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GRAMÁTICA Livro Eletrônico Presidente: Gabriel Granjeiro Vice-Presidente: Rodrigo Calado Diretor Pedagógico: Erico Teixeira Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente. CÓDIGO: 231229328935 BRUNO PILASTRE Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa (Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online, atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://lattes.cnpq.br/1396654209681297). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 3 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre SUMÁRIO Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 PDF Sintético de Gramática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1. Ortografia Oficial e Acentuação Gráfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2. Estrutura e Formação de Palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 3. Emprego das Classes de Palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3.1. Substantivo, Adjetivo, Artigo, Pronome e Numeral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 3.2. Emprego de Tempos e Modos Verbais; Advérbios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 3.3. Preposição e Conjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 3.4. Interjeição e Palavras e Locuções Denotativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 4. Domínio da Estrutura Morfossintática do Período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 5. Relações de Coordenação entre Orações e entre Termos da Oração . . . . . . . . . . 43 6. Relações de Subordinação entre Orações e entre Termos da Oração . . . . . . . . . 45 7. Funções do QUE e do SE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 8. Sintaxe de Concordância, de Regência e de Colocação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 8.1. Concordância Verbal e Nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 8.2. Regência Verbal e Nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 8.3. Colocação Pronominal – Próclise, Mesóclise e Ênclise . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 9. Emprego do Sinal Indicativo de Crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 10. Emprego dos Sinais de Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 Gabarito Comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139 Anexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 4 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO Escrever um livro é algo desafiador. Porém, escrever para o público concurseiro torna a tarefa ainda mais árdua. Afinal, há candidatos com diferentes níveis de conhecimento, estudando para seleções de áreas variadas. No entanto, existe algo em comum entre aqueles que se preparam para um concurso público: todos querem a aprovação o mais rápido possível e não têm tempo a perder! Foi pensando nisso que esta obra nasceu. Você tem em suas mãos um material sintético! Isso porque ele não é extenso, para não desperdiçar o seu tempo, que é escasso. De igual modo, não foge da batalha, trazendo tudo o que é preciso para fazer uma boa prova e garantir a aprovação que tanto busca! Também identificará alguns sinais visuais, para facilitar a assimilação do conteúdo. Por exemplo, afirmações importantes aparecerão grifadas em azul. Já exceções, restrições ou proibições surgirão em vermelho. Há ainda destaques em marca-texto. Além disso, abusei de quadros esquemáticos para organizar melhor os conteúdos. Tudo foi feito com muita objetividade, por alguém que foi concurseiro durante muito tempo. Para você me conhecer melhor, comecei a estudar para concursos ainda na adolescência, e sempre senti falta de ler um material que fosse direto ao ponto, que me ensinasse de um jeito mais fácil, mais didático. Enfrentei concursos de nível médio e superior. Fiz desde provas simples, como recenseador do IBGE, até as mais desafiadoras, sendo aprovado para defensor público, promotor de justiça e juiz de direito. Usei toda essa experiência, de 16 anos como concurseiro, e de outros tantos ensinando centenas de milhares de alunos de todo o país para entregar um material que possa efetivamente te atender. A Coleção PDF Sintético era o material que faltava para a sua aprovação! Professor Aragonê Fernandes APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR Olá! Sou o professor Bruno Pilastre, autor do PDF Sintético de Gramática. Meu objetivo, ao longo desta aula, é simples: ser sintético, relevante e preciso na abordagem do conteúdo de Gramática em concursos públicos. Para atingir esse objetivo, utilizarei os meus 15 anos de experiência na elaboração obras didáticas preparatórias para processos seletivos e toda a minha trajetória acadêmica (Graduação, Mestrado e Doutorado). Espero atender todas as suas demandas. É isso. Feita essa rápida apresentação, podemos iniciar os trabalhos! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 5 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre PDF SINTÉTICO DE GRAMÁTICAPDF SINTÉTICO DE GRAMÁTICA 1 . ORTOGRAFIA OFICIAL E ACENTUAÇÃO GRÁFICA1 . ORTOGRAFIA OFICIALcivil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 40 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Para os termos integrantes e acessórios, destaco a distinção entre complemento nominal e adjunto adnominal. A identificação dos valores semânticos e da pontuação aplicada aos adjuntos adverbiais também é destaque em provas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 41 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Sobre as vozes verbais, a distinção entre voz reflexiva e voz recíproca pode ser importante na interpretação de textos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 42 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Para a voz passiva, as bancas exigem a transformação ativapassiva. Também se exige a transformação passiva analíticapassiva sintética. Por fim, a diferença entre o SE apassivador e o SE índice de indeterminação do sujeito também é bastante avaliada. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 43 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Encerramos, de forma sintética, a sintaxe do período simples. Passemos agora à sintaxe do período composto. 5 . RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE 5 . RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃOTERMOS DA ORAÇÃO Há dois tipos de coordenadas: as sindéticas (com conectivo manifesto) e as assindéticas (sem conectivo manifesto). É importante, aqui, lembrar que a coordenação pode ocorrer O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 44 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre dentro de um sintagma, entre sintagmas e entre orações. Em concursos, a coordenação entre orações prevalece (e, em especial, prevalecem as coordenadas sindéticas). As bancas avaliam o seu conhecimento sobre a possibilidade ou não de mudar uma conjunção (das orações coordenadas). A expressão típica utilizada pelo examinador é a seguinte: “No trecho X é possível, sem prejuízo sintático-semântico, substituir a conjunção y pela conjunção z”. Vejamos as principais orações coordenadas sindéticas (com conectivo): Sentido Conectivos Exemplo Aditiva Denotam soma, acréscimo entre o que se apresenta nas orações. e nem (= e não) mas (precedido de não só) bem... como não só... mas (também) não só... mas (ainda) bem... como não só... como (ainda) tanto... como tanto... quanto O Rafael lê e escreve muito bem. Adversativas D e n o t a m o p o s i ç ã o , contraste, quebra de expectativa, compensação, restrição, adversidade. mas porém contudo todavia entretanto no entanto O novo filme do Star Wars teve sucesso nas bilheterias, mas não agradou os fãs da franquia. Alternativas Veiculam a ideia de uma opcionalidade (escolha) ou oposição (dessemelhança) entre o que se informa na oração 1 e o que se informa na oração 2. ou ou... ou quer... quer já... já ora... ora O aluno ora se comportava, ora bagunçava. Conclusivas Denotam consequência, conclusão, ilação (ação de inferir). pois [após o verbo] portanto logo por conseguinte Ele sempre fo i muito mentiroso, por isso ninguém acredita nele. Explicativa Manifestam a semântica de que a oração 2 explica/ justifica o que se afirma na oração 1. pois [antes do verbo] porque que porquanto Não fume perto de postos de combustível, porque é perigoso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 45 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 6 . RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE 6 . RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃOTERMOS DA ORAÇÃO Nas subordinadas, as relações entre termos e entre orações é do tipo hierárquica: há o termo subordinante e o termo subordinado. Em nível oracional, há três classes de subordinadas: as substantivas, as adjetivas e as adverbiais. Vejamos cada uma delas nas tabelas a seguir: Subordinadas substantivas Subjetiva Função de sujeito. É claro que não tenho medo. Objetiva direta Função de objeto direto. O Matias disse que você chegaria um pouco mais tarde. Objetiva indireta Função de objeto indireto. Lembrou-se de que a classe estava atrasada. Completiva nominal Função de complemento nominal. Tenho a sensação de que me furam os tímpanos. Predicativa Função de predicativo. A conclusão é que a vida e a morte são heterogêneas. Apositiva Função de aposto. Ele descobriu a verdade: que escolhera o pior candidato nas eleições. Nas subordinadas substantivas subjetivas, objetivas diretas e objetivas indiretas, a subordinada pode ser substituída pela forma ISSO (ou, se houver preposição, [PREPOSIÇÃO] ISSO). Subordinadas adjetivas Adjetiva restritiva (sem vírgula) STF pode julgar ação que questiona proibição às piadas na eleição. Adjetiva explicativa (com vírgula) Os professores, que sempre aderem à greve, tiveram o ponto cortado. Aqui, é importante diferenciar as subordinadas substantivas das subordinadas adjetivas: Oração subordinada substantiva Oração subordinada adjetiva Exercem função de substantivo. Exercem função de adjetivo. A forma “que”, quando presente, é simples conector (conjunção integrante), não exercendo função sintática. A forma “que” é pronome relativo (ao (pro)nome a que se refere) e exerce função sintática na oração subordinada. A forma “que” não pode ser substituída por formas variantes. A forma “que”, pronome relativo, pode ser substituída por forma equivalente, a qual manifestará os traços de gênero e número: o(s) qual(is), a(s) qual(is). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 46 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Subordinadas adverbiais Condicionais A subordinada contém uma hipótese ou uma condição necessária para que se cumpra a asserção da oração principal. Se o Brasil for campeão da Copa, poderemos comemorar o Hexa! Concessivas A subordinada exprime uma oposição ao que é dito na oração principal, não sendo capaz, porém, de anular ou impedir o fato mencionado. Embora ele corra algum risco, concordo que o investimento possa dar retorno. Conformativas A subordinada expressa uma noção de acordo, de conformidade em relação à asserção da oração principal. Conforme os ensinamentos do nutricionista, não posso comer açúcar branco. Consecutivas A subordinada possui um conteúdo que é consequência da asserção da oração principal. Isso é tão salgadoque até dá sede. Finais A subordinada exprime a finalidade daquilo afirmado pela oração principal. Todos trabalharam arduamente para que o evento desse certo. Causais A subordinada exprime uma relação de causa, isto é, explicita que o que se diz na oração subordinada é causa ou motivo para o que se diz na oração principal. Já que está calor, vestirei uma roupa mais leve. Comparativas A subordinada exerce o papel de segundo membro de uma comparação, de um cotejo. É menos arriscado investir em CDB do que investir na Bolsa de Valores. Proporcionais A subordinada faz referência a um fato ocorrido ou a ocorrer concomitantemente com o fato da oração principal. À medida que treinava, o chute do jogador ficava mais potente. Temporais A subordinada expressa uma circunstância de tempo. Quando eu me lembro do acidente, fico ansioso. Subordinadas adverbiais reduzidas CAUSAL de infinitivo De tanto pedir, eu entrara na posse do objeto sonhado. de gerúndio Não sendo meu costume dissimular ou escolher nada, contarei nesta página o caso do muro. CONCESSIVA de infinitivo Sem o querer, associou o trio à imagem das bancas examinadoras. de gerúndio Mesmo estando doente, saiu para a festa. de particípio Mesmo afastado do trabalho, insistia em enviar os relatórios. CONDICIONAL de infinitivo Na hipótese de ser feriado no jogo da Copa, o professor cancelou a próxima aula. de gerúndio Responsabilizando qualquer deles, meu pai me esqueceria. de particípio Executada, esta infâmia não surtiria efeito em mim. FINAL de infinitivo A sua resposta foi compelir-me fortemente a olhar para baixo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 47 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Subordinadas adverbiais reduzidas CONSECUTIVA de infinitivo Fazia um frio de tremer os queixos. TEMPORAL de infinitivo Ao chegar em casa, foi logo beijar os filhos. de gerúndio Entrando em casa, foi logo beijar os filhos. de particípio Cumprida a tarefa, Rafael foi logo arrumando as coisas para partir. 7 . FUNÇÕES DO QUE E DO SE7 . FUNÇÕES DO QUE E DO SE O tópico “funções do QUE e do SE” é bastante frequente nos conteúdos programáticos dos editais das principais bancas. Para o QUE, há 738 questões disponíveis na plataforma Gran Questões; para o SE, 662 questões. Em provas, os enunciados das questões que avaliam o QUE e o SE possuem tipicamente estas formulações: Banca Enunciado da questão sobre o QUE e o SE CEBRASPE No último parágrafo do texto, a partícula “se”, em “Fala-se já de bombas eletrônicas”, indica que o sujeito da oração é indeterminado. No segundo parágrafo, o vocábulo “que”, em “que culminou com escolhas” (antepenúltimo período) e “que hackers interfiram no sistema” (penúltimo período), pertence à mesma classe gramatical. FGV Assinale a frase em que o vocábulo SE está corretamente identificado. Nesse segmento do texto 3 há cinco ocorrências do vocábulo QUE, que se encontram sublinhadas. Sobre essas ocorrências, é correto afirmar que: VUNESP Na frase – E se bobear chega a mil facinho! –, a palavra “se” tem o mesmo emprego que a destacada em: Na frase – Não ia fazer nada sozinho, que eu não sou bobo. – o termo QUE se classifica como AOCP Em relação ao item destacado em “[...] três colegas que se formaram em medicina [...]”, assinale a alternativa correta. A palavra “que” no trecho “[...] bem como o desenvolvimento de uma estrutura de risco, que atualmente não existe globalmente.” exerce qual função sintática? Para cada um dos vocábulos, trabalharei com tabelas. A primeira tabela versará sobre o QUE; a segunda, sobre o SE. QUE CLASSE FUNÇÃO EXEMPLO CARACTERÍSTICA IDENTIFICADORA Substantivo Núcleo de sintagma nominal O quê possui várias funções. Nomeia o item lexical. É acentuado e determinado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 48 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre QUE CLASSE FUNÇÃO EXEMPLO CARACTERÍSTICA IDENTIFICADORA Pronome interrogativo Sujeito ou predicativo do sujeito Que dizem sobre isso? O “que” é a coisa interrogada. É acentuado em final de período. Objeto direto Que dirá você diante dessa pergunta? Objeto indireto De que trata esse manual? Pronome indefinido F u n ç ã o i n t e r n a a o sintagma nominal. Que novidades surpreendentes você me trouxe! Equivale a “quanto(s)/ quanta(s)”. Pronome relativo Exerce função de sintagma n o m i n a l d e nt ro d a subordinada adjetiva. O homem é o único animal que pensa. Está vinculado a um termo de natureza (pro)nominal, podendo ser substituído por “o(a)(s) qual(is)”. Advérbio de intensidade Função adverbial. Que bobo eu fui! Equivale a “quão”. Preposição acidental Perífrase “ter QUE + infinitivo” Eu tinha que ter estudado mais. Pode ser subst itu ída por outra preposição (tipicamente o “de”). Conjunção Introduz subordinadas substantivas e adverbiais. Dissemos que o Pedro não valia nada. Não retoma outro termo. Palavra denotativa de realce Sem função sintática. Quem que falou essa mentira? Se retirar, “não faz falta”. Interjeição Função discursiva. Quê! Você enlouqueceu? Denota estado emocional (o mais comum sendo o de espanto, de incredulidade). Para fins de concurso público, certamente o QUE pronome relativo e o QUE conjunção integrante são os mais avaliados. Passamos agora à morfossintaxe do SE: SE Classificação (morfológica e sintática) Exemplo Substantivo (pode ser pluralizado) Os diversos usos dos ses devem ser estudados por todos os candidatos. Pronome oblíquo Índice de indeterminação do sujeito (com V.L., V.I., V.T.I. na 3ª p.s.) Precisa-se de bons profissionais de TI. Apassivador (com V.T.D., concordando com o sujeito paciente) Vendem-se bons livros no Sebinho. Reflexivo (a si mesmo) Recíproco (um ao outro) O mecânico se cortou por não usar EPI. Cortaram-se um ao outro enquanto brincavam com a tesoura. Parte integrante do verbo Ele se precaveu das dívidas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 49 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre SE Classificação (morfológica e sintática) Exemplo Conjunção subordinativa Integrante (em subordinadas substantivas) Não sei se é dormindo ou alheado que estou. Condicional (indica hipótese) Se houver adiamento das eleições, será preciso pensar em novas estratégias eleitorais. Causal (se = “porque”, “visto que”) Se a alimentação é uma necessidade básica, então é necessário incentivar a agricultura. Temporal (se = “todas as vezes”) Se fala, irrita a todos. Palavra denotativa de realce (não exerce função sintática e pode ser omitida) Ele se tremia de raiva após a descoberta da traição. Em provas, o SE pronome e o SE conjunção são os mais avaliados. 8 . SINTAXE DE CONCORDÂNCIA, DE REGÊNCIA E DE 8 . SINTAXE DE CONCORDÂNCIA, DE REGÊNCIA E DE COLOCAÇÃOCOLOCAÇÃO Vejamos o quantitativo de questões disponíveis na plataforma Gran Questões para cada um dos fenômenos sintáticos abordados neste capítulo: Concordância Nominal 1.526 Verbal 3.366 Regência Nominal 1.029 Verbal 3.328 Colocação Próclise 491 Mesóclise 118 Ênclise 424 Observe o número expressivo de questões sobre concordânciaverbal e sobre regência verbal. 8 .1 . CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL8 .1 . CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL A concordância nominal e a concordância verbal partilham o mesmo princípio: um termo x leva um ou mais termos a manifestarem certas propriedades gramaticais, as quais estarão de acordo com o que o núcleo determinar. Em “O João e a Ana chegaram”, observamos o verbo concordando com o sujeito no plural; em “Os professores renomados”, os termos “Os” e “renomados” concordam com o núcleo masculino plural. Para cada um dos tipos de concordância, elaborarei uma tabela. Na primeira, apresento as principais regras de concordância verbal; na segunda, as principais regras de concordância nominal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 50 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Concordância verbal Concordância padrão A flexão verbal manifesta os traços de número e pessoa do sujeito gramatical. Com verbos impessoais Flexão verbal fica sempre na terceira pessoa do singular. Regras para sujeito s i m p l e s (co m u m núcleo) em ordem SVO Quando o núcleo do sujeito é uma palavra com sentido coletivo, o verbo fica no singular. Quando o sujeito de uma subordinada adjetiva é formado pelo pronome relativo “que”, o verbo deve concordar com os traços do referente do pronome relativo. Nas expressões do tipo [pronome interrogativo/demonstrativo/indefinido no plural + de nós/de vós], o verbo concorda com o pronome no plural ou com as formas nós/vós. Em topônimos pluralizados (isto é, em nomes geográficos que ocorrem sempre no plural), o plural ocorrerá quando da presença obrigatória do artigo plural antes do topônimo. Quando o sujeito é formado por expressões como “menos de”, “cerca de”, “perto de” + NUMERAL, o núcleo verbal concorda com o numeral. Na voz passiva sintética (aquela formada com o pronome “se” e que ocorre sem agente da passiva), o núcleo verbal concorda com os traços do sujeito (seja singular, seja plural). Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo sempre fica na terceira pessoa (do singular ou do plural). Regras para sujeito com núcleo composto em ordem SVO Quando há mais de uma pessoa gramatical (aquelas: 1ª, 2ª e 3ª), deve- se respeitar a seguinte hierarquia: − 1ª pessoa tem prioridade em relação à 2ª pessoa. − 2ª pessoa tem prioridade em relação à 3ª pessoa. Quando os núcleos do sujeito composto estiverem ligados pela preposição “com”, o núcleo verbal será flexionado no plural. Quando cada um dos núcleos do sujeito composto estiver acompanhado da palavra “cada” ou “nenhum”, o núcleo verbal será flexionado no singular. Quando os núcleos do sujeito forem formas infinitivas, a flexão ocorre no singular. Quando os núcleos do sujeito composto forem ligados por “nem... nem...”, o verbo ocorre preferencialmente no plural. Se os núcleos do sujeito composto forem ligados por “ou”, temos as seguintes possibilidades: − quando o “ou” indica exclusão: concordância no singular; − quando o “ou” indica retificação ou sinonímia: concordância com o núcleo mais próximo (por atração); − quando o “ou” indicar adição/ inclusão: concordância no plural. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 51 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre E agora, é claro, as regras de concordância nominal: Concordância nominal Concordância padrão O núcleo do sintagma nominal desencadeia a concordância nos demais termos a ele vinculados. Sujeito simples O predicativo do sujeito concordará com os traços do núcleo. Sujeito simples com expressões partitivas, como “a maioria de” A concordância é dupla: ocorre com a expressão partitiva ou com o especificador do termo partitivo. Quando possuem valor adjetivo (e modificam um nome, seja por adjunção, seja por predicação), as seguintes palavras são flexionadas: Junto Elas viviam juntas no apartamento. Leso Cometeu crime de lesa-pátria. Obrigado A Ana ficou obrigada por tantas gentilezas. Extra Os trabalhos extras serão pagos. Quite Os comerciantes ficaram quites com a Receita Federal. Anexo As pastas anexas devem ser utilizadas na auditoria. Incluso Os custos não estão inclusos. Mesmo A médica mesma fez o exame. Bastante Posso citar bastantes exemplos de filmes de terror. Meio Ela levou meia hora para chegar. Não são flexionadas as seguintes palavras (quando em função de advérbios): Bastante Almoçamos bastante ontem. Meio Elas estavam meio cansadas. Junto A cantina fica junto da quadra de esportes. Caro Comprou caro aquele carro usado. 8 .2 . REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL8 .2 . REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL O fenômeno de regência está relacionado à seleção de complementos nas classes nominais e verbais. A presença (ou não) de preposição – e as diferenças de sentido para cada preposição selecionada, quando há múltiplas regências – é o foco em provas de concurso. Outro foco em provas é identificar o termo regente da preposição. O preenchimento de lacunas com as preposições adequadas (regência correta) também é comum. Na primeira parte dessa seção, veremos as regências dos verbos mais recorrentes em concursos. Faremos isso por meio de esquemas. Na sequência, veremos uma lista ilustrativa (apresentada em tabela) com as principais regências nominais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 52 de 142gran.com.br Regência verbal (parte 1) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br 53 de 142gran.com.br Regência verbal (parte 2) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br 54 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Exemplos de regência nominal Abuso de, contra Acatado de, por, em Acessível a Acostumado a, com Adesão a Aflito com, por Alheio a, de Alusão a Análogo a Ansioso de, para, por Assíduo a, em Atenção a, para Atencioso com, para Atento a, em Aversão a, por Ávido de, por Benéfico a Benefício a Bom para Capaz de, para Certeza de Coerente com Compatível com Cuidadoso com Compaixão de, para com, por Compatível com Concordância a, com, de, entre Conforme a, com Constituído com, de, por Constante de, em Desfavorável a Desgostoso com, de Desleal a Desprezo a, de, por Desrespeito a Devoção a, por, para, com Devoto a, de Diferente de Dificuldade com, de, em, para Discordância com, de, sobre Disposição para Dúvida sobre, em, acerca de Dúvida em, sobre, acerca de Empenho de, em, por Escasso de Estranho a Essencial para Facilidade de, em, para Falho de, em Farto de Favorável a Fiel a Grato a Hábil em Habituado a Hostil a, contra, para com Imbuído de, em Impossibilidade de, em Impotente para, contra Impróprio para Imune a, de Inábil para Invasão de Junto a, de Maior de Medo de, a Necessário a Necessidadede Nocivo a Ódio a, contra Posterior a Preferência a, por Propenso a, para Propício a Próprio de, para Próximo a, de Receio de Relacionado com Respeito a, com, de, por, para Vazio de Versado em Visível a 8.3. COLOCAÇÃO PRONOMINAL – PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE8.3. COLOCAÇÃO PRONOMINAL – PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE Para o fenômeno de colocação pronominal (dos pronomes oblíquos), importa conhecer os fatores que levam a uma determinada colocação (antes, “entre” ou após o núcleo verbal). É exatamente isso o que a tabela a seguir sintetiza: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 55 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Fatores que levam à colocação Exemplo Próclise (antes do verbo) Palavra negativa Nunca se esqueça de colocar a máscara para ir ao comércio. Advérbio ou expletivo Agora se negam a apresentar os comprovantes de depósito. Conjunções subordinativas Disseram que me enviariam a encomenda até hoje. Pronome relativo O policial chamou a equipe que se destinava às operações táticas. Pronome interrogativo Quem me perguntou sobre você não sabia de sua viagem. Substantivos indefinidos Poucos me perguntaram sobre o incidente. Ambos Ambos me disseram que eu seria enganado. Mesóclise (entre verbo e desinência) Verbo no futuro do presente do indicativo (sem palavra atrativa) Ver-nos-emos amanhã. Verbo no futuro do pretérito do indicativo (sem palavra atrativa) Ver-nos-íamos com mais frequência se você não viajasse tanto. Ênclise (após o verbo) Início de período (sem palavra atrativa ou verbo no futuro do indicativo). Vejo-me concursado daqui a cinco anos. Quando há pausa antes do verbo (sem palavra atrativa). Após a discussão, iniciou-se a votação. Será facultativa a colocação que não estiver enquadrada em alguma das regras apresentadas no quadro anterior. Quando há estrutura verbal composta, as seguintes regras se impõem: Estrutura Colocações possíveis AUXILIAR + INFINITIVO ou AUXILIAR + GERÚNDIO Proclítico ao auxiliar Enclítico ao auxiliar (com ou sem hífen) Enclítico ao verbo principal Eu lhe quero falar. Eu quero-lhe falar. ou Eu quero lhe falar. Eu quero falar-lhe AUXILIAR + PARTICÍPIO Proclítico ao auxiliar Enclítico ao auxiliar ÊNCLISE É PROIBIDA COM PARTICÍPIOEu lhe tenho falado. Eu tenho-lhe falado. ou Eu tenho lhe falado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 56 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 9 . EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE9 . EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE A crase é um fenômeno de natureza fonológica que descreve a junção de sons vocálicos semelhantes. Em gramática, descreve a junção de preposição e artigo ou de preposição e pronome demonstrativo iniciado por a (aquele(a)(s)). Na escrita, o fenômeno gramatical de crase é indicado pelo sinal grave [`]. Em concursos, avaliam-se os casos em que o emprego do sinal indicativo de crase (a o próprio fenômeno de crase) é obrigatório, proibido ou facultativo. Como estamos trabalhando a síntese dos conteúdos, minha exposição será feita por recursos gráficos. Confira os esquemas a seguir. Casos obrigatórios de crase O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 57 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Casos proibitivos de crase (parte 1) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 58 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Casos proibitivos de crase (parte 2) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 59 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Casos facultativos de crase O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 60 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 10 . EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO10 . EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO Em concursos, os sinais de pontuação mais avaliados são a vírgula, o ponto e vírgula, os dois-pontos, os parênteses, o travessão e as aspas. Os sinais de ponto, ponto de interrogação, ponto de exclamação e reticências são pouco avaliados. Em termos de abordagem, há dois eixos: o da reescrita e o da correção gramatical. Na reescrita, sugere-se a substituição, com as devidas alterações de maiúsculas e minúsculas, de vírgula por ponto e vírgula, de vírgula por ponto, de vírgulas por parênteses ou travessões, de parênteses por travessão etc. Na análise da correção gramatical, exige-se o seu conhecimento sobre o emprego (in)correto de determinada pontuação. Por fim, uma abordagem mais discursiva avalia os sentidos e as funções comunicativas de certas pontuações, como as aspas. Os pontos mais importantes no emprego dos sinais de pontuação são apresentados na tabela a seguir: Sinal de pontuação Emprego Vírgula, NÃO se aplica a vírgula nos seguintes casos (sem inversões sintáticas): separando o sujeito não oracional de seu predicado; separando o verbo de seus complementos; separando o núcleo substantivo de seus adjuntos ou complementos; separando o agente da passiva de seu núcleo verbal; separado o predicativo do termo predicado; separando orações coordenadas sindéticas aditivas ligadas por “e” ou “nem”. EMPREGA-SE obrigatoriamente a vírgula para isolar, no período simples: aposto; vocativo; expressões exemplificativas, retificativas, explicativas etc.; termos coordenados em uma enumeração; termos repetidos; termos deslocados da ordem canônica. No período composto, EMPREGA-SE a vírgula para: marcar a elipse de um verbo; separar orações coordenadas assindéticas; − separar orações coordenadas sindéticas adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas; − separara orações subordinadas adjetivas explicativas; − separar orações subordinadas substantivas deslocadas; − separar orações subordinadas adverbiais, especialmente quando ocorrem em início de período, antes da oração principal; − isolar oração interferente. Ponto e vírgula; É utilizado: em enumerações, para distinguir frases ou sintagmas de mesma função sintática; na separação entre orações coordenadas não unidas por conjunção coordenativa; e para indicar suspensão maior que a da vírgula (e menor que a do ponto) no interior de uma oração. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratoresà responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 61 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Sinal de pontuação Emprego Dois-pontos: Esse sinal precede uma fala direta, uma citação, uma enumeração, um esclarecimento ou uma síntese do que foi dito antes. Parênteses ( ) Travessões – – Indicam um isolamento sintático e semântico mais completo dentro do enunciado. Informacionalmente, trazem conteúdos correlacionados (adicionais) ou um comentário do enunciador. Travessão simples – Adotado amplamente em textos narrativos e dialogais, nos quais é preciso indicar a fala de um personagem/enunciador. Aspas “” Pode: delimitar citação textual; identificar títulos de obras, textos, capítulos etc.; identificar palavras estrangeiras; indicar a perspectiva subjetiva/analítica do enunciador, expressando ironia, descrença, malícia ou imprecisão (lexical). Para finalizar o nosso curso sintético de gramática, vamos conhecer o enunciado das questões sobre crase e pontuação (principais bancas): Banca Enunciado da questão sobre crase e pontuação FCC Os verbos e o sinal indicativo de crase estão empregados corretamente na seguinte frase, redigida a partir do texto: É plenamente adequada a pontuação da seguinte frase: FGV Assinale a frase em que a utilização do acento grave indicativo da crase é realizada de forma errada. “Nesse contexto, a cidade é o resultado de uma complexa interação entre governança, ambientes urbanos físicos, sociais e econômicos, tendo como protagonista a biologia dos seus habitantes.” Uma proposta de reescritura da passagem do texto destacada acima na qual NÃO se verifica erro relativo ao emprego dos sinais de pontuação é: CEBRASPE No trecho “correspondem a novas ansiedades emergentes” (final do segundo parágrafo), seria gramaticalmente correta a inserção do acento indicativo de crase no vocábulo “a”, haja vista a regência do verbo corresponder e a flexão da palavra “novas” no feminino. No trecho “Como diz o sacerdote, em triste zombaria (seria mesmo zombaria?)”, os parênteses, que poderiam ser substituídos por travessões, foram empregados para isolar uma digressão feita pelo autor do texto. IDECAN As orações abaixo foram construídas a partir do texto precedente. Assinale entre elas a única em que o uso do sinal indicativo da crase é utilizado com correção. Considere o seguinte excerto do texto: “O major era aparentado com Cecília, a moça dos olhos azuis”. Assinale a alternativa que contém a pontuação de razão equivalente ao trecho acima. Finalizamos aqui o nosso curso sintético de Gramática. Espero ter contribuído em sua preparação. Agora é hora de resolver as questões. Abraços! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 62 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre EXERCÍCIOSEXERCÍCIOS ORTOGRAFIA OFICIAL E ACENTUAÇÃO GRÁFICA 001. 001. (CEBRASPE/PROCURADOR/PGM/2019) 1 | A jurisdição constitucional na contemporaneidade apresenta-se como uma consequência praticamente natural do Estado de direito. É ela que garante que a Constituição ganhará 4 | efetividade e que seu projeto não será cotidianamente rasurado por medidas de exceção desenhadas atabalhoadamente. Mais do que isso, a jurisdição é a garantia do projeto constitucional, 7 | quando os outros poderes buscam redefinir os rumos durante a caminhada. Nesses termos, a jurisdição constitucional também se 10 | apresenta como medida democrática. Por meio dela, as bases que estruturaram democraticamente o Estado são conservadas, impedindo que o calor dos fatos mude a interpretação 13 | constitucional ou procure fugir de sua incidência sempre que os acontecimentos alegarem certa urgência. Ademais, é a garantia hodierna de que os ventos da 16 | mudança não farão despencar os edifícios que sustentam as bases constitucionais, independentemente das maiorias momentâneas e dos clamores populares. (Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucional: entre a guardada Constituição e o ati- vismo judicial. Revista Jurídica da Presidência, Brasília, DF, v. 20, n. 121p. 468-494, jun./set. 2018. Com adaptações) Seria incorreto o emprego da forma quotidianamente em lugar de “cotidianamente” (l.4), pois aquela forma foi abolida do vocabulário oficial da língua portuguesa. 002. 002. (CEBRASPE/PAPILOSCOPISTA/PF/2018) Texto 14A15AAA 1 | A natureza jamais vai deixar de nos surpreender. As teorias científicas de hoje, das quais somos justamente orgulhosos, serão consideradas brincadeira de criança por 4 | futuras gerações de cientistas. Nossos modelos de hoje certamente serão pobres aproximações para os modelos do futuro. No entanto, o trabalho dos cientistas do futuro seria O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 63 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 7 | impossível sem o nosso, assim como o nosso teria sido impossível sem o trabalho de Kepler, Galileu ou Newton. Teorias científicas jamais serão a verdade final: elas irão 10 | sempre evoluir e mudar, tornando-se progressivamente mais corretas e eficientes, sem chegar nunca a um estado final de perfeição. Novos fenômenos estranhos, inesperados e 13 | imprevisíveis irão sempre desafiar nossa imaginação. Assim como nossos antepassados, estaremos sempre buscando compreender o novo. E, a cada passo dessa busca sem fim, 16 | compreenderemos um pouco mais sobre nós mesmos e sobre o mundo a nossa volta. Em graus diferentes, todos fazemos parte dessa 19 | aventura, todos podemos compartilhar o êxtase que surge a cada nova descoberta; se não por intermédio de nossas próprias atividades de pesquisa, ao menos ao estudarmos as ideias 22 | daqueles que expandiram e expandem as fronteiras do conhecimento com sua criatividade e coragem intelectual. Nesse sentido, você, eu, Heráclito, Copérnico e Einstein somos 25 | todos parceiros da mesma dança, todos dançamos com o Universo. É a persistência do mistério que nos inspira a criar. (GLEISER, Marcelo. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big-Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 384-5. Com adaptações) Feito o devido ajuste de inicial maiúscula, a locução “É… que”, por ser puramente de realce nesse caso, poderia ser suprimida do trecho “É a persistência do mistério que nos inspira a criar” (l.26), sem comprometer a clareza nem a correção gramatical do texto. 003. 003. (CEBRASPE/PAPILOSCOPISTA/PF/2018) 1 | Popularmente conhecidos como seios aéreos faciais, os seios paranasais começam a se desenvolver precocemente na vida fetal. As funções desses seios não são totalmente 4 | compreendidas, mas a grande maioria da literatura anatômica sugere que eles aliviam o crânio e adicionam ressonância à voz. Entre os principais seios do crânio humano 7 | destacam-se os seios maxilar, frontal, esfenoidal e etmoidal. Um considerável interesse na identificação forense de indivíduos tem-se voltado para o estudo do seio frontal. 10 | O estudo comparativo de imagens do seio frontal tem valor O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 64 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre significativo para o estabelecimento da identificaçãodo indivíduo sob exame. 13 | Como as impressões digitais, os padrões dos seios frontais são únicos para uma pessoa. A identificação comparativa de radiografias do seio frontal é muito segura 16 | porque não há duas pessoas com a mesma configuração de seio frontal. Além das radiografias de projeção tradicional normal, a tomografia computadorizada do seio frontal também tem sido 19 | usada para essa identificação. À semelhança do que ocorre com a identificação de indivíduos por meio de suas impressões digitais, a identificação 22 | a partir do estudo dos seios frontais pode inviabilizar-se em algumas situações. Há casos, por exemplo, de indivíduos adultos em que essas cavidades não se formam. Além disso, os 25 | seios frontais podem ser afetados por traumas e por patologias agudas ou crônicas, como inflamações, displasias endócrinas e osteíte. (Z. Nateghian et al. Frontal sinus pattern and evaluation of rightand left frontal sinus volume according to gender, using multidetector CT scan. Journal of Forensic Science & Criminology, [s.l.], v. 4, n. 4, ISSN: 2348- 9804 (tradução livre, com adaptações) A correção gramatical do texto precedente, assim como sua coerência e sua coesão, seriam preservadas se o terceiro e o quarto parágrafos fossem fundidos em um único parágrafo mediante a introdução, entre eles, da conjunção “Contudo” ou da conjunção “Todavia”, feitas as devidas alterações na pontuação e nas letras maiúsculas e minúsculas. 004. 004. (CEBRASPE/DIPLOMATA/INSTITUTORIOBRANCO/2018) Texto XII 1 | Impugnada a todo instante pela escravidão a ideologia liberal, que era a das jovens nações emancipadas da América, descarrilava. Seria fácil deduzir o sistema de seus 4 | contrassensos, todos verdadeiros, muitos dos quais agitaram a consciência teórica e moral de nosso século XIX. Já vimos uma coleção deles. No entanto, estas dificuldades 7 | permaneciam curiosamente inessenciais. O teste da realidade não parecia importante. É como se coerência e generalidade não pesassem muito, ou como se a esfera da cultura ocupasse 10 | uma posição alterada, cujos critérios fossem outros — mas outros em relação a quê? Por sua mera presença, a escravidão O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 65 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre indicava a impropriedade das ideias liberais; o que, entretanto, 13 | é menos que orientar-lhes o movimento. Sendo embora a relação produtiva fundamental, a escravidão não era o nexo efetivo da vida ideológica. A chave desta era diversa. Para 16 | descrevê-la é preciso retomar o país como todo. Esquematizando, pode-se dizer que a colonização produziu, com base no monopólio da terra, três classes de população: o 19 | latifundiário, o escravo e o “homem livre”, na verdade dependente. Entre os primeiros dois a relação é clara, é a multidão dos terceiros que nos interessa. Nem proprietários 22 | nem proletários, seu acesso à vida e a seus bens depende materialmente do favor, indireto ou direto de um grande. O agregado é a sua caricatura. O favor é, portanto, o mecanismo 25 | através do qual se reproduz uma das grandes classes da sociedade, envolvendo também outra, a dos que têm. Note-se ainda que entre estas duas classes é que irá acontecer a vida 28 | ideológica, regida, em consequência, por este mesmo mecanismo. Assim, com mil formas e nomes, o favor atravessou e afetou no conjunto a existência nacional, 31 | ressalvada sempre a relação produtiva de base, esta assegurada pela força. Esteve presente por toda parte, combinando-se às mais variadas atividades, mais e menos afins dele, como 34 | administração, política, indústria, comércio, vida urbana, Corte etc. Mesmo profissões liberais, como a medicina, ou qualificações operárias, como a tipografia, que, na acepção 37 | europeia, não deviam nada a ninguém, entre nós eram governadas por ele. E assim como o profissional dependia do favor para o exercício de sua profissão, o pequeno proprietário 40 | depende dele para a segurança de sua propriedade, e o funcionário para o seu posto. O favor é a nossa mediação quase universal — e, sendo mais simpático do que o nexo 43 | escravista, a outra relação que a colônia nos legara, é compreensível que os escritores tenham baseado nele a sua interpretação do Brasil, involuntariamente disfarçando a 46 | violência, que sempre reinou na esfera da produção. (SCHWARZ, Roberto. As ideias fora do lugar. In: Ao vencedor as batatas. São Paulo: Duas Cidades, 1992. Com adaptações) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 66 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Segundo preconiza o Novo Acordo Ortográfico, o vocábulo “contrassensos” (l.4) é grafado conforme as mesmas regras que antissocial. 005. 005. (CEBRASPE/PC/PCGO/2016) Texto CB1A1AAA 1 | Na Idade Média, durante o período feudal, o príncipe era detentor de um poder conhecido como jus politiae — direito de polícia —, que designava tudo o que era necessário 4 | à boa ordem da sociedade civil sob a autoridade do Estado, em contraposição à boa ordem moral e religiosa, de competência exclusiva da autoridade eclesiástica. 7 | Atualmente, no Brasil, por meio da Constituição Federal de 1988, das leis e de outros atos normativos, é conferida aos cidadãos uma série de direitos, entre os quais 10 | os direitos à liberdade e à propriedade, cujo exercício deve ser compatível com o bem-estar social e com as normas de direito público. Para tanto, essas normas especificam limitações 13 | administrativas à liberdade e à propriedade, de modo que, a cada restrição de direito individual — expressa ou implícita na norma legal —, corresponde equivalente poder de polícia 16 | administrativa à administração pública, para torná-la efetiva e fazê-la obedecida por todos. (Internet: www.ambito-juridico.com.br. Com adaptações) O sentido original do texto seria preservado e as normas da ortografia oficial da língua portuguesa seriam respeitadas caso se substituísse o trecho “é conferida aos cidadãos uma série de direitos” (l.9) por “aos cidadões confere-se muitos direitos”. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 006. 006. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018/ADAPTADA) Texto 6A4AAA 1 | Todo escritor convive com um terror permanente: o do erro de revisão. O revisor é a pessoa mais importante na vida de quem escreve. Ele tem o poder de vida ou de morte 4 | profissional sobre o autor. A inclusão ou a omissão de uma letra ou de uma vírgula no que sai impresso pode decidir se o autor vai ser entendido ou não, admirado ou ridicularizado, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 67 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 7 | consagrado ou processado. Todo texto tem, na verdade, dois autores: quem o escreveu e quem o revisou. Toda vez que manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos 10 | do revisor, esperando que seu parceiro não falhe. Pode-se imaginar o que uma conspiração organizada, internacional, de revisores significaria para a nossa 13 | civilização. Os revisores só não dominam o mundo porque ainda não se deram conta do poder que têm. Eles desestabilizariam qualquer regimecom acentos indevidos e 16 | pontuações maliciosas, além de decretos oficiais ininteligíveis. Grandes jornais seriam levados à falência por difamações involuntárias, exércitos inteiros seriam imobilizados por 19 | manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de estudantes seriam desencaminhadas por cartilhas ambíguas e fórmulas de química incompletas. E os efeitos de uma 22 | revisão subversiva na instrução médica são terríveis demais para contemplar. (VERÍSSIMO, Luis Fernando. Cuidado com os revisores. VIP Exame, mar. 1995, p. 36-7. Com adaptações) A palavra “desencaminhadas” (l.20) é formada por derivação parassintética. 007. 007. (CEBRASPE/NÍVELMÉDIO/FUB/2018) 1 | O ensino superior no Brasil é oferecido por universidades, centros universitários, faculdades, institutos superiores e centros de educação tecnológica. O cidadão pode 4 | optar por três tipos de graduação: bacharelado, licenciatura e formação tecnológica. Os cursos de pós-graduação são divididos entre lato sensu (especializações e MBAs) 7 | e strictu sensu (mestrados e doutorados). Além da forma presencial, em que o aluno deve ter frequência em pelo menos 75% das aulas e avaliações, 10 | ainda é possível formar-se por meio do ensino a distância. Nessa modalidade, não é necessária a presença do aluno dentro de sala de aula, e ele recebe livros e apostilas e conta 13 | com a ajuda da Internet. Há também cursos semipresenciais, com aulas em sala e também a distância. A Secretaria de Regulação e Supervisão 16 | da Educação Superior, órgão do Ministério da Educação, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 68 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre é a unidade responsável por afiançar que a legislação educacional seja cumprida para garantir a qualidade 19 | dos cursos superiores do país. Para medir a qualidade dos cursos de graduação no país, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 22 | Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e o Ministério da Educação utilizam o índice geral de cursos (IGC), divulgado uma vez por ano, logo após a publicação dos resultados 25 | do ENADE. A base de cálculo do IGC é uma média dos conceitos dos cursos de graduação de uma instituição, ponderada a partir do número de matrículas mais as notas 28 | de pós-graduação de cada instituição de ensino superior. (Internet: www.brasil.gov.br. Com adaptações) A forma verbal “Há” (l.13) poderia ser substituída por “Existe”, sem prejuízo para a correção gramatical do texto, já que ambas são sinônimas. 008. 008. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018) As palavras “conspiração”, “sutilmente” e “terríveis” são formadas pelo processo morfológico de formação de palavras denominado sufixação. 009. 009. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEE-DF/2017) As palavras “pedagogicamente”, “fortemente” e “historicamente” são formadas por derivação sufixal e apresentam dois acentos tônicos: o principal herdado das palavras primitivas e o secundário, introduzido pelo sufixo “-mente”. 010. 010. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEE-DF/2017) Dois processos morfológicos atuam na formação do advérbio “infelizmente”. Dadas as propriedades dos afixos presentes, verifica-se uma ambiguidade estrutural referente à ordem de ocorrência desses processos: pode-se primeiramente adicionar o prefixo in- ao adjetivo feliz, e, depois o sufixo -mente, ou, ao contrário, pode-se adicionar primeiro o sufixo e, depois, o prefixo. EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS 011. 011. (CEBRASPE/POLICIAL/PRF/2019) 1 | O nome é o nosso rosto na multidão de palavras. Delineia os traços da imagem que fazem de nós, embora não do que somos (no íntimo). Alguns escondem seus 4 | donos, outros lhes põem nos olhos um azul que não possuem. Raramente coincidem, nome e pessoa. Também há rostos quase idênticos, e os nomes de quem os leva O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 69 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 7 | (pela vida afora) são completamente díspares, nenhuma letra se igualando a outra. O do autor deste texto é um nome simples, 10 | apostólico, advindo do avô. No entanto, o sobrenome, pelo qual passou a ser reconhecido, é incomum. Sonoro, hispânico. Com uma combinação incomum de nome e 13 | sobrenome, difícil seria encontrar um homônimo. Mas eis que um surgiu, quando ele andava pelos vinte anos. E continua, ao seu lado, até agora — sombra amiga. 16 | Impossível não existir aqui ou ali alguma confusão entre eles, um episódio obscuro que, logo, viria às claras com a real justificativa: esse não sou eu. Houve o caso da 19 | mulher que telefonou para ele, esmagando-o com impropérios por uma crítica feita no jornal pelo outro, sobre um célebre arquiteto, de quem ela era secretária. (João Anzanello Carrascoza. Homônimo. In: Diário das Coincidências. Ed. digital. São Paulo: Objetiva, p. 52. Com adaptações) O vocábulo “um” (l.14) refere-se a um indivíduo cujo nome é idêntico ao do autor do texto. 012. 012. (CEBRASPE/POLICIAL/PRF/2019) 1 | A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de preferência a do sol, tão óbvia quanto essencial. Somos animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e 4 | vampiros em geral discordem dessa afirmativa. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem ser poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas, 7 | mamíferos ou terráqueos, outros rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas. A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de 10 | afastar as trevas noturnas de todo hábitat humano. Luz soa para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se observar do espaço o mapa das desigualdades econômicas 13 | mundiais desenhado na banda noturna do planeta. A parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais iluminada. 16 | Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo ambiental muito alto, avisam os cientistas. Nos humanos, o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 70 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 19 | dormimos pode reduzir drasticamente os níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil 22 | quando vejo se acenderem as luzes da cidade. E repito para mim mesmo a pergunta que me faço desde que me conheço por gente: quem é o responsável por acender as 25 | luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa tarefa caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos bairros. Mas e antes dos sensores, como é que se fazia? 28 | Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta no topo do maior arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda se 31 | iluminava. Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se 34 | existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas eternas. (MORAES, Reinaldo. Luz! Mais luz. Internet: www.nexojornal.com.br. Com adaptações) A substituição da locução “a cidade toda” (l.30) por “toda cidade” preservaria os sentidos e a correção gramatical do período. 013. 013. (CEBRASPE/NÍVELSUPERIOR/FUB/2018)1 | Na farmácia, presencio uma cena curiosa, mas não rara: balconista e cliente tentam, inutilmente, decifrar o nome de um medicamento na receita médica. Depois 4 | de várias hipóteses, acabam desistindo. O resignado senhor que porta a receita diz que vai telefonar ao seu médico e voltar mais tarde. “Letra de doutor”, suspira o balconista, 7 | com compreensível resignação. Letra de médico já se tornou sinônimo de hieróglifo. Exercício de caligrafia saiu de moda, mas todos 10 | os alunos sabem que devem escrever de modo legível para conquistar a boa vontade dos professores. A letra dos médicos, portanto, é produto de uma evolução, de uma 13 | transformação. Mas que fatores estariam em jogo atrás delas? Que eu saiba, o assunto ainda não foi objeto de uma tese de doutorado, mas podemos tentar algumas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 71 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 16 | explicações. A primeira, mais óbvia (e mais ressentida), atribui os garranchos médicos a um mecanismo de poder. Doutor não precisa se fazer entender: são os outros, 19 | os seres humanos comuns, que têm de se familiarizar com a caligrafia médica. Pode ser isso, mas acho que não é só isso. Há outros 22 | componentes: a urgência, por exemplo. Um doutor que atende dezenas de pacientes num movimentado ambulatório de hospital não pode mesmo caprichar na letra. Receita 25 | é uma coisa que ele deve fornecer — nenhum paciente se considerará acolhido se não levar uma receita. A receita satisfaz a voracidade de nossa cultura pelo remédio, e está 28 | envolta numa aura mística: é como se o doutor, por meio dela, acompanhasse o paciente. Mágica ou não, a receita é, muitas vezes, fornecida às pressas; daí a ilegibilidade. 31 | Há um terceiro aspecto, mais obscuro e delicado. É a relação ambivalente do médico com aquilo que ele receita — a sua dúvida quanto à eficácia dos medicamentos. 34 | Os velhos doutores sabem que a luta contra uma doença não se apoia em certezas, mas sim em tentativas: na medicina, “sempre” e “nunca” são palavras proibidas. Daí a dúvida, 37 | daí a ansiedade da dúvida, da qual o doutor se livra pela escrita rápida. E pouco legível. (SCLIAR, Moacyr. Letra de médico. In: A face oculta. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001, p. 23-5. Com adaptações) Infere-se do texto que, pelo emprego do adjetivo “compreensível” (l.7), o narrador transmite sua opinião, o que se confirma pela ponderação exposta no último período do primeiro parágrafo. 014. 014. (CEBRASPE/PAPILOSCOPISTA/PF/2018) Texto 14A15AAA 1 | A natureza jamais vai deixar de nos surpreender. As teorias científicas de hoje, das quais somos justamente orgulhosos, serão consideradas brincadeira de criança por 4 | futuras gerações de cientistas. Nossos modelos de hoje certamente serão pobres aproximações para os modelos do futuro. No entanto, o trabalho dos cientistas do futuro seria 7 | impossível sem o nosso, assim como o nosso teria sido O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 72 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre impossível sem o trabalho de Kepler, Galileu ou Newton. Teorias científicas jamais serão a verdade final: elas irão 10 | sempre evoluir e mudar, tornando-se progressivamente mais corretas e eficientes, sem chegar nunca a um estado final de perfeição. Novos fenômenos estranhos, inesperados e 13 | imprevisíveis irão sempre desafiar nossa imaginação. Assim como nossos antepassados, estaremos sempre buscando compreender o novo. E, a cada passo dessa busca sem fim, 16 | compreenderemos um pouco mais sobre nós mesmos e sobre o mundo a nossa volta. Em graus diferentes, todos fazemos parte dessa 19 | aventura, todos podemos compartilhar o êxtase que surge a cada nova descoberta; se não por intermédio de nossas próprias atividades de pesquisa, ao menos ao estudarmos as ideias 22 | daqueles que expandiram e expandem as fronteiras do conhecimento com sua criatividade e coragem intelectual. Nesse sentido, você, eu, Heráclito, Copérnico e Einstein somos 25 | todos parceiros da mesma dança, todos dançamos com o Universo. É a persistência do mistério que nos inspira a criar. (GLEISER, Marcelo. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big-Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 384-5. Com adaptações) A substituição do termo “do futuro”, em “modelos do futuro” (l.5 e 6), pelo adjetivo “futuristas” manteria os sentidos originais do texto. 015. 015. (CEBRASPE/PAPILOSCOPISTA/PF/2018) Texto XI 1 | Até meados do século XIX, a classe que trafica adquire bens para convertê-los em lucro e benefício. Daí em diante, ela será outra. Um traço para distinguir as duas fases já 4 | foi lembrado: o despertar do entorpecimento que lhe causava a predominância social da classe proprietária, por sua vez, na cúpula, recoberta pelo estamento dos que mandam, governam 7 | e dirigem a política. Mas que não haja equívoco: o arrastar na sombra denunciava-lhe prestígio negativo, oriundo da composição de estrangeiros entre seus membros e do tipo de 10 | negócios a que se dedicava, sobretudo no comércio negreiro. Não que vivesse alheia à importância econômica ou à O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 73 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre eficiência no trato do sistema. Era ela a categoria dinâmica da 13 | economia, a que lhe dava impulso à energia, financiando a produção, com o fornecimento de crédito e escravos. Sobretudo, armava o elo que ligava o café ao comércio 16 | mundial, polo diretor, em última instância, da economia nacional, dependente de flutuação de centros de decisões fora do país. De outro lado, comunicava às cidades e ao campo a 19 | modernização, de nível europeu, de mercadorias, e, por via delas, de costumes, modas e hábitos de consumo. Estava na sombra, mas não lhe faltava atividade, vibração nervosa e 22 | energia. Por via desse subterrâneo pulsar, ligava-se ao estrato dirigente, o estamento, com repulsa e, não raro, em oposição de estilos de vida, mas em íntima compreensão, além da zona 25 | dos salões e dos palácios, aos interesses materiais. Assim é que, antes de 1850, a arquitetura política, caracterizada no centralismo, servia mais ao grupo dos negociantes, 28 | comissários, traficantes de escravos, importadores e exportadores, do que aos isolados produtores e fazendeiros. Servia-a, também, a estabilidade monetária, quebrada de 31 | maneira grave com a agitação de fazendeiros e especuladores industriais no fim do império. Houve um momento em que ela — a classe lucrativa — se emancipou, passou a viver de seu 34 | próprio impulso, sem se disfarçar ou mascarar-se em traços secundários de outra classe, detentora de maior expressão social, ou do estrato monopolizador do prestígio político. Sobe 37 | uma classe e dentro dela elevam-se muitos aspirantes a essa camada. Individualmente, é o momento da crise — o homem escolhe o seu caminho, desdenhando o curso batido e 40 | frequentado. Socialmente, toda uma camada quer os bens da vida, materiais e ideais, sem arrimos ou auxílios, agora vistos como ilegítimos. O empresário faz-se na cidade, conquista43 | títulos de nobreza e cadeiras no parlamento. Foi neste momento que a surpreendeu Machado de Assis, mal inclinado a ela por força de seu preconceito, nutrido de tradição. No seu 46 | sarcasmo, ferindo-a de zombarias e riso, ele vê um mundo que cresce a sua frente, transformando a sociedade — ele tudo vê, com escândalo, repugnância e indignação. O dinheiro, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 74 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 49 | avassalando os negócios, invade as consciências, infundindo torpeza em toda parte, na queda de escrúpulos, virtudes e valores. (FAORO, Raymundo. Lucro e negócios — classe lucrativa. In: Machado de Assis — a pirâmide e o trapézio. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1974. p. 226. Com adaptações) No trecho “toda uma camada quer os bens da vida” (l.40 e 41), o artigo indefinido foi empregado como item de realce, razão por que sua eliminação não prejudicaria a correção gramatical nem o sentido original do texto. DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO 016. 016. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018) 1 | Deixei-o nessa reticência, e fui descalçar as botas, que estavam apertadas. Uma vez aliviado, respirei à larga, e deitei-me a fio comprido, enquanto os pés, e todo eu atrás 4 | deles, entrávamos numa relativa bem-aventurança. Então considerei que as botas apertadas são uma das maiores venturas da Terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as 7 | descalçar. Mortifica os pés, desgraçado, desmortifica-os depois, e aí tens a felicidade barata, ao sabor dos sapateiros e de Epicuro. […] Daqui inferi eu que a vida é o mais engenhoso 10 | dos fenômenos, porque só aguça a fome, com o fim de deparar a ocasião de comer, e não inventou os calos, senão porque eles aperfeiçoam a felicidade terrestre. Em verdade vos digo que 13 | toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas. (ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. In: Obra Completa, v. 1, p. 555-6. Dados os sentidos do texto, subentende-se que o agente da forma verbal “Mortifica” (l.7) é “botas” (l.5). 017. 017. (CEBRASPE/TÉCNICO/STJ/2018) 10 | Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno dessa questão ao longo do século XX, 13 | e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de 16 | situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas. O sujeito da forma verbal “têm” (l.16) está elíptico e retoma “cada um desses autores” (l.14). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 75 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 018. 018. (CEBRASPE/AUDITOR/SERFAZ-RS/2018) 26 | Por outro lado, a substituição dos tributos indiretos, que atingem o fluxo econômico, por tributos que incidam 28 | sobre o estoque da riqueza tem o mérito de criar maior desenvolvimento econômico, pois gera mais consumo, produção e lucros que compensam a tributação sobre a riqueza. O sujeito da forma verbal “incidam”, na linha 27 do texto é corretamente classificado como simples. 019. 019. (CEBRASPE/ANALISTA/PGE-PE/2019) 1 | A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de um movimento do espírito que de um juízo fundado em argumentos extraídos da razão ou da experiência. Não há 4 | período histórico que não tenha sido julgado, de uma parte ou de outra, como um período em crise. Ouvi falar de crise em todas as fases da minha vida: depois da Primeira Guerra 7 | Mundial, durante o fascismo e o nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial, no pós-guerra, bem como naqueles que foram chamados de anos de chumbo. Sempre duvidei que o conceito 10 | de crise tivesse qualquer utilidade para definir uma sociedade ou uma época. Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de 13 | difamar ou condenar o passado para absolver o presente, nem de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos. Desejo apenas ajudar a que se compreenda que todo juízo 16 | excessivamente resoluto nesse campo corre o risco de parecer leviano. Certamente, existem épocas mais turbulentas e outras menos. Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de 19 | uma crise moral (de uma diminuição da crença em princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais, políticas, culturais ou até mesmo biológicas. (BOBBIO, Norberto. Elogio da serenidade e outros escritos morais. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 160-1. Com adaptações) Todo o trecho subsequente ao termo “difícil” (l.18) funciona como complemento desse termo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 76 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 020. 020. (CEBRASPE/POLICIAL/PRF/2019) Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos que quase tudo que vemos existe em razão de atividades do 10 | trabalho humano. Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos, assim como a organização do trabalho 13 | alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos da história. (MELLO, Thiago de. Trabalho. Internet: educacao.globo.com. Com adaptações) No trecho “Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos” (l.10 a 12), o sujeito da forma verbal “cercam” é “Os processos de produção dos objetos”. RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E TERMOS DA ORAÇÃO 021. 021. (CEBRASPE/DIPLOMATA/INSTITUTORIOBRANCO/2018) Texto VII 1 | Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos 4 | tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores 7 | e os povos lavradores […] Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente 10 | ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro — audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, 13 | vagabundagem — tudo, enfim, quanto se relacione com a concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma 16 | recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; tanto as energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança pessoal quanto os esforços sem perspectiva de rápido proveito 19 | material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 77de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre ideal do trabalhador. Entre esses dois tipos não há, em verdade, 22 | tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical. (BUARQUE DE HOLANDA, Sergio. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 44. Com adaptações) O trecho “tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical” (l.22) exprime uma relação de proporcionalidade entre “uma oposição absoluta” e “uma incompreensão radical”. 022. 022. (CEBRASPE/NÍVELMÉDIO/EMAP/2018) 1 | É curioso notar que a ideia de porto está presente nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades. Isso porque uma das características das primeiras estruturas 4 | urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a presença do porto. As primeiras cidades, no sentido moderno, 7 | surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C., na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos 10 | urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto e as células dos futuros palácios reais; uma espécie 13 | de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências e instalações para criação de animais e plantio; e o porto fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era 16 | utilizado como local de instalação dos estrangeiros, cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade. Não se trata, portanto, de uma criação aleatória 19 | apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional que marcou o contexto do surgimento das cidades e da 22 | escrita. O comportamento fundamental dessa mudança localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano, na diversificação dos papéis sociais e na abertura para 25 | o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau de complexidade da sociedade. (PAIXÃO, Cristiano; FLEURY, Ronaldo C. Trabalho portuário — a modernização dos portos e as relações de trabalho no Brasil. São Paulo: Método, 2008, p 17-8. Com adaptações) A palavra “portanto” (l.18) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de conclusão. 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Como resultante, a demanda por reformas no setor passou a constituir importante elemento da agenda política nacional, inserindo-se, de forma sistemática, 40 | nos discursos de lideranças e gestores públicos, que, cada vez mais, deveriam assumir um perfil empresarial e gerencial. (OLIVEIRA, Fátima B. de; SANT’ANNA, Anderson de S.; VAZ, Samir L. Liderança no contexto da nova adminis- tração pública: uma análise sob a perspectiva de gestores públicos de MG e RJ. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 6, p. 1453-75, nov./dez. 2010. Com adaptações) A correção gramatical do texto seria preservada caso o trecho “Mesmo reconhecendo-se” (l.30) fosse substituído por “Embora se reconhecesse”. Texto CB1A2AAA 1 | No direito brasileiro convencional, a relação entre a espécie humana e as demais espécies animais limita-se à tutela dos animais pelo poder público em função da sua utilidade 4 | enquanto fauna brasileira intrínseca ao meio ambiente equilibrado. Alguns doutrinadores brasileiros inovadores defendem a existência de um direito animal, ou seja, de direitos 7 | garantidos aos animais não humanos como sujeitos. A Constituição de 1988 contém uma norma que protege os animais, independentemente de sua origem ou 10 | classificação. Porém, a proteção que lhes é garantida baseia-se em um argumento puramente utilitarista: os animais são protegidos com a finalidade de garantir um hábitat saudável às 13 | atuais e futuras gerações humanas. Desprovidos de valor próprio e de relevância jurídica no direito penal, os animais são tema de direito civil. Ainda são 16 | estudados na atualidade brasileira, sob a influência do direito romano, como simples coisas semoventes, como se O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 79 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre desprovidos fossem da capacidade de sentir dor ou apego. Em 19 | jurisprudência majoritária, são apenas objetos que possuem a capacidade de se mover e que podem proporcionar lucros aos seus proprietários. (GOMES, Nathalie Santos Caldeira. Ética e dignidade animal. Internet: www.publicadireito.com.br. Com adaptações) 024. 024. (CEBRASPE/NÍVELMÉDIO/TRF 1ª REGIÃO/2017) A oração “Desprovidos de valor próprio e de relevância jurídica no direito penal” (l.14 e 15) introduz no período uma ideia de concessão, razão por que poderia ser corretamente introduzida por “Embora”, feito o devido ajuste na inicial maiúscula da palavra “Desprovidos”. 025. 025. (CEBRASPE/NÍVELMÉDIO/TRF 1ª REGIÃO/2017) A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados caso a conjunção “Porém” (l.10) fosse substituída por “Mas”. RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO 026. 026. (CEBRASPE/DELEGADO/PC-SE/2018) 10 | Para que a atuação policial ocorra dentro dos parâmetros democráticos, é essencial que haja a implementação de um modelo de policiamento que 13 | corresponda aos preceitos constitucionais, promovendo-se o equilíbrio entre os pressupostos de liberdade e segurança. (OLIVEIRA JUNIOR, Almir de (org.). Instituições participativas no âmbito da segurança pública: programas impulsionados por instituições policiais. Rio de Janeiro: IPEA, 2016, p. 13. Com adaptações) A oração “que haja a implementação de um modelo de policiamento” (l.11 e 12) tem a função de qualificar o adjetivo que a antecede: “essencial” (l.11). 027. 027. (CEBRASPE/CONHECIMENTOSBASICOS/ANATEL/2014) 15 | É importante ressaltar que o termo comunicação 16 | carrega, no mundo moderno, as marcas de sua 17 | ambiguidade original (tornar comum a muitos, partilhar, 18 | trocar). Nesse sentido, quando se fala em comunicação 19 | face a face ou interativa, pode-se dizer que se trata de 20 | troca e partilha, mas quando se fala de comunicação 21 | mediada, como rádio e TV, destaca-se consideravelmente 22 | a sua função de tornar comum a muitos. (BORDIEU, Pierre. Questões de sociologia e comunicação. FAPESP, ANABLUME, 2007, p. 42-3. Com adaptações) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 80 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre O trecho “que o termo comunicação carrega, no mundo moderno, as marcas de sua ambiguidade original” (l.15 a 17) exerce a função de complemento verbal no contexto em que ocorre. 028. 028. (CEBRASPE/CONHECIMENTOSBÁSICOS/TCE-RN/2015)E ACENTUAÇÃO GRÁFICA A ortografia oficial em Língua Portuguesa é estabelecida pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em dezembro de 1990 pelos países signatários (no Brasil, a obrigatoriedade de se adotar o Acordo teve início em 1º de janeiro de 2016). O documento apresenta 21 bases, as quais estabelecem normas sobre a grafia correta de vocábulos e locuções. Busca-se, então, uma unificação do registro escrito, o qual tem por finalidade reproduzir graficamente os sons da fala. Nem sempre é simples ensinar ortografia. O conhecimento da grafia correta das palavras está relacionado ao hábito de leitura e escrita. Para fins de concurso público, alguns padrões de cobrança surgem da análise de questões anteriores. Observe os exemplos a seguir (questões dos últimos 4 anos): Banca Enunciado da questão sobre ortografia FUMARC Ocorre erro de ortografia em: FUNDATEC São palavras escritas de acordo com sistema ortográfico oficial vigente na língua portuguesa: VUNESP Assinale a alternativa em que a frase está em conformidade com a norma-padrão de ortografia e acentuação. FEPESE Assinale a alternativa correta quanto à ortografia e acentuação gráfica. FGV Assinale a opção ortograficamente correta. CEBRSPE Assinale a opção em que a palavra apresentada está corretamente grafada. O primeiro padrão é a necessidade de se identificar a grafia correta. O segundo padrão, por oposição, é identificar as grafias incorretas. O terceiro padrão é o do tipo “preenchimento de lacuna”, no qual a banca exige que você selecione a alternativa em que todas as palavras são adequadas para figurar em determinado contexto. Consultando a Plataforma Gran Questões, observamos a existência de 1.034 questões específicas sobre ortografia oficial. Eu estou seguro de que a maioria dessas questões versam sobre grafia correta/grafia incorreta de palavras da Língua Portuguesa. Sobre o sistema ortográfico da Língua Portuguesa, há 4 padrões para memorizar: Padrão Descrição Exemplo Dígrafos Combinações de letras que representam um só fonema. Chave Quilo Diferentes letras representam o mesmo som Letras (e dígrafos) diferentes que podem representar o mesmo fonema. Exato/Rezar/Pesar O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 6 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Padrão Descrição Exemplo Uma letra representa diferentes sons A mesma letra pode representar fonemas distintos. Xícara Exame Letra que não representa som Uma letra não representa nenhum fonema. Hotel Hora Um outro ponto fundamental em ortografia é o fenômeno de paronímia. Quando observamos palavras que são quase homônimas, mas que se diferenciam ligeiramente na grafia e na pronúncia, estamos diante da paronímia. O “alto”/”auto” pode ilustrar esse fenômeno: o termo “alto” caracteriza algo de grande extensão vertical; a palavra “auto”, por sua vez, denomina um ato público, um registro escrito de um ato ou uma peça processual. O que pega mesmo em provas é o danado do hífen. De modo geral, esse sinal é utilizado para unir os elementos de palavras compostas, separar sílabas em final de linha e marcar ligações enclíticas e mesoclíticas (na colocação pronominal). Em ortografia, o desafio é saber se uma palavra é ou não grafada com hífen. Veja quando o hífen é sempre empregado (casos de vocábulos compostos): Sempre se usa o hífen Exemplos Nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas abóbora-menina erva-doce feijão-verde bem-te-vi Nos compostos com os elementos além | aquém | recém | sem além-mar aquém-mar recém-casado sem-número Nas combinações históricas ou ocasionais de topônimos Áustria-Hungria Angola-Brasil Como regra geral, NÃO se emprega o hífen nos seguintes casos: NÃO se usa o hífen Exemplos Nas locuções substantivas cão de guarda fim de semana sala de jantar Nas locuções adjetivas cor de açafrão cor de café com leite cor de vinho Nas locuções pronominais cada um ele próprio nós mesmos quem quer que seja O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 7 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre NÃO se usa o hífen Exemplos Nas locuções adverbiais à parte à vontade de mais depois de amanhã em cima por isso Nas locuções prepositivas abaixo de acima de a fim de a par de à parte de apesar de aquando de debaixo de quanto a Nas locuções conjuncionais a fim de que ao passo que contanto que por conseguinte Para os prefixos, adoto o quadro proposto por Azeredo (2008): Na prefixação, USA-SE o hífen quando: O 1º elemento for: E o 2º elemento: aero agro alfa ante anti arqui auto beta bi bio contra di entre extra foto gama geo giga hidro hipo homo infra intra iso lacto lipo macro maxi mega meso micro mini mono morfo multi nefro neo neuro paleo peri pluri poli proto psico retro semi sobre supra lete tetra tri ultra a) for iniciado por vogal igual à vogal final do 1º elemento; b) for iniciado por h. ab ob sob sub for iniciado por b, h, r co (“com”) for iniciado por h (sugere-se eliminar essa letra, passando-se a grafar, assim, coerdar, coerdeiro etc.) ciber inter super nuper hiper for iniciado por h, r ad for iniciado por d, h, r pan a) for iniciado por vogal; b) for iniciado por h, m, n (diante de b e p passa a pam) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 8 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Na prefixação, USA-SE o hífen quando: O 1º elemento for: E o 2º elemento: circum a) for iniciado por vogal; b) for iniciado por h, m, n (aceita formas aglutinadas como circu e circum). além aquém ex recém sem sota soto vice qualquer (sempre) pós pré pró sempre que conservem autonomia vocabular. Nos casos em que não ocorre o emprego do hífen na formação de palavras por prefixação, proponho a tabela a seguir: Na prefixação, NÃO se usa hífen quando O prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por “r” ou “s” antissemita infrassom microssistema microrradiografia O prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente antiaéreo extraescolar autoaprendizagem plurianual Ocorrem formações que contêm em geral os prefixos “des-“ e “in-“ e nas quais o segundo elemento perdeu o “h” inicial Desumano (humano) Inábil (hábil) Inumano (humano) Ótimo, finalizamos esse primeiro tópico. Agora seguiremos com o resumo sobre acentuação gráfica. Apenas uma breve introdução: na fonologia, há dois grupos de sons, as consoantes (em que o ar que sai dos pulmões encontra algum obstáculo no aparelho fonador) e as vogais (em que o ar que sai dos pulmões não encontra obstáculo no aparelho fonador). Em estrutura mais complexa, encontramos as sílabas, as quais sempre possuem uma vogal como núcleo. Amparadas pelas vogais, observa-se a existência de semivogais. Vogais e semivogais na mesma sílaba dão origem aos ditongos e aos tritongos. Quando duas vogais de sílabas diferentes se encontram, observamos um hiato. Em estruturas silábicas, também observamos o fenômeno de acento tônico, o qual expressa uma maior força, uma maior intensidade na cadeia falada. As regras de acentuação gráfica buscam justamente marcar onde ocorre a tonicidade, considerando,1 | Os primeiros vestígios de atividade contábil foram encontrados na Mesopotâmia, por volta de 4.000 a.C. Inicialmente, eram utilizadas fichas de barro para representar 4 | a circulação de bens, logo substituídas por tábuas gravadas com a escrita cuneiforme. Portanto, os registros contábeis não só antecederam o aparecimento da escrita como subsidiaram seu 7 | surgimento e sua evolução. Embora a fiscalização de contas conste de registros mais antigos, prática já exercida por escribas egípcios durante o reinado do faraó Menés I, foi na 10 | Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas, formado por dez tesoureiros, guardiões da administração pública. Contudo, somente em Roma, a 13 | contabilidade atingiu sua mais alta expressão com a sistematização de mecanismos de controle que, por gozarem de estatuto jurídico preeminente, influenciaram todo o Ocidente 16 | e as civilizações modernas. (BRITTO, Cristina. Uma breve história do controle. Salvador, BA: P55 edições, 2015, p. 15. Internet: www.tce. ba.gov.br. Com adaptações) É possível identificar no trecho “foi na Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas” (l.9 a 11) duas orações, sendo uma delas de natureza restritiva. 029. 029. (CEBRASPE/CONHECIMENTOSBÁSICOS/TELEBRAS/2015) 1 | A reestruturação do setor de telecomunicações no Brasil veio acompanhada da privatização do Sistema TELEBRAS — operado pela Telecomunicações Brasileiras 4 | S.A. (TELEBRAS) —, monopólio estatal verticalmente integrado e organizado em diversas subsidiárias, que prestava serviços por meio de uma rede de telecomunicações 7 | interligada, em todo o território nacional. A ideia básica do novo modelo era a de adequar o setor de telecomunicações ao novo contexto de globalização 10 | econômica, de evolução tecnológica setorial, de novas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 81 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre exigências de diversificação e modernização das redes e dos serviços, além de permitir a universalização da prestação de 13 | serviços básicos, tendo em vista a elevada demanda reprimida no país. A privatização, ao contrário do que ocorreu em 16 | diversos países em desenvolvimento e mesmo em outros setores de infraestrutura do Brasil, foi precedida da montagem de detalhado modelo institucional, dentro do qual se destaca a 19 | criação de uma agência reguladora independente e autônoma, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Além disso, a reestruturação do setor de telecomunicações brasileiro 22 | foi precedida de reformas setoriais em vários outros países, o que trouxe a possibilidade de aprendizado com as experiências anteriores. (PIRES, José Claudio Linhares. A reestruturação do setor de telecomunicações no Brasil. Internet: www. bndespar.com.br. Com adaptações) A correção gramatical e os sentidos originais do texto seriam preservados se, no primeiro parágrafo, todas as vírgulas fossem eliminadas e a forma verbal “prestava” (l.5) fosse substituída por “prestavam”. 030. 030. (CEBRASPE/POLICIAL/PRF/2019) 1 | A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de preferência a do sol, tão óbvia quanto essencial. Somos animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e 4 | vampiros em geral discordem dessa afirmativa. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem ser poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas, 7 | mamíferos ou terráqueos, outros rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas. A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de 10 | afastar as trevas noturnas de todo hábitat humano. Luz soa para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se observar do espaço o mapa das desigualdades econômicas 13 | mundiais desenhado na banda noturna do planeta. A parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais iluminada. 16 | Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo ambiental muito alto, avisam os cientistas. Nos humanos, o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 82 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual 19 | dormimos pode reduzir drasticamente os níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil 22 | quando vejo se acenderem as luzes da cidade. E repito para mim mesmo a pergunta que me faço desde que me conheço por gente: quem é o responsável por acender as 25 | luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa tarefa caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos bairros. Mas e antes dos sensores, como é que se fazia? 28 | Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta no topo do maior arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda se 31 | iluminava. Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se 34 | existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas eternas. (MORAES, Reinaldo. Luz! Mais luz. Internet: www.nexojornal.com.br. Com adaptações) A correção gramatical do texto seria mantida, mas seu sentido seria alterado, caso o trecho “que se infiltra no ambiente no qual dormimos” (l.18 e 19) fosse isolado por vírgulas. FUNÇÕES DO QUE E DO SE 1 A política tributária não se restringe ao objetivo de abastecer os cofres públicos, mas tem também objetivos econômicos e sociais. Se fosse aumentada a tributação 4 sobre um produto considerado nocivo para o consumidor ou para a sociedade, o seu consumo poderia ser desestimulado. Caso a intenção fosse promover uma melhor distribuição 7 de renda, o Estado poderia reduzir tributos incidentes sobre os produtos mais consumidos pela população de renda mais baixa e elevar os tributos sobre a renda da classe mais alta. 10 Por outro lado, se o Estado reduzisse a tributação de determinado setor da economia, os custos desse setor diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus 13 produtos e poderia gerar um crescimento das vendas. Outro efeito viável dessa política seria o aumento do lucro das empresas, favorecendo-se, assim, a elevação dos seus 16 investimentos — e, consequentemente, da produção — e o surgimento de novas empresas, o que provavelmente resultaria no crescimento da produção, bem como no 19 acirramento da concorrência, com possíveis reflexos sobre os preços. Em qualquer um desses cenários, o setor seria estimulado. (Internet: Com adaptações) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 83 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 031. 031. (CEBRASPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2019) No texto 1A3-I, a oração “se o Estado reduzisse a tributação de determinado setor da economia” (l.10 e 11) apresenta, no período em que se insere, noção de a) concessão, uma vez que representa uma exceção às regras de tributação do país. b) explicação, uma vez que esclarece uma ação que diminuiria os custos do referido setor. c) proporcionalidade, uma vez que os custos do referido setor diminuiriam à medida que se diminuísse a tributação. d) tempo, uma vez que a diminuiçãodos custos do referido setor ocorreria somente após a redução da tributação sobre ele. e) condição, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor dependeria da redução da tributação sobre ele. 032. 032. (CEBRASPE/PAPOLOSCOPISTA/PCPE/2016) Texto CG1A01AAA 1 As perícias médico-legais relacionadas ao fato tanatológico comportam sempre forte impregnação cronológica. 4 A definição cronológica da morte, isto é, a determinação do momento em que ela ocorreu, é de extrema importância. Em termos jurídicos, é bastante relevante a 7 determinação do momento de ocorrência do êxito letal ou de seu relacionamento com eventos não ligados diretamente a ele — como no caso, por exemplo, dos problemas sucessórios 10 surgidos na comoriência. Também na área do direito penal, sobretudo quando se lida com mortes presumivelmente criminosas, a fixação do momento da morte tem especial 13 importância, pois pode ajudar a esclarecer os fatos e a apontar autorias. Por outro lado, os progressos da ciência médica têm 16 tornado imperioso que o momento do óbito seja estabelecido com o máximo rigor. De fato, a problemática ligada à separação de partes cadavéricas destinadas a transplantes em 19 vivos exige que sua retirada seja feita em condições de aproveitamento útil, o que impõe, em muitos casos, que esse procedimento seja feito em prazos curtos, iniciados com o 22 momento da morte. É importante, pois, que o médico estabeleça o momento de ocorrência do êxito letal com a maior precisão possível. 25 Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo e, para situar um acontecimento no tempo, é preciso que se tenha um conceito claro do que seja tempo. Fugindo das 28 conceituações matemáticas ou filosóficas de tempo, pragmaticamente aceitamos a conceituação popular de tempo, isto é, a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses 31 ou anos. Essa tomada de posição, embora simplista e empírica, é a única que se nos afigura capaz de contribuir para a solução do problema tanatognóstico e, consequentemente, do da 34 conceituação do momento da morte. Estando a medicina legal a serviço do direito e as conceituações jurídicas estando frequentemente ligadas às 37 noções temporais, compreende-se que se deva esperar O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 84 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre da medicina legal uma função cronodiagnóstica. Os critérios cronológicos não se limitam a classificar os fatos em anteriores 40 ou posteriores; vão mais longe. É preciso medir o tempo que separa dois eventos, pois, como afirma Bertrand Russel, só podemos afirmar que conhecemos um fenômeno quando somos 43 capazes de medi-lo, e o conceito de morte está intimamente ligado ao conceito de tempo. (MARLET, José Maria. Conceitos médico-legal e jurista de morte. (Internet: Com adaptações) No texto CG1A01AAA, a oração “que sua retirada seja feita em condições de aproveitamento útil” (l.19 e 20) exerce a função de a) sujeito b) adjunto adnominal. c) predicativo do sujeito. d) predicativo do objeto. e) objeto direto. 033. 033. (CEBRASPE/AGENTE DA POLICIA/PC-PE/2016) Texto CG1A01AAA 1 O crime organizado não é um fenômeno recente. Encontramos indícios dele nos grandes grupos contrabandistas do antigo regime na Europa, nas atividades dos piratas e 4 corsários e nas grandes redes de receptação da Inglaterra do século XVIII. A diferença dos nossos dias é que as organizações criminosas se tornaram mais precisas, mais 7 profissionais. Um erro na análise do fenômeno é a suposição de que tudo é crime organizado. Mesmo quando se trata de uma 10 pequena apreensão de crack em um local remoto, alguns órgãos da imprensa falam em crime organizado. Em muitos casos, o varejo do tráfico é um dos crimes mais desorganizados 13 que existe. É praticado por um usuário que compra de alguém umas poucas pedras de crack e fuma a metade. Ele não tem chefe, parceiros, nem capital de giro. Possui apenas a 16 necessidade de suprir o vício. No outro extremo, fica o grande traficante, muitas vezes um indivíduo que nem mesmo vê a droga. Só utiliza seu dinheiro para financiar o tráfico ou seus 19 contatos para facilitar as transações. A organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas fica, na maior parte das vezes, entre esses dois extremos. É constituída de pequenos e 22 médios traficantes e uns poucos traficantes de grande porte. Nas outras atividades criminosas, a situação é a mesma. O crime pode ser praticado por um indivíduo, uma 25 quadrilha ou uma organização. Portanto, não é a modalidade do crime que identifica a existência de crime organizado. Guaracy Mingardi. Inteligência policial e crime organizado. (LIMA, Renato Sérgio de; PAULA, Liana de (orgs.). Segurança pública e violência: o Estado está cumprindo seu papel? São Paulo: Contexto, 2006. p. 42. Com adaptações) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 85 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre No texto CG1A01AAA, funciona como complemento nominal a oração a) “que identifica a existência de crime organizado” (l.26) b) “que as organizações criminosas se tornaram mais precisas, mais profissionais” (l.5 a 7). c) “de que tudo é crime organizado” (l.8 e 9). d) “para facilitar as transações” (l.19). e) “que compra de alguém umas poucas pedras de crack” (l.13 e 14). 034. 034. (CEBRASPE/DELEGADO/PC-PE/2016) 7 | O Pacto Pela Vida é um programa do governo do estado de Pernambuco que visa à redução da criminalidade e ao controle da violência. A decisão ou vontade política de 10 | eleger a segurança pública como prioridade é o primeiro marco que se deve destacar quando se pensa em recuperar a memória dessa política, sobretudo quando se considera o fato de que o 13 | tema da segurança pública, no Brasil, tem sido historicamente negligenciado. Muitas autoridades públicas não só evitam associar-se ao assunto como também o tratam de modo 16 | simplista, como uma questão que diz respeito apenas à polícia. O Pacto pela Vida, entendido como um grande concerto de ações com o objetivo de reduzir a violência e, em 19 especial, os crimes contra a vida, foi apresentado à sociedade no início do mês de maio de 2007. Em seu bojo, foram estabelecidos os principais valores que orientaram a construção 22 | da política de segurança, a prioridade do combate aos crimes violentos letais intencionais e a meta de reduzir em 12% ao ano, em Pernambuco, a taxa desses crimes. 25 | Desse modo, definiu-se, no estado, um novo paradigma de segurança pública, que se baseou na consolidação dos valores descritos acima (que estavam em 28 | disputa tanto do ponto de vista institucional quanto da sociedade) No trecho “se pensa” (l.11), a partícula “se” foi empregada para indeterminar o sujeito. 035. 035. (CEBRASPE/TÉCNICO/TCU/2015) 13 | Aquele momento inicial de um direito sagrado e 14 | ritualizado, expressão das divindades, desenvolveu-se na 15 | direção de práticas normativas consuetudinárias. […] 23 | A invenção e a difusão da técnica da escritura, somadas à compilação de costumes tradicionais, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 86 de142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 25 | proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade, como o de Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas. Constata-se, destarte, que os textos legislados e escritos eram 28 | melhores depositários do direito e meios mais eficazes Tanto em “desenvolveu-se” (l.14) quanto em “Constata-se” (l.27), a partícula “se” desempenha a mesma função sintática. SINTAXE DE CONCORDÂNCIA, DE REGÊNCIA E DE COLOCAÇÃO 036. 036. (CEBRASPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2018) 8 | Embora, infelizmente, tais metas não tenham sido 9 | atingidas, ocorreram diversos avanços, como, por exemplo, 10 | a diminuição da mortalidade infantil e do analfabetismo; A correção gramatical e os sentidos do trecho acima seriam preservados caso a forma verbal “ocorreram” (l.9) fosse substituída por “aconteceu”. 037. 037. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018) 24 | Ao buscar as causas da grandeza da Roma antiga, 25 | Maquiavel acaba por encontrá-las na discórdia entre seus 26 | cidadãos, naquilo que tradicionalmente era estigmatizado como 27 | “tumultos”. Trata-se de uma visão revolucionária, já que o 28 | convencional era fazer o elogio da harmonia e da unidade. Se a expressão “uma visão revolucionária” (l.27) fosse substituída por ideias revolucionárias, seria necessário alterar a forma verbal “Trata-se” para “Tratam-se”, para se manter a correção gramatical do texto. 038. 038. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018) 17 | Grandes jornais seriam levados à falência por difamações involuntárias, exércitos inteiros seriam imobilizados por 19 | manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de estudantes seriam desencaminhadas por cartilhas ambíguas e fórmulas de químicas incompletas. A substituição da forma verbal “desencaminhadas” (l.20) por “desencaminhados” manteria a correção gramatical e a coerência textual, caso em que passaria a concordar com “estudantes” (l.20). 039. 039. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018) Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas 7 | natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua artificialmente construída. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 87 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre A regência do verbo “preferir” observada no quarto período do texto é típica da variedade culta do português europeu, sendo pouco frequente na variedade brasileira do português, principalmente em textos informais. 040. 040. (CEBRASPE/AGENTE/IBGE/2021) Texto 1A1-I Estou escrevendo um livro sobre a guerra… Eu, que nunca gostei de ler livros de guerra, ainda que, durante minha infância e juventude, essa fosse a leitura preferida de todo mundo. De todo mundo da minha idade. E isso não surpreende — éramos filhos da Vitória. Filhos dos vencedores. Em nossa família, meu avô, pai da minha mãe, morreu no front; minha avó, mãe do meu pai, morreu de tifo; de seus três filhos, dois serviram no Exército e desapareceram nos primeiros meses da guerra, só um voltou. Meu pai. Não sabíamos como era o mundo sem guerra, o mundo da guerra era o único que conhecíamos, e as pessoas da guerra eram as únicas que conhecíamos. Até agora não conheço outro mundo, outras pessoas. Por acaso existiram em algum momento? A vila de minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres. Não me lembro de vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as mulheres. Choram. Cantam enquanto choram. Na biblioteca da escola, metade dos livros era sobre a guerra. Tanto na biblioteca rural quanto na do distrito, onde meu pai sempre ia pegar livros. Agora, tenho uma resposta, um porquê. Como ia ser por acaso? Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela. E rememorando como combatíamos. Nunca tínhamos vivido de outra forma, talvez nem saibamos como fazer isso. Não imaginamos outro modo de viver, teremos que passar um tempo aprendendo. Por muito tempo fui uma pessoa dos livros: a realidade me assustava e atraía. Desse desconhecimento da vida surgiu uma coragem. Agora penso: se eu fosse uma pessoa mais ligada à realidade, teria sido capaz de me lançar nesse abismo? De onde veio tudo isso: do desconhecimento? Ou foi uma intuição do caminho? Pois a intuição do caminho existe… Passei muito tempo procurando… Com que palavras seria possível transmitir o que escuto? Procurava um gênero que respondesse à forma como vejo o mundo, como se estruturam meus olhos, meus ouvidos. Uma vez, veio parar em minhas mãos o livro Eu venho de uma vila em chamas. Tinha uma forma incomum: um romance constituído a partir de vozes da própria vida, do que eu escutara na infância, do que agora se escuta na rua, em casa, no café. É isso! O círculo se fechou. Achei o que estava procurando. O que estava pressentindo. (ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. Companhia das Letras, 2016, p. 9-11. Com adaptações) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 88 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Com relação à colocação pronominal, a correção gramatical do texto 1A1-I seria mantida caso, no trecho I – “Não me lembro de vozes”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “lembro”: lembro-me. II – “Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela”, o pronome “nos” fosse deslocado para logo após “preparando”: preparando-nos. III – “a realidade me assustava”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “assustava”: assustava-me. Assinale a opção correta. a) Apenas o item I está certo. b) Apenas o item III está certo. c) Apenas os itens I e II estão certos. d) Apenas os itens II e III estão certos. e) Todos os itens estão certos. EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE 041. 041. (CEBRASPE/TÉCNICO/STJ/2018) 13 | Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de 16 | situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas. A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indicativo de crase no vocábulo “a” em “a esse estado de coisas” (l.17). 042. 042. (CEBRASPE/AGENTE/ABIN/2018) 13 | Se praticada por autoridade superior, a espionagem pode configurar, além de infração penal, crime de responsabilidade, que, a despeito do nome, não tem natureza de 16 | crime em sentido técnico, mas, sim, de infração política sujeita a cassação de mandato e suspensão de direitos políticos. O paralelismo sintático do último parágrafo do texto seria prejudicado se fosse inserido sinal indicativo de crase em “a cassação” (l.17). 043. 043. (CEBRASPE/CGM DE JOÃO PESSOA-PB/TÉCNICO/2018) No trecho “Diga não às ‘corrupções’ do dia a dia”, seria correto o emprego do sinal indicativo de crase no vocábulo “a” em “dia a dia”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 89 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 044. 044. (CEBRASPE/ANALISTA/MPC-PA/2019) Texto CG2A1-I 1 Na década de 1960, o mundo passou por um aumento populacional inédito devido à brusca queda na taxa de mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capacidade dos 4países em produzir comida para todos. A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e métodos que aumentassem a produção. 7 Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, em seu livro Pobreza e Fomes, identificou a existência de populações com fome mesmo em 10 países que não convivem com problemas de abastecimento. O economista indiano traçou então, pela primeira vez, uma relação causal entre fome e questões sociais como pobreza e 13 concentração de renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate internacional sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí. 16 As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global. Nos últimos 25 anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa 19 216 milhões de pessoas. É como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo ainda vive sem acesso a uma dieta 22 que forneça o mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma vida saudável, e 21 mil pessoas morrem diariamente por fome ou problemas derivados dela. 25 Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) mostra que a produção mundial de alimentos é 28 suficiente para atender a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproximadamente uma em cada nove dessas pessoas ainda vive a realidade da fome. A 31 pesquisa põe em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica colocada em prática nas últimas décadas. Em vez de crescimento da produção e ajudas momentâneas, 34 surge agora como caminho uma abordagem territorial que valorize e potencialize a produção local. Embora os números absolutos estejam caindo, o tema 37 ainda é um dos mais delicados da agenda internacional. Um exemplo da extensão do problema está na declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância 40 (UNICEF), segundo a qual 1,4 milhão de crianças, de quatro diferentes países da África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, corre risco iminente de morrer de fome. A questão 43 é tão antiga quanto complexa, e se conecta intrinsecamente com a estrutura política e econômica sobre a qual o sistema internacional está construído. Concentração da renda e da 46 produção, falta de vontade política e até mesmo desinformação e consolidação de uma cultura alimentar pouco nutritiva são fatores que compõem o cenário da fome e da desnutrição no 49 planeta. (Internet: Com adaptações) A correção gramatical do texto CG2A1-I seria preservada se fosse inserido sinal indicativo de crase em O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 90 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre a) “a demanda” (l.28). b) “as políticas públicas” (l.15). c) “a uma dieta” (l.21). d) “a Terra” (l.29). e) “a produção local” (l.35). 045. 045. (CEBRASPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-TO/2017) Texto CG1A1BBB 1 O Tocantins dá abrigo à mais completa floresta fossilizada do mundo, que viveu no Período Permiano, em uma época anterior à dos dinossauros. No final desse período, o 4 planeta assistiu à maior extinção em massa da fauna e da flora de sua existência. Os fósseis da floresta foram preservados graças à 7 presença de sílica no ambiente, que se infiltrou nas plantas e conservou seus formatos, por meio do processo de permineralização celular. A infiltração e a impregnação de 10 sílica nas células e nos espaços intercelulares formaram uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos das plantas, preservando-os. A origem do agente da permineralização 13 silicosa ainda permanece obscura. O alto índice de samambaias indica que a região central do Tocantins era, então, uma planície costeira com farto 16 sistema hídrico sob um clima tropical. E o ambiente? Há dúvidas quanto à sua caracterização, isto é, se era amazônico ou parecido com o do cerrado. (Internet: Com adaptações) No trecho “em uma época anterior à dos dinossauros” (l. 2 e 3) do texto CG1A1BBB, o emprego do sinal indicativo de crase decorre da a) regra de acentuação de palavras monossílabas. b) presença de expressão adverbial com nome feminino. c) elipse do nome “época” imediatamente depois de “à” (l.3). d) regência do adjetivo “anterior” (l.3) e presença do artigo feminino antes do termo elíptico “época”. e) regência do nome “época” (l.3). EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO 046. 046. (INÉDITA/2024) “Por conseguinte, e ao contrário do que comumente (e lamentavelmente) se lê em textos assinados por sociolinguistas – num discurso que se repete também nos livros didáticos de português, supostamente “atualizados” com os avanços da ciência linguística –, a norma- padrão definitivamente não é uma das muitas variedades linguísticas que existem na sociedade. Não existe uma variedade padrão (aliás, uma contradição em termos, pois se é padrão, isto é, uniforme e invariante, como pode ser uma “variedade”?), nem um dialeto- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 91 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre padrão, nem uma língua padrão, embora esses termos pululem na bibliografia dedicada ao tema. O que existe é uma norma-padrão, língua materna de ninguém, língua paterna por excelência, língua da lei, uma norma no sentido mais jurídico do termo.” (“O que é uma língua? Imaginário, ciência e hipóstase.” In: LAGARES, X. C.; BAGNO, M. Políticas da norma e conflitos linguísticos. São Paulo: Parábola, 2011. Adaptado) Nesse segmento textual, as duas ocorrências dos parênteses têm a finalidade de: a) Confrontar a afirmativa anterior. b) Demarcar o ponto de vista do autor em relação à temática abordada. c) Retificar da afirmativa precedente. d) Esclarecer o significado de um termo anterior. e) Acrescentar fatos adicionais ao conteúdo central do texto. 047. 047. (INÉDITA/2024) Enap, Ministério da Economia e Finep lançam chamada pública para receberem propostas de startups A Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o Ministério da Economia e a Finep, empresa pública federal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), lançam, nesta terça-feira (2), uma chamada pública em busca de projetos de inteligência artificial que possam ser aplicados a serviços públicos. Intitulada “Soluções de IA Poder Público – Rodada 1”, o projeto dispõe de R$ 36 milhões para apoiar 12 desafios tecnológicos de três entidades públicas: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As propostas devem ser submetidas por startups. Serão apoiados os melhores projetos apresentados para cada desafio tecnológico, tendo como requisito a geração de impactos positivos sobre a qualidade e o custo dos serviços públicos prestados. Os recursos de subvenção econômica (não reembolsáveis) são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). As propostas em que haja a participação de Institutos de Ciência e Tecnologias (ICT) como parceiros poderão ser mais bem avaliadas. A Inteligência Artificial (IA) é a tecnologia que simula, por meio de algoritmos computacionais, mecanismos avançados de cognição e suporte à decisão baseados em grandes volumes de informação. Seu funcionamento alicerça-se em outras tecnologias,como machine learning, que consiste no reconhecimento de padrões a partir da análise de grandes conjuntos de dados, permitindo a construção de resultados de forma autônoma. (Disponível em: https://enap.gov.br/pt/acontece/noticias/governo-federal-investira-r-36-milhoes-em-in- teligencia-artificial-aplicada-a-servicos-publicos-2. Acesso em: 4 ago. 2022. Com adaptações) Em “A Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o Ministério da Economia e a Finep” (1º período do 1º parágrafo), o emprego da vírgula é correto, pois O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 92 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre a) separa termos coordenados. b) isola aposto explicativo. c) separa predicativos do sujeito deslocados. d) separa termos repetidos. e) separa adjuntos adverbiais deslocados. 048. 048. (INÉDITA/2024) É plenamente adequado o emprego de vírgula no seguinte período: a) Apoiadores do candidato, participaram de manifestações. b) O atleta criticou o comitê, e ironizou o treinador. c) Já já o período natalino aquece o comércio. d) Jornal afirma, que dona do Facebook planeja iniciar milhares de demissões nesta semana. e) Em Minas Gerais, a ressocialização de menores infratores vira negócio lucrativo. 049. 049. (INÉDITA/2024) Memórias do cárcere Graciliano Ramos Chegávamos à cancela. E experimentei de chofre a necessidade imperiosa de expandir-me numa clara ameaça. A desarrazoada tentação era tão forte que naquele instante não me ocorreu nenhuma ideia de perigo. – Levo recordações excelentes, doutor. E hei de pagar um dia a hospitalidade que os senhores me deram. – Pagar como? exclamou a personagem. – Contando lá fora o que existe na Ilha Grande. – Contando? – Sim, doutor, escrevendo. Ponho tudo isso no papel. O diretor suplente recuou, esbugalhou os olhos e inquiriu carrancudo: – O senhor é jornalista? – Não senhor. Faço livros. Vou fazer um sobre a Colônia Correcional. Duzentas páginas ou mais. Os senhores me deram assunto magnífico. Uma história curiosa, sem dúvida. O médico enterrou-me os olhos duros, o rosto cortante cheio de sombras. Deu-me as costas e saiu resmungando: – A culpa é desses cavalos que mandam para aqui gente que sabe escrever. (RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere, capítulo II, p. 158, 1956) Em “Sim, doutor, escrevendo.”, a vírgula foi empregada para a) isolar aposto b) isolar vocativo c) isolar uma explicação d) isolar um termo adjunto O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 93 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 050. 050. (INÉDITA/2024) Lições de vida Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa. Sully virou herói e a lenda estava criada. Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando existiam opções mais sensatas? Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou? Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationalism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou-se a mais influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana. Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas. Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conhecimento técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor cartesiano. Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sullenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente, procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende que ele não basta para salvar o dia. E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabedoria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação matemática. As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbitas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender. Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernidade, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood, aos 86 anos, traduziu essas imagens. (COUTINHO, João Pereira. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 94 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre No segundo parágrafo do Texto, as aspas são empregadas para: a) identificar um título. b) destacar uma ironia. c) delimitar uma citação. d) relativizar o significado original de uma palavra. e) destacar uma palavra estrangeira. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 95 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre GABARITOGABARITO ORTOGRAFIA OFICIAL E ACENTUAÇÃO GRÁFICA 1. E 2. C 3. C 4. C 5. E ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 6. E 7. E 8. E 9. E 10. E EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS 11. C 12. E 13. C 14. E 15. E DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO 16. E 17. E 18. C 19. E 20. E RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E TERMOS DA ORAÇÃO 21. E 22. C 23. C 24. E 25. E RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO 26. E 27. C 28. E 29. E 30. C FUNÇÕES DO QUE E DO SE 31. e 32. e 33. c 34. C 35. E SINTAXE DE CONCORDÂNCIA, DE REGÊNCIA E DE COLOCAÇÃO 36. E 37. E 38. E 39. E 40. d EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE 41. E 42. C 43. E 44. a 45. d O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 96 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno PilastreEMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO 46. b 47. a 48. e 49. b 50. a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 97 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre GABARITO COMENTADOGABARITO COMENTADO ORTOGRAFIA OFICIAL E ACENTUAÇÃO GRÁFICA 001. 001. (CEBRASPE/PROCURADOR/PGM/2019) 1 | A jurisdição constitucional na contemporaneidade apresenta-se como uma consequência praticamente natural do Estado de direito. É ela que garante que a Constituição ganhará 4 | efetividade e que seu projeto não será cotidianamente rasurado por medidas de exceção desenhadas atabalhoadamente. Mais do que isso, a jurisdição é a garantia do projeto constitucional, 7 | quando os outros poderes buscam redefinir os rumos durante a caminhada. Nesses termos, a jurisdição constitucional também se 10 | apresenta como medida democrática. Por meio dela, as bases que estruturaram democraticamente o Estado são conservadas, impedindo que o calor dos fatos mude a interpretação 13 | constitucional ou procure fugir de sua incidência sempre que os acontecimentos alegarem certa urgência. Ademais, é a garantia hodierna de que os ventos da 16 | mudança não farão despencar os edifícios que sustentam as bases constitucionais, independentemente das maiorias momentâneas e dos clamores populares. (Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucional: entre a guardada Constituição e o ati- vismo judicial. Revista Jurídica da Presidência, Brasília, DF, v. 20, n. 121p. 468-494, jun./set. 2018. Com adaptações) Seria incorreto o emprego da forma quotidianamente em lugar de “cotidianamente” (l.4), pois aquela forma foi abolida do vocabulário oficial da língua portuguesa. No Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), encontramos os dois registros: cotidiano e quotidiano. Ambas as formas possuem o mesmo significado. É por isso, portanto, que o item está errado, pois a forma registrada com “qu” não foi abolida. Errado. 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Teorias científicas jamais serão a verdade final: elas irão 10 | sempre evoluir e mudar, tornando-se progressivamente mais corretas e eficientes, sem chegar nunca a um estado final de perfeição. Novos fenômenos estranhos, inesperados e 13 | imprevisíveis irão sempre desafiar nossa imaginação. Assim como nossos antepassados, estaremos sempre buscando compreender o novo. E, a cada passo dessa busca sem fim, 16 | compreenderemos um pouco mais sobre nós mesmos e sobre o mundo a nossa volta. Em graus diferentes, todos fazemos parte dessa 19 | aventura, todos podemos compartilhar o êxtase que surge a cada nova descoberta; se não por intermédio de nossas próprias atividades de pesquisa, ao menos ao estudarmos as ideias 22 | daqueles que expandiram e expandem as fronteiras do conhecimento com sua criatividade e coragem intelectual. Nesse sentido, você, eu, Heráclito, Copérnico e Einstein somos 25 | todos parceiros da mesma dança, todos dançamos com o Universo. É a persistência do mistério que nos inspira a criar. (GLEISER, Marcelo. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big-Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 384-5. Com adaptações) Feito o devido ajuste de inicial maiúscula, a locução “É… que”, por ser puramente de realce nesse caso, poderia ser suprimida do trecho “É a persistência do mistério que nos inspira a criar” (l.26), sem comprometer a clareza nem a correção gramatical do texto. Esse item não aborda especificamente o conteúdo de Ortografia e Acentuação. No entanto, vale destacar o registro da banca para a necessidade de haver ajuste de inicial maiúscula. Nas questões de reescritura da banca CEBRASPE, esse tipo de ajuste sempre é indicado. Certo. 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Um considerável interesse na identificação forense de indivíduos tem-se voltado para o estudo do seio frontal. 10 | O estudo comparativo de imagens do seio frontal tem valor significativo para o estabelecimento da identificação do indivíduo sob exame. 13 | Como as impressões digitais, os padrões dos seios frontais são únicos para uma pessoa. A identificação comparativa de radiografias do seio frontal é muito segura 16 | porque não há duas pessoas com a mesma configuração de seio frontal. Além das radiografias de projeção tradicional normal, a tomografia computadorizada do seio frontal também tem sido 19 | usada para essa identificação. À semelhança do que ocorre com a identificação de indivíduos por meio de suas impressões digitais, a identificação 22 | a partir do estudo dos seios frontais pode inviabilizar-se em algumas situações. Há casos, por exemplo, de indivíduos adultos em que essas cavidades não se formam. Além disso, os 25 | seios frontais podem ser afetados por traumas e por patologias agudas ou crônicas, como inflamações, displasias endócrinas e osteíte. (Z. Nateghian et al. Frontal sinus pattern and evaluation of rightand left frontal sinus volume according to gender, using multidetector CT scan. Journal of Forensic Science & Criminology, [s.l.], v. 4, n. 4, ISSN: 2348- 9804 (tradução livre, com adaptações) A correção gramatical do texto precedente, assim como sua coerência e sua coesão, seriam preservadas se o terceiro e o quarto parágrafos fossem fundidos em um único parágrafo mediante a introdução, entre eles, da conjunção “Contudo” ou da conjunção “Todavia”, feitas as devidas alterações na pontuação e nas letras maiúsculas e minúsculas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 100 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Novamente, vemos um item que não aborda especificamente o conteúdo de Ortografia e Acentuação. Vale destacar, novamente, o registro da banca para a necessidade de haver ajuste de inicial maiúscula. Certo. 004. 004.(CEBRASPE/DIPLOMATA/INSTITUTORIOBRANCO/2018) Texto XII 1 | Impugnada a todo instante pela escravidão a ideologia liberal, que era a das jovens nações emancipadas da América, descarrilava. Seria fácil deduzir o sistema de seus 4 | contrassensos, todos verdadeiros, muitos dos quais agitaram a consciência teórica e moral de nosso século XIX. Já vimos uma coleção deles. No entanto, estas dificuldades 7 | permaneciam curiosamente inessenciais. O teste da realidade não parecia importante. É como se coerência e generalidade não pesassem muito, ou como se a esfera da cultura ocupasse 10 | uma posição alterada, cujos critérios fossem outros — mas outros em relação a quê? Por sua mera presença, a escravidão indicava a impropriedade das ideias liberais; o que, entretanto, 13 | é menos que orientar-lhes o movimento. Sendo embora a relação produtiva fundamental, a escravidão não era o nexo efetivo da vida ideológica. A chave desta era diversa. Para 16 | descrevê-la é preciso retomar o país como todo. Esquematizando, pode-se dizer que a colonização produziu, com base no monopólio da terra, três classes de população: o 19 | latifundiário, o escravo e o “homem livre”, na verdade dependente. Entre os primeiros dois a relação é clara, é a multidão dos terceiros que nos interessa. Nem proprietários 22 | nem proletários, seu acesso à vida e a seus bens depende materialmente do favor, indireto ou direto de um grande. O agregado é a sua caricatura. O favor é, portanto, o mecanismo 25 | através do qual se reproduz uma das grandes classes da sociedade, envolvendo também outra, a dos que têm. Note-se ainda que entre estas duas classes é que irá acontecer a vida 28 | ideológica, regida, em consequência, por este mesmo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 101 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre mecanismo. Assim, com mil formas e nomes, o favor atravessou e afetou no conjunto a existência nacional, 31 | ressalvada sempre a relação produtiva de base, esta assegurada pela força. Esteve presente por toda parte, combinando-se às mais variadas atividades, mais e menos afins dele, como 34 | administração, política, indústria, comércio, vida urbana, Corte etc. Mesmo profissões liberais, como a medicina, ou qualificações operárias, como a tipografia, que, na acepção 37 | europeia, não deviam nada a ninguém, entre nós eram governadas por ele. E assim como o profissional dependia do favor para o exercício de sua profissão, o pequeno proprietário 40 | depende dele para a segurança de sua propriedade, e o funcionário para o seu posto. O favor é a nossa mediação quase universal — e, sendo mais simpático do que o nexo 43 | escravista, a outra relação que a colônia nos legara, é compreensível que os escritores tenham baseado nele a sua interpretação do Brasil, involuntariamente disfarçando a 46 | violência, que sempre reinou na esfera da produção. (SCHWARZ, Roberto. As ideias fora do lugar. In: Ao vencedor as batatas. São Paulo: Duas Cidades, 1992. Com adaptações) Segundo preconiza o Novo Acordo Ortográfico, o vocábulo “contrassensos” (l.4) é grafado conforme as mesmas regras que antissocial. A regra, aqui, é aquela em que NÃO há hífen quando o primeiro elemento for terminado por vogal e o segundo elemento for iniciado por “r” ou “s”: anti (terminado por vogal) + social (é iniciado por “s”) = “antissocial” Contra (terminado por vogal) + sensos (é iniciado por “s”) = “contrassensos” Certo. 005. 005. (CEBRASPE/PC/PCGO/2016) Texto CB1A1AAA 1 | Na Idade Média, durante o período feudal, o príncipe era detentor de um poder conhecido como jus politiae — direito de polícia —, que designava tudo o que era necessário 4 | à boa ordem da sociedade civil sob a autoridade do Estado, em contraposição à boa ordem moral e religiosa, de competência exclusiva da autoridade eclesiástica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 102 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 7 | Atualmente, no Brasil, por meio da Constituição Federal de 1988, das leis e de outros atos normativos, é conferida aos cidadãos uma série de direitos, entre os quais 10 | os direitos à liberdade e à propriedade, cujo exercício deve ser compatível com o bem-estar social e com as normas de direito público. Para tanto, essas normas especificam limitações 13 | administrativas à liberdade e à propriedade, de modo que, a cada restrição de direito individual — expressa ou implícita na norma legal —, corresponde equivalente poder de polícia 16 | administrativa à administração pública, para torná-la efetiva e fazê-la obedecida por todos. (Internet: www.ambito-juridico.com.br. Com adaptações) O sentido original do texto seria preservado e as normas da ortografia oficial da língua portuguesa seriam respeitadas caso se substituísse o trecho “é conferida aos cidadãos uma série de direitos” (l.9) por “aos cidadões confere-se muitos direitos”. A grafia correta do plural de “cidadão” é “cidadãos”. No item, vemos a reescritura propor a grafia inadequada: “cidadões”. Errado. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 006. 006. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018/ADAPTADA) Texto 6A4AAA 1 | Todo escritor convive com um terror permanente: o do erro de revisão. O revisor é a pessoa mais importante na vida de quem escreve. Ele tem o poder de vida ou de morte 4 | profissional sobre o autor. A inclusão ou a omissão de uma letra ou de uma vírgula no que sai impresso pode decidir se o autor vai ser entendido ou não, admirado ou ridicularizado, 7 | consagrado ou processado. Todo texto tem, na verdade, dois autores: quem o escreveu e quem o revisou. Toda vez que manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos 10 | do revisor, esperando que seu parceiro não falhe. Pode-se imaginar o que uma conspiração organizada, internacional, de revisores significaria para a nossa O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 103 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 13 | civilização. Os revisores só não dominam o mundo porque ainda não se deram conta do poder que têm. Eles desestabilizariam qualquer regime com acentos indevidos e 16 | pontuações maliciosas, além de decretos oficiais ininteligíveis. Grandes jornais seriam levados à falência por difamações involuntárias, exércitos inteiros seriam imobilizados por 19 | manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de estudantes seriam desencaminhadas por cartilhas ambíguas e fórmulas de química incompletas. E os efeitos de uma 22 | revisão subversiva na instrução médica são terríveis demais para contemplar. (VERÍSSIMO, Luis Fernando. Cuidado com os revisores. VIP Exame, mar. 1995, p. 36-7. Com adaptações) A palavra “desencaminhadas” (l.20) é formada por derivação parassintética. Para ser derivação parassintética, prefixo e sufixo devem ser afixados SIMULTANEAMENTE. Não é isso o que ocorre em “desencaminhadas”, já que temos a forma “encaminhadas”, sem um prefixo. Errado. 007. 007. (CEBRASPE/NÍVELMÉDIO/FUB/2018) 1 | O ensino superior no Brasil é oferecido por universidades, centros universitários, faculdades, institutos superiores e centros de educaçãotecnológica. O cidadão pode 4 | optar por três tipos de graduação: bacharelado, licenciatura e formação tecnológica. Os cursos de pós-graduação são divididos entre lato sensu (especializações e MBAs) 7 | e strictu sensu (mestrados e doutorados). Além da forma presencial, em que o aluno deve ter frequência em pelo menos 75% das aulas e avaliações, 10 | ainda é possível formar-se por meio do ensino a distância. Nessa modalidade, não é necessária a presença do aluno dentro de sala de aula, e ele recebe livros e apostilas e conta 13 | com a ajuda da Internet. Há também cursos semipresenciais, com aulas em sala e também a distância. A Secretaria de Regulação e Supervisão 16 | da Educação Superior, órgão do Ministério da Educação, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 104 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre é a unidade responsável por afiançar que a legislação educacional seja cumprida para garantir a qualidade 19 | dos cursos superiores do país. Para medir a qualidade dos cursos de graduação no país, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 22 | Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e o Ministério da Educação utilizam o índice geral de cursos (IGC), divulgado uma vez por ano, logo após a publicação dos resultados 25 | do ENADE. A base de cálculo do IGC é uma média dos conceitos dos cursos de graduação de uma instituição, ponderada a partir do número de matrículas mais as notas 28 | de pós-graduação de cada instituição de ensino superior. (Internet: www.brasil.gov.br. Com adaptações) A forma verbal “Há” (l.13) poderia ser substituída por “Existe”, sem prejuízo para a correção gramatical do texto, já que ambas são sinônimas. Não se pode realizar a substituição sem realizar a FLEXÃO verbal na forma “existe”. Assim, o adequado é registrar a flexão verbal no plural (existem), já que esse verbo é pessoal e concorda com o termo “cursos semipresenciais”, sujeito da oração. O verbo “haver” é impessoal quando em sentido existencial. Errado. 008. 008. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018) As palavras “conspiração”, “sutilmente” e “terríveis” são formadas pelo processo morfológico de formação de palavras denominado sufixação. As palavras “conspiração” e “sutilmente” são formadas (isto é, criadas) a partir da sufixação dos morfemas -ção e -mente. São exemplos, portanto, de derivação. A palavra terríveis, no entanto, não é criada; trata-se de um caso de flexão (de plural), que não forma nova palavra. Fique atento(a)! Errado. 009. 009. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEE-DF/2017) As palavras “pedagogicamente”, “fortemente” e “historicamente” são formadas por derivação sufixal e apresentam dois acentos tônicos: o principal herdado das palavras primitivas e o secundário, introduzido pelo sufixo “-mente”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 105 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre O problema da afirmativa está em afirmar que TODAS as palavras mantêm o acento secundário que se origina do radical ao qual o afixo -mente se soma. A palavra “pedagógico” possui acento que se tornará secundário (proparoxítona); a palavra “histórico” também possui acento que se tornará secundário (proparoxítona). A palavra forte, no entanto, não possui acento que se tornará secundário - em “fortemente”, há apenas o acento principal (na sílaba “men”). Errado. 010. 010. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEE-DF/2017) Dois processos morfológicos atuam na formação do advérbio “infelizmente”. Dadas as propriedades dos afixos presentes, verifica-se uma ambiguidade estrutural referente à ordem de ocorrência desses processos: pode-se primeiramente adicionar o prefixo in- ao adjetivo feliz, e, depois o sufixo -mente, ou, ao contrário, pode-se adicionar primeiro o sufixo e, depois, o prefixo. Em aula, falei sobre a ordem em que os afixos se somam à palavra, lembra-se? A questão diz que a ordem de afixação do prefixo in- e do sufixo -mente é livre. Vimos, no entanto, que a afixação tem por prioridade inserir afixos dentro da classe gramatical. Assim, primeiro há a prefixação (que mantém a classe gramatical dos adjetivos: felizAdj>infelizAdj) para depois ocorrer a sufixação, que muda a palavra de classe (infelizAdj>infelizmenteAdv) Errado. EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS 011. 011. (CEBRASPE/POLICIAL/PRF/2019) 1 | O nome é o nosso rosto na multidão de palavras. Delineia os traços da imagem que fazem de nós, embora não do que somos (no íntimo). Alguns escondem seus 4 | donos, outros lhes põem nos olhos um azul que não possuem. Raramente coincidem, nome e pessoa. Também há rostos quase idênticos, e os nomes de quem os leva 7 | (pela vida afora) são completamente díspares, nenhuma letra se igualando a outra. O do autor deste texto é um nome simples, 10 | apostólico, advindo do avô. No entanto, o sobrenome, pelo qual passou a ser reconhecido, é incomum. Sonoro, hispânico. Com uma combinação incomum de nome e O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 106 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 13 | sobrenome, difícil seria encontrar um homônimo. Mas eis que um surgiu, quando ele andava pelos vinte anos. E continua, ao seu lado, até agora — sombra amiga. 16 | Impossível não existir aqui ou ali alguma confusão entre eles, um episódio obscuro que, logo, viria às claras com a real justificativa: esse não sou eu. Houve o caso da 19 | mulher que telefonou para ele, esmagando-o com impropérios por uma crítica feita no jornal pelo outro, sobre um célebre arquiteto, de quem ela era secretária. (João Anzanello Carrascoza. Homônimo. In: Diário das Coincidências. Ed. digital. São Paulo: Objetiva, p. 52. Com adaptações) O vocábulo “um” (l.14) refere-se a um indivíduo cujo nome é idêntico ao do autor do texto. O vocábulo, de fato, faz referência a um indivíduo cujo nome é idêntico ao do autor do texto. Isso pode ser comprovado pela inserção dessa informação no trecho: “Mas eis que um homônimo surgiu”, e homônimo equivale “pessoa com mesmo nome que o meu”. Certo. 012. 012. (CEBRASPE/POLICIAL/PRF/2019) 1 | A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de preferência a do sol, tão óbvia quanto essencial. Somos animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e 4 | vampiros em geral discordem dessa afirmativa. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem ser poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas, 7 | mamíferos ou terráqueos, outros rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas. A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de 10 | afastar as trevas noturnas de todo hábitat humano. Luz soa para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se observar do espaço o mapa das desigualdades econômicas 13 | mundiais desenhado na banda noturna do planeta. A parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais iluminada. 16 | Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo ambiental muito alto, avisam os cientistas. Nos humanos, o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a suareprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 107 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 19 | dormimos pode reduzir drasticamente os níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil 22 | quando vejo se acenderem as luzes da cidade. E repito para mim mesmo a pergunta que me faço desde que me conheço por gente: quem é o responsável por acender as 25 | luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa tarefa caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos bairros. Mas e antes dos sensores, como é que se fazia? 28 | Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta no topo do maior arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda se 31 | iluminava. Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se 34 | existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas eternas. (MORAES, Reinaldo. Luz! Mais luz. Internet: www.nexojornal.com.br. Com adaptações) A substituição da locução “a cidade toda” (l.30) por “toda cidade” preservaria os sentidos e a correção gramatical do período. Os sentidos não seriam preservados, pois “a cidade toda” diz respeito a uma única cidade, concebida em sua totalidade. Já “toda cidade” é uma generalização que envolve um universo de diferentes cidades, concebidas coletivamente. Errado. 013. 013. (CEBRASPE/NÍVELSUPERIOR/FUB/2018) 1 | Na farmácia, presencio uma cena curiosa, mas não rara: balconista e cliente tentam, inutilmente, decifrar o nome de um medicamento na receita médica. Depois 4 | de várias hipóteses, acabam desistindo. O resignado senhor que porta a receita diz que vai telefonar ao seu médico e voltar mais tarde. “Letra de doutor”, suspira o balconista, 7 | com compreensível resignação. Letra de médico já se tornou sinônimo de hieróglifo. Exercício de caligrafia saiu de moda, mas todos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 108 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 10 | os alunos sabem que devem escrever de modo legível para conquistar a boa vontade dos professores. A letra dos médicos, portanto, é produto de uma evolução, de uma 13 | transformação. Mas que fatores estariam em jogo atrás delas? Que eu saiba, o assunto ainda não foi objeto de uma tese de doutorado, mas podemos tentar algumas 16 | explicações. A primeira, mais óbvia (e mais ressentida), atribui os garranchos médicos a um mecanismo de poder. Doutor não precisa se fazer entender: são os outros, 19 | os seres humanos comuns, que têm de se familiarizar com a caligrafia médica. Pode ser isso, mas acho que não é só isso. Há outros 22 | componentes: a urgência, por exemplo. Um doutor que atende dezenas de pacientes num movimentado ambulatório de hospital não pode mesmo caprichar na letra. Receita 25 | é uma coisa que ele deve fornecer — nenhum paciente se considerará acolhido se não levar uma receita. A receita satisfaz a voracidade de nossa cultura pelo remédio, e está 28 | envolta numa aura mística: é como se o doutor, por meio dela, acompanhasse o paciente. Mágica ou não, a receita é, muitas vezes, fornecida às pressas; daí a ilegibilidade. 31 | Há um terceiro aspecto, mais obscuro e delicado. É a relação ambivalente do médico com aquilo que ele receita — a sua dúvida quanto à eficácia dos medicamentos. 34 | Os velhos doutores sabem que a luta contra uma doença não se apoia em certezas, mas sim em tentativas: na medicina, “sempre” e “nunca” são palavras proibidas. Daí a dúvida, 37 | daí a ansiedade da dúvida, da qual o doutor se livra pela escrita rápida. E pouco legível. (SCLIAR, Moacyr. Letra de médico. In: A face oculta. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001, p. 23-5. Com adaptações) Infere-se do texto que, pelo emprego do adjetivo “compreensível” (l.7), o narrador transmite sua opinião, o que se confirma pela ponderação exposta no último período do primeiro parágrafo. O emprego do adjetivo “compreensível” denota, sim, a opinião do narrador. Isso porque o narrador concorda, acha compreensível a resignação do balconista. Quando o narrador O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 109 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre fala que “Letra de médico já se tornou sinônimo de hieróglifo” (último período do último parágrafo), confirma a ideia de que a resignação do balconista é compreensível. Certo. 014. 014. (CEBRASPE/PAPILOSCOPISTA/PF/2018) Texto 14A15AAA 1 | A natureza jamais vai deixar de nos surpreender. As teorias científicas de hoje, das quais somos justamente orgulhosos, serão consideradas brincadeira de criança por 4 | futuras gerações de cientistas. Nossos modelos de hoje certamente serão pobres aproximações para os modelos do futuro. No entanto, o trabalho dos cientistas do futuro seria 7 | impossível sem o nosso, assim como o nosso teria sido impossível sem o trabalho de Kepler, Galileu ou Newton. Teorias científicas jamais serão a verdade final: elas irão 10 | sempre evoluir e mudar, tornando-se progressivamente mais corretas e eficientes, sem chegar nunca a um estado final de perfeição. Novos fenômenos estranhos, inesperados e 13 | imprevisíveis irão sempre desafiar nossa imaginação. Assim como nossos antepassados, estaremos sempre buscando compreender o novo. E, a cada passo dessa busca sem fim, 16 | compreenderemos um pouco mais sobre nós mesmos e sobre o mundo a nossa volta. Em graus diferentes, todos fazemos parte dessa 19 | aventura, todos podemos compartilhar o êxtase que surge a cada nova descoberta; se não por intermédio de nossas próprias atividades de pesquisa, ao menos ao estudarmos as ideias 22 | daqueles que expandiram e expandem as fronteiras do conhecimento com sua criatividade e coragem intelectual. Nesse sentido, você, eu, Heráclito, Copérnico e Einstein somos 25 | todos parceiros da mesma dança, todos dançamos com o Universo. É a persistência do mistério que nos inspira a criar. (GLEISER, Marcelo. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big-Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 384-5. Com adaptações) A substituição do termo “do futuro”, em “modelos do futuro” (l.5 e 6), pelo adjetivo “futuristas” manteria os sentidos originais do texto. 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Um traço para distinguir as duas fases já 4 | foi lembrado: o despertar do entorpecimento que lhe causava a predominância socialda classe proprietária, por sua vez, na cúpula, recoberta pelo estamento dos que mandam, governam 7 | e dirigem a política. Mas que não haja equívoco: o arrastar na sombra denunciava-lhe prestígio negativo, oriundo da composição de estrangeiros entre seus membros e do tipo de 10 | negócios a que se dedicava, sobretudo no comércio negreiro. Não que vivesse alheia à importância econômica ou à eficiência no trato do sistema. Era ela a categoria dinâmica da 13 | economia, a que lhe dava impulso à energia, financiando a produção, com o fornecimento de crédito e escravos. Sobretudo, armava o elo que ligava o café ao comércio 16 | mundial, polo diretor, em última instância, da economia nacional, dependente de flutuação de centros de decisões fora do país. De outro lado, comunicava às cidades e ao campo a 19 | modernização, de nível europeu, de mercadorias, e, por via delas, de costumes, modas e hábitos de consumo. Estava na sombra, mas não lhe faltava atividade, vibração nervosa e 22 | energia. Por via desse subterrâneo pulsar, ligava-se ao estrato dirigente, o estamento, com repulsa e, não raro, em oposição de estilos de vida, mas em íntima compreensão, além da zona 25 | dos salões e dos palácios, aos interesses materiais. Assim é que, antes de 1850, a arquitetura política, caracterizada no centralismo, servia mais ao grupo dos negociantes, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 111 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 28 | comissários, traficantes de escravos, importadores e exportadores, do que aos isolados produtores e fazendeiros. Servia-a, também, a estabilidade monetária, quebrada de 31 | maneira grave com a agitação de fazendeiros e especuladores industriais no fim do império. Houve um momento em que ela — a classe lucrativa — se emancipou, passou a viver de seu 34 | próprio impulso, sem se disfarçar ou mascarar-se em traços secundários de outra classe, detentora de maior expressão social, ou do estrato monopolizador do prestígio político. Sobe 37 | uma classe e dentro dela elevam-se muitos aspirantes a essa camada. Individualmente, é o momento da crise — o homem escolhe o seu caminho, desdenhando o curso batido e 40 | frequentado. Socialmente, toda uma camada quer os bens da vida, materiais e ideais, sem arrimos ou auxílios, agora vistos como ilegítimos. O empresário faz-se na cidade, conquista 43 | títulos de nobreza e cadeiras no parlamento. Foi neste momento que a surpreendeu Machado de Assis, mal inclinado a ela por força de seu preconceito, nutrido de tradição. No seu 46 | sarcasmo, ferindo-a de zombarias e riso, ele vê um mundo que cresce a sua frente, transformando a sociedade — ele tudo vê, com escândalo, repugnância e indignação. O dinheiro, 49 | avassalando os negócios, invade as consciências, infundindo torpeza em toda parte, na queda de escrúpulos, virtudes e valores. (FAORO, Raymundo. Lucro e negócios — classe lucrativa. In: Machado de Assis — a pirâmide e o trapézio. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1974. p. 226. Com adaptações) No trecho “toda uma camada quer os bens da vida” (l.40 e 41), o artigo indefinido foi empregado como item de realce, razão por que sua eliminação não prejudicaria a correção gramatical nem o sentido original do texto. Veja a diferença de interpretação quando retiramos o artigo indefinido do trecho analisado: “toda uma camada quer os bens da vida” “toda camada quer os bens da vida” Sem o artigo, a interpretação é muito mais generalizante. Por isso, haveria prejuízo para o sentido original do texto. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 112 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO 016. 016. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018) 1 | Deixei-o nessa reticência, e fui descalçar as botas, que estavam apertadas. Uma vez aliviado, respirei à larga, e deitei-me a fio comprido, enquanto os pés, e todo eu atrás 4 | deles, entrávamos numa relativa bem-aventurança. Então considerei que as botas apertadas são uma das maiores venturas da Terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as 7 | descalçar. Mortifica os pés, desgraçado, desmortifica-os depois, e aí tens a felicidade barata, ao sabor dos sapateiros e de Epicuro. […] Daqui inferi eu que a vida é o mais engenhoso 10 | dos fenômenos, porque só aguça a fome, com o fim de deparar a ocasião de comer, e não inventou os calos, senão porque eles aperfeiçoam a felicidade terrestre. Em verdade vos digo que 13 | toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas. (ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. In: Obra Completa, v. 1, p. 555-6. Dados os sentidos do texto, subentende-se que o agente da forma verbal “Mortifica” (l.7) é “botas” (l.5). O primeiro ponto a ser notado: caso “botas” fosse sujeito do verbo “mortificar”, a concordância seria necessária (e então teríamos “as botas mortificam”). Em segundo lugar, o verbo está no imperativo afirmativo e concorda com a segunda pessoa do singular. Errado. 017. 017. (CEBRASPE/TÉCNICO/STJ/2018) 10 | Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno dessa questão ao longo do século XX, 13 | e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de 16 | situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas. O sujeito da forma verbal “têm” (l.16) está elíptico e retoma “cada um desses autores” (l.14). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 113 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre A forma verbal “têm” retoma o pronome “eles”, da linha 15. Errado. 018. 018. (CEBRASPE/AUDITOR/SERFAZ-RS/2018) 26 | Por outro lado, a substituição dos tributos indiretos, que atingem o fluxo econômico, por tributos que incidam 28 | sobre o estoque da riqueza tem o mérito de criar maior desenvolvimento econômico, pois gera mais consumo, produção e lucros que compensam a tributação sobre a riqueza. O sujeito da forma verbal “incidam”, na linha 27 do texto é corretamente classificado como simples. O sujeito da forma verbal “incidam” é o pronome relativo “que”, cujo referente é “tributos”. Assim, a pluralidade do referente desencadeia a concordância na forma verbal. O sujeito é classificado, portanto, como simples. Certo. 019. 019. (CEBRASPE/ANALISTA/PGE-PE/2019) 1 | A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de um movimento do espírito que de um juízo fundado em argumentos extraídos da razão ou da experiência. Não há 4 | período histórico que não tenha sido julgado, de uma parte ou de outra, como um período em crise. Ouvi falar de crise em todas as fases da minha vida: depois da Primeira Guerra 7 | Mundial, durante o fascismo e o nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial, no pós-guerra, bem como naqueles que foram chamados de anos de chumbo. Sempre duvidei que o conceito 10 | de crise tivesse qualquer utilidade para definir uma sociedade ou uma época. Que fique claro:é claro, certos parâmetros, organizados no quadro esquemático a seguir. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 9 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Posição da sílaba tônica Quando a palavra é acentuada Exemplos Última sílaba - oxítona – Terminada em -a(s) Pará Terminada em -e(s) Café Terminada em -o(s) Cipó Terminada em -em/-ens Armazém/Armazéns Penúltima sílaba - paroxítona – Terminadas em ditongo História Terminadas em tritongo Águem Terminadas em -ão(s) e -ã(s) Órgão Qualquer outra terminação que não seja: -a(s) -e(s) -o(s) -em(ns) Fácil Glúten Quórum Caráter Tórax Júri Tênis Vênus Fórceps Antepenúltima sílaba - proparoxítona – TODAS são acentuadas Cômodo Econômico Estávamos Lâmpada Músico Elétrico Página No caso da acentuação pela regra dos hiatos, temos o seguinte: as vogais tônicas grafadas em i e u das palavras oxítonas e paroxítonas LEVAM ACENTO quando são antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo (isto é, com a qual formam hiato) e desde que não constituam sílaba com a eventual consoante seguinte, excetuando o caso de s. Exemplos: país, atraí, saúde, juízes, raízes, saída. Em relação às mudanças advindas do Acordo de 1990, não se empregam mais os seguintes acentos gráficos: Não se emprega mais o acento circunflexo na primeira vogal das terminações -eem nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos Crer: creem/descreem Dar: deem/desdeem Ler: leem/releem Ver: veem/anteveem Não são mais acentuadas as palavras paroxítonas com os ditongos abertos -ei e -oi: Assembleia Ideia Heroico O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 10 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Há também os acentos diferenciais e os casos de dupla grafia: R e c e b e m a c e n t o s diferenciais Flexões distintas da forma verbal “poder”: pôde x pode pôr (verbo) x por (preposição) Aceitam dupla grafia Forma ou Fôrma Por fim, e talvez o tópico mais avaliado em concursos públicos, observamos a distinção entre “tem” e “têm” (e derivados). Aqui, estamos diante de uma marcação morfológica: “tem” marca a concordância com sujeito na terceira pessoa do SINGULAR; “têm” marca a concordância com sujeito na terceira pessoa do PLURAL. Aplica-se o mesmo padrão para o par “vem”/”vêm” (e derivados). Note que, quando houver forma derivada, o padrão de acentuação das oxítonas deve ser aplicado: “ele detém” e “eles detêm”. Professor, e nas provas? Como esse assunto é abordado?Professor, e nas provas? Como esse assunto é abordado? Na Plataforma Gran Questões, encontramos 3.044 questões sobre acentuação gráfica. Na maioria das bancas, os enunciados se apresentam da seguinte forma: Banca Enunciado da questão sobre acentuação gráfica SELECON A palavra “câncer” é acentuada pela mesma razão da palavra: INSTITUTO AOCP Assinale a alternativa em que os termos destacados sejam acentuados pela mesma norma gramatical. FGV A frase abaixo em que as duas palavras sublinhadas mostram acento gráfico devido à mesma regra, é: IDECAN Assinale a alternativa que contém palavras acentuadas pela mesma regra. CEBRASPE O emprego de acento agudo nas palavras “elétricos”, “pálidas” e “móveis” justifica-se pela mesma regra de acentuação gráfica. QUADRIX Justifica-se, com base na mesma regra de acentuação gráfica, o emprego do acento nas palavras Podemos observar claramente um padrão emergindo: as bancas solicitam em especial a identificação de padrões de acentuação. Deve-se encontrar o grupo de palavras que são acentuadas pela mesma regra. Outra abordagem é a identificação de desvios ortográficos em reescritas. Finalizamos aqui os tópicos de Ortografia Oficial e Acentuação Gráfica. Passaremos direto para um novo nível de análise, o morfológico. 2 . ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS2 . ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS A morfologia estuda a estrutura e os processos de formação de palavras. O objeto de análise é o morfema, a menor unidade portadora de significado. Os morfemas podem ser raízes ou afixos. As raízes são elementos morfológicos que tipicamente formam a base O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 11 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre de uma palavra quando os afixos são retirados. Os afixos, por sua vez, são elementos não autônomos (não ocorrem isoladamente em uma frase) que se unem às raízes. Em uma palavra como “desleal”, o morfema “des-“ é um afixo e o morfema “leal” é a raiz. É comum que a raiz expresse o significado descritivo de entidades do mundo biossocial (coisas, eventos, emoções etc.). Dois conceitos são centrais na análise mórfica: a flexão e a derivação. A flexão é caracterizada por mudanças na forma do vocábulo que expressam noções gramaticais. Já a derivação se caracteriza por ser um processo que cria novas palavras. Em “casa” | “casas”, há flexão, pois há a inserção de uma noção gramatical (número plural), sem que isso crie um novo vocábulo. Em “casa” | “casebre”, observamos uma derivação, pois se cria uma nova palavra a partir de um elemento primitivo. Na flexão, as estruturas mais importantes são as flexões nominais e verbais, como esquematizado a seguir (e ilustrado pela forma verbal cantássemos): RAIZ + VOGAL TEMÁTICA + MORFEMA DE MODO-TEMPO + MORFEMA DE NÚMERO-PESSOA Cant- -á -sse -mos Para os nomes (substantivos e adjetivos), o padrão é mais simples: RAIZ + VOGAL TEMÁTICA + MORFEMA DE GÊNERO + MORFEMA DE NÚMERO Os morfemas que expressam as noções gramaticais da flexão são denominados desinências. Os padrões de formação de novas palavras estão organizados a seguir. Note que a flexão ocorre sempre por sufixação (as desinências são afixadas após a raiz). Na derivação, os processos são mais dinâmicos. Processos de derivação por afixação (adição de afixo(s)) Prefixação União de prefixo + RAIZ infeliz (in- + feliz) Sufixação União de RAIZ + Sufixo felizmente (feliz + -mente) Prefixação e sufixação União não simultânea de Prefixo + RAIZ + Sufixo Infelizmente (in- + feliz + -mente) Parassíntese União simultânea de Prefixo + RAIZ + Sufixo Emporcalhar (em- + porco + -alhar) Para identificar os processos de derivação por afixação, um teste deve ser aplicado: observe a palavra e pergunte se é possível retirar o afixo. Esse “retirar o afixo” significa mais ou menos o seguinte: a palavra existe na língua sem aquele afixo? Em “infeliz”, podemos tirar o “in-” porque sabemos da existência autônoma de “feliz”. Isso também vale para “felizmente”. Na parassíntese, há um fato adicional: a palavra só vai existir se os afixos forem retirados simultaneamente, já que não existem as formas “emporco” ou “porcalhar”. Esse raciocínio é muito exigido em questões sobre morfologia. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 12 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Em concursos,não tenho nenhuma intenção de 13 | difamar ou condenar o passado para absolver o presente, nem de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos. Desejo apenas ajudar a que se compreenda que todo juízo 16 | excessivamente resoluto nesse campo corre o risco de parecer leviano. Certamente, existem épocas mais turbulentas e outras O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 114 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre menos. Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de 19 | uma crise moral (de uma diminuição da crença em princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais, políticas, culturais ou até mesmo biológicas. (BOBBIO, Norberto. Elogio da serenidade e outros escritos morais. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 160-1. Com adaptações) Todo o trecho subsequente ao termo “difícil” (l.18) funciona como complemento desse termo. A estrutura “é difícil” é um predicado cujo sujeito é a estrutura oracional “dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral”. A ordem direta é esta: “dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral é difícil”. Errado. 020. 020. (CEBRASPE/POLICIAL/PRF/2019) Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos que quase tudo que vemos existe em razão de atividades do 10 | trabalho humano. Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos, assim como a organização do trabalho 13 | alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos da história. (MELLO, Thiago de. Trabalho. Internet: educacao.globo.com. Com adaptações) No trecho “Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos” (l.10 a 12), o sujeito da forma verbal “cercam” é “Os processos de produção dos objetos”. O sujeito da forma verbal “cercam” é o pronome relativo “que”, o qual tem como referente “objetos”. Errado. RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E TERMOS DA ORAÇÃO 021. 021. (CEBRASPE/DIPLOMATA/INSTITUTORIOBRANCO/2018) Texto VII 1 | Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam diversamente as O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 115 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos 4 | tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores 7 | e os povos lavradores […] Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente 10 | ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro — audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, 13 | vagabundagem — tudo, enfim, quanto se relacione com a concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma 16 | recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; tanto as energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança pessoal quanto os esforços sem perspectiva de rápido proveito 19 | material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o ideal do trabalhador. Entre esses dois tipos não há, em verdade, 22 | tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical. (BUARQUE DE HOLANDA, Sergio. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 44. Com adaptações) O trecho “tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical” (l.22) exprime uma relação de proporcionalidade entre “uma oposição absoluta” e “uma incompreensão radical”. Não há ideia de proporcionalidade, mas de equivalência. Errado. 022. 022. (CEBRASPE/NÍVELMÉDIO/EMAP/2018) 1 | É curioso notar que a ideia de porto está presente nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades. Isso porque uma das características das primeiras estruturas 4 | urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a presença do porto. As primeiras cidades, no sentido moderno, 7 | surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C., O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 116 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos 10 | urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto e as células dos futuros palácios reais; uma espécie 13 | de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências e instalações para criação de animais e plantio; e o porto fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era 16 | utilizado como local de instalação dos estrangeiros, cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade. Não se trata, portanto, de uma criação aleatória 19 | apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional que marcou o contexto do surgimento das cidades e da 22 | escrita. O comportamento fundamental dessa mudança localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano, na diversificação dos papéis sociais e na abertura para 25 | o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau de complexidade da sociedade. (PAIXÃO, Cristiano; FLEURY, Ronaldo C. Trabalho portuário — a modernização dos portos e as relações de trabalho no Brasil. São Paulo: Método, 2008, p 17-8. Com adaptações) A palavra “portanto” (l.18) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de conclusão. A conjunção “portanto” possui valor de conclusão e equivale a “logo”, “por conseguinte”, “consequentemente”, “por isso”, “assim sendo” etc. Certo. 023. 023. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018) Texto 6A3BBB 30 | Mesmo reconhecendo-se que o objetivo das 31 | organizações vinculadas ao Estado não deveria ser o lucro, demandava-se maior eficiência e transparência quanto ao valor que, efetivamente, elas agregavam à sociedade. Nesse sentido, 34 | as organizações públicas se veem pressionadas a rever suas estruturas e dinâmicas de funcionamento, a fim de otimizarem seus processos e rotinas, assegurando melhor desempenho e O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 117 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 37 | resultados mais efetivos. Como resultante, a demanda por reformas no setor passou a constituir importante elemento da agenda política nacional, inserindo-se, de forma sistemática, 40 | nos discursos de lideranças e gestores públicos, que, cada vez mais, deveriam assumir um perfil empresarial e gerencial. (OLIVEIRA, Fátima B. de; SANT’ANNA, Anderson de S.; VAZ, Samir L. Liderança no contexto da nova adminis- traçãopública: uma análise sob a perspectiva de gestores públicos de MG e RJ. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 6, p. 1453-75, nov./dez. 2010. Com adaptações) A correção gramatical do texto seria preservada caso o trecho “Mesmo reconhecendo-se” (l.30) fosse substituído por “Embora se reconhecesse”. Ambas as estruturas introduzem uma CONCESSÃO. Certo. Texto CB1A2AAA 1 | No direito brasileiro convencional, a relação entre a espécie humana e as demais espécies animais limita-se à tutela dos animais pelo poder público em função da sua utilidade 4 | enquanto fauna brasileira intrínseca ao meio ambiente equilibrado. Alguns doutrinadores brasileiros inovadores defendem a existência de um direito animal, ou seja, de direitos 7 | garantidos aos animais não humanos como sujeitos. A Constituição de 1988 contém uma norma que protege os animais, independentemente de sua origem ou 10 | classificação. Porém, a proteção que lhes é garantida baseia-se em um argumento puramente utilitarista: os animais são protegidos com a finalidade de garantir um hábitat saudável às 13 | atuais e futuras gerações humanas. Desprovidos de valor próprio e de relevância jurídica no direito penal, os animais são tema de direito civil. Ainda são 16 | estudados na atualidade brasileira, sob a influência do direito romano, como simples coisas semoventes, como se desprovidos fossem da capacidade de sentir dor ou apego. Em 19 | jurisprudência majoritária, são apenas objetos que possuem a capacidade de se mover e que podem proporcionar lucros aos seus proprietários. (GOMES, Nathalie Santos Caldeira. Ética e dignidade animal. Internet: www.publicadireito.com.br. Com adaptações) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 118 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 024. 024. (CEBRASPE/NÍVELMÉDIO/TRF 1ª REGIÃO/2017) A oração “Desprovidos de valor próprio e de relevância jurídica no direito penal” (l.14 e 15) introduz no período uma ideia de concessão, razão por que poderia ser corretamente introduzida por “Embora”, feito o devido ajuste na inicial maiúscula da palavra “Desprovidos”. A relação entre as orações não é de concessão, mas de CAUSA. Veja que a reescrita funcionaria adequadamente se se inserir formas como “devido a”, “por causa de” (“Devido ao fato de estarem desprovidos de valor próprio e de relevância jurídica no direito penal, [resta] aos animais serem tema do direito civil“). Errado. 025. 025. (CEBRASPE/NÍVELMÉDIO/TRF 1ª REGIÃO/2017) A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados caso a conjunção “Porém” (l.10) fosse substituída por “Mas”. Em aula, falei que a conjunção adversativa “mas” é a única que não é seguida de vírgula quando em início de período (a menos que haja termo intercalado). Assim, a substituição do “porém” pelo “mas” exigiria a retirada da vírgula: “Mas a proteção que lhes é […]”. Errado. RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO 026. 026. (CEBRASPE/DELEGADO/PC-SE/2018) 10 | Para que a atuação policial ocorra dentro dos parâmetros democráticos, é essencial que haja a implementação de um modelo de policiamento que 13 | corresponda aos preceitos constitucionais, promovendo-se o equilíbrio entre os pressupostos de liberdade e segurança. (OLIVEIRA JUNIOR, Almir de (org.). Instituições participativas no âmbito da segurança pública: programas impulsionados por instituições policiais. Rio de Janeiro: IPEA, 2016, p. 13. Com adaptações) A oração “que haja a implementação de um modelo de policiamento” (l.11 e 12) tem a função de qualificar o adjetivo que a antecede: “essencial” (l.11). É preciso perguntar ao predicado “é essencial”: o que é essencial? A resposta que temos é: “que haja a implementação de um modelo de policiamento”. É por isso que estamos diante de uma oração subordinada substantiva (subjetiva), não adjetiva. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 119 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 027. 027. (CEBRASPE/CONHECIMENTOSBASICOS/ANATEL/2014) 15 | É importante ressaltar que o termo comunicação 16 | carrega, no mundo moderno, as marcas de sua 17 | ambiguidade original (tornar comum a muitos, partilhar, 18 | trocar). Nesse sentido, quando se fala em comunicação 19 | face a face ou interativa, pode-se dizer que se trata de 20 | troca e partilha, mas quando se fala de comunicação 21 | mediada, como rádio e TV, destaca-se consideravelmente 22 | a sua função de tornar comum a muitos. (BORDIEU, Pierre. Questões de sociologia e comunicação. FAPESP, ANABLUME, 2007, p. 42-3. Com adaptações) O trecho “que o termo comunicação carrega, no mundo moderno, as marcas de sua ambiguidade original” (l.15 a 17) exerce a função de complemento verbal no contexto em que ocorre. A estrutura subordinada em análise é complemento do verbo “ressaltar”. Certo. 028. 028. (CEBRASPE/CONHECIMENTOSBÁSICOS/TCE-RN/2015) 1 | Os primeiros vestígios de atividade contábil foram encontrados na Mesopotâmia, por volta de 4.000 a.C. Inicialmente, eram utilizadas fichas de barro para representar 4 | a circulação de bens, logo substituídas por tábuas gravadas com a escrita cuneiforme. Portanto, os registros contábeis não só antecederam o aparecimento da escrita como subsidiaram seu 7 | surgimento e sua evolução. Embora a fiscalização de contas conste de registros mais antigos, prática já exercida por escribas egípcios durante o reinado do faraó Menés I, foi na 10 | Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas, formado por dez tesoureiros, guardiões da administração pública. Contudo, somente em Roma, a 13 | contabilidade atingiu sua mais alta expressão com a sistematização de mecanismos de controle que, por gozarem de estatuto jurídico preeminente, influenciaram todo o Ocidente 16 | e as civilizações modernas. (BRITTO, Cristina. Uma breve história do controle. Salvador, BA: P55 edições, 2015, p. 15. Internet: www.tce. ba.gov.br. Com adaptações) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 120 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre É possível identificar no trecho “foi na Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas” (l.9 a 11) duas orações, sendo uma delas de natureza restritiva. A expressão “foi… que” não é uma oração (e o “que” não é pronome relativo, daí não ser uma oração subordinada adjetiva restritiva). A única oração é nucleada pela forma verbal “configurou”. Errado. 029. 029. (CEBRASPE/CONHECIMENTOSBÁSICOS/TELEBRAS/2015) 1 | A reestruturação do setor de telecomunicações no Brasil veio acompanhada da privatização do Sistema TELEBRAS — operado pela Telecomunicações Brasileiras 4 | S.A. (TELEBRAS) —, monopólio estatal verticalmente integrado e organizado em diversas subsidiárias, que prestava serviços por meio de uma rede de telecomunicações 7 | interligada, em todo o território nacional. A ideia básica do novo modelo era a de adequar o setor de telecomunicações ao novo contexto de globalização 10 | econômica, de evolução tecnológica setorial, de novas exigências de diversificação e modernização das redes e dosserviços, além de permitir a universalização da prestação de 13 | serviços básicos, tendo em vista a elevada demanda reprimida no país. A privatização, ao contrário do que ocorreu em 16 | diversos países em desenvolvimento e mesmo em outros setores de infraestrutura do Brasil, foi precedida da montagem de detalhado modelo institucional, dentro do qual se destaca a 19 | criação de uma agência reguladora independente e autônoma, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Além disso, a reestruturação do setor de telecomunicações brasileiro 22 | foi precedida de reformas setoriais em vários outros países, o que trouxe a possibilidade de aprendizado com as experiências anteriores. (PIRES, José Claudio Linhares. A reestruturação do setor de telecomunicações no Brasil. Internet: www. bndespar.com.br. Com adaptações) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 121 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre A correção gramatical e os sentidos originais do texto seriam preservados se, no primeiro parágrafo, todas as vírgulas fossem eliminadas e a forma verbal “prestava” (l.5) fosse substituída por “prestavam”. Vamos proceder às alterações: “A reestruturação do setor de telecomunicações no Brasil veio acompanhada da privatização do Sistema TELEBRAS — operado pela Telecomunicações Brasileiras S.A. (TELEBRAS) —, monopólio estatal verticalmente integrado e organizado em diversas subsidiárias que prestavam serviços por meio de uma rede de telecomunicações interligada em todo o território nacional.” Com a reescrita (principalmente a retirada da vírgula e a nova flexão verbal), as relações sintáticas e semânticas mudam: a oração subordinada “que prestava(m) serviços” passa de restritiva a explicativa, e o termo relativo não é mais “monopólio estatal”, mas “diversas subsidiárias”. Errado. 030. 030. (CEBRASPE/POLICIAL/PRF/2019) 1 | A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de preferência a do sol, tão óbvia quanto essencial. Somos animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e 4 | vampiros em geral discordem dessa afirmativa. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem ser poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas, 7 | mamíferos ou terráqueos, outros rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas. A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de 10 | afastar as trevas noturnas de todo hábitat humano. Luz soa para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se observar do espaço o mapa das desigualdades econômicas 13 | mundiais desenhado na banda noturna do planeta. A parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais iluminada. 16 | Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo ambiental muito alto, avisam os cientistas. Nos humanos, o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual 19 | dormimos pode reduzir drasticamente os níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 122 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 22 | quando vejo se acenderem as luzes da cidade. E repito para mim mesmo a pergunta que me faço desde que me conheço por gente: quem é o responsável por acender as 25 | luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa tarefa caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos bairros. Mas e antes dos sensores, como é que se fazia? 28 | Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta no topo do maior arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda se 31 | iluminava. Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se 34 | existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas eternas. (MORAES, Reinaldo. Luz! Mais luz. Internet: www.nexojornal.com.br. Com adaptações) A correção gramatical do texto seria mantida, mas seu sentido seria alterado, caso o trecho “que se infiltra no ambiente no qual dormimos” (l.18 e 19) fosse isolado por vírgulas. A estrutura em análise é uma subordinada adjetiva. Sem vírgula, tem valor restritivo; com vírgula, tem valor explicativo. “o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual dormimos” x “o excesso de luz urbana, que se infiltra no ambiente no qual dormimos,” Em (i) acima, sem vírgula, a interpretação é restritiva. Em (ii), a interpretação é explicativa, visto haver vírgula. Então a presença de vírgula alteraria, sim, o sentido – e a correção gramatical seria mantida. Certo. FUNÇÕES DO QUE E DO SE 1 A política tributária não se restringe ao objetivo de abastecer os cofres públicos, mas tem também objetivos econômicos e sociais. Se fosse aumentada a tributação 4 sobre um produto considerado nocivo para o consumidor ou para a sociedade, o seu consumo poderia ser desestimulado. Caso a intenção fosse promover uma melhor distribuição 7 de renda, o Estado poderia reduzir tributos incidentes sobre os produtos mais consumidos pela população de renda mais baixa e elevar os tributos sobre a renda da classe mais alta. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 123 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 10 Por outro lado, se o Estado reduzisse a tributação de determinado setor da economia, os custos desse setor diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus 13 produtos e poderia gerar um crescimento das vendas. Outro efeito viável dessa política seria o aumento do lucro das empresas, favorecendo-se, assim, a elevação dos seus 16 investimentos — e, consequentemente, da produção — e o surgimento de novas empresas, o que provavelmente resultaria no crescimento da produção, bem como no 19 acirramento da concorrência, com possíveis reflexos sobre os preços. Em qualquer um desses cenários, o setor seria estimulado. (Internet: Com adaptações) 031. 031. (CEBRASPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2019) No texto 1A3-I, a oração “se o Estado reduzisse a tributação de determinado setor da economia” (l.10 e 11) apresenta, no período em que se insere, noção de a) concessão, uma vez que representa uma exceção às regras de tributação do país. b) explicação, uma vez que esclarece uma ação que diminuiria os custos do referido setor. c) proporcionalidade, uma vez que os custos do referido setor diminuiriam à medida que se diminuísse a tributação. d) tempo, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor ocorreria somente após a redução da tributação sobre ele. e) condição, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor dependeria da redução da tributação sobre ele. O “se” que introduz a oração poderia ser substituído por “na situação em que/na hipótese em que/caso”. “Caso” isso seja atendido, algo está licenciado a acontecer. Há, então, uma ideia de condição: atendida a condição X, Y pode acontecer (caso O Estado reduza a tributação de determinado setor da economia, os custos desse setor podem diminuir). Letra e. 032. 032. (CEBRASPE/PAPOLOSCOPISTA/PCPE/2016) Texto CG1A01AAA 1 As perícias médico-legais relacionadas ao fato tanatológico comportam sempreforte impregnação cronológica. 4 A definição cronológica da morte, isto é, a determinação do momento em que ela ocorreu, é de extrema importância. Em termos jurídicos, é bastante relevante a 7 determinação do momento de ocorrência do êxito letal ou de seu relacionamento com eventos não ligados diretamente a ele — como no caso, por exemplo, dos problemas sucessórios 10 surgidos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 124 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre na comoriência. Também na área do direito penal, sobretudo quando se lida com mortes presumivelmente criminosas, a fixação do momento da morte tem especial 13 importância, pois pode ajudar a esclarecer os fatos e a apontar autorias. Por outro lado, os progressos da ciência médica têm 16 tornado imperioso que o momento do óbito seja estabelecido com o máximo rigor. De fato, a problemática ligada à separação de partes cadavéricas destinadas a transplantes em 19 vivos exige que sua retirada seja feita em condições de aproveitamento útil, o que impõe, em muitos casos, que esse procedimento seja feito em prazos curtos, iniciados com o 22 momento da morte. É importante, pois, que o médico estabeleça o momento de ocorrência do êxito letal com a maior precisão possível. 25 Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo e, para situar um acontecimento no tempo, é preciso que se tenha um conceito claro do que seja tempo. Fugindo das 28 conceituações matemáticas ou filosóficas de tempo, pragmaticamente aceitamos a conceituação popular de tempo, isto é, a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses 31 ou anos. Essa tomada de posição, embora simplista e empírica, é a única que se nos afigura capaz de contribuir para a solução do problema tanatognóstico e, consequentemente, do da 34 conceituação do momento da morte. Estando a medicina legal a serviço do direito e as conceituações jurídicas estando frequentemente ligadas às 37 noções temporais, compreende-se que se deva esperar da medicina legal uma função cronodiagnóstica. Os critérios cronológicos não se limitam a classificar os fatos em anteriores 40 ou posteriores; vão mais longe. É preciso medir o tempo que separa dois eventos, pois, como afirma Bertrand Russel, só podemos afirmar que conhecemos um fenômeno quando somos 43 capazes de medi-lo, e o conceito de morte está intimamente ligado ao conceito de tempo. (MARLET, José Maria. Conceitos médico-legal e jurista de morte. (Internet: Com adaptações) No texto CG1A01AAA, a oração “que sua retirada seja feita em condições de aproveitamento útil” (l.19 e 20) exerce a função de a) sujeito b) adjunto adnominal. c) predicativo do sujeito. d) predicativo do objeto. e) objeto direto. A subordinada ““que sua retirada seja feita em condições de aproveitamento útil” é complemento (objeto) direto da forma verbal “exige” (l.19), cujo sujeito é “a problemática […]”. Letra e. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 125 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 033. 033. (CEBRASPE/AGENTE DA POLICIA/PC-PE/2016) Texto CG1A01AAA 1 O crime organizado não é um fenômeno recente. Encontramos indícios dele nos grandes grupos contrabandistas do antigo regime na Europa, nas atividades dos piratas e 4 corsários e nas grandes redes de receptação da Inglaterra do século XVIII. A diferença dos nossos dias é que as organizações criminosas se tornaram mais precisas, mais 7 profissionais. Um erro na análise do fenômeno é a suposição de que tudo é crime organizado. Mesmo quando se trata de uma 10 pequena apreensão de crack em um local remoto, alguns órgãos da imprensa falam em crime organizado. Em muitos casos, o varejo do tráfico é um dos crimes mais desorganizados 13 que existe. É praticado por um usuário que compra de alguém umas poucas pedras de crack e fuma a metade. Ele não tem chefe, parceiros, nem capital de giro. Possui apenas a 16 necessidade de suprir o vício. No outro extremo, fica o grande traficante, muitas vezes um indivíduo que nem mesmo vê a droga. Só utiliza seu dinheiro para financiar o tráfico ou seus 19 contatos para facilitar as transações. A organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas fica, na maior parte das vezes, entre esses dois extremos. É constituída de pequenos e 22 médios traficantes e uns poucos traficantes de grande porte. Nas outras atividades criminosas, a situação é a mesma. O crime pode ser praticado por um indivíduo, uma 25 quadrilha ou uma organização. Portanto, não é a modalidade do crime que identifica a existência de crime organizado. Guaracy Mingardi. Inteligência policial e crime organizado. (LIMA, Renato Sérgio de; PAULA, Liana de (orgs.). Segurança pública e violência: o Estado está cumprindo seu papel? São Paulo: Contexto, 2006. p. 42. Com adaptações) No texto CG1A01AAA, funciona como complemento nominal a oração a) “que identifica a existência de crime organizado” (l.26) b) “que as organizações criminosas se tornaram mais precisas, mais profissionais” (l.5 a 7). c) “de que tudo é crime organizado” (l.8 e 9). d) “para facilitar as transações” (l.19). e) “que compra de alguém umas poucas pedras de crack” (l.13 e 14). Para ser complemento nominal, é preciso estar relacionado a um nome e ser introduzido por preposição. Descartamos, assim, as alternativas (A) e (B) e (E) (por não serem introduzidas por preposição) e a alternativa (C) (por estar vinculada à forma verbal “utiliza” (l.18)). Resta- nos a alternativa (C), a qual traz um termo que completa o nome “suposição”. Letra c. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 126 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 034. 034. (CEBRASPE/DELEGADO/PC-PE/2016) 7 | O Pacto Pela Vida é um programa do governo do estado de Pernambuco que visa à redução da criminalidade e ao controle da violência. A decisão ou vontade política de 10 | eleger a segurança pública como prioridade é o primeiro marco que se deve destacar quando se pensa em recuperar a memória dessa política, sobretudo quando se considera o fato de que o 13 | tema da segurança pública, no Brasil, tem sido historicamente negligenciado. Muitas autoridades públicas não só evitam associar-se ao assunto como também o tratam de modo 16 | simplista, como uma questão que diz respeito apenas à polícia. O Pacto pela Vida, entendido como um grande concerto de ações com o objetivo de reduzir a violência e, em 19 especial, os crimes contra a vida, foi apresentado à sociedade no início do mês de maio de 2007. Em seu bojo, foram estabelecidos os principais valores que orientaram a construção 22 | da política de segurança, a prioridade do combate aos crimes violentos letais intencionais e a meta de reduzir em 12% ao ano, em Pernambuco, a taxa desses crimes. 25 | Desse modo, definiu-se, no estado, um novo paradigma de segurança pública, que se baseou na consolidação dos valores descritos acima (que estavam em 28 | disputa tanto do ponto de vista institucional quanto da sociedade) No trecho “se pensa” (l.11), a partícula “se” foi empregada para indeterminar o sujeito. A partícula “se” é índice de indeterminaçãodo sujeito e o verbo “pensar” é transitivo indireto (o que inviabiliza a classificação do “se” como partícula apassivadora – que só ocorre com verbos transitivos diretos). Certo. 035. 035. (CEBRASPE/TÉCNICO/TCU/2015) 13 | Aquele momento inicial de um direito sagrado e 14 | ritualizado, expressão das divindades, desenvolveu-se na 15 | direção de práticas normativas consuetudinárias. […] 23 | A invenção e a difusão da técnica da escritura, somadas à compilação de costumes tradicionais, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 127 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 25 | proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade, como o de Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas. Constata-se, destarte, que os textos legislados e escritos eram 28 | melhores depositários do direito e meios mais eficazes Tanto em “desenvolveu-se” (l.14) quanto em “Constata-se” (l.27), a partícula “se” desempenha a mesma função sintática. Vamos observar cada ocorrência da forma -se: Na linha 14, estamos diante de um verbo pronominal (desenvolver-se). O “se”, então, é parte integrante do verbo. Na linha 27, o “se” é partícula apassivadora (note que “constatar” é transitivo direto na ativa). A expressão oracional “que os textos […]” é sujeito sintático. O contraste entre (i) e (ii) mostra que a partícula “-se” não desempenha a mesma função sintática. Errado. SINTAXE DE CONCORDÂNCIA, DE REGÊNCIA E DE COLOCAÇÃO 036. 036. (CEBRASPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2018) 8 | Embora, infelizmente, tais metas não tenham sido 9 | atingidas, ocorreram diversos avanços, como, por exemplo, 10 | a diminuição da mortalidade infantil e do analfabetismo; A correção gramatical e os sentidos do trecho acima seriam preservados caso a forma verbal “ocorreram” (l.9) fosse substituída por “aconteceu”. O sujeito da forma verbal “ocorreram” está posposto. Se perguntarmos ao verbo “o que é que ‘ocorreram’?”, a resposta será: “diversos avanços”. Assim, a substituição pela forma verbal “aconteceu”, flexionada na terceira pessoa do singular, não manteria a correção gramatical, dado que o sujeito (diversos avanços) manifesta traços de terceira pessoa do plural. A forma verbal correta, observando apenas a questão de adequação gramatical (concordância), deveria ser “aconteceram”. Cuidado para não confundir as funções sintáticas, já que nem tudo o que está posposto ao verbo é complemento verbal. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 128 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 037. 037. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018) 24 | Ao buscar as causas da grandeza da Roma antiga, 25 | Maquiavel acaba por encontrá-las na discórdia entre seus 26 | cidadãos, naquilo que tradicionalmente era estigmatizado como 27 | “tumultos”. Trata-se de uma visão revolucionária, já que o 28 | convencional era fazer o elogio da harmonia e da unidade. Se a expressão “uma visão revolucionária” (l.27) fosse substituída por ideias revolucionárias, seria necessário alterar a forma verbal “Trata-se” para “Tratam-se”, para se manter a correção gramatical do texto. Lembra-se daquela aula em que falei que o sujeito de uma oração NUNCA pode ser preposicionado? Pois então: no trecho em análise, “uma visão revolucionária” é iniciado pela preposição “de”. Por esse motivo, não importa a forma (se singular ou plural) do que está após a preposição, pois a sequência “de uma visão revolucionária”/”ideias revolucionárias” nunca desencadeará concordância na forma verbal. A forma verbal “Trata-se” é classificada como de sujeito indeterminado (verbo na terceira pessoa do singular + índice de indeterminação do sujeito). Errado. 038. 038. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018) 17 | Grandes jornais seriam levados à falência por difamações involuntárias, exércitos inteiros seriam imobilizados por 19 | manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de estudantes seriam desencaminhadas por cartilhas ambíguas e fórmulas de químicas incompletas. A substituição da forma verbal “desencaminhadas” (l.20) por “desencaminhados” manteria a correção gramatical e a coerência textual, caso em que passaria a concordar com “estudantes” (l.20). A forma verbal “desencaminhadas” concorda com o núcleo “gerações” - e a predicação recai sobre esse núcleo. Caso a predicação recaia sobre o termo “estudantes”, a coerência textual sofre alteração. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 129 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 039. 039. (CEBRASPE/ANALISTA/STM/2018) Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas 7 | natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua artificialmente construída. A regência do verbo “preferir” observada no quarto período do texto é típica da variedade culta do português europeu, sendo pouco frequente na variedade brasileira do português, principalmente em textos informais. No texto, observamos a seguinte estrutura: “[alguém] preferirá [algo] [do que alguma coisa]” A preposição utilizada no texto, então, é “de”. Isso é diferente do que se estabelece na norma culta (Brasileira e, consequentemente, europeia, dado que a nossa tradição assumiu como corretas as características desta): o verbo preferir é transitivo direto e indireto, selecionando a preposição “a”. Então o item está errado por afirmar que a construção “preferir algo do que alguma coisa” é pouco frequente - na verdade, ela é muito frequente! Outro erro do item: a regência típica da variedade culta do português europeu é: “[alguém] preferirá [algo] [a alguma coisa]” Errado. 040. 040. (CEBRASPE/AGENTE/IBGE/2021) Texto 1A1-I Estou escrevendo um livro sobre a guerra… Eu, que nunca gostei de ler livros de guerra, ainda que, durante minha infância e juventude, essa fosse a leitura preferida de todo mundo. De todo mundo da minha idade. E isso não surpreende — éramos filhos da Vitória. Filhos dos vencedores. Em nossa família, meu avô, pai da minha mãe, morreu no front; minha avó, mãe do meu pai, morreu de tifo; de seus três filhos, dois serviram no Exército e desapareceram nos primeiros meses da guerra, só um voltou. Meu pai. Não sabíamos como era o mundo sem guerra, o mundo da guerra era o único que conhecíamos, e as pessoas da guerra eram as únicas que conhecíamos. Até agora não conheço outro mundo, outras pessoas. Por acaso existiram em algum momento? A vila de minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres. Não me lembro de vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as mulheres. Choram. Cantam enquanto choram. Na biblioteca da escola, metade dos livros era sobre a guerra. Tanto na biblioteca rural quanto na do distrito, onde meu pai sempre ia pegar livros. Agora, tenho uma resposta, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 130 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO GramáticaBruno Pilastre um porquê. Como ia ser por acaso? Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela. E rememorando como combatíamos. Nunca tínhamos vivido de outra forma, talvez nem saibamos como fazer isso. Não imaginamos outro modo de viver, teremos que passar um tempo aprendendo. Por muito tempo fui uma pessoa dos livros: a realidade me assustava e atraía. Desse desconhecimento da vida surgiu uma coragem. Agora penso: se eu fosse uma pessoa mais ligada à realidade, teria sido capaz de me lançar nesse abismo? De onde veio tudo isso: do desconhecimento? Ou foi uma intuição do caminho? Pois a intuição do caminho existe… Passei muito tempo procurando… Com que palavras seria possível transmitir o que escuto? Procurava um gênero que respondesse à forma como vejo o mundo, como se estruturam meus olhos, meus ouvidos. Uma vez, veio parar em minhas mãos o livro Eu venho de uma vila em chamas. Tinha uma forma incomum: um romance constituído a partir de vozes da própria vida, do que eu escutara na infância, do que agora se escuta na rua, em casa, no café. É isso! O círculo se fechou. Achei o que estava procurando. O que estava pressentindo. (ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. Companhia das Letras, 2016, p. 9-11. Com adaptações) Com relação à colocação pronominal, a correção gramatical do texto 1A1-I seria mantida caso, no trecho I – “Não me lembro de vozes”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “lembro”: lembro-me. II – “Estávamos o tempo todo em guerra ou nos preparando para ela”, o pronome “nos” fosse deslocado para logo após “preparando”: preparando-nos. III – “a realidade me assustava”, o pronome “me” fosse deslocado para logo após “assustava”: assustava-me. Assinale a opção correta. a) Apenas o item I está certo. b) Apenas o item III está certo. c) Apenas os itens I e II estão certos. d) Apenas os itens II e III estão certos. e) Todos os itens estão certos. Em (I), a próclise é obrigatória (porque há fator de atração, o “não”), e por isso a afirmativa está errada. Em (II), a ênclise é permitida (não há fator de atração). Em (III), por fim, a ênclise também é permitida (com sujeito manifesto). Por essa razão, a alternativa (D) está correta. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 131 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE 041. 041. (CEBRASPE/TÉCNICO/STJ/2018) 13 | Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de 16 | situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas. A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indicativo de crase no vocábulo “a” em “a esse estado de coisas” (l.17). Vimos que apenas os pronomes possessivos femininos (singular ou plural) aceitam ser precedidos de acento indicativo de crase. O pronome “esse” não pode ser precedido por artigo feminino singular (não se pode falar “A essa carta chegou”). Não havendo artigo, não pode haver crase. O “a” presente no trecho é uma preposição (regida pelo verbo “chegar”). Errado. 042. 042. (CEBRASPE/AGENTE/ABIN/2018) 13 | Se praticada por autoridade superior, a espionagem pode configurar, além de infração penal, crime de responsabilidade, que, a despeito do nome, não tem natureza de 16 | crime em sentido técnico, mas, sim, de infração política sujeita a cassação de mandato e suspensão de direitos políticos. O paralelismo sintático do último parágrafo do texto seria prejudicado se fosse inserido sinal indicativo de crase em “a cassação” (l.17). De fato, haveria prejuízo ao paralelismo sintático. Quando se fala de paralelismo, fala-se de “sequência de frases com estruturas gramaticais idêntica”. Os itens que devem receber (ou não) o artigo determinado são os seguintes: de infração política sujeita a / cassação de mandato \ suspensão de direitos políticos Na representação acima, os termos “cassação de mandato” e “suspensão de direitos políticos” não são precedidos por artigo. Por isso não há crase no primeiro “a”. Na representação a seguir, diferentemente, os termos destacados são precedidos por artigo - e é por isso que o primeiro “a” deve receber o acento indicativo de crase (pois nesse caso há a soma a + a). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 132 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre de infração política sujeita a / a cassação de mandato \ a suspensão de direitos políticos Por paralelismo, então, o segundo termo deve ser precedido por artigo. Certo. 043. 043. (CEBRASPE/CGM DE JOÃO PESSOA-PB/TÉCNICO/2018) No trecho “Diga não às ‘corrupções’ do dia a dia”, seria correto o emprego do sinal indicativo de crase no vocábulo “a” em “dia a dia”. Aqui você deve aplicar aquela pergunta: qual é o gênero gramatical da palavra “dia”? Essa palavra SEMPRE será masculina, por isso não pode ser precedida por artigo definido feminino (e, consequentemente, não pode ser precedida de crase). Errado. 044. 044. (CEBRASPE/ANALISTA/MPC-PA/2019) Texto CG2A1-I 1 Na década de 1960, o mundo passou por um aumento populacional inédito devido à brusca queda na taxa de mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capacidade dos 4 países em produzir comida para todos. A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e métodos que aumentassem a produção. 7 Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, em seu livro Pobreza e Fomes, identificou a existência de populações com fome mesmo em 10 países que não convivem com problemas de abastecimento. O economista indiano traçou então, pela primeira vez, uma relação causal entre fome e questões sociais como pobreza e 13 concentração de renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate internacional sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí. 16 As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global. Nos últimos 25 anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa 19 216 milhões de pessoas. É como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo ainda vive sem acesso a uma dieta 22 que forneça o mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma vida saudável, e 21 mil pessoas morrem diariamente por fome ou problemas derivados dela. 25 Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) mostra que a produção mundial de alimentos é 28 suficiente para atender a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproximadamente O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 133 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre uma em cada nove dessas pessoas ainda vive a realidade da fome. A 31 pesquisa põe em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica colocada em prática nas últimas décadas. Em vez de crescimento da produção e ajudas momentâneas, 34 surge agora como caminho uma abordagem territorialque valorize e potencialize a produção local. Embora os números absolutos estejam caindo, o tema 37 ainda é um dos mais delicados da agenda internacional. Um exemplo da extensão do problema está na declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância 40 (UNICEF), segundo a qual 1,4 milhão de crianças, de quatro diferentes países da África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, corre risco iminente de morrer de fome. A questão 43 é tão antiga quanto complexa, e se conecta intrinsecamente com a estrutura política e econômica sobre a qual o sistema internacional está construído. Concentração da renda e da 46 produção, falta de vontade política e até mesmo desinformação e consolidação de uma cultura alimentar pouco nutritiva são fatores que compõem o cenário da fome e da desnutrição no 49 planeta. (Internet: Com adaptações) A correção gramatical do texto CG2A1-I seria preservada se fosse inserido sinal indicativo de crase em a) “a demanda” (l.28). b) “as políticas públicas” (l.15). c) “a uma dieta” (l.21). d) “a Terra” (l.29). e) “a produção local” (l.35). Como sabemos, a crase ocorre com a junção da preposição (a) e do artigo definido feminino (a(s)). Em (A), o verbo “atender” possui dupla regência (transitiva direta ou transitiva indireta) – e por isso a crase pode ser aplicada, pois o artigo está lá. Assim, a construção “atender à demanda” considera a regência transitiva indireta do verbo “atender”. Em (B), (D) e (E), falta a preposição “a”. Em (C), já há artigo (indefinido). Letra a. 045. 045. (CEBRASPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-TO/2017) Texto CG1A1BBB 1 O Tocantins dá abrigo à mais completa floresta fossilizada do mundo, que viveu no Período Permiano, em uma época anterior à dos dinossauros. No final desse período, o 4 planeta assistiu à maior extinção em massa da fauna e da flora de sua existência. Os fósseis da floresta foram preservados graças à 7 presença de sílica no ambiente, que se infiltrou nas plantas e conservou seus formatos, por meio do processo de permineralização O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 134 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre celular. A infiltração e a impregnação de 10 sílica nas células e nos espaços intercelulares formaram uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos das plantas, preservando-os. A origem do agente da permineralização 13 silicosa ainda permanece obscura. O alto índice de samambaias indica que a região central do Tocantins era, então, uma planície costeira com farto 16 sistema hídrico sob um clima tropical. E o ambiente? Há dúvidas quanto à sua caracterização, isto é, se era amazônico ou parecido com o do cerrado. (Internet: Com adaptações) No trecho “em uma época anterior à dos dinossauros” (l. 2 e 3) do texto CG1A1BBB, o emprego do sinal indicativo de crase decorre da a) regra de acentuação de palavras monossílabas. b) presença de expressão adverbial com nome feminino. c) elipse do nome “época” imediatamente depois de “à” (l.3). d) regência do adjetivo “anterior” (l.3) e presença do artigo feminino antes do termo elíptico “época”. e) regência do nome “época” (l.3). O emprego ocorre em razão da forma nominal “anterior”, a qual rege preposição “a” (anterior a algo). Como há artigo definido diante do termo elíptico “época”, a crase ocorre: “em uma época anterior à época dos dinossauros”. Assim, a alternativa (D) está correta. Letra d. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO 046. 046. (INÉDITA/2024) “Por conseguinte, e ao contrário do que comumente (e lamentavelmente) se lê em textos assinados por sociolinguistas – num discurso que se repete também nos livros didáticos de português, supostamente “atualizados” com os avanços da ciência linguística –, a norma- padrão definitivamente não é uma das muitas variedades linguísticas que existem na sociedade. Não existe uma variedade padrão (aliás, uma contradição em termos, pois se é padrão, isto é, uniforme e invariante, como pode ser uma “variedade”?), nem um dialeto- padrão, nem uma língua padrão, embora esses termos pululem na bibliografia dedicada ao tema. O que existe é uma norma-padrão, língua materna de ninguém, língua paterna por excelência, língua da lei, uma norma no sentido mais jurídico do termo.” (“O que é uma língua? Imaginário, ciência e hipóstase.” In: LAGARES, X. C.; BAGNO, M. Políticas da norma e conflitos linguísticos. São Paulo: Parábola, 2011. Adaptado) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 135 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Nesse segmento textual, as duas ocorrências dos parênteses têm a finalidade de: a) Confrontar a afirmativa anterior. b) Demarcar o ponto de vista do autor em relação à temática abordada. c) Retificar da afirmativa precedente. d) Esclarecer o significado de um termo anterior. e) Acrescentar fatos adicionais ao conteúdo central do texto. Nos trechos “(e lamentavelmente) e (aliás, uma contradição em termos, pois se é padrão, isto é, uniforme e invariante, como pode ser uma “variedade”?), os parênteses demarcam o ponto de vista do autor em relação à temática abordada (alternativa (B)). Nessas ocorrências, os parênteses não estão sendo utilizados para (A) confrontar a afirmativa anterior, (C) retificar da afirmativa precedente, (D) esclarecer o significado de um termo anterior ou (E) acrescentar fatos adicionais ao conteúdo central do texto. Letra b. 047. 047. (INÉDITA/2024) Enap, Ministério da Economia e Finep lançam chamada pública para receberem propostas de startups A Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o Ministério da Economia e a Finep, empresa pública federal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), lançam, nesta terça-feira (2), uma chamada pública em busca de projetos de inteligência artificial que possam ser aplicados a serviços públicos. Intitulada “Soluções de IA Poder Público – Rodada 1”, o projeto dispõe de R$ 36 milhões para apoiar 12 desafios tecnológicos de três entidades públicas: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As propostas devem ser submetidas por startups. Serão apoiados os melhores projetos apresentados para cada desafio tecnológico, tendo como requisito a geração de impactos positivos sobre a qualidade e o custo dos serviços públicos prestados. Os recursos de subvenção econômica (não reembolsáveis) são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). As propostas em que haja a participação de Institutos de Ciência e Tecnologias (ICT) como parceiros poderão ser mais bem avaliadas. A Inteligência Artificial (IA) é a tecnologia que simula, por meio de algoritmos computacionais, mecanismos avançados de cognição e suporte à decisão baseados em grandes volumes de informação. Seu funcionamento alicerça-se em outras tecnologias, como machine learning, que consiste no reconhecimento de padrões a partir da análise de grandes conjuntos de dados, permitindo a construção de resultados de forma autônoma. (Disponível em: https://enap.gov.br/pt/acontece/noticias/governo-federal-investira-r-36-milhoes-em-in- teligencia-artificial-aplicada-a-servicos-publicos-2. Acesso em: 4 ago. 2022. Com adaptações) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada,por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 136 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Em “A Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o Ministério da Economia e a Finep” (1º período do 1º parágrafo), o emprego da vírgula é correto, pois a) separa termos coordenados. b) isola aposto explicativo. c) separa predicativos do sujeito deslocados. d) separa termos repetidos. e) separa adjuntos adverbiais deslocados. Em “A Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o Ministério da Economia e a Finep”, emprega-se a vírgula para separar termos coordenados. Não há, no trecho em análise, aposto, predicativo, termos repetidos ou adjuntos adverbiais deslocados. Logo, a alternativa (A) é a correta, levando à eliminação as demais (B), (C), (D) e (E)). Letra a. 048. 048. (INÉDITA/2024) É plenamente adequado o emprego de vírgula no seguinte período: a) Apoiadores do candidato, participaram de manifestações. b) O atleta criticou o comitê, e ironizou o treinador. c) Já já o período natalino aquece o comércio. d) Jornal afirma, que dona do Facebook planeja iniciar milhares de demissões nesta semana. e) Em Minas Gerais, a ressocialização de menores infratores vira negócio lucrativo. Apenas em (E) a vírgula é corretamente aplicada (separa adjunto deslocado). Nas demais alternativas, os erros são estes: (A) vírgula separando sujeito do predicado; (B) vírgula separando coordenação sindética aditiva com sujeitos semelhantes; (C) é necessário separar expressões repetidas com a vírgula ( já, já); e (D) vírgula separando verbo do complemento (oracional). Letra e. 049. 049. (INÉDITA/2024) Memórias do cárcere Graciliano Ramos Chegávamos à cancela. E experimentei de chofre a necessidade imperiosa de expandir-me numa clara ameaça. A desarrazoada tentação era tão forte que naquele instante não me ocorreu nenhuma ideia de perigo. – Levo recordações excelentes, doutor. E hei de pagar um dia a hospitalidade que os senhores me deram. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 137 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre – Pagar como? exclamou a personagem. – Contando lá fora o que existe na Ilha Grande. – Contando? – Sim, doutor, escrevendo. Ponho tudo isso no papel. O diretor suplente recuou, esbugalhou os olhos e inquiriu carrancudo: – O senhor é jornalista? – Não senhor. Faço livros. Vou fazer um sobre a Colônia Correcional. Duzentas páginas ou mais. Os senhores me deram assunto magnífico. Uma história curiosa, sem dúvida. O médico enterrou-me os olhos duros, o rosto cortante cheio de sombras. Deu-me as costas e saiu resmungando: – A culpa é desses cavalos que mandam para aqui gente que sabe escrever. (RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere, capítulo II, p. 158, 1956) Em “Sim, doutor, escrevendo.”, a vírgula foi empregada para a) isolar aposto b) isolar vocativo c) isolar uma explicação d) isolar um termo adjunto A vírgula está sendo empregada para isolar um vocativo, tendo em vista o termo “doutor” constituir um chamamento (o narrador do texto evoca o interlocutor). Por isso a alternativa (B) está correta. Letra b. 050. 050. (INÉDITA/2024) Lições de vida Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa. Sully virou herói e a lenda estava criada. Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando existiam opções mais sensatas? Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou? O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 138 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationalism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou-se a mais influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana. Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas. Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conhecimento técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor cartesiano. Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sullenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente, procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende que ele não basta para salvar o dia. E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabedoria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação matemática. As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbitas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender. Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernidade, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood, aos 86 anos, traduziu essas imagens. (COUTINHO, João Pereira. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado) No segundo parágrafo do Texto, as aspas são empregadas para: a) identificar um título. b) destacar uma ironia. c) delimitar uma citação. d) relativizar o significado original de uma palavra. e) destacar uma palavra estrangeira. No primeiro parágrafo, as aspas são utilizadas para identificar o título do filme: Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para contar o que aconteceu depois do milagre. É por isso que a alternativa (A) está correta e as demais (B), (C), (D) e (E)), incorretas. Letra a. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 139 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre REFERÊNCIASREFERÊNCIAS AZEREDO, J. Escrevendo pela nova ortografia. São Paulo: Publifolha, 2008. AZEREDO, J. Iniciação à sintaxe do português. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: YHL, 2017. BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. São Paulo,SP: Padrão, 2010. BELTRÃO, Odacir; BELTRÃO, Mariúsa. Correspondência: linguagem & comunicação - oficial, comercial, bancária, particular. São Paulo: Atlas, 2007. BRASIL. Presidência da República. Manual De Redação da Presidência da República. Brasília: Presidência da República, 2018. CAMARA Jr., J. M. Dicionário de linguística e gramática. Petrópolis: Vozes, 1981. CAMARA Jr., J. M. Estrutura da língua portuguesa. 10. ed. Petrópolis: Editora Vozes Ltda., 1980. CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed. Rio de Janeiro: Lexicon, 2008. GARCIA, O. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2010. HAUY, A. Gramática da língua portuguesa padrão: com comentários e exemplário. São Paulo: Editora da USP, 2014. HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Editora Objetiva. 2009. KASPARY, A. Redação Oficial: normas e modelos. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2017. KEHDI, V. Formação de palavras do português. São Paulo: Ática, 2002. KURY, A. Lições de análise sintática: Teoria e pratica, com mais de 60 modelos, 250 períodos para exercícios e sua solução. 5. ed. Rio de janeiro: Fundo de Cultura, 1970. LUFT, C. Grande manual de ortografia Globo. São Paulo: Globo, 2002. PEIXOTO, F. Redação na vida profissional: setores público e privado. São Paulo: Martins Fontes, 2001. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 140 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre RAPOSO, E. (Org.). Gramática do português. Vol. 1. Lisboa, Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian. 2013. ROCHA LIMA. Gramática normativa da língua portuguesa. 49. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011. ROSA, M. C. Introdução à morfologia. São Paulo: Contexto, 2000. SCHWINDT, L. (Org.) Manual de linguística: fonologia, morfologia e sintaxe. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 141 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre ANEXOANEXO SIGLAS E ABREVIATURAS V.I. – verbo intransitivo V.T.D. – verbo transitivo direto V.T.I. – verbo transitivo indireto V.T.D.I. – verbo transitivo direto e indireto V.L. – verbo de ligação l. – linha 1ª p.s. – primeira pessoa do singular 2ª p.s. – segunda pessoa do singular 3ª p.s. – terceira pessoa do singular 1ª p.p. – primeira pessoa do plural 2ª p.p. – segunda pessoa do plural 3ª p.p. – terceira pessoa do plural N.G.B – Nomenclatura Gramatical Brasileira SVO – ordem sujeito verbo objeto O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br Abra caminhos crie futuros gran.com.br O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Sumário Apresentação PDF Sintético de Gramática 1. Ortografia Oficial e Acentuação Gráfica 2. Estrutura e Formação de Palavras 3. Emprego das Classes de Palavras 3.1. Substantivo, Adjetivo, Artigo, Pronome e Numeral 3.2. Emprego de Tempos e Modos Verbais; Advérbios 3.3. Preposição e Conjunção 3.4. Interjeição e Palavras e Locuções Denotativas 4. Domínio da Estrutura Morfossintática do Período 5. Relações de Coordenação entre Orações e entre Termos da Oração 6. Relações de Subordinação entre Orações e entre Termos da Oração 7. Funções do QUE e do SE 8. Sintaxe de Concordância, de Regência e de Colocação 8.1. Concordância Verbal e Nominal 8.2. Regência Verbal e Nominal 8.3. Colocação Pronominal – Próclise, Mesóclise e Ênclise 9. Emprego do Sinal Indicativo de Crase 10. Emprego dos Sinais de Pontuação Exercícios Gabarito Gabarito Comentado Referências Anexotambém é exigido o conhecimento sobre quais palavras são criadas a partir de outras - por exemplo, você deve saber que “tranquilamente” é uma forma adverbial derivada de um adjetivo. Os mapas mentais a seguir sintetizam esses processos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 13 de 142gran.com.br O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br 14 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Além da derivação por inserção (soma) de afixo(s), ocorre também a formação de palavras por supressão de sufixo, a derivação regressiva. É o que ocorre em “abalo”, formado a partir do verbo “abalar”. Nesse processo, há a perda da morfologia verbal (o sufixo de infinitivo). Por fim, pode ocorrer derivação sem a mudança de forma da palavra (sem adição ou redução de afixos). Esse é o caso da derivação imprópria (também denominada conversão). Nela, ocorre mudança de categoria gramatical a partir da posição sintática ocupada pelo vocábulo, como em “O não é uma forma adverbial que denota negação”, em que o advérbio “não” passa a substantivo (é núcleo de um sintagma nominal sujeito). Além dos processos de formação de palavras por afixação, as palavras podem ser formadas pela junção de raízes. É o caso de “passatempo”. Quando uma palavra é formada a partir da combinação de raízes, temos um processo de composição, o qual pode ocorrer de duas formas: Composição por justaposição Composição por aglutinação Ocorre quando as raízes se unem e NÃO HÁ perda fonológica (e gráfica) Ocorre quando as raízes se unem e HÁ perda fonológica (e gráfica) Socioeconômicas (sócio+econômica) Qualquer (qual+quer) Aguardente (água+ardente) Pernalta (perna + alta) Quando as raízes têm origem em outras línguas, como em “sambódromo” (samba (grupo linguístico banto) + dromo (língua grega)), estamos diante de um hibridismo. Outros processos, menos recorrentes em provas de concurso, também merecem uma apresentação em nossa síntese. Observe as características do neologismo e do estrangeirismo. Neologismo É o emprego de novas palavras, derivadas ou formadas de outras já existentes (incluindo morfemas), na mesma língua ou não (ou seja, podem ocorrer com elementos de outras línguas). Um exemplo ilustrativo é o caso de novos nomes d e e s t a b e l e c i m e n t o s comerciais, como açaiteria e esmalteria. Estrangeirismo É a incorporação de um termo estrangeiro a uma língua receptora. Um bom exemplo é o verbo tuitar, derivado de Twitter. Na Plataforma Gran Questões, encontramos 1.874 questões sobre estrutura e formação de palavras. Na maioria das bancas, os enunciados se apresentam da seguinte forma: Banca Enunciado da questão sobre estrutura e formação de palavras CEBRASPE A palavra “paulatinamente” (segundo período do primeiro parágrafo) é formada por derivação parassintética. SELECON Do ponto de vista morfológico, o elemento destacado na palavra “reestruturação” tem a mesma função verificada em: FUNDATEC Há o mesmo tipo de sufixo em “tristemente” e “eloquente”. IDECAN Assinale a alternativa em que a palavra indicada tenha, em seu processo de formação, sofrido parassíntese. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 15 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Banca Enunciado da questão sobre estrutura e formação de palavras FCC A palavra que possui o mesmo processo de formação de “descuidoso” é: FUNDEP A palavra destacada (evapotranspiração) foi criada pela junção de duas palavras, sendo que a primeira delas passou por um outro processo, conhecido como: IDIB Assinale a alternativa em que a palavra, extraída do texto, tenha sido formada por derivação parassintética. O padrão parece ser o da identificação do tipo de processo de formação da palavra em análise. Finalizamos mais um capítulo. Agora iniciaremos os trabalhos sobre as classes de palavras. 3 . EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS3 . EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS Em português, há 10 classes gramaticais: substantivo, adjetivo, pronome, artigo, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Para classificar os vocábulos da língua em cada uma dessas classes, adotam-se os seguintes critérios: CRITÉRIO ESSE CRITÉRIO LEVA EM CONSIDERAÇÃO EXEMPLO MORFOLÓGICO A característica dos morfemas e do modo como eles se associam em nível vocabular. A palavra cordialmente possui o morfema -mente, o qual forma advérbios a partir de adjetivos. SINTÁTICO A posição (distribuição) do item lexical ao longo da sentença. Na sequência A Maria chegou”, o artigo A precede o substantivo Maria. SEMÂNTICO: O significado lexical, o qual pode corresponder a algo do mundo extralinguístico (mundo biossocial) ou a noções gramaticais (como número). A palavra inteligente, em A Maria é inteligente, atribui uma qualidade a um ser. Outros critérios, menos cobrados em concursos, estão sintetizados a seguir: Classes abertas x Classes fechadas Nas classes abertas, os itens lexicais podem ser renovados com relativa facilidade (fazem parte de um “clube aberto”, em que novos membros podem ingressar). Nas classes fechadas, os itens lexicais não são renovados com facilidade (fazem parte de um “clube fechado”, em que raramente novos membros podem ingressar). Classes variáveis x Classes invariáveis Nas classes variáveis, os itens lexicais podem sofrer mudança morfológica (em nível de flexão). Nas classes invariáveis, os itens lexicais não podem sofrer mudança morfológica (em nível de flexão). Classes lexicais x Classes gramaticais (funcionais) Na classes lexicais, há palavras que possuem significado descritivo, significado esse que denota entidades ou situações exteriores à linguagem. Nas classes gramaticais (ou funcionais), há itens que têm função estruturadora, quase como uma “cola” que une as palavras em sentenças. Para finalizar esse tópico, indico o comportamento de cada uma das classes a partir dos critérios supracitados (renovação lexical, mudança morfológica e significado): O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 16 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre CRITÉRIO RENOVAÇÃO LEXICAL MUDANÇA MORFOLÓGICA SIGNIFICADO TIPO ABERTAS FECHADAS VARIÁVEL INVARIÁVEL LEXICAL GRAMATICAL CLASSES INTEGRANTES substantivos adjetivos verbos numerais preposições artigos pronomes conjunções advérbios substantivos adjetivos verbos artigos pronomes preposições conjunções advérbios substantivos adjetivos verbos preposições advérbios artigos pronomes numerais conjunções É a partir dos critérios morfológico, sintático e semântico que apresentaremos as principais características de cada classe gramatical. O padrão de nossa síntese será seguido: focarei nas propriedades mais abordadas em concursos públicos. 3 .1 . SUBSTANTIVO, ADJETIVO, ARTIGO, PRONOME E NUMERAL3 .1 . SUBSTANTIVO, ADJETIVO, ARTIGO, PRONOME E NUMERAL Os substantivos podem denotar classes de entidades (coisas), como substâncias,qualidades, estados e processos. Na tradição gramatical, adotam-se as seguintes classificações (estabelecidas a partir do critério semântico): Divisão Concretos Abstratos Propriedade semântica O substantivo designa ser de existência independente O substantivo designa ser de existência dependente Exemplos casa, mar, sol, automóvel prazer, beijo, trabalho Divisão Próprios Comuns Propriedade semântica O substantivo denomina um objeto ou um conjunto de objetos, sempre tomados individualmente O substantivo tem a propriedade de denominar um ou mais objetos particulares que reúnem características comuns inerentes a dada classe Exemplos João, Jonas, Açores homem, mesa, livro Divisão Contáveis Não contáveis Propriedade semântica Os objetos denominados pelo substantivo existem isolados, como partes individualmente consideradas Os objetos denominados pelo substantivo não são separados em partes individuais Exemplos homem, mulher, casa oceano, vinho, bondade Divisão Coletivos Nomes de grupos Propriedade semântica São substantivos que fazem referência a uma coleção ou conjunto de objetos São substantivos que nomeiam conjuntos de objetos contáveis Exemplos vinhedo, arvoredo bando, rebanho, cardume O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 17 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Quando se aplica o critério morfológico, observa-se que substantivos, adjetivos e artigos partilham uma estrutura semelhante: todos flexionam em gênero e número: Substantivo Adjetivo Artigo Gênero Masculino Cantor Bonito Um Feminino Cantora Bonita Uma Número Singular Carro Caro O Plural Carros Caros Os É claro que existem especificidades na formação do plural. Observe as três possibilidades a seguir: Acréscimo de -s, como em troféu troféus Acréscimo de -es, como em mar mares Acréscimo de -is, como em papel papeis Há também a formação do plural que se manifesta apenas nos determinantes e modificadores, como em “lápis”: o lápis (singular); os lápis (plural). Por fim, devem-se observar as palavras que terminam com ditongos nasais, como compreensão compreensões, cidadão cidadãos, pão pães, capitão capitães e cristão cristãos. Em nomes compostos (aqueles formados por mais de uma raiz, como dissemos há pouco na síntese sobre o conteúdo de morfologia), há quatro padrões: 1º padrão Em compostos cujo primeiro elemento é invariável quanto a número: beija-flor beija-flores alto-falante alto-falantes 2º padrão Somente o primeiro elemento varia Em compostos onde haja preposição (clara ou oculta): mula-sem-cabeça mulas-sem-cabeça pé de moleque pés de moleque Em compostos de dois substantivos, onde o segundo exprime a ideia de fim, semelhança, ou limita a significação do primeiro: público-alvo públicos-alvo peixe-boi peixes-boi 3º padrão Ambos os elementos variam Nos compostos formados por: substantivo-substantivo substantivo-adjetivo adjetivo-substantivo carta-bilhete cartas-bilhetes amor-perfeito amores-perfeitos segunda-feira segundas-feiras Nos compostos verbais repetidos corre-corre corres-corres O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 18 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 4º padrão Nenhum elemento varia (e o plural é indicado por determinantes ou modificadores) Em frases substantivas o disse-me-disse os disse-me-disse Nos compostos tema verbal + palavra invariável o ganha-pouco os ganha-pouco Para a noção de gênero GRAMATICAL, a flexão para o feminino ocorre tipicamente pela adição do sufixo -a (cantor + -a = cantora). Há também outras manifestações, como bom/boa, leão/leoa, valentão/valentona, órfão/órfã e europeu/europeia. Em português, também há os substantivos de gênero único, os substantivos de dois gêneros sem flexão e os substantivos de dois gêneros, com flexão redundante, conforme descrito a seguir: Substantivo de gênero único: (a) rosa (a) flor (a) tribo (a) juruti (o) planeta (o) amor (o) livro Substantivo de dois gêneros sem flexão: (o), (a) artista (o), (a) intérprete (o), (a) mártir Substantivos de dois gêneros, com flexão redundante: (o) lobo; (a) loba (o) mestre; (a) mestra (o) autor; (a) autora Para além dos casos de flexão, observam-se os seguintes casos relacionados à noção de gênero: A mudança de gênero gera mudança de significado a cabeça (parte do corpo) - o cabeça (o chefe) a rádio (a estação) - o rádio (o aparelho) O processo de derivação também indica gênero (novo item lexical que compartilha a mesma raiz) abade - abadessa barão - baronesa conde - condessa embaixador - embaixatriz imperador - imperatriz Heteronímia no gênero (a indicação de gênero é determinada por substantivos semanticamente opositivos) homem - mulher cavaleiro - amazona marido - mulher genro - nora boi - vaca cavalo - égua A noção de grau também é abordada em concursos. A tabela a seguir sintetiza cada um dos tipos de variação de grau: Sintético (morfológico) Analítico (adjetivação) Grau aumentativo Homenzarrão Homem grande Grau diminutivo Homenzinho Homem pequeno O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 19 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Na sintaxe, os substantivos são núcleos de sintagmas nominais, os quais podem exercer as seguintes funções sintáticas: Função sintática Exemplo (em destaque, o substantivo) Sujeito O rapaz comprou o presente da noiva. Objeto direto Ele viu o futuro. Aposto Pedro é marcado por um defeito: a preguiça. Predicativo Ele é um político. Objeto indireto Eu entreguei o cheque ao gerente. Agente da passiva O bilhete foi comprado pela irmã. Adjunto adnominal Ele bateu na velha com a bengala. Complemento nominal A destruição de Roma pelos Bárbaros Adjunto adverbial Pedro caminhava com atenção. Em um sintagma nominal, o núcleo substantivo pode ser modificado por outros termos, como numerais, artigos, adjetivos, pronomes etc. Em sintaxe, as funções sintáticas exercidas por esses termos podem ser duas: adjunto adnominal ou complemento nominal. Na síntese sobre as funções sintáticas do período simples, abordarei essas noções. Passemos agora à classe dos adjetivos, os quais também se flexionam em gênero e número. Essa flexão é condicionada pelo fenômeno de concordância nominal, o qual será visto na seção 8.2 de nossa aula. Há algumas bancas (como a FGV) que avaliam a classificação dos adjetivos conforme Cunha & Cintra (2008). Há dois grandes grupos, apresentados a seguir. No primeiro, temos os adjetivos que caracterizam os seres, objetos ou as noções nomeadas pelos substantivos. Esses adjetivos podem indicar: Qualidade (ou defeito) inteligência lúcida homem perverso Modo de ser pessoa simples rapaz delicado Aspecto ou aparência céu azul vidro fosco Estado casa arruinada laranjeira florida No segundo grupo, há os adjetivos que estabelecem uma relação de tempo, de espaço, de finalidade, de propriedade etc. São os chamados adjetivos de relação. nota mensal nota relativa ao mês movimento estudantil movimento feito por estudantes casa paterna casa onde habitam os pais vinho português vinho proveniente de Portugal O conteúdo deste livro eletrônico é licenciadopara MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 20 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Em termos de colocação dos termos, o adjetivo tipicamente fica APÓS o substantivo, como em “homem corajoso”. É possível, entretanto, que o adjetivo ocorra antes do substantivo (posição mais marcada, em especial para efeitos estilísticos ou literários). A mudança de posição do adjetivo em relação ao substantivo pode gerar alteração de sentido original, como em “O bravo comandante foi entrevistado” e “O comandante bravo foi entrevistado.” Na sintaxe, o adjetivo pode exercer três funções centrais: Função Exemplo Adjunto adnominal O vidro fosco acabou. Predicativo do sujeito O seu jardim é lindo. Predicativo do objeto Ontem eu vi minha vizinha muito preocupada. Observe que o adjunto adnominal é uma função interna ao sintagma nominal; o predicativo do sujeito ocorre em predicados nominais (com verbos de ligação); e o predicativo do objeto ocorre em predicados verbo-nominais (predicação dupla, com núcleo verbal lexical e adjetivo). O grau dos adjetivos expressa uma espécie de medição escalar, a qual pode ser expressa das seguintes formas: Grau comparativo (comparação feita em relação a uma mesma entidade) Comparativo de superioridade Jonas é mais inteligente que estudioso. Comparativo de igualdade João é tão inteligente quanto estudioso. Comparativo de inferioridade Ana é menos inteligente do que estudiosa. Grau comparativo (comparação feita em relação a entidades distintas) Comparativo de superioridade Jonas é mais inteligente que Paulo. Comparativo de igualdade João é tão inteligente como (ou quanto) Maria. Comparativo de inferioridade Ana é menos inteligente do que Pedro. Grau superlativo absoluto (o adjetivo atinge o grau máximo de determinada qualidade) Sintético (formado morfologicamente) Paulo é inteligentíssimo. Analítico (formado sintaticamente) Paulo é muito inteligente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 21 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Grau superlativo relativo (o adjetivo atinge o grau máximo de determinada qualidade em comparação à totalidade dos seres que representam a mesma qualidade) Superlativo relativo de SUPERIORIDADE Paula é a estudante mais estudiosa do colégio. Superlativo relativo de INFERIORIDADE Carlos é o estudante menos estudioso do colégio. Pronto, falamos o suficiente sobre as principais características dos adjetivos. Agora é o momento de falarmos dos artigos, dos numerais e dos pronomes. Como os substantivos e os adjetivos, os artigos também podem ser flexionados em gênero e número. Nesse caso, a flexão ocorre por concordância nominal (com o núcleo substantivo). Em termos sintáticos, os artigos são adjuntos adnominais (em relação ao núcleo substantivo). Uma característica importante dos artigos é a capacidade de substantivar toda e qualquer expressão que o suceder (em sintagmas nominais, o núcleo será substantivo). Assim, se houver artigo, a possibilidade de o termo ser um substantivo é bem grande. Ah, importante também destacar que, afora os casos de substantivação de uma outra classe gramatical, os artigos não antecedem verbos ou pronomes retos/pessoais. Sobre as classes de artigos, há duas: os definidos (quando o artigo denota particularização, ou expressa algo de conhecimento prévio entre falante e ouvinte ou refere-se a algo já mencionado) e os indefinidos (não particularização, não conhecido previamente, algo não mencionado anteriormente). A tabela a seguir expressa claramente a classe dos artigos em português. Artigo definido Artigo indefinido Singular Plural Singular Plural Masculino o os um uns Feminino a as uma umas Os artigos podem estar combinados com preposições. É importante, então, identificá- los nesses contextos (basta combinar o item da coluna [PREPOSIÇÃO] ao item da coluna [ARTIGO DEFINIDO] ou [ARTIGO INDEFINIDO]: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 22 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre ARTIGO DEFINIDO PREPOSIÇÃO o a os as a ao à aos às de do da dos das em no na nos nas por (per) pelo pela pelos pelas ARTIGO INDEFINIDO PREPOSIÇÃO um uma uns umas de dum duma duns dumas em numa numa nuns numas O destaque à classe dos artigos certamente vai para o fenômeno de crase, destacado na penúltima tabela. Para identificar a necessidade ou não de emprego do sinal indicativo de crase, é muito importante verificar se o termo precedido pelo [à] é (i) interpretado de forma particularizada; (ii) expressa algo de conhecimento prévio entre falante e ouvinte; ou (iii) refere-se a algo já mencionado. A explicação é simples: somente haverá a crase se o termo for precedido pelo artigo feminino definido a(s) (ou pelo pronome demonstrativo aquele(a)(s)). Para os numerais, as provas de concursos públicos avaliam em especial ortografia dos tipos de numerais. Por isso, listo, a seguir, a grafia de cada um deles: CARDINAL (expressam quantidades inteiras) ORDINAL (expressam ordem, posição em uma série) MULTIPLICATIVO (denotam múltiplos) FRACIONÁRIO (denotam quantidade fracionária) um primeiro - - dois segundo dobro, duplo meio três terceiro triplo, tríplice terço quatro quarto quádruplo quarto cinco quinto quíntuplo quinto seis sexto sêxtuplo sexto sete sétimo sétuplo sétimo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 23 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre CARDINAL (expressam quantidades inteiras) ORDINAL (expressam ordem, posição em uma série) MULTIPLICATIVO (denotam múltiplos) FRACIONÁRIO (denotam quantidade fracionária) oito oitavo óctuplo oitavo nove nono nônuplo nono dez décimo décuplo décimo onze décimo primeiro - onze avos doze décimo segundo - doze avos treze décimo terceiro - treze avos catorze décimo quarto - catorze avos quinze décimo quinto - quinze avos dezesseis décimo sexto - dezesseis avos dezessete décimo sétimo - dezessete avos dezoito décimo oitavo - dezoito avos dezenove décimo nono - dezenove avos vinte vigésimo - vinte avos trinta trigésimo - trinta avos quarenta quadragésimo - quarenta avos cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos sessenta sexagésimo - sessenta avos setenta septuagésimo - setenta avos oitenta octogésimo - oitenta avos noventa nonagésimo - noventa avos cem centésimo cêntuplo centésimo duzentos ducentésimo - ducentésimo trezentos trecentésimo - trecentésimo quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo quinhentos quingentésimo - quingentésimo seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo setecentos septingentésimo - septingentésimo oitocentos octingentésimo - octingentésimo novecentos n o n g e n t é s i m o o u noningentésimo - nongentésimo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 24 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre CARDINAL (expressam quantidades inteiras) ORDINAL (expressam ordem, posição em uma série) MULTIPLICATIVO (denotam múltiplos) FRACIONÁRIO (denotam quantidade fracionária) mil milésimo - milésimo milhão milionésimo - milionésimo bilhão bilionésimo - bilionésimo Sintaticamente, os numerais são adjuntos adnominais de núcleos substantivos (duas salas). Certo, estamos indo bem até agora. Seguiremos nosso PDF Sintético de Gramática com a classe dos pronomes. Os pronomes são formas linguísticas capazes de fazer referência (seja textual, espacial ou discursiva). Os pronomes se flexionam em pessoa, gênero e número. Em termos de classificação, a tradição gramatical descreve os pronomes pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. Veja, no mapa mental a seguir, a esquematização sobre a classificação e a flexão dos pronomes em Língua Portuguesa: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 25 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Como a nossa aula prima pela epítome (palavra chique para “síntese”, “resumo”) do conteúdo de gramática, vamos organizar cada tipo de pronome em tabelas. Para todas elas, as noções de PESSOA (1º - quem fala; 2º - com quem se fala; 3ª - de quem se fala), de NÚMERO (singular; plural) e de GÊNERO (masculino; feminino) estão organizadas conforme a tradição gramatical. Pronomes pessoais (fazem referência aos participantes dos eventos e a elementos textuais prévios (como nomes e eventos)) Retos Oblíquos átonos Oblíquos tônicos eu tu ele/ela nós vós eles/elas me te o, a, lhe, se nos vos os, as, lhes, se mim ti ele/ela/si nós vós, eles/elas/si Lembrando que o pronome “lhe”, no âmbito nominal, denota posse (é o chamado “genitivo”). Pronomes possessivos (denotam posse e exercem função semelhante à dos adjetivos) meu, minha/meus, minhas teu, tua/teus, tuas seu, sua/seus, suas nosso, nossa/nossos, nossas vosso, vossa/vossos, vossas seu, sua/seus, suas Pronomes demonstrativos (indicam seres ou coisas referidas no momento da enunciação, seja textual, seja espacial) Masculino Feminino Invariável (sempre pronome substantivo) Este Esta Isto Esse Essa Isso Aquele Aquela Aquilo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 26 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Pronomes indefinidos (referem-se à terceira pessoa de modo indeterminado; na sintaxe, ocorrem como núcleos de sintagma nominal, desencadeando, na flexão verbal, concordância na 3ª pessoa) Algum(a)(s) Alguém Nenhum(a)(s) Ninguém Outro(a)(s) Outrem Muito(a)(s) Pouco(a)(s) Certo(a)(s) Vários(as) Tanto(a)(s) Quanto(a)(s) Qualquer Quaisquer Nada Cada Algo Pronomes interrogativos (utilizados em frases interrogativas, diretas ou indiretas) Que (ou quê, acentuado, quando em final de período) Qual Quem Quanto Pronomes relativos (retomam um termo antecedente e, sintaticamente, exercem função sintática na subordinada adjetiva) Que Quem Onde O(s) qual(is) A(s) qual(is) Cujo(a)(s) Quando Como Os pronomes de tratamento, por fim, são formas de referência ao interlocutor. Segundo o Manual de Redação da Presidência da República (3ª Edição, 2018), “Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento adota a segunda pessoa do plural, de maneira indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se dirige. [...] Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a concordância para a terceira pessoa.” Na Plataforma Gran Questões, encontramos o seguinte quantitativo de questões sobre as classes gramaticais substantivo, adjetivo, artigo, numeral e pronome: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 27 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Classe gramatical Quantitativo (últimos 4 anos, todas as bancas) Adjetivos 1164 Substantivos 1134 Pronome 868 Artigo 317 Numeral 178 Em provas, os enunciados das questões que avaliam essas classes expressam as formulações a seguir: Banca Enunciado da questão sobre substantivos, adjetivos, artigos, numerais e pronomes IBFC Assinale a alternativa correta, em que o termo “vencedor” é um substantivo. VUNESP O termo destacado atribui sentido de indefinição ao substantivo em: IDECAN Assinale a alternativa em que a palavra indicada, no texto, desempenhe papel adjetivo. FGV Nesse fragmento estão destacados vários adjetivos que, segundo as gramáticas, podem expressar estados, características, qualidades e relações. Os dois adjetivos abaixo que expressam qualidades são: CEBRASPE No sétimo período do texto, o pronome “cujas” remete a “mecanismo”. IADES O pronome “lhe” (linha 17) foi empregado no texto com valor possessivo. FUNDATEC No trecho “Agora, mais de cem anos depois, esse tema vem à tona novamente”, retirado do texto, qual palavra é um numeral? Conseguimos! Finalizamos essa seção. Agora vamos seguir para a classe dos verbos (e advérbios). 3 .2 . EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS; ADVÉRBIOS3 .2 . EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS; ADVÉRBIOS Para a classe dos verbos, a tabela a seguir sintetiza a descrição gramatical preconizada pela Nomenclatura Gramatical Brasileira (e adotada pela maioria das bancas examinadoras). As explicações e as ilustrações, bastante sintetizadas, estão entre parênteses: VERBOS Formação Primitivo (formas irredutíveis a partir das quais se criam outros verbos) Derivado (formas derivadas da primitiva, formadas a partir de afixação, como “ler”>”reler”) Simples (um único radical) Composto (mais de um radical, como em “tremeluzir”). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 28 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre VERBOS Classificação Regular (sem alteração no radical ou no paradigma) Irregular (há modificações no radical ou no paradigma) Defectivo (conjugação incompleta) Abundante (apresenta formas variantes) Anômalo (verbos “ir” e “ser”). Auxiliar (fica anteposto ao principal; é funcional) Formas nominais Infinitivo (comprar) Particípio (comprado) Gerúndio (comprando) Conjugações 1ª (tema em -a) (viajar) 2ª (tema em -e) (perceber) 3ª (tema em -i) (dormir) Categorias gramaticais Modo Indicativo Subjuntivo Imperativo Tempo Presente Pretérito Perfeito (evento concluso) Imperfeito (evento não concluso) Mais-que-perfeito (passado do passado) Futuro Do presente Do pretérito Número Singular Plural Pessoa Primeira (quem fala) Segunda (com quem se fala) Terceira (de quem se fala) Voz Ativa (Eu abracei o Pedro) Passiva (O Pedro foi abraçado por mim) Reflexiva (Abraçamo-nos) A tabela de conjugação de um verbo regular (CANTAR) pode ser conferida a seguir: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA- 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 29 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Indicativo Presente Pretérito perfeito Pretérito imperfeito Pretérito mais-que- perfeito Futuro do presente Futuro do pretérito canto cantas canta cantamos cantais cantam cantei cantaste cantou cantamos cantastes cantaram cantava cantavas cantava cantávamos cantáveis cantavam cantara cantaras cantara cantáramos cantáreis cantaram cantarei cantarás cantará cantaremos cantareis cantarão cantaria cantarias cantaria cantaríamos cantaríeis cantariam Subjuntivo Imperativo afirmativo Formas nominais Presente Pretérito imperfeito Futuro Infinitivo flexionado Gerúndio cantando cante cantes cante cantemos canteis cantem cantasse cantasses cantasse cantássemos cantásseis cantassem cantar cantares cantar cantarmos cantardes cantarem - canta cante cantemos cantai cantem cantar cantares cantar cantarmos cantardes cantarem Particípio cantado Em termos sintáticos, um verbo pode realizar duas funções centrais: (i) ser centro da predicação (núcleo de um predicado verbal ou verbo-nominal) ou ligar um sujeito a um predicado nominal (nesse caso, é um verbo de ligação). Na predicação verbal, observamos o fenômeno da transitividade, o qual está relacionado ao modo como um núcleo verbal seleciona ou não complementos (se seleciona, é transitivo; se não seleciona, é intransitivo). Os complementos, quando selecionados, podem ser diretos (sem presença de preposição) ou indiretos (com presença de preposição, exigida pelo verbo). Quando se analisa o modo como um verbo pode se comportar em termos de transitividade, estamos diante da chamada sintaxe de regência. Outro fenômeno muito relevante é a relação do verbo com seu sujeito. Se o verbo predica algum sujeito, haverá a relação de concordância verbal. Se o predicado não está vinculado a um sujeito, a manifestação dessa não vinculação será mais neutra (na terceira pessoa do singular, sempre) – como ocorre, por exemplo, com os verbos impessoais. Em termos semântico-discursivos, a escolha da forma verbal pode expressar distintos valores, como estes: Forma verbal Valor Exemplo Presente do indicativo Continuidade Recorrência O Pedro fuma. Futuro do pretérito Hipótese Conjectura Incerteza Eu cantaria na casa da Carla. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 30 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Forma verbal Valor Exemplo Imperativo Ordem Comando Desejo Cantemos o hino! Auxiliares modais Ordem Urgência Certeza Hipótese Etc. O Rafael deveria ouvir a Ana. O Rafael poderia ouvir a Ana. Para encerrar esta subseção sobre verbos, vamos falar sobre a correlação entre tempos e modos verbais. Quando o primeiro verbo da correlação estiver em um tempo-modo específico, o outro verbo (de uma subordinada, tipicamente) deve estar em um tempo- modo que se harmonize com o primeiro. As correlações mais avaliadas são estas: Correlação verbal Quando o tempo-modo 1 for: O tempo-modo 2 deve ser: Exemplo presente do indicativo presente do subjuntivo Não é adequado que você desrespeite seu chefe. futuro do subjuntivo futuro do presente do indicativo Quando o governo resolver investir em educação, acreditarei em um futuro melhor. pretérito perfeito do indicativo pretérito imperfeito do subjuntivo Orei durante dias para que você se convertesse. pretérito imperfeito do subjuntivo futuro do pretérito do indicativo Se corrêssemos mais, seríamos mais saudáveis. Ótimo. Agora podemos ir à classe dos advérbios, definida pelo gramático Evanildo Bechara (2017) como como a classe que, semanticamente, denota uma circunstância (de lugar, de tempo, de modo, de intensidade, de condição etc.). Sintaticamente, um advérbio funciona como um termo adjunto. Morfologicamente, os advérbios são invariáveis (não flexionam). A posição ocupada pela forma advérbio na sentença pode alterar os sentidos da oração, como na sequência a seguir: Provavelmente a coordenadora atendeu um aluno do sétimo ano. A coordenadora provavelmente atendeu um aluno do sétimo ano. A coordenadora atendeu provavelmente um aluno do sétimo ano. A coordenadora atendeu um aluno provavelmente do sétimo ano. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 31 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre As tabelas a seguir (de Hauy, 2014) ilustram com clareza os tipos de advérbios em português. Tipo Lugar Tempo Modo Dúvida Intensidade Exemplo abaixo acima além aquém aqui ali dentro detrás longe perto nunca agora ainda hoje amanhã cedo já jamais sempre outrora antigamente assim bem depressa devagar mal levemente suavemente acaso porventura possivelmente provavelmente quiçá talvez assaz bastante bem demais mais menos muito pouco quão tão meio Principais locuções adverbiais (introduzidas por preposição) a cavalo a pé a prazo à q u e i m a - roupa a sangue frio à vista a esmo à escuta a princípio a reboque a sete chaves à vontade a granel a postos a propósito à revelia à toa ao vivo aos poucos às cegas às claras às pressas às vezes de leve de manhã de propósito de repente de súbito em geral em vão em verdade por vezes sem dúvida em resumo de noite de improviso Observe que se emprega o acento indicativo de crase nas locuções com preposição a e núcleo substantivo feminino. Na Plataforma Gran Questões (últimos 4 anos), encontramos 920 questões para a classe gramatical verbo e 743 questões que citam a classe gramatical advérbio. Em provas de concursos, os enunciados das questões que avaliam verbos e advérbios possuem tipicamente a seguinte forma: Banca Enunciado da questão sobre verbos e sobre advérbios IBFC Assinale a alternativa que apresenta qual das palavras abaixo representa uma ação, um verbo. VUNESP A alternativa em que os verbos estão corretamente conjugados é: FCC Chegara até a pensar, não digo em concertos, mas num brilhante recital de caridade em que aparecesse de vestido comprido (teria então uns doze anos) e, num belo contralto, cantasse ao violão certo tango argentino da minha preferência. Consideradas as relações de sentido estabelecidas pelo contexto, substituindo “Chegara” por “Cheguei”, os verbos destacados assumirão as seguintes formas: CEBRASPE Assinale a opção que contém um trecho do texto em que as formas verbais foram empregadas no mesmo tempo verbal. No primeiro período do último parágrafo, o vocábulo ‘bem’ intensifica o sentido do termo ‘provável’. FGV A frase abaixo que mostra correto emprego do gerúndio é: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 32 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 3 .3 . PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO3 .3 . PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO Em concursos, cobram-se os valores semânticos das conjunções e das preposições. No caso das conjunções, aborda-se em especial a possibilidade de se substituir uma forma por outra equivalente, como em conquanto/embora/apesar de. No caso das preposições, a abordagemé referente à semântica (tipicamente posicional/direcional) da preposição. Sintaticamente, as conjunções estabelecem relações de coordenação entre termos, além de também estabelecer subordinação (conjunções subordinativas). As preposições, por sua vez, são subordinantes (em nível sintagmático e em nível oracional). Em minha exposição para as conjunções e para as preposições, utilizarei basicamente mapas mentais. Conjunções coordenativas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 33 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Conjunções subordinativas (parte 1) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 34 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Conjunções subordinativas (parte 2) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 35 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Preposições O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 36 de 142gran.com.br Traços semânticos das preposições O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br 37 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre As preposições mais avaliadas em provas de concursos são o “a”, o “para”, o “de” e o “por”. As conjunções mais comuns em provas são as adversativas, as explicativas, as conclusivas, as integrantes, as concessivas, as causais, as finais e as condicionais. Na plataforma Gran Questões, encontramos 2.705 questões sobre conjunções e 1.898 questões sobre as preposições. Em provas, os enunciados das questões que avaliam as preposições e as conjunções possuem comumente estas formulações: Banca Enunciado da questão sobre preposições e sobre conjunções CEBRASPE Seria mantida a correção gramatical do texto caso a conjunção “pois”, no último período do primeiro parágrafo, fosse substituída por por que. No trecho “análise da evolução de experiências alternativas de resolução de conflitos” (início do último parágrafo), a preposição de, em suas quatro ocorrências, introduz argumentos que assumem o mesmo papel temático: o de paciente. FGV Na frase “A natureza faz o homem feliz e bom, mas a sociedade o corrompe e torna-o miserável”, a conjunção destacada pode ser adequadamente substituída por: Indique a frase em que a preposição COM tem o significado de “companhia”. VUNESP A conjunção “embora” substitui corretamente a expressão destacada em: Em relação aos termos destacados em –... sofrendo com a problemática das mudanças climáticas que tanto aflige, principalmente, os agricultores e agricultoras de base familiar. (1º parágrafo) –, é correto afirmar que a preposição “com” expressa sentido de QUADRIX A conjunção “portanto” (linha 19) conclusão no período em que aparece. É correto afirmar que, no título do texto — “Aprenda a chamar a polícia” —, os dois vocábulos “a” têm a mesma classificação gramatical. 3 .4 . INTERJEIÇÃO E PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS3 .4 . INTERJEIÇÃO E PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS Modernamente, os gramáticos e os linguistas classificam um grupo de palavras e expressões muito utilizadas na oralidade e na escrita: as palavras e expressões denotativas (expletivas). Para Hauy, essas palavras acrescentam ao discurso a participação crítica ou emocional do falante (HAUY, 2014). Essas palavras não exercem função sintática, à semelhança das interjeições, formas linguísticas que denotam estados emocionais do falante. A lista a seguir é proposta por Hauy (2014): Palavras e expressões denotativas Afirmação Sim Certamente Com efeito Negação Não Qual nada Exclusão Só Apenas Exclusive Somente Unicamente O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 38 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre Palavras e expressões denotativas Inclusão Também Mesmo Outrossim Inclusive Avaliação Quase Mais ou menos Casualmente Designação Eis Explicação Isto é A saber Por exemplo Como Retificação Aliás Ou melhor Ou antes Realce Que Se Lá Cá É [...] que Afetividade Felizmente Ainda bem Situação Afinal Mas Então Agora Fiz um destaque especial às formas que e se. Sobre as interjeições (manifestam estados emocionais do enunciador), os principais exemplares são estes (note a presença de pontuação exclamativa): VALOR DA INTERJEIÇÃO EXEMPLOS exclamação Viva! admiração/susto Ah! Oh! alívio Ah! Eh! animação Eia! Coragem! apelo ou chamamento Olá! Alô! Psiu! aplauso Bravo! desejo Oxalá! Tomara! dor física Ai! Ui! impaciência Arre! Finalizamos aqui o trabalho do capítulo mais extenso de nossa síntese. Na sequência, abordarei a estrutura morfossintática do período. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 39 de 142gran.com.br PDF SINTÉTICO Gramática Bruno Pilastre 4 . DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO 4 . DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODOPERÍODO Para este capítulo, elaborei esquemas (mapas mentais) que sintetizam com clareza as relações morfossintáticas mais importantes do período simples. Para revisar esse conteúdo, é importante seguir cada um dos ramos com atenção, em especial nas partes em que há contrastes de funções (por exemplo, adjunto adnominal e complemento nominal). Os tópicos centrais versam sobre: a relação fundamental da oração, com os tipos de sujeito e os tipos de predicado; os complementos verbal e nominal, o agente da passiva, as funções adjuntas, o aposto e o vocativo. Também abordo a construção passiva. Começamos com as noções básicas de sintaxe, distinguindo as noções de frase, oração e período. Observe também a caracterização do vocativo, bastante exigido em pontuação. Para os termos essenciais, destaco as funções de sujeito (identificada pela pergunta dirigida ao predicado: quem é que [predicado]?) e os tipos de predicado. Em provas, avaliam- se os tipos de sujeito (você deve identifica-los corretamente) e os tipos de predicado (em especial, a transitividade dos verbos na frase em análise). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARALYCE DANYELLY MOURA DE OLIVEIRA - 61409383334, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização