem em conta a capacidade de a empresa cobrar as suas dívidas (isto é, 
para o seu cálculo não interessa saber se os clientes pagam à empresa – não 
constituirá grande novidade dizer que “vender é fácil; já receber é mais difícil”); 
c) Não considera os níveis de estoques existentes na empresa (quanto mais 
estoques existirem, maior o capital “empatado”, o que pode ser sintoma de 
dificuldades comerciais e, mais tarde ou mais cedo, de tesouraria); 
d) Em sentido inverso, esquece que as empresas podem gerar fundos pela simples 
negociação de melhores condições de pagamento com os seus fornecedores 
(este ponto é especialmente importante no caso dos “hipermercados” que, como 
se sabe, tendem a receber a vista e a pagar a prazo). 
 
No cenário descrito, uma empresa pode apresentar um EBITDA verdadeiramente 
“astronômico” e nem sequer ter dinheiro para pagar os salários (basta que tenha 
vendido a clientes que não pagam, ou que tenha efetuado avultados investimentos). 
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A famosa Worldcom é um bom exemplo disso: um investidor que se tenha deixado 
“guiar” pelo EBITDA, foi enganado pelas “manipulações contábeis” efetuadas. 
 
EXEMPLO PRÁTICO – ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO CONTÁBIL 
 
Nos quadros a seguir apresentamos os Balanços Patrimoniais padronizados 
referentes a 31/12/2001 e 31/12/2002 da Cia São Bernardo S.A., bem como as 
Demonstrações de Resultado do Exercício padronizadas da mesma empresa em 
2001 e 2002. 
 
ANÁLISE VERTICAL 
ATIVO 31/12/20X1 AV 31/12/20X2 AV PASSIVO 31/12/20X1 AV 31/12/20X2 AV
CIRCULANTE 83.300 40 117.600 45 CIRCULANTE 61.000 29 78.00030
Financeiro 14.800 7 15.600 6 Financeiro 13.000 6 18.000 7
Caixa e bancos 14.000 7 14.400 6 Empréstimos bancários 8.000 4 15.000 6
Aplic. financeiras 800 0 1.200 0 Duplicatas descontadas 5.000 2 3.000 1
Operacional 68.500 33 102.000 39 Operacional 48.000 23 60.000 23
Duplicatas a receber 37.000 18 42.000 16 Duplicatas a pagar 21.200 10 25.000 10
Estoques 31.500 15 60.000 23 Outras obrigações 26.800 13 35.000 13
PERMANENTE 125.700 60 143.400 55 EXIG. A LONGO PRAZO 35.700 17 45.000 17
Investimentos 15.700 8 15.700 6
Tangível 94.350 45 112.700 43PATRIMÔNIO LÍQUIDO 112.300 54 138.000 53
Intangível 15.650 7 15.000 6 Capital 69.000 33 69.350 27
Reservas de lucros 43.300 21 68.650 26
TOTAL DO ATIVO 209.000 100 261.000 100 TOTAL PASSIVO 209.000 100 261.000 100
BALANÇOS PATRIMONIAIS (Em R$ mil)
ATIVO 31/12/20X1 AV 31/12/20X2 AV PASSIVO 31/12/20X1 AV 31/12/20X2 AV
CIRCULANTE 83.300 40 117.600 45 CIRCULANTE 61.000 29 78.00030
Financeiro 14.800 7 15.600 6 Financeiro 13.000 6 18.000 7
Caixa e bancos 14.000 7 14.400 6 Empréstimos bancários 8.000 4 15.000 6
Aplic. financeiras 800 0 1.200 0 Duplicatas descontadas 5.000 2 3.000 1
Operacional 68.500 33 102.000 39 Operacional 48.000 23 60.000 23
Duplicatas a receber 37.000 18 42.000 16 Duplicatas a pagar 21.200 10 25.000 10
Estoques 31.500 15 60.000 23 Outras obrigações 26.800 13 35.000 13
PERMANENTE 125.700 60 143.400 55 EXIG. A LONGO PRAZO 35.700 17 45.000 17
Investimentos 15.7008 15.700 6
Tangível 94.350 45 112.700 43PATRIMÔNIO LÍQUIDO 112.300 54 138.000 53
Intangível 15.650 7 15.000 6 Capital 69.000 33 69.350 27
Reservas de lucros 43.300 21 68.650 26
TOTAL DO ATIVO 209.000 100 261.000 100 TOTAL PASSIVO 209.000 100 261.000 100
BALANÇOS PATRIMONIAIS (Em R$ mil)
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE125.700 60 71148.000 183.000143.400 55 70
 
 
ANÁLISE HORIZONTAL 
 
 
 
 
 
 
ATIVO 31/12/20X1 AH 31/12/20X2 AH PASSIVO 31/12/20X1 AH 31/12/20X2 AH
CIRCULANTE 83.300 100 117.600 141 CIRCULANTE 61.000 100 78.000 128
Financeiro 14.800 100 15.600 105 Financeiro 13.000 100 18.000 138
Caixa e bancos 14.000 100 14.400 103 Empréstimos bancários 8.000 100 15.000 188
Aplic. financeiras 800 100 1.200 150 Duplicatas descontadas 5.000 100 3.000 60
Operacional 68.500 100 102.000 149 Operacional 48.000 100 60.000 125
Duplicatas a receber 37.000 100 42.000 114 Duplicatas a pagar 21.200 100 25.000 118
Estoques 31.500 100 60.000 190 Outras obrigações 26.800 100 35.000 131
PERMANENTE 125.700 100 143.400 114 EXIG. A LONGO PRAZO 35.700 100 45.000 126
Investimentos 15.700 100 15.700 100
Tangível 94.350 100 112.700 119PATRIMÔNIO LÍQUIDO 112.300 100 138.000 123
Intangível 15.650 100 15.000 96 Capital 69.000 100 69.350 101
Reservas de lucros 43.300 100 68.650 159
TOTAL DO ATIVO 209.000 100 261.000 125 TOTAL PASSIVO 209.000 100 261.000 125
BALANÇOS PATRIMONIAIS (Em R$ mil)
ATIVO 31/12/20X1 AH 31/12/20X2 AH PASSIVO 31/12/20X1 AH 31/12/20X2 AH
CIRCULANTE 83.300 100 117.600 141 CIRCULANTE 61.000 100 78.000 128
Financeiro 14.800 100 15.600 105 Financeiro 13.000 100 18.000 138
Caixa e bancos 14.000 100 14.400 103 Empréstimos bancários 8.000 100 15.000 188
Aplic. financeiras 800 100 1.200 150 Duplicatas descontadas 5.000 100 3.000 60
Operacional 68.500 100 102.000 149 Operacional 48.000 100 60.000 125
Duplicatas a receber 37.000 100 42.000 114 Duplicatas a pagar 21.200 100 25.000 118
Estoques 31.500 100 60.000 190 Outras obrigações 26.800 100 35.000 131
PERMANENTE 125.700 100 143.400 114 EXIG. A LONGO PRAZO 35.700 100 45.000 126
Investimentos 15.700 100 15.700 100
Tangível 94.350 100 112.700 119PATRIMÔNIO LÍQUIDO 112.300 100 138.000 123
Intangível 15.650 100 15.000 96 Capital 69.000 100 69.350 101
Reservas de lucros 43.300 100 68.650 159
TOTAL DO ATIVO 209.000 100 261.000 125 TOTAL PASSIVO 209.000 100 261.000 125
BALANÇOS PATRIMONIAIS (Em R$ mil)
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE125.700 100 143.400 114 100148.000 183.000 124
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ANÁLISE VERTICAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISEHORIZONTAL
20X1 AH 20X2 AH
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 330.000 100 365.000 111
(–) CUSTO OPERACIONAL
 Custo dos produtos vendidos – CPV (210.000) 100 (250.000) 119
(=) LUCRO BRUTO 120.000 100 115.000 96
(–) DESPESAS OPERACIONAIS
 Despesas administrativas (33.000) 100 (35.000) 106
 Despesas de vendas (24.000) 100 (32.000) 133
(=) LUCRO OPERACIONAL OU LAJIR 63.000 100 48.000 76
(–) Despesas financeiras líquidas (6.555) 100 (9.000) 137
(+/–) Resultados não operacionais 0 - 0 -
 (=) LUCRO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E DO DO IMP OSTO DE RENDA56.445 100 39.000 69
(–) PROVISÕES PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E O IMPOSTO DE RENDA (19.756) 100 (13.650) 69
(=) LUCRO APÓS A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E O IMPOSTO DE RENDA 36.689 100 25.350 69
(–) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES 0 - 0 -
 (=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 36.689 10 0 25.350 69
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS (Em R$ 1.000)
H 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20X1 AV 20X2 AV
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 330.000 100 365.000 100
(–) CUSTO OPERACIONAL
 Custo dos produtos vendidos – CPV (210.000) (64) (250.000) (68)
(=) LUCRO BRUTO 120.000 36 115.000 32
(–) DESPESAS OPERACIONAIS
 Despesas administrativas (33.000) (10) (35.000) (10)
 Despesas de vendas (24.000) (7) (32.000) (9)
(=) LUCRO OPERACIONAL OU LAJIR 63.000 19 48.000 13
(–) Despesas financeiras líquidas (6.555) (2) (9.000) (2)
(+/–) Resultados não operacionais 0 0 0 0
 (=) LUCRO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E DO IMPOST O DE RENDA 56.445 17 39.000 11
(–) PROVISÕES PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E O IMPOSTO DE RENDA (19.756) (6) (13.650) (4)
(=) LUCRO APÓS A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E O IMPOSTO DE RENDA 36.689 11 25.350 7
(–) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES 0 0 0 0
 (=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 36.689 11 25.350 7
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOS Em R$ mil
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95
No quadro a seguir apresentamos os índices econômico-financeiros calculados a 
partir de demonstrações contábeis da Cia São Bernardo S.A.. 
 ÍNDICES 20X1 20X2 
Liquidez Corrente 1,37 1,51 
 Geral 0,86 0,96 
 Imediata 0,24 0,20 
 Seca 0,85 0,74 
Atividades Período médio de cobrança 40 dias 41 dias 
 Giro das duplicatas a receber 9 vezes 9 vezes 
 Período médio de pagamentos 45 dias 45 dias 
 Giro das duplicatas a pagar 8 vezes 8 vezes 
 Período médio de estocagem 54 dias 86 dias 
 Giro de estoques 7 vezes 4 vezes 
Endividamento Endividamento geral 46,27% 47,13% 
 Imobilização do patrimônio líquido 111,93% 103,91% 
 Exigível a longo prazo / pat. líquido 31,79% 32,61% 
Lucratividade Margem bruta 36,36% 31,51% 
 Margem operacional 19,09% 13,15% 
 Margem líquida 11,12% 6,95% 
 Taxa de retorno sobre o ativo total 30,14% 18,39% 
 Taxa de retorno sobre o pat. líquido 48,52% 22,50% 
 Lucro por ação R$ 
366,89 
R$ 
253,50 
 
No quadro seguinte temos o EBITDA da Cia São Bernardo S.A. 
20X1 20X2
Lucro Operacional 56.445 39.000
(+) Despesas Financeiras Líquidas 6.555 9.000
(=) EBIT 63.000 48.000
(+) Depreciação, Amortização e Exaustão 9.000 10.500
(=) EBITDA 72.000 58.500 
No quadro a seguir temos o Fluxo de Caixa da Cia São Bernardo S.A. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demonstrativo do fluxo de caixa 20X2
(Em R$ mil)
Lucro líquido / prejuízo 25.350,00
(+) Depreciação do imobilizado 10.500,00
(+) Amortização do diferido 650,00
(+/–) Variação dos ativos e passivos circulantes operacionais
(+/–)Variação das duplicatas a receber (5.000,00)
(+/–) Variação dos estoques (28.500,00)
(+/–) Variação das duplicatas a pagar 3.800,00
(+/–) Variação de outros passivos circulantes operacionais 8.200,00
Fluxo de caixa das operações (1) 15.000,00
(+/–) Investimento em ativo imobilizado (28.850,00)
Fluxo de caixa dos investimentos (2) (28.850,00)
(+/–) Variação do passivo circulante financeiro 5.000,00
(+/–) Variação do exigível a longo prazo 9.300,00
(+) Captação de recursos próprios 350,00
Fluxo de caixa dos financiamentos (3) 14.650,00
Caixa gerado no período (4 = 1 +2 + 3) 800,0
(+) Caixa inicial (5) 14.800,00
Caixa final (6 = 4 + 5) 15.600,00
Demonstrativo do fluxo de caixa 20X2
(Em R$ mil)
Lucro líquido / prejuízo 25.350,00
(+) Depreciação do imobilizado 10.500,00
(+) Amortização do diferido 650,00
(+/–) Variação dos ativos e passivos circulantes operacionais
(+/–)Variação das duplicatas a receber (5.000,00)
(+/–) Variação dos estoques (28.500,00)
(+/–) Variação das duplicatas a pagar 3.800,00
(+/–) Variação de outros passivos circulantes operacionais 8.200,00
Fluxo de caixa das operações (1) 15.000,00
(+/–) Investimento em ativo imobilizado (28.850,00)
Fluxo de caixa dos investimentos (2) (28.850,00)
(+/–) Variação do passivo circulante financeiro 5.000,00
(+/–) Variação do exigível a longo prazo 9.300,00
(+) Captação de recursos próprios 350,00
Fluxo de caixa dos financiamentos (3) 14.650,00
Caixa gerado no período (4 = 1 +2 + 3) 800,0
(+) Caixa inicial (5) 14.800,00
Caixa final (6 = 4 + 5) 15.600,00
Demonstrativo do fluxo de caixa 20X2
(Em R$ mil)
Lucrolíquido / prejuízo 25.350,00
(+) Depreciação do imobilizado 10.500,00
(+) Amortização do diferido 650,00
(+/–) Variação dos ativos e passivos circulantes operacionais
(+/–)Variação das duplicatas a receber (5.000,00)
(+/–) Variação dos estoques (28.500,00)
(+/–) Variação das duplicatas a pagar 3.800,00
Demonstrativo do fluxo de caixa 20X2
(Em R$ mil)
Lucro líquido / prejuízo 25.350,00
(+) Depreciação do imobilizado 10.500,00
(+) Amortização do diferido 650,00
(+/–) Variação dos ativos e passivos circulantes operacionais
(+/–)Variação das duplicatas a receber (5.000,00)
(+/–) Variação dos estoques (28.500,00)
(+/–) Variação das duplicatas a pagar 3.800,00
(+/–) Variação de outros passivos circulantes operacionais 8.200,00
Fluxo de caixa das operações (1) 15.000,00
(+/–) Investimento em ativo imobilizado (28.850,00)
Fluxo de caixa dos investimentos (2) (28.850,00)
(+/–) Variação do passivo circulante financeiro 5.000,00
(+/–) Variação do exigível a longo prazo 9.300,00
(+) Captação de recursos próprios 350,00
Fluxo de caixa dos financiamentos (3) 14.650,00
Caixa gerado no período (4 = 1 +2 + 3) 800,0
(+/–) Variação de outros passivos circulantes operacionais 8.200,00
Fluxo de caixa das operações (1) 15.000,00
(+/–) Investimento em ativo imobilizado (28.850,00)
Fluxo de caixa dos investimentos (2) (28.850,00)
(+/–) Variação do passivo circulante financeiro 5.000,00
(+/–) Variação do exigível a longo prazo 9.300,00
(+) Captação de recursos próprios 350,00
Fluxo de caixa dos financiamentos (3) 14.650,00
Caixa gerado no período (4 = 1 +2 + 3) 800,0
(+) Caixa inicial (5) 14.800,00
Caixa final (6 = 4 + 5) 15.600,00
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RELATÓRIO CONTÁBIL 
 
Avaliação dos números-índice das analises vertical e horizontal e do EBITDA 
da Cia São Bernardo S.A. 
 
Os números-índice da analise horizontal da Cia São Bernardo mostram que a receita 
operacional liquida da empresa no exercício de 20X2 apresentou 11% de 
crescimento em relação ao exercício de 20X1. 
 
O custo dos produtos vendidos apresentou, no mesmo período, um crescimento de 
19%. Em função dos custos terem crescido mais que a receita, o lucro bruto, que 
representava 36% da receita em 20X1, caiu para 32% em 20X2. Este fato, aliado a 
um crescimento das despesas operacionais superior ao crescimento da receita, 
proporcionaram uma redução de seis pontos percentuais no lucro operacional da 
empresa (de 19% para 13%). 
 
Essa redução do lucro operacional, por sua vez, aliada ao crescimento de 37% das 
despesas financeiras liquidas, proporcionou um efeito negativo no potencial de 
geração de recursos da empresa, como mostra o EBITDA. Em 20X1, o EBITDA 
cobria 11 vezes (R$72.000 ÷ R$6.555) as despesas financeiras liquidas. Já em 20X2 
cobria apenas 6,5 vezes (R$58.500 ÷ R$9.000). 
 
Em conjuntos estes fatores provocam uma redução de 31% do lucro líquido da 
empresa. Essa redução por sua vez provocou uma diminuição do retorno sobre o 
patrimônio liquido de 48,52% em 20X1 para 22,50% em 20X2. 
 
Avaliação dos índices econômico-financeiros da Cia São Bernardo S.A. 
 
Os números-índice da análise vertical apontam que, em 20X1, o ativo circulante 
representava 40% do ativo total, ao passo que o passivo circulante representava 
29% do passivo total. Em 20X2, o ativo circulante aumentou sua representatividade 
para 45%, e o passivo circulante manteve-se praticamente estável, em 30%. Como o 
crescimento do ativo circulante foi maior que o do passivo circulante, 
conseqüentemente a empresa apresentou um crescimento no índice de liquidez 
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97
corrente, este aumento esta relacionado principalmente ao crescimento de 90% dos 
estoques em 20X2. É importante salientar que o aumento do estoque repercute 
também no índice de liquidez geral, já os demais índices de liquidez que não sofrem 
influencia do estoque apresentaram ligeiro declínio. 
 
Em relação aos índices de atividades, o período médio de estocagem é que merece 
destaque, pois passou de 54 dias em 20X1 para 86 dias em 2002, isto em 
conseqüência do aumento do estoque que influencio seu giro (de 7 vezes para 4 
vezes). 
 
Quanto aos índices de endividamento, não há muito o que ser comentado uma vez 
que sofreram uma alteração discreta. Todavia uma redução importante ocorreu em 
relação a todos os índices de lucratividade. 
 
Análise do Fluxo de Caixa 
 
A analise do fluxo de caixa demonstra que os recursos gerados na operação foram 
de R$15.000. Esse fluxo sofreu o impacto da queda do lucro liquido e da 
necessidade de se alocar R$21.500 [(R$5.000)+(R$28.500) +R$3.800+R$8.200] no 
capital de giro. Além disso, vale ressaltar que a geração operacional de caixa não foi 
suficiente para cobrir os investimentos no ativo imobilizado, por causa disso a 
empresa precisou captar recursos principalmente de terceiros. 
 
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PARTE PRÁTICA 
 
Estudo de Caso 
 
AVALIANDO A SITUAÇÃO FINANCEIRA DA EMPRESA ALFA 
 
A Alfa S.A. é uma importante empresa que atua no fornecimento de peças para 
montadoras de automóveis. Em 2007, em decorrência do bom desempenho do setor 
automotivo, as vendas da empresa atingiram 100 mil unidades de sua carteira de 
produtos, o que representou um crescimento de 15% em relação ao ano anterior. 
 
Desempenho semelhante também foi apresentado pelas empresas concorrentes. 
Em razão da grande pressão das montadoras e por atuar em um segmento em que 
a concorrência é muito forte, os preços praticados pelas empresas deste setor são 
muito parecidos. Em 2006 e 2007, a empresa apresentou os seguintes BP’s e 
DRE’s, além dos respectivos números-índices da analise vertical e horizontal: 
 
Demonstração do Resultado do 
Exercício
31/12/2006 
R$1.000,00
AV
31/12/2007 
R$1.000,00
AV AH
VENDAS LÍQUIDAS 601.200 100,0 673.344 100,0 112,0
Custo dos Produtos Vendidos (420.840) (70,0) (478.076) (71,0) 113,6
LUCRO BRUTO 180.360 30,0 195.268 29,0 108,3
Despesas Operacionais (138.276) (23,0) (148.134) (22,0) 107,1
LUCRO OPERACIONAL 42.084 7,0 47.134 7,0 112,0
Despesas Financeiras (12.000) (2,0) (12.000) (1,8) 100,0
LUCRO ANTES DO IR (LAIR) 30.084 5,0 35.134 5,2 116,8
Provisão para IR e CS (10.229) (1,7) (11.946) (1,8) 116,8
LUCRO LÍQUIDO 19.855 3,3 23.188 3,4 116,8 
 
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Balanço Patrimonial
31/12/2006 
R$1.000,00
AV
31/12/2007 
R$1.000,00
AV
Ativo Circulante 70.416 23,0 77.784 23,9 
Disponível e Aplicações Financeiras 12.884 4,2 20.276 6,2 
Duplicatas a Receber 32.862 10,7 35.132 10,8 
Estoques 24.670 8,1 22.376 6,9 
Ativo Não-Circulante 236.000 77,0 247.200 76,1 
Realizável a Longo Prazo 8.000 2,6 8.000 2,5 
Tangível 228.000 74,4 239.200 73,6 
Ativo Total 306.416 100,0 324.984100,0 
Passivo Circulante 55.048 18,0 59.488 18,3 
Duplicatas a Pagar 26.300 8,6 26.988 8,3 
Outras Obrigações 20.748 6,8 22.500 6,9 
Empréstimos Bancários 8.000 2,6 10.000 3,1 
Ativo Não-Circulante 251.368 82,0 265.496 81,7 
Exigível a Longo Prazo 72.000 23,5 72.000 22,2 
Empréstimos Bancários 72.000 23,5 72.000 22,2 
Patrimônio Líquido 179.368 58,5 193.496 59,5 
Passivo Total 306.416 100,0 324.984 100,0 
 
Os indicadores extraídos das demonstrações contábeis da Alfa S.A. e os indicadores 
médios do setor de atividades dessa empresa são: 
 
Concorrentes
Indicadores 2006 2007 2007
Liquidez Corrente 1,28 1,31 1,0
Liquidez Seca 0,83 0,93 0,70
Período Médio de Cobrança 19,7 18,8 18
Período Médio de Pagamentos 25,0 22,6 25 
Período Médio de Estocagem 21,1 16,9 14
Margem Bruta 30% 29% 29%
Margem Operacional 7% 7% 8%
Margem Líquida 3,3% 3,4% 5%
Endividamento Geral 23,5% 22,2% 25%
Exigível a Longo Prazo/Patrimonio Líquido 40,1% 37,2% 15%
Taxa de Retorno sobre o Patrimonio Líquido 12,4% 13,6% 18%
Custo de Capital Próprio 17% 17% 16%
Depreciação 11.500R$ 12.000R$ 20.000R$ 
EBITDA 53.584R$ 59.134R$ 70.000R$ 
Alfa S.A.
 
 
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100
Os Fluxos de Caixa de 2006 e 2007da Alfa S.A. são: 
 
2006 2007
(Em R$ mil) (Em R$ mil)
Lucro líquido / prejuízo 19.855 23.188 
(+) Depreciação do imobilizado 11.500 12.000 
(+) Amortização do diferido
(+/–) Variação dos ativos e passivos circulantes operacionais
 (+/–)Variação das duplicatas a receber (3.550) (2.270)
 (+/–) Variação dos estoques (2.250) 2.294 
 (+/–) Variação das duplicatas a pagar 1.280 688 
 (+/–) Variação de outros passivos circulantes operacionais 1.000 1.752 
Fluxo de caixa das operações (1) 27.835 37.652 
 (-) Investimento em ativo imobilizado (38.000) (32.260)
Fluxo de caixa dos investimentos (2) (38.000) (32.260)
 (+/–) Variação do passivo circulante financeiro 4.000 2.000 
 (+/–) Variação do exigível a longo prazo 8.000 - 
 (+) Captação de recursos próprios - - 
Fluxo de caixa dos financiamentos (3) 12.000 2.000 
Caixa gerado no período (4 = 1 + 2 + 3) 1.835 7.392 
 (+) Caixa inicial (5) 11.049 12.884 
Caixa final (6 = 4 + 5) 12.884 20.276 
Demonstrativo do Fluxo de Caixa
 
 
Questões: 
 
1. Analise a situação financeira da empresa Alfa S.A. em 2006 e 2007. 
 
2. Observando os indicadores da empresa, chama a atenção que a taxa de 
retorno sobre patrimônio liquido esta abaixo do custo de capital próprio, o que 
contraria o propósito de maximização da riqueza dos proprietários. Neste 
caso descreva quais seriam as prováveis atitudes que o gestor da empresa 
poderia adotar para modificar este desempenho. 
 
3. Elabore o Relatório Contábil sobre a situação econômico-financeira da 
empresa com base nas questões anteriores 
 
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6. A AUDITORIA E OS RELATÓRIOS DE AUDITORIA 
 
Em um conceito adaptado da American Accounting Association, auditoria pode ser 
entendida como o campo do saber voltado para o desenvolvimento e 
aperfeiçoamento do processo sistemático de obtenção de evidências que visa 
aquilatar o grau de conformidade das práticas e afirmações frente aos padrões 
estabelecidos e à comunicação dos resultados aos diversos interessados. 
 
De forma mais restrita, pode entender-se como a técnica que consiste no exame de 
documentos e registros, inspeções, obtenção de informações e confirmações 
externas e internas, obedecendo às normas e procedimentos apropriados, 
objetivando verificar se as demonstrações contábeis representam adequadamente a 
situação nelas demonstrada de acordo com os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e normas de contabilidade, de maneira uniforme. 
 
FUNDAMENTOS DE AUDITORIA 
 
A sociedade deseja a apresentação de demonstrações contábeis e divulgações 
adequadas e esclarecedoras à opinião pública. O parecer dos auditores é o 
elemento fundamental na extensão que se traduz em sinônimo de confiabilidade às 
informações prestadas. 
 
 
 
 
 
 
 
Dentre a responsabilidade da administração temos: 
 Analisar eventos e transações. 
 Medir e registrar dados de transações. 
 Classificar e resumir dados registrados. 
 Preparar demonstrações contábeis de acordo com os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade. 
Informações: 
 Recursos gerados e aplicados; 
 Resultado operacional; 
 Variação patrimonial; 
Obedeceram a padrões usuais de medição? 
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 Distribuir as demonstrações contábeis e parecer de auditor aos acionistas 
anualmente. 
 
Neste contexto cabe a Auditoria determinar se as demonstrações e respectivos 
registros contábeis merecem ou não confiança, isto é, verificar se refletem, ou não, a 
situação patrimonial, assim como os resultados das operações que estão sendo 
examinadas. 
 
Conceito de Auditoria Contábil: O levantamento, estudo e avaliação sistemática das 
transações, procedimentos, operações, rotinas das demonstrações financeiras: 
 Objetiva mensurar a exatidão dos registros e das demonstrações contábeis. 
 Consiste em controlar áreas-chaves a fim de evitar situações que propiciem 
fraudes, desfalques e subornos. 
 
Filosofia da Auditoria: Avaliar a política de sistema da empresa, em termos da 
adequação, comunicação, aceitação, aplicação e controle: 
 se é necessária na situação, 
 se contribui para atingir os objetivos da empresa, 
 se permite as segurar a correta utilização dos recursos da empresa, tanto de 
natureza financeira, econômica e humana. 
 
Papel da Auditoria: Ser útil tanto à empresa quanto aos investidores, que, por meio 
da análise das demonstrações financeiras, devidamente acompanhadas do parecer 
do auditor independente, podem eleger seguramente as empresas nas quais 
efetuarão aplicações de sua poupança pessoal em ações. Abrange os seguintes 
aspectos: 
 Assessoria no planejamento tributário; 
 Controle das atividades e do patrimônio; 
 Atualização de executivos; 
 Avaliação de sistemas de informação; 
 Assessoria na área de controle; 
 Planos de reorganização; 
 Expansão de atividades. 
 
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INTRODUÇÃO AO RELATÓRIO DE AUDITORIA 
 
O Relatório do Auditor é a peça mais importante da Auditoria realizada. Ele 
representa fase principal do trabalho do Auditor que é a comunicação dos 
resultados. 
 
Um Relatório mal apresentado e que permita a contestação do Auditado ou 
possibilita à direção da empresa fazer uma má avaliação de todo um trabalho 
efetuado, significa a desmoralização do valor da Auditoria e, por fim, a 
desmoralização do próprio profissional. 
 
Já vimos situação em que, durante a fase de apuração dos fatos, o auditor era 
exímio conhecedor das técnicas e procedimentos da área onde atuava e, no 
entanto, na apresentação do relatório, conseguiu desmerecer todos os seus 
atributos técnicos, levando ao fracasso um excelente trabalho de campo. 
 
Não temos objetivo de aqui ensinar como fazer relatórios. Buscamos, através de 
conceitos já consagrados e pela própria experiência, trazer aos profissionais de 
auditoria, subsídios, que, em nosso entender, são abrangentes e podem ser 
enquadrados e observados na elaboração dos relatórios de auditoria, qualquer que 
seja a empresa. 
 
É através do relatório que o auditor vai mostrar o que foi examinado. É nesse 
momento que a direção da empresa e os envolvidos na execução das tarefas vão 
ser informados sobre o que pode ser melhorado. 
 
É fundamental, portanto, que todo o trabalho de auditoria seja previamente 
planejado e estruturado, com conclusões lógicas e eficientes. Essa responsabilidade 
cabe única e exclusivamente ao auditor, que deve ter a prudência de dizer as coisas 
certas, no momento certo. 
 
Muitas vezes, porém, o Auditor desperdiça relatórios, apresentando os fatos de 
maneira desordenada e apresentando sugestões incompatíveis às soluções 
esperadas. 
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Se o Auditor conseguir fazer com que seu relatório seja facilmente compreendido 
por quem quer que leia, com toda certeza poderá assegurar-se de que o seu 
“produto” vai ser aceito e que a alta direção da empresa saberá valorizar e apreciar 
o seu trabalho. 
 
FINALIDADE 
• Meio de informar o resultado de nossos trabalhos. 
• “Produto” fornecido pelo auditor. 
 
DEVE SER 
• Cuidadosamente imaginado; 
• Adequadamente planejado; 
• Bem escrito. 
 
DEVE CONTER 
• Fatos constatados e de relevância; 
• Sugestões e recomendações para melhoras efetivas; 
• Procedimentos não observados; 
• Comentários do auditado. 
 
PARA O AUDITOR SERÁ 
• O atestado de que notou a anormalidade e a comunicou. 
• Uma imposição à gerência para que corrija a situação ou explique por que 
não a corrige. 
• O relatório bem escrito reduz o tempo de estudo, entendimento e 
discussão pela gerência. 
• O contato do auditor com a alta administração deve causar boa impressão. 
(Fonte: Professor Ibraim Lisboa) 
 
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TIPOS DE RELATÓRIOS 
 
Existem várias formas para se definir os tipos de relatórios. No entanto, devemos 
considerar que orelatório já é, por si só, bastante complexo e que a designação de 
um tipo ou nomenclatura correta de nada vale se o conteúdo não estiver à altura das 
necessidades da empresa. 
 
Porém, o Auditor deve ter estabelecido um sistema de emissão de relatórios que 
seja adequado ao momento ou situação, em que os fatos estejam ocorrendo ou 
forem apurados. 
 
Assim sendo, podemos dividir os relatórios em 5 tipos: 
 
1) RELATÓRIOS FINAIS SINTÉTICOS 
São os que se resumem em uma simples e rápida forma de transmissão de fatos e 
exigem maior capacidade do auditor. 
 
Como o próprio nome já diz, o Relatório Sintético é aquele que deve ser utilizado 
para informar a alta direção da empresa, de forma rápida e sucinta, sobre o que não 
vai bem ou necessita correção. 
 
Os gerentes dos departamentos de empresas são homens habituados às rápidas 
decisões, possuindo grande capacidade de resolver problemas em poucas palavras. 
 
Por essa razão, somos da opinião de que os Relatórios Sintéticos soa os de mais 
difícil elaboração, pois devem ter a propriedade de informar os fatos com poucas 
palavras e da forma mais abrangente possível, sem que a omissão de um pequeno 
detalhe prejudique o objetivo principal. 
 
2) RELATÓRIOS FINAIS ANALÍTICOS 
 
São os relatórios que devem levar aos setores auditados todas as informações e 
detalhes permissíveis à boa solução dos problemas, sem longas e infindáveis 
relações numéricas e cifras que não levam a nada. 
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Os fatos de menor relevância podem ser encontrados nos papéis de trabalhos, os 
quais podem ser gentilmente oferecidos pelo auditor , ou relacionados à parte 
quando houver necessidade. 
 
O Relatório Analítico é o meio de comunicação que o auditor possui para se 
relacionar com todos os setores envolvidos nos trabalhos realizados. É a forma de 
se comunicar com os funcionários em nível de execução. Portanto, devem ser 
apresentados de maneira clara e simples. 
 
3) RELATÓRIOS ESPECIAIS 
O próprio nome diz tudo. Em nosso entender, os Relatórios Especiais são aqueles 
que fogem do cotidiano. 
 
Podem ser também considerados Relatórios Confidenciais. 
 
Entende-se por Relatório Confidencial aquele que é solicitado exclusivamente pelo 
diretor da empresa, e que tem interesse exclusivo sobre um determinado assunto. 
Exemplo: o diretor da empresa chama o gerente de auditoria (no qual deposita toda 
confiança) e pede para que seja observado um item ou um assunto que só a ele 
interessa. 
 
Os Relatórios Especiais são também aqueles que reportam as indesejáveis fraudes 
de maneira reservada. 
 
4) RELATÓRIOS PARCIAIS 
Durante as verificações, o auditor muitas vezes se depara com fatos ou ocorrências 
que devem ser levadas de imediato ao conhecimento da gerência ou direção da 
empresa. 
 
É bastante comum que durante os exames surjam problemas que exijam correções 
imediatas para que se evite a continuidade de falhas e haja tempo suficiente para 
elaboração do relatório final. 
 
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O Relatório Parcial é o recurso disponível para essa finalidade. 
 
Ao efetuar uma auditoria no departamento pessoal, por exemplo, o auditor constata 
que uma determinada alíquota da GRPS- Guia de Recolhimento da Previdência 
Social, vem sendo calculada erroneamente. Ele deve imediatamente elaborar um 
Relatório Parcial comunicando a situação existente e que deve ser corrigida. 
 
É evidente que esse relatório não terá a sobriedade e a mesma apresentação de um 
relatório completo sobre a extensão do ocorrido, porém, atende a necessidade de 
solucionar o problema. 
 
O Relatório Parcial pode ser apresentado em uma simples folha de papel de 
trabalho, devidamente identificada. 
 
O Relatório Parcial também serve para comunicar alguma dificuldade ou qualquer 
tipo de ocorrência que interfira diretamente no trabalho em execução ou, que de 
uma forma ou de outra, possa estar relacionado com a atividade do auditor. 
 
5) RELATÓRIOS VERBAIS 
Os mesmos conceitos dos relatórios escritos são aplicáveis aos Relatórios Verbais, 
porém com uma fundamental diferença: não existe rascunho para ser corrigido antes 
da redação final. 
 
Em um relatório escrito, o auditor pode reescrever parágrafos, mudar orações e 
períodos, enfim, aprimorar o texto antes que esteja nas mãos do destinatário. No 
Relatório Verbal, quando não há uma boa preparação, o auditor torna-se mais 
vulnerável e sujeito a expor condições desfavoráveis a ele. 
 
É muito importante considerar a diferença entre o que se fala e o que se escreve. 
 
O Relatório Verbal possui uma característica que os distingue dos outros tipos de 
relatórios: é muito mais rápido. 
 
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O aspecto de maior importância a ser considerado pela apresentação de um 
Relatório Verbal, refere-se à conduta do auditor para executar a tarefa. 
 
O auditor deve ser muito claro e objetivo, fazendo com que sua fala seja facilmente 
compreendida e assimilada, pois ao término de um Relatório Verbal não existem 
fontes para serem consultadas sobre o que não ficou claro. 
 
Assim sendo, o Relatório Verbal também deve ser previamente planejado e 
estruturado, pois o auditor tem que estar preparado para “prender” a atenção dos 
seus ouvintes, apresentando os fatos, recomendações ou sugestões, devidamente 
fundamentadas para que haja o interesse comum em solucionar problemas. 
 
A QUEM ENVIAR O RELATÓRIO 
 
A distribuição de um relatório varia em função do tipo de auditoria e da organização 
da empresa. 
 
EM GERAL É ENDEREÇADO: 
1) Ao diretor geral ou gerente geral. 
2) Ao gerente responsável pelas atividades sujeitas à auditoria. 
3) À pessoa diretamente ligada às atividades que estão sendo examinadas. 
 
A cada nível da administração deve ser enviado um relatório apontando as falhas 
das seções examinadas. 
 
Por exemplo: no exame da folha de pagamento são notadas as seguintes 
deficiências: 
1) Constantemente são feitos pagamentos que excedem o valor líquido da folha; 
2) Faltavam algumas declarações de dependentes; 
3) Para três funcionários selecionados, as deduções foram calculadas de forma 
incorreta; 
4) Foram pagas gratificações sem autorização. 
 
 
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ENVIAR RELATÓRIOS DISTINTOS AOS SEGUINTES SETORES: 
1) Alta Administração 
 Pagamentos em excesso 
 Gratificações sem autorização 
 
2) Chefe do Departamento de Pessoal 
 Falta de declaração de dependentes 
 Deduções calculadas incorretamente 
 
CONHEÇA QUEM IRÁ LER O RELATÓRIO E A UTILIDADE DO RELATÓRIO PARA 
ELE. IDEALIZE E ESCREVA O RELATÓRIO EM FUNÇÃO DESTES PRINCÍPIOS. 
 
CONTEÚDO BÁSICO DO RELATÓRIO 
 
OBJETIVOS 
a. Identificação das áreas auditadas. 
b. Perfil dos exames realizados. 
c. Data-base ou período auditado. 
d. Período em que foram realizados os exames. 
 
RESULTADOS DOS EXAMES 
a. Fatos constatados e de relevância. 
b. Informações relativas aos fatos constatados. 
c. Descrição dos procedimentos estabelecidos e dos pontos não seguidos. 
 
CONCLUSÕES 
a. Opinião clara e concisa do auditor, suportada em fatos; 
b. Comentários do auditado. 
 
RECOMENDAÇÕES 
a. Sugestões para melhorias efetivas. 
b. Informações adicionais à administração. 
c. Reduções de custos e/ou despesas. 
 
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ORGANIZAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E PLANEJAMENTO DO RELA TÓRIO 
 
a. Relatório deve ser uniforme; 
b. Os assuntos devem ser reunidos dando-se ênfase aos aspectos principais; 
c. A exposição deve ser coerente e contínua, sem sofrer interrupções nos 
parágrafos e sem alterar os assuntos. 
 
Como planejar um relatório com uniformidade, coerên cia e ênfase 
Através de um esboço, listando os tópicos ou itens que devam ser incluídos no 
relatório, decida a ordem dos itens listados. Geralmente os principais itens são 
listados no inicio do relatório. 
 
Revisão de esboço 
• Foram incluídos todos os pontos importantes? 
• Foram eliminados os pontos sem importância? 
• O agrupamento dos assuntos é lógico? 
 
Quando e como preparar o esboço 
QUANDO? 
• O mais próximo da data em que os serviços foram feitos. 
 
COMO? 
• Escreva sentenças curtas e objetivas; 
• Separe as seções com letras de destaque; 
• Use subtítulos entre as seções; 
• Deixe espaço entre os parágrafos; 
• A primeira sentença de cada parágrafo deve ser informativa; 
• Use terminologia familiar; 
• Evite parágrafos com excesso de números; 
• Use gráficos, mapas ou quadros quando há muitos números. 
 
 
 
 
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Os 3 “C”s do Relatório 
• CLARO 
• CONCISO 
• CORRETO 
 
O melhor meio de escrever relatórios pode ser sumar izado pelos 3 “C”s 
a) Seja “Claro” – use palavras que possam ser entendidas, evitando 
interpretações erradas. 
b) Seja “Conciso” – diga tudo que for importante, eliminando palavras 
desnecessárias. 
c) Seja “Correto” – não somente as informações, mas a escrita também deve ser 
correta. 
 
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7. DICAS PARA CONFECCIONAR O RELATÓRIO DE AUDITORIA 
 
No relatório de auditoria são mencionadas apenas as incorreções, deficiências, erros 
e possíveis fraudes. Não é utilizado com o intuito de parabenizar ninguém. 
 
Caso na visita, o Auditor não constatou ponto que merecesse destaque será emitido 
um relatório chamado de “Carta de Visita”, mencionando nesta que não houve 
nenhum comentário. 
 
Portanto, o relatório de auditoria, aos desavisados (maioria) soa como uma 
avaliação negativa ao seu trabalho, uma crítica, mas tem como objetivo salvaguarda 
das operações da empresa e tem utilidade na maioria das vezes de tirar a 
responsabilidade do próprio setor pelo fato a Diretoria tem conhecimento e nada fez. 
 
1 – DISCUTIR COM O RESPONSÁVEL PELO SETOR AUDITADO, OS PONTOS 
QUE IRÃO CONSTAR NO RELATÓRIO 
 
Acabou o trabalho de auditoria, agora posso ir embora? 
 
Não, depois de encerrados os procedimentos de auditoria, os pontos de atenção que 
irão constar no relatório devem ser discutidos um a um com o responsável do setor 
que está sendo auditado. 
 
É uma questão psicológica e muito importante, além de dar ciência ao responsável 
das incorreções, estas poderão ser previamente ajustadas tornando a auditoria 
dinâmica, Também se avalia o comportamento, sua concordância ou não: 
a) se concordar com a incorreção relatada pelo auditor, a incorreção pode ser 
relatada tranquilamente; 
b) havendo discordâncias, colocar as “barbas de molho” sobre os pontos 
controversos, ponderar as colocações e verificar sua razoabilidade, mas 
manter a posição se o Auditor julgar necessário e tiver firmeza (não pode 
relatar incorreção se no fundo não acredita se realmente houve) . 
Às vezes um ponto não analisado e não considerado muito bem tira a credibilidade 
de outros pontos importantes. Quando o responsável pelo setor auditado nos presta 
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esclarecimentos sobre as incorreções encontradas, estaremos também avaliando o 
seu comportamento e certamente a discordância será reclamada. A partir daí, 
poderemos fazer um novo juízo sobre o ocorrido. 
 
Por isso é importante a presente análise face à discussão dos erros antes da 
emissão do relatório. 
 
2 – DÚVIDAS AO RELATAR DETERMINADO ASSUNTO 
 
Havendo dúvidas se deve relatar ou não determinado assunto, trocar idéia com um 
colega ou com seu gerente de auditoria. 
 
Cada ponto, por mais que irrelevante deverá constar no relatório desde que o 
Auditor tenha convicção em sobre o assunto. 
 
Caso 1: Não nos foram apresentadas as folhas originais do extrato de conta corrente 
do Banco X. 
Ocorreu que o responsável pelas transações financeiras montava os extratos de 
conta corrente no Excel e vinha reiteradamente transferindo valores para a sua 
conta corrente. 
 
Caso 2 - Não vem sendo conciliada a conta contábil diversos clientes (12110001-
10). 
O pessoal do faturamento vinha a tempos fazendo festa (“cachorro’”.) e desviando 
valores. O faturamento entrava em contato com os clientes, para depositarem o 
valor em outras contas correntes (metade do valor), o Contas a Receber baixava os 
valores, porém na Contabilidade não fechava com os relatórios. Como a conta não 
era conciliada contabilmente, apenas se descobriu o “furo” por suspeitas que o 
pessoal vinha trabalhar com carro importado e ganhava na época 2 a 3 salários 
mínimos. 
 
Ao Auditor cabe relatar as incorreções e não resolver a situação comentada. Nesse 
sentido, as mínimas coisas devem ser relatadas, pois é ela a ponta do “iceberg”, 
mesmo quando reiteradamente vêem sendo relatadas e a administração nada faz. 
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O relatório isenta toda a responsabilidade do Auditor sobre o assunto, desde que 
esteja relatado. 
 
3 – INICIAR E FAZER O RELATÓRIO NA EMPRESA AUDITADA 
 
O relatório pode ser iniciado na empresa, pois nessa ocasião o assunto está “fresco 
na cabeça” e haverá maior facilidade em escrevê-lo. 
 
Ocorre muitas vezes que o Auditor realiza trabalhos em outras empresas e só 
depois de 20 ou 30 dias fará o relatório, fato que prejudica a qualidade do mesmo. 
 
4 – DOCUMENTO SOLICITADO E NÃO ENTREGUE 
 
Quando o Auditor solicita determinado documento e o mesmo não entregue. 
 
* usar: Não nos foi apresentado tal documento. 
* não usar: Não existe tal documento. 
* motivo: Se ele for apresentado em uma fase posterior pelo responsável pelo setor, 
fica uma situação delicada para o auditor que afirmou que o contrato não existia. O 
Auditor será chamado a explicar o ocorrido e poderá dizer: “na ocasião da auditoria, 
o documento foi solicitado e não foi apresentado, aí pode-se remeter a situação na 
desorganização da empresa, qual o motivo da ocultação do documento", etc. 
 
Aqui cabe, também, um comentário quanto aos papéis de trabalho. O Auditor deve 
se munir de todas as provas possíveis do que for constar no relatório. 
 
Em uma visita de auditoria, foi constatado que um contrato envolvendo altos valores 
não estava devidamente assinado e já havia sido pago quase todas as parcelas a 
ele inerente. O Auditor tirou cópia do documento que estava sem assinatura. Porém, 
na reunião de apresentação do Gerente de Auditoria com a alta direção da empresa, 
o contrato foi apresentado assinado e ainda o responsável pelo setor culpou o 
Auditor pelo mau serviço. Como foi um assunto expressivo, o Auditor posteriormente 
verificando nos seus papéis de trabalho apresentou o contrato sem assinatura. 
Houve uma desconfiança, foi instaurado um processo interno para averiguar o 
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assunto e descobriu-se que o responsável pelo setor já havia desviado milhões de 
reais. 
Por isso o que relatar deve ser feito com base em provas, principalmente em 
documentos que podem ser alterados, desde a saída do Auditor até a leitura do 
relatório. 
 
5 – DESCREVER, DETALHAR, QUALIFICAR E IDENTIFICAR A S INCORREÇÕES 
 
Exemplo 1: 
Não foi retido o IRRF sobre a NF do fornecedor X. 
Recomendamos efetua a retenção. 
 
Exemplo 2: 
Não foi retido o IRRF sobre a NF 10, emitida pela empresa X, em 10/11/2006, no 
valor de R$ 2.000.00. 
Recomendamos que o setor de contas a pagar, antes de liberar o pagamento ao 
fornecedor, verifique se há incidência dos impostos retidos, pois após o pagamento 
não será mais possível a retenção, assumindo assim o ônus do recolhimento sem a 
retenção conforme determina o art. 10, do Decreto 3.000/99. 
 
Considerações 
No exemplo 1 ficam as perguntas: Qual nota fiscal? Qual a data? Qual o valor? Qual 
dispositivo legal que devo seguir? 
 
Se alguém quiser checar o relato não vai ser possível; lembre-se que na hora em 
que o relatório é lido não estará presente o auditor para explicar o que escreveu. 
 
Havendo dúvida quanto à clareza e concisão do relatório, uma dica é pedir para 
alguém ler e verificar se o mesmo está inteligível. 
 
O Diretor vai tomar uma providência em função do relatório; ele deverá ter subsídios 
claros para isso. 
 
 
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Sugestão: 
Não é procedimento a retenção do IRRF sobre as notas fiscais de serviços de 
vigilância, a título de exemplo citamos: 
Data NF Fornecedor Valor NF Vlr não retido 
05/06/07 10 A 2.000,00 30,00 
08/06/07 11110 B 5.000,00 75,00 
10/07/07 180 C 2.000,00 30,00 
 
Recomendamos que o setor de contas a pagar, antes de liberar o pagamento ao 
fornecedor, verifique se há incidência dos impostos retidos, pois após o pagamento 
não será mais possível a retenção, assumindo assim o ônus do recolhimento sem a 
retenção conforme determina o art. 10, do Decreto 3.000/99. 
 
O Auditor não precisa mencionar todas as notas fiscais que não houve retenção, 
basta mencionar o procedimento incorreto, citar alguns exemplos e fazer as 
recomendações. 
 
6 – O AUDITOR APENAS AUDITA, NÃO É DE SUA COMPETÊNC IA EFETUAR A 
CONCILIAÇÃO DAS CONTAS 
 
Não cabe ao auditor conciliar as contas, deve mencionar em relatório que as contas 
contábeis não estão conciliadas 
 
Exemplo: 
Observamos divergência entre saldo contábil da conta de fornecedores, em 
31/12/2006 e o saldo do relatório do contas a pagar , como demonstramos abaixo: 
Descrição Valor R$ 
 
Saldo Contábil Fornecedor X 1.510.000,00 
Saldo Relatório Contas a Pagar Fornecedor X 1.450.000,00 
Diferença 60.000,00 
 
Recomendamos conciliar os respectivos demonstrativos a fim de apurar as 
divergências. 
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7- O RELATÓRIO NÃO APONTA PESSOAS CULPADAS MAS SIM 
PROCEDIMENTOS INCORRETOS 
 
Não mencionar nomes das pessoas nas incorreções. 
 
* usar: A DCTF relativa ao mês de janeiro/2007 foi preenchida incorretamente nos 
campos... 
* não usar: João dos Santos preencheu incorretamente a DCTF... 
 
Deve constar nomes para identificar a incorreção e não dizer de quem foi o erro: - A 
ficha de salário-família do funcionário João dos Santos não estava preenchida 
quando aos dados de seu filho. 
 
E não no seguinte caso: O responsável pelo preenchimento das fichas de salário-
família, Tiago Martins, não está preenchido as fichas de salário-família... 
 
8- CITAR O DISPOSITIVO LEGAL QUANDO POSSÍVEL 
 
Exemplo 1: 
Não foi retido o imposto de renda relativo às notas fiscais de serviço de limpeza. A 
título de exemplo citamos a NF 10, da empresa X, emitida em 30/06/2006, no valor 
de R$ 2.000,00 
 
De acordo com o art..... da Lei nº. ......../2002, deve ser retido o IRRF relativo aos 
serviço de limpeza. 
 
Recomendamos reter o IRRF, conforme determina a Lei nº. ......../2002, com o intuito 
de evitar multas e não assumir o ônus do recolhimento pela falta da retenção. 
 
Exemplo 2: 
Constatamos que a empresa não efetuou o recolhimento sobre a NF 10, da empresa 
X, emitida e 30/06/2006, no valor de R$ 2.000,00, relativo a serviços de limpeza. 
 
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Salientamos que a empresa deverá reter o IRRF sobre serviços de limpeza, no 
percentual de 1,5%, conforme determina o art..... da Lei nº ......../2002, sendo 
dispensada a retenção de valores iguais ou inferiores a R$ 10,00. 
 
Exemplo 3: 
A empresa não vem retendo o IRRF sobre os serviços de limpeza e conservação, 
como exemplo citamos notas fiscais sem a devida retenção: 
 
- NF 10, da empresa X, emitida e 30/06/2006, no valor de R$ 2.000,00; 
-........... 
 
Ressaltamos que o IRRF sobre serviços de limpeza e conservação deve ser retido à 
alíquota de 1,5% sobre a nota fiscal conforme determina o art..... da Lei nº 
......../2002. 
 
9- AUDITOR “SABONETE”, QUANDO O ASSUNTO NÃO ESTÁ P ACIFICADO 
PELOS TRIBUNAIS 
 
O Auditor não é obrigado a saber de tudo, mas não pode ficar com o ônus da 
responsabilidade pelo fato de não relatar determinado assunto que poderá gerar 
uma contingência passiva, mesmo que não se configura necessariamente uma 
incorreção. Muitas vezes, pelo que já notei, os Auditores são contratados para dizer 
o que está errado, não significa que necessariamente a empresa tome providências. 
Não cabe ao Auditor resolver os problemas, mas mencioná-los no Relatório de 
Auditoria . 
 
Ocorrem situações em que o Auditor deve ser “sabonete”, ou seja, não dizer nem 
que sim nem que não, não omite o assunto da Diretoria mas “joga”a 
responsabilidade para a própria empresa (devolve a “batata quente” como pegou). 
 
Exemplo1: 
Constamos que a empresa vem excluindo o ICMS da base de cálculo do PIS e da 
COFINS. 
 
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Alertamos que o referido assunto ainda não está totalmente pacificado pelos 
tribunais, inclusive a votação está em andamento e não há uma definição da 
Suprema Corte. 
 
Recomendamos manter (viabilizar) um estudo jurídico específico sobre o assunto, 
destacando quais os riscos em caso de fiscalização, bem como o impacto presente 
e futuro no fluxo de caixa, com o intuito de criar um plano de contingência em caso 
de autuações fiscais. 
 
Cabe à administração decidir sobre os riscos de sua atividade, porém esses ricos 
não devem comprometer a saúde financeira da empresa a longo prazo. 
 
Estudo do caso: É comum o setor tributário consultar o Auditor sobre o assuntos 
controvertidos ou não pacificados, o Auditor por sua vez também detecta tal posição 
da empresa em suas revisões tributárias, pois em uma autuação fiscal o valor será 
significativo. Posicionar-se contra não é o caminho (a não ser que seja uma 
aberração), pode ser que a jurisprudência torne-se favorável. Omitir-se significa 
manter posição a favor. Pelo sim e pelo não, o Auditor menciona a possível 
contingência, assim quem na administração que não sabia do risco ficou sabendo, e 
a auditoria não assume responsabilidade por omissão do assunto, deixando todos 
os riscos a cargo da empresa. 
 
Exemplo 2: 
A empresa não vem recolhendo o INSS sobre os prêmios pagos aos funcionários, 
por entender que é uma verba indenizatória, como exemplo citamos a folha de 
pagamento do mês de junho de 2006, do funcionário Paulo Henrique Lima.Pelo fato de haver controvérsia jurisprudencial sobre o exposto, recomendamos 
realizar, por escrito, uma consulta aos órgãos da Receita Federal do Brasil sobre o 
assunto em tela. 
 
Estudo do caso: Em uma autuação do INSS, a empresa auditada em nada pode 
reclamar que a auditoria não avisou sobre o assunto, por outro lado joga toda a 
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responsabilidade para a Diretoria. É uma forma de tirar a pressão do Auditor e 
passá-la para a própria empresa. 
 
Considerações: 
• Se o Auditor não mencionar em relatório, assume meia culpa por não ter 
alertado. Quando as coisas estouram, alguém deve levar a culpa. A auditoria, 
através do relatório fez o seu papel e informou a existência de uma possível 
contingência que poderá afetar a empresa. 
 
• O Auditor não pode ser totalmente contrário ao entendimento tributário ou de 
qualquer área da empresa, pois faz parte de qualquer atividade econômica 
assumir riscos. Porém, cabe ao Auditor alertar sobre a possibilidade da 
contingência. 
 
• Ao mencionar o fato, em relatório, não toma posição nem contra nem a favor, 
mas não se omite, emite sua opinião alertando a alta Diretoria sobre o que 
está acontecendo (este é seu dever). A empresa tem a liberdade para 
administrar seus riscos e contingências. Fato que a empresa não pode 
reclamar que nunca foi avisado. 
 
10 – JUSTIFICAR AS RECOMENDAÇÕES MEDIANTE IDÉIAS LÓ GICAS 
 
Constatamos que as contas contábeis abaixo não estavam conciliadas até a data de 
nossa visita. 
 
- Cheques devolvidos 
- Duplicatas a receber 
 
Recomendamos manter conciliadas as contas contábeis. A conciliação contábil é um 
procedimento de controle interno com a finalidade de evitar fraudes, erros e 
ineficiências, bem como impedir a ocultação de incorreções e falcatruas. 
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11- JARGÕES DE AUDITORIA 
 
Introdução ao ponto: 
• Constatamos 
• Examinamos 
• Verificamos 
• Averiguamos 
• Observamos 
• Analisamos 
Observação: utilizar os jargões acima apenas quando não for possível ir direto ao 
assunto. 
 
Recomendações: 
• Recomendamos 
• Salientamos 
• Sugerimos 
• Ressaltamos 
• Alertamos 
• Lembramos 
 
Para justificar as recomendações: 
• A fim de que 
• Com o intuito 
• Com o objetivo 
• Objetivando 
• Com vistas 
• No sentido de 
• De forma a 
• Em função de 
• Visando 
 
 
 
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12- USAR SINÔNIMOS 
 
Não repetir palavras no mesmo parágrafo. Para isso é necessário usar sinônimos: 
recorrer ao Aurélio ou até mesmo dicionário do próprio Word, desde que a nova 
palavra não altere o sentido. 
 
13 – REVISÃO DO RELATÓRIO 
 
O relatório deve ser revisado por pessoa que não o elaborou, exemplo: 
concordância gramatical, ortografia, bem como o sentido geral do texto. Não é 
aconselhável o relatório ser revisado por quem o elaborou. 
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8. CONTROLES INTERNOS 
 
Os problemas de Controle Interno encontram-se em todas as áreas das empresas 
modernas. Exemplo: vendas, fabricação, compras. 
Quando exercido adequadamente sobre uma das funções acima, o controle assume 
fundamental importância, objetivando atingir os resultados mais favoráveis com 
menores desperdícios. 
 
Todavia é preciso distinguir: 
• Auditoria Interna: equivale a um trabalho organizado de revisão e apreciação 
de trabalho, normalmente executado por um departamento especializado. 
• Controle Interno: refere-se aos procedimentos e à organização adotados 
como planos permanentes da empresa. 
 
Antes de elaborar o plano ou programa que guiarão auditor, é necessário observar 
como se encontram os controles da empresa. 
 quanto melhor o controle, mais segurança para o trabalho; 
 quanto menor o controle, mais cuidado será exigido na execução das tarefas. 
 
“O controle Interno compreende o plano de organização e todos os métodos e 
medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e 
fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas operações e estimular 
o cumprimento das políticas administrativas prescritas.” 
 
• Avaliação do Controle Interno 
As normas de auditoria geralmente aceitas, referentes ao trabalho de campo, 
estabelecem que o auditor deve avaliar o sistema de controle interno da empresa 
auditada, a fim de determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos de 
auditoria. 
 
O auditor executa os seguintes passos na avaliação do controle interno: 
 levanta o sistema de controle interno; 
 verifica se o sistema levantado é o que se está sendo seguindo na prática; 
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 avalia a possibilidade de o sistema revelar de imediato erros e irregularidades; 
 determina o tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria. 
 
Preocupados com a evasão de divisas, eles armam-se contra o problema e 
mostram-se, cada vez mais, interessados em aprender novas técnicas e 
procedimentos básicos para evitar situações de fraudes, subornos e desfalques. 
Além da adoção de rígidos controles internos, o papel da auditoria vem ganhando 
crescente importância e contribui para a eficácia dos resultados finais em qualquer 
companhia. 
 
• Importância do Controle Interno 
A administração da empresa é responsável pelo estabelecimento do sistema de 
controle interno, pela verificação de seu cumprimento pelos funcionários e por sua 
modificação, visando adaptá-lo às novas circunstâncias. 
 
 
 
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FUNÇÃO DE COMPLIANCE 
 
Com a abertura comercial incrementada nacionalmente a partir de 1992, o Brasil 
buscou alinhar-se com o Mercado Mundial da alta competitividade e, 
simultaneamente, os Órgãos Reguladores aumentaram sua preocupação em 
implementar novas regras de segurança para as empresas e a regulamentar o 
Mercado Interno em aderência às Regras Internacionais. 
 
Quanto ao exercício da função de Compliance com base nos estudos efetuados 
acerca do tema desponta-se a real necessidade de apresentar às empresas 
conceitos que definam e dêem a abrangência da função de Compliance. No que se 
refere às suas definições temos: 
 
• Compliance: “Vem do verbo em inglês “To Comply”, que significa “Cumprir”, 
“Executar”, “Satisfazer”, “Realizar o que lhe foi imposto” ou seja, Compliance 
é o dever de cumprir, de estar em conformidade e fazer cumprir regulamentos 
internos e externos impostos às atividades da empresa.” 
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• “Estar em Compliance”: Estar em Compliance é estar em conformidade com 
leis e regulamentos internos e externos, é, acima de tudo, uma obrigação 
individual de cada colaborador dentro da empresa. 
• “Risco de Compliance”: É o risco de sanções legais ou regulatórias, de perda 
financeira ou de reputação que uma empresa pode sofrer como resultado da 
falha no cumprimento da aplicação de leis, regulamentos, código de conduta. 
 
• Missão de Compliance 
“Assegurar, em conjunto com as demais áreas, a adequação, fortalecimento e oao mercado suas demonstrações contábeis, em função da obtenção de registro para 
negociação dos títulos de sua emissão. 
 
Ao decidir pela divulgação da conciliação, a administração da entidade deverá 
observar o quão equivalentes são essas práticas. As demonstrações contábeis 
preparadas conforme uma determinada prática contábil podem ser consideradas 
equivalentes às preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil 
quando ambas as análises, de ambos os conjuntos de demonstrações, 
possibilitarem aos investidores decisão similar em termos de investimento ou 
alienação de investimento anteriormente detido. Se as práticas contábeis de ambos 
os conjuntos forem equivalentes e, portanto, não indicarem a falta de similaridade 
nas decisões do investidor, não haverá necessidade de inclusão de nota explicativa, 
conciliação ou reclassificações de números. A questão surge, então, se os princípios 
e/ou as práticas não forem equivalentes e, portanto, indicarem falta de similaridade 
nas decisões do investidor. 
 
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Neste último caso, a apresentação da conciliação das diferenças entre as práticas 
contábeis adotadas no Brasil e outras práticas contábeis deve ser quantitativa e 
qualitativa. Assim, a divulgação da conciliação requer a preparação e a divulgação, 
no mínimo, das seguintes informações: 
a) Conciliação entre os lucros (prejuízos) líquidos do período e/ou exercício; 
b) Conciliação entre os patrimônios líquidos na data do balanço; 
c) Explicação da natureza dos principais itens de conciliação. 
 
Em determinados casos, é possível que as divergências sejam de tal magnitude que 
apenas a preparação de novas demonstrações contábeis segundo outro conjunto de 
princípios contábeis que não os prevalentes no Brasil sejam a solução. Em outros 
casos, poderão existir algumas instâncias de parcial equivalência que podem ser 
resolvidas ou remediadas, dependendo da natureza das divergências. Essas 
divergências podem incluir divulgações adicionais, reconciliações etc. Esse 
julgamento deverá ser feito pela administração e anuído pelos auditores 
independentes da companhia aberta, e deverá estar apoiado em procedimentos 
aceitos por órgãos reguladores e emissores de normas contábeis. 
 
Diante do exposto, verifica-se que existe uma extensa gama de informações que 
devem constar de Notas Explicativas e que precisam, portanto, ser cuidadosamente 
analisadas por ocasião da elaboração das demonstrações financeiras; é necessário 
verificar que tipos de informações devem constar dessas notas, não se restringindo 
apenas aos requisitos mínimos da Lei das S/A, mas considerando ainda informações 
complementares necessárias a um melhor esclarecimento da posição patrimonial e 
financeira e dos resultados das operações da empresa, particularmente no que se 
refere às práticas contábeis específicas no ramo de atividades da empresa. 
 
• PARECER DE AUDITORIA 
 
O parecer dos Auditores Independentes é o documento mediante o qual o auditor 
expressa sua opinião de forma clara e objetiva, sobre as demonstrações contábeis 
quanto ao adequado atendimento, ou não, a todos os aspectos relevantes. 
O parecer emitido pelo auditor independente compõe-se basicamente, de três 
parágrafos, como se segue: 
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a) Parágrafo referente à identificação das demonstrações contábeis e à definição 
das responsabilidades da administração e dos auditores; 
b) Parágrafo referente à extensão dos trabalhos; 
c) Parágrafo referente à opinião sobre as demonstrações contábeis. 
O parecer deve expressar, claramente, a opinião do auditor sobre se as 
demonstrações contábeis da entidade representam, em todos os aspectos 
relevantes: 
a) Sua posição patrimonial e financeira; 
b) O resultado de suas operações para o período a que correspondem; 
c) As mutações de seu patrimônio líquido para o período a que correspondem; 
d) As origens e aplicações de recursos para o período a que correspondem. 
 
O auditor deve ter como base e fazer referência aos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade como definidos e aceitos em nosso país. 
 
O auditor deve, no seu parecer, declarar se o exame foi efetuado de acordo com as 
normas de auditoria. Normas de auditoria significam aquelas emitidas ou aprovadas 
pelo Conselho Federal de Contabilidade. Na ausência de disposições específicas, 
prevalecem as normas já consagradas pela Profissão Contábil, formalizadas ou não 
pelos seus organismos próprios. 
 
O parecer deverá, ainda, conter a descrição concisa dos trabalhos executados pelo 
auditor, compreendendo: planejamento dos trabalhos; avaliação do sistema contábil 
e de controles internos da entidade; execução dos exames com base em testes; 
avaliação das práticas e das estimativas contábeis adotadas, bem como da 
apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 
 
O parecer deve ser datado, visando informar ao leitor que o auditor considerou o 
efeito, sobre as demonstrações contábeis e sobre seu parecer, de eventos ou 
transações da entidade, dos quais ele teve conhecimento, ocorridos entre a data de 
encerramento do período a que se referem às demonstrações contábeis e a data do 
parecer. 
 
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TIPOS DE PARECER 
O parecer sem ressalva é emitido quando o auditor está convencido sobre todos os 
aspectos relevantes dos assuntos tratados no âmbito de auditoria, O parecer do 
auditor independente deve expressar essa convicção de forma clara e objetiva. 
 
O parecer com ressalva é emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer 
discordância ou restrição na extensão de um trabalho não é de tal magnitude que 
requeira parecer adverso ou abstenção de opinião. 
 
O auditor dever emitir parecer adverso quando verificar que as demonstrações 
contábeis estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a 
emissão do parecer com ressalva. 
 
O parecer com abstenção de opinião é emitido quando houver limitação significativa 
na extensão de seus exames que impossibilitem o auditor expressar opinião sobre 
as demonstrações contábeis por não ter obtido comprovação suficiente para 
fundamentá-la. 
 
ANÁLISE DE BALANÇOS 
 
A análise de balanços proporciona um exame a respeito da posição atual e da 
evolução da situação econômica e financeira da empresa, bem como a comparação 
do desempenho dela com a de outras. 
 
A finalidade da analise de balanço é auxiliar os usuários a otimizarem suas decisões 
em relação à empresa. Para tanto elas combinam um conjunto de indicadores 
obtidos através das demonstrações contábeis de uma empresa em particular e os 
comparam com seus períodos anteriores, com os indicadores de outras empresas 
do mesmo setor e com indicadores padrão do setor. Isso lhe permite tirar conclusões 
a respeito da empresa estando suficientemente informados para tomar decisões. 
 
Podemos definir análise de balanço como a aplicação do raciocínio analítico 
dedutivo sobre os valores dos elementos patrimoniais e suas inter-relações, 
expressos nas demonstrações contábeis de uma entidade, com a finalidade de 
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conseguir uma avaliação econômico-financeira da sua situação e do andamento das 
suas operações. O objetivo geral é obter elementos para o processo de avaliação da 
continuidade financeira e operacional da entidade analisada. 
 
Em outrasfuncionamento do Sistema de Controles Internos da empresa, procurando mitigar os 
Riscos de acordo com a complexidade de seus negócios, bem como disseminar a 
cultura de controles para assegurar o cumprimento de leis e regulamentos 
existentes”. 
 
• O Relacionamento de Compliance com Risco Operacional 
Hoje novas normas e metodologias para controle do risco operacional têm sido 
implementadas. A própria definição de risco operacional como sendo “o risco de 
perda direta ou indireta decorrente de sistemas, pessoas e processos internos 
inadequados ou reprovados”, estabelece a necessidade de Modelos de Gestão 
baseados em normas, procedimentos e controles. 
 
A definição acima inclui o risco operacional em sua plenitude, significando que todos 
os processos, desde o negócio-fim até os meios pelos quais estes são realizados, 
são possíveis geradores de perdas e sujeitos aos controles e acompanhamentos 
pertinentes. 
 
O Risco Operacional, tal qual o Compliance, insere-se no contexto do Sistema de 
Controles Internos de todas as empresas, devendo ser controlado e mitigado no 
âmbito geral, com o envolvimento de todos os níveis da organização e 
acompanhamento da aderência, eficácia e efetividade de sua aplicação. 
 
Uma das etapas do Processo de Gestão de Risco Operacional é sua medição 
quantitativa para, por meio de cálculos específicos, possibilitar a transformação 
destas informações (falhas nos controles internos) em valores para Alocação de 
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Capital. Além disto, os órgãos reguladores têm enfatizado que uma das principais 
ferramentas para determinar o valor de Alocação de Capital, será a base histórica da 
empresa de perdas e ocorrências, que a Gestão de Risco Operacional deverá 
desenvolver e administrar. 
 
O trabalho desenvolvido pela Gestão de Compliance, que atuará juntamente com os 
gestores do negócio para a busca da Conformidade dos Controles Internos, realiza-
se por meio da monitoração qualitativa dos processos, sendo fator mitigante da 
ocorrência de Risco Operacional pela adequação dos controles à atividade, através 
da realização de Ações de Melhoria. 
 
Podemos concluir que a atuação de Compliance estará voltada para assegurar a 
existência de: 
 Políticas e Normas; 
 Pontos de Controle nos Processos para mitigar os Riscos; 
 Relatórios, ou outros meios adequados, contendo informações da base de 
dados do Risco Operacional materializado, para que os gestores possam a 
atuar em conjunto com a Área de Compliance na busca da regularização e 
melhoria dos Controles Internos procurando mitigar o Risco. 
 Práticas Saudáveis para a Gestão de Riscos Operacionais. 
 
• Diferença entre Auditoria Interna e Compliance 
Conforme publicado pelo “THE INSTITUTE OF INTERNAL AUDITORS” dos EUA, a 
Auditoria Interna é uma atividade independente, de avaliação objetiva e de 
consultoria, destinada a acrescentar valor e melhorar as operações de uma 
organização. A Auditoria Interna assiste a organização na consecução dos seus 
objetivos, através de uma abordagem sistemática e disciplinada, na avaliação da 
eficácia da gestão de risco, do controle e dos processos de governança. 
Contudo, para executar seu trabalho é preciso que o profissional da Auditoria Interna 
esteja inteirado sobre as atividades desenvolvidas pelo “Compliance”, com o 
estabelecimento de um trabalho em parceria, coordenado onde, quando de suas 
visitas, a Auditoria possa munir-se das informações relevantes, principalmente sobre 
o resultado da identificação e avaliação dos controles e riscos. 
 
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As atividades desenvolvidas por estas áreas não são idênticas mas sim 
complementares pois enquanto a Auditoria Interna efetua seus trabalhos de forma 
aleatória e temporal, por meio de amostragens, a fim de certificar o cumprimento das 
normas e processos instituídos pela Alta Administração, o Compliance executa suas 
atividades de forma rotineira e permanente, sendo responsável por monitorar e 
assegurar de maneira corporativa e tempestiva que as diversas “unidades” da 
empresa estejam respeitando as regras aplicáveis a cada negócio, por meio do 
cumprimento das normas, dos processos internos, da prevenção e do controle de 
riscos envolvidos em cada atividade. Compliance é um braço dos Órgãos 
Reguladores junto a Administração, no que se refere à segurança, respeito à normas 
e controles, na busca da conformidade. 
 
PARTE PRÁTICA 
 
Estudo de Caso 
 
AUDITORIA EM UMA GRANDE EMPRESA REVENDEDORA DE PEÇA S 
 
A empresa de Auditoria Prates S/C. Ltda. é contratada por uma grande empresa 
revendedora de peças de determinada região. 
Nas visitas preliminares e na conseqüente avaliação do controle interno, os 
auditores constatam que a empresa não possui um sistema de controle interno 
organizado. Nas avaliações que se seguem, comprovam que, na ausência do 
tesoureiro, é o contador quem assume os serviços. Tal iniciativa é justificada pelo 
contador como decorrência das facilidades que os profissionais da área contábil têm 
no manejo da área financeira. "Com isso, evito muitos problemas", afirma o 
contador. 
Outra situação constatada pelos auditores diz respeito ao controle de estoques da 
empresa. O responsável pela área de compras efetua todos os procedimentos 
necessários à aquisição de mercadorias, tendo ainda como atribuição o 
recebimento, a conferência e a devolução, caso apresentem problemas. O controle é 
periódico, sendo as contagens físicas efetuadas de seis em seis meses. Quem 
efetua as contagens são os funcionários do almoxarifado, pois, segundo o 
responsável, eles têm melhor conhecimento da organização e localização dos 
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produtos, o que facilita o processo, além de reduzir o custo e o tempo de execução 
do trabalho. 
 
Questões: 
 
1. Faça uma análise do sistema de controle interno da empresa, avaliando os 
procedimentos que estão sendo utilizados pelas áreas de Tesouraria e 
Estoques. 
 
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9. PERÍCIA CONTÁBIL 
 
“Perícia é um instrumento especial de constatação, prova ou demonstração, 
científica ou técnica, da veracidade de situações, coisas ou fatos” 
 
Assim, a perícia é um modo definido e delimitado, é um instrumento, portanto, e, 
este, por sua vez é especial porque se caracteriza por uma peça ou relatório com 
características formais, intrínsecas e extrínsecas, também definidas (o laudo 
pericial). Essa peça contém, por outro lado, o resultado materializado, fundamentado 
cientifica ou tecnicamente, dos procedimentos utilizados para constatação, prova ou 
demonstração conclusiva sobre a veracidade do estado do objeto sobre o qual 
recaiu (a situação, coisa ou fato). 
 
Em uma definição simples e absolutamente prática, podemos definir perícia contábil 
como sendo a busca ou a construção de uma verdade sobre determinado fato, 
aspecto, coisa ou situação, por meio de procedimentos técnicos e científicos, sob 
responsabilidades de profissionais com formação superior em Contabilidade, com a 
finalidade de levar à instância decisória elementos de prova necessários à subsidiar 
justa solução do litígio sob questão. 
 
Invariavelmente, em qualquer demanda judicial proposta, pelo menos em teses, 
sempre estarão presentes três espécies de verdade: a) a verdade na visão do autor, 
devidamente fundamentada pelo patrono; b) a verdade na visão do réu, que 
contesta as alegações do primeiro e tenta redirecionar os fatos em caminhos 
divergentes e, c) a verdade verdadeira, ou seja, aquela que deverá prevalecer por 
ocasião da decisão judicial; resultando aqui, portanto, a importância do Laudo 
Pericial, documento por meio do qual o perito designado se manifesta acerca dos 
trabalhos e conclusões que lhes foram conferidas. 
 
A imagem abaixo reproduzida se presta para esquematizar numa visão acadêmica, 
como as verdades são apresentadas ou sustentadas, e o necessário equilíbrio para 
uma justa solução do litígio estabelecido entre as partes. 
 
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Em outra abordagem também acadêmica, sempre que qualquer das partes 
litigantes, inclusive o douto juízo, entenderem necessária a realização da perícia 
contábil como meio de corroborar alegações; suprir a falta ou insuficiência de 
conhecimentos específicos sobre determinados fatos, aspectos, particularidades ou 
então construir provas acerca da verdade verdadeira, Contadores, com ilibada 
postura e capacidade profissional serão indicados ou destacados para emprestar 
seus conhecimentos técnicos e científicos e, por meio do Laudo Pericial, externar as 
conclusões que subsidiarão uma justa solução da demanda. 
 
Igualmente, a imagem seguinte se presta, numa visão acadêmica, para demonstrar 
de forma estática, como funciona na prática uma perícia contábil e como os 
profissionais designados são acolhidos neste fascinante cenário que se constitui em 
prerrogativa exclusiva dos Contadores. 
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LAUDOS PERICIAIS 
 
CONCEITO = É a manifestação literal do profissional de contabilidade (perito 
contábil) sobre fatos patrimoniais devidamente circunstanciados gerando a peça 
tecnológica denominada “LAUDO PERICIAL CONTABIL”. 
 
É o julgamento ou pronunciamento, baseado nos conhecimentos que em o 
profissional da contabilidade, em face de eventos ou fatos que são submetidos a sua 
apreciação. 
 
No processo, é usual, formulam-se “QUESITOS”. 
 
O perito do juiz examina a questão e dá sua opinião através do seu laudo. 
 
No laudo pericial a opinião do perito deve estar: 
 1- Justificada 
 2- Lastreada em elementos sólidos 
 3- Ao alcance de quem dela vai-se utilizar 
 
 
 
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Estruturas dos Laudos 
 
Não existe um padrão de laudo, mas existem formalidades que compõem a estrutura 
dos mesmos. 
 
Em geral, no mínimo, um laudo deve ter em sua estrutura os seguintes elementos: 
1. Prólogo de encaminhamento. 
2. Quesitos 
3. Respostas 
4. Assinatura do perito 
5. Anexos 
6. Parecer (se houver) 
 
Requisitos de um Laudo Pericial 
 
Para que um laudo possa classificar-se como de boa qualidade, precisa atender aos 
seguintes requisitos: 
 
1. OBJETIVIDADE = É o princípios que se estriba no preceito acolhido pelas 
ciências, ou seja, a exclusão dos julgamentos em bases pessoais, ou 
subjetivas. 
2. RIGOR TECNOLOGICO = O rigor tecnológico por si exime o subjetivo. 
3. CONSISÃO = Exige que as respostas evitem o prolixo 
4. ARGUMENTAÇÃO = O perito deve alegar o que concluiu ou em que se 
baseia paraapresentar a sua opinião. 
5. EXATIDÃO = O laudo pericial, não pode ser baseado em opinião de 
terceiros. Deve basear-se também em materialidades de natureza contábil. 
6. CLAREZA = Um laudo exige respostas que esgotem os assuntos dos 
quesitos e que não necessitam mais de esclarecimentos. 
 
Informação da Perícia no Laudo Pericial 
 
1- Identificação completa do caso (Processo nº, data, partes envolvidas) 
2- Identificação do Perito 
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3-Identificação da autoridade a que se destina 
4-Se for caso qual a metodologia adotada 
5-Identificação de quesitos por quesitos ou do caso pelo qual se opina 
6- Respostas a cada um dos quesitos 
7- Conclusões precisas sobre os quesitos 
8- Anexos que comprovem os casos que merecem analises 
9- Data e assinatura do perito 
 
O laudo pericial é uma peça de alta responsabilidade que requer qualidade, devendo 
atender a requisitos especiais que lhe são pertinentes: 
• ERRO 
• FRAUDE 
 
EXEMPLO DE LAUDO 
 
Exmo. Sr. Doutor 
Juiz de Direito da ....Vara ....da Comarca de ..... 
 
 JOÃO DOS SANTOS, perito nomeado e compromissado nos autos do 
Processo de nº .. Em que são partes, como autores,..... E como réus......., requer a 
juntada de seu laudo pericial contábil, concluído tempestivamente, cujo teor é 
seguinte: 
 
 QUESTÕES DOS AUTORES: 
 QUESTÕES DOS RÉUS: 
 Em razão disto, conforme demonstra o anexo 2 ..................e para reforço da 
opinião deste perito em anexo de nº 3 , relaciono a opinião de mestres da atualidade 
sobre assunto. 
 
 São Paulo, ........................................... 
 
 João dos Santos 
 CRC – 1061-SP 
 
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Tipos de Laudos: 
 
Os laudos variam de acordo com suas finalidades, que são muitas. 
 
No campo administrativo, podem ser: 
 Desfalques (fraudes) 
São comuns, nas organizações e dependendo do desfalque existe uma forma 
de investigação. 
 
 Corrupção 
Quando se envolve corruptos e corruptores. 
 
 Desempenho ou Gestão 
Mal uso do patrimônio pelos gestores. 
 
 Aumento salariais ou pró-labore 
Verificação se empresa tem condições de arcar com compromissos 
trabalhistas e societários. 
 
 Decisões Administrativa 
Para que o administrador tenha plena consciência sobre o que vai decidir. 
 
No campo Judicial o trabalho pericial refere-se à processos judiciais de ações de: 
 
Apuração de haveres Busca e apreensão 
Concordatas Desapropriação 
Dissolução de sociedade Exclusão de sócio 
Extratos de contas Exibição de livros 
Falências Inventários 
Inquérito judicial Liquidação de firmas 
Prestação de contas Reclamações trabalhistas 
Reintegração de posse Tributária 
Rescisórias etc.... 
 
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ANEXOS DOS LAUDOS- Os anexos em geral são as provas que vão dar 
sustentabilidade ao LAUDO PERICIAL, e podem ser: 
 
Extratos de contas Demonstração de Contas 
Razões de cálculos Documentos diversos 
Inventários Balancetes 
Fluxos de Caixa Listagens 
Publicações Certidões 
Declarações Comprovantes 
Atestados Analises contábeis 
Analises Tecnológicas Escrituras 
Formais de Partilhas Depoimentos 
Fotografias Fichas de lançamentos 
Contratos Prestação de Contas 
Avaliações de Bens Analises de Custos 
Controles internos Regulamentos 
Pedidos de Compras Pedidos de Vendas 
Estatísticas de dados econômicos Fichas Cadastrais 
Cópias de Atas Cópias de cartas 
Cópias de DIRRF etc.. 
 
Os exemplos anteriores visam esclarecer como podem ser as diversas naturezas 
dos anexos. 
 
O perito, todas as vezes que necessitar “esclarecer”, “dar mais força” a seus 
argumentos, deve apelar para os anexos. 
 
Os anexos devem ser numerados, e a referencia aos mesmos, no texto dos 
quesitos, será sempre por seu numero. 
 
 
 
 
 
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Pode-se, também listar os anexos: 
• Anexo nº 1 – Cópia de Contrato 
• Anexo nº 2 – Inventário de mercadorias 
• Anexo nº 3 - Demonstração Contábil – DRE 
 
Os anexos devem ser pertinentes ao assunto de cada quesito, ou seja, devem 
referir-se a matéria objetivamente. Na resposta deve constar: conforme anexo nº 
....... Os anexos devem ser numerados seguidamente e no texto das respostas dos 
quesitos deve-se fazer referencia a tais números como referencia. 
 
O LAUDO COLETIVO: É aquele que é realizado por uma junta de peritos, ou seja 
por mais de um profissional e pode provocar concordância ou discordância entre 
eles. 
 
O LAUDO PERICIAL EM SEPARADO: É aquele em que um ou mais dos peritos tem 
fazer suas argumentações em separados. 
 
O LAUDO INSUFICIENTE: É aquele que não esclarece tudo o que dele se espera, 
pode necessitar de outra perícia. 
• Pode ocorrer que seja questionável e omisso. 
• As verificações podem ser incompletas. 
O Laudo será insuficiente quando suas opiniões não forem satisfatoriamente 
esclarecedoras para quem o requereu ou dele vai necessitar como prova. 
Só deve considerar um laudo insuficiente quando os dados omissos no mesmo ou 
que estiverem expostos de forma incompleta forem capazes de alterar a decisão do 
juiz. 
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EXEMPLO DE LAUDO – “EM SEPARADO” 
 
Exmo Sr. Dr. Luiz de Direito da......Vara.....de....... 
Meritíssimo Juiz 
 
João dos Santos, contador, CRC 28687-SP, CPF 607622364-78, perito assistente 
dos réus ......... No processo de nº ...... Ação ................, em que são autores 
..................... E réus .............................., divergindo do laudo do ilustre Perito de 
V.Exa, vem apresentar Laudo Pericial Contábil, em separado, relativamente as 
repostas dos quesitos nº ..... e nº... Dos autores e os de nº .... e nº .... dos réus. 
 
Requer juntada, pois, desse laudo nos autos. 
 
São Paulo, ........................................ 
 
Assinatura ................................................. 
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PARTE PRÁTICA 
 
Estudo de Caso 
 
A BOIADA E O FURGÃO DA TABAJARA 
 
Numa estrada rural, um furgão da empresa Tabajara Alimentos realiza entregas de 
bolachas, biscoitos e chocolates a pequenos estabelecimentos comerciais, que 
atendem 26 mil alunos alojados no campus de uma universidade local, aqueles ali 
residentes. Levantamentos feitos confirmam que mais de 90% do faturamento 
daqueles estabelecimentos são provenientes de vendas aos estudantes residentes 
na universidade; dos quais, 60% relativos às vendas das bolachas, biscoitos e 
chocolates distribuídos pela Tabajara. 
 
Numa das muitas curvas daquela mesma estrada rural, o motorista do furgão 
depara-se, repentinamente, com uma pequena boiada, conduzida por um vaqueiro a 
cavalo. Incapaz de frear ou desviar, o choque com duas vacas torna-se inevitável; 
causando danos de monta ao veículo e também obrigando o vaqueiro a sacrificar 
aqueles animais, por conta dos ferimentos provocados pelo furgão da empresa 
Tabajara. Por se tratar de uma estrada vicinal, inexistem quaisquer placas de 
sinalização sobre o trânsito de animais; tampoude limites de velocidade. 
 
No calor da discussão, o vaqueiro, que no caso é também o proprietário dos 
animais, insiste no recebimento do prejuízo sofrido com as perdas dos animais, 
aliás, premiadíssimos em feiras e leilões. Já o motorista do furgão, por sua vez, na 
condição de funcionário da Tabajara, argumenta que ele é quem deve ser ressarcido 
do prejuízo, pois a boiada surgiu à sua frente, não lhe dando chance de frear ou de 
desviar; além disso, sustenta que os animais deveriam estar no pasto e não na 
estrada, que a eles não pertence. O vaqueiro argumenta em contrário, que, pelo 
menos uma vez por mês realiza aquela movimentação com o rebanho; porquanto é 
a única alternativa que dispõe para remanejar o gado em suas duas áreas de 
pastagens. 
 
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Nesse momento da discussão, entra também no bloco da confusão estabelecida, o 
presidente da Associação dos Comerciantes da Cidade Universitária, reclamando 
que, por conseqüência do acidente, deixaram de vender e conseqüentemente de 
lucrar com a não comercialização dos produtos não entregues pela Tabajara e, 
agora, já imprestáveis por conta de torrencial chuva que caiu nos momentos que 
sucederam ao acidente. 
 
Quadros e demonstrativos do presidente da Associação possibilitam concluir que 
nos últimos seis meses as vendas dos comerciantes vinculados totalizaram $ 1.800 
mil; com lucro médio líquido de 10% sobre aquelas. Os mesmos demonstrativos 
evidenciam também que a carga da Tabajara, acidentada, seria correspondente às 
vendas de 1/6 dos dados semestrais. 
 
Como se mostraram intransigentes nas reivindicações, cada qual reclamando 
indenizações por prejuízos sofridos, as partes resolveram, em comum acordo, 
constituir uma comissão de especialistas para responder aos seguintes 
questionamentos para, posteriormente, chegar a determinadas conclusões acerca 
dos direitos que entendem possuidores, individualmente: 
 
1. Quem estaria errado: o motorista ou o vaqueiro? Fundamente sua posição; 
 
2. Quem deve responder pelos prejuízos dos comerciantes pela não venda dos 
“produtos acidentados”: a empresa dona do furgão; o motorista que é 
empregado ou o vaqueiro? 
 
3. Neste caso, como quantificar os prejuízos dos comerciantes daquela cidade 
universitária, sabendo-se que junto com a demanda por tais produtos, os 
estudantes sempre acabam levando outras mercadorias, cuja margem de 
lucro líquido é bem superior aos 10%? 
 
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Você é um perito e deve elaborar um Laudo sobre o assunto. 
 
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BIBLIOGRAFIAS 
 
ABBI – FEBRABAN. Documento Consultivo: Função Compliance – publicado em 
2004; 
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil. São Paulo, Atlas, 2002; 
ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. São Paulo: Editora Atlas, 2009; 
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil. São Paulo: Editora Atlas, 2007; 
IUDÍCIBUS, Sergio de. Análise de Balanços. São Paulo: Editora Atlas, 2009; 
LOPES DE SÁ, Antônio. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1997; 
LUNELLI, Reinaldo Luiz. Análise das Demonstrações Financeiras. Distribuição: 
Portal Tributário Editora e MaphEditora; 
MAGALHÃES, Antônio de Deus Farias et al. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 
1998; 
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade 
Empresarial. São Paulo: Editora Atlas, 2008; 
MEGLIORINI, Evandir & VALLIM, Marco Aurélio. Administração Financeira: Uma 
abordagem brasileira. São Paulo: Editora Pearson Prentice Hall, 2009; 
ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 2000; 
PEREIRA, Anísio Candido & SOUZA, Benedito Felipe de. Auditoria Contábil: 
Abordagem Prática e Operacional. São Paulo: Editora Atlas, 2004; 
PINHO, Ruth de Carvalho Santana. Fundamentos de Auditoria. São Paulo: Editora 
Atlas, 2007; 
SANTOS, Jose Luiz dos & SCHMIDT, Paulo. Fundamentos de Análise das 
Demonstrações Contábeis. São Paulo: Editora Atlas, 2006; 
TEIXEIRA, Paulo Henrique. Relatórios de Auditoria. Distribuição: Portal Tributário 
Editora e Maph Editora.palavras, a análise de balanço ou análise financeira consiste em um 
processo meditativo sobre os números de uma entidade, para avaliação de sua 
situação econômica, financeira, operacional e de rentabilidade. 
 
Da avaliação obtida pelos números publicados, o analista financeiro extrairá 
elementos e fará julgamentos sobre o futuro da entidade objeto de análise. 
Portanto, é parte conclusiva da análise de balanço o julgamento do avaliador sobre a 
situação da empresa e suas possibilidades futuras. 
 
A metodologia da análise de balanço foi desenvolvida primeiramente tendo em vista 
as necessidades dos usuários externos, ou seja, pessoas e empresas com algum 
interesse na empresa analisada, mostrando-se um instrumento extremamente útil 
para os fins a que se destina. Da mesma forma, a mesma metodologia pode e deve 
ser utilizada pelos usuários internos, ou seja, os responsáveis pela gestão da 
empresa. Em termos práticos, a metodologia de análise de balanço aplicada pela 
própria empresa torna-se mais rica em utilidade, uma vez que as informações 
apresentam-se com maior grau de detalhamento e há um conhecimento mais 
objetivo, específico e direto das relações de causa e efeito das transações dos seus 
eventos econômicos. 
 
• A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇOS 
 
Tanto a prática como a literatura tem revelado que a análise financeira e de 
balanços é uma das tarefas mais difíceis e complexas entre as inúmeras que os 
contadores possuem na missão de contribuir para o desenvolvimento das empresas. 
 
Ora, talvez se pudesse questionar: a análise financeira e de balanços não se 
constitui numa mera apuração de índices cujas formas já se encontram montadas ou 
formalizadas? Onde reside, então, a complexidade e a dificuldade? 
 
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A resposta é extremamente simples. Apurar ou calcular índices é uma tarefa 
bastante simplista, tendo em vista que as fórmulas já se encontram padronizadas. O 
que se precisa é meramente um conhecimento de matemática básica ou financeira e 
saber classificar e extrair as contas das demonstrações a fim de se aplicá-las às 
fórmulas, atividades estas estudadas em qualquer curso técnico ou superior de 
Contabilidade. O grande desafio do problema em questão é justamente a análise ou 
interpretação destes cálculos ou dos índices extraídos. Calcular é muito simples, 
mas não é uma atividade que se encerra em si. Indispensável é reforçar a 
necessidade de bem interpretar os dados e informações. 
 
Partindo-se da hipótese de que parte do elenco de informações que as empresas 
utilizam para tomar decisões está nas demonstrações contábeis, especialmente no 
suplemento de análise destas demonstrações, há que se afirmar que a importância 
em se proceder a análise financeira e de balanços é de um grau de relevância 
extremamente alto. 
 
Portanto, ainda sobre a questão de importância da análise e talvez com um desejo 
de eliminar as idéias de dificuldades e complexidades anteriormente discutidas fica 
um alerta: 
 
É mais interessante e válido utilizar-se de uma quantidade limitada e direcionada de 
índices e quocientes apurados período a período e compará-los com os padrões do 
mercado atual e concorrente para expressar quais são os reais problemas 
merecedores de especial atenção, do que apurar dezenas de indicadores sem 
qualquer inter-relação e sem bases comparativas com significados absolutos e 
teóricos. 
 
Enfim, é possível sintetizar ainda uma série de razões para realçar quão importante 
é esta análise para as empresas: 
 
• Se bem manuseada, pode se constituir num excelente e poderoso "painel de 
controle" da administração; 
• Se não for feita a partir de uma contabilidade "manipuladora" ou 
"normatizante", pode trazer resultados bastante precisos; 
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• É uma poderosa ferramenta à disposição das pessoas que se relacionam ou 
pretendem relacionar-se com a empresa, ou seja, os usuários da informação 
contábil ou financeira, sejam eles internos ou externos; 
• Permite diagnosticar o empreendimento, revelando os pontos críticos e 
permitindo apresentar um esboço das prioridades para a solução dos 
problemas; 
• Permite uma visão estratégica dos planos da empresa, bem como estima o 
seu futuro, suas limitações e suas potencialidades. 
 
O instrumental de análise de balanço pode ser dividido em dois grupos: 
1. As medidas básicas de avaliação como análise horizontal, análise vertical, 
índices econômico-financeiros, EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, 
Depreciation and Amortization – lucro antes dos juros, impostos, depreciação 
e amortização) e analise do fluxo de caixa; 
2. Medidas contemporâneas de avaliação como EVA (Economic Value Added – 
valor econômico agregado) e MVA (Market Value Added – valor de mercado 
agregado). 
 
• PROCEDIMENTOS PRELIMINARES 
 
Antes de iniciar a analise é necessário ler o parecer da auditoria independente, com 
o objetivo de se situar em relação à confiabilidade dos dados publicados nas 
demonstrações contábeis. Assim também para facilitar-se a analise são indicados 
dois procedimentos preliminares: 
1. Eliminação dos efeitos inflacionários: como as demonstrações são elaboradas 
em obediência aos princípios fundamentais da contabilidade, suas contas 
estão consolidadas a partir de seus valores originais. Ao comparar as contas 
de demonstrações de períodos diferentes é possível haver uma analise 
distorcida principalmente em períodos de inflação elevada. A solução é 
corrigir os valores das contas de todas as demonstrações para uma mesma 
data, utilizando-se um índice representativo de inflação que seja adequado. 
2. Padronização das demonstrações contábeis: as contas do Balanço 
Patrimonial e da Demonstração do Resultado de Exercício devem ser 
transcritas para modelos padronizados, tais padronizações são: 
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 O ativo circulante e o passivo circulante podem ser segregados em 
financeiro e operacional. O “ativo circulante financeiro” contempla as 
contas que representam dinheiro e aplicações financeiras, e o “passivo 
circulante financeiro”, as contas representativas de dívidas e outras 
obrigações de curto prazo da empresa que normalmente estão sujeitas ao 
pagamento de juros. O “ativo circulante operacional” contempla as contas 
relacionadas às atividades de compras, produção, estocagem e venda, e o 
“passivo circulante operacional”, as contas relacionadas ao financiamento 
das contas do ativo circulante operacional. 
 A conta “duplicatas descontadas” deve ser reclassificada para o “passivo 
circulante”. 
 O “capital social”, no patrimônio líquido, encontra-se deduzido das “ações 
em tesouraria” e acrescido das reservas. 
 As contas retificadoras do permanente (“depreciação”, “amortização”) já 
estão deduzidas de suas contas principais. 
Com relação às padronizações do DRE temos: 
 A apresentação apenas da receita operacional liquida. 
 A conta de “despesas financeiras líquidas” é separada das despesas 
operacionais (embora a legislação brasileira inclua as despesas 
financeiras no grupo de despesas operacionais, elas correspondem a 
decisões de financiamento de ativos e não propriamente a gastos 
operacionais com administração e vendas). 
 
PARTE PRÁTICA 
 
1- “A Análise das Demonstrações Contábeis é fundamental para quem quer 
conhecer a situação econômica - financeira da empresa”. Analise esta afirmativa. 
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2- Uma empresa que apresente grandes lucros: 
a) Sempre terá plena condição de pagar suas contas em dia. 
b) Poderá, em certas circunstâncias, ter dificuldades em pagar suas contas em dia. 
c) Poderá, de acordo com a lei dos investimentos naturais, imobilizar recursos 
equivalentes a 1,5 vezes o lucro do exercício. 
d) Deverá manter certa quantia depositada em títulos de renda fixa para enfrentar 
aos anos de “vacas magras”. 
 
3- A Empresa Binacional S/A apresentava em seu Balanço Patrimonial projetado, 
antes do final do ano, os seguintes valores no Circulante. 
 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 1.200 = 1,20 
 $ 1.200.000 $ 1.000.000 1.000 
 
Todavia, o seu presidente não está contente com o índice de 1,20. Ele determinou 
ao seu contador que o índice deverá ser igual a 2,00. 
 
a) É impossível modificar esta situação. Considerando-se que estamos próximos ao 
final do ano. 
b) A única alternativa é o contador “fajutar” o Balanço Patrimonial. 
c) A solução seria pagar $ 800.000 da dívida a curto prazo da empresa. 
d) Não é possível por que o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante. 
 
4- Ao examinar um Balanço Patrimonial, visualizamos o conjunto de elementos que 
compõe o Patrimônio da Entidade em um determinado momento. A comparação 
de alguns dados, como a relação entre o Ativo e o Passivo Circulante, pode ser 
analisada por meio dele. 
Verifique o seguinte Balanço Patrimonial e complete as interpretações. 
 
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ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Caixa 2.000 Fornecedores 7.000 
Clientes 8.000 Contas a Pagar 2.000 
Estoques 10.000 
TOTAL 20.000 TOTAL 9.000 
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Computadores 2.000 Capital 15.000 
Móveis e Utensílios 5.000 Lucros Acumulados 3.000 
TOTAL 7.000 TOTAL 18.000 
TOTAL ATIVO 27.000 TOTAL PASSIVO 27.000 
PASSIVOATIVO
 
 
O Capital Total à disposição da empresa é de _____________, sendo que 
___________ (______%) correspondem a Capitais Próprios e ___________ 
(______%) correspondem a Capitais de Terceiros. 
Os Capitais próprios estão assim compostos: 
• ___________ (______%) financiados pelos titulares, 
• ___________ (______%) decorrentes da evolução normal da empresa. 
 
Os Capitais de Terceiros correspondem a débitos decorrentes do funcionamento 
normal da empresa tais como ________________________________________ 
_________________________________________________________________ 
 
Os Capitais Totais à disposição da empresa foram aplicados no Ativo da seguinte 
maneira: 
• no Ativo Não Circulante, em bens de uso foram aplicados _______________, 
que equivale a _______%; 
• no Ativo Circulante, foram aplicados _________________, que equivale a 
_______%. 
 
O Ativo Não-Circulante corresponde a _______% do Capital Próprio, o que 
significa que ________% deste capital foram aplicados no Ativo Circulante. 
 
A Ativo Circulante, que é de ________________, teve a seguinte origem: 
• _________________ foram financiados com recursos de Terceiros pagáveis 
a Curto Prazo; 
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• _________________ foram financiados com recursos próprios (diferença 
entre o Patrimônio Líquido e o Ativo Não Circulante). 
 
O Ativo Circulante que é de ________________, corresponde a mais de 100% 
do Passivo Circulante, que totaliza ____________________. 
 
Dos ________________ de estoque, _________% foram comprados a prazo, 
pois há uma dívida com fornecedores no valor de ________________. 
 
Os valores a receber de clientes, que são de _______________, quase empatam 
com os valores a pagar a fornecedores. Obs.: a empresa possui uma liquidez 
__________________ (satisfatória ou insatisfatória). 
Verifique a seguinte Demonstração do Resultado do Exercício e complete as 
interpretações. 
 
1 Receita Operacional Líquida
Vendas Liquidas 30.000
2 Custos das Mercadorias Vedidas (12.000) 
3 Lucro Bruto 18.000
4 Despesas Operacionais
Despesas com Vendas (5.000) 
Despesas Financeiras (1.000) 
Despesas Gerais e Administrativas (8.000) 
5 Lucro Operacional 4.000
6 Provisão para IR (1.000) 
7 Lucro Líquido 3.000
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
 
 
O Custo das Mercadorias Vendidas, que foi de __________, corresponde a 
_______% da Receita de Vendas. 
 
O Lucro Bruto, que foi de __________, corresponde a _______% da Receita de 
Vendas. 
 
As Despesas com Vendas, que foi de __________, corresponde a _______% da 
Receita de Vendas. 
 
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As Despesas Financeiras, que foi de __________, corresponde a _______% da 
Receita de Vendas. 
 
As Despesas Gerais e Administrativas, que foi de __________, corresponde a 
_______% da Receita de Vendas. 
 
O Lucro Operacional, que foi de __________, corresponde a _______% da 
Receita de Vendas. 
 
O Lucro Líquido, que foi de __________, corresponde a _______% da Receita 
de Vendas. 
 
Através de algumas comparações é possível dizer que: 
• A Receita Líquida de Vendas, que foi de __________, corresponde a 
_______% do valor do Capital Social da empresa, que é de __________, 
• O Lucro Bruto, que foi de __________, corresponde a _______% do valor do 
Capital Social da empresa, 
• O Lucro Líquido, que foi de __________, corresponde a _______% do valor 
do Capital Social da empresa. Se a empresa obtiver a cada ano Lucro Líquido 
correspondente a _______% do Capital Social, no fim de _____ anos a 
empresa conseguira dobrar o valor do capital investido (15.000/3.000). 
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2. METODOLOGIAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁB EIS 
 
Cada empresa tem as suas peculiaridades próprias, o que leva o analista a partir de 
processos ou aspectos gerais no seu trabalho, tendo-se a cautela em considerar: 
 
a) A natureza jurídica da organização (S/A., LTDA., etc.); 
b) O ramo de negócio da empresa; 
c) A dimensão e alcance da empresa; 
d) As condições de giro do negócio; 
e) O processo de formação do resultado; 
f) As condições legais (leis que atingem para restringir ou incrementar as 
atividades); 
g) As condições econômicas (conjunturas gerais dos negócios); 
h) A localização da empresa (mercado no qual atua). 
 
UTILIZAÇÃO DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA 
Antes de detalharmos o processo para a realização da ADFs, abaixo temos um 
esquema sobre a utilização da análise econômico-financeira, para facilitar o 
entendimento e sua real aplicabilidade, a seguir: 
Caracterização da Análise 
Econômico-Financeira
Exame dos Dados
Conhecimento da Situação
e
Julgamento da Realidade
Verificar a Capacidade
 de Solvência
Conhecer a EstruturaPatrimonial
Apontar o Potencial de
Geraçaõ de Lucros
Indicadores da Análise 
Econômico-Financeira
Situação
Econômica
Situação
Financeira
Situação
Patrimonial
 
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TIPOS DE ANÁLISE CONTÁBIL 
 
No que se refere ao tipo de análise, ela poderá se classificada da seguinte forma: 
 
ANÁLISE POR SÉRIE TEMPORAL 
É aquela desenvolvida com a finalidade de mapear ou acompanhar a evolução de 
determinado elemento patrimonial ou de resultado da empresa em determinados 
períodos de tempo, isto é, pode avaliar a evolução, por exemplo, das vendas 
líquidas em três, quatro ou mais exercícios sociais. 
 
ANÁLISE COMPARATIVA 
É aquela desenvolvida com a finalidade de estabelecer comparações dos índices ou 
elementos apresentados pela empresa com dados históricos, orçamentos e outros 
da mesma natureza, visando a definição de um juízo de valor. 
 
PROCESSOS E MÉTODOS DE ANÁLISE CONTÁBIL 
 
Processos de análise são as técnicas, materializadas por procedimentos e cálculos, 
com a utilização de papéis de trabalho, adotados pelo analista para desenvolver os 
vários tipos de análise, podendo ser: 
 
Análise vertical (De estrutura) é o processo onde é analisada a estrutura de 
composição de um grupo ou subgrupo de determinados elementos patrimoniais ou 
de resultado em determinado período, calculando a participação de cada elemento 
em relação ao todo, como por exemplo, a participação percentual dos estoques em 
relação ao ativo total ou ao grupo do circulante, ou do lucro operacional bruto em 
comparação com o valor das vendas líquidas; 
 
Análise horizontal (De evolução), é o processo desenvolvido com a finalidade de 
calcular a variação de um ou mais elementos em determinados períodos, buscando 
estabelecer tendências, se houve crescimento real ou não desse elemento, como 
por exemplo, as vendas do exercício cresceram, em termos reais, X% em relação ao 
ano anterior; 
 
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24
Análise por quociente , é o processo implementado para calcular a relação 
numérica entre dois elementos patrimoniais ou de resultado, como exemplo, o valor 
do ativo circulante representa 2,50 em relação ao valor do passivo circulante do 
mesmo período. 
 
Os Métodos de Análise são as formas de decompor ou calcular os resultados dentro 
dos processos de análise, permitindo a formação de avaliações parciais e globais 
sobre o patrimônio, os seus resultados e tendências, podendo ser: 
 
• Valores diretos é o método das diferenças absolutas, sem se preocupar com 
eventuais variações decorrentes de índices inflacionários; 
 
• Valores percentuais é o método dos coeficientes, encontrados mediante a 
divisão do percentual encontrado por 100; 
 
• Quocientes é o método dos índices financeiros, que demonstra a relação 
numérica entre dois elementos; 
 
• Matricial é método pelo qual se busca estabelecer uma correspondência ou 
vinculação entre os elementos ativos, aplicações de recursos, com os 
elementos passivos, origens de recursos, podendo, por exemplo, medir até 
quanto os recursos próprios (patrimônio líquido) financiam as aplicações no 
ativo não circulante, ou quanto do exigível a curto prazo está investido em 
valores circulantes do ativo da empresa. 
 
 
ASPECTOS DAS DEMONSTRAÇÕES PASSÍVEIS DE ANÁLISE 
 
Ao longo do trabalho do analista devem ser adotados vários instrumentos de análise, 
todos visando à interpretação e formulação de conclusões relativas aos diversos 
aspectos que envolvem a situação geral da empresa, quais sejam: 
 
 
 
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A) Aspecto da Estrutura Patrimonial (análise estrutural), dividido em: 
 
• Estrutura de capitais , onde são evidenciadas as origens dos recursos 
colocados à disposição da empresa, com o mapeamento das participações 
destes recursos no empreendimento, se próprios ou de terceiros, bem como 
as aplicações dos recursos, suas classificações na estrutura patrimonial, as 
participações dos valores circulantes e não circulantes no investimento total, 
etc.; 
 
• Endividamento , onde é analisada a composição do seu endividamento 
perante terceiros, com mapeamento das participações dos recursos 
fornecidos por terceiros, se a curto ou longo prazo. 
 
B) Aspecto Financeiro (análise financeira), dividido em: 
 
• Liquidez , onde são elaborados indicadores que demonstram a capacidade da 
empresa liquidar seus compromissos para com terceiros, em termos restrito 
ou global; 
 
• Solvência , onde se pode, com a composição ou junção de vários tipos de 
índices, avaliar a capacidade de solvência do empreendimento a médio e 
longo prazos, com a previsão da possibilidade da empresa experimentar um 
processo de concordata ou falência; 
 
C) Aspecto Econômico (análise econômica), dividido em: 
 
• Rentabilidade , onde é avaliada a capacidade da empresa remunerar o 
capital investido, mediante a geração de lucros, isso em termos da atividade 
operacional e não operacional; 
 
• Produtividade , onde é avaliado o potencial dos elementos ativos da empresa 
em produzir elementos de receitas e de ganhos, podendo ser evidenciado, 
por exemplo, o que cada unidade monetária de ativo operacional produziu, 
em unidades monetárias, de vendas líquidas no período analisado; 
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• Rotatividade , onde são elaborados índices capazes de medir a capacidade 
de giro ou rotação de certos elementos patrimoniais, cujos resultados podem 
provocar alterações na rentabilidade da empresa, podendo ser evidenciada, 
por exemplo, a rotação ou giro dos estoques ou contas a receber ou a pagar. 
 
Para alguns estudiosos desta técnica contábil, as demonstrações financeiras de 
determinada empresa podem ser analisadas sob apenas dois aspectos, financeiro 
e econômico , onde os indicadores relativos à estrutura de capitais são 
considerados dentro do aspecto financeiro, sem prejuízos nos resultados do trabalho 
do analista. 
 
CONDIÇÕES DAS DFs UTILIZADAS PARA ANÁLISE 
 
Para que se constituam em base válida e permitam ao analista atingir seu objetivo, 
as demonstrações financeiras devem contar com as condições naturais e 
fundamentais preconizadas pela ciência contábil, destacando-se as que seguem: 
 
Exatidão , cuja condição é essencial para permitir o maior grau de confiabilidade 
possível ao analista; 
 
Clareza , condição essencial que permita ao analista a total inteligibilidade das 
informações patrimoniais ou de resultado; 
 
Técnica , condição fundamental para evidenciar que a demonstração foi elaborada 
de acordo com as técnicas (tecnicidade), normas e princípios que norteiam a ciência 
da contabilidade, permitindo melhor entendimento e padronização de procedimentos 
pelo analista; 
 
Essas condições naturais e essenciais têm sido prejudicadas por fatores voluntários, 
onde o empirismo sobrepõe a ciência, em função do despreparo do profissional em 
muitas ocasiões, e por fatores compulsórios, onde se assiste a uma forte 
interferência da legislação tributária na implementação das técnicas de escrituração 
e evidenciação dos fatos econômicos produzidos pelo patrimônio da empresa. 
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27
 
METODOLOGIAS DE ANÁLISE 
 
Os vários grupos de interessados buscam examinar as demonstrações financeiras 
dasempresas, e cada um deles tem interesses específicos nesta análise. 
 
Os acionistas, por exemplo, estão interessados na capacidade da empresa em gerar 
lucros, já os bancos querem saber da sua capacidade de pagar seus empréstimos e 
os fornecedores precisam saber se a empresa poderá honrar seus compromissos. 
Além do governo que visa à arrecadação dos impostos, há também os funcionários, 
sempre preocupados com o seu futuro profissional querendo avaliar a solidez da 
empresa, sem contar as pessoas preparadas para identificar novas oportunidades 
de negócios, os chamados investidores. 
 
Geralmente, esses grupos de interesse e possíveis outros procuram respostas para 
algumas perguntas, tais como: 
• Qual é a situação econômico-financeira da empresa? 
• Qual sua capacidade de gerar lucros? 
• Como estão sendo gerenciados seus ativos? 
• Como a empresa está financiando suas atividades? 
• Quais são seus pontos fortes e fracos, se comparados com outras empresas? 
• Como a empresa está evoluindo, em termos de desempenho, ao longo do 
tempo? 
 
Na análise das demonstrações é dada maior atenção ao balanço patrimonial e ao 
demonstrativo de resultados, para a obtenção das informações básicas, e que 
poderão, se necessário, serem complementadas pela análise dos demais relatórios 
e demonstrativos. 
 
ANÁLISE VERTICAL 
 
Esta análise visa avaliar a composição de itens em relação a um todo considerado 
como 100% onde cada conta contribui para a formação de todo o investimento. 
Procurando-se focar as contas com saldos mais representativos deste percentual. É 
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28
realizada sobre o balanço patrimonial e o demonstrativo de resultados de um 
período. 
 
Para o balanço patrimonial, cada item é expresso como uma porcentagem do total 
do ativo ou do passivo ou como uma porcentagem de seu grupo, de acordo com a 
seguinte fórmula: 
x 100AVBP =
Elemento Patrimonial do Ativo (Passivo)
Ativo (Passivo) Total
 
 
Para o demonstrativo de resultados, de modo geral, cada item é expresso como uma 
porcentagem em relação à receita operacional líquida (receita líquida de vendas), e 
pode ser assim obtido: 
AVDR =
Elemento da Despesa (Receita)
x 100
Receita Operacional Líquida
 
 
A fim de facilitar o entendimento do assunto relatado, elaboramos uma análise 
vertical dos demonstrativos apurados na “Empresa Miska Industrial Ltda.”. 
Salientamos que para a elaboração deste exemplo, utilizamos apenas as contas 
sintéticas dos demonstrativos contábeis, o que não significa que as contas analíticas 
não devam ser cuidadosamente analisadas, até porque é através da apuração 
destas que poderemos identificar mais precisamente onde estão as grandes 
discrepâncias. 
 
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29
 
 
 
Fatores que Interferem na Análise Vertical 
 
Alguns valores podem prejudicar a correta visualização e comparação da análise 
vertical, como por exemplo, valores significativos que foram incorporados nos ativos 
ou passivos da empresa, ou eventuais resultados provocados por eventos 
específicos e não comuns na atividade da empresa, como por exemplo: 
 
• Reavaliações realizadas nos ativos permanentes; 
R$ % R$ % 
84.000,00 113,64% 79.800,00 113,64% 
(10.080,00)-13,64% (9.576,00) -13,64%
73.920,00 100,00% 70.224,00 100,00%
(37.800,00)-51,14% (39.900,00)-56,82%
36.120,00 48,86% 30.324,00 43,18%
(21.000,00)-28,41% (11.970,00) -17,05%
15.120,00 20,45% 18.354,00 26,14%
(5.040,00) -6,82% (6.384,00) -9,09%
10.080,00 13,64% 11.970,00 17,05%
(1.680,00) -2,27% (1.596,00) -2,27%
8.400,00 11,36% 10.374,00 14,77%
( = ) Resultado Operacional 
 
( = ) Resultado Líquido do Período
( - ) Despesas Não Operacionais
( = ) Resultado antes do IRPJ
( - ) Provisão para o IRPJ
( - ) Custo dos Produtos Vendidos
( = ) Resultado Bruto 
( - ) Despesas Operacionais 
 
2007
Demonstração de Resultados da Empresa Miska Industrial Ltda.
Contas
2006
( - ) Deduções das Vendas 
( = ) Receita Oeracional Líquida
Receita Bruta de Vendas
R$ % R$ % 
51.600,00 100,00% 55.800,00 100,00%
 16.512,00 32,00% 13.950,00 25,00%
 7.224,00 14,00% 10.044,00 18,00%
 24.252,00 47,00% 26.226,00 47,00%
 3.612,00 7,00% 5.580,00 10,00%
51.600,00 100,00% 55.800,00 100,00%
 18.576,00 36,00% 22.320,00 40,00%
 9.288,00 18,00% 5.580,00 10,00%
 2.580,00 5,00% 2.790,00 5,00% 
 21.156,00 41,00% 25.110,00 45,00%
 
2006
Contas
 Realizável a Curto Prazo
 Imobilizado
 Intangível 
Passivo
 Circulante
 Patrimõnio Líquido
 Resultado de Exercícios Futuros
 
Balanço Patrimonial da Empresa Miska Industrial Ltda.
Ativo
 Circulante
2007
 
 Exigível a Longo Prazo
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30
• Reestruturação de passivos financeiros; 
• Baixas de bens de valor relevante; 
• Novas integralizações de capital de valor expressivo; 
• Realização ou resgate de mútuos eventuais; 
• Realização de eventos não operacionais específicos; 
• Ajustes realizados em exercícios anteriores, etc. 
 
Provavelmente estes itens serão detectados na análise horizontal ou em algum dos 
indicadores e quocientes. 
O principal fator que pode prejudicar a análise vertical da demonstração de 
resultados e a estrutura de custos e despesas é a evolução das receitas de vendas 
quando ocorrem sem proporcionalidade com a evolução dos custos e despesas. É 
necessária atenção especial neste caso, pois pode ser oriunda de receitas 
esporádicas que com certeza irão prejudicar a conclusão se analisadas de forma a 
não contemplar tais eventos. 
 
ANÁLISE HORIZONTAL 
A finalidade principal da análise horizontal é apontar a evolução de itens dos 
balanços assim como de outros demonstrativos através dos períodos, a fim de 
verificar tendências. Antes de tudo para qualquer análise é preciso fazer uma 
padronização das contas. Depois são as diretrizes peculiares de cada tipo de 
análise. 
 
Por exemplo, a critério da análise horizontal, toma-se como período base, o 
exercício mais antigo do intervalo que se queira analisar. Nesse momento lhe é 
atribuído um fator de 100% que através de cálculos financeiros mostrará um 
percentual de aumento ou de redução em cada conta e em relação a períodos 
distintos. Assim apurado na fórmula: 
AH =
Elemento Patrimonial (Resultado) no período X2
Elemento Patrimonial (Resultado) no período X1
 
O resultado obtido estará na forma decimal; caso se deseje apresentá-lo na forma 
de percentual, basta multiplicá-lo por 100, conforme realizamos no exemplo a seguir. 
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Em um simples exemplo podemos verificar, um possível fator de aumento de custo 
de vendas que esteja implícito nos resultados financeiros de uma empresa. Uma 
situação deste tipo pode acarretar numa estagnação do lucro bruto na mesma. 
Para se ter uma idéia mais clara é preciso levar em consideração os vários tipos de 
índices, antes de serem tomadas conclusões antecipadas. O contador ou analista 
com seus conhecimentos procurará auxiliar o diretor financeiro a como proceder em 
toda essa sistemática. 
 
 
 
R$ % R$ %
51.600,00 100,00% 55.800,00 108,14%
 16.512,00 100,00% 13.950,00 84,48%
 7.224,00 100,00% 10.044,00 139,04%
 24.252,00 100,00% 26.226,00 108,14%
 3.612,00 100,00% 5.580,00 154,49%
51.600,00 100,00% 55.800,00 108,14%
 18.576,00 100,00% 22.320,00 120,16%9.288,00 100,00% 5.580,00 60,08%
 2.580,00 100,00% 2.790,00 108,14%
 21.156,00 100,00% 25.110,00 118,69%
 Exigível a Longo Prazo
 Resultado de Exercícios Futuros
 Patrimõnio Líquido
 
 Intangível 
 
Passivo 
 Circulante
Ativo
 Circulante
 Realizável a Curto Prazo
 Imobilizado
Balanço Patrimonial da Empresa Miska Industrial Ltda.
Contas 
2006 
 
2007 
R$ % R$ %
84.000,00 100,00% 79.800,00 95,00%
(10.080,00)100,00% (9.576,00) 95,00%
73.920,00 100,00% 70.224,00 95,00% 
(37.800,00)100,00% (39.900,00)105,56%
36.120,00 100,00% 30.324,00 83,95%
(21.000,00)100,00% (11.970,00) 57,00%
15.120,00 100,00% 18.354,00 121,39%
(5.040,00)100,00% (6.384,00)126,67%
10.080,00 100,00% 11.970,00 118,75%
(1.680,00)100,00% (1.596,00) 95,00%
8.400,00 100,00% 10.374,00 123,50%
( = ) Resultado antes do IRPJ
( - ) Provisão para o IRPJ
( = ) Resultado Líquido do Período
 
( = ) Resultado Bruto 
( - ) Despesas Operacionais 
( = ) Resultado Operacional 
( - ) Despesas Não Operacionais
Receita Bruta de Vendas 
( - ) Deduções das Vendas 
( = ) Receita Oeracional Líquida 
( - ) Custo dos Produtos Vendidos
Demonstração de Resultados da Empresa Miska Industrial Ltda.
Contas 
2006 
 
2007 
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Fatores que Interferem na Análise Horizontal 
 
Para que haja fidedignidade aos parâmetros da análise horizontal, a base escolhida 
é de alta relevância, o componente deve ser “100” ou “1,00”. Se acaso for feita a 
opção por um período com base a evidenciar crescimentos nos períodos seguintes, 
cujos dados não tenham suficiente representatividade, todo o processo de análise 
fica comprometido. 
 
Sendo assim, se o período escolhido (mês ou ano), estiver baseado em um período 
totalmente atípico na vida da empresa, a grande maioria dos dados e índices obtidos 
estará distorcida e não apresentará a conclusão exata de crescimento ou queda. 
 
A inflação, quando existente, também interfere diretamente na apuração destes 
indicadores e deve ser considerada para cálculo do resultado, onde o valor da 
análise horizontal obtido será ainda dividido pelo índice da variação da inflação 
apurada no período da análise. 
 
PARTE PRÁTICA 
 
Baseando-se em um Balanço Patrimonial publicado, realize a comparação de alguns 
dados como a relação entre o Ativo e o Passivo Circulante, e por meio destes dados, 
faça uma análise da estrutura do mesmo, bem como avalie a composição e 
evolução desta demonstração financeira. 
 
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3. ANÁLISE DE INDICADORES E QUOCIENTES – PARTE I 
 
Os indicadores utilizados devem estar de acordo com a visão da alta administração 
da companhia e deverão acompanhar as atividades, rentabilidade e situação 
patrimonial desta, no entanto sempre serão escolhidas por gestores ou responsáveis 
financeiros, não existindo forma básica para apresentação destes. 
 
Assim, cada grupo de interessados pode solicitar as informações conforme lhe 
convêm. O acionista vai precisar de um tipo de informação, como rentabilidade e 
retorno do capital investido, já as instituições financeiras necessitam avaliar outros 
pontos de vista e resultados apurados para decidir sobre as linhas de crédito, 
enquanto os fornecedores necessitam das informações sobre a capacidade de 
pagamento. É por isso que quando se trata de licitações, os órgãos licitantes 
definem não só os indicadores a serem avaliados, mas também o índice mínimo 
desejável para cada operação. 
 
Os indicadores econômico-financeiros são os elementos que representam o conceito 
tradicional de análise de balanços. Eles são apurados através de cálculos 
matemáticos efetuados levando em conta valores extraídos das demonstrações 
contábeis e financeiras em busca de números que auxiliem no processo de decisão 
e entendimento da real situação da empresa em seus aspectos patrimoniais, 
financeiros, de rentabilidade e giro, dentre outros. 
 
O objetivo básico dos índices que serão apurados nesta etapa da análise é de 
evidenciar a posição da empresa no cenário atual e ao mesmo tempo projetar 
cenários que refletirão a situação da empresa nos períodos subseqüentes se a 
situação assim permanecer ou se decisões estratégicas interferirem o andamento 
dos negócios. 
 
Assim os analistas devem não só calcular os resultados matemáticos, como também 
utilizá-los na projeção dos eventos futuros e dos atos reais presentes que afetarão 
os resultados empresariais e as atividades desenvolvidas pela empresa a fim de 
elaborar e apresentar um relatório onde as mais diversas possibilidades foram 
tratadas. 
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34
 
Caso os indicadores e as perspectivas apontem problemas de continuidade, a 
administração terá condições de deter a deterioração da situação patrimonial, 
financeira e de rentabilidade da empresa e procurará reverter à situação com 
decisões estratégicas e gerenciais. 
 
Da mesma forma se os números apresentarem excesso de liquidez, rentabilidade ou 
estrutura patrimonial, decisões precisam ser tomadas para promover o ajuste à 
realidade da necessidade de recursos para a operacionalização e financiamento das 
atividades. 
 
ANÁLISE ATRAVÉS DE INDICADORES 
 
Uma empresa utiliza, para sustentar seu processo produtivo, recursos ditos 
permanentes que têm um período de renovação mais lento, tais como imóveis, 
máquinas, instalações e também recursos de renovação mais acelerada, como os 
estoques, disponibilidades financeiras e as contas a receber que formam o seu 
capital circulante. 
 
A análise dos circulantes está relacionada diretamente com o ativo circulante e o 
passivo circulante que registram estes recursos e obrigações de curto prazo. Assim 
capital de giro líquido ou capital circulante líquido, como é mais comum ser 
chamado, é igual ao ativo circulante menos o passivo circulante, assim 
representado: 
Capital de Giro Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante
 
 
Quando o capital circulante líquido – CCL é positivo, significa que o maior valor está 
localizado no ativo circulante e portando os bens de curto prazo são maiores que as 
obrigações, também de curto prazo. Neste caso a empresa está financiando parte 
de seu capital de giro com recursos de longo prazo. 
 
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Por outro lado, quando o CCL é negativo, as obrigações sobrepõem-se aos recursos 
de curto prazo, então denota uma situação em que a empresa está financiando parte 
de seus ativos permanentes com a utilização de recursos de curto prazo. 
 
I. ÍNDICES DE LIQUIDEZ (SOLVÊNCIA) 
 
Esses indicadores medem a capacidade da empresa em pagar suas dívidas dentro 
do vencimento e mostram sua estrutura de endividamento. Tais indicadores são 
extraídos tão somente do balanço patrimonial, razão pela qual são considerados 
indicadores estáticos, já que qualquer pequena mudança no momento 
imediatamente posterior ao do cálculo acarretara na alteração sumária do resultado 
apurado. Quer dizer que o simples fato de comprar uma mercadoria a vista ou para 
pagamento a curto prazo, bem como o recebimento de qualquer valor, irá alterar o 
resultado ora obtido. 
 
De modo geral, as alterações se processam de forma gradual, razão pela qual estes 
indicadores devem estar sempre atualizados, pois o acompanhamento sistemático 
destes sinalizadores é de vital importância para a alta administração. Lembrando 
sempre que acontecimentos extraordinários podem afetarestes indicadores fazendo 
com que a situação evidenciada não reflita a normalidade da empresa e acarrete 
mudanças bruscas. 
 
a) Liquidez Corrente 
O principal objetivo deste indicador é verificar a capacidade de pagamento que a 
empresa tem dos valores a curto prazo. Assim se o índice apurado for de “2,30” 
significa que para cada R$ 1,00 de dívidas a curto prazo a empresa dispõe, neste 
momento de R$ 2,30 de recursos imediatos (circulantes) para pagar as dívidas 
constantes no passivo circulante (obrigações de curto prazo). 
A fórmula utilizada para a apuração deste indicador é: 
Liquidez Corrente =
Ativo Circulante
Passivo Circulante
 
 
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O ponto de parâmetro é que o resultado obtido da aplicação desta fórmula deve ser 
sempre superior a “1,00” sendo classificado, na maioria dos casos, como ótimo o 
índice a partir de “1,50”. É importante lembrar a qualidade dos valores apurados a 
receber, bem como a relevância dos saldos em estoque. 
Quando o valor foi inferior a “1,00”, significa que está faltando recursos para cumprir 
as obrigações de curto prazo. Por exemplo, se o resultado for de “0,80”, a empresa 
dispõe de apenas 80% do valor das dívidas vencíveis a curto prazo, faltando então 
R$ 0,20 para cada R$ 1,00 de dívida assumida. 
 
b) Liquidez Seca 
Este indicador tem o mesmo objetivo do anterior, no entanto para este cálculo é 
excluído o valor dos estoques do total do ativo circulante. Este indicador é um pouco 
mais rigoroso que a Liquidez Corrente, no sentido de que a exclusão dos estoques 
transforma a parcela restante do ativo apenas em valores recebíveis, considerando 
que nada mais será comercializado pela empresa. 
 
A forma de cálculo é igual a anterior, apenas deduzindo o valor dos estoques do 
ativo circulante, ficando assim representada: 
Liquidez Seca =
Ativo Circulante - Estoques
Passivo Circulante
 
 
A questão central deste indicador está na análise da capacidade de realização dos 
estoques, por isso não há um claro referencial para o cálculo. Assim, uma empresa 
onde os estoques predominantes são os de produtos em processo (inacabados), 
tem sua realização mais demorada do que uma empresa comercial que 
normalmente tem estoque de mercadorias com grande facilidade de venda e alta 
rotatividade. 
 
Para empresas industriais é conveniente um indicador superior a “0,70” analisado 
sempre em conjunto com a liquidez corrente. Para as empresas comerciais este 
índice poderia chegar até “0,50” e ser considerado normal, dendê que, os estoques 
formem liquidez corrente superior a “1,00”. 
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Material de apoio elaborado e gentilmente cedido pela Profª Gisele Walczak. 
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c) Liquidez Imediata 
A liquidez imediata também tem o objetivo de verificar a capacidade de pagamento 
dos valores a curto prazo, mas é um índice altamente pessimista e considera que 
além de nenhuma mercadoria mais ser comercializada, ainda sugere que não sejam 
utilizados os valores contabilizados como a receber. Desta forma são utilizados 
somente os valores disponíveis em caixa ou instituições financeiras de uso imediato 
para dar a quitação destes valores. 
 
Então, para este cálculo são excluídos os estoques e demais valores a curto prazo, 
restando somente às disponibilidades para serem confrontadas com as obrigações 
de curto prazo, da seguinte forma: 
Liquidez Imediata =
Disponibilidades
Passivo Circulante
 
 
Assim, o indicador aqui localizado indicará apenas quanto a empresa possui de 
recursos financeiros disponíveis de forma imediata para o pagamento das contas a 
curto prazo, não existindo um referencial para este indicador, já que inúmeros 
fatores alteram estes valores diariamente e numa velocidade que muitas vezes foge 
do controle da administração da empresa. 
 
d) Liquidez Geral 
Também objetiva verificar a capacidade de pagamento, no entanto, analisa agora as 
condições totais dos valores a receber e a realizar em confronto com os valores a 
pagar, considerando tanto os valores de curto como os de longo prazo. 
 
O índice apurado significa quanto a empresa possui de bens e direito para saldas 
todas as suas dívidas de curto e longo prazo e é assim calculada: 
 
Liquidez Geral =
Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
Exigível Total
 
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Não há um referencial para tal indicador, apesar de alguns entenderem que é 
interessante ser sempre acima de “1,00”. É claro que se o indicador for superior ao 
limite de 1 para 1, significa que a empresa está em condições de saldar todas as 
suas obrigações, se é claro todos os valores se realizarem, conforme provisionados. 
 
Assim, torna-se o ponto especial deste indicador, além do que já tratamos na 
liquidez corrente e seca, a qualidade dos itens de longo prazo, bem como o perfil do 
exigível a longo prazo. Se o exigível a longo prazo é apurado para os próximos 2 
anos, a análise é diferente de, se por outro lado, ele for resgatado, por exemplo, em 
dez anos. O que irá validar um resultado inferior a “1,00” é a capacidade de geração 
de lucros da empresa que deve ser analisada paralelamente a este indicador. 
 
e) Endividamento 
A finalidade deste indicador é medir a estrutura de financiamento da empresa. O 
número resultante evidencia o reflexo das políticas de alavancagem financeira 
utilizadas pela empresa e o financiamento do capital de giro ao final de cada 
período. É assim, um parâmetro de garantia dos credores. 
 
Em outras palavras, significa quanto a empresa tem de capital de giro próprio para 
garantir as dívidas contratadas e os financiamentos, por isso o confronto dos valores 
a pagar é realizado diretamente com o patrimônio líquido da sociedade: 
 
 
Neste caso um ponto referencial é que este indicador deva ser sempre inferior a 
“1,00”, pois valores superiores a este limite sugerem excesso de endividamento da 
empresa através de empréstimos e financiamentos já assumidos. 
 
O excesso de endividamento pode não trazer problemas em situações normais de 
demanda, mas obviamente temos que analisar também o perfil do endividamento de 
longo prazo juntamente com a capacidade de geração de lucros através das vendas. 
Endividamento =
Exigível Total
Patrimônio Líquido
 
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II. ÍNDICES DE ESTRUTURA 
 
Os índices de estrutura mostram a participação relativa das contas que constituem o 
capital de giro em relação ao valor total do ativo circulante. Esses indicadores 
podem ser analisados por intermédio de sua evolução temporal, comparando-se os 
balanços de períodos sucessivos, ou também por comparação com empresas 
ligadas ao mesmo setor. 
 
Aliás, a análise de comparabilidade com empresas do mesmo setor é sempre 
recomendável, já que um indicador abaixo do padrão recomendado pode ser comum 
em determinado ramo de mercado, o que poderá ser facilmente detectado pela 
análise comparativa. Importante salientar que quanto mais afins forem os negócios 
das empresas comparadas, melhor será a análise dos resultados. 
 
a) Participação das Disponibilidades 
O índice de participação das disponibilidades financeiras mostra qual a participação 
dos recursos de liquidez imediata na estrutura atual do capital de giro. Sua fórmula 
de cálculo é: 
Indice de Participação das Disponibilidades =
Disponibilidades
Ativo Circulante
 
 
b) Participação dos Estoques 
O índice de participação dos estoques mostra o peso desse item em relação ao 
capital de

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